portaria funase n°. xxx, de 17 de dezembro de 2018. … · os voluntários serão informados sobre...
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PORTARIA FUNASE N°. XXX, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018.
Aprova o Procedimento Operacional
de Segurança Socioeducativa – POSS
da FUNASE.
A DIRETORA-PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO DE ATENDIMENTO
SOCIOEDUCATIVO - Funase, no uso de suas atribuições e,
CONSIDERANDO a necessidade de regulamentar e uniformizar os
procedimentos e as ações de segurança da Funase;
CONSIDERANDO a necessidade de orientar o servidor da Funase para atuar,
de acordo com as previsões legais, seguindo normas e procedimentos
operacionais que reduzam o espaço para a discricionariedade e o improviso, na
gestão do cotidiano, nas unidades socioeducativas do Estado de Pernambuco;
CONSIDERANDO ainda que a publicação do presente Procedimento
Operacional de Segurança Socioeducativa - POSS norteará o servidor da Funase
quanto às ações que devem ser adotadas visando a proporcionar condições
adequadas para evitar ocorrências que possam resultar em riscos à integridade
física e psicológica dos servidores e dos socioeducandos, bem como da
sociedade,
RESOLVE:
Art. 1º. Aprovar o Procedimento Operacional de Segurança Socioeducativa -
POSS da Funase, na forma do Anexo Único que integra a presente Portaria;
Art. 2º. Esta Portaria entrará em vigor a partir da data de sua publicação,
revogando-se as disposições em contrário.
Publique-se. Cumpra-se.
NADJA MARIA ALENCAR VIDAL PIRES
Diretora-Presidente da Funase
PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA
POSS
TÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1° A implantação do Procedimento Operacional de Segurança
Socioeducativa - POSS tem por objetivo sistematizar e regulamentar todo um
conjunto de normas e procedimentos a serem adotados pelos funcionários da
Funase, visando a proporcionar condições seguras à ação socioeducativa,
objetivando garantir a integridade física e psicológica dos socioeducandos,
funcionários, colaboradores, visitantes, agentes socioeducativos, bem como da
sociedade;
Art. 2° O conhecimento dos aspectos básicos relacionados à segurança, à
socioeducação e à disciplina permitirá ao funcionário da Funase, sempre que
possível, antever, prevenir e/ou resolver situações de crise, observando os
limites impostos pela lei, buscando desenvolver e disseminar uma cultura de
paz e o respeito aos direitos humanos;
Art. 3° Os procedimentos de segurança visam à manutenção da segurança e à
proteção da comunidade socioeducativa da Funase. Os métodos adotados
tendem a aperfeiçoar o atendimento aos socioeducandos, com a inclusão de
elementos relevantes ao desenvolvimento pessoal em diversas áreas, entre as
quais: a educação, a ética, a organização, a disciplina, a cultura de paz, o
respeito ao próximo e a dignidade da pessoa humana;
Art. 4° A segurança deve contribuir para a concretização dos objetivos e
fundamentos pedagógicos das medidas socioeducativas, para o respeito à
dignidade humana, para a convivência institucional ordenada e para infundir
no socioeducando o respeito por si mesmo, pelos outros e pelos direitos
fundamentais, conforme Projeto Político-Pedagógico da Funase;
Art. 5° Os funcionários da Funase deverão cumprir os procedimentos,
objetivando a unificação e o cumprimento efetivo dos preceitos normativos de
segurança, com foco na socioeducação;
Art. 6° Agregam-se às unidades diferentes operadores do Sistema
Socioeducativo: profissionais pertencentes ao quadro de servidores da Funase,
servidores cedidos à Fundação, funcionários de empresas terceirizadas,
prestadores de serviços, voluntários, entre outros;
Art. 7° Os socioeducandos deverão ter ciência deste instrumento para respeitar
as regras de segurança estabelecidas nas unidades, para que se perpetue a boa
convivência, a ordem, o respeito mútuo e a disciplina;
Art. 8° O disposto nesta ferramenta está em conformidade com o que preconiza
a Constituição Federal de 1988; o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei
Federal n°. 8.069/1990) e a Lei do Sistema Nacional de Atendimento
Socioeducativo (Lei Federal n°. 12.594/2012), bem como as demais normas
atinentes à matéria.
TITULO II – DOS PROCEDIMENTOS INICIAIS DE SEGURANÇA
CAPÍTULO I – DA SEGURANÇA DA UNIDADE SOCIOEDUCATIVA
SEÇÃO I
Da Segurança Interna
Art. 9° Entende-se por segurança física o conjunto coordenado de medidas que
garantam o funcionamento das unidades socioeducativas, mediante vigilância,
disciplina e aplicação correta das normas de segurança recomendadas pelo
Procedimento Operacional de Segurança Socioeducativa - POSS.
§1º A responsabilidade pela segurança interna das unidades socioeducativas
será dos agentes socioeducativos - ASEs, atuando, de forma preventiva e
corretiva, quando a situação exigir, propiciando a todos que trabalham e aos
socioeducandos na unidade a segurança para a condução proativa dos seus
objetivos;
§2º Considera-se área interna, os espaços de convivências, pavilhões, alas, casas,
blocos, corredores, pátios, entre outros, os quais ficam localizados dentro do
perímetro cercado por barreiras, como muralhas, muros, alambrados, grades e
cercas, nas unidades socioeducativas;
§3º Considera-se área de segurança da unidade de atendimento socioeducativo
todo espaço e perímetro onde, frequente ou esporadicamente, haja o trânsito de
socioeducandos ou que necessite da atuação direta do agente socioeducativo,
inclusive, externos à estrutura física da unidade.
SEÇÃO II
Da Segurança Externa
Art. 10. Considera-se área externa a que está fora de todas as barreiras
perimetrais, ou seja, além das muralhas, muros ou alambrados que circundam
as unidades socioeducativas.
§ 1º Caberá à Polícia Militar a garantia da segurança externa das unidades, com
atuação diuturna (24h) de policiais militares armados e treinados para esse
trabalho, conforme parâmetros de segurança estabelecidos no item 6.3.8.2 do
Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo - Sinase, aprovado pela
Resolução nº 119, de 11 de novembro de 2006, do Conselho Nacional dos
Direitos da Criança e do Adolescente - Conanda.
§2º Compete à Funase apresentar cópias do plano de segurança institucional
aos comandantes das unidades da PMPE, da área sob sua responsabilidade
territorial, visando a garantir a segurança de todos que se encontram no
atendimento socioeducativo, bem como orientações às ações do cotidiano,
solução e gerenciamento de conflitos.
SEÇÃO III
Dos Postos de Serviço
Art. 11. Entende-se por postos de serviços aqueles, estrategicamente, assim
definidos: paredes, muros, portões metálicos ou com grades, salas de
atividades, salas de atendimento, quadras, entre outros, com equipamentos
tecnológicos modernos ou com barreiras eletrônicas e outros que forem criados,
em que permaneçam agentes socioeducativos controlando a passagem de
socioeducandos, funcionários e outras pessoas.
§1° Os postos de serviço permanentes devem existir em todas as unidades
socioeducativas e funcionar como um sistema harmônico e integrado;
§2° A administração deve manter em local seguro e apartado cópias,
devidamente identificadas, de todas as chaves usadas nos postos de serviços e
demais setores da unidade socioeducativa;
§3° Os postos de serviços, durante as atividades, no transcorrer do dia, poderão
ser acrescidos ou suprimidos, a critério do Coordenador Geral, operacional ou de
quem estiver respondendo pela unidade, de acordo com a conveniência,
necessidade e oportunidade.
CAPÍTULO II – DOS PROCEDIMENTOS DA PORTARIA
SEÇÃO I
Da Portaria
Art. 12. A portaria é o local por onde se inicia o fluxo de pessoas e objetos das
unidades socioeducativas. Neste posto, os agentes socioeducativos prestam o
primeiro atendimento a quem chega, fazem a primeira triagem e dispensam
quem não tenha motivo legítimo para adentrar na área interna da unidade
socioeducativa.
Parágrafo único. Todas as pessoas que adentrarem nas unidades, inclusive
coordenadores, equipes técnicas, funcionários administrativos, equipes de
serviço e agentes socioeducativos, deverão ser submetidas à revista em seus
pertences e poderão ser submetidas à revista pessoal.
SEÇÃO II
Dos Documentos Entregues Pelos Familiares
Art. 13. Toda correspondência destinada ao socioeducando deverá ser
protocolada em livro próprio e entregue, posteriormente, ao socioeducando,
pela coordenação técnica ou equipe técnica da unidade.
§1° Nos finais de semana, a correspondência será entregue ao responsável do
plantão;
§2° Os documentos recebidos nos finais de semana, após serem protocolados,
deverão ser guardados em local apropriado e repassados, no primeiro dia útil
seguinte, ao setor competente.
SEÇÃO III
Do Controle do Acesso e da Circulação de Pessoas
Art. 14. As pessoas receberão orientações relativas às normas de acesso e
circulação na unidade, atitudes e condutas esperadas e contraindicadas.
Parágrafo único. Toda autorização será precedida de identificação e
apresentação do motivo do ingresso nas dependências da unidade, que será
previamente apresentada ao funcionário da recepção.
Art. 15. Não será autorizada, sem permissão prévia, a circulação de
socioeducandos em áreas restritas aos funcionários.
SEÇÃO IV
Da Visitação em Geral
Art. 16. São consideradas visitantes as pessoas que não sejam funcionários
lotados na unidade.
Parágrafo único. Aos funcionários, fora de seu horário normal de trabalho, é
vedado o livre acesso ao interior da unidade, salvo com expressa autorização da
coordenação geral.
Art. 17. O acesso de visitante ocorrerá, com prévia autorização da coordenação
geral da unidade ou por aquele que estiver respondendo por ela.
§1º O acesso de visitantes deve ocorrer no horário de expediente, das 08h às
17h.
§2º A visita poderá ocorrer em horário diverso do estipulado no §1º, desde que
em caráter excepcional e justificado.
Art. 18. Caberá ao funcionário que estiver designado para exercer suas
atribuições na portaria ou recepção da unidade:
I – Solicitar documento de identificação oficial, com foto, do visitante;
II – Cadastrar o nome do visitante, número da identidade, data e hora de
entrada e de saída;
III – Registrar o motivo do ingresso na unidade e o setor/pessoa que irá recebê-
lo.
Art. 19. O visitante somente terá acesso quando a visita for previamente
programada ou autorizada pela coordenação geral da unidade.
Parágrafo único. O visitante será encaminhado à área administrativa para ser
recepcionado pelo funcionário designado.
Art. 20. O ingresso ocorrerá, obrigatoriamente, pela porta principal instalada
junto à entrada, anotando-se o horário de entrada e saída.
§1º Se uma mesma pessoa entrar e sair diversas vezes, no mesmo período/dia,
essas movimentações deverão ser devidamente registradas;
§2º No caso de visita familiar, a mesma não poderá entrar na unidade mais de
uma vez durante o dia, salvo com autorização da coordenação geral.
Art. 21. Todos os visitantes, antes de terem acesso à área de visitação, devem ser
orientados sobre as normas de rotina da unidade.
§1º Antes de acessarem o interior da unidade, os visitantes devem deixar
guardados na área destinada os objetos e produtos proibidos, especialmente
chaves, telefones, entre outros solicitados pela coordenação da unidade;
§2º Não será permitida a entrada de visitantes portando armas, dispositivos,
simulacros, ou qualquer objeto que possa colocar em risco a segurança das
unidades socioeducativas, salvo as autoridades policiais, quando a situação
exigir e com a prévia ciência da direção da unidade;
§3º Nas demais situações em que autoridades reputem necessário o porte da
arma na área restrita, o fato deverá ser registrado em documento próprio,
devendo haver prévia autorização da direção da unidade socioeducativa.
Art. 22. Nos casos de visita da imprensa ou de pesquisadores, deverá ser
observado o previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, cabendo à
Funase autorizar, expressamente, o ingresso, mediante justificativa
circunstanciada, sobre os benefícios e contribuições da visita ao atendimento
socioeducativo, resguardando-se o sigilo e a privacidade dos socioeducandos.
§1° Nos casos autorizados judicialmente, a imprensa e os pesquisadores
deverão seguir o recomendado no Estatuto da Criança e do Adolescente, bem
como as regras estabelecidas na unidade;
§2° Salvo em hipótese excepcional e fundamentada em relevante justificativa,
não será autorizado o ingresso da imprensa e dos pesquisadores nos
alojamentos dos socioeducandos.
SEÇÃO V
Dos Prestadores Eventuais de Serviços
Art. 23. A presença de prestadores de serviço deve ser pontual e delimitada ao
tempo necessário à realização do serviço.
Art. 24. Os prestadores de serviço somente poderão ter acesso à unidade se
estiverem devidamente uniformizados, portando crachás de identificação
profissional da empresa que representam e após confirmação da documentação
enviada pela empresa.
Art. 25. Cabe à coordenação administrativa da unidade informar à equipe de
plantão os seguintes detalhes, quanto aos prestadores eventuais de serviços:
I – dia, hora e local;
II – o número de pessoas;
III – detalhes da prestação do serviço.
Art. 26. O prestador de serviço acessará a área de circulação de socioeducandos
portando o material necessário à execução do serviço. As ferramentas e
instrumentos serão conferidos, contados e registrados em livro próprio, pelos
funcionários da Funase, na entrada e na saída dos prestadores.
Art. 27. Os prestadores de serviço devem ser informados sobre as normas de
segurança, acesso e circulação, bem como as atitudes e comportamentos
esperados e contraindicados, e sua permanência deve ser monitorada durante
todo o período em que permanecerem nas dependências da unidade.
Art. 28. Cabe à Assessoria Técnica de Logística ou à própria empresa prestadora
de serviço enviar, com antecedência mínima de 48h (quarenta e oito horas), a
comunicação aos gestores das unidades, informando o dia, a hora, o local, o
número de pessoas e o tipo de trabalho que será realizado.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos
emergenciais, onde o responsável poderá comunicar tão logo se realizem os
encaminhamentos.
Art. 29. O responsável pela coordenação operacional ou administrativa da
unidade, ou outra pessoa por eles designados, acompanhará o profissional até o
local da execução do serviço, garantindo-se o monitoramento dessa atividade
até a sua conclusão.
Art. 30. Na saída, será realizada nova conferência das ferramentas, dos
instrumentos e de outros materiais utilizados pelo prestador de serviço, tendo
como referência os registros feitos no livro de ocorrências da unidade.
Art. 31. Na falta de qualquer objeto, o responsável pela segurança comunicará,
imediatamente, à coordenação geral e iniciará os procedimentos de revista
necessários, devendo o prestador de serviço sair, preferencialmente, somente
após as diligências necessárias.
Art. 32. Na hipótese da execução de serviços com maior duração (dois períodos
do dia ou dias consecutivos), deverão ser designados dois ou mais servidores
fixos, que responderão pela conferência de itens, pelo acompanhamento e pelo
monitoramento do serviço em execução.
Art. 33. Quando o serviço estiver concluído, o fato deverá ser comunicado à
coordenação geral da unidade, para conferência.
SEÇÃO VI
Das Visitas de Autoridades
Art. 34. Compreendem-se por autoridades as pessoas com prerrogativas legais
de visita, independentemente de prévio agendamento, conforme previsto na
legislação pertinente a cada cargo ou função.
§1º Serão registrados pelos funcionários da portaria ou recepção o nome da
autoridade, cargo ou função que ocupa e os horários de entrada e saída da
unidade;
§2º A autoridade deverá ser conduzida à coordenação geral da unidade para os
encaminhamentos necessários.
Art. 35. Cabe à coordenação geral da unidade informar à Presidência da Funase
acerca do agendamento dessas visitas.
Art. 36. Na hipótese de visita sem prévio agendamento, os funcionários
seguirão o mesmo protocolo daquelas agendadas.
Art. 37. A unidade de atendimento socioeducativo deve sempre estar preparada
para o recebimento de visitas de autoridades, independentemente de prévio
agendamento.
Art. 38. A autoridade será acompanhada pelo coordenador geral ou por pessoa
por ele designada, devendo receber orientações relativas às normas de acesso e
circulação.
SEÇÃO VII
Dos Voluntários
Art. 39. O acesso do voluntário está condicionado ao prévio cadastramento
pessoal e aprovação do plano de trabalho educacional, cultural, esportivo ou
religioso, que deverá ser apresentada à apreciação e aprovação pela DGPAT e
formalizada pela DGGTE.
Art. 40. Somente será permitido o acesso de voluntários autorizados pela
coordenação geral da unidade.
§1º O acesso somente será permitido em horário de expediente da unidade,
salvo com autorização da coordenação geral da unidade;
§2º Antes de acessar o interior da unidade, o voluntário deve deixar guardados
na administração os objetos e produtos proibidos, podendo ser revistado ao
entrar na unidade.
Art. 41. Na entrada será registrada a identificação do voluntário em livro
próprio, com o nome e a instituição que representa, conforme previsto no art. 93
e seguintes deste instrumento.
Art. 42. Os voluntários serão informados sobre as normas de segurança e terão
sua presença monitorada, durante todo o período em que permanecerem nas
dependências da unidade.
Art. 43. O acesso do voluntário deverá ser restrito ao local onde desenvolva sua
atividade.
Art. 44. O coordenador geral da unidade deverá comunicar ao responsável pela
segurança o ingresso do voluntário, contendo:
I – o dia e o horário de entrada e saída;
II– o número de voluntários;
III – a natureza do trabalho;
IV – o local onde será realizado o trabalho.
SEÇÃO VIII
Dos Fornecedores
Art. 45. A presença de fornecedores é delimitada ao tempo necessário à
realização do serviço, sendo o seu acesso e sua circulação permitidos somente
mediante prévia autorização.
Art. 46. Para ter acesso à unidade, os fornecedores deverão, obrigatoriamente,
ser antecipadamente cadastrados, devendo a empresa fornecer o nome dos
funcionários, número de documento oficial e número das placas dos veículos
que terão acesso.
Art. 47. Os funcionários a que alude a presente seção deverão portar sempre o
documento de identificação funcional, fornecido pela empresa, e a sua ação será
monitorada durante todo o período em que permanecerem nas dependências
da unidade.
SEÇÃO IX
Dos Advogados
Art. 48. O advogado, afirmando urgência, pode ingressar na unidade sem
procuração, obrigando-se a apresentá-la no prazo de 15 dias, ressalvados os
casos em que o cliente socioeducando for menor de 18 anos, devendo, nestes
casos, estar constituído em autos e/ou apresentar procuração dos pais ou
representante legal do menor.
Parágrafo único. O advogado terá acesso à unidade socioeducativa,
preferencialmente, no horário de expediente, das 08:00 às 17:00hs, e nos demais
dias e horários, somente quando devidamente justificado e com autorização da
direção.
Art. 49. É direito do advogado constituído comunicar-se com os
socioeducandos, pessoal e reservadamente.
Art. 50. Em qualquer caso, será anotado pelos funcionários responsáveis pela
portaria ou recepção da unidade:
I – o nome do advogado;
II – o número de seu registro, junto à Ordem dos Advogados do Brasil;
III – o nome do socioeducando cliente;
IV – os horários de entrada e de saída da unidade.
Art. 51. Todo advogado deve receber orientações relativas às normas de acesso e
circulação e sua presença deve ser monitorada, durante todo o período em que
permanecer nas dependências da unidade.
SEÇÃO X
Dos Oficiais de Justiça
Art. 52. O oficial de justiça tem acesso à unidade, preferencialmente, durante o
horário de expediente.
Art. 53. Quando do ingresso, será anotado pelos funcionários responsáveis pela
portaria ou recepção da unidade:
I – o nome do oficial de justiça;
II – número do documento de identificação funcional;
III – os horários de entrada e de saída da unidade.
Art. 54. Todo oficial de justiça deve receber orientações relativas às normas de
acesso e circulação nas dependências da unidade.
SEÇÃO XI
Dos Funcionários
Art. 55. Os funcionários somente terão acesso ao interior da unidade no horário
correspondente ao seu turno de trabalho ou, excepcionalmente, em turno
diverso, desde que convocados ou, previamente, autorizados pela coordenação
geral da unidade.
Art. 56. O funcionário deve apresentar-se devidamente trajado, de forma
adequada à função que desempenha.
Art. 57. Antes de ingressar no interior da unidade, o funcionário deve certificar-
se de que não está de posse de nenhum objeto que, nas normas/regulamentos,
tenha sido proibido ou tido seu acesso restrito, podendo ser submetido à
revista. Os objetos devem permanecer guardados em local seguro, até o
momento da saída da unidade.
SEÇÃO XII
Das Visitas aos Socioeducandos
Art. 58. Os visitantes terão acesso à unidade, em dias e horários pré-
estabelecidos, salvo com autorização excepcional da coordenação geral,
coordenação técnica ou da equipe técnica de referência do socioeducando.
Parágrafo único. O número de visitantes e os critérios serão estabelecidos pela
coordenação geral da unidade.
Art. 59. A visita deverá ser credenciada após atendimento e autorização da
equipe técnica da unidade.
Art. 60. O visitante deverá identificar-se na portaria, apresentando documento
de identificação oficial com foto.
Art. 61. As visitas serão devidamente revistadas, sem violação de seus direitos e
garantias fundamentais.
Art. 62. Namoradas(os) ou companheiras(os), menores de 18 anos, somente
poderão realizar visitas mediante autorização judicial ou termo de
consentimento, assinado pelos pais ou responsáveis legais do socioeducando e
da (o) pretensa (o) visitante.
Art. 63. Crianças com idade inferior a 12 anos podem entrar nas unidades
acompanhadas pelo responsável legal, apenas nos casos de serem filhos ou
irmãos dos socioeducandos.
Art. 64. Irmãos de internos, com idade entre 12 e 17 anos, podem realizar
visitas, mediante acompanhamento de responsável legal do visitante.
Art. 65. É proibida a entrada de visitantes que estejam visivelmente sob efeitos
de substâncias psicoativas (lícitas ou ilícitas) ou que tenham sido surpreendidos
portando drogas, armas e/ou similares.
§1° O visitante que for surpreendido tentando ingressar nas unidades com
drogas e/ou armas de qualquer natureza ou mesmo similares, deverá ser
encaminhado à Delegacia de Polícia, acompanhado do relatório interno de
ocorrência emitido pela direção da unidade, visando a elaboração de boletim de
ocorrência;
§2° Nos casos referidos do §1°, o visitante será proibido, permanentemente, de
ingressar nas unidades socioeducativas e o fato deverá ser comunicado,
imediatamente, pela coordenação geral, às autoridades judiciais competentes;
§3° Sua retenção será feita, preferencialmente, pela guarda externa, até a
chegada da polícia, caso não haja possibilidade de conduzi-lo até a delegacia de
polícia;
§4° Nos casos que envolverem menores de 18 anos tentando ingressar com
materiais proibidos na unidade, deve ser acionado o Conselho Tutelar e feito o
encaminhamento à delegacia de polícia competente.
Art. 66. Na primeira visita, faz-se necessária a apresentação dos seguintes
documentos:
I – 02 fotos 3x4 recentes;
II – cópia da Carteira de Identidade (frente e verso) ou Carteira de Trabalho e
Previdência Social;
III – comprovante de residência atual ou com data de até 03 meses anteriores.
§1° No primeiro contato, o técnico de referência ou coordenação técnica deve
informar à família sobre a documentação necessária, os dias e horários de
visitas, bem como as informações referentes ao número de visitantes
permitidos, alimentos liberados (quantidades e características);
§2° Caso, na primeira visita, falte algum documento dos pais ou responsáveis,
pode-se autorizar a visita, com a ressalva de que, na próxima vez, não será
permitida a entrada;
§3°. O socioeducando será retirado do local de visitas pelos agentes
socioeducativos antes da saída dos familiares, que devem realizar uma revista
minuciosa no socioeducando, antes de o mesmo retornar ao alojamento.
SEÇÃO XIII
Da Visita Íntima
Art. 67. Nas unidades de atendimento socioeducativo destinadas ao
cumprimento de Medida Socioeducativa de Internação, será autorizada a
entrada da(o) esposa(o) ou companheira(o) do socioeducando, mediante prévia
comprovação documental, cadastro e documento de identificação, com foto.
§1º A comprovação documental à qual alude o Caput deste artigo se refere a:
I – certidão de casamento ou documento que comprove a união estável;
II – parecer da equipe técnica de referência, atestando a união estável anterior à
internação;
III – concordância dos responsáveis legais, quando houver relação de
socioeducandos entre 14 e 18 anos, salvo quando houver comprovação de
casamento ou emancipação.
§2º A comprovação da união estável, quando algum dos companheiros for
menor de 16 anos ou for gestante ou genitora de filho em comum, será feita
mediante reconhecimento judicial, sendo que a visita íntima ocorrerá após
autorização do Juízo da respectiva Vara Regional.
Art. 68. Cabe ao coordenador geral ou técnico da unidade viabilizar o dia de
visitas, mantendo-se o registro da documentação, que será repassada à equipe
técnica, para que proceda, de forma apropriada, na prevenção e promoção à
saúde do socioeducando.
Parágrafo único. A visita íntima ocorrerá no interior da unidade, em espaço
definido em normativa interna, com comunicação ao Juízo de Execução.
CAPÍTULO III – DO ACESSO E CIRCULAÇÃO DE VEÍCULOS
SEÇÃO I
Das Disposições Iniciais
Art. 69. Os portões de acesso à unidade deverão estar sempre fechados.
Parágrafo único. No caso do acesso através da “gaiola”, enquanto um dos
portões de entrada estiver aberto, o outro, obrigatoriamente, estará fechado.
Art. 70. O condutor do veículo deverá aguardar em frente ao portão, estando o
veículo com os faróis apagados, os vidros abaixados e a luz interna acesa, para a
identificação dos seus ocupantes.
Art. 71. O funcionário da portaria deverá solicitar ao responsável pelo plantão a
liberação da entrada do veículo.
Art. 72. Após a autorização de acesso à unidade, o funcionário da portaria ou
recepção anotará em livro de registro:
I – os dados do condutor do veículo e seus ocupantes;
II – os dados do veículo;
III – data e o horário de entrada e saída;
IV – o motivo do ingresso na unidade.
Art. 73. O veículo deverá ser vistoriado ao adentrar e sair da unidade.
SEÇÃO II
Do Veículo de Fornecedores
Art. 74. Designa-se veículo de fornecedor todo veículo que transporta
alimentos, mercadorias de consumo, materiais permanentes ou consumíveis
destinados às unidades de atendimento socioeducativo ou prestadores de
serviços.
Art. 75. O acesso de veículos de fornecedores às dependências da unidade
somente será permitido nos casos em que seja difícil o transporte da mercadoria
do portão até o seu destino ou o caminho inverso e com expressa autorização da
administração.
Art. 76. O funcionário da portaria deve registrar o número da placa do veículo,
especificando o tipo, marca e outras características, devendo, para tanto, o
mesmo sair de seu posto e se dirigir ao veículo, para solicitar os documentos
pessoais do condutor e dos demais ocupantes ou passageiros, se for o caso, e
aguardar a liberação do acesso pela administração da unidade.
Art. 77. Devem ser anotados em livro de registro o nome, o número do
documento apresentado, a data e o horário de entrada, o motivo do ingresso e o
setor/pessoa que irá recebê-lo, e só após esse procedimento o portão de acesso
será aberto.
Art. 78. Será estabelecido contato através do rádio comunicador e/ou ramal
telefônico, com o setor/pessoa responsável pelo recebimento da
mercadoria/serviço, para anunciar a chegada do fornecedor.
Art. 79. O veículo só poderá permanecer nas dependências da unidade o tempo
necessário à carga ou descarga.
Art. 80. Deverá ser procedida a revista rigorosa no veículo de transporte de
mercadorias, na entrada e saída da unidade.
SEÇÃO III
Do Veículo Oficial
Art. 81. Veículos oficiais, desde que em serviço, terão o seu acesso liberado,
condicionado ao registro do número da placa do veículo, especificando o tipo,
marca e demais características, assim como o motivo específico do ingresso.
Parágrafo único. Nos casos de viaturas policiais, identificar o horário, o
número da viatura, o seu condutor, bem como os motivos que ensejaram a
entrada da viatura na unidade.
Art. 82. O responsável pela portaria anotará em livro de registro o nome, o
número do documento apresentado, a data e o horário de entrada, o motivo do
ingresso na unidade e o setor/pessoa que irá recebê-lo e, após esse
procedimento, abrirá o portão de acesso.
SEÇÃO IV
Dos Veículos dos Servidores e Voluntários
Art. 83. A autorização de entrada dos veículos particulares pertencentes a
servidores ou voluntários fica condicionada à aprovação da coordenação geral
da unidade, ouvindo-se, sempre, o parecer do coordenador operacional.
Art. 84. Para acesso às dependências da unidade socioeducativa, o condutor
deverá manter os faróis apagados, o vidro abaixado e a luz interna acesa, bem
como o seu crachá de identificação funcional sempre visível.
Parágrafo único. É vedado o acesso de veículos não oficiais à área de segurança,
salvo veículos de fornecedores, conforme critérios estabelecidos neste
Procedimento, quando for imprescindível sua entrada para execução do
serviço.
SEÇÃO V
Outros Veículos
Art. 85. É vedado o acesso de qualquer outro veículo às dependências da
unidade, salvo com autorização expressa do coordenador geral.
TÍTULO III – DAS COMPETÊNCIAS
SEÇÃO I
Da Competência do Coordenador Operacional
Art. 86. Compete ao coordenador operacional da unidade de atendimento
socioeducativo:
I – acompanhar e avaliar os trabalhos desenvolvidos pelos agentes
socioeducativos;
II – acompanhar e desempenhar o papel de interlocutor entre as equipes e
plantões de trabalho, com o objetivo de manutenção da continuidade do
atendimento socioeducativo;
III – acompanhar e executar as ações de segurança para a realização e o
cumprimento das atividades diárias destinadas aos socioeducandos, delegando
tarefas e observando as condições de recursos humanos, materiais e estruturais
para sua execução;
IV – acompanhar, promover e orientar as ações que facilitem o funcionamento
das rotinas administrativas, técnicas e de segurança, sempre de forma
integrada;
V – atuar como apoio e suporte à coordenação geral da unidade, por meio de
planejamento e supervisão da execução das rotinas da unidade;
VI – acompanhar a elaboração e aprovar as escalas relativas à jornada de
trabalho de todos os funcionários da área de segurança da unidade, de forma a
garantir a execução das atividades socioeducativas, cabendo a ele a fiscalização
do fiel cumprimento da escala;
VII – convocar e realizar reuniões com as equipes de segurança, com o intuito
de dar orientações gerais, bem como convidar demais funcionários, quando
necessário;
VIII – registrar no livro específico da coordenação operacional as informações e
ocorrências, com vistas a subsidiar e assessorar a coordenação geral e demais
setores da unidade;
IX – levantar dificuldades e sugestões das equipes de segurança;
X – quando necessário, estabelecer contato com fóruns, delegacias, hospitais e
IML;
XI – participar da avaliação dos agentes socioeducativos;
XII – participar de reuniões multidisciplinares de planejamento e avaliação do
trabalho entre os setores da unidade;
XIII – providenciar, dando ciência ao coordenador geral, o encaminhamento
para a delegacia de polícia, hospitais e IML, se for o caso de vítimas e autores de
agressões, espancamentos, danos ao patrimônio público e outros atos
infracionais ou delitos cometidos nas dependências das unidades
socioeducativas;
XIV – reportar ao coordenador geral situações de conflitos e problemas no
desenvolvimento do trabalho socioeducativo;
XV – representar o coordenador geral em atividades externas, quando
solicitado;
XVI – comunicar, imediatamente, à coordenação geral da unidade, qualquer
irregularidade ou situação que possam ameaçar a segurança ou o bom
andamento do trabalho socioeducativo;
XVII – observar se as condutas e os procedimentos estão em conformidade com
o estabelecido neste Procedimento;
XVIII – ler atentamente, todos os dias, os livros de ocorrências, para se inteirar
se algum incidente pode ter ocorrido ou está em andamento na unidade e atuar,
imediatamente, no sentido de coibir eventual ameaça;
XIX – acompanhar, pessoalmente, as revistas e/ou as intervenções realizadas
pela Polícia Militar nas dependências da unidade socioeducativa, visando
sempre a resguardar a integridade física, psíquica e moral dos socioeducandos;
XX – acompanhar, pessoalmente, as revistas e/ou intervenções realizadas
apenas pelos agentes socioeducativos da unidade, ou mesmo por estes com
apoio de outros agentes socioeducativos de outras unidades escalados para
realizar a missão, visando sempre a resguardar a integridade física, psíquica e
moral dos socioeducandos.
SEÇÃO II
Da Competência do Responsável pelo Plantão
Art. 87. Compete ao responsável pelo plantão da unidade de atendimento
socioeducativo:
I – ao iniciar seu turno de serviço, ler atentamente o livro de ocorrências do
plantão anterior e se inteirar se alguma anormalidade ocorreu ou encontra-se
em curso e que providências foram tomadas até aquele momento;
II – quando da leitura do livro de ocorrências, se detectar alguma ameaça ou
algo que tenha fugido da rotina/normalidade, acionar, imediatamente, o
coordenador operacional ou o coordenador geral da unidade, na ausência
daquele, e repassar o ocorrido;
III – receber o plantão e fazer o registro no livro de ocorrências, descrevendo os
materiais repassados, bem como o quantitativo de socioeducandos por
alojamento, nominando-os;
IV – registrar no livro de ocorrências os nomes completos e matrículas de todos
os agentes presentes no referido plantão, conforme modelo de passagem de
serviço constante na parte final deste POSS, e solicitar que todos os agentes
assinem o referido livro, no campo específico da passagem de plantão, mesmo
os que, porventura, tenham permutado o serviço;
V – distribuir os agentes presentes ao plantão nos diversos postos de serviços
da unidade;
VI – elaborar a escala de revezamento noturno, prevista neste POSS;
VII – designar os funcionários que realizarão o acompanhamento de
socioeducandos para audiências, custódias ou outras saídas autorizadas da
unidade;
VIII – manter o coordenador operacional ciente de qualquer alteração no
plantão;
IX – acompanhar e participar, pessoalmente, das revistas e/ou as intervenções,
com o apoio da Polícia Militar, visando sempre a resguardar a integridade
física, psíquica e moral do socioeducando;
X – comunicar, de forma célere, ao seu superior imediato, qualquer
irregularidade ou situação que possam ameaçar a segurança ou o bom
andamento do trabalho socioeducativo;
XI – observar se as condutas e os procedimentos estão em conformidade com o
estabelecido neste Procedimento;
XII – organizar o acompanhamento interno na unidade para movimentação dos
socioeducandos, que deverá obedecer aos princípios de segurança, devendo
escalar o efetivo de agentes socioeducativos adequado para a condução dos
socioeducandos;
XIII – acompanhar e participar, pessoalmente, nas revistas e/ou intervenções
realizadas apenas pelos agentes socioeducativos da unidade, ou mesmo por
estes com apoio de outros agentes socioeducativos de outras unidades
escalados para realizar a missão, visando sempre a resguardar a integridade
física, psíquica e moral dos socioeducandos;
XIV – organizar o planejamento, junto à coordenação operacional, das
atividades e rotinas diárias da unidade, principalmente aquelas relacionadas a
movimentações de socioeducandos;
XV – organizar e determinar as rondas noturnas, que deverão ser
desempenhadas pelos agentes socioeducativos, designando os funcionários, por
postos de serviço, bem como os seus respectivos horários;
XVI – designar o agente socioeducativo que ficará responsável pelo
preenchimento do livro de ocorrências dos espaços de convivência;
XVII – manter-se informado sobre a relação nominal, devidamente autorizada,
dos socioeducandos que se encontram em atividades.
SEÇÃO III
Da Competência do Agente Socioeducativo
Art. 88. Compete ao agente socioeducativo, entre outras atribuições:
I – apresentar-se ao trabalho com vestuário apropriado, no horário estabelecido,
em condições condignas para o exercício da função, devendo assinar seu ponto,
na frequência e no livro de ocorrências, devendo apresentar a carteira de
identificação profissional, quando solicitado;
II – auxiliar a coordenação operacional da unidade, na ocorrência de situações
inesperadas, quando houver a necessidade de reforço, realizando
adequadamente suas tarefas, objetivando evitar o comprometimento das
atividades de rotina da unidade;
III – comparecer, extraordinariamente, quando convocado, em outra unidade,
executando as atividades que lhe competem;
IV – comunicar, imediatamente, ao seu superior, qualquer irregularidade ou
situação que possam ameaçar a segurança ou o bom andamento do trabalho
socioeducativo;
V – cumprir as orientações e determinações relativas ao desempenho das suas
funções, estipuladas pelos seus superiores, exceto quando manifestamente
ilegais;
VI – manter conduta exemplar, de modo a influenciar positivamente os
socioeducandos;
VII – manter sigilo sobre procedimentos de segurança, sobre a história de vida
e a situação juridicossocial dos socioeducandos de que tiver conhecimento;
VIII – participar de reuniões de rotina, encontros de aperfeiçoamento e
capacitação profissional, planejamento das ações, avaliação das atividades e
integração da equipe de trabalho, sempre que convocado;
IX – prestar informações à coordenação geral da unidade, sobre o
comportamento e o desempenho dos socioeducandos em atividades que tenha
presenciado, participado ou conduzido;
X – primar pelo comportamento ético e moral dentro da unidade, tanto no trato
com os socioeducandos, como com os demais funcionários e o público em geral;
XI – respeitar as diversidades étnicas, culturais, credo, identidade de gênero e
orientação sexual dos socioeducandos, colegas de trabalho e outras pessoas;
XII – zelar pela segurança dos socioeducandos, evitando situações que ponham
em risco sua integridade física, moral e psicológica;
XIII – zelar pelas instalações físicas e bens materiais da unidade, bem como pela
segurança geral;
XIV – observar se os visitantes e socioeducandos estão nos devidos locais, nas
condições e tempos pré-definidos;
XV – observar se a estrutura física, rádios comunicadores, livros de ocorrências,
os equipamentos e os dispositivos estão íntegros, em funcionamento e
respondendo à demanda existente e, diante de qualquer alteração, informar ao
responsável pelo plantão;
XVI – manter a vigilância, disciplina e segurança em todos os espaços das
unidades socioeducativas;
XVII – realizar conferência nominal dos socioeducandos, sempre no início e na
passagem de plantão;
XVIII – realizar revistas nos socioeducandos, sempre que sejam requisitados, na
saída e no retorno ao espaço de convivência, com extrema cautela quanto ao seu
estado físico, psíquico e higiênico;
XIX – impedir a circulação dos socioeducandos nos espaços em que os mesmos
não estejam devidamente autorizados;
XX – colocar os socioeducandos, de forma organizada, por ocasião das
refeições, atividades diversas, estabelecendo um disciplinamento, a fim de se
evitar aglomeração;
XXI – evitar que os socioeducandos promovam algazarras e que perturbem as
atividades dos demais;
XXII – prestar informações no encaminhamento dos socioeducandos, quando
solicitadas;
XXIII – manter sempre sobre o seu controle todas as chaves e cadeados do seu
setor de trabalho;
XXIV – evitar o uso de toda e qualquer forma de violência contra os
socioeducandos, bem como outras formas de constrangimento, humilhação
e/ou situação vexatória;
XXV – manter, permanentemente, a vigilância no posto de serviço para o qual
foi escalado;
XXVI – comunicar, imediatamente, toda e qualquer alteração ao responsável
pelo plantão, informando à direção da unidade em caso de ausência do mesmo;
XXVII – realizar as revistas nos socioeducandos e nos seus pertences, bem como
nos espaços de convivência, sempre que necessário e devidamente autorizado,
com a contenção ou não da Polícia Militar, nas dependências da unidade
socioeducativa, visando sempre a resguardar a integridade física, psíquica e
moral dos socioeducandos;
XXVIII – atuar de maneira rápida para evitar que certas intercorrências tomem
grandes proporções, agindo sempre com cautela e coerência, promovendo a segurança
preventiva de todos os envolvidos, somente fazendo uso de força moderada e de forma
progressiva, quando necessário for, para contenção, conforme artigo 125 do ECA.
§1º Por ocasião da troca de turno/equipe, o agente deverá permanecer no posto
de trabalho até que o profissional da outra equipe, designado para o posto,
assuma suas funções;
§2º O agente previamente designado pelo responsável do plantão deverá
registrar no livro de ocorrências dos espaços de convivência toda a rotina do
plantão, assinalando sempre o horário do registro e assinando com letra legível;
§3º Por ocasião da passagem de plantão, o agente deve fazer uma conferência
do quantitativo de socioeducandos nos espaços de convivência, verificando
ainda, o estado físico de cada socioeducando, bem como anotando as
observações no livro de ocorrências;
§4º Os agentes socioeducativos realizarão rondas diurnas e noturnas pelos
interiores dos espaços de convivência, devendo ser observado o comportamento
dos socioeducandos. À noite a ronda deve ser discreta, respeitando-se o horário
de repouso dos socioeducandos.
§5º O agente previamente designado deverá registrar em livro competente toda
e qualquer ocorrência verificada nos turnos de trabalho, bem como as
providências tomadas.
§6º Ao revistar os pertences dos socioeducandos, o agente não deve cometer
excessos, preservando a integralidade de suas roupas, pertences, fotografias
e/ou outros objetos autorizados.
§7º Quando convocado, o agente deverá realizar custódia e escolta de
socioeducandos.
SEÇÃO IV
Das Condutas Exigidas de Todos os Funcionários
Art. 89. São condutas exigíveis de todos os funcionários:
I – colocar-se de maneira cordial e com postura firme, sempre orientando o
socioeducando a compreender o caráter pedagógico da medida socioeducativa;
II – fazer-se valer pela presença, garantindo de forma preventiva a integridade
física e mental dos socioeducandos e de todos os integrantes da comunidade
socioeducativa;
III – manter postura íntegra, ilibada, coerente, focando sempre no
socioeducando, enquanto ser em pleno desenvolvimento psíquico, físico e
social;
IV – agir com cordialidade junto aos socioeducandos, familiares, visitantes e
funcionários, propiciando um ambiente de trabalho saudável;
V – praticar diálogos salutares, estabelecendo relacionamento com os
socioeducandos, norteado por princípios éticos, podendo assim, conhecer suas
expectativas e dificuldades encontradas no cumprimento de sua medida
socioeducativa;
VI – quando da prática de atividades pedagógicas, observar o envolvimento e o
comportamento do socioeducando nessas atividades e somente abordá-lo
quando solicitado pelos professores ou instrutores, para não gerar um
desencontro de atitudes;
VII – chamar o socioeducando pelo seu nome, nunca lhe atribuindo apelidos ou
palavras que identifiquem seu ato infracional, bem como a sua condição de
privado de liberdade;
VIII – nunca se dirigir ao socioeducandos de maneira desrespeitosa;
IX – manter-se calmo, mesmo se provocado pelos socioeducandos;
X – nunca submeter os socioeducandos a situações constrangedoras;
XI – não fazer uso de qualquer objeto que pertença aos socioeducandos;
XII – nunca fazer comentários, elogios ou críticas sobre os visitantes;
XIII – não comentar com os socioeducandos suas insatisfações ou satisfações
com seus níveis hierárquicos;
XIV – agir como mediador em situações limites, apaziguando os ânimos com o
intuito de evitar o ápice, salvaguardando a integridade dos socioeducandos,
funcionários e demais pessoas, dentro da unidade;
XV – nunca conceder aos socioeducandos nada que não esteja no Regimento
Interno da Funase e/ou nas normas da unidade;
XVI – nunca se apropriar de qualquer tipo de equipamento, material, calçado,
alimento e vestuário dos socioeducandos;
XVII – nunca fotografar e/ou expor, de forma ilegal, socioeducandos, em redes
sociais, aplicativos de mensagens instantâneas, imprensa ou outras formas de
exibir o mesmo.
§1º É dever de todos os funcionários constatar as lideranças dentro dos espaços
de convivências identificadas como influências negativas, informando à sua
chefia imediata.
§2º Não é permitido aos funcionários da Funase, em hipótese alguma,
sinalizarem para os policiais que estejam contendo socioeducandos, em
procedimentos de revistas ou intervindo em situações de crises, os atos
infracionais cometidos pelos socioeducandos.
§3º Fica estabelecido que no horário das refeições dos funcionários deverá
ocorrer rodízio entre eles, de forma a não comprometer os serviços e a
segurança da unidade.
TÍTULO IV - DOS PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS RELATIVOS
À SEGURANÇA DA UNIDADE SOCIOEDUCATIVA
CAPÍTULO I – DO LIVRO DE OCORRÊNCIAS
Art. 90. O livro de ocorrências constitui um registro diário de informações de
segurança e intercorrências e não poderá ser noticiado ao socioeducando.
Art. 91. É obrigatório o registro diário nos livros de ocorrências, contendo
informações relevantes ao funcionamento da unidade de atendimento
socioeducativo, no que tange à segurança e ao cotidiano da unidade.
Art. 92. Deve ser registrado no livro de ocorrências:
I – identificação da equipe de plantão, com o posto de serviço, data, hora de
início e término do plantão, registro de faltas, serviço externo e viagens, se
houver;
II – relação nominal, por espaço de convivência, dos socioeducandos recebidos
e repassados entre os plantões;
III – registrar o que cada agente socioeducativo fez em seu posto de serviço,
horários em que se ausentou para fazer rondas, buscar material, nome de quem
ficou em seu lugar e o horário em que isso ocorreu;
IV – registrar, de maneira clara e sucinta, as ocorrências do serviço, informando
ao responsável pelo plantão e/ou à direção da unidade as providências
adotadas ou ainda a forma encontrada para resolver o problema ou situação,
registrando as providências tomadas;
V – movimentações nos espaços de convivência, especificando horário, nome e
quantidade de pessoas, técnicos, profissionais, voluntários, autoridades, entre
outros;
VI - todos os agentes socioeducativos de serviço devem assinar o livro, de
forma legível.
Art. 93. Cabe ao responsável pelo plantão, e aos agentes socioeducativos,
descrever toda a rotina do local sob sua supervisão, tais como:
I – recebimento e passagem do plantão;
II – conferência dos agentes socioeducativos presentes ao serviço;
III – conferência dos socioeducandos;
IV – relação de socioeducandos cumprindo medida disciplinar;
V – relação de socioeducandos com medicação prescrita;
VI – movimentação diária;
VII – relato de fato anormal;
VIII – histórico de acionamentos do sistema de monitoramento da unidade e
acionamento da Polícia Militar;
IX – registro dos horários dos atendimentos sociopsicopedagogicos e de saúde;
X – registro de visitas;
XI – material de carga;
XII – ocorrências administrativas;
XIII – problemas estruturais.
Parágrafo único. O Livro de Ocorrências deve conter fielmente os fatos
ocorridos no ambiente da unidade socioeducativa.
Art. 94. É dever do agente socioeducativo, do responsável pelo plantão e da
coordenação operacional da unidade ter ciência de todos os fatos narrados no
livro de registro dos dias anteriores de todos os plantões.
TÍTULO V - DA RECEPÇÃO, ACOLHIDA E MOVIMENTAÇÃO DO
SOCIOEDUCANDO
SEÇÃO I
Das Disposições Gerais
Art. 95. Nenhum socioeducando deve ser incluído, excluído ou transferido da
unidade, sem ordem da autoridade competente, nos termos do procedimento
em vigor, sob pena de responsabilidade, obedecendo ao que está
regulamentado para o funcionamento da Gestão de Vagas, quando necessário,
ouvindo parecer da Coordenadoria de Inteligência.
SEÇÃO II
Da Recepção
Art. 96. A recepção é o procedimento que dá início ao processo socioeducativo,
momento em que é realizada a identificação e o ingresso do socioeducando,
prosseguindo-se com a acolhida que lhe oportuniza conhecer o ambiente e a
rotina institucional.
Art. 97. Na chegada do socioeducando à unidade, o funcionário responsável
pelo acesso deve identificar os seus condutores e comunicar à equipe de
recepção que irá proceder à acolhida do socioeducando.
Art. 98. Na hipótese do atendimento inicial, sobretudo quando tratar-se de
socioeducando apreendido em virtude de flagrante infracional, a equipe de
recepção realizará a admissão do socioeducando, mediante auto de apreensão
em flagrante de ato infracional, expedido pela autoridade policial.
Art. 99. Na hipótese de internação provisória, a equipe de recepção realizará a
admissão do socioeducando, mediante guia de internação provisória ou
mandado de busca e apreensão.
Art. 100. Ao ser realizado o ingresso do socioeducando, a equipe de recepção
inicial deve:
I – realizar a identificação do socioeducando;
II – conferir a documentação exigida pela legislação em vigor;
III – executar revista minuciosa no socioeducando e nos seus pertences;
IV – catalogar os pertences pessoais do socioeducando, sendo os autorizados
devolvidos ao socioeducandos, e os não autorizados, embalados em receptáculo
próprio, com as vias de registro, e encaminhados à coordenação geral da
unidade;
V – observar se existe no socioeducando marca de ferimento ou qualquer sinal
de violência física, devendo ser exigido o laudo do IML ou o ofício da delegacia
de polícia, encaminhando o socioeducando para o IML, com o carimbo do
recebimento;
VI – constatada a existência de marca de ferimento ou qualquer sinal de
violência física recente, deve-se entregar ao condutor o termo de recebimento
com ressalvas que discriminem a condição física do socioeducando, com a
assinatura deste e do condutor;
VII – lançar em livro próprio a entrada do socioeducando, anotando data, hora,
local, nome e matrícula do funcionário que o recepcionou, bem como as
condições apresentadas;
VIII – assinar o documento recebendo o socioeducando e devolver uma via aos
condutores do socioeducando, anotando data, hora, local, nome e matrícula do
funcionário que o recepcionou;
IX – possibilitar a higiene pessoal do socioeducando;
X – proceder à condução do socioeducando aos setores competentes, bem como
encaminhar a documentação de acompanhamento para a coordenação geral da
unidade;
XI – os bens de valor, como dinheiro, correntes, adornos e eletrônicos, devem
ser colocados em sacos plásticos, lacrados, identificados e guardados em local
de acesso restrito, sendo entregues à família e/ou responsáveis o mais breve
possível;
XII – se, durante a revista, forem encontrados quaisquer substâncias ou objetos
ilícitos, o responsável pela recepção do socioeducando deve comunicar à
coordenação geral, que determinará o encaminhamento à autoridade policial,
para registro, acompanhado de uma testemunha e do material recolhido;
XIII– caso necessário, o socioeducando deve ser, imediatamente, encaminhado
para emergência médica;
XIV – os condutores do socioeducando devem ser liberados, somente após a
assinatura do termo de recebimento de socioeducando, emitido pela equipe de
recepção da unidade;
XV – A equipe da recepção deve dirimir quaisquer dúvidas do socioeducando.
SEÇÃO III
Da Acolhida
Art. 101. Ultrapassada a fase de recepção do socioeducando, o mesmo deve ser
acolhido pela direção e/ou equipe técnica.
§1º No caso de entrada noturna, o socioeducando ficará no espaço destinado ao
acolhimento inicial, devendo ser providenciado:
I – o acolhimento inicial do socioeducando, que compreende o atendimento
pela equipe técnica e posterior encaminhamento aos demais serviços;
II – o contato e a orientação dos familiares ou responsáveis legais do
socioeducando, quanto às normas da unidade e da instituição;
III – o cadastramento, inclusive a identificação fotográfica, e/ou atualização dos
dados do socioeducando no SIPIA;
IV– o coordenador, geral ou técnico, deverá designar a equipe de referência do
socioeducando.
§2º O atendimento técnico inicial, a orientação aos familiares ou responsáveis
legais, bem como o cadastro no SIPIA, devem ser feitos em horário de
expediente.
§3° Caso o socioeducando esteja utilizando algum tipo de medicamento, esta
informação deve ser repassada, imediatamente, ao setor de saúde ou, na
ausência de funcionários desta equipe, à coordenação geral e/ou técnica, para
que não haja interrupção no tratamento.
§4º Os pertences que não puderem ficar com o socioeducando devem ser
entregues pelo setor responsável à família do mesmo ou ao seu responsável,
mediante assinatura do termo de entrega de pertences.
§ 5º Caso não seja possível realizar a entrega dos pertences à família do
socioeducando, estes deverão ser identificados e acondicionados em local
apropriado.
Art. 102. Se a unidade for desprovida de serviço de saúde, o mesmo deve ser
buscado junto aos recursos existentes na comunidade.
Art. 103. Oportunizar ao socioeducando, desde a recepção/acolhida, a
realização de atividades ao ar livre, lúdicas, de leitura e visita familiar, além de
outros direitos garantidos em legislação específica, em especial, nas Leis
Federais n°. 8.069/1990 e 12.594/2012.
Art. 104. Deve ser realizado, com a maior brevidade possível, o estudo de caso
do socioeducando, com a finalidade de se discutirem os encaminhamentos a
serem adotados, bem como subsidiar a produção de relatórios, diagnóstico
polidimensional e Plano Individual de Atendimento - PIA.
SEÇÃO IV
Da Inserção do Socioeducando
Art. 105. A inserção deverá ocorrer de forma gradual nas atividades
socioeducativas, devendo-se considerar os seguintes aspectos:
I – idade;
II – compleição física;
III – histórico e complexidade do ato infracional;
IV – nível de escolaridade;
V – existência de rivalidades e/ou desafetos.
§1º A equipe de referência deverá orientar o socioeducando quanto às
atividades socioeducativas das quais irá participar;
§2º No caso da identificação de existência de rivalidades e/ou desafetos, a
equipe de referência, em conjunto com a coordenação geral da unidade, deverá
avaliar os encaminhamentos mais adequados, frente à situação.
SEÇÃO V
Da Transferência Administrativa
Art. 106. A transferência administrativa deve acontecer, de forma excepcional,
sendo cabível apenas nos casos previstos em legislação específica.
SEÇÃO VI
Da Desinternação
Art. 107. Toda desinternação de socioeducando somente será efetuada mediante
autorização judicial, por escrito.
TÍTULO VI – DOS PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA
CAPÍTULO I – DA PASSAGEM DOS PLANTÕES
Art. 108. A passagem do plantão deve ocorrer presencialmente, momento em
que o funcionário informará as ocorrências e particularidades de seu plantão,
registradas no livro de ocorrências da unidade, sobre todas as movimentações
ocorridas no período.
§1° A passagem de serviço nas unidades dar-se-á às 07h (plantões 24x72),
mediante conferência da carga de materiais e de agentes escalados necessários
para assunção do novo serviço, bem como do quantitativo de socioeducandos;
§2° A passagem de serviço nas unidades poderá, excepcionalmente, ser
realizada às 08h (plantões 24x72), mediante autorização, por escrito, da
Presidência;
§3° Haverá, excepcionalmente, uma tolerância máxima de 15 (quinze) minutos,
para a entrada do funcionário na unidade de trabalho;
§4° Ultrapassado o prazo da tolerância, deverá ser atribuída falta ao funcionário
e o mesmo deve ser dispensado, no caso de comparecer após a tolerância
estipulada no parágrafo anterior. O responsável pelo plantão deverá fazer esse
controle, registrando-o no livro de ocorrências;
§5° Ficará a critério da coordenação geral e/ou coordenação operacional da
unidade autorizar a entrada do funcionário após o prazo de tolerância, desde
que o mesmo tenha mantido contato e informado o motivo do atraso,
devidamente justificado.
Art. 109. Deve ser realizada a conferência do número e das condições dos
materiais/instrumentos de trabalho, dando-se especial atenção para os molhos
de chaves, rádios comunicadores e carregadores, algemas, além de se verificar
que portas, ferrolhos, cadeados ou similares estejam devidamente trancados,
assim como a limpeza da unidade.
Art. 110. O responsável pelo plantão, ao assumir o serviço, deverá fazer a leitura
do livro de ocorrências, repassando para os ASEs as novas determinações, assim
como ratificar as deliberações antigas.
Art. 111. O responsável pelo plantão deve fazer o planejamento e a organização
das atividades a serem desenvolvidas durante o plantão, inclusive, as saídas
externas de socioeducandos, bem como o registro das ocorrências diárias em
livro específico, descrevendo, detalhadamente, as alterações percebidas.
Art. 112. O agente socioeducativo que estiver encerrando o turno, inclusive nos
casos de custódia hospitalar, somente poderá retirar-se do posto de serviço
depois da chegada do rendeiro que está assumindo o plantão, após ter-lhe
repassado todas as informações e orientações que se fizerem necessárias.
Art. 113. O responsável pelo plantão que estiver encerrando o turno somente
poderá retirar-se da unidade depois da chegada do seu rendeiro, após ter-lhe
repassado todas as informações e orientações que se fizerem necessárias.
Art. 114. Na passagem do plantão/turno, caso haja qualquer alteração
considerada prejudicial ao bom funcionamento do serviço, o agente
socioeducativo deve solicitar a presença do superior imediato, para ciência e
resolução do problema, devendo ausentar-se apenas depois de adotadas todas
as providências para o encaminhamento de solução da ocorrência.
CAPÍTULO II – DOS DESLOCAMENTOS DE SOCIOEDUCANDOS
EM UNIDADES DE INTERNAÇÃO
Art. 115. Os socioeducandos deverão ser revistados sempre que saírem e/ou
adentrarem em seus alojamentos.
Parágrafo único. Na impossibilidade de revista minuciosa na saída do
alojamento, dever-se-á realizar revista de busca corporal e revista minuciosa no
retorno ao alojamento.
Art. 116. Dentro das unidades, todo deslocamento será precedido por uma
revista nos locais das atividades, espaços de convivência ou alojamentos,
devendo ser registrada em livro de ocorrências toda e qualquer alteração
observada.
Art. 117. As revistas minuciosas são de caráter preventivo, visando a coibir o
porte e circulação de objetos e substâncias não permitidos e a manutenção da
ordem e segurança na unidade.
Art. 118. A revista minuciosa nos socioeducandos deve ser realizada
respeitando-se a dignidade da pessoa humana.
CAPÍTULO III – DO USO DAS ALGEMAS
Art. 119. Instrumentos de contenção, como algemas, somente poderão ser
utilizados por agentes socioeducativos, nas seguintes situações:
I – em casos de resistência e de fundado receio de fuga durante o deslocamento
do socioeducando, fora da área de segurança e/ou durante translado, desde que
justificada a excepcionalidade, por escrito;
II – em casos de perigo à integridade física, própria do socioeducando ou
alheia, por parte do socioeducando e/ou de terceiros, desde que justificada a
excepcionalidade, por escrito.
§1º Em qualquer situação em que seja necessária a saída do socioeducando da
unidade fazendo uso da algema, o funcionário que o acompanha deve portar
termo de justificativa, assinado pela coordenação geral da unidade, salvo nas
situações emergenciais, em que a utilização será registrada posteriormente;
§2º Deve-se evitar o deslocamento de forma vexatória ou que demonstre
subjugação do socioeducando, cabendo a seu condutor evitar, quando possível,
a exposição dos instrumentos de contenção;
§3º O funcionário que descumprir o disposto no Caput poderá ser
responsabilizado disciplinar, civil e penalmente.
CAPÍTULO IV – DOS PROCEDIMENTOS DE REVISTA
SEÇÃO I
Considerações Gerais
Art. 120. Todos os procedimentos de revista devem respeitar os princípios da
personalidade e da dignidade da pessoa humana.
SEÇÃO II
Dos Materiais Proibidos
Art. 121. É proibida a entrada dos seguintes materiais nas unidades
socioeducativas:
I – armas de fogo e munições;
II – objetos perfurocortantes: facas, navalhas, estiletes, canivetes, metais
pontiagudos e outros similares;
III – quaisquer tipos de drogas ilícitas;
IV – bebidas alcoólicas;
V – fósforos, isqueiros ou similares;
VI – produtos inflamáveis;
VII – produtos inalantes;
VIII – revistas pornográficas e/ou eróticas;
IX – periódicos que fazem apologia à violência;
X – jornais que tragam notícias do mundo do crime;
XI – telefones celulares, smartphones, câmeras fotográficas ou filmadoras,
excetuando-se nos casos previamente autorizados;
XII – rádios comunicadores, exceto os oficiais, fornecidos pela Funase;
XIII – quaisquer objetos que, a juízo da coordenação geral, constituir ameaça à
vida, à integridade física, emocional e moral dos socioeducandos e funcionários
e/ou risco de causar danos ao patrimônio;
XIV – qualquer espécie de serra, exceto nos casos de funcionários de empresas
que estejam realizando obras na unidade;
XV – espelhos e vidros, independentemente do tamanho;
XVI – explosivos ou quaisquer tipos de fogos de artifício ou de estampido;
XVII – sprays de pimenta, de gengibre, de menta ou similares.
Parágrafo único. O material proibido deverá ser apreendido e encaminhado,
juntamente com o infrator, para a delegacia de polícia competente, para que
todas as providências legais sejam adotadas.
SEÇÃO III
Da Revista
Art. 122. A revista estrutural destina-se a coibir, localizar e apreender objetos
cuja posse, porte e circulação sejam vetados, conforme art. 123 deste
Procedimento, além de detectar falhas ou depredações na estrutura física da
área de segurança.
Art. 123. A revista estrutural compreende a verificação dos diversos setores que
compõem a área de segurança ou perímetro da unidade socioeducativa,
mediante os seguintes procedimentos:
§1º Diariamente, a observação e conferência da estrutura física, em especial, dos
locais de grande circulação de socioeducandos, detectando falhas e/ou
depredações e também a conferência das condições de uso dos objetos
utilizados pelos socioeducandos.
§2º Quando necessário, o exame minucioso dos colchões, cobertores, lençóis,
toalhas e outros objetos mantidos, junto ao socioeducando, em seu alojamento.
Art. 124. Conferir se a estrutura física, os equipamentos e os dispositivos estão
íntegros, em funcionamento e respondendo à demanda existente.
Art. 125. Só devem permanecer em circulação os materiais em número
estritamente necessário, sendo o excedente recolhido em local apropriado.
Art. 126. A revista estrutural, realizada pelos agentes socioeducativos do
período noturno, será mais extensa e completa, devendo ocorrer todas as noites,
nos seguintes locais:
I – pátios, incluindo a tela de proteção, onde houver;
II – banheiros coletivos;
III – ralos e esgotamentos de água;
IV – refeitório e suas janelas, mesas e bancos;
V – salas de aula e suas janelas, bancadas, mesas, bancos e carteiras;
VI – oficinas e suas janelas, mesas, bancadas, armários, bancos e cadeiras;
VII – corredores de acesso às oficinas e salas de aula;
VIII – salas do setor administrativo;
IX – sala de revista;
X – salas de visitas;
XI – refletores e iluminação interna e externa.
Parágrafo único. Os pedidos de substituição de refletores e lâmpadas
queimadas deverão ser encaminhados ao setor administrativo da unidade.
SEÇÃO IV
Das Condições de Revista
Art. 127. Ao socioeducando é assegurada a mínima intervenção, restrita ao
necessário para a realização dos objetivos da medida socioeducativa, sem
distinção de natureza racial, social, religiosa, política ou relativa à orientação
sexual e identidade de gênero.
§1º Para realização das revistas nos socioeducandos deve ser observado o
disposto no Caput deste artigo.
§2º É expressamente vedada a utilização de objetos ou qualquer tipo de material
pelos socioeducandos que impeça ou reduza a visibilidade interna dos
alojamentos.
Art. 128. Para realizar a revista de busca corporal, o agente socioeducativo
deverá:
I – orientar que o socioeducando se coloque em posição de revista de costas
para o agente, com os braços bem abertos e apoiando as mãos na parede,
devendo, somente, se virar, quando indicado pelo ASE;
II – orientar o socioeducando para abrir a boca, levantar a língua, os lábios,
inferior e superior;
III – orientar o socioeducando a mostrar a sola dos pés;
IV – orientar o socioeducando a mostrar os dois lados das mãos, afastando os
dedos uns dos outros;
V – orientar o socioeducando a soltar e mostrar o cabelo.
Parágrafo único. O agente se posicionará e executará a busca, tateando o corpo
do socioeducando, com especial observância para as costuras e dobras da
roupa.
Art. 129. Para realizar a revista corporal minuciosa, o agente socioeducativo
deverá orientar o socioeducando a realizar os seguintes procedimentos:
I - retirar roupas excedentes e acessórios e entregá-los ao agente, desde que não
provoque o desnudamento;
II - mostrar os dois lados das mãos, com os dedos afastados;
III - abrir a boca, levantar a língua, os lábios, inferior e superior;
IV - levantar os braços e realizar uma volta em torno de si próprio;
V - mostrar a sola dos pés;
VI - após o agente revistar cuidadosamente as peças entregues do vestuário do
socioeducando, estas serão devolvidas.
§1º Nas formas de revista de busca corporal e revista corporal minuciosa, cada
agente socioeducativo deverá possuir um ou mais pares de luvas, destinadas ao
procedimento e, ainda, deverá ter a presença de outro agente, que ficará
observando o procedimento e servindo como apoio, com o intuito de auxiliar na
segurança e demais movimentações dos socioeducandos.
§2º Ao verificar alguma anormalidade na integridade física do socioeducando
ou porte de objeto/substância não autorizado, o fato deverá ser comunicado ao
superior imediato.
Art. 130. Deve o agente socioeducativo executor da revista:
I – atuar de forma organizada e planejada, sem improvisos;
II – agir com calma e não incitar os socioeducandos, tratando-os com respeito e
firmeza, dentro da legalidade, sempre zelando pelos pertences, pois a revista é
uma tarefa de rotina;
III – realizar, sempre que possível, a revista diariamente e, quando necessário,
mais de uma vez no mesmo dia.
§1º Ao assumir o serviço, os agentes socioeducativos devem examinar, com
atenção, os aspectos gerais e os detalhes de todos os espaços físicos da unidade,
tais como salas, refeitórios, alojamentos, quartos, áreas externas e outros
ambientes, verificando se existem materiais e/ou objetos que possam ameaçar a
segurança da unidade, dos socioeducandos e/ou dos funcionários e, em caso
positivo, retirá-los;
§2º A revista pessoal nos socioeducandos deverá ser realizada antes e depois de
cada atividade, e durante, quando a situação exigir;
§3º Os alojamentos deverão estar sempre vazios no momento da revista,
devendo-se dispensar cuidados especiais com objetos de valor e com a
arrumação do alojamento, evitando prejuízos e/ou danos aos objetos pessoais
dos socioeducandos sempre em ambiente reservado e apropriado;
§4º Sempre deverão ser empregados mais de um agente na execução das
revistas;
§5º Caso haja mais de um socioeducando para ser revistado, os mesmos
deverão ficar lado a lado e de frente para a parede, onde será feita a revista de
cada socioeducando por vez, ficando um segundo agente responsável pela
segurança daquele que estiver executando a revista.
§6º A revista nas socioeducandas deverá ser executada, exclusivamente, por
agentes do sexo feminino.
SEÇÃO V
Da Revista Completa e Inopinada
Art. 131. Denomina-se revista completa e inopinada, aquela que contempla
procedimentos tanto da revista estrutural, quanto da corporal minuciosa.
Art. 132. A revista inopinada tem por objetivo garantir as condições adequadas
de segurança ao trabalho dos funcionários e socioeducandos, pautando-se no
fator surpresa como elemento inibidor às ações que atentem contra as normas
de segurança e convivência, ou seja, é realizada em dia e hora conhecida
somente pela coordenação geral e operacional.
Art. 133. A revista inopinada somente será realizada em situações excepcionais,
para desarticular ou desmobilizar alguma organização e/ou movimento dos
socioeducandos com o objetivo de realizar tumultos, rebeliões, fugas,
depredação do patrimônio público ou ainda quando se têm fundadas suspeitas
de que os socioeducandos estão em posse de objetos não autorizados.
Art. 134. A realização da revista completa e inopinada ocorrerá após a análise
dos seguintes fatores, em conjunto ou isoladamente:
I – quais os prováveis socioeducandos envolvidos;
II – se há suspeita de porte de objetos proibidos;
III – quais serão os prováveis impactos posteriores;
IV – quais serão as prováveis ações subsequentes.
CAPÍTULO V – DO RÁDIO COMUNICADOR
Art. 135. O uso de rádio comunicadores tem as seguintes finalidades:
I – otimizar o uso do tempo de trabalho, evitando deslocamentos
desnecessários;
II – sincronizar os deslocamentos de socioeducandos e/ou de grupos, a fim de
evitar encontros entre os mesmos que possam desencadear situações de tensão
e confronto;
III – informar o andamento dos trabalhos desenvolvidos nos diferentes setores,
esclarecendo dúvidas, somando e articulando esforços.
Art. 136. A equipe que passa o plantão deve entregar o rádio ao plantão
subsequente, em condições de uso, principalmente com bateria carregada,
devendo todo funcionário fazer o uso adequado dessa ferramenta de trabalho.
Art. 137. Cada funcionário ou grupo responsável por determinado espaço, deve
ter a carga de um aparelho em específico.
TÍTULO VII - USO DA FORÇA E GERENCIAMENTO DE CRISES
SEÇÃO I
Dos Princípios para o Uso da Força
Art. 138. O emprego da força, dentro das unidades socioeducativas, deve
obedecer aos seguintes princípios:
I – Legalidade, sendo o uso de força limitado para atingir um objetivo legítimo,
devendo-se, ainda, observar a forma estabelecida, conforme dispositivos legais;
II – Necessidade, sendo que o uso da força somente deve ocorrer quando
outros meios forem ineficazes para atingir o objetivo desejado;
III – Proporcionalidade, sendo que o uso da força deve ser empregado,
proporcionalmente, à resistência oferecida, levando-se em conta os meios dos
quais o agente socioeducativo dispõe;
IV – Conveniência, ressalvando-se que, mesmo que no caso concreto, o uso de
força seja legal, necessário e proporcional, é preciso observar se não coloca em
risco outras pessoas e/ou se é razoável utilizar-se desse meio;
V – Disciplina, como meio para realização do atendimento socioeducativo.
Art. 139. É proibido o uso de força na unidade, exceto para impedir o
socioeducando de se ferir, ferir o agente socioeducativo ou mesmo terceiros,
bem como para evitar que cause destruição ao patrimônio público e em ações
proporcionais ao gerenciamento de crise.
Parágrafo único. Se um nível de intensidade falhar ou se as circunstâncias
mudarem, o nível de força deve ser redefinido pela coordenação geral ou pela
coordenação operacional, de forma consciente e ponderada.
SEÇÃO II
Dos Requisitos Para o Uso De Força
Art. 140. Para o uso de força, os funcionários da unidade devem adotar as
seguintes providências:
I – esgotar todas as possibilidades de diálogo;
II – usar a força durante o tempo estritamente necessário, vedadas em qualquer
caso, posturas, condutas ou atitudes que objetivem humilhar ou degradar os
socioeducandos;
III – escalonamento no uso da força e dos instrumentos de coação.
Art. 141. O uso da força dentro da unidade deverá ser autorizado somente pelo
Coordenador Geral e, na ausência deste, pelo Coordenador Operacional ou pelo
responsável pelo plantão, sempre em ato devidamente fundamentado.
Parágrafo único. O uso de equipamentos de defesa pessoal, intervenção tática e
de coerção utilizados nas unidades socioeducativas, assim entendidos, escudos,
coletes, capacetes, algemas, luvas ou outros regulamentados, dependem de
autorização.
Art. 142. Para efeito de uso da força dentro das unidades socioeducativas, são
considerados casos excepcionais:
I – quando o recurso a outros métodos de controle menos coercitivos se revelar
ineficaz;
II – os casos de legítima defesa e de resistência, quando o socioeducando
oferecer grave ameaça a sua integridade física, à integridade física do agente
socioeducativo ou de terceiros ou mesmo ao patrimônio público;
III – de tentativa de fuga das unidades de privação de liberdade;
IV – caracterização de situações limite, tais como, brigas, vandalismo, motins,
tumultos, rebeliões, fugas, invasões, incêndios, agressões e outras ocorrências
semelhantes, desde que esgotados os outros meios de resolução de conflitos.
SEÇÃO III
Das Regras para o Uso da Força
Art. 143. O emprego de força dentro das unidades socioeducativas deve ser
realizado de forma progressiva, respondendo a cada situação específica com a
força equivalente, necessária à resolução do evento.
Art. 144. A avaliação de cenário e a definição pelo acionamento da força policial
são de responsabilidade do coordenador geral e, na ausência dele, do
coordenador operacional da unidade.
Parágrafo único. Avaliando ser necessário acionar a força policial para atuar no
interior da unidade, o Coordenador Geral deve informar à Presidência e à
Coordenadoria de Segurança da Funase sobre a decisão tomada.
SEÇÃO IV
Das Crises
Art. 145. É considerado situação de crise um evento ou situação crucial que
ameace a segurança interna ou externa, comprometa o desenvolvimento do
Projeto Político-Pedagógico e exija uma resposta especial imediata, a fim de
assegurar uma solução aceitável, sempre considerando os aspectos legais,
morais e éticos.
Parágrafo único. Nas situações de crise, faz-se necessário:
I – alertar, de imediato, todos os agentes socioeducativos e demais funcionários
da unidade;
II – na possibilidade de ocorrência de qualquer situação de anormalidade, os
agentes socioeducativos deverão, sempre que possível, dirigir-se para a entrada
dos alojamentos, quartos, casas, blocos, alas e/ou pavilhões, trancando a grade
principal, para evitar a saída dos socioeducandos, não permitindo que o
movimento se espalhe para outros locais;
III – em caso de tumulto, manter os socioeducandos trancados nos devidos
alojamentos, quartos, casas, blocos, alas e/ou pavilhões, solicitando, em seguida,
a presença da coordenação geral da unidade, para que seja feita uma avaliação
da situação, visando ao acionamento ou não da Polícia Militar;
IV – nas ocorrências de tumultos e/ou rebeliões, retirar os socioeducandos do
interior dos espaços de segurança, visto que estes são os mais vulneráveis e,
geralmente, são as vítimas dos insurgentes, devendo ser colocados em uma área
segura, de preferência, próxima à área da portaria da unidade, até a chegada da
Polícia Militar, sendo necessário solicitar apoio de outros agentes;
V – deve-se prestar socorro aos socioeducandos que estejam feridos por terem
sido agredidos e/ou ameaçados de morte pelos insurgentes;
VI – quando se tratar de infração penal, os líderes do movimento devem ser
identificados e encaminhados à delegacia de polícia para os procedimentos
legais.
Art. 146. Todos os funcionários devem estar atentos aos possíveis fatores
desencadeadores e/ou indicadores de situações de crise, de forma a preveni-las.
Art. 147. Revistas estruturais na unidade, além das revistas pessoais dos
socioeducandos, devem ser realizadas periodicamente para prevenir a
ocorrência e evolução de situações de crise.
Art. 148. São considerados possíveis situações de crise os casos de:
I – motim: todo ato de rebeldia e indisciplina isolada ou em grupo de
socioeducandos, sem causar influência direta aos demais socioeducandos;
II – tumulto: todo ato de rebeldia e indisciplina de média proporção, que não
envolva a maioria dos socioeducandos internados;
III – rebelião: todo ato de rebeldia ou indisciplina de grande proporção,
envolvendo a maioria dos socioeducandos.
§1º Casos de motim, em geral, serão resolvidos internamente pelos agentes
socioeducativos, sob a coordenação do coordenador operacional e/ou do
responsável pelo plantão, bem como pelo coordenador geral da unidade.
§2º Os casos de tumulto podem ser solucionados internamente, através do
trabalho conjunto dos diversos setores ou com auxílio externo de órgãos
competentes, desde que autorizados pela coordenação geral ou pela
coordenação operacional da unidade.
§3º Os casos de rebelião serão solucionados mediante trabalho conjunto entre as
equipes da unidade e órgãos de apoio externo, previamente autorizados pelo
coordenador geral.
Art. 149. Em situações de crise, os funcionários não essenciais para seu
gerenciamento, prioritariamente, serão retirados dos locais que ofereçam risco.
Art. 150. Não é permitida, em hipótese alguma, a troca de reféns.
Art. 151. As informações sobre as situações de crise somente serão repassadas
aos meios de comunicação de massa/imprensa por meio da Assessoria de
Comunicação da Funase.
Parágrafo único. Em momentos de crise, a imprensa não adentrará na unidade.
Art. 152. Poderão ser convocados, em caráter emergencial, agentes
socioeducativos, técnicos e outros funcionários de apoio, de acordo com a
necessidade nas situações de crise.
SEÇÃO V
Do Gerenciamento das Crises
Art. 153. Compete à unidade a responsabilidade pela resolução de eventos
considerados simples e/ou complexos.
Art. 154. Considera-se evento simples aquele cuja ameaça à segurança pode ser
resolvida pela equipe de agentes socioeducativos presentes na unidade.
§1° São elementos que compõem um evento simples:
I – ameaças verbais;
II – desacatos;
III – agressões indiretas (atirar comida, chinelo, urina, fezes, água);
IV – danos ou destruição de materiais pedagógicos ou de consumo;
V – tentativa ou destruição de patrimônio público, pequeno dano estrutural,
destruição pontual, sem prejuízos ao funcionamento do estabelecimento;
VI – atentado contra a própria integridade física, resultando em escoriações ou
lesões leves;
VII – agressão a terceiros, sem resultar em lesão;
VIII – inexistência de armas brancas, artefatos cortantes, perfurantes e/ou
contundentes;
IX – ação protagonizada por de um a três socioeducandos.
§2° O evento simples deve ser solucionado com a mera presença dos agentes
socioeducativos, utilizando-se do poder da argumentação, orientação e/ou a
aplicação de advertência verbal visando a encerrar a ameaça.
Art. 155. Considera-se evento complexo aquele cuja ameaça à segurança é
superior à capacidade de resposta da equipe de agentes socioeducativos e do
coordenador operacional presentes na unidade, em que a mera presença dos
agentes socioeducativos e/ou a advertência verbal não sejam suficientes para o
encerramento do evento.
§1° São elementos que compõem um evento complexo:
I – todos os elementos do evento simples que não tenham resolução, mediante
mera presença ou a aplicação de advertência verbal;
II – agressão, resultando em lesão corporal leve, sem ameaça à vida;
III – existência de armas brancas;
IV – destruição extensa do patrimônio público, consideráveis danos à estrutura
física da unidade, prejudicando o funcionamento de um ou mais setores;
V – evento restrito a um setor específico da unidade: alojamento, ala, setor,
quadra, campo ou pátio;
VI – ação protagonizada por um grupo restrito de internos, evento não
generalizado;
VII – existência de refém, sem flagrante ameaça à vida, sem sevícias, sem uso
de violência, com possibilidade de negociação não especializada;
VIII – incêndio de pequena proporção, passível de ser extinto com recursos da
unidade.
§2° A resolução do evento complexo é possível por meio da coordenação de
esforços dos setores da unidade ou pela atuação da coordenação geral.
Havendo necessidade de intervenção física ou negociação especializada, a
Polícia Militar deverá ser acionada.
Art. 156. Considera-se evento crítico aquele cuja ameaça à segurança é superior
à capacidade de resposta de todos os setores da unidade.
§1° São elementos que compõem evento crítico:
I – elementos do evento complexo que não puderam ser solucionados pela
equipe da unidade;
II – existência de armas de fogo e munições;
III – destruição extensa do patrimônio público, inutilização de uma ou mais
áreas da unidade;
IV – evento disseminado em diversos setores da unidade;
V – número de insurgentes, duas vezes superior ao número de agentes
socioeducativos presentes no estabelecimento;
VI – existência de um ou mais reféns, com flagrante ameaça à vida;
VII – sevícias contra socioeducandos em convivência protetora (sob ameaça a
sua integridade física) ou reféns;
VIII – incêndio em grande área da unidade, não controlável pelos funcionários;
IX – perda de controle de 50% ou mais do estabelecimento.
§2° Tendo em vista que a atuação dos setores da unidade não é suficiente para a
resolução do evento, há necessidade da ação integrada da unidade com forças
de defesa social.
Art. 157. É de responsabilidade do Coordenador Geral da Unidade, com o apoio
da Coordenadoria de Segurança da Funase, a avaliação constante e sistemática
da capacidade de resposta, bem como o desenvolvimento de planos de
contingência específicos para cada unidade, considerando a estrutura física, os
recursos humanos e a capacidade de atendimento.
Art. 158. O Coordenador Geral da Unidade, no momento do evento crítico,
deverá imediatamente, seguir os procedimentos de evacuação e acionar os
órgãos da Secretaria de Defesa Social da região, responsável pela atuação
policial especializada em situações de crise.
Parágrafo único. Na ausência do coordenador geral, respondem pela unidade
na ordem sucessiva, o coordenador técnico, o coordenador operacional e/ou o
coordenador administrativo.
SEÇÃO VI
Da Evacuação nas Unidades de Atendimento Socioeducativo
Art. 159. Uma vez estabelecida a situação de crise caracterizada como evento
crítico, a coordenação geral da Unidade, além de acionar a Presidência, a
Coordenadoria de Segurança e a Corregedoria da Funase para relatar o
ocorrido, deverá imediatamente garantir:
I – a emissão de alerta e a interrupção das atividades de rotina;
II – a organização dos funcionários atuantes na crise e a distribuição de suas
respectivas funções;
III – a retirada de materiais que possam dar suporte à insurgência;
IV – a convocação de funcionários de reforço;
V – a restrição da entrada de pessoas não autorizadas;
VI – a evacuação de pessoal não fundamental para o gerenciamento da crise.
Parágrafo único. Estabelece-se como padrão a evacuação total e imediata de
técnicos, professores, pessoal administrativo e de serviços gerais, visitantes,
voluntários e demais profissionais que não possuam atribuição definida ou não
sejam convocados a auxiliar no gerenciamento da crise.
Art. 160. O plano de evacuação tem por objetivo promover a saída, o mais
rápido possível, de todas as pessoas que não são necessárias à resolução da
situação de crise. Para tanto, deve-se proceder:
I – a identificação clara e prévia de todas as vias de evacuação, principais e
alternativas;
II – a definição dos pontos de encontro, para a conferência das pessoas retiradas
e a identificação de possíveis desaparecidos e/ou não retirados;
III – a garantia de que todos os funcionários têm conhecimento dos
procedimentos a serem adotados para a mais rápida evacuação possível.
SEÇÃO VII
Das Ocorrências de Incêndio
Art. 161. Ao assumir o serviço, os agentes socioeducativos deverão se certificar
da existência e localização dos extintores de incêndio e das suas condições de
uso.
§1° Quando um incêndio for localizado em um dos alojamentos, quartos, casas,
blocos, alas e/ou pavilhões, que estejam ocupados por socioeducandos, a
providência inicial será a retirada destes dos locais e, em seguida, combater o
fogo, utilizando os extintores que estão disponibilizados pela unidade.
§2° Caso o incêndio seja de grande proporção, deverão ser adotadas as
providências citadas no item anterior, como também ser acionado o Corpo de
Bombeiros Militar.
§3° Sempre, deve-se identificar a motivação do incêndio, bem como atentar para
o fato de que, nessas situações, os socioeducandos ficam bastante inquietos e há
a possibilidade da ocorrência de tumultos, tentativas de fugas ou mesmo de
rebeliões.
§4° Nos casos de incêndio, os socioeducandos deverão ser colocados em local
seguro, para salvaguardar suas vidas.
TÍTULO VIII - DAS PERMUTAS DE PLANTÃO
Art. 162. A permuta poderá ocorrer, desde que formal e, previamente,
requisitada ao coordenador geral da unidade, e devidamente autorizada, nos
moldes do Formulário de Permuta de Plantão, que deverá ser encaminhado à
Diretoria Geral de Gestão do Trabalho e Educação – DGGTE, mensalmente,
juntamente com a frequência dos funcionários.
§1° A permuta deverá constar no Livro de Ocorrências da unidade, na data do
plantão trocado, e a assinatura deverá ser do funcionário que estiver
trabalhando no dia do plantão;
§2° As permutas ficam limitadas a 02 (duas) vezes ao mês, limitadas ao máximo
de 24 (vinte e quatro) ao ano;
§3° A responsabilidade pela permuta de plantão é exclusiva do Coordenador
Geral da unidade, não podendo ser delegada;
§4° A permuta somente poderá ser efetivada entre funcionários de uma mesma
categoria;
§5° A permuta somente poderá ocorrer dentro do mesmo mês;
§6° Caberá à Corregedoria e à Coordenadoria de Segurança, quando da
inspeção, verificar a obediência ao estabelecido nessas regras de permuta de
plantão, devendo, no caso de encontrar irregularidades, fazê-las constar no
Livro de Ocorrências, bem como proceder com a abertura de procedimento
destinado a apurar responsabilidades.
TÍTULO IX - DO REVEZAMENTO NOTURNO
Art. 163. Os funcionários que trabalham nas unidades socioeducativas, no
sistema de plantões, em jornada de 24 X 72 horas, poderão se revezar no turno
da noite, conforme as regras deste Procedimento.
§1° O quantitativo de agentes socioeducativos presentes deverá ser dividido por
dois grupos, denominados A e B;
§2° Um dos grupos sempre deverá estar em serviço, de forma que apenas um
poderá estar no repouso noturno, enquanto o outro estará distribuído em seus
postos de serviços;
GRUPO DE
AGENTES
HORA INICIAL DO
REVEZAMENTO (REPOUSO)
HORA FINAL
A 00:00 03:00
B 03:01 06:00
§3° Às 06:00h, todos os agentes devem estar em seus postos de serviços,
aguardando a rendição, para que ocorra a passagem de plantão;
§4° O revezamento poderá ser suspenso, a critério do coordenador geral ou do
coordenador operacional, ou mesmo do responsável pelo plantão, se o serviço
assim o exigir;
§5° Deverá haver um rádio comunicador nos dormitórios dos agentes, pois, se
ocorrer alguma anormalidade no curso da noite, os agentes serão convocados a
dar apoio e deverão seguir para o local de onde foi solicitado suporte.
Art. 164. Cada unidade socioeducativa deverá disponibilizar, nas respectivas
portarias, um exemplar deste instrumento, para consulta pelos interessados.
Art. 165. Os casos omissos serão resolvidos pela Presidência, Coordenadoria de
Segurança e Corregedoria da Funase, ouvidos, se for o caso, os coordenadores
gerais das unidades.
Art. 166. Ficam revogadas as disposições em contrário, especialmente a Portaria
Interna nº 001 de 06 de janeiro de 2015 e o Manual de Segurança da Funase.
Art. 167. Publique-se e cumpra-se.
Nadja Maria Alencar Vidal Pires
Diretora-Presidente da Funase
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