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ÁREA TEMÁTICA:
Inovação e sustentabilidade
TÍTULO:
INOVAÇÃO EM NEGÓCIOS: ESTUDO DE CASO FOCALIZANDO
EMPREENDIMENTOS NO RAMO DO COMÉRCIO FARMACÊUTICO
Noemy Witt Ferreira
Universidade Federal de Rondônia
noemywitt@yahoo.com.br
Flávio de São Pedro Filho
Universidade Federal de Rondônia
flavi1954@gmail.com
RESUMO
A inovação, a tecnologia e o conhecimento formam a trilogia de impacto em apoio aos
desafios advindos da incerteza, ou o motor essencial para o sucesso dos negócios. Apanhado
apriorístico indica que alguns ramos de atividade situam-se entre a pressão da mudança e o
crivo de suas próprias limitações, como a rigidez de mercado, padronização de serviços
ofertados, impossibilidade de variações no custeio, e inexperiência para enfrentar os desafios.
A evidência ensejou indagar a forma de gerenciamento neste ambiente sob constante
inovação, e questionar as garantias pela sua competitividade. Na tentativa de uma resposta no
campo da Ciência da Administração, com base na Teoria da Contingência, foi efetuada uma
pesquisa de natureza qualitativa, com abordagem fenomenológica e descritiva, utilizando o
Método do Estudo de Caso e os procedimentos usuais a este, envolvendo o grupo de foco
composto pelos gestores e seus colaboradores no ramo comercial farmacêutico em uma
municipalidade rondoniense. O resultado indica que estes empreendimentos vêm sendo
gerenciados pelo seu fundador de forma empírica, experimentando agilidades que são
aportadas nesta tarefa. O sucesso decorre das oportunidades predominantes na restrita
competitividade graças à experiência de cada um. Entretanto, estas características
empreendedoras não se revelam suficientes e muito menos deveriam eles se basear
exclusivamente no passado para enfrentar estrategicamente os desafios futuros, o que impõe
as recomendações de ajustes estruturais como os apontados nesta tarefa, originados dos
conceitos de inovação, mediados por conhecimento e tecnologia de gestão. A expectativa
deste estudo é melhorar o conceito dos interessados pela criatividade nos negócios.
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PALAVRAS-CHAVE: Administração. Gestão. Inovação. Conhecimento. Tecnologia.
1 INTRODUÇÃO
A idéia de empreender um negócio próprio e administrá-lo pessoalmente seduz muitas
pessoas, que passam a desenhar expectativa de uma oportunidade de risco na tarefa difícil de
ultrapassar o impossível. Um dos negócios que fascina é o ramo farmacêutico comercial, que
é focalizado neste trabalho. O fato permite estudo empírico, com abordagem gerencial e foco
na inovação de negócio como nesta tarefa, apoiado pela Ciência Gerencial. No Município de
Cacoal, Estado de Rondônia (Brasil), existem cinqüenta e quatro farmácias; estas exercem um
importante papel na economia por gerar emprego e renda e por atender ao interesse de
milhares de consumidores de remédios industrializados. Alguns destes estabelecimentos
farmacêuticos estão inseridos no mercado há mais de vinte anos e conseguiram alcançar
sucesso. Mesmo diante de um setor tão competitivo, alguns empreendedores permanecem no
mercado com perspectiva de crescimento.
Seguindo preceito inserido na Abordagem Contingencial da Administração em
Chiavenato (2004), os objetivos são resultados futuros pretendidos pela organização; são
alvos escolhidos na expectativa de serem alcançados dentro de um espaço de tempo. O fato é
que a sociedade está cada vez mais exigente e o ambiente mais competitivo. Várias empresas
iniciam as suas atividades e simplesmente as encerram seguindo uma dinâmica ímpar.
Enquanto isso, os gestores têm dificuldade em selecionar estratégias ou de adotar meios para
viabilizar o negócio. Estudos introdutórios levantados em fontes diversas permitem afirmar
que o ambiente competitivo em que está inserida a atividade econômica ora tratada exige
diversas habilidades, dentre elas está a de liderança no mercado. Aqui o aprendizado do gestor
no setor farmacêutico será a ferramenta de sucesso útil para o desenvolvimento
organizacional. Não há como negar que, em face do considerado, o gerente passará a obter
avidez para a gestão estratégica e a dominar ações em favor da qualidade, e com isso
alcançando a satisfação dos consumidores e trazendo possibilidades de sucesso nos seus
negócios.
Para o preparo desta tarefa considerou-se a problematização do objeto. O apanhado
introdutório permite confirmar alguns elementos válidos para uma pesquisa no ramo de
farmácias e drogarias, ensejando questionamento cuja resposta poderá contribuir com a
Administração deste tipo de atividade. As farmácias em Cacoal oferecem ampla variedade de
produtos e desfrutam de certa vantagem competitiva proporcionada pela compra em larga
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escala, mas também enfrentam uma política agressiva de preços controlados pelo governo. A
maioria destes proprietários atua sem um posicionamento gerencial estratégico, carecendo de
criatividade para novos serviços, diversificação para um mix mercadológico e simulação de
tendência pela competitividade. Na busca por inovação na gestão de negócios, as
organizações farmacêuticas comerciais e seus gestores lidam sob constante mudança e
dinâmica em desafios, além de enfrentar a resistência dos envolvidos na busca de novos
conceitos. Diante do exposto surge uma questão de pesquisa: Como lidar com a constante
inovação e permanecer na competitividade? Como objetivo geral se propõe estudar os fatores
da competitividade que influenciaram a inovação estratégica no empreendimento do setor
farmacêutico, para tanto, indica-se os objetivos específicos: identificar o comportamento dos
gestores, analisar a aplicação básica dos conceitos sobre estratégia da inovação e propor
ferramentas de gestão capazes de melhorar o negócio.
Porter (1986), ao tratar de estratégia competitiva e de diferenciação estratégica,
especifica elementos válidos para uma empresa que busca atingir seus objetivos. Uma
estratégia adequadamente elaborada pode trazer resultados extraordinários para a empresa.
Infelizmente, um grande número de gestores não tem, não sabem ou não está consciente do
poder desta ferramenta, entretanto, é muito mais difícil continuar bem sem a apreciação exata
de suas características básicas; esta é a razão por que muitas empresas estabelecidas
fracassam.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Neste compartimento será realizada uma reflexão sobre os conceitos necessários para a
aplicabilidade no estudo de caso. Seguindo a recomendação em Cavalcanti (2001), onde
mostra que para gerenciar o sistema é preciso tratar a questão como um todo, e não
isoladamente, buscou-se compor ferramentas teóricas que viessem a abranger um todo
organizacional de sucesso na via de estratégia de negócio. Esta linha de entendimento
fundamentou-se no comportamento de gestores no ambiente competitivo, propondo como
conceitos básicos para um trabalho de pesquisa os fundamentos teóricos e conceituais no
entorno da inovação de negócios no ramo farmacêutico comercial. Conceitos subsidiários
ingressam nesta tarefa para complementar o tratamento circular do objeto a ser pesquisado.
Para o preparo desta tarefa considerou-se a Teoria da Contingência, com a sua
abordagem envolvendo inovação em negócios para enfrentar a competitividade em um ramo
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especifico de atividade. Esta Teoria, segundo Chiavenato (2004), surgiu a partir de várias
pesquisas feitas para verificar os modelos de estruturas organizacionais mais eficazes. E ela
enfatiza que não há nada de absoluto nas organizações, mas que tudo é relativo, e vem para
marcar uma nova etapa, pois apresenta uma abordagem variada e coerente para análise da
estrutura organizacional. Além disso, indica que a organização é formada de subsistemas,
destaca o significado de contingência como sendo algo incerto podendo acontecer ou não. A
Teoria da Contingência busca interação com outras teorias da administração complementando
com suas contribuições para complexidades envolvendo tarefas, estrutura, pessoas, tecnologia
e ambiente. Ela também enfoca as organizações no contexto do ambiente como fator principal
da sua estrutura para que se mobilizem esforços capazes de fortalecer a organização diante de
oportunidades ou ameaças.
2.1 COMPORTAMENTO GERENCIAL E EMPREENDEDORISMO
Conforme Aurélio (1998), o comportamento dos indivíduos é motivado pela razão ou
emoção. No contexto empresarial não é diferente, pois as pessoas reagem a estímulos para
agir nos negócios. Compreender o comportamento do gestor é a forma ideal para interpretar
as suas ações e reações, inclusive os seus motivadores. Estudos levantados indicam que as
atitudes geralmente vêm impregnadas de fatores que influenciam no operacional do ser
humano, como a cultura, o papel social, a experiência de vida, a personalidade o que pode
explicar as expectativas relacionadas ao empreendimento. Tanto que Skinner (2003) trata
sobre os reforços que estimulam o comportamento numa relação de estímulo e resposta que
podem ser transportados para o ambiente empresarial.
Chiavenato (2004) aconselha que o gestor conheça a estrutura e a dinâmica dos grupos
e indivíduos dentro da organização com o ensejo de alcançar os objetivos por meio da
coordenação de seus esforços. Com a globalização, e as constantes mudanças as empresas
estão cada vez mais baseadas na interação, na inovação, no aprendizado contínuo, no trabalho
em equipe, na busca pela autonomia, pois a necessidade de auto-realização é constante. As
novas estruturas estão cada vez mais flexíveis e enxutas. O comportamento do indivíduo na
empresa é um elemento de primordial importância, desde que ocorra comprometimento com o
negócio sob a sua responsabilidade. As organizações só alcançam seus objetivos através do
envolvimento de sua equipe, onde coordenam seus esforços a fim de alcançar algo que
individualmente jamais conseguiriam.
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Dolabela (2000) enfatiza que o empreendedorismo é um fenômeno cultural. Estudos
mostram que, para um empreendimento obter sucesso, é necessário uma série de atributos e
comportamentos por parte dos empreendedores. É por meio da criatividade que o
empreendedor promove o desenvolvimento de novas idéias aplicando-as de maneira prática e
trazendo inovação para os negócios. Assim, portanto entende-se que empreendedorismo é
pensar, planejar e agir de forma que os objetivos sejam alcançados. Tanto que Bhide (2002),
afirma que os empreendedores desejosos em incrementar os seus negócios arriscam no ensejo
de alcançar seus objetivos. Geralmente definem seus objetivos, por intermédio de recursos
disponíveis de forma criativa, formulando perspectivas de ter lucros enquanto gerenciam os
riscos e as ameaça de fracasso. Portanto, pode-se perceber nas definições de diversos autores
que existem alguns pontos em comum, como a iniciativa, criatividade, liderança, capacidade
de correr riscos, comprometimento, busca por qualidade, eficiência, persistência,
autoconfiança, identificação de oportunidades, capacidade de desenvolver uma visão, saber
persuadir quando necessário, acreditar no poder de colocar a sorte a seu favor e, enfim, busca
pela transformação de sonhos em realidade.
2.2 ESTRATÉGIA DE NEGÓCIO E INOVAÇÃO
De acordo com Sun Tzu (2008) é nas diversas situações, previstas ou não, que se
encontra o inimigo, oportunizando em cada caso uma nova experiência, e por conseqüência,
que se inicia um novo aprendizado. Para este estrategista clássico, não se deve desprezar uma
pequena vantagem, mas sim aproveitar a circunstância que lhe possa ser útil, estar sempre
atento a tudo o que vê e ouve, visando adquirir conhecimentos necessários para conduzir ao
sucesso. Ainda de acordo com o mesmo autor, a empresa é em certos aspectos como a guerra.
Para ele, se a estratégia adotada for correta, muito erro tático pode ser cometido e a empresa
ainda sairá vitoriosa. Este apanhado leva à interpretação de que a estratégia é uma ferramenta
de ação e não é, evidentemente, o único fator determinante no sucesso ou fracasso de uma
empresa, pois, a competência de seus gestores é tão importante quanto à estratégia.
Pesquisa aleatória permite registrar que autores diversos mencionam: que a estratégia
cuida de como se deve lutar, usando-a para vencer batalha; entretanto, deve-se levar em
consideração que, no contexto empresarial, estas batalhas e os inimigos em guerra nem
sempre estão claros. Assim, é fundamental estar atento para não ser tomado de surpresa. Desta
forma, a estratégia empresarial corresponde ao conjunto de atividades desempenhadas por
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uma organização que busca a máxima eficiência para alcançar seus objetivos. Estas atividades
devem fazer parte de um processo contínuo, de forma que a organização esteja sempre
integrada com o ambiente, tendo em vista estar em constante transformação. Por isso exige-se
das empresas manobras táticas importantes para que as metas sejam alcançadas, trabalhando
de forma que possa oferecer preços mais baixos, como forma de ganhar a competitividade
frente a seus concorrentes. Tanto que Ansoff (1990) adverte que quando, na guerra, a munição
acaba, deve-se continuar atirando para que o inimigo não descubra que há falta de munição, o
que demonstra a importância da estratégia, mesma aquela de ordem moral. Para o mesmo
autor a aplicação da análise SWOT permite sistematizar todas as informações disponíveis e
assegurar uma leitura transparente do ambiente de “batalha” para tomar uma decisão
equilibrada, podendo ponderar sobre os pontos fortes e pontos fracos riscos e oportunidades.
Oliveira (1991) mostra qual destino deve-se dar à empresa e como estabelecê-lo. Para
o autor, um dos procedimentos mais significativos no processo estratégico é a escolha da
estratégia, valorizando as decisões que melhor interagem entre a empresa e o ambiente em
que está inserida. Aqui ele evoca a detecção de riscos e oportunidades, podendo traçar o
destino do empreendimento. Nesta pesquisa a situação é tratada como uma ferramenta básica
na construção de estratégia competitiva. Esta visão do autor não contradiz Bethlem (2001) ao
avaliar uma estratégia válida. Para este, quando se alcança resultados em parâmetros
próximos do desejado, então os esforços estratégicos são considerados promissores.
Inobstante, ambos os autores se voltam para o processo decisório como um atributo racional
para a eficiência estratégica.
Chiavenato (2004), além de definir a estratégia como um recurso genérico e global
para alcançar objetivos, ele aproxima-se de outros autores ao focalizar a estratégia como um
desafio complexo, dinâmico e vital, cujo erro poderá trazer vantagem para a concorrência; daí
a necessidade de análise prévia dos gestores para desenhar com cautela o comportamento da
empresa e dos envolvidos nos seus diversos processos, de modo a subsidiar a construção de
um modelo de estratégia. Através do planejamento estratégico o administrador define a
estratégia, efetua diagnósticos de situações, dimensiona recursos, planeja sua aplicação,
resolve problemas, gera inovação e competitividade, na forma interpretada pelo autor.
Cunha (1997) afirma que, na busca constante por novos negócios, o empreendedor
imagina, planeja e trabalha as boas idéias para torná-las um fato concreto de sucesso,
buscando conhecimento para que seja duradouro. É nesta busca incessante que novos
negócios surgem e os gestores vão tendo a certeza da importância do planejamento para a
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longevidade da empresa. Tanto que para Drucker (1986), os empreendedores usam a inovação
como instrumento específico para explorar a mudança como uma oportunidade, um novo
negócio ou um novo serviço. Este autor chega a afirmar que inovação contempla os recursos
com a nova capacidade de criar riquezas. A capacidade de gerar e absorver inovações vêm
sendo considerado importante, podendo gerar crescimento da eficiência técnica, aumentando
a produtividade, diminuindo os custos, trazendo qualidade para tornar-se mais competitivo.
Há algum tempo a concorrência era com empresas locais, depois passou à regional, estadual e
hoje a competição é global, independente do ramo de atuação na forma interpretada por
diversos autores.
2.3 CRIATIVIDADE, CONHECIMENTO, GESTÃO, COMPETITIVIDADE E
QUALIDADE EM NEGÓCIOS
Para Chiavenato (2004), través da criatividade é que se desenvolvem respostas para
problemas ou oportunidades do momento. A criatividade não se resume em criar algo novo,
uma nova idéia, um produto novo, um novo método ou a solução de um problema; é também
perceber que se pode mudar algo. Assim, não é preciso uma grande idéia, mas, sim, uma idéia
de um bom resultado. Para o desenvolvimento da criatividade é preciso abandonar a zona de
conforto e libertar os bloqueios que impedem o uso da capacidade mental. Não resta dúvida
que, para se alcançar a sucesso através de um método, é fundamental envolver os atores,
conforme recomenda Chiavenato (2004).
Segundo Senge (1999), com o mundo globalizado o conhecimento é fundamental para
as organizações que estão aprendendo, pois a troca de informações entre seus integrantes gera
um efeito coordenado na execução de suas tarefas. Esta reflexão do autor é corroborada por
Sleight (2000); este registra que, com a economia globalizada a organização precisa fazer uso
das ferramentas do mundo moderno como para poder enfrentar os seus competidores.
Portanto, as constantes mudanças tecnológicas e um ambiente mutável, onde se busca a
competitividade, os gestores devem estar atentos aos resultados, buscando a sobrevivência da
organização. O conhecimento é cada vez mais necessário, pois é por meio desta ferramenta
que o caminho para inovação torna-se mais fácil O compartilhar conhecimento entre as
pessoas traz melhorias para a organização na forma interpretada pelo autor.
Existem ferramentas de gestão que auxiliam no alcance dos resultados, podendo ser
usadas desde o nível operacional até o nível mais alto da organização. É como assegura
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Chiavenato (2004), segundo o qual a gestão é um resultado da aplicação destas ferramentas, e
não um esforço através de iniciativas que produzem efeitos. O gestor deve colocar-se como
líder da sua equipe estabelecendo metas, pois é a competência do gestor que traz o
desenvolvimento da organização, podendo usar o seu capital intelectual como uma estratégia
central para desenvolver a competitividade. Segundo esse mesmo autor, o processo da
globalização permitiu um significativo aumento no relacionamento entre empresa e cliente,
ampliando a capacidade da organização para oferecer produtos e serviços de acordo com as
necessidades e expectativas do mercado, conseqüentemente, trazendo satisfação e soluções
inovadoras para o cliente.
Busca efetuada no site da (ANVISA) Agência Nacional de Vigilância Sanitária
indicou que farmácias e drogarias são estabelecimentos de prestação de serviços farmacêutico
de interesse público e/ou privado articulada ao Sistema Único de Saúde destinada a prestar
assistência farmacêutica e orientação sanitária individual ou coletiva onde se processa a
manipulação e/ou dispensação de produtos e correlatos com finalidade curativa, paliativa,
estética ou para fins de diagnósticos. O comércio no qual estão inseridas possui algumas
peculiaridades em relação aos demais ramos de comércio. Por isso, apresentam desafios e
oportunidades, além de serem responsáveis pela distribuição e abastecimento de
medicamentos e produtos de higiene e beleza para a população, tem como prioridade a
responsabilidade com a saúde pública e geração emprego.
Outra pesquisa efetuada no site da ANABEL - Associação Nacional do Comércio de
Artigos Pessoal e Beleza (2010) apontou que 69% das pessoas na terceira idade são as
principais responsáveis pelo orçamento familiar. Na classe D, esse percentual chega a 77% e,
na classe C, a 68%, e ainda de acordo com esta pesquisa 93% dos brasileiros com mais de 60
anos tem renda própria, embora apenas 22% exercem alguma atividade remunerada, ainda
segundo este mesmo site, a Organização Mundial de Saúde estima que até dois mil e vinte e
cinco o Brasil terá 40% da população idosa da América Latina e será o sexto país com maior
número de idosos do mundo. Outro grupo a ser lembrado aqui é Geração “Y” “Z”, pois de
acordo com Heleno (2010) estudo realizado pelo InterScience, apontou que em 2003 apenas
8% das crianças influenciavam seus pais na decisão de compra, hoje são 49 % e segundo o
mesmo estudo daqui a dez anos este índice será de 82%.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
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Para estudar os aspectos da estratégia de negócio e inovação no ramo farmacêutico,
foram utilizados os procedimentos técnicos de uma pesquisa bibliográfica, documental e o
levantamento dos dados que, segundo Cervo e Bervian (2002) é a interrogação direta das
pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. O procedimento pelos quais o método foi
desenvolvido deu-se através da aplicação de questionários, o mesmo foi realizado a partir de
perguntas dirigidas aos gestores e sócios-proprietários por escrito, com objetivo de conhecer
as respostas que foram necessárias para concretizar esta pesquisa.
O método dedutivo foi o considerado para desenvolvimento do trabalho ora proposto,
que parte do geral para o particular A abordagem foi qualitativa, porém quando possível às
informações coletadas foram transformadas em gráficos, há uma abordagem quantitativa
operacionalizando-se as percepções do agente pesquisador com os estudos teóricos. Tratou-se
de uma pesquisa descritivo-exploratória, por descrever e identificar comportamento dos
gestores e, por estar interessada em descobrir os fatos, procurando escrevê-los para interpretá-
los com a finalidade de propor ferramentas de gestão capazes de melhorar o negócio.
Utilizou-se o método de pesquisa bibliográfica, para elaborar o referencial teórico,
também foram adotados alguns procedimentos, que neste trabalho, encontram-se estruturado
da seguinte forma: primeiramente a busca por materiais, com finalidade de levantar parte da
bibliografia que desse sustentação à pesquisa através de livros, revistas, sites, etc. O momento
seguinte caracterizou-se pela leitura e escolha das teorias, após a realização de uma leitura
prévia dos materiais coletados, foram selecionados alguns conceitos e teorias julgadas
adequadas para a elaboração do mesmo. Dentre os quais foram escolhidos conteúdos
responsáveis em orientar futuros empreendedores do ramo farmacêutico na questão gerencial
estratégica e inovação, com base na Teoria da Contingência, que consiste em tratar as teorias
e conceitos de acordo com os objetivos da tarefa proposta para viabilizar a elaboração do
estudo de caso.
Foi efetuada intervenção em quatro farmácias no Município em Cacoal, Estado de
Rondônia (Brasil). O critério de seleção dos estabelecimentos pesquisados foi aos que estão
há mais de vinte anos no mercado e sendo gerenciadas por seu fundador. A escolha dos
gestores foi em razão do papel decisório que exercem no estabelecimento farmacêutico; os
sócios-proprietários foram escolhidos por exercerem significativa influência na tomada de
decisão. As visitas às empresas pesquisadas deram-se por meio de contato prévio com os
gestores para entrega do termo de consentimento, as visitas foram estabelecidas em busca da
coleta de dados, através de questionários contendo quatorze questões de múltipla escolha
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entregues para quatro gerentes e quatro gestores sócio-proprietário fundador que responderam
e devolveram dois dias após a entrega. O período de relação com os envolvidos foi em
setembro de 2010.
O conjunto de atores que participaram dessa investigação foi composto por indivíduos
do sexo masculino e feminino e na faixa etária de 18 a 50 anos. Ele também foi estudado de
acordo com a educação formal e outros elementos que os identificavam na relação com o
negócio farmacêutico. Desta sorte, foram identificados os atores de A1 a A8 e os
estabelecimentos por A, B, C e D, que se manifestaram mediante instrumentos aplicados ao
longo dos procedimentos do trabalho investigativo, isso após a obtenção do formal Termo de
Consentimento Informado. Os resultados das informações coletados foram tabulados,
graficados, analisados, criticados a fim de expressar de forma clara as informações adquiridas
com a aplicação dos questionários, o relatório correspondente inserido na conclusão da tarefa
ora proposta. A conclusão foi formulada de acordo com que foi tratado, bem como as
sugestões propostas para possíveis melhorias das empresas no que se refere ao tema desta
pesquisa.
A identificação de um grupo de foco visa, em pesquisa aplicada no eixo das ciências
sociais, a validação dos resultados obtidos, como vem sendo recomendado por Serra et. al
(2010) e em Pedro Filho (2009). Estes autores tratam da validação e da ética da pesquisa em
Administração; a sua lógica é buscar a confluência entre os resultados e a verdade que afirme
ou negue o produto obtido no universo pesquisado, em face do subjetivismo influenciador do
método do estudo de caso, impondo a aferição como se procede nas perícias em geral.
4 RESULTADOS E ANÁLISE
Foi constatado neste processo de identificação comportamental que os
empreendimentos pesquisados possuem nos seus quadros indivíduos com a faixa etária
diretamente vinculada a um período consistente de aprendizado e maturidade para a gestão do
negócio. Assim, detectou-se que os indivíduos na faixa etária acima de trinta e seis anos estão
gerenciando empreendimentos com características em comum; por outro lado, indivíduos
situados na faixa etária entre dezoito e trinta e seis anos, estão atuando de forma bem
diversificada com relação ao desempenho. Registre-se que os primeiros possuem domínio,
desenvoltura, visão, segurança nas decisões e habilidade no trato com os clientes. O resultado
analítico se encontra no primeiro sub-tópico adiante.
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Em face do identificado e tendo em vista o foco Teórico Conceitual, foi possível uma
análise sobre o que se considera da moderna gestão estratégica. Ela implica como a estratégia
é aplicada para alcançar os objetivos. As organizações de hoje lidam com uma economia
consistente na inovação tecnológica diuturna sob uma dinâmica de informações em ritmo
acelerado. Este advento reforça a tese de que a capacidade de inovar, como é reconhecida por
diversos autores, é uma das principais ferramentas da vantagem competitiva. Uma análise
sobre o papel do moderno gestor aponta que o Grupo de Foco se preocupa com o processo
administrativo confluente, com base no planejamento, na decisão e no controle, tomando este
como principal via do sucesso dos negócios, e o resultado esta sendo tratado no segundo sub-
tópico abaixo.
As mudanças constantes no ambiente empresarial exigem a construção e elaboração de
ferramentas administrativas que proporcionem informações e contemplem os gestores para a
tomada de decisão. No contexto desta tarefa buscou-se em Serra et al (2010) um suporte
aplicativo oriundo do campo teórico para o prático. Aqui, o conceito resultará na proposição
de ferramentas. Esta é a contribuição do referido autor para esse estudo de caso que envolve
quatro empresas; são referências estratégicas críveis em quatro outros diferentes autores,
adicionadas como válidas para uma possível seleção em apoio ao processo decisório, cujo
resultado crítico esta sendo apresentado no terceiro sub-tópico que segue.
4.1 IDENTIFICAÇÃO DO COMPORTAMENTO DOS GESTORES NO RAMO
PESQUISADO
A maioria dos indicativos comportamentais não se observa na faixa etária mais jovem
consultada; estes se colocam como subordinados às decisões dos mais experientes e com mais
idade, revelando inclusive, subserviência, insegurança e falta de domínio no ato gerencial,
além de exibir um paradoxo se for considerada a necessidade de uma possível substituição,
como nos casos de licença, férias ou outra ocorrência. Registrou-se, ademais, que a
centralização do poder decisório é uma característica marcante em dois gestores com faixa
etária acima de quarenta e seis anos, revelando um ambiente inflexível debaixo de uma
autoridade unilateral, excludente da participação do outro, contrariando os conceitos
revelados desde Chiavenato (2004), quando revela que através das constantes mudanças as
estruturas precisam ser cada vez mais flexíveis. Pôde-se constatar a predominância do poder
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exercido pelo individuo do sexo masculino. Com relação à formação profissional, ficou
revelado que um gestor é graduado em administração e outro graduado e especializado em
farmácia. Todavia, também se constatou que um possui apenas o ensino fundamental e cinco
somente o Ensino Médio.
A pesquisa revela que a baixa escolaridade dos gestores não vem influenciando
negativamente a ação administrativa, muito menos no processo de inovação dos negócios. Na
verdade, o processo de criatividade foi influenciado pela experiência adquirida ao longo da
sua atividade à frente do seu empreendimento, porém para Senge (1999) conhecimento é
fundamental. Intervenção no Grupo de Foco permitiu levantar que predomina certa
desenvoltura para solução de contingência (questionados sobre tal evento, esclareceram que a
competitividade do mundo moderno os incita ao saber lidar e oferecer soluções adequadas e
outras providências que resultam em credibilidade diante do concorrente, sendo a criatividade
mais uma vez trazida a contesto como sendo uma ferramenta essencial). Não há como negar a
necessidade de conhecimento que permita superar desafios e transformar realidade em
objetivos concretos, o que poderá garantir permanência em um mercado cada vez mais
competitivo, indo ao encontro de Dolabela (2000).
4.2 ANÁLISE DO CONTEXTO QUANTO A APLICAÇÃO CONCEITUAL DE
ESTRATÉGIA DE INOVAÇÃO
Dentre os pesquisados, evidenciam-se indicativos pela confiabilidade pretendida junto
aos consumidores, e a flexibilidade para negociações como forma de fidelização do cliente,
portanto, não é diferente dos conceitos de Chiavenato (2004). Segundo levantamento em
entrevistas iniciais junto aos gestores, no setor farmacêutico não é diferente do conceituado
em Chiavenato (2004) e em Cunha (1997) supra mencionados. A inovação promove um
impacto positivo na vida das pessoas, traz inúmeros benefícios à sociedade, e faz com que a
produtividade empresarial, os benefícios do crescimento econômico e a expectativa pela
qualidade de vida sejam temas atrelados às decisões gerenciais.
Os gestores das empresas pesquisadas afirmaram que buscam inovação através do seu
capital intelectual, da tecnologia, de produtos e de processos, mas é preciso estar atento às
mudanças para sobreviver à selva denominada competitividade. Ao serem questionados sobre
o conhecimento sobre estratégia de inovação todos afirmaram que possuir pouco
conhecimento. A empresa é como qualquer outra espécie; nasce, cresce e se desenvolve razão
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porque é preciso buscar meios de sobreviver diante das adversidades, visando adquirir
conhecimentos para conduzir a empresa ao sucesso e conseqüentemente à longevidade como
aconselha o estrategista Sun Tzu (2008).
A seguir, a análise quanto ao posicionamento junto ao Grupo de Foco no Gráfico 1.
Visualiza-se que os gestores das empresas “A” e “D” possuem melhor capacidade para lidar
com mudanças, enquanto que os gerentes das empresas “B” e “C” mostram-se inclinados em
adequar-se à realidade conjuntural, na forma do dispositivo teórico considerado nesta tarefa.
Gráfico 1: A capacidade gerencial em lidar com mudanças
Fonte: A Autora a partir do Grupo de Foco.
A análise dos resultados permite afirmar que a pressão por reações rápidas determina
atitudes do gestor, promovendo diferencial competitivo às mudanças; portanto, é possível que
a experiência de vida dos indivíduos influencie no processo gerencial, resultando na
insegurança do gestor, na tendência pela acomodação, retardamento decisório e outros efeitos,
com impacto na adoção dos fatores requeridos para a mudança do ambiente.
A pesquisa demonstra também o impacto da inovação sobre a produtividade da
empresa. Como demonstrado no Gráfico 2, os gestores das empresas “A”,”B” e “C”
consideram que a inovação impacta positivamente na produtividade do empreendimento; já o
gestor da empresa “D” acredita que o impacto não é significante para os negócios, enquanto
acredita ser este um fator comum para a maioria dos estabelecimentos do ramo, contrariando
os conceitos em Drucker ( 1986)
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Gráfico 2: Impacto da inovação sobre a produtividade da empresa
Fonte: A Autora a partir do Grupo de Foco.
Aprofundando a análise neste contexto e considerando a diversidade de propostas em
favor da inovação, a pesquisa detectou em formato simples de apelo que os gestores podem
encontrar no mix de produtos de higiene e beleza, especialmente aqueles que estão na moda,
uma solução inovadora para produtividade nas vendas. Outrossim, estudos sobre as normas de
funcionamento do setor permitem que as farmácias e drogarias comercializem esses tipos de
produtos induzindo a inovação deste mix, agora vinculando ao hábito cotidiano do cliente
preocupado com a saúde e também desejoso de manter a performance de beleza enquanto
trata do seu físico.O contexto teórico-conceitual enseja nesta tarefa uma análise quanto às
influências que a tecnologia impacta no cotidiano dos indivíduos. Este fato ensejou o
confronto no Grupo de Foco de modo a revelar o processo junto às organizações pesquisadas.
Como resultado, surge o Gráfico 3, apoiado no tripé tecnologia, inovação e conhecimento
como fatores de mudança mediante ação planejada.
Gráfico 3: Ferramentas de Gestão
Fonte: A Autora a partir do Grupo de Foco.
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Conforme o Gráfico 3, os gestores da empresa “A” revelaram-se convencidos de que a
tecnologia é essencial e que inovação com conhecimento é o que sustenta os seus negócios,
posicionando-se em sintonia com o foco teórico abordado nesta pesquisa. De outro lado, os
gestores das empresas “B”, “C” e “D” acreditam que apenas a criatividade e o conhecimento
são o suficiente para o sucesso dos seus resultados, contrariando o crivo teórico e conceitual
levantado nesta tarefa. Não resta dúvida que a própria competitividade irá conduzir estes três
últimos a rever seus conceitos para que possam compreender a importância da tecnologia
associada à inovação e ao conhecimento, como registra Sleight (2000), que o gestor precisa
fazer uso das ferramentas do mundo moderno.
4.3 FERRAMENTAS PROPOSTAS PARA MELHORIA NA GESTÃO DE
NEGÓCIOS
A pesquisa apontou que os atores do Grupo de Foco se sobressaem numa gestão
empírica, pois não são portadores de uma formação técnica ou científica em Administração; o
seu domínio é oriundo das experiências resultante dos seus erros e acertos aprendidos ao
longo dos anos à frente da gestão dos seus negócios, é preciso colocar em prática conceitos
registrados em Senge (1999). A ação gerencial desses atores segue precarizada pela falta de
planejamento estratégico e carência de domínio em marketing institucional. Ambos os
indicativos apropriados nesta intervenção apontam para a sua fragilidade ao enfrentar uma
concorrência, principalmente quando o opositor está filiado à rede estruturada de negócios,
que é hoje a nova tendência de mercado do ramo, indo ao encontro de diversos autores.
4.3.1 Gestão na incerteza e a ação objetiva nos negócios pesquisados
A pesquisa bibliográfica assegura que, para manter um negócio competitivo várias
ferramentas poderão ser adotadas, visando um diferencial e que teve como base Ansoff
(1990), Oliveira (1991), Bethlem (2001) e Chiavenato (2004), para escolha de estratégia de
gestão na incerteza e para incrementar ação objetiva válida nos negócios pesquisados.
O estudo tem como característica básica avaliar e determinar oportunidades de
crescimento favoráveis à Penetração de Mercado, o que será possível com a fidelização de
clientes, mediante dinâmica na exposição de produtos de maior aceitabilidade, como o
marketing direto. Para manter a liderança de mercado deve-se considerar o consumidor como
16
peça chave nesse processo, no qual se aplicará o marketing direto como forma de expor seu
mix de produtos e/ou serviços, como assegura Chiavenato (2004), podendo apostar nos
chamados não-medicamento que são os produtos e higiene pessoal e beleza, produtos voltados
para doenças crônicas, produtos e serviços para a Terceira Idade (pois, segundo o IBGE
(2007), já são quase vinte e um milhões de pessoas acima de sessenta anos; portanto existe aí
um nicho a ser explorado). O conteúdo ora tratado ingressa neste trabalho com o Quadro 1,
que expõe as ferramentas essenciais propostas.
QUADRO 1: Ferramentas de Melhorias
EMPRESA PROPOSIÇÃO OFERECIDA
A 1- Desenvolver ações voltadas para liderança de mercado; através da qualidade,
2- Enfrentar incertezas apostando nos chamados não-medicamentos, produtos de higiene
pessoal e beleza;
3-Decidir objetivamente utilizando-se de “software” e WEB.
B 1- Esquadrinhar procedimentos para penetração de mercado apostar em novidades e mix
( envolvendo doenças crônicas como diabetes e hipertensão);
2- Rever os seus processos para redirecionar recursos para o foco estratégico.
3- Considerar riscos e oportunidades monitorando o ambiente e utilizando-se de Análise
SWOT, por exemplo.
C
1- Prover estratégia essencial planejada estrategicamente;
2 -Prover meios para uma descentralização de decisões;
3- Construir novas ferramentas estratégicas com foco no poder de compra das classes sociais
“C”,”D” e “E” com foco na principalmente mulher, através de um marketing agressivo.
D
1-Incrementar a criatividade para o desenvolvimento de novos produtos, através de novas
tecnologias ou equipamentos eletrônicos para fornecer serviços ou produtos diferenciados,
apontando na terceira idade;
2-Conduzir novos métodos de ação apoiados no marketing;
3- Prover desbloqueios, desenvolvendo habilidades dos colaboradores e incentivos mediante
recompensas.
Fonte: Serra et. al (2010) adaptado pela Autora (2010)
Considere-se o Quadro 1 para expansão na via do desenvolvimento de gestão. Como os
empreendimentos oferecem o produto como prestação de serviços de atendimento ao
consumidor, incorporar a esta matriz o mix de negócio será uma estratégia clara que impacta
positivamente nas decisões de sucesso ao empreendimento. A proposta oferecida para
melhoria de gestão dos negócios, em face ao exposto acima, neste tópico, seria tomar decisões
ponderando a incerteza que envolva eventos futuros. Neste caso, deve-se considerar o
comportamento do consumidor, a reação dos concorrentes, as políticas fiscais e sociais. Além
disso, é preciso focar os novos entrantes, melhorar a gestão com fornecedores e as
confluências que estas ponderações venham requerer. Ainda seguindo a linha de pensamento
17
do autor, vê-se que a vantagem competitiva de uma empresa surge quando ela é capaz de
oferecer produtos e/ou serviços com uma qualidade maior com menor custo, pois a vantagem
competitiva representa aquilo que os consumidores estão dispostos a pagar, forçando uma
redução dos preços e exigindo uma melhor qualidade dos produtos ou serviços. Uma empresa
ganha vantagem competitiva quando suas atividades são elaboradas estrategicamente.
Existem várias formas para posicionar-se frente às mudanças, uma delas é identificar as
vantagens competitivas, criando valor para a organização aumentando a lucratividade.
4.3.2 Procedimentos, processos, riscos e oportunidades nos negócios
Para os resultados neste tópico optou-se por considerar o foco teórico especificamente
proposto em Oliveira (1991), mantendo-se os processos de planejamento, organização,
direção e controle, melhorados mediante uma estratégia cognitiva de um ambiente sob
constante mudança. Aqui, procurou-se identificar o formato adotado pelos gestores para
maximizar os acertos diante das incertezas. Para o autor, um dos procedimentos mais
importante é a escolha da estratégia; logo, deverá escolher a que melhor interagir na empresa.
O estudo aponta que geralmente o gestor decide em três ambientes: de certezas, de
riscos e de incertezas. Como resultado neste relatório de pesquisa, focou-se, mais uma vez, o
referido autor para interpretar a capacidade criativa dos gestores dos empreendimentos para a
criatividade no ambiente de incerteza. Este foco foi lançado sobre os padrões de eficiência e
os seus reflexos na inovação e tecnologia, o conhecimento para agir com os processos ora
referidos, com especial atenção aos elementos de custos para a tomada de decisão. Nesta
tarefa resolveu-se pelo ponderamento desses três constructos essenciais, levando a entender a
necessidade de atenção ao mercado, quando o tomador de decisões identificará e examinará as
forças e as fraquezas, bem como os riscos e oportunidades confluentes do ambiente externo. É
quando formulará melhorias que assegurem o desenvolvimento com sucesso do
empreendimento, indo ao encontro dos conceitos em Porter (1986).
Aqui entra a análise SWOT como a mais eficaz, uma vez que permite monitoramento,
identifica os crivos monitorados e mede as conseqüências em face da incerteza. O
levantamento efetuado mediante pesquisa bibliográfica apontou que o macro ambiente traz
variáveis demográficas, políticas, tecnológicas, legais e sociais; entretanto, é no
microambiente que estão os consumidores, concorrentes e fornecedores que influenciam a
empresa.
18
Considerando-se Oliveira (1991), através do foco teórico e conceitual, os resultados de
pesquisa apontam que os estabelecimentos alcançaram sucesso por identificarem
oportunidade mínima em um mercado altamente concorrido, atuando em um ambiente de
incertezas abruptas, comercializando produtos com preços tabelados o que por si só já traduz
riscos naquelas decisões que envolvam custos e lucro.
Outro viés a ser ponderado é a facilidade de aquisição que hoje o consumidor detém,
podendo comprar no estabelecimento da esquina ou receber em casa mediante uma
digitalização de dados pela internet ou um simples telefonema autorizativo. São situações
como essas que nem o mix resolverá em favor da vantagem competitiva. Ademais, esta
pesquisa traz um dado inusitado, de acordo com o relatório de fiscalização emitido em 2009 o
Conselho Federal de Farmácia informa que existem cerca de (setenta e nove mil) farmácias e
drogarias em todo o país, com uma proporção de loja de (uma) para cada grupo de (três mil e
duzentas) pessoas, a Organização Mundial de Saúde recomenda a proporção de (oito mil
habitantes por farmácia), portanto, esse número é excessivo, se analisar esse contexto na
cidade pesquisada que é de (nove mil oitocentos e trinta habitantes), pois foi detectado que no
universo pesquisado estão sediados cinquenta e quatro farmácias, enquanto que a Organização
Mundial de Saúde estabelece o numero de dez estabelecimentos farmacêuticos para uma
população consumidora como a deste município, porém registra-se aqui, que Cacoal é uma
cidade pólo, onde os municípios circunvizinhos utilizam os serviços de saúde e educação,
proporcionando uma melhora no comércio local.
4.3.3 Estratégia essencial, diversificação de fatores e construção de estratégia nos
negócios
Neste tópico da pesquisa será dada ênfase em Bethlem (1991). O processo de
planejamento passa por várias fases, razão porque é preciso definir planos para executá-las,
fixando políticas, diretrizes, metas para alcançar esses objetivos. Isto não vem sendo atendido
pelos atores pesquisados em face da carência da formação em Administração, como apontado
anteriormente; os gestores apresentam dificuldade para interpretar a trajetória a ser seguida
pela empresa, o que resulta na fragilidade de identificação dos alvos, o que serviria para
geração de adaptativos dos fatores necessários para a construção de estratégia. Este é um
ponto significativo que deve ser superado pelos gestores pesquisados para que possam colocar
em prática os procedimentos requeridos desde Bethlem (1991).
19
Apoiado no autor citado neste sub-tópico, a pesquisa identificou que é preciso
desenvolver métodos para identificar as ações de melhorias no desempenho dos negócios.
Identificadas tais ações, deve-se focar na estratégia de incentivo ao melhoramento e mudanças
requeridas quando a gestão do conhecimento passará a ter papel preponderante oportunidade
em que o gestor criará alternativas de provimento à descentralização. Assim, propõe-se aqui a
criação de infra-estrutura para um adequado gerenciamento, o que torna essencial a revisão
das decisões na via do crescimento qualitativo com olhar direcionado para generosa parcela
do mercado.
Segundo pesquisas no site do IBGE a classe C é a que mais gasta com produtos de
beleza, consumindo uma média de cento e vinte e dois reais/mês. Levantamento realizado
junto ao mesmo órgão revelou que esta categoria social é a que mais consome este tipo de
produtos, sendo que os indivíduos do sexo feminino dessa classe estão propensos a um
consumo maior do que as mulheres posicionadas no topo da pirâmide social. Assim, se
propõe aqui um marketing mais incisivo para esses indivíduos focando principalmente as
classes sociais “C” “D” e “E”, pois, de acordo com dados colhidos nesta pesquisa, são as mais
promissoras para o consumo.
4.3.4 Criatividade, método e desbloqueio na gestão dos negócios
Para Chiavenato (2004), um dos principais fatores para criatividade é a imaginação,
quando se transforma idéias em algo inovador que agrega valor a produto ou serviço. As
soluções inovadoras requeridas pela modernidade é o efeito da criatividade, e ela surge
resultante da ousadia modificada por ideias abstratas essenciais nos negócios. O
conhecimento e a inovação jamais foram tão imperiosos como neste milênio. Tanto que as
empresas se voltam para a inovação com o intuito de prover oportunidades. Um método pode
garantir ao gestor a realização de competências fundamentais para a competitividade.
Entretanto, é imperativo o desbloqueio dos colaboradores, o que poderá ser obtido mediante a
valorização humana. É preciso que os empreendimentos investigados adotem o sistema de
incentivos e recompensas com relação aos mesmos, e os gerentes pesquisados busquem
estratégias de assimilação por novos produtos, principalmente aqueles que atendam a uma
população de Terceira Idade, evidenciada nas pesquisas IBGE (2009).
Esta pesquisa oficial do governo revelou aumento de três anos na vida média do
consumidor brasileiro, passando de 70 para 73. Esta população vem sofrendo, como
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anteriormente já referido, doenças crônicas como diabetes e hipertensão entre outras, mas
também estão desejosos em inverter a suas reais condições, melhorando certos hábitos,
buscando os conhecidos produtos inovadores para tratamento de pele, complementos
alimentares, novos ingredientes de beleza e outros produtos que venham melhorar sua
performance física.
Para o resultado desta tarefa buscou-se em Chiavenato (2004) os elementos para
interpretar aqueles dados obtidos através de questionários. Ali, a perspectiva de inovação
mediante conhecimento poderá ser assegurada por meio de treinamento e capacitação dos
colaboradores, promovendo-lhes a flexibilidade e a velocidade nas decisões com qualidade,
além de permitir a implantação de novos métodos e processos úteis na expansão de potenciais
nichos imprescindíveis para o crescimento dos lucros e melhoria do sistema flexível desejado
pelo cliente desejoso de novidade a cada dia.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao concluir esta tarefa foi possível evocar uma crítica do que seja uma organização
sob mutação para adaptar-se ao novo ambiente. E que também esta é uma providência
complexa, pois a inovação mediante conhecimento envolve variáveis que igualmente
modificam as características empresariais, requerendo gestores com comportamento dinâmico
para que possam acompanhar esta mutação. Através da resposta trazida aqui, foi possível
evidenciar que os objetivos desta pesquisa foram atingidos. Por meio da identificação dos
elementos comportamentais dos gestores envolvidos nos empreendimentos estudados que
revelaram atitudes e tendências, tornaram claro o seu comportamento diante de circunstâncias
no processo gerencial. O empirismo comprovado pelos gestores fundadores dos negócios
envolvidos nesta pesquisa não é suficiente para garantir uma competitividade no ramo de
negócio que vem sendo dificultado por mecanismos como os apontados neste trabalho, tais
como os preços padronizados, dificultadores para eliminação de custos e o claro excesso na
concorrência, as organizações de hoje exigem gestores qualificados que buscam através de
estratégias bem elaboradas o diferencial competitivo. Por outro lado, ao encerrar esta
pesquisa, foi possível um aprendizado inovador sobre questões desta natureza, o que também
poderá agora na via da criatividade melhorar o gerenciamento estratégico que possibilitará à
captação de mercado, impulsionar o poder de barganha, a expansão de novos nichos. É uma
demanda que exige qualificação profissional. Não resta dúvida que para imprimir uma
21
iniciativa desta natureza seja imprescindível um planejamento eficaz e o acompanhamento de
desempenho com revisão na missão empresarial e revigoramento na visão de gestor.
Por último, algumas recomendações são permitidas em decorrência do resultado
relatado neste trabalho de pesquisa. Além das ferramentas de melhorias oferecidas no Quadro
1 desta tarefa, se recomenda a assessoria de profissional graduado em Administração,
providência decisiva no momento de geração dos novos idealizadores. Recomenda-se ainda
criar uma central de compras utilizando ferramenta web, sendo interessante uma modelagem
e-procurement adaptável ao gerenciamento via internet, que poderá representar uma
ferramenta poderosa para o tipo de empreendimento pesquisado. Com este expediente se
passaria a garantir o poder de barganha junto aos fornecedores, com reflexo nos resultados e
no lucro. Quanto à mutação de mercado, recomenda-se considerar as gerações “Y” “Z”,
compostas por crianças e adolescentes, pois vêm influenciando decisivamente no
comportamento do consumidor, sendo imperativa a fidelização destes potenciais
consumidores com propostas de mix lembrado aqui. Essas são as recomendações oferecidas
no encerramento da presente tarefa.
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