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PATRÍCIA DA ROSA PEREIRA
CAFÉ, CHÁ-VERDE E CHIMARRÃO COMO PROTETORES CARDIOV ASCULAR
CANOAS, 2011
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PATRÍCIA DA ROSA PEREIRA
CAFÉ, CHÁ-VERDE E CHIMARRÃO COMO PROTETORES CARDIOV ASCULAR
Trabalho de conclusão apresentado para a banca examinadora do curso de Nutrição do Centro Universitário La Salle – Unilasalle, como exigência parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Nutrição.
Orientação: Profª M.ª Rosana Maria Carolo da Costa e Silva
CANOAS, 2011
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PATRÍCIA DA ROSA PEREIRA
CAFÉ, CHÁ-VERDE E CHIMARRÃO COMO PROTETORES CARDIOV ASCULAR
Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Nutrição do Centro Universitário La Salle – Unilasalle
Aprovado pela banca examinadora em 08 de dezembro de 2011
BANCA EXAMINADORA:
______________________________________
Profª M.ª Rosana Maria Carolo da Costa e Silva
Unilasalle
______________________________________
Profª M.ª Carmem Kieling Franco
Unilasalle
______________________________________
Profº M.e Francisco Stefani Amaro
Unilasalle
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente à Deus, autor e orientador do projeto de minha vida.
Meus pais por todo auxílio e carinho nessa jornada, minhas doces e amadas
mãe e Bru, por toda paciência durante a realização deste trabalho, vocês 3 por
estarem ao meu lado em todas as situações e com muito amor souberam me ajudar
e compreender, obrigada. Ju por fazer parte da minha vida tornando-a muito
especial, estando sempre ao meu lado e me ajudando sempre que preciso,
obrigada. A todos os meus familiares e amigos que dividiram sempre muitos
momentos de alegrias, sorrisos, lágrimas, angústias e de uma forma ou outra
construíram uma longa estrada de amor e felicidade.
Não podendo deixar de agradecer, mesmo que eles não saibam e podem não
entender do mesmo jeito que nós, aos meus queridos e amados bichinhos, aos
felinos Torick (participando diretamente das minhas longas horas de estudo, estando
sempre ao meu lado), Bel e Chico (que partiu durante a realização deste trabalho) e
aos caninos, Isa, Marusa e Pérola. Vocês e todos os outros que passaram pela
minha vida, me ajudaram a criar um grande amor por ela e a valorizar-la. Mostrando-
me que mesmo de espécies diferentes, vendo o mundo de formas diferentes, vocês
merecem um imenso respeito e amor, sejam os de casa ou os da rua. Na língua que
entendam, obrigada.
À todos àqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a realização
deste trabalho.
Aos meus mestres queridos que me auxiliaram e fizeram essa etapa da minha
vida ser sensacional, vocês são responsáveis por eu me tornar uma profissional na
área da saúde, obrigada.
Prof. Rô Carolo, minha querida orientadora, foi mãe e professora de uma
grande turma, que na maioria das vezes éramos apenas mulheres, e mesmo assim
conseguiu aninhar em seus braços todas juntas. Obrigada por me encantar e me
levar à cardiologia, fazendo o meu interesse aumentar cada dia mais, além de me
ajudar muito a escolher o tão difícil tema e que hoje não poderia ser diferente, estou
realizada e apaixona por esse trabalho. Obrigada pela paciência seja ela
pessoalmente, no Unilasalle, no Hospital de Clinicas, na internet ou no telefone, em
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qualquer hora ou momento (acordada, dormindo ou em festas da família) sempre me
orientou e me ajudou muito.
Prof. Carmem Franco, na sua simpatia e elegância transformou a nutrição em
algo mágico, fez as patologias se tornarem (por mais incrível que pareça)
fascinantes, sempre foi maravilhoso ver sua verdadeira adoração por tudo que faz,
transformou até mesmo as excreções em algo tão interessante de ser estudado,
obrigada.
Prof. Francisco Amaro, seu amor pelo Sistema Único de Saúde encanta a
qualquer um, fez a Saúde Pública me encantar profundamente e sempre me
mostrou o quão importante somos (nutricionistas e demais profissionais da saúde)
importantes. Ensinou-nos que é na base que tudo se transforma e que a verdadeira
“cura” é através da prevenção e educação. Mesmo me fazendo decorar leis, muito
obrigada.
Prof. Sandra Muttoni, querida professora, sempre foi essa imagem que passou
para todos os alunos, seja por suas consultas nas provas de alguns minutos ou por
seu carinho por todas. Foi minha orientadora de estágio, me ensinou tudo sobre
ervas e especiarias, és a responsável por minha paixão sobre fitoterapia. Temos
algo muito importante em comum, o amor por gatos e, diga-se de passagem, admiro
muito isso, pois quem ama dessa forma seus animais, ama a vida, obrigada.
Prof. Joelso Peralta, apesar da bioquímica e das horas de estudo, você é uma
ótima pessoa. Ensinou-me muito sobre rotas, metabolismo, suplementos e esportes.
Com sua fala rápida de inteligência inigualável, faz suas aulas surpreendentes, onde
tudo existe explicação. Na disciplina de Nutrição Esportiva, foi uma superação de
paciência e dedicação, muitas mulheres, muitas conversas e muito estudo, obrigada.
Prof. Stela Máris, coordenadora e professora, várias vezes quebrou muitas
“árvores” e não somente galhos para conseguirmos as disciplinas desejadas, foi de
extrema importância sua participação em todos os semestres onde sempre foi muito
requisitada, apesar de ser um trabalho desgastante e pouco reconhecido és
fundamental, indispensável e insubstituível, obrigada.
Prof. Lovaine Rodrigues, sua meiguice e doçura são incríveis, em sua fala (de
“nana neném”) transmite muito seu amor pela pediatria. Sempre mostrou uma
verdadeira paixão pelo que faz e soube nos ensinar a amar também. Em Nutrição
Experimental superando as expectativas ensinou muito mais do que o esperado,
com muita calma, carinho e delicadeza, muito obrigada.
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Prof. Fernanda Miraglia, nos mostrou os ciclos da vida, de uma forma calma e
tranqüila, com muita paciência. Posteriormente fomos para as terapias infantis, e por
mais difícil que fossem as situações e doenças apresentas, sempre mostrou um
verdadeiro amor pela nutrição e por transmitir ensinamentos, obrigada.
Prof. Delmar Bizzani, não é nutricionista, mas é minha segunda profissão
(quem sabe um dia), um veterinário. Nas primeiras disciplinas mostrou sobre a
microbiologia, nos ensinou a gostar da forma mais difícil da nutrição. Com muita
calma e serenidade e alguns bichinhos mostrados, ficamos alguns dias sem comer,
mas aprendemos que deles devemos nos afastar, muito obrigada.
Prof. Rosa Paula, querida e adorada professora, em suas disciplinas muitas
coisas foram aprendias desde pizza e bolos à saber manipular os alimentos. Nos
ensinou a “bendita” RDC 216 que jamais será esquecida, nos mostrou a importância
do Manual de Boas Práticas e sua “facilidade” em desenvolvê-lo. Além de professora
uma conselheira, acalmando os alunos em momentos de picos de stress com doçura
e carinho, muito obrigada.
Prof. Lazzarotto, tão incrivelmente mau, com apelidos de malvado, durão, cruel,
mas que bem no fundo mostra simpatia e carinho, nos apresentou como devemos e
onde devemos pesquisar. Ensinou que apesar de difícil e trabalhosa é a pesquisa
que faz a evolução, é ela que faz progredir e quão é importante fazer uma pesquisa
bem feita, todas as normas nunca serão esquecidas, obrigada.
Todos os demais professores, muito obrigada por suas participações em minha
trajetória acadêmica, vocês fizeram grande diferença na minha vida.
Obrigada minhas colegas que sempre ajudaram e participaram seja em aula ou
na realização de trabalhos, o coleguismo foi fundamental. Obrigada pelas risadas
altas e conversas paralelas, apesar de não parecer, isso também é importante para
formação e crescimento. Foi ótimo dividir minha futura profissão, conhecimentos,
enfim minha vida, obrigada.
Obrigada Serê pelo chimarrão de todas as aulas, Carol Blum pelas conversas e
risadas, Carla, Daí e Rose por dividirem comigo todas as angustias, dificuldades,
alegrias e cafés no “calabouço” do HCPA. Foi maravilhoso dividir isso com vocês.
Rose pelos puxões de orelha para iniciar logo o TCC, pois “não vai dar tempo”.
obrigada .
6
Enfim a todos que sempre estiveram ao meu lado me apoiando e me
incentivando na realização deste trabalho e dos 4 anos e ½ do curso, assim me
formando Nutricionista.
Muito obrigada!
7
“O destino das nações depende daquilo e de como as pessoas se alimentam.”
(Brillat-Savarin, 1825)
“Deixe que a alimentação seja o seu remédio e o seu remédio a sua alimentação.”
(Hipócrates)
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RESUMO
As doenças cardiovasculares (DCV) possuem um grande impacto na saúde e com
reflexo na economia mundial, seja pelo número de internações ou número de óbitos.
Além de consumir uma grande quantia em medicamentos e tratamentos disponíveis
pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os principais fatores de risco para desenvolver
DCV estão vinculados a inadequação alimentar e podem ser modificados por hábitos
alimentares saudáveis. Com o consumo de alimentos funcionais é possível diminuir
os efeitos nocivos de uma dieta inadequada, assim minimizando possíveis
alterações bioquímicas e fisiológicas. Suas propriedades antioxidantes ajudam a
reduzir a incidência de DCV e de algumas doenças crônicas não transmissíveis
(DCNT), podendo ser considerados promotores de saúde. Estudos mostram a
importância cardioprotetora de alimentos como o café (Coffea arábica L.), chá-verde
(Camellia Sinensis) e chimarrão (Ilex Paraguariensis A. St.Hil.). O café pertence ao
grupo de alimentos com maior conteúdo antioxidante, rico em ácidos clorogênicos
que entre outros benefícios, possuem propriedades antioxidantes cardioprotetoras.
O consumo regular de chá-verde por ser rico em antioxidantes, como as catequinas,
reduz os níveis de colesterol plasmático inibindo a inflamação vascular e os riscos
de trombogênese. O chimarrão, feito a partir da erva-mate, além das suas
propriedades antioxidantes, possui efeito hipocolesterolêmico, tendo como efeito
minimizar a formação do ateroma, isso devido aos constituintes fenólicos presentes
em suas folhas.
Palavras-chave: Doenças cardiovasculares. Alimentos antioxidantes. Café. Chá-
verde. Chimarrão.
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ABSTRACT
Cardiovascular disease (CVD) have a major impact on health and reflects the world
economy, is the number of hospitalizations or deaths. In addition to consuming a
large amount of available medicines and treatments by Unified Health System (SUS).
The main risk factors for developing CVD are linked to inadequate diet and can be
modified for healthy eating habits. With the consumption of functional foods is
possible to reduce the harmful effects of inadequate diet, thus minimizing possible
biochemical and physiological changes. Its antioxidant properties help to reduce the
incidence of CVD and some chronic noncommunicable diseases (NCD) and can be
considered as health promoters. Studies show the importance of cardioprotective
foods such as coffee (Coffea arabica L.), green tea (Camellia Sinensis) and mate
(Ilex paraguariensis A. St. Hil.). Coffee belongs to the group of foods with the highest
antioxidant content, rich in chlorogenic acids which among other things, antioxidants
have cardioprotective properties. Regular consumption of green tea because it is rich
in antioxidants such as catechins, reduces plasma cholesterol levels by inhibiting
vascular inflammation and the risk of thrombogenesis. The mate, made from the
yerba mate, in addition to its antioxidant properties, has hypocholesterolemic effect,
having the effect of minimizing the formation of atheroma, this due to the phenolic
constituents present in their leaves.
Keywords: Cardiovascular diseases. Food antioxidants. Green Tea Café. Chimarrão.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................11
2 JUSTIFICATIVA .....................................................................................................12
3 OBJETIVOS .......................................................................................................... 13
3.1 Objetivo geral .................................................................................................... 13
3.2 Objetivos específicos ........................................................................................13
4 METODOLOGIA.....................................................................................................14
5 REFERENCIAL TEÓRICO .....................................................................................15
5.1 Fisiopatologia .....................................................................................................15
5.2 Epidemiologia .....................................................................................................17
5.3 Fatores de Risco ................................................................................................20
5.3.1 Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). .............................................................20
5.3.2 Tabagismo.........................................................................................................20
5.3.3 Dislipidemias.....................................................................................................21
5.3.4 Diabetes Mellitus (DM)......................................................................................22
5.3.5 Obesidade.........................................................................................................23
5.3.6 Sedentarismo....................................................................................................25
5.3.8 Síndrome Metabólica........................................................................................26
5.4 Alimento funcional .............................................................................................31
5.4.1 Café (Coffea arábica L.)................................................................................... 32
5.4.2 Chá-verde (Camellia Sinensis)..........................................................................35
5.4.3 Chimarrão (Ilex Paraguariensis A. St.Hil.)........................................................ 37
6 CONCLUSÃO .........................................................................................................42
REFERÊNCIAS..........................................................................................................43
11
1 INTRODUÇÃO
De acordo com o Ministério da Saúde (MS) as doenças cardiovasculares (DCV)
são significativamente responsáveis pelo alto índice de mortalidade em todas as
regiões do Brasil além de consideráveis gastos à saúde pública, resultando no
somatório de 1/3 dos óbitos por causas conhecidas e 2/3 dos gastos com atenção a
saúde. (BARBOSA apud BRASIL, 2008).
Alguns fatores são responsáveis pelas DCV entre estes se encontram o padrão
alimentar com o consumo de uma alimentação pobre e vitaminas e sais minerais,
sendo ainda, rica em conservantes, corantes e açúcares além do consumo em
excesso das gorduras saturadas e principalmente de gorduras trans. Tornando as
dietas mais calóricas, bem como a redução na atividade física cotidiana contribuindo
assim para formação de aterogênese, causador principal das doenças
cardiovasculares. (WORLD HEALT ORGANIZATION apud BRASIL, 2008).
A ingestão de alimentos ricos em antioxidantes pode ser um fator importante na
redução da incidência de doenças cardiovasculares. (CINTRA apud SANTOS,
2004).
Diversos estudos epidemiológicos e clínicos têm demonstrado a importância
dos flavonóides e ácidos fenólicos (substâncias fenólicas) na prevenção de DCV.
(LIMA et al, 2010)
O consumo de café pode ter um efeito protetor e influenciador na prevenção de
mortalidade causada por DCV. (ALVES et al., 2009).
A ingestão diária do chá-verde pode estar relacionada à diminuição dos riscos
para doenças cardiovasculares. (SENGER, 2010).
A ingestão do chimarrão tem sido apontada como potente inibidor de radiais
livres, trazendo assim diversos benefícios inclusive ao coração. (SCHINELLA apud
PEDROSO, 2008).
12
2 JUSTIFICATIVA
As doenças cardiovasculares (DCV) são uma das principais causas de
mortalidade no Brasil e no mundo, levando em consideração também os altos
valores investidos em saúde pública com tratamento e prevenção destas. Tendo o
conhecimento que o possível motivador para o desenvolvimento de DCV acontece
através de uma alimentação com alto teor de sódio, gorduras saturadas, gorduras
trans, doces, condimentos, industrializados, enlatados, entre outros, juntamente com
a falta de exercício físico. Considerando que o esclarecimento à população
juntamente com orientações nutricionais poderiam reduzir esses números, pois é de
grande relevância que a alimentação saudável influencia diretamente na prevenção
dessas doenças e que os alimentos funcionais possuem um papel cardioprotetor.
Unindo estes fatores possivelmente poderemos reduzir os altos valores de DCV e
suas consequências.
Buscou-se através deste trabalho pesquisar em artigos científicos, livros e sites do
governo (DATASUS) o efeito do consumo de café (Coffea arábica L.), chá-verde
(Camellia Sinensis) e chimarrão (Ilex Paraguariensis A. St.Hil.) na saúde
cardiovascular, tendo em vista a importância destes alimentos na ingestão diária dos
brasileiros, com o consumo de café e chá-verde e o forte hábito do chimarrão no dia-
a-dia dos gaúchos.
13
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
Realizar uma revisão bibliográfica em estudos existentes relacionando a promoção,
a prevenção e o tratamento às doenças cardiovasculares com o consumo dos
alimentos café (Coffea arábica L.), chá-verde (Camellia Sinensis) e chimarrão (Ilex
Paraguariensis A. St.Hil.) e suas funções antioxidantes.
3.2 Objetivos específicos
a) Buscar relação na saúde cardiovascular com o consumo de café (Coffea arábica
L.).
b) Buscar relação na saúde cardiovascular com o consumo de chá-verde (Camellia
Sinensis).
c) Buscar relação na saúde cardiovascular com o consumo de chimarrão (Ilex
Paraguariensis A. St.Hil.).
14
4 METOLOGIA
Este trabalho foi desenvolvido a partir de pesquisa de artigos em bases
científicas: Med Line, Lilascs, Scielo, PubMed, Google acadêmico, publicados no
período de 1988 a 2011. Outra fonte de pesquisa foram livros e o site do Ministério
da Saúde DATASUS.
A partir da leitura do material coletado foi desenvolvido o referencial teórico
com as devidas citações bibliográficas.
15
5 REFERENCIAL TEÓRICO
5.1 Fisiopatologia
As doenças arteriais coronarianas (DAC) dificultam o fluxo sanguíneo, podendo
impedir de circular no coração e chegar ao miocárdio. A principal causa de DAC é a
aterosclerose, que é a obstrução da artéria coronária por placa de ateroma, total ou
parcial. Esta obstrução altera no fluxo sanguíneo, o deixando prejudicado ou
inadequado. A aterosclerose nas artérias coronárias causa o infarto agudo do
miocárdio (IAM) e angina, nas artérias cerebrais causam acidente vascular cerebral
(AVC) e na circulação periférica causam varizes e gangrena. (MAHAN; STUMP,
2005).
A aterosclerose é uma doença causada por vários fatores que determinam
eventos clínicos resultantes de morbi-mortalidades consideráveis. É representada
pela ocorrência de infarto agudo do miocárdio (IAM), angina e morte súbita. Está
associada à função lipídica, ativação plaquetária, trombose, inflamação, disfunção
endotelial, estresse oxidativo e alterações metabólicas, entre outros fatores.
(SIGNORI et al., 2006).
As lesões nas artérias são resultado da proliferação de células de músculo liso,
macrófagos e linfócitos (células participantes da resposta inflamatória); formação de
células de músculo liso em uma matriz de tecido conjuntivo; e acúmulo de lipídio e
colesterol na matriz ao redor das células. O depósito de lipídios e outros materiais
(produtos de eliminação celular, cálcio e fibrina) que constituem a denominada placa
de ateroma. Os possíveis formadores dessa inflamação são hipercolesterolemia,
lipoproteína de baixa densidade (LDL-C) oxidada, hipertensão arterial (HAS),
tabagismo, diabetes mellitus (DM), obesidade e dietas ricas em gorduras saturadas
e colesterol. (MAHAN; STUMP, 2005).
Conceitua-se a insuficiência cardíaca como síndrome cardiovascular onde
observamos a incapacidade do coração em manter o débito cardíaco normal. Este é
dividido em aguda ou crônica. O paciente denominado cardiopata agudo, que por
uma serie de fatores onde inicialmente possuía uma vida normal, passa a apresentar
descompensação hemodinâmica grave. Estas são: IAM, arritimias cardíacas,
disfunções valvares agudas, pós-operatório de cirurgia cardíaca, miocardites e
pericardites. O cardiopata crônico, tendo ou não a insuficiência compensada possui
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diversas características e sua adaptação se faz na evolução da doença. Que são:
miocardia isquêmica, disfunção valvar crônica, aneurisma de ventrículo esquerdo,
cor pulmare avançado, cardiopatias congênitas graves e HAS. (WAITZBERG, 2006).
5.2 Epidemiologia
As doenças cardiovasculares são uma das principais causas de mortalidade no
mundo e o crescimento é significativo nos países em desenvolvimento. (RIQUE et
al., 2002). Tais doenças são responsáveis por uma grande incidência de mortes
prematuras entre a população adulta. (MARTINS et al., 1993).
De acordo com Organização Mundial da Saúde estimou que, no ano de 2005,
35 milhões de pessoas morreram no mundo por doenças crônicas, o que representa
60% de todas as mortes e 17,5 milhões por doenças cardiovasculares. A
repercussão econômica é enorme, especialmente nos países mais pobres. Estima-
se que a perda de renda nacional devida às doenças cardiovasculares e diabetes
atingirá aproximadamente no ano de 2015, 49,2 bilhões de dólares e 20 milhões de
pessoas morrerão por DCV, principalmente IAM e AVC no Brasil. Pois no ano de
2001 os números de internações pelo SUS totalizaram em 1.150.000, com um custo
aproximado de R$ 475 milhões, sendo que nesses números não estão inclusos os
gastos com procedimentos de alta complexidade. Deste total, 25,7% foram gastos
com internações de pacientes AVC ou IAM. Já entre julho de 2008 e junho de 2009,
foram despendidos cerca de R$ 92 milhões de reais do setor público somente com
as estatinas, visto que esse medicamento reduz as concentrações plasmáticas do
LDL-C, o que diminui o risco de eventos cardiovasculares e a ocorrência de morte.
(WORLD HEALTH ORGANIZATION apud BRASIL, 2005; BRASIL, 2001; BRASIL,
2009).
As mortes registradas em 1998 no Brasil, resultaram em 930mil, destas 31%
aconteceram como consequência de doenças cardiovasculares, posteriormente até
o ano de 2009 os números de óbitos por DCV representou 30%. Desses
aproximadamente 50% aconteceram com adultos entre 30 e 69 anos de idade, ou
seja, em sua fase produtiva. Deve-se levar em consideração que estas mortes
prematuras e as incapacidades parciais ou totais possuem grande impacto no
sistema de saúde além da falta de qualidade de vida dos indivíduos. (COSTA E
SILVA et. al, 2008; PEREIRA et al, 2009)
17
No Brasil de acordo com o Plano Nacional de Saúde (PNS), as doenças do
aparelho circulatório, no ano de 2007, foram a primeira causa de óbito em todo país
e em todas as regiões, sendo este neste ano responsáveis por 29,4% dos óbitos
como mostra a figura 1.
Figura 1. Distribuição populacional das mortes por doenças do sistema circulatório
no Brasil e regiões no ano de 2007
Fonte: Adaptado de SIM-CGIAE/Dasis/SVS/MS.
De acordo com a Secretaria de Vigilância em Saúde, no Brasil o AVC, o IAM,
os homicídios e o diabetes mellitus (DM) são nesta ordem as principais causas de
óbitos na população. Visto que em 2005 a mortalidade registrada separadamente
por faixa etária no país, onde a partir dos 40 anos de idade a principal causa de
mortalidade ocorreu por doenças do aparelho circulatório e a segunda causa de
morte em pessoas de 30 a 39 anos de idade, ficando abaixo apenas das mortes por
causas externas. (BRASIL, 2008).
Segundo o DATASUS através do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde,
em seu Relatório de Saúde do Rio Grande do Sul (2006), mostra que os valores de
óbito por DCV apresentou uma queda entre os anos 1996 e 2000 em todos os
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estados do Brasil seguidos de um aumento a partir de 2001 até 2004, com exceção
de Porto Alegre, que continuou decrescendo, representado na figura 2.
Figura 2. Taxa Padronizada de mortalidade por DAC na população >30 anos. Porto
Alegre, Rio Grande do Sul, Sul e Brasil, 1996-2004
Fonte: Adaptada da Secretaria de Vigilância em Saúde/MS (2006).
5.3 Fatores de Risco
Os fatores de risco para doenças cardiovasculares de acordo com a Sociedade
Brasileira de Cardiologia (SBC) são: tabagismo, etilismo, hipertensão arterial
sistêmica (HAS): >140/90mmHg, lipoproteína de alta densidade (HDL-C): <40mg/dL
(porém com valores >60mg/dL, são considerados um fator de proteção), lipoproteína
de baixa densidade (LDL-C): > 160mg/dL, colesterol total (CT): >200mg/dL, diabete
mellitus (DM), idade (>45 anos para homens e >55 anos para mulheres), historia
familiar de aterosclerose (parentes de primeiro grau <55 para homens e <65 para
mulheres), excesso de peso (IMC >25 kg/m²) principalmente com gordura na região
abdominal e sedentarismo. (SANTOS ET AL., 2001).
19
5.3.1 Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)
A Hipertensão arterial sistêmica é um grave problema de saúde pública no
Brasil e no mundo. Sendo este um dos mais importantes fatores de risco para o
desenvolvimento de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais, sendo
responsável por pelo menos 40% das mortes por acidente vascular cerebral, por
25% das mortes por doença arterial coronariana (DAC). Com o critério de
diagnóstico de hipertensão arterial, a pressão arterial (PA), estando igual ou maior
que 140/90 mmHg, devendo este ser repetido em outra situação e momento para
confirmação de diagnóstico, pois diversos fatores podem alterar a pressão arterial
momentaneamente. A prevalência na população urbana adulta brasileira varia de
22,3% a 43,9%. (BRASIL, 2006).
5.3.2 Tabagismo
Durante o consumo de cigarros, charutos e cachimbos são introduzidas no
organismo mais de 4.700 substâncias tóxicas, incluindo nicotina (responsável pela
dependência química), monóxido de carbono e alcatrão, que é constituído por
aproximadamente 50 substâncias pré-cancerígenas. O consumo de cigarro causa
aproximadamente 50 tipos de doenças. O que afeta diretamente nos mecanismos de
aterogênese, trombose, sistema vasomotor e arritmogênico. (COSTA E SILVA,
2005).
Estatísticas mostram que os fumantes, comparados aos não fumantes,
apresentam um risco 10 vezes maior de adoecer de câncer de pulmão, 5 vezes
maior de sofrer infarto, 5 vezes maior de sofrer de bronquite crônica e enfisema
pulmonar e 2 vezes maior de sofrer derrame cerebral. (BRASIL, 2007).
Ao parar de fumar 2 horas, não há mais nicotina circulando no sangue do
fumante. Após 8 horas, o nível de oxigênio no sangue se normaliza. De 12 a 24
horas após o último cigarro, os pulmões já funcionam melhor. Por um período de 2
dias, o olfato já percebe melhor o cheiro e o paladar já está mais sensível. Após 3
semanas, a respiração se torna mais fácil e a circulação melhora. Após 1 ano, o
risco de morte por infarto já foi reduzido pela metade. De 5 a 10 anos após de parar
de fumar, o risco de infarto será igual ao de pessoas que nunca fumaram. (BRASIL,
2007).
20
5.3.3 Dislipidemia
A elevada concentração plasmática de lipoproteína de baixa densidade (LDL-
C) tem relação direta com o desenvolvimento de doença arterial coronariana e a
baixa concentração plasmática da lipoproteína de alta densidade (HDL-C) tem sido
apontada como um dos mais fortes fatores de risco independentes para a doença
aterosclerótica coronariana. Os aumentos modestos nos triglicerídeos também
aumentam o risco de eventos coronarianos e a progressão da DAC, assim como a
formação de novas lesões. (COSTA; SILVA, 2005).
Os valores de referência para o diagnóstico de dislipidemias esta apresentado
na figura 3.
Figura 3. Valores de referência de dislipidemias para adultos
Fonte: Tabela adaptada de SANTOS ET AL., 2001.
5.3.4 Diabetes Mellitus (DM)
O DM é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia,
resultante de defeitos de secreção e/ou ação da insulina envolvendo processos
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patogênicos específicos, como a destruição das células beta do pâncreas
(produtoras de insulina), resistência à ação da insulina, distúrbios da secreção da
insulina, entre outros. (BRASIL, 2006).
De acordo com o IBGE em 2005 aproximadamente 11% da população com
idade igual ou superior a 40 anos, o que representa cerca de 5 milhões e meio de
portadores de diabetes no Brasil. (BRASIL, 2006).
Os tipos de diabetes mais frequentes são o diabetes tipo 1 (DM1), que
compreende aproximadamente 10% do total de casos, e o diabetes tipo 2 (DM2),
que compreende aproximadamente de 90% do total de casos. Outro tipo de diabetes
encontrado com maior frequência é o diabetes gestacional, que, em geral, é um
estágio pré-clínico de diabetes, detectado no pré-natal. Outros tipos específicos de
diabetes menos frequentes podem resultar de defeitos genéticos da função das
células beta, defeitos genéticos da ação da insulina, doenças do pâncreas exócrino,
endocrinopatias, efeito colateral de medicamentos, infecções e outras síndromes
genéticas associadas ao diabetes. (BRASIL, 2006).
No DM 2, acontece a resistência à insulina, a qual está envolvida na gênese do
DM e da DAC. Fatores que se associam à resistência à insulina são obesidade,
fatores genéticos, idade avançada, e inatividade física. Há um aumento da
mortalidade por doença cardíaca coronariana aproximadamente duas a três vezes
no homem e quatro a seis vezes na mulher, comparada com pessoas com tolerância
normal à glicose. (STAMLER ET AL.,1993).
De acordo com American Diabetes Association - ADA (2001), tanto o DM 1,
como o DM 2 são fatores de risco independentes para DAC, a qual frequentemente
é assintomática nestes pacientes. Além de apresentarem doença de múltiplas
artérias.
Os testes laboratoriais mais utilizados para suspeita de diabetes ou regulação
glicêmica alterada são a glicemia de jejum, onde é aferido o nível de glicose
sangüínea após um jejum de 8 a 12 horas. O teste oral de tolerância à glicose (TTG-
75g), onde o paciente recebe uma carga de 75 g de glicose, em jejum e a glicemia é
medida antes e 120 minutos após a ingestão. E a glicemia casual, esta é tomada
sem padronização do tempo desde a última refeição. Pessoas cuja glicemia de jejum
situa-se entre 110 e 125 mg/dL (glicemia de jejum alterada), por apresentarem alta
probabilidade de ter diabetes, podem requerer avaliação por TTG-75g em 2h.
Mesmo quando a glicemia de jejum for normal (< 110 mg/dL), pacientes com alto
22
risco para diabetes ou doença cardiovascular devem fazer avaliação por TTG. Para
diagnóstico de DM os valores glicose em jejum >140mg/dL e após TTG > 200mg/dL.
(BRASIL, 2006).
5.3.5 Obesidade
É denominada obesidade, o acúmulo de gordura corporal causado por um
consumo elevado de energia na alimentação, sendo assim superior àquela usada
pelo organismo para sua manutenção e realização das atividades diárias. Portanto a
ingestão alimentar é maior que o gasto energético correspondente. Pessoas obesas
possuem maior probabilidade à desenvolver doenças como HAS, DM, problemas
nas articulações, dificuldades respiratórias, doenças cardiovasculares entre outras.
(BRASIL, 2009)
Para a classificação do estado nutricional, utiliza-se o Índice de Massa Corporal
(IMC). Este valor é obtido através do seguinte cálculo: IMC= Peso/altura². Para
utilização dos valores de referência mostrados na figura 4, incluem-se todos os
indivíduos com idade entre 20 e 60 anos incompletos. (BRASIL, 2008).
Figura 4. Valores de referência para classificação de IMC em adultos
Fonte: Valores de WHO 1995, BRASIL 2008.
A população masculina tende a ter maior quantidade de gordura abdominal,
sendo esta chamada de padrão de gordura andróide. Já as mulheres possuem
maior quantidade de gordura na região glútea, chamada de padrão de gordura
ginecóide. Estes padrões são avaliados com medidas de circunferência de cintura e
de quadril, fazendo assim relação entre elas, dividindo os valores de cintura pela
medida do quadril chamada de relação cintura quadril (RCQ). Através dessa relação
se obtém os valores e considerações de gordura visceral. (CASTRO ET AL., 2004).
23
A localização de gordura abdominal ou chamada também de obesidade central,
se mostra associada a distúrbios metabólicos e risco para doenças cardiovasculares.
(LERÁRIO et al., 2002).
A circunferência da cintura (CC) é apontada como melhor indicador para aferir
a obesidade abdominal em comparação com a RCQ. Pois mede massa adiposa
visceral, estando fortemente relacionada com as doenças cardiovasculares
ateroscleróticas. A RCQ, que contém a medida da região glútea com numerosos
tecidos musculares, principais reguladores da sensibilidade à insulina sistêmica,
possui melhor associação à resistência à insulina. (MARTINS; MARINHO, 2003).
A circunferência da cintura é usada como padrão para identificar localização da
gordura e distribuição do tecido adiposo em adultos, os valores de referência estão
presentes na figura 5. (BRASIL, 2008).
Figura 5. Valores de referência para cc em adultos
Fonte: Valores de WHO 2000, BRASIL 2008.
No Brasil, aproximadamente 38 milhões de brasileiros com mais de 20 anos
estão acima do peso. Desse total, mais de 10 milhões são considerados obesos, de
acordo com os padrões estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e
pela Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO). Dados de 2003 da
Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) revelam que o excesso de peso afeta 41,1%
dos homens e 40% das mulheres, sendo que, desse grupo, a obesidade atingi 8,9%
dos homens e 13,1% das mulheres adultas. Este ainda afirma que o excesso de
peso dos brasileiros está relacionado ao aumento do consumo de alimentos
industrializados e também pela ingestão de grande quantidade de açúcar e gordura.
(BRASIL, 2009).
Porto Alegre é capital do Brasil com maior numero de adultos com excesso de
peso, 49% da população adulta está acima do peso. E 15,9% dos adultos gaúchos
estão com IMC acima de 30 kg/m². (BRASIL, 2009).
24
5.3.6 Sedentarismo
O sedentarismo um fator de risco importante para o desenvolvimento de
doenças crônicas. Estudos mostram que a inatividade física é prevalente em
mulheres, idosos e pessoas de baixo nível social. De acordo com Sociedade
Brasileira de Cardiologia atualmente 83% da população brasileira é sedentária. A
Estratégia Global para Dieta, Atividade Física e Saúde da Organização Mundial de
Saúde (OMS), recomenda pelo menos 30 minutos de atividade moderada, para
controle de peso e 60 minutos diários contínuos ou ao longo do dia, com objetivo de
reduzir os riscos de doenças crônicas principalmente as cardiovasculares. (BRASIL,
2006).
5.3.8 Síndrome Metabólica
Este é um dos fatores para eventos cardiovasculares que consiste na presença
alterações na resistência à insulina, ou diabetes tipo 2, denominada
hiperinsulinemia, aumento de triglicerídeos, aumento de LDL-colesterol e diminuição
de HDL-colesterol, do acúmulo de gordura abdominal e da hipertensão arterial.
(BARBOSA et al., 2010).
Os fatores acima citados individualmente, são considerados fatores de risco
modificáveis e a nutrição influencia diretamente nestes.
Em um estudo transversal realizado por Pereira et al. (2009), com 23.457
participantes com idade a partir dos 30 anos residentes nas cidades de: Aracaju,
Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza,
João Pessoa, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e
Vitória, onde foi coletado os dados apresentados na tabela 1, referente à prevalência
dos fatores de risco modificáveis para risco cardiovascular, separados por faixa
etária.
25
Fonte: Tabela modificada de PEREIRA et al., 2009.
Tabela 1. Prevalência de fatores de risco cardiovasculares modificáveis por faixa etária, Brasil, 2002 a 2003.
Faixa Etária (anos) Fator de
Risco 30 a 39 anos
40 a 49 anos
50 a 59 anos
60 a 69 anos
Total
Dieta Inadequada
66,91 (64,33 a 69,40)
70,66 (67,70 a 73,45)
70,69 (66,93 a 74,20)
71,89 (67,57 a 75,85)
69,44 (67,76 a 71,07)
Inatividade física
40,73 (38,06 a 43,45)
38,97 (35,98 a 42,04)
41,06 (37,37 a 44,86)
41,39 (36,81 a 46,12)
40,33 (38,41 a 42,29)
Obesidade central
17,74 (15,58 a 20,12)
27,47 (24,99 a 30,11)
41,18 (38,06 a 44,37)
37,42 (33,26 a 41,77)
27,99 (26,47 a 29,56)
Hipertensão 12,89 (11,22 a 14,77)
25,79 (23,14 a 28,64)
41,73 (38,43 a 45,11)
47,33 (42,57 a 52,14)
27,16 (25,71 a 28,66)
Fumantes 18,32 (16,38 a 20,44)
28,87 (26,22 a 31,67)
30,93 (27,79 a 34,25)
30,60 (26,74 a 34,76)
25,66 (24,21 a 27,18)
Ex-fumantes 21,99 (19,81 a 24,34)
26,71 (24,31 a 29,26)
21,96 (19,31 a 24,87)
17,64 (14,21 a 21,67
22,94 (21,63 a 24,31)
Álcool 7,97 (6,82 a 9,29)
9,76 (8,12 a 11,7
7,11 (5,60 a 8,99)
4,31 (2,51 a 7,29)
7,91 (7,06 a 8,85)
26
De acordo com o Ministério da Saúde (2006) os principais fatores de risco para
desenvolver DCV estão representados no quadro a seguir.
Quadro 1. Fatores de risco para DCV de acordo com Ministério da Saúde
Fatores de Risco para DCVde acordo com Ministério d a Saúde
História familiar de DAC prematura (familiar de
1º grau-sexo masculino <55 anos e sexo feminino <65 anos)
Homem >45 anos e mulher >55 anos
Tabagismo
Hipercolesterolemia (LDL-c elevado)
Hipertensão arterial sistêmica
Diabete mellitus
Obesidade (IMC > 30 kg/m²)
Gordura abdominal
Sedentarismo
Dieta pobre em frutas e vegetais
Estresse psico-social
Fonte: Adaptada do MS 2006.
A pessoa que apresenta 9 destes fatores tem 90% de chance de apresentar
DCV no mundo inteiro. Dos fatores controláveis (de acordo com os dados do Plano
de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes de 2001) estão
HAS e DM cujos quais no Brasil têm uma prevalência de 36% para HAS e 10% para
DM na população acima de 40 anos. É estimado que mais de 15 milhões de
brasileiros tenham HAS, sendo aproximadamente 12.410.753 usuários do SUS.
Porém mais de um 1/3 desconhecem a doença e menos de 1/3 dos hipertensos com
diagnóstico apresentam tratamento adequado proposto. Os números de portadores
de DM, dos 3.643.855 estimados como usuários do SUS, quase metade
desconhecia ter a doença e apenas 2/3 destes indivíduos estão em
acompanhamento nas unidades de atenção básica. Sendo estes, o Ministério da
Saúde ainda apresenta em seu caderno de Atenção Básica n°14 os fatores de risco
para DCV de acordo com o estudo de Framingham, onde dividiram em homens e
27
mulheres, com os critérios representados na figura 6 para homens e na figura 7 para
mulheres.
Figura 6. Escore de Framingham para homens
Fonte: Tabela de Escore elaborada no Caderno de Atenção Básica, (BRASIL,2006).
28
Figura 7. Escore de Framingham para mulheres
Fonte: Tabela de Escore elaborada no Caderno de Atenção Básica, (BRASIL, 2006).
29
5.4 Alimento funcional
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) na
resolução número 18 de 30 de abril de 1999, define-se “o alimento ou ingrediente
que além das funções nutricionais básicas, produz efeito metabólico e ou fisiológico
trazendo benéficos à saúde, devendo ser seguro para o consumo sem a supervisão
médica.”
Estes possivelmente ajudam na diminuição de algumas doenças crônicas não
transmissíveis DCNT, sendo assim considerados promotores de saúde podendo,
portanto, influenciar na expectativa de vida e sua qualidade. (SALGADO apud
SENGER, 2010).
A ingestão de alimentos antioxidantes pode ser um fator muito importante na
redução da incidência de doenças cardiovasculares. (CINTRA et al. apud SANTOS,
2004).
Os antioxidantes têm capacidade de interceptar os radicais livres formados
pelo metabolismo celular ou por fontes exógenas, protegendo assim sua ação de
lesão e perda da integridade celular nos lipídios, nos aminoácidos das proteínas, as
duplas ligações dos ácidos graxos polinsaturados e nas bases do DNA. Os danos
oxidativos podem causar a inativação enzimática, mutação, ruptura da membrana, o
aumento da aterogenicidade de lipoproteínas plasmáticas de baixa densidade e a
morte celular. Estes efeitos tóxicos do oxigênio são associados ao envelhecimento e
desenvolvimento de doenças crônicas, degenerativas e inflamatórias. Os
antioxidantes obtidos através da dieta são vitamina C, vitamina E, os flavonóides, os
carotenóides, os polifenóis, compostos fenólicos, estes são de extrema importância,
pois fazem interceptação dos radicais livres. (BIANCHINI; ANTUNES, 1999;
CERQUEIRA et. al., 2007; OLIVEIRA et al, 2009).
Com o consumo de alimentos funcionais aliados a adoção de hábitos
alimentares saudáveis é possível diminuir os efeitos nocivos de uma dieta
inadequada, assim minimizando possíveis alterações bioquímicas e fisiológicas.
Dentre o grupo de alimentos funcionais encontra-se o chá-verde e o café que
contem flavonóides, entre outros componentes. (SILVA apud RODRIGUES, 2007).
Dentre os alimentos funcionais o café, o chá-verde e o chimarrão têm sido
estudados na prevenção das doenças cardiovasculares.
30
5.4.1 Café (Coffea arábica L.)
O café é uma das bebidas mais consumidas no mundo inteiro diariamente e é
conhecido por induzir diversos efeitos metabólicos e farmacológicos. (ISSHIKI,
2011). O seu consumo habitual está associado à prevenção do diabetes tipo 2 e
doenças cardiovasculares. (VAN DAM, HUXLEY apud SAITO, 2011).
O Brasil é o maior produtor de café no mundo. Em 2006/2007 o país exportou
27 milhões de sacas de café verde. O consumo de café entre novembro 2006 e
outubro de 2007 foi de 16,3 milhões de sacas, segundo Associação Brasileira da
Indústria de Café (ABIC). (ANASA APUD MORAIS et al., 2009).
A cafeína é uma das substâncias do café, além desta, o café possui ainda sais
minerais, niacina e o ácido clorogênico. Este por sua vez possui propriedades
antioxidantes que combatem as doenças cardiovasculares. O consumo moderado de
cafeína é de 300mg ou, de 3 xícaras de café diárias. Dependendo da quantidade
ingerida esta cafeína influencia no benéfico do sistema nervoso e cardiovascular.
(BENTA, TAVARES, apud MATSUMOTO, 2008).
Diversos estudos epidemiológicos e clínicos têm demonstrado a importância
dos flavonóides e ácido fenólico (substâncias fenólicas) na prevenção de doenças
cardiovasculares. O consumo de flavonóides pela população brasileira é de 60 a 106
mg/dia, esta quantidade é obtida de diversos alimentos, o café pertence ao grupo de
alimentos com maior conteúdo antioxidante. (VASCONSELOS et al., HU et al.,
PIETTA et al., ARABBI et al. apud LIMA et al., 2010). O consumo de café pode ter
um efeito protetor e influenciador na prevenção de mortalidade causada por DCV,
além de estar associada a diminuição do risco de infarto agudo do miocárdio.
(LOPEZ et al.,ROSNER et al. apud ALVES et al., 2009).
Além da cafeína os compostos como a trigonelina e compostos fenólicos são
constituintes do café. Estes últimos constituem uma das principais fontes
antioxidantes naturais. São capazes de retardar o envelhecimento e até impedir
aparecimento de doenças. Os compostos bioativos do café agem contra a
hipertensão, doenças cardiovasculares e câncer. (KRIS-ETHERTON, KAWACHI,
PARRAS, MONTEIRO, SÄÄKSJÄRVI apud MORAIS et al., 2009).
O ácido clorogênico (CGA) é o principal ácido fenólico do café, formado pela
esterificação de ácido cinâmico com o caféico, ferúlico, ácido cumárico e ácido
quínico, dando origem a este composto fenólico. Sua ingestão varia de 0,5 a 1,0g, já
31
a ingestão de ácido caféico diário é de 250 a 500mg. Seu consumo trás diversos
benefícios à saúde, como redução do risco de doenças cardiovasculares, diabetes
tipo 2, doença de Alzheimer, atividades antibacterianas e antiinflamatórias.
(RANHEIM, LINDSAY, SHEARER apud FARAH, 2008; TUNNICLIFFE, OLTHOF
apud KEMPF ET AL., 2010; CLIFFORD apud KANG, 2008).
O ácido clorogênico possui propriedades de neutralizar ou sequestrar os
radicais livres e também de quelação de metais de transição. Outra função do ácido
clorogênico é contribuir com o sabor e aroma característicos do café. (DAGLIA,
FARAH, DONANGELO, SOUZA apud ABRAHÃO et al., 2008; ABRAHÃO et al.,
2010).
Stalmach et al. (2009) em sua pesquisa mostra que na preparação de 200ml
de água destilada fervida e 3,4g de café instantâneo em pó, contém 412 mmol de
ácidos clorogênicos que atuam no organismo como cardioprotetores.
Em um estudo conduzido por Van Dam e Hu (2005), em sua meta-análise de
estudos de coorte afirmam que o consumo de café de 6-7 xícaras por dia possui
35% menor chances de desenvolver diabetes tipo 2 e 4-6 xícaras por dia possui
28% menor chances para desenvolver diabetes tipo 2 em comparação com aqueles
que bebem 2 ou menos xícaras por dia. Visto que o diabetes é um fator para
desenvolver DCV. Talvez essa tenha relevância para efeito cardioprotetor.
O café pode ter efeitos benéficos ou maléficos, pois o café fervido pode causar
o aumento de colesterol devido à presença de cafestol e kahweol, no entanto estes
são eliminados no café filtrado, através da filtragem ambos ficam retidos no filtro, o
que aumenta os níveis de HDL. (HECKERS et al., BAK et al. apud UTO-KONDO,
2010; WAITZBERG apud MATSUMOTO, 2008)
No organismo a cafeína age como estimulante do sistema nervoso central,
também como diurético, aumenta a taxa metabólica, relaxa a musculatura lisa dos
brônquios, do trato biliar, do trato gastrointestinal, assim como de partes do sistema
vascular. Porém seu consumo em excesso pode acarretar em irritabilidade, dores de
cabeça, insônia, diarréia e palpitação. No entanto o consumo de café a longo prazo
não está associado com risco de hipertensão arterial (BRENELLI apud ABRAHÃO,
2008; HAMER apud ZHANG et al., 2009).
A cafeína é conhecida por ser estimulante assim podendo aumentar a
frequência cardíaca. Porém estudos mostram que a cafeína não está associada ao
aumento da fiibrilação atrial, onde um estudo realizado pela Dinamarca Diet Câncer
32
e Health Study, comprovou independência entre os dois assuntos. Presume-se que
a fibrilação atrial não é aumentada pelo consumo de café e chá por haver grande
quantidade de antioxidantes nestes. A cafeína tem diversos efeitos pró-arrítmicos,
podendo assim ser considerado um efeito concorrente entre ambos não aumentando
fibrilação atrial em seu consumo. (GRÖNROOS, 2010).
Deve-se também levar em consideração que beber café faz parte do estilo de
vida do indivíduo, assim como etilismo, tabagismo, estresse psico-social, hábitos
alimentares e prática de atividade física. Todos esses estão relacionados ao
aumento de pressão arterial, portanto quando se observa a questão desse aumento
deve-se levar em consideração os demais fatores para não haver confusão de
aferição, podendo assim distorcer a relação entre o consumo de café e elevação da
pressão arterial. Há varias evidencias que o consumo de mais de 4 xícaras de café
por dia pode até mesmo reduzir o risco de hipertensão principalmente em mulheres.
(GELEIJNSE, 2008).
5.4.2 Chá-verde (Camellia Sinensis)
O chá de folhas Camellia sinensis é a bebida não alcoólica mais consumida no
Mundo depois da água. (RIETVELD et al., TANAKA et al., apud SENGER et al,
2010).
A ingestão diária do chá-verde pode estar relacionada à diminuição dos riscos
de doenças cardiovasculares, sendo demonstrada nas investigações da população
asiática que possuem menor índice de DCV e alto consumo de chá-verde. Nesta
população chega a até 58% de redução de DCV em indivíduos que consomem
maior quantidade de chá em comparação com a baixa ingestão. Em recentes
estudos foram confirmados efeitos funcionais neste. Suas propriedades são de
antioxidante, antiinflamatória, anti-hipertensiva, antidiabética e antimutagênica.
(SENGER, 2010; HERTOG apud SHENOUDA, 2007).
O poder antioxidante pode ser comprovado pela presença de componentes
capazes de inibir os radicais livres. Essas substâncias são os compostos fenólicos,
em especial os taninos (ácido gálico) e os flavonóides (quercetina, iricetina, caferol e
as catequinas). As catequinas são os polifenóis mais significativos do chá-verde
corresponde à 26,7% dos compostos deste, responsáveis pela cor e corpo do chá.
Destes 11% são constituídos de galato de epigalocatequina-3 (EGCG). Visto que os
33
polifenóis compõem mais de 30% do peso bruto das folhas frescas. (HASLER, 2001;
MORAIS, 2009).
O consumo regular das catequinas reduz os níveis de colesterol plasmático,
protegendo a LDL da oxidação, pois tem a capacidade de diminuir a concentração
destes tornando-os menos solúveis, regulam a pressão arterial, e reduzem a
agregação plaquetária. Pois a EGCG presente neste antioxidante, retarda a oxidação
dos tocoferóis, presentes na LDL, assim como reduz o colesterol plasmático. Além da
quelação dos íons metálicos, onde interrompem a ação dos radicais livres, explicando
assim a redução da oxidação lipídica. (OLIVEIRA, 2009). Devido a inibição da
oxidação da LDL ocasiona a redução da sua captação pelos macrófagos assim atua
como cardioprotetor por inibir a inflamação vascular e os riscos de trombogênese.
(CAMARGO, 2011; FARIA et al., 2006).
As lipoproteínas de alta densidade (HDL) são consideradas antiaterogênicas,
pois facilitam o fluxo de colesterol dos tecidos periféricos transportando-os de volta
ao fígado, processo conhecido por transporte reverso de colesterol. Estas influenciam
na diminuição da inflamação do endotélio ou hipercoagulabilidade, assim considerada
como protetor cardiovascular. Com a inibição da oxidação da LDL através do das
catequinas, este transporte pode ocorrer com maior frequência. (UTO-KONDO et al.,
2010).
Em uma pesquisa feita com pacientes dislipidêmicos com idades entre 21 e 71
anos, obteve-se o seguinte resultado, o consumo de chá-verde em cápsulas com
250 mg de extrato de chá-verde o equivalente à 4 xícaras de 150 ml por dia por 8
semanas, obteve-se redução de 3,9% de colesterol total e 4,5% redução de LDL-
colesterol entre os pacientes estudados. (BATISTA et al., 2009).
Em alguns estudos foi demonstrado que o consumo de chá-verde moderado
(menos de 14 xícaras por semana) e o consumo de pesado (mais de 14 xícaras por
semana) possuem efeito preventivo contra aterosclerose e doença arterial
coronariana, e até mesmo reverter a disfunção endotelial em pacientes já com a
doença documentada. Não existem relatos da toxicidade do chá-verde em grandes
quantidades. (ANEJA et al., 2004).
As quantidades mostradas por Zuo et. al. apud Venkateswara (2011) são de
que em 1 xícara de chá-verde com 2,5g de chá verde em 200ml de água esta
quantia pode conter 90 mg de galato de epigalocatequina-3 (EGCG). Já Vinson;
Dabbagh apud Santos (2004) afirmam que o consumo de 7 xícaras ao dia de chá
34
influencia na saúde cardiovascular, baseado na cultura japonesa. Pois o chá reduz
os níveis de colesterol e também a pressão sanguínea.
Em uma pesquisa realizada com 13.916 japoneses, com idades entre 40 e 69
anos, mostrou que o consumo de 10 xícaras ou mais por dia de chá-verde está
diretamente associado com a redução dos níveis colesterol sérico. (TOKUNAGA
apud FARIA et al., 2006).
5.4.3 Chimarrão (Ilex Paraguariensis A. St.Hil.)
A partir da industrialização das folhas e ramos da Ilex Paraguariensis St. Hill –
erva-mate, obtém-se o produto usado para preparação do chimarrão, mate, chá
mate ou tererê. O consumo da infusão desta pode ser uma grande fonte de sais
minerais como Ca, K, S, e P e também de vitaminas A e do complexo B. Além de
conter xantinas, cafeína, flavonóides, os quais possuem ações de proteção ao
sistema cardiovascular. (HEINRICHS et al., CANSIAN, ANESINI et al. apud MELO et
al., 2007).
A principal forma de apreciar a erva-mate é como chimarrão, sendo este
responsável por 80% de seu consumo, tradição cultural dos estados do Rio Grande
do Sul e Paraná. O consumo anual na Região Sul do Brasil, é de 3 e 5 kg/hab/ano.
30% da população na América do Sul consomem mais de 1 litro por dia de
chimarrão. No Mato Grosso do Sul esta é consumida como chá mate e tererê.
(PARANÁ, FILIP apud DARTORA, 2010; BERGER, 2006; ANDRADE apud
PASINATO, 2003).
Através da Lei nº 11.929, de 20 de Junho de 2003, foi instituído o chimarrão
como “bebida símbolo” do Estado do Rio Grande do Sul. (RIO GRANDE DO SUL,
2003).
O mate na medicina popular já foi usado para tratamento de dores de cabeça,
hipertensão, doenças hepáticas, artrite, reumatismo, obesidade, desordens
intestinais, como tônico, diurético e outras doenças inflamatórias. Suspeita-se
também o uso como hipocolesterolêmico e que tenha propriedades lipolíticas. A erva
mate é rica em diversos fitoquímicos sendo os principais metilxantinas e polifenóis.
(MOSIMANN, HECK, MEJIA apud PEDROSO, 2008; VALDUGA, KRAEMER et al.
apud TATSCH et al., 2010).
35
A erva-mate (Ilex Paraguariensis) é rica em vários antioxidantes como cafeína,
ácido fenólico, saponinas e taninos, estes agem como varredores dos radicais livres,
além das suas propriedades que estimulam o sistema nervoso central atribuído ao
seu teor de metilxantinas e alcalóides. Os polifenóis derivados do ácido clorogênico
tem atividade antioxidante reduzindo o dano oxidativo do DNA celular, tem atividade
anti-inflamatória e inibe a carcinogênese, estes são os principais polifenóis da erva-
mate. Sua ingestão regular aumenta a resistência ao estresse oxidativo e reduz dos
níveis de peroxidação lipídica. E é uma das plantas mais consumidas na America do
Sul. (CUNHA, 2011; SALDAÑA, ZETZL, BRAVO et al. SILVA et al. apud VIEIRA et
al., 2009).
A erva-mate, além das propriedades antioxidantes, possui efeito
hipocolesterolêmico, pois reduz a oxidação das lipoproteínas de baixa densidade
(LDL), assim causa o efeito de minimizar a formação do ateroma, isso devido aos
constituintes fenólicos presentes nas folhas desta. (SANTOS apud SANTOS, 2004).
Segundo Poerschke (2009), Talvez o consumo de erva-mate possa prevenir e
ajudar no tratamento de aterosclerose. Pois no estado do Rio Grande do Sul há um
grande consumo de carne vermelha e excesso sal e mesmo assim a incidência de
aterosclerose no estado é semelhante aos demais estados cuja alimentação é
diferenciada. Algum fator causa o equilíbrio na alimentação, podendo se denominar
como “paradoxo gaúcho”.
Existem pesquisas sobre a relação entre o chimarrão e o câncer de esôfago.
Um estudo relata que esta relação esta associada a contaminantes produzidos no
processo de beneficiamento como o benzopireno, e não somente a água quente, o
que também está relacionado ao câncer de esôfago devido ao fumo. Porém outro
estudo mostra que a ilex paraguariensis inibe em 50% o crescimento de células pré-
malignas, supondo que compostos da erva-mate podem inibir a proliferação de
células causadoras de câncer bucal. (FAGUNDES, MEJIA apud BARLETTE, 2011).
Em um ensaio clínico feito por Salerno (2007), no Hospital de Clínicas de Porto
Alegre, com pacientes de 50 a 80 anos de idade com cardiopatia isquêmica foi
usado chimarrão para avaliação do consumo e seus efeitos. Para isto foram
excluídos todos os alimentos ricos em flavonóides da dieta para melhor aferição
deste. O chimarrão foi preparado com 95g de erva-mate com 500ml de água à 65°C
sendo oferecida 3 porções ao dia por 5 dias. Não ouve alterações muito
36
significativas durante esses 5 dias na pressão arterial, colesterol e apenas
diminuição da frequência cardíaca.
Porém é mostrado nesta mesma pesquisa referencias que 70g de erva-mate
em 400ml de água por dia apresenta atividades antioxidantes, o que neste estudo
com pacientes com cardiopatia isquêmica não foi comprovado. (FELIP apud
SALERNO, 2007).
Entre março e abril de 2006 foi realizado por Canela et al. (2009) um estudo
transversal de base populacional, com total de 2.420 pessoas com idade igual ou
superior a 40 anos de ambos os sexos em todo país somando 150 municípios, onde
foi aplicado recordatórios de 24 horas sobre o consumo de bebidas ingeridas. A
partir desses valores foi aplicado de acordo com revisões bibliográficas estimativas
de cafeína e polifenóis ingeridos pela população diferenciada por regiões. Os
resultados do consumo nesta pesquisa de chimarrão foi em média de 1.007,7 ml ao
dia na região brasileira, enquanto na região sul do país os extremos ficaram de
100ml à 3.750ml no dia. Lembrando que o hábito de beber chimarrão no Sul do país
é um costume cultural iniciado na infância. Na figura 8 estão apresentado os
resultados obtidos pelo autor através deste estudo, sobre consumo e estimativa de
ingestão de polifenóis e cafeína discriminados por regiões do país.
37
Figura 8. Média de ingestão de bebidas por região do Brasil
Fonte: Tabela elaborada por Canela et al., 2009.
38
A partir das informações coletadas nesta revisão, foi elabora a tabela 3, resumindo e quantificando as recomendações de ingestão de café, chá-verde e chimarrão.
Tabela 3. Quantidades de café, chá-verde e chimarrão
Fonte: Autoria própria, 2011.
39
6 CONCLUSÃO
Diversos estudos epidemiológicos e clínicos têm demonstrado a importância
dos alimentos funcionais na prevenção das doenças cardiovasculares (DCV). A
ingestão de alimentos ricos em antioxidantes parece ser um fator importante na
redução da incidência destas doenças. Este trabalho teve como objetivo revisar o
efeito cardioprotetor do café, chá-verde e chimarrão, pois são considerados
alimentos funcionais.
O café possui propriedades antioxidantes capazes de prevenir doenças
cardiovasculares, sendo um alimento de consumo elevado tanto no Brasil como no
mundo. Além dos seus benefícios cardiovasculares serem comprovados, pesquisas
têm mostrado não afetar negativamente no aumento da pressão arterial nem mesmo
na fibrilação atrial.
O chá-verde possui inúmeras propriedades antioxidantes e o seu consumo é
eficiente cardioprotetor, podendo ser visto principalmente na população oriental,
onde o seu consumo é elevado e o número de cardiopatias é reduzido. Atualmente
não foi encontrado estudo que mostre efeitos adversos ao seu consumo elevado,
apenas trazendo seus benefícios. Suas propriedades são de antioxidante,
antiinflamatória, anti-hipertensiva, antidiabética e antimutagênica. Deve-se levar em
consideração que as pesquisas mostram efeito no chá-verde em folhas (secas ou in
natura) e não com multimisturas ou industrializados.
O chimarrão obtido a partir da erva-mate tem maior consumo na região Sul do
país, possui propriedades antioxidantes capazes de minimizar e reduzir os riscos de
doenças cardiovasculares. Porém os estudos encontrados sobre a planta Ilex
paraguariensis são poucos e ineficientes sobre as dosagens adequadas para tal
benefício.
40
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