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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL
PRODUÇÃO DE OVINOS EM PASTAGEM DE CAPIM-
MASSAI SUPLEMENTADOS NA ESTAÇÃO SECA
LEONARDO SANTANA FERNANDES
MACAÍBA / RN – BRASIL
FEVEREIRO / 2014
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LEONARDO SANTANA FERNANDES
PRODUÇÃO DE OVINOS EM PASTAGEM DE CAPIM-
MASSAI SUPLEMENTADOS NA ESTAÇÃO SECA
Orientador: Prof. Dr. Gelson dos Santos Difante
MACAÍBA – RN – BRASIL
FEVEREIRO – 2014
Dissertação apresentada à Universidade
Federal do Rio Grande do Norte – UFRN,
Campus de Macaíba, como parte das
exigências para a obtenção do título de
Mestre em Produção Animal.
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Dedico este trabalho aos
meus pais Mário e Goretti,
ao meu irmão Caio e à
minha noiva Sheila.
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“Todos erram: a maioria
usa os erros para se
destruir; a minoria para se
construir. Estes são os
sábios.”
(Augusto Cury)
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, por me dar força, saúde, fé e esperança todos os dias em que acordo e
por me guiar pelo melhor caminho.
À toda minha família pelo estímulo recebido desde o começo do curso de Mestrado, em
especial meus pais, Mário e Goretti, meu irmão Caio e meu primo Marcelo.
À minha noiva Sheila, pessoa que divido todas minhas angústias e realizações, e que
consegue me transmitir paz nos momentos mais difíceis.
Aos integrantes do GEFOR, Nathália, Emmanuel, Márcio, Eduardo, Joederson, Ítalo,
Manoel, João Neto, Marciano, Hewerton, Gabriela, Mariana, Guthemberg e em especial
a minha amiga Itânia, pelo auxílio na condução do experimento e companhia nesses
dois anos de curso.
À Professora Denise Montagner e à EMBRAPA Gado de Corte pela oportunidade de
estágio e análises laboratoriais.
Ao Professor Gelson agradeço, mais uma vez, pela confiança depositada no meu
trabalho e por novamente me dar a oportunidade de trabalhar ao seu lado.
Ao CNPq/INSA pelo financiamento do projeto e a CAPES pela concessão da bolsa de
estudo.
Ao Programa de Pós-Graduação em Produção Animal da UFRN e aos professores e
colegas que contribuíram para a obtenção deste título.
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PRODUÇÃO DE OVINOS EM PASTAGEM DE CAPIM-MASSAI
SUPLEMENTADOS NA ESTAÇÃO SECA
FERNANDES, Leonardo Santana. PRODUÇÃO DE OVINOS EM PASTAGEM DE
CAPIM-MASSAI SUPLEMENTADOS NA ESTAÇÃO SECA. 2014. 72f. Dissertação
(Mestrado em Produção Animal: Forragicultura e Pastagens) – Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (UFRN), Macaíba-RN, 2014.
RESUMO: A baixa qualidade dos pastos tropicais na estação seca justifica o uso de
suplementos alimentares para atender as necessidades nutricionais dos ovinos de corte.
Assim, objetivou-se com este experimento avaliar as características agronômicas do
capim-massai na época seca e o efeito de suplementos proteicos no desempenho e
produtividade de ovinos de corte em pastejo. Os suplementos proteicos avaliados foram:
farelo de soja, feno de Leucena, feno de Gliricídia e mistura múltipla. Os animais foram
manejados em pastos de capim-massai sob lotação intermitente e suplementados
diariamente. Foram utilizados 24 ovinos ½ Santa Inês x ½ SPRD (sem padrão racial
definido), machos não castrados, com idade média de 90 dias em delineamento
inteiramente casualizado. Foi avaliado o desempenho dos ovinos quanto ao ganho de
peso vivo médio diário, ganho por área e a taxa de lotação (animais de 25 kg/ha). O
pasto foi avaliado quanto à massa de forragem total no pré e pós-pastejo, as
porcentagens de participação dos constituintes morfológicos e seus valores nutritivos e
as taxas de acúmulo de forragem. A massa de forragem total diminuiu ao longo da
estação seca. Teores de proteína bruta e digestibilidade in vitro da matéria orgânica da
lâmina foliar foram superiores no estrato superior a 15 cm do dossel. O ganho de peso
médio diário dos animais suplementados com feno de leguminosas foi semelhante ao
ganho obtido pelos animais suplementados com farelo de soja nos quatro ciclos de
pastejo. O ganho de peso vivo total dos animais suplementados com feno de
leguminosas foi maior do que os animais suplementados apenas com mistura múltipla
nos dois primeiros ciclos de pastejo. Os fenos de Leucena e de Gliricídia podem ser
indicados para suplementação de ovinos mantidos em pasto.
PALAVRAS CHAVE: forragem, Gliricidia, Leucaena, mistura múltipla, Panicum
maximum, produção animal
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PRODUCTION OF SHEEP GRAZING IN PASTURE OF
MASSAIGRASS SUPPLEMENTED IN DRY SEASON
FERNANDES, Leonardo Santana. PRODUCTION OF SHEEP GRAZING IN
PASTURE OF MASSAIGRASS SUPPLEMENTED IN DRY SEASON. 2014. 72f.
Dissertation (Master’s Degree in Animal Production: Forage and Pasture) –
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Macaíba-RN, 2014.
ABSTRACT: The low quality of tropical pastures in the dry season justifies the use of
dietary supplements to meet the nutritional needs of sheep to meat production.
Therefore, the objective of this experiment was to evaluate the agronomic
characteristics of massaigrass in the dry season and the effect of protein supplements in
the performance and productivity of sheep to meat production grazing. The protein
supplements evaluated were: soybean meal, Leucena hay, Gliricidia hay and multiple
mixture. The animals were managed in massaigrass pastures under rotational stocking
and supplemented daily. Were used 24 sheep ½ Santa Inês x ½ SPRD (without defined
breed), males uncastrated, mean age 90 days in a completely randomized design.
Performance of sheep was evaluated for average daily gain of live weight gain per area
and stocking rate (animals of 25 kg/ha). The pasture was evaluated for forage mass of
pre and post-grazing, the percentages of participation of morphological constituents and
their nutritional values and rates of herbage accumulation. The total herbage mass
decreased throughout the dry season. Crude protein and in vitro digestibility of organic
matter of the leaf were higher in the upper 15 cm of the canopy stratum. The average
daily weight gain of the animals supplemented with legume hay was similar to that
gained by animals supplemented with soybean meal in the four grazing cycles. The total
live weight gain of animals supplemented with legume hay was higher than the animals
supplemented only with multiple mixing the first two grazing cycles. Hays of Leucena
and Gliricidia can be given for supplementation of sheep maintained on pasture.
KEYWORDS: animal production, forage, Gliricidia, Leucaena, multiple mixture,
Panicum maximum
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SUMÁRIO
1. REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................
1.1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................
2. CARACTERIZAÇÃO AGRONÔMICA E VALOR NUTRITIVO DO CAPIM-
MASSAI SOB PASTEJO POR OVINOS SUPLEMENTADOS NA ESTAÇÃO
SECA........................................................................................................................
2.1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................
2.2. MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................
2.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................
2.4. CONCLUSÕES ......................................................................................................
2.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................
3. EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO PROTEICA NO DESEMPENHO E
PRODUTIVIDADE DE OVINOS DE CORTE EM CAPIM-MASSAI NA
ÉPOCA SECA..........................................................................................................
3.1. INTRODUÇÃO........................................................................................................
3.2. MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................
3.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................
3.4. CONCLUSÕES........................................................................................................
3.5. REFERÊNCIAS........................................................................................................
4. ANEXO I - REGRAS PARA SUBMISSÃO NO BIOSCIENCE JOURNAL........
5. ANEXO II - REGRAS PARA SUBMISSÃO NO ARQUIVO BRASILEIRO DE
MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA.......................................................
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1. REFERENCIAL TEÓRICO
As pastagens constituem a principal fonte de alimento volumoso em sistemas de
produção de ruminantes. Para a utilização de maneira racional e eficiente destas, é
necessário o conhecimento de recursos que compõem esse ecossistema, como o solo, o
clima e as próprias espécies de gramíneas forrageiras a serem utilizadas, para que assim
se entenda o estágio de crescimento e o acúmulo de biomassa. Para Hodgson (1990),
além desse estágio, existem mais dois a serem considerados em sistemas de produção
animal: a utilização da forragem e a sua conversão em produto animal (Figura 1). Ainda
de acordo com o autor, cada um desses três estágios tem sua própria eficiência, que
podem ser influenciadas pelo manejo, e que juntas determinam a produção final.
Rezende et al. (2008) afirmam que para avaliar a produção animal em pasto, considera-
se como fator primordial o próprio desempenho animal, a produção animal por unidade
de área e as características da pastagem que se referem à capacidade de suporte,
composição botânica e o equilíbrio de cobertura vegetal.
Figura 1. Adaptado de Hodgson (1990).
A utilização intensiva de pastagens na produção de ruminantes é uma tecnologia
relevante no cenário nacional, tendo em vista a extensa área territorial do país ocupada
por animais em pasto, principalmente na pecuária de corte. Segundo dados do censo
agropecuário de 2006 (IBGE, 2007), o Brasil possui área territorial com 158,75 milhões
de hectares de pastagem, sendo 63,9% deste total ocupada por pastagem cultivada.
Ainda de acordo com o censo, a região Nordeste aumentou em 20% a área de pastagem
11
cultivada entre os anos de 1996 e 2006, apresentando um crescimento inferior apenas à
região Norte do país (39%). Aliado a este fator, segundo Brâncio et al. (2003), o baixo
custo de produção e o atendimento das necessidades nutricionais de algumas espécies e
categorias de animais tornam as pastagens como principal fonte de alimento dos
ruminantes no Brasil, colocando o país num cenário de competitividade no agronegócio
internacional de carne e leite (Pompeu et al., 2008; Santos et al., 2013).
Apesar do potencial de produção das pastagens, as condições ideais de cultivo e
produção de biomassa pelas gramíneas forrageiras tropicais no Brasil não são constantes
ao longo do ano, principalmente na região Nordeste do país, onde o período de estiagem
pode superar seis meses de duração (Souza & Espíndola, 2000), havendo a necessidade
do cultivo de forrageiras cada vez mais adaptadas às condições edafoclimáticas da
região.
O Panicum maximum é uma das espécies de gramíneas tropicais mais utilizadas
em sistemas de produção de ruminantes no país devido ao seu valor nutritivo, elevada
produção de biomassa, capacidade de suporte e desempenho animal, elevada
aceitabilidade pelos animais e por não apresentar princípios tóxicos ou antinutricionais
(Barbosa et al., 2003; Cândido et al., 2005; Cândido et al., 2006; Difante et al., 2009;
Difante et al., 2010).
No Nordeste do Brasil, alguns trabalhos têm sido desenvolvidos com esta espécie
avaliando-se características produtivas da forrageira, estratégias de manejo, desempenho
e produtividade de ovinos de corte (Silva et al., 2007; Valente et al., 2010; Lopes et al.,
2013; Emerenciano Neto et al., 2013). Porém, as cultivares desta espécie são bastante
exigentes em umidade e fertilidade, necessitando em muitas ocasiões altos dispêndios
com adubações e em alguns casos com irrigação. Assim, a busca pela manutenção de
níveis produtivos satisfatórios ajustados às condições de clima e solo de maneira a
manter um sistema de forma sustentável ao longo do tempo, figura-se em um desafio na
pecuária de corte (Euclides et al., 2008).
Tendo em vista esse aspecto, a Embrapa e parceiros lançaram no ano de 2001 a
cultivar Massai, sendo esta a mais recente lançada da espécie Panicum maximum. Esta
cultivar tem apresentado capacidade de suporte e valor nutritivo bastante elevados,
sendo recomendada para sistemas intensivos de produção ovina (Bianchini et al., 1999;
Teixeira et al., 2003). Brâncio et al. (2003) estudaram três cultivares de P. maximum
(Tanzânia, Mombaça e Massai) adubados com nitrogênio e mantidos sob pastejo, e
observaram que o capim-massai foi o menos exigente em fertilidade, com maior
12
disponibilidade de MS total e maior densidade de forragem e relação folha:colmo. Além
dessas características, esta cultivar é a mais indicada do gênero para regiões com déficit
hídrico, devido a sua maior resistência à seca.
Apesar dos fatores descritos acerca da produção animal em pasto, é conhecido que
na região tropical do Brasil há um dinamismo na quantidade e na qualidade dos pastos
ao longo do ano, em decorrência principalmente da instabilidade das condições
climáticas, havendo assim uma abundância de forragem na estação chuvosa e carência
desta na estação seca. A partir disso, observa-se uma alternância no crescimento dos
animais e na produção destes de acordo com a estação, o que tende a causar prejuízos
econômicos ao produtor rural, uma vez que os animais demoram mais para serem
abatidos, ocasionando flutuações na oferta de produtos de origem animal (Souza &
Espíndola, 1999).
Quando se almeja competitividade num sistema de produção em que se busca
elevados índices de eficiência, é necessário eliminar as fases negativas que ocorram no
mesmo, de modo que seja permitido ao animal condições favorável de crescimento ao
longo do ano, para que alcance condições de abate, peso e terminação precocemente
(Euclides et al., 2001; Reis et al., 2009). Assim, o manejo do pasto e o manejo alimentar
e nutricional devem ser utilizados de maneira que minimizem o efeito da sazonalidade
da produção de forragem no desempenho e produtividade animal.
O presente cenário da pecuária nacional indica uma intensificação dos sistemas de
produção, com enfoque empresarial onde a viabilidade econômica passa a ser um dos
principais objetivos do negócio. Portanto, tendo em vista a necessidade de superar o
efeito da sazonalidade na produção de forragem, algumas estratégias podem ser
adotadas na estação da seca como o ajuste da taxa de lotação, a conservação de
forragem, o diferimento do pasto e a suplementação proteica, tendo em vista que essas
visam equilibrar as variações na produção animal, tornando a atividade sustentável ao
longo do tempo. De acordo com Euclides et al. (2009), a suplementação alimentar
aparece como uma alternativa efetiva e importante para incrementar o ganho de peso
animal e potencializar o uso dos recursos forrageiros disponíveis. A obtenção desses
benefícios provêm da otimização dos nutrientes advindos da pastagem e os incrementos
em desempenho individual e capacidade de suporte do pasto (Da Silva et al., 2008).
Ruas et al. (2000) verificaram o efeito da suplementação no consumo de matéria
seca (CMS) e no escore de condição corporal em vacas da raça Nelore mantidas em
pasto. Estes autores observaram que o CMS do pasto aumentou com a ingestão de
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suplementação proteica pelos animais, assim como a condição corporal ao final do
experimento foi maior para os animais suplementados com 2 kg de concentrado por dia.
Segundo Gomide et al. (2009), interações entre pasto e suplementação podem acontecer,
e o entendimento desta é importante para uma exploração mais eficiente dessa prática
de manejo.
A suplementação geralmente é requerida para que sustente um adequado peso de
abate dos animais no período seco do ano (Días et al., 2002). Segundo Carvalho et al.
(2011), neste período, o nutriente considerado como o mais limitante ao desempenho
dos animais em pastejo em gramíneas tropicais é a proteína. Ainda de acordo com esses
autores, a suplementação proteica torna-se fundamental para diminuir as perdas ou
elevar o ganho de peso.
Euclides et al. (1998) avaliaram diferentes regimes alimentares de novilhos
mantidos em pastagem tropical e observaram que os animais suplementados com
concentrado nos períodos críticos por dois anos seguidos, apresentaram satisfatórios
ganhos de peso, alcançando valores superiores a 1 kg/animal/dia no primeiro período,
enquanto que os animais não-suplementados apresentaram ganhos de apenas 0,320
kg/animal/dia no primeiro ano, perdendo peso no segundo ano. Os autores observaram
ainda que a suplementação com concentrado durante o período seco foi capaz de reduzir
a idade de abate dos animais de 5 a 13 meses.
Pompeu et al. (2009) quando avaliaram ovinos em pastagem de capim-tanzânia,
suplementados com concentrado em proporções crescentes, observaram que o ganho de
peso médio diário apresentou comportamento quadrático, estimando-se 66,2 e 113 g/dia
para os animais não-suplementados e para aqueles com suplementação de 1,8% do peso
vivo (PV), respectivamente. Isso demonstra que a suplementação pode apresentar efeito
positivo até certo ponto. Verificou-se ainda que a taxa de lotação aumentou de 61 para
73 ovinos/hectare para os animais sem suplementação e para aqueles suplementados
com 1,8% do PV, respectivamente. Porém, os autores atentaram à viabilidade
econômica do sistema, pois apesar do maior ganho animal e da maior taxa de lotação
para o nível de 1,8% do PV de suplementação, tal resposta pode não compensar a
elevação no custo com a alimentação concentrada. De acordo com Da Silva et al.
(2008), a rentabilidade da estratégia de suplementação alimentar se constitui no
norteador da escolha do suplemento a ser utilizado.
Na maioria das unidades de produção de ruminantes da região Nordeste, um dos
itens mais onerosos é a aquisição de concentrados comerciais, compostos basicamente
14
por milho e soja, havendo assim uma busca constante por alternativas que diminuam os
custos com a aquisição destes. Assim, a produção e utilização de leguminosas
forrageiras adaptadas às condições edafoclimáticas da região é uma importante opção
para superar este desafio. Espécies como a Leucena (Leucaena leucocephala) e a
Gliricídia (Gliricidia sepium) apresentam características importantes para sua utilização
na alimentação de ruminantes.
A Leucena é uma leguminosa arbustiva e arbórea de elevado potencial forrageiro
e valor nutritivo (Tabela 1) que pode ser utilizada na alimentação de ruminantes como
banco de proteína, onde os animais têm acesso a área durante curtos períodos do dia.
Esta espécie também pode ser fornecida como feno (folíolos + caules finos) e como
enriquecimento proteico de silagens.
Tabela 1. Teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro
(FDN) e digestibilidade in vitro da MS da Leucena.
Tipo de material
MS
(%)
PB
(%)
FDN
(%)
DIVMS
(%) FONTE
Feno 89 20 - - GURGEL et al. (1992)
Feno 93 24 65 48 ANDRADE (1994)*
Feno 93 28 - - VASCONCELOS et al. (1997)*
Feno de folhas 89,6 24 - - SOUZA e ESPÍNDOLA (1999)
Folha + Talo 89 19 60 - BARROS et al. (2003)
Folha + Ramos 27 32 76 - PIRES et al. (2006)
Folha - 19 26 - RUBANZA et al. (2007)
Feno 93 17 57 - POSSENTI et al. (2008)
In natura - 20 59 45 GAMA et al. (2009)
*Citados por Araújo et al. (2006)
Avaliando a Leucena no estado do Rio Grande do Norte, Lima (2009) afirma que
a produção de matéria seca (MS) comestível, varia de 2 a 8 t/ha/ano. Sugere-se que esta
variação da produção de MS comestível está relacionada aos diferentes espaçamentos
utilizados na formação da área plantada e ao uso ou não da irrigação. Miura et al. (2001)
também avaliaram a produção de Leucena na região semiárida do Nordeste, e
observaram que a produção média de quatro cortes (com intervalos de 120 dias) foi de
5.553 kg/ha de MS.
Além das características nutricionais e de produção forrageira, a Leucena tem sido
avaliada nas respostas em produção animal. Mtenga & Shoo (1990) utilizaram esta
leguminosa em diferentes níveis na alimentação de caprinos em confinamento e
observaram que os animais mantidos no tratamento que recebeu Leucena à vontade,
15
tiveram ganho de peso 50% maior do que àqueles que receberam apenas a dieta base.
Ainda de acordo com resultados obtidos por esses autores, foi observado que os animais
alimentados com Leucena à vontade aumentaram o consumo de matéria seca total em
85%, quando comparados àqueles sem Leucena na dieta.
O aumento no consumo de matéria seca total foi observado por Gurgel et al.
(1992), que avaliando níveis crescentes de inclusão de Leucena na dieta de ovinos
Morada Nova verificaram que os animais alimentados com maior participação do feno
da leguminosa consumiram 17% mais matéria seca do que os animais que receberam
menor quantidade deste alimento.
Rubanza et al. (2007), que também avaliaram o uso de leguminosas forrageiras no
desempenho de caprinos, observaram que os animais suplementados com Leucena
tiveram maior ganho de peso (157 g/dia) em comparação aos animais suplementados
com duas espécies de Acácia (114 e 43 g/dia) e alimentados apenas com feno de
pastagem nativa, que neste caso perderam peso.
Na região semiárida do Nordeste, Guimarães Filho & Soares (1997) compararam
três grupos de bezerros desmamados durante 711 dias (dois períodos secos e dois
chuvosos) e observaram que o grupo de animais que foram suplementados com feno de
Leucena no período seco apresentaram maior ganho de peso e atingiram peso de abate
com pelo menos 14 meses de antecipação aos animais que não foram suplementados.
Em experimentos com bovinos, Manella et al. (2002) observaram um aumento no ganho
de peso vivo de 20% dos animais que tiveram acesso ao banco de proteína formado por
Leucena, em relação àqueles que não receberam suplementação.
Souza & Espíndola (1999) quando avaliaram o desempenho de ovinos mantidos
em pastagem de capim-buffel suplementados ou não com feno de Leucena, observaram
que na época seca, os animais suplementados com 500 gramas de feno por dia
obtiveram maior ganho de peso médio diário. Souza & Espíndola (2000) também
avaliaram o desempenho de ovinos mantidos em pastagem de capim-buffel com
diferentes taxas de lotação, porém com acesso ou não ao banco de proteína formado por
Leucena, e verificaram que foi possível elevar a taxa de lotação de 4 para 6 borregos/ha
sem haver diminuição no ganho de peso, aumentando assim a produtividade.
A Gliricídia também é uma leguminosa arbustiva e arbórea, que além de ser
bastante utilizada para produção de estacas, mourões, lenha e carvão, assim como a
Leucena, possui um elevado potencial forrageiro e valor nutritivo, principalmente em
termos de proteína bruta (Tabela 2), que também pode ser utilizado na forma de banco
16
de proteína, ou fornecida no cocho na forma fresca, feno ou silagem, servindo como
suplemento proteico.
Tabela 2. Teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro
(FDN) e digestibilidade in vitro da MS da Gliricídia
Tipo de
material
MS
(%)
PB
(%)
FDN
(%)
DIVMS
(%) FONTE
Silagem - 23 16 (FB) 66 CARVALHO FILHO et al. (1997)
Folhas frescas 23 24 39 - SILVA (2005)
Folhas e brotos 23 24 39 - COSTA et al. (2009)
Folhas - 21 55 49 GAMA et al. (2009)
Apesar do elevado potencial forrageiro alguns trabalhos reportam o baixo
desempenho e consumo de matéria seca por caprinos e ovinos em relação à Gliricídia
(Karbo et al. 1993; Omokanye et al. 2001; Moreira et al. 2008). De acordo com
Omokanye et al. (2001) devido a presença de fatores antinutricionais como a cumarina,
pode haver rejeição do alimento e prejudicar o consumo deste pelos animais. Conhecer
melhor fatores como o momento ideal para a colheita da planta, que pode influenciar
nas concentrações dos fatores antinutricionais, assim como a exposição gradativa e
associada a volumosos de maior aceitabilidade pelos animais, como a Leucena, são
estratégias que podem favorecer o consumo de dietas que contenham Gliricídia
(Moreira et al. 2008).
Alguns trabalhos têm sido desenvolvidos e demonstram aceitabilidade e consumo
da Gliricídia por ovinos (Benneker & Vargas 1994; Días et al. 1995; Costa et al. 2009).
Além de ter observado que os ovinos aumentaram o consumo da dieta com a introdução
de Gliricídia, Costa et al. (2009) verificaram que os animais alimentados com a
leguminosa mais capim-elefante tiveram maior ganho de peso médio diário e ganho de
peso total do que os animais que consumiram exclusivamente capim-elefante.
Van Hao & Ledin (2001) avaliaram o desempenho de fêmeas caprinas
suplementadas com níveis crescentes de inclusão de Gliricídia na dieta (0, 30, 40 ou
50%), observaram que todas as dietas que continham Gliricídia resultaram em aumento
no consumo de matéria seca comparado à dieta sem a presença da leguminosa. Além
disso, os mesmos autores verificaram que os animais alimentados com a dieta que
continha 30% de Gliricídia, obtiveram o maior ganho de peso médio diário. Também
avaliando o consumo de matéria seca de fêmeas caprinas alimentadas com dieta basal
de feno de Chloris gayana, Ondienk et al. (1999) observaram que os animais
17
alimentados com feno mais Gliricídia e feno mais Gliricídia e farelo de milho
apresentaram maiores consumos de matéria seca e ganho de peso em comparação aos
animais alimentados exclusivamente de feno e feno mais farelo de milho.
Quando se busca diminuir os efeitos negativos provocados pela estacionalidade
de forragens nos períodos críticos, ou então quando se deseja diminuir custos em
sistemas de produção que utilizam o regime de manejo intensivo, as leguminosas
forrageiras apresentam elevado potencial para fazer parte da dieta dos animais
ruminantes. Assim, pesquisas devem ser realizadas a fim de desenvolver tecnologias
que visem melhorar índices produtivos de sistemas de produção na região Nordeste,
com objetivo de tornar a atividade pecuária sustentável a curto, médio e longo prazo,
visando à permanência do homem no campo.
18
1.1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, G.G.L.; ALBUQUERQUE, S.G.; GUIMARÃES FILHO, C. Opções no uso
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177, 1999.
BRÂNCIO, P.A.; EUCLIDES, V.P.B.; NASCIMENTO JÚNIOR. D. et al. Avaliação de
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Forragem, Altura do Resíduo Pós-Pastejo e Participação de Folhas, Colmos e
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CÂNDIDO, M.J.D.; SILVA, R.G.; NEIVA, J.M.N. et al. Fluxo de biomassa em capim-
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24
2. CARACTERIZAÇÃO AGRONÔMICA E VALOR NUTRITIVO DO
CAPIM-MASSAI SOB PASTEJO POR OVINOS SUPLEMENTADOS NA
ESTAÇÃO SECA
Trabalho submetido à revista:
BIOSCIENCE JOURNAL ISSN: 1981-3163
Página eletrônica: www.seer.ufu.br/index.php/biosciencejournal/
25
Caracterização agronômica e valor nutritivo do capim-massai sob pastejo por 1
ovinos suplementados na estação seca 2
Agronomic characterization and nutritional value of massaigrass grazing by sheep 3
supplemented in dry season 4
Resumo: Objetivou-se avaliar as características agronômicas e o valor nutritivo do 5
capim-massai submetido ao pastejo por ovinos suplementados na estação seca. Os 6
tratamentos corresponderam a pastos de capim-massai submetidos ao pastejo com 7
lotação intermitente por ovinos suplementados com diferentes fontes de proteína. O 8
pasto foi avaliado quanto à altura e massa de forragem total no pré-pastejo em dois 9
estratos e verificada a estrutura do pasto a partir da separação manual dos constituintes 10
morfológicos em lâmina foliar, colmo e material morto. No pós-pastejo as avaliações 11
foram análogas às do pré-pastejo, porém sem estratificação. Amostras de forragem do 12
pré e pós-pastejo foram analisadas quanto à composição química de cada constituinte 13
morfológico. A altura do dossel forrageiro, tanto na condição de pré como de pós-14
pastejo, apresentaram decréscimo ao longo do período experimental. A massa de 15
forragem no estrato superior também diminuiu ao longo dos ciclos de pastejo. O estrato 16
inferior se manteve constante ao longo do período experimental, com média de 3073 17
kg/ha de MS. As lâminas foliares apresentaram teores de proteína bruta e digestibilidade 18
in vitro da matéria orgânica com média de 11 e 65%, respectivamente, no estrato 19
superior. O material morto apresentou elevados teores de lignina e fibra em detergente 20
neutro, demonstrando uma baixa qualidade nutricional em comparação aos outros 21
constituintes. O capim-massai é uma gramínea tropical com boa tolerância a períodos de 22
baixa precipitação, apresentando-se como alternativa de forragem em sistemas de 23
produção de ruminantes mantidos em pasto na região Nordeste. 24
Palavras-chave: colmo, forragem, Panicum maximum, pastagem, produção animal 25
26
Introdução 26
A extensa área territorial brasileira ocupada por animais mantidos sob pastejo 27
coloca o país numa condição favorável de competitividade no agronegócio 28
internacional, tendo em vista o baixo custo de produção animal nestas condições e o 29
atendimento das necessidades nutricionais de algumas espécies e categorias de animais 30
(Brâncio et al., 2003; Pompeu et al., 2008; Santos et al., 2013). Porém, apesar disso, os 31
benefícios do elevado potencial de produção não são alcançados e os índices produtivos 32
e zootécnicos do país apresentam aumentos de produtividades modestos (Nascimento Jr. 33
et al., 2004), havendo necessidade de estudos acerca do adequado manejo das pastagens, 34
com objetivo de alcançar maior produção de forragem e produção animal. 35
A pastagem é configurada por um ecossistema complexo onde seus componentes 36
bióticos e abióticos interagem entre si de diferentes maneiras, e para a compreensão das 37
respostas das plantas ao pastejo, é fundamental que aspectos relacionados à sua 38
caracterização na condição de pasto sejam avaliados quando submetidos ao manejo de 39
pastagem. 40
Devido ao Brasil ser um país continental, as gramíneas forrageiras tropicais não 41
são submetidas a uma mesma condição de manejo nas diferentes regiões, 42
principalmente em função das condições edafoclimáticas de cada uma. Assim, a busca 43
incessante por espécies e ou cultivares que se adaptem às condições específicas, torna-44
se um desafio para os pesquisadores e demais profissionais que almejam viabilizar a 45
atividade pecuária na região Nordeste brasileira. Nesta, o período de estiagem pode 46
superar seis meses de duração (Souza & Espíndola, 2000) e a identificação de 47
forrageiras tolerantes a baixos índices pluviométricos é importante. 48
O Panicum maximum é uma espécie de gramínea forrageira com cultivares 49
bastante exigentes em umidade e fertilidade, necessitando em muitas ocasiões altos 50
27
dispêndios com adubações e em alguns casos com irrigação. A cultivar Massai, além de 51
apresentar características comuns às outras cultivares de Panicum maximum como 52
elevada capacidade de suporte e valor nutritivo, tem apresentado maior resistência em 53
regiões de baixa precipitação. 54
Ademais, em sistemas de produção de ruminantes em que a fonte de forragem é 55
basicamente oriunda do pasto, a caracterização deste se faz necessária com o objetivo de 56
fornecer indicadores práticos para auxiliarem na tomada de decisão e assim obter 57
manejo adequado do pastejo e exploração sustentável das pastagens. Na Austrália, por 58
exemplo, utilizam-se dados quantitativos de massa de forragem no pré e pós-pastejo, 59
podendo ser expressas a partir da altura do dossel (Chapman et al., 2012). Isso 60
demonstra a importância de não se obter dados apenas referentes a fatores qualitativos 61
da forragem para otimizar o uso do pasto. 62
Gomide et al. (2009) afirmam que para o entendimento das respostas das espécies 63
forrageiras ao manejo do pastejo, a obtenção das características do pasto de maneira 64
apropriada é de grande utilidade, contribuindo assim para formar estratégias favoráveis 65
para a exploração adequada do potencial forrageiro. Para avaliar o quanto e como a 66
forragem está disponível, além das proporções dos constituintes morfológicos da 67
forragem, características usualmente mensuradas como altura, disponibilidade de 68
forragem e composição botânica (Brâncio et al., 2003), podem ser utilizadas na tomada 69
de decisão referente ao manejo de pastejo, uma vez que o consumo de forragem pode 70
ser influenciado de forma acentuada por variações no processo de pastejo, em 71
decorrência por exemplo da estrutura do dossel forrageiro (Euclides et al., 2009). 72
Com base no exposto, objetivou-se avaliar características agronômicas e o valor 73
nutritivo do capim-massai submetido ao pastejo por ovinos suplementados na estação 74
seca. 75
28
Material e Métodos 76
O experimento foi conduzido na Unidade Acadêmica Especializada em Ciências 77
Agrárias (UAECA) localizada na Escola Agrícola de Jundiaí, Campus de Macaíba da 78
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, em Macaíba RN, na área 79
experimental do Grupo de Estudos em Forragicultura (GEFOR) da UFRN, apresentando 80
como coordenadas geográficas 5° 53’ 34’’ de latitude Sul, 35° 21’ 50’’ de longitude 81
Oeste e a 50 metros de altitude. 82
A fertilidade do solo (Neossolo Quartzarênico) foi obtida a partir de análise 83
química e com base nos resultados (Tabela 1) foram aplicados 50 kg.ha-1
de P2O5 na 84
forma de Superfosfato Simples com o objetivo de elevar o teor de fósforo entre 8 e 12 85
mg.(dm3)-1
. A pastagem foi implantada no primeiro semestre de 2011, em sistema de 86
semeadura convencional em linhas com distribuição de sementes e adubo (P2O5). Um 87
mês antes do início do experimento, o pasto foi irrigado e adubado com aplicação de 50 88
kg.ha-1
de N na forma de sulfato de amônia a fim de simular o final do período chuvoso, 89
acumular forragem para a condução do trabalho e manter os módulos da pastagem 90
semelhantes. 91
92 Tabela 1. Características químicas do solo da área experimental nas camadas 0-20 e 20-93
40 cm. 94
Camadas
(cm)
P K Na pH
Ca Mg Al H+Al V (%)
mg.(dm³)-1
Cmolc.(dm³)-1
0-20 7,0 75,0 27,0 6,1 1,2 0,5 0,0 1,6 55,7
20-40 4,0 124,0 29,0 5,3 1,6 0,8 0,1 2,3 55,3
95
A área total de pastagem foi de 0,96 ha, dividida em quatro módulos, cada um 96
com área de 0,24 ha, subdivididos em seis piquetes de 0,04 ha cada. Os tratamentos 97
corresponderam a pastos de capim-massai submetidos ao pastejo por ovinos 98
suplementados com diferentes fontes de proteína: 99
29
M – pastagem de capim-massai + mistura múltipla (tratamento testemunha); 100
MFS – M + suplementação com farelo de soja + mistura múltipla; 101
ML – M + suplementação com feno de Leucena + mistura múltipla; 102
MG – M + suplementação com feno de Gliricídia + mistura múltipla. 103
O período experimental foi de novembro de 2012 a abril de 2013 (168 dias), 104
época caracterizada pela baixa precipitação na região (Figura 1). Os dados de 105
temperatura foram obtidos através de banco de dados do INMET e para controle das 106
chuvas foram coletados dados do pluviômetro instalado na área. 107
108
109 Figura 1. Precipitação e temperatura de janeiro de 2012 a dezembro de 2013. 110 111
O método de pastejo utilizado foi com lotação intermitente, tendo período fixo de 112
ocupação (7 dias) e descanso (35 dias), ocorrendo assim quatro ciclos de pastejo no 113
período experimental. Em cada ciclo de pastejo, foram realizadas três coletas de 114
forragem e altura do pasto no pré-pastejo (1º, 15º e 29º dia de cada ciclo) e três coletas 115
no pós-pastejo (8º, 22º e 36º dia de cada ciclo). 116
Como agentes desfolhadores foram utilizados seis ovinos por módulo, machos 117
inteiros, com genótipo ½ Santa Inês x ½ SPRD (sem padrão racial definido), peso vivo 118
médio inicial de 16,2 kg e idade média inicial de três meses. Estes animais permaneciam 119
no pasto no período diurno (7:30h às 16:30h) quando após esse período eram recolhidos 120
à um aprisco coberto para serem suplementados e permanecerem o período noturno. As 121
27
127
57 43
96
208
135
32 19 13
0 0 15
71
38
224
307
185 201
95
39
5 21
0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
0
50
100
150
200
250
300
350
Jan
Fev
Mar
Ab
r
Mai
Jun
Jul
Ag
o
Set
Ou
t
No
v
Dez Jan
Fev
Mar
Ab
r
Mai
Jun
Jul
Ag
o
Set
Ou
t
No
v
Dez
P (mm)
T (ºC)
30
baias possuíam uma área de 9 m2 e eram providos de comedouro, bebedouro e saleiro 122
(para oferta da mistura múltipla ad libitum). 123
A altura do pasto foi determinada utilizando-se uma régua de um metro, graduada 124
em centímetros, sendo medidos 40 pontos representativos por piquete avaliado. A altura 125
do dossel em cada ponto foi correspondente à altura média da curvatura das folhas em 126
torno da régua. Essas leituras foram tomadas no pré-pastejo, imediatamente antes da 127
entrada dos animais e no pós-pastejo, após a saída dos animais do piquete. 128
Para o monitoramento das características estruturais do pasto, a massa total de 129
forragem (MTF) na condição de pré-pastejo foi estimada por meio de corte estratificado 130
da forragem contida no interior de quatro áreas representativas em três piquetes de cada 131
módulo. Para isso foi utilizado um quadrado de 0,5 m² de área, com suporte de 15 cm de 132
altura. Em cada ponto de amostragem foram cortadas duas amostras, uma a partir da 133
altura máxima do pasto até 15 cm (estrato maior que 15 cm) e o outro corte realizado ao 134
nível do solo (estrato 0 – 15 cm), totalizando oito amostras por piquete, sendo estas 135
identificadas e pesadas para obtenção do peso verde. Para avaliação da massa seca de 136
forragem, aproximadamente 50% da massa verde colhida de cada amostra foi 137
acondicionada em sacos de papel e secas em estufa de ventilação forçada de ar a 55 ºC 138
por 72 horas, quando foram novamente pesadas. A massa de forragem total de cada 139
amostra foi estimada por meio da soma da massa dos dois estratos. Para avaliação dos 140
componentes morfológicos do pasto no pré pastejo, as oito amostras coletadas (depois 141
de retirada as subamostras para determinação da massa seca) constituíram quatro 142
amostras compostas (duas para cada estrato). As amostras compostas foram separadas 143
manualmente em lâmina foliar, colmo (colmo + bainha) e material morto. A coleta de 144
forragem no pós-pastejo e a avaliação dos componentes morfológicos aconteceram de 145
maneira análoga, porém sem a estratificação das amostras. 146
31
As amostras dos constituintes morfológicos do pré e pós-pastejo foram moídas no 147
Laboratório de Nutrição Animal da UFRN e analisadas na Embrapa – Centro Nacional 148
de Pesquisa em Gado de Corte (CNPGC), em Campo Grande-MS, utilizando-se o 149
sistema de Espectrofotometria de Reflectância no Infravermelho Proximal (NIRS), 150
estimando-se os teores de matéria orgânica, proteína bruta, fibra em detergente neutro, 151
fibra em detergente ácido, digestibilidade in vitro da matéria orgânica e lignina. 152
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com quatro tratamentos 153
e três repetições. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias 154
comparadas pelo teste de Tukey adotando-se nível de 5% de significância, utilizando-se 155
o procedimento “General Linear Model” disponível no SAS Institute (1993), para os 156
dados do pré-pastejo foi utilizado o seguinte modelo estatístico: 157
Yijk = µ + Si + αi + Cj + (CS)ij + βij + Ek + (ES)ik + (EC)jk + (ESC)ijk + ∞ijk 158
em que, Yijk = valor observado no suplemento i, ciclo j e estrato k; µ = efeito média 159
geral; Si = efeito do suplemento i, i = mist. múltipla, farelo de soja, Leucena, Gliricídia; 160
αi = erro aleatório atribuído a cada observação i; Cj = efeito do ciclo j, j =1 – 4; (CS)ij = 161
efeito da interação entre suplemento e ciclo; βij = erro aleatório atribuído a cada 162
observação ij; Ek = efeito do estrato k, k= 0-25 e 25-50 cm; (ES)ki = efeito da interação 163
entre estrato e suplemento; (EC)kj = efeito da interação entre estrato e ciclo; (ESC)ijk = 164
efeito da interação entre estrato, suplemento e ciclo; ∞ijk = erro aleatório atribuído a 165
cada observação ijk. 166
O modelo estatístico utilizado para os dados do pós-pastejo foi: 167
Yij = µ + Si + αi + Cj + (CS)ij + βij 168
em que, Yij = valor observado no suplemento i e ciclo j; µ = efeito média geral; Si = 169
efeito do suplemento i, i = mist. múltipla, farelo de soja, Leucena, Gliricídia; αi = erro 170
32
aleatório atribuído a cada observação i; Cj = efeito do ciclo j, j =1 – 4; (CS)ij = efeito da 171
interação entre suplemento e ciclo; βij = erro aleatório atribuído a cada observação ij. 172
Resultados e Discussão 173
A altura do dossel forrageiro na condição de pré-pastejo apresentou efeito de 174
tratamento (P = 0,0376), no qual os pastos ocupados pelos ovinos suplementados com 175
feno de Gliricídia apresentaram altura inferior àqueles ocupados por animais 176
suplementados apenas com mistura múltipla (Figura 2A). Também foi observado efeito 177
de ciclo para altura de entrada (P = 0,0001), que diminuiu ao longo do experimento, 178
apresentando um decréscimo de aproximadamente 41% do primeiro para o quarto ciclo 179
de pastejo (Figura 2B). Na condição de pós-pastejo, observou-se efeito de tratamento (P 180
= 0,0264) e de ciclo (P = 0,0001), (Figuras 2C e 2D). Não houve interação entre 181
tratamento e ciclo para esta variável no pré e no pós-pastejo (P = 0,8983 e P = 0,7922, 182
respectivamente). 183
184
185
186
187
188
189
190
191
192
193
Figura 2. Altura do dossel no pré-pastejo com efeito de tratamentos (A) e ciclos (B), e 194 altura do dossel no pós-pastejo com efeito de tratamentos (C) e ciclos (D). 195
196
(B) (A)
(D) (C)
Médias seguidas por letras distintas diferem entre si (P<0,05).
33
No pós-pastejo, o pasto submetido ao pastejo por ovinos suplementados com 197
farelo de soja apresentou menor altura em relação ao piquete ocupado por animais 198
suplementados apenas com mistura múltipla. Houve redução mais acentuada na altura 199
do dossel forrageiro do pasto ocupado por ovinos suplementados com farelo de soja no 200
pré-pastejo (7,5 cm). O comportamento observado ao longo dos ciclos de pastejo foi 201
semelhante nas condições de pré e pós-pastejo, porém o decréscimo apresentado no pós-202
pastejo foi maior, com valor de 55% do primeiro para o quarto ciclo de pastejo. 203
A altura do pasto no terceiro e quarto ciclo foi inferior ao preconizado por Lopes 204
(2012), no qual a meta do resíduo pós-pastejo era de 15 cm, altura suficiente para que o 205
índice de área foliar (IAF) fosse de 1,5. De acordo com Lemaire (1997), a recuperação 206
do IAF é determinada pela velocidade e capacidade de crescimento e surgimento de 207
novas folhas, evento esse diretamente relacionado com a quantidade disponível de 208
reservas orgânicas da planta. Salienta-se que após o pastejo, a planta necessita alocar 209
reservas de carbono para garantir a sua sobrevivência. Neste experimento observou-se 210
que a altura de 14,1 cm no resíduo do terceiro ciclo pode ter comprometido o 211
crescimento das plantas, tendo em vista que mesmo com a precipitação de 109 mm 212
entre os meses de fevereiro e março, o pasto após 35 dias de descanso aumentou apenas 213
4 cm de altura (18,1 cm na altura pré-pastejo do quarto ciclo), chegando a atingir 12,1 214
cm no resíduo do ciclo seguinte. Ressalta-se que apesar de o mês de abril ter 215
apresentado elevada precipitação, 92% desta ocorreu após o final do experimento. 216
A massa de forragem total na condição de pré-pastejo apresentou efeito de ciclo e 217
de estrato (P < 0,0001 para ambos), observando-se que o estrato acima dos 15 cm 218
apresentou MFT sempre inferior ao estrato 0-15 cm (Figura 3). A MFT diminuiu do 219
primeiro para o quarto ciclo de pastejo de 1900 para 903 kg.ha-1
de MS, comportamento 220
não observado no estrato inferior, que se manteve constante ao longo do período 221
34
experimental com média de 3073 kg.ha-1
de MS. Este fato demonstra que houve 222
interação entre ciclo e estrato (P = 0,0001). 223
De acordo com Lopes et al. (2011), a maior MFT está relacionada a densidade 224
populacional de perfilhos que é alta nesta cultivar. Na mesma região, porém em estação 225
climática distinta, Emerenciano Neto et al. (2013) observaram que em pastos de capim-226
massai na condição de pré-pastejo e amostragem estratificada, os valores de MFT foram 227
maiores no estrato inferior em comparação ao superior. Trabalho conduzido com pastos 228
de capim-tanzânia na região Centro-Oeste do Brasil, Difante et al. (2009) constataram 229
que a massa de forragem no estrato entre zero e 25 cm apresentou valor 22% maior que 230
a soma dos estratos 25-50 e >50 cm. 231
232
233
Figura 3. Massa de forragem total por ciclo de pastejo em pasto de capim-massai na 234 condição de pré-pastejo nos estratos acima de 15 cm (>15) e abaixo de 15 cm (0-235 15). 236
237
Não foi observado efeito de tratamento (P = 0,4399) para a quantidade de massa 238
de forragem no pré-pastejo entre os tratamentos. Isso pode ser justificado pelo fato de 239
que antes do início do experimento a pastagem foi adubada e irrigada para que 240
acumulasse forragem e mantivesse condições homogêneas entre as características do 241
Ab
ABb
Bb Bb
Aa Aa
Aa
Aa
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
1 2 3 4
kg/h
a d
e M
S
Ciclos
>15
0-15
Colunas seguidas por letras maiúsculas distintas diferem (P<0,05) entre os ciclos para o
mesmo estrato; colunas seguidas por letras minúsculas distintas diferem (P<0,05) entre
os estratos para o mesmo ciclo.
35
pasto para todos os tratamentos, fazendo com que a fonte de variação fosse os 242
suplementos proteicos. 243
Apesar do estrato acima de 15 cm ter apresentado valor inferior de MFT em 244
relação ao estrato abaixo de 15 cm, sua composição morfológica torna-o potencialmente 245
disponível ao consumo de forragem pelo animal. Independentemente do ciclo de 246
pastejo, a porcentagem de participação de lâmina foliar na composição do pasto foi 247
superior. Além disso, não foi observado colmo no estrato acima de 15 cm e a 248
porcentagem de material morto foi sempre superior no estrato 0-15 cm (Tabela 2). 249
250 Tabela 2. Porcentagem de lâmina foliar, colmo e material morto no pasto de capim-251
massai na condição de pré-pastejo. 252
ESTRATO CICLO
1 2 3 4
Porcentagem de lâmina foliar (CV=24,3%)
>15 74,1Aa
49,3Ba
45,1Ba
77,0Aa
0-15 15,4Ab
6,4Ab
7,3Ab
12,3Ab
Porcentagem de colmo (CV=39,7%)
>15 0,0Ab
0,0Ab
0,0Ab
0,0Ab
0-15 18,5Aa
19,2Aa
11,4Ba
11,5Ba
Porcentagem de material morto (CV=11,6%)
>15 25,9Bb
50,7Ab
54,9Ab
23,1Bb
0-15 65,9Aa
74,7Aa
81,4Aa
76,0Aa
Valores seguidos por letras maiúsculas distintas na linha diferem entre si (P<0,05). 253 Valores seguidos por letras minúsculas distintas na coluna diferem (P<0,05) para cada 254 variável. 255 256
A não participação de colmo no estrato acima de 15 cm pode ser justificada pelo 257
fato de que antes do período experimental, a área foi mantida sob pastejo intensivo, o 258
pasto submetido à desfolhações severas por ovinos adultos e a precipitação no ano de 259
2012 foi abaixo da média da região em comparação aos últimos anos, o que não 260
favoreceu ao crescimento das plantas e consequentemente foi obtido baixo acúmulo de 261
forragem para o período seco. Soma-se a estes fatores o fenômeno da plasticidade 262
fenotípica das plantas. Segundo Da Silva et al. (2008), as práticas de manejo adotadas 263
36
determinam uma resposta estrutural e morfológica da planta, condicionando assim 264
estratégias de resistência das espécies à desfolhação. Ainda de acordo com estes autores, 265
as alterações na arquitetura da planta e do dossel, provocadas pela desfolhação, podem 266
resultar em modificações no desenvolvimento, crescimento e morfogênese das plantas 267
forrageiras, resultando nos padrões de produção de forragem e consequentemente no 268
desempenho animal. 269
As porcentagens de material morto no estrato 0-15 cm nos ciclos 2 e 4 corroboram 270
com os resultados obtidos por Fernandes et al. (2012a), no qual estes autores 271
observaram que o capim-massai apresentou aproximadamente 75% de material 272
senescente. Observou-se que a proporção de material morto diminuiu do terceiro para o 273
quarto ciclo de pastejo no estrato acima de 15 cm e que a porcentagem de lâminas 274
foliares apresentou comportamento inverso. Isso pode ser justificado pela precipitação 275
dos meses de fevereiro e março, que apesar de insuficiente para aumentar a massa de 276
forragem total nos dois últimos ciclos, foi capaz de provocar respostas quanto à 277
estrutura do dossel e das plantas. 278
Na condição de pós-pastejo, foi observado efeito de tratamento apenas no 279
primeiro ciclo de pastejo (P = 0,0137), no qual os piquetes ocupados por animais 280
suplementados com feno de Leucena e farelo de soja apresentaram menor massa de 281
forragem total em comparação ao pasto mantido sob pastejo por ovinos suplementados 282
apenas com mistura múltipla (Figura 4). Também foram verificados efeitos de ciclo (P 283
< 0,0001) e interação entre ciclo e tratamento (P = 0,0114). 284
Os menores valores de MFT observados nos tratamentos com suplementação de 285
feno de Leucena e farelo de soja em relação aos suplementados apenas com mistura 286
múltipla no primeiro ciclo de pastejo, estão relacionados à influência da fonte de 287
proteína verdadeira destes alimentos no consumo de MS do pasto pelos animais. O 288
37
pasto mantido com ovinos suplementados com feno de Gliricídia apresentou MFT 289
intermediária entre os tratamentos. Uma possível explicação é o fato de o consumo 290
deste suplemento ter sido inferior ao consumo de feno de Leucena e farelo de soja no 291
primeiro ciclo de pastejo (dados não publicados), e desta forma essa fonte de proteína 292
pode não ter proporcionado a mesma resposta no consumo de MS do pasto. 293
294
295 296
297
Figura 4. Massa de forragem total por tratamento e ciclo de pastejo em pasto de capim-298 massai na condição de pós-pastejo. 299
300
Não foram observadas diferenças entre os tratamentos no segundo, terceiro e 301
quarto ciclo de pastejo (P = 0,2824, P = 0,4099 e P = 0,2675, respectivamente). Este 302
resultado justifica-se pela sensibilidade do consumo em resposta a quantidade de massa 303
de forragem (Reis & Da Silva, 2006), ou seja, a diminuição da MFT ao longo do 304
período experimental pode ter feito com que esta característica tenha sido determinante 305
no consumo de MS pelos ovinos. Ainda de acordo com Reis & Da Silva (2006), o 306
consumo de forragem de animais em pastejo apresenta um comportamento assintótico, 307
caracterizado por uma curva em que na fase inicial ascendente, caracterizado por fatores 308
Aa
Ba ABa
Ba Ab
Aab Ab Ab
Ab
Aab Ab
Ab Ac Ab
Ab Aab
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
M ML MG MFS
kg/h
a d
e M
S
Tratamentos
1
2
3
4
Colunas seguidas por letras maiúsculas distintas diferem (P<0,05) entre os tratamentos para o
mesmo ciclo.
Colunas seguidas por letras minúsculas distintas diferem (P<0,05) entre os ciclos para o mesmo
tratamento.
38
não-nutricionais ou comportamentais, parece ser o fator de maior relevância a restringir 309
o consumo. 310
O efeito de ciclo observado na MFT pós-pastejo assemelha-se à do pré-pastejo, no 311
qual esta característica apresentou valores decrescentes, apresentado 40% menos 312
forragem no quarto ciclo de pastejo em comparação ao primeiro. Os valores de massa 313
de forragem no pós-pastejo deste experimento estão próximos aos observados por 314
Euclides et al. (2008) para o capim-massai na estação seca e superiores aos encontrados 315
pelos mesmos autores em relação ao capim-mombaça. 316
Foi observado efeito de ciclo para as porcentagens de participação de lâmina 317
foliar, colmo e material morto (P < 0,0001, P = 0,0401 e P < 0,0001, respectivamente) 318
na MFT no pós-pastejo (Tabela 3). A porcentagem de lâmina foliar diminuiu 319
aproximadamente 85% do primeiro para o quarto ciclo de pastejo, enquanto a 320
porcentagem de material morto apresentou comportamento inversamente proporcional. 321
A porcentagem de colmo apresentou diferença apenas entre o primeiro e o terceiro ciclo 322
de pastejo. 323
324
Tabela 3. Porcentagem de lâmina foliar (PLF), colmo (PCO) e material morto (PMM) 325
no pasto de capim-massai na condição de pós-pastejo. 326
Constituintes Ciclos *
CV(%) 1 2 3 4
PLF 21,5a 4,2
b 2,8
b 3,3
b 69,8
PCOL 9,9a 7,3
ab 6,2
b 7,2
ab 40,3
PMM 68,7b 88,5
a 91,1
a 89,6
a 7,9
Valores seguidos por letras distintas na linha diferem entre si (P<0,05). 327 *Coeficiente de variação. 328
329
A participação de colmo na estrutura do pasto obtida neste trabalho é menor do 330
que o apresentado por Vargas Júnior et al. (2013) no pós-pastejo em pasto de capim-331
massai na época seca, porém o método de pastejo adotado pelos autores foi com lotação 332
contínua. A menor porcentagem de lâmina foliar em relação ao material morto no pós-333
39
pastejo é justificável, tendo em vista a preferência dos ovinos em consumir este 334
constituinte morfológico. Não foram observados efeitos de tratamento nem interação 335
ciclo x tratamento para nenhuma das variáveis de composição morfológica no pós-336
pastejo. 337
Nos resultados de composição química da lâmina foliar no pré-pastejo, foi 338
verificada interação estrato x ciclo para as variáveis de PB e DIVMO (P = 0,0315 e P = 339
0,0163, respectivamente). Para as variáveis de FDN e LIG, houve efeito apenas de ciclo 340
(P < 0,0001 para ambas), no qual os valores diminuíram do primeiro para o quarto ciclo 341
de pastejo (Tabela 4). 342
343 Tabela 4. Porcentagem de proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), 344
digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO) e lignina (LIG) na 345 lâmina foliar de capim-massai em dois estratos na condição de pré-pastejo. 346
ESTRATO CICLOS
Média 1 2 3 4
PB (CV=5,2%)
>15 9,34Ba
8,27Ba
13,57Aa
12,66Aa
-
0-15 8,51Bb
8,00Ba
12,62Ab
11,42Ab
-
Média - - - -
FDN (CV=1,5%)
>15 72,13 72,51 70,22 65,78 70,16a
0-15 72,01 73,27 70,11 66,51 70,47a
Média 72,07A 72,89
A 70,17
B 66,15
C
DIVMO (CV=3,2%)
>15 61,63Ba
57,89Ba
73,16Aa
69,92Aa
-
0-15 60,12Ba
58,77Ba
72,65Aa
66,78ABb
-
Média - - - -
LIG (CV=11,0%)
>15 5,4 5,61 3,78 3,87 4,66a
0-15 5,58 5,77 3,95 3,85 4,79a
Média 5,49A 5,69
A 3,87
B 3,86
B
Valores seguidos por letras maiúsculas distintas na linha diferem entre si (P<0,05). 347 Valores seguidos por letras minúsculas distintas na coluna diferem (P<0,05) para cada 348 variável. 349 350
40
No geral, as lâminas foliares do estrato acima de 15 cm apresentaram maior teor 351
de PB, enquanto que para a DIVMO esta superioridade foi observada no quarto ciclo de 352
pastejo. Isso pode indicar uma superioridade no valor nutritivo da forragem no estrato 353
acima de 15 cm, justificando a afirmação de Hodgson (1990) de que a forragem 354
presente nos estratos superiores do pasto devem ser consumidas preferencialmente por 355
animais de elevada performance e altos requerimentos nutricionais. 356
A DIVMO e a PB da lâmina foliar apresentaram valores próximos e até superiores 357
quando comparada a outras cultivares de Panicum maximum. Porém ressalta-se a 358
importância de aspectos relacionados às estruturas anatômicas desse constituinte que 359
influenciam diretamente na resistência para a redução de partículas pelo processo de 360
mastigação e ruminação do animal, que por sua vez podem ter sido destruídas pela 361
moagem das amostras. Comparando por meio de estudo anatômico e biológico na 362
lâmina foliar das cultivares Tanzânia, Mombaça e Massai, Lempp et al. (2000) 363
verificaram maior presença da estrutura girder I na cultivar Massai. Segundo Paciullo 364
(2002) esta estrutura dificulta o desprendimento da epiderme do restante da folha, 365
promovendo uma maior resistência aos danos mecânicos e químicos. 366
Os teores de FDN e LIG diminuíram do primeiro e segundo ciclo para o terceiro e 367
quarto ciclo de pastejo, enquanto a PB e a DIVMO apresentaram comportamento 368
contrário nos dois estratos. Esta melhora no valor nutritivo das lâminas foliares pode ser 369
justificada pela ocorrência de chuvas nos meses de fevereiro e março, ocasionando uma 370
resposta das plantas quanto à rebrotação. 371
Houve efeito de ciclo para a PB, FDN, DIVMO e LIG do colmo (P = 0,0001, P < 372
0,0001, P = 0,0014 e P < 0,0001, respectivamente) no pré-pastejo, em que, no geral, 373
tiveram um comportamento semelhante ao observado nas lâminas foliares (Tabela 5). 374
375
41
Tabela 5. Porcentagem de proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), 376
digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO) e lignina (LIG) no 377 colmo de capim-massai na condição de pré-pastejo. 378
Variáveis Ciclos *
CV(%) 1 2 3 4
PB 6,0bc
5,3c 7,4
a 6,8
ab 14,7
FDN 71,2a 70,5
a 71,0
a 67,2
b 2,6
DIVMO 58,8ab
57,2b 59,4
a 60,8
a 3,3
LIG 5,9a 5,8
a 5,4
a 4,2
b 12,0
Valores seguidos por letras distintas na linha diferem (P<0,05) entre si. 379 *Coeficiente de variação. 380
381
Os valores de PB e LIG do colmo estão próximos aos apresentados por Stabile et 382
al. (2010) para o capim-massai cortado aos 60 dias. Os teores de FDN e PB 383
apresentaram valores semelhantes aos reportados por Gomes et al. (2010). 384
Verificou-se interação entre estrato e ciclo para os teores de PB, FDN, DIVMO e 385
LIG (P < 0,0001, P = 0,0007, P = 0,0007 e P <0,0001, respectivamente) para o material 386
morto na condição de pré-pastejo (Tabela 6). 387
388
Tabela 6. Teores (%) de proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), 389
digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO) e lignina (LIG) no 390
material morto de capim-massai em dois estratos na condição de pré-pastejo. 391
ESTRATO CICLO
1 2 3 4
PB (CV=6,8%)
>15 4,20Bb
4,10Ba
4,55Ba
6,71Aa
0-15 4,53ABa
4,25Ba
4,41ABa
5,46Ab
FDN (CV=2,4%)
>15 73,13Bb
73,14Bb
76,02Aa
72,39Ba
0-15 77,20Aa
76,25Aa
76,39Aa
72,84Ba
DIVMO (CV=4,6%)
>15 39,40ABa
40,36ABa
38,87Ba
43,36Aa
0-15 33,90Ab
34,12Ab
35,10Ab
36,59Ab
LIG (CV=1,6%)
>15 6,99Ab
6,38Ab
6,98Ab
7,37Ab
0-15 8,89Aa
8,43Aa
8,65Aa
8,59Aa
Valores seguidos por letras maiúsculas distintas na linha diferem entre si (P<0,05). 392 Valores seguidos por letras minúsculas distintas na coluna diferem (P<0,05) para cada 393
variável. 394
42
395
O valor nutritivo do material morto foi o menor dentre os constituintes 396
morfológicos do dossel forrageiro. Porém, foram ligeiramente superiores aos 397
observados por Fernandes et al. (2012b), mesmo estes autores tendo avaliado a planta 398
inteira. Um dos fatores que justificam esse resultado foi o preparo da área antes do 399
início do experimento com aplicação de 50 kg.ha-1
de N. 400
Os conteúdos de PB, FDN, DIVMO e LIG (Tabela 7) variaram de acordo com o 401
ciclo de pastejo nos constituintes morfológicos na condição de pós-pastejo (P < 0,05). 402
403 Tabela 7. Teores (%) de proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), 404
digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO) e lignina (LIG) dos 405 componentes morfológicos na condição de pós-pastejo. 406
Variáveis
Ciclos de pastejo *CV(%) 1 2 3 4
Lâmina foliar
PB 7,7b 7,9
b 13,1
a 9,0
ab 30,5
FDN 72,6a 73,4
a 70,3
a 69,8
a 3,8
DIVMO 57,1b 57,0
b 67,2
a 57,6
b 9,5
LIG 5,6a 5,8
a 5,6
a 5,7
a 19,1
Colmo
PB 5,9b 6,1
b 9,1
a 7,2
ab 24,9
FDN 72,2a 72,6
a 71,0
ab 68,5
b 3,0
DIVMO 56,4a 55,9
a 56,7
a 55,6
a 7,9
LIG 5,9a 6,3
a 6,3
a 5,7
a 20,9
Material morto
PB 4,0b 4,1
b 4,4
b 5,4
a 14,1
FDN 76,1ab
76,9a 77,6
a 74,1
b 2,4
DIVMO 36,8a 34,7
ab 32,6
b 36,1
a 7,0
LIG 7,9b 8,1
b 9,1
a 8,9
a 6,4
Valores seguidos por letras distintas na linha diferem (P<0,05). 407 *Coeficiente de variação. 408
409
Verificou-se, a exemplo do pré-pastejo, que o material morto apresentou o menor 410
valor nutritivo dentre os constituintes morfológicos no pós-pastejo. A baixa qualidade 411
43
nutricional do pasto após a saída dos animais se justifica pelas altas proporções de 412
material morto em sua estrutura, aproximadamente 90%, nos ciclos 2, 3 e 4 (Tabela 3). 413
Conclusões 414
O capim-massai é uma forrageira tropical com tolerância a precipitação de 150 415
mm por 5,5 meses, apresentando-se como alternativa de forragem em sistemas de 416
produção de ovinos suplementados na região Nordeste. A utilização de alternativas 417
suplementares não alterou o valor nutritivo do capim-massai, que apresenta satisfatório 418
valor nutritivo nas lâminas foliares, mesmo em períodos de restrição hídrica. 419
Agradecimentos 420
Ao CNPq/INSA e a CAPES pela concessão de bolsas de estudo e financiamento 421
do projeto. Aos integrantes do Grupo de Estudos em Forragicultura (GEFOR) da UFRN 422
pela colaboração na condução do experimento. À EMBRAPA Gado de Corte pelas 423
análises laboratoriais. 424
Abstract: This study aimed to evaluate the agronomic characteristics and nutritional 425
value of massaigrass subjected to grazing by sheep supplemented in the dry season. The 426
treatments consisted of pastures of massaigrass subjected to grazing with intermittent 427
stocking by sheep supplemented with different protein sources. The pasture was 428
assessed for height and forage mass of two strata in pre-grazing and verified the 429
structure of the pasture from the manual separation of morphological constituents in 430
leaf, stem and dead material. In the post-grazing assessments were similar to those of 431
pre-grazing, but without stratification. Forage samples of pre and post-grazing were 432
analyzed for chemical composition of each morphological constituent. The height of the 433
sward, in pre and post-grazing, showed a decrease throughout the experimental period. 434
Forage mass in the upper strata also decreased throughout the experimental period. The 435
lower stratum remained constant throughout the experimental period , with an average 436
44
of 3073 kg.ha-1
of DM. The leaf showed crude protein and in vitro digestibility of 437
organic matter with a mean of 11 and 65 %, respectively, in the upper stratum. The dead 438
material presented high levels of lignin and neutral detergent fiber, demonstrating a low 439
nutritional value compared to the other constituents. The massaigrass is a tropical grass 440
with good tolerance to periods of low rainfall, presenting itself as an alternative forage 441
in ruminant production on pasture systems in the Northeast. 442
Key-words: animal production, forage, Panicum maximum, pasture, stem 443
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48
3. EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO PROTEICA NO DESEMPENHO E
PRODUTIVIDADE DE OVINOS DE CORTE EM CAPIM-MASSAI NA
ÉPOCA SECA
Trabalho submetido à revista:
ARQUIVO BRASILEIRO DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
ISSN: 1678-4162
Página eletrônica: www.abmvz.org.br
49
Efeito da suplementação proteica no desempenho e produtividade de ovinos de
corte em capim-massai na época seca1
Leonardo Santana Fernandes2*
; Gelson dos Santos Difante2 1
1Financiado pelo CNPq/INSA 2
2Programa de Pós-Graduação em Produção Animal – UFRN – Macaíba, RN. 3
*leo.santanafernandes@gmail.com 4
5
Resumo: Objetivou-se avaliar o efeito da suplementação proteica no desempenho e 6
produtividade de ovinos de corte em pastos de capim-massai na estação seca. Os 7
tratamentos corresponderam a quatro grupos de animais suplementados com mistura 8
múltipla, feno de Leucena, feno de Gliricídia e farelo de soja. O pasto foi avaliado 9
quanto à altura e massa de forragem total no pré-pastejo em dois estratos e verificada a 10
estrutura do pasto a partir da separação manual dos constituintes morfológicos em 11
lâmina foliar, colmo e material morto. No pós-pastejo as avaliações foram análogas às 12
do pré-pastejo, porém sem estratificação. Amostras de forragem na condição de pré-13
pastejo foram analisadas quanto à composição química de cada constituinte 14
morfológico. Para as avaliações de desempenho e produção animal foram calculados o 15
ganho de peso vivo médio diário, taxa de lotação (UA, animais de 25 kg.ha-1
) e ganho 16
de peso vivo total (kg.ha-1
de PV produzido), por ciclo de pastejo. A altura do dossel 17
forrageiro, tanto no pré como no pós-pastejo, apresentou decréscimo ao longo do 18
período experimental. A massa de forragem no estrato superior também diminuiu ao 19
longo dos ciclos de pastejo. Foi observado média de 10,5% de proteína bruta na lâmina 20
foliar do capim-massai. O desempenho animal médio entre os tratamentos foi de 57 21
g.dia-1
, considerado satisfatório para época do ano e quantidade de suplemento ofertada. 22
A taxa de lotação não variou entre os tratamentos, porém aumentou ao longo do período 23
experimental, atingindo valor médio de 24,5 UA.ha-1
no quarto ciclo de pastejo. Nos 24
dois primeiros ciclos de pastejo, os ganhos de peso vivo total dos animais 25
suplementados com fenos de Leucena e Gliricídia foram superiores aos animais 26
suplementados apenas com mistura múltipla. A utilização de fenos de Leucena e 27
Gliricídia para a suplementação proteica de ovinos mantidos em pasto de capim-massai 28
apresenta-se como uma alternativa em sistemas de produção de ovinos de corte. 29
Palavras-chave: farelo de soja, Gliricidia sepium, Leucaena leucocephala, mistura 30
múltipla, Panicum maximum 31
50
Abstract: Aimed to evaluate the effect of protein supplementation on the performance 32
and productivity of sheep of meat grazing massaigrass in the dry season. The treatments 33
consisted of four groups of animals supplemented with multiple mixture, hay of 34
Leucena, hay of Gliricidia and soybean meal. The pasture was assessed for the height 35
and forage mass in two strata on the pre-grazing and verified the structure of pasture 36
from the manual separation of morphological constituents in leaf blade, stem and dead 37
material. In the post-grazing assessments were similar to those of pre-grazing, but 38
without stratification. Forage samples provided pre-grazing were analyzed for chemical 39
composition of each morphological constituent. For performance evaluations and 40
animal production were calculated gain of daily live weight, stocking rate (AU animals 41
of 25 kg.ha-1
) and total live weight gain (kg.ha-1
of BW produced), per grazing cycle. 42
The sward’s height, at pre and post-grazing, showed a decrease throughout the 43
experimental period. The forage mass in the upper strata also decreased throughout the 44
experimental period. It was observed average of 10.5 % crude protein in the leaf of 45
massaigrass. The average animal performance between treatments was 57 g.day-1
, 46
considered satisfactory for the season of the year and amount of supplement offered. 47
Stocking rate did not differ among treatments, but increased throughout the 48
experimental period, reaching a mean value of 24.5 UA.ha-1
in the fourth grazing cycle. 49
In the first two grazing cycles, gains in total live weight of animals supplemented with 50
hay of Leucena and Gliricidia were superior to animals supplemented only with 51
multiple mixture. The use of hay of Leucena and Gliricidia for protein supplementation 52
of sheep on pasture of massaigrass presents itself as an alternative in production of 53
sheep of meat systems. 54
Key-words: Gliricidia sepium, Leucaena leucocephala, multiple mixture, Panicum 55
maximum, soybean meal 56
57
Introdução 58
A utilização de forrageiras tropicais nos sistemas de produção animal vem sendo 59
cada vez mais empregada e estudada devido às suas características como elevada 60
produção de biomassa por unidade de área e valor nutritivo da forragem. Apesar de 61
possuir 158,75 milhões de hectares de pastagens, sendo 63,9% deste total ocupada por 62
pastagem cultivada (IBGE, 2007), os índices zootécnicos do rebanho brasileiro ainda 63
são insatisfatórios, havendo necessidade de estudos acerca do adequado manejo das 64
pastagens, com objetivo de alcançar maior produção de forragem e produção animal. 65
51
O Panicum maximum é uma das espécies de gramíneas tropicais mais utilizadas 66
em sistemas de produção de ruminantes no país, devido ao seu valor nutritivo, produção 67
de biomassa, capacidade de suporte e desempenho animal, elevada aceitabilidade pelos 68
animais e não apresenta princípios tóxicos ou antinutricionais (Barbosa et al., 2003; 69
Cândido et al., 2005; Cândido et al., 2006; Difante et al., 2009; Difante et al., 2010). 70
Porém, sabe-se que na região tropical do Brasil há um dinamismo na quantidade e na 71
qualidade dos pastos ao longo do ano, em decorrência principalmente da instabilidade 72
das condições climáticas, havendo assim uma abundância de forragem na estação 73
chuvosa e carência desta na estação seca. A partir disso, observa-se uma variação no 74
crescimento dos animais, bem como na produção destes de acordo com a estação, o que 75
tende a causar prejuízos econômicos ao produtor rural, uma vez que os animais 76
demoram mais a serem abatidos, ocasionando flutuações na oferta de produtos de 77
origem animal (Souza e Espíndola, 1999). 78
A proteína é o nutriente que mais afeta o desempenho animal na estação seca, 79
mesmo havendo fibra potencialmente digestível na forragem, portanto a utilização de 80
suplementos para animais em pasto pode elevar o desempenho destes (Reis et al., 2009). 81
Porém o custo com suplementação pode comprometer a estratégia e por isso sua 82
utilização deve ser realizada de maneira planejada, no qual a busca por alimentos 83
alternativos pode minimizar e ou melhorar os efeitos da falta de chuvas. 84
A avaliação de diferentes fontes de suplementos alimentares adaptadas às 85
condições edafoclimáticas da região torna-se indispensável para identificar as respostas 86
dos materiais, que possibilitarão a exploração econômica das potencialidades do 87
semiárido brasileiro, por meio da otimização da produtividade e consequentemente a 88
sustentabilidade, a competitividade e a remuneração dos produtores. Neste contexto, a 89
produção e utilização de leguminosas como a Leucena e a Gliricídia pode melhorar os 90
índices econômicos da propriedade, incrementando mais rentabilidade ao produtor. 91
Desta forma, objetivou-se com este experimento avaliar o efeito da suplementação 92
proteica no desempenho e produtividade de ovinos de corte em pastos de capim-massai 93
na estação seca. 94
Material e Métodos 95
O experimento foi conduzido na Unidade Acadêmica Especializada em Ciências 96
Agrárias (UAECA) localizada na Escola Agrícola de Jundiaí, Campus de Macaíba da 97
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, em Macaíba RN, na área 98
experimental do Grupo de Estudos em Forragicultura (GEFOR) da UFRN, as 99
52
coordenadas geográficas são 5° 53’ 34’’ de latitude Sul, 35° 21’ 50’’ de longitude Oeste 100
e a 50 metros de altitude. 101
A fertilidade do solo (Neossolo Quartzarênico) foi obtida a partir de análise 102
química e com base nos resultados (Tab. 1) foram aplicados 50 kg.ha-1
de P2O5 na 103
forma de Superfosfato Simples com o objetivo de elevar o teor de fósforo entre 8 e 12 104
mg.(dm3)-1
. A pastagem foi implantada no primeiro semestre de 2011, em sistema de 105
semeadura convencional em linhas com distribuição de sementes e adubo (P2O5). Um 106
mês antes do início do experimento, o pasto foi irrigado e adubado com aplicação de 50 107
kg.ha-1
de N na forma de sulfato de amônia a fim de simular o final do período chuvoso, 108
acumular forragem para a condução do trabalho e manter os módulos da pastagem 109
semelhantes. 110
111
Tabela 1. Características químicas do solo da área experimental nas camadas 0-20 e 20-112
40 cm. 113
Camadas
(cm)
P K Na pH
Ca Mg Al H+Al V (%)
mg/dm³ cmolc/dm³
0-20 7,0 75,0 27,0 6,1 1,2 0,5 0,0 1,6 55,7
20-40 4,0 124,0 29,0 5,3 1,6 0,8 0,1 2,3 55,3
114
A área total de pastagem foi de 0,96 ha, dividida em quatro módulos, cada um 115
com área de 0,24 ha, subdivididos em seis piquetes de 0,04 ha cada. Os tratamentos 116
corresponderam a pastos de capim-massai submetidos ao pastejo por ovinos 117
suplementados com diferentes fontes de proteína: 118
M – pastagem de capim-massai + mistura múltipla; 119
MFS – M + suplementação com farelo de soja + mistura múltipla; 120
ML – M + suplementação com feno de Leucena + mistura múltipla; 121
MG – M + suplementação com feno de Gliricídia + mistura múltipla. 122
A suplementação foi ofertada de modo a atender 23% das necessidades em 123
proteína bruta dos ovinos, calculada de acordo com dados do NRC (2007). Foi realizada 124
análise química dos suplementos no laboratório de nutrição animal da UFRN (Tab. 2), 125
no qual foram estimados os valores de matéria seca, matéria mineral, proteína bruta e 126
lignina de acordo com metodologias descritas por Silva e Queiroz (2002). Para 127
determinação dos teores de fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente 128
53
ácido (FDA) foi empregada a metodologia descrita por Van Soest (1991) e adaptada de 129
acordo com as recomendações do fabricante ANKON® TECNOLOGY. 130
131
Tabela 2. Análise química dos fenos de leguminosas utilizados como suplemento e 132
composição da mistura múltipla. 133
Variável (%) Feno de
Leucena
Feno de
Gliricídia
Farelo
de soja
Mistura múltipla
Composição (matéria natural)
Matéria seca 89,4 83,3 89,6
Matéria mineral 9,5 10,9 6,7 Milho grão moído
Uréia pecuária *Ovinofós com monensina®
25%
20%
55%
Proteína bruta 20,8 17,4 46,3
FDN 49,0 39,8 15,9
FDA 30,1 28,8 9,7
Lignina 16,7 12,2 1,6 *Composição (por kg do produto): Na-147,0 g; Ca-120,0 g; P-87,0 g; S-18,0 g; Zn-134
3800,0 mg; Fe-18000,0 mg; Mn-1300,0 mg; monensina sódica-1300,0 mg; F-870,0 mg; 135
Cu-590,0 mg; Mo-300,0 mg; I-80,0 mg; Co-40,0 mg; Cr-20,0 mg; Se-15,0 mg. 136
137
Os animais permaneciam em pastejo durante o dia (das 7:30h às 16:30h), quando 138
após esse período eram recolhidos à um aprisco coberto para serem suplementados e 139
permanecerem o período noturno. As baias possuíam uma área de 9 m2 e eram providos 140
de comedouro, bebedouro e saleiro (para oferta da mistura múltipla ad libitum). 141
Foram utilizados ovinos com genótipo ½ Santa Inês x ½ SPRD (sem padrão racial 142
definido), machos inteiros com peso vivo médio inicial de 16,2 kg e idade média de três 143
meses. Foram utilizados seis ovinos por módulo de pastejo, totalizando 24 animais 144
sendo estes pesados semanalmente para realização do ajuste da quantidade de 145
suplemento a ser fornecida, tendo em vista que as necessidades nutricionais dos animais 146
modificavam de acordo com o peso vivo. 147
O período experimental foi de novembro de 2012 a abril de 2013 (168 dias), 148
época caracterizada pela baixa precipitação na região (Fig. 1). Apesar do mês de abril 149
ter apresentado elevada precipitação, 92% desta ocorreu após o final do experimento. 150
Os dados de temperatura foram obtidos através de banco de dados do Instituto Nacional 151
de Meteorologia (INMET) e para controle das chuvas foram coletados dados do 152
pluviômetro instalado na área. 153
154
155
156
54
157 Figura 1. Precipitação e temperatura de janeiro de 2012 a dezembro de 2013. 158
159
O método de pastejo utilizado foi com lotação intermitente, tendo período fixo de 160
ocupação (7 dias) e descanso (35 dias), ocorrendo assim quatro ciclos de pastejo no 161
período experimental. Em cada ciclo de pastejo, foram realizadas três coletas de 162
forragem e altura do pasto no pré-pastejo (1º, 15º e 29º dia de cada ciclo) e três coletas 163
no pós-pastejo (8º, 22º e 36º dia de cada ciclo). 164
Foram realizadas avaliações no pasto no pré e pós pastejo para as variáveis de 165
altura do dossel, massa de forragem total e porcentagem de participação dos 166
constituintes morfológicos. Foi determinado o valor nutritivo dos constituintes 167
morfológicos na condição de pré-pastejo. 168
A altura do pasto foi determinada utilizando-se uma régua de um metro, graduada 169
em centímetros, sendo medidos 40 pontos representativos por piquete avaliado. A altura 170
do dossel em cada ponto foi correspondente à altura média da curvatura das folhas em 171
torno da régua. Essas leituras foram tomadas no pré-pastejo, imediatamente antes da 172
entrada dos animais e no pós-pastejo, após a saída dos animais do piquete. 173
Para o monitoramento das características estruturais do pasto, a massa total de 174
forragem (MTF) na condição de pré-pastejo foi estimada por meio de corte estratificado 175
da forragem contida no interior de quatro áreas representativas em três piquetes de cada 176
módulo. Para isso foi utilizado um quadrado de 0,5 m² de área, com suporte de 15 cm de 177
altura. Em cada ponto de amostragem foram cortadas duas amostras, uma a partir da 178
altura máxima do pasto até 15 cm (estrato maior que 15 cm) e o outro corte realizado ao 179
nível do solo (estrato 0 – 15 cm), totalizando oito amostras por piquete, sendo estas 180
identificadas e pesadas para obtenção do peso verde das amostras. Para avaliação da 181
massa seca de forragem, cada amostra foi subamostrada em aproximadamente 50% do 182
peso verde colhido, acondicionadas em sacos de papel e secas em estufa de ventilação 183
27
127
57 43
96
208
135
32 19 13
0 0 15
71
38
224
307
185 201
95
39
5 21
0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
0
50
100
150
200
250
300
350
Jan
Fev
Mar
Ab
r
Mai
Jun
Jul
Ag
o
Set
Ou
t
No
v
Dez Jan
Fev
Mar
Ab
r
Mai
Jun
Jul
Ag
o
Set
Ou
t
No
v
Dez
P (mm)
T (ºC)
55
forçada de ar a 55 ºC por 72 horas, quando foram novamente pesadas. A massa de 184
forragem total de cada amostra foi estimada por meio da soma da massa dos dois 185
estratos. Para avaliação dos componentes morfológicos do pasto no pré pastejo, as oito 186
amostras coletadas (depois de retirada as subamostras para determinação da massa seca) 187
constituíram quatro amostras compostas (duas para cada estrato). As amostras 188
compostas foram separadas manualmente em lâmina foliar, colmo (colmo + bainha) e 189
material morto. A coleta de forragem no pós-pastejo e a avaliação dos componentes 190
morfológicos aconteceram de maneira análoga, porém sem a estratificação das 191
amostras. 192
O acúmulo de forragem foi calculado pela diferença entre as massas de forragem 193
no pré-pastejo atual e pós-pastejo anterior de cada piquete. As taxas de acúmulo de 194
forragem (kg.ha-1
.dia de MS) foram calculadas dividindo-se o acúmulo de forragem 195
pelo número de dias correspondente ao período de descanso. 196
As amostras dos constituintes morfológicos do pré-pastejo foram moídas no 197
Laboratório de Nutrição Animal da UFRN e analisadas na EMBRAPA – Centro 198
Nacional de Pesquisa em Gado de Corte (CNPGC), em Campo Grande/MS, utilizando-199
se o sistema de Espectrofotometria de Reflectância no Infravermelho Proximal (NIRS), 200
estimando-se os teores proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), 201
digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO) e lignina (LIG). 202
Os animais foram pesados no início do experimento e ao final de cada ciclo de 203
pastejo para a obtenção do ganho de peso vivo médio diário (GMD, kg.animal-1
.dia), 204
calculado pela diferença de peso dos animais entre as pesagens, dividida pelo número de 205
dias de cada ciclo. 206
O ganho de peso vivo total (GPT) por hectare (kg.ha-1
de PV produzido) foi 207
obtido multiplicando-se o GMD dos animais pela quantidade de unidade animal (UA, 208
correspondente a um ovino de 25 kg por hectare) em cada ciclo de pastejo. 209
A taxa de lotação por ciclo de pastejo (UA.ha-1
) foi calculada como produto do 210
peso médio dos animais pelo número de dias que permaneceram no módulo, de acordo 211
com Petersen e Lucas Jr. (1968). 212
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com quatro 213
tratamentos, três repetições para as avaliações do pasto (piquetes) e seis repetições 214
(animais) para as avaliações de desempenho e produtividade animal. Os dados foram 215
submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey 216
56
adotando-se nível de 5% de significância, utilizando-se o procedimento “General Linear 217
Model” disponível no SAS Institute (1993). 218
Resultados e Discussão 219
As alturas do pasto no pré e pós-pastejo apresentaram efeito de ciclo (P < 0,0001) 220
e diminuíram ao longo do período experimental, no qual o terceiro e quarto ciclos de 221
pastejo apresentaram menor altura em comparação aos dois primeiros ciclos. A massa 222
de forragem no estrato acima dos 15 cm e a massa de forragem no resíduo apresentaram 223
comportamento semelhante ao observado na altura do dossel (Tab. 3). 224
225
Tabela 3. Altura do dossel no pré e pós-pastejo (cm), massa de forragem total (MFT) no 226
pré e pós-pastejo (kg.ha-1
de MS), taxa de acúmulo de matéria seca (kg.ha-1
.dia 227
de MS) e composição morfológica da massa de forragem (%) de pastos de 228
capim-massai na estação seca. 229
Variável Ciclos *
CV(%) 1 2 3 4
Altura do dossel pré-pastejo 30,8a 25,8
b 21,1
c 18,1
c 12,4
Altura do dossel pós-pastejo 26,7a 18,9
b 14,1
c 12,1
c 12,7
MFT no pré-pastejo >15 cm 1900,6a 1566,3
ab 975,8
b 903,4
b 15,6
MFT no pré-pastejo 0-15 cm 3241,0a 3027,7
a 2781,7
a 3243,6
a 15,6
MFT no pós-pastejo 2851,9a 2010,3
b 1911,2
b 1720,2
b 13,2
Taxa de acúmulo de MS 48,8a 49,9
a 67,6
a - 45,3
Lâmina foliar >15 cm 74,1a 49,3
b 45,1
b 77,0
a 24,3
Lâmina foliar 0-15 cm 15,4a 6,4
a 7,3
a 12,3
a 24,3
Colmo 0-15 cm 18,5a 19,2
a 11,4
b 11,5
b 39,7
Material morto >15 cm 25,9b 50,7
a 54,9
a 23,1
b 11,6
Material morto 0-15 cm 65,9a 74,7
a 81,4
a 76,0
a 11,6
Valores seguidos por letras distintas na linha diferem entre si (P<0,05). 230 *Coeficiente de variação. 231
232
A taxa de acúmulo de forragem se manteve constante (P = 0,1822), apresentando 233
valores abaixo dos obtidos por Emerenciano Neto et al. (2013) em pasto de capim-234
massai, porém salienta-se que esses autores conduziram experimento no período das 235
águas. Euclides et al. (2008) observaram valores de taxa de acúmulo de matéria seca 236
verde de aproximadamente 20 kg.ha-1
.dia de MS no período seco. A taxa de acúmulo de 237
forragem é bastante sensível às variações climáticas, principalmente na maior parte da 238
região semiárida do Nordeste do país, tendo em vista que as temperaturas geralmente 239
57
permanecem elevadas e baixas precipitações pluviais já podem promover respostas 240
quantitativas e qualitativas na pastagem. 241
No estrato acima de 15 cm a porcentagem de lâmina foliar no primeiro e quarto 242
ciclos de pastejo foram superiores aos observados no segundo e terceiro ciclos. 243
Comportamento inverso foi observado para a porcentagem de material morto neste 244
estrato (Tab. 3). As precipitações ocorridas nos meses de março e abril justificaram a 245
melhora na estrutura do pasto do terceiro para o quarto ciclo de pastejo, porém não foi 246
suficiente para elevar a quantidade de massa de forragem. 247
Foi observado efeito de ciclo (P > 0,05) para o valor nutritivo da forragem (Tab. 248
4), tendo os teores de PB e DIVMO da lâmina foliar aumentado do primeiro para o 249
quarto ciclo de pastejo. 250
251
Tabela 4. Teores de proteína bruta, fibra em detergente neutro (FDN), digestibilidade in 252
vitro da matéria orgânica (DIVMO) e lignina dos componentes morfológicos 253
da massa de forragem pré-pastejo do pasto de capim-massai na estação seca 254
Variável Ciclo *
CV(%) 1 2 3 4
Lâmina foliar
Proteína bruta 8,9b 8,1
b 13,1
a 12,0
a 5,2
FDN 72,1a 73,0
a 70,2
b 66,2
c 1,5
DIVMO 60,9b 58,3
b 72,9
a 68,4
a 3,2
Lignina 5,5a 5,7
a 3,9
b 3,9
b 11,0
Colmo
Proteína bruta 6,0bc
5,3c 7,4
a 6,8
ab 14,7
FDN 71,2a 70,5
a 71,0
a 67,2
b 2,6
DIVMO 58,8ab
57,2b 59,4
a 60,8
a 3,3
Lignina 5,9a 5,8
a 5,4
a 4,2
b 12,0
Material morto
Proteína bruta 4,4b 4,2
b 4,5
b 6,0
a 6,8
FDN 75,2ab
74,8b 76,2
a 72,6
c 2,4
DIVMO 36,5b 37,1
ab 37,1
ab 39,3
a 4,6
Lignina 7,9a 7,4
a 7,8
a 8,0
a 1,6
Valores seguidos por letras distintas na linha diferem entre si (P<0,05). 255 *Coeficiente de variação. 256
257
O aumento dos teores de PB e DIVMO ao longo do período experimental explica-258
se pelo estágio de maturação das plantas. Nos dois primeiros ciclos de pastejo não 259
58
houve chuvas e as lâminas foliares presentes na estrutura do pasto eram oriundas do 260
acúmulo de forragem anterior ao período experimental. No período referente ao terceiro 261
e quarto ciclo de pastejo, houve uma resposta do pasto quanto à modificação de sua 262
estrutura em decorrência das precipitações e consequentemente o surgimento de lâminas 263
foliares novas, com valor nutritivo mais elevado. 264
Os animais suplementados com feno de leguminosas apresentaram ganho 265
semelhante aos animais suplementados com farelo de soja no primeiro, segundo e 266
quarto ciclos de pastejo. No terceiro ciclo, os animais suplementados com feno de 267
Leucena e os do tratamento suplementados apenas com mistura múltipla apresentaram 268
maior GMD em relação aos animais dos outros dois tratamentos (Tab. 5). 269
270
Tabela 5. Ganho de peso vivo médio diário (kg.dia-1
), taxa de lotação (animais de 25 271
kg.ha-1
) e ganho de peso vivo total (kg.ha-1
de PV produzido) de ovinos em 272
pasto de capim-massai suplementados com diferentes fontes proteicas. 273
Ciclo de pastejo Tratamentos
Média M ML MG MFS
Ganho médio diário (CV=21,4%)
1 0,079Ba
0,098ABa
0,094ABa
0,108Aa
-
2 0,001Bb
0,016ABd
0,016ABc
0,030Ac
-
3 0,073Aa
0,074Ab
0,031Bc
0,048Bbc
-
4 0,062ABa
0,043Bc
0,071Ab
0,062ABb
-
Média 0,054A 0,057
A 0,053
A 0,062
A
Taxa de lotação (CV=4,2%)
1 17,7 17,3 17,6 18,1 17,7c
2 19,4 19,4 19,6 20,8 19,8b
3 20,2 20,4 20,3 22,2 20,8b
4 25,2 23,9 22,9 26,1 24,5a
Média 20,6A 20,3
A 20,1
A 21,8
A
Ganho de peso vivo total (CV=6,4%)
1 58,6Cb
71,1Ba
69,7Ba
82,1Aa
-
2 1,2Cc
13,0Bd
13,6Bc
26,4Ad
-
3 61,9Aab
63,6Ab
26,1Cb
44,5Bc
-
4 65,9Aa
43,3Bc
68,3Aa
67,9Ab
-
Média - - - -
Valores seguidos por letras minúsculas distintas, na coluna, diferem entre si (P<0,05) 274 para cada variável; valores seguidos por letras maiúsculas distintas, na linha, diferem 275 entre si (P<0,05). 276
277
59
Mtenga e Shoo (1990) trabalharam com níveis de suplementação de feno de 278
Leucena e observaram que os animais responderam em ganho de peso à medida que o 279
nível de suplementação aumentava. Ash (1990) observaram que os animais aumentaram 280
o consumo de matéria seca total quando suplementados com Gliricídia, tendo como 281
dieta basal feno de gramínea do gênero Panicum. Porém o desempenho obtido neste 282
trabalho não apresentou grandes variações entre os tratamentos e a média de ganho dos 283
animais suplementados com os fenos de leguminosas, nos quatro ciclos de pastejo, não 284
diferiram dos demais tratamentos (P = 0,2239). 285
Os resultados obtidos para o GMD dos animais suplementados com feno de 286
Leucena foram inferiores aos encontrados por Combellas et al. (1999), que avaliaram o 287
desempenho de ovinos alimentados com capim-elefante à vontade e suplementados com 288
Leucena. Também foram menores os ganhos dos animais suplementados com feno de 289
Gliricídia deste experimento em comparação aos obtidos por Costa et al. (2009), que 290
chegaram a observar GMD de 0,100 kg.dia-1
.animal em ovinos alimentados com capim-291
elefante e suplementados em 4% do peso vivo com folhagem fresca de Gliricídia. 292
Os ganhos modestos obtidos podem estar relacionados às características 293
estruturais e a baixa massa de lâminas foliares do pasto. De acordo com Hodgson 294
(1990), há uma relação muito próxima entre o consumo de nutriente e o desempenho 295
dos animais mantidos sob pastejo, porém, variações na estrutura do dossel forrageiro 296
também influenciam o consumo de forragem e desempenho animal de maneira similar. 297
Da Silva et al. (2008) reforça essa ideia ao afirmar que a suplementação proteica só se 298
mostra eficiente quando há disponibilidade de matéria seca, e caso isso não ocorra, a 299
suplementação energética também é necessária. Segundo Reis e Da Silva (2006) os 300
fatores não-nutricionais (massa de forragem, massa de forragem verde, altura do pasto e 301
oferta de forragem, por exemplo) parecem ser os fatores que mais influenciam na 302
restrição do consumo de matéria seca pelo animal. 303
Apesar de não terem sido observados ganhos diários elevados, os resultados de 304
taxa de lotação e ganho de peso vivo total por hectare se mostraram promissores para a 305
produção de ovinos suplementados mantidos em pastos de capim-massai. Não foi 306
observado efeito de tratamento (P = 0,0626) e interação entre tratamento e ciclo de 307
pastejo (P = 0,2275) para a taxa de lotação, havendo apenas efeito de ciclo (P < 0,0001), 308
em que observou-se um aumento de aproximadamente 38% na taxa de lotação do 309
primeiro para o quarto ciclo de pastejo. Houve efeito de tratamento (P = 0,0030) para o 310
ganho de peso vivo total. No primeiro e segundo ciclo de pastejo, quando a massa de 311
60
forragem no estrato acima de 15 cm era superior, os ganhos por hectare dos animais 312
suplementados com o feno de leguminosas foi superior aos animais suplementados 313
apenas com mistura múltipla (Tab. 5). 314
Ao final do experimento os animais apresentaram peso vivo próximo aos 25 kg, 315
tendo os animais suplementados com farelo de soja apresentado valor levemente 316
superior aos demais (26,5 kg) (Fig. 2). 317
318
319 Figura 2. Evolução do peso vivo dos animais no período experimental. 320
321
A evolução do peso vivo seguiu comportamento semelhante entre os tratamentos, 322
porém observou-se que ao final do segundo ciclo de pastejo (84° dia) os animais 323
suplementados com farelo de soja apresentaram os maiores pesos, enquanto os animais 324
suplementados apenas com mistura múltipla apresentaram os menores pesos e os 325
suplementados com fenos de leguminosas apresentaram pesos intermediários. 326
Conclusões 327
A utilização de fenos de Leucena e Gliricídia para a suplementação proteica de 328
ovinos mantidos em pasto de capim-massai apresenta-se como uma alternativa em 329
sistemas de produção de ovinos de corte, tendo em vista os ganhos individuais próximos 330
aos animais suplementados com farelo de soja. 331
Quando há disponibilidade de matéria seca suficiente no pasto, a produtividade de 332
ovinos suplementados com fenos de Leucena e Gliricídia é maior do que os animais 333
suplementados apenas com mistura múltipla. 334
335
336
15
20
25
30
0 42 84 126 168
Kg
Dia
M
ML
MG
MFS
61
Agradecimentos 337
Ao CNPq/INSA e a CAPES pela concessão de bolsas de estudo e financiamento 338
do projeto. Aos integrantes do Grupo de Estudos em Forragicultura (GEFOR) da UFRN 339
pela colaboração na condução do experimento. À EMBRAPA Gado de Corte pelas 340
análises laboratoriais. 341
Referências 342
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64
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autores.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista Bioscience Journal,
ficando sua reimpressão, total ou parcial, sujeita à autorização expressa da direção da
revista. Deve ser consignada a fonte de publicação original.
Não serão fornecidas separatas. Os artigos estarão disponíveis para impressão, no
formato PDF, no endereço eletrônico da revista.
Será cobrada taxa de publicação, no valor de R$ 40,00 (quarenta reais) por página
publicada, dos trabalhos aprovados, submetidos a partir de 05 de março de 2013 (A
forma de pagamento será informada posteriormente).
Após a avaliação e aprovação do artigo, a revista classificará as colaborações de
acordo com as seguintes seções:
1. Artigos originais - Artigos que apresentem contribuição inteiramente nova ao
conhecimento e permitam que outros investigadores, baseados no texto escrito, possam
julgar as conclusões, verificar a exatidão das análises e deduções do autor e repetir a
investigação se assim o desejarem. Incluem-se aqui os resumos e teses. Devem conter:
Título em português e inglês, Resumo (de 200 a 400 palavras), Palavras-chave,
65
Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão, Conclusão(opcional),
Agradecimentos, Abstract (de 200 a 400 palavras), , Keywords, Referências. Os
trabalhos não devem exceder a 20 páginas, incluídos os anexos.
2. Artigos de Revisão - Serão aceitos para submissão, apenas a convite do editor. As
revisões devem abordar temas de interesse, atualizados. Devem conter: Título em
português e inglês, Resumo, Palavras-chave, Texto, Conclusão(opcional),
Agradecimentos (caso necessário), Abstract, Keywords, Referências. Os trabalhos não
devem exceder a 30 páginas, incluídos os anexos e as Referências Bibliográficas.
3. Relato de caso(s) - Artigos predominantemente clínicos, de alta relevância e
atualidade, relatos de achados na área clinica e básica. Devem conter: Título em
português e inglês, Resumo, Palavras-chave, Introdução, Relato do caso, Discussão,
Conclusão(opcional), Agradecimentos (caso necessário), Abstract, Keywords,
Referências. Os trabalhos não devem exceder 10 páginas, incluídos os anexos.
4. Comunicação - Artigo não original, demonstrando a experiência de um grupo ou de
um serviço, abrangendo preferencialmente ensino, pesquisa, políticas de saúde e
exercício profissional. Deve conter: Título em português e inglês, Resumo, Palavras-
chave, Introdução, Conteúdo, Agradecimentos (caso necessário), Abstract, Keywords,
Referências . Os trabalhos não devem exceder 10 páginas, incluídos os anexos.
5. Notas prévias - Pequenas informações que apesar de conterem novos dados, ainda
não permitem ao leitor, pela provisoriedade do texto, definir a conclusão. Devem
conter: Título em português e inglês, Resumo, Palavras-chave, Texto, Abstract,
Keywords, Referências . Os trabalhos não devem exceder a 5 páginas, incluídos os
anexos.
6. Editoriais - Colaborações solicitadas a especialistas de áreas afins, indicados pela
Comissão Editorial, visando analisar um tema de atualidade. Devem conter: Título em
português e inglês, Autor, Palavras-chave, Texto (português e inglês), Keywords,
Referências (caso necessário). Os trabalhos não devem exceder a 2 páginas, incluídos os
anexos.
Apresentação dos Trabalhos
Formato: Todas as colaborações devem ser enviadas por meio do Sistema
Eletrônico de Editoração de Revista – SEER, endereço:
www.biosciencejournal.ufu.br/submissions.php.
O texto deve estar gravado em extensão RTF (Rich Text Format) ou em formato
Microsoft Word (2003). Os metadados deverão ser obrigatoriamente preenchidos com o
título do trabalho, nome(s) do(s) autor(es), último grau acadêmico, instituição que
trabalha, endereço postal, telefone, fax e e-mail.
O texto será escrito cordialmente, com intercalação de tabelas e figuras, já
inseridas no texto, em quantidade mínima necessária para a sua compreensão.
No corpo do trabalho não deverá constar os nomes dos autores, que deverão ser
encaminhados em folha separada, com dados pessoais (títulos, endereço para
correspondência, e-mail e Instituição a que está ligado), como medida de sigilo.
Título do trabalho: O título deve ser breve e suficientemente específico e
descritivo, contendo as palavras-chave que representem o conteúdo do texto separadas
por ponto, ambos acompanhados de sua tradução para o inglês.
66
Resumo: Deve ser elaborado um resumo informativo com cerca de 200 a 400
palavras, incluindo objetivo, método, resultado, conclusão, acompanhado de sua
tradução para o inglês. Ambos devem ter, no máximo, 800 palavras.
Palavras-chave: As palavras-chave e keywords não devem repetir palavras do
título, devendo-se incluir o nome científico das espécies estudadas. As palavras devem
ser separadas por ponto e iniciadas com letra maiúscula. Os autores devem apresentar de
3 a 6 termos, considerando que um termo pode ser composto de duas ou mais palavras.
Agradecimentos: Agradecimentos a auxílios recebidos para a elaboração do
trabalho deverão ser mencionados no final do artigo, antes das referências.
Notas: Notas contidas no artigo devem ser indicadas com um asterisco
imediatamente depois da frase a que diz respeito. As notas deverão vir no rodapé da
página correspondente. Excepcionalmente poderão ser adotados números para as notas
junto com asteriscos em uma mesma página, e nesse caso as notas com asteriscos
antecedem as notas com número, não importando a ordem dessas notas no texto.
Apêndices: Apêndices podem ser empregados no caso de listagens extensivas,
estatísticas e outros elementos de suporte.
Figuras e tabelas: Fotografias nítidas(preto e branco ou colorida), gráficos e
tabelas em preto e branco (estritamente indispensáveis à clareza do texto) serão aceitos,
e deverão ser assinalados, no texto, pelo seu número de ordem, nos locais onde devem
ser intercalados. Se as ilustrações enviadas já tiverem sido publicadas, mencionar a
fonte.
Os manuscritos mesmo apresentando relevância científica e estarem
metodologicamente corretos poderão ser recusados se apresentados de forma
desorganizada e fora das normas da Bioscience Journal. Manuscritos bem escritos e
apresentados de acordo com as normas são revisados com mais rapidez e, também,
exigindo menos esforço dos revisores. Antes da submissão, recomenda-se uma consulta
aos últimos trabalhos publicados pela Bioscience Journal.
Trabalhos que tenham sido consultados e mencionados no texto são da
responsabilidade do autor.
Informação oriunda de comunicação pessoal, trabalhos em andamento e os não-
publicados não devem ser incluídos na lista de referências, mas indicados em nota de
rodapé da página em que forem citados.
Referências: NBR 6023/2002. A exatidão e adequação das referências a trabalhos
que tenham sido consultados e mencionados no texto são da responsabilidade do autor.
Informação oriunda de comunicação pessoal, trabalhos em andamento e os não
publicados não devem ser incluídos na lista de referências, mas indicados em nota de
rodapé da página onde forem citados.
As referências incluídas no final de cada artigo devem ser escritas em folhas
separadas do texto principal, em ordem alfabética de acordo com as normas da ABNT
NBR-6023, ago. 2002. Na lista de Referências, no final do artigo, todos os autores
devem ser mencionados. Não é permitido o uso da expressão et al.
Observar os exemplos das referências abaixo:
67
Livro no todo:
GRAZIANI, Mário. Cirurgia buco-maxilo-facial. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1976. 676 p.
Capítulo de livro sem autoria própria:
PERRINS, C. M. Social systems. In: ______. Avian ecology. Glasgow: Blackie, 1983.
cap. 2, p. 7-32.
Capítulo de livro com autoria própria:
GETTY, R. The Gross and microscopic ocurrence and distribution of spontaneous
atherosclerosis in the arteries of swine. In: ROBERT JUNIOR.; A., ATRAUSS, R.
(Ed.). Comparative atherosclerosis. New York: Harper & Row, 1965. p. 11-20.
Monografias, Dissertações e Teses:
CORRALES, Edith Alba Lua Segovia. Verificação dos efeitos genotóxicos dos agentes
antineoplásicos citrato de tamoxifen e paclitaxel. 1997. 84 f. Dissertação (Mestrado em
Genética e Bioquímica) – Curso de Pós-Graduação em Genética e Bioquímica,
Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 1997.
Trabalhos apresentados em eventos: Congressos, Seminários, Reuniões...
NOVIS, Jorge Augusto. Extensão das ações de saúde na área rural. In: CONFERÊNCIA
NACIONAL DE SAÚDE, 7., 1980, Brasília. Anais... Brasília: Centro de Documentação
do Ministério da Saúde, 1980. p. 37-43.
Artigos de periódicos:
COHEN, B. I.; CONDOS, S.; DEUTSCH, A. S.; MUSIKANT, B. L. La fuerza de
fractura de tres tipos de materiales para el muñon en combinacion com tres espigas
endodontiacales distintas. R. Cent. C. Biomed. Univ. Fed. Uberlândia, Uberlândia, v.
13, n. 1, p. 69-76, dez. 1997.
Obs.: Quanto ao título de periódicos, deve-se adotar um único padrão. Na lista de
Referências todos os títulos de periódicos devem vir abreviados ou todos por extenso e,
em negrito.
Nota:
Quando se tratar de documento eletrônico, deve-se fazer a referência normal,
acrescentando-se ao final informações sobre a descrição do meio ou suporte.
Exemplo:
Capitulo de livro com autoria própria disponível em CD-ROM:
FAUSTO, A. I. da F.; CERVINI, R. (Org.). O trabalho e a rua. In: BIBLIOTECA
nacional dos direitos da criança. Porto Alegre: Associação dos Juizes do Rio Grande do
Sul, 1995. 1 CD-ROM.
Artigo de periódicos em meio eletrônico:
ROCHA-BARREIRA, C. A. Caracterização da gônada e ciclo reprodutivo da Collisella
subrugosa (Gastropoda: Acmaeidae) no Nordeste do Brasil. Brazilian Journal of
Biology, São Carlos, v. 62, n. 4b, nov. 2002. Disponível em: Acesso em: 20 abr. 2003.
Recomendações: Recomenda-se que se observem as normas da ABNT referentes
à apresentação de artigos em publicações periódicas (NBR 6023/2002), apresentação de
citações em documentos (NBR 10.520/2002), apresentação de originais (NBR 12256),
norma para datar (NBR 5892), numeração progressiva das seções de um documento
68
(6024/2003) e resumos (NBR 6028/2003), bem como a norma de apresentação tabular
do IBGE.
NORMAS PARA ELABORAÇÃO DE FIGURAS
1. As figuras podem ser feitas em softwares de preferência dos autores (Excel, Sigma
Plot, etc.), devendo ser inseridas e enviadas em formato TIFF ou JPG com resolução
mínima de 300 dpi.
2. As figuras deverão ter largura máxima de 8,0 cm ou 16,0 cm.
3. Os títulos e a escala dos eixos x e y deverão ser em Times New Roman tamanho 11.
As linhas dos eixos e demais linhas (e.g., curvas de regressão) deverão ter espessura de
0,3 mm. Todas as informações contidas no interior da figura (e.g., equações, legendas)
deverão ser em Times New Roman tamanho 10 ou no mínimo 8. São dispensáveis as
bordas, direita e superior, em gráficos.
4. Todas as figuras deverão ser inseridas convenientemente no texto logo após a sua
chamada, consecutivamente e em números arábicos. As figuras deverão ser inseridas no
texto por meio do comando “Inserir→Imagem/Figura→Arquivo”.
5. As figuras podem ser constituídas por múltiplos gráficos, tanto na horizontal como na
vertical, respeitando a largura máxima de 16,0 cm e 8,0 cm, respectivamente. Quando se
tratar de figuras com vários gráficos, os mesmos deverão ser identificados por letras (A,
B, C, D) em maiúsculo entre parênteses, fonte Times New Roman tamanho 11.
Transferência de Direitos Autorais:
Todas as pessoas relacionadas como autores devem assinar a Transferência de
Direitos Autorais: “Declaro que, em caso de aceitação do artigo, a Bioscience Journal
passa a ter os direitos autorais a ele referentes, que se tornarão propriedade exclusiva da
Revista, vedado a qualquer reprodução, total ou parcial, em qualquer outra parte ou
meio de divulgação, impressa ou eletrônica, sem que a prévia e necessária autorização
seja solicitada e, se obtida, farei constar o competente agradecimento à Revista.
Assinaturas do(s) autor(es) Data ___/___/____
As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva
responsabilidade.
Declaração de Responsabilidade:
Todas as pessoas relacionadas como autores devem assinar a declaração de
responsabilidade nos termos abaixo:
- Certifico que participei da concepção do trabalho para tornar pública minha
responsabilidade pelo seu conteúdo, não omitindo quaisquer ligações ou acordos de
financiamento entre os autores e companhias que possam ter interesse na publicação
deste artigo;
- Certifico que o manuscrito é original e que o trabalho, em parte ou na íntegra, ou
qualquer outro trabalho com conteúdo substancialmente similar, de minha autoria, não
foi enviado a outra Revista e não o será, enquanto sua publicação estiver sendo
considerada pela Bioscience Journal, quer seja no formato impresso ou no eletrônico.
Endereço para envio de trabalhos:
http://www.seer.ufu.br/index.php/biosciencejournal/login
69
Anexo II. Regras para submissão no Arquivo Brasileiro de
Medicina Veterinária e Zootecnia (Disponível em: www.abmvz.org.br)
Artigo científico É o relato completo de um trabalho experimental. Baseia-se na premissa de que os
resultados são posteriores ao planejamento da pesquisa.
Seções do texto: Título (português e inglês), Autores e Filiação, Resumo,
Abstract, Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão (ou Resultados e
Discussão), Conclusões, Agradecimentos (quando houver) e Referências.
O número de páginas não deve exceder a 15, incluindo tabelas e figuras.
O número de Referências não deve exceder a 30.
Formatação do texto
O texto não deve conter subitens em qualquer das seções do
artigo e deve ser
apresentado em Microsoft Word, em formato A4, com margem
3cm (superior,
inferior, direita e esquerda), em fonte Times New Roman
tamanho 12 e em espaçamento entrelinhas 1,5, em todas as
páginas e seções do artigo (do título às referências), com linhas
numeradas.
Não usar rodapé. Referências a empresas e produtos, por
exemplo, devem vir, obrigatoriamente, entre parêntesis no corpo
do texto na seguinte ordem: nome do produto, substância,
empresa e país.
Seções de um artigo
Título: Em português e em inglês. Deve contemplar a essência do artigo
e não ultrapassar 150 dígitos.
Autores e Filiação: Os nomes dos autores são colocados abaixo do
título, com identificação da instituição a que pertencem. O autor para
correspondência e seu e-mail devem ser indicados com asterisco.
Nota:
1. o texto do artigo em Word deve conter o nome dos autores e
filiação;
2. o texto do artigo em pdf não deve conter o nome dos autores e
filiação.
Resumo e Abstract: Deve ser o mesmo apresentado no cadastro
contendo até 2000 dígitos incluindo os espaços, em um só parágrafo.
Não repetir o título e não acrescentar revisão de literatura. Incluir os
principais resultados numéricos, citando-os sem explicá-los, quando for
o caso. Cada frase deve conter uma informação. Atenção especial às
conclusões.
70
Palavras-chave e Keywords: No máximo cinco.
Introdução: Explanação concisa, na qual são estabelecidos brevemente
o problema, sua pertinência e relevância e os objetivos do trabalho.
Deve conter poucas referências, suficientes para balizá-la.
Material e Métodos: Citar o desenho experimental, o material
envolvido, a descrição dos métodos usados ou referenciar corretamente
os métodos já publicados. Nos trabalhos que envolvam animais e/ou
organismos geneticamente modificados deverá constar,
obrigatoriamente, o número do protocolo de aprovação do Comitê de
Bioética e/ou de Biossegurança, quando for o caso.
Resultados: Apresentar clara e objetivamente os resultados
encontrados.
Tabela:Conjunto de dados alfanuméricos ordenados em linhas e
colunas. Usar linhas horizontais na separação dos cabeçalhos e no final
da tabela. O título da tabela recebe inicialmente a palavra Tabela,
seguida pelo número de ordem em algarismo arábico e ponto (ex.:
Tabela 1.). No texto a tabela deve ser referida como Tab seguida de
ponto e do número de ordem (ex.: Tab. 1), mesmo quando se referir a
várias tabelas (ex.: Tab. 1, 2 e 3). Pode ser apresentada em espaçamento
simples e fonte de tamanho menor que 12 (o menor tamanho aceito é 8).
A legenda da Tabela deve conter apenas o indispensável para o seu
entendimento. As tabelas devem ser, obrigatoriamente, inseridas no
corpo do texto preferencialmente após a sua primeira citação.
Figura: Compreende qualquer ilustração que apresente linhas e pontos:
desenho, fotografia, gráfico, fluxograma, esquema, etc. A legenda
recebe inicialmente a palavra Figura, seguida do número de ordem em
algarismo arábico e ponto (ex.: Figura 1.) e é referida no texto como Fig
seguida de ponto e do número de ordem (ex.: Fig.1), mesmo se referir a
mais de uma figura (ex.: Fig. 1, 2 e 3). Além de inseridas no corpo do
texto, fotografias e desenhos devem também ser enviadas no formato
jpg com alta qualidade, em um arquivo zipado, anexado no campo
próprio de submissão na tela de registro do artigo. As figuras devem ser,
obrigatoriamente, inseridas no corpo do texto preferencialmente após a
sua primeira citação.
Nota:
Toda tabela e/ou figura que já tenha sido publicada deve conter, abaixo
da legenda, informação sobre a fonte (autor, autorização de uso, data) e
a correspondente referência deve figurar nas Referências.
Discussão: Discutir somente os resultados obtidos no trabalho. (Obs.:
As seções Resultados e Discussão poderão ser apresentadas em
conjunto a juízo do autor, sem prejudicar qualquer das partes e sem
71
subitens).
Conclusões: As conclusões devem apoiar-se nos resultados da pesquisa
executada e serem apresentadas de forma objetiva, sem revisão de
literatura, discussão, repetição de resultados e especulações.
Agradecimentos: Não obrigatório. Devem ser concisamente
expressados.
Referências: As referências devem ser relacionadas em ordem
alfabética, dando-se preferência a artigos publicados em revistas
nacionais e internacionais, indexadas. Livros e teses devem ser
referenciados o mínimo possível, portanto, somente quando
indispensáveis. São adotadas as normas gerais ABNT, adaptadas para o
ABMVZ conforme exemplos:
Como referenciar:
1. Citações no texto
A indicação da fonte entre parênteses sucede à citação para evitar
interrupção na sequência do texto, conforme exemplos:
autoria única: (Silva, 1971) ou Silva (1971); (Anuário...,
1987/88) ou Anuário... (1987/88)
ü dois autores: (Lopes e Moreno, 1974) ou Lopes e Moreno
(1974)
mais de dois autores: (Ferguson et al., 1979) ou Ferguson et al.
(1979)
mais de um artigo citado: Dunne (1967); Silva (1971); Ferguson
et al. (1979) ou (Dunne, 1967; Silva, 1971; Ferguson et al.,
1979), sempre em ordem cronológica ascendente e alfabética de
autores para artigos do mesmo ano.
Citação de citação: Todo esforço deve ser empreendido para se
consultar o documento original. Em situações excepcionais pode-se
reproduzir a informação já citada por outros autores. No texto, citar o
sobrenome do autor do documento não consultado com o ano de
publicação, seguido da expressão citado por e o sobrenome do autor e
ano do documento consultado. Nas Referências, deve-se incluir apenas
a fonte consultada.
Comunicação pessoal: Não fazem parte das Referências. Na citação
coloca- se o sobrenome do autor, a data da comunicação, nome da
Instituição à qual o autor é vinculado.
2. Periódicos (até 4 autores, citar todos. Acima de 4 autores citar 3
autores et al.):
ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL. v.48, p.351, 1987-88.
72
FERGUSON, J.A.; REEVES, W.C.; HARDY, J.L. Studies on immunity
to alphaviruses in foals. Am. J. Vet. Res., v.40, p.5-10, 1979.
HOLENWEGER, J.A.; TAGLE, R.; WASERMAN, A. et al. Anestesia
general del canino. Not. Med. Vet., n.1, p.13-20, 1984.
3. Publicação avulsa (até 4 autores, citar todos. Acima de 4 autores
citar 3 autores et al.):
DUNNE, H.W. (Ed). Enfermedades del cerdo. México: UTEHA, 1967.
981p.
LOPES, C.A.M.; MORENO, G. Aspectos bacteriológicos de ostras,
mariscos e mexilhões. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
MEDICINA VETERINÁRIA, 14., 1974, São Paulo. Anais... São Paulo:
[s.n.] 1974. p.97. (Resumo).
MORRIL, C.C. Infecciones por clostridios. In: DUNNE, H.W. (Ed).
Enfermedades del cerdo. México: UTEHA, 1967. p.400-415.
NUTRIENT requirements of swine. 6.ed. Washington: National
Academy of Sciences, 1968. 69p.
SOUZA, C.F.A. Produtividade, qualidade e rendimentos de carcaça e
de carne em bovinos de corte. 1999. 44f. Dissertação (Mestrado em
Medicina Veterinária) – Escola de Veterinária, Universidade Federal de
Minas Gerais, Belo Horizonte.
4. Documentos eletrônicos (até 4 autores, citar todos. Acima de 4
autores citar 3 autores et al.):
QUALITY food from animals for a global market. Washington:
Association of American Veterinary Medical College, 1995. Disponível
em: <http://www.org/critca16.htm>. Acessado em: 27 abr. 2000.
JONHNSON, T. Indigenous people are now more cambative, organized.
Miami Herald, 1994. Disponível em:
<http://www.summit.fiu.edu/MiamiHerld-Summit-RelatedArticles/>.
Acessado em: 5 dez. 1994.
Nota:
Artigos que não estejam rigorosamente dentro das normas acima
não serão aceitos para avaliação.
O Sistema reconhece, automaticamente, como "Desistência do
Autor" artigos em diligência e/ou "Aguardando liberação do
autor", que não tenha sido respondido no prazo dado pelo
Sistema.
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