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ELEQUISANDRA DA COSTA ARARUNA LIMA
RIO BRANCO
2009
PROPAGAÇAO CLONAL IN VITRO DE ABACAXIZEIROS EM
SISTEMA DUPLA-FASE E CONSERVAÇÃO DE GERMOPLASMA
SOB REGIME DE CRESCIMENTO MÍNIMO
ELEQUISANDRA DA COSTA ARARUNA LIMA
PROPAGAÇAO CLONAL IN VITRO DE ABACAXIZEIROS EM
SISTEMA DUPLA-FASE E CONSERVAÇÃO DE GERMOPLASMA SOB
REGIME DE CRESCIMENTO MÍNIMO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Agronomia, Área de Concentração em Produção Vegetal, da Universidade Federal do Acre, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Agronomia.
Orientador: Prof. Dr. Antonio Gilson Gomes Mesquita Co-orientador: Prof. Dr. Jonny E. Scherwinski-Pereira
RIO BRANCO
2009
© LIMA, E. C. A. 2009. Ficha catalográfica preparada pela Biblioteca Central da Universidade Federal do Acre
L732m
LIMA, Elequisandra da Costa Araruna. Propagação clonal in vitro de abacaxizeiros em sistema Dupla-Fase e conservação de germoplasma sob regime de crescimento mínimo. 2009. 82f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agronômica - Produção Vegetal) – Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Universidade Federal do Acre, Rio Branco – Acre, 2009. Orientador: Prof. Dr. Antonio Gilson Gomes Co-Orientador: Dr. Jonny Everson Scherwinski-Pereira 1. Ananas comosus L. Merr, 2. Micropropagação, 3.
Sistema Dupla-Fase, 4. Enraizamento, 5. Aclimatização, 6. Conservação in vitro, I. Título
CDU 634.774
PROPAGAÇÃO CLONAL IN VITRO DE ABACAXIZEIROS EM
SISTEMA DUPLA-FASE E CONSERVAÇÃO DE GERMOPLASMA
SOB REGIME DE CRESCIMENTO MÍNIMO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Agronomia, Área de Concentração em Produção Vegetal, da Universidade Federal do Acre, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Agronomia.
APROVADA em_____ de 2009
Prof. Dr. Antonio Gilson Gomes Mesquita UFAC
Prof. Dr. Jonny Everson Scherwinski-Pereira Embrapa Cenargen
Dra. Andréa Raposo Embrapa Acre
Prof. Dr. Antonio Gilson Gomes Mesquita (Universidade Federal do Acre)
(Orientador)
Prof. Dr. Jonny Everson Scherwinski-Pereira (Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia)
(Co-Orientador)
RIO BRANCO
ACRE - BRASIL
OFEREÇO
A todos os familiares e amigos
Aos meus pais: Raimunda e Antonio ;
Ao meu irmão: Charles ;
Aos meus filhos: Lucas e Davi
Ao meu Co-orientador: Jonny Everson
Por acreditarem, apoiarem, e
me incentivarem nesta nova etapa.
Essa vitória é nossa!
DEDICO
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, por estar sempre presente em minha vida em todos os
momentos.
Em especial a minha, grande amiga, lutadora e incomparável mãe Raimunda
Araruna por estar sempre ao meu lado em todos os momentos difíceis, sempre me
incentivado e acreditando no meu crescimento profissional e pessoal. Pelo exemplo,
educação, apoio, amor incondicional, carinho, amizade eterna, compreensão e
incentivo durante toda a minha vida, em fim, por tudo... E por ser minha referencia
de vida diária. Te amo!!
Em especial aos homens da minha vida: meu pai Antonio Coutinho, meu
irmão Charles Araruna e meus filhos Davi Araruna e Lucas Araruna por estarem
sempre ao meu lado e acreditarem em meu potencial e me incentivarem a seguir em
frente e por compreender minha ausência e momentos de estresse. Amo vocês!
Em especial ao meu Co-orientador, professor e grande pesquisador, Dr.
Jonny Everson Scherwinski-Pereira pela maneira sábia de me orientar, com
sinceridade, companheirismo, dedicação e boa vontade. Meu muito obrigada!
A grande amiga Simone Maciel pela generosidade, prestatividade nas trocas
de experiências e por me ajudar nos experimentos no laboratório (LABMOL).
Obrigada Si!
A minha grande amiga e companheira de mestrado, Janiffer Oliveira pela
ajuda nos momentos difíceis, pelas trocas de conhecimentos e por ouvir meus
desabafos. Obrigada amiga!
À Universidade Federal do Acre, especialmente ao programa de pós-
graduação em Produção Vegetal e todo o corpo docente, pela oportunidade de
realização do mestrado.
A toda a equipe do LABMOL, nas pessoas de: Janiffer Oliveira, Luis Gustavo,
Lívia Renata, Raifany, Suzana, Simone Maciel, Tatiane Loureiro, Vanessa Silva
(bolsistas), Karina Martins, Daniela Bittencurt (pesquisadoras) pelo apoio e
companheirismo durante todo o trabalho.
Ao meu orientador Dr. Antonio Gilson Gomes Mesquita por aceitar me
orientar.
A pesquisadora Dra. Andréa Raposo por contribuir com seus conhecimentos
na banca avaliadora.
A professora Dra. Regina Lúcia Félix Ferreira, pelo seu apoio e palavras de
conforto nos momentos mais difíceis.
Aos professores: Dr. Sebastião Elviro de Araújo Neto e Dr.Jorge Ferreira
Kusdra, por seus ensinamento e sugestões ao longo do trabalho.
A Embrapa Acre, pela oportunidade de desenvolver as atividades em seu
campus experimental e utilizar das suas instalações.
A todos os colegas da turma da pós-graduação que estiveram comigo nessa
caminhada.
A todas as pessoas que participaram, diretamente ou indiretamente, para esta
conquista.
MUITO OBRIGADA!
"Os grandes navegadores devem sua
reputação aos temporais e tempestades".
Epicuro
RESUMO
A cultura do abacaxizeiro ocupa lugar de destaque em regiões de clima tropical,
sendo o Brasil o segundo maior produtor mundial. O uso de mudas produzidas
convencionalmente pode acarretar problemas para os plantios comerciais, devido à
baixa qualidade das mesmas. Por isso, é de fundamental interesse que plantas de
alta qualidade genética e fitossanitária sejam produzidas. A micropropagação é uma
alternativa para a produção de mudas de abacaxizeiros de qualidade, em larga
escala, curto período de tempo e espaço físico reduzido. O objetivo deste trabalho
foi produzir um protocolo para a propagação clonal in vitro em larga escala de
variedades de abacaxizeiros em Sistema Dupla-Fase, além de desenvolver
metodologia para a conservação in vitro de germoplasma de abacaxizeiros sob
regime de crescimento mínimo. O trabalho foi conduzido no LABMOL e anexos da
Embrapa Acre. Como fonte de explantes para os experimentos foram utilizadas
gemas axilares de brotações do tipo filhote das variedades Rio Branco (RB),
Senador Guiomard (SG) e Quinarí (QN), estabelecidos in vitro. Num primeiro
experimento, brotações foram colocadas para se desenvolver em 40 mL de meio de
cultura em dois sistemas de cultivo: Convencional (meio semi-sólido) e Dupla-Fase.
No Sistema Dupla-Fase, a cada subcultivo de 30 dias foi adicionado 30 mL de meio
líquido sobre o meio semi-sólido inicial, enquanto que no tratamento convencional
(semi-sólido) as avaliações e as brotações formadas foram transferidas para novos
meios de consistência semi-sólida a cada subcultivo. Foi avaliada a taxa de
multiplicação, altura de brotações maiores e menores que 0,5 cm, além da
estimativa do número de mudas a serem produzidas em razão do tempo de
multiplicação. Ao final do processo de multiplicação, as brotações foram enraizadas
em diferentes composições do meio de MS (Pleno e ½) e concentrações de AIB (0;
0,1; 0,5 mg.L-1), sendo em seguida aclimatizadas em viveiro. Brotações de
abacaxizeiro também foram avaliadas quanto à conservação in vitro por seis meses
em meio de cultura de MS e sob três temperaturas: 15 oC, 20 oC e 25 oC. De
maneira geral, observou-se que o sistema Dupla-fase foi superior ao semi-sólido em
relação a todas as variáveis avaliadas. A produção total de brotações a partir de oito
explantes iniciais e após 150 dias de cultivo no Sistema Dupla-Fase, para as
variedades RB, SG e QN foi de 488,2; 419,3; e 341,8, respectivamente. Estes
valores foram significativamente superiores aos observados quando o cultivo
ocorreu em sistema convencional (meio semi-sólido), que foi de 299,8; 289,7 e 206,8
respectivamente. A partir dos resultados obtidos em Sistema Dupla-Fase, estimou-
se a taxa potencial de multiplicação de até 7.465 novas brotações por explante para
a variedade RB, 5.329 para a SG e 5.055 para a QN ao final de um segundo
subcultivo de 150 dias. Independentemente das concentrações de AIB e dos sais do
meio de MS testadas, de maneira geral não foram observadas diferenças nas taxas
de enraizamento in vitro das brotações, que alcançaram valores próximos a 100%.
As brotações enraizadas quando aclimatizadas em viveiro apresentaram 100% de
sobrevivência, Quando se avaliou a conservação das brotações verificou-se que a
temperatura de 15 oC foi a que proporcionou os menores índices de crescimento,
podendo ser indicada para a conservação ou manutenção de germoplasma de
abacaxizeiro in vitro.
Palavras-chave: Ananas comosus L. Merr.; Micropropagação; Sistema Dupla-Fase, Enraizamento; Aclimatização; Conservação in vitro.
ABSTRACT
Pineapple is a prominent crop in tropical areas, including Brazil, the second country
in production. Propagative plant material produced conventionally can cause
problems for commercial pineapple plantations, due to the low phytosanitary quality
of the plantlets. Thus, it is of fundamental interest to produce plantlets with high
genetic and phytosanitary quality to producers. Micropropagation is an alternative for
plantlets production with quality, in wide scale, short period of time and reduced
physical space. The objective of this work was to produce a protocol for in vitro clonal
propagation of pineapple plantlets in Double-Phase Culture System, besides
developing a methodology for in vitro conservation of pineapple genotypes under
minimum growth. The work was carried out in the Laboratory of Plant Tissue Culture
and Molecular Biology and nursery of Embrapa Acre, Rio Branco, AC. As source of
explants, it was used axillary buds established in vitro from Rio Branco (RB),
Senador Guiomard (SG) and Quinarí (QN) genotypes. In a first experiment,
microshoots were placed into 40 mL culture medium and two conditions of in vitro
multiplication: Conventional (semi-solid medium) and Double-Phase Culture System.
On Double-Phase System, in each subculture of 30 days 30 mL of liquid culture was
added on the semi-solid medium, while in the conventional treatment (semi-solid
medium) the evaluations and the regenerated shoots were transferred into new
medium of semi-solid consistency. It was evaluated the multiplication rate, shoot
height (larger and smaller than 0.5 cm), besides to estimate the number of plantlets
to be produced during the time of multiplication. At the end of the multiplication
process, the microshoots were rooted in different compositions of MS salts (Full and
½), and concentrations of IBA (0; 0.1; 0.5 mg.L-1). Rooting shoots were acclimatized
in nursery. Pineapple microshoots were evaluated for in vitro conservation during six
months in MS medium under three temperatures: 15 oC, 20 oC and 25 oC. It was
observed that Double-Phase System was superior to Semi-Solid medium. The total
microshoots production from eight initial explants and after 150 days in Double-
Phase System for RB, SG and QN varieties reached 488.2; 419.3 and 341.8
microshoots, respectively. These means were significantly higher than those
observed when the multiplication happened in the conventional system (semi-solid
medium), that it was 299.8; 289.7 and 206.8 microshoots, respectively. From these
results obtained, it was estimated the potential rate of microshoots multiplication:
7,465 for RB variety, 5,329 for SG variety and 5,055 for QN variety, at the end of
more 150 days of cultivation. Independently of the IBA and MS salts concentrations,
in general, it was not observed differences on in vitro microshoots rooting which
reached almost 100%. When acclimatized in nursery the microshoots rooting
presented 100% survival. During the in vitro conservation, it was verified that the
temperature of 15 oC provided the smallest shoot growth, should be indicated for
conservation or maintenance of in vitro pineapple germplasm.
Key-words: Ananas comosus L. Merr.; Micropropagation; Double-Phase Culture System; Rooting; Acclimatization; Conservation in vitro.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Frutos abacaxi da variedade (A) Smooth Cayenne e (B)
Pérola..............................................................................................
24
FIGURA 2 - Variedades de abacaxi recomendadas para o estado do
Acre.................................................................................................
26
FIGURA 3 - Planta de abacaxi adulta, e os diversos tipos de mudas
convencionais. (fonte Embrapa, 2006)...........................
27
FIGURA 4 - Efeito de Concentrações de N6-Benzilaminopurina (BAP) (0,0; 2,0; 4,0 e 6,0
mg.L-1) sobre as taxas de multiplicação total por parcela (número
total de brotações formadas a partir de cinco explantes iniciais)
nas variedades de abacaxizeiros Rio Branco (RB), Senador
Guiomard (SG) e Quinari (QN) em Sistema Dupla-Fase.
Embrapa Acre, 2007.......................................................................
54
FIGURA 5 - Efeito de concentrações de N6-Benzilaminopurina (BAP) (0,0;
2,0; 4,0 e 6,0 mg.L-1) sobre o número de brotações formadas por
parcela (número total de brotações formadas a partir de cinco
explantes iniciais) entre as variedades de abacaxizeiros Rio
Branco (RB), Senador Guiomard (SG) e Quinari (QN) em
Sistema Dupla-Fase. Embrapa Acre, 2007....................................
56
FIGURA 6 - Influência de concentrações de BAP (0, 2, 4 e 6 mg.L-1) sobre o
número de brotações produzidas in vitro por explante em três
variedades de Abacaxizeiro: SG - Senador Guiomard; RB – Rio
Branco e QN – Quinari (Subcultivo 1) e potencial estimado de
brotações a serem produzidas (Subcultivo 2), após novo
subcultivo de 150 dias em Sistema de Cultivo Dupla-Fase.
Embrapa Acre, 2007.......................................................................
59
FIGURA 7 - (A) Brotos de abacaxizeiro (B) Brotos de abacaxizeiros limpos
para experimento Dupla-fase (C) Experimento Dupla-fase.
Embrapa 2007.................................................................................
60
FIGURA 8 - Propagação clonal in vitro de abacaxizeiro, em sistema dupla-
fase com doses: 0; 2; 4 e 6 mg. L-1 de BAP e 0,2 mg.L-1 de ANA,
respectivamente. Broto de abacaxi estabelecido, (A) cv Senador
Guiomard (SNG-3) cv Rio Branco (RBR-1), e cv Quinarí (SNG-2).
Embrapa, 2007...............................................................................
61
FIGURA 9 - Brotos de abacaxi em sala de crescimento, para enraizamento
Embrapa, 2007................................................................................
65
FIGURA 10 - Brotos de abacaxizeiros conservados em BOD na temperatura
de 15 oC, 20 oC e 25 oC após de 6 meses. 15 oC figuras:(A e D)
20 oC figuras(B e E) e 25 oC figuras(C, F, G e H) Embrapa,
2007...............................................................................................
68
FIGURA 11 - (A) Planta de abacaxi em tubete plástico de 115 cm3, preenchido
com substrato (terra de encosta, vermiculita e esterco bovino);
(B) Plantas de abacaxizeiros em condições de viveiro, coberto
com filme de polietileno transparente (150 µm) e sombrite (50%
de interceptação luminosa), após 50 dias. Embrapa,
2007................................................................................................
70
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Características botânico- agronômicas das variedades de
abacaxi recomendadas para o estado do Acre.......................
25
TABELA 2 - Taxas de multiplicação e tamanho de brotações maiores e
menores que 0,5 cm por parcela+ (a partir de oito explantes
iniciais) e por explante++ (a partir de um único explante) das
variedades de abacaxizeiro Rio Branco (RB), Senador
Guiomard (SG) e Quinari (QN), propagadas em meios de
cultura de consistência semi-sólida (S.S.) (Sistema
convencional) e Dupla-fase (D.F.), após quatro subcultivos
de 40 dias cada*. Embrapa Acre, 2007..............................
50
TABELA 3 - Efeito de diferentes concentrações de AIB (0,0; 0,1 e 0,5
mg.L-1) e da concentração de sais do meio de MS (MS ½ e
MS Pleno) sobre a percentagem de enraizamento, número
de raízes e comprimento das raízes (cm) nas variedades de
abacaxizeiro Rio Branco, Senador Guiomard e Quinari.
Embrapa Acre, 2007............................................................
64
TABELA 4 - Influencia da temperatura de conservação (15 oC, 20 oC e 25
oC) sobre a altura (cm), número total de folhas, número de
folhas vivas e número de folhas mortas em três variedades
de abacaxizeiro: Rio Branco, Quinari e Xapuri, após 3 e 6
meses de manutenção in vitro. Embrapa Acre,
2007.....................................................................................
67
LISTA DE ABREVIATURAS
AIA - 3-indolacético
AIB - ácido indolbutírico
ANA – Ácido naftalenoacético
Atm – Pressão atmosférica
BAP – N6 – Benzilaminopurina
D.F – Dupla-Fase
FAEP – Federação da Agricultura do Estado do Paraná
IBRAF – Instituto Brasileiro de Frutas
MS – Meio de cultura formulado por Murashige and Skoog, 1962
PBZ – Paclobutatrazol
pH – Potencial hidrogenionico
ppm – Partes por milhão
S.S – Sistema-Sólido
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 19
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 23
2.1 CULTURA DO ABACAXIZEIRO.......................................................................... 23
2.2 PROPAGAÇÃO DA CULTURA........................................................................... 26
2.2.1 Propagação convencional................................................................................ 28
2.2.2 Propagação por cultura de tecidos ou Micropropagação ................................ 28
2. 3 MEIOS NUTRITIVOS......................................................................................... 30
2. 4 CULTURA GEMAS LATERAIS E TERMINAIS.................................................. 30
2.5 ENRAIZAMENTO................................................................................................ 34
2.6 ACLIMATIZACAO DAS MUDAS......................................................................... 37
2.7 CONSERVAÇÃO DE GERMOPLASMA IN VITRO............................................. 38
3 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 40
3.1 LOCAL DE REALIZAÇÃO DOS EXPERIMENTOS E MATERIAL
PROPAGATIVOUTILIZADO....................................................................................41
3.2 ESTABELECIMENTO DO MATERIAL IN VITRO............................................... 41
3.3 ENSAIOS EXPERIMENTAIS.............................................................................. 42
3.3.1 Avaliação da propagação clonal in vitro de abacaxizeiros em Sistema Dupla
Fase.......................................................................................................................... 42
3.3.1.1 Experimento 1. Análise comparativa de sistemas de multiplicação clonal in
vitro de abacaxizeiros.................................................................................................42
3.3.1.2 Experimento 2. Estimativa da produção de mudas in vitro de abacaxizeiros
em Sistema Dupla-Fase............................................................................................ 43
3.4 ENRAIZAMENTO IN VITRO DE GENÓTIPOS DE ABACAXIZEIROS
MULTIPLICADOS IN VITRO..................................................................................... 44
3.5 CONSERVAÇÃO IN VITRO DE GERMOPLASMA DE ABACAXIZEIROS SOB
REGIME DE CRESCIMENTO MÍNIMO.................................................................... 45
3.6 ACLIMATIZAÇÃO DAS MUDAS DE ABACAXIZEIROS PRODUZIDAS IN
VITRO........................................................................................................................ 46
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 48
4.1 AVALIAÇÃO DA PROPAGAÇÃO CLONAL IN VITRO DE ABACAXIZEIROS EM
SISTEMA DUPLA-FASE............................................................................................48
4.1.1 Análise comparativa de sistema de avaliação clonal in vitro de
abacaxizeiros............................................................................................................. 48
4.1.2 Estimativa da produção de mudas in vitro de abacaxizeiros em Sistema de
cultivo Dupla-Fase..................................................................................................... 51
4.2 ENRAIZAMENTO IN VITRO DE DIFERENTES VARIEDADES DE
ABACAXIZEIROS...................................................................................................... 62
4.3 CONSERVAÇÃO IN VITRO DE GERMOPLASMA DE ABACAXIZEIROS SOB
REGIME DE CRESCIMENTO MINIMO.................................................................... 65
4.4 ACLIMATIZAÇÃO DAS MUDAS DE ABACAXIZEIROS PRODUZIDAS IN
VITRO ...................................................................................................................... 68
5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... ..71
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 72
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 73
19
1 INTRODUÇÃO
A eficiência de qualquer sistema de produção agrícola depende do
conhecimento básico referente às características relacionadas ao produto com que
se deseja trabalhar, tais como a adaptabilidade edafoclimáticas e condições de
cultivo.
No caso das frutas, o Brasil, com sua vastidão territorial, apresenta uma
grande diversidade nas condições ambientais, tendo condições climáticas e de solo
para expandir ainda mais sua produção. O País é o terceiro maior produtor mundial
de frutas, depois da China e da Índia, e o décimo quinto exportador, devido a um
significativo consumo interno (IBRAF, 2008).
A fruticultura é uma atividade bastante promissora para o desenvolvimento do
setor agropecuário no Brasil, apresentando um ambiente favorável ao seu
crescimento. Além de geralmente poder ser desenvolvida em pequenas
propriedades rurais, sendo esta atividade uma das mais rentáveis e que emprega
grande quantidade de mão-de-obra (FAEP, 2006).
Neste contexto, a produção de frutas tropicais apresenta grande importância,
tanto para o mercado interno, como para externo, destacando-se as culturas da
laranja, banana, tangerina, mamão e abacaxi. Mas para que o Brasil tenha maior
destaque no mercado internacional de frutas tropicais é necessária uma constante
melhoria nos sistemas de cultivo destas espécies, especialmente voltados à
qualidade e produtividade, sem desconsiderar a sustentabilidade dos sistemas
(TIBOLA, 2004).
O abacaxi é uma fruta tropical muito apreciada mundialmente pelo seu aroma
e sabor acentuado. Além de apresentar propriedades medicinais e alto valor
nutricional (ANTONIALI e SANCHES, 2008). Dados da FAO (2008) indicam que a
produção mundial de abacaxi em 2006 foi de aproximadamente 18,2 milhões de
toneladas. Cerca de 60% dessa produção concentrou-se nos seis principais países
produtores: Tailândia (15%), Brasil (14%), Filipinas (10%), China (8%), Índia (7%) e
Costa Rica (7%).
Apesar de diversos fatores influenciarem a produtividade, qualquer que seja a
espécie vegetal, a produção de mudas se constitui em um dos itens mais
importantes do cultivo. Por isso, o sucesso de empreendimentos agrícolas, em
20
grande parte, depende da qualidade e sanidade das mudas utilizadas, sendo que
estas quase sempre apresentam resistência a uma série de doenças e pragas que
trariam prejuízos ao plantio e a produção (SCHERWINSKI-PEREIRA e FORTES,
2003).
Em abacaxizeiro, a produção de mudas pode ser feita pela via sexuada ou
assexuada. A primeira é baseada no uso de sementes, que só se justifica em
trabalhos de melhoramento genético, quando se pretende obter novas variedades
(RUGGIERO et al. 1994a). Giacomelli e Sobrinho (1982) comentam, ainda, que a
produção de sementes é indesejada tendo em vista a industrialização do abacaxi em
fatias. Para León (1984), a reprodução sexual é dificultada pelo fato da cultura
apresentar autoincompatibilidade, exigindo, assim, cruzamentos intervarietais para a
produção de sementes, fato que, segundo Fachinello et al. (1995), causa uma
variação induzindo o surgimento de novas variedades, pela ocorrência de divisões
meióticas e segregação de caracteres.
Assim, a via assexual é a mais comumente utilizada na cultura do
abacaxizeiro para a produção de mudas, podendo-se usar partes vegetativas da
planta como a coroa, mudas filhote e rebentão para a regeneração de plantas
completas (SCHERWINSKI-PEREIRA e FORTES, 2003).
No entanto, o uso de mudas produzidas convencionalmente pode acarretar
problemas para os plantios, devido à baixa qualidade que estas apresentam,
principalmente relacionadas às pragas da cultura, em especial, a fusariose, causada
pelo fungo Fusarium subglutinans, considerada a principal doença do abacaxizeiro
no Brasil (SANCHES, 1999). Assim, mesmo que novas áreas sejam utilizadas para
plantios, se as mudas forem produzidas de materiais infectados, a plantação
apresentará problemas fitossanitários, podendo comprometer a futura produção.
Técnicas de cultura de tecidos vegetais vêm sendo largamente aplicadas para
a propagação de diversas culturas, não só pela possibilidade de obter plantas de
qualidade fitossanitária superior, mas também pela rápida propagação clonal in vitro.
No caso do abacaxizeiro, tais técnicas estão sendo utilizadas comercialmente como
uma importante ferramenta visando à produção e distribuição de mudas, em
quantidade e qualidade genética e fitossanitária (ALBUQUERQUE, 1998). Segundo
Barboza et al. (2004), a cultura de tecidos permite a produção de milhares de mudas
de abacaxizeiro a partir de uma única gema em pequeno período de tempo e
totalmente livres de problemas fitossanitários.
21
Contudo, diversos trabalhos com multiplicação in vitro de diferentes cultivares
de abacaxizeiro demonstram haver grande variação no número final de plantas
produzidas, havendo necessidade de adequar protocolos de micropropagação para
cada cultivar, sobretudo no que se refere à utilização de concentrações adequadas
dos reguladores de crescimento (COSTA et al., 2007) .
De acordo com Grattapaglia e Machado (1998) alguns genótipos apresentam
boa adaptação a diferentes meio de cultura, enquanto outros necessitam de
modificações para cada clone ou grupo de clones, havendo a possibilidade de que a
adição de reguladores de crescimento supra as possíveis deficiências dos teores
endógenos de hormônios dos explantes isolados da planta matriz.
Outro fator a ser considerado é o estado físico do meio de cultivo. A utilização
de meios de cultura de consistência líquida, testados em diversas espécies vegetais
como o abacaxi, a banana e a cana de açúcar, tem proporcionado igual ou superior
eficiência do que os meios semi-sólidos (SCHERWINSKI-PEREIRA e FORTES,
2003). Ainda, segundo estes autores, têm sido crescente o interesse pelo cultivo em
meios de consistência líquida devido à facilidade no preparo e manipulação do meio
de cultura, eliminação do Agar, componente que possui custo elevado, e pela
possível utilização de menor volume de meio de cultura. Porém, deve-se ter certeza
da sanidade do material vegetal a ser utilizado, pois nesse sistema um único
explante contaminado pode disseminar aos demais brotos (LEVIN et al., 1997;
ESCALONA et al., 1999).
Juntamente com a multiplicação in vitro é de grande importância a
conservação dos recursos genéticos vegetais, frente ao atual cenário de destruição
ambiental e, também das intempéries que ocorrem em materiais mantidos sob
condições de campo. Desta forma, é imperativo priorizar e desenvolver novas
estratégias para a conservação dos genótipos em bancos de germoplasma, como a
manutenção de coleções in vitro, para assegurar o acesso facilitado dos melhoristas
de plantas, além de manter seguro os recursos genéticos do país. Além disso,
dependendo da espécie a ser conservada, a manutenção in vitro pode facilitar a
rápida e multiplicação de cultivares de interesse (AMARAL, 2005; CAMILLO et al.,
2009), como é o caso do abacaxizeiro (BALZON et al., 2008).
Assim, o objetivo deste trabalho foi produzir um protocolo para a propagação
clonal in vitro em larga escala de variedades de abacaxizeiros recomendados para
as condições ambientais da Amazônia Sul Ocidental, a partir de Sistema Dupla-
22
Fase, além de desenvolver metodologia para a conservação in vitro de germoplasma
de abacaxizeiro sob regime de crescimento mínimo.
23
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 CULTURA DO ABACAXIZEIRO
O termo abacaxi vem do tupi guarani que significa planta cheirosa (CUNHA,
2005). Pertencente a família bromeliácea, do gênero Ananas o abacaxizeiro é uma
planta perene e auto-estéril. Produz um único fruto situado no ápice, com
ramificação lateral do talo, onde aparecem outros frutos. Seu ciclo natural pode
variar de 10 a 36 meses (EMBRAPA, 2007).
O abacaxizeiro é uma fruteira de clima tropical de destacada expressão
econômica. Seu fruto é muito apreciado em várias regiões do mundo, constituindo-
se num dos principais produtos da fruticultura internacional (ARAÚJO et al., 2009),
sendo a Tailândia o maior produtor mundial com 2.320, seguido pelo Brasil que
produziu, no mesmo período (2007), 2.266 toneladas (FAO, 2008).
Os principais estados brasileiros produtores de abacaxi, em 2007, foram o
Pará com 695.099 toneladas, a Paraíba com 630.560 e Minas Gerais com 597.895
toneladas (IBGE, 2008). No estado do Acre o abacaxi é a quarta espécie frutífera
mais produzida (IBGE, 2006).
As condições brasileiras para a produção de abacaxi apresentam vantagens
comparativas em relação aos países concorrentes, devido às condições climáticas
favoráveis, boas condições do solo, além da ampla disponibilidade de áreas
(MORGADO, AQUINO e TERRA, 2004). No estado do Acre a cultura do
abacaxizeiro pode ser uma alternativa para o agricultor, devido à forte demanda do
mercado consumidor regional, possibilidade de consorciação com outras culturas e
por se adaptar bem às condições climáticas locais (CAVALCANTE et al., 2001).
O que mais prejudica a comercialização e a abertura de novos mercados no
Brasil é a baixa qualidade do produto devido, principalmente, à qualidade das
mudas, que é fundamental para a cultura do abacaxizeiro, devido aos problemas
fitossanitários. Entre estes problemas, incluem-se a fusariose, causada pelo fungo
Fusarium subglutinans f. sp. Ananas e a cochonilha (Pseudococus brevipes), cujas
estimativas de perdas em lavouras de abacaxi, causadas pela ocorrência dessas
24
doenças, em nível nacional, é de cerca de 50% podendo chegar a 100% em
algumas regiões (SANTOS et al., 2002).
A maior produção mundial de frutos é obtido pelas cultivares Smooth
Cayenne e Pérola (REINHARDT et al., 2002; ARAÚJO et al., 2009). Os frutos da
cultivar Smooth Cayenne ( Figura-1a) são cilíndricos, com coroa pequena, peso
entre 1,5 e 2kg, de polpa amarela, adequado à industrialização e à exportação. A
cultivar Pérola (Figura-1b), possui porte médio e crescimento ereto, é vigorosa, com
folhas com cerca de 65 cm de comprimento e espinhos nas bordas. O pedúnculo do
fruto é longo (em torno de 30 cm). Produz muitos filhotes (5 a 15) presos ao
pedúnculo, próximos da base do fruto, o qual apresenta forma cônica, casca
amarelada (quando maduro), polpa branca, sucosa, e o fruto pesa de 1,0 kg a 1,5 kg
(EMBRAPA, 2002).
FIGURA 1 Frutos de abacaxi da variedade (a) Smooth Cayenne (fonte: FAPESP, 2009) e (b) Pérola (fonte: Cunha, 2003).
Em 1992 a Embrapa Acre caracterizou (Tabela 1) e recomendou as
variedades RBR-1, RBR-2, SNG-2 e SNG-3 (Figura 2). Já em 1994 foi realizada
nova caracterização que incluiu as variedades RBR-1 (Rio Branco), RBR-2 (Cabeça-
de-Onça), RBR-3 (Rio Branco-3), SNG-1 (Senador Guiomard), SNG-2 (Quinari),
SNG-3 (Senador Guiomard-3), RBS-1 (Brasiléia), Gigante de Tarauacá e Pérola do
Acre e na oportunidade implantou o banco de germoplasma local.
b a
25
TABELA 1 Características botânico- agronômicas das variedades de abacaxi recomendadas para o estado do Acre
Características
Variedades
RBR-1
(Rio Branco )
RBR-2
(cabeça-de-onça)
SNG-2
(Quinarí)
SNG-3
(Senador
Guiomard)
Porte da planta semi-ereto tendência
horizontal
ereto tendência
horizontal
Cor da folha verde Verde-arroxeada verde Verde
Número de
filhotes
8 9 12 10
Forma do fruto cilíndrica cilíndrica cilíndrica Cilíndrica
Coloração
externa do fruto
alaranjada alaranjada amarela Amarela
Brix (%) 13,6 12,0 13,4 13,3
Acidez( ml NaOH
0,1 N)
7,2 7,3 10,1 11,1
Fonte: FAZOLIN et al., 2001
26
FIGURA 2 - Variedades de abacaxi recomendadas para o estado do Acre (Embrapa, 2001).
2.2 PROPAGAÇÃO DA CULTURA
O sucesso na exploração comercial, principalmente de plantas frutíferas,
depende, basicamente, da qualidade do material propagativo utilizado (NASCENTE
2005). É de suma importância a obtenção de lavouras uniformes, com a seleção de
plantas matrizes em bom estado fitossanitário, e altamente produtivas para o
sucesso econômico da cultura do abacaxizeiro (GOTTARDI et al., 2001).
A reprodução do abacaxizeiro pode ser feita pela via sexuada ou assexuada.
A via sexuada, baseada no uso de sementes só se justifica nos trabalhos de
melhoramento genético da espécie pela segregação de caracteres. A maioria das
espécies de Ananas são consideradas como alógamas, podendo ser hibridizadas
por diversas outras espécies do gênero em condições naturais ou artificiais.
27
Sementes foram estudadas para uso no melhoramento genético com o objetivo de
se obter novas variedades (FIGUEIREDO et al, 2003). Além disso, a produção de
sementes é indesejada tendo em vista a industrialização do abacaxi ser feita em
fatias. Assim, a produção de mudas pela via sexuada em escala comercial é
desaconselhável pela variabilidade induzida no material em razão da ocorrência de
divisão meiótica e possível segregação de caracteres (SOUZA et al., 2003).
A via assexuada (vegetativa) é a mais comumente utilizada para a produção
de mudas comerciais na cultura do abacaxizeiro. Podem-se usar partes vegetativas
da planta (Figura 3) como a coroa, filhote rebentão e rebentão (SCHERWINSKI-
PEREIRA e FORTES, 2003). Pode-se, ainda, utilizar outras estruturas, como as
seções do caule contendo gemas e pedaços de entrenós (Figura 3), ou ainda,
induzir brotos laterais em plantas adultas, ou utilizar fragmentos da planta para
induzir múltiplas brotações a partir de técnicas da cultura de tecidos de plantas,
também conhecida como cultivo in vitro.
FIGURA-3. Planta de abacaxi adulta, esquema mostrando os diversos tipos de mudas convencionais. (fonte NASCENTE, 2005).
28
2.2.1 Propagação convencional
Apesar de teoricamente as diferentes partes da planta apresentarem
condições de serem utilizadas, alguns genótipos podem apresentar maior ou menor
abundância de partes propagativas, fato que pode facilitar sua multiplicação. A
variedade Pérola (Figura 1B), por exemplo, é normalmente propagada a partir de
mudas do tipo filhote, devido à produção abundante deste tipo de propágulo,
enquanto na variedade Smooth Cayenne (Figura 1A) a propagação é mais
rotineiramente feita a partir de propágulos tipo filhote rebentão, devido a pouca
produção de partes vegetativas tipo filhotes (GIACOMELLI e SOBRINHO, 1982).
O uso da coroa do fruto como propágulo vegetativo para a produção de
mudas, apesar de viável, é restrito devido ao fato desta porção ser, normalmente,
comercializada com o fruto, bem como pela maior demora das plantas formadas a
partir deste propágulo em iniciar a produção (CUNHA, 2003).
A multiplicação do abacaxizeiro pode ser feita, também, por meio do
enviveiramento de seções do talo da planta, ou das mudas, contanto que cada
seção apresente pelo menos uma gema vegetativa. Este método, também
conhecido por multiplicação rápida, consiste na produção de mudas a partir de
gemas axilares de seções do talo ou de mudas. É possível a seleção minuciosa dos
pedaços selecionados, descartando-se os infectados com fusariose, o que não é
possível a partir de mudas inteiras (VENTURA, 1994; REINHARDT, 1985; CUNHA,
2003 ).
2.2.2 Propagação por cultura de tecidos ou micropropagação
Na micropropagação é realizado o cultivo de plantas ou partes destas,
também chamados de explantes, em meio de cultura e ambiente asséptico,
controlando temperatura, fotoperíodo, umidade e irradiância, em local apropriado
29
chamado sala de crescimento. Dentro dessa técnica existe a fase de
multiplicação, cujo principal objetivo é produzir o maior número de plantas no menor
espaço de tempo (ERIG et al., 2004).
A cultura de tecidos de plantas in vitro é uma alternativa para a produção de
mudas de abacaxizeiros em larga escala. A técnica permite produzir mudas em
grande quantidade e com qualidade, aliado a redução no período para a obtenção
das mesmas. Além disso, a técnica pode ser aplicada tanto para multiplicar mudas
comerciais, como para auxiliar a reprodução e multiplicação de materiais em
programas de melhoramento genético. Em certos casos obtêm-se uma única planta
com as características desejáveis, que, através dos processos tradicionais o
melhorista poderia levar entre 10 e 12 anos para os testes de seleção até se obter
uma cultivar (EMBRAPA, 2007).
Reguladores de crescimento do tipo citocininas são utilizadas para o
desenvolvimento do material cultivado in vitro. O papel estimulante das citocininas
na divisão celular em sistemas de cultura de tecidos é bastante conhecido (JUNIOR,
2007). A benzilaminopurina (BAP) tem se destacado, entre as citocininas, pela sua
eficiência em induzir a formação de grande número de brotos e elevadas taxas de
multiplicação em várias espécies de plantas e, por isso, tem sido mais utilizado em
trabalhos de multiplicação in vitro do que outras citocininas (ALVES et al., 1998;
GRATTAPAGLIA e MACHADO, 1998). A exigência de grandes quantidades de
mudas de abacaxizeiros para o plantio comercial, aliado à necessidade do uso de
mudas sadias, livres de doenças, principalmente da fusariose, causada pelo fungo
Fusarium subglutinans f. sp. Ananas, que pode causar queda na qualidade das
plantas, bem como perdas de 40% do material propagativo no pré e pós-plantio, tem
sido fatores limitantes à expansão da cultura (CUNHA, 2003).
A técnica de micropropagação em abacaxizeiro foi primeiramente aplicada por
Aghion e Bauchesne em 1960 (FITCHET, 1990b). Empregando-se a metodologia
adequada e a depender da variedade, pode-se obter num período de 18 meses, a
partir de uma planta, aproximadamente 50.000 mudas, enquanto que seriam
necessários 7 anos para se obter cerca de 32.000 plantas, partindo-se também de
uma planta que produza em média 8 mudas, mediante a propagação vegetativa
tradicional (CUNHA, 2003).
Mudas de batata, morango, banana, abacaxi e até plantas ornamentais são
hoje amplamente comercializadas no país pelas biofábricas. Uma alternativa para o
30
pequeno produtor é adquirir um pequeno lote nas biofábricas, e fazer a multiplicação
das mudas pelo método convencional (NASCENTE, 2005).
Gemas obtidas da coroa têm sido utilizadas como explantes, na
micropropagação do abacaxizeiro, e têm apresentado baixa taxa de variação
somaclonal. Uma coroa, dependendo do seu tamanho, apresenta dezenas de
gemas, que, por sua vez, poder gerar vários brotos in vitro (COELHO et al., 2007).
As vantagens da multiplicação in vitro podem ser resumidas em: alta taxa de
multiplicação; rapidez na obtenção de mudas; controle das condições de cultivo;
propagação contínuada ao longo do ano com fidelidade genética; propágulos livres
de doenças e pragas; custo baixo uma vez estabelecido e otimizado o protocolo;
necessidade de espaço reduzido e possibilidade de armazenamento em longo prazo
de germoplasma (PORTELA, 2008).
2.4 MEIOS NUTRITIVOS
A capacidade de proliferação e o rendimento de mudas in vitro são fortemente
influenciados pelo genótipo, composição do meio nutritivo, condições de crescimento
in vitro e aclimatização. Assim, os meios nutritivos devem ser modificados para que
se obtenham resultados satisfatórios, não podendo ser recomendado um único meio
para as diferentes espécies e cultivares (FORTES e SCHERWINSKI-PEREIRA,
2001), pois estas diferem geneticamente entre si, podendo apresentar resultados
diferentes sob as mesmas condições de cultivo (SCHERWINSKI-PEREIRA e
FORTES, 2003).
O meio nutritivo MS é uma contribuição significativa para a formulação de um
meio de crescimento definido, adequado para uma ampla série de aplicações, foi
desenvolvido por Murashige e Skoog (1962), tornando-se uns dos meios de cultura
mais amplamente utilizados em trabalhos de cultura de tecidos, uma vez que suas
diluições e modificações têm apresentado resultados satisfatórios para diversas
espécies, compondo-se de elementos essenciais e opcionais. Dentre os essenciais
estão à água, os sais inorgânicos (macro e micro nutrientes), os carboidratos, as
vitaminas e os reguladores de crescimento. Os opcionais podem incluir os
31
compostos orgânicos nitrogenados, ácidos orgânicos e mio-inositol (TEIXEIRA et al.,
2007).
A solidificação ou semi-solidificação do meio de cultivo é obtida
tradicionalmente mediante a adição de Agar, que é um polissacarídeo extraído de
algas marinhas. Além de que o pH do meio de cultura, a concentração de sais e a
presença de substâncias também interferem na geletificação (TEIXEIRA et al.,
2007). A maioria dos trabalhos com bananeira e abacaxizeiro in vitro baseia-se no
uso de meios de cultura semi-sólidos utilizando o Agar ou o phytagel como agentes
geleificantes do meio (MACEDO et al., 2003; PEDROSO et al., 2000). Na busca da
maior eficiência econômica no processo de propagação de plantas em laboratório,
alguns pesquisadores tem testado a substituição do Agar por amido de milho ou de
mandioca (fécula) (SCHERWINSKI-PEREIRA e FORTES, 2003). Costa et al., (2007)
testaram a substituição do Agar total e parcial pelo amido de mandioca (fécula) na
composição de meios de cultura para o estabelecimento e multiplicação de
bananeira da cv Grande Naine e abacaxizeiro das variedades Rio Branco e Quinarí,
e concluíram que as duas variedades testadas de abacaxizeiros responderam de
forma satisfatória, reforçando que a variedade Rio Branco se sobrepôs a cv Quinari
na multiplicação in vitro. Já para a cv de bananeira Grande Naine o uso isolado ou
combinado da fécula com o Agar não proporcionou aumento nas taxas de
multiplicação do material em cultivo.
Outro fator a ser considerado é o estado físico do meio de cultivo, em que a
utilização de meios de cultura líquidos tem proporcionado igual ou superior eficiência
para diversas espécies vegetais, como o abacaxi, a banana e a cana de açúcar.
Tem sido crescente o interesse pelo cultivo em meios de consistência líquida devido
à facilidade no preparo e manipulação, eliminação do Agar, que possui custo
elevado, e pela possível utilização de menor volume de meio. Porém, deve-se ter
certeza da sanidade do material vegetal a ser utilizado, pois nesse sistema um único
explante contaminado pode contaminar todos os demais, devido a facilidade na
disseminação dos contaminantes (SCHERWINSKI-PEREIRA e FORTES, 2003).
Moreira (2001), estudando suplementação hormonal do meio MS no
crescimento in vitro de mudas de abacaxizeiro cv. Pérola verificou que o número
máximo de brotações ocorreu na ausência de Agar. Liu et al., (1988) obtiveram a
32
maior proliferação de brotos Ananas sp. da cultivar de abacaxizeiro Red Spanish,
em meio MS líquido suplementado com 0,3 mg.L-1 de BAP.
2.4 CULTURA DE GEMAS LATERAIS E TERMINAIS
Na fase de estabelecimento ou cultura inicial, recomenda-se a utilização de
gemas da coroa das frutas. A regeneração de plantas a partir de gemas pré-
existentes, geralmente é fiel na reprodução do genótipo da planta matriz
(HARTMANN et al., 2002).
Fitchet (1990b) trabalhando com propagação in vitro de gemas laterais da
coroa de abacaxizeiro das cultivares Queen e Smoth Cayenne, concluíram que as
gemas oriundas da cv. Queen podem ser utilizadas frescas, ou seja, imediatamente
após da obtenção da coroa. Porém, para a cv. Smoth Cayenne deve-se deixar a
coroa dessecar para que haja a quebra de dormência das gemas. Em seus
trabalhos, os autores testaram diferentes consistências de meio MS e aplicação
exógena de diferentes reguladores de crescimento. Concluíram que as gemas
laterais de abacaxizeiro podem ser estabelecidas com sucesso nas culturas in vitro,
e que a soma dos tempos relativos à fase de estabelecimento + elongação das
brotações e o enraizamento podem ser completados em 12 semanas. Na fase de
multiplicação, com três subcultivos do material, pode-se produzir até 30.000 plantas
a partir de 40 gemas laterais. O enraizamento das plantas foi feito in vitro e durou 3-
4 semanas. A seguir as mudas foram tratadas com benomyl, obtendo-se 100% de
sucesso no estabelecimento das plantas em casa de vegetação.
No Brasil alguns trabalhos têm sido feitos usando a micropropagação in vitro
na cultura do abacaxizeiro. Cabral et al. (1984) usaram gemas laterais de mudas tipo
rebentão de abacaxizeiros da variedade Smooth Cayenne como explantes. As folhas
das mudas foram destacadas para exibição das gemas e estas foram extraídas na
forma de cubos, que foram imersos rapidamente com álcool 70% e em seguida
desinfestados com solução de hipoclorito de sódio 1,5% durante 10 minutos,
lavando-se em seguida com água estéril por três vezes de 10 minutos cada. As
33
gemas foram cultivadas in vitro sob condições assépticas, 16 horas de luz e 27 ± 1 0C com pH do meio ajustado para 5,6. Foram utilizadas quatro composições no meio
MS, sendo: a) MS (líquido) + 30 mg.L-1 de sacarose com pontes de papel filtro; b)
MS + 30 mg.L-1 de sacarose + 1,8 mg.L-1 ANA + 2,0 mg.L-1 AIA + 2,1 mg.L-1 BAP
(solidificado com 0,7% de Agar); c) MS + 30 g.L-1 sacarose + 0,18 mg.L-1 ANA + 0,4
mg.L-1 BAP (solidificado com 0,7% de Agar); d) MS + 30 g.L-1 sacarose (solidificado
com 0,7% de Agar). Concluiu-se que o meio “a” favoreceu o crescimento mais rápido
dos explantes e que o meio “c” induziu a formação de gemas múltiplas e início do
enraizamento. O meio “b” proporcionou a formação de calos sem haver regeneração
de plantas.
Costa et al., (2007) utilizou gemas axilares na multiplicação in vitro de plantas
matrizes de abacaxizeiro, variedades Rio Branco e Quinarí, coletadas de brotações
do tipo filhote. As gemas axilares foram extraídas e submetidas ao processo de
assepsia que consistiu da imersão em álcool 70% por um minuto, hipoclorito de
sódio (50% da solução comercial) por quinze minutos e três lavagens em água
destilada e esterilizada. Os explantes foram inoculados em tubos de ensaios de 15 x
150 mm com 10 mL de meio de cultura de estabelecimento de abacaxi, constituído
pelos sais e vitaminas de MS (MURASHIGE e SKOOG, 1962), 2,0 mg.L-1 de
benzilaminopurina (BAP) e 0,25 mg.L-1 de ácido naftalenoacético (ANA). Para
avaliação do Agar e amido de mandioca (fécula) como geleificantes, concluíram que
as gemas axilares de abacaxizeiros responderam satisfatoriamente as variáveis
analisadas.
Pescador e Koller (1992) utilizaram como explantes gemas axilares de mudas
de abacaxizeiro cv. Pérola, cultivadas em casa de vegetação. Fez-se a assepsia dos
explantes em álcool 70% por um minuto e posteriormente em solução de hipoclorito
de sódio (2,29%) por 20 minutos, lavando-se a seguir três vezes em água
deionizada e autoclavada. Os tratamentos constaram basicamente de meio MS com
3% de sacarose, vitaminas do meio e 7% de Agar, complementados com: M1) 2,0
ppm ANA + 3,0 ppm BAP; M2) 4,0 ppm ANA + 6,0 ppm BAP; M3) 6,0 ppm ANA +
9,0 ppm BAP. As condições em que foi conduzido o experimento foram de 25 ± 1 oC,
fotoperíodo de 16 horas e 600 lux de luminância. Não foram encontradas diferenças
no número médio de brotos entre os diferentes meios, sendo a média de 10,5 brotos
em um período de 45 dias.
34
2.5 ENRAIZAMENTO
A rizogênese é uma das fases mais importantes da micropropagação, pois ela
determina indiretamente a sobrevivência das plantas durante a aclimatização.
Raízes mal formadas e pouco funcionais é uma característica de plantas
micropropagadas. Durante a fase de aclimatização é necessário que haja emissão
de novas raízes para que ocorra a absorção de água e sais minerais de forma mais
eficiente, pois deficiência de água no início do ciclo do abacaxizeiro dificulta o
enraizamento e atrasa o desenvolvimento das plantas (CUNHA, 2003).
Dentre os fatores determinantes na indução e na formação de raízes in vitro,
destacam-se, os níveis de auxina endógena, as condições inerentes à planta matriz
como juvenilidade, genótipo, o meio de cultura, a presença de reguladores de
crescimento, carboidratos, a nutrição mineral, a presença de poliaminas e
substâncias como carvão ativado e compostos fenólicos, além das condições
ambientais de crescimento das plantas in vitro (ROCHA et al., 2008).
No enraizamento de brotos de abacaxizeiros in vitro deve ser evitado o uso de
carvão ativado, pois reduz tanto a porcentagem de brotos enraizados como o
número médio de raízes (BORGES et al., 2001; NICOLOSO et al 2001).
Barbosa et al. (2004) em seu trabalho comprova que brotos de abacaxi da
cultivar Smooth Cayenne multiplicados em presença de BAP a 2,0 mg.L-1
apresentam melhor desempenho na rizogênese in vitro quando comparados às
demais concentrações de BAP testadas, independentemente da presença ou
ausência de reguladores de crescimento no meio de cultivo para enraizamento.
Estudos sobre enraizamento adventício tiveram grandes avanços a partir do
ano de 1928, com a identificação do primeiro fitohormônio de ocorrência natural: a
auxina ácido 3-indolacético (AIA). Posteriormente, em 1935, auxinas sintéticas
análogas ao AIA, como os ácidos indolbutírico (AIB) e naftaleno-acético (ANA) foram
preconizados como fitorreguladores de enraizamento. Atualmente as auxinas como
o AIB (ácido indolbutírico), AIA (ácido indolacético) e ANA (ácido naftalenoacético)
são os principais reguladores envolvidos no processo de enraizamento in vitro. A
ação das auxinas ocorre, inicialmente, em nível celular nos meristemas primário e
secundário, estimulando a divisão celular e o subseqüente alongamento das células,
sendo que essa ação inicial das auxinas culmina com a formação das raízes (FORD
35
et al., 2001). O AIB tem sido bastante utilizado por não causar fitotoxicidade aos
explantes e ser eficiente no enraizamento de muitas espécies (HARTMANN et al.,
2002). As auxinas promovem o enraizamento, mas nem sempre a percentagem de
enraizamento e o número de raízes formadas podem ser maximizados com o
aumento da concentração de auxina. A utilização de elevadas concentrações no
meio de cultura pode induzir a formação de calo na base dos explantes (ROGALSK,
2003) que é indesejável.
Além das auxinas, outras substâncias também foram avaliadas e indicadas
como importantes para o enraizamento, como por exemplo, as vitaminas do grupo
B1 efetivas no crescimento de raízes induzidas in vitro (WHITE, 1937).
Entretanto, há espécies que enraízam com facilidade e não necessitam da
presença destes reguladores, o que pode ser explicado pelos elevados níveis
endógenos desses fitohormônios (GRATTAPAGLIA e MACHADO, 1998; PINTO e
LAMEIRA, 2001). Como também em alguns tratamentos severos utilizando altas
concentrações de auxina durante reduzido período e a transferência das plantas
para um meio livre de regulador de crescimento pode promover, de forma mais
eficiente, o enraizamento (HOVÁRTH, 2001).
De modo geral pode-se observar que a relação concentração de auxina e
tempo de exposição do explante pode ser determinante para o desenvolvimento do
enraizamento in vitro (NEGASH, 2000; BOSA et al., 2003).
Kotsias e Roussos, (2001) realizaram experimentos com Citrus limon e
observaram que a maior percentagem de enraizamento (80%) e maior número de
brotos foi obtido quando a base desses permaneceram por 5 segundos imersos em
1000 mg L-1 de AIB. Segundo Nodoye et al. (2003) o tempo de permanência, o tipo e
a concentração de auxinas também afetaram a indução de raízes adventícias in vitro
em brotos de Balanites aegyptiaca. Estes autores relataram que ocorreu maior
percentagem de brotos enraizados, maior número e comprimento das raízes quando
os explantes permaneceram em meio MS por 10 dias em 5 mg. L-1 de AIB.
Resultados semelhantes foram obtidos com as espécies Cornus florida, Artocarpus
lakoocha, Withania sominifera e Acacia sinuata (MANICKAM et al., 2000;
VENGADESAN, 2000; SHARMA, 2005).
Alguns trabalhos comprovam que as concentrações de carboidratos
(sacarose) adicionados ao meio de cultura influenciam na percentagem de
enraizamento in vitro. Nos estudos realizados por Leite et al. (2000) com porta
36
enxerto de pereira,verificaram que a maior percentagem de enraizamento foi obtida
com 20 g.L-1 de sacarose; entretanto foi a concentração de 30 g.L-1 que promoveu
maior comprimento de raízes. Santana (2003), estudando os fatores que afetam o
enraizamento in vitro em brotações e estacas de Annona glabra L., verificou que os
maiores percentuais de enraizamento ocorreram em meio de cultura suplementado
com 20 g.L-1 de sacarose. Faria e Segura (1997) obtiveram altas taxas de
enraizamento (100%) para espécie Passiflora edulis f. flavicarpa em meio de MS
suplementado com 30 g.L-1 de sacarose.
Alguns experimentos de enraizamento in vitro substituíram o Agar pelo uso de
outros substratos como vermiculita e cinza vegetal com o objetivo de tornar a
produção in vitro com um custo menor, pois o Agar é um dos componentes que mais
encarecem a produção (ROCHA et al., 2008; VIEIRA et al., 2007). Os autores
citados evidenciaram que a vermiculita e a cinza vegetal apresentaram bons
resultados no enraizamento in vitro com miniestacas de porta-enxerto de macieira.
No entanto Ribeiro et al., (2007) concluem que apesar de seu custo, o Agar
continua sendo o melhor substrato para o enraizamento in vitro de araçazeiro.
A alta concentração de sais, que compõem o meio básico de MS (Murashige
e Skoog, 1962), mesmo em presença de auxinas, pode inibir o enraizamento in vitro
(MCCOWN, 1988). Diluições deste, para ½, e até ¼ de sais, têm possibilitado
melhores resultados para muitas espécies de plantas. Meios básicos menos
concentrados como WPM, White, Knop, Heller podem ser igualmente favoráveis
(GRATTAPAGLIA e MACHADO, 1998; PINTO e LAMEIRA, 2001; PASQUAL, 2001;
ALOUFA, 2003). De modo geral, o uso de meios menos concentrados tem permitido
melhores resultados no enraizamento de plantas in vitro (PINTO E LAMEIRA, 2001;
PASQUAL, 2001; ALOUFA, 2003; SOUZA et al., 2004; LIMA, 2004).
Alguns autores como Pedrotti e Voltolini (2001) obtiveram em seu trabalho
bons resultados nos índices de percentagens de enraizamento e sobrevivência das
plantas ex vitro para o porta-enxerto de macieira M.9 aos 45 dias após o transplante
em casa de vegetação. A eliminação da fase de enraizamento in vitro diminuindo a
permanência do material no laboratório é altamente desejada, pois as mesmas são
transplantadas e enraizadas em casa de vegetação. O enraizamento ex vitro é uma
metodologia inovadora que está iniciando, sendo escasso em trabalhos com
abacaxizeiros.
37
2.6 ACLIMATIZAÇÃO DAS MUDAS
Aclimatização compreende o processo pelo qual as plantas in vitro são
transferidas para o substrato e levadas à casa de vegetação, antes de serem
transferidas para o campo definitivamente (CID, 2001). Para que a aclimatização
possa ter sucesso deve-se utilizar solo da ocorrência da espécie para que a mesma
se adapte bem ao campo (SOUZA et al., 2004).
Folliot e Marchal (1991) comentam que o período de aclimatização de mudas
de abacaxi obtidas in vitro pode ser de 5 a 12 meses, sendo difícil estabelecer um
prazo de duração para esta fase, a qual pode varia conforme o genótipo, técnicas de
cultura e condições climáticas. Este período pode influenciar negativamente este
modo de reprodução se não se conseguir reduzi-lo.
O aumento da intensidade luminosa durante os últimos estágios da fase de
enraizamento pode facilitar a aclimatização e aumentar a sobrevivência das plantas,
uma vez que estimula a fotossíntese, o aumento da cera epicuticular e a melhoria da
relação hídrica. Uma das formas de facilitar o processo de aclimatização de plantas
cultivadas in vitro seria aumentar a intensidade luminosa, promovendo a fotossíntese
e melhorando as relações hídricas (SILVA et al., 2008). Ibaraki e Nozaki (2005)
afirmam, ainda, que se houver necessidade de desenvolver capacidade
fotossintética nos tecidos, um dos fatores mais importantes que devem ser
considerados é o ambiente de luz, especialmente a intensidade.
Fauth et al. (1994) testando diversos substratos durante a fase de
aclimatização de mudas de abacaxizeiro concluíram que os substratos compostos
de solo/xaxim/turfa (1:1:1 v/v) e solo/xaxim/areia/húmus (1:1: 1:1 v/v) apresentaram
os melhores resultados. Concluíram também que não é necessária a manutenção
das plantas em aclimatização por um período maior do que 186 dias. A metodologia
utilizada foi a manutenção das plantas em nebulização nos primeiros dois meses,
sendo, após, transferidas para casa de vegetação por 30 dias, e, a seguir,
transferidas para telado com 50% de sombreamento.
38
Estudos em micropropagação fotoautotrófica (cultivo ausente de sacarose)
sob alta irradiância têm mostrado maior organização dos tecidos do mesófilo de
plantas cultivadas nesse sistema (KHAN et al., 2004; SERRET et al.,1996) e
menores perdas durante a fase de aclimatização (SERRET et al., 1997).
2.7 CONSERVAÇÃO DE GERMOPLASMA IN VITRO
A conservação de recursos genéticos vegetais dos biomas tropicais é um
tema de importância mundial. Muitas espécies correm o risco de serem extintas
principalmente nas regiões temperadas (NASS, 2001).
A proteção de espécies frente à iminente extinção é, portanto, uma questão a
ser priorizada, que constituem-se em desafios complexos que requerem
conhecimento básico sobre a distribuição e abundância de espécies, suas
interações mutualistas, sua biologia reprodutiva e a estrutura genética de suas
populações (LIPOW, 2004; AMARAL, 2005).
O germoplasma conservado serve como um reservatório de genes aos quais
os melhoristas podem acessar quando precisam resolver problemas específicos, tal
como a resistência a uma doença, multiplicação, transferência de material entre
países e estados (GUERRA, 2005).
As técnicas de conservação in vitro constituem-se em método alternativo
importante para a conservação de recursos genéticos vegetais, que se baseia no
cultivo das coleções de plantas em laboratório, a partir da técnica de cultura de
tecidos. Nestas condições, a conservação de germoplasma in vitro pode ser feita a
partir de mudanças no ambiente de cultivo para desacelerar ou suprimir totalmente o
crescimento de células, tecidos e órgãos. O objetivo é desacelerar o crescimento e
aumentar ao máximo o intervalo entre os subcultivos, reduzindo-se assim a mão-de-
obra e o espaço necessários para a sua conservação, além de proporcionar acesso
imediato a todo o germoplasma da coleção (OLORODE, 2004).
Alguns procedimentos têm sido adotados: o crescimento lento que envolve a
depressão do metabolismo das plantas aumentando ao máximo os intervalos de
subcultivos ou estendendo-o indefinidamente, sem afetar a viabilidade das plantas.
A supressão completa do crescimento por armazenamento em temperaturas ultra-
39
baixas, a chamada criopreservação ou sementes sintéticas (PRIMROSE, 1987), e a
utilização de paclobutrazol (PBZ) como retardante de crescimento que vem sendo
estudada há mais de 15 anos como alternativa aos reguladores de crescimento
convencionais (BEROVA et al., 2002).
Canto et al. (2004) avaliaram o efeito do paclobutrazol (PBZ) no crescimento
in vitro de plantas de abacaxi visando à conservação do germoplasma. Utilizaram o
meio MS suplementado com 30 g.L-1 de sacarose e 8 g.L-1 de Agar. Cada tratamento
consistiu de duas concentrações de PBZ: a primeira aplicada no início do
experimento e a segunda, noventa dias após, em combinações que envolviam a
ausência, 0,5 e 1,0 mg.L-1. Concluíram que os melhores resultados foram obtidos na
ausência do PBZ, ou com 0,5 mg.L-1 aplicada apenas no início do experimento. E
concluíram que é possível reduzir o número de subcultivos durante o período de
conservação sem regulador de crescimento.
A baixa temperatura como alternativa para armazenamento in vitro de células
e órgãos de plantas tem sido aplicada amplamente e com sucesso em kiwi, maçã,
pêra, ameixa e cereja (EMBRAPA, 2007).
Lemos et al. (2002) concluíram após os experimentos que é possível
conservar sob crescimento lento por 12 meses microplantas de cana-de-açúcar em
meio de cultura MS enriquecido com 1 mg.L-1 de ácido abscísico e mantidas sob
temperatura de 15 oC.
A tecnologia de produção de sementes sintéticas ou criopreservação facilita a
troca de germoplasma entre instituições de pesquisa e a conservação de genótipos
desejáveis a baixos custos sob condições in vitro, além de permitir o
estabelecimento de propágulos diretamente no campo (NASSAR, 2003; RECH
FILHO, 2004), tendo sido reportada com sucesso para várias espécies vegetais
(SONEJI et al., 2002; HASSANEIM, 2005). O uso e aprimoramento da técnica se
justificam pelo baixo custo, rápida multiplicação dos propágulos, facilidade no
transporte e troca de germoplasma e conservação de genótipos sob condições in
vitro (SAIPRASAD, 2001).
Scherwinski-Pereira et al. (2008) em seus experimentos concluíram que o
emprego de um endosperma sintético constituído por 75% dos sais e vitaminas de
MS, acrescido de carvão ativado (3 g.L-1), ou pela concentração plena do meio MS
promoveram as mais altas taxas de conversão de sementes sintéticas de pimenta-
40
longa. A altura das plântulas não foi afetada pelas concentrações de MS e de carvão
ativado na matriz de encapsulamento, após 30 dias da semeadura em meio de MS.
As pesquisas cientificas tem feito grandes avanços nos estudos da
caracterização, propagação e conservação in vitro da grande variabilidade genética
útil para a agricultura brasileira e de todo o mundo, mas a ciência ainda tem muito a
fazer para que se possa conservar (estocar) o material genético para aplicações
futuras (CAMILLO et al., 2009).
41
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 LOCAL DE REALIZAÇÃO DOS EXPERIMENTOS E MATERIAL PROPAGATIVO
UTILIZADO
O trabalho foi conduzido no Laboratório de Morfogênese e Biologia Molecular
e anexos da Embrapa Acre, em Rio Branco, AC. Para a realização dos
experimentos, foram utilizadas brotações de abacaxizeiros (Ananas comosus L.
Merr.), pertencente às variedades Senador Guiomard (SNG-3), Rio Branco (RBR-1),
Quinarí (SNG-2) e Xapuri (X), todas provenientes da Coleção de Germoplasma da
Embrapa Acre.
3.2 ESTABELECIMENTO DOS MATERIAIS IN VITRO
Brotações do tipo filhote foram coletadas no mês de abril de 2007 do Banco
de Germoplasma de abacaxizeiros da Embrapa Acre e levadas para laboratório,
onde as folhas foram removidas, expondo as gemas axilares. Em seguida, os talos
desprovidos das folhas foram lavados em água corrente, por cerca de 3 a 5 minutos,
e as gemas axilares extraídas. As gemas axilares, de aproximadamente 0,3 a 0,5
cm3, foram então submetidas ao processo de desinfestação, em câmara de fluxo
laminar, por meio da imersão em álcool 70% por 1 minuto, em hipoclorito de sódio
(50% de uma solução comercial) por 15 minutos, seguido de três lavagens em água
destilada e esterilizada, de acordo com Costa et al. (2007).
Após o processo de desinfestação, os explantes foram inoculados em tubos
de ensaios de 25 x 150 mm contendo 10 mL de meio de cultura de estabelecimento
de abacaxi, constituído pelos sais e vitaminas de MS (Murashige e Skoog, 1962), 2,0
mg.L-1 de N6-benzilaminopurina (BAP) e 0,25 mg.L-1 de ácido naftalenoacético
(ANA), de acordo com metodologia descrita por Costa et al. (2007).
42
3.3 ENSAIOS EXPERIMENTAIS
3.3.1. Avaliação da propagação clonal in vitro de abacaxizeiros em sistemas dupla-
fase
Para o estudo da multiplicação in vitro de abacaxizeiros em Sistemas Dupla-
Fase, dois experimentos foram realizados. No primeiro experimento, avaliou-se a
viabilidade do uso do Sistema Dupla-Fase em comparação ao Sistema Semi-Sólido
convencional na multiplicação clonal in vitro e, no segundo, avaliou-se isoladamente,
o Sistema Dupla-Fase na multiplicação in vitro de três variedades de abacaxizeiros,
como segue:
3.3.1.1 Experimento 1. Análise comparativa de sistemas de multiplicação clonal in
vitro de abacaxizeiros
Brotações de abacaxizeiros (Ananas comosus L. Merr.), Senador
Guiomard (SG), Rio Branco (RB) e Quinarí (QN), coletadas da Coleção de
Germoplasma da Embrapa Acre, já estabelecidas in vitro foram utilizadas como fonte
de explantes. As brotações foram multiplicadas em meio de cultura de MS
(Murashige e Skoog, 1962), suplementado com 30,0 g.L-1 de sacarose e 100 mg.L-1
de inositol e os reguladores BAP e ANA nas concentrações de 2 mg.L-1 e 0,25 mg.L-
1, respectivamente (Costa et al., 2007).
Os explantes foram colocados para se desenvolver em Erlenmeyers de 250
mL de capacidade, com 40 mL de meio de cultura e em dois sistemas de cultivo:
Convencional (meio semi-sólido) e Dupla-Fase. No Sistema Dupla-Fase, a cada
subcultivo foi adicionado 30 mL de meio líquido ao meio semi-sólido inicial, enquanto
que no tratamento semi-sólido as avaliações e as brotações formadas foram
transferidas para novos meios de cultura de consistência semi-sólida a cada
subcultivo.
43
No total, foram realizados quatro subcultivos de 40 dias cada. No Sistema
Dupla-Fase a avaliação foi realizada somente no final do período de execução do
experimento (160 dias), enquanto que no sistema convencional (meio de cultura
semi-sólido), as avaliações foram realizadas a cada subcultivo, ou seja, a cada 40
dias.
As avaliações consistiram na obtenção de dados referentes à taxa de
multiplicação (número de brotações por explante inicial) e altura de brotações
maiores e menores que 0,5 cm.
Neste experimento, o delineamento experimental utilizado foi o inteiramente
casualizado com seis repetições e oito explantes por parcela.
O experimento teve o pH dos meios de cultura ajustados para 5,8±0,1 sendo
posteriormente autoclavado à 121oC por 15 minutos e 1,3 atm de pressão. Uma vez
em meio de cultura, os explantes desenvolveram-se em sala de crescimento, sob
temperatura de 25±2 oC, fotoperíodo de 16 horas e radiação luminosa de 30 µmolm-
2s-1 fornecida por lâmpadas fluorescentes brancas-frias.
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias
comparadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. As análises estatísticas foram
realizadas com o auxílio dos programas SISVAR 4.3 (FERREIRA, 1999) e SANEST
(ZONTA e MACHADO, 1984). Dados referentes à taxa de multiplicação (x) foram
transformados segundo x+0,50,5. Dados de altura de brotações não foram
transformados.
3.3.1.2 Experimento 2. Estimativa da produção de mudas in vitro de abacaxizeiros
em Sistema Dupla-Fase
Para estimar o número de mudas de abacaxizeiro a serem produzidas a partir
do Sistema Dupla-Fase, brotações de abacaxizeiros das variedades Rio Branco
(RBR-1), Quinarí (SNG-2) e Senador Guiomard (SNG-3), foram estabelecidas e
multiplicadas in vitro até se obter o número suficiente de brotos para a montagem
dos experimentos, de acordo com a metodologia descrita no item 2.1.
Uma vez estabelecidos e multiplicados in vitro, brotações foram inoculadas
em frascos de vidro com capacidade de 250 mL, contendo 40 mL de meio de MS
44
semi-sólido, suplementado com 2,0 mg.L-1 de BAP e 0,25 mg.L-1 de ANA (COSTA et
al., 2007). Após 30 dias, acrescentou-se sobre ao meio semi-sólido 40 mL de meio
de consistência líquida. Para avaliar o efeito do BAP nas taxas de multiplicação dos
materiais, quatro concentrações deste regulador de crescimento foram testadas: 0,0;
2,0; 4,0; e 6,0 mg.L-1.
Os explantes se desenvolveram por um período de cinco meses
consecutivos, sendo que a cada 30 dias, 40 mL de meio líquido foi adicionado sobre
o meio semi-sólido. As condições de cultivo foram as mesmas do experimento
anterior (temperatura de 25±2 oC, fotoperíodo de 16 horas e radiação luminosa de
30 µmolm-2s-1).
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, em
esquema fatorial 3 x 4, com três variedades (Rio Branco, Quinarí e Senador
Guiomard) e quatro concentrações de BAP (0, 2, 4 e 6 mg.L-1). Cada tratamento foi
formado por cinco repetições, com cinco explantes por parcela.
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias
comparadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. As análises estatísticas foram
realizadas com o auxílio dos programas SISVAR 4.3 (FERREIRA, 1999) e SANEST
(ZONTA e MACHADO, 1984). Dados referentes a taxa de multiplicação (x) foram
transformados segundo x+0,50,5. Dados de altura de brotações não foram
transformados.
3.4 ENRAIZAMENTO IN VITRO DE VARIEDADES DE ABACAXIZEIROS
MULTIPLICADOS IN VITRO
Para este experimento, brotações de abacaxizeiro, variedades Xapuri (X), Rio
Branco (RBR-1) e Quinarí (SNG-2), provenientes da multiplicação in vitro, foram
enraizados em diferentes composições de meios de cultura de MS e concentrações
de ácido indolbutírico (AIB). Para tanto, sais do meio de MS nas concentrações
plena (100% dos sais inorgânicos) e reduzida à metade (50% dos sais inorgânicos),
adicionados de AIB nas concentrações de 0; 0,1; 0,5 mg.L-1 foram usados como
tratamentos para o enraizamento das brotações de abacaxizeiro multiplicadas in
vitro.
45
Os explantes foram inoculados em frascos de vidro, com capacidade de 250
mL contendo 30 mL dos meios de cultura de enraizamento, acrescidos de 30 g.L-1
de sacarose, 100 mg.L-1 de mio-inositol.
Todos os meios de cultura tiveram o pH ajustado para 5,8±0,1 antes da
adição do solidificante Agar (7 g.L-1), sendo posteriormente autoclavados à 121ºC
por 15 minutos e 1,3 atm de pressão.
Os explantes permaneceram nos meios de enraizamento por um período de
30 dias, sob temperatura de 25±2 oC fotoperíodo de 16 horas e radiação luminosa
de 30 µmolm-2s-1, quando foram então avaliados quanto a percentagem de
enraizamento e número e comprimento de raízes (cm).
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, em
esquema fatorial 2 x 3, com duas concentrações de sais de MS (MS pleno e MS ½)
e três concentrações de AIB (0,0; 0,1 e 0,5 mg.L-1). Cada variedade foi avaliada
isoladamente, sendo cada tratamento formado por quatro repetições e cinco
explantes por parcela.
Os dados obtidos foram analisados com o emprego do programa estatístico
SISVAR 4.3 (FERREIRA, 1999), com medidas comparadas pelo teste de Tukey a
5% de probabilidade. Dados referentes à percentagem de enraizamento (x) foram
transformados segundo arco seno x/1000,5. Os dados de número de raízes (x) foram
transformados segundo x+0,50,5. Os dados sobre comprimento de raízes não foram
transformados.
3.5 CONSERVAÇÃO IN VITRO DE GERMOPLASMA DE ABACAXIZEIROS SOB
REGIME DE CRESCIMENTO MÍNIMO
Brotações de abacaxizeiro das variedades Xapuri (X), Quinarí (SNG-2)
e Rio Branco (RBR-1), provenientes da etapa de multiplicação in vitro e medindo
aproximadamente 0,8 cm de altura, foram inoculadas em tubos de ensaio (25 x 150
mm) contendo 15 mL de meio de cultura MS, suplementados com 30 g.L-1 de
46
sacarose, 100 mg.L-1 de mio-inositol e 7 g.L-1 de Agar, sendo o pH ajustado para
5,7±0,1 antes da autoclavagem.
Uma vez inoculados, os materiais foram mantidos sob três regimes de
temperatura de conservação: 15 oC, 20 oC e 25 oC, em câmara de crescimento do
tipo BOD, com fotoperíodo de 12 horas e radiação luminosa de 12 µmol.m-2.s-1,
fornecidas por lâmpadas fluorescentes do tipo luz do dia (Sylvânia, 20W).
Dados sobre altura de brotações (cm), número total de folhas, número de
folhas vivas e número de folhas mortas foram obtidos trimestralmente por um
período de seis meses.
O delineamento experimental adotado foi o inteiramente casualizado, em
esquema fatorial 2x3, sendo dois períodos de avaliação (3 e 6 meses) e três
temperaturas de conservação (15 oC, 20 oC e 25 oC). Cada tratamento foi formado
por cinco repetições, sendo cada repetição composta por cinco tubos de ensaio com
uma brotação. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias
comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, utilizando-se o programa
estatístico SANEST (ZONTA e MACHADO, 1984). Dados referentes a número de
folhas (x) foram transformados segundo x+0,50,5. Os dados sobre altura de
brotações não foram transformados
3.6 ACLIMATIZAÇÃO DAS MUDAS DE ABACAXIZEIROS PRODUZIDAS IN VITRO
Uma vez enraizadas (Item 2.3.1.3), as brotações de abacaxizeiro produzidas
in vitro foram retiradas dos meios de cultura e tiveram suas raízes lavadas em água
corrente para a retirada do excesso de meio de cultura aderido as raízes. Em
seguida, foram plantadas em tubetes plásticos de 115 cm3, preenchidos com
substrato formado por terra de encosta, vermiculita e esterco bovino, na proporção
de 3:1:1 (v/v), de acordo com metodologia descrita por Oliveira et al. (2008), e
acondicionadas em condições de telado, coberto com filme de polietileno
transparente (150 µm) e sombrite (50% de interceptação luminosa), onde
permaneceram por um período de até 50 dias, onde se avaliou a taxa de
sobrevivência das mudas.
47
A irrigação das plantas foi feita por meio de aspersores, distantes a
aproximadamente 1,2 m de altura de onde foram acondicionados os tubetes, com
vazão nominal de 60 L/H/m2, sendo controlados por um temporizador digital (timer).
As mudas foram submetidas a períodos de irrigação a cada seis horas por 15
minutos. Os tubetes foram acondicionados em bandejas suspensas a 0,50 m do solo
do viveiro e, durante crescimento das plantas, não se realizou tratamentos
fitossanitários ou nutricionais.
48
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. AVALIAÇÃO DA PROPAGAÇÃO CLONAL IN VITRO DE ABACAXIZEIROS EM SISTEMAS DUPLA-FASE
4.1.1 Análise comparativa de sistemas de multiplicação clonal in vitro de
abacaxizeiros
De maneira geral observou-se que o Sistema Dupla-Fase foi superior ao meio
de cultura semi-sólido em relação às variáveis taxa de multiplicação e brotações
maiores que 0,5 cm formadas (Tabela 2). Estes resultados estão de acordo com
Kadota et al. (2001) que para pereira japonesa (Pyrus pyrifolia) o sistema de cultivo
em meio dupla-fase também produziu alto número de brotações axilares comparado
com o cultivo tradicional.
Quando se comparou as variedades verificou-se que a percentagem de
brotações desenvolvidas nas variedades Rio Branco (RB) e Senador Guiomard (SG)
foram significativamente superiores àquelas observadas na cv. Quinarí (QN). Estes
resultados estão de acordo com os obtidos por Costa et al. (2007) que trabalhando
com as variedades Rio Branco e Quinarí, também observaram que a cv. Rio Branco
foi a que proporcionou a formação do maior número de brotações por explante. Em
relação às brotações formadas com tamanho inferior a 0,5 cm não houve diferenças
estatísticas entre as variedades estudadas.
A produção total de brotações por parcela, ou seja, a partir de oito explantes
iniciais no Sistema Dupla-Fase para as variedades RB, SG e QN foi de 488,2; 419,3;
e 341,8, respectivamente. Estes valores foram significativamente superiores aos
observados quando o cultivo ocorreu em sistema convencional, que utilizou meio de
cultura semi-sólido, que foi de 299,8; 289,7 e 206,8 respectivamente (Tabela 2). Já
quando se avalia o número de brotos regenerados por explante estes valores são de
61,0; 52,4 e 42,7 no Sistema Dupla-Fase e 37,5; 36,2; e 25,8 no Sistema de
multiplicação em meio semi-sólido para as variedades RB, SG e QN,
respectivamente.
Segundo De la Viña et al. (2001), assim como em meio líquido, o sistema
dupla-fase disponibiliza maior quantidade de nutrientes prontamente utilizável pelos
explantes em cultivo, pois nestes sistemas não existe barreira física no meio, o que
49
facilita o contato dos explantes com os nutrientes. Portanto, nos meios de
consistência líquida a taxa de multiplicação tende a aumentar em comparação aos
sistemas que utilizam meios de consistência semi-sólida pela maior facilidade com
que nutrientes e reguladores são absorvidos pelas plantas (SCHERWINSKI-
PEREIRA e FORTES, 2003).
Outro aspecto importante em relação à utilização de meios líquidos é a
redução do uso de mão-de-obra na etapa de multiplicação in vitro, uma vez que não
há a necessidade da realização da etapa de multiplicação em cada subcultivo,
podendo os explantes serem mantidos por vários meses nestas condições. Isso
também sugere a diminuição de gastos com a compra de agente geleificantes para o
meio de cultura e redução do uso de mão de obra para as repicagens. Scherwinski-
Pereira e Fortes. (2003), afirmam que a cultura de tecidos é uma técnica importante
para a propagação de diversas espécies, principalmente aquelas que apresentam
dificuldades para se multiplicarem normalmente. Mas por outro lado é uma técnica
que pode tornar-se onerosa em relação ao preparo de meios de cultura e uso de
mão de obra se as estratégias de multiplicação não forem exploradas
eficientemente. Por isso, há necessidade de se desenvolver protocolos que possam
diminuir os gastos, como no caso o uso de meios que não requeiram a utilização de
agentes geleificantes (um dos componentes mais caros dos meios de cultura) ou a
substituição estes por técnicas ou produtos mais baratos, e que tornem a cultura de
tecidos de plantas uma técnica mais eficiente e, portanto, mais lucrativa do ponto de
vista econômico.
Proporcionalmente ao número de brotações formadas e, portanto, assim
como era de se esperar, os sistemas de cultivo testados neste trabalho
influenciaram significativamente a altura das brotações formadas, uma vez que o
número de brotações maiores que 0,5 cm formadas em Sistema Dupla-fase foram
significativamente superiores aos verificados em meio semi-sólido (Tabela 2). No
entanto, embora não tenham sido apresentados os dados, quando estes dados são
comparados proporcionalmente em percentagem, verifica-se que, de maneira geral,
os valores em percentagem de brotos maiores ou menores que 0,5 cm formados em
ambos os sistemas de cultivo, são bastante próximos. Para a variedade Rio Branco,
os valores em percentagem de brotações maiores que 0,5 cm formadas em sistema
Semi-sólido e Dupla-Fase foram de 74,7% e 75,3%, respectivamente. Já para na
variedade Senador Guiomard estes valores foram de 74,0% e 71,3% enquanto que
50
para a variedade Quinarí estes valores foram de 65,2% e 66,7%, respectivamente
nos sistemas Semi-Sólido e Dupla-Fase (Tabela 2).
Os resultados referentes à altura de brotações tornam-se importantes num
trabalho de multiplicação de bromeliáceas, como é o caso do abacaxizeiro, por
algumas espécies desta família necessitarem geralmente de uma fase de
alongamento in vitro, posterior à de multiplicação, para um perfeito crescimento e
alongamento dos brotos, facilitando assim as etapas seguintes do processo
(PASQUAL et al., 1998). Brotos pouco alongados podem apresentar problemas de
enraizamento e, conseqüentemente, tornarem-se mais suscetíveis a morte na etapa
de aclimatização.
TABELA 2. Taxas de multiplicação e tamanho de brotações maiores e menores que
0,5 cm por parcela+ (a partir de oito explantes iniciais) e por explante++ (a
partir de um único explante) das variedades de abacaxizeiro Rio Branco
(RB), Senador Guiomard (SG) e Quinarí (QN), propagadas em meios de
cultura de consistência semi-sólida (S.S.) (Sistema convencional) e Dupla-
fase (D.F.), após quatro subcultivos de 40 dias cada*. Embrapa Acre,
2007.
Taxa de multiplicação
(No de brotações formadas)**
Brotações ≥ 0,5 cm Brotações ≤ 0,5 cm
Sistema de Cultivo Sistema de Cultivo Sistema de C ultivo
Variedades S.S. D.F. S.S. D.F. S.S. D.F.
RB
299,9 aB+ (37,5)++
488,1 aA+ (61,0) ++
224,2 aB+ (28,0)
367,8 aA+ (45,9)
75,7 aB+ (9,5)
120,3 aA+ (15,1)
SG
291,4 aB+ (36,4) ++
419,3 abA+ (52,4) ++
209,7 abB+ (26,2)
299,3 abA+ (37,4) ++
81,7 aB+ (10,2)
120,0 aA+ (15,0) ++
QN
206,8 bB+ (25,8) ++
341,8 bA+ (42,7) ++
134,5 bB+ (16,8) ++
228,0 bA+ (28,5) ++
72,3 aB+ (9,0) ++
113,8 aA+ (14,2) ++
Média 266,0 B 416,4 A 189,4 B 298,4 A 76,6 B 118,0 A
* Brotações em Sistema Dupla-Fase foram mantidas nos mesmos frascos de cultivo por todo o período de execução do experimento, recebendo a cada 40 dias, 30 mL de meio de consistência líquida com a mesma constituição original de macro, micronutrientes e reguladores de crescimento. Já no cultivo em meio Semi-Sólido (sistema convencional de multiplicação in vitro do abacaxizeiro), as brotações foram trocadas de meio de cultura a cada 40 dias (subcultivo). **Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na vertical e maiúsculas na horizontal, dentro de cada Sistema de Cultivo (S.S. - Cultivo em meio de cultura semi-sólido; D.F. - Cultivo em meio de cultura Dupla-Fase), diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.
51
4.1.2 Estimativa da produção de mudas in vitro de abacaxizeiros em Sistema de
Cultivo Dupla-Fase
As curvas de regressão referentes ao número de brotações regeneradas em
função das diferentes concentrações de BAP testadas nas variedades de
abacaxizeiro Rio Branco, Senador Guiomard e Quinarí após cinco subcultivos
podem ser observadas na Figura 4. De maneira geral, verificou-se um ajuste
quadrático nas equações de regressão com o aumento das concentrações de BAP
testadas para as três variedades testadas. Para a variedade Rio Branco, a curva
ajustada referente ao número de brotações regenerados por parcela (cada parcela
formada por cinco explantes iniciais) em relação as concentrações de BAP,
mostrou-se nitidamente ascendente até um ponto máximo atingido em 3,3 mg.L-1 de
BAP, quando o maior número de brotações regeneradas atingiu 409,6. Já para a
variedade Senador Guiomard, o ponto de máxima eficiência calculado para
formação de brotações foi alcançado na concentração de 4,6 mg.L-1 de BAP, onde o
número máximo de brotações regeneradas atingiu 414,0. Para a variedade Quinarí a
curva quadrática teve seu pico máximo estabelecido na concentração de 3,6 mg.L-1
de BAP com a formação de 322,0 brotações por parcela.
Os resultados obtidos nesse trabalho indicam que a suplementação do meio
de cultura Dupla-Fase com BAP foi necessária para a indução de múltiplas
brotações in vitro das variedades de abacaxizeiro testadas, fato que está de acordo
com resultados obtidos por outros autores. Estudos sobre micropropagação de
espécies do gênero Ananas têm considerado o uso da citocinina BAP como requisito
fundamental para a indução de novas brotações para melhorar a eficiência do
método, principalmente para Ananas comosus (CRUZ, 2000; ALMEIDA et al., 2002;
FIROOZABADY e GUTTERSON, 2003), Ananas lucidus (BORGES et al., 2001) e
Ananas bracteatus (COSTA e ZAFFARI, 2005).
Neste trabalho pode-se verificar também que as variedades apresentaram
nítidas diferenças nas concentrações de BAP requeridas para a melhoria nas taxas
de multiplicação in vitro, sugerindo a existência de diferenças genotípicas nas
respostas morfogênicas. Segundo Scherwinski-Pereira e Fortes (2003), Giatti e Lima
(2007) e Mendes et al. (1996), diferentes efeitos de reguladores de crescimento
52
podem ocorrer para diferentes espécies, inclusive variações entre as cultivares
dentro de uma mesma espécie.
O balanço entre ANA e BAP é dependente do genótipo na maximização da
resposta morfogênica o que comprova Barboza et al. (2004) quando compara a taxa
de multiplicação de hibrido PExSC-52 com a variedade Smooth Cayene. Santos,
(2008) em seu trabalho conclui que a concentração de 1,2 mg.L-1 de BAP em meio
nutritivo liquido possibilitou a melhor resposta para a multiplicação in vitro de brotos
de abacaxizeiro ornamental aos 120 dias de cultivo. Oliveira (2007), em seu trabalho
com germinação dos embriões de Etlingera elatior constatou que a adição de BAP
até a concentração de 2,0 mg.L-1 favoreceu a germinação dos embriões de Etlingera
elatior em relação a testemunha sem BAP.
Almeida et al., (2002) em Ananas comosus cv Pérola obtiveram 2.013,7
brotações com o emprego de meio liquido suplementado com 1,5 mg.L-1 de BAP, Já
em meio semi-sólido, Silva et al. (2002) obtiveram um máximo de 7,5 brotos com a
concentração de 2,52 mg.L-1 de BAP em 120 dias de cultivo para a cv primavera .
Essa discrepância de resultados pode ser explicada pela utilização de meio sólido
ou liquido e pelas doses de BAP. Dentre as vantagens do uso da formulação liquida
no preparo do meio MS incluem a maior homogeneidade que permite a maior
velocidade de difusão, absorção mais eficiente de nutrientes para os tecidos e um
menor custo no seu preparo (ESCALONA et al., 1999; SCHERWINSKI-PEREIRA e
FORTES, 2003; COSTA e ZAFFARI, 2005), o que corrobora com os resultados
encontrados no presente trabalho, uma vez que possivelmente o meio liquido
adicionado aos frascos a cada 30 dias possibilitou o um constante fornecimento de
nutrientes aos explantes, o que pode ter favorecido a multiplicação dos brotos.
Apesar de até o momento não existir relatos na literatura sobre o uso de Sistemas
Dupla-Fase em abacaxizeiro, resultados positivos da utilização deste Sistema foram
também citados por Machado et al. (2004), para a proliferação in vitro de brotos do
porta-enxerto de macieira Marubakaido. O uso da metodologia Dupla-Fase também
aumentou significativamente o número de brotos e o comprimento das brotações de
Pyrus calleryana D-6 (MORAES et al., 2004). Segundo estes autores a técnica
aumentou a quantidade e a qualidade das brotações in vitro de pereira, além de ter
permitido manter a cultura constantemente em proliferação por maior período de
tempo, com adição de uma quantidade de meio líquido apropriado.
53
FIGURA 4. Efeito de concentrações de N6-Benzilaminopurina (BAP) (0,0; 2,0; 4,0 e 6,0 mg.L-1) sobre as taxas de multiplicação total por parcela (número total de brotações formadas a partir de cinco explantes iniciais) nas variedades de abacaxizeiros Rio Branco (RB), Senador Guiomard (SG) e Quinari (QN) em Sistema Dupla-Fase. Embrapa Acre, 2007.
Núm
ero
de B
rota
ções
(R
B)
Núm
ero
de B
rota
ções
(S
G)
Núm
ero
de B
rota
ções
(Q
N)
RB
SG
Q
54
O efeito comparativo do número de brotações formadas por parcela no
Sistema Dupla-Fase entre as variedades em cada concentração de BAP testada
pode ser observado na Figura 4. No tratamento testemunha, ou seja, no meio de
cultura que não recebeu nenhuma concentração de BAP não foram observadas
diferenças entre as variedades. Neste tratamento, não houve indução a
multiplicação de novas brotações, independentemente da variedade testada, sendo
observado apenas crescimento em altura das brotações inoculadas inicialmente.
Galvanese et al. (2007), obtiveram resultados semelhantes na propagação in vitro
de Aechmea blanchetiana, uma bromélia, onde a ausência de BAP ao meio liquido
não proporcionou a multiplicação de brotos.
Em meio de cultura suplementado com 2,0 mg.L-1 de BAP, verificou-se um
efeito genotípico pronunciado da variedade Rio Branco em relação as demais
variedades quanto ao número de brotações formadas. Nesta concentração, o
número de brotações formadas na variedade Rio Branco foi de 431,7, número
significativamente superior ao observado para as variedades Senador Guiomard e
Quinarí que não diferiram significativamente entre si e que apresentaram formação
de 363,9 e 362,2 novas brotações, respectivamente, a partir de cinco brotações
inicialmente inoculadas e após 150 dias de cultivo. Já em meio de cultura com 4,0
mg.L-1 de BAP, as variedades Rio Branco e Senador Guiomard não diferiram
significativamente quanto ao número de brotações formadas (312,2 e 333,6 por
parcela, respectivamente), sendo, no entanto, estatisticamente superiores à
variedade Quinarí que, nesta concentração de BAP, proporcionou o acúmulo de
219,1 brotos por parcela.
Se na concentração de 2,0 mg.L-1 de BAP a variedade Rio Branco
apresentou a formação de 431,7 novas brotações por parcela, na concentração de
6 mg.L-1 de BAP esta variedade acumulou 193,5 brotos por parcela, ou seja, uma
diminuição no número de brotações superior a 120%. Nesta concentração de BAP
testada, os melhores resultados foram verificados na variedade Senador Guiomard,
a qual apresentou a formação de 404,8 novas brotações por parcela, ao final de
150 dias de cultivo em meio Dupla-Fase. Com 233,5 brotações formadas,
variedade Quinarí foi significativamente superior à variedade Rio Branco e inferior à
variedade Senador Guiomard no número de brotações acumuladas nesta
concentração de BAP (Figura 5).
55
De acordo com Roca et al. (1991), o BAP é uma das citocininas mais
utilizadas na indução de brotações in vitro. Entretanto, a concentração
recomendada varia consideravelmente entre os diferentes autores que estudaram
a micropropagação de abacaxizeiro. Liu et al. (1988), trabalhando com o cultivar
Red Spanish, revelaram que a maior proliferação de brotos ocorreu em meio MS
líquido suplementado com 0,3 mg.L-1 de BAP, enquanto Marciani-Bendezú et al.
(1990) e Kiss et al. (1995) obtiveram as maiores taxas de multiplicação quando
utilizaram respectivamente 4,5 e 5 mg.L-1 do referido regulador de crescimento. Por
outro lado, Calixto e Siqueira (1996) verificaram que não houve diferença
significativa entre os níveis de BAP, que variaram de 0 a 14 mg.L-1, na proliferação
de brotos de abacaxizeiro.
As discrepâncias entre os resultados obtidos pelos diversos autores e os
obtidos neste trabalho devem-se provavelmente a diferenças varietais, bem como a
diferentes protocolos utilizados, incluindo as formulações do meio de cultura.
FIGURA 5. Efeito de concentrações de N6-Benzilaminopurina (BAP) (0,0; 2,0; 4,0 e 6,0 mg.L-1) sobre o número de brotações formadas por parcela (número total de brotações formadas a partir de cinco explantes iniciais) entre as variedades de abacaxizeiros Rio Branco (RB), Senador Guiomard (SG) e Quinari (QN) em Sistema Dupla-Fase. Embrapa Acre, 2007. *Médias seguidas por letras distintas entre as variedades, dentro de cada concentração de BAP testada, diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. C.V. = 3,3%.
56
Em razão da aplicabilidade e, fundamentalmente, dos experimentos de
multiplicação em Sistema Dupla-Fase terem apresentado resultados
significativamente superiores quanto ao número de brotações formadas
comparativamente ao sistema convencional, ou seja, meio semi-sólido (item 4.1.1) o
potencial de produção de mudas a partir deste Sistema e em razão das
concentrações de BAP testadas foi estimado para um segundo subcultivo, partindo-
se das taxas de multiplicação obtidas no primeiro subcultivo (Subcultivo 1) que pode
ser observado na Figura 7 A e 7B.
Assim, destacadamente a variedade Rio Branco apresentou o maior potencial
de multiplicação in vitro de novas brotações na concentração de 2,0 mg.L-1 de BAP
com estimativa de produção 7.465 novas matrizes por explante, após 300 dias de
cultivo, ou seja, após um segundo subcultivo de 150 dias. Isto ficou evidenciado
pelos resultados obtidos no teste de Tukey a 5% de probabilidade (Figura 6), ao se
compararem as taxas médias de multiplicação das variedades, mas expressando-as
em número de brotações por explantes, após 150 dias de cultivo. Desta forma, nesta
concentração e para esta variedade existe necessidade de introdução de um
número menor de brotações iniciais para se atingir um número desejado de plantas,
uma vez que nesta mesma concentração, as variedades Senador Guiomard e
Quinari apresentam potencial de produção de brotações de 5.329 e 5.055 brotações
por explante, após um segundo subcultivo de 150 dias em Sistema Dupla-Fase,
respectivamente. Para a variedade Quinari esta também seria a melhor
concentração de BAP a ser usada (Figura 6). Neste sentido, baseando-se na
produção de novos brotos nas diferentes concentrações de BAP testadas (Figura 8),
para a variedade Senador Guiomard este potencial estimado de novas brotações,
num segundo subcultivo de 150 dias, atingiria seu máximo na concentração 6,0
mg.L-1 de BAP com estimativa de produção de 6.544 novas matrizes de abacaxizeiro
por explante, após 300 dias de cultivo em Sistema Dupla-Fase( Figura 6).
Apesar de já ser bastante utilizado para inúmeras espécies de plantas e para
diversos fins, o uso comercial da micropropagação e de seus produtos é ainda
limitado, no Brasil se comparado a países como Estados Unidos e os da Europa
Ocidental, especialmente pelo elevado custo dos reagentes e equipamentos
utilizados e pela relativa baixa eficiência no desenvolvimento e multiplicação de
algumas espécies (SCHERWINSKI-PEREIRA e FORTES, 2003; BRAHM e
OLIVEIRA, 2004). Por isso, pesquisas vêm sendo realizadas com o objetivo de
57
aperfeiçoar e desonerar os custos da técnica (SCHERWINSKI-PEREIRA e FORTES,
2003; PINHO, 2003 ). Na literatura existem referências sobre vários ensaios e muitos
meios de cultura têm sido testados visando melhorar essas etapas. Contudo, os
resultados são muitas vezes divergentes e nem sempre é possível a reprodução dos
mesmos. Isto se deve, principalmente, ao fato de que a cultura de tecidos, como
técnica de propagação vegetativa, necessita ser adaptada às necessidades das
espécies e cultivares, pois estas diferem geneticamente entre si, podendo
apresentar resultados diferentes sob as mesmas condições de cultivo (FORTES e
SCHERWINSKI- PEREIRA, 2001).
Outro fator a ser considerado é o estado físico dos meios de cultura. A
maioria dos trabalhos com abacaxizeiro in vitro baseia-se no uso de meios de cultura
semi-sólidos e nos múltiplos subcultivos, geralmente realizados a cada 30 ou 40
dias, para se obter um elevado número de mudas micropropagadas ao final do
processo (MACEDO et al., 2003; PEDROSO et al., 2000; MANDAL et al., 2002;
BARBOZA et al., 2004). Segundo Zepeda e Sagawa (1981), a formação de gemas
múltiplas a partir de gemas axilares de uma coroa, cultivadas in vitro, possibilitou a
formação de 5.000 plantas, num período de 12 meses. Barboza et al. (2004)
verificaram a formação de até 6.578,25 novas brotações a partir de um único
explante de abacaxizeiro inoculado em meio de cultura semi-sólido inicial, após
cinco subcultivos de 45 dias cada.
Estes resultados estão de acordo com os obtidos em nosso trabalho, onde as
taxas de multiplicação obtidas foram superiores a 5.000 brotações formadas por
explante inicial nas variedades testadas. Ressalte-se, entretanto, que o uso do
Sistema Dupla-Fase permitiu a obtenção de múltiplas brotações a partir de uma
significativa diminuição do número de subcultivos (apenas dois de 150 dias cada),
uma vez que apenas meio de cultura de consistência líquida foi adicionada ao
mesmo frasco de cultura inicial, portanto, com considerável redução do uso de mão-
de-obra envolvida no processo de manipulação dos explantes. Este fato, somado ao
uso de meio de consistência líquida, sugerem uma redução significativa nos custos
de produção in vitro de plantas matrizes desta espécie, tornando a técnica de
micropropagação do abacaxizeiro mais eficiente. Ressalte-se que até o momento,
não há relatos na literatura sobre o uso de Sistemas Dupla-Fase para a
micropropagação de abacaxizeiros.
58
FIGURA 6. Influência de concentrações de BAP (0, 2, 4 e 6 mg.L-1) sobre o número
de brotações produzidas in vitro por explante em três variedades de Abacaxizeiro: SG - Senador Guiomard; RB – Rio Branco e QN – Quinari (Subcultivo 1) e potencial estimado de brotações a serem produzidas (Subcultivo 2), após novo subcultivo de 150 dias em Sistema de Cultivo Dupla-Fase. Embrapa Acre, 2007.
Núm
ero
de B
rota
ções
(S
G)
Núm
ero
de B
rota
ções
(R
B)
Núm
ero
de B
rota
ções
(Q
N)
BAP (mg.L -1)
SG
RB
Q
59
FIGURA 7. (A) Brotos de abacaxizeiro produzidos in vitro (B) Brotos de
abacaxizeiros selecionados para experimento Dupla-fase (C) Experimento Dupla-
fase. Embrapa 2007.
B
A
60
FIGURA 8. Propagação clonal in vitro de abacaxizeiro, em sistema dupla-fase nas concentrações de 0; 2; 4 e 6 mg. L-1 de BAP e 0,2 mg.L-1 de ANA, respectivamente. Brotos de abacaxizeiro estabelecido: cv Senador Guiomard (SNG-3) (A), cv Rio Branco (RBR-1) (B), e cv Quinarí (SNG-2) (C). Embrapa, 2007.
4.2 ENRAIZAMENTO IN VITRO DE VARIEDADES DE ABACAXIZEIROS
MULTIPLICADOS IN VITRO
Os resultados referentes ao enraizamento in vitro de brotações formadas
durante a etapa de multiplicação das variedades de abacaxizeiro Rio Branco,
Senador Guiomard e Quinari em razão de diferentes concentrações de AIB e sais do
A B
C
61
meio de MS testadas podem ser observadas na Tabela 3. Com exceção da variável
comprimento de raízes para as variedades Senador Guiomard e Quinari, para as
demais variáveis estudadas não foram observadas interações significativa entre os
fatores testados (AIB x concentração de sais de MS). Assim, verificou-se que as
brotações multiplicadas in vitro apresentaram valores próximos a 100% de
enraizamento, independentemente da concentração de AIB e da concentração de
sais do meio de MS testadas, especialmente quando estas foram mantidas em meio
de cultura de MS (Figura-9) com as concentrações de sais reduzidas à metade da
formulação normal (MS1/2).
Os níveis e a qualidade da auxina, em geral, são os fatores com maior
influência no enraizamento quando se trabalha com espécies de plantas in vitro,
embora outros componentes do meio de cultura sejam freqüentemente alterados
visando melhor promoção do enraizamento, como a redução dos sais de cultivo
(Khan et al., 2004). Diversas espécies, principalmente as herbáceas, enraízam
facilmente in vitro sob baixos níveis de auxina ou, simplesmente, em meio básico
sem reguladores de crescimento (ANDERSON, 1984). Os resultados obtidos por
Barboza et al. (2004), cujos tratamentos sem reguladores de crescimento
promoveram a rizogênese in vitro em 100% dos brotos de abacaxizeiro do híbrido
PExSC-52 produzidos em meio com BAP ou com BAP + ANA, corroboram tais
informações.
Neste trabalho, alguns fatores podem ter contribuído para o bom
enraizamento in vitro das brotações, entre eles o tamanho das partes aéreas e a
produção endógena de auxina pela planta. Barboza et al (2004) concluem em seu
trabalho que brotos de abacaxizeiros multiplicados em presença de BAP a 2,0 mg.L-1
apresentaram melhor desempenho na rizogênese in vitro, independentemente da
presença ou ausência de reguladores de crescimento no meio de cultivo, o que
confirma resultados obtidos no presente trabalho, pois os brotos utilizados no
enraizamento foram provenientes do experimento de multiplicação com esta mesma
concentração de BAP (COSTA et al., 2007). Além disso, a qualidade das partes
aéreas provenientes da fase de multiplicação determina, em geral, o sucesso do
enraizamento (GRATTAPAGLIA e MACHADO, 1998), uma vez que são as partes
aéreas as responsáveis pelas fontes de produção de auxina que, ao ser translocada
para a base, estimula a rizogênese (BARCELO COLL et al., 1988).
62
George (1996) relata que para formação de raízes in vitro há necessidade de
uma fonte de energia para os cultivos, geralmente oriundos de uma fonte exógena
de açúcar (em sistemas heterotróficos ou mixotróficos). O carbono exógeno no meio
de cultivo serve como fonte de energia, influenciando a fisiologia da planta,
diferenciação e crescimento dos tecidos, indução e diferenciação de órgãos. Além
disso, para a maioria das espécies, a formação de raízes ocorre pela adição de 20 a
30 g.L-1 de sacarose (George, 1996; Leite et al., 2000), fato que pode ter auxiliado as
respostas obtidas, uma vez que os efeitos da adição de AIB não foram significativos
para a variável enraizamento (Sriskandarajah e Mullins, 1981; George e Sherrington,
1984; Grattapaglia e Machado, 1998).
Não foram observadas diferenças significativas entre os tratamentos para
comprimento de raízes na variedade Rio Branco. Para a variedade Quinari
diferenças foram observadas somente quanto as concentrações de sais de MS no
meio de cultura, onde resultados superiores foram observados quando as brotações
foram mantidas em meio de MS ½ (Tabela 3). Já para a variedade Senador
Guiomard, o meio de cultura de MS em sua concentração plena foi o que, de
maneira geral, proporcionou o maior comprimento de raízes em meio com 0,0 e 0,1
mg.L-1 de AIB, enquanto que na concentração 0,5 mg.L-1 de AIB não foram
verificadas diferenças significativas para esta variável em razão da concentração de
sais do meio de MS testadas.
63
TABELA 3. Efeito de diferentes concentrações de AIB (0,0; 0,1 e 0,5 mg.L-1) e da
concentração de sais do meio de MS (MS ½ e MS Pleno) sobre a percentagem de
enraizamento, número de raízes e comprimento das raízes (cm) nas variedades de
abacaxizeiro Rio Branco, Senador Guiomard e Quinari. Embrapa Acre, 2007
Cv. Rio Branco Enraizamento (%) Nº raízes Comp. raízes (cm) Meio Meio Meio
AIB (mg.L-1) MS1/2 MSPleno Média MS1/2 MSPleno Média MS1/2 MSPleno Média
0,0 100 95,0 96,7 a 3,5 3,2 3,3 a 8,8 7,6 8,0 a 0,1 100 100 100 a 4,1 3,1 3,4 a 6,0 8,3 7,5 a 0,5 100 100 100 a 5,1 2,5 3,8 a 5,0 5,1 5,1 b
Média 100 A 98 A 4,2 A 3,0 B 6,6 A 7,4 A
Cv. Senador Guiomard Enraizamento (%) Nº raízes Comp. raízes (cm) Meio Meio Meio
AIB (mg.L-1) MS1/2 MSPleno Média MS1/2 MSPleno Média MS1/2 MSPleno Média
0,0 100 100 100 a 3,5 3,8 3,6 a 7,5 bB 9,6 aA 8,4 a 0,1 100 100 100 a 3,3 3,5 3,4 a 8,4 abB 9,4 abA 8,9 a 0,5 100 100 100 a 3,4 3,3 3,3 a 9,3 aA 8,2 bA 8,6 a
Média 100 A 100 A 3,4 A 3,5 A 8,2 B 9,0 A
Cv. Quinarí Enraizamento (%) Nº raízes Comp. raízes (cm) Meio Meio Meio
AIB (mg.L-1) MS1/2 MSPleno Média MS1/2 MSPleno Média MS1/2 MSPleno Média
0,0 100 60,0 86,7 a 2,7 2,1 2,5 a 6,7 aA 8,7 aA 7,4 a 0,1 100 100 100 a 5,0 3,0 4,0 a 8,5 aA 6,3 aB 7,4 a 0,5 100 100 100 a 3,4 3,0 3,3 a 8,4 aA 6,9 aA 7,9 a
Média 100 A 86,7 A 3,4 A 2,7 A 7,8 A 2,3 A *Médias seguidas por letras distintas, minúsculas na vertical e maiúsculas na horizontal, dentro de cada variável avaliada, diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
64
Figura 9 – Aspecto de brotações de abacaxizeiro em meio de cultura de
enraizamento. Embrapa, 2007.
4.3. CONSERVAÇÃO IN VITRO DE GERMOPLASMA DE ABACAXIZEIROS SOB
REGIME DE CRESCIMENTO MÍNIMO
Como era de se esperar, verificou-se que na média, a altura, número total de
folhas, folhas vivas e número de folhas mortas, apresentaram os maiores valores
quando o material foram mantidos sob temperatura de 25 oC, independentemente do
genótipo avaliado (Tabela 4). Isso sugere que nesta temperatura as plantas
mantiveram alta atividade metabólica. Fato que se repetiu na temperatura de 20 oC
(Figuras 10-B, E) sendo uma característica negativa para a conservação in vitro,
pela necessidade de subcultivos constantes (Figuras 10 -C, F, G, H).
Resultados semelhantes ao ocorrido na temperatura de 25 oC foram
observados quanto aos períodos de avaliação, uma vez que de maneira geral na
média das variedades e, independentemente da temperatura de conservação
testada, as plantas avaliadas aos 6 meses apresentaram valores de altura, número
total de folhas, número de folhas vivas e número de folhas mortas maiores que aos 3
meses, com algumas poucas exceções(Tabela-4).
No período de seis meses as variedades responderam de forma homogênea
para a temperatura de 15 oC (Figura 10-A,D), onde apresentaram menor
A B
65
crescimento dos explantes, sugerindo que esta temperatura poderia ser utilizada
para a conservação do abacaxizeiro, por não ter sido verificado morte de plantas
nestas condições. Segundo Withers (1991) a redução da temperatura entre 15 e 25 oC para culturas de clima tropical é ideal quando o objetivo é diminuir o crescimento
dos explantes cultivados in vitro. Ainda segundo este autor, o uso de temperaturas
mais baixas no cultivo in vitro reduz a ação de enzimas e do metabolismo geral das
plantas, sugerindo que a redução da temperatura de crescimento deve estar como
primeiro fator limitante a ser testado na conservação in vitro. Sandoval e Müller
(1989) relataram que a temperatura de 5 ºC causou morte nos ápices de banana
conservadas in vitro. No entanto, quando a temperatura foi aumentada para 15 ºC,
foi possível conservar os explantes durante 13 a 17 meses.
66
TABELA 4. Influencia da temperatura de conservação (15 oC, 20 oC e 25 oC) sobre a
altura (cm), número total de folhas, número de folhas vivas e número de folhas
mortas em três variedades de abacaxizeiro: Rio Branco, Quinari e Xapuri, após 3 e 6
meses de manutenção in vitro. Embrapa, 2007
*Médias seguidas por letras distintas, minúsculas na vertical e maiúsculas na horizontal, dentro de cada variável e variedade avaliada, diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Temp. Cons.
3 6 Média
3 6 Média
3 6 Média
15 ºC
2,7 cB
5,0 cA
3,9 c
2,8 bC
5,2 cA
4,0 c
3,4 bB
6,4 cA
4,9 c
20 ºC
4,0 bB
8,0 bA
6,0 b
4,4 bB
8,0 bA
6,2 b
4,6 abB
9,7 bA
7,2 b
25 ºC
6,8 aB
13,1aA
9,9 a
6,4 aB
12,8 aA
9,6 a
6,2 aB
14,8 aA
10,5 a
Média
4,5 B
8,7 A
4,5 B
8,6 A
4,7 B
10,3 A
Temp. Cons.
3 6 Média
3 6 Média
3 6 Média
15 ºC
5,1
5,4
5,2 b
6,2 bA
6,0 bA
6,1 b
6,6
6,8
6,7 b
20 ºC
5,5
6,3
5,9 ab
6,6 bA
7,0 bA
6,8 b
6,2
7,6
6,9 b
25 ºC
6,6
7,8
7,2 a
8,6 aB
12,0 aA
10,3 a
8,1
10,6
9,3 a
Média
5,7 A
6,5 A
7,1 A
8,3 B
6,9 B
8,3 A
Temp. Cons.
3 6 Média
3 6 Média
3 6 Média
15 ºC
4,2
5,4
4,8 b
4,4 bA
4,8 bA
4,6 c
5,8
5,6
5,7 b
20 ºC
4,8
5,2
5,0 b
6,2 bA
5,8 bA
6,0 b
5,6
6,4
6,0 b
25 ºC
5,2
6,8
6,0 a
8,6 aB
9,0 aA
8,0 a
6,6
8,1
7,3 a
Média
4,7 B
5,8 A
7,1 A
6,5 A
6,0 A
6,7 A
Temp. Cons.
3 6 Média
3 6 Média
3 6 Média
15 ºC
0,8 abA
0,6 aA
0,7 b
1,8
1,2
1,5 ab
0,8
1,2
1,0 b
20 ºC
0,6 bA
1,2 aA
0,9 b
0,4
1,2
0,8 b
0,6
1,2
0,9 b
25 ºC
1,6 aB
3,2 bA
2,4 a
1,6
3,1
2,3 a
1,4
2,6
2,0 a
Média
1,1 B
1,7 A
1,3 A
1,8 A
0,9 B
1,7 A
Cv. Xapuri
Meses
Altura (cm)
Nº de folhas
Cv. Rio Branco
Cv. Quinarí
Meses
Meses
Cv. Rio Branco
Cv. Quinari
Cv. Xapuri
Meses
Meses Meses
Meses Meses Meses
Nº de folhas mortas
Nº de folhas vivasCv. Rio Branco Cv. Quinari Cv. Xapuri
Cv. Rio Branco Cv. Quinari Cv. XapuriMeses Meses Meses
67
FIGURA 10. Aspecto de brotações de abacaxizeiros conservados em BOD na
temperatura de 15 oC, 20 oC e 25 oC após de 6 meses. 15 oC figuras:(A e D) 20 oC
figuras(B e E) e 25 oC figuras(C, F, G e H) Embrapa, 2007.
4.4 ACLIMATIZAÇÃO DAS MUDAS DE ABACAXIZEIROS PRODUZIDAS IN VITRO
As plantas de abacaxizeiro obtidas in vitro quando aclimatizadas
apresentaram 100% de sobrevivência, após 50 dias de permanência em viveiro
(Figura 11), independente da cv testada. Moreira (2001) e Moreira et al. (2006),
analisando o efeito do substrato, em mudas micropropagadas, em fase de
aclimatização, observaram que a adição de matéria orgânica ao substrato tem
G H
F E D
A B C
68
importância significativa no desenvolvimento das mudas. Este fato reforça o
resultado encontrado no presente trabalho, pois o substrato utilizado foi formado por
terra de encosta, vermiculita e esterco bovino, na proporção de 3:1:1 (v/v), de acordo
com metodologia descrita por Oliveira et al. (2008). O uso do esterco proporciona
efeitos benéficos no crescimento vegetativo de mudas (ALMEIDA, et al 1999;
MATOS e CABRAL 2002). Moreira et al. (2006) trabalhando com mudas
micropropagadas de abacaxizeiro cv. Pérola também confirmam resultados positivos
da composição de substratos com esterco bovino, o que confirma o resultado
alcançado na presente pesquisa.
Segundo Giacomelli e Sobrinho (1982), quando as condições climáticas são
favoráveis, o abacaxizeiro emite, em média, uma folha por semana. No presente
trabalho as mudas que foram acondicionadas em condições de telado, coberto com
filme de polietileno transparente (150 µm) e sombrite (50% de interceptação
luminosa), permaneceram pelo período de 50 dias, o que proporcionou condições
climáticas favoráveis para o desenvolvimento das mudas.
Cabe salientar que independente da variedade, as folhas se encontravam
expandidas e verdes (Figura 11), um indicativo de que as plantas apresentavam-se
resistentes para serem plantadas em campo. As folhas são as principais
responsáveis pela captação de energia solar para a fotossíntese, que por sua vez, é
responsável pela formação de carboidratos, por fim, a constituição da matéria seca
vegetal. Outro fator de grande importância econômica na presente pesquisa foi a
utilização de tubetes de 115 cm3 (Figura 11), que por serem os menores, constituem-
se uma boa alternativa para o emprego de aclimatização de mudas de abacaxizeiros
por períodos curtos, possibilitando a economia de material, de espaço físico e
conseqüentemente, menor custo na produção (OLIVEIRA et al 2008).
69
F FIGURA 11. (A) Planta de abacaxi em tubete plástico de 115 cm3, preenchido com substrato (terra de encosta, vermiculita e esterco bovino); (B) Plantas de abacaxizeiros em condições de viveiro, coberto com filme de polietileno transparente (150 µm) e sombrite (50% de interceptação luminosa), após 50 dias. Embrapa, 2007.
A B
70
5 CONCLUSÃO
� O Sistema Dupla-Fase é superior ao meio de cultura semi-sólido na taxa de
multiplicação in vitro e na formação de brotações maiores que 0,5 cm de
abacaxizeiros;
� A suplementação do meio de cultura Dupla-Fase com BAP é necessária para
a indução de múltiplas brotações in vitro de variedades de abacaxizeiro;
� Com o uso do Sistema Dupla-Fase é possível estimar a taxa potencial de
multiplicação de 7.465 novas brotações por explante para a variedade Rio
Branco, 5.329 para a Senador Guiomard e 5.055 para a Quinari ao final de
dois subcultivos de 150 dias cada;
� A redução de sais de MS para 50% beneficiam o enraizamento de brotações
de abacaxizeiro micropropagadas, não sendo necessária a adição de AIB no
meio de cultura para acelerar ou aumentar o número de raízes;
� A conservação in vitro de germoplasma de abacaxizeiro pode ser feito em
temperatura de 15 oC sem problema de morte de materiais;
� Plantas de abacaxizeiros podem ser aclimatizados em tubetes plásticos de
115 cm3, preenchidos com substrato formado por terra de encosta, vermiculita
e esterco bovino, na proporção de 3:1:1 (v/v), com sobrevivência de 100%
das plantas.
71
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O melhoramento no mundo globalizado enfrenta novos desafios, tendo a sua
disposição novas tecnologias. Acredita-se que ele deva continuar evoluindo em
direção a progressos genéticos mais previsíveis de forma gradativa, com o uso da
biotecnologia. A parceira estabelecida entre melhoristas e biotecnologistas resultará
em benefícios para a sociedade. Atualmente, variedades desenvolvidas. Alguns
possíveis impactos negativos da biotecnologia têm sido considerados, a exemplo da
vulnerabilidade biotecnológica interespecífica, passível de ocorrer quando, por
exemplo, um gene da resistência a uma praga fosse introduzido em várias espécies
simultaneamente, resultando na possibilidade de uma suscetibilidade endêmica na
eventualidade de quebra desta resistência. A corrida da biotecnologia certamente
criará novas perspectivas para os melhorista mas, eventualmente, poderá
estabelecer platôs de rendimentos com as restrições impostas.
A utilização de mudas de abacaxizeiros com qualidade, preferencialmente
certificadas, é uma medida essencial para a melhoria do sistema de produção de
frutas no Brasil, consistindo no alicerce para a transformação das potencialidades
agroclimáticas do país em pomares produtivos.
Por meio do sistema de multiplicação in vitro apresentado e os bons
resultados obtidos na micropropagação, é possível sugerir o uso desta técnica para
a produção de mudas ou matrizes de abacaxizeiros em larga escala, com custos
reduzidos e durante todo o ano, isentas de patógenos, em pequeno espaço físico e
curto período de tempo, de forma economicamente viável e atendendo às exigências
e necessidades dos produtores por mudas de qualidade. Outra significativa
vantagem do sistema proposto refere-se à sua versatilidade, já que é aplicável a
todas as variedades de abacaxizeiros recomendadas pela Embrapa Acre, não tendo
sido detectados problemas típicos da cultura de tecidos, relativos ao surgimento de
variantes somaclonais, oxidação e vitrificação de plantas.
72
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