o trabalhismo na era vargas
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O Trabalhismo na Era Vargas
O Estado Novo (1937-1945)
• Constituição de 1937: quarta Constituição brasileira, outorgadaoutorgada pelo presidente Vargas em 10 de novembro de 1937.
• Fixou as diretrizes da política social e trabalhista que seria implementada no Estado Novo. Foram confirmados direitos trabalhistas já fixados na Constituição de 1934, como salário mínimo, férias anuais e descanso semanal.
Legislação Trabalhista
• Criação da Justiça do Trabalho, finalmente inaugurada em 1º de maio de 1941.
• A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada por decreto de 1° maio de 1943, representou a reunião e sistematização da vasta legislação trabalhista produzida no país após a Revolução de 1930. Introduziu também novos direitos e regulamentações trabalhistas até então inexistentes.
Os Sindicatos• Princípio da unidade sindical foi restabelecido e
apenas os sindicados legalizados poderiam defender os direitos da categoria que representavam perante o Estado.
• Proibição de greves, que passou a ser considerada recurso "anti-social, nocivo ao trabalho e ao capital e incompatível com os superiores interesses da produção nacional".
• Instituição da contribuição sindical compulsória, criada em 1940.
Controle sobre os sindicatos e trabalhadores
“O trabalhador sindicalizado, é o trabalhador disciplinado” demonstram como a função do sindicato perde suas características originalmente ligadas à organização de manifestações e greve que afrontam o interesse dos industriários.
O DIP• Criado em 1939, o DIP (Departamento de Imprensa e
Propaganda), como principais objetivos centralizar e coordenar a propaganda nacional.
• Também organizava e dirigia as homenagens a Vargas, constituindo o grande instrumento de promoção pessoal do chefe do governo, de sua família e das autoridades em geral. O DIP tornou-se o órgão coercitivo máximo da liberdade de pensamento e expressão durante o Estado Novo e o porta-voz autorizado do regime.
• Responsável pela criação e disseminação da imagem de Vargas como “Salvador da Pátria” e “Pai dos Pobres”.
Propaganda Getulista• Ministério da
Educação: adoção obrigatória de instrumentos de difusão da ideologia do governo (moral e civismo, desfiles e paradas em datas cívicas, livros didáticos com culto a Vargas e seu governo).
Crianças!Aprendendo no lar e nas
escolas o culto da Pátria, trareis para a vida prática todas as probabilidades de êxito.
Só o amor constrói e, amando o Brasil, forçosamente o conduzireis aos mais altos destinos entre as Nações realizando os desejos de engrandecimento aninhados em cada coração brasileiro.
Página de uma das cartilhas distribuídas para as crianças nas escolas.
• Cultura: contratação de artistas e intelectuais (formadores de opinião) para exaltar Vargas e seu governo.
Criação da Hora do Brasil, em 1938, programa de rádio que transmitia as ações do governo.
• Exaltação à personalidade do presidente.
O Trabalhismo
• A política trabalhista do Estado Novo, pode ser vista sob dois aspectos que se ligam diretamente:
• as iniciativas materiais (leis, decretos, discursos) e
• a criação da imagem de Getulio Vargas como protetor dos trabalhadores.
• “O trabalho é um dever social. O trabalho intelectual, técnico e manual têm direito à proteção e solicitude especiais do Estado. A todos é garantido o direito de subsistir mediante o seu trabalho honesto e este, como meio de subsistência do indivíduo, constitui um bem que é dever do Estado proteger, assegurando-lhe condições favoráveis e meios de defesa.”
Constituição de 1937. Artigo 136.
A música a serviço do Trabalhismo
• Reconhecido como um dos símbolos da identidade nacional, o samba foi utilizado pelo órgão de propaganda estadonovista como instrumento de construção do ideal de trabalhador e de convencimento dos benefícios do trabalho para este mesmo trabalhador e sua família.
Lenço no pescoçoAtaulfo Alves
Meu chapéu do ladoTamanco arrastandoLenço no pescoçoNavalha no bolsoEu passo gingandoProvoco e desafioEu tenho orgulhoEm ser tão vadio
Sei que eles falamDeste meu procederEu vejo quem trabalhaAndar no miserêEu sou vadioPorque tive inclinaçãoEu me lembro, era criançaTirava samba-canção
Comigo nãoEu quero ver quem tem razãoE eles tocamE você cantaE eu não dou
O Bonde São JanuárioAtaulfo Alves
Quem trabalhaÉ quem tem razãoEu digoE não tenho medoDe errarQuem trabalha...
O Bonde de São JanuárioLeva mais um operárioSou euQue vou trabalhar
Antigamente
Eu não tinha juízo
Mas resolvi garantir
Meu futuro
Graças a Deus
Sou feliz
Vivo muito bem
A boemia
Não dá camisa
A ninguém
Passe bem!
É Negócio Casar Ataulfo Alves
Veja só A minha vida como está
mudada Não sou mais aquele Que entrava em casa
alta madrugada Faça o que eu fiz Porque a vida é do
trabalhador Tenho um doce larE sou feliz com meu
amor
O Estado Novo Veio para nos orientar No Brasil não falta nadaMas precisa trabalharTem café, petróleo e ouro Ninguém pode duvidar E quem for pai de quatro filhosO presidente manda premiar É negócio casar
Conclusão
• A legislação trabalhista do Estado Novo visava a regulamentação das relações entre trabalhadores e patrões.
• Visando combater as ideias comunistas e movimentos operários, o governo agiu em duas frentes: através da repressão - proibindo greves e manifestações - e da propaganda - criando a figura do presidente Getúlio Vargas como “amigo dos trabalhadores” e a legislação trabalhista como uma concessão do Estado e não uma conquista dos trabalhadores.
• A tarefa do Estado Novo era reinventar a ética do trabalho a fim de combater o desprestígio do trabalho assalariado no pós-escravidão.
• Diante da necessidade de disciplinarização da sociedade em torno da ideologia do trabalhismo, tornou-se de extrema importância o papel do DIP que, através de diversos mecanismos, como a música popular, promoveu a disseminação de valorização do trabalho e da imagem do trabalhador ideal que atendia às necessidades da nação.
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