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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O ORIENTADOR EDUCACIONAL NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
Autor: Andrea Teixeira de Sousa
Orientador: Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho
RIO DE JANEIRO
2010
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O ORIENTADOR EDUCACIONAL NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
Autor: Andrea Teixeira de Sousa
Orientador: Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho
Trabalho monográfico de conclusão do curso apresentado a Universidade Candido Mendes como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista no curso de pós-graduação em orientação educacional e pedagogia.
RIO DE JANEIRO
2010
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus, por me proporcionar viver este importante momento e por me conduzir e me mostrar o caminho correto para chegar aos meus objetivos. Aos meus pais que me deram a vida e me ajudaram chegar até esse momento de minha vida.
EPÍGRAFE
CREIO NA EDUCAÇÃO “Creio na educação porque humaniza os homens, busca o novo, é geradora de conflitos prepara para cidadania. Creio na educação porque acredito na pessoa humana sujeita de sua história,capaz de transformar e construir relações de vida. Creio na educação que, quando libertadora, é Caminho de transformação, é caminho de construção de uma nova sociedade. Creio na educação que promove a pessoa, transforma e socializa, que educa, criticamente e democraticamente. Creio na educação que é um processo de libertação,levando o ser humano a conhecer a si mesmo e ao outro. Creio na educação porque creio no carisma De toda educador da fé. Creio também, na consciência de ser um eterno aprendiz. E assim sendo... Creio na educação como um processo permanente Que acompanha o ser humano em toda sua existência”. ( Autor desconhecido) “Brincar com as crianças não é perder tempo, é ganhá-lo, se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados, em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem.” Carlos Drummond de Andrade
RESUMO
O presente estudo relata sobre o orientador educacional e a educação infantil no âmbito escolar, suas funções e necessidades. A educação infantil é a fase em que a criança irá ter seu primeiro contato com a escola, obter diversas informações, convívio com outras crianças, professores e também é o período onde está sendo estruturada sua personalidade, ou seja, fase de muitas descobertas e atenção por parte de todos seja na escola ou em casa.
O orientador educacional faz parte da equipe pedagógica da escola e possui enorme responsabilidade na mesma, tendo que ajudar no processo de planejamento do currículo escolar, auxiliar os professores no dia a dia de suas funções, estar sempre atentos às necessidades e dificuldades dos alunos, atender e conversar com os pais sobre o desenvolvimento de seus filhos no decorrer do ano, profissional que seja por vocação e força do ofício dinamizador de todas suas tarefas influenciando assim a todos e buscando o prazer em educar e aprender. Enfim, dois nomes tão comuns na escola e necessários para funcionamento da mesma, tendo que um estar sempre acompanhando o outro, buscando solucionar suas dificuldades, brincando, aprendendo juntos para que assim a escola se torne uma unidade estruturada e reconhecida, consciente de sua função na sociedade.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO---------------------------------------------------------------------7 CAPÍTULO I . FUNÇÕES DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NA ESCOLA-----10 CAPÍTULO II. AS NECESSIDADES DOS ALUNOS DE EDUCACIONAL INFANTIL-------------------------------------------------------------------------16 CAPÍTULO III. ATUAÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE EDUCAÇÃO INFANTIL------------------------------------------------------------------------------------------23 CONSIDERAÇÕES FINAIS--------------------------------------------------27
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INTRODUÇÃO
A educação é um dos setores mais importantes para o
desenvolvimento de uma nação. É através da produção de conhecimentos que
um país cresce, aumentando sua renda e a qualidade de vida das pessoas.
Quando falamos em educação, a escola seria o nosso primeiro
pensamento, pois vemos na mesma, local o qual inicia-se o aprendizado, onde
adquirimos informações e conhecimentos .
Não podemos esquecer que a escola é uma unidade formada por professores,
alunos, pais, diretores, orientadores educacionais, pedagógico e pessoal de
apoio.
A orientação educacional tem papel fundamental no desenvolvimento
da escola . O Orientação educacional, segundo (wikipédia, a enciclopédia
livre), é uma especialidade do pedagogo, que pode ser obtida através de
cursos de habilitação, incorporada ou não à licenciatura em pedagogia, ou
através de especialização.
O orientador educacional atua junto ao corpo discente das instituições de
ensino, acompanhando as atividades escolares, bem como o desempenho do
estudante, seja em termos de rendimento ou de comportamento .E dentre
todas essas atuações que orientador educacional desempenha na escola o
aconselhamento tem sido considerado como a principal e a mais importante.
Quando falamos em corpo discente estamos nos referindo a alunos os
quais podem ser de educação infantil, ensino fundamental, médio ou superior.
A educação infantil é a primeira fase escolar da criança, local onde muita
criança desenvolve suas primeiras relações sociais, e é uma fase essencial no
desenvolvimento da criança seja no aspecto cognitivo, motor ou afetivo.
Ao iniciar a sua adaptação na Educação Infantil, a criança vive momentos de
muitas mudanças de uma só vez. Afasta-se parcialmente do convívio familiar e
cria novas relações afetivas.
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Nesse contexto o orientador educacional possui muita significância pois nessa
fase participa das atividades de sala de aula juntamente com o professor,
intervêm se necessário, promove momentos de discussões ,cria assim
condições das crianças se conhecerem, se descobrirem, dividirem valores,
idéias e aprender.
A partir do texto descrito visa-se entrelaçar os caminhos que deverão
responder a problemática a qual configurou a essência deste estudo, ou seja, o
objetivo do trabalho é analisar o papel do orientador educacional na educação
infantil. E visto a necessidade de direcionar o estudo levou-se a elaboração dos
seguintes objetivos específicos, que visam a solução do problema criado.
São eles: Compreender a função do orientador educacional na escola;
Esclarecer as necessidades dos alunos de educação infantil; e Demonstrar
como a atuação do orientador educacional pode ajudar no desenvolvimento
das crianças de educação infantil.
A partir desses apontamentos acredita-se na necessidade de escrever
sobre o tema pela vontade em conhecer e aprender mais sobre a educação
infantil fase tão relevante no desenvolvimento da criança e pela necessidade
de estar sempre aprendendo e buscando mais sobre a orientação educacional.
Como relevância acadêmica acredita-se que o estudo será necessário
para crescimento como profissional e pessoa; e relevância social para que a
sociedade possa acreditar e confiar no trabalho do orientador educacional, pois
o mesmo o faz com muito zelo e dedicação.
O estudo quanto à natureza é umas pesquisas aplicadas, quanto a
abordagem é qualitativa, seus objetivos utiliza-se de uma pesquisa explicativa
e dos procedimentos bibliográfica.
Iniciamos o estudo com a introdução elaborando a contextualização,
declarando o problema, as questões de pesquisa, apresentando a justificativa,
a hipótese que norteia prováveis caminhos na solução do problema e destaca-
se a metodologia do estudo.
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A monografia fica dividida na seguinte ordem:
CAPÍTULO I – Na revisão de Literatura desenvolve -se um diálogo com alguns
autores que fundamentam teoricamente o estudo para compreensão das
funções do orientador educacional na escola;
CAPÍTULO II –Esclarecemos as necessidades dos alunos de educação
infantil no âmbito escolar;
CAPÍTULO III –Para melhor compreensão do estudo demonstraremos como a
atuação do orientador educacional pode ajudar no desenvolvimento das
crianças de educação infantil;
Ao final serão expostas as considerações finais e a bibliografia.
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CAPÍTULO I
FUNÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NA
ESCOLA
O orientador educacional na escola possui múltiplas funções, é uma das
figuras centrais em todo processo educacional, o orientador educacional não
visa formar cidadãos para manter determinadas estruturas sociais ou
econômicas, mas para transformá-las no sentido de maior humanidade e
justiça.
Em como todas as áreas da sociedade, a orientação educacional sofreu
diversas modificações durante os anos, mudanças essas no pensamento da
sociedade, a complexidade da vida atual, a aceleração técnico-científica, as
transformações econômicas, e assim pouco a pouco, ampliando e modificando
o papel da escola, dos seus agentes e a posição do indivíduo dentro da escola
e da sociedade.
Para que possamos entender melhor a função do orientador educacional
iremos relatar um breve histórico para enfatizar a transformação e atual função
do tema proposto na escola e sociedade.
A partir de pesquisas observamos que a evolução da orientação educacional
no Brasil teve cinco períodos marcantes.
Segundo: GRINSPUN (1986, p.96), Período Implementador (de 1920 a 1941);
Período Institucional, subdividido em Período Funcional (de 1942 a 1950) e
Período Instrumental(de 1951 a 1960);Período Transformador (de 1961 a
1970); Período Disciplinador (de 1971 a 1980); e Período Questionador (a
partir de 1980).
Analisando o pensamento de GRISPUN (1986), observamos que no Período
Implementador, o orientador educacional tinha como papel o de técnico em
seleções, ou seja, selecionava pessoas para o treinamento profissional. O
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período Institucional por ter tido um período longo fora dividido em período
funcional e instrumental, e como já havia a obrigatoriedade de orientação
educacional, o Ensino industrial foi o primeiro a utilizá-la, logo após o ensino
secundário, comercial e agrícola, gerando assim a necessidade de formação
profissional de orientação educacional.
“A Orientação Educacional (OE) é um processo organizado e permanente que existe na escola. Ela busca a formação integral dos educandos (este processo é apreciado em todos seus aspectos, tido como capaz de aperfeiçoamento e realização), através de conhecimentos científicos e métodos técnicos. A OE é um sistema que se dá através da relação de ajuda entre Orientador, aluno e demais segmento da escola; resultado de uma relação entre pessoas, realizada de maneira organizada que acaba por despertar no educando oportunidades para amadurecer, fazer escolhas, se auto conhecer e assumir responsabilidades”. (MARTINS, 1984, p.97)
A diferença entre o período funcional e o instrumental é, o primeiro buscava
solucionar o problema do aluno na dificuldade que vivia no momento, seja
doença, família, o instrumental preferia cuidar do aluno antes do problema vir a
acontecer e havia uma priorização dos pensamentos psicanalíticos. BONFIM
(1981) acrescenta que “percebia os problemas e / ou os desajustamentos
individuais como uma questão puramente pessoal e valorizava a eficácia
individual e o ajustamento pessoal e social”.
Após o período institucional o novo período surge, e tem como nome de
transformador, pois buscava na realidade brasileira formar um campo próprio
da orientação educacional e não utilizar métodos importados que nada tinha
haver com a realidade brasileira. Nesse mesmo período a profissão de
orientador educacional é criada e a lei de diretrizes e bases de 1961, fortalece
sua atuação pela obrigatoriedade do curso e normas para atuação.
No final da década de 60 a lei 5562, no seu artigo 1º, traz para a orientação
educacional e sua atuação na escola um clima de maior seriedade, MORAES
(2007) acrescenta que a Orientação Educacional a partir da lei citada deveria
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ser realizada de maneira a integrar os elementos que exerciam influência na
formação do indivíduo, preparando-o para o exercício das opções básicas.
No período disciplinador, observa-se o esboçar de uma ênfase de adaptação
às necessidades sociais e à formação profissional, tornando a Orientação
Educacional não apenas obrigatória, como imprescindível. MORAES
(2007).Nascido junto com a lei 5692/71, é o período onde busca -se mais
discussões e afirmações nas leis e pareceres para atuação do orientador
educacional, tendo a orientação vocacional grande destaque no período.Como
em todo crescimento há sempre adeptos e questionadores, o que levou
também a época ter o surgimento de várias correntes e concepções sobre a
orientação educacional.
No Período Questionador, como o próprio nome já o diz, é o momento de
reflexão, busca da identidade da orientação educacional, momento de olhar a
realidade existente e não apenas o interior, MORAES (2007) relembra que do
mesmo modo que a orientação educacional, ficou com sua função indefinida
para muitos por muitos anos a supervisão escolar teve o mesmo rumo .
Podemos dizer que apenas há pouco tempo na LDB de 1996, onde foi
praticamente impossível de não ser decretada e sancionada, pois a realidade
brasileira não tinha haver com as leis que a regia, a escola não era mais a
mesma, a sociedade também assim como os alunos, no artigo 64, ressalta que
a orientação educacional só pode ser aceita através de curso de graduação
em pedagogia e em especialização, o que nos proporciona maior segurança no
decorrer da atuação e legitimidade para atuar .Moraes (2007), nos faz uma
breve e verdadeira observação aos orientadores educacionais, ou seja, através
das mudanças na lei e afirmação das funções dos educadores, a orientador se
apresenta o desafio de colaborar nas mudanças educativas que se processam
atualmente, a partir de suas ações, em um campo de trabalho que lhe é próprio.
Assim vimos que a orientação educacional passou por diversas fases
para se adaptar as mudanças e necessidades da sociedade.Hoje a orientação
educacional como observamos nas escolas possui suas funções legais e os
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orientadores educacionais são mais respeitados para realizarem suas funções
que são diversas e de difícil conclusão, pois são funções onde é trabalhada
com pessoas de realidades, emoção diferente que deve a cada caso ser
observada e analisada de uma maneira para que juntamente com os
professores e pais dos alunos encontrarem soluções que resolvam as
dificuldades encontradas no decorrer do processo educativo.
MARTINS (1984) relata que, o orientador ao elaborar seu planejamento precisa
detectar quais são as reais perspectivas da família em relação à programação
que a escola e o serviço de Orientação Educacional vão oferecer ao educando,
neste sentido deve-se levantar dados de quais as reais possibilidades de
assistência e participação dos pais na vida escolar dos filhos.
O trabalho da Orientação Educacional é árduo e de longo prazo. Ele
inicia com o diagnóstico do problema, vai para o levantamento dos dados sobre
a causa deste e, posteriormente elabora um planejamento com alternativas de
soluções levando em consideração os resultados da análise das prioridades do
nível socioeconômico e cultural da comunidade que o aluno está inserido.
Segundo o Colégio pro Campus (2009), para que as atribuições do
orientador educacional sejam bem realizadas é necessário que o mesmo se
integre com as orientações pedagógicas e docentes, a orientação educacional
deve manter-se sempre num processo cooperativo e dinâmico seguindo os
seguintes tópicos para efetiva e boa atuação: deve mobilizar a escola assim
como a família e a criança; sempre cooperar com o professor, procurar sempre
estar em contato com ele, auxiliá-lo na tarefa de compreender o
comportamento dos alunos; manter os professores informados aos serviços de
orientação educacional junto aos alunos,e quando esta atitude tiver sido
solicitada pelo professor deve informá-los das decisões tomadas ; esclarecer a
família quanto às finalidades e funcionamento do serviço de orientação
educacional; atrair os pais para a escola ; desenvolver trabalhos de integração
entre pais e escola, professores e pais e pais e filhos;desenvolver trabalhos
preventivos em relação a situações e dificuldades em relação aos alunos,
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promover condições que favoreçam o desenvolvimento do educando; organizar
dados referentes aos alunos;conquistar os alunos, sua confiança e cooperação,
ouvindo-os com paciência e atenção; ser firme quando necessário; desenvolver
atividades da realidade dos alunos, procurar assuntos atuais e de interesse dos
alunos fazendo integração junto às diversas disciplinas;
MIRIAM PAURA (1990), acrescenta dizendo que o compromisso do orientador
educacional é com a formação permanente no que diz respeito a valores,
atitudes, emoções e sentimentos, sempre discutindo, analisando e criticando.
O objetivo da Orientação Educacional, segundo FONTOURA (2008, p.291.)
[...]“ é exatamente o de ocupar-se com a personalidade do educando,
ajudando-o a resolver seus próprios problemas psicológicos e morais, bem
como a tomar uma posição ético-filosófica em face dos problemas no mundo e
da sua comunidade”.
REGINA GARCIA (1995), acrescenta que os objetivos gerais do orientador
educacional no âmbito escolar seriam: Favorecimento de um ambiente propício
ao desenvolvimento total do educando; Coordenar juntamente com a equipe
docente na verificação; Avaliação e orientação no processo de avanço nas
dificuldades de aprendizagem; Identificar a área prioritária no trabalho da
escola para aproximação da família;
Especificamente a orientação educacional deve, Preparar o aluno para a vida
social; Estimular cognitivamente o aluno; Acrescento que não podemos
esquecer dos aspectos afetivos, tão necessários para integração do indivíduo
na sociedade, tendo o motor também relevância para crescimento do ser.
Como já ressaltado e descrito acima a função do orientador educacional é
longa e de difícil realização sem a ajuda da escola, família e alunos.
Além dos objetivos descritos acima que o orientador deve realizar na escola
também participa do processo do planejamento curricular da escola, assim
como sua realização, elaboração do plano da escola e atividades da orientação
educacional visando a integração da família e escola, o cronograma da escola,
entre outras funções de auxilio a administração escola.
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Na avaliação, segundo GIACAGLIA e PENTEADO (2000, p. 34), é papel do orientador educacional, adequar os resultados do processo ensino /aprendizagem aos objetivos educacionais, identificar com os professores e com a Supervisão Pedagógica as causas do baixo rendimento escolar dos educandos, constatar os resultados do plano de atividades do setor ao qual pertence, esclarecer para a comunidade e, em especial, para os pais dos alunos, sobre os programas de ensino (o porquê e a importância do que se foi trabalhado), estabelecer critérios para um bom desempenho dos outros setores da instituição educacional e obter a produtividade da escola como um todo e não de uma maneira isolada.
O orientador educacional segundo, GIACAGLIA e PENTEADO(2000) , à
medida que aumenta os anos de trabalho em determinada escola, sua atuação
é muito preciosa e valiosa, pois já adquiriu confiança da equipe que trabalha,
comunidade, tendo também maior conhecimento dos problemas e dificuldades
da realidade, tendo que aprofundar seu conhecimento, pesquisa e diversas
estratégias para alcançar seus objetivos.
Destacamos nesse contexto de tantas funções que o orientador educacional
deve exercer na escola, que a remuneração do mesmo é semelhante à do
professor, tendo o professor de sala de aula que seguir um currículo preparado
para sua turma, e o orientador educacional não possui um currículo a seguir
tendo que estar com suas funções voltadas à formação permanente dos alunos.
Podemos dizer que o orientador educacional é um técnico, pois pesquisa,
diagnostica possibilidades profissionais e utiliza valiosos instrumentos para
investigação. Um educador também seria um adjetivo para o orientador, pois
atua preventivamente, promove atividades de integração consigo mesmo e
com o grupo; mas acima de tudo é uma pessoa, ser humano e com todos os
seus problemas e defeitos é indispensável no processo de educar.
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CAPÍTULO II
AS NECESSIDADES DOS ALUNOS DE EDUCAÇÃO INFANTIL
A Educação infantil é a fase mais importante do desenvolvimento do ser
humana, fase essa onde acontece sua estruturação como pessoa. Segundo as
teorias de Piaget, a criança é um ser dinâmico onde interage a todo o momento
com a realidade e é através dessa interação que constrói suas estruturas
mentais. Considera que o processo de desenvolvimento é influenciado por
fatores tais como: maturação, que seria o crescimento biológico dos órgãos,
exercitação, ou seja, formas de estimular os órgãos, aprendizagem social e
equilibração.
Piaget ainda criou os períodos de desenvolvimento das crianças, abordamos
apenas a fase da educação infantil, que é dividida em período sensório motor,
fase de 0 aos 24 meses das crianças e período pré-operatório de 2 aos 7
anos. Na primeira fase a criança reage apenas por reflexos, mas de necessária
estimulação para seu desenvolvimento, na segunda fase a criança fantasia e
tende a repetir os estímulos se desenvolvendo assim para sua maturação
completa.
Essas observações nos comprovam que não é por acaso que desde sempre a
criança é defendida por leis e estudos, no presente estudo iremos relatar sobre
a Constituição Federal de 1988, Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional 9394/96 e Estatuto da Criança e Adolescente de 1990.
As leis citadas estabelecem e garantem a toda criança de zero a seis anos de
idade o direito a Educação Infantil em creches e pré-escolas.
A Constituição de 1988 doutrina a criança como sujeito de direito, legaliza e
define que os pais, a sociedade e o poder público têm que respeitar e garantir
os direitos das crianças definidos no artigo 227 que diz: É dever da família, da
sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta
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prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda a forma
de negligência, discriminação, exploração, violência e opressão.
O Estatuto da Criança e do Adolescente, lei federal n° 8.069/1990 (ECA)
explicita muito bem cada um dos direitos da criança e do adolescente bem
como os princípios norteadores às políticas de atendimento. Determina a
criação dos Conselhos da Criança e do adolescente e dos Conselhos Tutelares.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, LDB, regulamenta em seu artigo 29
da educação básica, e que tem como finalidade o desenvolvimento integral da
criança até os seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológico,
intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
TAFFAREL (2009), ressalta que a educação infantil surgiu como uma
instituição assistencial que vinha com o objetivo de suprir as necessidades da
criança e de ocupar, em muitos aspectos, o lugar da família, e foi um produto
da revolução industrial.
Sabemos que as primeiras relações sociais da criança ocorrem na família. É
desta relação familiar que surgem as primeiras regras de convívio social. Mas,
é na escola que a criança tem a chance de ampliar seus relacionamentos. Os
jogos e as brincadeiras na educação infantil devem fazer parte das propostas
de trabalho do professor. São fundamentais para o desenvolvimento da criança
e de sua aprendizagem. Através da brincadeira a criança mostra como reflete,
como se organiza e desorganiza, como constrói, destrói e reconstrói o seu
mundo.
Piaget afirma que a escola deve partir dos esquemas de assimilação da
criança, propondo atividades desafiadoras que provoquem desequilíbrios e
reequilibrações sucessivas, promovendo assim a descoberta do conhecimento.
TAFFAREL, apud ZABALLA (1998), diz que a capacidade de uma pessoa para
se relacionar depende das experiências que vivem, e as instituições
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educacionais são um dos lugares preferenciais, nesta época, para se
estabelecer vínculos e relações que condicionam e definem as próprias
concepções pessoais sobre si mesmo e sobre os demais.
TAFFAREL (2009) acrescenta, a creche/ pré-escola, que possuir bom
planejamento pedagógico, que visualize a educação infantil como uma
possibilidade de aprendizagem e fonte de capacitação de um ser humano mais
questionador, mais participativo e mais ciente de sua cidadania, com certeza
será de grande valia na formação de uma sociedade mais capaz.
Wallon, grande estudioso do desenvolvimento da personalidade da
criança, dividiu o estágio de sua personalidade em três períodos. O primeiro
período seria da negação, período até os 3 anos,onde a criança precisa se
auto afirmar, impõe sua vontade e luta para prevalecer sua opinião.
O segundo estágio é o da graça, sendo observado por volta dos quatro anos de
idade, a criança quer ser admirada, chamar a atenção é o seu prazer, tendo
como objetivo nessa fase é o de aprovação dos demais.
O terceiro período é o da imitação, por volta dos 5 anos, manifestado pelo
gosto por imitar.
Wallon orienta o professor que o mesmo deve observar que sua figura
geralmente desperta o desejo de identificação no aluno, devendo estar
consciente de tal fato para estabelecer sua conduta.
Para WALLON (1939), a criança entende a imitação como uma necessidade
de identificar-se com a realidade percebida para identificá-la melhor.
“A escola pode estimular o desenvolvimento de valores saudáveis nas interações, tais como a cooperação, a solidariedade, o companheirismo e o coletivismo. As atividades em grupo devem alternar-se com atividades individuais fazendo assim uso das alternâncias comuns nesse estágio para promover o desenvolvimento de mais recursos de personalidade”. (WALLON, 1989, p.230).
Para ressaltar ainda mais a importância da escola, Piaget afirma que a mesma
deve partir dos esquemas de assimilação da criança, propondo atividades
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desafiadoras que provoquem desequilíbrios e reequilibrações sucessivas, promovendo
assim a descoberta do conhecimento.
Kishimoto (2002) Em seus estudos enfatiza que a linguagem nas crianças
abaixo de 6 anos desenvolve-se nas “situações de cotidiano, quando a criança
desenha, pinta, observa uma flor, assiste a um vídeo, brinca de faz de conta,
manipula um brinquedo, explora a areia, coleciona pedrinhas, sementes,
conversa com amigos ou com o próprio professor”, caracterizando a forma com
que a criança constrói conhecimento através de experiências ampliadas.
TIBA (2002), nos fala que a escola não é a única responsável pela formação
da personalidade da criança, a escola apenas complementa o papel da família
e por lidar com grande número de aluno tem mais facilidade para perceber as
dificuldades que a criança apresenta até aquelas que os pais ainda não
conseguiram observar e avaliar.
A família na formação da criança é muito relevante para seu desenvolvimento e
estruturação, pois faz parte da função da família a transmissão de valores, mas
sabemos que hoje muitas famílias estão desestruturadas, o desequilíbrio
familiar acontece em virtude de várias situações, seja separação dos pais,
desemprego, o convívio de crianças com duas famílias, a falta de presença
diária dos pais, ou seja, com a desarmonia da família a escola fica incumbida
de mais uma função.
A qualidade da Educação Infantil depende, cada vez mais, da parceria entre a
escola e a família. Abrir canais de comunicação, respeitar e acolher os saberes
dos pais e ajudar-se mutuamente. Eis algumas ações em que as únicas
beneficiadas são as nossas crianças pequenas. (Carraro, 2006)
MORAES (1994), afirma que o futuro bem sucedido de uma criança depende
de suas condições de vida durante a infância, principalmente de boa relação
afetiva entre os pais.
A família quando apóia a criança, ela se sente mais segura e assim amadurece.
A família e a escola devem caminhar juntas, para que haja um aprendizado
mútuo.
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FONTOURA relata que, Em todo tempo, família e escola se completam , por outro lado, o carinho da família, o cuidado materno é insubstituível [...] a melhor organização educacional não vale o amor de uma mãe. Razão por que a criança não deve ser totalmente entregue à escola [...] Nem por isso deve a família desinteressar-se desde então da educação da criança, mas ao contrario, deve observar, acompanhar e completar a tarefa da escola, agindo de comum acordo com ela. (1970, p. 285)
Além das leis que amparam as crianças, a importância da escola em sua
formação como demonstramos em alguns tópicos acima, dos professores que
devem estar atentos aos seus objetivos em relação aos seus alunos, da escola
em cumprir seu papel, dos pais na formação de seus filhos, as mesmas
possuem diversas necessidades para seu desenvolvimento completo;
Brincar, se socializar, chorar, ter carinho, atenção, respeito e saúde, são
também direitos que não podem ser negados ou esquecidos para que assim
haja um bom desenvolvimento da criança, seja físico, emocional ou cognitivo.
Brincar na educação infantil não é apenas importante e sim necessário
para a criança nessa fase, pois é uma das formas mais complexas que a
criança tem de comunicar-se consigo mesma e com o mundo. Cada dia mais
confirmado está o benefício do brincar, as brincadeiras tradicionais tão
esquecidas estão sendo relembradas e valorizadas pelos educadores e pais,
os materiais lúdicos comercializados pela indústria também são importantes
para estimulação das crianças, sendo que não podemos utilizá-los apenas
como forma de entreter, estimular ou mantermos as crianças dentro de casa
perto de nossas vistas, é necessário que as crianças brinquem livremente, são
muitas emoções geradas no ato de brincar, prazeres que estimulam seu
desenvolvimento. Brincar livremente exige gasto de energia, manutenção do
equilíbrio, controle sobre a agressividade, acontece diversas experimentações
necessárias para o aprendizado, desenvolve a afetividade, o companheirismo
tão esquecido nessa sociedade tão individualista, acontece a realização
simbólica dos desejos, a repetição das brincadeiras que permitem superar as
dificuldades individuais, entre outros.
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Quando nos referimos ao jogo podemos analisar que o mesmo carrega em si
um significado muito abrangente, ou seja, o jogo é desafiador é construtivo e
pressupõe uma ação do indivíduo sobre a realidade. É carregado de
simbolismo e reforça a motivação e possibilita a criação de novas ações e o
sistema de regras, que definem a perda ou o ganho. Como já relatado
necessário para o convívio do ser na sociedade.A perda no jogo muitas vezes
pode ocasionar sentimentos de frustração, insegurança, rebeldia ou angústia.
Mas esses sentimentos devem ser explorados na criança para que possam ser
trabalhados principalmente na escola, para que não se perpetuem
impossibilitando assim que a criança tenha frustrações e não saibam como
lidar e não consiga viver em sociedade. A brincadeira é a atividade mais típica
da vida humana, por proporcionar alegria, liberdade e contentamento. É a ação
que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo e ao mergulhar na
ação lúdica.
BROUGÉRE (1998) diz que os jogos e brinquedos são meios que ajudam a
criança a penetrar em sua própria vida tanto como na natureza e no universo.
O mesmo autor ressalta ainda sobre o jogo que, o mundo do tempo livre das
crianças, especialmente de seus jogos é cheio de sentido e significações, e é
simbólico. Ou seja, a criança, ao brincar, transfere ou transforma suas ações
(simbólicas) para o mundo real.
Tanto Wallon, Freud e Piaget, que não podemos deixar de ressaltar, são
os maiores nomes no estudo da criança e seu desenvolvimento, utilizaram o
jogo e afirmaram ser indispensáveis no processo de desenvolvimento da
criança.
Para KISHIMOTO (1997), a descoberta da infância se dá a partir da associação
da criança ao ato de brincar. E NICOLAU (1988, p.78), afirma que :
“Brincar não constitui perda de tempo, nem é simplesmente uma forma de preencher o tempo (...) O brinquedo possibilita o desenvolvimento integral da criança, já que ela se envolve afetivamente e opera mentalmente, tudo isso de maneira envolvente, em que a criança imagina, constrói conhecimento
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e cria alternativas para resolver os imprevistos que surgem no ato de brincar” .
Durante toda a vida o ser humano passa por grandes transformações, seja
social, econômica, física, emocional, e é necessário que o mesmo esteja
preparado para saber lidar com as diversas situações, e é na fase da educação
infantil que a criança vai se estruturando para tornar-se um adulto capaz de
resolver todos os seus problemas e frustrações.
Podemos comparar o ser humano com uma planta que precisa ter raízes
fortes para enfrentar as ventanias e tempestades do futuro. E só uma boa
estruturação na fase da educação infantil pode proporcionar o ser humano um
bom crescimento e desenvolvimento que o acompanhará para toda vida.
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CAPÍTULO III
ATUAÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NO
DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS DE EDUCAÇÃO
INFANTIL
O orientador educacional como observamos nos capítulos anteriores é
um profissional que outrora não era reconhecido pela comunidade da escola,
seja pela sua função que não era reconhecida e conhecida nas escolas ou não
difundida, mais sendo de total relevância para o funcionamento das mesmas.
Descrevemos sobre a função do orientador educacional e as
necessidades dos alunos da educação infantil, agora demonstraremos como o
orientador educacional pode ajudar no desenvolvimento dos alunos da
educação infantil.
E para que o orientador educacional desenvolva seu trabalho de maneira que
alcance os objetivos de todos, seja orientador, escola, professor, alunos e pais
é necessário entender melhor sobre a palavra ensinar; PAULO FREIRE (1996),
em seu livro pedagogia da autonomia nos relata nos seus capítulos que ensinar
exige pesquisa, rigorosidade metódica, respeito aos saberes dos educandos,
criticidade, estética, ética, risco, aceitação, entre outras exigências que o autor
relata serem necessárias para ensinar. E o mesmo autor nos ensina que
ensinar não é transmitir conteúdos, mas criar a possibilidade para a sua própria
produção. Ou seja, o orientador educacional no âmbito escolar deve antes de
acompanhar os alunos da educação infantil no seu processo de
desenvolvimento deve analisar a realidade dos mesmos, ter bom senso no seu
trabalho e acima de tudo amor para que os ensinamentos do mestre Paulo
Freire não sejam apenas palavras bonitas em meio à realidade da escola e
realização de seu trabalho.
CABRAL E PIMENTA (2005), ressaltam que o trabalho do orientador
educacional com a educação infantil pode ser feito individualmente ou em
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grupo sempre trabalhando questões referentes à formação global dos alunos.
Os mesmos autores relatam que na educação infantil o orientador educacional
deve preocupar-se com o desenvolvimento psicomotor dos alunos, na
preparação da alfabetização e socialização dos mesmos.
O orientador educacional deve trabalhar juntamente com o professor de
educação infantil e estarem sempre atentos aos seus alunos, pois pode haver
dias que os discentes podem chegar na escola de uma forma e dependendo
dos fatos ocorridos durante o tempo em passou em casa, no outro dia chegam
de outra,(seja no aspecto físico como emocional), isso influencia muito o
processo de ensino aprendizagem, ou seja, os profissionais devem observar
seus alunos, saber ouvi-los e, a partir desses dados, planejar e flexibilizar as
atividades a serem realizadas no seu dia a dia. Precisa ter consciência de que
tudo o que é feito em sala de aula incide, em maior ou menor grau, na
formação de seus alunos. A maneira de organizar a aula, os tipos de incentivo,
as expectativas que têm, os materiais utilizados, cada uma dessas decisões
transmite experiências educativas.
O Orientação Educacional não deve esquecer-se de estimular ao
máximo a iniciativa do educando, principalmente, através de atividades
extraclasse, empenhando-a na realização com verdadeiro engajamento, que
ajudará na explicitação de suas virtualidades, na conquista da autoconfiança e
na revelação de suas capacidades de liderança
A educação infantil deve ser vista como um espaço e tempo que os alunos
irão aprender brincando e se socializando, é a oportunidade das crianças
viverem com outras crianças não é preciso estipular regras ou modelos a
serem aprendidos.
Cabe ao professor e orientador sempre considerar os valores e
princípios presentes na realidade da criança, da sociedade, da educação que
recebem em casa e a cultura que lhes são transmitidos, só através dessa
contextualização que o orientador educacional pode ser considerado como um
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educador crítico, reflexivo, pesquisador, criativo e comprometido com sua
responsabilidade na educação infantil.
Segundo Kroth (2008), Em toda a ação do Orientador Educacional é
necessária uma reflexão contínua sobre a realidade que o cerca,
possibilitando-lhe um posicionamento profissional mais adequado. Ter sempre
presente em suas atividades os princípios que servem de suporte ao processo
de orientação, levando-o a uma ação mais consistente e coerente.
Relatamos anteriormente sobre um grande estudioso da educação que foi
Paulo Freire. Na história da educação há alguns nomes de estudiosos
renomados que o orientador pode estar buscando aprendizado para melhor
desenvolvimento de sua função. Um dos imortais na educação seria Vygotsky
que comprovou que as crianças necessitam que outras pessoas mais
experientes estejam perto delas para que as mesmas aprendam, essa teoria é
conhecida como zona de desenvolvimento proximal. Para Vygotsky o
pensamento humano só é constituído através da linguagem pois só quando a
mesma é iniciada pela criança no seu processo de desenvolvimento que o
pensamento torna-se segundo ele verbal e a fala racional.
Vygotsky nos ensina que a linguagem, além da função de comunicação, é
constitutiva do pensamento e exerce a função mediadora entre sujeito e objeto.
No estudo feito por vigotsky a zona de desenvolvimento proximal (ZPD), é
dividida em desenvolvimento real e desenvolvimento potencial. O
desenvolvimento real nos indica o nível de desenvolvimento das funções
mentais da criança, ou seja, nos mostra o que a criança consegue realizar por
si própria, sem auxílio dos adultos ou de crianças mais experientes. O
desenvolvimento potencial é tudo aquilo que uma criança ainda não consegue
realizar de forma independente, mas que realiza quando em colaboração com
outras pessoas mais experientes. Então podemos dizer que a zona de
desenvolvimento proximal indica a distância entre o desenvolvimento real e o
desenvolvimento potencial. E para que a criança atinja o desenvolvimento
potencial é necessário que se instaure um processo de colaboração e ajuda
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mútua com outros sujeitos, através de ações partilhadas na zona de
desenvolvimento proximal.
VIGOTSKY (1987) nos relata que: A criança, ao dispor da colaboração de
adultos e de crianças mais experientes, num espaço de interação e de
interlocução, pode, ao participar das atividades partilhadas, apresentar
comportamentos e habilidades que não seria capaz de manifestar sozinha, sem
o auxílio do outro. Essa concepção traz implicações decisivas para a prática
pedagógica e familiar com a criança: estar centrada no processo de interação
interlocução adulto criança e das crianças entre si. É, justamente, nas
atividades realizadas em colaboração e no esforço partilhado que a criança se
apropria das habilidades e conhecimentos culturais e escolares, ou seja, se
desenvolve culturalmente.
O que acabamos de entender foi que o orientador deve estar preparado para
melhor ajudar os alunos de educação infantil no seu processo de
desenvolvimento, deve saber dosar sua influência, não dando tanta informação
para a criança a ponto da mesma não sentir vontade nem prazer em descobrir,
nem ficar neutro, pois sua ajuda no processo de aprendizagem e troca de
conhecimentos é riquíssimo para crescimento da criança.
A atuação do orientador educacional no processo de desenvolvimento das
crianças de educação infantil influencia também a equipe pedagógica da escola,
o professor se sente mais seguro quando trabalha em conjunto de um
orientador que tem prazer na função que exerce, os alunos buscam mais,
querem cada vez mais aprender, os pais confiam na escola, a escola acredita
na educação e em equipe conseguem os objetivos que almejam que é um bom
processo no ensino e aprendizagem das crianças.
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CONCLUSÃO
Conclui-se ao realizar a pesquisa apresentada que o orientador
educacional é imprensidivel para o funcionamento da escola e educação infantil;
Sua responsabilidade e funções são inúmeras e sempre realizadas em
conjunto com outras pessoas da equipe pedagógica da escola, tendo que o
mesmo manter sempre um bom relacionamento com todos, ser bem
comunicativo, flexível e dinamizador.
Observa-se no estudo que a educação infantil, os professores da unidade
escolar, o pessoal da parte administrativa, apoio, pais e alunos contam com o
orientador educacional em todos os momentos na escola sejam desde festas a
problemas a resolver. É responsável por todas decisões tomadas na mesma.
Como já dito, o orientador educacional é de total relevância no contexto escolar,
sendo que não pode resolver tudo e solucionar todos os problemas sozinho, é
necessário que toda equipe da escola esteja trabalhando juntos, analisem,
estudem os problemas, soluções e em equipe façam o melhor para assegurar a
criança um ambiente escolar saudável e aprendizado harmônico.
O orientador educacional deve estar sempre com ótima auto-estima, confiança
na sua capacidade, disposição para enfrentar tantos problemas sociais que
caem sobre a escola para resolver e acima de tudo dedicação e amor pois a
educação é um processo dinâmico e a longo prazo, não temos respostas
imediatas, temos que acreditar e trabalhar para que nossa vocação e
responsabilidade seja feita com prazer e satisfação.
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