regime prÓprio de previdÊncia social · constituição federal art. 24. compete à união, aos...
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RENATO BARTH PIRES
Juiz Federal
Mestre em Direito pela PUC/SP
Professor da Faculdade de Direito da PUC/SP
REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
Regimes de Previdência
RGPS – Leis nºs 8.213/91 e Lei 8.212/91. Composto pelos segurados obrigatórios efacultativos, que percebem seus benefícios através do INSS;
RPPS – Lei nº 8.112/90 e alterações. Composto pelos servidores públicos civis da União,autarquias e fundações públicas federais
RPPE e RPPM – Composto pelos servidores Estaduais e Municipais, sua normatização édada pela CF no artigo 149 § 1º c/c artigo 40 da CF, além de leis estaduais e municipais.
RPPC – Este tipo de regime pode ser aberto ou fechado:
– Aberto - quando todos têm acesso. Ex; Titulo de capitalização previdenciária doBanco do Brasil. Fiscalizadas pela SUSEP – MF;
– Fechado – quando apenas certos empregados de uma empresa tem acesso. Ex:Telos. Fiscalizada pelo MPS;
RPM – Previsto nos artigos 42 e 142 da CF
Regime Geral de Previdência Social
Constituição Federal – artigo 201
Lei nº 8.213/91 (Lei de Benefícios do RGPS)
Lei nº 8.212/91 (Lei de Custeio do RGPS)
Decreto nº 3.048/99 (Regulamento da Previdência
Social).
Instrução Normativa INSS nº 77/2015 (“Estabelece
rotinas para agilizar e uniformizar o reconhecimento de
direitos dos segurados e beneficiários da Previdência
Social”).
Regime Próprio de Previdência Social
É o foco das nossas aulas.
Previdência do servidor público da União;
Regras constitucionais aplicáveis a todos os regimes
próprios (União, Estados e Municípios).
Regras gerais sobre custeio.
Benefícios em espécie
Tópicos sobre o processo judicial no regime próprio.
Regime Próprio de Previdência Social
Premissas:
1) Fundamento constitucional diferente (arts. 201-
202 e 40), mas princípios similares (tanto gerais
quanto específicos da seguridade social – art. 194);
2) Direito à Previdência Social continua a ser um
direito social fundamental (art. 6º), inclusive quando
se trata de Regime Próprio.
Regime Próprio de Previdência Social
Constituição Federal
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre:
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á
a estabelecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a
competência suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia
da lei estadual, no que lhe for contrário.
Regime Próprio de Previdência Social
Constituição Federal
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é
assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário,
mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e
inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. [redação dada pela EC nº
41/2003].
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de
previdência social para os servidores titulares de cargos efetivos, e de mais
de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal,
ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X.
Cargo em comissão exclusivo
Art. 40.
§ 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em
lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de
emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social.
Lei nº 8.213/91:
Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas
físicas: I - como empregado:
g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a
União, Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais.
Cargo efetivo
Lei nº 8.213/91:
Art. 12. O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar da União, dos
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, bem como o das respectivas
autarquias e fundações, são excluídos do Regime Geral de Previdência
Social consubstanciado nesta Lei, desde que amparados por regime
próprio de previdência social.
§ 1º Caso o servidor ou o militar venham a exercer, concomitantemente, uma
ou mais atividades abrangidas pelo Regime Geral de Previdência Social,
tornar-se-ão segurados obrigatórios em relação a essas atividades.
§ 2º Caso o servidor ou o militar, amparados por regime próprio de previdência
social, sejam requisitados para outro órgão ou entidade cujo regime
previdenciário não permita a filiação, nessa condição, permanecerão
vinculados ao regime de origem, obedecidas as regras que cada ente
estabeleça acerca de sua contribuição.
Cargo efetivo
PREVIDENCIÁRIO E CONSTITUCIONAL. LEI ESTADUAL QUE INCLUIU NO REGIME PRÓPRIO DE
PREVIDÊNCIA SEGURADOS QUE NÃO SÃO SERVIDORES DE CARGOS EFETIVOS NA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. ART. 40 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. NECESSÁRIA VINCULAÇÃO AO
REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. 1. O art. 40 da Constituição de 1988, na redação hoje vigente
após as Emendas Constitucionais 20/98 e 41/03, enquadra como segurados dos Regimes Próprios de
Previdência Social apenas os servidores titulares de cargo efetivo na União, Estado, Distrito Federal ou
Municípios, ou em suas respectivas autarquias e fundações públicas, qualidade que não aproveita aos titulares
de serventias extrajudiciais. 2. O art. 95 da Lei Complementar 412/2008, do Estado de Santa Catarina, é
materialmente inconstitucional, por incluir como segurados obrigatórios de seu RPPS os cartorários
extrajudiciais (notários, registradores, oficiais maiores e escreventes juramentados) admitidos antes
da vigência da Lei federal 8.935/94 que, até 15/12/98 (data da promulgação da EC 20/98), não
satisfaziam os pressupostos para obter benefícios previdenciários. 3. Ação direta de
inconstitucionalidade julgada procedente, com modulação de efeitos, para assegurar o direito adquirido dos
segurados e dependentes que, até a data da publicação da ata do presente julgamento, já estivessem
recebendo benefícios previdenciários juntos ao regime próprio paranaense ou já houvessem cumprido os
requisitos necessários para obtê-los. (STF, ADI 4641, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno,
julgado em 11/03/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-067 DIVULG 09-04-2015 PUBLIC 10-04-2015)
Magistrados, membros do MP e dos Tribunais de Contas
Constituição Federal
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o
disposto no art. 40; [redação da Emenda nº 20/98].
Art. 129. [...] § 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93.
Art. 73. [...] § 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias,
prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal
de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do
art. 40.
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização,
composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem
como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
Magistrados, membros do MP e dos Tribunais de Contas
Redação original do art. 93, VI: “a aposentadoria com proventos
integrais é compulsória por invalidez ou aos setenta anos de idade, e
facultativa aos trinta anos de serviço, após cinco anos de exercício
efetivo na judicatura”;
(Portanto, admitia um regramento diferenciado para a Magistratura).
Inclusão discutida no STF:
ADI 3308, 3363, 3998, 4802 e 4803 (nenhuma delas julgadas –
Relator Ministro GILMAR MENDES – primeira ação distribuída em
2004).
Características do Regime Próprio
1) Caráter contributivo e solidário (art. 40,
“caput”);
– “Solidariedade contributiva”?
– “Prêmio por tempo de serviço”?
2) Equilíbrio financeiro e atuarial
– Reformas? Emendas 20/98, 41/2003, 47/2005,
70/2012 e 88/2015. PEC 287/2016.
Custeio do Regime Próprio
Constituição Federal
Art. 40, “caput”: “mediante contribuição do respectivo ente público, dos
servidores ativos e inativos e dos pensionistas”.
Art. 249. Com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento de
proventos de aposentadoria e pensões concedidas aos respectivos servidores
e seus dependentes, em adição aos recursos dos respectivos tesouros, a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão constituir fundos
integrados pelos recursos provenientes de contribuições e por bens, direitos e
ativos de qualquer natureza, mediante lei que disporá sobre a natureza e
administração desses fundos.
Lei nº 9.717/98
Dispõe sobre regras gerais para a organização e o funcionamento dos regimes
próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito
Federal e dá outras providências.
Principais tópicos:
Art. 1º - Regras de funcionamento e organização dos regimes próprios.
Art. 2º - Contribuição do ente público não pode ser menor do que a
contribuição do servidor ativo, bem maior do que o dobro desta.
§ 1º - Tesouros respectivos cobrem os “rombos”.
Art. 3º - Contribuição dos ativos de Estados, Municípios/DF não pode ser
menor do que dos ativos da União; contribuição dos inativos e das pensões
deve ser igual à dos ativos.
Lei nº 10.887/2004
Art. 4º A contribuição social do servidor público ativo de qualquer dos Poderes da União,
incluídas suas autarquias e fundações, para a manutenção do respectivo regime próprio
de previdência social, será de 11% (onze por cento), incidentes sobre:
I - a totalidade da base de contribuição, em se tratando de servidor que tiver ingressado no
serviço público até a data da publicação do ato de instituição do regime de previdência
complementar para os servidores públicos federais titulares de cargo efetivo e não tiver
optado por aderir a ele;
II - a parcela da base de contribuição que não exceder ao limite máximo estabelecido para
os benefícios do regime geral de previdência social, em se tratando de servidor:
a) que tiver ingressado no serviço público até a data a que se refere o inciso I e tenha
optado por aderir ao regime de previdência complementar ali referido; ou
b) que tiver ingressado no serviço público a partir da data a que se refere o inciso I,
independentemente de adesão ao regime de previdência complementar ali referido.
Lei nº 10.887/2004
Portanto, regimes contributivos diferenciados:
1) Quem ingressou antes dos sistemas de previdência complementar e optou
pelas regras anteriores, paga 11% sobre o bruto;
2) Quem ingressou depois, paga 11% só até o teto de contribuição do RGPS –
hoje R$ 5.645,80 (tem contribuição adicional no regime complementar – 6,5%
a 8,5% no Funpresp-Jud; 7,5% a 8,5% no Funpresp-Exe)
3) Quem ingressou antes, mas optou por migrar para a previdência
complementar, paga também 11% só até o teto de contribuição do RGPS (tem
contribuição adicional no regime complementar).
Lei nº 10.887/2004
Início dos sistemas de previdência complementar:
1) Para os servidores federais, com a Lei nº 12.618/2012;– Decreto nº 7.808/2012 criou o FUNPRESP-EXE (servidores do Executivo, Legislativo, ministros e
servidores do Tribunal de Contas da União); autorizado a funcionar para o Executivo pela Portaria
nº 44, de 04.02.2013, da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC). Para
o Legislativo, Portaria PREVIC nº 239, de 07.5.2013
– Resolução STF nº 496, de 25.10.2012, que criou o FUNPRESP-JUD (membros e servidores do
Poder Judiciário da União e aos ocupantes de cargos efetivos do MPU e do CNJ). Aplicável para
todo membro e servidores efetivos de todo o Judiciário Federal (inclui Tribunais Superiores, CNJ e
MPU) que ingressaram a partir de 14.10.2013.
2) Para os servidores estaduais e municipais, de acordo com as leis
respectivas;– SPPREV-COM (servidores do Estado de São Paulo que ingressaram a partir de 21.01.2013).
Migração – prazo prorrogado
Medida Provisória nº 853, de 25.9.2018:
Prorrogou até 29.3.2019 o prazo para quem quiser
migrar para as novas regras.
Vantagem? Menor contribuição e “benefício
especial” (art. 3º da Lei nº 12.618/2012).
MP 805/2017
Art. 4º A contribuição social do servidor público ativo de quaisquer dos Poderes da União,
incluídas as suas autarquias e fundações, para a manutenção do respectivo regime
próprio de previdência social, será calculada mediante a aplicação das seguintes
alíquotas: (Redação dada pela Medida Provisória nº 805, de 2017)
I - onze por cento sobre a parcela da base de contribuição cujo valor seja igual ou inferior
ao limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social -
RGPS; e (Redação dada pela Medida Provisória nº 805, de 2017)
II - quatorze por cento sobre a parcela da base de contribuição que supere o limite
máximo estabelecido para os benefícios do RGPS. (Redação dada pela Medida
Provisória nº 805, de 2017)
No STF:
EMENTA Agravo regimental no recurso extraordinário. Previdenciário. Servidor público. Contribuição
previdenciária. Alíquota progressiva. Impossibilidade. Precedentes. 1. Esta Corte já decidiu que a
instituição de alíquotas progressivas para a contribuição previdenciária dos servidores públicos ofende o
princípio da vedação à utilização de qualquer tributo com efeito de confisco (art. 150, inciso IV, da
Constituição Federal). 2. Agravo regimental não provido.
(RE 346197 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 16/10/2012, ACÓRDÃO
ELETRÔNICO DJe-222 DIVULG 09-11-2012 PUBLIC 12-11-2012)
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL – ALÍQUOTA PROGRESSIVA –
IMPOSSIBILIDADE – Consoante assentado por ambas as Turmas do Supremo, ausente previsão
constitucional expressa, revela-se inconstitucional ato instituidor de alíquotas progressivas de contribuição
destinada à seguridade social exigida de servidor público. MULTA – AGRAVO – ARTIGO 557, § 2º, DO
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Surgindo do exame do agravo o caráter manifestamente infundado,
impõe-se a aplicação da multa prevista no § 2º do artigo 557 do Código de Processo Civil.
(RE 679710 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 18/03/2014,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-065 DIVULG 01-04-2014 PUBLIC 02-04-2014)
No STF:
ADI’s 5.809, 5.812/DF, 5.822/DF, 5.827/DF, 5.828/DF, 5.834/DF, 5.839/DF,
5.847/DF, 5.848/DF, 5.849/DF, 5.854/DF, 5.861/DF e 5.864/DF
ADI 5812 (AJUFE, ANAMATRA e AMB):
http://www.ajufe.org/images/noticias/maior/AMB-Anamatra-Ajufe-STF-ADI-MP-
805-Inicial.pdf
Todas julgadas prejudicadas, por perda de objeto: A Medida Provisória nº
805/2017 perdeu a validade, por não ter sido convertida em lei no prazo
constitucional (60 dias + 60 dias).
Lei nº 10.887/2004
Base de cálculo e exclusões: § 1º.
Vantagens não incorporáveis aos proventos de aposentadoria:
RE 593.068, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, em regime de
repercussão geral:
Conclusão do julgamento em 11.10.2018:
Tese: "Não incide contribuição previdenciária sobre verba não
incorporável aos proventos de aposentadoria do servidor
público, tais como terço de férias, serviços extraordinários,
adicional noturno e adicional de insalubridade“
Contribuição de inativos e pensionistas
Breve histórico sobre as contribuições dos servidores públicos:
Antes de 1988: aposentadoria era “prêmio por tempo de serviço”, custeada
pelo Tesouro da União/Estados/Município e DF.
Constituição de 1988: manteve o caráter não contributivo;
Emenda nº 3/93: 40, § 6º: “As aposentadorias e pensões dos servidores
públicos federais serão custeadas com recursos provenientes da União e das
contribuições dos servidores, na forma da lei”.
Emenda nº 20/98: “equilíbrio financeiro e atuarial”;– Lei nº 9.783/99: contribuição de 11% sobre o total da remuneração dos ativos, inativos e
pensionistas;
– STF: ADIn nº 2.010: é inconstitucional a contribuição sobre inativos e pensionistas, já que não
autorizada pela Constituição Federal.
Emenda nº 41/2003: “Art. 40, “caput”: “mediante contribuição do respectivo
ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas”.
Contribuição de inativos e pensionistas
1. Inconstitucionalidade. Seguridade social. Servidor público. Vencimentos. Proventos de aposentadoria e pensões. Sujeição à
incidência de contribuição previdenciária. Ofensa a direito adquirido no ato de aposentadoria. Não ocorrência. Contribuição
social. Exigência patrimonial de natureza tributária. Inexistência de norma de imunidade tributária absoluta. Emenda
Constitucional nº 41/2003 (art. 4º, caput). Regra não retroativa. Incidência sobre fatos geradores ocorridos depois do início de
sua vigência. Precedentes da Corte. Inteligência dos arts. 5º, XXXVI, 146, III, 149, 150, I e III, 194, 195, caput, II e § 6º, da CF,
e art. 4º, caput, da EC nº 41/2003. No ordenamento jurídico vigente, não há norma, expressa nem sistemática, que
atribua à condição jurídico-subjetiva da aposentadoria de servidor público o efeito de lhe gerar direito subjetivo como
poder de subtrair ad aeternum a percepção dos respectivos proventos e pensões à incidência de lei tributária que,
anterior ou ulterior, os submeta à incidência de contribuição previdencial. Noutras palavras, não há, em nosso
ordenamento, nenhuma norma jurídica válida que, como efeito específico do fato jurídico da aposentadoria, lhe
imunize os proventos e as pensões, de modo absoluto, à tributação de ordem constitucional, qualquer que seja a
modalidade do tributo eleito, donde não haver, a respeito, direito adquirido com o aposentamento. 2.
Inconstitucionalidade. Ação direta. Seguridade social. Servidor público. Vencimentos. Proventos de aposentadoria e
pensões. Sujeição à incidência de contribuição previdenciária, por força de Emenda Constitucional. Ofensa a outros
direitos e garantias individuais. Não ocorrência. Contribuição social. Exigência patrimonial de natureza tributária.
Inexistência de norma de imunidade tributária absoluta. Regra não retroativa. Instrumento de atuação do Estado na
área da previdência social. Obediência aos princípios da solidariedade e do equilíbrio financeiro e atuarial, bem como
aos objetivos constitucionais de universalidade, equidade na forma de participação no custeio e diversidade da base
de financiamento [...] (ADI 3105, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Relator(a) p/ Acórdão: Min. CEZAR PELUSO, Tribunal
Pleno, julgado em 18/08/2004, DJ 18-02-2005 PP-00004 EMENT VOL-02180-02 PP-00123 RTJ VOL-00193-01 PP-00137
RDDT n. 140, 2007, p. 202-203)
Reconheceu a inconstitucionalidade apenas da criação de bases de cálculo diferenciadas entre servidores federais,
estaduais e municipais.
Abono de permanência em serviço
Art. 2º, § 5º, da Emenda nº 41/2003: valor pago ao servidor que, embora já tenha
completado os requisitos para aposentadoria, opta por permanecer em atividade.
Valor igual ao da contribuição previdenciária que incidiria sobre a remuneração do servidor
e será pago até que este complete as exigências para a aposentadoria compulsória.
Este “abono” vinha previsto, de forma um tanto diversa, no art. 3º, § 1º, da Emenda nº
20/98, e consistia, na verdade, em regra de imunidade tributária, já que determinava a
não-incidência da contribuição previdenciária sobre a remuneração dos servidores que
permanecessem em atividade, mesmo já tendo completado os requisitos para a
aposentadoria.
Lógica financeira ou orçamentária na alteração da regra, promovida pela EC nº 41/2003. A
imunidade prevista na EC nº 20/98 fazia com que nenhum valor fosse recolhido aos
cofres do RPPS; ao substituir a imunidade pelo abono, a contribuição ingressa nos cofres
do RPPS e valor do abono passa a ser pago pela Administração Pública.
Reflexões sobre as reformas
1) Sistemas complementares resolvem a questão
financeira/atuarial para o futuro; serão necessárias
reformas para os atuais servidores?
– Regras de transição proporcionais e razoáveis?
2) “Tendência” para igualar os regimes que deve ser uma
via de mão dupla (contribuição do inativo, contribuição
sem teto, FGTS, etc.).
Benefícios em espécie - premissas
1) “Tempus regit actum”;– Princípio válido no RGPS e também no Regime Próprio
– Exemplos:
– Súmula 359 do STF: “Ressalvada a revisão prevista em lei, os proventos da
inatividade regulam-se pela lei vigente ao tempo em que o militar, ou o servidor civil,
reuniu os requisitos necessários”.
– Súmula 240 do STJ: “A lei aplicável à pensão por morte previdenciária é aquela
vigente na data do óbito do segurado”.
2) Segurança jurídica, direito adquirido, proteção da
confiança ou expectativa de direito?
Princípio da segurança jurídica
– Segurança jurídica é o “conjunto de condições que tornam possível às pessoas o conhecimento antecipado e reflexivo das consequências diretas de seus atos e de seus fatos à luz da liberdade que lhes é reconhecida”.
– Exemplos: do princípio da anterioridade em matéria tributária (artigo 150, III, “b” e “c”), do princípio da irretroatividade da lei tributária (artigo 150, III, “a”), da irretroatividade da lei penal incriminadora (artigo 5º, XXXIX e XL) e do princípio da anterioridade da lei eleitoral (artigo 16 da CF e ADIn 3.685/DF, Rel. ELLEN GRACIE).
– “Previsibilidade” dos comportamentos humanos.
Princípio da segurança jurídica
– Outros exemplos: garantias relativas ao direito adquirido,
ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada (art. 5º, XXXVI, da
Constituição).
– O direito adquirido é aquele que, decorrente de um fato
ou ato praticado de acordo com a ordem jurídica, se
incorporou definitivamente à pessoa ou ao patrimônio de
seu titular.
– E se não requerer o benefício?
– A “lei” não prejudicará... E a Constituição?
– STF e o “direito adquirido a um regime jurídico” (inúmeros
precedentes)
Princípio da proteção da confiança
“Dimensão subjetiva da segurança jurídica”.
Obriga o Poder Público ao dever de respeito e tutela das expectativas que cria em razão de uma
conduta sua.
São os casos em que atos do Poder Público fazem emergir para o Administrado uma justa
expectativa quanto à permanência dos efeitos dos atos praticados. São expressões da proteção
da confiança, por exemplo, a existência de regras de transição entre regimes jurídicos, a
impossibilidade de retroação de novos entendimentos, assim como o dever de coerência do
Poder Público, impedindo mudanças caprichosas de critérios decisórios (Luís Roberto Barroso,
prefácio em ARAÚJO, Valter Shuenquener, O princípio da proteção da confiança, 2ª ed., Niteroi: Impetus,
2016, s/ p.).
CPC : "a modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou de tese adotada em
julgamento de casos repetitivos observará a necessidade de fundamentação adequada e específica,
considerando os princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia" (art.
927, § 4º).
O próprio legislador concluiu, assim, que a pacificação da jurisprudência em determinado sentido faz
nascer para o jurisdicionado uma justa expectativa de que se deve comportar nos termos já decididos.
Assim, uma revisão daquele entendimento pacificado não pode ser feito de modo a colher de surpresa o
jurisdicionado, ao contrário, deve ser cercada de todas as cautelas.
Princípio da proibição do retrocesso
O princípio da proibição do retrocesso no STF:
“Os servidores públicos, que não tinham completado os requisitos para a aposentadoria quando do advento das novas normas constitucionais, passaram a ser regidos pelo regime previdenciário estatuído na Emenda Constitucional nº 41/2003, posteriormente alterada pela Emenda Constitucional nº 47/2005” (ADI 3.504, Rel. Carmen Lúcia, DJe 09.11.2007, p. 29).
“O princípio da proibição do retrocesso impede, em tema de direitos fundamentais de caráter social, que sejam desconstituídas as conquistas já alcançadas pelo cidadão ou pela formação social em que ele vive. - A cláusula que veda o retrocesso em matéria de direitos a prestações positivas do Estado (como o direito à educação, o direito à saúde ou o direito à segurança pública, v.g.) traduz, no processo de efetivação desses direitos fundamentais individuais ou coletivos, obstáculo a que os níveis de concretização de tais prerrogativas, uma vez atingidos, venham a ser ulteriormente reduzidos ou suprimidos pelo Estado. Doutrina. Em consequência desse princípio, o Estado, após haver reconhecido os direitos prestacionais, assume o dever não só de torná-los efetivos, mas, também, se obriga, sob pena de transgressão ao texto constitucional, a preservá-los, abstendo-se de frustrar -mediante supressão total ou parcial - os direitos sociais já concretizados” (ARE 639.337 AgR, Rel. Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 15.9.2011).
Princípio da proibição do retrocesso social
STF:
1) Possibilidade de que o Poder Judiciário imponha ao Estado a obrigação de instituir Defensoria Pública
(AI 598.212 ED, Rel. Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 24.4.2014; RE 763.667 AgR, Rel. Celso de
Mello, DJe 13.12.2013);
2) Autorizar a intervenção judicial para compelir o Poder Público a ampliar e melhorar o atendimento a
gestantes em maternidades estaduais (RE 581.352 AgR, Rel. Celso de Mello, DJe 22.11.2013);
3) Assegurar a prevalência das regras do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90) sobre as da
Convenção de Varsóvia ou do Código Brasileiro de Aeronáutica, quanto às indenizações por danos
morais decorrentes de atrasos ou má prestação de serviços de transporte aéreo de passageiros (RE
251.750, Rel. p/ acórdão Carlos Britto, DJe 25.9.2009);
4) Afastar a aplicação da regra do art. 14 da Emenda nº 20/98 ao salário da licença-gestante (ADI 1.946,
Rel. Sidney Sanches, DJ 16.5.2003, p. 90).
Não admitiu a alegação: para afastar a aplicação a Lei Complementar nº 135/2010 (a “Lei da Ficha
Limpa”) - ADC nº 29/DF, Rel. Luiz Fux, DJe 29.6.2012.
Princípio da proibição do retrocesso social
PEC 287/2016 contém diversos dispositivos que representam claro retrocesso na proteção ao direito fundamental à previdência social.
Alguns exemplos (que constavam da proposta original):
Idade mínima de 65 anos para aposentadoria (homens e mulheres).
Proibição de acumular aposentadoria e pensão por morte (opção por um dos benefícios).
Aposentadoria especial: só para “condições especiais que efetivamente prejudiquem a saúde”.
Benefício assistencial: deixa de ser de 1 salário mínimo (valor será fixado em lei).
Fim da aposentadoria “especial” dos professores
Cálculo do valor das aposentadorias, etc.
Regras de transição
Mesmo que afastada a tese da proibição do retrocesso, há um direito
fundamental ao estabelecimento de regras de transição, quando se trata
de alteração constitucional das regras de previdência social, em quaisquer
dos regimes.
Mesmo que se admita a possibilidade de modificação dessas regras,
preservando apenas o direito adquirido, essa modificação deve
necessariamente vir acompanhada de regras de transição para aqueles que já
tinham uma expectativa de aquisição de direitos. Sem essas regras de
transição, haverá inequívoca afronta ao direito à segurança jurídica, que é,
vale recordar, uma cláusula pétrea (artigos 5º, “caput”, e 60, § 4º, IV, da
Constituição Federal)
Em resumo
Jurisprudência do STF bastante restritiva no tema;
Ou é direito adquirido, ou é mera expectativa de aquisição de direitos, que pode ser modificada por alteração constitucional ou legislativa futura.
STF: direito adquirido ao benefício mais vantajoso possível, nos casos em que o segurado poderia ter direito a mais de um benefício (RE 630.501, Rel. p/ acórdão Marco Aurélio, DJe 26.8.2013).
Regras de transição nas reformas?
Tema para novos estudos
Benefícios em espécie - premissas
3) Contagem recíproca de tempo de contribuição– Constituição Federal.
– Art. 201 [...]. § 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de
contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os
diversos regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios
estabelecidos em lei.
– Lei nº 8.213/91
– Art. 94. Para efeito dos benefícios previstos no Regime Geral de Previdência Social ou no serviço
público é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na atividade privada, rural e
urbana, e do tempo de contribuição ou de serviço na administração pública, hipótese em que os
diferentes sistemas de previdência social se compensarão financeiramente. § 1º A compensação
financeira será feita ao sistema a que o interessado estiver vinculado ao requerer o benefício pelos
demais sistemas, em relação aos respectivos tempos de contribuição ou de serviço, conforme
dispuser o Regulamento. § 2º Não será computado como tempo de contribuição, para efeito dos
benefícios previstos em regimes próprios de previdência social, o período em que o segurado
contribuinte individual ou facultativo tiver contribuído na forma do § 2º do art. 21 da Lei no 8.212, de
24 de julho de 1991, salvo se complementadas as contribuições na forma do § 3o do mesmo
artigo.
Benefícios em espécie - premissas
3) Contagem recíproca de tempo de contribuição
– Tema 609 do STJ: O segurado que tenha provado o desempenho de serviço rurícola
em período anterior à vigência da Lei n. 8.213/1991, embora faça jus à expedição de
certidão nesse sentido para mera averbação nos seus assentamentos, somente tem
direito ao cômputo do aludido tempo rural, no respectivo órgão público empregador,
para contagem recíproca no regime estatutário se, com a certidão de tempo de
serviço rural, acostar o comprovante de pagamento das respectivas contribuições
previdenciárias, na forma da indenização calculada conforme o dispositivo do art. 96,
IV, da Lei n. 8.213/1991.
Benefícios em espécie
Aposentadoria por invalidez permanente
Aposentadoria compulsória por idade
Aposentadorias voluntárias (por idade e tempo de contribuição)
Aposentadorias especiais
Pensão por morte
Licenças maternidade, paternidade e adoção
Licenças para tratamento de saúde (comum e acidentária)
Aposentadoria por invalidez permanente
Incapacidade laborativa permanente do agente público, declarada por junta
médica oficial (art. 186, I e § 3º da Lei nº 8.112/90).
Só é cabível se não for possível a readaptação (“é a investidura do servidor
em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que
tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção
médica” – art. 24).
Não depende de tempo mínimo de serviço público ou de contribuição.
Aposentadoria por invalidez permanente
1ª Regra – Servidor que ingressou até 31.12.2003 (data da EC nº 41/2003), que se
aposentou ou venha a se aposentar por invalidez permanente (art. 40, § 1º, I, da CF/88,
c/c EC nº 70/2012)
Tempo mínimo Não há
Cálculo do benefício Proventos integrais – calculados com base na
remuneração do cargo efetivo em que se der
a aposentadoria – quando a invalidez decorrer
de acidente em serviço, moléstia profissional
ou doença grave, contagiosa ou incurável,
especificadas em lei
Proventos proporcionais – nos demais casos
Teto do benefício Última remuneração no cargo efetivo
Reajuste Paridade com os servidores em atividade
Aposentadoria por invalidez permanente
2ª Regra – Servidor que ingressou depois de 31.12.2003 (art. 40, § 1º, I, da CF/88 – regra
permanente)
Tempo mínimo Não há
Cálculo do benefício Proventos proporcionais ao tempo de
contribuição.
Proventos integrais, calculados pela média
das contribuições, limitados à remuneração
no cargo efetivo - se a invalidez decorrer de
acidente em serviço, moléstia profissional ou
doença grave, contagiosa ou incurável,
especificadas em lei
Teto do benefício Última remuneração no cargo efetivo
Reajuste Sem paridade. Os proventos serão
reajustados na mesma data e índices dos
reajustes dos benefícios no RGPS
Lei nº 8.112/90
Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo servidor, que
se relacione, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo exercido.
Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o dano:
I - decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servidor no exercício do cargo;
II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa.
Art. 186. O servidor será aposentado:
§ 1º Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis, a que se refere o inciso I
deste artigo, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna,
cegueira posterior ao ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, doença
de Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante, espondiloartrose anquilosante,
nefropatia grave, estados avançados do mal de Paget (osteíte deformante), Síndrome de
Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e outras que a lei indicar, com base na medicina
especializada.
Rol taxativo ou exemplificativo?
CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ COM PROVENTOS INTEGRAIS. ART. 40, § 1º, I, DA CF. SUBMISSÃO AO
DISPOSTO EM LEI ORDINÁRIA. 1. O art. 40, § 1º, I, da Constituição Federal assegura
aos servidores públicos abrangidos pelo regime de previdência nele estabelecido o direito
a aposentadoria por invalidez com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. O
benefício será devido com proventos integrais quando a invalidez for decorrente de
acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, “na
forma da lei”. 2. Pertence, portanto, ao domínio normativo ordinário a definição das
doenças e moléstias que ensejam aposentadoria por invalidez com proventos integrais,
cujo rol, segundo a jurisprudência assentada pelo STF, tem natureza taxativa. 3. Recurso
extraordinário a que se dá provimento.
(RE 656860, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 21/08/2014,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-181 DIVULG 17-09-
2014 PUBLIC 18-09-2014)
Aposentadoria compulsória por idade
Art. 40, II – redação original – 70 anos, com proventos proporcionais ao tempo
de serviço;
EC 20/98 – mesma regra – art. 40, § 1º, II.
EC 88/2015:
Art. 40.
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este
artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores
fixados na forma dos §§ 3º e 17:
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco)
anos de idade, na forma de lei complementar;
Aposentadoria compulsória por idade
EC 88/2015 – alterou o ADCT:
“Art. 100. Até que entre em vigor a lei complementar de que trata o inciso II do
§ 1º do art. 40 da Constituição Federal, os Ministros do Supremo Tribunal
Federal, dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Contas da União
aposentar-se-ão, compulsoriamente, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade,
nas condições do art. 52 da Constituição Federal”.
Submeteu os Ministros a uma nova sabatina pelo Senado Federal (!).
STF: ADI 5.316: a) deferiu em parte a cautelar para sustar a expressão;
b) proibiu a aplicação do restante do art. 100 até que fosse editada a Lei
Complementar (que, no caso dos Magistrados, é de iniciativa do STF – art. 93).
c) suspendeu toda e qualquer decisão que assegure a aposentadoria aos 75
anos a qualquer servidor antes das leis complementares
Aposentadoria compulsória por idade
Lei Complementar nº 152, de 03.12.2015
Art. 2º Serão aposentados compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade:
I - os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações;
II - os membros do Poder Judiciário;
III - os membros do Ministério Público;
IV - os membros das Defensorias Públicas;
V - os membros dos Tribunais e dos Conselhos de Contas.
Parágrafo único. Aos servidores do Serviço Exterior Brasileiro, regidos pela Lei nº 11.440, de 29
de dezembro de 2006, o disposto neste artigo será aplicado progressivamente à razão de 1 (um)
ano adicional de limite para aposentadoria compulsória ao fim de cada 2 (dois) anos, a partir da
vigência desta Lei Complementar, até o limite de 75 (setenta e cinco) anos previsto no caput.
Aposentadoria compulsória por idade
1ª Regra – Servidor que preencheu os requisitos até 16.12.1998 (art. 3º da EC nº 41/2003,
c/c art. 40, II, da CF/88 – redação original)
Idade 70 anos (homem ou mulher)
Cálculo do beneficio Proventos proporcionais ao tempo de serviço
Base de cálculo Última remuneração
Reajuste Paridade com os servidores em atividade
Aposentadoria compulsória por idade
2ª Regra – Servidor que preencheu os requisitos entre 16.12.1998 e até 31.12.2003 (art. 3º
da EC nº 41/2003, c/c art. 40, 1º, II, da CF/88 – redação da Emenda nº 20/98)
Idade 70 anos (homem ou mulher)
Cálculo do beneficio Proventos proporcionais ao tempo de
contribuição
Base de cálculo Última remuneração
Reajuste Paridade com os servidores em atividade
Aposentadoria compulsória por idade
3ª Regra – Servidor que preencheu os requisitos depois de 31.12.2003 (regra permanente
– art. 40, § 1º, II, da CF – redação da EC 20/98, c/c art. 40, §§ 3º e 8º da CF – redação da
EC nº 41/2003 – e art. 40, § 1º, II, da CF – redação da EC nº 88/2015)
Idade Originalmente: 70 anos (homem ou mulher)
Hoje: 75 anos (homem ou mulher) – EC nº
88/2015, c/c LC 152/2015.
Cálculo do beneficio Proventos proporcionais ao tempo de
contribuição, com base na média aritmética
simples das maiores remunerações (80% de
todo o período contributivo – art. 1º da Lei nº
10.887/2004).
Teto do benefício Remuneração do servidor no cargo efetivo
Reajuste Sem paridade. Os proventos serão
reajustados na mesma data e índices dos
reajustes dos benefícios no RGPS
Aposentadorias voluntárias
1ª Regra – Aposentadoria voluntária integral – servidores que ingressaram e
completaram todos os requisitos antes da EC nº 20, de 16.12.1998 (art. 3º da EC nº
41/2003 – art. 40, III, da CF/88 – texto original)
Tempo de serviço
Homem 35 anos de serviço
Mulher 30 anos de serviço
Professores 30 anos de efetivo exercício em funções de
magistério, se professor; 25 anos, se
professora
Cálculo do benefício Integralidade dos proventos, com base na
última remuneração, permitida a incorporação
de vantagens pessoais
Reajuste Paridade com os servidores em atividade
Aposentadorias voluntárias
2ª Regra – Aposentadoria voluntária proporcional – servidores que ingressaram e
completaram todos os requisitos antes da EC nº 20, de 16.12.1998 (art. 3º da EC nº
41/2003 – art. 40, III, da CF/88 – texto original)
Tempo de serviço
Homem 30 anos de serviço
Mulher 25 anos de serviço
Cálculo do benefício Proporcional ao tempo de serviço
Base de cálculo Última remuneração, permitida a incorporação
de vantagens pessoais
Reajuste Paridade com os servidores em atividade
Aposentadorias voluntárias
3ª Regra – Aposentadoria voluntária por idade proporcional – servidores que
ingressaram e completaram todos os requisitos antes da EC nº 20, de 16.12.1998 (art. 3º
da EC nº 41/2003 – art. 40, III, da CF/88 – texto original)
Homem 65 anos de idade
Mulher 60 anos de idade
Cálculo do benefício Proporcional ao tempo de serviço
Base de cálculo Última remuneração, permitida a incorporação
de vantagens pessoais
Reajuste Paridade com os servidores em atividade
Aposentadorias voluntárias
4ª Regra – Aposentadoria voluntária por tempo de contribuição – servidores que ingressaram até ou
após 16.12.1998 e preencheram todos os requisitos entre 16.12.1998 e 31.12.2003 (art. 3º da EC nº
41/2003 – art. 40, § 1º, III, “a” da CF/88, com a redação da EC nº 20/98)
Requisitos básicos cumulativos
Tempo mínimo
de contribuição
Idade mínima Tempo mínimo no serviço
público
Tempo mínimo no cargo em
que se dará a
aposentadoria
Homem 35 anos 60 anos 10 anos 5 anos
Mulher 30 anos 55 anos 10 anos 5 anos
Professores: requisitos de idade e tempo de contribuição são reduzidos em 5 anos, desde que comprovem
exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino
fundamental e médio.
Cálculo do benefício Integralidade da remuneração no cargo efetivo
Teto do benefício Última remuneração no cargo efetivo
Reajuste Paridade com os servidores em atividade
Aposentadorias voluntárias
5ª Regra – Aposentadoria voluntária por idade – servidores que ingressaram até ou após 16.12.1998 e
preencheram todos os requisitos entre 16.12.1998 e 31.12.2003 (art. 3º da EC nº 41/2003 – art. 40, § 1º,
III, “a” da CF/88, com a redação da EC nº 20/98)
Requisitos básicos cumulativos
Idade mínima Tempo mínimo no serviço
público
Tempo mínimo no cargo em
que se dará a
aposentadoria
Homem 65 anos 10 anos 5 anos
Mulher 60 anos 10 anos 5 anos
Cálculo do benefício Proporcional ao tempo de contribuição com base na
remuneração do cargo efetivo
Teto do benefício Última remuneração no cargo efetivo
Reajuste Paridade com os servidores em atividade
Aposentadorias voluntárias
6ª Regra – Aposentadoria voluntária integral por tempo de contribuição – servidores que ingressaram
até 16.12.1998 e preencheram todos os requisitos entre 16.12.1998 e 31.12.2003 (Direito adquirido à
regra de transição - art. 3º da EC nº 41/2003 c/c art. 8º da EC nº 20/98)
Requisitos básicos cumulativos
Tempo mínimo de
contribuição
Pedágio* Idade mínima Tempo mínimo no cargo em
que se dará a aposentadoria
Homem 35 anos 20% 53 anos 5 anos
Mulher 30 anos 20% 48 anos 5 anos
*Pedágio: é o tempo de contribuição equivalente a 20% do período que, em 16.12.1998, faltava para atingir o tempo mínimo de
contribuição
**Professores: na apuração do tempo de serviço até 16.12.1998, deverá ser computado como acréscimo o percentual de 17%
(homem) ou 20% (mulher), desde que a aposentadoria seja calculada exclusivamente com tempo efetivo em funções de magistério.
***Magistrados, membros do MP e de Tribunal de Contas: se homem, o tempo de serviço até 16.12.1998 terá um acréscimo de 17%.
Cálculo do benefício Integralidade da remuneração no cargo efetivo
Teto do benefício Última remuneração no cargo efetivo
Reajuste Paridade com os servidores em atividade
Aposentadorias voluntárias
7ª Regra – Aposentadoria voluntária proporcional por tempo de contribuição – servidores que
ingressaram até 16.12.1998 e preencheram todos os requisitos entre 16.12.1998 e 31.12.2003 (Direito
adquirido à regra de transição - art. 3º da EC nº 41/2003 c/c art. 8º, § 1º da EC nº 20/98)
Requisitos básicos cumulativos
Tempo mínimo de
contribuição
Pedágio* Idade mínima Tempo mínimo no cargo em
que se dará a aposentadoria
Homem 30 anos 40% 53 anos 5 anos
Mulher 25 anos 40% 48 anos 5 anos
*Pedágio: é o tempo adicional de contribuição equivalente a 40% do período que, em 16.12.1998, faltava para atingir o tempo mínimo
de contribuição
Cálculo do benefício Proporcionalidade dos proventos equivalentes a 70% do
valor máximo que o servidor poderia obter, acrescido de
5% por ano de contribuição que supere o tempo de
contribuição mais o pedágio.
Teto do benefício Última remuneração no cargo efetivo
Reajuste Paridade com os servidores em atividade
Aposentadorias voluntárias
8ª Regra – Aposentadoria voluntária proporcional por tempo de contribuição – servidores que ingressaram até
16.12.1998 e preencheram todos os requisitos após 31.12.2003 (Regra de transição - art. 2º da EC nº 41/2003)
Requisitos básicos cumulativos
Tempo mínimo de
contribuição
Pedágio* Idade mínima Tempo mínimo no cargo em
que se dará a aposentadoria
Homem 35 anos 20% 53 anos 5 anos
Mulher 30 anos 20% 48 anos 5 anos
*Pedágio: é o tempo de contribuição equivalente a 20% do período que, em 16.12.1998, faltava para atingir o tempo mínimo de
contribuição
**Professores: na apuração do tempo de serviço até 16.12.1998, deverá ser computado como acréscimo o percentual de 17%
(homem) ou 20% (mulher), desde que a aposentadoria seja calculada exclusivamente com tempo efetivo em funções de magistério.
***Magistrados, membros do MP e de Tribunal de Contas: se homem, o tempo de serviço até 16.12.1998 terá um acréscimo de 17%.
Cálculo do benefício Média aritmética simples das maiores remunerações (80%
de todo o período contributivo, conforme a Lei nº
10.887/2004), com o redutor (ver quadros seguintes).
Teto do benefício Última remuneração no cargo efetivo
Reajuste Sem paridade. Os proventos serão reajustados na mesma
data e índices dos reajustes dos benefícios no RGPS
Aposentadorias voluntárias
1º Redutor para a 8ª Regra – servidor que completou os requisitos mínimos até 31.12.2005
Idade
Homem/Mulher
% a reduzir (3,5% ao ano) % a receber
53/48 24,5% 75,5%
54/49 21% 79%
55/50 17,5% 82,5%
56/51 14% 86%
57/52 10,5% 89,5%
58/53 7% 93%
59/54 3,5% 96,5%
60/55 0 100%
Aposentadorias voluntárias
2º Redutor para a 8ª Regra – servidor que completou os requisitos mínimos a partir de 01.01.2006
Idade
Homem/Mulher
% a reduzir (5% ao ano) % a receber
53/48 35% 65%
54/49 30% 70%
55/50 25% 75%
56/51 20% 80%
57/52 15% 85%
58/53 10% 90%
59/54 5% 95%
60/55 0 100%
Aposentadorias voluntárias
9ª Regra – Aposentadoria voluntária integral por tempo de contribuição – servidores que ingressaram até
16.12.1998 e preencheram todos os requisitos após 31.12.2003 (Regra de transição - art. 3º da EC nº 47/2005)
Requisitos básicos cumulativos
Tempo mínimo de
contribuição
Idade com
redutor*
Tempo
mínimo no
serviço
público
Tempo
mínimo de
carreira
Tempo mínimo no cargo em
que se dará a aposentadoria
Homem 35 anos *60 anos 25 anos 15 anos 5 anos
Mulher 30 anos *55 anos 25 anos 15 anos 5 anos
*Redutor: reduzir um ano de idade para cada ano a mais que supere o tempo mínimo de contribuição (fórmula 85/95 –
homem/mulher) – ver quadro no próximo item
Cálculo do benefício Integralidade dos proventos
Teto do benefício Teto remuneratório do serviço público
Reajuste Paridade com os servidores em atividade
Aposentadorias voluntárias
Fórmula para aplicação do redutor da 9ª Regra
Sexo H M H M H M H M H M H M
Tempo de
contribuição
35 30 36 31 37 32 38 33 39 34 40 35
Idade 60 55 59 54 58 53 57 52 56 51 55 50
L 95 85 95 85 95 85 95 85 95 85 95 85
Aposentadorias voluntárias
10ª Regra – Aposentadoria voluntária por tempo de contribuição – servidores que ingressaram até
31.12.2003 preencheram todos os requisitos a qualquer tempo (art. 6º da EC nº 41/2003)
Requisitos básicos cumulativos
Tempo mínimo
de contribuição
Idade mínima Tempo
mínimo no
serviço
público
Tempo
mínimo na
carreira
Tempo mínimo no cargo em
que se dará a
aposentadoria
Homem 35 anos 60 anos 20 anos 10 anos 5 anos
Mulher 30 anos 55 anos 20 anos 10 anos 5 anos
Cálculo do benefício Integralidade da remuneração no cargo efetivo
Teto do benefício Teto remuneratório do serviço público
Reajuste Paridade com os servidores em atividade
Aposentadorias voluntárias
11ª Regra – Aposentadoria voluntária por tempo de contribuição – servidores que ingressaram a partir
de 01.01.2004, ou que não optaram pelas regras de transição dos arts. 2º e 6º da EC nº 41/2003 ou do
art. 3º da EC nº 47/2005 (art. 40, § 1º, III, “a”, da CF/88)
Requisitos básicos cumulativos
Tempo mínimo de
contribuição
Idade mínima Tempo mínimo no serviço
público
Tempo mínimo no cargo em
que se dará a aposentadoria
Homem 35 anos 60 anos 10 anos 5 anos
Mulher 30 anos 55 anos 10 anos 5 anos
Professores: requisitos de idade e tempo de contribuição são reduzidos em 5 anos, desde que comprovem
exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e
médio
Cálculo do benefício Média aritmética simples das maiores remunerações (80%
de todo o período contributivo, conforme a Lei nº
10.887/2004).
Teto do benefício Última remuneração no cargo efetivo
Reajuste Sem paridade. Os proventos serão reajustados na mesma
data e índices dos reajustes dos benefícios no RGPS.
Aposentadorias voluntárias
12ª Regra – Aposentadoria por idade – servidores que ingressaram a partir de 01.01.2004, ou que não
optaram pelas regras de transição dos arts. 2º e 6º da EC nº 41/2003 ou do art. 3º da EC nº 47/2005) (art.
40, § 1º, III, “b”, da CF/88)
Requisitos básicos cumulativos
Idade mínima Tempo mínimo no serviço
público
Tempo mínimo no cargo em
que se dará a aposentadoria
Homem 65 anos 10 anos 5 anos
Mulher 60 anos 10 anos 5 anos
Cálculo do benefício Proporcional ao tempo de contribuição, com base na
média aritmética simples das maiores remunerações (80%
de todo o período contributivo, conforme a Lei nº
10.887/2004).
Teto do benefício Última remuneração no cargo efetivo
Reajuste Sem paridade. Os proventos serão reajustados na mesma
data e índices dos reajustes dos benefícios no RGPS.
Aposentadorias especiais
Art. 40.
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos
abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados os casos de atividades exercidas
exclusivamente sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, definidos em
lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos
abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis
complementares, os casos de servidores: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
47, de 2005)
I - portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
II - que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
física. (incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005).
Aposentadorias especiais
“Normas constitucionais de eficácia limitada”.
Mandado de injunção:
Art. 5º [...]
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania;
Aposentadorias especiais
MANDADO DE INJUNÇÃO - NATUREZA. Conforme disposto no inciso LXXI do artigo 5º da Constituição
Federal, conceder-se-á mandado de injunção quando necessário ao exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Há ação
mandamental e não simplesmente declaratória de omissão. A carga de declaração não é objeto da
impetração, mas premissa da ordem a ser formalizada. MANDADO DE INJUNÇÃO - DECISÃO -
BALIZAS. Tratando-se de processo subjetivo, a decisão possui eficácia considerada a relação jurídica
nele revelada. APOSENTADORIA - TRABALHO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS - PREJUÍZO À SAÚDE
DO SERVIDOR - INEXISTÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR - ARTIGO 40, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL. Inexistente a disciplina específica da aposentadoria especial do servidor, impõe-se a
adoção, via pronunciamento judicial, daquela própria aos trabalhadores em geral - artigo 57, § 1º,
da Lei nº 8.213/91.
(MI 721, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 30/08/2007, DJe-152 DIVULG
29-11-2007 PUBLIC 30-11-2007 DJ 30-11-2007 PP-00029 EMENT VOL-02301-01 PP-00001 RTJ VOL-
00203-01 PP-00011 RDDP n. 60, 2008, p. 134-142)
Súmula vinculante 33: “Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral da
previdência social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso III da
Constituição Federal, até a edição de lei complementar específica”.
Servidor com deficiência
EMENTA Agravo regimental em mandado de injunção. Aposentadoria especial de servidores portadores
de deficiência (CF/88, art. 40, § 4º, I). Parcial procedência para que o pedido de aposentadoria especial
seja analisado pela autoridade administrativa mediante a aplicação, no que couber, da Lei Complementar
nº 142/13. Agravo regimental não provido. 1. O provimento normativo-concretizador do direito de
aposentação em regime especial por servidor público alcançado na via injuncional na Suprema Corte
firmou-se no sentido de se viabilizar o gozo do direito em isonomia de condições com trabalhadores da
iniciativa privada. (Precedente: MI nº 721/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, Tribunal Pleno, DJe de 30/11/07).
2. Impossibilidade de o STF, em sede de mandado de injunção, substituir-se ao Parlamento na
conformação dos parâmetros de aferição das condições especiais (Precedente: MI nº 844/DF, Rel. Min.
Cármen Lúcia, Rel. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, Tribunal Pleno, DJe de 30/9/2015). 3. Ordem
concedida para viabilizar ao servidor que tenha seu pedido de aposentadoria apreciado pela
autoridade administrativa competente, nos termos da Lei Complementar nº 142/13. 4. Agravo
regimental não provido.
(MI 6475 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 17/03/2017, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-066 DIVULG 31-03-2017 PUBLIC 03-04-2017)
Portanto, também aplica a regra do RGPS.
Aposentadorias especiais
Portanto:
1) Fazer requerimento administrativo,
citando a jurisprudência e a súmula
vinculante;
2) Verificar se o servidor não é beneficiário
de mandado de injunção coletivo (são
vários).
Aposentadorias especiais – servidor policial
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. PREVIDENCIÁRIO. RECEPÇÃO
CONSTITUCIONAL DO ART. 1º, INC. I, DA LEI COMPLEMENTAR N. 51/1985. ADOÇÃO DE
REQUISITOS E CRITÉRIOS DIFERENCIADOS PARA A CONCESSÃO DE APOSENTADORIA A
SERVIDORES CUJAS ATIVIDADES NÃO SÃO EXERCIDAS EXCLUSIVAMENTE SOB CONDIÇÕES
ESPECIAIS QUE PREJUDIQUEM A SAÚDE OU A INTEGRIDADE FÍSICA. 1. Reiteração do
posicionamento assentado no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3.817, Relatora a
Ministra Cármen Lúcia, da recepção do inc. I do art. 1º da Lei Complementar n. 51/1985 pela
Constituição. 2. O Tribunal a quo reconheceu, corretamente, o direito do Recorrido de se aposentar na
forma especial prevista na Lei Complementar 51/1985, por terem sido cumpridos todos os requisitos
exigidos pela lei. 3. Recurso extraordinário ao qual se nega provimento.
(RE 567110, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 13/10/2010, REPERCUSSÃO
GERAL - MÉRITO DJe-068 DIVULG 08-04-2011 PUBLIC 11-04-2011 EMENT VOL-02500-02 PP-00298)
ADI 3.817 – mesma orientação também a partir da EC nº 20/98.
Lei Complementar nº 144/2014 (servidora policial mulher);
Lei Complementar nº 152/2015: revogou art. 1º, I, da LC 51/1985: portanto, aposentadoria compulsória
sempre aos 75 anos (regra geral dos servidores).
Servidor ex-celetista
Súmula 66 da TNU: O servidor público ex-celetista que trabalhava sob
condições especiais antes de migrar para o regime estatutário tem direito
adquirido à conversão do tempo de atividade especial em tempo comum
com o devido acréscimo legal, para efeito de contagem recíproca no regime
previdenciário próprio dos servidores públicos.
STF: RE 612.358, Rel. Min. ROSA WEBER – reconhecida a repercussão geral
– mérito ainda não julgado.
Conversão de tempo especial em comum
STF: MI 4.204, Rel. Min. ROBERTO BARROSO: “1. No regime próprio de
previdência dos servidores públicos, a conversão de tempo especial em
comum por um fator multiplicador decorre diretamente do direito constitucional
à aposentadoria especial (CF, art. 40, § 4º) e não incide na proibição de
cômputo de tempo ficto (CF, art. 40, § 10). 2. Direito previsto no regime geral
(Lei nº 8.213/1991, art. 57, § 5º) que a Constituição garante no regime próprio
(CF, art. 40, § 12). [...]”.
Julgamento suspenso por pedido de vista do Min. GILMAR MENDES em
30.4.2015.
Aposentadoria especial
Questões ainda em discussão:
1) Mantém a idade mínima das regras permanentes/de transição?
– STF: “Os parâmetros alusivos à aposentadoria especial, enquanto não editada a lei exigida pelo
texto constitucional, são aqueles contidos na Lei nº 8.213/91, não cabendo mesclar sistemas para,
com isso, cogitar-se de idade mínima” (MI 1.083, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, DJe
03.9.2010).
2) Mantém paridade/integralidade?
– O STF tem dito que a matéria é infraconstitucional (RE 983962 AgR, Rel. Min. DIAS TOFFOLI,
Segunda Turma, DJe 08.6.2017; RE 1004811 AgR, Rel. Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe
22.6.2017); ou determina que isso deva ser resolvido pela autoridade administrativa (MI 1658 AgR-
AgR, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, DJe 02.02.2015).
– Aposentadoria especial significa menor tempo...
Pensão por morte
1ª Regra – Óbitos ocorridos até 16.12.1998 (art. 40, § 5º, da CF/88 – redação original)
Requisitos mínimos
Tempo mínimo Inexigível
Cálculo do benefício Integralidade
Base de cálculo Totalidade dos vencimentos ou proventos do servidor falecido, até
o limite estabelecido em lei.
Reajuste Paridade com os servidores em atividade
Pensão por morte
2ª Regra – Óbitos ocorridos entre 16.12.1998 e 20.02.2004 (art. 40, § 2º, da CF/88 – com a
redação da EC nº 20/98)
Requisitos mínimos
Tempo mínimo Inexigível
Cálculo do benefício Integralidade, com base na última remuneração ou proventos do
servidor falecido.
Teto do benefício Última remuneração no cargo efetivo.
Reajuste Paridade com os servidores em atividade
Pensão por morte
3ª Regra – Óbitos ocorridos depois de 20.02.2004 (art. 40, § 7º, da CF/88 – com a redação
da EC nº 41/2003 – MP nº 167/2004 e Lei nº 10.887/2004)
Requisitos mínimos
Tempo mínimo Inexigível
Cálculo do benefício Igual à remuneração ou proventos do servidor falecido até o limite do teto de
benefícios do RGPS, acrescido de 70% da parcela excedente a esse limite.
Teto do benefício Última remuneração no cargo efetivo.
Reajuste Sem paridade. Os proventos devem ser reajustados na mesma data e índice
adotados para o reajuste dos benefícios do RGPS.
Exceções: paridade se aplica se:
a) Pensão derivada de proventos de servidores falecidos que tenham se aposentado
com integralidade e paridade com base nas regras de transição (art. 3º da EC nº
47/2005);
b) Pensão derivada dos falecimentos de servidor aposentado por invalidez, desde
que o servidor tenha ingressado até 31.12.2003 (EC nº 70/2012).
Pensão por morte
Servidores da União, autarquias e fundações:
Rol de beneficiários, perda da qualidade de
dependente, cessação da pensão – alterações
profundas da Lei nº 8.112/90, feitas pela Lei nº
13.135/2015.
Válidas para óbitos ocorridos a partir de 18.6.2015.
Pensão por morte
Art. 217. São beneficiários das pensões:
I - o cônjuge; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
II - o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, com percepção de pensão alimentícia estabelecida
judicialmente; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
III - o companheiro ou companheira que comprove união estável como entidade familiar; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
IV - o filho de qualquer condição que atenda a um dos seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
a) seja menor de 21 (vinte e um) anos; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
b) seja inválido; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
c) tenha deficiência grave; ou (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) (Vigência)
d) tenha deficiência intelectual ou mental, nos termos do regulamento; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
V - a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do servidor; e (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
VI - o irmão de qualquer condição que comprove dependência econômica do servidor e atenda a um dos requisitos previstos no
inciso IV. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
§ 1o A concessão de pensão aos beneficiários de que tratam os incisos I a IV do caput exclui os beneficiários referidos nos
incisos V e VI. (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
§ 2o A concessão de pensão aos beneficiários de que trata o inciso V do caput exclui o beneficiário referido no inciso VI.
(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
§ 3o O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do servidor e desde que comprovada
dependência econômica, na forma estabelecida em regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
Pensão por morte
Art. 218. Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão, o seu valor será distribuído em partes iguais
entre os beneficiários habilitados. (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
Antes: 50% para cônjuge/companheiro (“vitalícios”); 50% restantes divididos entre os demais.
Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qualquer tempo, prescrevendo tão-somente as prestações
exigíveis há mais de 5 (cinco) anos.
Parágrafo único. Concedida a pensão, qualquer prova posterior ou habilitação tardia que implique
exclusão de beneficiário ou redução de pensão só produzirá efeitos a partir da data em que for oferecida.
Art. 220. Perde o direito à pensão por morte: (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
I - após o trânsito em julgado, o beneficiário condenado pela prática de crime de que tenha dolosamente
resultado a morte do servidor; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) – “indignidade previdenciária”.
II - o cônjuge, o companheiro ou a companheira se comprovada, a qualquer tempo, simulação ou fraude
no casamento ou na união estável, ou a formalização desses com o fim exclusivo de constituir benefício
previdenciário, apuradas em processo judicial no qual será assegurado o direito ao contraditório e à
ampla defesa. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
Pensão por morte
Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte presumida do servidor, nos seguintes casos:
I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária competente;
II - desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio ou acidente não caracterizado como em
serviço;
III - desaparecimento no desempenho das atribuições do cargo ou em missão de segurança.
Parágrafo único. A pensão provisória será transformada em vitalícia ou temporária, conforme o caso,
decorridos 5 (cinco) anos de sua vigência, ressalvado o eventual reaparecimento do servidor, hipótese
em que o benefício será automaticamente cancelado.
Pensão por morte
Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário:
I - o seu falecimento;
II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após a concessão da pensão ao cônjuge;
III - a cessação da invalidez, em se tratando de beneficiário inválido, o afastamento da deficiência, em se
tratando de beneficiário com deficiência, ou o levantamento da interdição, em se tratando de beneficiário
com deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, respeitados os
períodos mínimos decorrentes da aplicação das alíneas “a” e “b” do inciso VII; (Redação dada pela Lei nº
13.135, de 2015)
IV - o implemento da idade de 21 (vinte e um) anos, pelo filho ou irmão; (Redação dada pela Lei nº
13.135, de 2015)
V - a acumulação de pensão na forma do art. 225;
VI - a renúncia expressa; e (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
Pensão por morte
Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário:
VII - em relação aos beneficiários de que tratam os incisos I a III do caput do art. 217: (Incluído pela Lei
nº 13.135, de 2015) – cônjuge, companheiro e ex (em geral).
a) o decurso de 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que o servidor tenha vertido 18 (dezoito)
contribuições mensais ou se o casamento ou a união estável tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois)
anos antes do óbito do servidor; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
b) o decurso dos seguintes períodos, estabelecidos de acordo com a idade do pensionista na data de
óbito do servidor, depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos após
o início do casamento ou da união estável: (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de
2015)
3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135,
de 2015)
4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de
2015)
5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos de idade; (Incluído pela Lei nº
13.135, de 2015)
6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
Pensão por morte
Art. 222. [...]
§ 1o A critério da administração, o beneficiário de pensão cuja preservação seja motivada por invalidez,
por incapacidade ou por deficiência poderá ser convocado a qualquer momento para avaliação das
referidas condições. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
§ 2o Serão aplicados, conforme o caso, a regra contida no inciso III ou os prazos previstos na alínea “b”
do inciso VII, ambos do caput, se o óbito do servidor decorrer de acidente de qualquer natureza ou de
doença profissional ou do trabalho, independentemente do recolhimento de 18 (dezoito) contribuições
mensais ou da comprovação de 2 (dois) anos de casamento ou de união estável. (Incluído pela Lei nº
13.135, de 2015)
§ 3o Após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos e desde que nesse período se verifique o incremento
mínimo de um ano inteiro na média nacional única, para ambos os sexos, correspondente à expectativa
de sobrevida da população brasileira ao nascer, poderão ser fixadas, em números inteiros, novas idades
para os fins previstos na alínea “b” do inciso VII do caput, em ato do Ministro de Estado do Planejamento,
Orçamento e Gestão, limitado o acréscimo na comparação com as idades anteriores ao referido
incremento. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
§ 4o O tempo de contribuição a Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) ou ao Regime Geral de
Previdência Social (RGPS) será considerado na contagem das 18 (dezoito) contribuições mensais
referidas nas alíneas “a” e “b” do inciso VII do caput. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015).
Licenças maternidade, paternidade e por adoção
Lei nº 8.112/90.
Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem
prejuízo da remuneração. (Vide Decreto nº 6.690, de 2008)
§ 1o A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de gestação, salvo antecipação por
prescrição médica.
§ 2o No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto.
§ 3o No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a servidora será submetida a exame
médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício.
§ 4o No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá direito a 30 (trinta) dias de repouso
remunerado.
Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direito à licença-paternidade de 5 (cinco)
dias consecutivos.
Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis meses, a servidora lactante terá direito,
durante a jornada de trabalho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois períodos de
meia hora.
Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança até 1 (um) ano de idade, serão
concedidos 90 (noventa) dias de licença remunerada. (Vide Decreto nº 6.691, de 2008)
Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de criança com mais de 1 (um) ano de idade, o
prazo de que trata este artigo será de 30 (trinta) dias.
Licenças maternidade, paternidade e por adoção
Lei nº 8.112/90.
Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem
prejuízo da remuneração. (Vide Decreto nº 6.690, de 2008)
§ 1o A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de gestação, salvo antecipação por
prescrição médica.
§ 2o No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto.
§ 3o No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a servidora será submetida a exame
médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício.
§ 4o No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá direito a 30 (trinta) dias de repouso
remunerado.
Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direito à licença-paternidade de 5 (cinco)
dias consecutivos.
Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis meses, a servidora lactante terá direito,
durante a jornada de trabalho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois períodos de
meia hora.
Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança até 1 (um) ano de idade, serão
concedidos 90 (noventa) dias de licença remunerada. (Vide Decreto nº 6.691, de 2008)
Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de criança com mais de 1 (um) ano de idade, o
prazo de que trata este artigo será de 30 (trinta) dias.
Licenças maternidade, paternidade e por adoção
Lei 11.770/2008:
Art. 2o É a administração pública, direta, indireta e fundacional, autorizada a instituir programa que garanta prorrogação da licença-
maternidade para suas servidoras, nos termos do que prevê o art. 1o desta Lei. [mais 60 dias].
Decreto nº 6.690/2008: Art. 2o Serão beneficiadas pelo Programa de Prorrogação da Licença à Gestante e à Adotante as servidoras
públicas federais lotadas ou em exercício nos órgãos e entidades integrantes da Administração Pública federal direta, autárquica e
fundacional.
§ 1o A prorrogação será garantida à servidora pública que requeira o benefício até o final do primeiro mês após o parto e terá duração de
sessenta dias.
§ 2o A prorrogação a que se refere o § 1o iniciar-se-á no dia subseqüente ao término da vigência da licença prevista no art. 207 da Lei no
8.112, de 11 de dezembro de 1990, ou do benefício de que trata o art. 71 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991.
§ 3o O benefício a que fazem jus as servidoras públicas mencionadas no caput será igualmente garantido a quem adotar ou obtiver guarda
judicial para fins de adoção de criança, na seguinte proporção:
I - para as servidoras públicas em gozo do benefício de que trata o art. 71-A da Lei nº 8.213, de 1991: a) sessenta dias, no caso de criança
de até um ano de idade; b) trinta dias, no caso de criança de mais de um e menos de quatro anos de idade; e c) quinze dias, no caso de
criança de quatro a oito anos de idade.
II - para as servidoras públicas em gozo do benefício de que trata o art. 210 da Lei nº 8.112, de 1990: a) quarenta e cinco dias, no caso de
criança de até um ano de idade; e b) quinze dias, no caso de criança com mais de um ano de idade.
§ 4o Para os fins do disposto no § 3o, inciso II, alínea “b”, considera-se criança a pessoa de até doze anos de idade incompletos, nos termos
do art. 2o da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990.
§ 5o A prorrogação da licença será custeada com recurso do Tesouro Nacional.
Art. 3o No período de licença-maternidade e licença à adotante de que trata este Decreto, as servidoras públicas referidas no art. 2o não
poderão exercer qualquer atividade remunerada e a criança não poderá ser mantida em creche ou organização similar.
Parágrafo único. Em caso de ocorrência de quaisquer das situações previstas no caput, a beneficiária perderá o direito à prorrogação, sem
prejuízo do devido ressarcimento ao erário.
Licença para tratamento de saúde
Art. 202. Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base
em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.
Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta Lei será concedida com base em perícia oficial. (Redação
dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 1º Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada na residência do servidor ou no
estabelecimento hospitalar onde se encontrar internado.
§ 2º Inexistindo médico no órgão ou entidade no local onde se encontra ou tenha exercício em caráter
permanente o servidor, e não se configurando as hipóteses previstas nos parágrafos do art. 230, será
aceito atestado passado por médico particular. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 3º No caso do § 2o deste artigo, o atestado somente produzirá efeitos depois de recepcionado pela
unidade de recursos humanos do órgão ou entidade. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 4º A licença que exceder o prazo de 120 (cento e vinte) dias no período de 12 (doze) meses a contar do
primeiro dia de afastamento será concedida mediante avaliação por junta médica oficial. (Redação dada
pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 5º A perícia oficial para concessão da licença de que trata o caput deste artigo, bem como nos demais
casos de perícia oficial previstos nesta Lei, será efetuada por cirurgiões-dentistas, nas hipóteses em que
abranger o campo de atuação da odontologia. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Licença para tratamento de saúde
Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior a 15 (quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser
dispensada de perícia oficial, na forma definida em regulamento. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de
2009)
Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou natureza da doença, salvo
quando se tratar de lesões produzidas por acidente em serviço, doença profissional ou qualquer das
doenças especificadas no art. 186, § 1o.
Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões orgânicas ou funcionais será submetido a inspeção
médica.
Vantagem não previdenciária, custeada pelo Tesouro Nacional (não pelo RPPS).
Reajuste do valor dos benefícios
CF 88, redação original: proventos reajustados na mesma proporção e na mesma data dos
servidores em atividade (regra da paridade).
EC nº 41/2003: para quem ingressou a partir de sua vigência, o critério de reajuste será
fixado em lei.
MP 167/2004, convertida na Lei nº 10.887/2004 – mesmo critério do RGPS (hoje, INPC).
Observar todas as regras de transição.
E nas modificações na estrutura da carreira que integravam quando da
aposentadoria/óbito?
(novos padrões/classes de remuneração, alterações na terminologia dos cargos, criação
de gratificações/adicionais/vantagens).
“Reajustes disfarçados de reestruturação/reposicionamento, reorganização da carreira”.
É preciso diferenciar vantagens remuneratórias de caráter geral de vantagens típicas de
quem está em atividade.
Reajuste do valor dos benefícios
STF:
i) as vantagens remuneratórias legítimas e de caráter geral conferidas a determinada categoria, carreira
ou, indistintamente, a servidores públicos, por serem vantagens genéricas, são extensíveis aos servidores
inativos e pensionistas;
ii) nesses casos, a extensão alcança os servidores que tenham ingressado no serviço público antes da
publicação das Emendas Constitucionais nºs 20/1998 e 41/2003 e se aposentado ou adquirido o direito à
aposentadoria antes da EC nº 41/2003;
iii) com relação àqueles servidores que se aposentaram após a EC nº 41/2003, deverão ser observados
os requisitos estabelecidos na regra de transição contida no seu art. 7º, em virtude da extinção da
paridade integral entre ativos e inativos contida no art. 40, § 8º, da CF para os servidores que
ingressaram no serviço público após a publicação da referida emenda;
iv) por fim, com relação aos servidores que ingressaram no serviço público antes da EC nº 41/2003 e se
aposentaram ou adquiriram o direito à aposentadoria após a sua edição, é necessário observar a
incidência das regras de transição fixadas pela EC nº 47/2005, a qual estabeleceu efeitos retroativos à
data de vigência da EC nº 41/2003, conforme decidido nos autos do RE nº 590.260/SP, Plenário, Rel.
Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 24/6/09. (RE 596962, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal
Pleno, julgado em 21/08/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-213
DIVULG 29-10-2014 PUBLIC 30-10-2014)
Questões processuais/procedimentais
1) Aposentadoria/pensão no RPPS é sempre um ato complexo:
– a) Manifestação de vontade do órgão em que o servidor está lotado (ou superior) –
ato concedendo a aposentadoria/pensão
– b) Registro do ato no Tribunal de Contas respectivo (da União, Estado ou Município).
Constituição Federal
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de
Contas da União, ao qual compete:
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na
administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público,
excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o
fundamento legal do ato concessório;
Questões processuais/procedimentais
Súmula vinculante 3: “Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de
concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão”.
Mas:
CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. APOSENTADORIA
DECLARADA ILEGAL PELO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. PRINCÍPIO DA SEGURANÇA
JURÍDICA. GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. 1. Nos
termos da jurisprudência desta Corte, é necessário cientificar o interessado para assegurar o contraditório
e ampla defesa nos casos de controle externo de legalidade pelo Tribunal de Contas da União, quando
ultrapassado sem decisão o prazo de cinco anos contado da chegada a esse órgão do processo
administrativo de concessão de aposentadoria ou pensão. Nesse sentido: MS 26.053 ED-segundos,
Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Pleno, DJe de 23/05/2011; MS 24.781, Rel. p/ o acórdão Min. Gilmar
Mendes, Pleno, DJe de 09/06/2011. 2. Agravo regimental desprovido. (MS 25803 AgR, Relator(a): Min.
TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 16/02/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-037
DIVULG 26-02-2016 PUBLIC 29-02-2016)
Questões processuais/procedimentais
Portanto, os prazos para discussão do ato concessório têm início somente depois do registro
Por exemplo, art. 54 da Lei nº 9.784/99: Art. 54. O direito da Administração de anular os atos
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados
da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. § 1o No caso de efeitos patrimoniais
contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. § 2o Considera-se
exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação
à validade do ato.
STF: “1. A decadência prevista no art. 54 da Lei 9.784/99 não se consuma, apenas, no período
compreendido entre o ato administrativo concessivo de aposentadoria ou pensão e o posterior julgamento
de sua legalidade e registro pelo Tribunal de Contas da União que consubstancia o exercício da
competência constitucional de controle externo (CRFB/88, art. 71, III) -, porquanto o respectivo ato de
aposentação é juridicamente complexo, que se aperfeiçoa com o registro na Corte de Contas. [...] 2. In
casu, o início do prazo decadencial para revisão das parcelas de aposentadoria da agravada se deu com
a prolação do Acórdão TCU 1.774/2003, pois englobou a discussão acerca da base de cálculo para o
recebimento do “Complemento GATS”, imposta por sentença judicial transitada em julgado, de sorte que
os atos impugnados - Acórdãos TCU 6.759/2009 e 1.906/2011 – restam alcançados pela decadência
administrativa (Lei 9.784/99, art. 54). [...] (MS 30780 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma,
julgado em 11/09/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-232 DIVULG 09-10-2017 PUBLIC 10-10-2017)
Questões processuais/procedimentais
Prescrição: fundo de direito ou apenas das prestações vencidas antes dos cinco anos?
“3. É igualmente consolidado o entendimento de que a prescrição da pretensão à revisão do ato de
aposentadoria para inclusão de tempo de serviço prestado em condições especiais alcança o próprio
fundo de direito, não havendo falar em relação de trato sucessivo” (STJ, RESP 201701573796, HERMAN
BENJAMIN, STJ - SEGUNDA TURMA, DJE DATA:16/10/2017).
“1. A pretensão do recorrida é a implementação de uma vantagem pecuniária em suas complementações
de aposentadorias e pensão. Trata-se de parcelas de trato sucessivo, onde a não concessão renova, mês
a mês, a violação do suposto direito. 2. No caso da parcela denominada sexta-parte, vantagem não
incorporada pela Administração, o ato omissivo renova-se mês a mês, caracterizando relação de trato
sucessivo; na espécie, a prescrição atinge apenas as prestações vencidas anteriormente aos cinco anos
da propositura da ação, nos moldes da Súmula 85/STJ” (RESP 201701779600, HERMAN BENJAMIN,
STJ - SEGUNDA TURMA, DJE DATA:10/10/2017).
“1. A orientação jurisprudencial desta Corte é firme no sentido de que, inexistindo manifestação expressa
da Administração Pública negando o direito reclamado, não ocorre a prescrição do chamado fundo de
direito, mas tão somente das parcelas anteriores ao quinquênio que precedeu à propositura da ação,
ficando caracterizada relação de trato sucessivo (Súmula 85 do STJ) 2. Agravo interno a que se nega
provimento” (AINTARESP 201701273004, SÉRGIO KUKINA, STJ - PRIMEIRA TURMA, DJE
DATA:24/08/2017).
Questões processuais/procedimentais
Prescrição: fundo de direito ou apenas das prestações vencidas antes dos cinco anos?
“3. É igualmente consolidado o entendimento de que a prescrição da pretensão à revisão do ato de
aposentadoria para inclusão de tempo de serviço prestado em condições especiais alcança o próprio
fundo de direito, não havendo falar em relação de trato sucessivo” (STJ, RESP 201701573796, HERMAN
BENJAMIN, STJ - SEGUNDA TURMA, DJE DATA:16/10/2017).
“1. A pretensão do recorrida é a implementação de uma vantagem pecuniária em suas complementações
de aposentadorias e pensão. Trata-se de parcelas de trato sucessivo, onde a não concessão renova, mês
a mês, a violação do suposto direito. 2. No caso da parcela denominada sexta-parte, vantagem não
incorporada pela Administração, o ato omissivo renova-se mês a mês, caracterizando relação de trato
sucessivo; na espécie, a prescrição atinge apenas as prestações vencidas anteriormente aos cinco anos
da propositura da ação, nos moldes da Súmula 85/STJ” (RESP 201701779600, HERMAN BENJAMIN,
STJ - SEGUNDA TURMA, DJE DATA:10/10/2017).
“1. A orientação jurisprudencial desta Corte é firme no sentido de que, inexistindo manifestação expressa
da Administração Pública negando o direito reclamado, não ocorre a prescrição do chamado fundo de
direito, mas tão somente das parcelas anteriores ao quinquênio que precedeu à propositura da ação,
ficando caracterizada relação de trato sucessivo (Súmula 85 do STJ) 2. Agravo interno a que se nega
provimento” (AINTARESP 201701273004, SÉRGIO KUKINA, STJ - PRIMEIRA TURMA, DJE
DATA:24/08/2017).
Questões processuais/procedimentais
“PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AÇÃO RESCISÓRIA. SERVIDOR APOSENTADO.
REPOSICIONAMENTO. REVISÃO. PRESCRIÇÃO DO FUNDO DO DIREITO NÃO CONFIGURADA.
PEDIDO JULGADO PROCEDENTE. ALEGAÇÃO DA UNIÃO DE QUE NÃO ESTARIA PREENCHIDO O
REQUISITO DE EXERCÍCIO DA FUNÇÃO PELO TEMPO MÍNIMO EXIGIDO LEGALMENTE.
NECESSIDADE DE ANÁLISE DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS.
IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. [...]. 2. Nos termos da orientação jurisprudencial
consolidada desta Corte, o ato de readaptação de servidor constitui ato único de efeito concreto e, apesar
de gerar efeitos contínuos futuros, não caracteriza relação de trato sucessivo, a atrair a incidência do
Enunciado n. 85 da Súmula desta Corte. Logo, passados cinco anos do ato de aposentadoria, ocorre a
prescrição do próprio fundo de direito, nos termos do art. 1º do Decreto n. 20.910/32. Havendo pedido
administrativo, ocorre a suspensão do prazo prescricional, nos termos do art. 4º do Decreto n. 20.910/32,
reiniciando a contagem do prazo na data da negativa do pedido. 3. O acórdão rescindendo violou literal
disposição dos artigos 1º e 4º do Decreto-Lei n. 20.910/32 ao não reconhecer a suspensão do prazo
prescricional em razão do pedido administrativo protocolado pelo servidor e pendente de resposta por
parte da Administração, conforme reconhecido pelo Tribunal de origem e não impugnado pela União [...]
(AR 200201653750, ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, STJ - TERCEIRA SEÇÃO, DJE
DATA:01/08/2017).
Se a decadência conta-se do registro, porque não contar a prescrição também do registro?
Questões processuais/procedimentais
2) Cumulação de proventos:
Constituição Federal
Art. 40 [...] § 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma
desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de
previdência previsto neste artigo.
Art. 37 [...] XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas;
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,
fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;
Questões processuais/procedimentais
2) Cumulação de proventos:
Constituição Federal
Art. 95. Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
Art. 128. § 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos
respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de
cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros: [...]
II - as seguintes vedações: [...]
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de
magistério;
Teto (Tema 384): “Nos casos autorizados, constitucionalmente, de acumulação de cargos,
empregos e funções, a incidência do artigo 37, inciso XI, da Constituição Federal, pressupõe
consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto
remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público” (RE 602043, Rel. Min.
MARCO AURÉLIO, em regime de repercussão geral, j. em 27.4.2017).
Questões processuais/procedimentais
3) Cassação da aposentadoria:
Lei nº 8.112/90
Art. 127. São penalidades disciplinares: [...]:
IV – cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver
praticado, na atividade, falta punível com a demissão.
Mas e o caráter contributivo da aposentadoria (art. 40 da CF)?
Questões processuais/procedimentais
3) Cassação da aposentadoria:
STJ: “III - A pretensão da Agravante esbarra, ademais, em orientação desta Corte, segundo a qual, não obstante a
natureza contributiva do benefício previdenciário, é constitucional a pena de cassação de aposentadoria” (AINTMS
20469 2013.03.21702-3, Rel. Min. REGINA HELENA COSTA, STJ - Primeira Seção, DJe 20.3.2018).
STF: RMS 33937, Segunda Turma, Rel. Min. CARMEN LÚCIA, DJe 21.11.2016.
CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR.
CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA. CERCEAMENTO DE DEFESA. ALEGAÇÃO DE
INCONSTITUCIONALIDADE DA CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA: IMPROCEDÊNCIA. Lei 8.112/90. I.-
Processo administrativo disciplinar: o quadro orgânico da legalidade no que toca à apuração de faltas disciplinares
dos servidores públicos, na forma da Lei 8.112/90. II.- Servidor público submetido a processo administrativo de
forma regular, no qual foi-lhe assegurado o direito de defesa. Inocorrência de cerceamento de defesa. III.- O
Supremo Tribunal Federal assentou que não é inconstitucional a penalidade de cassação de aposentadoria: Lei
8.112/90, art. 127, IV: MS 21.948/RJ, Relator Ministro Néri da Silveira, Plenário, 29.9.94, "D.J." de 07.12.95. IV.-
Inocorrência de violação ao princípio da proporcionalidade na aplicação da penalidade. V.- R.M.S. não provido”
(RMS 24557, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Segunda Turma, julgado em 02/09/2003, DJ 26-09-2003 PP-
00025 EMENT VOL-02125-02 PP-00227)
Questões processuais/procedimentais
4) Litisconsórcio passivo necessário:
PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO.
ILEGITIMIDADE PASSIVA DO INSS. FORMAÇÃO DE LITISCONSÓRCIO PASSIVO
NECESSÁRIO. PRELIMNARES AFASTADAS. CÔMPUTO NO R.G.P.S. DE TEMPO DE
SERVIÇO PRESTADO SOB REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA. APOSENTADORIA
POR TEMPO DE SERVIÇO. REQUISITOS PREENCHIDOS. CORREÇÃO MONETÁRIA.
JUROS DE MORA. MULTA DIÁRIA. 1. Não há que se falar em incompetência da
Justiça Federal, ilegitimidade passiva do INSS ou formação de litisconsórcio
passivo necessário, tendo em vista que se trata de pedido de cômputo de atividade
laborativa sujeita a Regime Próprio de Previdência Social, para fins de concessão de
benefício junto ao R.G.P.S., considerando que a Constituição Federal em seu artigo 201,
§ 9º, assegura a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e
na atividade privada, urbana e rural, mediante compensação dos regimes [...] (ApReeNec -
0000846-69.2013.4.03.6328, Rel. Desembargadora Federal LUCIA URSAIA, TRF3 -
DÉCIMA TURMA, e-DJF3 24.8.2018).
Questões processuais/procedimentais
4) Litisconsórcio passivo necessário:
PREVIDENCIÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. APOSENTADORIA. AVERBAÇÃO DE TEMPO DE
SERVIÇO. LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO. UNIÃO FEDERAL E INSS. RECURSO PROVIDO. I.
A legitimidade passiva da União Federal se mostra clara no caso concreto, eis que a averbação do
tempo de serviço reconhecido como especial durante o período trabalhado é de sua exclusiva
competência. II. Por outro lado, consoante o atual entendimento jurisprudencial das Cortes Superiores
e desta Corte Regional, a contagem de tempo de serviço prestado em atividade especial no regime
celetista e sua posterior conversão em comum são de competência do Instituto Nacional do Seguro
Social - INSS. III. Assim sendo, considerando que o pedido deduzido na inicial é no sentido de que seja
reconhecido como especial o período trabalhado junto às empresas [....] todos sob a regime das normas
previstas na Consolidação das Leis do Trabalho, convertendo-o em comum, e que a União Federal proceda à
respectiva averbação do tempo de serviço apurado, verifica-se claramente a existência de um litisconsórcio
passivo necessário, nos termos do artigo 114 do Código de Processo Civil de 2015. IV. Todavia, observa-se
que o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS não integrou a lide, razão pela qual deverá ser reconhecida a
nulidade da sentença, nos termos do artigo 115, inciso I e parágrafo único, do Código de Processo Civil de
2015, com o retorno dos autos a primeira instância, para que o INSS integre lide. V. Apelação da parte autora
provida. Agravo retido prejudicado. (Ap - 0005216-73.2002.4.03.6103, Rel. Desembargador Federal VALDECI
DOS SANTOS, TRF3 - Primeira Turma, e-DJF3 21.6.2018).
Mesmo sentido: TRF3, Quinta Turma, ReeNec 0004713.52.2002.4.03.6103, Rel. LOUISE FILGUEIRAS, DJe
01.12.2017.
Questões processuais/procedimentais
4) Litisconsórcio passivo necessário:
ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO CIVIL. PENSÃO POR MORTE. REVISÃO. EX-
ESPOSA. ESPOSA BENEFICIÁRIA. INTEGRAÇÃO À LIDE E CITAÇÃO. INOCORRÊNCIA.
LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO. ART. 47 DO CPC. SENTENÇA ANULADA DE
OFÍCIO. [...] . 2. Diante da natureza da relação jurídica, o eventual reconhecimento do
direito da ex-esposa, ora apelada, à pensão por morte atingirá diretamente a esfera
jurídica da esposa, diminuindo-lhe ou retirando-lhe o benefício previdenciário, motivo pelo
qual se impõe a sua integração à lide, sob pena de absoluta ineficácia da decisão, nos
termos do artigo 47 do Código de Processo Civil. 3. A ineficácia da sentença em face de
quem deveria integrar o processo na qualidade de litisconsorte necessário unitário está afeta à
própria regularidade da relação jurídica processual. 4. O pressuposto processual é questão de
ordem pública, que não está afeta ao regime de preclusão, podendo ser apreciada pelo julgador
de ofício em qualquer tempo e grau de jurisdição. 5. Reconhecida de ofício, a irregularidade não
dá azo à extinção do processo sem que seja oportunizada à parte saná-la, consoante disciplina
do parágrafo único do artigo 47 do Código de Processo Civil. 6. Sentença anulada de ofício e
apelação e remessa oficial prejudicadas.
ApReeNec 0004800-40.2009.4.03.6110, JUÍZA CONVOCADA NOEMI MARTINS, TRF3 -
DÉCIMA PRIMEIRA TURMA, e-DJF3 22.8.2017.
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