possib alternat polít econ bras fernando ferrari
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Possibilidades e Alternativas para a Política Econômica Brasileira
Fernando Ferrari FilhoProfessor Titular da UFRGS e Pesquisador do CNPqhttp://www.ppge.ufrgs.br/ferrari e ferrari@ufrgs.br
Fundação de Economia e EstatísticaPorto Alegre, 26 de setembro de 2013
Estrutura
• Grande Recessão (GR);• Impactos da GR na Economia Brasileira;• Problemas e o Que Fazer?
GR?
• Recessão (2009) e estagnação e ligeira recuperação (2010, 2011, 2012 e 2013) → G7 e China;
• Expansões fiscal e monetária elevaram a liquidez, estimulando os capitais a procurarem retornos atrativos (bolhas especulativas de ativos nas economias emergentes? Operações de carry trade), e chegaram ao limite;
• Deterioração fiscal dos EUA, dos países da UME e do Japão;
• Problemas no sistema financeiro chinês, pressão por salários e maior demanda de consumo (centros rurais x centros urbanos) e bolhas de ativos na China;
• Problemas adicionais para a zona do euro: Como inserir os países do leste europeu? Flexibilizar (ou não) o Pacto de Estabilidade e Crescimento? Saídas de países periféricos? Solução para as dívidas soberanas e para a crise bancária?
Impactos da GR na Economia Brasileira
• Aspectos Negativos:
(i) 2009-2012, PIB pífio, média de 2,6% ao ano, e à la stop-and-go; (ii) Limitação das políticas contracíclicas para expandir consumo?
Endividamento das famílias↑ e inadimplência↑; (iii) Principais parceiros comerciais em crise ou em desaceleração; (iv) Volatilidade do câmbio e juros elevados (taxas médias de juros,
agosto/2013, segundo a Associação Nacional de Executivos de Finanças: PF = 89,0% e PJ = 44,0%);
(v) Políticas industriais (“Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior”, de 2004; “Política de Desenvolvimento Produtivo”, de 2008; e “Plano Brasil Maior”, de 2011) não conseguiram expandir a relação I/PIB.
(vi) Medidas contracíclicas:2009Redução de impostos para diversos produtos (automóveis)Redução TJLP (6,25% para 6,0%) e Selic (13,75% para 8,75%);Liberação e redução dos depósitos compulsórios;Minha casa, Minha Vida;Criação de IOF (2,0%) para investimento estrangeiro em renda fixa (RF). 2010Redução de tributos e regras para compras governamentais;Aumento Selic (8,75% para 10,75%);Aumento da alíquota de IOF (6,0%) para investimento estrangeiro em RF.
2011 Ajuste fiscal: redução de R$ 50 bilhões nas despesas primárias;Aumento da exigência dos compulsórios e medidas macroprudenciais;Aumento das alíquotas de compras no exterior (6,38%);Redução de impostos para “linha branca”, automóveis e construção civil;Elevação (10,75% para 11,25%) e redução (11,25% para 11,0%) da Selic;Redução e aumento do IOF sobre crédito ao consumidor (3,0% para 1,5% e 1,5% para 3,0%); Plano Brasil Maior.2012 Redução das taxas de juros e dos spreads dos bancos públicos;Redução da TJLP de 6,0% para 5,5% e da Selic de 11,0% para 7,25%;Alteração das regras da poupança;Programa Brasil Carinhoso.
2013Redução da TJLP (5,5% para 5,0%) e aumento da Selic de 7,25% para 8,5%;Corte dos custos de energia;Desoneração da cesta básica;Eliminação do IOF para investimento estrangeiro em RF;Ajuste fiscal parcial.
2010.I
2010.II
2010.III
2010.IV2011.I
2011.II
2011.III
2011.IV2012.I
2012.II
2012.III
2012.IV2013.I
2013.II
-15.0
-10.0
-5.0
0.0
5.0
10.0
15.0
Agropecuária Indústria ServiçoFonte: IBGE
PIB, trimestre contra trimestre (%)
2010.I
2010.II
2010.III
2010.IV2011.I
2011.II
2011.III
2011.IV2012.I
2012.II
2012.III
2012.IV2013.I
2013.II
-10.0
-5.0
0.0
5.0
10.0
15.0
PIB Consumo das famílias FBKF Exportação Importação
Fonte: IBGE.
PIB, trimestre contra trimestre (%)
2010.I
2010.II
2010.III
2010.IV
2011.I
2011.II
2011.III
2011.IV
2012.I
2012.II
2012.III
2012.IV
2013.I
2013.II
-10
-5
0
5
10
15
20
25
30
Contas Externas (US$ bilhões)
Déficit em transações correntes Saldo da balança comercial
Fonte: BCB.
Composição das Exportações
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Manuf. Semimanuf. BásicosFonte: FUNCEX
2010.I
2010.II
2010.III
2010.IV2011.I
2011.II
2011.III
2011.IV2012.I
2012.II
2012.III
2012.IV2013.I
2013.II100
120
140
160
180
200
220
240
260Índice de Commodities
Alimentos e Bebidas Matérias primas industriais
Matérias Primas Agrícolas Metal
Energia
Fonte: FMI.
Selic (%)
1/1/2
010
2/22/2
010
4/15/2
010
6/6/2
010
7/28/2
010
9/18/2
010
11/9/2
010
12/31/2
010
2/21/2
011
4/14/2
011
6/5/2
011
7/27/2
011
9/17/2
011
11/8/2
011
12/30/2
011
2/20/2
012
4/12/2
012
6/3/2
012
7/25/2
012
9/15/2
012
11/6/2
012
12/28/2
012
2/18/2
013
4/11/2
013
6/2/2
013
7/24/2
0136
7
8
9
10
11
12
13 12.5
9
Fonte: Ipeadata
2010.I
2010.II
2010.III
2010.IV2011.I
2011.II
2011.III
2011.IV2012.I
2012.II
2012.III
2012.IV2013.I
2013.II1.5
1.6
1.7
1.8
1.9
2.0
2.1
2.2
70.0
72.0
74.0
76.0
78.0
80.0
82.0
84.0
86.0
88.0
90.0
Taxa de Câmbio, média trimestral
Câmbio nominal Câmbio real
Fonte: Ipeadata e BCB.
câm
bio
nom
inal
Índi
ce d
a tx
. rea
l efe
tiva
2010.I
2010.II
2010.III
2010.IV
2011.I
2011.II
2011.III
2011.IV
2012.I
2012.II
2012.III
2012.IV
2013.I
2013.II
2.32.6
3.6
2.4
4.13.8
2.52.2
4.5
1.8
0.9
2.5 2.7
1.8
Superávit Primário, média no trimestre (% PIB)
Fonte: BCB.
Índice Gera
l
1. alim
entaç
ão e
bebidas
2. hab
itação
3. artigo
s de r
esidên
cia
4. vestu
ário
5. tran
sportes
6. saúde e
cuidad
os pess
oais
7. desp
esas p
essoais
8. educaç
ão
9. comunica
ção
0
2
4
6
8
10
12
2010 2011 2012 2013 (acum. 12 meses até agosto)
Fonte: IBGE
Inflação (%)
Jan-10
Mar-10
May-10
Jul-10
Sep-10
Nov-10Jan-11
Mar-11
May-11
Jul-11
Sep-11
Nov-11Jan-12
Mar-12
May-12
Jul-12
Sep-12
Nov-12Jan-13
Mar-13
May-13
Jul-13
4.00
4.50
5.00
5.50
6.00
6.50
7.00
7.50
6.09
Fonte: IBGE
Inflação Acumulada em 12 meses (%)
Impactos da GR na Economia Brasileira
• Aspectos positivos:
(i) Salário mínimo e rendimento médio cresceram; (ii) Taxa de desemprego caiu; (iii) Elevação da relação Crédito/PIB; (iv) Queda da relação Dívida Pública/PIB.
Salário Mínimo (R$)Ano Salário Mínimo (R$)
1995 100,01996 112,01997 120,01998 130,01999 136,02000 151,02001 180,02002 200,02003 240,02004 260,02005 300,02006 350,02007 380,02008 415,02009 465,02010 510,02011 545,02012 622,02013 678,0
Nota: Variação real (supondo que a inflação em 2013 seja de 5,8%) = 82,4%.Fonte: IBGE.
2010.I
2010.II
2010.III
2010.IV
2011.I
2011.II
2011.III
2011.IV
2012.I
2012.II
2012.III
2012.IV
2013.I
2013.II
1350
1450
1550
1650
1750
1850
1950
Rendimento Médio do Trabalho (R$)
Nota: Variação real, para uma inflação acumulada entre janeiro e junho de 2013 de 3,15% = 9,5%
Fonte: IBGE.
2010.I
2010.II
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2010.IV
2011.I
2011.II
2011.III
2011.IV
2012.I
2012.II
2012.III
2012.IV
2013.I
2013.II
7.47.3
6.6
5.7
6.3 6.3
6.0
5.2
5.8 5.9
5.4
4.9
5.65.9
Taxa de Desemprego, média trimestral (%)
Fonte: IBGE.
2010.I
2010.II
2010.III
2010.IV
2011.I
2011.II
2011.III
2011.IV
2012.I
2012.II
2012.III
2012.IV
2013.I
2013.II
43 4344
45 4546
47
4849
5051
53 5455
Crédito/PIB, média trimestral (%)
Fonte: BCB.
2010 2011 2012 2013 (Jul)0
10
20
30
40
50
60
70
80
3936 35 34
64 6467 65
Dívida liquida do setor público consolidadaDívida bruta do governo geral (met. 2007)
Fonte: BCB
Dívida Pública/PIB (%)
Problemas e o Que Fazer?
• Problemas? Desequilíbrio no balanço de pagamentos em transações correntes, desindustrialização da economia (perda de competitividade e câmbio), inflação acima do target, crescimento potencial baixo, esgotamento do crescimento via consumo e adiamento de reformas estrutural-institucionais.
• O que fazer? (i) Crescimento = f(wage-led, não negligenciando o setor externo) = g(Keynesiano-Institucionalista);(ii) Política monetária: (a) regras x discricionariedade? Discricionariedade! Taxa de juros para dinamizar C e I. Ou seja, substituição do inflation targeting pelo economic growth targeting; e (b) Medidas macroprudencias (riscos financeiros↓ e liquidez↑);(iii) Política fiscal contracíclica: períodos de crise, expansão fiscal x períodos de prosperidade, equilíbrio/superávit fiscal. Enfim, responsabilidade ao invés de austeridade fiscal;
(iv) Política cambial: taxa real efetiva de câmbio (TREC) de equilíbrio para evitar volatilidade e apreciação da taxa nominal de câmbio = f(câmbio administrado a partir de um Fundo de Estabilização Cambial e controle de capitais – IOF e reservas compulsórias). A ideia é que a TREC não seja tão apreciada, a ponto de criar externalidade negativa para o setor industrial, e tampouco seja muito desvalorizada para não gerar efeito pass-through;(v) Reforma tributária: ID x II, impostos sobre capital e riqueza etc. Enfim, reforma tributária com maior incidência sobre renda e riqueza e caráter de progressividade. (vi) Política industrial (crédito, subsídios, tecnologia etc.), visando aumentar a competitividade e a inserção (cenário mundial) das empresas; (vii) Políticas de renda para regular W e P, em conformidade com os ganhos de produtividade da economia e a dinâmica concorrencial;
(viii) Diversificação da pauta de exportação e dos parceiros comerciais (comércio Sul-Sul, BRICs etc.); (ix) Reforma financeira: operações de swaps de títulos pós-fixados por títulos pré-fixados, eliminação das LFTs, mudanças nas regras da poupança (maturação e rentabilidade maiores, visando funding para longo prazo), dinamização dos mercado de capitais e de títulos de dívida privada;(x) Melhores instrumentos de governança.
Em suma, mudanças estrutural-institucionais e maior coordenação entre as políticas fiscal, monetária e cambial.
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