o setor de bebidas no brasil (2016) -...
Post on 20-Apr-2018
217 Views
Preview:
TRANSCRIPT
NOVA RAZÃO SOCIAL DO SINTRANSBERJ Associado ao
O SETOR DE BEBIDAS NO BRASIL (2016) (COM ÊNFASE NA DISTRIBUIÇÃO E TRANSPORTE)
SINDIBEB/RJ
NOVA RAZÃO SOCIAL DO SINTRANSBERJ Associado ao
SUMÁRIO
Pag.
O SINDIBEB/RJ 01
A CLASSIFICAÇÃO DO SEGMENTO DE BEBIDAS 02
O SETOR EM VOLUME 05
O SETOR EM VALORES 07
OS NUMEROS MACROS DO SETOR 08
A DISTRIBUIÇÃO 09
SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO FÍSICA URBANA 10
O APOIO DO BNDES 13
O TRANSPORTE e a DISTRIBUIÇÃO de Bebidas no Estado do Rio de Janeiro 14
REFERÊNCIAS 19
NOVA RAZÃO SOCIAL DO SINTRANSBERJ Associado ao
1
O SINDIBEB/RJ
SINDICATO DAS EMPRESAS DISTRIBUIDORAS E TRANSPORTADORAS DE
BEBIDAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
O Estado do Rio de Janeiro responde por 15% do consumo de bebidas do Brasil, é o segundo
maior consumidor de bebidas depois de São Paulo.
Este consumo contribui na economia nacional com:
- Faturamento de 23 bilhões de reais;
- Impostos de 6,9 bilhões de reais;
- 16.000 empregos diretos;
- Uma frota de 4.000 caminhões e,
- 0,65% de participação no PIB do Brasil.
O SINDICATO DAS EMPRESAS DISTRIBUIDORAS E TRANSPORTADORAS DE
BEBIDAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (SINDIBEB/RJ), nova denominação do
SINTRANSBERJ, CNPJ nº 00.986.466/0001-08, fundado em nov/1995 e reconhecido pelo MTE
em mar/2000, tem sede na Rua do Arroz, 90 salas 427/428 – Merc. S.Sebastião – Penha – Rio de
Janeiro (RJ), e é o representante legal das Empresas Transportadoras de Bebidas e das Empresas
Distribuidoras de Bebidas, conforme registro no MTE (COD.ENT.SIND. nº000.000.90241-1) e
publicação no DOU de 16/03/2000 – Seção I – N 52-E, pg. 28, que através processo MTE
46000.005833/96 concedeu registro sindical ao SINDICATO DAS EMPRESAS DE
TRANSPORTE E DE CARGA PROPRIA DE BEBIBAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
(SINTRANSBERJ) e posterior registro da alteração da razão social através publicação no DOU de
25/05/2006 – Seção I – N 99 – pg. 73 (vide ANEXOS I, II, III, IV).
Atualmente (2016) o quadro social do SINDIBEB/RJ conta com 31 associados representando no
Estado do Rio de Janeiro as marcas das industrias AmBev, Grupo Petrópolis (Itaipava, Cristal),
Brasil Kirin (Skin), Coca Cola, Indústria Flexa (Mineirinho), Transportadores Especializados e
Exclusivos de Bebidas e empresas Distribuidoras Multimarcas.
Somente nossos associados abrigam em seus quadros aproximadamente 12.000 funcionários e
contam com uma frota de 3.000 veículos.
Além de nossos associados que são empresas de médio e grande porte, o Setor no Estado do Rio
de Janeiro conta com aproximadamente 700 pequenas e microempresas distribuidoras que,
lamentavelmente, pela falta de identidade setorial (falta de CNAE e CBO) ficam a margem das
decisões do setor. Esta parcela do setor é responsável por aproximadamente 4.000 empregos
diretos e uma frota de 1.000 veículos. Estas empresas se abrigam sob as Convenções Coletivas do
Setor do Comércio que implica em salários e benefícios à categoria inferiores aos ditados nas
Convenções Coletivas do segmento de Bebidas.
NOVA RAZÃO SOCIAL DO SINTRANSBERJ Associado ao
2
Esta prática aliada a falta de identidade do setor cria uma “concorrência desleal” pois pagando
salários inferiores e com os benefícios dos incentivos fiscais a pequenas e microempresas, criou-se
um ambiente de tensão e constrangimento entre nossos associados e seus clientes, além da
facilitação de infiltração em nosso meio de “empresas” voltadas a receptação de mercadorias
roubadas e, por conseguinte, facilitando o crime e consequentemente contribuindo para uma
elevada evasão fiscal.
Desde 2002 o SINDIBEB/RJ, mantém Convenções Coletivas de Trabalho (CCT) especificas para
o setor. Atualmente (2016) estas CCT’s estão registradas no MTE com 10 Sindicatos Laborais que
representam 80% dos municípios do Estado do Rio de Janeiro que tem em sua base empresas
associadas. Mantém também, com o Sindicato dos Vendedores do ERJ, Convenção Coletiva de
Trabalho com abrangência Estadual (vide ANEXO V).
A CLASSIFICAÇÃO DO SEGMENTO DE BEBIDAS
Apesar da existência de inúmeras fontes que divulgam dados sobre bebidas e alimentos, não há uma única associação que reúna dados de todo o setor, considerando as diversas categorias de
bebidas.
Assim, apresenta-se, na forma de tentativa, uma identificação dos principais segmentos de bebidas
no Brasil, consideradas alimentos ou não, como contribuição à compreensão da abrangência do
setor.
Segundo o artigo 12 do Decreto de Bebidas (Decreto n. 6.871/2009), que dispõe sobre a
padronização, classificação, registro, inspeção, produção e fiscalização de bebidas, as bebidas são
classificadas em:
a) bebida não alcoólica: é a bebida com graduação alcoólica até 0,5% em volume, a 20 graus
Celsius, de álcool etílico potável (podendo ser bebida não fermentada não alcoólica; ou bebida
fermentada não alcoólica);
b) bebida alcoólica: é a bebida com graduação alcoólica acima de 0,5% em volume até 55% em
volume, a 20 graus Celsius (podendo ser bebida alcoólica fermentada, bebida alcoólica destilada,
bebida alcoólica retificada ou bebida alcoólica por mistura).
A classificação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA, 2014), apesar de
também evidenciar as mesmas duas categorias, se baseia no volume de registros de produtos e
inclui exemplos de bebidas que compõem os dois segmentos assim discriminados:
a) bebidas alcoólicas: aguardente de cana, cachaça, coquetel, licor, cerveja, fermentado de fruta,
vodca, uísque, rum, gim, caipirinha, vinho, vinagre2 e espumante;
b) bebidas não alcoólicas: refrigerante, refresco, água de coco, fermentado acético, preparados
sólido e líquido para refresco e refrigerante, néctar, chá, suco e polpa.
Para o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2013), existem três
segmentos e o mesmo baseia-se na preferência do consumidor para propor os seguintes
agrupamentos:
a) bebidas alcoólicas: vinho, cervejas, destilados entre outras;
NOVA RAZÃO SOCIAL DO SINTRANSBERJ Associado ao
3
b) bebidas não alcoólicas: refrigerantes, sucos, água engarrafada e bebidas funcionais;
c) bebidas quentes: café, chá e outros.
Sob o ponto de vista dos principais elos da cadeia produtiva, a Classificação Nacional de Atividades Econômicas [CNAE], um instrumento de padronização nacional dos códigos e dos
critérios de enquadramento dessas atividades utilizada pelos diversos órgãos da administração
tributária do país, evidencia que há os seguintes produtores de bebidas, porém não menciona a sua
Distribuição nem o Transporte:
a) 1111-9 - Fabricação de Aguardentes e Outras Bebidas Destiladas;
b) 1112-7 - Fabricação de Vinho;
c) 1113-5 - Fabricação de Malte, Cervejas e Chopes;
d) 1121-6 - Fabricação de Águas Envasadas;
e) 1122-4 - Fabricação de Refrigerantes e de Outras Bebidas Não Alcoólicas.
Para a Associação Brasileira de Bebidas (ABRABE), fundada em 1974, o mercado nacional é
composto por pelo menos vinte categorias principais de bebidas, subdivididas em dois grupos:
a) destilados: cachaça, uísque, vodca, rum, gim, conhaque, tequila;
b) fermentados: cervejas, vinhos, saque, sidra, champanhe, espumantes.
Curiosamente, a Associação Brasileira de Bebidas, contempla apenas bebidas alcoólicas.
Da mesma forma, a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas não
Alcoólicas (ABIR), fundada em 1950, contempla coerentemente apenas bebidas não alcoólicas nas
seguintes categorias:
- Agua engarrafada, água sem gás, água com gás, água de galão, sucos, néctares, suco
concentrado, still drinks ou refrescos, refrigerantes, sucos em pó, e chás gelados prontos para
beber (ice tea).
As indústrias de alimentos e de bebidas são frequentemente consideradas muito próximas, o que é
natural, já que ambas se destinam ao consumo humano. Além disso, compartilham diversas
características, como a importância do marketing e da propaganda e a sazonalidade de certas
linhas de produtos. Porém devemos observar que ALIMENTO não é BEBIDA.
Produtos lácteos erroneamente são confundidos com bebidas, mas devemos observar que
indiferentemente de serem bebidos eles são “produtos alimentícios”, enquanto devemos considerar
como BEBIDAS produtos não alimentares conforme se segue.
Alimento não é Bebida, o que é perfeitamente evidenciado pelo CNAE que classifica na sua
Divisão: 46; Grupo: 46.3; Classe: 46.35-4 e suas subclasses, onde fica evidenciada a separação do
grupo em 3 produtos distintos e especializados: Alimentos, Bebidas e Fumo.
Diante de tamanha diversidade de classificações, fruto da ausência de um estudo amplo e profundo
do setor por parte dos órgãos reguladores, que praticamente excluem o mais importante
seguimento da “Cadeia de Valor do Setor”, ou seja: o segmento de Distribuição e Transporte de
Bebidas, consideraremos que:
NOVA RAZÃO SOCIAL DO SINTRANSBERJ Associado ao
4
Os diferentes produtos que constituem o SETOR DE BEBIDAS devem ser agrupados da seguinte
forma:
I – Água envasada
• Potável (mesa)
• Mineral
• Mineralizada
II – Bebidas não alcoólicas
• Refrigerantes
• Sucos
• Outras (isotônicos, bebidas energéticas, chás, etc.)
III – Cervejas/Chope
IV – Outras alcoólicas
• Vinhos
• Destilados (uísque, vodca, gim, cachaça, etc.)
• Outras (bebidas ice, bebidas à base de cerveja, etc.).
Da mesma forma que o CNAE despreza o mais importante elo da cadeia do Setor de Bebidas, as
profissões relacionadas a este segmento tem o mesmo tratamento na Classificação Brasileira de
Ocupações (CBO), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Ao inserir a palavra na ferramenta de busca do Ministério, aparecem as seguintes ocupações:
- Ajudante de fabricação - na indústria de bebidas;
- Ajudante de produção - na indústria de bebidas;
- Alimentador de esteiras (preparação de alimentos e bebidas); classificador de bebida; degustador
de bebidas; destilador de bebidas; engenheiro químico (alimentos e bebidas);
- Entregador de bebidas (ajudante de caminhão);
- Filtrador na indústria de bebidas; mestre da indústria de bebidas; mestre de engarrafamento
(bebidas); preparador de drinques e bebidas; supervisor da indústria de bebidas; supervisores da
fabricação de alimentos, bebidas e fumo; técnico de bebidas; trabalhadores na fabricação de
cachaça, cerveja, vinhos e outras bebidas; trabalhadores no atendimento em estabelecimentos de
serviços de alimentação, bebidas e hotelaria; xaropeiro na indústria de bebidas.
Percebe-se que ao incluir “Entregador de bebidas (ajudante de caminhão)”, o legislador entendeu
que a entrega de bebidas era um elo da cadeia, porém não deu a devida importância, tanto que não
classificou o “Motorista de caminhão de entrega de bebidas” que naturalmente é o superior
hierárquico do classificado “Entregador de bebidas (ajudante de caminhão)”.
A falta de identidade do Setor traz uma série de dificuldades e limitações que vão desde cursos
específicos em órgãos especializados (SESC/SENAT) até o reconhecimento da Justiça do
Trabalho quanto ao enquadramento de Transportadoras exclusivas de Bebidas confundindo-as
NOVA RAZÃO SOCIAL DO SINTRANSBERJ Associado ao
5
com Transportadoras de carga geral, gerando transtornos na aplicação de Convenções Coletivas de
Trabalho específicas e bastante distintas dos setores.
O SETOR EM VOLUME
Águas = 9,9%
Bebidas não alcoólicas = 46,5%
Cervejas/chope = 37,3%
Outras alcoólicas = 6,3%
Estima-se que o consumo médio de
produtos líquidos industrializados por
uma pessoa, seja em torno de 730 litros
por ano. Considerando-se que, no
Brasil, o total de consumo por pessoa
por categoria de BEBIDAS
(refrigerantes, cerveja, água envazada,
chá, bebidas alcoólicas, sucos e outras) é de cerca de 246 litros/ano, pode-se admitir que o
consumo de BEBIDAS é de 34% do consumo geral de líquidos (alimentos e bebidas) (BNDES
Setorial, RJ, n. 23, p. 101-150, mar. 2006).
O setor vem apresentando grande dinamismo. Segundo o gráfico 1, que apresenta informações da
Pesquisa Industrial Mensal do IBGE (PIM-PF), o crescimento acumulado da produção física de
bebidas no Brasil chegou a 50% no período 2004-2013. Nesse período, a taxa média de
crescimento do volume produzido foi de 4,2% a.a.
Dado que nesse intervalo de tempo o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu a uma taxa
média real de 3,7% a.a., esses números revelam como o setor apresentou uma resposta elástica ao
crescimento da renda da população. Contudo, uma pequena queda na produção de refrigerantes, o
baixo crescimento do PIB registrado desde 2011 e alterações tributárias contribuíram para a
estagnação da produção física no passado recente, o que não anula, porém, o caráter expressivo da
trajetória observada ao longo dos últimos dez anos.
Como visto anteriormente, a produção nacional tem no refrigerante e na cerveja seus dois grandes
produtos. Juntos, esses dois segmentos representam aproximadamente 82% do volume produzido
e 76% do valor total das vendas de bebidas no Brasil. Dessa forma, a dinâmica do setor de bebidas
no país é substancialmente dependente do desempenho desses dois segmentos.
Considerando que é alta tributação do Setor a nível mundial, devemos evidenciar que esta
tributação no Brasil é perfeitamente compatível com a matriz tributária nacional e é diretamente
interdependente das flutuações das condições econômicas e políticas necessárias a estabilização da
economia nacional.
Os gráficos 2 e 3 complementam o anterior, evidenciando os bons resultados da produção de
cervejas e refrigerantes no Brasil, e consequentemente uma evolução sustentável da Distribuição e
do Transporte do Setor.
NOVA RAZÃO SOCIAL DO SINTRANSBERJ Associado ao
6
NOVA RAZÃO SOCIAL DO SINTRANSBERJ Associado ao
7
O SETOR EM VALORES
Águas = 2,3%
Bebidas não alcoólicas = 45,7%
Cervejas/chope = 42,7%
Outras alcoólicas = 9,3%
O valor do faturamento anual do setor é estimado em 153,2 bilhões de reais,
equivalente a aproximadamente 3,5% do
PIB nacional (base 2013/2014).
O valor dos impostos alcança
anualmente 46 bilhões de reais.
Segundo o IBGE (CervBrasil, FGV. 2014) o setor é o 12º maior gerador de empregos no Brasil,
empregando em torno de 4,2 milhões de empregos diretos.
Cada emprego direto gera 52 empregos na economia do país (IBGE, CervBrasil, FGV. 2014).
NOVA RAZÃO SOCIAL DO SINTRANSBERJ Associado ao
8
OS NÚMEROS MACROS DO SETOR EM 2014
Fonte: Portal Brasil (MA), CervBrasil.
NOVA RAZÃO SOCIAL DO SINTRANSBERJ Associado ao
9
A DISTRIBUIÇÃO
Na cadeia de produção/consumo do setor de Bebidas a DISTRIBUIÇÃO pode ser comparada ao
seu “sistema vascular”.
É um segmento vital e amalgamado ao Setor. Não existiria produção de bebidas sem a
institucionalização do canal de distribuição e transporte.
O comércio atacadista completa esse elo da cadeia
atuando nos pontos de venda (venda em auto-
serviços) que não são atendidos diretamente pelos
centros de distribuição ou pelas
distribuidoras/transportadoras terceirizadas.
A Distribuição de bebidas se dá unicamente pelo
modal de Transporte Rodoviário (associado em
pequena parcela na região norte ao modal hidroviário
– balsas).
Este Transporte Rodoviário se dá em dois segmentos:
1-Distribuidoras ou Fabricantes com veículos próprios
(carga própria);
2-Transportadoras especializadas em entrega e
logística contratadas (em geral com exclusividade)
por Distribuidoras ou Fabricantes.
Uma grande barreira à entrada de novos competidores
no setor de bebidas é a distribuição. Nesse elo da
cadeia, a competição entre as companhias é agressiva,
e não raro ela chega a ser motivo de disputas judiciais,
quando acordos de distribuição são caracterizados
como concorrência desleal.
A eficiência logística dos Distribuidores e dos Transportadores, que vencem o desafio de levar
suas bebidas a milhares de pontos de vendas espalhados pelo Brasil, é talvez a principal barreira à
entrada de companhias internacionais. Fusões, aquisições e parcerias acabam sendo a melhor
estratégia para empresas estrangeiras ingressarem no mercado interno, que conta com algo em
torno de 1,2 milhão de pontos de venda.
Grandes centros de distribuição próprios e acordos com várias revendas terceirizadas são o modelo
usual entre os maiores fabricantes de bebidas. Além disso, a atuação de equipes de vendas
providas de sistemas on-line de registro de pedidos é crucial para a distribuição alcançar agilidade
na entrega a custos competitivos. Algumas companhias produtoras de pequeno porte adotam
práticas de compartilhamento de caminhões com outras empresas, inclusive de fora do setor de
bebidas. Os exemplos mais comuns incluem parcerias com fabricantes de alimentos e outros
produtos comercializados nos mesmos pontos de venda, o que leva a uma queda de qualidade na
prestação de serviço e por conseguinte depreciação da marca.
Construção de pavilhões para estocagem, aquisição de frota de caminhões e equipamentos de
movimentação de carga são os itens de maior participação nos investimentos das empresas que
NOVA RAZÃO SOCIAL DO SINTRANSBERJ Associado ao
10
firmam contratos de distribuição com os fabricantes. (Fonte: O setor de bebidas no Brasil -
BNDES Setorial 40, p. 93-130).
As Distribuidoras e as Transportadoras atendem diariamente no Brasil a 1,2 milhões de Pontos de Vendas aos consumidores finais (bares, restaurantes, hotéis, autosserviços, mercearias e similares)
e opera aproximadamente com uma frota de 100.000 caminhões gerando 400.000 empregos
diretos.
O chamado “Ponto de Venda” é o elo final da “Cadeia de Valor” do SETOR DE BEBIDAS
“alimentado” pelo segmento da Distribuição e Transporte de Bebidas.
É composto principalmente pelo segmento popularmente conhecido como: “Hotéis, Bares,
Restaurantes e Similares”
representado pela ABRASEL -
Associação Brasileira de Bares e
Restaurantes.
Este segmento, por onde significante
parte da produção de bebidas escoa,
movimenta anualmente 100 bilhões de
reais. Segundo o MTE (2011) o
segmento emprega a fantástico
número de 6 milhões de pessoas
(superior a construção civil),
representa 2,4% do PIB brasileiro e
40% do PIB do turismo.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 31% do orçamento
alimentar das famílias é gasto com alimentação fora do lar.
SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO FÍSICA URBANA
Para que as redes de distribuição se tornem mais eficientes na satisfação das exigências do usuário
final, um alto nível de cooperação entre as organizações participantes e o reconhecimento da
necessidade de tornar os relacionamentos mutuamente benéficos são requeridos (Silva, 2006).
A troca de informações entre os integrantes da rede de distribuição assegura que a manufatura e o
fornecimento de produtos sejam orientados pela demanda real, e não por previsões equivocadas, e,
consequentemente, permite que todos os membros do canal de distribuição operem melhor
(SILVA, 2006).
Segundo Bowersox (2001), o canal de distribuição pode ser definido como um grupo de entidades
interessadas que assume a propriedade de produtos ou viabiliza a sua troca durante o processo de
comercialização, do fornecedor até o comprador final.
Para que se caracterize um canal de distribuição é necessário que os membros que atuam nesse
sistema mantenham uma relação de interdependência.
NOVA RAZÃO SOCIAL DO SINTRANSBERJ Associado ao
11
Complementando esta definição, a American Marketing Association (2005) define um canal de
distribuição como uma estrutura de unidades organizacionais da empresa e agentes e firmas
comerciais fora dela, por meio das quais mercadorias, produtos ou serviços são comercializados.
Para Novaes (2001), há uma correlação estreita entre as atividades que constituem a distribuição
física de produtos e os canais de distribuição (figura 1). As atividades logísticas relacionadas à
distribuição física são então definidas a partir da estrutura planejada para seus canais.
O setor de Carga Rodoviária Geral é em sua maioria composto por empresas que efetuam
transporte de carga de longo e médio curso e a equipe do veículo é formada por apenas pelo
motorista, não sendo necessária a presença de ajudantes. Outra parcela minoritária é formada por
empresas para entrega urbana, utilizando equipe de motorista e ajudante, sem necessidade de
treinamento específico pois as entregas são em dias programados, porém com tolerância de
antecipação ou postergação.
Já no Setor de Bebidas a Distribuição e seu transporte e logística, sendo próprio ou terceirizado,
exige de seu quadro de funcionários treinamento específico. Sua entrega urbana é 75% do
transporte de bebidas (25% corresponde ao transporte: Fabricas x Depósitos) e exige que o veículo
seja específico (fechado c/portas corrediças laterais).
NOVA RAZÃO SOCIAL DO SINTRANSBERJ Associado ao
12
O abastecimento dos clientes é feito sempre pela mesma “guarnição (motorista+2 ajudantes)”,
com frequência mínima de 3 x p/ semana.
É necessário que a “guarnição” tenha o treinamento apropriado ao trato hábil com o cliente, na “arrumação” dos estoques do cliente, na verificação de produtos vencidos, no recebimento de
numerários, na prestação de contas físico/financeira (vasilhames e numerário), na apresentação
pessoal, etc.
O Segmento de Bebidas necessita de ter um estreito contato com as autoridades de transito,
principalmente nos grandes centros urbanos pois cada vez mais os espaços dos clientes são
menores para estoque de mercadoria necessitando assim de aumento da frequência de entregas
com consequente aumento da circulação de veículos sempre em horários críticos impostos pelo
funcionamento dos clientes.
Classificar o Transporte de Bebidas como simplesmente “TRANSPORTE RODOVIARIO DE
CARGA em Geral” é generalizar o importante Setor de Bebidas, uma vez que até o segmento de
TRANSPORTE RODOVIARIO DE MUDANÇAS tem subclasse própria (CNAE: 4930-2/04).
Vide ANEXO VI onde o SINDIBEB/RJ, solicita à Subcomissão Técnica para a CNAE-Subclasses
a inclusão no CNAE da subclasse: 4930-2/05- TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE BEBIDAS.
Diante do exposto mais uma vez se evidencia a necessidade da regulamentação do segmento de
Transporte e Distribuição de Bebidas.
NOVA RAZÃO SOCIAL DO SINTRANSBERJ Associado ao
13
O APOIO DO BNDES
Os financiamentos do BNDES para o setor de bebidas tiveram um grande crescimento em anos
recentes, em especial no período entre 2004 a 2012, no qual os desembolsos avançaram a uma taxa média de 37% a.a.
O Gráfico mostra os recursos totais liberados anualmente, destacando a destinação dos
financiamentos segundo as classes de produtos.
Gráfico | Desembolsos do BNDES para o setor de bebidas – Brasil, 2000-2013 (em R$ milhões)
NOVA RAZÃO SOCIAL DO SINTRANSBERJ Associado ao
14
O TRANSPORTE E A DISTRIBUIÇÃO DE BEBIDAS
NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
De acordo com o SUBANEXO I.C.4 do Anexo I da Parte II da Resolução SEFAZ nº 720/14 -
EMPRESAS VINCULADAS A IFE 11 – BEBIDAS, estão cadastradas 442 Distribuidoras de
Bebidas no Estado do Rio de Janeiro.
Podemos considerar 400 empresas (microempresas ou de pequeno porte) como “capilares” do
Transporte e Distribuição de bebidas já que são abastecidas por 42 outras empresas de médio e
grande porte. Estas 400 empresas em geral atendem, em todo o Estado, a “Pontos de Venda” em
pequenas localidades, locais de difícil acesso ou em áreas consideradas “de risco”.
As 42 empresas restantes são responsáveis por 95% do escoamento da produção das industrias e
estão assim classificadas:
- 4 Distribuidoras da marca AmBev com carga própria;
- 9 Distribuidoras da marca AmBev com carga terceirizada em 9 Transportadoras exclusivas e
especializadas;
- 1 Distribuição da Industria Coca Cola com carga própria;
- 6 Distribuidoras na marca Coca Cola com carga própria;
- 6 Distribuidoras da marca Brasil Kirin com carga própria;
- 14 Distribuidoras da marca Itaipava com carga própria;
- 1 Distribuição da Industria Itaipava com carga terceirizada em 1 Transportadora exclusiva e
especializada;
- 1 Distribuição da Industria marca Mineirinho com carga própria.
Destas 42 empresas, 31 são associadas O SINDIBEB/RJ assim enumeradas:
- 9 Transportadoras especializadas;
- 20 Distribuidoras com carga própria;
- 2 Distribuição de Industria com carga própria;
Estas 42 empresas são responsáveis por:
- 23 bilhões de reais de faturamento anual do setor de bebidas (*);
- 6,9 Bilhões de reais de impostos anual do setor de bebidas (*);
NOVA RAZÃO SOCIAL DO SINTRANSBERJ Associado ao
15
- 13.000 Empregos diretos;
- Uma frota de 3.400 caminhões e;
- 0,65% de participação do setor de bebidas (*) no PIB do Brasil.
(*) setor de bebidas: corresponde a faturamento da Indústria + Distribuição/Transporte.
As 400 Distribuidoras chamadas “capilares” são responsáveis por:
- 3.000 Empregos diretos;
- Uma frota de 600 veículos leves.
Em resumo, o Transporte de Bebidas (terceirizado ou próprio) no Estado do Rio de Janeiro
é representado pelo SINDIBEB/RJ, contribuindo para a economia do país com:
- 13.000 Empregos diretos;
- 3.000 Empregos indiretos no setor de bebidas (empresas capilares);
- R$ 1.600,00 de remuneração bruta mensal média paga os empregados;
- 86,4 Milhões de reais/anuais investidos na alimentação ao empregado sob forma de Ticket
Alimentação;
- 20 Milhões de reais/anuais investidas na alimentação da família do empregado sob forma
de Cesta Básica;
- 30.000 Planos de Saúde (consultas/laboratório/internações) mantidos em rede estadual
privada oferecidos a 10.000 empregados e 20.000 familiares;
- Treinamento e especialização (anual em cursos próprios) para 2.500 funcionários não
especializados;
- Redução anual de “turn-over” para mão de obra não especializada à taxa de 3,5% a.a.
- Frota de 4.000 veículos especiais ao transporte da distribuição de bebidas no valor de 600
Milhões de reais;
- Consumo anual de 36 milhões de litros de diesel.
NOVA RAZÃO SOCIAL DO SINTRANSBERJ Associado ao
16
CURSOS E TREINAMENTO PARA EQUIPES DE ENTREGA DE BEBIDAS
NOVA RAZÃO SOCIAL DO SINTRANSBERJ Associado ao
17
VEICULOS ESPECIAIS PARA DISTRIBUIÇÃO URBANA DE BEBIDAS
NOVA RAZÃO SOCIAL DO SINTRANSBERJ Associado ao
18
VEICULOS ESPECIAS PARA TRANSPORTE DE BEBIDAS FABRICA x DEPOSITO
NOVA RAZÃO SOCIAL DO SINTRANSBERJ Associado ao
19
REFERÊNCIAS
ABRABE – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE BEBIDAS. Categorias. Disponível em:
<http://www.abrabe.org.br/categorias/>.
BNDES Setorial, n.9, mar. 2004, p.67-90.
______. Setorial, Rio de Janeiro, n. 23, p. 101-150, mar. 2006
______. Setorial 40, p. 93-130
BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. (2001) Logística Empresarial: o Processo de Integração da
Cadeia de Suprimento. Ed. Atlas, São Paulo.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa 13, de 29 de
junho de 2005. Dispõe sobre os destilados de cana. Diário Oficial da União, 30 jun. 2005.
BREWERS ASSOCIATION. Brewers Association: craft continues to brew growth. Press
Releases. Boulder, 18 mar. 2013. Disponível em:
<http://www.brewersassociation.org/pages/media/press-releases/show?title=brewers-association-
craft-continues-to-brew-growth>.
CERVBRASIL - Associação Brasileira da Indústria da Cerveja – Anuário 2015.
FIGUEIREDO, R. Diferenças entre Cachaça Artesanal X Cachaça Industrial. Mapa da cachaça, 25
mai. 2011. Disponível em: <http://www.mapadacachaca.com.br/artigos/diferencas-entre-cachaca-
artesanal-ecachaca-industrial/>.
LOPES Filhos & Associados, Consultores de Investimentos. Relatório Janeiro/2005
ROSA, Sérgio; SIMÕES, Pedro. “Desafios da vitivinicultura brasileira”
REINOLD, Mathias R. “Tendências do mercado mundial de bebidas” Revista Engarrafador
Moderno, janeiro/2003.
REIS J.T. Setor de Bebidas no Brasil: Abrangência e Configuração Preliminar - - Programa de
Pós-Graduação em Turismo e Hospitalidade- Disponível em:
www.ucs.br/etc/revistas/index.php/rosadosventos/article/download/3412/2034. Acesso em
15/07/2016.
REVISTA ÁGUA E VIDA, nºs 37, 38 e 39, disponível em: http://www.abinam.com.br/site/
default. asp?pg=revista_aguaevida
SILVA, E.N.A. Centralização da Distribuição e Custos de Transporte - COPPE/UFRJ, M.Sc.,
Engenharia de Transportes, 2006.
Novaes, A. G. (2001) Custos ABC no Transporte de Carga. p.148-179 Gestão logística do
transporte de cargas. Ed. Atlas. São Paulo.
Sites Consultados
Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não-Alcoólicas:
ttp://www.abir.org.br
Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais: http://www.abinam.com.br
Associação dos Fabricantes de Refrigerantes Regionais do Brasil: http://www.afrebras.org.br
top related