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Origem e Difusão de Cultivos Neotropicais -- Interações entre Lingüística, Etnobotânica, Arqueologiae Genética

Charles R. ClementRodrigo BernalMaria Emilia Montes RodriguezDiana Marmolejo

Alphonse de Candolle (1886) & a lingüística comparativa

Ajuda para identificar as origens das plantas cultivadas

Ajuda para traçar a difusão das plantas cultivadas

No entanto, pouca integração entre lingüistas e estudantes de domesticação de cultivos

Etnobotânica, arqueologia e genética de cultivos Neotropicais

Integração para: – Identificar as origens das plantas cultivadas– Alta precisão (milho (Zea mays) originou na

bacia do Rio Balsas ao sul da Cidade de México)

– Identificar distribuições e difusão de plantas cultivadas e úteis

– Identificar concentrações de cultivos na época da conquista

Etnobotânica e genética de cultivos Neotropicais – Situação em 1500

O Intercâmbio Columbiano confundiu a informação etnobotânica

Identificar origens ainda é possível, especialmente quando populações silvestres são conhecidas

Mapear difusão é difícil devido ao intercâmbio intra-Neotropical

Plantas úteis são menos problemáticos

A proposta de integração (desenhada originalmente por Henri Ramirez)

Comparar nomes de cultivos e algumas plantas úteis (p.ex., palmeiras)

Começar com plantas com origens e distribuições conhecidas

Origem de cultivos e paleoecologia

A maioria dos cultivos amazônicos é nativo à transição floresta/cerrado ou a floresta aberta

As domesticações começaram 12-11.000 antes do presente (AP)

O Pleistoceno terminou 11-10.000 APA floresta amazônica expandiu à distribuição atual

até 8.000 APTempo máximo para linguística comparativa 6-5.000

APPaleoecologia importante para alguns cultivos

Paleoecologia a 12.000 AP

Paleoecologia a 8.000 AP

Domesticação de cultivos e origem de sistemas de produção

Domesticação de cultivos e origem de sistemas de produção

Implicações– Alguns cultivos – paleoecologia mais

importante que lingüística– Outros cultivos – lingüística mais importante

porque paleoecologia similar à moderna

Origem de línguas amazônicas

Migliazza (1982)Urban (1992/2002)Concordam sobre Tupi, Karib & PanoDiscordam sobre Arawak

– Talvez devido à dificuldade de avaliar origens no tempo profundo?

Observe coincidências com paleoecologia– Especialmente na transição floresta-cerrado

Origem de línguas amazônicas

Origem de línguas amazônicas

Duas línguas adicionais

Constenla (1993) Chibcha– Observe proximidade Maipure/Arawak em

ColômbiaTorero (1993) Quechua

– Observe expansão nas terras baixas em Equador

Chibcha

Quechua

Simpósio no 44th International Congress of Americanists (1982)

Cultivos amazônicos que foram levados a Mesoamerica, ou vice versa

Amazônicos:– mandioca (Manihot esculenta), cacao (Theobroma

cacao), pupunha (Bactris gasipaes), abacaxi (Ananas comosus), pimenta picante (Capsicum chinensis), urucum (Bixa orellana), coca (Erythroxylum spp)

Mesoamericanos:– milho, pimenta picante (Capsicum annum), mamão

(Carica papaya)

Mandioca - a raiz mais importante da Amazônia

Nova evidência: origem no SW da Amazônia– Rondônia, leste de Acre e norte de Bolivia

Arqueologia sugere origem antes de 6.000 AP– Dados do litoral de Peru questionados por Meggers

Após a domesticação, seleção para macaxeira e mandioca– Mandioca mais comum na Amazônia – Macaxeira levada a toda a distribuição pre-Columbiana

Coincidência com origem de Tupi?

Mandioca - a raiz mais importante da Amazônia

Cacao & Chocolate

Origem no extremo oeste da Amazônia– Coincidência com a origem de Maipure?– Amplamente usado ao longo das várzeas na época da

conquista– Esta distribuição pouco reconhecida até recentemente

Chocolate inventado em Mesoamerica, provavelmente pelos Maya– Cacao amplamente cultivado em 2000 AP– Quem levou a Mesoamérica?– É possível responder com lingüística comparativa?

Cacao & Chocolate

Pupunha – a fruta amidosa mais importante da Amazônia

Nova evidência: origem no SW da Amazônia– Mesma região da mandioca ou mais ao oeste

Mesma evidência: distribuição em duas direções– Ao NE – Rio Madeira até o Rio Amazonas e a leste da

bacia– Ao NW – Rio Ucayali e atravessando os interfluvios

da Amazônia, atravessando os Andes e até Nicarágua

Pupunha – Uma árvore domesticada

Pupunha – Origem e arqueologia

Pupunha e a lingüística comparativa

SW Amazônia & distribuição ao NE – Coincidência com a origem de Tupi?

SW Amazônia & distribuição ao NW – Coincidência com a origem de Arawak

• re: Migliazza?– Importante em Costa Rica em 1500

• Chibcha ?Arqueologia sugere distribuição de Costa Rica à

Amazônia!

Pimenta olho-de-peixe ou murupí (Capsicum chinensis)

Domesticação na Amazônia ocidentalDistribuido em toda a bacia, N de América

do Sul, Caribe– O famoso ‘habanero’ mexicano levado de

Cuba ao Yucatán no início da conquista– Os Arawak levaram ao Caribe - também

domesticaram?

Capsicum dos Neotrópicos

C. annum em MéxicoC. bacatum em Bolivia – altitude média a

baixaC. frutescens no SW da Amazônia -

coincidência com Tupi?C. pubescens nos Andes – altitude média a

alta – coincidência com Quechua?

Murupi (Capsicum chinensis) e malagueta (C. frutescens)

Palmeiras Neotropicais

Fontes importantes de alimentos, madeira, folhas etc.

Algumas abundantes na paisagem (oligárquico)Outras abundantes via uso indígenaAlgumas distribuídas sem serem domesticadasProjeto de lingüística comparativa em Colômbia

começando com palmeiras

Arqueologia de palmeiras Neotropicais

Milpesos, patauá (Oenocarpus bataua)

Frutas para vinho de patauá rico em proteínaDistribuição: N de América do Sul

– Centro de diversidade do gênero – Amazônia Colombiana

– Distribuição ao oeste dos Andes devido a humanos?– Outras áreas fora das bacias Orenoco/Amazonas?– Nikak (NW Colômbia) também oligárquico

Data arqueológica mais cedo: 9250 anos AP na Amazônia Colombiana

Moriche, buriti (Mauritia flexuosa)

Distribuição: N de América do Sul a leste dos Andes– Somente em solos úmidos – várzea, igapó, florestas de

galeria– Freqüentemente oligárquico

Frutas para vinho de buriti rico em vitamina AAmido extraído do tronco pelos Warrao

– Estuário e baixo Rio Orenoco– Mesmo uso entre outros etnias da mesma língua?

Data arqueológica mais cedo: 9.000 anos AP Orenoco Colombiano

Corozo, macaúba, mucajá (Acrocomia aculeata)

Distribuição: muito curioso! Veja mapa– Generalmente em áreas com forte estação seca, mas...

Frutas para suco rico em óleo; semente comestívelDatas arqueológicas muito curiosas

– Amazônia central-oriental – 11.200 AP– Panama – 8.040 AP– Mexico – 6.750 AP

Distribuição indígena da Amazônia a México?– Proposta por Morcote-Rios & Bernal 2001

Acrocomia aculeata

Projeto de lingüística comparativa em Colômbia começando com palmeiras

Lista contém 283 espécies com nomes indígenas – 47% das palmeiras Neotropicais

Nomes em 180 línguas indígenas

Bactris gasipaes

Informação disponível – B. gasipaes

Dados bibliográficos89 línguas26 famílias78 gruposProblemas:

– Dados de fonte históricas com ortografia errada

– Nomes misturados com outras espécies

Os grupos maiores

Pipiri– Arawak– Caribe– Guahibo– Araua– Sáliba-Piaroa

Pijiguao– Chibcha– Quechua– Chocó

Mauritia flexuosa

Informação disponível – M. flexuosa

Dados bibliográficos73 línguas20 famíliasProblemas:

– Dados de fonte históricas com ortografia errada

– Nomes misturados com outras espécies

Oenocarpus bataua

Informação disponível – O. bataua

Dados bibliográficos73 línguas20 famílias69 gruposProblemas:

– Dados de fonte históricas com ortografia errada

– Nomes misturados com outras espécies

A proposta (originalmente sugerida por Henri Ramirez)

Iniciar com origens ou distribuições conhecidasComparar nomes de cultivos & não-cultivos

selecionados– Propor proto-nomes ou raízes– Relacionar com espécies a fins e parentes silvestres– Identificar empréstimos– Mapear proto-nomes e empréstimos– Mapear distribuição via línguas vivas (e línguas

extintas conhecidas)

A proposta (originalmente sugerida por Henri Ramirez)

Comparar nomes de cultivos & não-cultivos selecionados

1o - dentro de famílias lingüísticas importantes

2o - entre famílias lingüísticas importantes3o - relacionar famílias importantes com

línguas menores e isoladas via nomes de plantas

Apoio à proposta

Um grupo de etnobotânicos, antropólogos e arqueólogos em formação– Clement & Bernal organizadores

Especialistas de diferentes grupos de plantas ou áreas geográficas ajudarão diferentes grupos de lingüistas

Obrigado

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