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Quando ocorre a extinção da

pessoal natural?

CC/02, art. 6º:: A existência dapessoa natural termina com amorte; presume-se esta, quantoaos ausentes, nos casos em quea lei autoriza a abertura desucessão definitiva.

E a morte, quando ocorre?

Lei nº 9.434/97, art. 3º: A retirada post mortem detecidos, órgãos ou partes do corpo humanodestinados a transplante ou tratamento deverá serprecedida de diagnóstico de morte encefálica,constatada e registrada por dois médicos nãoparticipantes das equipes de remoção e transplante,mediante a utilização de critérios clínicos etecnológicos definidos por resolução do ConselhoFederal de Medicina.

E o que é a morte encefálica?

O que ocorre com a morte?

Cessação da personalidade

jurídica

E o que mais?

Herança

CC/02, Art. 1.784. Abertaa sucessão, a herançatransmite-se, desde logo,aos herdeiros legítimos etestamentários.

Poder familiar

CC/02, Art. 1.635.Extingue-se o poderfamiliar: I - pela mortedos pais ou do filho;

Contrato personalíssimo CC/02, art. 607: O contrato de prestação deserviço acaba com a morte de qualquer daspartes. Termina, ainda, pelo escoamento doprazo, pela conclusão da obra, pela rescisãodo contrato mediante aviso prévio, porinadimplemento de qualquer das partes oupela impossibilidade da continuação docontrato, motivada por força maior.

Obrigação de alimentos

CC/02, art. 1.697. Na falta dosascendentes cabe a obrigaçãoaos descendentes, guardada aordem de sucessão e, faltandoestes, aos irmãos, assimgermanos como unilaterais.

Extinção do usufruto

CC/02, art. 1.410: O usufrutoextingue-se, cancelando-se oregistro no Cartório deRegistro de Imóveis: I - pelarenúncia ou morte dousufrutuário;

Extinção do casamento

CC/02, art. 1.571: Asociedade conjugaltermina: I - pela mortede um dos cônjuges;

Vontade do falecido pode prevalecer para depois de sua morte?

Testamento CC/02, art. 1.857: Toda pessoa capaz podedispor, por testamento, da totalidade dosseus bens, ou de parte deles, para depois desua morte. § 1o A legítima dos herdeirosnecessários não poderá ser incluída notestamento. § 2o São válidas as disposiçõestestamentárias de caráter não patrimonial,ainda que o testador somente a elas se tenhalimitado.

Codicilo CC/02, art. 1.881: Toda pessoa capaz detestar poderá, mediante escrito particularseu, datado e assinado, fazer disposiçõesespeciais sobre o seu enterro, sobre esmolasde pouca monta a certas e determinadaspessoas, ou, indeterminadamente, aospobres de certo lugar, assim como legarmóveis, roupas ou jóias, de pouco valor, deseu uso pessoal.

Posso estabelecer o que fazer com meu corpo para depois

da morte?

CC/02, art. 14: É válida, com objetivocientífico, ou altruístico, a disposiçãogratuita do próprio corpo, no todo ouem parte, para depois da morte.Parágrafo único. O ato de disposiçãopode ser livremente revogado aqualquer tempo.

Todos somos doadores de

órgãos?

Lei nº 9.434/97, art. 4o: A retirada de tecidos,órgãos e partes do corpo de pessoas falecidaspara transplantes ou outra finalidadeterapêutica, dependerá da autorização docônjuge ou parente, maior de idade,obedecida a linha sucessória, reta oucolateral, até o segundo grau inclusive,firmada em documento subscrito por duastestemunhas presentes à verificação damorte.

Há exceção?

MORTE REAL

Quando se fala em morte real, esta reclama o que?

MORTE REAL Lei nº 6.015/73: Art. 77 - Nenhum sepultamento será feito sem

certidão, do oficial de registro do lugar do falecimento, extraídaapós a lavratura do assento de óbito, em vista do atestado demédico, se houver no lugar, ou em caso contrário, de duaspessoas qualificadas que tiverem presenciado ou verificado amorte.

§ 1º Antes de proceder ao assento de óbito de criança de menos de1 (um) ano, o oficial verificará se houve registro de nascimento,que, em caso de falta, será previamente feito.

§ 2º A cremação de cadáver somente será feita daquele que houvermanifestado a vontade de ser incinerado ou no interesse da saúdepública e se o atestado de óbito houver sido firmado por 2 (dois)médicos ou por 1 (um) médico legista e, no caso de morteviolenta, depois de autorizada pela autoridade judiciária.

MORTE REAL Art. 79. São obrigados a fazer declaração de óbitos:

1°) o chefe de família, a respeito de sua mulher, filhos, hóspedes, agregados e fâmulos;

2º) a viúva, a respeito de seu marido, e de cada uma das pessoas indicadas no númeroantecedente;

3°) o filho, a respeito do pai ou da mãe; o irmão, a respeito dos irmãos e demaispessoas de casa, indicadas no nº 1; o parente mais próximo maior e presente;

4º) o administrador, diretor ou gerente de qualquer estabelecimento público ouparticular, a respeito dos que nele faleceram, salvo se estiver presente algum parenteem grau acima indicado;

5º) na falta de pessoa competente, nos termos dos números anteriores, a que tiverassistido aos últimos momentos do finado, o médico, o sacerdote ou vizinho que dofalecimento tiver notícia;

6°) a autoridade policial, a respeito de pessoas encontradas mortas.

Parágrafo único. A declaração poderá ser feita por meio de preposto, autorizando-o odeclarante em escrito, de que constem os elementos necessários ao assento de óbito.

Morte real sem cadáver ou morte presumida

É possível declarar a morte de alguém sem o cadáver?

Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, semdecretação de ausência: I - se for extremamente provável a morte de quem estavaem perigo de vida;

II - se alguém, desaparecido em campanha ou feitoprisioneiro, não for encontrado até dois anos após otérmino da guerra.

Parágrafo único. A declaração da morte presumida,nesses casos, somente poderá ser requerida depois deesgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentençafixar a data provável do falecimento.

A morte presumida depende de decisão

judicial?

Lei nº 8.213/91, art. 74: A pensão por morte serádevida ao conjunto dos dependentes do seguradoque falecer, aposentado ou não, a contar da data:

I - do óbito, quando requerida até trinta diasdepois deste;

II - do requerimento, quando requerida após oprazo previsto no inciso anterior;

III - da decisão judicial, no caso de mortepresumida.

Quem pode requerer?

Lei nº 8.213/91: Art. 16. São beneficiários do Regime Geral dePrevidência Social, na condição de dependentes dosegurado: I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho nãoemancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um)anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual oumental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assimdeclarado judicialmente;

II - os pais;

III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menorde 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenhadeficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ourelativamente incapaz, assim declarado judicialmente;

Procedimento Lei nº 6.015/73, art. 88: Poderão os Juízes togados admitirjustificação para o assento de óbito de pessoasdesaparecidas em naufrágio, inundação, incêndio,terremoto ou qualquer outra catástrofe, quando estiverprovada a sua presença no local do desastre e não forpossível encontrar-se o cadáver para exame. Parágrafoúnico. Será também admitida a justificação no caso dedesaparecimento em campanha, provados a impossibilidadede ter sido feito o registro nos termos do artigo 85 e os fatosque convençam da ocorrência do óbito.

CPC/73, arts. 861 a 866

O que precisa ser provado?

Prova de que a parteestava no local

Inexistência de notíciasapós o ocorrido

Desaparecidos políticos Lei nº 9.140/95:

Art. 1o São reconhecidos como mortas, paratodos os efeitos legais, as pessoas que tenhamparticipado, ou tenham sido acusadas departicipação, em atividades políticas, no períodode 2 de setembro de 1961 a 5 de outubro de 1988, eque, por este motivo, tenham sido detidas poragentes públicos, achando-se, deste então,desaparecidas, sem que delas haja notícias.

O que é a morte civil?

Caso dos religiosos reclusos

Condenados a penas perpétuas

Há um direito à morte digna?

Resolução 1.805/06 do CFM: suspensão do prolongamento

da vida dos terminais

Morte digna

Francis Bacon em 1623

A origem etmológica vem dogrego “eu” (bem, bom, belo) e“thanatos” (morte), sendotraduzida como a “boa morte”

Morte dignaEutanásia ativa: consiste no ato

deliberado de provocar a morte semsofrimento do paciente, com finsmisericordiosos.

Morte digna Eutanásia passiva (Ortotanásia): consiste na

suspensão do tratamento ou dos procedimentosque estão prolongando a vida de um doenteterminal, com o objetivo de lhe abreviar a morte,sem sofrimento.

Eutanásia de duplo efeito: ocorre quando amorte é acelerada como conseqüência indireta dasações médicas que são executadas visando o alíviodo sofrimento de um paciente terminal.

Morte dignaMorte ou suicídio assistido:

consiste na facilitação ao suicídiodo paciente, onde o agente,normalmente parente próximo,põem ao alcance do enfermoterminal alguma droga fatal ououtro meio congênere.

Morte dignaContinuar vivendo em estado vegetativo sem dignidade ou

dispor de sua própria vida para ter um fim digno e sem tanto

sofrimento?

Morte digna Muitos países chegaram a uma

conclusão e em certos casos aprovam a prática da Eutanásia.

Para o Direito brasileiro, a Eutanásia sempre foi considerada como

homicídio, conduta ilícita e punível.

MORTE DIGNAPanorama Internacional

Complexa e conflitante

Absoluta reprovação;

Reconhecimento de atenuante e causas de diminuição de pena;

Exclusão da punidade ou da ilicitude.

Morte digna Australia

Holanda Aplicações: Doentes adultos;

Enfermidades incuráveis;

Solicitação da própria morte, voluntariamente;

Do médico: informação da doença, inexistência opção médicaalternativa, opinião de outro médico.

Bélgica Causou conflito com Tribunal Europeu dos Direitos do

Homem.

Morte digna Portugal: Prevê atenuante.

Itália: Previsão de tipo penal específico.

Alemanha e Suiça: Norma legal considerando oconsentimento da vítima no crime de homicídio.

Espanha: Previsão do crime de participação emsuícidio, prevista redução de pena se a vitima pedir.

Polônia: Possível excluir a culpa do agente.

EUA: Vem reconhecendo em alguns casos.

Morte dignaBrasil – não explícita

Satisfazendo suas características básicas, podeconfigurar o homicídio privilegiado ( CP, art. 121,

§1° , relevante a valor moral) ou atenuante genéricapara situações que se enquadrem no art. 122 CP (auxílio ao suicídio) ( art. 65, III, “a”, relevante

valor moral).

Mar Adentro:

São Paulo – Brasil: Carlos Alberto de Castro Cotti, de São Paulo, relatou ter realizado várias

eutanásias, inclusive involuntárias, em seus pacientes, desde 1959.

Relato - sem data especificada: Uma paciente, com idade entre 65 e 68 anos, foioperada quatro vezes em dois anos. Na primeira vez foi feita uma jejunostomia.No início ela tinha 70 kg, após a quarta cirurgia, quando teve uma perfuraçãointestinal devida a carcinoma, teve uma peritonite, já estava com apenas 25 kg.Nesta ocasião o cirurgião da paciente solicitou ao médico que relatou o fato,que fizesse uma injeção de "M1" (solução a base de fenergan, morfina e outrassubstâncias) na paciente. Isto foi feito na própria residência da paciente, apóster sido comunicado aos filhos. "Eu fui buscar a medicação e nós doiscolocamos no soro. Ficamos aguardando, conversando, por que nós resolvemosque deveríamos estender o mais que pudéssemos o sono, porque a pacienteestava muito consciente. E foi feito." Uma das repórteres perguntou se apaciente sabia e havia concordado com o procedimento. A resposta foi aseguinte: "Ela sabia que não podia mais ser operada, mas não sabia que iareceber o "M1". Quem decidiu isso foi a família.”

Rio de janeiro – Brasil: Hospital Salgado Filho, no Rio de Janeiro, pelo auxiliar de

enfermagem Edson Isidoro Guimarâes, em 1999.

Ele afirmava que fazia isto por compaixão, para aliviar osofrimento dos pacientes, que podiam ser jovens ou velhos. Ométodo utilizado consistia na injeção de cloreto de potássio ouno desligamento do equipamento que fornecia oxigênio aospacientes. Foram apuradas 153 ocorrências deste tipo em seusplantões, com as mortes ocorrendo entre as duas e as quatrohoras da manhã. Destas, quatro foram comprovadas e assumidaspelo auxiliar de enfermagem, que foi julgado e condenado a 76anos de prisão, em 19/02/2000. A sua pena já foi reduzida duasvezes, primeiro para 69 anos e depois para 31 anos e oito meses.Havia o envolvimento de empresas funerárias que pagaram entre40 e 60 dólares norte-americanos por paciente encaminhado.

Comoriência

Do que trata a comoriência?

CC/02, art. 8o: Se dois ou maisindivíduos falecerem na mesmaocasião, não se podendo averiguarse algum dos comorientes precedeuaos outros, presumir-se-ãosimultaneamente mortos.

Qual a consequência do reconhecimento

da comoriência?

Na sucessão há implicação, pois:

impede a transmissão de qualquerdireito entre as pessoas comorientes;

impede o recebimento daindenização securitária;

Há alguma implicação na morte simultânea de pessoas que não possuem vínculo?

Há necessidade de provar ou não a comoriência?

Pode-se dizer da ocorrência de

comoriência de pessoas em diferentes locais?

AUSÊNCIA COMO MORTE PRESUMIDA

CC/02, art. 22: Desaparecendo umapessoa do seu domicílio sem dela havernotícia, se não houver deixadorepresentante ou procurador a quemcaiba administrar-lhe os bens, o juiz, arequerimento de qualquer interessadoou do Ministério Público, declarará aausência, e nomear-lhe-á curador.

Há necessidade de declaração judicial?

Procedimento estádescrito nos arts. 1.159 a1.169 do Código deProcesso Civil.

Morte Presumida

Curatela dos bens do ausente

(CC/02, arts. 22 a 25)

Sucessão provisória

(CC/02, arts. 26 a 36)

Sucessão definitiva

(CC/02, arts. 37 a 39)

1ª FASECuratela dos bens do ausente

A quem compete o pedido de abertura?

1ª FASECuratela dos bens do ausente

CPC/73, art. 988: Tem, contudo, legitimidade concorrente: I - o cônjuge supérstite;

II - o herdeiro;

III - o legatário;

IV - o testamenteiro;

V - o cessionário do herdeiro ou do legatário;

VI - o credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança;

VII - o síndico da falência do herdeiro, do legatário, do autorda herança ou do cônjuge supérstite;

VIII - o Ministério Público, havendo herdeiros incapazes;

IX - a Fazenda Pública, quando tiver interesse.

1ª FASECuratela dos bens do ausente

Qual deve ser o prazo de desaparecimento?

1ª FASECuratela dos bens do ausente

Não há!

1ª FASECuratela dos bens do ausente

Procedimento

Arrecadação dos bens do ausente(CPC/73, art. 1.160)

Publicação de editais por um, a cada doismeses (CPC/73, art. 1.161)

Nomeação de curador (CC/02, art. 25)

Companheira pode ser nomeada?

1ª FASECuratela dos bens do ausente

Enunciado nº 97 CJF:

No que tange à tutela especial à família,devem ser estendidas as regras do CódigoCivil que se referem apenas ao cônjuge àsituação jurídica que envolve ocompanheirismo, como, por exemplo, nahipótese de nomeação de curador dos bensdo ausente (art. 25 do Código Civil).

2ª FaseSucessão Provisória

CC/02, art. 26: Decorrido um ano daarrecadação dos bens do ausente, ou, seele deixou representante ou procurador,em se passando três anos, poderão osinteressados requerer que se declare aausência e se abra provisoriamente asucessão.

2ª FaseSucessão Provisória

Legitimados, no art. 27 do CC/02:

Para o efeito previsto no artigo anterior, somente seconsideram interessados:

I - o cônjuge não separado judicialmente;

II - os herdeiros presumidos, legítimos outestamentários;

III - os que tiverem sobre os bens do ausente direitodependente de sua morte;

IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.

2ª FaseSucessão Provisória

CC/02, art. 28: A sentença que determinar aabertura da sucessão provisória só produziráefeito cento e oitenta dias depois depublicada pela imprensa; mas, logo quepasse em julgado, proceder-se-á à aberturado testamento, se houver, e ao inventário epartilha dos bens, como se o ausente fossefalecido.

3ª FaseSucessão Definitiva

CC/02, art. 37: Dez anos depois de passadaem julgado a sentença que concede a aberturada sucessão provisória, poderão osinteressados requerer a sucessão definitiva e olevantamento das cauções prestadas.

CC/02, art. 38: Pode-se requerer a sucessãodefinitiva, também, provando-se que o ausenteconta oitenta anos de idade, e que de cincodatam as últimas notícias dele.

Reaparecimento

O que ocorre quando do

reaparecimento do ausente?

1ª Fase: Nada ocorre

2ª Fase: Receberá os bens no estado emque deixou

3ª Fase: Receberá os bens no estado emque se encontram

Depois: não terá mais direito sobre osbens

O que ocorre com o casamento do desaparecido?

E se reaparece, como fica o casamento?

E se o cônjuge já se casou com outra pessoa?

CC/02, art. 1.571: Asociedade conjugaltermina: I - pela mortede um dos cônjuges;

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