projudi - processo: 0010276-84.2015.8.16.0021 - ref. mov ... revocatoria mp... · além de que,...
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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE
CASCAVEL – PR.
CAPITAL ADMINISTRADORA JUDICIAL LTDA., pessoa jurídica especializada (na forma do artigo
21 “caput” da LREF), com sede em São Paulo, situada na Rua Silvia nº. 110 – Sala 52ª – Bela
Vista, Administradora Judicial da Recuperação Judicial convolada em Falência do “Grupo
Diplomata”, devidamente nomeada e compromissada, neste ato representada por seu
responsável técnico Dr. Luis Cláudio Montoro Mendes, que a presente subscreve, vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, propor a presente:
AÇÃO REVOCATÓRIA
em face de M.P BALDINI LTDA LTDA - ME, com sede na Av. Brasil, 2962, loja 51 a 55, Cascavel
– PR – CEP 85.816-290; CLARICE ROMAN, brasileira, administradora de sociedades, CPF
580.780.539-91, com endereço na Rua Belo Horizonte, 1435, Cascavel/PR., com base nos
artigos 282 e 283 do Código de Processo Civil, bem como nos artigos 129 da Lei de Falências e
Recuperação Judicial, pelas razões de fatos e direitos a seguir expostas:
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03/04/2015: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial
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DA LEGITIMIDADE POSTULATÓRIA DESTA ADMINISTRADORA JUDICIAL
O presente feito é movido por esta Administradora Judicial, representante da massa falida do
grupo Diplomata e responsável por nortear os interesses da massa, propondo as ações
necessárias à defesa de seus direitos, conforme o que preceituam os artigos 21 e 22 da Lei que
Rege o instituto da Falência e Recuperação de empresas, in verbis:
Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada. Parágrafo único. Se o administrador judicial nomeado for pessoa jurídica, declarar-se-á, no termo de que trata o art. 33 desta Lei, o nome de profissional responsável pela condução do processo de falência ou de recuperação judicial, que não poderá ser substituído sem autorização do juiz. Art. 22. Ao administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz e do Comitê, além de outros deveres que esta Lei lhe impõe: [...] III – na falência: [...] c) relacionar os processos e assumir a representação judicial da massa falida; [...] l) praticar todos os atos conservatórios de direitos e ações, diligenciar a cobrança de dívidas e dar a respectiva quitação; [...] n) representar a massa falida em juízo, contratando, se necessário, advogado, cujos honorários serão previamente ajustados e aprovados pelo Comitê de Credores; o) requerer todas as medidas e diligências que forem necessárias para o cumprimento desta Lei, a proteção da massa ou a eficiência da administração; [...] (grifos nossos)
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No caso em análise, a legitimidade desta que subscreve se consubstancia no fato de que
restará comprovada a irregularidade do ato jurídico em questão, devendo o bem alienado
irregularmente abranger o patrimônio da massa falida, uma vez que os prejuízos foram de
grande monta em virtude da realização de negócios jurídicos obscuros pelas pessoas físicas e
jurídicas envolvidas na falência.
Além de que, este Juízo no item 416 (III), da r. sentença de quebra (mov. 6989.1 dos autos
0024946-35.2012.8.16.0021), determinou que os auxiliares do Juízo, incluindo esta
Administradora Judicial, diligenciassem com urgência a fim de:
(iii) penhorar as participações, quando for o caso, e examinar a ocorrência de confusão patrimonial, desvio de bens, ou outras condutas fraudulentas em favor das demais sociedades em que o Sr. Alfredo Kaefer, apesar de não figurar como controlador, tinha relevante participação, sobretudo diante de existência de vinculo familiar, com os demais sócios/acionistas.
Desta feita, resta comprovada a legitimidade postulatória dos Auxiliares do Juízo, sendo que
cairá por terra, desde já, qualquer alegação de ilegitimidade ativa a ser suscitada contra esta
longa manus.
1. DOS FATOS
O denominado “Grupo Diplomata”, do qual a Sra. Clarice Roman é sócia de várias empresas
integrantes, teve sua Recuperação Judicial convolada em Falência, mediante sentença
proferida por este D. Juízo nos autos sob nº 0024946-35.2012.8.16.0021, na data de
01/12/2014.
Conforme restou exaustivamente explanado e comprovado nos autos do processo de Falência
do grupo Diplomata, a Sra. Clarice Roman é sócia-controladora e exerce um controle direto em
grande parte das empresas do grupo.
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O processo de falência é complexo e abrange inúmeras transferências de bens dentro do
termo legal da falência, 23 de janeiro do ano de 2009.
Neste interim, os documentos acostados ao presente feito comprovam que a Sra. Clarice
efetuou a alienação de 05 (cinco) bens para uma empresa de propriedade da Sra. Mirian Paula
Baldini e do Sr. Diego Paulino Silverio.
Vale ressaltar que o Sr. Diego Paulino Silverio é filho da Sra. Silei Roman Silverio, irmã da Sra.
Clarice Roman.
Se não bastasse o fato das transferências terem sido feitas entre pessoas do mesmo grupo
familiar, os referidos negócios jurídicos foram efetuados próximos ao pedido de Recuperação
Judicial, período em que era evidente a situação de crise que atravessava o Grupo Diplomata.
A Sra. Clarice tinha exata noção da situação de crise financeira do grupo, sendo que algumas
das transferências se deram em ano anterior ao pedido de recuperação e outras em meses
próximos ao pedido, além de que, a parte declarou que adquiriu os imóveis em moeda
corrente, efetuando pagamento diretamente a Sra. Clarice, fato que por si só causa estranheza
a esta Administradora, uma vez que não é praxe no mundo jurídico este tipo de negócio,
envolvendo grande importância, ser feito em dinheiro.
Importante repisar que a transação que movimentou o importe de R$ 736.000,00 (setecentos
e trinta e seis mil reais), foi realizada DENTRO DO TERMO LEGAL DA FALÊNCIA, datado de
23.01.2009, bem como, em período muito próximo ao pedido de Recuperação Judicial, que foi
feito em 03.08.2012, o que demonstra o conhecimento inescusável por parte da adquirente e
da alienante de sua crise financeira.
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Nos autos do processo de falência, a adquirente deixou de juntar os comprovantes de
movimentação bancária em sua oportunidade de manifestação. Além de que, mesmo que a
juntada dos referidos comprovantes de movimentação financeira tivesse sido feita, a Lei que
rege o instituto da Falência e Recuperação de Empresas, Lei nº 11.101/2005 é clara e
categórica ao estabelecer que esses tipos de transações devem ser declaradas ineficazes,
conforme será devidamente demonstrado no mérito desta vestibular, restando patente a
fraude contra credores.
2. DA JUSTIÇA GRATUITA
Conforme restou consignado, o caso é movimentado por uma massa falida através de seu
Administrador Judicial.
Como é sabido, a massa falida da Diplomata encontra-se em situação de extrema fragilidade,
haja vista que o passivo conhecido até a presente data é extremamente relevante e bem maior
que os ativos encontrados e qualquer importe retirado dos ativos da massa, resultará em
prejuízo aos interesses dos credores.
Essas razões são suficientes para demonstrar a necessidade de isenção das despesas judiciais
abrangidas pelo art. 3º da lei 1060 do ano de 1950, em favor da coletividade de credores que
restará atingida por quaisquer valores que sejam dispendidos. Nesse sentido, demonstrando a
possibilidade da concessão da justiça gratuita ante a demonstração de precariedade da massa
falida, segue entendimento do Tribunal de Justiça de Minas Gerais:
JUSTIÇA GRATUITA. EMPRESA. EXCEPCIONALIDADE. MASSA FALIDA. SUCUMBÊNCIA. Prosseguindo o julgamento, a Turma, por maioria, decidiu que, na condição de demandante ou demandada, a massa falida sujeita-se ao princípio da sucumbência, cabendo a concessão da justiça
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gratuita, provada a precariedade da empresa. Outrossim, o estado de miséria jurídica da empresa não se presume pela simples quebra. Precedentes citados: EREsp 388.045-RS, DJ 22/9/2003, e AgRg no Ag 525.953-MG. DJ 1º/3/2004. REsp 833.353-MG, Rel. originário Min. Francisco Falcão, Rel. para acórdão Min. Luiz Fux, julgado em 17/5/2007.
Desta forma, comprovada a situação precária do Grupo, deve-se mencionar a necessidade da
concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, uma vez que qualquer valor retirado da massa,
resultará em prejuízo aos credores.
3. DO DIREITO
3.1. DA OPERAÇÃO REALIZADA EM PATENTE DISSONANCIA COM A INTELIGENCIA DO
ART. 129 DA LEI 11.101-2005.
A Sra. Clarice Roman é sócia e controladora de inúmeras empresas pertencentes ao grupo
Diplomata, cuja falência foi decretada na data de 01.12.2014.
Dentre as empresas falidas estão a Diplomata S.A. – Industrial e Comercial, a Alfredo Kaefer e
Cia Ltda., bem como o shopping West Side (por extensão), além da própria Sra. Clarice Roman.
Em simples análise do acordo pactuado, resta claro que a Sra. Clarice Roman efetuou uma
manobra jurídica para o fim de alienar os bens particulares em um período antecedente à
Recuperação Judicial, no intuito de fraudar os credores, uma vez que o referido imóvel deveria
ter sido utilizado para pagamento destes de forma paritária.
Desde já, é importante destacar que um pedido de Recuperação Judicial envolve grande
estratégia processual, de forma que não se faz plausível e aceitável qualquer alegação por
parte dos falidos, bem como dos adquirentes, que a dação em pagamento foi feita sem o
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conhecimento da crise financeira que, diga-se de passagem, que já se arrastava por longo
período anterior.
A recuperação judicial, convolada em falência do grupo Diplomata apresentou inúmeros
indícios de fraude contra credores, remontadas por confusão e dilapidação patrimonial sendo
que o feito ora proposto visa extirpar do mundo jurídico relações que ferem princípios
patrimoniais e da falência.
Verifica-se que a transferência dos imóveis feita para a empresa M.P Baldini, repita-se de
propriedade de seus familiares, é um caso latente de fraude contra credores. Trata-se de um
defeito social que nas palavras de Carlos Roberto Gonçalves:
“não conduzem a um descompasso entre o íntimo querer do agente e a sua declaração. A vontade manifestada corresponde exatamente ao seu desejo. Mas é exteriorizada com a intenção de prejudicar terceiros ou de fraudar a lei”.
1
O patrimônio alienado seria dentro do termo de falência é apto a garantir parte da insolvência
do grupo Diplomata que atinge a casa dos milhões de reais.
Ora Excelência, a adquirente dos bens não teve êxito na tentativa de comprovar a origem do
importe utilizado no negócio jurídico celebrado com a Sra. Clarice Roman, apenas juntou a sua
declaração de imposto de renda, bem como a matrícula dos imóveis.
Desta forma, insta salientar que a adquirente se absteve de entregar os contratos de compra e
venda, os extratos bancários que comprovam o levantamento da importância das contas da
empresa M.P. Baldini, bem como a origem do dinheiro utilizado no negócio jurídico, fato que
poderá ser elucidado, inclusive, através de prova pericial.
1 Direito Civil – Parte Geral, vol. I, São Paulo, Ed. Saraiva, 1997, p. 98
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Difícil visualizar quais as reais intenções desta operação, bem como resta evidente a
inobservância do princípio da boa-fé nas relações contratuais, uma vez que a crise financeira
do grupo era fato notório, e adquirente, frisa-se, pertencente ao grupo familiar da Sra. Clarice
Roman, tinha o dever de verificar os registros em cartório a fim de evitar o pacto de um
negócio jurídico contrário às disposições legais.
Desta forma, restam expostos os elementos para caracterização da fraude: eventos damni e
consilium fraudis.
Nesse escopo, deve-se mencionar as palavras do respeitável Doutrinador Ecio Perin Junior:
Para que os atos praticados pelo falido sejam considerados ineficazes perante a massa, devem assim ser declarados pelo juiz. O ato fraudulento, como já dissemos, requer a concorrência de dois elementos: um objetivo, o eventus damni, consistente no resultado danoso, e um subjetivo, ou seja, concilium fraudis, que é a consciência de estar causando dano. O resultado danoso da fraude contra credores é sempre consequente à diminuição do patrimônio com que o devedor se torna insolvente ou piora a situação de insolvência em que já se encontrava. A ação própria para a declaração judicial é a ação revocatória, regulada pelos arts. 132 a 139 da LFRE. É imprescindível a propositura da mencionada ação para que seja possível a declaração de ineficácia do ato. (Curso de Direito Falimentar e Recuperação de Empresas. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 307)
Ora, o dano é claro no sentido de a transação aumentou o passivo das falidas. O conluio
fraudulento pode ser verificado desde a negociação da transação com ciência inequívoca dos
favorecidos pelo negócio de compra e venda, que pertencem à família da Sra. Clarice Roman.
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A fraude contra credores é classificada como vício social vez que o devedor, objetivando
inadimplir com a obrigação assumida perante seu credor, firma contrato com terceiro
alienando vens que garantiriam sua solvência.
Entretanto, a lei brasileira resguarda artigos que foram feitos para barrar este tipo de situação.
A Constituição Federal arrola em seu artigo 5º, XXIII o principio da função social da
propriedade. Trata-se de uma relação funcional entre sujeito e objeto de forma que o
proprietário terá o direito de usar, gozar e dispor de seu bem, contudo sem prejudicar a
outrem, fato que não se verifica no presente feito em que a transação foi feita à margem do
prejuízo de inúmeros credores.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [omissis] XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
O latente prejuízo aos credores resta comprovado por uma simples análise da lista de credores
apresentada pelo Grupo Diplomata, quando do protocolo do pedido de Recuperação Judicial
(que foi esquecida na hora da alienação em debate) e se observa no presente momento
refletida no edital do art. 99 da Lei 11.101-2005.
Não obstante a exposição feita até o presente momento, o art. 166, VI do Código Civil é
categórico ao descrever as formas de invalidade do negócio jurídico, sendo que dentre elas
verifica-se a fraude:
Art. 166. CC. É nulo o negócio jurídico quando: [omissis] VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
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A lei imperativa é a Lei nº 11.101-2005, LFRJ que viabiliza o recebimento por parte dos
credores da Falida, de seus créditos. Ora, o negócio jurídico obviamente fraudou a lei, haja
vista que foi realizada pela Sra. Clarice Roman, às margens de uma grande crise econômica, a
uma empresa M.P. BALDINI, pertencente ao seu grupo familiar, que estava ciente da situação
financeira da alienante.
Repisando, novamente, neste ponto, a venda foi feita, inclusive, dentro do termo legal da
falência.
Nesse sentido, deve-se mencionar o que preceitua o artigo 129 da Lei que rege o instituto da
Falência e Recuperação de empresas:
Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores: [omissis] VI – a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento expresso ou o pagamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não tendo restado ao devedor bens suficientes para solver o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos credores, após serem devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e documentos;
Não há, portanto, outra medida a ser tomada senão a revogação do negócio jurídico em
apreço, de forma que o patrimônio dilapidado seja trazido de volta, atendendo aos princípios
constantes no art. 47 da LFRJ.
Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.
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03/04/2015: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial
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Aliás, deve-se frisar que foram inúmeros os meios de comunicação que à época noticiaram a
crise econômica que assolava o grupo Diplomata, comandado pelos Srs. Jacob Alfredo Stoffels
Kaefer e sua esposa Clarice Roman, grupo este que pouco mais de um ano depois requereu
sua recuperação judicial!
Assim, não há outro entendimento senão o de violação ao processo falimentar, restando
devidamente caracterizada a previsão do art. 129 da Lei 11.101-2005, já transcrito nesta peça.
Desta feita, de rigor e com urgência deve o negócio jurídico (alienação de ativos) pactuado
entre as partes ser desfeito em reverencia a princípios norteadores que descansam nas linhas
da Carta Magna, ato contínuo à Lei específica (em respeito a universalidade de credores) e ao
Código Civil Brasileiro.2
4. DO PEDIDO
Levando em consideração as razões de fato e de direito explanadas, requer se digne Vossa
Excelência:
a) Determinar a citação das partes para tomarem ciência do presente feito e, querendo,
apresentarem contestação de forma tempestiva, esclarecendo os fatos soerguidos por esta
longa manus com a apresentação das provas que entender cabíveis, sob pena de revelia.
2 Art. 130. Da LFRJ. São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores,
provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida.
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b) Concessão de justiça gratuita pleiteada, por se tratar de atuação da Administradora Judicial
em favor dos interesses de uma massa falida já onerada pelo passivo elevado.
c) Intimação do Ilustre Membro do Ministério Público para que atue no presente feito, levando
em consideração a existência de interesse coletivo e eventual ocorrência do quanto previsto
no art. 168 da LFRJ.
d) Seja mantida a indisponibilidade dos bens alienados, quais sejam os imóveis
correspondentes aos Registros de Matriculas descritos na tabela abaixo, decretada nos autos
do processo de Falência do grupo Diplomata.
e) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos.
f) Tudo isso para que ao fim seja o presente feito seja Julgado PROCEDENTE, desfazendo o
negócio jurídico suscitado ao longo desta peça, concernente a alienação dos imóveis acima
mencionados, sendo eles devolvidos a sua antiga proprietária e ato contínuo, levados em favor
da massa falida do grupo Diplomata.
g) A condenação das partes contrárias em sucumbência com o pagamento das custas e
honorários advocatícios no importe de 20% do valor da causa.
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5. DO VALOR DA CAUSA
Dá-se ao presente feito o valor de R$ 736.000,00 (setecentos e trinta e seis mil reais).
Termos em que, pede deferimento.
De São Paulo para Cascavel, 31 de março de 2015.
Capital Administradora Judicial
Luis Claudio Montoro Mendes
OAB SP 150.485
Zilio Advogados Associados
Edemar Antônio Zilio Junior
OAB PR 14.162
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