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PRINCIPAIS DESCARGAS NO ESTUÁRIO DO TEJO
Caraterização Físico-Química, Microbiológica e Radiológica
Relatório anual de 2017
Março de 2018
Direcção Municipal de Estrutura Verde, Ambiente e Energia Divisão do Ambiente e Energia
Laboratório de Bromatologia e Águas
MONITORIZAÇÃO DAS PRINCIPAIS DESCARGAS NO ESTUÁRIO DO TEJO - 2017
REVISÃO: 00 Relatório anual de 2017 ● DMEVAE / DAE / LBA MP Pág. 1
Índice
1. Introdução 2
2. Programa de monitorização 3
2.1. Pontos de colheita 3
2.2. Plano de amostragem 3
3. Resultados analíticos 4
3.1. Caracterização físico-química e microbiológica das descargas S1, S2 e S4 4
3.2. Caracterização radiológica das descargas S1, S2 e S4 9
3.3. Caracterização físico-química do efluente das ETAR de Lisboa 10
3.3.1. Caracterização físico-química e microbiológica da ETAR de Beirolas 11
3.3.2. Caracterização físico-química e microbiológica da ETAR de Chelas 13
3.3.3. Caracterização físico-química e microbiológica da ETAR de Alcântara 15
4. Análise de resultados 17
4.1. Resultados físico-químicos e microbiológicos das descargas S1, S2 e S4 17
4.2. Resultados radiológicos das descargas S1, S2 e S4 18
5. Considerações finais 19
6. Bibliografia 20
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1. Introdução
O sistema de drenagem do concelho de Lisboa, em 1990, era formado por quatro bacias
de drenagem, designadamente, Beirolas, Chelas, Terreiro do Paço e Alcântara sendo as
águas residuais urbanas afluentes à bacia do Terreiro do Paço descarregadas no meio
recetor através do emissário submarino existente no estuário do Tejo, enquanto as águas
residuais afluentes às bacias de drenagem de Beirolas, Chelas e Alcântara eram
encaminhadas para tratamento nas respectivas ETAR.
Em 2011, depois de concluídas as obras de construção do sistema interceptor das águas
residuais afluentes à bacia do Terreiro do Paço, e respectivo encaminhamento para a
ETAR de Alcântara, o sistema de drenagem de Lisboa passou a estar agrupado nos
subsistemas de Alcântara, Beirolas e Chelas.
A CML monitoriza a qualidade do efluente tratado nas ETAR de Lisboa, através do
programa mensal do controlo do funcionamento, realizado desde 1994 pelo Laboratório
de Bromatologia e Águas (LBA) da Divisão do Ambiente e Energia (DAE) da Direção
Municipal de Estrutura Verde, Ambiente e Energia (DMEVAE).
Os resultados da caraterização físico-química do efluente final das ETAR, cujo tratamento
é actualmente o biológico sem desinfeção, são comparados com os requisitos das
licenças de utilização dos recursos hídricos, emitidas pela Agência Portuguesa do
Ambiente e com a legislação de referência, o Anexo XVIII - Valores limite de emissão
(VLE) na descarga de águas residuais do D.L. nº 236/98 de 1 de agosto.
O programa de monitorização das principais descargas ribeirinhas no estuário do Tejo
teve início em 2002 com o propósito de verificar o cumprimento da legislação de
referência, espectável pelo grau de tratamento das águas residuais afluentes às ETAR,
cujos resultados de 2017 do programa do controlo do funcionamento integram o presente
relatório.
A comparação de resultados da caracterização físico-química dos programas de
monitorização descritos, indicia a ocorrência de descargas de águas residuais não
tratadas na rede de saneamento, apesar do empenho das entidades responsáveis pela
gestão e manutenção dos subsistemas de drenagem na execução de diversas obras e
reparações em estações elevatórias e outros equipamentos, para a interceção das águas
residuais urbanas e encaminhamento para tratamento nas ETAR.
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2. Programa de Monitorização
2.1. Pontos de colheita
A localização dos pontos de colheita correspondentes à descarga das bacias de
drenagem de Beirolas, Chelas, Terreiro do Paço e Alcântara foi criteriosamente definida
com a colaboração da Divisão de Saneamento (DS) da CML, sendo designados
respectivamente, por S1, S2, S3 e S4.
Com o sistema de drenagem do município de Lisboa agrupado nas bacias de Alcântara,
Beirolas e Chelas, o ponto de colheita S3 deixou de ser considerado no programa de
monitorização, constituindo apenas um ponto de descarga em situações de emergência.
- Ponto de colheita S1 (38º47’14”N, 9º5’28”W) coincidente com o coletor de descarga do
efluente final da ETAR de Beirolas no estuário do Tejo;
- Ponto de colheita S2 (38º43’30”N, 9º10’40”W) localizado numa caixa de visita da rede
de saneamento, localizada no recinto do Terminal de Contentores da Sotagus em
Xabregas (TCSA), a montante do ponto de descarga no estuário do Tejo;
- Ponto de colheita S4 (38º42’95”N, 9º10’31”W) situado numa caixa de visita da rede de
saneamento, a jusante da última ligação conhecida de águas residuais urbanas ao
Caneiro de Alcântara, junto à Doca de Santo Amaro, a montante do ponto de descarga
no estuário do Tejo.
2.2. Plano de amostragem
As colheitas do programa de caracterização qualitativa das principais descargas
ribeirinhas foram efetuadas pelos técnicos do LBA com a colaboração de funcionários e
apoio de viatura da Divisão de Planeamento, Gestão e Manutenção da Estrutura Verde,
entre março e dezembro de 2017 nas quatro campanhas realizadas.
O período de amostragem foi definido de acordo com a disponibilidade de recursos
humanos e materiais do LBA, tendo sido efectuada a colheita de amostra composta
sempre no período da manhã, através de 4 amostras pontuais de 2 L, colhidas com
intervalo de meia hora em torno do pico de baixa-mar, para reduzir a interferência do
efeito da maré.
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A caracterização físico-química e microbiológica foi efectuada nos respectivos
laboratórios do LBA, tendo sido determinados os parâmetros, pH, Sólidos suspensos
totais (SST), Carência bioquímica de oxigénio (CBO5), Carência química de oxigénio
(CQO), Nitritos (NO2), Nitratos (NO3), Azoto amoniacal (NH4), Azoto Kjeldahl, Fósforo
total (P total), Sulfatos, Óleos e gorduras (OG), Hidrocarbonetos (H), Fenóis, Cloretos,
Detergentes e Coliformes fecais.
Na campanha de amostragem de setembro, a caracterização físico-química das
descargas ribeirinhas incluiu os seguintes parâmetros: Sulfitos, Sulfuretos totais, Crómio
hexavalente, Crómio total, Alumínio total, Mercúrio total, Cádmio total, Chumbo total,
Cobre total, Níquel total, Manganês total e Arsénio total, analisados pelo Laboratório de
Análises do Instituto Superior Técnico (LAIST) em virtude dos métodos de ensaio não
estarem implementados no LBA.
Paralelamente à caraterização qualitativa acima descrita, o programa de monitorização
das principais descargas ribeirinhas incluiu a caracterização radiológica, através das
medidas de radioatividade por espectrometria gama, no Laboratório de Medida de
Amostras Ativas (LMAA) do Laboratório de Proteção e Segurança Radiológica (LPSR) do
CAMPUS Tecnológico e Nuclear do Polo de Loures do Instituto Superior Técnico (IST) de
Lisboa.
3. Resultados analíticos
3.1. Caracterização físico-química e microbiológica das descargas S1, S2 e S4
Os resultados analíticos obtidos nas 4 amostras compostas das descargas S1, S2 e S4
são apresentados, respectivamente, nos quadros 1, 2 e 3. As figuras 1 a 5 mostram,
respectivamente para os parâmetros SST, CBO5, CQO, Azoto amoniacal e Azoto total, os
gráficos dos resultados obtidos nas descargas S1, S2 e S4 em 2017.
A análise de resultados da caracterização físico-química é efectuada com base na
legislação de referência, o D.L. n.º 236/98, de 1 de agosto - Anexo XVIII [2].
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Quadro 1 - Caraterização físico-química e microbiológica da descarga S1
Descarga S1 30-mar-17 26-jun-17 21-set-17 06-dez-17 VLE – LR
pH 7,4 7,7 7,5 7,6 6,0 - 9,0
SST (mg/L) 7 4 2 4 60
CQO (mg O2 /L) 27 29 31 28 150
CBO5 (mg O2 /L) 8 6 7 7 40
N Nitritos (µg N/L) 47 95 319 132 -
N Nitratos (mg NO3/L) 0,81 16,49 5,00 21,11 50
N amoniacal (mg NH4/L) 29,12 16,70 33,32 11,90 10
N Kjeldahl (mg N/L) 31,12 15,99 30,46 16,13 -
N total (mg N/L) 31,35 19,81 31,91 21,03 15
P total (mg P/L) 3,46 1,47 2,61 9,49 10
Fe total (mg Fe/ L) 0,18 <0,10 <0,10 <0,10 2
Sulfatos (mg SO42- /L) 153 141 74 168 2000
Óleos e Gorduras (mg/ L) 25 <10 <10 <10 15
Hidrocarbonetos (mg/ L) <10 <10 <10 <10 15
Fenóis (mg C6H5OH /L) <0,10 <0,10 <0,10 0,13 0,5
Cloretos (mg Cl /L) 457 808 329 628 -
Detergentes (mg MBAS /L) 0,1 0,1 0,1 <0,1 2,0
Sulfitos (mg SO3/L)
<1 1,0
Sulfuretos totais (mg HS/L) <1 1,0
Crómio hexavalente (mg/L) <0,05 0,1
Crómio total (mg/L) <0,05 2,0
Alumínio total (mg/L) <0,20 10,0
Mercúrio total (mg/L)
<0,005 0,1
Cádmio total (mg/L)
<0,01 0,2
Chumbo total (mg/L) <0,10 1,0
Cobre total (mg/L) <0,10 1,0
Níquel total (mg/L) <0,10 1,0
Manganês total (mg/L) <0,05 2,0
Arsénio total (mg/L) <0,04 1,0
Coliformes fecais (NMP /100 mL) 1,21E+04 >2,42E+03 9,59E+04 6,57E+04 -
VLE - Valor limite de emissão estabelecido na legislação de referência. Resultado > VLE LR – Legislação de referência, D.L. nº 236/98 de 1 de agosto (Anexo XVIII).
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Quadro 2 - Caraterização físico-química e microbiológica da descarga S2.
Descarga S2 30-mar-17 26-jun-17 21-set-17 06-dez-17 VLE – LR
pH 7,2 7,6 7,6 7,8 6,0 - 9,0
SST (mg/L) 18 209 101 186 60
CQO (mg O2 /L) 59 355 163 242 150
CBO5 (mg O2 /L) 45 122 105 194 40
N Nitritos (µg N/L) 211 247 106 151 -
N Nitratos (mg NO3/L) 7,83 2,20 3,67 8,92 50
N amoniacal (mg NH4/L) 5,26 31,36 30,07 17,84 10
N Kjeldahl (mg N/L) 7,77 55,78 33,96 29,34 -
N total (mg N/L) 9,75 56,53 34,90 31,51 15
P total (mg P/L) 4,35 11,78 3,75 7,97 10
Fe total (mg Fe/ L) 0,31 0,66 0,32 9,38 2
Sulfatos (mg SO42- /L) 84 56 54 67 2000
Óleos e Gorduras (mg/ L) 13 <10 <10 <10 15
Hidrocarbonetos (mg/ L) <10 <10 <10 <10 15
Fenóis (mg C6H5OH /L) <0,10 0,14 <0,10 0,14 0,5
Cloretos (mg Cl /L) 80 92 139 99 -
Detergentes (mg MBAS /L) 0,2 1,2 0,4 0,4 2
Sulfitos (mg SO3/L)
<1
1,0
Sulfuretos totais (mg HS/L) ≤1 1,0
Crómio hexavalente (mg/L) <0,05 0,1
Crómio total (mg/L) <0,05 2,0
Alumínio total (mg/L) 0,3 10,0
Mercúrio total (mg/L)
<0,005
0,1
Cádmio total (mg/L)
<0,01
0,2
Chumbo total (mg/L) <0,10 1,0
Cobre total (mg/L) <0,10 1,0
Níquel total (mg/L) <0,10 1,0
Manganês total (mg/L) <0,05 2,0
Arsénio total (mg/L) <0,04 1,0
Coliformes fecais (NMP /100 mL) 3,10E+03 >2,42E+03 1,55E+06 1,55E+06 -
VLE - Valor limite de emissão estabelecido na legislação de referência. Resultado > VLE LR – Legislação de referência, D.L. nº 236/98 de 1 de agosto (Anexo XVIII).
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Quadro 3 - Caraterização físico-química e microbiológica da descarga S4.
S4 30-mar-16 26-jun-17 21-set-17 06-dez-17 VLE – LR
pH 7,2 7,7 7,2 7,7 6,0 - 9,0
SST (mg/L) 16 52 36 26 60
CQO (mg O2 /L) 76 134 142 80 150
CBO5 (mg O2 /L) 15 13 23 23 40
N Nitritos (µg N/L) 324 340 320 385 -
N Nitratos (mg NO3/L) 10,76 10,27 8,28 25,32 50
N amoniacal (mg NH4/L) 16,46 31,88 34,04 24,08 10
N Kjeldahl (mg N/L) 18,73 29,9 35,34 27,46 -
N total (mg N/L) 21,48 32,56 37,53 33,56 15
P total (mg P/L) 1,37 3,12 2,88 1,81 10
Fe total (mg Fe/ L) 0,79 0,89 1,27 0,63 2
Sulfatos (mg SO42- /L) 344 330 297 458 2000
Óleos e Gorduras (mg/ L) 13 <10 <10 <10 15
Hidrocarbonetos (mg/ L) <10 <10 <10 <10 15
Fenóis (mg C6H5OH /L) <0,10 0,2 <0,10 0,11 0,5
Cloretos (mg Cl /L) 1315 2343 2059 2054 -
Detergentes (mg MBAS /L) 0,2 0,2 0,2 0,1 2
Sulfitos (mg SO3/L) <1 1,0
Sulfuretos totais (mg HS/L)
≤1 1,0
Crómio hexavalente (mg/L)
<0,05 0,1
Crómio total (mg/L) <0,05 2,0
Alumínio total (mg/L) 0,53 10,0
Mercúrio total (mg/L) <0,005 0,1
Cádmio total (mg/L) <0,01 0,2
Chumbo total (mg/L)
<0,10 1,0
Cobre total (mg/L)
<0,10 1,0
Níquel total (mg/L) <0,10 1,0
Manganês total (mg/L) 0,09 2,0
Arsénio total (mg/L) <0,04 1,0
Coliformes fecais (NMP /100 mL) 8,40E+03 2,49E+05 1,73E+06 -
VLE - Valor limite de emissão estabelecido na legislação de referência. Resultado > VLE LR – Legislação de referência, D.L. nº 236/98 de 1 de agosto (Anexo XVIII).
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Figura 1 - Resultados de SST nas descargas S1, S2 e S4 e respectivo valor paramétrico da
legislação de referência.
Figura 2 - Resultados de CBO5 nas descargas S1, S2 e S4 e respectivo valor paramétrico da
legislação de referência.
Figura 3 - Resultados de CQO nas descargas S1, S2 e S4 e respectivo valor paramétrico da
legislação de referência.
0
60
120
180
240
300
360
30-mar-17 26-jun-17 21-set-17 06-dez-17
mg/
L
S1 S2 S4 VLE – LR
0
40
80
120
160
200
30-mar-17 26-jun-17 21-set-17 06-dez-17
mg
O2/
L
S1 S2 S4 VLE – LR
0
100
200
300
400
30-mar-17 26-jun-17 21-set-17 06-dez-17
mg
O2/
L
S1 S2 S4 VLE - LR
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Figura 4 - Resultados de Azoto amoniacal nas descargas S1, S2 e S4 e respectivo valor
paramétrico da legislação de referência.
Figura 5 - Resultados de Azoto total nas descargas S1, S2 e S4 e respectivo valor paramétrico da
legislação de referência.
3.2. Caracterização radiológica das descargas S1, S2 e S4
O programa de monitorização das principais descargas ribeirinhas incluiu a
caracterização radiológica, tendo sido detetado o radionuclido Iodo 131 [3] nos três
pontos S1, S2 e S4, como indicado no quadro 4.
A figura 6 apresenta o gráfico da actividade específica do Iodo 131 detetada nas
descargas em 2017, e o correspondente valor paramétrico da concentração média diária
(CMD) de 2,70E+02 Bq /L [4].
0
20
40
60
30-mar-17 26-jun-17 21-set-17 06-dez-17
mg
NH
4/L
S1 S2 S4 VLE – LR
0
20
40
60
30-mar-17 26-jun-17 21-set-17 06-dez-17
mgN
/L
S1 S2 S4 VLE – LR
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Quadro 4 - Atividade específica Iodo 131 (Bq/L) detetado nas descargas.
Data colheita
Ponto colheita
30-mar-17 26-jun-17 21-set-17 06-dez-17
S1 2,49E+00 n.d. n.d. 1,56E+00
S2 n.d. n.d. n.d. 3,66E+00
S4 n.d. n.d. 2,25E+00 n.d.
n.d. – não detetado.
Figura 6 – Atividade radiológica detectada nas amostras das descargas S1, S2, S4 em 2017.
3.3. Caracterização físico-química do efluente das ETAR de Lisboa
No pressuposto de que a qualidade das principais descargas ribeirinhas reflecte a
qualidade do efluente final das ETAR de Lisboa, apresenta-se a caracterização físico-
química obtida em 2017 no âmbito do programa do controlo do funcionamento das ETAR
de Beirolas, Chelas e Alcântara, respectivamente nos quadros 5 a 7.
Nas figuras 7 a 10 são apresentados os gráficos dos resultados de SST, CBO5, CQO e
Azoto total obtidos no efluente final da ETAR de Beirolas e na respectiva descarga S1.
As figuras 11 a 14 são referentes aos gráficos dos resultados de SST, CBO5, CQO e
Azoto total obtidos no efluente final da ETAR de Chelas e correspondente descarga S2.
As figuras 15 a 18 mostram os gráficos dos resultados de SST, CBO5, CQO e Azoto total
obtidos no efluente final da ETAR de Alcântara e na correspondente descarga S4.
1,00E+00
1,00E+01
1,00E+02
1,00E+03
S1 S2 S4 S1 S2 S4 S1 S2 S4 S1 S2 S4
30-mar 26-jun 21-set 06-dez
Bq/
L
Iodo 131 (Bq/l) CMD Iodo 131 (Bq/l)
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3.3.1. Caracterização físico-química e microbiológica do efluente da ETAR de Beirolas
Quadro 5 – Caraterização físico-química e microbiológica do programa do controlo do funcionamento da ETAR de Beirolas.
Médias mensais de 2017 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
pH 7,5 7,7 7,6 7,2 7,8 7,9 7,5 7,5 7,7 7,6 7,1 7,4
SST (mg/L) 8 4 4 6 5 6 5 7 4 5 3 5
CQO (mg O2/L) 33 27 35 27 33 37 35 32 31 37 29 29
CBO5 (mg O2/L) 4 1 3 6 2 4 4 11 5 6 9 4
N nitratos (mg NO3/L) 4,12 6,20 0,66 1,73 <0,22 3,41 10,27 18,68 4,25 2,74 22,40 17,84
N amoniacal (mg NH4/L) 22,40 21,17 31,01 17,01 43,27 22,54 24,96 14,68 33,68 35,20 6,68 7,71
N total (mg N/L) 21,66 20,15 25,11 17,50 34,63 19,68 23,40 18,01 30,71 31,71 11,60 12,46
P total (mg P/L) 1,17 1,38 1,86 5,23 1,94 1,38 4,57 4,90 2,70 0,22 8,27 1,78
Colif.fecais (NMP/100 mL) 4,88E+04 2,01E+05 2,38E+04 5,21E+04 1,61E+05 3,23E+04 1,79E+05 2,26E+04 1,33E+05 8,13E+04 1,34E+04 2,92E+04
Figura 7 – Valores de SST (mg/L) obtidos em 2017 no efluente final da ETAR de Beirolas e no correspondente ponto de descarga S1.
010203040506070
Janeiro Fevereiro Março 30-mar-17 Abril Maio Junho 26-jun-17 Julho Agosto Setembro 21-set-17 Outubro NovembroDezembro 06-dez-17
Descarga ETAR Beirolas Descarga S1 VLE - Sólidos suspensos totais
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Figura 8 – Valores de CBO5 (mg O2/L) obtidos em 2017 no efluente final da ETAR de Beirolas e no correspondente ponto de descarga S1.
Figura 9 – Valores de CQO (mg O2/L) obtidos em 2017 no efluente final da ETAR de Beirolas e no correspondente ponto de descarga S1.
Figura 10 – Valores de Azoto total (mg /L) obtidos em 2017 no efluente final da ETAR de Beirolas e no correspondente ponto de descarga S1.
0
10
20
30
40
50
Janeiro Fevereiro Março 30-mar-17 Abril Maio Junho 26-jun-17 Julho Agosto Setembro 21-set-17 Outubro Novembro Dezembro 06-dez-17
Descarga ETAR Beirolas Descarga S1 VLE - Carência Bioquímica de Oxigénio
0
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Descarga ETAR Beirolas Descarga S1 VLE - Carência Química de Oxigénio
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Descarga ETAR Beirolas Descarga S1 VLE - Azoto total
MONITORIZAÇÃO DAS PRINCIPAIS DESCARGAS NO ESTUÁRIO DO TEJO - 2017
REVISÃO: 00 Relatório anual de 2017 ● DMEVAE / DAE / LBA MP Pág. 13
3.3.2. Caracterização físico-química e microbiológica do efluente da ETAR de Chelas
Quadro 6 – Caraterização físico-química e microbiológica do programa do controlo do funcionamento da ETAR de Chelas.
Médias mensais de 2017 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
pH 7 7 7 7 7 8 8 7 8 8 8 8
SST (mg/L) 9 <2 3 4 1 3 4 6 16 11 16 24
CQO (mg O2/L) 31 22 30 33 25 31 33 30 54 47 45 51
CBO5 (mg O2/L) 3 3 3 <2 4 2 4 6 6 14 6 18
N nitratos (mg NO3/L) 12,17 19,52 12,97 10,14 17,40 11,77 21,51 17,53 1,68 3,67 4,07 9,83
N amoniacal (mg NH4/L) 7,74 <0,13 8,62 4,39 <0,13 9,94 8,04 0,64 30,43 24,06 20,91 17,67
N total (mg N/L) 11,26 5,16 9,95 7,87 4,65 12,46 12,27 5,43 28,67 22,95 21,62 19,34
P total (mg P/L) 0,95 4,87 4,09 1,96 3,09 9,18 2,46 3,53 1,73 2,69 4,37 5,44
Colif.fecais (NMP/100 mL) 1,21E+04 4,08E+04 6,83E+04 6,82E+03 1,11E+04 2,63E+04 5,82E+04 3,06E+04 7,75E+04 3,47E+05 2,36E+06 9,90E+03
Figura 11 – Valores de SST (mg/L) obtidos em 2017 no efluente final da ETAR de Chelas e no correspondente ponto de descarga S2.
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Janeiro Fevereiro Março 30-mar-17 Abril Maio Junho 26-jun-17 Julho Agosto Setembro 21-set-17 Outubro NovembroDezembro 06-dez-17
Descarga ETAR Chelas Descarga S2 VLE - Sólidos suspensos totais
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REVISÃO: 00 Relatório anual de 2017 ● DMEVAE / DAE / LBA MP Pág. 14
Figura 12 – Valores de CBO5 (mg O2/L) obtidos em 2017 no efluente final da ETAR de Chelas e no correspondente ponto de descarga S2.
Figura 13 – Valores de CQO (mg O2/L) obtidos em 2017 no efluente final da ETAR de Chelas e no correspondente ponto de descarga S2.
Figura 14 – Valores de Azoto total (mg /L) obtidos em 2017 no efluente final da ETAR de Chelas e no correspondente ponto de descarga S2.
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Janeiro Fevereiro Março 30-mar-17 Abril Maio Junho 26-jun-17 Julho Agosto Setembro 21-set-17 Outubro Novembro Dezembro 06-dez-17
Descarga ETAR Chelas Descarga S2 VLE - Carência Bioquímica de Óxigénio
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Descarga ETAR Chelas Descarga S2 VLE - Carência Química de Oxigénio
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Janeiro Fevereiro Março 30-mar-17 Abril Maio Junho 26-jun-17 Julho Agosto Setembro 21-set-17 Outubro Novembro Dezembro 06-dez-17
Descarga ETAR Chelas Descarga S2 VLE - Azoto total
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REVISÃO: 00 Relatório anual de 2017 ● DMEVAE / DAE / LBA MP Pág. 15
3.3.3. Caracterização físico-química e microbiológica do efluente da ETAR de Alcântara
Quadro 7 – Caraterização físico-química e microbiológica do programa do controlo do funcionamento da ETAR de Alcântara
Médias mensais de 2017 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
pH 7,4 7,4 7,0 7,2 7,4 7,6 7,4 7,3 7,2 7,2 7,8 7,3
SST (mg/L) 16 7 15 19 10 15 16 10 16 19 5 15
CQO (mg O2/L) 93 45 87 88 74 74 71 128 109 76 73 99
CBO5 (mg O2/L) 17 11 14 12 6 10 15 14 12 11 8 15
N nitratos (mg NO3/L) 15,80 20,14 17,75 10,80 13,86 16,38 8,72 14,52 16,91 8,99 20,72 17,13
N amoniacal (mg NH4/L) 39,88 21,71 33,17 37,78 28,63 32,45 42,19 31,51 35,92 46,37 11,54 32,09
N total (mg N/L) 37,19 24,65 30,56 35,86 28,99 33,28 35,94 28,98 37,62 43,77 15,32 39,98
P total (mg P/L) 2,59 1,56 1,86 2,34 0,42 2,82 2,13 2,97 2,89 2,52 0,2 1,94
Colif.fecais (NMP/100 mL) 3,87E+05 1,40E+05 4,11E+05 3,03E+04 4,11E+05 3,65E+05 3,45E+05 4,88E+05 1,64E+05 6,87E+05 2,42E+06 6,49E+05
Figura 15 – Valores de SST (mg/L) obtidos em 2017 no efluente final da ETAR de Alcântara e no correspondente ponto de descarga S4.
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Descarga ETAR Alcântara Descarga S4 VLE - Sólidos suspensos totais
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REVISÃO: 00 Relatório anual de 2017 ● DMEVAE / DAE / LBA MP Pág. 16
Figura 16 – Valores de CBO5 (mg O2/L) obtidos em 2017 no efluente final da ETAR de Alcântara e no correspondente ponto de descarga S4.
Figura 17 – Valores de CQO (mg O2/L) obtidos em 2017 no efluente final da ETAR de Alcântara e no correspondente ponto de descarga S4.
Figura 18 – Valores de Azoto total (mg /L) obtidos em 2017 no efluente final da ETAR de Alcântara e no correspondente ponto de descarga S4.
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Janeiro Fevereiro Março 30-mar-17 Abril Maio Junho 26-jun-17 Julho Agosto Setembro 21-set-17 Outubro Novembro Dezembro 06-dez-17
ETAR Alc S4 VLE - Carência Bioquímica Oxigénio
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Janeiro Fevereiro Março 30-mar-17 Abril Maio Junho 26-jun-17 Julho Agosto Setembro 21-set-17 Outubro Novembro Dezembro 06-dez-17
ETAR Alc S4 VLE - Carência Química Oxigénio
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Janeiro Fevereiro Março 30-mar-17 Abril Maio Junho 26-jun-17 Julho Agosto Setembro 21-set-17 Outubro Novembro Dezembro 06-dez-17
Descarag ETAR Alcântara Descarga S4 VLE - Azoto Total
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4. Análise de resultados
4.1. Resultados físico-químicos e microbiológicos das descargas S1, S2 e S4
Não havendo legislação aplicável para a análise da caracterização microbiológica, a mesma
foi efectuada para conhecimento do grau de contaminação da descarga no estuário do Tejo,
sendo de referir que os resultados de Coliformes fecais são da mesma ordem de grandeza
dos obtidos no programa mensal do controlo do funcionamento das ETAR [5].
Descarga S1
Situada junto à Ponte Vasco da Gama, é coincidente com a descarga da ETAR, não
havendo por isso contribuição de águas residuais urbanas a jusante do efluente tratado.
A caraterização físico-química apresentada no quadro 1 revela uma qualidade bastante
satisfatória, com exceção dos parâmetros Azoto amoniacal e Azoto total, em que se verifica
o incumprimento dos valores paramétricos em todas as amostras.
No programa do controlo do funcionamento da ETAR de Beirolas também se constatou este
incumprimento no efluente final da ETAR entre janeiro e Outubro (quadro 5).
Quanto aos parâmetros analisados por laboratório externo, designadamente, metais
pesados, Sulfitos e Sulfuretos totais, os resultados obtidos na descarga S1 são todos
inferiores ao respectivo valor limite de quantificação do método de ensaio.
Descarga S2
Situada no TCSA de Xabregas, corresponde à descarga do efluente da ETAR de Chelas,
situada a curta distância na Estrada de Chelas.
A caracterização físico-química apresentada no quadro 2 evidencia o incumprimento da
legislação de referência para os parâmetros SST, CQO, CBO5, Azoto amoniacal e Azoto
total, em três das quatro amostras analisadas, com valores que excedem largamente os
valores paramétricos, o que se traduz numa qualidade insatisfatória da descarga S2.
Esta situação não reflete a qualidade do efluente final da ETAR de Chelas (quadro 6)
monitorizada através do programa mensal do controlo do funcionamento da ETAR, cujos
resultados revelam o cumprimento dos valores paramétricos para os parâmetros, com
exceção dos parâmetros Azoto amoniacal e Azoto total nos meses de setembro a
dezembro.
MONITORIZAÇÃO DAS PRINCIPAIS DESCARGAS NO ESTUÁRIO DO TEJO - 2017
REVISÃO: 00 Relatório anual de 2017 ● DMEVAE / DAE / LBA MP Pág. 18
Quanto aos parâmetros metais pesados, Sulfitos e Sulfuretos totais, analisados por
laboratório externo, os resultados são todos inferiores ao respectivo valor limite de
quantificação do método de ensaio, à exceção do parâmetro Alumínio, cujo valor é
significativamente inferior ao valor paramétrico.
Descarga S4
Situada junto à Doca de Santo Amaro, corresponde à descarga do efluente tratado da ETAR
de Alcântara, localizada na Av. de Ceuta perto do viaduto Eng.º Duarte Pacheco.
A caracterização físico-química apresentada no quadro 3 indica uma qualidade satisfatória
da descarga S4, com todos os resultados de SST, CBO5 e CQO inferiores aos respectivos
valores paramétricos da legislação de referência.
Quanto aos parâmetros Azoto amoniacal e Azoto total, cujos resultados evoluem
paralelamente, foram ultrapassados os respectivos valores paramétricos nas quatro
amostras analisadas, o que se constatou sistematicamente em 2017 no programa do
controlo do funcionamento da ETAR de Alcântara (quadro 7).
Quanto aos parâmetros analisados por laboratório externo, os resultados são todos
inferiores ao respectivo valor limite de quantificação do método de ensaio, à exceção dos
parâmetros Alumínio e Manganês, cujos valores são significativamente inferiores aos VLE.
4.2. Resultados radiológicos das descargas S1, S2 e S4
A deteção de atividade radiológica nas descargas ribeirinhas está relacionada com a
utilização de isótopos radioativos em técnicas de diagnóstico e terapia, realizadas em
unidades prestadoras de cuidados de saúde na área da medicina nuclear.
Através do Programa das Medidas de Radioatividade Artificial na Rede de Saneamento de
Lisboa, em curso desde 1989, o LBA procede à monitorização da descarga de efluentes
potencialmente radioactivos provenientes destes estabelecimentos, e apesar da maioria se
localizar na bacia de Alcântara, nos últimos anos tem vindo a ser detetada actividade
radiológica também nas descargas S1 e S2 revelando o seu aumento e deslocalização. [3]
No programa monitorização das principais descargas ribeirinhas de 2017 foi detectada a
actividade do radionuclido Iodo 131 em quatro das doze amostras medidas, sendo as
concentrações muito inferiores à Concentração Média Diária (CMD) cujo valor de 2,70E+02
Bq /L é calculado com base nas especificações da legislação que regula as normas de
protecção da saúde de pessoas contra radiações [4].
MONITORIZAÇÃO DAS PRINCIPAIS DESCARGAS NO ESTUÁRIO DO TEJO - 2017
REVISÃO: 00 Relatório anual de 2017 ● DMEVAE / DAE / LBA MP Pág. 19
5. Considerações finais
No âmbito do programa de monitorização das principais descargas de águas residuais
urbanas no estuário do Tejo, após análise dos resultados obtidos no período em análise,
podemos deduzir que ocorre a mistura de águas residuais não tratadas com o efluente final
da ETAR de Chelas, sendo pouco evidente essa mistura na descarga S4 correspondente à
bacia de Alcântara, o que reflete uma melhoria das condições de funcionamento da rede de
saneamento municipal.
Como tem sido constatado em anos anteriores [1], o grau de contaminação da descarga S2,
correspondente à bacia de drenagem de Chelas, não reflete a qualidade do efluente tratado
na ETAR de Chelas.
O relatório anual de 2013 da Monitorização Biológica das Zonas de Descarga das Principais
Bacias de Drenagem de Lisboa no Estuário do Tejo, do Centro de Oceanografia, [6] realça a
descarga S2 como a que apresenta piores resultados “(…) não deixa de ser surpreendente
que a área sob influência do emissário de Chelas exiba os maiores níveis de poluição
orgânica dos quatro locais estudados, quando os efluentes do Terreiro do Paço não tinham
qualquer tratamento até à sua ligação à ETAR de Alcântara em janeiro de 2011 (…)”.
Considerando pertinente a continuidade do programa de monitorização das principais
descargas no estuário do Tejo propõe-se o encaminhamento do presente relatório à Divisão
de Saneamento da CML e à empresa Águas do Tejo Atlântico, para análise do mesmo e
proposta de medidas preventivas / corretivas de modo a eliminar a mistura de águas
residuais não tratadas com o efluente da ETAR Chelas.
MONITORIZAÇÃO DAS PRINCIPAIS DESCARGAS NO ESTUÁRIO DO TEJO - 2017
REVISÃO: 00 Relatório anual de 2017 ● DMEVAE / DAE / LBA MP Pág. 20
6. Bibliografia
[1] - “Principais Descargas no Estuário do Tejo – Caraterização Físico-química, Microbiológica
e Radiológica – Março 2016 a Janeiro 2017”; Laboratório de Bromatologia e Águas,
Divisão do Ambiente e Energia, Direção Municipal de Estrutura Verde, Ambiente e Energia;
M. Perdigão; Março de 2017.
[2] - D.L. n.º 236/98 de 1 de Agosto, Ministério do Ambiente; Diário da Republica n.º176, I Série
-A, pp. 3676 – 3722, INCM, 1998.
[3] - ”Programa de Vigilância Radiológica da Rede Publica de Saneamento de Lisboa, em
2017”; Polo de Loures do Laboratório de Proteção e Segurança Radiológica do Instituto
Superior Técnico; Alfredo Baptista, P. Pereira, M. Costa; 8 de Janeiro de 2018.
[4] - D.L. n.º 180/2002 de 8 de Agosto, Ministério da Saúde, Diário da Republica n.º182, I Série
- A, pp. 5707 – 5745, INCM, 2002.
[5] - “Controlo do Funcionamento das ETAR de Lisboa – Relatório de 2017”; Laboratório de
Bromatologia e Águas, Divisão do Ambiente e Energia, Direção Municipal de Estrutura
Verde, Ambiente e Energia; M. Perdigão; Fevereiro de 2018.
[6] - “Monitorização Biológica das Zonas de Descarga das Principais Bacias de Drenagem de
Lisboa no Estuário do Tejo”, Centro de Oceanografia, M. J. Costa, P.R. Almeida, J. L.
Costa, G. Silva, C. Azeda, J. P. Medeiros, E. Sá; Dezembro de 2013.
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