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Pagamento de serviços
ambientais em florestas de
montanha da Europa
João Carlos AzevedoCentro de Investigação de Montanha
Instituto Politécnico de Bragança
Portugal
Síntese
1. Serviços de ecossistema
2. SE das florestas de montanha na Europa
3. PES e outros incentivos relacionados com pagamento de SE em florestas de montanha da Europa
4. Valor estratégico de PES para a manutenção da oferta de SE em florestas de montanha
Serviços de ecossistema
Serviços de ecossistema são os benefícios que as pessoas obtêm dos ecossistemas
benefícios que a sociedade obtém dos ecossistemas através de funções ou processos particulares a eles associados
intimamente ligados ao conceito de valor e com a origem na economia ecológica, ambiental ou dos recursos naturais onde a valoração da natureza (e dos seus serviços) é um componente central
Pereira et al. 2009. Ecossistemas e Bem-Estar Humano. Avaliação Portuguesa do Millennium Ecosystem Assessment. Escolar Editora, Lisboa.
Serviços de ecossistema
The Millenium Ecosystem AssessmentThe Millenium Ecosystem Assessment Framework: Pereira et al. 2009. Ecossistemas e Bem-
Estar Humano. Avaliação Portuguesa do Millennium Ecosystem Assessment.
– Serviços de Produção: benefícios obtidos a partir dos ecossistemas• Alimentos• Água • Produtos lenhosos• Fibras• Combustível• Recursos genéticos
– Serviços de Regulação: benefícios obtidos a partir da regulação dos processos dos ecossistemas• Regulação do clima• Controlo de doenças• Regulação da água• Purificação da água
– Serviços Culturais: benefícios não materiais obtidos dos ecossistemas• Espirituais e religiosos• Estéticos• Recreio e ecoturismo• Inspiração• Educacionais• Património cultural
– Serviços de Suporte: serviços necessários para a produção dos outros serviços dos ecossistemas• Ciclos de nutrientes• Formação do solo• Produtividade primária
The Common International Classification of Ecosystem Services (CICES)
The Common International Classification of Ecosystem Services (CICES)
Florestas na Europa
Florestas na Europa
• 182 milhões de hectares (43% da EU)
• Elevava diversidade– Tipos de floresta (de floresta boreal a savana mediterrânica)
– História florestal (e política)
– Regime de propriedade (quase 100% privado em Portugal; menos de 30% privado em regiões da Alemanha)
– Governança
• Fragmentação da propriedade (propriedade <1ha: 63% na Eslovénia; 52% na Baviera e Catalunha)
• Proprietários idosos (média acima de 60-65 anos)
Florestas na Europa
• Importância variável da madeira na produção florestal– NWFP mais importantes nos países do Sul
– Produtos lenhosos mais importantes no centro e norte
• Não existe uma política floresta comum na EU
• Existe uma estratégia florestal e vários instrumentos políticos e financeiros relacionados com a floresta
– Política Agrícola Comum
– Instrumentos de conservação
• Decisões principais à escala dos Estados Membros
Florestas na Europa
Florestas de montanha na Europa
Florestas de montanha na Europa
• Florestas representam 41% da superfície das áreas de montanha na Europa (>50% em regiões como os Cárpatos, Alpes e Pirenéus)
• Dominantes em todas as áreas de montanha, exceto as montanhas nórdicas
• Alterações recentes muito pronunciadas nas montanhas do centro da Europa, montanhas Ibéricas e Pireneus: estabelecimento e gestão de florestas
SE das florestas de montanha na Europa
SE das florestas de montanha na Europa
SE das florestas de montanha na Europa
• Dos 231 habitats listados no Anexo I da Diretiva Habitats, 42 são exclusivos ou quase exclusivos de montanhas e 91 também ocorrem em áreas de montanha
• Cerca de metade dos habitats prioritários são florestas
SE das florestas de montanha na Europa
Serviços de ecossistema das florestas na Europa
Energia Rolaria
Quem paga os SE das florestas na Europa
Quem paga os SE das florestas na Europa
• PAC: Desenvolvimento Rural – 2º Pilar– Fundos Estruturais e de Investimento Europeus
• Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER )
– Ações:• Florestação,• Estabelecimento de sistemas agroflorestais,• Prevenção de fogos florestais e outras catástrofes naturais e restauro de
florestas degradadas,• Aumento da resiliência (clima) e valor ambiental,• Investimentos em tecnologia florestal e mobilização, processamento e
promoção de produtos florestais, • Contratos de gestão do território para serviços florestais-ambientais-
climáticos e conservação da floresta,• Conservação e promoção de recursos genéticos.
Quem paga os SE das florestas na Europa
• Programa LIFE
– Desde 1992
– 3.4 biliões € de 2014 a 2020
– Fundos• Natural Capital Financing Facility (NCFF) (Banco Europeu de Investimento)
• Private Finance for Energy Efficiency (PF4EE) (BEI e CE)
– Financiamento de projetos de:• Conservação ambiental• Conservação da natureza • Ação climática
Quem paga os SE das florestas na Europa
• Outros incentivos relacionados com o pagamento de SE– Fundos Florestais Nacionais
– Fundos privados
– Responsabilidade ambiental das empresas
– PES• Land Stewardship Agreements
• Medidas compensatórias (obras públicas ou privadas)
• Taxas de acesso à floresta
• Taxas de recolhas de produtos não lenhosos
• Finança climática
PES em florestas de montanha na Europa
• ONG
• Colaboração com Governo da Catalunha para o estabelecimento um quadro legal e fiscal favorável à custódia da terra
• Custódia da terra como estratégia de conservação de recursos naturais, culturais e da paisagem na Catalunha
• Em 2012 geria 634 acordos de custódia cobrindo uma área de 62 o00 ha (1.2% Catalunha)
• Crowdfunding (financiamento colaborativo)
PES em florestas de montanha na Europa
Total cumulated burnt areas from 2000 to 2015
(EFFIS)San-Miguel-Ayanz et al. (2016)
Vieira de Leiria, Portugal, 15 de Outubro de 2017, 17:00h. Foto de Hélio Madeira
Área de Estudo
Sil et al. (2016)
Área ardida
Dimensão dos fogos
Intensidade do fogo(a) (b)
(d)(c)
<500 kw/m 500-1000 kw/m
>10000 kw/m2000-10000 kw/m
Dinâmica da paisagem e dos SE
Sil et al. (2016)
Tradeoffs
0
10
20
30
40
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1990 2006 2020 -
Abandonment
2020 - Forest 2020 -
Shrubland
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)
Year / Scenario
FPES Supply FPES Loss Max. Provisioning ES
O Programa Nacional da Politica de Ordenamento do Território
Em resumo
• Florestas na Europa são abundantes e insubstituíveis nos SE que fornecem à sociedade
• O pagamento desses SE é apenas parcial e incluído em esquemas de incentivos à gestão da florestal e conservação financiados pela UE
• Esquemas assumidos de pagamentos de SE em florestas de montanha na Europa são raros em comparação com outras regiões do mundo
• A minimização de riscos ambientais relacionados com alterações globais, nomeadamente os fogos florestais, justifica o aumento dos investimentos em SE em florestas de montanha
Obrigado pela atenção!
João Carlos Azevedo
jazevedo@ipb.pt
Fornecimento de ES e perdas por fogo
• Particularmente efetivo para– Desenvolvimento de políticas que reconheçam o valor total da
florestal (capital natural)
– Compatibilização de objetivos de conservação e desenvolvimento
– Assegurar funções e processos fundamentais que contribuem para o bem estar de toda a sociedade (água, biodiversidade, produtividade)
– Manter oferta de SE fundamentais quando o custo de oportunidade é elevado (valor de outras alternativas)
– Inverter tendências negativas de degradação de ecossistemas que outras soluções políticas e económicas não conseguiram resolver
– Mitigação de alterações climáticas (Acordo de Paris)
– Adaptação a alterações climáticas (Acordo de Paris)
– Redução de riscos socioeconómicos e ambientais (Caso português)
Pagamento de serviços de ecossistema
Figure 5.1 Past forest losses and projected future losses in the world’s main forest systems. The proportion of the forest lost before 1950
was estimated based on the potential distribution of each forest system based on soil and climatic conditions. Projections of forest loss
correspond to the average value of projections obtained for the four Millennium Ecosystem Assessment future scenarios;
error bars indicate the range of values for the four future scenarios. Adapted from the Millennium Ecosystem Assessment (MEA 2005 )
Figure 5.2 Projected changes in global forest cover until 2050 under various global scenarios: the Millennium Ecosystem Assessment (MEA)
scenarios (Sala et al. 2005 ), the Global Biodiversity Outlook 2 scenarios (ten Brink et al. 2006 ), the Global Environmental Outlook 4 scenarios
(UNEP 2007 ), the representative concentration pathway scenarios (Hurtt et al. 2009 ), and the MiniCAM scenarios (Wise et al. 2009 ). For each
set of scenarios, we have only shown the two most contrasting results. The wider envelope for the MiniCAM projections, compared to the
envelope of scenarios with the IMAGE model (IMAGE-team 2001), suggests that there are opportunities for action to reverse the global trend of
forest decline, but also that wrong policy choices can exacerbate the loss of forest cover compared with the other scenario assessments. Sources :
Leadley et al. ( 2010 ), Pereira et al. ( 2010 )
Pagamento de serviços de ecossistema
• Mercados pagam alguns serviços (p. ex. aprovisionamento) mas não todos (regulação, culturais; externalidades)
• Nos casos do SE em que os beneficiários são os proprietários ou gestores dos ecossistemas, os mercados geralmente asseguram o fornecimento dos serviços
• Quando os benefícios são partilhados entre os proprietários e outros beneficiários, os interesses dos proprietários e do público podem não coincidir:
– Necessidade de garantir pagamento dos serviços que os mercados não pagam
– Necessidade de aplicação de gestão multifuncional para otimizar a oferta de vários SE
• Formas de lidar com o problema do pagamento das externalidades
PES: transações em que beneficiários recompensam produtores de serviços por executarem uma ação que aumenta a qualidade e quantidade de SE ou por abandonarem ações que comprometem o fornecimento de SE
Jack et al. (2008)
Pagamento de serviços de ecossistema
SE das florestas de montanha na Europa
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