"os lusíadas" - as reflexões do poeta

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Este trabalho sintetiza as reflexões do poeta, da obra "Os Lusíadas". Inclui ainda versos justificativos para demonstrar as interpretações.

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As Reflexões do Poeta “Os Lusíadas”

Tomás Feith; Nº30; 10ºA

Fig.1: “Os Lusíadas” Fig.2: Luís de Camões

Canto I

No canto I o poeta reflete quanto à pequenez e fragilidade do Homem.

Durante a sua viagem, o herói enfrenta forças adversas mais fortes e poderosas

que ele e o poeta interroga-se sobre como é possível viver e ser superiores se a

qualquer momento os deuses podem conspirar contra os homens, tomando

formas da Natureza que os podem matar instantaneamente.

Fig.3: A força da Natureza

Canto I (justificação)

Esta interpretação pode ser justificada pelos seguintes versos:

“Oh, Caminho da vida nunca certo,/ Que, aonde a gente põe a sua esperança,/

/Tenha a vida tão pouca segurança!”

No mar, tanta tormenta e tanto dano,/(...)/ Na terra, tanta guerra, tanto

engano,(...)”

“Onde terá segura a curta vida,/ Que não se arme e se indigne o Céu sereno,/

/Contra um bicho da terra tão pequeno?”

Canto V

Neste canto, o poeta argumenta que a razão de não haver tantos heróis

portuguese não se prende no facto de eles não existirem. Pelo contrário, Portugal

é uma terra de gente brava e extraordinária. O que falta, contudo, é poetas para

os cantar. Mais importante, faltam grandes senhores que se interessem pela

poesia e suportem os poetas. O poeta estabelece ainda uma analogia com os

grandes heróis da Antiguidade, que apenas chegaram a este estatuto porque

houve alguém que os cantasse.

Fig.4: A importância dos Poetas

Canto V (justificação)

Os seguintes versos permitem justificar esta interpretação:

“Fazem mil feitos sublimados./ Quem valerosas obras exercita,/ Louvor alheio

muito o esperta e incita.”

Dá a terra Lusitana Cipiões,/ Césares, Alexandres e dá Augustos;/ Mas não lhe

dá, contudo, aqueles does cuja falta os faz duros e robustos.”

“Mas o pior de tudo é que a ventura/ Tão ásperos os fez e tão austeros,/ Tão

rudos, e de engenhos tão remisso,/ Que a muitos lhe dá pouco ou nada disso.”

Canto VI

Nesta interrupção o poeta reflete sobre a fama e os meios para alcançá-

la. Ele argumenta que a fama apenas se atinge através de trabalho e esforço, e

não nas atividades fáceis e ociosas. Para além disso, o poeta acrescenta que as

honras recebidas por sorte são desprezáveis e que apenas com sacrifício, dor e

coragem a virtude do Homem é refletida.

Fig.5: Os sacrifícios e os trabalhos

Canto VI (justificações)

A opinião do poeta em relação à fama pode ser justificada pelos

seguintes versos:

“Destes trabalhos graves e temores,/ Alcançam os que são de fama amigos/ As

honras imortais e graus maiores:”

“Mas com buscar co seu forçoso braço/ As honras que ele chame próprias

suas;”

“Desprezador das honras e dinheiro,/ Das honras e dinheiro que a ventura/

Forjou, e não a virtude justa e dura.”

Canto VII

Nesta reflexão, o poeta realiza uma crítica aos seus contemporâneos.

Ele diz que de todos os tormentos que sofreu, o pior foi a forma como os seus

compatriotas o trataram e que os portugueses não são merecedores de uma

História tão grandiosa. O poeta ainda critica diretamente os portugueses

corruptos e desonestos que parecem ter esquecido os heróis dos

Descobrimentos. Por fim, ele critica os invejosos que esperam atingir a

grandiosidade sem trabalho.

Fig.6: Crítica aos portugueses

contemporâneos

Canto VII (justificação)

A crítica é passível de ser identificada nos seguintes versos:

“A troco dos descansos que esperava,/ Das capelas de louro que me

honrassem,/ Trabalhos nunca usados me inventaram,/ Com quem em tão duro

estado me deitaram!”

“Nenhum ambicioso, que quisesse/ Subir a grandes cargos, cantarei,/(...)/

Nenhum que use de seu poder bastante/ Para servir a seu desejo feio,/(...)/ Nem,

Camenas, também cuideis que cante/ Quem, com hábito desonesto e grave,

veio,/ Por contentar o Rei, no ofício novo,/ A despir e roubar o pobre povo!/(...)/

Nem quem acha que é justo e dereito/ Guardar-se a lei do Rei severamente,/(...)/

Nem quem sempre, com pouco experto peito,/(...)/ Os trabalhos alheios não

passa.”

Canto VIII

No final deste canto, o poeta reflete sobre o poder vil do dinheiro. Ele

acredita que o dinheiro corrompe a alma humana, sendo capaz de tornar

homens bons em homens cruéis e injustos. Esta influência é forte tanto para os

ricos como para os pobres, poluindo até o homem mais puro.

Fig.7: O poder corruptor do dinheiro

Canto VIII (justificação)

É possível ver o que o poeta pensa do dinheiro nos seguintes versos:

“Quanto no rico, assi como no pobre,/ Pode o vil interesse e sede immiga/ Do

dinheiro, que a tudo nos obriga.”

“Este rende munidas fortalezas;/ Faz tredores e falsos amigos;/ Este a mais

nobres faz fazer vilezas, E entrega Capitães aos inimigos;/ Este corrompe

virginais purezas,/(...)/ Até os que só a Deus omnipotente/ Se dedicam, mil vezes

ouvireis/ Que corrompe este encantador, e ilude;/ Mas não sem cor, contudo, de

virtude.”

Canto IX

Nesta interrupção, o poeta questiona-se quanto à forma de alcançar a

fama. Ele argumenta que os trabalhos difíceis são compensados com fama e que

o caminho para a virtude é atribulado mas o prémio compensa o custo. O poeta

diz que o derradeiro prémio da Humanidade é a imortalidade. Depois, ele faz um

grito de motivação aos que desejam atingir esta fama. Se é esse o seu objetivo,

os homens têm de acordar e restringir a cobiça e ambição. O ouro e os vícios de

nada valem, e apenas a lutar pelo Rei, ou a proteger os indefesos, se tornarão

Heróis e serão aceites na Ilha de Vénus.

Fig.8: A Ilha de Vénus

Canto IX (justificação)

O valor da fama pode ser explicado pelos seguintes versos:

“Sobre as asas ínclitas da Fama,/ Por obras valerosas que fazia,/ Pelo trabalho

imenso que se chama/ Caminho da virtude, alto e fragoso,/ Mas, no fim, doce,

alegre e deleitoso:”

“Porque essas honras vãs, esse ouro puro,/ Verdadeiro valor não dão à gente./

Milhor é merecê-los sem os ter,/ Que possuí-los sem os merecer.”

Fareis os Reinos grande e possantes,/ E todos tereis mais e nenhum menos:/

Possuireis riquezas merecidas,/ Com as honras que ilustram tanto as vidas.”

“Impossibilidades não façais,/ Que quem quis, sempre pôde; e numerados/

Sereis entre os Heróis esclarecidos/ E nesta Ilha de Vénus recebidos.”

Canto X

No final da obra “Os Lusíadas”, o poeta revela desânimo e desapreço

pelos portugueses. Ele sente-se desiludido pois canta para um povo que já não

mais quer saber dos grandes feitos de outrora e faz um último elogio aos nautas

e aos guerreiros. Por fim, ele mostra ao Rei a superioridade do povo Lusíada e

pede-lhe que oiça os mais velhos pois estes possuem uma experiência e uma

sapiência incríveis. Para além disso, eles já não têm nada a perder e, por isso,

podem ser honestos e dizer o que verdadeiramente pensam.

Fig.9: O velho do Restelo (aqui representa os

mais velhos, que já não têm nada a perder)

Canto X (justificação)

As opiniões do poeta podem ser justificadas pelos seguintes versos:

“No mais, Musa, no mais, que a Lira tenho/ Destemperada e a voz

enrouquecida,/ E não do canto, mas de ver que venho cantar a gente surda e

endurecida.”

“Olhai que ledos vão, por várias vias,/ Quais rompentes leões e bravos touros,/

Dando os corpos a fomes e vigias,(...)”

“Os mais esperimentados levantai-os,/ Se, com a esperiência, tem bondade/

Pera vosso conselho, pois que sabem/ O como, o quando, e onde as cousas

cabem.”

“Os Cavaleiros tende em muita estima,/ Pois com seu sangue intrépido e

fervente/ Estendem não somente a Lei de cima,/ Mas inda vosso Império

preeminente;”

Fontes

Fig.1: literaturaemdiaa.blogspot.com (consultado em 20/5/2016)

Fig.2: bloguedominho.blogs.sapo.pt (consultado em 20/5/2016)

Fig.3: maeterrra.blogspot.com (consultado em 20/5/2016)

Fig.4: www.megajuridico.com (consultado em 20/5/2016)

Fig.5: joiasdavida.com (consultado em 21/5/2016)

Fig.6: 23superherois.blogspot.com (consultado em 21/5/2016)

Fig.7: ministerioentrejovens.wordpress.com (consultado em 21/5/2016)

Fig.8: contosencantar.blogspot.com (consultado em 21/5/2016)

Fig.9: josecardosowebfolio.blogspot.com (consultado em 21/5/2016)

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