relatÓrio final · tratamentos, na sala de imunizações e na consulta de podologia. o estágio...
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RELATÓRIO FINAL ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE
ANA ISABEL OLIVEIRA ALVES A2010137
Lisboa, junho de 2016
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS – UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA
ANO LETIVO 2015/2016
I ÍNDICE
I – Introdução ................................................................................................... 1
II - Atividades desenvolvidas .......................................................................... 2
II.1 – Estágio de Ginecologia e Obstetrícia ................................................. 2
II.2 – Estágio de Saúde Mental ..................................................................... 2
II.3 – Estágio de Medicina Geral e Familiar ................................................. 3
II.4 – Estágio de Pediatria ............................................................................. 4
II.5 – Estágio de Cirurgia Geral .................................................................... 4
II.6 – Estágio de Medicina Interna ................................................................ 5
II.7 – Estágio Opcional: Medicina de Emergência e Catástrofe ............... 6
III – Reflexão crítica .......................................................................................... 7
IV – Anexos
Ana Isabel Alves I 1
I - INTRODUÇÃO
A estrutura do último ano (sexto) do Mestrado Integrado em Medicina da
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa assenta na
Unidade Curricular Estágio Profissionalizante que se encontra organizada em
estágios parcelares, essencialmente clínicos e com ensino tutelado.
O presente relatório tem como duplo propósito a exposição sumária das
atividades desenvolvidas ao longo do Estágio Profissionalizante, no período de
14 de setembro de 2015 a 20 de maio de 2016, e no Estágio Opcional, de 23 de
maio a 3 de junho de 2016; e a análise crítica e reflexiva do percurso efetuado,
bem como de competências desenvolvidas. O documento encontra-se
organizado em três sessões principais: introdução, atividades desenvolvidas e
reflexão crítica. Nas atividades desenvolvidas constam os diferentes estágios
parcelares de acordo com a rotação atribuída à turma frequentada, 8, tendo,
desta forma, a seguinte ordem: Ginecologia e Obstetrícia; Saúde Mental;
Medicina Geral e Familiar; Pediatria; Cirurgia Geral; e Medicina Interna.
Os objetivos gerais do estágio clínico do 6º ano prendem-se com o
fomentar da formação científica e de mecanismos de aprendizagem, mas
também com aspetos relativos ao profissionalismo médico, tendo delineado
como objetivos pessoais a aplicação na prática clínica hospitalar diária de
conhecimentos teóricos previamente adquiridos; a integração em equipas
clínicas com autonomia progressiva no desempenho de tarefas; saber avaliar,
diagnosticar e tratar as situações clínicas mais prevalentes e de maior gravidade;
e desenvolver a capacidade de comunicação com doentes, os seus familiares e
membros da equipa clínica.
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II - ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
II.1- Estágio de Ginecologia e Obstetrícia
O estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia decorreu no Hospital dos
Lusíadas no período de 14 de setembro a 9 de outubro de 2015, sob orientação
do Dr. Luís Vicente.
Durante as quatro semanas acompanhei o meu tutor na sua atividade
assistencial diária, tendo assistido a consultas de Ginecologia, de Obstetrícia e
de Patologia do colo, frequentado a enfermaria, e presenciado técnicas como a
histeroscopia, a histerosalpingografia, a colposcopia e a ecografia. Ao frequentar
o bloco operatório de Ginecologia pude também desinfetar-me e observar
cirurgias convencionais, laparoscópicas e histeroscópicas. No bloco de partos
assisti a partos eutócicos, um parto distócico e duas cesarianas. O estágio
primou ainda pelo contacto com o Centro de Procriação Medicamente Assistida
(PMA) do Hospital, tendo acompanhado consultas de infertilidade e diferentes
técnicas de PMA. A avaliação do estágio foi complementada com a participação
na atividade científica do Hospital, tendo apresentado um trabalho intitulado
Técnicas de entrada em laparoscopia. Estive também presente nas 1ªs Jornadas
Académicas de Ginecologia e Obstetrícia do CHLC_NMS-FCM (Anexo 1).
II.2 - Estágio de Saúde Mental
Com a duração de quatro semanas, o estágio parcelar de Saúde Mental
focou-se em três dimensões: sessões teórico-práticas; atividade clínica; e
atividade de investigação.
As sessões teórico-práticas decorreram nos dois primeiros dias de
estágio, na Faculdade de Ciências Médicas, sob orientação do Professor Doutor
Miguel Xavier, permitindo discutir a abordagem prática de situações psiquiátricas
frequentes em contexto de urgência hospitalar. No restante período estive
presente no Serviço de Estabilização e Tratamento de Agudos (SETA) do Centro
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Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (CHPL), sob tutoria da Dr.ª Rita Mateiro, o que
constituiu uma mais-valia por proporcionar um maior contacto com o estudo
diagnóstico e introdução de psicofármacos em doentes com primeiro surto
psicótico, e com o encaminhamento adequado de doentes agudos. Assisti a
várias entrevistas psiquiátricas com os doentes e/ou familiares, a reuniões de
equipa multidisciplinares, à consulta externa de Psiquiatria, e a sessões clínicas
de formação do internato médico; tendo ainda frequentado o serviço de urgência
no Hospital de S. José.
II.3 - Estágio de Medicina Geral e Familiar
O estágio parcelar de Medicina Geral e Familiar decorreu entre os dias 9
de novembro e 4 de dezembro de 2015, na USF Conde da Lousã- Damaia, sob
orientação da Dr.ª Rute Fernandes. Nos objetivos gerais do estágio constam o
incentivo ao aluno a adotar uma abordagem médica centrada na pessoa,
incorporando dados psicossociais, culturais e familiares no plano de seguimento
do doente; e o contacto direto com uma experiencia de prestação de cuidados
de saúde continuados a diferentes populações.
Durante este período assisti a consultas de Saúde de Adultos, consultas
de Diabetes e de Hipertensão arterial, de Planeamento Familiar e consultas de
Saúde Materna e de Saúde Infantil. Pude fazer algumas consultas e treinar
alguns procedimentos sob supervisão, tendo estado também na sala de
tratamentos, na sala de imunizações e na consulta de podologia. O estágio
proporcionou-me a oportunidade de contactar com o papel do médico de família
e de outros profissionais de saúde na prestação de cuidados longitudinais
contínuos e permitiu-me perceber a importância de abordar os problemas das
pessoas no contexto das suas circunstâncias de vida; da componente
psicológica e da família na doença; de respeitar as diferenças culturais; da
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identificação de preocupações e medos do paciente; e do reforço positivo na
adoção de estilos de vida saudáveis.
II.4 - Estágio de Pediatria
O estágio parcelar de Pediatria decorreu durante quatro semanas no
Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, no Serviço de
Pediatria Médica 5.1, sob tutoria da Dr.ª Rita Machado, tendo como principal
objetivo a compreensão da Pediatria como uma medicina integral de um grupo
etário, desde a conceção até à adolescência.
Ao longo do estágio acompanhei a minha tutora na sua atividade
assistencial diária, incluindo enfermaria, serviço de urgência e consultas de
Pediatria Médica e da Criança Viajante. Assisti diariamente às reuniões clínicas
para apresentação e discussão de doentes internados na véspera em cada um
dos serviços que compõem a área de Pediatria Médica, bem como a sessões
para a formação de Internos e Alunos. Como elemento de avaliação constou
também a apresentação de um seminário, tendo o meu grupo abordado o tema
Paralisia facial periférica. Como parte integrante do estágio, a rotação pelo
serviço de Imunoalergologia possibilitou participar na consulta externa da
especialidade; observar a realização e leitura de testes cutâneos (Prick tests) e
espirometria; e assistir a sessões teórico-práticas com os seguintes temas:
Terapêutica inalada na Asma e Anafilaxia na criança.
II.5 - Estágio de Cirurgia Geral
O estágio parcelar de Cirurgia Geral decorreu no Hospital das Forças
Armadas (HFAR) no período de 25 de janeiro a 18 de março de 2016, sob
orientação do Dr. Pedro Maurício, tendo como objetivos principais a avaliação
correta das principais síndromes cirúrgicas, consolidando conhecimentos
previamente adquiridos, e o desenvolvimento de novos conhecimentos, bem
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como aptidões de comunicação com os doentes e seus familiares, e com a
equipa clínica.
Durante a primeira semana decorreram as sessões teóricas e teórico-
práticas no auditório do Hospital Beatriz Ângelo, que abordaram aspetos
inerentes à realização dos procedimentos cirúrgicos mais comuns e matérias de
carácter mais prático.
Nas restantes sete semanas pude acompanhar a atividade clínica diária
do meu tutor incluindo enfermaria, serviço de urgência, consulta externa, bloco
operatório e pequena cirurgia. De salientar a participação como ajudante em
vários atos operatórios, no bloco operatório e na pequena cirurgia; a execução
de procedimentos cirúrgicos básicos, como a desinfeção e sutura de feridas; e a
observação diária de doentes com colheita da anamnese, realização de exame
físico e elaboração de diários clínicos, notas de entrada e de alta. Estive também
presente nas reuniões multidisciplinares de decisão terapêutica e nas sessões
clínicas semanais do Hospital.
No Mini Congresso de Cirurgia apresentei um trabalho realizado em
grupo, intitulado When gallstones become rolling stones, que versava um caso
clínico sobre íleus biliar recorrente acompanhado durante o estágio.
O estágio no HFAR proporcionou-nos ainda a possibilidade de visitar o
Centro de Medicina Subaquática e Hiperbárica, e perceber as indicações da
câmara hiperbárica, bem como o Centro de Treino Fisiológico.
II.6 - Estágio de Medicina Interna
O estágio parcelar de Medicina Interna decorreu no período de 28 de
março a 20 de maio de 2016, no Serviço de Medicina 7.1 do Hospital Curry
Cabral, sob tutoria da Dr.ª Graça Martins, tendo como principal objetivo avaliar
corretamente as situações clínicas mais prevalentes e de maior gravidade,
aplicando conhecimentos, gestos e atitudes previamente adquiridos.
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Durante as oito semanas acompanhei a atividade da equipa médica na
enfermaria, tendo sido integrada na mesma e procedendo de forma autónoma,
ainda que sob supervisão, à observação diária de um ou dois doentes com
elaboração de diários clínicos e discussão dos mesmos. Pratiquei
essencialmente a anamnese e o exame objetivo, mas também procedimentos
técnicos como gasometrias arteriais, punções venosas e eletrocardiogramas.
Ao longo do estágio frequentei o Serviço de Urgência do Hospital S. José,
tendo treinado a colheita de dados da anamnese e exame objetivo dirigido. Tive,
ainda, a oportunidade de assistir à consulta de Medicina e à consulta de
Hepatites, tendo contactado essencialmente com o seguimento de doentes com
hepatite C, a maioria com uma boa resposta à terapêutica recentemente
instituída.
Saliento a componente de formação teórica do estágio, com seminários e
aulas teórico-práticas, e a abordagem quer de temas pouco discutidos ao longo
do Curso, como as decisões de fim de vida, quer de temas ligados à urgência e
emergência, como a fluidoterapia e ressuscitação de volume e sépsis.
No final do estágio, e como objeto de avaliação, apresentei e discuti uma história
clínica conduzida pelo diretor de serviço, professor Dr. José Malhado. Realizei,
ainda, em grupo um artigo de revisão e uma comunicação oral subordinadas ao
tema equilíbrio ácido-base. Saliento a realização de um estágio clínico de
Medicina Interna integrado nos CEMEFs (Anexo 2).
II.7 - Estágio Opcional- Medicina de Emergência e Catástrofe
O último estágio decorreu durante duas semanas, estando organizado em
aulas teóricas, aulas teórico-práticas com discussão de casos clínicos e exercício
“table-top” com cenário multivítimas. Ao longo do estágio foi possível visitar a
Unidade de Cuidados Intensivos Neurocríticos, as viaturas de Emergência
Médica e de Intervenção em Catástrofe, o INEM e o CODU. O estágio permitiu
conhecer, por exemplo, o Plano de Catástrofe do CHLC e a triagem de START.
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III - REFLEXÃO CRÍTICA
O estágio profissionalizante do sexto ano é um estágio prático e requer a
aplicação de conhecimentos, atitudes e aptidões adquiridas nos cinco anos
anteriores do Mestrado Integrado de Medicina, bem como a aquisição de novas
competências teóricas e práticas. O ensino tutelado permite um processo de
aprendizagem sequencial de aptidões, que compreende a teoria, a observação,
a prática com apoio, a prática com autonomia e o saber ensinar. A prática com
autonomia progressiva torna-se crucial para a consciencialização de
dificuldades/necessidades de aprendizagem; para incentivar a pesquisa de
conhecimentos avançados; para adquirir sensibilidade para o aperfeiçoamento
de atitudes; e porque confere ao aluno a possibilidade de aprender com a
experiência, de autorreflexão e aprendizagem com os erros. Saliento, desta
forma, como aspetos positivos do estágio profissionalizante o facto da relação
tutor/ aluno, durante os estágios parcelares que realizei, ter sido no máximo de
1/ 2 e de ter sido dada uma maior autonomia na maioria dos estágios
comparativamente com anos anteriores. Todavia, alguns estágios tiveram uma
componente mais observacional e por vezes não foi feita com o tutor uma
definição do plano de aprendizagem, das responsabilidades e dos objetivos
propostos, apesar de estarem bem definidos nas fichas das unidades
curriculares, ou a discussão de dificuldades encontradas.
O estágio clínico do 6º ano correspondeu às minhas expectativas e
considero que a grande maioria dos objetivos gerais e pessoais delineados foram
cumpridos. Um dos ganhos formativos importantes prende-se com uma maior
confiança na observação autónoma de doentes e na avaliação e diagnóstico das
situações clínicas mais prevalentes. Identifico como principais dificuldades a
elaboração de propostas terapêuticas apropriadas às necessidades do doente e
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a comunicação com os doentes, os seus familiares e com a equipa médica,
nomeadamente a capacidade exposição pública de situações clínicas mais
complexas.
A maioria dos objetivos específicos dos estágios parcelares também
foram cumpridos, e todos os estágios foram essenciais para adquirir
competências clínicas que me serão úteis no futuro. Destaco, ainda, a excelente
organização de estágios, como por exemplo o de Medicina Geral e Familiar; a
forte promoção da atividade científica e de investigação em todos eles,
recorrendo, por exemplo, a um mini congresso ou à realização de artigos de
revisão; a exigência da maioria dos estágios quer pelo ganho crescente de
autonomia, quer pelas avaliações teóricas e práticas; e a disponibilidade e
motivação dos tutores para proporcionar bons estágios. Porém, os locais de
estágio atribuídos condicionam, por vezes, a patologia observada e podem
limitar o contacto com algumas áreas que permitiriam uma visão mais completa
de especialidades.
De referir também que o processo de aprendizagem depende sempre do
interesse, da iniciativa e disponibilidade do aluno e considero que o estudo para
a prova de seriação limitou o tempo despendido para os estágios, penso que
teria, por exemplo, aumentado o número de horas no Serviço de Urgência.
Faço um balanço final bastante positivo do estágio profissionalizante, visto
ter-me dado competências clínicas essenciais para a prática clínica futura e
ferramentas para a aprendizagem contínua.
IV - ANEXOS
Anexo 1 – Certificado de presença nas primeiras Jornadas
Académicas de Ginecologia e Obstetrícia do CHLC_NMS-FCM.
Anexo 2 – Certificado de realização de um estágio clínico no
Serviço de Medicina Interna I do Hospital de Santo André, de 14 a 24 de
julho de 2015, integrado nos Cursos Estágios Médicos em Férias
(CEMEFs) organizados pela ANEM.
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