produÇÃo do cimento atuação do engenheiro e processos de fabricação
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Produção do cimento:
Atuação do engenheiro e processos de fabricação.
SILVA, Amanda Fernanda das Merces1
RIBEIRO, Carlos Eduardo Silva
CAMINHA, Deborah de Oliveira
CORREA, Luana Batista Magalhães
MIRANDA, Willian Douglas
Resumo
Este trabalho tem como intuito definir o que é o cimento, demonstrando toda a sua
cadeia produtiva, desde a obtenção da matéria prima até a concepção do produto
acabado. Identificar todos os danos ambientais e sociais causados por esta
produção e demonstrar quais as medidas tomadas pelas empresas para amenizar
estes impactos, visto que os danos causados pela indústria cimenteira são
irreversíveis em curto prazo. Para amenizar estes danos as empresas desenvolvem
projetos sociais com o apoio da população situada nas proximidades das indústrias,
que são os mais prejudicados pelos danos. Temos como objetivo identificar e definir
a atuação dos engenheiros químicos e engenheiros de produção ao longo de todo o
processo produtivo e até mesmo o papel dos mesmos na minimização dos impactos
ambientais provenientes da produção.
Palavra Chave: cimento; produção; engenharia; impactos ambientais; química.
Introdução1 Alunos do curso de Engenharia Química e de Produção, da Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas, do Centro Universitário Newton Paiva
Orientadora: Juliana Sales
2
A utilização dos cimentos é bem antiga e, ao longo do tempo, este produto foi
aperfeiçoado. Os antigos egípcios usavam gesso impuro e calcinado, os gregos e
romanos usavam calcário calcinado, e posteriormente aprenderam a misturar cal,
água, areia e pedra britada, tijolos ou telhas. Este foi o primeiro concreto da história.
Outras culturas, por necessidades especiais, aprenderam a utilizar outras matérias
para melhorar a qualidade e a eficiência do concreto, como por exemplo, cinzas
vulcânicas e telhas de argila queimadas combinadas com o calcário. Com este
cimento, foram construídos diversos monumentos que duraram durante milênios. A
tecnologia na composição do cimento continuou avançando durante anos, até que
em 1845, por Isaac Johnson, o clínquer (principal componente do cimento atual) foi
formado. O cimento então passou a ser obtido pela mistura apropriada de materiais
calcários e argilosos, ou outros materiais contendo sílica, alumina ou óxidos de ferro,
aquecendo tudo a uma temperatura necessária para a clinquerização e moendo-se o
clínquer resultante. Como definição, o cimento é um pó fino com propriedades
aglomerantes, aglutinantes ou ligantes, que endurece sob ação da água. Depois de
endurecido, mesmo que seja novamente submetido à ação da água, o cimento não
se decompõe mais. Este, misturado com água e outros materiais de construção, tais
como a areia, a pedra britada, o pó-de-pedra, a cal e outros, resulta nos concretos e
argamassas usadas na construção civil (CAPURUCO, anos diversos). Hoje, a
fabricação de cimentos está espalhada por todo o mundo, sendo o Brasil
responsável por uma produção de 51.479 mil toneladas apenas no ano de 2009,
garantindo seu lugar entre os dez maiores produtores de cimento do mundo (SNIC,
2010)2. A larga escala de produção gera altos níveis de impactos sócio-ambientais.
Por isso torna-se indispensável a atuação de engenheiros químicos e de produção
para garantirem além da qualidade do produto e otimização da produção, uma
redução dos impactos nocivos e aperfeiçoamento de programas sociais.
Características do Cimento
2 http://www.snic.org.br/pdf/presskit_SNIC_2010.pdf
3
O cimento está presente em todo tipo de construção civil, e é considerado uma
commodity de baixa substitutibilidade. É um produto homogêneo, com variedade
limitada de tipos e com especificações e processo de fabricação semelhante em
todo o mundo (SNIC, 2010)3.
Composição
O cimento é composto de clínquer e de adições finamente moídas. O clínquer é o
principal componente e está presente em todos os tipos de cimento. Já as adições
variam de um tipo para outro, e são elas que definem as propriedades dos diferentes
cimentos existentes.
1. Clínquer: tem como matérias-primas o calcário e a argila. A mistura do
calcário moído juntamente com a argila, chamada de farinha ou cru, passa
por um forno cuja temperatura chega a 1450°C, e transforma-se neste
material denominado clínquer (CAPURUCO, anos diversos).
2. Adições:
(a) Gesso: tem como função básica reduzir a velocidade de endurecimento
do cimento moído, por isso o gesso é uma adição presente em todos os
tipos de cimento. Em geral a quantidade adicionada é pequena, apenas
3%. (CAPURUCO, anos diversos)
(b) Escória: é um resíduo silicoso que se forma juntamente com a fusão dos
metais (Dicionário Silveira Bueno, 2001). Adicionado à moagem do
clínquer com gesso, guardado em certas proporções, permite ao produto
maior durabilidade e maior resistência final.
3 http://www.snic.org.br/pdf/presskit_SNIC_2010.pdf
4
(c) Pozolana: são materiais sílico-aluminosos que têm pouca ou nenhuma
atividade aglomerante, mas que, finamente pulverizadas e na presença
de umidade, reagem com o hidróxido de cálcio à temperatura ambiente,
formando produtos com capacidade cimentante (Oliveira, 2010)4.
Adicionado ao cru oferece a vantagem de conferir maior
impermeabilidade ao cimento.
(d) Sílica ativa: é um produto obtido nos filtros do processo de fabricação do
silício metálico. A sua adição na fabricação de cimentos, proporciona boa
resistência a ataques químicos, aumento das resistências mecânicas
(abrasão, erosão, compressão, tração), maior aderência, coesão,
impermeabilidade e inibição da reação álcali-agregado (CAPURUCO,
anos diversos).
(e) Carbonatos: são minerais moídos, tais como o próprio calcário. Tal
adição serve para tornar o cimento mais trabalhável, porque os grãos
desses minerais moídos têm dimensões adequadas para se alojar entre
os grãos dos demais componentes do cimento, funcionando como um
lubrificante (CAPURUCO, anos diversos).
Processos de fabricação
O processo de fabricação do cimento passou por sucessivos aprimoramentos, sendo
hoje uma tecnologia conhecida e consagrada no mundo inteiro. Nas duas últimas
décadas, o aumento de conscientização ecológica e a escassez de recursos
naturais forçaram o desenvolvimento de tecnologias altamente eficazes,
empregando principalmente a automação industrial, o que transformou
sobremaneira o processo produtivo (FARENZENA apud SELLITO, 1999, p. 71)5.
A figura 1 (em anexo) e as descrições a seguir, detalham as etapas do processo de
fabricação do cimento
Etapa 1 – Mineração: extração, britagem, transporte e pré-homogeneização
4 http://notedi2.files.wordpress.com/2010/06/aula-mc-04_-pozolana_escoria.pdf
5 http://www.producao.ufrgs.br/arquivos/publicacoes/Miguel_Afonso_Sellitto.pdf
5
É o processo de desmonte, extração e remoção dos minerais. Devido a dureza da
rocha, utiliza-se explosivo para o desmonte, e a extração é realizada por processos
mecânicos utilizando a pá carregadeira. Depois de extraído, o material é separado
em parte útil e parte estéril, e fragmentado em duas etapas de britagem, para que
facilite o transporte. Após as britagens, forma-se uma pilha de material chamada de
pré-homogeneização. Esta tem como função definir e pré-adequar os parâmetros ou
módulos químicos do material empilhado. Quanto mais homogêneo for o material,
mais simples será a correção na fase seguinte.
Etapa 2 – Moagem de cru: moagem, homogeneização, clinquerização.
O material extraído da pilha de homogeneização é chamado de matéria cru. A
moagem de cru, feita em moinhos tubulares de bolas ou moinhos verticais de rolos,
executa a secagem e moagem de materiais in natura, transformando-os em uma
mistura finamente moída, chamada de farinha. Os ajustes dos parâmetros físico-
químicos da farinha são feitos através da alimentação e dosagem dos dois tipos de
calcário – calcário principal (carbonato alto) e calcário aditivo (carbonato baixo).
Após o ajuste, a farinha é armazenada em silos onde passa por um novo processo
de homogeneização. Homogeneidade e estabilidade dos módulos químicos da
farinha são fundamentais para a próxima etapa. A clinquerização é um processo de
aquecimento e tratamento térmico controlado, a temperatura de até 1450°C, que
provoca um conjunto de reações químicas na farinha, transformando-a em clínquer.
As principais reações ocorridas na formação do clínquer são:
Descarbonatação dos carbonatos de cálcio e de magnésio, transformando-os
em óxidos e gás carbônico:
CaCO3 CaO + CO2 MgCO3 MgO + CO2
Combinação com óxidos de silício, alumínio e ferro e cinzas dos
combustíveis, formando o C4AF, C3A, C2S, C3S.
O clínquer já formado abandona a zona mais quente e passa por dois resfriamentos
sucessivos. Depois de refrigerado é transportado e armazenado em silos para
6
emprego subseqüente na moagem de cimentos. (FARENZENA apud SELLITO,
1999, p. 77).
Etapa 3 – Moagem de cimento: finalizando o produto e distribuição.
Após a estocagem do clínquer, este é moído finamente em moinhos de bolas, ou
rolos, sendo adicionado um pequeno percentual de gesso. Para cimentos
compostos, neste momento, também são inseridas suas adições respectivas
(escória, pozolana, sílica ativa, etc.) nas quantidades adequadas (CAPURUCO,
anos diversos). O cimento produzido é conduzido através de transporte mecânico ou
pneumático a um conjunto de silos, onde são armazenados e protegidos de umidade
ambiente. A ensacagem depende do tipo de veículo que será empregado para retirar
o produto da fábrica. As embalagens disponíveis são de 25 e 50 kg, existindo ainda
a possibilidade de transporte a granel, no qual o veículo é a embalagem.
Nos processos de fabricação, os maiores custos são referentes ao uso de
combustível para o forno e energia elétrica. Para redução destes custos, as
empresas utilizam algumas alternativas. Segundo a engenheira Érica Avelar (2011):
“[...] as empresas tem usado resíduos orgânicos misturados a seus
combustíveis. Esta medida reduz o custo com o combustível, como também
dá créditos de carbono para a cimenteira. O controle de energia elétrica é
feito através da negociação com a concessionária de energia e também
pelo desligamento de alguns equipamentos (como moinhos) no horário de
pico (entre as 17 e 21 horas).[...] Algumas empresas tem investido em
novos separadores para a classificação do produto da moagem. O aumento
de eficiência destes equipamentos, evita altas cargas de recirculação neste
circuito, o que reduz os custos de operação da moagem.
Perfil da indústria cimenteira no Brasil
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Atualmente o Brasil está plenamente capacitado a suprir a demanda interna (figura
2, em anexo), pois 70 fábricas de cimento, mostradas na figura 3 (em anexo),
pertencentes a 12 grupos industriais nacionais e estrangeiros, estão em operação e
produzem em média 67 milhões t/ano (SINC, 2010).
Definindo alguns números de uma empresa padrão, que produz anualmente 1
milhão de tonelada, temos:
Extração de aproximadamente 1,4 milhões de toneladas por ano.
Custo de implantação de US$ 280 milhões.
Consumo de 100 GWh (Gigawatt/hora) de energia elétrica por ano. (relativo
ao consumo anual de uma cidade de 200 mil habitantes).
Consumo de 65 mil toneladas equivalentes de petróleo por ano. (equivalente
a 10% do consumo residencial anual de Minas Gerais).
Despacho, em média, de 300 caminhões por dia (apenas para o escoamento
de produção)
(CARVALHO, 2010)6
Desde a implantação da empresa, até a um ritmo de produção, ela trabalha com
altos valores, tanto em consumo quanto em produção, o que implica,
conseqüentemente, na geração de impactos ambientais significativos. Porém, não
são apenas impactos nocivos que uma empresa de cimento causa. Ela também tem
responsabilidade social e por isso desenvolve programas sociais e técnicas para
minimização dos impactos ambientais.
Impactos Ambientais e Sociais
Desde a extração da matéria até a ultima etapa do processo produtivo são muitos os
índices de poluição causados pela indústria cimenteira. Os níveis e as
características dos poluentes dependem de uma série de fatores como a
composição química dos combustíveis e da matéria-prima utilizada, as tecnologias
empregadas no processo industrial – principalmente nos fornos rotativos de clínquer
6 http://www.senado.gov.br/sf/comissoes/ci/ap/AP20090511_joseotaviocarvalho.pdf
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– e dos sistemas de controle de emissão de gases poluentes (SANTI apud FILHO,
2004).
Sobre a questão de impactos positivos e negativos, Willian Wills diz que:
“[..] Do lado positivo, podemos citar os empregos gerados pela indústria e
novas oportunidades de negócios para a população local, particularmente
em regiões mais remotas, onde existem poucas opções de desenvolvimento
econômico. Os impactos negativos incluem danos a paisagem, poeira e
ruídos, e emissões de gases poluentes. O modo como as companhias
valoram e gerenciam os aspectos sociais e ambientais afeta diretamente a
qualidade de vida das comunidades envolvidas, e também a reputação da
indústria cimenteira”.
A tabela 1, em anexo, descreve os impactos gerados em cada processo da
fabricação de cimento e define as principais alternativas para minimização destes
impactos, e a tabela 2 indica quais os impactos sociais causados pela implantação
da indústria de cimento.
Atuação do Engenheiro Químico e de Produção
Diante de uma produção em grande escala como a maioria das industrias
cimenteiras do Brasil, e os inúmeros impactos causados por sua implantação, a
atuação de Engenheiros Químicos e de Produção torna-se imprescindível para a
gestão desse processo.
Os dois profissionais, embora participem juntos de todo o processo industrial do
cimento, possuem funções distintas mais específicas em sua área.
Segundo a Engenheira Química Érica Avelar (2011), em uma entrevista concedida
aos alunos autores deste artigo,
“os engenheiros químicos podem atuar como engenheiros de processo,
atuando na otimização da produção e fazendo auditorias de processo (que
são inspeções em equipamentos que checam a performance de um circuito.
Estas inspeções incluem balanços de massa e energia do circuito). Ou
como supervisores de área (moagem, ou forno). Nesta função, o engenheiro
9
é responsável pela produção, qualidade do processo e manutenção em sua
área. Ele conta com apoio de um engenheiro de processos”.
Já um Engenheiro de Produção pode atuar como supervisor de área e às vezes
como gerente de produção, supervisionando os trabalhos dos supervisores de área
e do engenheiro de processo (Avelar, 2011).
Implantação da Fábrica
Quando há alguma modificação ou construção de uma nova unidade, o engenheiro
químico é responsável pelo projeto da rota de processo daquela unidade e também
pela estimativa dos custos de capital (custo da unidade em sí, equipamentos e etc) e
operacional desta. Já o engenheiro de produção pode auxiliar nos custos dos
passivos e também na análise de mercado e financeira da unidade.
Otimização de custos e qualidade do produto
Para avalizarem um bom desenvolvimento de todo os procedimentos, um
engenheiro deve estar atento as novas tecnologias a serem implantas na empresa.
Recursos como o uso de combustíveis alternativos como coque ou um blend de óleo
e pet coque, garantem uma grande diminuição de custos na produção, já que o uso
de combustíveis para o forno e a energia elétrica consumida são os maiores gastos
deste tipo de indústria. Porém, ainda segundo a Eng. Érica Avelar (2011), os altos
teores de enxofre desse combustível são responsáveis pelo entupimento na torre de
ciclones, o que diminui a disponibilidade da fabricação devido às paradas de
produção. Para resolver este problema, algumas cimenteiras têm usado,
recentemente, resíduos orgânicos misturados a seus combustíveis. Esta medida
reduz o custo com o combustível, como também dá créditos de carbono para a
cimenteira.
Redução dos impactos ambientais
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O engenheiro de processo inclui em seu cronograma de inspeções o monitoramento
dos gases da chaminé, além de atuar na implementação do co-processamento de
resíduos.
Projetos sociais
O engenheiro muitas vezes entra como um agente que esclarece dúvidas da
sociedade quando há algum processo de licenciamento ambiental para uma nova
atividade na planta. (Avelar, 2011)
Considerações Finais
Na forma de concreto, o cimento torna-se uma pedra artificial, que pode ganhar
várias formas e volumes de acordo com as necessidades de cada obra. Graças a
estas características, o concreto é o segundo material mais consumido no mundo,
superado apenas pela água. Sua importância estende-se às áreas econômica, social
e ambiental, e por isso uma boa gestão de processo é necessária para implantação
de uma indústria cimenteira, seja no Brasil ou em qualquer lugar do mundo. A
função de um engenheiro Químico e de Produção é garantir além da qualidade do
produto, um avanço tecnológico que garanta redução dos gastos e consumo de
energia, sustentabilidade para a empresa, e ações sociais para conscientização
ambiental e esclarecimento de duvidas. Ambos têm importância fundamental nesse
processo, pois atuam juntos, em suas áreas especificas desde o recebimento de
matéria prima das minas até a entrega do produto final ao cliente.
Referência Bibliográfica
11
GOBBO, Luciano de Andrade. Os compostos do clínquer Portland: sua caracterização por difração de raios-X e quantificação por refinamento de Rietveld. Dissertação (Mestrado em Recursos Minerais e Hidrogeologia). Universidade de São Paulo. São Paulo, 2003.
SNIC - Sindicato Nacional da Indústria de Cimento.Disponivel em: http://www.snic.org.br/pdf/presskit_SNIC_2010.pdf. Acesso em 02 de abril de 2011.
SELLITO, Miguel Afonso. Sistema de produção sincronizado: Uma aplicação em processos produtivos de propriedade contínuos segundo a teoria das restrições.
FARENZENA, Hélio. Fabricação do cimento Portland, Aspectos Gerais, Edição Cimentec, 1995
SANTI, Auxiliadora Maria Moura; FILHO, Arsênio Oswaldo Sevá. Combustíveis e riscos ambientais na fabricação de cimento: casos na região do Calcário ao Norte de Belo Horizonte e possíveis generalizações. Campinas, 2004.
CAPURUCO, Flávio. Cimentos Portland. Apostila de fabricação de cimento Holcim. Anos diversos.
OLIVEIRA, Aline Fernandes de. Materiais de Construção. Disponível em: http://notedi2.files.wordpress.com/2010/06/aula-mc-04_-pozolana_escoria.pdf Acesso em: 6 de abril de 2011.
RENÓ, Maria Luisa Grillo. Uso de Técnicas de Otimização Robusta Multi Objetivos na Produção de Cimento. 2007. 123f. Dissertação de Mestrado (mestrado em Engenharia Mecânica) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica, Universidade federal de Itajubá, Itajubá, 2007.
CARVALHO, José Otávio. A Indústria do Cimento e a Infraestrutura no Brasil. Disponível em: http://www.senado.gov.br/sf/comissoes/ci/ap/AP20090511_joseotaviocarvalho.pdf Acesso em: 9 de abril de 2011
WILLS, William. Estudo 61: Indústria de cimento. Disponível em: https://www.cedeplar.ufmg.br/pesquisas/pis/Estudo%2061.pdf Acesso em: 9 de abril de 2011)
12
WBCSD, 2005a. Environmental and Social Impact Assessment Guidelines. Land and Communities. World Business Council for Sustainable Development. Disponível em www.wbcsd.org
Avelar, Érica. Atuação do engenheiro químico e de produção nos processos de fabricação do cimento. Belo Horizonte: Centro Universitário Newton Paiva, 2011. Entrevista concedida a Carlos Eduardo Silva Ribeiro.
Anexos
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Figura 1 – Etapas do processo de fabricação do cimento
Figura 2 – Etapas do processo de fabricação do cimento
Figura 1. Fonte: Lafarge.
Disponível em: http://www.lafarge.com.br/wps/portal/br/2_2_1-Manufacturing_process
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Fonte: SNIC, 2010
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Figura 3 – Consumo de cimento no Brasil
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Tabela 1 – Impactos Ambientais e suas soluções
(WILLS, anos diversos) e (WBCSD apud WILLS, anos diversos)
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Tabela 2 – Impactos Sociais
Fase Impactos Benéficos Impactos Nocivos Solução
Fase de projeto Redução da pobreza local. Deslocamento de pessoas Confecção do plano de reassentamento
Fase de Construção
Aumento temporário na atividade econômica e no
número de empregos disponíveis para a comunidade local,
desenvolvimento de competências locais e um
possível aumento de financiamento de obras de infra-estrutura por parte do
governo para atender o aumento populacional,
desenvolvimento de nova infra-estrutura, aumento do
padrão de vida local, implementação de medidas
gerais de higiene e segurança
Fluxo de pessoas estranhas nas
comunidades locais, a ruptura dos sistemas
sociais e nas estruturas da comunidade, afetando valores e religião, maior demanda de serviços e
infra-estrutura, aumento do número de crimes na
região. Perigos à segurança devido ao
aumento de tráfego nos acessos ao local do empreendimento,
potenciais impactos na saúde devido a ruídos, poeira, vibrações, etc.
Responsabilidade do governo local.
Fase de Operação
Ajuda financeira para melhoria de bem-estar da
comunidade local e de grupos desfavorecidos (melhoria no
acesso da comunidade local a hospitais, etc.). Melhorias na infra-estrutura já existente na
comunidade, como em hospitais e postos de saúde,
escolas e etc.
Pressão adicional sobre a infra-estrutura física e
social existente; Impactos na saúde da população local; Rompimento das redes sociais devido ao
fluxo de pessoas estranhas; Diminuição da coesão da comunidade; Aumento no número de
crimes e de casos de conduta inadequada;
Mudanças de percepções sociais (riqueza, pobreza,
etc.), e Mudança de valores culturais.
Responsabilidade do governo local.
(WILLS, anos diversos) e (WBCSD apud WILLS, anos diversos)
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Entrevista estruturada (via email) com a Engenheira Química Érica Avelar:
Atuação do engenheiro químico e de produção nos processos de fabricação do cimento.
1. Qual a principal função dos engenheiros químicos na produção de cimento?
Os engenheiros químicos podem atuar como engenheiros de processo,
atuando na otimização da produção e fazendo auditorias de processo (que
são inspeções em equipamentos que checam a performance de um circuito.
Estas inspeções incluem balanços de massa e energia do circuito). Ou como
supervisores de área (moagem, ou forno). Nesta função, o engenheiro é
responsável pela produção, qualidade do processo e manutenção em sua
área, ele conta com apoio engenheiro de processos.
2. E do engenheiro de Produção?
O engenheiros de produção atua como supervisor de área e as vezes como
gerente de produção, supervisionando os trabalhos dos supervisores de área
e do engenheiro de processo.
Existe uma área em que os dois trabalham em conjunto? Qual?
Sim. Na verdade, as duas engenharias trabalham em conjunto em todas as
áreas do processo de produção, desde o recebimento de matéria prima das
minas até a entrega do produto final ao cliente.
3. Desde o inicio da produção de cimento, quais as novas tecnologias que foram
implantadas para otimizarem os custos e a qualidade do produto?
Os maiores custos da produção de cimento são combustíveis para o forno e
energia elétrica. Para redução dos custos com combustível, os engenheiros
cimenteiros optam por combustíveis mais baratos, como o coque ou um blend
de óleo e pet coque. Porém os altos teores de enxofre desse combustível são
responsáveis por entupimento na torre de ciclones, que diminuem a
disponibilidade da produção devido ás paradas de produção. Recentemente
as cimenteiras têm usado resíduos orgânicos misturados a seus
combustíveis. Esta medida reduz o custo com o combustível, como também
19
dá créditos de carbono para a cimenteira. O controle de energia elétrica é
feito através da negociação com a concessionária de energia e também pelo
desligamento de alguns equipamentos (como moinhos) no horário de pico
(entre as 17 e 21 horas). Muito tem se desenvolvido nos processos de
classificação, assim, algumas empresas tem investido em novos separadores
para a classificação do produto da moagem. O aumento de eficiência destes
equipamentos, evita altas cargas de recirculação neste circuito, o que reduz
os custos de operação da moagem.
4. Quais as principais medidas para diminuir os impactos ambientais da
produção? Qual tecnologia foi empregada para atingir essa meta? Como um
engenheiro químico e de produção atua especificamente nesta área?
Controle de emissão de CO2, dioxinas, furanoso e poeira. O teor de pó e
CO2 emitidos são monitorados. O processo de co-processamento de
resíduos em fornos de cimento reduz a quantidade de CO2 emitida pela
planta. Além disso, para reduzir a emissão de pó na atmosfera, as indústrias
usam eletro filtros em suas chaminés. O engenheiro de processo inclui em
seu cronograma de inspeções o monitoramento dos gases da chaminé, além
de atuar na implementação do co-processamento de resíduos.
5. Geralmente as empresas possuem programas sociais. Em que um
engenheiro pode ajudar nessa área?
O engenheiro muitas vezes entra como um agente que esclarece dúvidas da
sociedade quando há algum processo de licenciamento ambiental para uma
nova atividade na planta.
6. Qual o custo beneficio da implantação de uma fabrica de cimento? Um
engenheiro químico e de produção participa deste processo? Como?
Sim. Quando há alguma modificação ou construção de uma nova unidade, o
engenheiro químico é responsável pelo projeto da rota de processo daquela
unidade e também pela estimativa dos custos de capital (custo da unidade em
si, equipamentos e etc.) e operacional desta. O engenheiro de produção pode
20
auxiliar nos custos dos passivos e também na análise de mercado e
financeira da unidade.
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