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PARANÁ
GOVERNO DO ESTADO
FICHA CATALOGRÁFICA
PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
PDE/2012
Título: O INCENTIVO À LEITURA PARTINDO DE CONTOS
LITERÁRIOS DE MÁRIO DE ANDRADE, SOB O OLHAR DA ESTÉTICA DA
RECEPÇÃO.
Autor Ângela Braga de Oliveira
Disciplina/Área Língua Portuguesa
Escola de
implementação do Projeto e sua
localização
Colégio Estadual “Alberto da silva Paraná”- Ensino
Fundamental e Médio.
RUA: Abel Alves da Silva n° 118
Município da escola Ventania
Núcleo Regional de
Educação
Telêmaco Borba
Professor Orientador Dr. Silvana Oliveira
IES UEPG
Relação
interdisciplinar
Português, História e Artes.
Palavras-chave Leitura, Formação do Leitor, Contos, Mário de Andrade
Formato do Material Unidade Didática
Público Alvo Alunos do 3º ano do Ensino Médio
Resumo: Este estudo propõe trabalhar a leitura de textos literários no Ensino Médio de forma a incentivar a reflexão, o diálogo e compreensão, de modo a desenvolver estratégias que contribuam para o trabalho com a leitura em sala de aula, propondo alternativas à apresentação de textos literários aos alunos, sem eliminar o contexto em que esses foram escritos, os motivos que levaram os escritores a tal produção, em como as temáticas abordadas em cada escrito, aproximando a obra, autor e leitor.
APRESENTAÇÃO
Esta Unidade Didática tem como tema a Leitura Literária.
Percebendo o desafio que o ensino de Literatura enfrenta na atual disposição
da grade curricular de Língua Portuguesa utilizada na maioria das escolas públicas do
Estado do Paraná – pretende-se, com este material, resgatar o interesse dos alunos
pelos textos literários é o objetivo.
A importância do trabalho com a leitura nas escolas tem sido preocupação de
muitos autores como: Chartier (1992), Freire (1985), Foucambert (1998), Ziberman
(1994), dentre outros. Para esses autores a leitura e, consequentemente, a escrita
são constituintes imprescindíveis para a sua emancipação, cabendo à escola a
promoção de uma ação pautada na leitura, que possibilite ao educando aguçar a sua
criatividade, sua reflexão e sua sensibilidade para intervir na realidade que o circunda.
Percebemos que quando chegam ao Ensino Médio, os alunos não gostam de
ler, só fazem as leituras a que são obrigados em forma de trabalhos de literatura para
ganhar nota e fazer as provas bimestrais.
Assim, uma proposta de leitura por meio de textos literários pode contribuir
muito para o desenvolvimento das capacidades leitoras do aluno, ao mesmo tempo
em que pode ampliar os seus horizontes linguísticos, culturais e pessoais.. Conforme
Franco e Oliveira (2009, p. 17), a literatura nos faz pensar o mundo humano, nos faz
vê-lo como arte. Para os autores, o pensamento artístico organiza e orienta a vida
humana de modo a torná-la compreensível.
Considerando a dinamicidade da leitura, faz-se necessário uma postura
criativa de todos aqueles que fazem a mediação entre o leitor e o texto.
Chartier (1996) afirma que a leitura e escrita é dever de todos. Não uma ação
isolada de um grupo de professores. Para esse estudioso, “Os intelectuais esquecem
que por meio de um livro pode-se transformar a visão social e, através da visão de
mundo, transformar também o próprio mundo social.” (CHARTIER, 1996, p. 243).
Por isso, o aluno precisa ter vivências de leituras de textos literários e
habilidades de compreensão leitora para trabalhar com eles, como se espera de
leitores eficientes, visto que a prática de leitura é um excelente ponto de partida para
todas as outras atividades escolares.
Refletir sobre a prática, avaliar nossos procedimentos é indicadores à ação
teórica, pois ”formar é entrar num processo de transformação da realidade e, portanto,
de si mesmo”. (FOUCAMBERT, 1997, p. 32). Sob este ponto de vista, as
contribuições de (FOUCAMBERT, 1997, p.133), quando nos diz que a escola deve
formar “atores em lugar de expectadores da leitura dos outros”.
Zilbermam (1999), bem como outros pesquisadores da área, defendem o
valor da obra literária para a formação do leitor. Um trabalho pautado na leitura
envolve “ação política” porque a leitura engloba a cultura historicamente, sendo o
texto a representação do autor, perante determinado aspecto da realidade. De acordo
com os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino da Língua Portuguesa,
(1998).
Para Bakhtin (1992), os tipos relativamente estáveis de enunciados são
denominados gêneros discursivos. A definição de gênero, em Bakhtin,
compreendendo a mobilidade, a dinâmica, a fluidez, a imprecisão da linguagem, não
aprisiona os textos em determinadas propriedades formais, ele também dividiu os
gêneros em primários, que as situações vividas no cotidiano e os secundários que
são as situações das áreas acadêmicas, jurídicas, artísticas, etc., percebemos essa
mobilidade no livro de Umberto Eco, no capítulo “Bosques Possíveis”, do livro “Seis
passeios pelos bosques da ficção”. (Eco, 1994) onde as duas esferas são
independentes.
Nesse texto, Eco (1994), nos fala sobre os fundamentos necessários para se
estabelecer uma relação autor-leitor que permita uma perfeita compreensão da
história e o deleite que resulta dela. Sem se ater à definição de leitor-modelo, sobre a
qual discorremos outros capítulos, nesse em questão, trata basicamente de acordos
implícitos pré-estabelecidos, comuns a todos os leitores, seja este, leitor-modelo ou
empírico.
Esse mesmo grau de realidade, obtido pelo autor em seu livro, é encontrado
tanto nos romances históricos como nas fábulas ainda que “as proporções entre
realidade e invenção” (p. 84) possam ser diferentes.
Como se pode notar, essa abordagem diverge sensivelmente dos métodos de
ensino de literatura tradicionalmente utilizados no cotidiano escolar normalmente
voltado para a história literária buscando mostrar as características principais de
estilos de época, como conhecimentos cristalizados que precisam ser absorvidos
passivamente pelo aluno.
Na perspectiva do método recepcional, o próprio conceito de literatura é
repensado, na medida em que ela deixa de ter uma essência transcendental, para
receber de cada leitor uma contribuição que passa a fazer parte do objeto, existente,
portanto, em um sistema de relações que congrega tanto o texto quanto o mundo
histórico extratextual.
Tal pensamento acerca do conceito de literatura e também expresso por
Eagleton (1997) a partir de outro embasamento, o marxismo, estranho a sustentação
do método recepcional, a Estética da Recepção. O autor inglês discorre que os textos
não guardam em si elementos que garantam ad eternum a sua literariedade; segundo
ele, os elementos que contribuem para o reconhecimento de uma obra literária
precisam ser autorizados pelo público de uma época.
A Estética da Recepção, desenvolvida pelos teóricos alemães da Escola de
Constanza, enfatiza a importância da recepção como uma concretização vinculada à
estrutura da obra, tanto na leitura como na produção. (ECO, 1994).
O interessante nesse caso seria reconhecer que, enquanto na comunicação
entre indivíduos sociais ha o controle da fluência comunicativa por parte dos
interlocutores, na comunicação configurada no ato da leitura o leitor não possui a
confirmação do interlocutor para sua compreensão, e mobiliza o seu imaginário para
continuar o contato.
Reforçamos que, como mediadores de leitura pretendemos contribuir para
que ela se transforme em uma atividade mais significativa aos alunos do Ensino
Médio, pois acreditamos que a leitura precisa ser ensinada, o aluno precisa aprender
a ler, a fazer uma exegese do texto literário. Isso pode acontecer por meio do texto
literário como provocação. Assim, na medida em que o professor vai conduzindo o
leitor a buscar novos sentidos para o texto, leva o aluno a uma visão crítica e ampla
do texto.
Para atingir esse objetivo, espera-se que a prática e a execução do
desenvolvimento das seções ampliem os seus horizontes e que haja mudanças
positivas, na conduta dos alunos, dando-lhes oportunidades de expor suas opiniões e
suas ações. São seis os contos selecionados do livro “Contos Novos” de Mário de
Andrade. As atividades estão organizadas em 8 seções, cada uma delas será
desenvolvida em sala de aula.
Inicia-se com a Apresentação do Projeto com uma motivação, em que uma
girafa sai por ai contando um conto e aumentando o ponto. Na sequência será
apresentada a estrutura e características do gênero literário Conto, em seguida será
feita a brincadeira.
Nas outras seis seções serão lidos os contos e feita a análise dos mesmos
com atividades direcionadas.
Para finalizar o projeto, os alunos farão uma produção textual a partir dos
temas abordados nos contos.
A partir de seus pontos de vista, e por último faremos uma coletânea de Contos
e montaremos um Portfólio que será colocado na biblioteca para exposição de todos.
Estas atividades serão reunidas e um Festival Literário, ao qual será
convidada a Comunidade Escolar como também Editoras para exporem livros
literários.
Pretende-se que esta Unidade Didática venha a contribuir com o ensino de
qualidade aos professores e alunos da Rede Pública da Educação.
ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
As atividades terão a participação de alunos da 3ª ano do Ensino Médio, do
Colégio Estadual “Alberto da Silva Paraná”– Ensino Fundamental e Médio.
Esta proposta de intervenção terá as seguintes ações:
Primeiramente será exposto o projeto à direção e equipe pedagógica da escola
para apreciação.
Na sequência apresentaremos o projeto aos alunos, conscientizando-os do
valor que a leitura ocupa em nossa vida, estimulando-os a valorizar o ato de ler.
Esses contos serão lidos, interpretados, indagados, burilados a fim de que despertem
nos alunos do 3° ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Alberto da Silva Paraná,
um olhar diferente para leitura e suas interpretações. Esses contos lidos em sala de
aula, os textos curtos permitem ao professor adequar as dinâmicas ao tempo/aula e
ainda assim capacitar para a reflexão, compreensão e percepção de informações
implícitas na linguagem escrita. Dialogando com os alunos, para conhecer as
informações já adquiridas sobre o conto, também falar sobre o conto e o autor
selecionado, comentando sobre a importância dos temas escolhidos, resgatando a
cultura do lugar e familiar.
Ler, compreender e analisar os contos, fazendo a contextualização com
outros saberes. Por isso que se espera que os contos selecionados levem o leitor à
sensibilidade, motivando, instigando a curiosidade em relação ao assunto a ser
tratado, enriquecendo a sua prática de leitura e com isso desenvolver leitores críticos
e autônomos, capazes de criar textos coerentes e coesos, usando diferentes recursos
linguísticos e de fazer a leitura da palavra associada à leitura do mundo.
Em seguida, serão apresentadas as seções dos Contos Novos de Mário de
Andrade, que serão trabalhadas, lidas e analisadas durante toda a realização do
projeto num total de 8 encontros .
Os professores que porventura utilizarem esse material com os seus alunos
deverão providenciar a versão integral de cada um dos contos trabalhados nas
respectivas seções desta Unidade.
1ªseção
A primeira seção a ser trabalhado será O poema “A girafa”, de Elias José.
Com ele iniciaremos uma discussão sobre um assunto tão importante que é o ato de
contar histórias, em seguida será feito um levantamento dos conhecimentos prévios
sobre o Conto.
Depois será trabalhada a estruturação do gênero literário: O conto e para
finalizar será feita como provocação uma brincadeira de Telefone sem fio, com o
objetivo de chegar à compreensão de que “quem conta um conto, aumenta um
ponto...”.
2ªseção
Nesta seção será apresentado o grande contista brasileiro Mario de Andrade e
o livro que será trabalhado nesta Unidade chamado “Contos Novos”, em seguida o
primeiro conto chamado “Peru de Natal”.
Este conto nos instiga a observar a relação entre pai e filho e esta grande festa
que chamamos de Natal.
3ªseção
O segundo conto “Vestida de Preto” e nesse conto em que são revelados os
sentimentos do personagem Juca que revela o conflito vivido pelo narrador-
personagem, veremos os sentimentos à flor da pele quando Juca beija o primeiro
grande amor de sua vida, quando ainda criança.
4ªseção
O terceiro conto “Tempo de camisolinha”. Vamos perceber com a leitura
deste conto a infância e a juventude e o conflito das prisões tem que lutar e vivendo a
cada dia, muito bem.
A história de um menininho que aos três aninhos de idade, quando se usava
ainda as tais camisolinhas tanto para menina, quanto para menino.
O personagem-narrador, na voz de criança e como criança, conta sua triste
dor ao cortarem seus cabelos cheios de cachos, por ordem do pai, sua mãe nada faz
para salvá-lo desse martírio, pois também submissa não contraria o patriarcal que
tudo manda e todos obedecem sem pestanejar.
5ª seção
O conto “O poço”. Aqui o desencontro entre os homens e o fio condutor da
ação narrativa que leva as personagens a viver situações-limite: o confronto
dramático entre o fazendeiro patriarcal e seus operários.
Joaquim Prestes, o fazendeiro, na ânsia de ver cumprida a sua vontade
percebe-se a sondagem psicológica com que Mario desenrola as ações do enredo.
6ªseção
O conto “Frederico Paciência”. Neste conto vai pensar em sentimentos, será
que ainda há amigos de verdade sem interesse e será que sempre conhecemos
nossos sentimentos e emoções. O Conto nos traduz a amizade, as emoções e as
peças que a vida nos prega, sempre tem de estar de coração aberto para aceitar as
pessoas e o mundo, temos que fazer a diferença neste mundo tão belo. Juca
personagem rebelde na sua adolescência tem um único amigo, personagem que
sintetiza a plenitude tão incomum na existência humana.
Nesse conto “Frederico Paciência” de Mário de Andrade nos leva a uma
reflexão sobre a ambiguidade dos sentimentos humanos.
7ªseção
O conto “O Ladrão”. Nesta seção vamos poder finalizar as leituras dos contos
de Mário de Andrade observando a solidariedade com que se unem na perseguição
ao ladrão, a experiência de histeria existencial vai se acabando e a rotina vai se
descortinando e o bairro paulistano vai voltando ao normal e a solidariedade em
ajudar a procurar o ladrão foi o fantástico que eles provaram e o que tem em comum
com a frase. “Quem conta um conto, aumenta um ponto”.
8ªseção
Esta é a seção para finalizar o projeto, na qual serão colocados em prática os
resultados alcançados pelo processo de leitura. Será realizado um Festival Literário,
para o qual a Comunidade Escolar será convidada a participar. Depois de lidos os
contos, fazendo análise e interpretação dos mesmos, os alunos irão fazer uma
coletânea de contos reescritos a partir da visão de um dos personagens da narrativa.
Por exemplo, recontar o conto “Peru de Natal”, de Mário de Andrade, do ponto de
vista da mãe de Juca.
Cada um irá produzir a sua versão do conto escolhido e vai ler para os colegas,
usando toda a bagagem adquirida, demonstrando sua criatividade e desenvoltura,
com isso formar leitores críticos, autônomos e participativos e autores de seus
próprios contos.
Em seguida os colegas vão comentar o que acharam da solução encaminhada
por eles, assim montarão um Portfólio de Contos.
Este projeto de intervenção pedagógica na escola ora proposto se centrará
nos seis contos de Mario de Andrade, onde esses serões lidos, indagados, burilados
a fim de que desperte nos alunos do 3° ano do Ensino Médio do Colégio Estadual
Alberto da Silva Paraná, um olhar diferente para leitura e suas interpretações.
As atividades de leituras serão realizadas obedecendo às etapas:
A) motivação: trabalhar o texto a princípio tecendo comentários com temas.
.
B) utilização de TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) que favorecem a
compreensão de novos conhecimentos, utilização e uso do Blog do colégio para
posteriores comentários entre os alunos dos contos lidos.
C) Leitura do conto em sala de aula, levantamento de hipóteses, fazendo exegese
do texto, como por exemplo, a primeira impressão e produção.
D) Interação dos alunos com os textos e com os outros alunos apresentando seus
contos, isto para culminância do projeto, organizando um Festival Literário, onde será
convidadas Editoras para exporem livros literários para o deleite de todos como
também a Comunidade Escolar e depois será exposto o portfólio na biblioteca.
Nessa interação entre docentes, discentes, esperamos ter um norteamento de
dinâmicas lúdicas que conduzam ao exercício da leitura e esta nutrida de realidade
social do aluno o tornem um leitor crítico e proficiente.
“Quem conta um conto aumenta um
ponto”
(Elias José, “A Girafa”).
Caros alunos,
O poema “A girafa”, de Elias José, é uma ótima oportunidade para iniciarmos
uma discussão sobre um assunto tão importante que é o ato de contar histórias.
A girafa { }...
Apanha a notícia e sai rebolando. Mal avista o bando, a jornalista vai informando. Ligeira e fofoqueira conta o que viu, conta o que ouviu. E como no conto, aumenta um ponto. Sucesso diário o girafanoticiário! Elias José
http://2.bp.blogspot.com/-
ORutvbPAes/TWF6JNIavzI/AAAAAAAACNc/UNdngRSOhlQ/s1600/A+girafa+eleias+jos%25C3%25A9.jpg acesso 20/11/2012.
Nos versos: E como no conto, / aumenta um ponto. O que Elias José, quis dizer?
Observem que a girafa “ligeira e fofoqueira conta o que viu, conta o que
ouviu” e sai por aí, como no conto, aumentando um ponto aqui e outro ali.
Quem conhece o ditado popular Quem conta um conto aumenta um ponto? O que significa essa expressão?
É assim mesmo que as histórias nascem. Em todo canto há alguém que
observa e registra os fatos do cotidiano e sai por aí criando, recriando e contando
histórias as quais chamamos de contos.
Levantamento dos conhecimentos prévios
• O que é contar um conto e aumentar um ponto?
• Quando falamos em conto o que vem a sua memória?
• Você já contou histórias ou ouviu alguém contar uma?
• Você já leu um conto?
• Quais os tipos de história que você gosta de ler?
• Vamos pesquisar sobre Elias José, autor do texto lido?
Vocês devem estar se perguntando: Por que devo ler um conto?
Para responder a essa questão julgamos que é necessário que você aprenda,
primeiramente, um pouco sobre esse gênero literário.
O que é um conto?
Conto é um dos gêneros literários da prosa de ficção. Frequentemente conta-
se a amigos histórias sobre acontecimentos da vida diária.
O conto inicialmente fazia parte da literatura oral, com origem na narrativa de
mitos e lendas populares.
Na Idade Média, por exemplo, se utilizavam da palavra “conto” para designar
simples enumeração ou relato de acontecimentos, como os conflitos, as parábolas da
Bíblia.
O conto é diferente da novela e do romance. Do ponto de vista estrutural, pelo
fato de o conto ser uma narrativa curta e o conflito existente estar em andamento, o
conto se torna muito interessante de ler e é toda história de ficção narrada de modo
livre, que apresenta enredo, tempo e espaço condensados e número reduzido de
personagens.
O autor de um conto utiliza muitos recursos narrativos: faz escolhas de
linguagem e estrutura os elementos da narrativa – personagem, ação, espaço e
tempo – de modo a enredar o leitor na trama, com o narrador assumindo muitas
vezes a função de contador-criador-escritor.
Um teórico literário afirmou o seguinte: a forma clássica do conto está no
imprevisível. Uma história visível esconde uma história secreta. Quando se trabalha
com duas histórias os elementos essenciais de um conto têm dupla função e são
utilizados de maneira diferente em cada uma das duas histórias. O que é supérfluo
numa história é básico em outra.
Sendo assim, no conto sempre vemos nas personagens emoções, paixões,
que nos instigam a curiosidade de ler o conto, com dois conflitos, fácil de serem
identificados.
(PIGLIA,Ricardo.Tesessobreoconto.Disponívelem:<http:/www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.phd?op
=literatura/docs/oconto>.Acesso em 05 de nov. 2012).
COMPREENDENDO A ESTRUTURAÇÃO DO GÊNERO LITERÁRIO: CONTO
ELEMENTOS DA NARRATATIVA PRESENTES NO CONTO:
Personagens – quem participa do texto.
Espaço – onde acontece a história. Tempo – quando acontece a história.
Ação – o que acontece e como se desenrolam os fatos.
MOMENTOS DA NARRATIVA PRESENTE NO CONTO:
Situação Inicial – situação de equilíbrio.
Conflito – os motivos que desencadeiam a ação da história.
Clímax do Conflito – momento de maior tensão da história.
Desfecho – final e resolução do conflito.
TIPOS DE DISCURSO PRESENTES EM UM CONTO:
• Discurso Direto – é um recurso que o autor utiliza para enriquecer a narrativa,
para dar maior naturalidade e realismo à fala das personagens. No discurso
direto, o narrador reproduz a fala das personagens cedendo a elas a palavra.
Recomenda-se o uso de algumas notações gráficas que marcam tais falas:
travessão, dois pontos, aspas.
• Discurso Indireto – A estruturação desse discurso não necessita de marcações
gráficas especiais, uma vez que é o narrador que detém a palavra. O narrador
usa suas próprias palavras para transmitir a fala das personagens.
TIPOS DE FOCO NARRATIVO PRESENTES NO CONTO:
Narrador - Observador: é aquele que apenas conta a história, limita-se a
contar o que vê e ouve. Esse foco narrativo se dá na terceira
pessoa.
Narrador - personagem: é aquele que narra os fatos a partir de sua
participação na história. Esse foco narrativo se dá em primeira
pessoa.
AVALIAÇÃO: PRODUÇÃO
Caros alunos, para iniciarmos nossas leituras de contos literários
propomos a seguinte atividade:
Contando histórias – Brincadeira de Telefone sem fio
Para realizar esta atividade, você escolherá um conto para ler. Organiza-se
a sala em pequenos grupos e a brincadeira proposta é o “Telefone sem Fio”. É
importante lembrar que depois de ler o conto você irá contar no ouvido do colega o
que ouviu. Tendo assim que determinar algumas regras para que a atividade seja
bem sucedida e cumpra com os objetivos de chegar à compreensão de que “quem
conta um conto, aumenta um ponto...”.
É importante nesta atividade que delimite o tempo para essa etapa e,
sortear um aluno em cada grupo para iniciar as atividades.
O aluno sorteado conta, em voz baixa ao ouvido do colega ao lado o
resumo da história que leu (o aluno não deve contar muito detalhes sobre o texto
lido). O colega que ouviu reconta a história para o próximo, respeitando as mesmas
regras, e assim por diante. O último vai contar para a classe a versão da história que
chegou até ele.
Os alunos verificam se conhecem o ditado popular – “Quem conta um
conto, aumenta um ponto” – e pergunta se concordam com tal afirmação. Em
seguida, o aluno que iniciou a brincadeira e detentor da versão original deve contá-la
para a classe. Todos os grupos fazem o mesmo. Assim há comparação entre as
versões, observando as diferenças, os detalhes entre as versões expressas pelos
alunos em relação à versão original.
“O nosso primeiro Natal de Família”
(Mário de Andrade, “O Peru de Natal”)
Caros alunos,
Neste conto que será lido agora, vocês poderão perceber se realmente o
Natal está sendo está uma inspiração do amor ou a comercialização que fala mais
alto. Vamos ver o que esse autor fantástico nos reserva com este conto.
VAMOS CONHECER UM POUCO SOBRE MÁRIO DE ANDRADE, AUTOR DO
LIVRO “CONTOS NOVOS”.
Mário de Andrade (Mário Raul de Moraes Andrade)
Nasceu: 9 de Outubro de1893, São Paulo
Morreu: Faleceu aos 51 anos de idade, em São
Paulo, São Paulo, no dia 25 de fevereirode1945.
Nacionalidade: brasileira
Profissão: poeta, escritor de romances, contos,
crítico literário, historiador, ensaísta, folclorista,
crítico de arte, fotógrafo, musicólogo, pertenceu
ao movimento modernista brasileiro.
(ANDRADE, Mário. Contos Novos. 4 ed. São Paulo: Klick,1997,p.148,151.)
CURIOSIDADE SOBRE OS CONTOS NOVOS:
(ANDRADE, Mário. Contos Novos. 4 ed. São Paulo: Klick, 1997, p.149)
Com atenção
Vamos embarcar nessa viagem pelo mundo das histórias, lendo
silenciosamente o conto “Peru de Natal”.
Você sabia que: Mário de Andrade acreditava que ao produzir seus escritos,
poderia estar denunciando fatos da realidade, que achava que devia ser
levado a público. O livro Contos Novos foi publicado após sua morte em 1947.
Ele levou de quatro a dezoito anos preparando essa obra, por isso alguns
autores dizem que são Contos da Plenitude, pois além de representar uma
das realizações de Mário mais plenas e acabadas do ponto de vista formal,
porém não conseguiu publicá-lo em vida.
Agora que você já aprendeu um pouco sobre o conto e conheceu o grande contista
brasileiro Mario de Andrade, que tal ler o conto “Peru de Natal”? Este conto nos
instiga a observar a relação de pai e filho e esta grande que chamamos de Natal.
OBSERVAÇÃO:
Em virtude da necessidade de autorização do autor ou de
seus familiares para a utilização e publicação dos textos, nos
limitaremos aqui a apresentar apenas um trecho do conto, o qual será
apresentado na íntegra em documento à parte.
“Peru de Natal”, de Mário de Andrade.
O nosso primeiro Natal em família, depois da morte de meu pai aconteceu
cinco meses antes e foi de consequências decisivas para a felicidade familiar. Nós
sempre fôramos familiarmente felizes, nesse sentido, muito abstrato da felicidade:
gente honesta, sem crimes, lar sem brigas internas, nem graves dificuldades
econômicas. Mas, devido principalmente, à natureza cinzenta de meu pai, ser
desprovido de qualquer lirismo, de uma exemplaridade incapaz, acolchoado no
medíocre, sempre nos faltara aquele aproveitamento da vida, aquele gosto pelas
felicidades materiais, um
vinho bom, uma estação de
águas, aquisição de
geladeira, coisas assim.
Meu pai foi um bom
homem, quase dramático,
o puro-sangue dos
desmancha-prazeres.
[ ... ]
(ANDRADE, Mário.
Contos Novos. 4 ed. São
Paulo: Klick, 1997, p.89 .)
CRITÉRIO EDITORIAL
A questão de estilo de
Mário de Andrade foi
respeitada nos contos
com rigor, devido ser
uma publicação
póstuma.
ESTUDO DO VOCABULÁRIO
1- No texto há palavras que você desconhece o significado? Se houver alguma,
copie-a em seu caderno, vá ao dicionário e veja os diferentes significados dessa
palavra e, em seguida, volte ao texto para ver qual deles traduz melhor a ideia que o
autor quis transmitir.
VAMOS À COMPREENSÃO DO CONTO:
1- Quais são as personagens do texto?
2- Qual o foco narrativo do texto?
3- Quem é o narrador da história?
4- O que está sendo tratado no texto?
5- O narrador está incluído na história?
VAMOS À INTERPRETAÇÃO DO CONTO:
Agora que você já leu o conto na íntegra responda: Justificando sua resposta.
1- Com a morte do pai, quebra-se o regime patriarcal e as reuniões frias em
família têm seu fim. Como isso é retratado no texto?
2- Qual a imagem que Juca carrega das ceias de Natal enquanto o pai era vivo?
3- Por que Juca quis fazer uma ceia logo após o falecimento do pai?
4- Como reagiram os familiares de Juca com a nova proposta de Ceia de Natal
apresentada por ele?
5- O que Juca quis dizer com “personalidade cinzenta de meu pai”?
6- Como Juca descreve o pai? Ele gostava do pai?
7- Quando Juca deixa de se referir ao pai como uma figura paterna?
AVALIAÇÃO: PRODUÇÃO DE TEXTO
O conhecimento de mundo que temos nos permite perceber os temas sociais e
familiares presente no conto lido.
Pensando nisso e no texto lido, sabemos que o autor do conto escreveu para
nós leitores.
Agora é sua vez:
Pense como é seu Natal.
Como é a sua relação familiar.
Como você gostaria que fosse.
Há preparativos para o Natal na sua família.
Agora organize suas anotações e redija um texto, assim como fez Mário de
Andrade. Não se esqueça de que as histórias são contadas pelo narrador, o qual
pode ser personagem da história ou não. Vamos lá? Escreva em uma folha à parte,
passe a limpo e leia-o para os seus colegas. Não se esqueça de dar um título ao seu
texto.
Expressão artística
Utilizando seus conhecimentos artísticos (materiais como: crayon, grafite,
pastel, guache, aquarela, colagem, entre outros), desenhe a personagem, ou a cena que
mais chamou a sua atenção no conto de Mário de Andrade, e, em seguida escreva
um parágrafo dizendo por que o personagem ou a cena chamou sua atenção.
“Amor apenas sensível naquele instinto
de estarmos sós.”
(Mário de Andrade, “Vestida de preto”)
Caros alunos,
Conversa inicial:
Vamos observar a pureza das flores e com isto olharmos para dentro de
nós, revendo assim nossos sentimentos como estão.
Sentimento, sentimento, sentimento...
Amor, amor, amor...
Em sua opinião:
O que é o amor? Como percebemos se há esse sentimento em nós? É
bom viver e ter sentimentos?
Com atenção:
Vamos agora ler um conto em são revelados os sentimentos do personagem Juca.
Vamos ler o texto cada um lendo um parágrafo para descobrir...
OBSERVAÇÃO:
Em virtude da necessidade de autorização do autor ou de seus familiares para a
utilização e publicação dos textos, nos limitaremos aqui a apresentar apenas um trecho
do conto, o qual será apresentado na íntegra em documento à parte.
... Amor? Amor! Amor.
“Vestida de Preto” de Mário de Andrade
[...]
E só mais tarde, já pelos nove ou dez
anos, é que lhe dei nosso único beijo, foi
maravilhoso. Se a criançada estava toda junta
naquela casa sem jardim da Tia Velha, era fatal
brincarmos de família, porque assim Tia Velha
evitava correrias e estragos. Brinquedo, aliás que
nos interessava muito, apesar da idade já
avançada para ele. Mas é que na casa de Tia
Velha tinha muitos quartos, de forma que
casávamos rápido, só de boca, sem nenhum
daqueles cerimoniais de mentira que dantes nos interessavam tanto, e cada par fugia
logo, indo viver no seu quarto. Os melhores interesses infantis do brinquedo, fazer
comidinha, amamentar bonecas, pagar visitas, isso nós deixávamos com
generosidade apressada para os menores. Íamos para os nossos quartos e ficávamos
CRITÉRIO EDITORIAL
A questão de estilo de
Mário de Andrade foi
respeitada nos contos
com rigor, devido ser
uma publicação
póstuma.
vivendo lá. O que os outros faziam, não sei. Eu, isto é, eu com Maria, não fazíamos
nada. Eu adorava principalmente era ficar assim sozinho com ela, sabendo várias
safadezas já, mas sem tentar nenhuma. Havia, não havia, não, mas sempre como
que havia um perigo iminente que ajuntava o seu crime à intimidade daquela solidão.
Assustador.
[...]
(ANDRADE, Mário. Contos Novos. 4 ed. São Paulo: Klick, 1997, p.23 .)
ESTUDO DO VOCABULÁRIO
1- No texto há palavras que você desconhece o significado? Se houver alguma,
copie-a em seu caderno, vá ao dicionário e veja os diferentes significados
dessa palavra e, em seguida, volte ao texto para ver qual deles traduz melhor a
ideia que o autor quis transmitir.
VAMOS À COMPREENSÃO DO CONTO:
1- O conto “Vestida de preto”, de Mário de Andrade, revela o conflito vivido pelo
narrador-personagem. Mas para que você compreenda esse conflito é muito
importante que você reflita.
2- O que importa em um conto é aquela(s) personagem (ns) em conflito, não a(s)
dependente(s); o espaço onde o drama se desenrola, não os lugares por onde
transita a personagem, e assim por diante. Baseado nessa afirmativa em poucas
palavras resuma o conflito do conto.
3- Qual o conflito vivido por Juca?
4- Você percebeu que se trata de um conto. Procure no texto o que comprova esta
afirmativa.
VAMOS À INTERPRETAÇÃO DO CONTO:
Agora que você já leu o conto na íntegra responda: Justificando.
1- Quando inicia este conflito do personagem na história lida?
2- Com quantos anos Juca vive um momento de pureza e pavor em sua vida?
3- Quem era seu grande amor de infância?
4- Onde acontece o primeiro beijo de Juca?
5- Como eram Maria e Juca, personagens na infância?
6- Como eram essas personagens na adolescência e Juventude?
7- Como foi o reencontro entre a prima e Juca?
8- Quais as emoções que Juca passa em todo o conto?
9- Qual emoção passada por Juca você acha mais importante?
10- No conto Juca diz sentir o desejo de "devorá-la", "foi horrível", esse desejo é
condenado porque é proibido pela igreja. Nesse pensamento como Juca reage a
esses sentimentos tão comuns entre vida e religião?
11- Juca nunca se esquece de Maria que faz parte dos quatro amores eternos
da sua vida. Quem são esses amores?
12- Os trechos a seguir foram retirados do conto “Vestida de preto”, o que o
texto quis dizer com:
a) “Mas é que na casa de Tia Velha tinha muitos quartos, de forma que
casávamos rápido, só de boca, sem nenhum daqueles cerimoniais de
mentira que dantes nos interessavam tanto, e cada par fugia logo, indo viver
no seu quarto”.
b) “Eu adorava principalmente era ficar assim sozinho com ela, sabendo várias
safadezas já, mas sem tentar nenhuma”.
c) “Havia, não havia, não, mas sempre como que havia um perigo iminente que
ajuntava o seu crime à intimidade daquela solidão. Assustador”.
AVALIAÇÃO: PRODUÇÃO DE TEXTO
Lendo o conto “Vestido preto”, de Mário de Andrade veremos os sentimentos à flor da
pele quando Juca beija o primeiro grande amor de sua vida, quando ainda criança.
“Tanto andam agora preocupados em definir o conto que não sei bem se
o que vou contar é conto ou não, sei que é verdade.”
1- O conto inicia-se na preocupação de definir o conto, observe e faça sua narrativa,
não se esqueça de ser claro e objetivo como o narrador do conto que leu, o tema
não precisa necessariamente ser o título da redação. Então, conte sua história de
vida e releia seu texto e dê-lhe o título que você achar melhor.
2- Após essas reflexões, em duplas, releiam o texto. Depois discutam entre si e
façam uma paráfrase dando um final diferente para esse conto. Quando terminar de
escrevê-la, leia-o para os seus colegas da turma, não se esqueça dos temas amor e
medo frequentes nas obras de Mário de Andrade.
“Os cadáveres de meus cabelos guardados
naquela caixa de sapatos.” (Mário de Andrade, “Tempo de camisolinha”)
Caros alunos,
CONVERSA INICIAL:
Vamos perceber que a vida pode se tornar uma prisão, se você não conseguir
conviver em sociedade, se você ficar só trancado em casa, se você não se comunicar
de alguma forma. Vamos perceber com a leitura deste conto a infância e a juventude
os conflitos das prisões, temos que lutar e vivendo a cada dia, muito bem.
Com atenção:
Vamos embarcar nessa viagem pelo mundo das histórias, ouvindo a leitura pelo
professor, pois ouvir é uma forma de ler. Vamos ouvir o conto “Tempo de
camisolinha”.
Tempo de camisolinha, de
Mário de Andrade
A feiura dos cabelos cortados me fez mal. Não sei que noção prematura de
sordidez dos nossos atos, ou exatamente, da vida, me veio nessa experiência da
minha primeira infância. O que não pude esquecer, e é minha recordação mais antiga,
foi, dentre as brincadeiras que faziam comigo para me desemburrar da tristeza em
que ficara por me terem cortado os cabelos,
alguém, não sei mais quem, uma voz masculina
falando: “Você ficou um homem, assim!” Ora eu
tinha três anos, fui tomado de pavor. Veio um
medo lancinante de já ter ficado homem naquele
tamanhinho, um medo medonho, e recomecei a
chorar. Meus cabelos eram muitos bonitos, dum
negro quente, acastanhado nos reflexos. Caíam
OBSERVAÇÃO:
Em virtude da necessidade de autorização do autor ou de seus
familiares para a utilização e publicação dos textos, nos limitaremos
aqui a apresentar apenas um trecho do conto, o qual será apresentado
na íntegra em documento à parte.
CRITÉRIO EDITORIAL
A questão de estilo de
Mário de Andrade foi
respeitada nos contos
com rigor, devido ser
uma publicação
póstuma.
pelos meus ombros com cachos gordos, com ritmos pesados de molas de espiral. Me
lembro de uma fotografa minha desse tempo, que depois destruí por uma espécie de
polidez envergonhada. . . Era já agora bem homem e aqueles cabelos adorados na
infância, me pareceram de repente como um engano grave, destruí com rapidez o
retrato.
[...]
(ANDRADE, Mário. Contos Novos. 4 ed. São Paulo: Klick, 1997, p.130 .)
ESTUDO DO VOCABULÁRIO
No texto há palavras que você desconhece o significado? Se você houver alguma,
copie-a em seu caderno, vá ao dicionário e veja os diferentes significados dessa
palavra e, em seguida, volte ao texto para ver qual deles traduz melhor a ideia que o
autor quis transmitir.
VAMOS À COMPREENSÃO DO CONTO
1- A linguagem da criança no conto expressa suas emoções e interrupções pelo uso
de sinais de pontuações, como reticências e exclamações. Esses são exemplos de
monólogos interior e fluxo de consciência. No monólogo interior é como se a
personagem conversasse com ela mesma. No fluxo de consciência temos o
pensamento da personagem expresso sem muita organização.
Cite e de exemplos de monólogo interior e fluxo de consciência.
a) _______________________________________________________________
b) _______________________________________________________________
c) _______________________________________________________________
2- O conto “Tempos de camisolinha”, de Mário de Andrade, revela o conflito vivido
pelo narrador-personagem, mas para que você compreenda esse conflito é muito
estar atento à narrativa. Quais fatos ocorridos com Juca que desencadeiam os
conflitos por ele vividos?
a) No início:
b) No final:
3-Qual é o foco narrativo do conto?
4-Quem conta a história?
5- Cite as personagens do conto?
VAMOS À INTERPRETAÇÃO DO CONTO
Agora que você já leu o conto na íntegra responda:
1- O que acontece ao menino que o deixa muito traumatizado e por quê?
2- Qual era o tipo de vestimenta usada no menino?
3- Como era a relação familiar? Alguém questionava a autoridade patriarcal?
4- O que acontece ao pai de Juca e onde vão viajar e por quê?
5- A mãe tomaria sol e banho de mar, e podia melhorar sua saúde e isto aconteceu?
6- Como eram os cabelos de Juca quando criança? E quem mandou cortar e por
quê?
7- Depois de sofrer um trauma enorme ao cortarem seus cabelos, acontece algo
inesperado ao Juca que o faz muito feliz e o reconcilia com a vida. Cite esta
passagem.
8- Juca ganha algo que ele fica muito feliz e ele acha que dará muito boa sorte. Que
presente é este e quem o presenteia? Desenhe esse amuleto.
9- Juca acaba fazendo amizade com os operários que trabalhavam no canal, e trava
consigo mesmo uma batalha, algo acontece que o comove muito, relate este fato, o
que ele pensa em fazer e o que resolve realmente e faz?
10- Na relação indivíduo/mundo, a reação de Juca é a revolta: nasce o homem –
como queria seu pai – mas é alguém cheio de desilusões, de revoltas, com
lembranças infantis desagradáveis, cujo único elemento restante foram "as
camisolinhas”, tão detestáveis quanto todo o resto. Pensando nesses fatos, como
ficou a vida de Juca ao ganhar as três estrelas do mar?
11- Vamos encontrar no texto várias marcas como:
a) Um momento de flash-back, ou seja, o relato de uma lembrança do
passado. Cite-as:
b) Interrupções e as reflexões que revelam os sentimentos íntimos da
personagem. Cite-as:
c) A posse das estrelas-do-mar tornou-se algo fundamental para a criança:
constituíam-se num segredo. Não sendo necessário dividi-las ou
partilhá-las com alguém, tornam-se algo só seu. Vamos encontrar no
texto essa comprovação. Cite-as:
d) À sua maneira, a narrativa o sofrimento vivido com a perda dos cachos
castanhos retorna na perda da estrela-do-mar... é o homem que se
forma através de perdas sucessivas, de sofrimentos contínuos, no
infinito dos sofrimentos humanos. Será que nós teríamos a reação de
Juca com o sofrimento humano? Por quê?
AVALIAÇÃO: PRODUÇÃO DE TEXTO
Sabemos que existe diferença em falar e escrever, Mário de Andrade
deixa isto bem claro, pois nos contos ele usa a fala com quem ele conversa (o
interlocutor), de fácil compreensão por ser uma linguagem informal. Agora na
escrita com quem se fala (o interlocutor) está ausente, então a necessidade de
que as ideias sejam bem claras e o uso da linguagem formal. Então sabendo
disto vamos produzir um texto e você deve usar a linguagem formal em primeira
pessoa, e narrar uma história sobre a perda de algo valoroso pessoalmente. Não
se esqueça do título.
Expressão Artística
Utilizando seus conhecimentos artísticos (materiais como: crayon, grafite,
pastel, guache, aquarela, colagem, entre outros), desenhe a personagem, ou a cena
que mais chamou a sua atenção no conto de Mário de Andrade, e, em seguida
escreva um parágrafo dizendo por que o personagem ou a cena chamou sua atenção.
“Você me acompanhe Albino, quero ver o
poço”
(Mário de Andrade, “O Poço”)
Caros alunos,
Vocês concordam com a afirmação de que “Quem pode mais chora
menos”?
Depois de ler o conto desta seção vamos voltar a pensar nisso.
Vamos lá... Sentimentos mudam as pessoas?...
Com atenção: Vamos embarcar nessa viagem pelo mundo das
histórias, lendo silenciosamente o conto “O poço”.
OBSERVAÇÃO:
Em virtude da necessidade de autorização do autor ou de seus
familiares para a utilização e publicação dos textos, nos
limitaremos aqui a apresentar apenas um trecho do conto, o qual
será apresentado na íntegra em documento à parte.
“O Poço” de Mário de Andrade
Ali pelas onze horas da manhã o velho Joaquim Prestes chegou no
pesqueiro.Embora fizesse força em se mostrar amável por causa da visita convidada
para a pescaria, vinha mal-humorado daquelas cinco léguas de fordinho cabritando na
estrada péssima. Aliás o fazendeiro era de pouco riso mesmo, já endurecido por
setenta e cinco anos que o mumificavam naquele esqueleto agudo e taciturno.
[...]
(ANDRADE, Mário. Contos Novos. 4 ed. São Paulo: Klick, 1997, p.72 .)
ESTUDO DO VOCABULÁRIO
1- No texto há palavras que você
desconhece o significado? Se
você houver alguma, copie-a em
seu caderno, vá ao dicionário e
veja os diferentes significados
dessa palavra e, em seguida, volte
ao texto para ver qual deles traduz
melhor a ideia que o autor quis
transmitir. Retire do texto expressões que identifiquem a linguagem coloquial.
2- Qual é o tema central deste conto?
CRITÉRIO EDITORIAL
A questão de estilo de
Mário de Andrade foi
respeitada nos contos
com rigor, devido ser
uma publicação
póstuma.
VAMOS À COMPREENSÃO DO CONTO:
O conto “O poço”, de Mário de Andrade, é uma história que se passa em um
pesqueiro, onde fica evidente a tirania do dono que faz um dos seus empregados -
raquítico e doente - descer no poço para resgatá-la. Baseando-se nessa afirmativa,
respondam às seguintes questões:
1- Sobre o conto “O poço”, podemos afirmar que é:
a) um fato do imaginário do autor.
b) um fato que ocorreu ou poderia ter ocorrido. Justifique suas respostas com fatos
do texto.
2- Como as pessoas devem se comportar na sociedade?
3- É bom ter liberdade de expressão?
4- Você consegue se expressar em situações conflitantes?
5- Explique com suas palavras o provérbio: “Quem pode mais chora menos”
VAMOS À INTERPRETAÇÃO DO CONTO
Agora que você já leu o conto na íntegra responda ao que segue:
1- Identifique as características das personagens abaixo:
a) Joaquim Prestes:_____________________________________________
b) Albino:_____________________________________________________
c) O amigo (visita)_______________________________________________
2- Quanto ao foco narrativo do conto “O poço”. Qual a alternativa correta.
a) narrador-personagem (1ª pessoa);
b) narrador-personagem (3ª pessoa).
3- Qual a problemática do conto?
4- Como era o fazendeiro em relação às suas finanças?
5- Quais os carros que Joaquim Preste importou e para que fim ele os usava?
6- Porque ele quis fazer um poço?
7- Identifique, no conto “O Poço” os seguintes elementos da narrativa:
a) Personagens: _____________________________________________
b) Espaço: __________________________________________________
c) Tempo: ___________________________________________________
d) Ação: _____________________________________________________
e) Narrador: __________________________________________________
8- Identifique no conto “O poço”, os momentos da narrativa:
a) Situação inicial: _________________________________________________
b) Conflito: ______________________________________________________
c) Clímax: _______________________________________________________
d) Desfecho: ____________________________________________________
9- Qual é a problemática do conto?
10- Qual é o confronto dramático entre o fazendeiro patriarcal e seus operários?
11- Quem é o funcionário que desafia a autoridade do patrão e por quê?
12- Quem desceu no poço para procurar a caneta-tinteiro do patrão?
13- Como termina o conto, você acha que poderia ser diferente este final?
14- Quanto à finalidade do texto, podemos afirmar que é:
a) informar;
b) contar uma história;
15- Você conhece alguém parecido com o fazendeiro Joaquim Preste? Justifique:
AVALIAÇÃO: PRODUÇÃO DE TEXTO
1- Aqui o desencontro entre os homens é o fio condutor da ação narrativa que
leva as personagens a viver situações-limite: o confronto dramático entre o fazendeiro
patriarcal – Joaquim Prestes – e seus operários. O conto é marcado pelo uso do
dinheiro do autoritarismo. Narre o(s) conflito(s) do personagem, dividido entre os
sentimentos em relação ao patrão e narre às dificuldades de convívio com os seus
empregados. Colocando sua opinião sobre a situação vivida, o que você sente ao ver
pessoas serem maltratadas? Hoje em dia é permitido esse tipo de atitude? Não se
esqueça de colocar um título.
JURI SIMULADO
2- Agora podemos entrar numa técnica que chamamos de técnica do Júri
Simulado. O uso do Júri Simulado no desenvolvimento do estudo é muito
interessante, pois depende de: desenvolvimento do raciocínio, da análise, do
julgamento e do espírito crítico; a expressividade crítica do pensamento; a percepção
da importância de se ouvir atentamente os dois lados de um determinado assunto
para se tirar conclusões pessoais; a desinibição, a segurança e a autoconfiança na
expressão do pensamento.
Técnica de julgamento.
A sala será dividida em dois grupos, de modo que o personagem principal
do conto “O Poço” será submetido a julgamento. Organização do júri, em que um
grupo será a favor e o outro grupo se posicionará contra as atitudes do fazendeiro.
Vencerá o grupo que defender melhor seu posicionamento com argumentos mais
convincentes e éticos.
“O olho, o procuro nos olhos, lhe devorando
os olhos internados, Mas o olho com tal
ansiedade, com toda a perfeição do ser,
Implorando me tornar sincero, verdadeiro,
digníssimo (...)”.
(Mário de Andrade, “Frederico Paciência”).
Caros alunos,
Conversa inicial:
Vamos falar e pensar em sentimentos, será que ainda há amigos de verdade sem
interesse e será que sempre conhecemos nossos sentimentos e emoções?
Em sua opinião: Você concorda com essas afirmações, por quê?
Os olhos são as janelas da alma? O que os olhos não veem o
coração não sente?
Será que há amizades verdadeiras?
Você tem amigos? Eles são importantes para você?
Após essas reflexões vamos ler o conto:
Com atenção:
O Conto que leremos silenciosamente nos traduz a amizade, as emoções e as peças
que a vida nos prega, sempre temos de estar de coração aberto para aceitar as
pessoas e o mundo, temos que fazer a diferença neste mundo tão belo. Será que às
vezes os olhos e o coração da gente podem nos trair?
OBSERVAÇÃO:
Em virtude da necessidade de autorização do autor ou de
seus familiares para a utilização e publicação dos textos, nos
limitaremos aqui a apresentar apenas um trecho do conto, o qual será
apresentado na íntegra em documento à parte.
“Apresentando o conto, Frederico Paciência”
[...] Foi no ginásio... Éramos de idade parecida, ele pouco mais velho que eu, 14
anos.
Frederico rapaz muito solidário, filho de português, carioca. Todos gostavam
muito dele. Eu me aproximei dele e não tinha como não gostar dele pela sua
perfeição moral e física perfeita.
CRITÉRIO EDITORIAL
A questão de estilo de
Mário de Andrade foi
respeitada nos contos
com rigor, devido ser
uma publicação
póstuma.
E, assim, os dois se tornaram
amigos. Frederico forte, atlético, eu
fraco, feio, ia mal à escola, minha
salvação era Frederico Paciência, a
sua amizade era tudo e era meu único
amigo.
Depois do jogo de futebol
Frederico paciência me acompanhou.
─ Você não vai pra casa já!
─ Cara... Estou com vontade
de ir com você.
Depois disso ficamos mais
amigos e íntimos falamos de tudo, família, amigos, infância, ele dizia querer ser
médico, eu não sabia direito talvez médico para ficar perto dele, ou pintor, pois vivia
fazendo caricatura dos padres.
De tão amigos que éramos que até leituras trocávamos e se um mentisse
para o outro dava para se notar, porém nos respeitávamos e gostávamos um do
outro. Um livro que acabamos de rasgar, pois nos causava um sentimento era História
da Prostituição Antiga.
Diante de uma amizade assim tão agressiva não faltava gente para fazer
comentários dos dois.
Até brigas Frederico Paciência enfrentou no ginásio, pelo falatório dos dois.
Porém, nosso amor de amigos crescia a cada dia e a pureza nos levava
sempre adiante. Frederico Paciência sofreu a perda do pai, mesmo assim naquela
inocência continuamos amigos e inseparáveis.
[...]
(ANDRADE, Mário. Contos Novos. 4 ed. São Paulo: Klick, 1997, p.96 .)
ESTUDO DO VOCABULÁRIO
1- Releia o conto, anotando em seu caderno as palavras desconhecidas. Depois,
procure-as no dicionário, não se esqueça de voltar sempre ao texto para examinar o
contexto nas quais elas apareceram e o sentido que pode ser atribuído.
VAMOS À COMPREENSÃO DO CONTO
Esse conto “Frederico Paciência”, de Mário de Andrade nos leva a uma
reflexão a ambiguidade dos sentimentos humanos. Pense sobre isso e responda ao
que segue:
1- Você acha que o conto lido dialoga com os sentimentos da temática do texto.
Qual?
2- Contextualize a temática do conto, descrevendo os personagens do conto.
3- Frederico Paciência sofreu uma perda no início e outra mais tarde, quem ele
perdeu nesses momentos?
a) início b) final
VAMOS À INTERPRETAÇÃO DO CONTO
Agora que você já leu o conto na íntegra responda:
1- O texto faz referência a um comportamento afetivo homossexual entre os
personagens do conto. Cite em que isso aparece no conto.
2- Quantas e quais eram as personagens do texto?
3- Descreva as personagens como eles eram:
a) Frederico Paciência:- --------------------------------------------------------------
b) Juca:- -----------------------------------------------------------------------------------
4- Como começou a amizade dos dois?
5- O que unia os dois personagens e por que eles sempre estavam juntos?
6- Qual é o tipo de narrador do conto?
7- Frederico Paciência sofreu uma perda no início e outra mais tarde, como
você reage a perdas de pessoas queridas?
8- Até certo momento no conto os dois amigos estão juntos, qual o momento
da separação e por quê?
9- Como os dois ficaram se correspondendo? Eles se assumiam seus
sentimentos?
10- Como Juca ficou em relação a seus sentimentos quando Frederico não
veio ao enterro da mãe?
11- Qual a justificativa de Frederico para não vir ao enterro da mãe,e o que ele
mandou ?
12- Qual é o tipo de discurso predominante no conto em análise?
13- Dê exemplos de:
a)discurso direto:_______________________________________________
b) discurso indireto:_____________________________________________
VAMOS A UMA REVISÃO ORAL
14- Você deve ter algumas experiências de leituras. Você já leu ou ouviu
um conto? Em pequenos grupos, tentem lembrar-se, de um deles, relatando:
Personagens – Enredo.
Em seguida, narre o conto relembrado para a turma. Conversem sobre
eles: são realmente gêneros literários contos? Por quê? O que os permitem
pertencer a esse tipo de texto?
Em grupos definam com as informações discutidas pela sala, o gênero
literário Conto.
AVALIAÇÃO: PRODUÇÃO DE TEXTO
Baseado no texto lido produza um texto dissertativo-argumentativo, pois falar em
discriminação é muito importante e os textos poderão ser postados no blog do colégio
para que os colegas leiam, para isto: “Sinceros pêsames”, este foi o fim mais
triste, frio e trágico de uma amizade tão pura e como uma assombração
insatisfeita que nos vivemos ao nosso redor sem satisfazê-la ou entendê-
la direito. O que você achou dessa atitude ocorrida depois de tudo que
passaram? Se fosse com você o que faria?
Pense nos leitores, o texto será para jovens como vocês.
Não se esqueça dos itens do texto: tese, desenvolvimento, três argumentos no
mínimo e conclusão. Elabore uma narrativa argumentativa a partir do seguinte
recorte temático: “Diante de uma amizade assim tão agressiva, não
faltavam bocas de serpentes”.
“Uns tinham ido atrás dos outros
levados pelos outros, seria ladrão?...”
(Mário de Andrade, “O Ladrão”)
Caros alunos,
Conversa inicial:
Como vimos no início da unidade com a frase “QUEM CONTA UM
CONTO, AUMENTA UM PONTO”.
Nesta seção vamos poder finalizar as leituras dos contos de Mário de
Andrade observando a solidariedade com que se unem na perseguição ao ladrão e o
que tem em comum com esta frase.
Em sua opinião:
Será que se aplica aqui a frase “Quem conta um conto, aumenta um ponto”?
Pode uma narrativa prender alguém na imaginação?
Você consegue ler e se entregar na imaginação?
Quando você conta algo a alguém como você conta?
Com atenção Após essas reflexões vamos ouvir a leitura feita
pelo professor do conto.
OBSERVAÇÃO:
Em virtude da necessidade de autorização do autor ou
de seus familiares para a utilização e publicação dos textos, nos
limitaremos aqui a apresentar apenas um trecho do conto, o
qual será apresentado na íntegra em documento à parte.
O Ladrão de Mário de Andrade
-Pega!
O berro,
seria pouco mais
de meia-noite,
crispou o silêncio
no bairro. Dormido,
acordou os de
sono mais leve,
botando em tudo
um arrepio de
susto .O rapaz veio
na carreira
CRITÉRIO EDITORIAL
A questão de estilo de
Mário de Andrade foi
respeitada nos contos
com rigor, devido ser
uma publicação
póstuma.
desabalada pela rua.
_Pega!
Nos corpos entrecortados, ainda estremunhando na angústia
indecisa,,estalou nítida , sangrenta, a consciência do crime horroroso. O rapaz
estacara numa estralada de pés forçando pra parar de repente, sacudiu o guarda
estatelado:
_Viu ele!
O polícia inda sem nexo, puxando o revólver:
_Viu ele?
_P...
{ }...
(ANDRADE, Mário. Contos Novos. 4 ed. São Paulo: Klick, 1997, p.32 .)
REFLETINDO SOBRE O CONTO
1- Chama a atenção o elemento coletivo nesse conto é bastante vivo, chegando perto
da técnica apresentada por Aluísio Azevedo em O Cortiço. Essa também é uma ótima
sugestão para ler e fazer um pararelo entre os dois textos.
ESTUDO DO VOCABULÁRIO
1- Vamos sempre voltar ao conto relê-lo e anotando em seu caderno as palavras
desconhecidas. Depois, procure-as no dicionário, não se esqueça de voltar sempre
ao texto para examinar o contexto nas quais elas apareceram e o sentido que pode
ser atribuído. Assim poderemos compreender melhor o conto.
2- Pesquisar a biografia do autor e suas características: Mário de Andrade e a
Semana de Arte Moderna na qual Mário de Andrade teve um papel muito importante.
VAMOS À COMPREENSÃO DO CONTO
Agora que você já leu o conto na íntegra responda
1- No conto O ladrão, encontram-se várias personagens. Elas, contudo, não são
claramente identificadas.
a) Dê a razão da precariedade de dados sobre as personagens do conto?
b) Quem é o ladrão que motiva todo o enredo da história?
c) O que é marcado no conto naquela agitação de pegar o ladrão:
-. Num primeiro momento:
- Num segundo momento:
VAMOS À INTERPRETAÇÃO DO CONTO
Agora que você já leu o conto na íntegra responda:
1. No conto O ladrão, encontram-se várias personagens. Elas, contudo, não são
claramente identificadas.
a) Dê a razão da precariedade de dados sobre as personagens do conto?
b) Quem é o ladrão que motiva todo o enredo da história?
2. Identifique, no conto “O Ladrão” os seguintes elementos da narrativa:
Personagens:_____________________________________________________
Espaço:__________________________________________________________
Tempo:__________________________________________________________
Ação:____________________________________________________________
Narrador:_________________________________________________________
3. Quando inicia o conflito da história lida?
4. Alguém vê o bandido na história lida?
5. Quando tudo silenciou quais os sons que se ouviu na madrugada?
6. Identifique no conto “O Ladrão”, os momentos da narrativa:
a) Situação inicial:_________________________________________________
b) Conflito:_______________________________________________________
c) Clímax:_______________________________________________________
d) Desfecho:_____________________________________________________
7. Onde se passa a história? Que indícios nos levam a reconhecer esse local?
8. Qual o tema abordado?
9. Retire do texto expressões que identifiquem a linguagem coloquial.
10. No trecho do Conto verificamos que:
A relação entre os personagens depende do espaço que eles estão.
A perseguição de um suposto ladrão, que ninguém consegue enxergar, desperta um
bairro suburbano cujos tipos vão sendo revelados ao leitor, num momento
extraordinário de quebra de rotina e de encontro entre as pessoas.
Você acha possível tantas pessoas tomarem partido na decisão da procura de
um suposto ladrão e será que há solidariedade entre as pessoas? Justifique
11- Então, depois de tudo que foi lido e discutido, você acredita na afirmativa:
QUEM CONTA UM CONTO, AUMENTA UM PONTO? Justifique.
AVALIAÇÃO: PRODUÇÃO DE TEXTO
1- Sabemos que existe diferença em falar e escrever, Mário de
Andrade deixa isto bem claro, pois nos contos a fala com quem ele conversa (o
interlocutor), se não há entendimento é fácil de explicar e acabam se
entendendo, pois se usa a linguagem informal.
Agora na escrita com quem se fala (o interlocutor) está ausente, então
a necessidade de que as ideias sejam bem claras e o uso da linguagem formal.
Então sabendo disto vamos produzir um texto e você deve usar a
linguagem formal. Pode usar a terceira pessoa como no conto “O Ladrão”. Não
se esqueça de colocar um título.
Vamos construir uma Coletânea de
contos, viajando no mundo da leitura e
da escrita?
Caros alunos,
COLOCANDO EM PRÁTICA OS RESULTADOS
Depois de ler os contos, vamos fazer uma coletânea de contos reescritos a
partir da visão de um dos personagens da narrativa. Por exemplo, recontar o conto
“Peru de Natal”, de Mário de Andrade, do ponto de vista da mãe de Juca.
# do ponto de vista dos peões em “O poço”.
# do ponto de vista de alguém de fora que percebe ou imagina o “clima”
entre Frederico Paciência e Juca.
# do marinheiro que recebe a conta da mão da criança para lhe dar sorte,
como em “Tempo de camisolinha”.
Escolha um dos contos lidos e faça as mudanças necessárias na narrativa
para integrar esse novo ponto de vista.
Cada um de vocês vai produzir a sua versão do conto escolhido e vai ler
para os colegas.
Em seguida os colegas vão comentar o que acharam da solução
encaminhada por você.
Vamos lá?...Vamos montar nosso Portfólio de Contos?...
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esperamos que, ao final deste projeto, vocês tenham apreciados e como
Chartier (1996) afirma que a leitura e escrita é dever de todos. Não uma ação isolada
de um grupo de professores. Então façamos a nossa parte e lembrando que por meio
de um livro pode – se transformar a visão social e, através da visão de mundo,
transformar também o próprio mundo social. (CHARTIER, 1996, p. 243).
Daí a necessidade de vivências de leituras de textos literários e habilidades
de compreensão leitora para trabalhar com os alunos, eles, como se espera de
leitores eficientes, visto que a prática de leitura é um excelente ponto de partida para
todas as outras atividades escolares. Esta é a pretensão simples de fornecer não a
fuga para outras realidades, mais sim uma maneira de se transformar e transformar o
mundo e o livro se lido, pode fazer essa ponte, esse é nossa simples contribuição.
Obrigado a todos pela participação.
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