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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ
FACULDADE CEARENSE
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
ROSIELI ALMEIDA RIBEIRO
O PROCESSO DE TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL E A
DISCUSSÃO DAS SUAS ATRIBUIÇÕES A PARTIR DA
REALIDADE DAS ASSISTENTES SOCIAIS DO HOSPITAL
DISTRITAL GONZAGA MOTA DE MESSEJANA (HDGMM)
FORTALEZA
2014
ROSIELI ALMEIDA RIBEIRO
O PROCESSO DE TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL E A
DISCUSSÃO DAS SUAS ATRIBUIÇÕES A PARTIR DA
REALIDADE DAS ASSISTENTES SOCIAIS DO HOSPITAL
DISTRITAL GONZAGA MOTA DE MESSEJANA (HDGMM)
Monografia submetida à aprovação da Coordenação do
Curso de Serviço Social do Centro de Ensino Superior
do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau
de Graduação. Sob a orientação de Ana Paula Silveira
de Morais Vasconcelos.
FORTALEZA
2014
Bibliotecário Marksuel Mariz de Lima CRB-3/1274
R484p Ribeiro, Rosieli Almeida
O processo de trabalho do Serviço Social e a discussão das
suas atribuições a partir da realidade das Assistentes Sociais do
hospital distrital Gonzaga Mota de Messejana (HDGMM) /
Rosieli Almeida Ribeiro. Fortaleza – 2014.
72f. Orientador: Prof.ª Ana Paula Silveira de Morais Vasconcelos.
Trabalho de Conclusão de curso (graduação) – Faculdade
Cearense, Curso de Serviço Social, 2014.
1. Assistência social. 2. Serviço Social. 3. Saúde. I.
Vasconcelos, Ana Paula Silveira de Morais. II. Título
CDU 36:614
Quero dedicar este trabalho a minha Mãe,
Roselia pelo amor, dedicação, ensinamentos,
pelo apoio incondicional em todos os
momentos da minha vida e por me fazer
acreditar que tudo é possível, basta seguir
nossos sonhos. Amo você.
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, a Deus pela vida, pela sabedoria, por todas as
minhas conquistas pessoais, pela força e determinação que me deu para
continuar. E também por ter colocado em meu caminho pessoas tão especiais,
que não mediram esforços em me ajudar durante a realização desta
Graduação. A estas pessoas esternos e sinceros agradecimentos.
À minha mãe e familiares (irmãs, tios, primos), que demonstraram a cada gesto
e ação que eu não poderia desistir do meu sonho. Quero ressaltar e destacar
meu agradecimento à minha avó Maria pela as palavras de apoio nos
momentos difíceis, essas pessoas foram fundamental na execução deste
trabalho.
À minha orientadora Ana Paula Silveira de Morais Vasconcelos, por suas
orientações, seu profissionalismo, sua competência, seu incentivo, sua
sabedoria, compreensão, seu carinho, sua paciência com que me tratou nesse
período em que trabalhamos juntas.
As minhas amigas Camila, Rosana, Vera Lúcia, Waldiane e Yara que me
ajudaram em momentos com ações, palavras, pensamentos e orações... o meu
muito obrigada. Enfim, aos amigos, colegas e a todos aqueles que colaboram
direta ou indiretamente para que este trabalho acontecesse. Àqueles que
acreditaram em mim, muito obrigada!
Aos professores (as) que fizeram parte destes quatro anos de construção de
conhecimento acadêmico, com seus ensinamentos, contribuíram imensamente
para o desenvolvimento deste trabalho.
A todos que contribuíram para esse trabalho, agradeço imensamente.
Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível. Charles Chaplin
RESUMO
O presente estudo aborda como tema central o processo de trabalho do
Serviço Social e discute as atribuições desta categoria profissional a partir da
realidade vivida pelas Assistentes Sociais do Hospital Distrital Gonzaga Mota
de Messejana (HDGMM). Destacamos a importância de conhecer quais as
atribuições e competências do Serviço Social na saúde como forma de
demostra como a mesma está sendo exercida pelos/as profissionais na área da
saúde. Dito isto, tivemos como objetivos específicos Identificar quais as
atividades das Assistentes sociais junto aos usuários da unidade Hospitalar;
Distinguir entre as demandas postas aos/as assistentes sociais as que são
impostas pela instituição das que são privativas da categoria; Descrever
algumas possibilidades e desafios à atuação profissional identificados no
Hospital Distrital Gonzaga Mota de Messejana. Para o desenvolvimento desses
objetivos realizou-se pesquisa qualitativa de cunho exploratório, pois a mesma
contemplou os sujeitos envolvidos no processo, nos permitiu assim uma maior
apreensão da realidade das profissionais no seu campo de atuação e os seus
principais desafios e possibilidade de atuação na saúde. No seu
desenvolvimento realizamos estudo bibliográfico e documental, e a realização
de entrevistas, também utilizamos a resolução 466/2012 que trata do respeito
pela dignidade humana e pela proteção aos participantes das pesquisas
cientificas envolvendo seres humanos. Essa resolução está em conformidade
com os princípios fundamentais do Código de Ética do Assistente Social, e
para o fechamento da amostra usamos a técnica de saturação da amostragem.
As técnicas utilizadas para a coleta de dados foram: a observação, entrevista,
os instrumentais utilizados para coleta de dados foram: e roteiros de entrevista
semiestruturada, gravador Sony, diário de campo. Importante ressaltar que
esse estudo teve respaldo no método dialético, analisando os dados a
pesquisa evidenciou que as Assistentes Sociais conhecem quais são suas
atribuições, mas também mostra a dificuldades de efetiva-las na saúde. A
pesquisa evidenciou que a equipe multiprofissional do Hospital não sabe qual o
verdadeiro papel do Serviço Social na instituição, bem como o que faz o
Assistente Social na saúde. Qual o seu verdadeiro papel na saúde.
Observamos que essas profissionais querem muito que suas atribuições sejam
reconhecidas pelo demais profissionais da instituição. Destacamos que esse
trabalho é de fundamental importância para o Serviço Social do Hospital, pois
possibilitara esclarecer o verdadeiro papel do Serviço Social na Saúde, bem
como deixar claro para os outros profissionais a importância das competências
e atribuições dessas profissionais na saúde. Desta forma convidamos a todos
para uma leitura prazerosa e cheia de novos conhecimentos a serem
estudados tanto por profissionais, professores e alunos que tenha interesse em
estudar essa temática.
Palavras – Chave: Assistência Social. Serviço Social e Saúde
RESUMEN
El presente estudio se centra en el tema central del proceso de trabajo y
discute las tareas de trabajo social esta categoría profesional de la realidad que
viven los trabajadores sociales de Distrito del Hospital Gonzaga Mota
Messejana ( HDGMM ) . Hacemos hincapié en la importancia de conocer qué
competencias y misiones de trabajo social en la atención de la salud como una
manera demuestra la forma en que se ejerce por los / profesional en el cuidado
de la salud . Dicho esto , hemos tenido objetivos específicos identificar qué
actividades de los trabajadores sociales disponibles para los usuarios de la
unidad hospitalaria ; distinguir entre las peticiones hechas a los trabajadores
sociales / que son impuestas por la institución de los cuales son de categoría
privada ; describir algunas posibilidades y retos para actividades profesionales
identificados en el hospital de Distrito Gonzaga Mota Messejana . Para el
desarrollo de estos objetivos celebradas investigación exploratoria cualitativa ,
porque incluía los sujetos involucrados en el proceso , lo que nos permite una
mayor comprensión de la realidad de los profesionales en su campo y sus
principales retos y posible acción sobre la salud . En su desarrollo se realizó
estudio bibliográfico y documental, y entrevistas , también utilizamos la
resolución 466/2012 que trata sobre el respeto de la dignidad humana y la
protección a los participantes de la investigación científica con seres humanos .
Esta resolución es coherente con los principios fundamentales del Código de
Ética de la trabajadora social, y para el cierre de la muestra se utilizó la técnica
de muestreo de saturación. Las técnicas utilizadas para la recolección de datos
fueron: la observación, la entrevista, los instrumentos utilizados para la
recolección de datos fueron entrevistas semi -estructuradas y guiones de cine ,
grabadora de Sony , el diario de campo. Es importante destacar que este
estudio apoya el método dialéctico , el análisis de los datos de la investigación
mostraron que los trabajadores sociales saben cuáles son sus tareas, sino que
también muestra las dificultades de la salud eficaz en ellos. La investigación
demostró que el equipo multidisciplinario del Hospital no sé cuál es el
verdadero papel del trabajo social en la institución, así como lo que hace que la
salud del trabajador social . ¿Cuál es su papel real en la salud. Hemos
observado que estos profesionales realmente quieren que sus asignaciones
son reconocidos por otros profesionales en la institución. Hacemos hincapié en
que este trabajo es de fundamental importancia para el Servicio Social del
Hospital, le había permitido aclarar el verdadero papel del Trabajo Social en
Salud , así como dejar claro a los demás la importancia de las competencias
profesionales y las responsabilidades de estos profesionales de la salud . Por
lo tanto invitamos a todos a leer una placentera y llena de nuevos
conocimientos para ser estudiado por los profesionales, profesores y
estudiantes con interés en el estudio de este tema.
Palabras - clave : Assistência Social Salud y Servicios Sociales
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CAP’s Caixas de Aposentadorias e Pensões
CEBES Centro Brasileiro de Estudos de Saúde
CFESS Conselho Federal
CNS Conselho Nacional da saúde
DNCR Departamento Nacional da Criança
FUNRURAL Fundo de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural
HDGMM Hospital Distrital Gonzaga Mota de Messejana
IAP’s Instituto de Aposentadorias e Pensões
INAMPS Instituto Nacional de Assistência da Previdência Social
INPS Instituto Nacional de Previdência Social
IJF Instituto Doutor Jose Frota
LOS Lei Orgânica da Saúde
MS Ministério da Saúde
OMS Organização Mundial de Saúde
PNH Política Nacional da Humanização
PAISM Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher
PMI Programa Materno-Infantil
SUS Sistema único de saúde
SMS Secretaria Municipal de Saúde
SER Secretaria Executiva Regional
SINPAS Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social
SPA Serviço de Pronto Atendimento
SAME Serviço de Arquivo Médico e Estatístico
SAE Serviço de Atendimento Especializado
TCLE Termo de Consentimento Livre Esclarecido
TCC Trabalho de conclusão de Curso
UPA Unidade de pronto atendimento
SUMÁRIO
1-INTRODUÇÃO..........................................................................................12
1.1 Percursos metodológico.........................................................................15
2- HISTÓRIA DA SAÚDE NO BRASIL E ATENÇÃO SECUNDÁRIA E MARTENO – INFANTIL................................................................................19
2.1 Um Breve contexto histórico da Saúde no Brasil....................................23
2.2 História do Movimento de Reforma Sanitária e o SUS..........................23
2.3 Organização do SUS em nível de atenção............................................26
2.3.1 Atenção secundária- Hospitalar...........................................................26
2.4 Assistência Materno Infantil no Brasil.....................................................28
3. SERVIÇO SOCIAL E SAÚDE UMA HISTÓRIA MARCADA PELA AS TRANFORMAÇOES DA PROFISSÃO E A PRECARIZAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO DAS/OS ASSISTENTE SOCIAL.........................................34
3.1 Serviço Social e trabalho........................................................................34
3.2- Um breve histórico do serviço social e a aproximação com a área da saúde.............................................................................................................34
3.3 Atuação do assistente social na saúde..................................................42
4- O SERVIÇO SOCIAL NO GONZAGUINHA DE MESSEJANA.................48
4.1 Breve Contexto Histórico da Instituição...............................................48
4-2 O processo de trabalho do serviço social e a discussão das suas
atribuições a partir da realidade das assistentes sociais do Hospital Distrital
Gonzaga Mota de Messejana (HDGMM) ....................................................49
CONSIDERAÇÃOES FINAIS ....................................................................67
REFERÊNCIAS...................................................................................................... 69
12
1 INTRODUÇÃO
O Assistente Social enfrenta na atualidade o desafio de não ser apenas
um profissional executivo, mas que ultrapasse os limites das atividades
burocráticas e tarefas estabelecidas. De acordo com Iamamoto (2005, p. 20),
os assistentes sociais devem ser profissionais propositivos em sintonia com as
demandas sociais da realidade na qual se inserem.
A motivação para realização desse Trabalho de Conclusão de Curso
(TCC) deu-se em dois momentos. O primeiro foi a disciplina de Serviço Social
na Área da Saúde no sexto semestre, e o segundo foi o estagio supervisionado
em Serviço Social realizado no Hospital Distrital Gonzaga Mota de Messejana
(HDGMM) regional VI – Fortaleza.
O foco principal desta pesquisa foi realizar um estudo que identificasse a
partir da realidade do Hospital Distrital Gonzaga mota de Messejana (HDGMM)
como se forja o processo de trabalho do Assistente Social e quais as suas
atribuições. Nosso interesse ocorre acerca da curiosidade sobre as
intervenções do Serviço Social na área da saúde, levando em considerações
suas competências e atribuições. Desta forma segundo CFESS (2012):
―Para pensar as competências e atribuições do assistente social é necessário lançar o olhar para o momento particular de mudanças no padrão de acumulação e regulação social, nos marcos da chamada globalização da produção dos mercados e dos bens culturais, que vêm provocando profundas alterações na produção de bens e serviços. Desta forma as relações de trabalho tendem a ser desregulamentadas e flexibilizadas. Verificando assim uma ampla retração dos recursos institucionais para acionar a defesa dos direitos e dos rateios de acessá-los (p.39-40).‖
Para entendemos a inserção do serviço social na saúde é preciso
recuperar os marcos históricos advindos do confronto de dois grandes projetos
em disputa: o projeto de reforma sanitária e o projeto privatista. Segundo Bravo
(1999) & Matos (2000).
―Esses dois grandes projetos societários têm repercussões nas
diversas áreas das politicas sociais. Na saúde, destacam-se o projeto
de reforma sanitária construído na década de 1980 e inscrito na
constituição Brasileira de 1988, e o projeto privatista de saúde
13
articulado ao mercado hegemônico na segunda metade da década de
1990. O projeto de reforma sanitária, constituído na década de 1980,
teve como uma de suas estratégias o Sistema Único de Saúde
(SUS), foi fruto de lutas e mobilização dos profissionais de saúde,
articulados ao movimento popular (p. 197-199).‖
Desta forma, podemos destacar que o trabalho do assistente social na
saúde passou por vários processos que segundo Lessa (2003, p. 66).
―Incide na dinâmica do processo de trabalho coletivo no campo da
política de saúde, [...] está intrinsecamente relacionado às condições
históricas a partir das quais se desenvolve a política de saúde, à
dinâmica do trabalho coletivo, sendo constituído um complexo teórico,
prático, político e cultural (p. 66).‖
Diante da atual conjuntura da sociedade capitalista, o serviço social atua
no contexto das diversas expressões da questão social. Os assistentes sociais
trabalham com a questão social no seu cotidiano, tal expressão se apresenta
em diferentes formas como na área habitacional, saúde, criança e adolescente
entre outras. Segundo Iamamoto (2008):
―É nesta tensão entre produção da desigualdade e produção da rebeldia e da resistência, que trabalham os assistentes sociais, situados nesse terreno movidos por interesses sociais distintos, aos quais não é possível abstrair ou deles fugir porque tecem a vida em sociedade. (p.20).‖
Nesta perspectiva, entendemos que são várias as questões que
inquietam e desafiam os profissionais e estudantes no que permeiam toda a
estrutura da política de saúde pública no Brasil, é a partir dessa gama de
elementos que buscaremos identificar dentro do processo de trabalho do
serviço social as atribuições das/os assistentes sociais do Hospital Distrital
Gonzaga Mota de Messejana. Buscaremos compreender a totalidade dos fatos
e conhecer as principais dificuldades para atuação dos Assistentes Sociais na
referida instituição.
Levaremos em consideração todo arcabouço teórico presente nesta
formação, é importante salientar que a relação entre teoria e prática
profissional deve estar sempre em sintonia com a atuação profissional para que
14
o assistente social não caia nas teias do senso comum, do conservadorismo e
do tecnicismo que estão engendrados na profissão desde sua gênese. Desta
forma destacamos que o assistente social é detentor de conhecimento teórico
que aliado com a prática possibilita que o profissional seja bem qualificado,
criativo e propositivo, podendo assim viabilizar respostas qualificadas as
demandas apresentadas pelos usuários. O presente trabalho tem como
objetivo geral Identificar a partir do processo de trabalho do Serviço Social as
atribuições das assistentes sociais no Hospital Distrital Gonzaga mota de
Messejana (HDGMM).
Como objetivos específicos, procuramos Identificar quais as atividades
das Assistentes sociais junto aos usuários da unidade Hospitalar; Distinguir
entre as demandas postas aos/as assistentes sociais as que são impostas pela
instituição das que são privativas da categoria; Descrever algumas
possibilidades e desafios à atuação profissional identificados no Hospital
Distrital Gonzaga Mota de Messejana.
Para darmos credibilidade à pesquisa foi necessário realizarmos uma
revisão de literatura que nos deram subsídios para compreender o objeto
pesquisado. Partimos do conceito da história da saúde no Brasil, segundo as
discussões dos autores Maria Inês Sousa Bravo e Jairnilson Silva Paim entre
outros autores que nos nortearão para o entendimento do objeto pesquisado.
Apresentamos também a categoria Serviço Social na Saúde através dos
estudos de Lessa e Bravo, e relacionamos essas discussões com a categoria
Questão Sociais através do discurso de Iamamoto.
Começamos os debates contextualizando um pouco dos determinantes
históricos da saúde no Brasil, na categoria serviço social na saúde enfatizamos
o processo de isenção do assistente social na saúde buscamos deixar claro
todo esse processo e suas determinantes históricos. Buscamos também deixar
claro como o Assistente Social trabalha com a questão social e qual o seu
papel no enfrentamento da pauperização, e a garantia dos direitos dos usuários
que se encontram nessa situação de vulnerabilidade social.
15
Desta forma, abordaremos essas categorias de forma mais abrangente
no decorrer dessa pesquisa. Para assim consideremos a relação dessas
categorias no trabalho cotidiano dos/as assistente social na área da saúde.
A política de saúde sofreu as influências de todo o contexto político-
social pelo qual o Brasil passou ao longo do tempo. Neste sentido a mesma
pode ser entendida como vários movimentos que sugiram como formas de
controlar, em principio, as epidemias que se espalhavam no Brasil na época.
Segundo Bravo (2009):
―No século XVIII, a assistência médica era pautada na filantropia e na
prática liberal. No século XIX, em decorrência das transformações econômicas e políticas, algumas iniciativas surgiram no campo da saúde pública, como a vigilância do exercício profissional e a realização de campanhas limitadas. No início do século XX, a saúde apresentava algumas formas de organização no setor saúde, que serão aprofundadas a partir de 1930. (p.89).‖
Ratificamos, que foi a partir do século XX que a saúde foi percebida
como expressão da questão social no Brasil, pois estava passando por várias
transformações tanto na área política como econômica. Percebemos também
que foi a partir da década 1930 que o estado passou a investir nas políticas
sociais surgindo assim às primeiras instituições voltadas para a saúde da
população. Salientamos que essa década bem como a década de 1945 foi de
fundamental importância para a gênese do serviço social no Brasil.
Após a Segunda Guerra Mundial, percebe-se que o poder público ao
invés de investir nos serviços públicos de modo a ampliá-los na sua
infraestrutura e nos seus serviços próprios de saúde passou a investir nas
instituições privadas de 1964 a 1967, dessa forma podemos dizer que o estado
passou a investir mais na saúde, fazendo com que houvesse a privatização dos
serviços prestados aos segurando da previdência. Esse processo se
intensificou nos governos militares, pois a privatização dos serviços estava
associando a corrupção. Esta política ficou conhecida com privatização, e foi
intensificada no período da ditatura militar.
16
Durante a década de 1980, podemos destacar um fato marcante para a
discursões sobre a politica de saúde no Brasil, esse fato foi a 8ᵃ Conferência
Nacional de Saúde, realizada em março de 1986, em Brasília - Distrito Federal.
Que tinha como objetivo propor a Reforma sanitária e um Sistema Único de
Saúde. Desta forma cria-se um modelo de saúde pública, conhecido como
Sistema Único de Saúde (SUS), fruto da luta dos profissionais da saúde e da
sociedade civil.
E nesse contexto da década de 1990 que foram e são caracterizadas o
governo neoliberal, permanecendo assim até os dias atuais. Salientamos que o
governo neoliberal provoca a decadência dos direitos sociais conquistados pela
sociedade civil, desta forma as políticas sociais se tornam cada vez mais
focalizadas, fazendo como que houvesse a retratação por parte do Estado em
manter os direitos conquistados pela população.
E através desse contexto que o assistente social se insere tendo em sua
gênese marcada no primeiro momento por as damas da caridade, depois foi
evoluindo até chegamos status de profissão. Atualmente a profissão tem
formado cada vez mais assistentes sociais com intuito de propor, de criar e
intervir na realidade da sociedade contemporânea.
É com essa perspectiva que o trabalho do assistente social se dar
através de suas competências e atribuições específicas, além de sua
capacidade de critica da realidade. Desta forma passa a assumir uma postura
de trabalho em defesa dos direitos da sociedade.
1.1 PERCURSOS METODOLÓGICOS
Tivemos como campo de pesquisa o Hospital Distrital Gonzaga Mota de
Messejana- Gonzaguinha de Messejana, localizado no Bairro de Messejana no
município de Fortaleza-Ceará. Pertence a SER-VI (Secretaria Executiva
Regional). O hospital é caracterizado como unidade de atenção secundária e
assistência materno-infantil.
17
A pesquisa foi desenvolvida junto ao corpo técnico do Serviço Social da
referida instituição que é composto por 24(Vinte e quatro) Assistentes Sociais,
a quantidade de entrevistas a ser realizadas foi definida por saturação da
amostragem. Segundo Fontanella et al (2008),
―É uma ferramenta conceitual frequentemente empregada nos relatórios de investigação qualitativos em diferentes áreas no campo da saúde, entre outros. É usada para estabelecer ou fechar o tamanho final de uma amostra em estudo, interrompendo a captação de novos componentes. Em outras palavras amostragem por Saturação porque o pesquisador fecha o grupo quando, após as informações coletadas com certo número de sujeitos, novas entrevistas passam a apresentar uma quantidade de repetições em seu conteúdo (p.17.).‖
Para melhor compreendermos a realidade estuda, optamos pela
aproximação como o método dialético, compreendemos que o mesmo nos
levara para uma maior aproximação com a dinamicidade e com a contradição e
o movimento da realidade, nos permitindo assim uma reflexão dos elementos
que dialogam entre si. Conforme Demo (1987). A dialética seria a metodologia
específica das ciências sócias, porque vê na história não somente o fluxo das
coisas, mas igualmente a principal origem explicativa. Neste sentido,
consideramos indispensável o uso do método dialético na nossa pesquisa, pois
o mesmo nos permitira uma visão mais ampla da realidade estuda (p.21).
Na busca de uma maior apreensão da realidade proposta nessa
pesquisa, seguimos com a trajetória metodológica a abordagem qualitativa, a
partir da qual poderemos trabalhar como a realidade subjetiva a qual não pode
ser qualificada. De acordo com Goldemberg (2009, p. 63), Os métodos
qualitativos poderão observar, diretamente, como cada individuo grupo ou
instituição experimenta, concretamente, a realidade pesquisada.
A pesquisa qualitativa nos permite analisar a realidade do ambiente
pesquisado e nos possibilitou uma maior exatidão do movimento cotidiano do
profissional de Serviço Social.
18
A coleta de dados foi realizada em Dezembro de 2013, nas
dependências do Hospital Distrital Gonzaga Mota de Messejana, através da
aplicação de entrevista semi-estruturadas com as assistentes sociais da
referida instituição. Que de acordo com Minayo (1994, p. 57) a entrevista é o
procedimento mais usual no trabalho de campo.
Todas as entrevistas foram gravadas e transcritas de forma integral, logo
após foi realizado a leitura cada depoimento, procuramos identificar os
aspectos mais significativos sobre a temática de interesse. Levamos em
consideração todos os discursos que divergem e convergem fazendo assim
uma comparação entre as respostas das assistentes sociais sobre a temática
proposta. Esse processo também auxiliar na percepção de saturação da
amostra.
Todas as assistentes sociais que participaram da pesquisa foram
convidadas e assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecimento,
após leitura do mesmo. O TCLE é um documento no qual é explicitado o
consentimento livre e esclarecido do participante e/ou de seu responsável
legal, de forma escrita, devendo conter todas as informações necessárias, em
linguagem clara e objetiva, de fácil entendimento, para o mais completo
esclarecimento sobre a pesquisa a qual se propõe participar.
Usamos a resolução 466/2012 que trata do respeito pela dignidade
humana em pesquisa envolvendo seres humanos, que trata sob a ótica do
indivíduo e das coletividades, referenciais da bioética, tais como, autonomia,
não maleficência, beneficência, justiça e equidade, dentre outros, e visa a
assegurar os direitos e deveres que dizem respeito aos participantes da
pesquisa, a comunidade cientifica e ao estado. Desta forma a resolução estará
em conformidade com os princípios fundamentais do código de ética do
assistente social.
Enquanto a eticidade da pesquisa foram respeitados, os participantes
em sua dignidade e autonomia, reconhecendo sua vulnerabilidade,
19
assegurando sua vontade de contribuir e permanecer, ou não, na pesquisa, por
intermédio de manifestação expressa, livre esclarecida.
De acordo, também como a resolução 466/2012 o projeto de pesquisa
foi submetido à plataforma Brasil, sendo a mesma responsável pelo
recebimento de todos os projetos de pesquisa que envolva seres humanos nos
Comitês de Ética no país, Informamos que ainda não recebemos o parecer
final. No entanto o projeto também foi submetido à SMS (Secretaria Municipal
de Saúde), para obtenção do termo de anuência da SMS, somente após a
expedição do mesmo foi realizado a coleta dos dados. O resultado favorável da
SMS saiu no dia 13/12/2013.
De forma a contemplar a discussão proposta no projeto de pesquisa à
monografia foi estruturada da seguinte forma: No primeiro capitulo será
composto por ―Introdução e percurso metodológico‖.
No segundo capítulo trabalhamos ―História da Saúde no Brasil e atenção
secundária e materno-infantil‖. Realizamos um breve contexto histórico da
saúde brasileira, desde o inicio do século XX, ressaltamos a constituição
federal de 1988 e o desenvolvimento do sistema único de saúde (SUS).
No terceiro capítulo abordamos ―Serviço Social e Saúde uma história
marcada pelas transformações da profissão e a precarização do mercado de
trabalho das/os assistentes sociais‖. Realizamos um breve contexto histórico
do trabalho, depois abordamos a gênese do Serviço Social na Saúde,
passando pelos marcos históricos da profissão bem como uma discussão a
respeito da atuação do assistente social na saúde.
No quarto capítulo, constam os resultados colhidos no Hospital Distrital
Gonzaga Mota de Messejana com o tema ―O Serviço Social no Gonzaguinha
de Messejana‖. Conhecendo os espaço da pesquisa realizamos um breve
histórico da instituição, apresentando os relatados das assistentes sociais
sobre o seu cotidiano profissional na referida instituição, como elas conseguem
20
aliar suas práticas com a teoria de suas ações e ampliam suas concepções
sobre suas atribuições e competências, bem como elas vêem a importância da
formação continuada para os profissionais na área da saúde. No mesmo
capítulo constam nossas considerações finais a respeito da pesquisa bem
como a revisão bibliográfica.
A seguir veremos de forma mais detalhada todos esses capítulos,
esperamos que essa leitura possa ser prazerosa tanto para os profissionais
quanto para os estudantes e estagiários interessando em estudar essa
temática.
Neste sentido acreditamos que, a pesquisa poderá ter uma grande
relevância para o Serviço Social da referida instituição, sendo importante para
o fortalecimento da profissão percebendo assim como a atuação profissional
esta sendo excedida no âmbito da saúde pública, fazendo articulação da
atuação com os limites e possibilidades de melhorar a mesma. Ao discutirmos
essa realidade teremos uma visão de totalidade da realidade social vivenciada
pelas profissionais.
21
2 HISTÓRIA DA SAÚDE NO BRASIL E ATENÇÃO SECUNDÁRIA E
MARTENO – INFANTIL.
2.1 UM BREVE CONTEXTO HISTÓRICO DA SAÚDE NO BRASIL
Para entendermos a Política de Saúde é necessário apresentarmos os
antecedentes que marcaram a trajetória da Saúde Pública no Brasil e os
períodos que antecederam a ação estatal até dias atuais. Desta forma o
desenvolvimento da Política de Saúde no Brasil, remete-nos à exposição do
contexto histórico, político social e econômico no qual esta política está e
esteve inserida.
Segundo Bravo (2009)
―No século XVIII, a assistência médica era pautada na filantropia e na prática liberal. No século XIX, em decorrência das transformações econômicas e políticas, algumas iniciativas surgiram no campo da saúde pública, como a vigilância do exercício profissional e a realização de campanhas limitadas. No início do século XX, a saúde apresentava algumas formas de organização no setor saúde, que serão aprofundadas a partir de 1930(p.89).‖
Entendemos que nesse período o estado passou a investir no campo da
saúde, surgindo assim às primeiras instituições de saúde voltadas para a
saúde dos trabalhadores. Esse processo acabou desencadeando a ação
estatal tendo como base a privatização dos serviços prestados aos segurados
da previdência. Esse processo se intensificou nos governos militares, pois a
privatização dos serviços estavam associados à corrupção.
Vale ainda ressaltar que essa organização na saúde aconteceu segundo
Paim (2009):
―Durante a passagem do século XIX para o XX, início da industrialização do Brasil, a saúde despontava como questão social, ou seja, como um problema que não se restringia ao
22
indivíduo, exigindo resposta da sociedade e do poder público. (p.27).‖
Este período foi marcado pela grande expansão da economia do
capitalismo, que refletiu fortemente para os avanços da divisão do trabalho. As
características nesse contexto tanto no cenário econômico como político
possibilitou o surgimento de políticas sociais que pudessem responder aos
problemas sociais, inclusive os da área da saúde.
De acordo com Bravo (2009),
―A saúde pública, na década de 1920, adquire novo relevo no
discurso do poder. Há tentativas de extensão dos seus serviços por
todo país. A reforma Carlos Chagas, de 1923, tenta ampliar o
atendimento à saúde por parte do poder central, constituindo uma das
estratégias da União de ampliação do poder nacional no interior da
crise política em curso, sinalizada pelos tenentes, a partir de
1922(p.90).‖
Nesse contexto de grandes transformações no processo de
industrialização e aceleração da urbanização do grande capital, ocorreu
assinatura da Lei Elóy Chaves, criando nessa época às caixa de aposentadoria
e pensões que vinha apenas garantir o estatuto legal para iniciativas já
existentes da organização dos trabalhadores nas fábricas, visando a garantia
da pensão em caso de acidente ou afastamento do trabalho por doença, e uma
futura aposentadoria para os trabalhadores.
Para a autora Conh (2003),
―O processo que institui as CAPs no Brasil e datada de 1923, sendo
primeira instituição de modalidade de seguro para trabalhadores do
setor privado, organizado por empresas, por meio de um contrato
compulsório e sob a forma contributiva, tinha como função a
prestação de benefícios (pensões e aposentadorias) e assistência
médica a seus filiados e dependentes(p.14).‖
23
Foi a partir da criação das Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs)
que os trabalhadores vinculados a essas caixas puderam ter garantido algum
acesso à assistência médica no Brasil. As CAPs eram em sua natureza
previdenciária que prestava assistência médica e fornecia remédios para os
seus segurados.
As CAPs eram considerados um sistema fragmentado dessa forma foi
substituído pelos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs)1 que foram
criados no Estado Novo de Getúlio Vargas. Os institutos podem ser vistos
como resposta, por parte do Estado, às lutas e reivindicações dos
trabalhadores no contexto de consolidação dos processos de industrialização e
urbanização brasileiros. Acentua-se o componente de assistência médica, em
parte por meio de serviços próprios, mas, principalmente, por meio da compra
de serviços do setor privado.
Bravo (2009) ressalta ainda que:
―Medicina previdenciária, que surgiu na década de 1930, com a
criação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs) pretendeu
estender para um número maior de categorias de assalariados
urbanos os seus benefícios como forma de ―antecipar‖ as
reivindicações destas categorias e não proceder a uma cobertura
mais ampla (p. 05).‖
Destacamos que com a criação IAPs, a saúde teve novos avanços para
saúde do trabalhador, pois a mesma passou a amplia a cobertura de seus
serviços. Desta forma, a medicina previdenciária contou com implementação
dos IAPs, que veio para fortalece e prestar uma assistência à saúde voltado
suas ação para o processo saúde/doença.
Desta forma Paim (2009) afirma que:
1Para aprofundar o conhecimento sobre IAPs acessar
http://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/1/modulo_politico_gestor/Unidade_4.pdf
24
―A medicina previdenciária implementada nos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs), nem com a saúde do trabalhador. Separava, artificialmente, a prevenção e a cura (tratamento), a assistência individual e atenção coletiva, a promoção e a proteção em relação à recuperação e à reabilitação da saúde. (p.31).‖
Segundo Bravo (2000, p. 04), entre 1930 e 1940 evidenciou-se foco nas
campanhas sanitárias, coordenação dos serviços estaduais de saúde, ações
voltadas para as endemias rurais; serviços de combate às endemias;
reorganização do Departamento Nacional de Saúde, em 1941, entre outros.
Ainda conforme Bravo (2000),
―A partir de 1966 vemos o fortalecimento da categoria de Medicina Previdenciária que atuava com base na criação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs), visando estender os benefícios ao maior número de assalariados possível, e antecipando às reivindicações, ou seja, não tinha um caráter de ofertar uma cobertura mais ampla(p.05).‖
Durante esse período nota-se que IAPs passaram por um processo de
unificação, no qual o regime autoritário de 1964 venceu as resistências a tal
unificação por parte das categorias profissionais que tinham institutos mais
ricos. O Instituto Nacional de Previdência Social (INPS)2 consolida o
componente assistencial, com marcada opção de compra de serviços
assistenciais do setor privado, concretizando o modelo assistencial
hospitalocêntrico, curativista e médico-centrado, que terá uma forte presença
no futuro SUS.
É importante ressaltar que foi durante esse processo que ocorreu a
junção da previdência social com IAPs, mas precisamente 1966 ocorreram
essa unificação respondendo a crescente papel de intervenção do estado na
sociedade, bem com a exclusão da gestão da previdência, favorecendo apenas
seus financiadores. De acordo com Bravo (2009):
―O setor saúde precisava assumir as características capitalistas, com a incorporação das modificações tecnológicas ocorridas no exterior. A saúde pública teve no período um declínio e a medicina
2Para aprofundar leitura acessar:
http://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/1/modulo_politico_gestor/Unidade_4.pdf
25
previdenciária cresceu, principalmente após a reestruturação do setor, em 1966. (p.06,07).‖
É neste período que há um aprofundamento do perfil do assistencialismo
na Previdência Social, passando a serem imunes as formas de controle por
parte dos trabalhadores assalariados, passando assim a ter mais a participação
por parte do poder público. Desta forma os benefícios que antes vinham sob
forma de prestação em dinheiro e assistência médica. Agora os serviços
médicos passam pelo processo de clientelismo da política a base de favores e
não, mas, como as aposentadorias e Pensões.
Segundo Escorel (2008, p. 391) O INPS passou a ser o grande
comprador de serviços privados de saúde e, desta forma, estimulou um padrão
de organização da prática médica orientado pelo lucro.
Em 1977, com as reformulações na previdência foi criado segundo Conh
(2003).
―O Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS), sendo assim extinto o FUNRUAL, apesar de se manter a sigla ainda que por um longo período, dados as pressões de parlamentares situacionistas vinculados ao setor rural. [...] A instituição do SINPAS, em 1977, ao separar a parte de benefícios e de assistência médica passou a ser responsabilidade do antigo INPS, antes responsável por ambas, e esta passando agora a ser responsabilidade do recém-criado INAMPS que passa a ser o grande órgão governamental prestador da assistência médica – basicamente à custa de compra de serviços médico-hospitalares e especializados do setor privado (p.22-25).‖
Procuramos trazer nesse tópico um breve contexto da saúde no Brasil,
mostrando como a mesma evoluiu ao longo de sua história, além disso,
evidenciamos os principais fatos que marcaram o desenvolvimento da mesma,
Diante disso, procuramos mostrar como o crescimento das Políticas Públicas
no Brasil foi um processo lento. O tópico seguinte conta a história do
movimento de Reforma Sanitária no Brasil e o surgimento do Sistema Único de
Saúde o (SUS), través desse movimento, mostrou-se as principais lutas da
sociedade civil, e profissionais da saúde para efetivação do mesmo.
26
2.2 HISTÓRIA DO MOVIMENTO DE REFORMA SANITÁRIA E O SUS
A Política Pública de Saúde no Brasil pauta-se na concepção de saúde
construída pela sociedade brasileira, ao longo da história sendo assim de
fundamental importância compreender como a mesma se estabeleceu ao longo
dos anos, bem como a conquista da mesma pela sociedade brasileira.
Segundo Bravo (2009)
―A política de saúde no Brasil nos anos 1980 vivenciou ao mesmo tempo um processo de democratização política superando o regime ditatorial instaurado em 1964, experimentou uma profunda e prolongada crise econômica que persiste até os dias atuais. As decepções com a transição democrática ocorreram, principalmente, com seu giro conservador após 1988, não se traduzindo em ganhos materiais para a massa da população. A saúde, nessa década, contou com a participação de novos sujeitos sociais na discussão das condições de vida da população brasileira e das propostas governamentais apresentadas para o setor, contribuindo para um amplo debate que permeou a sociedade civil. Saúde deixou de ser interesse apenas dos técnicos para assumir uma dimensão política, estando estreitamente vinculada à democracia. (p.95).‖
Ressaltamos que essa democracia foi conquistada com ações de
profissionais da área da saúde juntamente com membros da sociedade civil
que buscavam melhores condições nos serviços de saúde, buscando fortalecer
o setor público, bem com o movimento sanitário, esse movimento contou com a
participação do CEBES que segundo Bravo (2009) era:
―Centro Brasileiro de Estudo de Saúde (CEBES) como veículo de
difusão e ampliação do debate em torno da Saúde e Democracia e
elaboração de contrapropostas; os partidos políticos de oposição, que
começaram a colocar nos seus programas a temáticas e viabilizaram
debates no Congresso para discussão da política do setor e os
movimentos sociais urbanos, que realizaram eventos em articulação
com outras entidades da sociedade civil. (p.08-09).‖
Conforme Escorel (2008, p.408) o CEBES posicionou no cenário político
atuando nas entidades profissionais, disseminando a ideologia em que o
27
assalariamento era visto como uma aproximação com as classes populares,
podendo ser utilizado na transformação da ideologia médica liberal.
Esse movimento segundo Paim (2009, p.39-40) tinha o objetivo de
democratizar a saúde no Brasil, bem como propor a Reforma Sanitária e a
implementação do Sistema Único de Saúde (SUS) e a reestruturação do
sistema de serviços.
De acordo com autora Bravo (2009, p.96) O fato marcante e
fundamental para a discussão da questão Saúde no Brasil, ocorreu na
preparação e realização da 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em
março de 1986, em Brasília - Distrito Federal. O temário central versou sobre: I
- A Saúde como direito inerente a personalidade e à cidadania; II -
Reformulação do Sistema Nacional de Saúde, III - Financiamento setorial.
Segundo Paim (2009):
―Foram sistematizados e debatidos por quase cinco mil participantes diversos, gerando assim o relatório final do evento inspirou o capítulo ―Saúde‖ da constituição, desdobrando-se, posteriormente, nas leis orgânicas da saúde (8.080/90 e 8.142/90), que permitiram a implementação do SUS. (p.40)‖
Desta forma, 8ᵃ Conferência Nacional de Saúde modificou as base de
organizações deliberadas e representação da saúde no Brasil, pois queria
colocar a saúde como direito, fazendo com que o estado reformulassem o
sistema nacional de saúde e financiassem o setor.
Conforme Brasil (1988), O SUS (Sistema Único de Saúde), é uma
conquista da sociedade Brasileira, que foi criado com o firme propósito de
promover a justiça social e superar as desigualdades na assistência á saúde da
população, tornando obrigatória e gratuita o atendimento a todos os indivíduos.
Abrange do simples atendimento ambulatorial aos transplantes de órgãos. É o
único a garantir acesso integral, universal e igualitário.
28
Diante do exposto percebemos que o SUS é fruto de muitas lutas e
reivindicações da população Brasileira, teve na VIII Conferência Nacional da
Saúde, em 1986 um dos seus marcos, pois foi a partir dessa conferência que a
população passou a ter voz e vez. Para discutir os problemas e serviços de
saúde no Brasil. Compreendemos com o que foi exposto que o SUS é uma
conquista da sociedade Brasileira, porém o SUS que temos hoje não é o SUS
que queremos e muito menos o SUS pelo qual se lutou na década de 1980,
pois o SUS real apresenta um abismo imenso daquele idealizado e
regulamento em lei.
Neste sentido o CFESS (2010, p.19) aponta que a política pública de
saúde tem encontrado notórias dificuldades para sua efetivação, como a
desigualdade de acesso da população aos serviços de saúde, o desafio de
construção de práticas baseadas na integralidade, os dilemas para alcançar a
equidade no financiamento do setor, os avanços e recuos nas experiências de
controle social, a falta de articulação entre os movimentos sociais, entre outras.
De acordo com Noronha et al (2008)
―A implantação do SUS aconteceu pós a promulgação da Lei Orgânica da Saúde (lei n.8.080, de 19 de setembro de 1990, complementada pela lei n.8.142, de 28 de dezembro de 1990). Posteriormente, reformulam-se os papeis dos entes governamentais na prestação de serviço e na gestão do sistema de saúde, adotam-se novos critérios de transferências de recursos financeiros destinados à saúde, criam-se e ampliam-se as instâncias colegiadas de negociação, integração e decisão, envolvendo a participação dos gestores, prestadores, profissionais de saúde e usuários(p.435).‖
Esse processo foi fundamental para o melhor desenvolvimento da saúde
no Brasil, pois foram adotadas novas forma de distribuição e transferências nos
recursos nessa área. Bem como a definição dos papeis dos Governantes na
gestão desse serviço.
Para Bravo (2009, p.13)
―Nos anos 1990 assiste-se o redirecionamento do papel do Estado, influenciado pela Política de Ajuste Neoliberal. Nesse contexto,
29
apesar do texto constitucional conter avanços, houve um forte ataque por parte do grande capital, aliado aos grupos dirigentes. A Reforma Constitucional notadamente da Previdência Social e das regras que regulamentam as relações de trabalho no Brasil é um dos exemplos dessa aliança. ( p.13).‖
Salientamos que o SUS foi criado para suprir as necessidades da
população, ele também é consolidado como direito a cidadania e apesar de
estar inserido no contexto neoliberal, no qual o Estado tem uma retratação em
relação aos direitos sociais, cabendo ao poder público a obrigação de garantir
o mesmo.
É importante destacar que o SUS criou uma cartilha que estabeleceu os
Princípios fundamentais da Saúde, tais como universalidade; integralidade;
equidade; regionalização e hierarquização; participação e controle social e
descentralização. Com isso o Ministério da Saúde quis mostrar quais são esses
princípios e como o mesmos foram conquistados.
Vale ressaltar conforme Paim (2009) que,
―[...] os princípios são aspectos que valorizamos nas relações sociais, a maioria é derivada da moral, da ética, da filosofia, da política e do direito. [...] vale ainda ressaltar segundo autor que o princípio da equidade não consta em nenhum documento legal que constitui o SUS, conforme o mesmo o princípio utilizado é o da igualdade (p.56-58).‖
Destacamos aqui os princípios fundamentais do SUS como forma a
conhecê-los, os mesmos estão definidos da seguinte forma: Universalidade-
supõe o direito à saúde para todos, incluindo acesso aos serviços de saúde em
todos os níveis de assistência. Integralidade- é entendida como um conjunto
articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, ou seja,
garante que as pessoas devem ter acesso a todos os níveis de saúde.
Igualdade (que significa o princípio da equidade) que tratar da assistência à
saúde das pessoas sem qualquer tipo de preconceito ou privilegio de qualquer
espécie. Regionalização e Hierarquização- significa que a rede de serviços
de saúde integra, em nível executivo, das ações de saúde, meio ambiente e
30
saneamento básico, e organização dos serviços públicos de modo a evitar
duplicidade de meios para fins idênticos. Participação e Controle Social –
tratar autonomia dos cidadãos para democratizar os serviços e as decisões do
SUS. Descentralização – política-administrativa que trata da diversidade
regional onde as decisões do SUS serão tomadas.
É importante destacar que o SUS teve grandes avanços ao longo de sua
história, que dizem respeito ao seu modelo e concepções de saúde, pois até a
década de 1970, a saúde no Brasil tinha o caráter curativo-privatista, que só se
preocupava em cura as doenças não considerando os seus condicionantes e
determinantes. Além do que o sistema previdenciário só atendia o trabalhador
que tivesse a carteira assinada e/ou pudesse contribuir de forma autônoma,
desta forma as pessoas que não tivessem esse requisito eram consideradas
indigentes.
2.3 OROGANIZAÇÃO DO SUS EM NÍVEL DE ATENÇÃO
2.3.1 ATENÇÃO SECUNDÁRIA-HOSPITALAR
Os sistemas de atenção à saúde no Brasil são definidos pela
Organização Mundial da Saúde como o conjunto de atividades cujo propósito
da atenção primário é promover, restaurar e manter a saúde da população. A
atenção secundaria abordaremos mais detalhadamente a seguir e a atenção
terciária mais conhecida como alta complexidade sendo composta pelo um
conjunto de terapias e procedimentos de elevada especialização.
Compreender a organização de atenção hospitalar no SUS faz-se
necessário, pois é através dessa organização que os profissionais passam a
orientar e esclarecer a população quanto ao funcionamento da rede hospitalar,
através dos três níveis de atenção primaria, secundaria e terciária, podendo
assim especificara função dos serviços prestados em cada nível de atenção.
Desta forma, vamos nos deter na atenção secundaria, pois a mesma nos
possibilitara entender melhor os serviços do Hospital Gonzaga Mota de
Messejana.
31
Conforme Erdmannet al (2013)
―A atenção secundária é formada pelos serviços especializados em
nível ambulatorial e hospitalar, com densidade tecnológica
intermediária entre a atenção primária e a terciária, historicamente
interpretada como procedimentos de média complexidade. Esse nível
compreende serviços médicos especializados, de apoio diagnóstico e
terapêutico e atendimento de urgência e emergência. (p.03).‖
Desta forma, compreendemos que a atenção secundária foi organizada
e estabelecida conforme as práticas de atenção à saúde, contemplando assim
a políticas, os princípios e normas que regem o seu funcionamento.
A atenção secundária é composta pela média complexidade, que
segundo PAIM (2009):
―Compõe-se por ações e serviços que visam a atender aos principais problemas de saúde da população, cuja prática clínica demande disponibilizando de profissionais especializados e o uso de recursos tecnológicos de apoio diagnostico e terapêutico (p.60-61).‖
Nesse sentido, percebemos que os serviços na atenção secundária, são
compostos por profissionais especializados, bem como o uso de alta tecnologia
para melhor obter um diagnostico dos pacientes.
Desta forma, segundo Erdmann et al (2013) mostrou que:
―Os serviços de atenção secundária têm sido apontados como um dos entraves para a efetivação da integralidade no SUS. Esse nível de atenção é caracterizado como o ―gargalo‖, pois falta a integração entre diferentes pontos de atenção, a insuficiência de fluxos formais para atenção terciária e a desarticulação das políticas que normatizam a atenção secundária são entraves à garantia do cuidado integral, tornando incompleto esse processo na rede (p.06-07).‖
Diante disso, podemos perceber que a atenção Secundaria é
considerada pelo sistema como uma espécie de gargalo, deixando assim uma
falta de integração entre os níveis primários e terciários de atenção a saúde.
32
A Atenção Hospitalar tem sido, ao longo de décadas, um dos principais
temas de debate acerca da assistência no Sistema Único de Saúde. É
indiscutível a importância dos hospitais na organização da rede de saúde, seja
pelo tipo de serviços ofertados e sua grande concentração de serviços de
média e alta complexidade, seja pelo considerável volume de recursos
consumido por esse nível de atenção. Segundo a OMS apud Brasil (2011)
―O conceito de hospital é aplicado para todos os estabelecimentos com pelo menos cinco leitos para a internação de pacientes que garantam um atendimento básico de diagnóstico e tratamento, com equipe clínica organizada e com prova de admissão e assistência permanente prestada por médicos. (p.11).‖
Desta forma, entendendo que essas instituições na prática, agregam
uma serie de funções que as caracterizam como organizações com altos níveis
de complexidades no setor saúde. Desta maneira as organizações no setor
saúde estão sempre em processo de transformações rápidas que envolvem
problemas como: emprego, ensino e pesquisa, assistenciais e de apoio aos
serviços de saúde.
Hoje, o Brasil conta com uma rede de serviços hospitalares construídos
e legitimados historicamente, detentora de uma realidade concreta sendo
operacionalizada dentro de um novo cenário sanitário e com diretrizes gerais
que apontam para a busca de uma maior inserção na rede de serviços de
saúde. São mais de 7,5 mil instituições que produzem mais de 11 milhões de
internações por ano, segundo dados do DATASUS/MS (ano base 2008).
(BRASIL, 2011, p.11).
Na busca de novas perspectivas para a renovação do setor hospitalar
brasileiro encontramos a necessidade de um novo papel dos hospitais
brasileiros dentro da rede de serviços do SUS, apreendendo sua historicidade,
seus determinantes, os valores e atores envolvidos, com vistas à elaboração
de propostas que possam ser, de fato, estruturantes e coerentes para a
garantia e ampliação do acesso à população usuária dos serviços do SUS.
33
Abordaremos no tópico seguinte assistência materna infantil no Brasil,
pois o Hospital Gonzaga Mota de Messejana é um hospital que presta
assistência materno-infantil. Por isso faz-se necessário conceitua o mesmo.
2.4 ASSISTÊNCIA MATERNO INFANTIL NO BRASIL
A política de saúde voltada para a saúde da mulher é permeada por
movimentos históricos e sociais que revelam a concepção da sociedade acerca
dessa temática.
O processo de institucionalização da proteção de saúde materno-infantil
no Brasil se deu com a reforma sanitária de Carlos Chagas, na década de
1920, desenvolvendo-se em períodos subsequentes por força dos dispositivos
legais e programáticos3. Os programas de saúde materno-infantil foram
amplamente utilizados nos serviços de saúde pública, na década de 1970, até
meados da década de 1980, como resposta do governo a alguns problemas
sanitários selecionados como prioritários.
Destacamos que a proteção materno-infantil tornou-se principal alvo das
políticas públicas no Brasil, que foram consolidadas a partir lei Elói chaves e
reafirmada pela Reforma Sanitária Brasileira.
Conforme Osis apud Souza (2013, p. 24)
―Na primeira e segunda década do século XX surgem às primeiras preocupações com a saúde da mulher. Estas foram traduzidas em leis e decretos que tinham por finalidade proteger a maternidade das mulheres que exerciam atividades fora do lar, bem como proteger as crianças. Em 1923, surgiu o primeiro decreto federal para a trabalhadora, facilitando a licença-maternidade e garantindo o direito à amamentação durante a jornada de trabalho.‖
3Para aprofundar leitura sugerimos texto publicado Disponível em:
http://www.hospvirt.org.br/enfermagem/port/campinas.htm
34
Ainda segundo Souza (2013) no final da década de 1920 e no início de
1930, sob a influência de experiências americanas, teve início à estruturação
de uma nova organização médico-sanitária que valorizava a educação como
via essencial à saúde. A partir de 1930, foram estabelecidos diversos decretos
que regulamentavam o trabalho da mulher e as constituições de 1934 e 1937
reforçadas, posteriormente, pelas de 1946 e 1967, determinaram a adoção de
medidas para diminuir a mortalidade materna.
Esse processo foi se estabelecendo através dos programas de saúde
que buscavam melhorias para as mulheres, desta forma Osis apud Souza
(2013)
―Os programas e a atenção à saúde da mulher, que se traduzia na proteção ao grupo materno-infantil. Valorizava-se, naquele período, a mulher e o seu papel de mãe. Assim, os programas de saúde buscavam enfocar a questão da reprodução e a importância social desse fenômeno. O primeiro órgão do governo que as voltou exclusivamente para o cuidado materno-infantil foi o Departamento Nacional da Criança (DNCR), que atuou de 1940 a 1965, coordenando e normatizando as ações voltadas à infância e adolescência (p.25).‖
É possível destacar conforme Souza (2013, p.25) que entre 1974 a 1979
constituiu-se em uma fase de mudanças conceituais importantes no âmbito da
discussão das políticas sociais e de saúde no Brasil, surgindo um movimento
crítico de reflexão sobre as políticas públicas.
Ratificamos que só a partir de 1975 foi que surgiu o primeiro programa
voltado para assistência da materno-infantil. Convém destacar entre eles o
programa materno-infantil (PMI) de 1975 e o programa de assistência integral à
saúde da mulher (PAISM) de 1984 ambos foram construídos de formas
diferentes. Pois o primeiro era voltado só para a saúde da mulher no período
da sua gestação, já o que diz respeito ao segundo presta assistência médica a
mulher não só no período de gestação, mas sim a saúde da mulher de forma
geral.
Para Zampieri apud Souza (2013),
35
―Em 1975, aconteceu no México a Conferência Mundial do Ano Internacional das Mulheres, que proclamou o período de 1976 a 1985 como o decênio das Nações Unidas para a mulher, com os princípios da igualdade, do desenvolvimento e da paz. As mulheres organizaram-se reivindicando uma resposta governamental às suas demandas de saúde (p.25).‖
O ministério da saúde criou em 1977 vários programas ligados a
assistência materno-infantil com o objetivo de garantir todos os recursos
necessários à saúde da mulher no período de sua gestação, entre outros
benefícios.
Mas, foi na constituição de 1988 que segundo Maia (2010)
―Marcou a redefinição das prioridades da politica do estado na área da saúde coletiva e determina, no seu artigo 198, que as ações e serviços públicos de saúde integrem uma rede regionalizada e hierarquizada e constituam um sistema único. O Sistema Único de Saúde (SUS) é organizado de acordo com os princípios da universalidade, equidade e integralidade. Sua implementação tem como base as diretrizes de hierarquização, descentralização e participação da comunidade. A assistência privada à saúde é livre e as instituições privadas podem participar de forma complementar ao SUS, mediante contrato direito público ou convênio, sendo dada preferência às entidades filantrópicas e sem fins lucrativos. (p.25)‖
A saúde passou por vários processos para se adequar as novas
determinações que se estabeleceram com constituição, uma das principais
mudanças ocorridas com constituição de 1988, foi a separação da saúde que
estava vinculada com a previdência. Desta forma, foi criado o Ministério da
Saúde responsável pelo enfrentamento das epidemias, tornando assim a
assistência médica uma atribuição privativa da previdência que na época era
separada por categorias profissionais.
Segundo Maia (2010, p.29), ao retomamos os argumentos inicial,
podemos constatar que o modelo de assistência à saúde no Brasil privilegiou e
consolidou as práticas curativas médico-hospitalares individuais, financiadas
36
pelo sistema previdenciário, em detrimento das ações coletivas de prevenção e
proteção de saúde.
Ratificamos que esse modelo de assistência à saúde reforça a cultura da
valorização do processo saúde/doença, deixando assim uma alta valorização
dos médicos, fortalecendo assim as altas tecnologias desenvolvidas pelos
setores privados, bem como as ações dos médicos nesse processo. Segundo a
mesma autora.
―O fortalecendo do sistema brasileiro é considerando hibrido4 porque
marca a classe em (rico/privado e pobre/público), de forma que a distinção na produção de ações e serviços também constitui como uma forma de diferenciação de status social (MAIA, 2010, p.29).‖
No que diz respeito ao modelo de assistência ao parto a autora destaca
o processo que foi construído pela medicina obstétrica nos mostrando assim
todo contexto do modelo de assistência ao parto. Desta maneira Afirma
Domingues apud Maia (2010, p.29-30) o parto, um ritual de mulheres, nãoera
considerado um ato médico, e ficava a cargo das parteiras. Quando havia
complicações ou dificuldades no parto, os cirurgiões-barbeiros, também
denominados cirurgiões-parteiros, eram chamados a intervir.
Para Martins apud Maia (2010, p.30) os primeiros manuais de parto na
Europa surgiram no século XVI, publicados por cirurgiões-parteiros para a
divulgação dos acontecimentos da Medicina greco-romana,[...] a especialidade
da obstetrícia só nasceu nas faculdades europeias de medicina na primeira
metade do século XIX.
Dessa maneira, a criação da obstetrícia só seria possível se
comprassem dois requisitos um deles era que as mulheres se tornassem alvo
de interessem da medicina, o segundo requisito era que a estrutura tripartite da
medicina tivesse definitivamente separada para que só assim a obstetrícia
passasse a ser especialidade médica.
4 Sistema de saúde brasileiro se caracteriza como Hibrido, pois tem setor privados no financiamento da
saúde.(MAIA, 2010, p.29).
37
Martins apud Maia (2010, p.30-31) os tratados de obstetrícia dos XVIII e
XIX dedicaram muitos capítulos aos problemas que ocorriam nos dois
momentos [a gravidez e o parto], além do fato de que a obstetrícia tornou-se
uma especialidade médica a partir da experiência dos cirurgiões em atender
somente a partos complicados, o que explica o grande interesse pela patologia
dos partos.
Mas, segundo Maia (2010, p.31) no final do século XIX, os obstetras
passaram a empreender campanhas para transformar o parto em um evento
controlado por eles e circunscrito ás maternidades, o que se efetivou na
metade do século XX.
Percebemos nesse momento que os médicos queriam se apropriar do
processo de hospitalização do parto, transformando esse momento só deles,
deixando de lado a família. Nesse momento, é importante salientar que esse
processo de hospitalização do parto trouxe uma série de violações dos direitos
das mulheres, bem como o surgimento da violência obstétrica que causava dor,
humilhações e agressões verbais causadas pelos médicos.
Desta forma, Segundo um Dossiê elaborando pela Rede Parto do
Princípio para a CPMI da Violência Contra as Mulheres podemos observa o
conceito de violência Obstétrica que segundo Ciello et al (2012)
―São todos aqueles praticados contra a mulher no exercício de sua saúde sexual e reprodutiva, podendo ser cometidos por profissionais de saúde, servidores públicos, profissionais técnico-administrativos de instituição públicas e privadas, bem como civil (p.60).‖
Em suma podemos destacar que a política para a mulher passou por
vários processos, para poder melhor atender a mulher nesse momento do
parto. Desta maneira o Ministério da Saúde criou programas voltados para
esse momento de gravidez e parto. Entre ele podemos citar a Rede Cegonha
que segundo Brasil (2013) é:
38
―Uma estratégia lançada, em 2011, pelo Governo Federal para
proporcionar às mulheres saúde, qualidade de vida e bem-estar durante a gestação, parto, pós-parto e o desenvolvimento da criança até os dois primeiros anos de vida. Tem o objetivo de reduzir a mortalidade materna e infantil e garantir os direitos sexuais e reprodutivos de mulheres, homens, jovens e adolescentes. A proposta qualifica os serviços ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no planejamento familiar, na confirmação da gravidez, no pré-natal, no parto e no puerpério (28 dias após o parto).(p.03)‖
A Rede Cegonha é uma estratégia do próprio Ministério da Saúde para
ser operacionalizada pelo SUS, fundamentada nos princípios da humanização
e assistência, onde mulheres, recém-nascidos e crianças passam a ter direitos
como: ampliação do acesso, acolhimento e melhoria da qualidade do pré-
natal, entre outros benefícios. Vale ressaltar que a rede cegonha esta
estruturada a partir de quatro componentes, que conforme o Ministério da
Saúde são: Pré-natal; Parto e Nascimento; Puerpério e Atenção Integral à
Saúde da Criança; Sistema Logístico (Transporte Sanitário e Regulação).
Vemos, portanto, que o Brasil experimentou sucessivas transformações
em relação à saúde da mulher que ocasionaram em melhorais que foram feitas
ao longo dos anos, essa atenção prestada a mulher durante a gravidez, o parto
e após o nascimento causam efeitos marcantes sobre a vida da mãe e do
bebê. É nesse sentido que a Rede Cegonha foi criada para melhor atender a
mulher, e fazer a humanização do parto, isso só foi possível através dos
quatros componentes citados anteriormente que visam garantir um
atendimento humanizado do pré-natal até o parto.
Nesse contexto, é importante ressaltar que o Hospital Distrital Gonzaga
Mota de Messejana (Gonzaguinha de Messejana), além de trabalhar com a
rede cegonha também desenvolve um projeto de humanização do parto. O
projeto desenvolvido se chama ―Parto que te quero perto‖. O citado programa
visa fortalecer os vínculos familiares das gestantes, sobretudo entre elas e
seus parceiros. Dessa forma, o projeto visa que os acompanhantes das
grávidas tenham a oportunidade de aprender, tirar dúvidas e participar de
dinâmicas que pretendem, além de aumentar o conhecimento quanto aos
39
cuidados, estreitar a relação de companheirismo entre os homens e suas
mulheres no período de gestação.
É importante salientar que, o Projeto ―Parto que te quero perto‖é uma
estratégiado Hospital Gonzaguinha de Messejana para efetivação da
humanização descrita no Programa Rede Cegonha.O referido projeto é
utilizadopara aproximar os pais nesse momento do parto, dando a eles a
chance de participar de tudo, na busca de fortalecer os vínculos familiares, bem
como a garantir o direito de mães e filhos. O Hospital Gonzaguinha de
Messejana5 foi escolhido para ser referência municipal para a Rede Cegonha,
programa do Governo Federal que está sendo desenvolvido em todo o país.
Com isso percebemos que a política de saúde para a mulher é de
fundamental importância hoje, pois cada vez mais o Ministério da Saúde amplia
os programas de assistência à mulher. Nessa perspectiva, a política de
atenção à saúde da mulher visa a garantia da humanização e a qualidade no
atendimento a mulher durante a gravidez, pois considera importante esse
momento, para evitar a mortalidade materno-infantil, isso só foi possível
através da politica de atenção as mulheres.
Diante do que foi exposto, buscamos mostrar que a violência obstétrica
existe isso fica evidente através de dois vídeos6 é ao ver os relatos de quem já
passou por isso nos traz forte comoção. Desta forma, trazemos um dos
princípios fundamentais, do Serviço Social a Defesa intransigente dos direitos
humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo; como Assistente Social vendo
muitas vezes essa realidade é não romper com a cultura do silêncio e
denunciam esse fatos, como podemos garantir o direito se nos calamos ao ver
tais atrocidades.
5http://www.sms.fortaleza.ce.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=356:gonzaguinh
a-de-messejana-comemora-tres-anos-de-projeto-de-humanizacao-do-parto&catid=1:ultimas-noticias&Itemid=156 6 Para melhor compreensão da violência obstétrica indicamos dois vídeos intitulados como Violência
Obstétrica no Brasil - A voz das brasileiras e o segundo A dor além do parto que estão disponíveis em: http://www.youtube.com/watch?v=eg0uvonF25M&hd=1e
http://www.youtube.com/watch?v=cIrIgx3TPWs&hd=1
40
3 SERVIÇO SOCIAL E SAÚDE UMA HISTÓRIA MARCADA PELAS AS
TRANFORMAÇÕES DA PROFISSÃO E A PRECARIZAÇÃO DO MERCADO
DE TRABALHO DAS/OS ASSISTENTES SOCIAIS.
3.1 SERVIÇO SOCIAL E TRABALHO
Segundo Correa Netto (2010)
―O homem é parte da natureza e tem somente a ela como fonte do atendimento de todas as suas necessidades. A relação que se estabelece entre o homem e a natureza é chamada por Marx de trabalho, que só se objetiva após a prévia ideação e com a conjugação entre a atividade mental e a atividade física, muscular (p.76).‖
Podemos destacar que o trabalho é para o homem a sua principal forma
de acesso aos os meios de consumo e a garantia de viabilizar para a sua
família melhores condições de vida. Para isso ele vende sua foça de trabalho
para previa idealização de seus desejos.
Para deixar isso mais claro Marx e Engels apud Correa Netto(2010)
dizem que,
―Pode-se distinguir os homens dos animais pela consciência, pela religião ou por tudo que se queira. Mas eles próprios começam a se diferenciados animais tão logo começam a produzir seus meios de vida, passo este que é condicionado por sua organização corporal. Produzindo seus meios de vida, os homens produzem, indiretamente, sua própria vida material. (p.27).‖
Desta forma o homem se diferencia do animal por sua capacidade de
formação de idéia, e, sobretudo pela sua capacidade de acumular
conhecimento e de transmiti-lo, isso só é possível através do seu trabalho, pois
o mesmo constitui o homem como ser social.
Conforme Granemann (2009)
41
―A constituição dos seres sociais tem no trabalho como ação orientada para um determinado fim o fundamento da natureza humana porque pela atividade laborativa os homens puderam diferenciar-se do mundo orgânico e, inclusive, passaram a submetê-la, a manipulá-la e a dela se distanciar com uma relativa autonomia; autonomia relativa posto que o ser social por mais avanços e conquistas que acumule no domínio e no controle da natureza não pode prescindir da base natural, genética que, por ineliminável, é a vida biológica. Sem a vida natural, sem a permanência desta dimensão, cancela-se o ser social e a existência mesma da sociabilidade. (p.225-226)‖
Salientamos que o trabalho é o fundador da própria sociabilidade
humana, pois é através do trabalho que se constitui as relações sociais. Sendo
fundamento da própria natureza humana. Desta forma o homem se diferencia
dos outros animais por sua capacidade de produzir seus próprios instrumentos
de trabalho. Granemann (2009) ressalta que:
―Essa concepção de trabalho diferencia-se e não se confunde com a de postos de trabalho – para o capital, emprego – porque o trabalho é criação, é motor de civilização e fonte de realização das potencialidades da natureza social do homem que ao criar o trabalho é recriado e modificado pela atividade a que deu vida (p.227).‖
Observamos que, o trabalho acaba modificando o trabalho do homem ao
criar e produz o tempo todo, o capitalista acaba se aproveitando dessa
potencialidade do trabalhador e lançando mão de novas estratégias tais como
a valorização desse trabalhador quando ele bate as metas.
Notamos que nesse processo o trabalho pode alienar o trabalhador,
sendo assim conforme a mesma autora: (2009).
―É à força de trabalho em ação, cotidiana e continuamente desumanizada, expurgada do conteúdo de sua segunda natureza que, no modo capitalista de produção, é à base do desenvolvimento do capital. Este não existe senão no processo de produção do trabalho excedente
7, porque o processo imediato de produção do
capital é, como indicou Marx, o processo de trabalho e de valorização
7 Para Marx o tempo de trabalho subdivide em tempo de trabalho necessário e tempo de trabalho
excedente. Defini tempo de trabalho necessário àquela fração de tempo de trabalho que é necessária à própria manutenção do próprio trabalhador. Já o tempo de trabalho excedente existe quando o trabalhador não detém mais os meios de produção e a outra fração do seu tempo total de trabalho é dedicada ao detentor desses meios. Disponível em http://www.estudosdotrabalho.org/anais6seminariodotrabalho/alicebragaejosecanoas.pdf. Acessado em 20/12/2013.
42
que tem por resultado o produto-mercadoria e, por motivo determinante, a produção de mais valia
8.( 2009, p.233-234).‖
Nesse processo além de alienar o trabalhador o objetivo do capitalismo
é a produção de valores de troca, aos quais os valores de uso são submetidos,
a mais valia que são extraídos do trabalho excedente, sendo o mesmo extraído
da força do trabalhador.
Vê-se, portanto, que o trabalho está relacionado ao capitalismo desde a
revolução industrial até os dias atuais. O capitalista depende muito da
exploração do trabalhador para poder gerar mais valia. Deve-se ressaltar que a
revolução industrial insere novas formas de sociabilidades e relação entre os
homens, sendo que esse processo buscou privilegiar a iniciativa privada dos
meios de produção que se encontravam nas mãos de agente social.
Nessa perspectiva, Marx apud Granemann (2009):
―Afirma que as relações sociais próprias do modo capitalista de
produção de mercadorias são como lembra Marx, produtos de um
largo desenvolvimento histórico e econômico anterior que fez
desaparecer todas as anteriores formas de produção social, para que
se constituísse a força de trabalho livre. Em O Capital o trabalhador
élivre em dois sentidos: [...] o de dispor como pessoa livre de sua
força de trabalho como sua mercadoria, e o de estar livre inteiramente
despojado de todas as coisas necessárias à materialização de sua
força de trabalho, não tendo além desta outra mercadoria para
vender(p.228).‖
Sendo assim, o capitalista é quem emprega os trabalhadores livres,
sendo que o mesmo vende sua força de trabalho para o capitalista se tornado
mercadoria para o capital. O próprio sistema do capitalismo como economia
predominante na sociedade atual é dinâmico e ameaça as organizações e
instituições políticas e sociais.
8 É o termo usado para designar a disparidade entre o salário pago e o valor do trabalho produzido.
Existem muitos cientistas e pensadores sociais que desenvolveram diferentes vertentes para conceber uma explicação para surgimento e o funcionamento do sistema capitalista. Disponível em http://www.roocarneiro.seed.pr.gov.br/redeescola/escolas/5/2270/15/arquivos/File/mais-valia.pdf. Acessado em 20/12/2013.
43
Nesse contexto o sistema capitalista encontrou no Brasil ambiente
propício para seu desenvolvimento e atuação, pois o mesmo encontrava em
uma grande crise política, econômica e ao mesmo tempo acontecia uma
grande mobilização dos movimentos sociais, que resultou em várias conquistas
garantidas mediante a constituição 1988. Na década de 1990 o país
encontrava-se com a maior dívida externas do mundo e passava por forte
inflação o que acarretou em varias tensões sociais.
É importante salientar que essas tensões sociais estão diretamente
ligadas com o projeto neoliberal no Brasil, desta forma destacamos como o
mesmo funda-se segundo Behring (2009)
―Na procura do interesse próprio pelos indivíduos, portanto, seu desejo supostamente natural de melhorar as condições de existência, tende a maximizar o bem-estar coletivo. Os indivíduos, nessa perspectiva, são conduzidos por uma mão invisível – o mercado – a promover um fim que não fazia parte de sua intenção inicial.A ―loucura das leis humanas‖ não pode interferir nas leis naturais da economia, donde o Estado deve apenas fornecer a base legal, para que o mercado livre possa maximizar os ―benefícios aos homens‖. Trata-se, portanto, de um Estado mínimo, sob forte controle dos indivíduos que compõem a sociedade civil.(p.304-305).‖
Destacamos que esse período marca redução do papel do Estado,
deixando o mesmo em um estado de bem-estar social maximizado, sendo que
a política pública acaba passando pelo desmonte e a focalização das políticas
sociais, Deixando assim o mercando agir livremente.
Para Iamamoto e Carvalho apud Gomes et al(2005),
―O serviço social se desenvolve como profissão reconhecida na divisão social do trabalho, tendo por pano de fundo o desenvolvimento capitalista industrial e a expansão urbana, processos esses aqui apreendidos sob o ângulo das novas classes sociais emergentes – a constituição e expansão do proletariado e burguesia industrial – e das modificações verificadas na composição dos grupos e frações de classes que compartilham o poder de Estado em conjunturas históricas específicas.(p. 02).‖
44
Assim, no processo de produção e reprodução capitalista, o serviço
social pode ser incluído entre as atividades que, não sendo diretamente
produtivas, são indispensáveis ou facilitadoras do movimento do capital.
Notamos que a profissão estar inserida no âmbito da correlação de
poder e das forças sociais que permeiam a sociedade capitalista.
Deve-se ressaltar que o Serviço Social não é uma profissão considerada como
trabalho desde a sua origem. Essa concepção nasceu a partir da década de
1980 onde passa a ser considerado como ―[...] uma especialização do trabalho,
uma profissão particular inscrita na divisão social e técnica do trabalho coletivo
da sociedade‖ (IAMAMOTO, 2003, p.22).
Segundo Monteiro e Silva apud Gomes (2005)
―O desenvolvimento das forças produtivas e as relações sociais desenvolvidas no processo capitalista determinam novas necessidades sociais e novos impasses que passam a exigir profissionais especialmente qualificados para o seu atendimento como é o caso do serviço social. Nesta perspectiva, as consequências negativas do modo capitalista, manifestadas como desemprego, precarização e flexibilidade no mercado de trabalho, desigualdade social, dentre outras, necessitam fornecer respostas às necessidades imediatas das classes trabalhadoras, a fim de que estas autorizem sua própria exploração, legitimando a lógica capitalista (p.03).‖
Ressaltamos que o exercício do Assistente Social nesse contexto
considerar que ao ingressar no mercado de trabalho, para que possa exercer a
sua profissão como trabalhador assalariado vende sua força de trabalho, se
torna uma mercadoria que tem valor de uso, porque responde a uma
necessidade social e em valor de troca expresso no salário (IAMAMOTO, 2008,
p.217).
E importante salientar que o serviço social como trabalho está
relacionado ao desenvolvimento do modo de produção capitalista, que marca a
gênese do serviço social. É importante destacar que a profissão nesse período
tem toda sua prática voltada para o assistencialismo.
45
Por tudo isso, concluiu-se que, a trajetória percorrida pelo serviço social,
buscou ultrapassar os desafios impostos pela ordem do grande capital. Desta
forma é importante que os assistentes sociais sempre estejam em consonância
com o código de ética da profissão para que possam dar objetividade ao seu
trabalho.
3.2- UM BREVE HISTÓRICO DO SERVIÇO SOCIA E A APROXIMAÇÃO
COM A ÁREA DA SAÚDE.
Ao logo de sua trajetória o serviço social teve como principal
empregador o Estado, desta forma, vamos percorrer o caminho dessa
profissão na política de saúde levando em consideração os espaços sócios
ocupacionais do assistente social fazendo toda a trajetória da década de 1930
até os dias atuais, fazendo uma análise da profissão e as principais
transformações sofridas pela mesma.
―O Serviço Social tem sua gênese na década de 1930 na emergente sociedade urbano industrial dos anos 30 do século XX, em uma conjuntura peculiar do desenvolvimento capitalista, marcada por conflitos de classe, pelo crescimento numérico e qualitativo da classe operária urbana e pelas lutas sociais que esta desencadeava contra a exploração do trabalho e pela defesa dos direitos de cidadania. (RAICHELIS, 2006, p.02).‖
O serviço social surge das bases da Igreja, sendo sua prática voltada
para prestar assistência aos menos assistidos nesse período, mas também
tinha um papel importante para o Estado que era controlar as massas
populares.
De acordo com Bravo e Matos (2000, p.196) as décadas de 1930 a 1945
foram marcadas pelo o inicio da profissão de Serviço Social no Brasil.
Ressalta-se que durante esses anos a profissão tinha um caráter caridoso
ligado a Igreja católica, nesse contexto a profissão passou a sofrer forte
influencia européia e se pautou em algumas disciplinas voltadas para a saúde.
46
Podemos destacar que nesse período de 1930 a 1945 o Serviço Social
na saúde não era tão visado pelos assistentes sociais como no campo da área
social, pois suas práticas eram voltadas para área trabalhista, mesmo com todo
o processo de desenvolvimento em que o país passava com o capitalismo
industrial e toda a expansão urbana que estava ocorrendo, a maioria das
práticas dos Assistentes Sociais eram pautadas em atividades e obras de
caridade.
A partir do ano 1945 a profissão se expande no país, com a
necessidade de aprofundamento do capitalismo e grandes mudanças mundiais
motivadas pelo término da II Guerra Mundial (BRAVO e MATOS, 2006, p.198).
Esse ano é considerado como o período em que a saúde vai ser o setor que
mais absorve o profissional do serviço social. A profissão se desenvolve, nesse
momento, sob influência norte-americana. Isso só foi possível através de
concessões de bolsas de estudos oferecidas aos profissionais brasileiros. O
profissional buscava essencialmente novas práticas e teorias voltadas à
modernização da profissão.
Salientamos que foi no pós-Segunda Guerra Mundial que o Serviço
Social passou a ter de fato seu papel na área da saúde, seu trabalho era
pautado nas práticas de educação com os operários. Tento como objetivo
educá-los para terem hábitos de higiene e saúde, buscando incentivo e
controle da natalidade bem como doenças infantis, de saúde bucal, buscando
assim ajustá-los a sociedade.
Destacaremos aqui o primeiro currículo do serviço social na época, o
mesmo tinha disciplinas voltadas para patologia, psicologia, higiene,
enfermagem, puericultura, moral, higiene do trabalho, higiene escolar, higiene
mental, higiene alimentar, higiene social entre outras.
Nesse contexto Raichelis (2006, p.03,04) afirma que a forte influência
norte-americana na América latina e no Brasil, penetra na profissão, com a
incorporação das teorias estrutural-funcionalistas e das metodologias de
intervenção, especialmente o serviço social de caso e o serviço social de grupo
47
que passam a serem desenvolvidas nas instituições sócio assistenciais em
deferentes áreas, como a saúde, habitação, educação e previdência social.
E importante destacar, que esse período tinha como base teórica o
positivismo e o funcionalismo, que eram teorias que pregavam que o individuo
deveria se adequar ao ambiente em que vivia para que desta forma pudessem
contribuir com o equilíbrio da sociedade, bem com a harmonia social, desta
forma poderia viver com a sociedade de forma geral.
O período de 1964 a 1979 foi de grande importância para o serviço
social, pois o mesmo estava passando pelo processo de reatualização do
conservadorismo, que tinha com objetivo modernizar as práticas da profissão e
buscava novas propostas para a saúde. Nesse sentido na década 1970, o
Brasil estava passando por um movimento de reforma sanitária que
reivindicava um sistema de saúde pública para a população que fossem
universal e igualitário, dessa maneira esse sistema garantiria que a saúde
passearia do caráter curativo para preventivo. Neste sentido CARVALHO e
IAMAMOTO (2003) afirmam que:
―Esse processo de revisão da profissão é uma exigência da realidade, uma vez que, para atender as demandas, terna-se indispensável à adoção de padrões e técnicas modernas que se contraponham àquilo que poderia oferecer o chamado ―serviço social tradicional‖. Essa modernização se caracterizará pela preocupação com o aperfeiçoamento do instrumental técnico, de metodologias de ação, da busca de padrões de eficiência, sofisticação dos modelos de analises e diagnostico. (p.364-365).‖
Diante dessa realidade podemos perceber segundo os autores Bravo e
Matos (2006, p199) que o estado passou a intervir mais na área da saúde com
a finalidade de minimizar as reivindicações e pressões populares causadas
pela ditadura militar e pelo movimento da reforma sanitária.
Nesse sentido, os assistentes sociais trabalhavam na área da saúde
voltando sua atuação para a parte de ambulatórios e hospitais, assim a
atuação do assistente social era ser um profissional que fazia mediação entre a
instituição e a população, fazendo também orientações e esclarecimentos,
48
interlocutor entre usuários e instituição suas praticas eram apenas de caráter
curativo, e muitas vezes presas a rotina e a burocratização imposta pela
instituição empregadora, além de terem práticas psicologizantes e de
individualização das relações sociais, também faziam concessões de
benefícios. Durante os anos de 1974 a 1979 a profissão não sofreu alterações
em sua prática profissional, continuava sendo orientada pela vertente
modernizadora.
A transição da década de 1970 á 1980 marca um período importante
para o serviço social brasileiro, pois o serviço social passava a questionar as
bases do seu projeto Ético-politico. Esse processo é marcado pelo
enfrentamento e pela renúncia do conservadorismo profissional. Nesse período
o serviço social se vê envolvido em todo o processo de reformas pelo qual o
Brasil estava passando, entre as lutas e a própria crise do Estado brasileiro,
passando assim por um forte processo de revisão profissional, negando o
tradicionalismo da profissão, mais conhecido como renovação do serviço social
ou intensão de ruptura, e nesse momento que o serviço social buscava uma
fundamentação e consolidação teórica, nesse momento o Serviço Social
aproximou-se da teoria marxista.
Na década de 1980 há um aprofundamento do movimento de reforma
sanitária e o serviço social é envolvido por todo o processo de reforma,de lutas
e pela crise fiscal que estava passando o estado brasileiro, esse período marca
a revisão da categoria profissional, na busca de romper com o tradicionalismo
da profissão, esse fato é conhecido como ―renovação do serviço social’’ e‖
intenção de ruptura’’ onde se buscava a fundamentação e consolidação da
teoria através do método dialético desenvolvido por Marx. Segundo Bravo
(1996, p.113) O serviço social deixou muito a desejar na interação com o
movimento da reforma sanitária,por causa de suas mínimas reflexões acerca
do modelo de atendimento a saúde proposto pelo movimento.
Diante do exposto percebemos que a década de 1980 foi de extrema
importância para o serviço social, pois foi à época em que a profissão
caminhou para uma tentativa de ruptura com o conservadorismo da profissão,
49
foi através do movimento de conceituação que a área da saúde, ganhou uma
postura mais crítica, baseando-se na corrente de pensamento marxista, a qual
se tornou a grande responsável no processo de ruptura entre a teórica e a
prática tradicional da profissão.
Notamos que o processo acima proporcionou aos profissionais a
romperem com o caráter meramente executor imposto pelas instituições e
conquistassem novas atribuições e competências.
Observamos que, no final dos anos 1980 e 1990 e meados dos anos
2000 o serviço social passou por grandes transformações tanto no que diz
respeito o alargamento de seu campo profissional como maior abertura no
campo da saúde, Deve-se ressaltar que esse período trouxe para o serviço
social grandes desafios e novas exigências haja vista que o país nesse período
tinha passando pelo processo de promulgação da Constituição Federal de
1988, sendo concretizado com a criação do SUS, sendo também criado o
Código de Ética profissional do Assistente Social, também foram criados
documentos específicos para atuação do serviço social na saúde, esse
documento criado pelo CFESS intitulado de Parâmetros para Atuação de
Assistentes Sociais na Política de Saúde, documento este que abordaremos
mais adiante.
A profissão chega à década 1990, com ênfase no seu amadurecimento
intelectual e expansão no meio profissional, esse período não sofreu alterações
consideráveis na prática e o serviço social continuava desvinculado do
movimento de reforma sanitária. Ressaltamos que nesse momento a profissão
passa a sofre fortes críticas, que estão relacionadas ao estudo e intervenção
da profissão na área da saúde, pois a profissão na época não tinha o saber
especifico na área, a profissão encontrava-se em processo de construção.
Percebemos que o projeto de reforma sanitária e o projeto privatista,
receberam e continuam recebendo fonte influencia do processo de
minimização do Estado. Desta forma, esses projetos são demanda do
Assistente Social diferente requisições.
50
Observamos que, ainda nessa década a profissão passa a se configurar
através do Código de Ética de 1993, tendo uma maior aproximação com o
Movimento de Reforma Sanitária. Observa-se também que os profissionais
tinham dificuldade em fazer vinculação do seu Projeto Ético Político
Profissional e o Projeto de Reforma Sanitária.
Concluímos que, de 1990 a 2000 a política no Brasil adota meios
neoliberais de conduzir suas políticas, pois a mesma tinha como característica
diminuição do tamanho do estado, tornando-o mais eficiente, bem como a
pouca intervenção do governo no mercado de trabalho e a privatização da
coisa pública. Desta forma, a política neoliberal ia de confronto com a profissão
e como o seu Projeto Ético-Político Profissional. Sendo a política neoliberal no
Brasil a responsável pela redução dos direitos sociais e trabalhistas, a
precarização no trabalho, os altos índices de desemprego estrutural, os
desmonte da previdência, o sucateamento da saúde e educação. É importante
ressaltar que essa política tornou as políticas públicas mais seletivas e
focalizadas, isso também repergunte no trabalho do assistente social, pois fica
difícil o assistente social propiciar os direitos para os usuários de seus serviços.
3.3 ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NA SAÚDE
O assistente social na saúde tem sua inserção a partir do conjunto dos
processos de trabalho destinados a produzir serviços para a população sendo
mediatizada pelo reconhecimento da profissão ao longo do desenvolvimento da
política de saúde no Brasil.
Considere-se que foi a partir dos anos 1990, que realmente o Serviço
Social teve seu reconhecimento como profissão da Saúde, segundo Silva et al
(2011) ,
51
―O trabalho profissional no âmbito da saúde tem sido reordenado pelas contradições presentes nesta área, decorrentes dos projetos em disputa, qual seja: Projeto de Reforma Sanitária e Projeto Privatista, onde o segundo confronta-se com o Projeto Ético-Político da categoria profissional dos assistentes sociais por defender princípios e valores centrados na emancipação dos sujeitos sociais, reconhecendo-os enquanto sujeitos de direitos. É em meio a essas contradições que o Serviço Social vincula-se ao Projeto de Reforma Sanitária por entender que este possui perspectivas concretas em direção a uma sociedade mais justa e igualitária princípios do projeto ético-político da profissão no contexto do capitalismo monopolista.(p.08)‖
Nesse contexto, percebemos que os dois projetos em disputa, o projeto
de reforma sanitária e o projeto privatista, passaram a receber a influência do
processo de minimização do Estado. Esses projetos apresentaram diferentes
requisições ao Assistente Social.
A proposta do projeto privatista era a contenção dos gastos, favorecendo
e incitando o Estado à privatização da coisa pública, e outras ações, neste
sentido requisita do Assistente Social uma ação voltada ao assistencialismo
pautada na ideologia do favor e práticas individuais. Já o projeto de reforma
sanitária requer do Assistente Social um trabalho Humanizado, abordagens e
práticas em grupos, interação da instituição saúde sempre em acordo com a
realidade, sempre estimulado à participação da sociedade civil, entre outras
demandas. Deve-se ressaltar que nesse momento o Serviço Social é chamado
para identificar os fatores que intervém no processo saúde/doença como uma
forma de compreensão dos fatores sociais.
Em face de tamanha importância, CFESS (2010) acrescenta:
―Na saúde, em que esse embate claramente se expressa, a crítica ao projeto hegemônico da profissão passa pela reatualização do discurso da cisão entre o estudo teórico e a intervenção, pela descrença da possibilidade da existência de políticas públicas e, sobretudo, na suposta necessidade da construção de um saber específico na área, que caminha tanto para a negação da formação original em Serviço Social ou deslancha para um trato exclusivo de estudos na perspectiva da divisão clássica da prática médica. (p.25)‖
52
Desta forma, percebemos que especificamente na saúde tinha críticas
sobre o estudo teórico e a intervenção, nesse sentido percebe-se uma
necessidade de uma construção de um saber especifico para o serviço social
na saúde. Pois reconhecia um problema na atuação profissional ao exerce
outras atividades, não havendo assim o reconhecimento do profissional em
suas atividades como assistente social.
Atualmente, é de fundamental importância o trabalho do Assistente
Social no SUS, pois garante a efetivação desse sistema, nos seguintes
requisitos: universalização dos direitos, na sua fiscalização, na formulação das
políticas públicas, no controle e participação social. O trabalho do assistente
social na saúde busca a emancipação dos sujeitos enquanto sujeitos de
direitos da política pública de saúde, de forma que a sociedade se torne mais
justa e igualitária. Vê-se, portanto, que o problema da atuação do assistente
social na saúde estar na profissão, pois a mesma ficar distante de sua função
social. A prática profissional do Assistente Social se insere no âmbito da
correlação de poderes e forças sociais presentes na sociedade capitalista. O
que requer do Assistente Social análise dos aspectos sociais, econômicos e
culturais de seus usuários.
Nesse contexto, indagamos que o principal desafio segundo CFESS
(2010) é formar trabalhadores de saúde para o Sistema Único de Saúde, com
visão generalista e não fragmentada (p.27). Desta forma, o profissional deve
buscar articulações entre o projeto ético político do serviço social e o projeto de
reforma sanitária.
Desta forma, percebe-se que houve um aumento do número de postos
de trabalho para o Assistente Social no SUS. Entretanto isso vem
acompanhado da precarização do trabalho causados pela falta de
infraestrutura da instituição, bem como a burocratização da rotina próprio
trabalho desse profissional. Desta forma os profissionais têm as principais
demandas conforme Bezerra et al apud Lessa et al (2007),
53
―Às demandas postas para o trabalho do assistente social decorrem
fundamentalmente da necessidade de administrar as contradições inerentes ao SUS, no que se refere ao processo de racionalização e reorganização do sistema. o produto principal do seu trabalho é a recomposição da integralidade das ações do sistema, ainda que por caminhos tortuosos e também invisíveis. Assim, a matéria-prima sobre a qual incide o trabalho do assistente social no SUS tem sido, prioritariamente, as contradições, dificuldades de funcionamento e a falta de resolutividade do sistema social (...). Nessa lógica de análise, a legitimidade do serviço social se constrói pelo avesso, ou seja, a sua utilidade se afirma nas contradições fundamentais da política de saúde (p.206).‖
Percebemos que na cena contemporânea o profissional necessita
segundo o CFESS (2010)de fóruns de capacitação e debates dedicados a
importância da produção do conhecimento sobre o Serviço Social nas
diferentes áreas (p.26). Pois o mercado de trabalho exige cada vez mais
qualificação dos profissionais.
Nesse sentido, faz-se necessário conhecer as principais legislações que
norteiam a prática dos assistentes sociais na saúde, na buscar de melhor
compreender as normas, estatutos, resoluções e os parâmetros para atuação
do serviço social na saúde.
Partindo desse princípio é importante destacar os marcos históricos da
profissão, como a de Lei de Regulamentação da Profissão e as Diretrizes
Curriculares; a consolidação do Projeto Ético Politico da Profissão, bem como
o seu Código de Ética Profissional.
Sob esse marco, é importante salientar que Projeto Ético Politico da
Profissão, foi uma luta da categoria que visava defender a prática profissional.
Nesse sentido segundo Netto apud Martins (2010), os elementos éticos de um
projeto profissional, não se limitam às normatizações e/ou prescrições, mas
envolvem escolhas teóricas, ideológicas e políticas das categorias e dos
profissionais que compõe o mesmo (p.02).
Desta forma a consolidação do projeto ético-político do Serviço Social na
atualidade é essencial, pois e só através dele que os profissionais podem
54
apontar os desafios que eles enfrentam no cotidiano de seu trabalho para a
consolidação do seu projeto frente a atual conjuntura da sociedade capitalista.
Esse projeto teve com fruto para a consolidação da profissão no Brasil, o
Código de Ética Profissional e Lei de Regulamentação da Profissão, ambos
trazem as competências e atribuições do assistente social, direitos e valores
éticos a serem seguidos pelo profissional. Desta forma os profissionais têm que
respeitam e honrar com ambos durante seu exercício profissional, pois e eles
que dão materialidade a ação dos profissionais de serviço social, sendo que os
mesmos também tem que ser respeitados pelos empregadores desses
profissionais.
Vale ainda salientar que a lei de Regulamentação da Profissão9 é a
8.662, de 07 de julho de 1993, Dispõe sobre a profissão de Assistente Social e
dá outras providências. Sendo composta por 24 artigos, entre eles podemos no
destacar Art. 4º Constituem competências do Assistente Art. 5º Constituem
atribuições privativas do Assistente Social. Essa lei e fundamental para atuação
do Serviço Social na Saúde, pois possibilitar que o profissional tenha uma
leitura critica dos processos da sociedade capitalista, bem como uma
compreensão do verdadeiro significado o que são as competências e suas
atribuições.
O Código de Ética Profissional10 é constituído por 11 princípios,
princípios esse que norteiam a atuação do assistente social, e que são
fundamental no trabalho desse profissional mediante as principais demandas
que são colocadas para os mesmo no seu exercício de seu trabalho. Essa são
leis especificas do Serviço Social.
A legislação que embasa o trabalho no serviço social na saúde e a Lei
Orgânica da saúde11 (LOS) lei 8.080, Dispõe sobre as condições para a
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento
9 Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8662.htm. acessado em 30/12/2013.
10
Ver Código de Ética Profissional:http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_CFESS-SITE.pdf. 11
Ver em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm , acessado em 01/01/2014
55
dos serviços correspondentes e dá outras providências. Sendo a mesma
responsável por regula as ações e serviços de saúde em todo território
nacional, estabelecendo também os princípios e diretrizes do Sistema Único de
Saúde.
E importante salientar a resolução n° 218 de 06 de março de 1997,
reconhecida pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) que reconhecer o
assistente social como um profissional de saúde, desta forma o CFESS através
da resoluçãon°383/1999 reafirmar que o assistente social e um profissional da
saúde, mais também podem atuar em outras áreas.
Contudo podemos citar o documento criado pelo o CFESS intitulado
como ―Parâmetros para a Atuação de Assistentes Sociais na Saúde‖, que
segundo CFESS (2010),
―Tem como finalidade referenciar a intervenção dos profissionais de Serviço Social na área da saúde. Constitui-se como produto do Grupo de Trabalho ―Serviço Social na Saúde‖, instituído pelo Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) em 2008, que incorporou nas suas discussões e sistematizações as deliberações do 36º e 37º Encontro Nacional CFESS/CRESS (p.09).‖
Esse documento é de fundamental importância para atuação do
assistente social na saúde, ele também apresenta as competência e
atribuições privativos do serviço social na saúde, bem com os níveis de ações
diretas, entre elas podemos citar ações assistenciais; atendimento direto aos
usuários; ações de articulação com a equipe de saúde; mobilização,
participação e controle social entre outros.
Com esse documento o CFESS (2010) Espera que,
―Fortalecer o trabalho dos assistentes sociais na saúde, na direção dos projetos da Reforma Sanitária e Ético-Politico Profissional, imprimindo maior qualidade ao atendimento prestado à população usuária dos serviços de saúde em todo o Brasil (p.13).‖
Ressaltamos ainda que esse documento ―Parâmetros para a Atuação de
Assistentes Sociais na Saúde‖, e muito importantes para atuação do serviço
56
social, mas também e verdade que muitos assistentes sociais não sabem quais
as reais competências do serviço social nessa área do mesmo para melhor
desenvolver seu trabalho nessa área, deixando claro o que é o serviço social
na saúde? Quais são suas competências e atribuições? Não só para os
assistentes sociais, mas também para os demais profissionais que atuam na
saúde.
Com isso, queremos demonstrar que o Serviço Social na saúde conta
com uma série de leis que protege e garante a atuação dos mesmo nesse
campo. Entendemos também que atuação desses profissionais no SUS
enfrentam grandes desafios que segundo Paim (2009, p.89) são:
―Filas vergonhosas para a assistência médica deste a madrugada ou dia anterior; descortesia nos guichês dos hospitais e unidades de saúde; desatenção de seguranças, recepcionistas, auxiliares e profissionais de saúde diante de pessoas fragilizadas; corredores superlotados de marcas nos serviços de pronto-socorro; disputa por fichas para exames; longas esperas em bancos desconfortáveis (p.89).‖
Diante do que foi exposto percebemos que são vários os desafios do
Assistente social na Saúde, pois garantir os direitos dos usuários mediante
uma mercantilização dos serviços públicos. Desta forma com a impossibilidade
de serem atendidos na rede pública de saúde os cidadão acabam pagando
planos de saúde para terem acesso a saúde, isso e fruto dessa
mercantilização.
Com podemos observa o sistema de saúde e muito fragilizado, estar
sempre buscando aprimoramento, Desta forma para tentar amenizar essa
situação o Ministério da Saúde instituiu em 2003 a Política Nacional de
Humanização (PNH) ou mais conhecida como Humanizar SUS. Desta forma
segundo Brasil (2010) essa política tem como:
―Objetivo qualificar práticas de gestão e de atenção em saúde. Uma tarefa desafiadora, sem dúvida, uma vez que na perspectiva da humanização, isso corresponde à produção de novas atitudes por
57
parte de trabalhadores, gestores e usuários, de novas éticas no campo do trabalho, incluindo aí o campo da gestão e das práticas de saúde, superando problemas e desafios do cotidiano do trabalho (p.06).‖
Nesse contexto, percebemos com é importante a inserção do Assistente
Social na saúde, pois além de ser um grande empregador desse profissional,
também tem muito da questão das disparidades sociais causadas pela política
neoliberal. Diante disso, o Assistente Social vai trabalha norteado pelo seu
Código de Ética que tem com um dos sue princípios a defesa intransigente dos
direitos humanos, sendo assim o Assistente Social um profissional capaz de
lutar para garantir os direitos a saúde a todos.
Passaremos a discutir no próximo capítulo a respeito do Serviço Social
no Hospital Distrital Gonzaga Mota de Messejana, partiremos do contexto
histórico da instituição, depois daremos ênfase nos resultados obtidos na
pesquisa.
58
4 O SERVIÇO SOCIAL NO GONZAGUINHA DE MESSEJANA
4.1 BREVE CONTEXTO HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO
O Hospital Distrital Gonzaga Mota de Messejana, ficar situado no Bairro
de Messejana no município de Fortaleza-Ceará. Pertence a SER-VI (Secretaria
Executiva Regional). O hospital é caracterizado como unidade de atenção
secundária de saúde. Sendo referência na assistência materno-infantil em
Fortaleza.
Em 21 de setembro de 1985, o Sr. Luís Gonzaga de Fonseca Mota,
Governador do Estado, anunciou que iria desabrochar um trevo de quatro
folhas e que cada uma representaria uma unidade se saúde estrategicamente
instaurada em Fortaleza. Então, assim foi inaugurado em 23 de Setembro de
1986, esta unidade hospitalar, nomeada Hospital Distrital Gonzaga Mota de
Messejana12.
E importante ressaltar que antes de se tornar Hospital Distrital Gonzaga
Mota de Messejana, ele abrigou um ambulatório de zoonose que tratava de
animais com raiva, além de uma clinica de odontologia. Mas só foi a partir de
1991 com municipalização da instituição, sendo suprimida a palavra do
Governador de seu nome passando assim a ser chamado Hospital Distrital
Gonzaga Mota de Messejana, sendo composto sue corpo clínico nos dois anos
seguintes, sendo instalado no mesmo o Serviço de Pronto Atendimento (SPA),
sendo composto por vários profissionais da saúde.
Desta forma nos anos seguintes de 1994 a 1996, o hospital passou pelo
processo de informatização e automação, que estruturou e montou vários
aparelhos no hospital, sendo implementado o Serviço de Arquivo Médico e
Estatístico (SAME), sendo hoje responsável pelo agendamento de consultas e
pelo detalhamento dos dados estatístico da instituição.
Esse capitulo foi feito através do plano e gestão do Hospital, bem como observações feitas durante o estagio I, através de analise situacional da instituição.
59
Um marco muito importante na história da instituição foi em 1997, sendo
reformulado o Hospital nos moldes do Instituto Doutor Jose Frota (IJF), desta
forma foi desativado o serviço de odontologia, bem como melhorias na própria
estrutura do hospital.
Desta forma percebemos que o Hospital passou por várias mudanças no
que diz respeito ao espaço físico, bem como na sua infra-estrutura, bem como
nos seu serviços, isso só foi possível com a implementação dos dois sistema
SPA que tinhao corpo clínico do Hospital e o SAME era um equipamento que
cuidava do detalhamento dos dados estatístico.
Mas foi a partir 1998 a 2004 que ocorreram as mudanças mais
significativas no Hospital, sendo definida a equipe multiprofissional e a reforma
do laboratório, isso só foi possível com o recebimento de equipamentos e
insumos do próprio Ministério da Saúde (MS), desta forma o hospital passou a
desenvolver e Serviço de Atendimento Especializado em DST/HIV/AIDS mais
conhecido hoje com SAE, Sendo responsável pelo acolhimento de pessoas
como DST/HIV/AIDS, passando também a realizar analise mais complexas,
para que isso fosse possível foi preciso investir nos profissionais sento
realizado treinamentos e tendo incentivos para seus colaboradores.
Neste período percebemos que o hospital passou por várias
transformações, para aperfeiçoar o atendimento de seus usuários, bem como a
própria equipe de profissionais.
Nos anos seguintes o hospital passou por mais transformações, como a
implementação de mais serviço como atendimento a Vítima de Violência
Sexual e Doméstica, e também o Serviço Interdisciplinar em Ginecologia e
Obstetrícia para Adolescentes, visando sempre melhor o seu atendimento e se
tornar uma referencia tanto no atendimento humanizado, bem como referencia
para estudantes de diversas áreas, buscando se tornar um hospital escola.
É importante ressaltar que o hospital Gonzaga Mota de Messejana criou
um projeto chamado Parto que te quero perto que foi baseado na política de
Humanização, com objetivo de promover a humanização do parto ate o seu
60
nascimento, buscando sempre estimular a participação dos companheiros das
pacientes ao longo de toda a gestação.
Esse projeto hoje é o grande caminhão chefe no atendimento do
hospital, pois percebemos que todas as atividades do mesmo giram em torno
desse projeto, buscado sempre melhorar o atendimento a mulher e suas
crianças, na expectativa de efetivar a política de humanização no hospital.
Destacamos também que o hospital se tornou referência na rede municipal
para o programa Rede Cegonha desenvolvido pelo Governo Federal sendo
desenvolvido atualmente em todo o país.
4.2 O PROCESSO DE TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL E A
DISCUSSÃO DAS SUAS ATRIBUIÇÕES A PARTIR DA REALIDADE DAS
ASSISTENTES SOCIAIS DO HOSPITAL DISTRITAL GONZAGA MOTA DE
MESSSEJANA (HDGMM)
Nosso objetivo agora é detalhar e organizar os dados coletados no
transcorrer da pesquisa. A fim de responder ao objetivo proposto inicialmente.
No primeiro momento, vamos traçar o perfil social das assistentes sociais que
participaram das entrevistas. Na segunda parte faremos a análise dos dados
coletadas com as mesmas.
61
Tabela 1- Perfil social das Assistentes Sociais
Perfil das entrevistadas
Todas do sexo Feminino
Idades das
entrevistadas
30 á 50 anos
Naturalidades
03 são de Fortaleza, 1 de Quixadá e outra de
Aracati
Nacionalidade
Todas são Brasileiras
Estado civil 3 solteiras e 2 casadas
Religião 03 Católica, 1 Espirita e outra Sem religião
Tempo de Trabalho na
instituição
03 tem 1 ano, outra tem 10 meses e outra tem
19 anos
Local de
Formação
Todas na Universidade Estadual Do Ceará
Total de entrevistadas 05 entrevistadas
Fonte: Própria
Percebemos que a maioria dos entrevistados é do sexo feminino,
valendo ressaltar que esse dado é preciso para conhecer as entrevistadas.
Percebemos também que a faixa etária varia entre 30 e 50 anos. Das
entrevistadas, todas têm formação superior em Serviço Social realizada na
Universidade Estadual do Ceará. Quanto ao tempo de atuação como
Assistente Social na instituição e variável, pois algumas têm mais tempo e
outras estão apenas há pouco tempo. A análise demonstra a experiência de
quem tem alguns anos de experiência na área da saúde. Esta junção tem e
muito a contribuir com a ciência, uma vez que é sempre bom juntar o velho
com o novo, pois atuação das mesmas se renova com o novo e este se
embasa com o outro.
62
Nesse sentido, foi perguntado as Assistentes sociais quais são as
principais demandas que chegam à instituição? Portanto, as mesmas
apresentaram as respostas a seguir:
―Bom aqui é um hospital materno-infantil, então chegam à emergência da sala de parto, o próprio parto, normal, cesária, chega abortamento incompleto, chega curetagem, agente tem aqui também emergência pediatra, em caso menos grave que não seja traumas, então quando tem febre alta que a criança estar quase convulsionando , vômito, é dores de cabeça forte, diarréia. São as demandas mais graves que o posto não resolve, como aqui e um hospital de média complexidades eles referência a partir de um encaminhamento primeiro a criança tem que passar pela UPA, posto de saúde pra depois vir ter esse atendimento. Mas o forte do hospital é a maternidade[...] (ENTREVISTADA 01). Bom aqui no hospital Gonzaguinha por se trata de um hospital que é basicamente de maternidade né, maternidade e emergência pediatra, as principais demandas são essas são criança precisando de atendimento necessitando de atendimento de emergência pediátrica [...] o grande carro forte do Gonzaguinha de messejana é a maternidade [...] (ENTREVISTADA 02). As princípais demandas são oriundas dos nossos pacientes, que realmente vem em busca dos serviços de maternidade que é o foco principal do hospital e da emergência pediátrica. (ENTREVISTADA 05).‖ E a gente atende tanto demanda interna oriunda da aqui, do pessoal que estar dentro da maternidade, e questão de certidão de nascimento, orientação de como consegui obter a certidão de nascimento, registro qual a documentação necessária, caso de adolescentes, que chegam aqui e a gente tem que orientar no sentido de chamar a responsável mãe, pai de caso que ambos são menores tanto a mãe como o pai da criança. (ENTREVISTADA 03).‖
As entrevistadas definem o hospital como sendo um hospital de média
complexidade com especialidade materno-infantil é a partir disso é que surgem
as demandas, sendo que essa demanda que chegam a instituição é
basicamente de maternidade e emergência pediatra. E a partir do atendimento
tanto da maternidade e emergência pediatra que surgem as demandas para o
Serviço Social.
Já a entrevistada n° 4 ressalta o seu trabalho no SAE, demonstrando
assim que o hospital também atende outras demandas que não são só
63
maternidade e emergência pediatra, mas ela também desenvolve seu trabalho
no serviço social do hospital sobre ambos ela respondeu:
―Bom, eu como trabalho aqui no aconselhamento com doenças sexualmente transmissíveis, nós acolhemos aqui gestantes, pacientes já confirmados que são soro positivo, homossexual, profissional do sexo e a maioria dos pacientes que eu acolho aqui são gestantes que descobre que são soro positivo e devido estar gestante tem que fazer o exame do HIV e por esse motivo descobre que no posto de saúde através do teste rápido ou do Elisa e descobre que são soro positivo vem aqui para o nosso SAE (Serviço de Atendimento Especializado em DST/HIV/AIDS) [...]Eu com trabalho aqui no SAI e também trabalho no serviço social lá já é outro tipo de demanda, lá nossa demanda é para uma declaração, na parte de ambulatório nos temos as declaração, lá nós temos o visitante que não encontra seu paciente através da portaria, ai a portaria encaminha para nós, para descobrimos onde estar esse paciente, muitas vezes esse paciente não estar nem aqui, então a gente vai viabilizar para ver se estar aqui no Gonzaguinha, muitas vezes não estão aqui nas mais estão nas redondeza principalmente no Waldemar de Alcântara, principalmente quando eles falam que o paciente estar assim, então nós já sabemos que ele não estar aqui, porque nosso perfil aqui é um hospital materno-infantil[...]temos aqui também o atendimento para o planejamento família, a mulher para fazer laqueadura tubaria , a gente faz o protocolos e para o homem quando ele quer fazer vasectomia a gente também fazer esse protocolos para a vasectomia, e outros tipo de demanda quanto temos violência , a gente atende violência sexual, violência domestica[...].(ENTREVISTADA 04).‖
Percebemos que a mesma ressalta seu trabalho uma vez por semana
no SAE, e nos demais dias é no conjunto de demandas do hospital, mas
sempre no Serviço Social dessa instituição, mas ela já a ponta para outras
demandas com declarações sendo as mais frequentes nesse setor, e depois
ela fala de outras demandas que chegam a instituição.
Perguntamos também sobre quais as principais demandas que chegam
ao serviço social desta instituição. O objetivo dessa pergunta foi para deixar
clara quais são demandas do Serviço Social na instituição, em virtude que o
Assistente social do Hospital são muitas vezes chamadas para atenderem
outras demandas que não são competências das mesmas.Para essa questão
tivemos as seguintes respostas.
―Bom ao serviço social é sempre a gente estar mediando a família dos pacientes, bem como os acompanhantes principalmente, então a demanda que chega é principalmente a ―alta‖, a gente viabilizar alta,
64
e uma pessoa que possa vir busca, as vezes tem gente que não possa ir embora sozinho e que não tenha uma pessoa para vir buscar, fazemos esse contato por telefone, procuramos a família, vem também os casos de violência que são atendidos aqui violência doméstica, qualquer que seja ela violência é principalmente o abuso sexual seja a exploração ou abuso, principalmente os caso que são televisionados agente faz todo o processo de atendimento e notificação, a gente notifica é feita a profilaxia, e a gente dar procedimento ao acompanhamento, tanto dar orientação como também tenta acionar a rede como a DECECA delegacia de combate a exploração sexual contra criança e adolescente como de lá e feito e expedido a guia para mandar para o IML[...].(ENTREVISTADA 01). Bom no serviço social o que chega, as principais demandas é o que a gente costuma receber na sala né de atendimento são pessoa que necessita de uma declaração por estarem e serem acompanhante de uma paciente, e precisão justificar no trabalho, então muitos necessitam dessa declaração[...]tem questões que tem que ser esclarecidas para poderem ser trabalhadas, e acabam ficando para o serviço social, orientar , esclarecer às vezes eles buscam o serviço social só para a gente fazer algum contato com algum da família,[...](ENTREVISTADA 02). Uma demanda que tem chegando muito é objeto, e eu penso em estudar sobre isso são as mães, as mulheres em situação de rua, que chegam usuárias de crack que chegam aqui na maternidade, onde os vínculos familiares já estão rompidos há muito tempo, ai essa mulheres chegam onde a martenagem, agente percebe que estar totalmente comprometida, essas mulheres não querer ter aquele filho, porque aquele filho não foi desejado [...](ENTREVISTADA 03). Principal demanda mais frequente no nosso dia a dia ali eu considero mais as declarações que é muito frequente [...]encaminhamentos para o SVO(serviço de verificação de óbito) é outra demanda da gente, e quando e o SVO é pra fazer sepultamento né a gente tem aqui a uni paz, que é a ajuda de custo, quando a família não tem recuso para realizar um sepultamento através do Estado, Município que é o auxilio funeral.(ENTREVISTADA 04). Ai são várias e varias né, nós atendemos, é um hospital da rede pública atendemos uma classe menos favorecida, é uma classe média então chegam demanda sobre todos aspectos, tem a violência sexual, tem os mal tratos em casos de familiares com sua criança, também é nos solicitados contato com acompanhantes , com familiares, para estarem nesse momento difícil com a mãe, o bebê que necessita do apoio do hospital.(ENTREVISTADA 05).‖
A entrevistada n° 3 trouxe um dado novo as demandas que chegam ao
serviço social da instituição, ela também demonstra seu interessem em estudar
essa temática.
Segundo Varella13:
13
http://drauziovarella.com.br/dependencia-quimica/as-maes-do-crack/ acessado no dia 19/01/2014
65
―A razão que as leva a conceber um filho na miséria em que se encontram são óbvias: crack é droga psicoativa de uso compulsivo que destrói o caráter e subjuga o arbítrio. É um experimento macabro da natureza que reduz seres humanos à situação de animais de laboratório, condicionados a buscar, a qualquer preço, a recompensa que a cocaína lhes traz.(Trecho do artigo as mães do Crack).‖
Diante disso percebemos que tem crescido no Brasil questões
relacionadas ao uso de crack com as mulheres grávidas. Causando assim uma
preocupação tanto para os profissionais como para o próprio ministério da
saúde. O uso de crack na gravidez causa segundo Associação Médica
Brasileira (2012):
―O retardo do crescimento intrauterino e baixo peso ao nascer, aumenta o risco de parto prematuro e expõe a criança a infecções como hepatite, síndrome da imunodeficiência adquirida e sífilis.
14‖
No tocante as demandas que se apresentam ao Serviço Social
perguntaram como elas analisam e atendem essas demandas coletamos as
seguintes declarações:
―Bom eu sempre parto do principio de que é um cidadão, e que todo
cidadão tem o direito dele, ter seu direito viabilizado, a perspectiva de
atuação aqui dentro, aqui no hospital é sempre perspectiva do direito
e da garantia do direito e como a gente estar atuando na política de
saúde e o SUS, a gente tenta valer os princípios do SUS, o princípio
da igualdade, da equidade, o princípio da integralidade da proteção
[...].(ENTREVISTADA N 01)
Toda atuação do profissional é norteada pelos nossos princípios
éticos, pela legislação vigente é que protegem crianças,
adolescentes, mulheres é principalmente o SUS com a política da
humanização do SUS, toda nossa atuação é norteada por essas
legislações, então a gente verifica qual é a demanda e onde ela se
encaixa utilizando essa legislação para nos prestar nossa assistência.
(ENTREVISTADA N 05)‖
14
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302012000200008 acessado em 19/01/2014.
66
Observamos nos depoimentos das entrevistadas n° 1e 5a preocupação
com a garantia dos direitos dos usuários, mediante a legislação vigente, mas
sempre buscando a efetivação da política de Humanização do SUS. Desta
forma podemos relacionar essa garantia dos direitos com um dos princípios
fundamentais do Código de ética do Serviço Social a defesa intransigente dos
direitos humanos.
De acordo com Iamamoto (2009) as assistentes sociais têm ações que
acabam:
―[...] viabilizando o acesso aos direitos e aos meios de exercê-los, contribuindo para que a necessidade e interesses dos sujeitos sociais adquiram visibilidade na cena pública e possam ser reconhecidos, estimulados à organização dos diferentes segmentos dos trabalhadores na defesa e ampliação dos seus direitos, especialmente os direitos sociais. Afirma o compromisso com os direitos e interesses dos usuários, na defesa da qualidade dos serviços sociais. (p.20).‖
Portanto, vale destacar que a humanização em sua perspectiva
ampliada permite que as assistentes sociais analisem as determinantes sociais
do processo saúde/doença, bem como as condições de trabalho e também os
modelos de assistência e gestão. Mas também evidência os desafios dos
profissionais da saúde em colocar em prática a humanização, pois a política de
humanização requer do profissional a criação de uma cultura de atendimento,
pautada sempre na centralidade dos sujeitos na construção coletiva do SUS
rompendo com a visão doença-centrada. Para que isso possa se tornar
realidade é preciso que os trabalhadores estejam motivados, e com condições
de trabalho digno.
É importante ressaltar que a defesa dessa concepção de humanização
encontra-se respaldada no projeto ético político do Serviço Social, devendo ser
compromisso e preocupação profissional.
Ainda com relação à mesma pergunta anterior tivemos ainda como
resposta as seguintes:
―Cada caso é um caso, cada individuo que chega ao serviço social, com qualquer demanda que seja ela traz, por traz dela tem questões
67
que são especificas delas, cabe a gente entender [...](ENTREVISTADA N 02) [...] eu vejo sempre vejo assim dessa forma bem crítica quando eu atendo aquela demanda eu vou analisar o que tem por traz, o que tem ali, de todo um histórico que esta subjacente, de todo uma questão social que estar subjacente gritante né, e que a gente ali só estar vendo uma pontinha do que é, sempre com muita responsabilidade, como muita ética, com muito respeito ao nosso usuário nosso cidadão, com muito comprometimento com nossa profissão, porque eu acho que isso é a base de tudo e assim a gente ver que as assistentes sociais que estão chegando agora chegam acreditando e querendo muito mais transforma aquela realidade daquele usuário[...]Então é assim a gente atua sempre quebrando mil barreiras, sempre tentando ir sempre além das nossas forças, ai muitas vezes a gente se depara com o conformismo de colegas que estão aqui há mais tempo, que acha que não, que a gente foi ate aonde deu se a instituição não dar condições de ir além, então não vamos né. (ENTREVISTADA N 03). [...] então você tem que saber dizer um não, como nem tudo como a instituição, como o Gonzaguinha de Messejana nós temos, eu acho que nem toda instituição não tem tudo para dar o usuário, a gente tenta dar o máximo né, mas não somos 100°/ₒ temos nossas falhas né, isso depende do gerenciamento, isso de pende da administração muitas vezes em alto escalão porque não depende só dos nossos diretores e sim de nossos governantes nosso papel como assistente social, é nós passamos pra ele né, com intuito que mesmo que seja um não ele vai entender o porque do não, porque a gente procura o máximo para esse paciente/usuário sair satisfeito com o nosso trabalho. (ENTREVISTADA N 04).‖
Neste sentido podemos observar que ambas apontam para diferentes
pontos de vista, nesse sentido a entrevistada n° 2 parte das demandas trazidas
pelos os usuários para análise e dar sua resolutividade. Já a entrevistada 03 no
primeiro momento ela traz como ela analisa e atende as demandas, mas
também ela fala o conformismo de algumas profissionais.
Desta forma é importante salientar que os Assistentes Sociais hoje
enfrentam um grande desafio, esse desafio está relacionado às práticas
rotineiras e burocráticas estabelecidas pela instituição, bem como ações
focalizadas. De acordo com Iamamoto (2005), Os assistentes sociais devem
ser profissionais propositivos em sintonia com as demandas sociais da
realidade na qual se inserem. (p.20).
A entrevistada n° 4 traz essa questão em sua fala, pois a mesma aponta
muitas as faltas que vão desde a instituição, ou ate mesmo por causa da
própria rotina de trabalho. Às vezes não é possível atender os usuários por
68
conta de limites da instituição, rotina do trabalho (acúmulo de demandas e
atividades) sobrecarga de trabalho.
Sendo assim, é de fundamental importância que o assistente social
tenha sempre uma capacitação que permita e possibilite o profissional romper
com a prática rotineira, acrítica e burocrática, e busque a partir de suas
intervenções a reorganização de sua prática, respaldando sempre pelo seu
código de ética e lei de regulamentação da profissão.
Perguntamos também como o serviço social analisa e atende as
demandas dos usuários. Obtivemos as seguintes respostas:
―A gente analisa de acordo com a demanda que vem para cá, se é viável, por exemplo, tem gente que vem aqui, e não é atendida pois aqui é um hospital de media complexidade que a básica não atendi, o primeiro da gente é saber se o hospital é adepto a atender aquela demanda que vem se não for a gente encaminha, olha se caso não for aqui se for lá na proteção básica a gente encaminha par UPA, pergunta onde é o bairro, pergunta onde é o posto mais perto para ele, tem muita gente que vem e que não é de maternidade a gente tem que encaminha para os outros hospitais[...]muitas vezes a gente tem que acionar a rede de atendimento e um dos equipamentos[...](ENTREVISTADA N 01). [...] orientar, é resolver aquela situação dela, aquele problema dela pensando no bem do usuário Como o serviço social analisa é eu entendo que todos os profissionais de uma maneira geral trabalham da mesma forma, porque não dar né cada qual com suas especificidades né, cada qual como sua maneira de trabalhar, mas não tem como a gente ser assistente social, estar dentro de um setor de serviço social e chegar uma demanda dessa e a gente trabalha dessa maneira, porque se não, não vai ter com atender a questão é a pessoa que traz pra gente (ENTREVISTADA N 02). [...] analiso sempre no bojo de uma análise crítica onde eu levo em conta a conjuntura social ai vamos aprofundar os teóricos do marxismo, eu tenho como referencial teórico mesmo o materialismo histórico dialético, eu então vejo assim nessa perspectiva dialética desse movimento social, de negação de direitos e daquele usuário de que estar ali vitima de uma serie de injustiça social[...](ENTREVISTADA N 03). O que chegam ao setor, o setor é uma equipe de profissionais que atuam dentro dos princípios éticos, tudo é analisado em cima cada situação a gente analisa trazendo a legislação. (ENTREVISTADA N 05).‖
Entrevistada 04 nos relatou o seguinte:
69
―Bom analisa as demandas assim, se a gente pudessem não existiria essa palavra não para o usuário porque é uma coisa como eu falei no início não depende só da instituição Gonzaguinha né, principalmente quando precisa de um especialista [...] (ENTREVISTADA N 04).‖
Isso recai novamente nos limites estabelecidos pela instituição, mas
também acaba encontrando na atuação e em sua prática limites e obstáculos
que interferem no seu agir profissional, comprometido com seus princípios e
diretrizes do Código de Ética Profissional.
Nesse sentido, assinalamos que diante do que foi exposto acerca de
como o serviço social analisa e atende as demandas dos usuários, destacamos
que no item seguinte, abordaremos na prática, qual o papel do serviço social
no apoio ao pacientes.
―É o nosso papel e principalmente é a mediação a gente tenta mediar e facilitar, a gente tenta ser mais ou menos ser o porta voz daquele paciente não conseguindo, então a gente escuta ver se e viável dentro do atendimento SUS e a gente viabiliza, seja a mediação ela através da direção do hospital, seja através da equipe, ou qualquer membro da equipe seja enfermeiro, médico[...] (ENTREVISTADA N 01). [...] para gente do serviço social, todas essas orientações e esclarecimentos que a paciente não tem, na prática o nosso papel é esse, e ver o que a paciente estar trazendo, o que ela estar necessitando é muitas vezes ela só quer esclarecimento que não é de competência da gente esclarece de cunho clínico, sobre o quadro clínico dela porque ela simplesmente o médico nem olha na minha cara[...] (ENTREVISTADA N 02). Eu acho assim, na prática, eu sempre digo que pra mim não existe esse negócio de prática e teoria a gente sempre estar fazendo essa leitura dialética conversando com essa teoria, essa teoria subsidiado a minha prática, essa prática materializando essa minha teoria, então assim como e que se dar essa intervenção com o usuário, paciente. Com o nosso usuário essa intervenção tem que se dar sobre tudo tendo como base o nosso código de ética, acho que fundamentalmente pra me uma assistente social que não tem sempre em mente seu código de ética né, fala sempre a verdade para aquele usuário, dizer das suas dificuldades de atuação, dizer de que forma a gente pode ir, ate aonde realmente se esgota a nossas possibilidades de intervenção. Orientar sobre os direitos que esse usuário tem [...] (ENTREVISTADA N 03). É muito importante nosso apoio ao paciente, porque através de nosso apoio o paciente ver a assistente social digamos assim com uma salvadora da pátria, eu sinto que eles se sentem muito apoiado pelo serviço social [...](ENTREVISTADA N 04).
70
Eu acho que é fundamental, o serviço social ele tem o olhar mais sensível às questões, as questões emocionais, as questões sócio econômico, o assistente social no hospital, ele contribui muito para realização e concretização da humanização do SUS, chegando mais próximo, realizando uma escuta respeitosa ao paciente, tentando viabiliza alguens serviços [...] é fundamental o serviço social dentro desse trabalho da humanização do SUS é fundamental. (ENTREVISTADA N 05).‖
Percebemos que o serviço social está sempre mediando às relações
entre usuários, familiares e profissionais no âmbito Hospitalar. A mediação é a
terceira condição da Instrumentalidade, desta forma segundo Yolanda Guerra
(1997), a própria instrumentalidade é uma forma de mediação, pois permite a
transformação de ações puramente instrumentalidade para ações critica e
competentes, mais qualificadas, na atuação.
É importante salientar que a mediação permite que o profissional tenha
uma maior compreensão dos fatos, passando analisa os fatos não de uma
forma isolada, mas de uma forma coletiva.
A mediação esta associada com o método dialético, a mediação também
visa causar impactos nas transformações da realidade dos sujeitos e visa ter
qualidade no trabalho efetuado pelos assistentes sociais, sempre buscando
mudanças em caráter coletivo, buscando que o profissional tenha uma visão
reflexiva, e crítica de sua prática. É através da mediação é que o assistente
social pode romper com essa visão focalizada da realidade exposta pelos
usuários.
Perguntamos também quais as principais dificuldades encontradas no
cotidiano de seu trabalho obtivemos como respostas:
―Essa dai, eu respondo muito fácil, eu acho que é a política pública de saúde, ela é insatisfatória, ela é a eficácia dela deixar a desejar, e uma política que não atende a uma demanda grande, não atende, a gente não consegue abarcar toda a demanda que vem, que além de vir a demanda do município de Fortaleza ainda vem a do pessoal do interior, então eu diria que a maior dificuldade [...]a política pública não consegue abarcar o leque dela, então o SUS vem com toda aquela história que saúde é um direito universal de todos, mas nem todos consegue ser atendidos aqui, nem todos não existe um hospital, esse hospital não tem estrutura para atender a demanda que
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vem né, então eu acho que a grande falha é essa da política pública, ela não ter essa estrutura, dentro do SUS, que o SUS preconiza dentro do hospital.(ENTREVISTADA N 01). Bom à primeira, dificuldade que a gente enfrentar é que a demanda muitas vezes é bastante grande, demanda por serviço social e bastante intensa, a gente não consegue sair da sala, [...] e a principal dificuldade é essa que a demanda é grande e, além disso, muitas vezes a gente é chamado para fazer intervenções que não são de competências nossa do serviço social [...] não é competência do médico, do enfermeiro, nem dos auxiliares de ninguém então manda para o serviço social essa é uma dificuldade muito grande, que muitas vezes é as nossas funções não são bem definidas por outros profissionais e também para o público, a gente não, a gente sabe o que a gente tem que fazer, porque a gente tem que desenvolver e o que é nosso trabalho, mas como muita gente não sabe, eu não digo só os usuários, mas os outros próprios profissionais, mandam para o serviço social fazer que não é da gente[...](ENTREVISTADA N 02). Grande dificuldade é a interface com os outros profissionais, é fazê-los compreender o real papel do assistente social, a real importância do serviço social dentro dessa instituição, que a gente não estar aqui não e só para fazer encaminhamento de óbito, porque as pessoas as vezes eu tenho a impressão que muitos profissionais nos ver dessa forma, as mocinhas que estão ali pra, muitas vezes, o pessoal aqui sabe por exemplo que a gente não tem vale transporte[...](ENTREVISTADA N 03).
Conforme Figueiredo &Tanaka apud Barreto et al(1999), mostram que a
política saúde demonstram porém que,
―Nos anos que se passaram desde a criação da Lei do Sistema Único de Saúde em 1990, em vez de ações práticas capazes de dar valor positivo às reformas no sistema de saúde, sobram evidências do descaso para com os serviços do setor público de saúde no Brasil Ao longo desses anos de implantação e implementação do SUS é o descaso para com os serviços e atividades do setor público de saúde no Brasil. A realidade que vivenciamos é de precariedade quase que absoluta no atendimento à saúde da coletividade.(1999, p.02).‖
Já segundo a entrevistada n° 2 e 3 apontaram como principal dificuldade
do serviço social na instituição a falta de conhecimento do que realmente é o
papel do serviço social na saúde. Podemos observar que o serviço social
acaba sendo o ―faz tudo‖ no hospital o que não é atividade nem dos
profissionais médicos e enfermeiro e encaminhado para o serviço social.
Segundo CFESS (2010) destaca que,
―O trabalho em equipe merece ser refletido e as atribuições do profissional de serviço social precisar ficar especificadas e divulgadas
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para os profissionais, resguardando-se, assim, a interdisciplinaridade como perspectiva de trabalho a ser defendida na saúde. (p.44).‖
Observamos nas falas das entrevistas que o serviço social na saúde
embora esteja inserida na saúde desde 1945, apenas 1997 através da
resolução CNS 218/1998 é que a profissão a ser reconhecida como um
profissional da saúde, elas também falam que não é muito valorizado pelos
demais profissionais, já que os mesmo não sabem o que realmente o
assistente social faz. Desta forma o assistente social conforme o CFESS
(2010):
―Tem tido, muitas vezes, dificuldades de compreensão por parte da equipe de saúde das suas atribuições e competências face à dinâmica de trabalho imposta nas unidades de saúde determinadas pelas pressões com relação à demanda e à fragmentação do trabalho ainda existentes. (p.45).‖
As entrevistas 04 e 05 apontam para outras dificuldades encontradas na
instituição sobre essas dificuldades ela nos relata o seguinte:
―[...] maior dificuldade que eu sinto aqui é apesar de a gente ser um hospital que dizem que vai ser informatizado, eu não tenho muita experiência em informática, mas eu sinto falta disso ai, quantas vezes a gente quer passar um relatório para o conselho tutelar é não tem um fax a disposição, a gente não tem nenhum computador para digitar, manda escrito a mão nem todo mundo tem a letra bonita, minha letra não e bonita né, quando e necessário se eu tive com alguma de vocês que são estagiarias que eu vejo que tem a letra bonita eu peço para passar a limpo, ela não vai faz por mim, ela só vai passar a limpo porque minha letra não é bonita, a gente não tem, isso eu sinto dificuldade a gente deveria ter um ambiente, uma sala de chefia, pois se a gente tivesse uma sala de chefia com computador com impressora, com fax, para melhorar nosso atendimento, [...](ENTREVISTADA N 04). As principais dificuldades que a gente percebercreio que não só dentro do âmbito hospitalar, da saúde, mas quem já passou por outros setores percebe que é a falta de estrutura, nos hospitais não oferecem uma estrutura adequada, como assim pacientes que vem do interior, que o acompanhante tem que estar próximo é a gente não tem uma estrutura de acomodação, uma acomodação melhor. (ENTREVISTADA N 05).‖
Diante do exposto, podemos observar que a falta de estrutura é fruto dos
desmontes pelos quais as políticas públicas passaram por causa da política
neoliberal, desta forma esta falta de infra-estrutura acaba respingando na
73
atuação dos profissionais da saúde, desta forma a atuação fica presa as
burocratizações estabelecidas pela instituição.
Nos depoimentos vistos, observa-se que as assistentes sociais
entrevistadas, enfrentam muitas dificuldades em seu cotidiano, principalmente
pela a falta de instrumentais para a realização de seu trabalho, bem como ter
que lidar com a falta de infra-estrutura da instituição.
Portanto, foram realizadas perguntas para as Assistentes Sociais quais
os objetivos de seu trabalho no Hospital, obtivemos as seguintes respostas:
―Eu acho que do meu trabalho é operacionalizar o SUS né, e faz valer todos aqueles princípios e diretrizes acho que a gente partindo disso dar ir a gente consegue essa consciência, a gente consegue efetivar a política de saúde de acordo com a demanda dos pacientes que procuram e estão internados [...](ENTREVISTADA N 01). Garantir os direitos dos usuários, no caso dos usuários e pacientes que se encontram aqui, e garantir os direitos deles, esse é o objetivo (ENTREVISTADA N 02). Olha meu objetivo pessoal é transforma essa realidade de tudo que eu falei agora a pouco, meu maior objetivo aqui é minha maior missãologo que eu cheguei eu pensei meu deus do céu eu vou correr daqui, porque não é nada do que eu pensava, e muito difícil trabalha aqui, a gente se debati aqui, com a rigidez de postura das colegas antigas, colegas antigas eu ouvir muitas vezes há você fica assim porque tu chegou agora, há você eu também já fiquei assim angustiada um dia, então assim um dia eu falei para uma Antígona aqui, é que a gente chama as antigas, eu nunca quero perder a capacidade de me indignar como a injustiça social, de me indignar como a violação de direito, eu nunca quero perde essa capacidade[...](ENTREVISTADA N 03). Meu objetivo é concretizar a humanização do SUS, nosso objetivo é esse e fazer com que esse paciente aqui dentro do hospital, ele se sinta acolhido, respeitado, e saia satisfeito, é saia tendo o sentimento que seus direitos foram respeitados sabe. (ENTREVISTADA N 05).‖
Já a entrevista n° 4 não deixou a desejar nessa questão já que a mesma
levou essa pergunta para outros direcionamentos tais como:
―Bom meu objetivo é sempre, eu pretendo me aposentar aqui é sempre espera melhorias, que cada governante que está entrando eu estou vendo que esse hospital da crescendo, cada vez a parecendo programas [...](ENTREVISTADA N 04).‖
74
Sendo assim, a mesma não mostra quais são os seus objetivos em
quanto profissional, ou seja, quais os objetivos que a mesma tem como
profissional para realiza na instituição buscando a garantia dos direitos dos
usuários da instituição.
Podemos também observar que a mesma está com o seu objetivo
voltado para a aposentadoria pela instituição do que pensar nos seus objetivos
com um membro de uma equipe que trabalha na garantia dos direitos e dos
usuários previsto no seu código de ética, colocando assim o bem material
antes de seus compromissos profissionais.
Sobre as demais profissionais elas destacam como principal objetivo do
seu trabalho na prática e efetivar a política pública de saúde através do SUS e
da política de humanização do mesmo. O concretização desse objetivo vai
depender da prática de cada profissional mediantes as condições e relações
com o seu trabalho e objetivo
De acordo com Vasconcelos (2007),
―Uma prática que tenha como objetivo romper com práticas reacionárias e conservadoras demanda o conhecimento das totalidades mais ou menos complexas nos múltiplos aspectos e determinações (p.124).‖
Por isso destacamos a prática profissional com grande relevância, nesse
processo porque vai permitir uma maior produção de conhecimento dos
profissionais, bem como melhora a auto-análise da realidade.
Podemos observar na questão seguinte quando indagamos você se
sente realizada no trabalho que realiza na instituição? Obtivemos as seguintes
respostas:
―Sim, muito apesar de certa precarização, de certa fragilidade é eu mim sinto realizada talvez se o eu costumo sempre diz quem faz serviço social tem que faz por amor [...]É talvez eu ficasse mais realizada se eu visse a política de saúde funcionasse mesmo, se ela não fosse tão compensatória, se ela não fosse tão ineficaz, se ela tivesse uma eficiência, uma efetividade dentro da saúde, mas no geral eu avalio positivamente.(ENTREVISTADA N 01).
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Sim, me sinto às vezes é um pouco frustrada devido algumas questões que a gente lida no nosso dia a dia, mas eu gosto, gosto de trabalha mim sinto realizada, gosto sim. (ENTREVISTADA N 02).‖ Olha eu mim sinto realizada, porque eu estou fazendo diferente, por mim eu mim sinto supre feliz, o que para me um dia foi frustrante quando eu cheguei aqui, foi frustrante acha que eu tinha que fazer igual, ai quando eu me deparei com a realidade ali, como aquele fazer, que já era a prática do meu setor eu fiquei frustrada, arrasada [...](ENTREVISTADA N 03). Mim sinto realizada, apesar das vezes a gente quere fazer algo que não está ao nosso alcance, em relação ao nosso usuário né, mas eu me sinto muito realizada, eu gosto muito do meu trabalho como assistente social gosto de mais e gosto muito dessa instituição[...](ENTREVISTADA N 04). Eu me sinto realizada como profissional, como relação a minha atuação eu procuro ter uma postura ética, respeitosa, algumas coisa a gente sente que não tá e não conseguiu realiza com o tempo, por causa justamente dessa falta de estrutura que a gente ainda encontra no serviço público de saúde (ENTREVISTADA N 05).‖
Como podemos observar todas se sentem realizadas com o trabalho
que desenvolve na instituição, a pesar de algumas dificuldades as mesmas
mostrar que no trabalho na instituição ela se realiza já na forma de atuar ou em
qualquer outra forma.
Quando perguntamos vocês conhecem quais são as competências e
atribuições do serviço social na saúde. Obtivemos como resposta:
―Sim, com certeza a gente se norteia né, no artigo 4 principalmente no 4 e 5 do nosso código de ética, então a gente sempre estar fazendo essa reflexão dentro da equipe, acerca das nossa competências e atribuições já que nós somos uma equipe multidisciplinar dentro desse hospital, uma equipe que também
trabalha com a interdisciplinaridade e precisa ter essa consciência[...](ENTREVISTADA N 01). Bom eu imagino, sim que competência e atribuições do assistente social em qualquer área é basicamente viabilizar, garantir os direitos dos usuários né, a gente trabalha nessa linha, com esse direcionamento, na saúde não e diferente, mas em cada área tem suas especificidades[...](ENTREVISTADA N 02). Sinceramente eu tenho estudado muito sobre as competências e atribuições do serviço social na saúde é o que eu posso diz que e algo que estar ainda sendo construído ainda. Em alguns lugares isso ainda estar sendo construído, porque muitas são as competências, mas existe muito mais coisas que são colocadas par gente, que a gente faz que não são nossas competências, acho que para a gente possa trabalha nos competências, primeiro temos que descontruindo
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essa visão que as pessoa tem do que o serviço social na saúde ou pelo menos no habito hospitalar, ou pelo menos aqui nesse hospital. (ENTREVISTADA N 03). Se eu pegar a lista é mais fácil de eu ler nossas competências e atribuições, essa pergunta ai contribuição à gente estar todo tempo lendo o estatuto do serviço social, as contribuições né é aquele que o estatuto prega pra gente né contribuições e deveres, é atendimento sigiloso, não denegrir a imagem de sua colega né, isso aqui a gente tem o atendimento sigiloso [...](ENTREVISTADA N 04). Sim, todos nós temos que conhecer o manual, os POP (procedimentos operacional padrão) que norteiam toda nossa atuação, é quais são nossas atividades e nossas funções. (ENTREVISTADA N 05)‖
.
Percebemos que em suas fala elas apresentam elementos do Código
Ética do Serviço Social tais como: defesa intransigente dos direitos humana;
ampliação e consolidação da cidadania como forma de garantir os direitos dos
seus usuários, mas também mostram o reconhecimento da liberdade como
valor central da profissão.
Como relação os parâmetros do serviço social na saúde, percebe-se
gradativamente o discurso das Assistentes Sociais para que aconteça a
efetivação desses parâmetros para atuação do serviço social na saúde e
preciso uma conscientização de todos os profissionais que trabalham na
instituição, ou seja, cada profissional tem que conhecer um pouco de cada
profissão.
Perguntamos também quais as atividades desenvolvidas pelo/a
assistente social mediante a equipe multidisciplinar da instituição? Tivemos as
respostas a seguir:
―[...]a gente tem, a nossa atividade principal dentro da equipe multidisciplinar, a gente tem que dar nosso parecer em relação aquele caso, se eu estou envolvida eu quero saber qual é a demanda do serviço social ali dentro, já que o médico já fez a avaliação dele, a enfermagem a psicologia acompanhou, a fonoaudióloga de repente tem uma fisioterapeuta, tem uma terapeuta ocupacional, geralmente nossas atividades e no sentido da garantia de direitos, de orientar[...](ENTREVISTADA N 01). [...]a gente tem uma parceria com a psicologia, o profissional mais próximo da gente e o psicólogo, porque uma das nossas atividades e a roda de conversa na sala de espera com as pessoas que aguarda
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atendimento laboratorial, e essa roda e feita com a psicologia e também o acompanhamento que a gente realizar nos setores das enfermarias, e evidentemente o psicólogo contata alguma situação é ai repassar pra gente, e vise versa, e da mesma forma a gente sempre estar dialogando com os enfermeiros, par ver alguma questão a respeito de algum paciente que estar com alguma situação que a gente não entende, a gente conversa com o enfermeiro né, o enfermeiro também acionar bastante o serviço social pra ver alguma questão que ele entende que cabe sim a intervenção do assistente sociale como o próprio médico né, só que com o médico é realmente a relação não é tão próxima, ate porque eles mesmos são muitos pragmáticos, mais a gente procura ter sim como todos um trabalho multiprofissional que é importante. (ENTREVISTADA N 02). A gente fazer o atendimento, multidisciplinar, a gente participa do atendimento junto com a psicologia, junto com a enfermagem, junto com os médicos, é claro que a gente assim interagir muito mais com a psicologia e mais fácil interagir com eles com a terapeuta ocupacional, no sentido de realmente trocar ideais, troca conhecimentos, práticas construir algo em conjunto porque existe uma dicotomia, uma divisão entre classe médica e as demais, então é muito complicada pra demais dialogarem e interagirem com classe médica, mas a gente tem no cotidiano a gente trabalha rodas de conversa com os usuários onde o serviço social apresenta sua competências[...](ENTREVISTADA N 03). Nossa atividade em relação ao grupo médico, enfermeira, psicóloga, agora a gente tem a terapeuta ocupacional contribui para que a gente unido possa dar uma boa resposta para os usuários, acompanhantes e pacientes, visitantes, a gente unido tem essa resposta para dar, essa equipe já estar dizendo multiprofissional a gente trabalha junto muitas vezes existe aquela divisão do médico, eu sou médico o todo poderoso, depois de mim vem o restante, mas a gente procura de qualquer forma fazer alguma coisa que for necessária a intervenção de todas nós[...](ENTREVISTADA N 04). Realização de estudos de caso, já que nós somos uma equipe multidisciplinar alguéns casos requer a intervenção da psicologia, junto com o serviço social, a enfermagem, e a gente tem que trazer isso né, os casos são estudados né, como é estudado senta todo mundo nenhuma mesa não, a gente tá dialogando, a gente tá trocando essas informações para encontra a solução, dar uma resolutividade para determinada situações. Alguéns momentos a gente realizam em parceria com outros profissionais são nossas rodas, é quando a gente realizam uns informações , as trocas de depoimentos, a gente realiza sempre com o pessoal da psicologia, o momento também uma atividade coletiva que a gente tá ai socializando com os outros profissionais.(ENTREVISTADA N 04).‖
Podemos assim destacar no que diz respeito ao trabalho dos assistentes
sociais e os demais profissionais, que as mesma relatam algumas atividades
desenvolvidas tanto com as enfermeiras e com a psicólogas, mas também
relatam a dificuldade de se trabalhar com os médicos da instituição mostrando
muitas vezes em seus relatos que os mesmo não sabem o que realmente faz
78
um assistente social, não só os médicos, mas também outros profissionais da
instituição.
Por isso segundo CFESS (2010) orientam para que:
―O profissional precisa ter clareza de suas atribuições e competências para estabelecer prioridades de ações e estratégias, a partir de demandas apresentadas pelos usuários de dados epidemiológicos e da disponibilidade da equipe de saúde para ações conjuntas. (p.41)‖
Desta forma é importante salientar que o trabalho em equipe precisa que
o assistente social tenha clareza de suas atribuições pra que possa romper
com o caráter burocrático imposto pela sociedade capitalista e pela rotina de
seu trabalho acaba não deixando claro seu papel na instituição.
Ainda no diz respeito às ações e articulações da equipe multidisciplinar
do hospital segundo CFESS(2010)
―O trabalho em equipe merece ser refletido e a atribuição do profissional de serviço Social precisa ficar especificada e divulgadas paras os demais profissionais, resguardando-se, assim, na interdisciplinaridade como perspectiva de trabalho a ser defendida na saúde. (p.44)‖
Desta forma acreditamos que o trabalho do Serviço Social ficará mais
conhecido pelos demais profissionais da instituição, Fazendo com que não
cheguem demandas para o Serviço Social que não competem ao assistente
social.
Destacamos também que o serviço social tem muitas vezes dificuldades
em realiza suas atividades por falta de compreensão da equipe, deixando
assim muitas vezes uma fragmentada a atuação das mesmas.
79
5 CONSIDERAÇÕESFINAIS
Este trabalho monográfico buscou analisar O processo de trabalho do
Serviço Social e a discussão das suas atribuições a partir da realidade das
Assistentes Sociais do Hospital Distrital Gonzaga Mota de Messejana
(HDGMM).
A partir dessa análise, a pesquisa evidenciou que as assistentes sociais
conhecem as atribuições do Serviço Social na Saúde, mas não conseguem
garantir a sua efetivação, por acharem que a mesma ainda estar sendo
implementada na saúde. A pesquisa mostra que o perfil traçado das
assistentes sociais entrevistadas são mulheres, em uma idade adulta,
apresentando como faixa etária entre 30 a 50 anos de idade. O estudo também
apresenta que uma das maiores dificuldades do Serviço Social na saúde é
deixar claro qual o seu papel mediante a equipe multiprofissional da instituição,
pois os mesmo não sabem o que verdadeiramente o Assistente Social faz, por
isso elas apontam como uma dificuldade. Outra dificuldade apontada para a
efetivação de suas competências e atribuições é a falta de infra-estrutura da
instituição, entre elas podemos citar a sala do Serviço Social que é muito
pequena entre outras. Que não dar subsídios para a melhoria do atendimento
aos usuários. Um fato importante a considerar nessa pesquisa foi que embora
as entrevistadas não saibam conceituar as atribuições e competências de
forma precisa elas souberam minimamente associá-las a idéia de que é
necessário cumprir com essas atribuições.
Diante disso, destacamos que Assistente Social utiliza suas
competências e atribuições com base nos seus conhecimentos, articulados aos
princípios fundamentais do Código ético da profissão, como compreensão dos
aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais dos seus usuários.
Observamos que o trabalho do Assistente Social no processo de trabalho na
saúde foi marcado por todo o processo da política neoliberal ao qual o passou
e continua passando ate os dias atuais, essa posição de minimização das
políticas públicas tem afetando bastante o trabalho dessas profissionais que
são comprometidas como a garantia dos direitos humanos.
80
Observamos também a partir desse estudo, que o trabalho das
Assistentes Sociais sofreu um grande empate entres as práticas individualistas
e as coletivas, demandadas pela própria rotina de trabalho e também tem
algumas demandas da instituição. Desta forma destacamos que basicamente o
trabalho do serviço social na instituição é resolver problemas dos usuários,
suas praticas são pontuais, não-planejadas e reduzidas a dar resolutividades
aos problemas dos usuários para manter simplesmente um bom andamento da
rotina.
A análise dos resultados deste estudo, realizado com as Assistentes
Sociais do Hospital Distrital Gonzaga Mota de Messejana, concluiu que apesar
de trabalhar a pouco tempo nessas áreas, elas tem conhecimento de suas
atribuições e competências, mas elas também se sentem às vezes angustiadas
por não dar um melhor atendimento aos seus usuários, por conta da falta de
infra-estrutura da Instituição. Sendo que muitas vezes elas não dispõem de
instrumentais necessários para sua atuação.
As assistentes sociais relataram sua insatisfação com os demais
profissionais que não conhece o papel das mesmas na área Hospital, fazendo
assim com que passem para o serviço social demandas que não são suas
competências, reclamam, também das limitações impostas pela própria rotina
de trabalho.
Em síntese o trabalho da assistente social na saúde é verbalizado como
uma forma de manter o controle dos usuários e de seus problemas para que
possam manter simplesmente um bom andamento da rotina.
Concluímos este trabalho na expectativa de contribuir para que os
profissionais da saúde possam ter uma maior percepção do papel do serviço
social na saúde, bem como deixar claro que a assistente social apesar de estar
a pouco tempo na área Hospital tem conhecimento de suas atribuições.
81
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