o uso de predadores no controle biolÓgico de … · sozinhos poderiam solucionar os antigos...
Post on 01-Dec-2018
213 Views
Preview:
TRANSCRIPT
Departamento de Zoologia
Instituto de BiologiaUniversidade Estadual de Campinas - UNICAMP
Cx. Postal 6109 – CEP 13084-971 Campinas, SP
FONE: 019-3521.6304 FAX: 019-3521.6305
O USO DE PREDADORES NO CONTROLE BIOLÓGICO DE
MOSQUITOS, COM DESTAQUE AOS AEDES.Carlos Fernando S. Andrade* & Luciana Urbano dos Santos**
*Departamento de Zoologia, IB- UNICAMP e ** Pós Graduação em Parasitologia, IB-
UNICAMP- Novembro de 2004
INTRODUÇÂO
Nos últimos 25 anos muitos fatores levaram ao aumento no número de casos de
dengue em todo o mundo, entre eles o aumento no uso de embalagens descartáveis, a
falta de uma política em reciclar o lixo urbano e a pouca eficiência no controle dos
mosquitos vetores, (Gubller & Clark, 1996). Uma vigilância epidemiológica mais rigorosa
tem permitido baixas prevalências nos EUA por exemplo, e a redução extrema de
criadouros em escala local permite o óbvio, não criar o vetor. Porém em países do terceiro
mundo onde a vigilância epidemiológica é pouco estruturada e eficiente, e os programas
contra dengue são mais verticalizados, tem sido dado maior ênfase ao controle do vetor.
Desde a década de 40 com o advento do DDT, os compostos químicos têm sido
amplamente utilizados no combate aos insetos vetores ou pragas da agricultura. O grande
milagre que esses produtos aparentemente realizaram, levou a uma idéia ignorante de que
sozinhos poderiam solucionar os antigos problemas que o homem tem com os insetos. E
assim os inseticidas químicos passaram a ser utilizados de maneira desordenada, abusiva
e supostamente preventiva, levando os insetos alvo a desenvolverem resistência a vários
compostos. Com a frequente queda da eficiência desse controle devido à resistência, o
homem volta sua busca a outras opções curativamente. O caso brasileiro é típico. O Plano
Nacional de Erradicação (PNEAa) inicialmente previa em 1996 "ABATE e Bti". Ainda em
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
1996, o PNEAa. Realizou a 1a Reunião Técnica de Avaliação do Controle Biológico como
Componente do Plano Diretor de Irradicação do Aedes no Brasil e, através de um
documento do Ministério da Saúde e Fundação Oswaldo Cruz, envolveu “agentes de
controle biológicos que não bactétias larvicidas, podem ser utilizados desde que em
programas de manejo integrado”. Neste item o PNEAa inclue microsporídeos e
predadores como planárias e copépodos. Porém hoje, devido à resistência aos inseticidas
químicos convencionais, alguns estados já aboliram o uso do organofosforado e adotaram
apenas Bti e Methoprene.
O uso pelo homem de inimigos naturais (predadores e patógenos) é o que
chamamos de controle biológico. Seus primeiros relatos datam de 1.200 aC, quando os
chineses faziam pontes de bambú entre uma árvore e outra, interligando-as para facilitar o
trânsito de formigas predadoras de lagartas. Esta forma de combate foi seguramente
resultado da observação do controle natural, que apenas passou a ser apoiado ou
estimulado pela interferência do homem. Com o avanço do conhecimento moderno o
controle biológico evoluiu muito e tem sido amplamente apregoado como uma verdadeira
ciência na agricultura e em menor escala na luta contra os vetores, aonde são necessários
níveis maiores de redução populacional. Em pouco tempo verificou-se que o Controle
Biológico sozinho não podería em todos os casos controlar os insetos, e deveria pois ser
integrado a outras formas. A terminologia Manejo Integrado de Vetores foi assim adotada,
e proposta Service em 1980 para mosquitos, envolvendo uma abordagem mais holística: a
integração de várias formas de controle, e entre elas os agentes de controle biológico. O
uso então de imimigos naturais tomou força fazendo com que no ano seguinte a
Organização Mundial da Saúde indicasse seu emprego (WHO, 1981)
De um ponto de vista ecológico podem existir mais inimigos naturais de mosquitos
do que de outros insetos, uma vez que as larvas e pupas são aquáticas e os adultos e ovos
são do ambiente aéreo. Sob o ponto de vista de sua utilização no entanto, torna-se
conveniente fazer algumas comparações entre os predadores e os patógenos. Uma das
maneiras seria comparar o modo de ação de cada um, e quanto a esse aspecto, algumas
vantagens do uso de predadores seriam: a) alimentam-se geralmente também de outras
espécies de invertebrados, podendo se manter ou mesmo se multiplicar na ausência da
espécie alvo (o mosquito); b) são menos sensíveis às parâmetros de qualidade da água; c)
costumam matar mais presas do que realmente irão consumir, causando assim maior
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
impacto no controle populacional e d) em geral procuram ativamente por suas presas. E
como algumas desvantagens temos que: a) em geral, os predadores possuem um ciclo de
vida mais longo que os mosquitos, suas presas, necessitando portanto um bom
sincronismo ou superposição de gerações para que a população do inseto alvo não escape
à predação e, b) costumam ter preferência alimentar e devido à abundância relativa de
duas espécies presas por exemplo, podem ignorar aquela em menor densidade (e vetora),
em detrimento da outra, com maior população e sem importância epidemiológica (Woodring
& Davidson 1996). Os patógenos por sua vez variam desde as bactérias cristalíferas
(usadas como inseticidas biológicos) até os nematódeos.
Uma vez determinada em 1906 a etiologia viral da dengue e sua transmissão por
mosquitos do gênero Aedes, sabe-se hoje que estão relacionadas com a transmissão ou
manutenção do vírus nas Américas e na Ásia as espécies Ae. aegypti, Ae. albopictus, Ae.
africanus, Ae. opok, Ae. leuteocephalus, Ae. taylori e Ae. furcifer (Serufo et al.,1993 e
Pontes & Ruffino-Neto, 1994). Somente o conhecimento da ecologia dessas espécies
poderia mostrar se estão sendo mantidas em baixas densidades (ou mesmo ausentes) em
algumas regiões ou locais, devido ao impacto causado por seus inimigos naturais. Assim,
os trabalhos de compilação como os de Jenkins (1964), Laird (1971, 1977) foram básicos
para o conhecimentos dos inimigos naturais de mosquitos de importância médica. Mais
recentemente por exemplo, Rey et al. (2000) avaliaram em um estudo preliminar mais de
560 armadilhas de ovos em Buenos Aires no período entre setembro de 1998 e setembro
de 2000. Com relação à fauna associada encontraram as melhores correlações entre as
abundâncias semanais de Ae. aegypti e aranhas (r=0,42) e formigas (r=0,43), mas o papel
destes como controledores ficou ainda por ser determinado.
Do conhecimento da bioecologia de outros mosquitos, também surgem opções para
o controle. Entre os possíveis predadores de larvas de mosquitos encontram-se
representantes dos principais grupos zoológicos, como celenterados, anelídeos,
platielmintos, custáceos, anfíbios, peixes, répteis e até aves, além de algumas ordens de
insetos, como Odonata, Hemiptera, Coleoptera e mesmo Diptera.
Os inimigos naturais têm sido avaliados em todo o mundo para uso principalmente
no controle das larvas de mosquitos e alguns têm se destacado pela eficiência na
predação. De um modo geral, os vertebrados representados pelos peixes têm sido os mais
utilizados quando comparado com os invertebrados. Para o controle dos vetores da dengue
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
porém, a utilização de peixes é uma tanto restrita em função do tamanho desse predador e
da preferência dos mosquitos Aedes a pequenos criadouros, como será mais bem
discutido.
Estudo entre a relação presa-predador têm mostrado que mosquitos do gênero
Aedes podem ser mais vulneráveis ao ataque de predadores como copépodos e o camarão
girino, quando comparados com os mosquitos do gênero Anopheles (Mittal, et al., 1997) e
Culex (Marten, 1989). As larvas de Cx. quinquefasciatus por exemplo, possuem maior
capacidade de escape e um maior número de cerdas que as larvas de outras espécies, o
que pode inibir e/ou dificultar o ataque (Andreadis & Gere, 1992). Nossas observações
também mostraram essa diferença de predação. Em experimento de laboratório, copépodo
Mesocyclops longisetus predou 33% mais larvas de Ae. albopictus do que larvas Cx.
quiquefasciatus (no 10 estádio). Essas observações de preferência de presa podem indicar,
que resultados de predação realizados com Cx. quinquefasciatus, quando projetados para
os vetores da dengue, podem resultar em controle mais eficientes.
Como será melhor tratado uma enorme vantagem do uso de predadores no combate
aos vetores da dengue é poder associá-los à participação da sociedade, aumentando o
envolvimento de comunidades locais. O resultado final e a própria eficiência dos
predadores acaba sendo superior, como mostram vários trabalhos onde eles foram
introduzidos e monitorados pela comunidade durante campanhas anti-dengue (e.g. Wang,
et al. 2000, Vasconcelos et al. 1992 e Vu-Sin et al. 1998) .
Será dada maior ênfase no presente capítulo ao controle da fase larvária dos
mosquitos da dengue. Deve-se considerar que os predadores atuam em geral de forma
densidade-dependente e essa é comparativamente a fase mais agregada, uma vez que os
adultos alados ficam dispersos no ambiente aéreo. As fases de pupa e ovo, por outro lado,
têm em geral curta duração, ficando pouco tempo exposto aos inimigos, contrária a fase
larval que é mais duradoura.
COELENTERADOS
As Hidras parecem apresentar vários fatores que as tornam interessantes para uso
em controle biológico de larvas de mosquitos, como a facilidade de cultivo em larga escala
e o fato de algumas espécies se reproduz assexuadamente através de brotos, podendo
dobrar sua população em cerca de 2 dias. Possuem grande voracidade no consumo de
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
larvas, atuando de forma densidade-dependente e matando mais presas do que pode
consumir (Bay, 1974).
São comumente encontradas em diversos tipos de coleções de água, embora
estejam mais adaptados a climas temperados. Possuem relativa resistência a alterações
ambientais e toleram os inseticidas químicos rotineiramente usados, porém não suportam
grandes variações de temperatura e alta salinidade.
Duas espécies se destacam no consumo de larvas de mosquitos: Chlorohydra
viridissima e Hydra americana (Lacey & Lacey, 1990). Estudos feitos na Universidade da
Califórnia mostraram que as hidras não apresentam riscos de canibalismo quando
mantidas em alta densidade. Podem predar organismos maiores que elas, como as larvas
de último estádio dos mosquitos e alevinos de peixes. Não são específicas e portanto
sobrevivem na ausência de larvas de mosquitos. Produzem embriões encistados em fase
semi-dormente e nessa forma podem ser estocadas e aplicadas com pequenas
modificações nos equipamentos convencionais. Os estudos indicam que elas se
estabelecem e reproduzem bem nos ambientes onde são aplicadas (Lenhoff, 1978).
Como curiosidade, outros grupos de celenterado já avaliados no controle de larvas
de pernilongos são as anemonas. Só possuem representantes de águas marinhas, mas ao
menos uma espécie do gênero Aiptasia já foi avaliada para o controle de mosquitos de
águas salobras (Levy & Miller, 1979). Graças aos seus tentáculos cobertos com
nematocistos conseguem também paralisar e ingerir moluscos, crustáceos, pequenos
peixes e outros invertebrados.
ANNELÍDEOS
Neste grupo de invertebrados popularmente conhecidos por Sanguessugas,
encontra-se a espécie Helobdella triserialis lineata (Hirudinea: Glossiphonidae), que
mostrou sob condições de laboratório ser um controlador eficiente de larvas de Cx.
quinquefasciatus e Ae. fluviatilis (Cônsoli et al., 1984).
A sanguessuga Helobdella sp. foi por nós coletado parasitando o caramujo
Biomphalaria sp, e levado ao laboratório. Uma avaliação prévia do seu potencial de
predação sobre larvas de Ae. albopictus, mostrou em 24 horas de experimento, uma
predação de 100% das larvas de 3o e 4o instars desse pernilongo.
Este anelídeo, possui um mecanismo de predação semelhante ao de uma planária,
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
ou seja, envolve a larva com o corpo, impossibilitando a fuga. Em condições de laboratório,
predou sempre 100% das larvas independentes do estádio ofertado, além de se manter e
reproduzir facilmente neste ambiente.
PLATYHELMINTES- Planárias
Os platielmintos da Classe Turbelaria são de vida livre e tem na Ordem Tricladida os
principais inimigos de pernilongos. Várias espécies de planárias de água doce podem
ajudar no controle de mosquitos, pois também matam mais larvas de mosquitos do que irão
consumir.
Algumas espécies já foram extensivamente avaliadas, como Girardia (=Dugesia)
tigrina e G. dorotocephala (Mexer & Learned, 1981, George, et al., 1983, Darby, et al.,
1988). As planárias nadam ativamente procurando presas tanto na superfície da água
como na coluna líquida. Ao encontrarem larvas de mosquitos, liberam sobre elas seu muco
pegajoso que pode ser tóxico como no caso de G. dorotocephala. As larvas assim
paralisadas podem ser ingeridas. Planárias consomem pouco, em média 2,5 larvas de
mosquitos/dia, no entanto costumam matar muito mais, independentemente se forem
planárias jovens ou já totalmente crescidas (Mexer & Learned, 1981) .
As planárias são predadores pouco específicos e portanto é sempre necessária a
avaliação de seu impacto em outros inimigos naturais dos mosquitos Aedes, como os
copépodos, mosquitos Toxorhynchites e mesmo alevinos de peixes larvófagos. Toleram
água com elevado teor de matéria orgânica, alguma alcalinidade e pouca salinidade, sendo
a eficiência de seu controle inversamente proporcional a esse último fator (Yu et al., 1996).
As planárias podem ser facilmente criadas e armazenadas em larga escala em
pequenas salas de criação. O uso de planárias tem sido avaliado em habitats naturais
como campos de arroz alagado, ou mesmo em bueiros urbanos para controle de Culex.
Podem ser aplicadas com pulverizadores comuns (equipamentos convencionais para
aplicações peri-focais em campanhas anti-dengue) com pequenas modificações, sob
pressão abaixo de 25 lbs/pol2, pois podem se regenerar quando danificadas. Cerca de 25
planárias/m2 em geral é suficiente para um bom controle (Darby et al., 1988).
Em nossos estudos, avaliamos o armazenamento e envio de lotes de G. tigrina a
longas distâncias, pelo correio. Os resultados mostraram 97% de sobrevivência das
planárias, pouca bipartição e pouca produção de casulo. Os indivíduos ainda mantiveram
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
seu potencial predador sobre larvas de Ae. albopictus quando avaliadas em laboratório,
mesmo após o percurso de cerca de 2.600 Km (Andrade et al., 1997).
Avaliações para o controle de larvas de mosquito em campos de arroz, com as
espécies G. dorotocephala e Mesostoma spp, indicaram que elas podem suportar os
inseticidas normalmente usados nessa cultura (Lacey & Lacey, 1990), sugerindo que talvez
possam também tolerar os produtos utilizados no controle dos vetores da dengue. A
espécie Mesostoma nr. lingua é outro representante da classe Tricladida, que foi avaliado
e sugerido como agente de controle em campos de arroz alagado (Gorrochotegui et
al.,1998).
Na Unicamp foi avaliada uma linhagem não canibalística de G. tigrina no controle de
larvas de Ae. albopictus em pneus-armadilhas distribuídos pelo Campus Universitário (300
ha). Os resultados mostraram sucesso quando 4 planárias foram introduzidas em cada
armadilha (com dois litros de água). Durante um período maior que 15 semanas, as
planárias controlaram em média mais de 90% das larvas de Ae. albopictus que
naturalmente colonizaram os pneus. Foram capazes de se reproduzir durante todo o
experimento, alcançando um máximo 73 indivíduos nos pneus (Melo et al., 1996).
Loh et al. (1992), observaram em laboratório que Dugesia sp preda todos os
estádios larvais de Ae. aegypti, sendo que uma única planária predou 25 larvas de primeiro
e segundo estádios em apenas 24 horas.
Devido ao risco em se divulgar o uso desses platielmintes em criadouros não
monitorados, e ao fato de serem relativamente grandes e facilmente manipuladas, bem
como ser fácil visualizar a predação que exercem, consideramos como conseqüência dos
nossos estudos anteriores a utilização das planárias em programas educativos e
comunitários, sempre em armadilhas monitoradas. Assim, a espécie G. tigrina foi então
criada e distribuída para professores da rede municipal de Campinas, SP no curso
“Educação e Manejo dos Vetores da Dengue” (EXTECAMP- agosto e setembro, 1997). Os
participantes receberam bandejas e instruções para criar e monitorar o predador nas
armadilhas nas escolas. As planárias tiveram ótima aceitação por parte dos participantes e
foram utilizadas pela maioria dos professores pelo menos até o início do próximo período
de férias. Este trabalho além de atrair e aumentar o envolvimento de alunos, professores e
funcionários no controle da dengue, possibilitou aos professores de ciências um material
vivo para uso em aulas práticas.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
CRUSTÁCEOS
Os Copépodos da ordem Cyclopoida destacam-se entre os crustáceos predadores
das larvas recém eclodidas de mosquitos. São cosmopolitas e tem recebido maior atenção
que outros invertebrados aquáticos por sua alta capacidade de reprodução e por terem
uma dieta variável, mantendo uma população abundante independente da oferta de larvas
de mosquito. Segundo Nasci et al. (1987), os copépodos estão distribuídos na água dos
mais diferentes habitats de mosquitos, incluindo poças temporárias e buracos de árvores,
sendo sua população reduzida apenas com as baixas temperaturas (Schreiber et al., 1996).
Entre cerca de 400 espécies de copépodos ciclopóides, 50 possuem potencial para
uso como agente de controle de larvas de pernilongos, destacando-se: Macrocyclops
albidus, Acanthocyclops vernalis, Mesocyclops aspericornis, Mesocyclops longisetus,
Mesocyclops edax, Mesocyclops ruttneri e espécies do grupo Mesocyclops leuckarti.
Na Polinésia Francesa, pesquisadores vêm coordenando desde 1982 o uso de
copépodos do gênero Mesocyclops para o controle biológico de Ae.aegypti, tendo como
suporte a participação da comunidade na introdução desses microcrustáceos nos
criadouros. Em ilhas desse arquipélago, a espécie M. aspericornis controlou 91 e 99% das
larvas de Ae. polynesiensis e Ae. aegypti respectivamente, durante 29 meses, quando
foram introduzidos em tocas de siri, buracos de árvores e tambores usados para
armazenamento de água (Riviére et al., 1987). Essa mesma espécie, quando colonizou
naturalmente poços d’água em minas abandonadas na Austrália controlou totalmente as
larvas de Ae.aegypti nestes criadouros (Russel et al.,1996). O copépodo Mesocyclops
leuckarti pilosa controlou 91,6% das larvas de Ae.aegypti e Ae. polynesiensis por 14 meses
em condições de laboratório Riviere & Thirel (1981).
Na Costa Rica, o copépodo Mesocyclops thermocyclopodes foi a espécie que
apresentou maior sucesso na redução de larvas de Ae. aegypti (100% de controle em 4
semanas), quando comparada com espécies dos gêneros Arctodiaptomus, Eucyclops,
Megacyclops e Thermocyclops. Como vantagens adicionais, sobreviveu em 3 diferentes
condições climáticas de 2 à 5 meses em bromélias e de 3 à 6 meses em pneus
descartados (Schaper, 1999).
Resultados como estes tem despertado grande interesse por estes
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
microcrustáceos, estimulando vários estudos sobre sua produção em larga escala,
estocagem e distribuição, além de avaliações de sobrevivência em diferentes criadouros de
mosquitos, com a finalidade de viabilizar econômica e operacionalmente o seu uso (Suarez
et al.,1992; Gonzáles-Rodrigues et al., 1993 e Pérez-Serna et al. 1993).
Em trabalho realizado nos Estados Unidos, Marten (1989) mostrou a possibilidade
dos copépodos serem aplicados com pulverizadores costais-manuais e estocados por
meses a baixas temperaturas. No Brasil pesquisadores da Universidade Federal do Ceará,
avaliaram como parte inicial de um projeto, o potencial predador de uma linhagem brasileira
de M. aspericornis e M. longisetus e observaram um controle total de larvas de Ae. aegypti
em condições de laboratório Kay et al. (1992). Numa segunda fase desse estudo, M.
longisetus foi avaliado no campo em 2 vilas próximas a cidade de Fortaleza/CE. Com a
participação da comunidade local, o copépodo foi distribuído nas cacimbas (poços) usado
para o fornecimento local de água. A eficiência no controle do vetor foi de 80% e o
envolvimento da comunidade mostrou-se fundamental para a manutenção e monitoramento
dos copépodos nos criadouros (Vasconcelos et al.,1992). Esse projeto, que contava com a
participação do Dr. Brian Kay (Queesland, Austrália), era financiado por um orgão de
pesquisa nacional e por falta de verbas acabou sendo interrompido em 1994. Porém em
comunicação pessoal com Prof. Dr. Wilson Vasconcelos, coordenador do projeto no
primeiro semestre de 1997, soubemos que a manutenção e distribuição dos copépodos nos
criadouros continuava sendo feita pela comunidade local.
Experiência semelhante de integração entre comunidade e copépodo levou ao
desaparecimento de Ae. aegypty de 400 casas em uma vila no Vietnã, onde todos os
possíveis criadouros de mosquito que não poderiam ser eliminados foram colonizados pelo
microcrustáceo Vu-Sin, et al. (1998).
Além de larvas dos mosquitos Aedes copépodos predam também outras espécies
de pernilongos como, larvas de Anopheles quadrimaculatus em campos de arroz (Marten,
et al. 2000a) e larvas de Culex quinquefasciatus em experimentos de laboratório (Marten,
et al. 2000b). A predação de larvas de Cx. quinquefasciatus pelo copépodo M. longisetus
foi também por nós observada em condições de laboratório, porém esta espécie de
copépodo mostrou-se menos eficiênte no controle das larvas deste culicídeos quando
comparada com a predação sobre larvas de Ae. albopictus (dados não publicados).
A relação dos copépodos com as larvas dos culicídeos não se restringe apenas à
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
ação predatória. Copépodos são ainda hospedeiros de microsporídeos do gênero
Amblyospora e a fase sexuada de fungos do gênero Coelomomyces, que podem causar
epizootias nas populações naturais de mosquitos Couch & Bland (1985) e Sweeney &
Becnel (1991).
Por suportarem altas temperaturas e serem excelentes controladores de larvas de
mosquitos do gênero Aedes, os copépodos foram também avaliados no controle de larvas
em depósitos de pneus descartados. Com pulverizadores convencionais Marten (1990b)
introduziu M. albidus em pilhas de pneus descartados nos Estados Unidos, visando o
controle de Ae. albopictus. Os adultos desse mosquito que rondavam as pilhas de pneus
para oviposição desapareceram um mês após a introdução dos copépodos, e as larvas
foram controladas pelo período de um ano.
Em 1994, a equipe do Dr. Gerald Marten avaliou 4 espécies de copépodos também
em pneus descartados, desta vez para o controle de Ae. aegypti. Dentre eles, a espécie M.
longisetus foi a que melhor sobreviveu, mantendo uma população média de 300 indivíduos/
pneu durante 30 semanas, e reduzindo esse número de indivíduos somente quando o nível
da água diminuiu (Marten et al., 1994).
Algumas espécies de copépodo de água doce secretam um revestimento orgânico
formando uma proteção semelhante a um cisto, tornan-se assim inativos em condições
desfavoráveis e podem estivar durante uma seca temporária dos criadouros. Quanto a este
aspecto, uma linhagem brasileira de M.aspericornis apresentou capacidade de resistência
à dissecação em laboratório por 2 meses (Zhen, et al. 1994). A linhagem de M.longisetus
que temos avaliado por sua vez, em pneus-aramdilha, não mostrou resistência a
dissecação, porém em um pneu-armadilha, 40 adultos e cerca de 30 formas imaturas de
M.longisetus foram coletados em apenas 100 ml de água coberta por folhas, indicando sua
capacidade em tolerar a superpopulação quando o volume do criadouro reduz
temporariamente.
A espécie M. longisetus é a que melhor suporta altas temperaturas, podendo
portanto apresentar melhor sobrevivência em pneus por exemplo, além alto potencial
predador de até 50 larvas/dia (Marten et al.,1994). Quando M. longisetus foi avaliada por
Schreiber e colaboradores (1996), reduziu 90% das larvas de mosquitos que colonizaram
pneus. Larvas de 1o e 2o estádios foram reduzidas em apenas 4 semanas e as larvas dos
últimos estádios em 7 semanas. Do total de 2.157 larvas de mosquitos amostrados neste
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
trabalho, 88% eram de Ae. albopictus. Este é um dos poucos trabalhos que é relatado
larvas dos últimos estádios sendo predadas por copépodos.
Em estudo realizado no campus da Unicamp para controle de mosquitos que
naturalmente colonizavam pneus-armadilha, M. longisetus promoveu um controle médio de
97,3% e apresentou bom desempenho quanto a taxa de reprodução. Após a introdução de
20 indivíduos/ armadilha, ao final de 1 mês foi possível a coleta de 98 indivíduos adultos
em um dos pneus-armadilha (Santos et al.,1996). Legner (1995) registrou sobrevivência de
copépodos por 5 anos em pneus descartados.
Com base na filosofia do manejo, o uso integrado de copépodos com inseticidas
químicos ou biológicos, quando possível, permitiria uma forma mais eficiente de controle,
pois o inseticida elimina de imediato a maioria das larvas presentes no criadouro, incluindo
as de estádios mais adiantados que em geral escapam a predação dos copépodos, e
estes, passaríam a controlar as novas larvas originadas dos ovos já presentes, quando o
inseticida já tiver perdido o efeito residual.
Marten et al., (1993) avaliou a compatibilidade de algumas espécies dos gêneros
Macrocyclops, Mesocyclops e Acanthocyclops (este último não encontrado no Brasil) a
inseticidas químicos a base de malathion, methoprene, resmethrina, permethrina,
temephos e a um inseticida biológico a base da bactéria Bacillus thuringiensis var.
israelensis (Bti). A espécie M. albidus, mostrou ser mais sensível ao temephos, composto
químico amplamente utilizado no controle dos vetores da dengue, do que a qualquer outro
inseticida químico. A dose letal que causou 50% de mortalidade (DL50) nesta espécie de
copépodo, foi próxima à DL50 encontrada para o pernilongo Ae. albopictus. O regulador de
crescimento methoprene e o adulticida a base de permethrina, se usados nas
concentrações indicadas pelos fabricantes, mostraram-se compatíveis com as espécies de
copépodos avaliadas. Já os adulticidas malathion e resmethrina não foram compatíveis
com os copépodos.
De uma maneira geral os trabalhos realizados sobre susceptibilidade de copépodos
aos produtos comerciais usados em controle, mostram que os reguladores de crescimento,
os inseticidas biológicos, os óleos larvicidas e os surfactantes, são apropriados para serem
utilizados com os esses microcrustáceos, pois causam baixo ou nenhum efeito danoso às
espécies de copépodos expostas a eles (Marten et al., 1993 e Kenny & Ruber, 1993).
Outros estudos também mostram as vantagens de se associar os copépodos a
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
outras formas de controle, permitindo um sinergismo quanto ao efeito residual. Tietze et al.
(1994) mostrou que a espécie M. longisetus quando associada ao Bti ou ao methoprene
promoveu um controle de 90% das larvas de Ae. albopictus durante 5 meses em pneus
descartados nos Estados Unidos. Isoladamente o Bti ou o regulador de crescimento
promoveram um controle de 100%, porém uma reaplicação foi necessária após 2 semanas
para que esse índice de controle fosse mantido.
Um inseticida biológico a base da bactéria Bacillus sphaericus (Bs) apresentou
melhor controle quando integrado ao copépodo, uma vez que a toxidade do Bs é menor
para as espécies de Aedes, quando comparada com sua eficiência no controle de larvas do
pernilongo noturno Cx. quinquefasciatus (O.M.S,1985).
Numa avaliação de laboratório Marten (1984) integrou a alga Kirchneriella irregularis
(Clorofidae) ao copépodo Me. leuckarti pilosa para o controle das larvas de Ae. albopictus.
O autor verificou que a alga permitiu a sobrevivência e o desenvolvimento do copépodo
mas foi aparentemente indigesta para as larvas de pernilongos, podendo ser mais uma
alternativa para o manejo.
No Brasil, o controle dos vetores da dengue até bem recentemente era feito
exclusivamente com inseticidas químicos, sejam eles larvicidas ou adulticidas. Assim,
avaliamos em condições de laboratório a susceptibilidade de M. longisetus aos inseticidas
a base de temephos (larvicida) e fenitrothion (larvicida e adulticida), compostos utilizados
rotineiramente no controle dos vetores da dengue pela Superintendência de Controle de
Endemias (SUCEN) e pela Fundação Nacional de Saúde (FNS) . Os resultados mostraram
que adultos de M. longisetus não toleram 1 ppm i.a. de temephos, morrendo em
aproximadamente 3 meses. A população foi reduzindo lenta e gradualmente, não
conseguindo se estabelecer nos criadouros experimentais, pois as formas imaturas
mostraram-se mais susceptíveis a este composto.
Quanto ao fenitrothion, adultos de M. longisetus mostraram-se pouco susceptíveis,
talvez em função do baixo efeito residual desse produto como larvicida quando ele é
aplicado diretamente na água. Este baixo efeito residual permitiu um crescimento
populacional dessa espécie de copépodo, indicando que criadouros tratados com M.
longisetus, poderiam receber eventuais aplicações desse organofosforado sem que
significasse mortalidade total na população do predador (Santos & Andrade não publicado).
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
Outros crustáceos - Indivíduos da família Triopside são popularmente conhecidos
por camarão-girino e foram amplamente avaliados como agente de controle biológico de
larvas de mosquitos do gênero Culex. Estes pequenos crustáceos acumulam vantagens
quanto a sua utilização pois possuem uma rápida eclosão do ovo após entrar em contato
com água, um rápido crescimento da larva, alto fecundidade (um indivíduo pode produzir
até 1.000 ovos) e por fim, seus ovos são resistentes à dissecação, podendo permanecer
em ambientes secos por meses ou anos (Fry-O’Brien & Mulla, 1996).
A espécies Triops longicaudatus foi avaliada em laboratório quanto ao tamanho,
para a seleção por larvas do pernilongo doméstico Cx. quinquefasciatus. Quanto maior o
tamanho de T. longicaudatus (> 10 mm) maior o consumo de larvas, no entanto ele passa a
não ser mais um predador seletivo para esta espécie de pernilongo (Tietze & Mulla, 1989).
T. longicaudatus reduz significativamente larvas de Cx. quinquefasciatus além de inibir a
oviposição quando próximo à superfície da água (Tietze & Mulla, 1991). Quando foi
distribuída em pequenos lagos da Califórnia e avaliada quanto a sua capacidade de
sobrevivência e controle de larvas de mosquito, mostrou-se hábil em colonizar e
permanecer em 94% dos lagos em que foi introduzido e apresentou significante impacto
sobre larvas de culicídeos e chironimídeos (Fry-O’Brien et al.,1994).
Em países como Estados Unidos, Japão e Canadá, o T. longicaudatus é um sucesso
de vendas como brinquedo. Aqui no Brasil, no primeiro trimestre de 1998, uma empresa de
brinquedos importou a idéia e vários kits contendo um saco de ovos do T. longicaudatus,
um saco com comida e instrução de como criá-lo foram vendidos. Isto gerou muita
discussão entre os profissionais da área, que temiam que o Triops causasse um
desequilíbrio ecológico caso fossem liberados na natureza. Assim, embora com permissão
para a importação dada pelo Ministério da Agricultura e pelo Ibama (Instituto do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), 9 meses depois do lançamento a fabríca
de brinquedos retirou o Triops do mercado.
Outro crustáceo avaliado é o camarão de água doce Macrobrachium borellii. Em
laboratório mostrou-se eficiente agente no controle de C. pipiens (Collins,1998).
INSETOS
Não há qualquer dúvida de que os principais inimigos naturais dos insetos estejam
entre os próprios insetos. Assim, são muitas as possibilidades de programas de manejo
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
que poderiam envolver insetos entomófagos como elemento chave. Se não for esse o
caso, a proteção dessa fauna benéfica tem que ser contemplada ao máximo.
Dípteros Culicídeos
Embora muitos culicídeos como Psorophora, Lutzia, Megarhinus, Eretmapodites e
Armigeres possam predar ativamente os mosquitos que desejamos controlar, as espécies
que se salientam entre os predadores estão no gênero Toxorhynchites (Steffan, 1980)- um
grupo extensivamente avaliado, visando principalmente o controle dos Aedes.
Toxorhynchitinae
Mosquitos da subfamília Toxorhynchitinae são bem maiores que os das subfamílias
Culicinae ou Anophelinae. Os adultos não são hematófagos e suas larvas predam
preferencialmente culicídeos do gênero Aedes. Podem ser criados em larga escala e
podem ser liberadas na forma de ovo, larvas, pupa, ou mesmo como adultos. Em lugares
aonde eles não ocorrem naturalmente pode-se fazer introduções, como o caso de Tx.
splendens e Tx. brevipalpis que foram introduzidos na ilha Samoa para o controle do vetor
silvestre da filariose Ae. pseudoscutellaris. Ou ainda como o caso de Tx. brevipalpis
introduzido na ilha St. Maarten para o controle de Ae. aegypti em área urbana.
Em um experimento de campo, Toohey et al. (1985) liberaram cerca de 2.000
fêmeas de Tx. amboinensis em 2 áreas distintas de Fiji, visando o controle de Aedes. Após
10 meses o mosquito predador havia colonizado apenas uma área, instalando-se
rapidamente e controlando em média 80% dos Aedes presentes em latas e pneus. O fato
de Tx. amboinensis ter colonizado apenas uma das áreas mostrou no entanto a
necessidade de avaliações prévias do habitat para liberação desse predador. Outros
fatores ainda devem ser avaliados antes de tomá-lo como opção de controle: seu ciclo de
vida em geral demora três vezes mais do que o ciclo das larvas de Aedes; quando é
introduzido em lugares aonde nunca ocorreu, têm baixa eficiência em encontrar criadouros
de mosquitos, e o canibalismo sobre ovos e larvas jovens. Quando 4 espécies de
Toxorhynchites foram avaliadas em laboratório, todas canibalizaram ativamente seus
próprios ovos, e os ovos de outras espécies (Linley & Duzak, 1989). Entretanto estes
culicídeos apresentam como vantagens, e ao contrário de muitos outros predadores, o fato
de suas larvas não morrem se faltar alimento, conseguindo sobreviver por mais de 6 meses
sem alimento (quando no último estádio), e a possibilidade da fêmea de Toxorhynchites
encontrar e ovipor em lugares muito pequenos, as vezes inacessíveis ao homem.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
Tendo em vista ainda o controle integrado, as fêmeas adultas desses predadores
podem ser contaminadas com patógenos para o controle das larvas de Aedes, servindo
como vetores mecânicos quando procuram criadouros para oviposição.
A integração com o controle químico também é possível. A espécie Tx. rutilus rutilus,
que é uma das mais ativas na predação de Ae. aegypti, foi avaliada quanto a sua
susceptibilidade a vários inseticidas químicos. Esse predador mostrou-se duas vezes
menos susceptível do que Ae. aegypti a 3 dos organofosforados avaliados, o que
praticamente garante a possibilidade de se usar em conjunto esse predador e produtos
químicos.
Tx.rutilus pode ainda ser integrado com outros predadores de mosquitos. Pneus
descartados em New Orleans nos Estados Unidos, com freqüência apresentavam alta
densidade de larvas de Ae. albopictus mesmo após serem tratados com Mesocyclops.
leuckarti e Acanthocyclops vernalis. Estes copépodos predadores não apresentaram
controle suficiente para reduzir a produção de mosquitos adultos, pois larvas de 4o estádio
e pupas freqüentemente podiam ser coletadas. Larvas de Tx. rutilus são excelentes
predadoras desses estádios e, quando foram introduzidas nos pneus, junto com os
copépodos, a eficiência de controle subiu para 99%, porque as larvas do Tx. rutilus
complementaram o controle feito pelos copépodos e, embora predem também esses
microcrustáceos, esta predação nunca chega a eliminar a população do crustáceo. Por
outro lado, quando Tx. ritilus foi introduzido sozinho em alguns pneus, promoveu apenas
74% do controle das larvas de Ae. albopictus (Marten, 1989).
A integração com outro método de controle parece ser o caminho para o uso desse
predador, pois apesar de se estabelecer nos locais onde foi liberado, muitas vezes os
Toxorhynchites não permitem um bom controle (Lacey, 1983).
Anophelinae
Embora sejam bem conhecidos como canibalistas, há pelo menos um registro de
Anopheles predando naturalmente larvas de primeiro estádio de outros mosquitos que se
criam em buracos de árvore. Em um experimento de laboratório An. barberi predou larvas
de Culicoides (Peterson et al., 1969).
Dípteros Outros
Poucas espécies de outras famílias de Diptera têm sido estudadas como inimigos
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
naturais de pernilongos. Entre os Chaoboridae larvas de Chaoborus crystallinus foram
avaliadas para o controle de mosquitos em florestas na Polonia (Borkent, 1980). Outra
espécie de chaoboridae predadora é Mochlonyx culiciformis que se alimenta de larvas de
Ae. communis (Bay, 1974).
Dentro da família Ceratopogonidae, ao menos Culicoides cavaticus preda larvas de
Ae. sierrensis, e várias espécies do gênero Forcipomyia e ainda a espécie C. guttipennis
predam larvas de Ae. aegypti (Bay, 1974) .
Na família Dolichopodidae, avaliou-se a espécie Dolichopus gratus estimando-se
que 100 larvas desse predador podem eliminar uma população natural de 1.000 larvas de
outros mosquitos em apenas 5 dias. Já representantes da família Empididae que vivem em
lugares úmidos, freqüentemente são predadores da forma alada de várias espécies de
insetos pequenos. Há registros de empidídeos do gênero Tachydromia atacando adultos de
mosquitos Anopheles (Bay, 1974).
Odonata
As ninfas de libélulas tem sido registrada como predadoras de larvas de pernilongos
(Miura & Takahashi, 1988 e Sebastian et al., 1990), nas coleções de água permanentes
aonde são encontradas com maior freqüência. No campus da Unicamp, apenas uma vez
foram coletadas ninfas de Gomphidae em pneus-armadilhas para Ae. aegypti e Ae.
albopictus durante um programa de monitoramento que durou 8 anos.
Os poucos trabalhos sobre esses predadores indicam que espécies da subordem
Zygoptera são mais eficientes no ataque aos culicídeos do que os da subordem
Anizoptera. Ninfas de último estádio podem predar cerca de 6 larvas/dia e quando
encontram populações densas da presa, matam mais do que conseguem comer. O uso
de Crocothemis servilia em um programa local contra Ae. aegypti permitiu sucesso em
Yangon (Burma) (Sebastian et al.,1990). A introdução de Pantala sp. (Libellulidae) já foi
avaliada como alternativa no controle dos mosquitos An.. pseudopunctipennis e Cx.
pipiens no México (Retana et al., 1992). Em outro estudo, quando avaliada a eficiência de
vários predadores de larvas de mosquitos que habitam buracos de árvores, as ninfas de
libélulas foram sempre as mais eficientes (Fincke et al.,1997), porém estão longe de
serem específicas. Se os criadouros com muita variedade de presa forem tratados com
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
odonatas, o controle da espécie alvo pode ficar comprometido (Woodring & Davidson,
1996).
É interessante ainda notar que a crença no potencial das libélulas como
controladoras de mosquitos é talvez uma das mais antigas a ser registrada. No ano de
1889 houve um concurso nos Estados Unidos (Prêmio Lamborn) e o tema foi “Métodos
para a Destruição de Mosquitos e da Mosca Doméstica”. Na época, o patrocinador do
concurso tinha enorme esperança no sucesso dos adultos de libélulas para o controle
biológico (Lamborn, 1890), mas o fato é que os melhores resultados estavam por conta de
peixes larvófagos, pássaros e o uso de derivados de petróleo (Laird, 1983).
Coleoptera
Entre os besouros aquáticos, os principais predadores estão nas famílias
Hydrophilidae, Dytiscidae e Gyrinidae, que em geral atuam como bons controladores de
larvas de mosquitos em pequenas poças de água. Destacam-se como predadoras as
espécies nos gêneros Dytiscus, Laccophilus, Agabus e Rhantus. No Canada já foram
avaliados no controle de Ae. stimulans e Ae. trichurus, com destaque para a espécie A.
erichsoni (Dytiscidae) (Nelson, 1977).
Em ambiente natural não ocorrem em densidades adequadas para um controle
eficiente (Beaty & Marquardt, 1996) e, quando há ausência de larvas de mosquito, com
freqüência ocorre canibalismo, porém este fenômeno cessa quando as larvas de mosquito
reaparecem. Pode-se também citar como outra desvantagem, que o consumo de larvas de
mosquitos cai drasticamente no campo quando comparado com avaliações de laboratório.
Bay (1974) mosta que em geral, um besouro adulto consome no laboratório 25 larvas/dia e
no campo praticamente um décimo disso; apenas 2,3 larvas/dia.
Hemiptera
As principais famílias de Hemiptera com potencial para controlar pernilongos são
Belostomatidae, Nepidae, Notonectidae e Naucoridae, mas estudos de laboratório em
Cuba e no Brasil permitem supor que belostomatídeos deveriam ser melhor avaliados para
controle de mosquitos. Nos Estados Unidos e Canadá ao contrário, estudos sugerem os
notonectídeos como predadores mais vorazes e portanto candidatos mais fortes a
programas de controle (Consôli et al.,1989; Panicker & Rajagopalan,1977 e Tawfik et al.,
1978).
Os indivíduos da família Belostomatidae são popularmente conhecidos por
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
“baratas d’água”. As espécies Diplonychus indicus e Ranata elongata já foram
consideradas como alternativa ao controle químico, possuindo alto potencial para uso no
controle de larvas de mosquitos. Apresentam voracidade na predação e seletividade de
presas (Venkatesan & Jeyachandra, 1985; Gopal et al.,1986 e Venkatesan et al., 1986). A
espécie Belostoma flumineum por sua vez é considerada como sendo uma boa predadora
de larvas, embora a freqüência com a qual ocorre co-habitando criadouros com larvas de
mosquitos seja baixa (Bay, 1974).
Na família Notonectidae o interesse está principalmente voltado ao gênero
Notonecta como agente de controle biológico. Começou no início do século, destacando-se
as espécies N. unifasciata, N. hoffmani e N. kirbyi, sendo ainda N. undulata considerada a
mais voráz predadora entre todos os hemípteros avaliados (Bay, 1974).
Embora tenham sido feitos poucos estudos de campo para se avaliar a eficiência de
controle, sabe-se que larvas de mosquitos são realmente o alimento preferido dos
notonectídeos. Quando introduzidos em pequenos lagos eles reduzem o número de
mosquitos emergentes, e acabam promovendo também uma redução na oviposição. O seu
uso em campanhas de controle de mosquitos está limitado à disponibilidade de comida. A
falta de alimento pode iniciar queda da população em função de canibalismo, uma vez que
os indivíduos adultos atacam sem distinção ninfas de sua própria espécie e de outras
espécies de notonectides (Streans, 1992). Isto pode deixar a população de notonectídeos
abaixo do número necessário para obter um controle eficiente das larvas de mosquito
(Lacey & Orr, 1994).
Nossas observações em laboratório com notonectides do gênero Buenoa mostraram
4 formas diferentes de ataque às larvas do mosquito Culex sp ofertadas diariamente
durante o experimento. Estes notonectides atacaram todos os estádios de larvas e apenas
uma única vez o predador capturou a larva, matou e em seguida liberou sem consumí-la.
Notonectides em campos de arroz podem reduzir cerca de 80% o número de pupas
das várias espécies de mosquitos sendo que indivíduos dos gêneros Notonecta e Buenoa
são freqüentes neste ambiente (Rajendran et al.,1995). A integração de indivíduos do
gênero Buenoa com o inseticida biológico Bti (GM10), aumentou a eficiência do controle de
Cx. quinquefasciatus como mostrou o trabalho de Ortegon-Martinez & Quiroz-Martinez
(1990).
Ainda entre os hemípteros, a espécie Hidrometra stagnorum, da família
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
Hidrometidae, quando avaliada em condições de laboratório para controle larvas de Cx.
pipens reduziu o número de larvas e aumentou a mortalidade das pupas (Palmer et al.,
1998), resultado que tem despertado maior interesse por essa família.
ÁCAROS
Não se tem conhecimento de programas ou tentativas de se usar ácaros no controle
de mosquitos, e a maneira como atacam as larvas, por vezes indicam uma relação de
parasitismo e outras de verdadeira predação (Flechtmann, 1974; Mullen, 1974; Mullen,
1975a; Mullen, 1975b e Lanciani & Boyt, 1977).
Os Hidroacarina são ácaros em geral grandes e avermelhados que se deslocam
relativamente bem na água (natantes). Sua produção em larga escala provavelmente não
seria muito difícil, e ao menos para a agricultura, alguns programas envolvendo o uso de
produtos seletivos e ácaros no controle biológico já mostraram sucesso.
ARACNÍDEOS
É fato bastante conhecido que as Aranhas concentram seus ataques predatórios
sobre os insetos, mas poucas avaliações dizem respeito aos mosquitos, como o trabalho
de Luczak & Dabrowsha (1986), que avaliaram a dinâmica de 2 espécies de aranha:
Tetragnatha montana e Dolomedes fimbriatus a diferentes densidades de mosquitos.
Na Unicamp se tem observado com freqüência aranhas de teias nos pneus
armadilha de monitoramento de Aedes, e menos frequentemente nas de gaiolas de
criação de Ae. aegypti e Ae. albopictus. Porém, ainda não temos dados sobre a
importância de mosquitos como item de sua dieta. Por outro lado, já foi indicado que
Agelenopsis naevia (Agelenidae) seria importante predador de adultos de mosquitos em
pneus (Ramoska & Sweet, 1981).
Um trabalho realizado em Porto Rico, relata experimentos com a aranha Theridion
rufipes que, vivendo no fundo de gaiolas de criação de Ae. aegypti mostrou que uma única
aranha controlou todos os mosquitos alados da caixa. O fato do mosquito ficar paralisado
sobre a teia, despertou nos pesquisadores, a idéia de avaliar as substâncias que compõem
a teia com o intuito de se obter uma nova molécula de inseticida (Fox-Irving, 1998).
A espécie Crossopriza lyoni foi avaliada para o controle de adultos Ae. aegypti em
uma área de transmissão de dengue na Tailândia, onde o mosquito e aranha compartilham
o mesmo habitat. Experimentos com ELISA mostraram que ao comer um mosquito
infectado pelo o vírus da dengue, a aranha não se infecta, e que esta espécie pode ser um
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
importante componente no manejo integrado desse mosquito vetor (Strickman et al.,
1997).
O Escorpião de água Laccotrephes sp compete com girinos do gênero
Pthychadena no consumo de larvas de Ae. vittatus. Sabe-se no entanto, que quando as
larvas de mosquito são ausentes, os girinos passam a servir de alimento para esta espécie
de escorpião (Bay, 1974).
CENTOPÉIAS
Com relação as centopéias, ao menos uma espécie já foi registrada como predadora
de mosquitos adultos em ambiente doméstico (Taguchui & Makyia, 1982).
ANFÍBIOS
Sapos, rãs e pererecas são também conhecidos predadores de insetos alados, e
adicionalmente, seus girinos têm sido indicados como tendo potencial predador sobre
larvas de mosquitos. Tal é o caso de Rana tigrina predando Cx. fatigans, Ptychadena sp
predadndo larvas de Ae. vittatus, e dos girinos de alguns hilídeos (Spielman &
Sullivan,1974 e Marin et al.,1983).
PEIXES
O uso de peixes como agentes de controle de mosquitos acarreta opiniões
contrárias dos profissionais da área de Entomologia. Alguns acreditam que com a presença
de peixes, a população de mosquitos aumenta em função dos peixes consumirem e/ou
eliminarem outros predadores naturais. Já outros pesquisadores, acreditam que os peixes
são uma ótima opção para o controle biológico e não oferecem perigo. Mesmo com tanta
controvérsia os peixes são os predadores mais utilizados no combate às larvas de
mosquitos (Mathavan et al.,1980 e Rupp, 1996).
Mais de 250 espécies de peixes possuem alto potencial predador para uso em
controle biológico (Gerberich & Laird, 1968 e Haas & Pal, 1984). A bibliografia sobre peixes
larvófagos tanto quanto sobre seu uso em programas de controle de vetores é portanto
incrivelmente vasta e o assunto poderia por si só constituir-se em alguns livros. Conforme
foi mencionado o seu emprego no controle dos vetores da dengue é limitado, mas torna-se
obrigatório aqui no entanto a abordagem de pelo menos algumas espécies mais utilizadas
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
contra mosquitos, com dezenas de registros.
Talvez espécie mais usada e amplamente avaliada seja Gambusia affinis, peixe da
América Central, que é utilizado nos Estados Unidos desde 1905 aonde é conhecido como
“mosquitofish” ou "top minow". Apresenta excelente eficiência de controle e em função de
sua adaptação aos mais variados tipos de águas continentais, podem ser introduzidos em
ambientes com matéria orgânica e pouco oxigênio dissolvido (Motbar,1978), além de
suportarem temperaturas que variam de 1 a 38oC. Esta espécie porém deve ser inserida
como controle após estudos cuidadosos, pois pode apresentar efeitos ecológicos negativos
quando compete com espécies nativas ou preda espécies não alvo (Nelson & Keenan,
1992).
No Brasil, os peixinhos da familia Poecilidae, espécie Poecilia reticullata, são
popularmente conhecidos por “barrigudinhos" ou lebiste e nos EUA por "Barbado's millions"
ou “guppy”. A espécie é originária da América Central e foi introduzida no Brasil
inicialmente no Rio de Janeiro. Foi recentemente criada e distribuída gratuitamente à
comunidade rural de Dracena/SP para controlar de larvas de A. aegypti em bebedouros de
animais (Ferreira & Sampaio, 1996.).
A espécie Aplocheilus latipes quando avaliada junto com a planária D. japonica para
predar larvas de Cx. pipens em campos de arroz, consumiu em média 78 larvas/dia do
mosquito e a planária 3,7 larvas/dia (Yu et al., 1996). Neste mesmo estudo avaliou-se
também diferentes temperaturas e concentração de pH, mostrando que para ambos os
predadores, o controle foi mais efetivo a 25 oC e a um pH variando entre 5 ~ 9.
Ainda uma outra espécie que foi introduzida no Brasil e tem sido utilizada para o
controle de mosquito, é o peixe do paraíso Macropodus opercularis (Anabatidae). Originário
de regiões em estuário da Malásia, estão acostumados a águas com pouco ou nenhum
oxigênio dissolvido, e graças a seus órgãos respiratórios acessórios, fazem as trocas
gasosas engolindo bolhas de ar na superfície. No Estado de São Paulo esse peixe foi
avaliado após 1982 nas águas poluídas da Represa Billings e tem se mostrado muito
eficiente no controle de Cx. quinquefasciatussegundo as avaliações do Centro de Controle
de Zoonoses e Eletropaulo. M. opercularis juntamente com Astronotus ocellatus
(Cichlidae), foram avaliados como agentes de controle biológicos de larvas de Ae.
Fluviatilis e do vetor da esquistossomose, Biomphalaria glabrata.. Neste estudo estas duas
espécies ao que parece preferiram as presas mortas à vivas (Cônsoli et al., 1991).
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
Na Unicamp fizemos algumas avaliações com barrigudinhos e observamos que as
fêmeas predam mais que os machos, chegando a consumir em média 44 larvas/dia de Cx.
quinquefasciatus (dados não publicados). Toleram águas quentes e moderadamente
poluídas mas segundo a Organização Mundial de Saúde não toleram as concentrações
usuais de larvicidas químicos. Em outro experimento simples, um macho de M. opercularis
predou mais de 60 larvas de psichodidae mortas por Bti, quando colocadas em grupos
pequenos em seu aquário com o auxílio de um conta-gotas. Não se observou qualquer
efeitio adverso nesse indivíduo.
Um estudo mostra que P. reticulata, G. affinis e Cyprinodon navadensis amargosae,
quando em densidades iguais, apresentaram a mesma eficiência de controle das larvas de
Cx. tarsalis. No entanto P. reticulata aumentou sua densidade populacional mais
rapidamente que as outras duas espécies, aumentando também assim sua eficiência de
controle, seguida de G. affinis e C. navadensis amargosae (Castleberry & Cech, 1990).
Durante muito tempo discutiu-se que os peixes, em função de seu tamanho, seriam
inadequados para os criadouros mais comuns do mosquito da dengue. Realmente,
considerando-se que na maioria das vezes esses criadouros são descartáveis (pneus, latas
e garrafas) pode-se concordar com essa idéia, mas levando-se em conta ambientes já
isentos desses criadouros, os peixes podem seguramente ser utilizados como agente
lúdico para trabalhos educativos (em escolas e com a comunidade), além de serem
adequados para tanques de armazenamento de água em condições precárias aonde não
se possa contar com reservatórios apropriados com tampa.
RÉPTEIS
Um projeto desenvolvido pelo Ministério da Saúde de Honduras, avaliou a tartaruga
Pseudemys scripta como agente controlador de larvas de Ae. aegypti em vasilhas para o
armazenamento de água. Embora 73 % das tartarugas tenha desaparecido dos criadouros,
houve boa aceitação por parte da comunidade onde elas foram distribuídas. Em uma
segunda etapa deste projeto, o Ministério iria enfatizar a participação da comunidade na
manutenção do predador nos criadouros (Sherman et al., 1993).
Em outro experimento de campo, também em Honduras, Pseudemys scripta foi
avaliada quanto ao seu potencial de predação sobre larvas de Ae. aegypti e da
possibilidade de transmição de Salmonella sp, de quem são hospedeiros alternativos. Nos
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
tanques em que as tartarugas foram introduzidas, nenhuma larva de mosquito sobreviveu
ao estágio de pupa, apresentando uma predação melhor dos 2 últimos estádios larvas e de
pupa. Uma única tartaruga com 6 meses de idade predou 600 larvas de 3 o e 4o estádio em
apenas 20 minutos. A taxa e o tempo de predação decairam com a idade das tartarugas
colocadas nos tanques. A boa sobrevivência das tartarugas nos tanques foi assegurada
com a oferta de uma dieta complementar e a colocação de uma plataforma para que as
tartarugas pudessem tomar Sol.
Evidencias avaliada neste experiemnto, não mostraram as tartarugas como fontes
de contaminação para Salmonella, porém os autores recomendam que avaliações sobre o
risco de transmissão desta bactéria devam preceder à introdução das tartarugas nos
tanques (Borjas et al., 1993).
Gehydra dubia e Hemidactylus frenatus são espécies de pequenos lagartos
domésticos originários da Austrália e Ásia respectivamente. Quando avaliados quanto ao
potencial de predação sobre adultos de Ae. aegypti em um terrário em condições de escuro
e semi-luminosidade, as duas espécies consumiram em média 100 mosquitos/dia,
independente da luminosidade (Canyon & Hii, 1997).
AVES
As aves parecem ser agentes pouco eficientes para o controle biológico de
pernilongos, e só algumas aves aquáticas como patos, aparentemente regulam os níveis
populacionais desses insetos. Vale mais uma vez mencionar no entanto que seu papel no
controle natural seguramente deve ser preservado.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
BIBLIOGRAFIA
Andrade, C.F.; Brasssolatti, R.C.; Carvalho, G.A. & Santos, W.H. (1997). Envio de
Girardia (= Dugesia) tigrina (Turbellaria;Tricladida) para uso como agente de contrle de
mosquitos em programas educativos. Lecta 15: 125-131.
Andreadis, T.G. & Gere, M.A. (1992). Laboratory evaluation of Aconthocyclops
vernalis and Diacyclops bicuspidatus thomasi (Copepoda : Cyclopidae) as predator of
Aedes canadensis and Ae. stimulans (Diptera : Culicidae). J. Med. Entomol. 29: 974-979.
Bay, E.C. (1974). Predator-prey relationships among aquatic insects. Ann. Rew.
Entomol. 19: 441-453.
Borkent, A. (1980). The potential use of larvae of Chaoborus cooki Saether (Diptera,
Chaoboridae) as a biological control of mosquito larvae. Mosquito News, 40: 634-635.
Borjas, G.; Marten, G.G.; Fernandez, E. & Portllo, H. (1993) Juvenile turtles for
mosquito control in water storage tankes. J. Med. Entomol. 30: 943-946.
Canyon, D.V. & Hii, J.L.K. (1997). The gecko: na environmentally friendly biological
agent for mosquito control. Medical Veterinary Entomol. 11: 319-323.
Castleberry, D.T. & Cech Jr., J.J. (1990). Mosquito control in wastewater: a controlled
and quantitative comparison of pupfish (Cyprinodon navadensis amargosae) mosquitofish
(Gambusia affinis) and guppies (Poecilia reticulata) in sago pondweed marshes. J. Am.
Mosq. Control Assoc. 6: 223-228.
Collins, A. P. (1998). Laboratory evaluation of the freshwater prawn, Macrobrachium
borelli, as a predator of mosquito larvae. Aquatic Sciences 60: 22-27.
Cônsoli, R.A.G.B.; Guimarães, C.T.; Souza, C. P. & Santos, S. B. (1984). Atividade
predatória de Helobdella triserialis lineata (Hirudinea: Glossiphonidae) sobre formas
imaturas de Aedes fluviatilis e Culex quinquefasciatus (Diptera: Culicidae) em laboratório.
Ver. Saúde públ., São Paulo, 18: 359-366.
Cônsoli, R.A.G.B.; Pereira, M.H.; Melo, A.L. & Pereira,L.H. (1989). Belostoma
micantulum Stal, 1858 (Hemiptera, Belostomatidae) as a predator of larvae and pupae of
Aedes fluviatilis (Diptera, Cuilicidae) in laboratory conditions. Mem. Inst. Oswaldo Cruz,
84: 577-578.
Cônsoli, R.A.G.B.; Guimarães, C.T.; Carmo, J.A.D. Soares, D. M. & Santos, J.S.
(1991). Astronotus ocellatus (Cichlidae: Pisces) and Macropodus opercularis (Anabatidae:
Pisces) as predators of immature Aedes fluviatilis (Diptera: Culicidae) and Biomphalaria
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
glabrata (Mollusca: Planorbidae). Mem. Inst. Oswaldo Cruz 86: 419-424.
Couch, J.N. & Bland, C.E. (1985). "The genus Coelomomyces". Academic Press, Inc.
Orlando, Flórida, 391 pp.
Darby, N.M.; Boobar, L.R. & Sardelis, M.R. (1988). A method for dispensing planaria
(Dugesia dorotocephala) for mosquito control. J. Am. Mosq. Control Assoc. 4: 545-546.
Ferreira, L.F.H. & Sampaio, S.M. 1996. Proposta de territorialização das ações
municipais de controle dos vetores da dengue e febre amarela no município de Dracena.
Relato de experiência. XI Jornada Paulista de Parasitologia. Faculdade de Saúde Pública/
U.S.P., 25 e 26 de Outubro, resumo pág. 2.
Fincke, O. M.; Yanoviak, S.P. & Hanschu, R.D. (1997). Predation by odonates
depresses mosquito abundance in water-filled tree holes in Panama. Oecologia 112: 244-
253.
Flechtmann, C.H.W. (1974). Caso de um mosquito intensamente parasitado por
larvas de ácaros aquáticos. Anais da ESALQ 31: 361-366.
Fox, I. (1998). Predation on Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) by Theridion rufides
(Araneae: Theridiidae). In Puerto rico. J. Medical Entomol. 35: 611-613.
Fry-O’Brien, L.L.; Mulla, M.S. & Adams, C.W. (1994). Field Introductions and
establishmernt of the tadpole, Triops longicaudatus (Notostraca: Triopsidae), a biological
control agent of mosquitoes. Biological Control 4: 113-124.
Fry-O’Brien, L.L. & Mulla, M.S. (1996). Optimal conditions for rearing the tadpole
shrimp, Triops longicaudadtus (Notostraca: Triopsidae), a biological control agent against
mosquitoes. J. Am. Mosquito Control Assoc. 12: 446-453.
George, B.A.; Nagy, B.A.L. & Stewart, J.W. (1983). Efficacy of Dugesia tigrana
(Tricladida, Turbellaria) in reducing Culex numbers in both field and laboratory. Mosquito
News. 43: 281-284.
Gerberich, J.B. & M. Laird (1968) Bibliography of papers relating to the control of
mosquitoes by the use of fish. An annotated bibliography for the years 1901-1966. FAO
Fush. Tech. Pap. 75, i-vii, 1-70.
Gonzales-Rodriguez, B.; Badii, M.H.; Quiróz-Martínez, H. & Rodríguez-Almaraz, G.A.
(1993). Life tables of Mesocyclops longisetus (Copepoda: Cyclopidae) in the laboratory.
Mosquito vector Control an Biology in Latin America - A Third Symposium. J. Am. Mosq.
Control Assoc. 9: 451.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
Gopal, K.; Upadhyay, V.B. & Tripathi, S.P. (1986). Na alternative of insecticides in
mosquito control. J. Advanced Zoology 7: 121-122.
Gorrochotegui, E. N.; Fernandez, S. I. & Gomes, D. H. (1998). Field evaluation of
Mesocyclops longisetus (Copepoda: Cyclopidae) for the control of larval Aedes aegypti
(Diptera: Culicidae) in northeastern Mexico. J. Med. Entomol. 35: 699-703.
Gubler, D.J. & Clark, G.G. (1996). Comunity involvement in the control of Aedes
aegypti Acta Tropica 61: 169-179.
Haas, R. & Pal, R. (1984). Mosquito larvivorous fishes. Bull. Entomol. Soc. Am.
30:17-25.
Jenkins, D.W. (1964) "Pathogens, paeasites and predators of medically important
arthropods". Annotated list and bibliography. WHO, Genebra
Kay, B.H.; Cabral, C.P.; Sleigh, A.C.; Brown, M.D.; Ribeiro, Z.M. & Vasconcelos,
A.W. (1992). Laboratory evaluation of brazilian Mesocyclops (Copepoda, Cyclopidae) for
mosquito control. J. Med. Entomol. 29: 599-602.
Kenny, E. A . & Ruber, E. (1993). Effects of Arosurf MSF on microcrustacea
associated with the cattail mosquito, Coquillettidia perturbans. J. Am. Mosq. Control
Assoc. 9: 361-363.
Lacey, L.A. (1983). Larvicidal activity of Bacillus pathogens against Toxorhynchites
mosquitoes (Diptera, Culicidae). J. Med. Entomol. 20: 620-624.
Lacey, L.A. & Lacey, M.C. (1990). The medical importance of riceland mosquitoes
and their control using alternatives to chemical insecticides. J. Am. Mosq. Control Assoc.
6 (suplement): 1-93.
Laird, M. (1971) A bibliography on diseases and enemies of medically important
arthropods 1963-1967. In "Microbial control of insects and mites", H.D. Burges & N.W.
Hussey Eds. Academic Press, Londres.
Laird, M. (1977) Enemies and diseases of mosquitoes: their natural population
regulatory significance in relation to pesticide use, and their future as marketable
components of integrated control. Mosquito News 37: 331-339.
Laird, M. (1983) In Integrated Mosquito Control Methodologies, V. 1, M. Laird & J.W.
Miles eds. Academic Press, Londres.
Lamborn, R. H. (1890) Dragon-flies vs. mosquitoes. D. Appleton and Co., New York.
Lanciani, C.A. & Boyt, A. D. (1977). The effect of a parasitic water mite, Arrenurus
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
paseudotenuicollis (Acari, Hidrachnellae) on the survival and reproduction of the mosquito
Anopheles cruscians (Diptera, Culicidae). J. Med. Entomol. 14:10-15.
Legner, E.F. (1995). Biological control of diptera of medical and veterinary
importance. J. Vec. Ecology 20: 59-120.
Lenhoff, H.M. (1978). The hydra as a biological mosquito control agent. Mosq.
Control Res. Ann. Rept. 1978: 58-61.
Levy, R. & Miller, T.J. Jr. (1979). Observations on the sea anemone Aiptasia pallida,
a potential biological control agent of salt marsh mosquitoes. Fla. Ent. 62: 408-409.
Linley, J.R. & Duzak, D. (1989). Egg cannibalism and Carnivory among three species
of Toxorhynchites. J. Am. Mosq. Control Assoc. 5: 359-362.
Loh, P.Y.; Yap, H.H.; Chong, N.L. & Ho, S.C. (1992). Laboratory studies on the
predatory activity od a turbellarian Dugesia sp (Penang) on Aedes aegypti, Anopheles
maculatu, Culex quinquesfasciatus e Mansonia uniformis.Mosq. Borne Disease Bulletin 9:
55-59.
Luczak, J. & Dabrowska-Prot, E. (1986) The problem of predation and the effect of
ecological conditions on food consuption in spiders (Araneae). Polskie Psmo Entomol. 56:
649-666.
Marin, M.P.; Christopher, M.S.M.; Sevaraj, A.M. & Pandian, T.J. (1983). Studies on
predation of the mosquito Culex fatigans by Rana tigrina tadpoles. Hidrobiologia 106: 59-
63.
Marten, G.G. (1984).Impact of the copepod Mesocyclops leuckarti pilosa and the
green alga Kirchneriella irregularis upon larval Aedes albopictus (Diptera, Culicidae). Bull.
Soc.Vector Ecol. 9: 1-5.
Marten, G.G. (1989). Issues in the develoment of cyclops for mosquito control.
Arbovirus Res. Australia, 5: 159-164.
Marten, G.G. (1990a). Elimination of Aedes albopictus from tire piles by introducting
Macrocyclops albidus (Copepoda, Cyclopidae). J. Am. Mosq. Control Assoc. 6: 689-693.
Marten, G.G. (1990b). Evaluation of Cyclopoid copepods for Aedes albopictus
control in tires. J. Am. Mosq. Control Assoc. 6: 667-688.
Marten, G.G.; Wenyan, C. & Bordes, E.S. 1993. Compatibility of cyclopoid copepods
with mosquito inseticides. J. Am. Mosq. Control Assoc. 9: 150-154.
Marten, G.G.; Borjas, G.; Cush, M.; Fernandez, E. & Reid, J.W. 1994. Control of
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
larval Aedes aegypti (Diptera : Culicidae) by cyclopoid copepods in peridomestic breeding
containers. J. Med. Entomol. 31: 36-44.
Marten, G.G.; Nguyen, M. & Ngo, Giai. (2000a). Copepod predation on Anopheles
quadrimaculatus larvae in rice fields. Journal Vector Ecol. 25: 1-6.
Marten, G.G.; Nguyen, M.; Mason, B.J. & Ngo, Giai. (2000b). Natural control of Culex
quinquefasciatus larvae in residential ditches by the copepod Macrocyclops albidus.
Journal Vector Ecol. 25: 7-15..
Mathavan, S.; J. Muthukrishnan & G.A. Heleenal. (1980). Studies on predation on
mosquito larvae by the fish Macropodus cupanus. Hydrobiologia 75: 255-258.
Melo, A.S.; Macedo, A.C.C. & Andrade, C.F.S. (1996). Eficiência de Dugesia tigrina
(Girard) (Turbellaria: Tricladida) como agente controlador de imaturos do mosquito Aedes
albopictus (Skuse) em pneus-armadilha. An. Soc. Entomol Brasil 25: 321-327.
Mexer, H.J. & Learned, L.W. (1981). Laboratory studies on the potential of Dugesia
tigrina for mosquito predation. Mosquito News 41: 760-764.
Miura, T. & Takahashi, P. (1988). A laboratory study of predation by danselfly
nymphs, Enallagma civile, upon mosquito larvae, Culex tarsalis. J. Am. Mosq. Control
Assoc. 4: 129-131.
Mittal, P.K.; Dhiman, R.C.; Adak, T. & Sharma, V.P. (1997). Laboratotry evaluation of
the biological potential of Mesocyclops thermocyclopoides (Copepoda: Cyclopidae) against
mosquito larvae. Southeast Asian J. Trop. Med. P. Health 28: 857-861.
Motbar, M. (1978). Larvivorous fish, Ganbusia affinis - A review. WHO/VBC/78.703.
5p.
Mullen, G.R. (1974). Acarine parasites of mosquitoes. II. Illustrated larval key to the
families and genera of mites reportedly parasitic on mosquitoes. Mosquito News 34: 27-36.
Mullen, G.R. (1975a). Acarine parasites of mosquitoes. I. A critical review of the all
known records of mosquitoes parasitized by mites. J. Med. Ent. 12: 27-36.
Mullen, G.R. (1975b). Predation by water mites (Acarina, Hydrachnellae) on the
immature stages of mosquitoes. Mosquito News 35: 168-171.
Nasci, R.S.; Hare, S.G.F. & Vecchione, M. 1987. Habitat associations of mosquito
and copepod species. J. Am. Mosq. Control Assoc. 3: 593-600.
Nelson, S.M. & Keenan, L.C. (1992). Use of an indigenous fish species, Fundulus
zebrinus, in a mosquito abatement program: a field comparison with the mosquitofish,
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
Gambusia affinis. J. Am. Mosq. Control Assoc. 8: 301-304.
Nelson, F.R.S. (1977). Predation on mosquito larvae by beetle larvae Hydrophilus
triangularis and Dytiscus marginalis. Mosquito News 37: 628-630.
Organização Mundial da Saúde (1985). Informal consulattion on the development of
Bacillus sphaericus as microbial latvicede, 24 pp.
Ortegon-Martinez, J. L. & Quiroz-Martinez, H. (1990). Effects of Bacillus thuringiensis
strain GM-10 on depredation of Culex pipiens quinquefasciatus larvae (Diptera, Culicidae)
by Buenoa sp. (Hemiptera, Notonectidae). Folia Entol. Mexicana 0: 197-206.
Palmer, J.L.; Donnelly, M.J. & Cobert, S. A.(1998). Hydrometra stagnorum (L.)
(Hem., Hydrometidae) feesing on mosquitoes. Entomol. Montthly Magazine 134: 65-68.
Panicker, K.N. & Rajagopalan, P.K. (1977). Biologial control potential of Anisops
bouvieri Kir (Hemiptera, Notonectidae) Indian J. Med. Res. 66: 772-776.
Pérez-Serna, S.M.; Ornelas-Nava, N.; Quiróz-Martínez, H.; Badii, M.B. & Vásquez-
Carrón, V. 1993. Laboratory trials of prey selectivity of Macrocyclops albidus and
Mesocylops longisetus (Copepoda:Cyclopidae). Mosquito vector Control and Biology in
Latin America - A Third Symposium. J. Am. Mosq. Control Assoc. 9: 450.
Peterson, J.J.; Chapman, H.C. Willis, O. R. (1969). Predation of Anopheles barberi
Coquillett on first instar mosquito larvae. Mosquito News 29: 134-135.
Pontes, R.J.S. & Ruffino-Neto, A. (1994). Denguem em localidade urbana da região
sudeste do Brasil: aspectos epidemiológicos. Rev. Saúde públ. São Paulo, 28: 218-227.
Ramoska, W.A. & Sweet, R.A. (1981). Predation on mosquitoes (Diptera, Culicidae)
breeding in tires by the spider Agelenopsis naevia (Araneae, Agelenidae). J. Med. Res., 18:
355-356.
Rajendran, R.; Reuben, R.; Purushothaman, S. & Veerapatran. R. (1995). Prospects
and problems of intermittent irrigation for control of vector breeding in rice fields in southern
India. Ann. Trop. Med. Parasitol. 89: 541-549.
Retana, A.M.; Cruz, E.E.; Quiroz, H. & Perez, S.M. (1992). Introdution of Pantala sp
and Abedus sp. for the biological control of immature mosquito populations. J. Am. Mosq.
Control Assoc. 88: 305-317.
Rey, N.; S. Gómez & N. Schweigmann, 2000. Estudio preliminar de la fauna
asociada a las ovitrampas utilizadas para detectar la presencia de Aedes aegypti. Jor.
Regional Sobre Mosquitos UBA. Resumos pág. 28
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
Riviere, F. & Thirel, R. (1981). La Prédation du copépode Mesocyclops leuckart
pilosa (Crustacea) sur.les larves de Aedes (Stegomyia) aegypti et de Ae. (St.) polynesiensis
(Dip.: Culicidae) essais préliminaires d'utilisation comme agent de lutte biologique.
Entomophaga 26: 427-439.
Riviere, F.; Kay, B.H.; Klein, J.M. & Sechan, Y. (1987). Mesocyclops aspericornis
(Copepoda) and Bacillus thuringiensis var. israelensis for the biological control of Aedes
and Culex vectors (Diptera:Culicidae) breeding in crab holes, tree holes, and artificial
containers. J. Med. Entomol. 24: 425-430.
Rupp, H.R. (1996). Adverse assessments os Gambusia affinis: an alternative view for
mosquito control practitioners. J. Am. Mosq. Control Assoc. 12: 155-166.
Russel, B.M.; Kuir, L.E.; Weinstein, P. & Kay, B.H. (1996). Surveillance of the
mosquito Aedes aegypti and its biocontrol with the copepod Mesocyclops aspericornis in
Australian wells and gold mines. Medical and Veterinary Entomology 10: 155-160.
Santos, L.U.; Andrade, C.F.S. & Carvalho, G.A. (1996). Biological control of Aedes
albopictus (Diptera: Simuliidae) larvae in trap tyres by Mesocyclops longisetus (Copepoda:
Cyclopidae) in two field trials. Mem. Inst. Oswaldo Cruz 91: 161-162.
Santos, L. U. & Andrade, C.F.S. (1996). Susceptibilidade de Mesocyclops longisetus,
copépodo predador dos vectores da dengue, aos organofosforados usados em seu
controle. In: V Simpósio de Controle Biológico, Fóz de Iguaçú. Resumo 259.
Schaper, S. (1999). Evaluation Costa Rican copepods (Crustacea : Eudecapoda) for
larval Aedes aegypti control with special reference to Mesocyclops thermocyclopoides. J.
Am. Mosq. Control Assoc. 15: 510-519.
Schreiber, E.T.; Hallmon, C.F.; Eskridge, K.M. & Marten, G.G. (1996). Effects of
Mesocyclops longisetus (Copepoda: Cyclopidae) on mosquitoes that inhabit tires: influence
of litter type, quality and quantity. J. Am. Mosq. Control Assoc. 12: 688-694.
Serufo, J.C.; Souza, A.M.; Tavares, V.A.; Jammal, M.C. & Silva, J.G. (1993). Dengue
in the South-eastern region of Brazil: Historical analysis and epidemiology. Rev. Saúde
públ. São Paulo, 27: 157-167.
Service, M.W. 1980. Biological control of mosquitoes - Has it a future? Mosquito
News 43: 113-120.
Sebastian A.; Sein, M.M.; Thu, M.M. & Corbet, P.S. (1990). Suppression of Aedes
aegypti (Diptera, Culicidae) using augmentative release of dragonfly larvae (Odonata,
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
Libelulidae) with community participation in Yangon, Myanmar. Bull. Ent. Res, 80: 223-232.
Sherman, C.; Fernández, E. & Portillo, H. (1993). The turtle, Pseudemys scripta, as a
biological control agent for Aedes aegypti in El Progresso, Honduras. Mosquito vector
Control and Biology in Latin America - A Third Symposium. J. Am. Mosq. Control Assoc.
9: 450.
Spielman, A. & Sullivan, J.J. (1974). Predation on peridomestic mosquitoes by hylid
tadpoles on Grand Bahama Island. Am. J. Trop. Med. Hyg. 23: 704-709.
Steffan, W.A. (1980). Annotated Bibliography of Toxorhynchites (Diptera, Culicidae).
J. Med. Entomol. (suppl. n.3) 140 p.
Streans, F.A. (1992). Intrageneric predation by Notonecta (Hemiptera: Notonectidae)
in the laboratory and in nature. Annals Entomol. Soc. America 85: 265-273.
Strickman, D.; Sithiprasasna, R. & Southard, D. (1997). Bionomic of the spider,
Crossopriza lyoni (Araneae, Pholcidae), a predator of dengue vectors in Thailand. J.
Arachnology 25: 194-201.
Suarez, M.F.; Marten, G.G. & Clark, G.G. (1992). A simple method for cultivating
freshwater copepods used in biological control for Aedes aegypti - Operational and scientific
notes. J. Am. Mosq. Control Assoc. 8: 409-412.
Sweeney, A.W. & Becnel, J.J. (1991). Potencial of microsporidia for the biological
control of mosquitoes. Parasitology Today 7: 217-220.
Taguchui, I. & Makyia, K. (1982). House centipede Thereuonema gendorfi as a
predator of mosquitoes. Jap. J. Sanit. Zool. 33 : 33-39.
Tawfik, M.F.S.; El-Sherif, S.I. & Lutfallah, A.F. (1978). The biology of Sphaerodema
urinator Duf (Hemiptera, Belostomatidae). Z. Angew. Entomol. 86: 266-273.
Tietze, N.S. (1989). Tadpole shrimp, potential biological control agents for mosquito
larvae. Mosq. Control Res. Ann. Rept. 1988: 45-47.
Tietze, N.S. & Mulla, M. S. (1989). Prey-size selection Triops longicaudatus
(Notostraca: Triopsidae) feeding on immature stages of Culex quinquefasciatus. J. Am.
Mosquito Control Assoc. 5: 392- 396.
Tietze, N.S. & Mulla, M. S. (1991). Biological control of Culex mosquitoes (Diptera:
Culicidae) by the tadpole shrimp, Triops longicaudatus (Notostraca: Triopsidae). J. Med.
Entomol. 28: 24-31.
Tietze, N.S.; Hester, P.G.; Shaffer,K.R.; Prescott, S.J. & Schreiber, E.T. (1994).
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
Integrated management of waste tire mosquitoes utilizing Mesocyclops longisetus
(Copepoda, Cyclopidae), Bacillus thuringiensis var. israelensis, Bacillus sphaericus, and
Methoprene. J. Am. Mosq. Control Assoc. 10: 363-373.
Toohey, M.K.; Goettel, M.S.: Takagi, M.; Ram, R.C.; Prakash, G. & Pillai, J.S. (1985).
Field studies on the introduction of the mosquito predator Toxorhynchites amboinensis
(Diptera: Culicidae) into Fuji. J. Medical Entomol. 22: 102-110.
Wang, C.H.; Chang, N. T.; Wu, H. H. & Ho, C. M. (2000). Integrated control of the
dengue vector Aedes aegypti in Liu-Chiu Village, Ping-Tung County, Taiwan. J. Am. Mosq.
Control Assoc.16: 93-99.
Woodring, J. & Davidson, E. W. (1996). Biological Control of Mosquitoes In: The
Biology od Disiese Vectors. Coord. Beaty, B.B. & Marquardt, W.C. Univ. Press of
Colorado. 632 pp.
World Health Organization. Fifth meeting on the scientific working group on biological
control of vector. Geneva, 1981. Pp. 81-83. (TDR/VEC-SWG (5)).
Yu, H.S.; Kim, M.S. & Chung, S.T. (1996). Predation effectiveness of potential
predators of rice fish (Aplocheilus latipes) and planarian (Dugesia japonica) by the
influence of temperature, salinity and p.H. agaisnt Culex pipiens pallens in Korea. Korean
J. Entomol. 26: 159-168.
Vasconcelos, A.W.; Sleigh, A.C.; Kay, B. H.; Cabral, C.P.; Araújo, D.B.; Ribeiro, Z.M.;
Braga, P.H. & Cavalacnte, J.S. (1992). Community use of copepods to control Aedes
aegypti in Brazil. In Halstead, S. B. & H. Gómez-Dantes (eds.): "Dengue – a Worldwide
Problem, a Comon Strategy. Proc. International Conference on Dengue and Aedes aegypty
Community-based Control", The Rockefeller Foundation and Ministry of Health, México:
139-144.
Venkatesan, P. & Jeyachandra, C.M. (1985). Estimation of mosquito (Anoplheles
stephensi) predation by the water bug, Diplonychus indicus. Indian J. Exp. Biology 23:
227-229.
Venkatesan, P.; Cornelissen, G. & Halberg, F. (1986). Modelling prey-predator cycles
using hemipteran predators of mosquito larvae for reducing world-wide mosquito borne
disease incidence. Chronobiologia 13: 351-354.
Vu-Sin, N.N.T.Y.; Kay, B. H. ; Marten, G.G. & Reid, J.W. (1998). Erradiaction of
Aedes aegypti from a village in Vietnam, using copepods and comunity participation. Am.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
J. Trop. Med. Hyg. 59: 657-660.
Zhen, Tian-Min; Jennings, C.D. & Kay, B.H. 1994. laboratory studies of dissication
resistence in Mesocyclops spp (Copepoda : Cyclopoida). J. Am. Mosq. Control Assoc. 10:
443-446.
PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
top related