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República Federativa do Brasil
DIÃRIOlilililllríNAC10NALSEÇÃO I
ANO XXXVIII - N9 138 CAPITAL FEDERAL SÁBADO, 22 DE OUTUBRO DE 1983
CÂMARA DOS DEPUTADOS Ata da 138{l Sessão,em 21 de outubro de 1983
1- ATA DA 138' SESSÃO DAI' SESSÃO LEGISLATIVA DA47' LEGISLATURA, EM :n DEOUTUBRO DE 1983.
I - Abertura da SessÃo
II - Leitura e assinatura da atada sessÃo anterior
III - Leitura do Expediente
OFIcIOS
a) N's 119 e 120/83, do Sr.Deputado Bonifácio de Andrada,Presidente da Comissão de Constituição e Justiça.
b) N' P-7t/83, do Sr. PedroSampaio, Presidente da Comissãode Economia, Indústria e Comércio.
e) N' 515/83, do Sr. InocêncioOli veira, Presiden te da Comissãodo Interior.
d) N' 148/83, do Sr. DeputadoBorges da Silveira, Presidente daComissão de Saúde.
IV - Pequeno Expediente
JOÃO HERCULINO - Decretação de medidas de emergência noDistrito Federal.
SEBASTIÃO CURIÔ - Prorrogação do prazo para garimpagem manual em Serra Pelada, Estado do Pará.
ARTHUR VIRGILIO NETO- Julgamento dos padres Aristides
Camio e François Gouriou.
IVO VANDERLlNDE - Reivindicações dos fumicultores.
SUMÁRIO
JOÃO GILBERTO - Desvinculação dos reajustes das aposenta'dorias, das pensões c demais benefícios.
HÊLIO DUQUE - Conveniência do reencontro da Nação com oEstado brasileiro.
LÚCIO ALCÂNTARACombate à seca no Nordeste. Assistência aos flagelados nordestinos.
OLIVIR GABARDO - Cartado Ministro da Acronáuticajustificando utilização de aviões da FABno transporte de material de empresa partieular na região de AltaFloresta, Estado do Paraná.
JORGE ARBAGE - Projeto delei sobre o aborto.
OCTACILIO ALMEIDAConstrução da estrada ParanapuãMesópolis, Estado de São Paulo.
OSWALDO MELO - Reflexosda alta do custo de vida na classemédia.
LÚCIA VIVEIROS - Pendências trabalhistas na Santa Casa deMisercórdia, Belém, Estado do Pará.
VICENTE GUABIROBA Defesa do ex-Deputado AthosVieira de Andrade.
ASSIS CANUTO - Preservação da ecologia e dos recursosnaturais.
NOSSER ALMEIDA - Política indigenista. Atuação da FUNA!.
ALCIDES LIMA - UI Encontro Regional sobre a Problemáticada Seca.
DENISAR ARNEIRO - Confiança da juventude nos destinos doPaís.
SIQUEIRA CAMPOS - Extensão do POLAMAZONIA a Municípios da Amazônia Legal goiana.
NILSON GIBSON - Exploração da gipsita em Araripe. Estadoi de Pernambuco.
JOSÊ RIBAMAR MACHADO- Necrológio do jornalista e poetaFernando Ribamar Viana.
FLORICENO PAIXÃO Apreciação, pelo Congresso Nacional, do Decreto-lei n' 2.064/83.
JOSÊ FOGAÇA - Concessão,pelo Governador de Minas Gerais,da medalha Santos Dumont ao Ministro Delfim Netto.
IRINEU COLATO - I FeiraAgropecuária e Industrial de Giruá, Estado do Rio Grande do Sul.
DANTE DE OLIVEIRAMomento político brasileiro.
ORESTES MUNIZ - Fornecimento de óleo diesel e combustívelpara Manaus e Porto Velho.
RENAN CALHEIROS - Decretação de medidas de emergênciano Distrito Federal.
SÊRGlO LOMBA - Encerramento das atividades da fábrica detecidos Nova América, Estado doRio de Janeiro.
Presidência dos Srs.:Walber Guimarães, 2P- Vice Presidente;Ary Kffuri, 2P-Secretário;Amaury Müller, 4P-Secretário; eMilton Brandão (Art. 76 do Regimento In
terno).
I - ÀS 9:00 HORAS COMPARECEM OS SENHORES:
Flávio MarcílioPaulino Cfcero de VasconcellosWalber GuimarãesFernando LyraAry KffuriFrancisco StudartAmaury MüllerOsmar LcitãoCarneiro ArnaudJosé EudesAntônio Morais
Acre
Alércio Dias - PDS; Aluízio Bezerra - PMDB;Amilcar de Queiroz - PDS; Geraldo Fleming PMDB; José Mello - PMDB; Nasser Almeida - PDS;Ruy Lino - PMDB; Wildy Vianna - PDS.
Amazonas
Arthur Virgílio Neto - PMDB; Carlos Alberto deCarli - PMDB; José Fernandes - PDS; José Lins deAlbuquerque - PDS; Josué de Souza - PDS; MárioFrota - PMDB; Randolfo Bittencourt - PMDB; Vivaldo Frota - PDS.
Rondônia
Assis Canuto - PDS; Francisco Erse - PDS; Francisco Sales - PDS; Leônidas Rachid - PDS; MúcioAthayde - PMDB; Olavo Pires - PMDB; Orestes Muniz - PMDB; Rita Furtado - PDS.
ParlÍ
Ademir Andrade - PMDB; Antônio Amaral- PDS;Brabo de Carvalho - PMDB; Carlos Vinagre PMDB; Coutinho Jorge - PMDB; Dionísio Hage .,...
11372 Sábado 22 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 1983
Paraíba
Rio Grande do Norte
Piauí
Ceará
Bahia
nani Satyro - PDS; Joacil Pereira - PDS; João Agripino - PMDB; José Maranhão - PMDB; Raimundo Asfora - PMDB; Tarcisio Buriti - PDS.
Pernambuco
Antônio Farias - PDS; Arnaldo Maciel - PMDB;Carlos Wilson - PMDB; Cristina Tavares - PMDB;Egídio Ferreira Lima - PMDB; Fernando Lyra PMDB; Geraldo Melo - PDS; Gonzaga VasconcelosPDS; Inocêncio Oliveira - PDS; Jarbas VasconcelosPMDB; João Carlos de Carli - PDS; Josê Carlos Vasconcelos - PMDB; José Jorge - PDS; José MendonçaBezerra - PDS; José Moura - PDS; Josias Leite PDS; Mansueto de Lavor - PMDB; Miguel Arraes PMDB; Nilson Gibson - PDS; Oswaldo Coelho PDS; Oswaldo Lima Filho - PMDB; Pedro Corrêa PDS; Ricardo Fiuza - PDS; Roberto Freire - PMDB;Sérgio Murilo - PMDB; Thales Ramalho - PDS.
Alagoas
Albérico Cordeiro - PDS; Djalma Falcão - PMDB;Fernando Collor - PDS; Geraldo Bulhões - PDS; JoséThomaz Nonó - PDS; Manoel Afonso - PMDB; Nelson Costa - PDS; Renan Calheiros - PMDB.
Abdias do Nascimento - PDT; Agnaldo TimóteoPDT; Alair Ferreira - PDS; Aloysio Teixeira PMDB; Amaral Netto - PDS; Arildo Teles - PDT;Arolde de Oliveira - PDS; Bocayuva Cunha - PDT;Brandão Monteiro - PDT; Carlos Peçanha - PMDB;Celso Peçanha - PTB; Clemir Ramos - PDT; DarcílioAyres - PDS; Daso Coimbra - PMDB; Délio dos Santos - PDT; Denisar Arneiro - PMDB; Eduardo Galil- PDS; Fernando Carvalho - PTB; Figueiredo Filho- PDS; Franciso Studart - PTB; Gustavo Faria -PMDB; Hamilton Xavier - PDS; Jacques D'Ornellas- PDT; JG de Araújo Jorge - PDT; Jorge Cury PTB; Jorge Leite - PMDB; José Colagrossi - PDT; José Eudes - PT; José Frejat - PDT; Lázaro Carvalho-
Espírito Santo
Sergipe
Adroaldo Campos - PDS; Celso Carvalho - PDS;Francisco Rollemberg - PDS; Gilton Garcia - PDS;Hélio Dantas - PDS; José Carlos Teixeira - PMDB;Walter Baptista - PMDB.
Hélio Manhães - PMDB; José Carlos Fonseca PDS; Luiz Baptista - PMDB; Max Mauro - PMDB;Myrthes Bevilacqua - PMDB; Nelson Aguiar PMDB; Pedro Ceolim - PDS; Stélio Dias - PDS;Theodoríco Ferraço - PDS.
Rio de Janeiro
Afrísio Vieira Lima - PDS; Angelo Magalhães PDS; Antônio Osôrio - PDS; Carlos Sant'Anna PMDB; Djalma Bessa - PDS; Domingos Leonelli PMDB; Elquisson Soares - PMDB; Eraldo Tinoco PDS; Etelvir Dantas - PDS; Felix Mendonça - PDS;Fernando Gomes - PMDB; Fernando Magalhães PDS; Fernando Santana - PMDB; França Teixeira PDS; Francisco Pinto - PMDB; Genebaldo CorrciaPMDB; Gorgônio Neto - PDS; Haroldo Lima PMDB; Hélio Correia - PDS; Horácio Matos - PDS;Jairo Azi - PDS; João Alves - PDS; Jorge Medauar
.PMDB; Jorge Vianna - PMDB; José Lourenço 'PDS; José Penedo - PDS; Jutahy ,Júnior - PDS; LeurLomanto - PDS; Manoel Novaes - PDS; Marcelo
'Cordeiro - PMDB; Ney Ferreira - PDS; Prisco Viana- PDS; Raymundo Urbano - PMDB; Raul FerrazPMDB; Rômulo Galvâo - PDS; Ruy Bacelar - PDS;Virgildásio de Senna - PMDB; Wilson Falcão - PDS.
VI - DESIGNAÇÃO DA ORDEM DO DIA
VII - ENCERRAMENTO
2-ATA DAS COMISSOES
3 - MESA (Relação dosmembros)
4 - LIDERES E VICE.LIDERES DE PARTIDOS (Relação dos membros)
moderado c radical. Eleições diretas para Presidente da República.
JOSÊ MOURA - Situação alimentar do mundo em geral e doBrasil, em particular. Necessidadede dar ao País nova estrutura social.
CLARK PLATON - Realidadedo Território Federal do Amapá,na passagem do quadragésimo aniversário de sua criação.
5 - COMISSOES (Relação dosmembros das Comissões Permanentes, Especiais, Mistas e de Inquérito)
ABDIAS DO NASCIMENTO- Culto do candomblé, no Brasil.Celebração, dia 23 de outubro corrente, de cinqüenta anos de sacerdócio de Mãe Teté, da "Casa Branca" ou "Candomblé do EngenhoVelho", no Estado do Rio de Janeiro. Proposta de rompimento dasrelações diplomáticas do Brasilcom a África do Sul. Discriminação racial.
JOÃO BATISTA FAGUNDES- Realidades atuais do TerritórioFederal de Roraima e necessidadede sua transformação para Estadoda Federação.
Agenor Maria - PMDB; Antônio Câmara PMDB; Antônio Florêncio - PDS; Henrique EduardoAlves - PMDB; Jessé Freire - PDS; João Faustino PDS; Vingt Rosado - PDS; Wanderley Mariz - PDS.
Adauto Pereira - PDS; Aluísio Campos - PMDB;Álvaro Gaudêncio - PDS; Antônio Gomes - PDS;Carneiro Arnaud - PMDB; Edme Tavares - PDS; Er-
Aécio de Borba - PDS; Alfredo Marques - PMDB;António Morais - PMDB; Carlos Virgílio - PDS; Claudio Philomeno - PDS; Evandro Ayres de Moura PDS; Flávio Marcílió - PDS; Furtado Leite - PDS;Gomes da Silva - PDS; Haroldo Sanford - PDS;Leorne Belém - PDS; Lúcio Alcântara - PDS; ManoelGonçalves - PDS; Manuel Viana - PMDB; MauroSampaio - PDS; Moysés Pimentel- PMDB; OrlandoBezerra - PDS; Ossian Araripe - PDS; Paes de Andrade - PMDB; Paulo Lustosa - PDS; Sérgio Philomcno-PDS.
v- GRANDE EXPEDIENTE
jornalista Dário Macedo, publicado no ·'Correio BraziIiense",edição de 21-10-83, a respeito daconvicção do Governo quanto ànecessidade de se convocaremeleições diretas para Presidente daRepública. Ilegitimidade do Colégio Eleitoral.
JOACIL PEREIRA - Apreciação sobre o instituto do decretolei.
ELQUISSON SOARES - Suspensão da obrigatoriedade da fidelidade partidária. O conceito de
NILSON GIBSON - Comunicação, como Líder, em resposta aopronunciamento anterior, do DeN
putado Luiz Henrique.
SÊRGIO LOMBA - Comunicação, como Líder, sobre a proposta do Sr. Paulo Maluf para um debate entre os presidenciáveis através da televisão. Eleições diretaspara Presidente da República.
IVO VANDERLINDE Pro blemática brasileira. SistemaCooperativo de Crédito Rural. En'contro Nacional das Cooperativasde Produtores Rurais, promovidopela Frente Parlamentar Cooperativista, no Congresso nacional.
NILSON GIBSON - Comunicação, como Líder, em resposta aopronunciamento anterior, do Deputado Sérgio Lomba. Comentários sobre o artigo publicado no"Jornal de Brasília" de hoje, intitulado "Radicais tinham plano parasaquear Brasília". Medidas deemergência decretadas pelo Gover
.no.
CRISTINA TAVARES - Demissões de funcionários na TVS.Cumprimento da legislação sobretelejornais.
DASO COIMBRA - Falênciado setor de construção naval.
VICTOR FACCIONI - Simpósio sobre Parlamentarismo,Brasília, Distrito Federal.
MILTON BRANDÃO - Necessidade de amparo ao Nordeste.
AGENOR MARIA - Prorrogação do prazo de pagamento dosfinanciamentos rurais concedidos aagricultores prejudicados pela estiagem.
RENATO CORDEIRO - Reivindicações dos pescadores artesanais do litoral norte de São Paulo.
CUNHA BUENO - Décimonono Festival do Folclore, Olímpia, Estado de São Paul6.
ANTONIO CÂMARA - Liberação de verba para conclusão dotrecho rodoviário João CâmaraMacau, Estado do Rio Grande doNorte.
MÁRIO FROTA - Situaçãoeconômico~financeira.
FERNANDO LYRA - Necrológio do ex-Deputado Federal Gregório Bezerra.
JONATHAS NUNES - I Encontro de Mineração do Piauí, Teresina, Estado do Piauí.
ALBERICO CORDEIRO Convocação extraordinária doCongresso Nacional no recessoparlamentar.
LUIZ HENRIQUE - Comunicação, como Líder, sobre artigo do
Maranhão
PMDB; Domingos Juvenil - PMDB; Gerson Peres PDS; Jorge Arbage - PDS; Lúcia Viveiros - PDS; Manoel Ribeiro - PDS; Osvaldo Melo - PDS; RonaldoCampos - PMDB; Sebastião Curió - PDS; VicenteQueiroz - PMDB.
Bayma Júnior - PDS; Cid Carvalho - PMDB; Edison Lobão - PDS; Enoc Vieira - PDS; Eurico Ribeiro_ PDS; Jayme Santana - PDS; João Alberto de Souza- PDS; João Rebelo - PDS; José Burnett - PDS; JoséRibamar Machado - PDS; Magno Bacelar - PDS;Nagib Haickel - PDS; Pedro Novais - PMDB; SarneyFilho - PDS; Vieira da Silva - PDS; Victor Trovão PDS; Wagner Lago - PMDB.
Celso Barros - PDS; Ciro Nogueira - PMDB; Heráclito Fortes - PMDB; Jonathas Nunes - PDS; JoséLuiz Maia - PDS; Ludgero Raulino - PDS; MiltonBrandão - PDS; Tapety Júnior - PDS; Wall FerrazPMDB.
Outubro de 1983 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 22 11373
PDS; Léo Simões - PDS; Leônidas Sampaio - PMDB;Marcelo Medeiros - PMDB; Márcio Braga - PMDB;Márcio Macedo - PMDB; Mário Juruna - PDT; Osmar Leitão - PDS; Roberto Jefferson - PTB; RubemMedina - PDS; Saramago Pinheiro - PDS; SebastiãoAtaide - PDT; Sebastião Nery - PDT; Sérgio Lomba- PDT; Simão Sessim - PDS; Walter Casanova PDT; Wilmar Palis - PDS.
Minas Gerais
ges - PMDB; Siqueira Campos - PDS; Tobias Alves- PMDB; Wolney Siqueira - PDS.
Mato Grosso
Bento Porto - PDS; Cristino Cortes - PDS; Dantede Olivcira - PMDB; Gilson de Barros - PMDB; Jonas Pinheiro - PDS; Maçao Tadano - PDS; MárcioLacerda - PMDB; Milton Figueiredo - PMDB.
O SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri) - A lista de pre-sença acusa o comparecimento de 174 Srs. Deputados.
Está aberta a sessão.Sob a proteção de Deus iniciamos nossos trabalhos.O Sr. Secretário procederá à leitnra da ata da sessão
anterior.
11 - O SR. NILSON GIBSON, servindo como 2'Secrctário, procede à leitura da ata da sessão antecedente, a qual é, sem observações, assinada.
Do Presidente da Comissão do Interior, nos seguintestermos:
Do Presidente da Comissão de Constituição e Justiça,nos seguintes termos:
III - EXPEDIENTE
OFIcIOS
O SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri) - Passa-se à leitnra do expediente.
O SR. AMAURY MÜLLER, 4'-Secretário, servindocomo I'-Secretário, procede à leitura do seguinte
Brasília, 19 de outuhro de 1983
Brasília, 18 de outubro de [983Of. n' 120/83
Of. n' 515/83
Senhor Presidente,Tenho a honra de solicitar a V. Ex' a gentileza de de
terminar as indispensáveis providências visando a queseja convidado a comparecer a este Órgão Técnico o Dr.Mauro Dias, Presidente do IBDF, no próximo dia 27 deoutobro, às dez horas, a fim de proferir palestra sobre
Of. n' P-71/83 Brasília, 18 de outubro de 1983.
Senhor Presidente,Venho solicitar a Vossa Excelência, nos termos do art.
61, do Regimento Interno da Cámara dos Deputados,autorização para rcalizar uma reunião de audiênciapública, com a presença do Senhor Manuel Henrique deFaria Ramos, Presidente da União Nacional do Comércio Varejista de Carnes e Derivados, que representa osSindicatos do gênero em todo País, a fim de "examinar aproblemática da política deste comércio em nosso País",sendo a data sugerida 27 de outobro de 1983, às 10 (dez)horas.
Aproveitando a oportunidade, renovo a Vossa Exceléncia os meus protestos de elevada estima e consideração. - Pedro Sampaio, Presidente.
Do Presideute da Comissão de Coustituição e Justiça,nos seguintes termos:Of. n' 119/83 Brasília, '18 de outubro de 1983
Senhor Presidente,Atendendo a deliberação unânime desta Comissão,
solicito a Vossa Excelência autorizar a anexação do Projeto de Lei n' 1.288/83 ao de n' 707183, por versaremmatéria análoga.
Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelência protestos de consideração e apreço. - Bonifáciode Andrada, Presidente.
Deferido pelo Sr. Presidente, em 20-10-83.
Senhor Presidente,Atendendo a deliberação unânime desta Comissão,
solicito a Vossa Excelência autorizar a anexação do Projeto de Lei n' 2.125183 ao de n' 1.783/83, por versaremmatéria análoga.
Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelência protestos de consideração e apreço. - Bonifáciode Andrada, Presidente.
Do Presidente da Comissão de Economia, Indústria eComércio, nos seguintes termos:
Roraima
Alcides Lima - PDS; João Batista Fagundes - PDS;Júlio Martins - PDS; Mozarildo Cavalcanti - PDS.
Rio Grande do Sul
Santa Catarina
Mato Grosso do Sul
Albino Coimbra - PDS; Harry Amorim - PMDB;Levy Dias - PDS; Plínio Martins - PMDB; Ruben Figoeiró - PMDB; Saulo Queiroz - PDS; Sérgio CruzPMDB.
Amapá
Antônio Pontes - PDS; Clarck Platon - PDS; Geovani Borges - PDS; Paulo Guerra - PDS.
Adhemar Ghisi - PDS; Casildo Maldaner - PMDB;Dirceo Carneiro - PMDB; Epitácio Bitteneourt PDS' Evaldo Amaral- PDS; Fernando Bastos - PDS;Ivo Vanderlinde - PMDB; João Paganella - PDS;Luiz Henrique - PMDB; Nelson Morro - PDS; Nelson Wedekin - PMDB; Odilon Salmoria - PMDB;Paulo Melro - PDS; Pedro Colin - PDS; Renato Vianna - PMDB; Walmor de Luca - PMDB.
Paraná
Alceni Guerra - PDS; Alencar Furtado - PMDB;Amadcn Geara - PMDB; Ansclmo Peraro - PMDB;Antônio Mazurek - PDS; Antônio Ueno - PDS; Aroldo MoleUa - PMDB; Ary Kffuri - PDS; Borges daSilveira - PMDB; Celso Sabóia - PMDB; Dilson Fanchin - PMDB; Euclides Scalco - PMDB; Hélio Duque- PMDB; !talo Conti - PDS; José Carlos MartinezPDS; José Tavares - PMDB; Luiz Antônio Fayet PDS; Mattos Leão - PMDB; Norton Macedo - PDS;Olivir Gabardo - PMDB; Oscar Alves - PDS; OtávioCesário - PDS; Paulo Marques - PMDB; Pedro Sampaio - PMDB; Reinhold Stephanes - PDS; RenatoBernardi - PMDB; Renato Bueno - PMDB; RenatoJohnson - PDS; Santinho Furtado - PMDB; SantosFilho - PDS; Sebastião Rodrigues Júnior - PMDB;Valmor Giavarina - PMDB; Walber Guimarães PMDB.
Aldo Pinto - PDT; Amaury Müller - PDT; AugustoTrein - PDS; Balthazar de Bem e Canto - PDS; EQ1fdio Perondi - PDS; Floriceno Paixão - PDT; GuidoMoesch - PDS; Hermes Zaneti - PMDB; Hugo Mardini - PDS; Ibsen Pinheiro - PMDB; Irajá Rodrigues- PMDB; Irineu Colato - PDS; João Gilberto PMDB; Jorge Uequed - PMDB; José Fogaça PMDB; Júlio Costamilan - PMDB; Lélio Souza PMDB; Matheus Schimidt - PDT; Nadyr Rosseti PDT; Nelson Marchezan - PDS; Nilton Alves - POT;Oly Facchin - PDS; Osvaldo Nascimento - PDT; Paulo Mincarone - PMDB; Pedro Germano - PDS; Pratini de Morais - PDS; Rosa Flores - PMDB; RubensArdenghi - PDS; Siegfried Heuser- PMDB; SinvalGuazzelli - PMDB; Victor Faccioni - PDS.
Adail Vettorazzo - PDS; Airton Sandoval- PMDB;Airton Soares - PT; Alberto Goldman - PMDB; Alcides Franciscato - PDS; Armando Pinheiro - PDS;Aurélio Peres - PMDB; Cardoso Alves - PMDB; Cu·nha Bueno - PDS; Darcy Passos - PMDB; Del BoscoAmaral - PMDB; Djalma Bom - PT; Doreto Campanari - PMDB; Ednardo Matarazzo Suplicy- PT; Estevam Galvão - PDS; Farabnlini Júnior - PTB; FelipeCheidde - PMDB; Ferreira Martins - PDS; FlávioBierrenbach - PMDB; Francisco Amaral - PMDB;Francisco Dias - PMDB; Freitas Nobre - PMDB;Gasthone Righi - PTB; Gióia Júnior - PDS; HerbertLevy - PDS; Irma Passoni - PT; Israel Dias·Novaes- PMDB; João Bastos - PMDB; João Cunha PMDB; João Herrmann - PMDB; José Camargo PDS; José Genoino - PT; Maluly Neto - PDS; Marcelo Gato - PMDB; Márcio Santilli - PMDB; Marcondes Pereira - PMDB; Mário Hato - PMDB; MendcsBotelho - PTB; Mendonça Falcão - PTB; MoacirFranco - PTB; Natal Gale - PDS; Nelson do Carmo- PTB; Octacílio de Almeida - PMDB; Paulo Maluf- PDS; Paulo Zarzur - PMDB; Raimundo Leite -PMDB; Ralph Biasi - PMDB; Renato Cordeiro PDS; Ricardo Ribeiro - PTB; Roberto Rollemberg PMDB; Ruy Côdo - PMDB; Salles Leite - PDS; Samir Achôa - PMDB; Theodoro Mendes - PMDB; Tidei de Lima - PMDB; Ulysses Goimarães - PMDB.
Aldo Arantes - PMDB; Brasília Caiado - PDS;Fernando Cunha - PMDB; Genésio de Barros PMDB; Ibsen de Castro - PDS; Iram Saraiva PMDB; Irapnan Costa Júnior - PMDB; Iturival Nasci·mento - PMDB; Jaime Cámara - PDS; Juarez Bernardes - PMDB; Onísio Ludovico - PMDB; Panlo Bor-
Goiás
São Paulo
Aécio Cunha - PDS; Aníbal Teixeira - PMDB; António Dias - PDS; Bonifácio de Andrada - PDS; Carlos Eloy - PDS; Carlos Mosconi - PMDB; CássioGonçalves - PMDB; Castejon Branco - PDS; Christóvam Chiaradia - PDS; Emílio Gallo - PDS; GerardoRenault - PDS; Homero Santos - POS; HumbertoSouto - PDS; Israel Pinheiro - PDS; Jairo Magalhães- PDS' João Herculino - PMDB; Jorge Carone PMDB;' Jorge Vargas - PMDB; José Aparecido PMDB; José Carlos Fagundcs - PDS; José MachadoPDS; José Maria Magalhães - PMDB; José Ulisses PMDB; Juarez Batista - PMDB; Júnia Marise PMDB; Leopoldo Bessone - PMDB; Luís Dulci - PT;Luiz Baccarini - PMDB; Luiz Guedes - PMDB; LuizLeal - PMDB; Magalhães Pinto - PDS; Manoel CostaJúnior - PMDB; Marcos Lima - PMDB; Mário Assad- PDS' Mário de Olivcira - PMDB; Maurício Campos- PDS: Mclo Frcire - PMDB; Milton Reis - PMDB;Navarr~ Vieira Filho - PDS; Nylton Velloso - PDS;Oscar Corrêa - PDS; Osvaldo Murta - PMDB; Ozanan Coelho - PDS; Paulino Cícero de Vasconcellos PDS; Pimenta da Veiga - PMDB; Raul Belém PMDB; Raul Bernardo - PDS; Ronaldo Canedo PDS; Rondon Pacheco - PDS; Rosemburgo Romano- PMDB; Sérgio Ferrara - PMDB; Vicente Guabiroba - PDS; Wilson Vaz - PMDB.
11374 Sábado.22
tema livre, versando sobre assunto da competência doÚrgão que dirige, com posterior debate.
Renovo a V. Ex', nesta oportunidade, protestos de estima e consideração.
Cordialmente, Inocêncio Oliveira, Prcsidente.
Do Presidente da Comissão de Saúde, nos seguintes termos:
OC. n" 148/83 Brasília, 20 de outubro de 1983.
Senhor Presidente,Reportando-nos ao nosso Oficio n" 117/83, de 25 de
agosto do corrente ano, informamos a V. Ex' que estcórgão técnico, em sua reunião de 19 de outubro, deliberou altcrar ~ data de seu IV Simpósio Sobre Politica Nacional de Saúde, em virtude da impossibilidade de suarealização TIO prazo previsto.
Assim sendo, solicitamos de V. Ex' autorização nosentido de ser fixado o período de 22 a 25 de novembropróximo, para a realização do mesmo.
Na oportunidade, aprcsentamos a V. Ex' protestos deelevada estima e consideração. - Borges da Silveira,Prcsidente.
O SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri) - Está finda a leitura do expediente.
IV - Passa-se ao Pequeno Expediente.Tem a palavra o Sr. João Herculino.
O SR. JOÃO HERCULINO (PMDB - MG. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a afirmação de que a História é a repetição de fatos encontrou uma confirmação, quando o Sr. Presidente da República, usando das atribuições que lhe conferea Constituição Federal, resolveu decretar "Medidas deEmergência", na área do Distrito Federal.
Em 1964 o Governo, estribando-se num pronunciamento insignificante quanto ao sentido, quanto à formae '"quanto ao horário", resolveu cassar o mandato doDeputado Márcio Moreira Alves, e editou o Ato Institucional n" 1.
Agora, estribando-se em nada, ou melhor, estribandose na presunção de possíveis agitações, quando da votação dos Decretos-leis n's 2.036 e 2.045, o Presidente daabertura, o Presidente que jurou fazer deste País uma democracia, coloca uma ~'tramcla" no incipiente regimepor ele sonhado e pelo qual jurou.
O decreto publicado, no meu entender, não teve comoescopo apenas oferecer garantias solicitadas pelo Presidente do Congresso Nacional, em exercício, SenadorMoacyr DaIla.
No meu entender, repito, teve também a intenção voltada para o novo julgamento, para o julgamento do recurso dos padres franceses, Camio e Gouriou, que o Superior Tribunal Militar realizou ontem.
Exige-se de quem governa um País como o Brasil obom senso, a inteligência, o descortino, a acuidade, atemperança indispensável para saber discernir as coisasque interessam realmente o País, a fim de que não se precipite o caos social.
A Oposição, desde o início do sistema comandado porbrasileiros sem a indispensável tarimba no setor público,tem alertado para o fato criado pelos gastos exorbitantespara a realização de obras suntuárias ou, pelo menos,adiáveis.
Mas, fazendo ouvidos moucos, as administrações ditas revolucionárias se sucederam e, com elas, os vagalhões das insânias e das fantásticas elocubrações desproprositadas, criadas, não pela maldade, mas pela incompetência específica de homens públicos "feitos a martelo", depois de marginalizarem companheiros políticos dealtíssima qualidade.
E a onda de desacertos, a acumulação monstruosa deerros e mais erros, tirou o Brasil desenvolvido, assombrosamente, "cinqüenta anos em cinco", pela administração do incomparável e inolvidável político e estadista, Presidente Juscelino Kubitscheck de Oliveira e. o
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I)
atirou no emaranhado, quase que intransponível, do endividamento, quase que insuperável, dos bilhões e bilhões de dólares que nos asfixiam e que anulam os esforços e os sacrifícios das elasses operárias e produtoras,das cidades c dos campos.
Tudo o que produzimos não chega sequer para pagaros juros de nossa dívida.
E o desenvolvimento?E a evolução de tudo que foi feito neste País, até 1964?Tirando os poucos setores que alcançaram desenvolvi-
mento. como. por exemplo. as telecomunicações, a indústria de armamentos, as fontes de energia alternativas,que constituem, efetivamente, uma vitória que não ousamos desmerecer, no mais, tudo teve um crescimento natural, normal, vegetativo. Aritmético, mesmo, estrondosamente fabuloso, o que cresceu, neste País, foi a suadívida externa, e, conseqilentemente, a miséria e a fome.
Gastaram o que quiseram, e não tiveram, sequer, ofreio do Congresso Nacional, por obra e graça do decurso de prazÓ. Esbanjaram. Não conheceram limitações.Depois, buscaram o único recurso, possível para saldaros compromissos assumidos: o FMI.
E agora, quem paga?Quem pagará, pelos desmandos e pelos erros, cons
cientes e inconscientes?O povo I Pobre povo, espoliado pelas multinacionais,
corroído pela voragem tributária e massacrado pelo pesoda carga tributária indispensável, para fazer face a tantogasto, a tanta incompetência.
Ontem, a crise gerada pela incompetência dos pseudohomens públicos era uma crise, apenas, de competência.
Agora, a crise não é apenas de competência, mas é,sobretudo, de competência e dinheiro.
A vida particular nos ensinou que para vencer a crisefinanceira. só há um caminho. o caminho da seriedadeadministrativa e da produção.
Produção, produção até encher os nossos armazéns,saciar a fome do povo, e, depois, exportar. Exportar e liquidar nossa dívida externa, para que possamos legaraos nossos filhos um País rico e forte.
Sem uma mudança radical na política econômica, nãohá decreto que resolva a situação. Não há FMI queagilente.
Se demorar muito não haverá mais remédio.Com emergência ou sem emergência l estaremos perdi
dos!
O SR. SEBASTIÃO CUIDÚ (PDS - PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Presidente Figueiredo terá de escolher entre os poderososgrupos econômicos que estão por trás da CompanhiaVale do Rio Doce, no caso de Serra Pelada, c os oitentamil trabalhadores que ganham ali o sustento da suafamília.
Quem são os poderosos grupos econômicos? Um conglomerado chamado AGM, da Atlântica Boavista, Roberto Marinho (Globo) e Monteiro Aranha. Estes trêsgrupos constituiram duas firmas: a Cia. Minerações eParticipações e a ABRAMO - Associação Brasileirados Mineradores de Ouro. Estas firmas têm, como Diretores Executivos, Eiki Batista, filho do Dr. Eliezer Batista, Presidente da Companhia Vale do Rio Doce, e Antônio Dias Leite Júnior, filho do ex-Ministro das Minas eEnergia, Antônio Dias Leite. Elas têm vinculação com aBritsh Petroleum e a Anglo American Corporation. Sãoestas firmas que querem explorar o ouro de Serra Pelada,no lugar dos oitenta mil brasileiros. O Sr. Francisco dasChagas Pinto Coelho, Assessor do Ministro César Cals,é o defensor direto dos interesses deste grupo, através daMonteiro Aranha.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, o meu projeto, ao con·ceder mais cinco anos de lavra manual aos garimpeirosde Serra Pelada, não cassa alvarás, não atinge ninguém eaté preserva as concessões já fcitas à Companhia Vale doRio Doce, que detém, 'hoje, 736 alvarás, sem nada ter ex-
Outubro de 1983
piorado no ramo da mineração de ouro; ele simplesmente prorroga a concessão já feita aos garimpeiros.
Gostaria de citar aqui o interesse econômico. Ontem,recebi dos garimpeiros de Serra Pelada telefonema emque me comunicavam que encontraram uma pepita deouro, que não está toda descoberta, mas a parte que jáaflora tem 1,5 metro de comprimento por 50 centímetrosde largura, portanto, com 1 tonelada, aproximadamente,a maior do mundo.
Há, em Serra Pelada, uma briga do poder econômico,que não condeno. Não condeno a iniciativa privada, ainiciativa empresarial, mas, sim, o que está sendo feitocon tra 80 mil brasileiros, em Serra Pelada, pela Companhia Vale do Rio Doce, que tem por trás de si esses grupos econômicos e multinacionais.
Fica aqui o meu apelo ao velho e ao novo coração doPresidente Figueiredo, de quem sou correligionário eamigo, para que não vete meu projeto, que tem por objetivo a solução de um problema social muito sério, paraque conceda aos garimpeiros de Serra Pelada o direito decontinuarem trabalhando para o sustento de suasfamílias, porque aqueles garimpeiros descobriram SerraPelada, e a Companhia Vale do Rio Doce chegou posteriormente.
Era este, Sr. Presidente, o apelo que queria fazer.
O SR. ARTHUR VIRGlLIO NETO (PMDB - AM.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, em pleno latifúndio institucional do General New.ton Cruz, subo à tribuna para denunciar uma arbitrariedade ontem praticada sob a inspiração desse milílar. Ospadres franceses Aristides Camio e François Gouriou foram muitas vezes julgados. E eu pergunto: Que julgamento? O embargo foi rejeitado e a sentença mantida,até novo pronunciamento da Justiça Militar.
Os padres, na verdade, não cometeram crime algum.Faço parte da CPI BNH e Grupo Delfim, em funcionamento nesta Casa, c não me lembro jamais de haver ouvido o nome de qualquer um deles arrolado como supostamente implicado em corrupção. Tenho ouvido falar,sim, no nome do Ministro Mário Andreazza, no nomedo Presidene do Banco Nacional da Habitação, Dr. JoséLopes de Oliveira, mas não me recordo de haver alguémmencionado os padres franceses como envolvidos emcorrupção. Sei que a CPI da Dívída brasileira jamais alguém ousou colocar os padres franceses dentre aquelesque teriam levado o Brasil para o buraco sem fundo dainsolvência interna e externa. Lá se fala muito no Ministro Oelftm Netto, no Senador Roberto Campos, não nospadres franceses. São eles portanto, réus sem crime que,quando condenados, condenam quem não ousouabsolvê-los.
Mas, à saída do julgamento no Superior Tribunal Militar, as pessoas, em grande parte religiosos, todos democratas, que lá foram levar a solidariedade aos padresfranceses, os quais sequer presentes podiam estar ao draconiamo julgamento, foram vítimas de uma tentativa deintimidação de parte da Polícia Militar, chefiada por alguns paisanos, tutelados pelo General Newton Cruz, ciodadão que, por sinal, teve o seu nome arrolado quandoexplodiu o escândalo Caso Baumgarten. E não melembro - faço novamente um parêntesis - de haver ouvido alguém mencionar o nome dos padres francesescomo implicados no alfaire Baumgarten, que encheu delama este País. À saída do julgamento - repito! -aPolícia Militar, chefiada por um paisano, tentou agrediros populares que haviam levado a sua solidariedade aospadres injustamente condenados. Não fora a intervençãode alguns Parlamentares. entre os quais eu próprio e obravo companheiro Luiz Guedes, de Minas Gerais, teriasido consumada a agressão.
Tenho a impressão, Sr. Presidente, de que houve umequívoco enorme por parte do Governo ao decretar asmedidas de emergéncia. Era preciso, de fato, que se decretasse com muita "emergência", com a maior urgênciapossível, medidas que extirpassem, de uma vez por to-
Outubro de 1983
das, o regime de corrupção e opróbio que a Nação brasileirajá não mais suporta nem tolera. Não se pode pensarem paliativo algum nem em solução de fundo com o Sr.Delfim Netto, sentado, a desmandar na Secretaria dePlanejamento. Não se pode pensar em qualquer saldapaliativa ou, sobretudo, de fundo, quando sabemos quetodos os segmentos da sociedade têm um projeto paraeste País. Todos o têm. Tenho a impressão de que os empresários nacionais têm um projeto definido para o Paíse, mais do que todos e com mais legitimidade, os trabaIbadores haveriam de ter um projeto definido para aNação, se chegassem ao poder. Somente quem não temprojeto algum, somente quem não é capaz de gerir nada,somente quem não é capaz de se compor com a realidadedeste Brasil ultrajado é o grupo cansado, é o grupo, política e civicamente, esclerosado que ainda vegeta peloPlanalto, a editar medidas de emergência, a sonhar, a sersaudosista da exceção e, sobretudo, a ameaçar a segurança da Pátria, entregando-a e agredindo-a, Pátria queoutra coisa não deseja a não ser se ver livre do entulhodo arbítrio, a não ser começar urgentemente o seu programa de reconstrução nacional.
Sr. Presidente, encerro, dizendo a V. Ex' que já não émais cabível que se governe a Nação brasileira por decreto, já não é mai~ cabível que se governe u Nação brasileira pela ameaça. E os incapazes, apesar das medidas deemergência, haverão de ceder vez à democracia e à história, haverão de aprender a respeitar o Congresso e umaNação que hoje todos sabem que se respeitam profundamente. (Palmas.)
o SR. IVO VANDERLINDE (PMDB - SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, trago hoje a esta Casa a preocupação dos fumieultores doBrasil. Ontem, por iniciativa nossa, tivemos a visita àComissão de Agricultura da Cámara dos Deputados doPresidente e do Secretário da Associação dos Fumicultores do Brasil, associação que atualmente congrega cercade 110 mil produtores de fumo. O apelo que fazem os fumicultores a esta Casa c a diversos Ministérios governamentais é no sentido de que ao, ser fixado este ano opreço do fumo, não se cometa contra os produtores novamente a injustiça praticada no ano passado. B público- não sei se todos sabem - que o IPI do fumo representa mais de 50% do total desse imposto arrecadado pelaNação. No entanto, no ano passado, os fumicultores nãotiveram seus custos de produção repostos. Num custo de132% os industriais só lhes deram 98%, alegando que ainflação deveria diminuir.
Agora os produtores de fumo, reunidos em SantaCruz do Sul, com mais de dois mil produtores presentes,apresentam ao Governo um documento de alerta. A áreaplantada no ano de 1983 já é 6% menor do que a de 1982.Os produtores estão preocupados, pois se aproxima novamente a fixação do preço do fumo, quando os produtores têm de se confrontar diretamente com as poderosasindústrias e o-ooverno ignora isso, não interfere. Os produtores pedem que o Governo esteja ao seu lado; se nãohouver outra forma, que diminua um pouco a sua arrecadação, pois, pasmem, Srs. Deputados - do preço finalde uma carteira de cigarros, apenas um e meio por centocabe ao produtor de fumo, enquanto cerca de 70% cor
_respondentes ao IPI, é arrecadado pelo Governo.
Deixo, Sr. Presidente, para registro nos Anais da Casa, o documento que me foi entregue ontem pela Associação dos Fumicultores do Brasil, ao mesmo tempo emque formulo apelo a esta Casa para que nos interessemospelo problema dos produtores de fumo e para que o Governo seja sensível às suas reivindicações, não permitindo que esse setor tão importante da economia, principalmente para os minifundiários do Sul do País, que raramente têm nas suas propriedades outra opção a não serplanlar o fumo, tam bém se deteriore e venham trazermaior preocupação e maior miséria para o meio rural.
DIÁRIO DO CONORESSO NACIONAL (Seção I)
DOCUMENTO A QUE SE REFERE O DEPU,TADO IVO VANDERLlNDE:
ASSOCIAÇÃO DOS FUMILCUTORES DO BRASIL
"Santa Cruz do Sul, 17 de outubro de 1983.
Exm' Sr.Dr. Ivo VanderlindeMD. Deputado FederalBrasília (DF)
Comunicamos a V. Ex' que iremos encaminhar aosministros da área económica, um memorial solicitandorevisão da tributação do cigarro, especialmente no quediz respeito ao IPI, para uma melhor remuneração aosmais de 100.000 produtores brasileiros que vivem da cul-tura do fumo. -
É público que no Brasil o fumo contribui com mais de50% do total do IPI arrecadado. Enquanto as indústriasalegam estrangulamento de margem e estarem sem condições de melhor remunerar o plantador de fumo, nãoexiste dúvida sobre a precária situação do produtor, porisso, a nossa posição é de total inconformidade para acontinuidade desta situação, pois o fumicultor não podecontinuar nesta "camisa-de-força" para o qual lhe cabesomente a atividade de produzir sem receber pelo frutode seu trabalho, ao menos, um preço justo, cujas conseqüências, pela obviedade, todos nós já podemos prever.
Diante deste quadro, se torna necessário esclarecerquem (Governo e/ou Indústria) deve ceder parte de seusganhos ao agricultor que é o causador desta grande riqueza, mas que não usufrui de seus méritos.
Considerando a importância econômica deste produtopara o desenvolvimento do Brasil, contamos com a cola-boração de V. Ex' -
Atenciosamente. - AFUBRA - Associação dos Fumicultores do Brasil. - Halnsl GraIow, Presidente Romeu Schneider, Secretário.
DOCUMENTO DE ALERTA
Aos fumicultores são apresentadas desculpas de toda aordem para justificar a baixa remuneração. Os dirigentesda classe não podem mais aceitar justificativas que nãorevertem em resultados ao fumicultor. Ora são problemas do mercado de exportação, ora é a indústria de ciogarras alegando estrangulamento de custos que não lhepossibilita pagar mais pelo fumo, embora admitam que aremuneração do fumicultor é insuficiente. A situação setornou insuportável e, por isto, procedemos amplos estudos. Penetramos, inclusive, na área das vendas, consumoe tributação dos cigarros.
O relacionamento Produtor de Fumo/Indústria de Cigarros/Governo (Receita) e O Mercado Consumidor,precisa ser reavaliado de forma séria, para evitar que secaminhe para uma situação (que já se apresenta de formaperceptível) de estrangulamento total, com riscos e prejuízos para todos:
- Fumicultores insatisfeitos com os preços e abandonando a cultura por falta de atratividade.
- Indústria de Cigarros alega falta de lucratividade.- Consumo em decréscimo em função da política de
preços ao consumidor e, em conseqüência,- queda real de arrecadação para o Governo Federal
e os Estados.A elevação dos preços e patamares mais compensado
res para o agricultor é a única forma de assegurar asobrevivência da cultura do fumo no Brasil.
A materialização desta política deve levar em conta apreservação do mercado consumidor, o que nos obriga aconcluir que só poderá ser alcançada mediante a revisãopor "arte do Governo, de sua política de taxação, especialmente no que diz respeito ao Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI).
A aceitação por parte da Receita Federal de reexaminar este assunto é de vital importância para garantir ofuturo deste segmento da economia, inclusive, como já
Sábado 22 11375
dissemos, os próprios interesses do Tesouro Nacionalque, ao nosso ver, estão sob ameaça se mantidos os parâmetros em vigência.
Estamos, pois, solicitando ao Governo Federal a redução da taxa de IPI, de forma a permitir que O pequenoprodutor de fumo possa receber um preço justo para seutrabalho e a conseqüente volta da normalidade no Setor.
Anexos:- o produtor de fumo- as vendas de cigarros no Brasil- os reajustes de preços de cigurros- a importância do fumo na Receita Federal- u evolução da margem do fabrieante- u evolução percentual du destinação da venda bruta
de cigarros- tributação do cígarro
O PRODUTOR DE FUMO
É um universo composto-de mais de 100.000 agricultores minifundiários envolvidos numa cultura praticamente artesanal, na qual intervém toda a família do plantador (meio milhão de pessoas concentradas em 3 Estadosdo Sul) desde a semeadura ao transporte, cuidados gerais, emasculação, colheita e cura do fumo em galpões eestufas.
Basicamente, sua remuneração vem sendo reajustadamediante negociação com a indústria, visando exclusivamente a recomposição de seus custos, especialmenteMão-de-Obra e Insumos.
Devido a constante alegação da falta de margem porparte da indústria de cigarros, este reajustes raramentesatisfizeram ao agricultor.
A situação se agravou em novembro/82 quando osprodutores verificaram que o seu custo de produção aumentou em 132,00% em relação ao ano anterior e a indústria, alegando perspectiva de uma inflação declinante, estabeleceu, um aumento de apenas 98%, não admitindo qualquer negociação acima deS\C percentual, c!>mo que se radicalizou a posição da indúst~ia para com aclasse dos Fumicultores, representada pela Afubra e Federações que se retiraram da reunião da fixação do preçodo fumo sem qualquer acerto, já que não havia mais condições de continuar a negociação.
Este índice, diante da retomada,da inflação e deproblemas climátícos que prejudicatam a produtividadee a qualidade da safra, deixaram o fumicultor em situação de total desestímulo.
O preço médio reajustado em realidade não ultrapassou a 83,00%. Para que se possa avaliar o clima e a expectativa existente no meio da classe produtora de fumo,transcrevemos a seguir algumas das 19 moções apresentadas e aprovadas em recente Congresso de Fumicultores realizado aqui, em Santa Cruz do Sul, com a presençadc mais dc 2.000 pequenos produtores de fumo.
Moção 8 - "que o preço do fumo estabelecido em dezembro, tenha o seu preço reajustado mês a mês, deacordo com o reajuste da taxa do USS."
Moção 9 - "Que as empresas pag'uem de acor'do coma entrega de cada Produtor, um retorno de 20% sobre aúltima safra como compensação aos prejuízos sofridosna comercialização e como participação do produtor nasvantagens auferidas pelas Empresas com a redução doImposto de Exportação de 20% para 5%."
Moção 10 - "Que O preço do fumo tenha um aumento de 20% superior ao aumento do preço do cigarro."
Moção 12 - "Redução em 20% do plantio para a próxima safra, para baixar a oferta e pressionar a demandado produto."
Moção 13 - "Diversificação das culturas e proibiçãoda construção de novas estufas."
A nossa aflição que, inicialmente, poderia parecer prematura, se justifiéa, porque o Sindicato da Indústria doFumo já se pronunciou em 21-9-83 incapacitado sequerde garantir uma recomposição dos preços de fumo aníveis condizentes com os índices inflacionários que es-
11376 Sábado 22 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Outubro de 1983
1982 (a partir de I" de janeiro)
COMPOSIÇÃO DO PREÇO DO CIGARRO(Indice Cr$ 100,00)
alterando para mais a sua participação na receita de venda de cigarros, principalmente do IPI, tornando inexeqüível uma política de melhor remuneração do fumicultor.
Esta situação pode ser claramente constatada no quadro a seguir, onde mostramos em termos percentuais odestino da receita bruta de vendas provenientes do cigarro.
100Governo-Participação
lOOGoverno-Participação
9,2468,4275,857,43
14,91
9,2467,6375,197,56
15,57
GOI'erno-ParticipaçãoConsumidor*xlOO
VarejistaIPIICM/PIS/SELO/FINSOCIALFabricante
1982 (a partir de 16 de maio)
(*) - Vide a seguir considerações sobre a Margem doFabricante.
VarejistaIPIICM/PIS/SELO/FINSOCIALFabricante *
CONSIDERAÇÚES SOBRE A MARGEM DOPABRICANTE
Consumidor
73,169,29
66,117,05
17,55
VarejistaIPIICM/PIS/SELOFabricante*
1981
Consumidor
tão ocorrendo este ano e que, muito menos, poderia fazer face às reivindicações extras acima formuladas.
A fundamentação desta atitude, segundo eles, está baseada na inexistência de margem do negócio, que permita uma política mais compensatória de preços, como seria desejo de todos.
As líderanças representativas dos produtores se mostram descontentes com a frustrada negociação feita em82 e não estão dispostas a abrir mão da recuperação decustos da cultura, sob pena de recomendarem o abandono da produção. (Na presente safra a área já diminuiuem 6%.) E impossível mesmo admitir que os 110.000 pequenos mini fundiários produtores de fumo possam sefrustrar mais uma vez com o preço de seu principal produto de sustento, quando sua capacidade financeira foiabalada pelo endividamento provocado pelo fracasso daúltima safra, quando as taxas de crédito rural foram brutalmente majoradas, quando os fertilizantes com seuscomponentes importantes estão sendo comercializadoscom reajustes próximos dos 200%.
A nossa Associação, cm conseqüência do exposto, vêcomo iminente uma descstabilização do mercado, envolvendo produtor, indústria e consumidor, e sentiu-se naobrigação de redigir este documento de alerta para que,em tempo, se analise e evite o agravamento da situação.
1982 (a partir de 12 de abril)
100Governo-Participação
100Governo-ParticipaçãoAS VENDAS DE CIGARRO NO BRASIL(E suas eonseqüéncias)
Ano Volume em bilhões Aumento/cigarros Decréscimo
1978 137,21979 137,4 + 0,21980 142,7 +4,81981 134,9 -7,81982 132,3 - 1,71983 130,0 -2,3*
Consumidor
VarejistaIPIICM/PIS/SELOFabricante *
Consumidor
9,2466,11
7,2117,44
73,32
Da Margem do Fabricante retiram-se os recursos destinados ao pagamento de:
- Fumo ao plantador e a outros fornecedores dematérias-primas das empresas;
- Custeio das despesas de venda, distribuição e publicidade dos cigarros;
- Lucro das indústrias com o conseqüente pagamento dos dividendos;
- Pagamento do Imposto de Renda devido.
IMPORTÂNCIA DO FUMO NA RECEITA FEDERAL
1982 (a partir de i" de junho)
. * = Estimado
Esta reversão no consumo de cigarros no País vemprovocando quedas constantes nos volumes de fumo aele destinado pois, além do declínio físico da venda, oconsumidor está comprando marcas mais baratas queabsorvem menos qualidade c quantidade de fumo.
Menor produção de fumo significa maior número de produtores fora do mercado
VarejistaIPIICM/PIS/SELOFabricante *
9,2467,636,97
16,16
74,60O fumo é, como demonstrado no quadro abaixo, o
maior contribuinte individual dos impostos da União.
O IPI do fumo
(Valores em milhões de cruzeiros)
1979 1980 1981 1982
52.203 117.100 223.973 536.512127.647 263.182 500.897 989.809
40,90 44,49 44,71 54,20
408.245 877.960 1.716.658 3.412.46912,79 13,34 13,05 15,72
509.843 1.219.418 2.261.969 4.617.84710,24 9,60 9,90 11,62
mento da Indústria para manter os reajustcs de preçosdo fumo para o agricultor sob rígido controle.
Em termos reais, a arrecadação federal e estadual jáestá sendo prejudicada; porém os aumentos de preço,conjugados com maior participação da receita federal nadivisão de venda, vêm ilusoriamente mantendo a arrecadação em níveis satisfatórios; o quadro de volumes antesapresentado indica, no entanto, de forma evidente, que olimite já foi alcançado e que, a partir de agora, todos estarào perdendo com esta política, inclusive, o Governo.
A médio prazo, persistindo estas reduções de volumeno mercado doméstico, estaremos cOI1Jprometcndo, também, as metas quantitativas de crescimento do mercadode exportação, pois, torna-se inviável pensar em dominar o mercado internacional sem que se mantenha ummercado doméstico ativo e atualizado, como suportedeste objetivo. Salientamos que o mercado externo defumo brasileiro é hoje o segundo maior do mundo emvolume, aproximando-se este ano de uma receita cambiaI da ordem de US$ 450,000,000.00 (Sul).
OS REAJUSTES DE PREÇO DE CIGARROS
O histórico dos últimos reajustes de preço dos cigarrosem níveis quase sempre superiores à inflação e ao crescimento do poder de compra dos consumidores é, ao nosso ver, o fator básico que vem provocando redução nosvolumes de vendas.
O produtor não está se beneficiando destes aumentosde preços e a indústria alega que a receita Federal vem
Receita Federal
A - IPI do FumoB - Total do IPI-BrasilC - IPI Fumo/IPI Total %
O - Total de todos os impostos - BrasilE- IPI Fumo/Impostos%
F - Total da Receita BrasilG - IPI Fumo/Receita %
Não é justo que os pequenos minifundiários produtores de fumo, que propiciam ao Governo a oportunidadedc receber tão importante parcela de sua Receita Tributária, se vejam na iminência de abandonarem a cultura,por falta de estímulo, num período de governo onde onosso Presidente João Figueiredo se comprometeu a dartoda a prioridade ao agricultor.
EVOLUÇÃO DA MARGEM DOS FABRICANTES
Historicamente, a margem do fabricante de cigarrosvcm sendo reduzida e reside neste ponto o grande argu-
Ano
197519771980
jan/82abr/82jun/82
1983
Margem do Fabricante
19,21%18,28%17,67%17,44%16,16%15,57%14,91%
Outubro de 1983 DIÃRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 22 11377
EVOLUÇÃO PERCENTUAL DA DESTINAÇÃO DA VENDA BRUTA DE CIGARROS
Produtos Alíquotas Prazo (dias)
Cigarros 365,6 15
Cerveja 72,0 15
Perfumes 77,00 150
Armas 45,0 120
Automóveis 22,033,038,00 45
Ar Condicionado 18 150
Relógio de Pulso 12 120
Televisão 10 120
Distribuição Percentual Jan Abr Jun
do Preço do Cigarro 1977 1980 1982 1982 1982 1983
Varejista 9,46 9,35 9,24 9,24 9,24 9,24
IPI 66,11 66,11 66,11 67,63 67,63 68,42
ICM-Ind. 3,20 3,43 3,66 3,42 3,42 3,29
ICM- Varejo 1,54 1,65 1,76 1,76 1,76 1,76
Selo 0,37 0,75 0,75 0,75 0,75 0,75
PIS 1,04 1,04 1,04 1,04 1,04 1,04
FINSOCIAL 0,59 0,59
Fabricante 18,28 17,67 17,44 16,66 15,57 14,91
Consumidor
- Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
TRIBUTAÇÃO DO CIGARRO. tributação incidente sobre o preço fabricante de outros
O cigarro é, hoje, e de longe no Brasil, o que apresenta produtos e aquele cujo prazo de recolhimento é o menor
maior taxação em termos de IPI, se comparado com a entre os existentes na legislação.
Em termos comparativos com outros países e, calculando sobre o preço de venda ao consumidor, o cigarrobrasileiro é o segundo mais taxado do mundo.
Então, Sr. Presidente e Srs. Deputados, faltou com averdade o Ministro Delfim Netto. Armou uma armadilha, talvez para o Sr. Presidente da República, mas principalmente para este Congresso, ao parecer oferecer umaequação lógica aos nossos olhos: estabelecendo-se a livrenegociação dos salários, então se dcsvineula dos benefícios da Previdência Social. Não, os benefícios da Previdência Social têm seu aumento vinculado ao saláriomínimo, que continua sendo determinado por lei. E nãopoderia ser diferente. O salário mínimo não poderia serobjeto de livre negociação, jamais. Veja-se aonde foi! Será que é incompetência? Não. Certamente é má intenção.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, dizia no início do meupronunciamento, que não costumo adjetivar Ministrosou pessoas; discuto fatos, discuto idéias. E citando a própria Consolidação da Previdência Social,que é clara "o valor do benefício de manutenção será reajustadoquando for alterado o salário-mínimo" - eu digo: sefosse um boneco de madeira que tivesse assinado estajustificativa do decreto-lei, o nariz dcle teria crescido ummetro. Por que não cresce o nariz do Ministro? (Palmas.)
O SR. HltLlO DUQUE (PMDB - PRo Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, pode umanação superar desafios terríveis não tendo a credibilidade e a solidariedade da sociedade? Seguramente, não.
A Espanha vivia, no ano de 1977, uma conjunturamuito semelhante ã do Brasil de hoje, agravada por movimentos separatistas latentes. Contudo, a sociedade espanhola soube encaminhar um amplo entendimento detodos os segmentos da sociedade, de todos os sementospolíticos organizados, enfim, da alma da nação espanhola, e se reunir naquilo que foi o Pacto de La Moneloa.
Operou-se a transição, e hoje Felipe Gonzalez é oPrimeiro- Ministro da Espanha.
Alguns anos atrás, em Madri, tive oportunidade deconversar eom dirigentes do Partido Socialista Espanhole tomar conhecimento do que foi La Mocloa um paláciodesativado. Foi o momento da sociedade espanholaencontrar-se consigo própria. No Brasil também temosum palácio desativado, o Alvorada. Este País precisa deuma nova alvorada, Sr. Presidente e Srs. Deputados,porque o momento que vivemos ê grave e extremamenteperigoso, do ponto de vista dos interesses majoritáriosda sociedade. E se neste País não se operar um proeesode reencontro da Nação com o Estado brasileiro, haveremos de ver novas ondas de intolerância que, por exemplo, as medidas de emergéncia tomadas ainda esta semana refletem como uma pequena ponta de um grande eenorme iceberg.
A sociedade, a partir deste Poder, que é o Parlamento,Sr. Presidente, não pode continuar sendo marginalizada,como o é por segmentos das oposições e o é também porsegmentos do prôprio partido que nominalmente dá sustentação ao Governo.
O nobre Deputado João Gilberto tratava, há pouco,do Decreto-lei 2.064 e de um aspecto específico, o seuart. 44 mas, se observarmos desse ponto de vista, veremos que o art. 16 é uma brutalidade fiscal em relação àatividade privada neste Pais, sobretudo quanto aos segmentos das médias, pequenas e microempresas, quandose eleva para 35% a participação das alíquotas do Imposto de Renda sobre a pessoa jurídica. Esta é uma medida
armadilha do Ministro Dclfim Netto nos jogava, porquede repcnte me ocorreu: a vinculação não ê com a políticasalarial, é com os reajustes salariais, que, pelo decretolei, vão ser um dia objeto de livre negociação. A vinculação dos aumentos dos benefícios da Previdência Socialê com o salário-mínimo e o salário-mínimo continua sendo determinado por lei, tanto que o próprio decreto diz,no seu art. 24, quando institui a livre negociação:
"A revisão do valor dos salários passará a ser objeto de livre negociação coletiva entre empregados eempregadores, a partir de I' de agosto de 1988, respeitado o valor do salário mínimo legal."
"A legislação atual vincula a correção dos benefícios previdenciários à política salarial em vigor.Com a adoção da livre negociação prevista nesteprojeto de decreto-lei, o art.44 dispõe sobre a adequação dos critérios de reajuste dos benefícios previdenciários à nova sistemática de aumentos de salários, atendida a necessidade de se manter oequilíbrio atuarial do sistema, a longo prazo."
Portanto, os reajustes das aposentadorias, das pensõese demais benefícios passam a ser critêrio único da Previdência social, não estão mais vinculados a nada, vão serdados quando e quanto o Ministério quiser. É algo damaior gravidade, já denunciado aqui ontem por váriosparlamentares, especialmente o meu coestaduano Deputado Jorge Uequed.
Mas, como gosto de analisar os fatos a fundo, fui àjustificativa do decreto-lei, assinada por um só Ministro,o Sr. Antônio Delfim Netto, e que, no seu ítem 58, dizassim:
ciários, com base na evolução da folha de salárioode~contribuição.11
Tendo lido esta justificativa, pareceu-me que haviaapcnas um aspecto a ser questionado: é de que a livre negociação está prevista para 1988. Então, a única falta delógica, o único sofisma, seria a utilização - agora jápara o próximo aumento da Previdência, dos aposentados - desta desvinculação total, que poderia parecer, alongo prazo, justa, razoável ou, pelo menos, legal. Grande engano! Refletindo um pouco mais, fui ver aonde a
70%68%65%61%61%54%51%50%
Incidência IPIou equivalentePaíses
DinamarcaBRASILBélgicaReino UnidoAlemanhaMéxicoPortugalEquador
"O Presidente da República, ouvido o conselhoAtuarial do Ministério da Previdência e AssistênciaSocial, fixará os reajustes dos benefícios previden-
O SR, JOÃO GILBERTO (PMDB - RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, nãotenho o hábito de usar esta tribuna para pequenas comunicações. Costumo falar do microfone do plenário, ehoje o faço excepcionalmente para destacar a gravidadedo problema que desejo abordar:
Sr. Presidente, não tenho o costume de adjetivar pessoas, mesmO as do Governo. Prefiro tratar de fatos, idcias e realidades. Mas é muito grave o que vou apresentaraos Srs. Deputados.
O Decreto-Lei n' 2.064, ontem editado, tem no seu art.44 a seguinte redação:
11378 Sábado 22
que contraria os interesses da sociedade, Sr. Presidente,porquc significa também a retirada de recursos brutais anível de uma violência fiscal em setores que são eficientesem termos produtivos, em termos de geração de emprego, para jogar em muitos setores ineficientes da máquinapública, representada por essa tecnocracia autoritáriaque aí está.
Veja V. Ex' a impossibilidade, neste País, que se refletenos entendimentos mantidos com o Presidente UlyssesGuimarães e outros segmentos da oposição e com o próprio Presidente do PDS; o Senador José Sarney.
O Chefe da Casa civil da Presidência da República, Sr.Presidente, chegou a contemplar uma medida que contraria níveis de discussão de abertura, a nível das oposições, no sentido da manutenção de sete a oito saláriosmínimos, com manutenção integral do INPC.
Mas as razões da própria classe política que dá sustentação ao Governo foram marginalizadas. Foi marginali.zado o Chefe da Casa Civil, foi marginalizado o Presidente do 'PDS, foi marginalizada a liderança do PDS e atecnocracia editou esse decretão, que há mais de vintedias já estava nos escaninhos, nas gavetas da tecnocraciarepresentada pelo Sr. Delfim Netto.
A sociedade brasileira não pode continuar sendo tute·lada por uma tecnocracia que mostrou ser incompetente,porque falhou, Sr. Presidente.
Veja V. Ex' o que o Fundo Monetário Internacionalestá cobrando agora do Governo brasileiro. Sabe V. Ex'o quê? Uma promessa e um compromisso assumido deque a inflação, no último trimestre de 1983, nos meses deoutubro, novembro e dezembro, seria dc apenas 5%. Esomente a inflação do mês de outubro deverá ultrapassaros 10%.
A tecnocracia não pode continuar, Sr. Presidente, sendo uma tuteladora maior da nacionalidade.
Acho que La Moneloa, Sr. Presidente, traz muitos en·sinamentos para o momento que estamos vivendo, e seria bom que este País se reordenasse politicamente, através de uma nova realidade constitucional, expressadanuma Assembléia Nacional Constituinte, no restabelecimento das eleições diretas, no restabelecimento de umprojeto articulado de desenvolvimento nacional, nummomento de transição que poderia muito bem, como emLa Moc1oa, trazer muitos ensinamentos. Bem que poderia ser o pacto da alvorada - da alvorada de um novotempo, tempo de liberdade, de desenvolvimento com jus.tiça social neste Pais.
o SR. LÚCIO ALCÂNTARA (PDS - CE. Pronun·cia o seguinte discurso,) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, acabo de percorrer a microrregião de Baturité, noCeará, em visita "a vários Municípios que a integram. Aimpressão que trago é tão desoladora que não poderiadeixar de transmiti-Ia a esta Casa. A inclemência da secasucumbiu também aquela serra, cuja natureza, outroraexuberante, fastigada pela imtempérie, definha, transformando sua vegetação nO.mesmo manto cinza que se estende agora uniformemente para além dos sertões do Canindé. O braço da seca atingiu assim, pesadamentc, todaaquela área, que em estiagens passadas esteve imune aofenômeno, servindo inclusive de refúgio aos que, tangidos pela fome e a falta dágua, buscavam alívio no climaameno da serra. Diante dos poucos chafarizes existentes,postam-se centenas de pessoas, desde a madrugada, emfilas alongadas, à espera de colher uma lata dágua paramatar a sede e satisfazer as necessidades domésticasmínimas de suas famílias. Já não correm mais os riachos,as grotas e os olhos dágua secaram, os cacimbões estãose esgotando, e a água some rapidamente nos lagos ebarragens, muitas delas já completamente vazías. A cidade de Baturité, situada no" sopé da serra do mesmo nome,e a cidade mais importante da região, está com o sistemade abstecimento dágua completamente parado. A barragem da Tijuca, manancial fornecedor de água, secoucompletamente. A população urbana abastec0-se preca-
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
riamente com água de qualidade duvidosa e escassatransportada em carros·pipas e lombos de animais. Omercado de água floresceu, e algumas pessoas dedieamse hoje à sua comercialização. Sei que o quadro por mimdescrito não é privilégio de Baturité. Há mais de meiacentena de sistemas de abastecimento de água de cidadesdo Ceará paralisado por terem secado as respectivas fontes de abastecimento. Muitos outros deverão entrar emcolapso nos próximos meses, os mais difíceis que tere·mos pela frente. Nem Fortaleza, a Capital, escapou aodesastre. Ali a água já está sendo racionada, e a expectativa é de paralisação do sistema se não chover nos primeiros meses do próximo ano. Sei perfeitamente que aocapricho da natureza ninguém pode eseapar. Nem mes·mo desejo indagar o que se poderia ter feito em matériade obras e outras providências para tornar mais amena aconvivência com a seca. O que reclamo agora é a adoçãode providências mais ágeis e efetivas, suficientes para reduzir os efeitos da seca que colocam em risco a sobrevivência daspessoas.
Tenho pedido repetidamente que o Governo promovaa oferta de água, alimento e assistência médica aos flagelados, como condição mínima capaz de garantir a vidade milhões de nordestinos. Reconheço o esforço que oGoverno Federal vem fazendo em favor da região. Nãopretendo ser seu crítico impenitente, mas nenhum nordestino razoavelmente informado está convencido deque a União realiza ali tudo que pode e deve empreenderem momento tão dramático. Em síntese, o apoio do Governo está muito aquém do exigido pelas proporções dacalamidade. A conseqüência de .tudo isso é a sensação dedesesperança e desalento que toma conta de populaçõesinteiras. Daí à revolta, a distância é pequena, mas as con'seqüências são imprevisíveis. A seca queimou a vegetação, o Governo incumbiu-se de crestar a alma das pessoas. J{l não há verde nas matas, nem esperança no coração dos homens. Depois desse ciclo de secas, o Nordeste não será o mesmo. Espero que da conjugação perversa entre a impiedade da seca e a omissão do Governosurja um homem novo, um nordestino mais consciente,senhor dos seus direitos, capaz de construir os caminhosda sua libertação. Essa será a maior obra que, desperce·bidamente embora, o Governo terá contribuído paraconstruir!
O SR. OUVIR GABARDO (PMDB - PRo Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, para que conste dosAnais, lerei carta que recebi do Sr. Ministro da Aeronáutica relacionada à denúncia que fiz sobre a utilização deaviões da FAB no transporte de material de firma de mineração na região de Alta Floresta.
"Brasília, 21-9-83.
Exmo. Sr.Deputado Olivir GabardoCâmara dos DeputadosBrasília
Senhor Deputado,Tendo em vista o seu pronunciamento, no ple
nário da Cámara, acerca do transporte, por "aviãoda FAB, de uma usina de garimpagem, de Cururupara Alta Floresta, gostaríamos de prestar, poramar à verdade, os seguintes esclarecimentos:
Quando o Ministério da Aeronáutica recebe soli·citação, de qualquer empresa nacional, para que colabore em uma determinada missão, submete oproblema aos seguintes critérios:
a) Se a firma é legalmente constituída; se está emdia com suas obrigações fiscais e se nada consta quedesabone a sua postura ética.
b) Se a missão pode ser executada pela aviação
civil.c) Se o local permite o transporte por meios ter·
restres ou por navio.
Outubro de 1983
Após esta avaliação e verificada a possibilidadetécnica do atendimento, a Força Aérea, em aproveitamento de missões já previstas para a área, aceitarealizar o transporte desde que devidamente indenizada em seus custos operacionais; segundo tabelasfixadas pela sua Secretaria de Economia e Finanças.
No caso em tela. efetuamos um transporte de 18toneladas, para uma distância de 200 milhas, em local desprovido de estradas e rios navegáveis, ao custo de Cr$ 5.321.952,00, para atender a uma empresanacional, como tantas outras que já foram apoiadasem situações semelhantes.
Atuando dentro da missão constitucional doCorreio Aéreo, qual seja a de promover o desenvolvimento e preservar a integração, a Força Aérea repudia a precipitação de V. Ex' em assacar, contra ainstituição, suspeita de procedimento ilegal ou desabonador.
O meu Ministério, como é do conhecimentopúblico, está aberto a todas as correntes de pensa·menta e, assim sendo, V. Ex' pode e poderá semprea ele recorrer quando suas dúvidas forem maioresque o seu nível, de informação.
Atenciosamente. - Délio Jardim de Mattos, Ministro da Aeronáutica.PS: Estou enviando cópia desta ao
Senhor Deputado Nelson Marchezan."
O SR. JORGE ARBAGE (PDS - PA. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, peço-lhe autorizar a transcrição nos Anais de uma Carta do Sr. Sylvio Mourão,em que solicita minha colaboração - e a terá de imediato - contra o malsinado projeto do aborto.
Eis a carta:
"Caeté, 18 de outubro de 1983.Excelentíssimo SenhorDep. Jorge ArbageSaudações cordiais
Atendendo ao apelo do Sr. Arcebispo de Aparecida, D. Geraldo M.M. Penido, como amigo e ad·mirador de V. Ex', venho pedir-lhe sua valiosa colaboração ao movimento de todos que se opõe aomaldito projeto, em estudo no legislativo, sobre oaborto.
De minha parte tcnho a convicção de que onobre Parlamentar saberá, de sua parte, dar um nãodecidido a este crime hediondo que ameaça a sacie·dade brasileira. E que assim fazendo V. Ex' obtenhade Deus as Suas Bênçãos para as atividades políticase parlamentares. '
Ótimo seria, e esta é a principal razão desta cartade apoio aO movimento, se o ilustre Deputado eonquistasseà causa dos inocentes indefesos a outroscompanheiros de legislatura. Ao mesmo tempo queexerce um mandato legislativo faria um apostoladobem de acordo com a vontade de Deus.
V. Ex' teria ocasião de lembrar-lhes que todosque votarem a favor ficarão ipso facto excomungados da Igreja Católica; não poderão ter sepulturaeclesiástica; não poderão receber sufrágios públicosapós a morte; não poderão ser padrinhos ou madrinhas dos Sacramentos, etc. E terão sempre diante desi o espectro macabro pela responsabilidade na destruição de milhares de criaturas humanas impedidasde vir à vida natural e espiritual pclo batismo. E ja·mais poderão tcr paz de cspírito.
Confiado nà atuação religiosa e patriótica de V.Ex' peço a Deus que o ilumine. '
Aproveito a ocasião para manifestar·lhe minhasincerá admiração por sua brilhante atuação na áreaparlamentar, sempre visando o bem de nossa Pátria.
Atensiosamente, amigo e admirador..- SylrioMourão."
Outubro de 1983
o SR. OCTAClLlO ALMEIDA (PMDB - SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, comunicou-me o Secretário dos Transportes, poroficio cuja cópia transmiti ao Prefeito Municipal AlfeuPolarini, a inclusão, para construção, se possível, aindano próximo ano, da estrada Paranapuã-Mesópolis.
Estamos nos primeiros meses do Governo FrancoMontara. Os primeiros anos de um governo são dificeis.Tratando de governo sucessor de outro do mesmo partido, ainda há facilidade de dinamização. Mas quando opartido vencedor é antagonista do anterior, como sucedeao Governo Franco Montoro, eleito pela oposição apósdezoito anos de mandato do PDS, há implicações maisdiffeeis de serem destrinçadas. .
Político da região de Paranapuã; transitando semprepelo Município, conheço bem a oportunidade desta estrada vicinal.
Franco Montara, por sinal, foi felicíssimo quando fixou como programa prioritário de seu governo a construção de pequenas rodovias, entrelaçando Municípios edistritos paulistas.
Prometi, Srs. Deputados, durante os anos que antecederam a eleição de 1982, a construção da rodovia asfaltada Paranapuã-Mesópolis.
Franco Montara, durante a campanha, confirmou minha promessa, selando'com autoridade de futuro Governador o aval de segurança â realização.
Na mesma época também, Orcstes Quércia repetia amesma promessa, em comício de que participamos emMesópolis.
O ofício do Secretário dos Transportes comprova,com satisfação, o cumprimento da promessa.
Espero, portanto,. antes de encerrar o Governo FrancoMontoro, visitar Mesópolis por estrada de asfalto.
Tenho dito.
o SR. OSVALDO MELO (PDS - PA. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, estamos preocupados e até mesmo alarmados com a perspectiva do custode vida, nos próximos meses e no ano vindouro de 1984.
As notícias estampadas nos jornais diários são de queo pão sobe de preço. a carne foi para 100%, os aluguéisde casa estão proibitivos, o feijão não existe, a gasolinavai aumentar mais uma vez, o leite já disparou, e os hortigranjeiros já não são nem consumidos pela classe média, devido aos seus altos preços.
Esse alarmante índice de custo de vida, anunciadopara ser enfrentado pelo nossa povo, é uma fonte depreocupação para o Governo e para nós, parlamentares,porquanto, como classe média que somos, sentimos todas as agruras da nossa sofrida gente brasileira. Os índices apontados pela "Fundação Getúlio Vargas" estãomostrando uma evidência impressionante em relação àsubida do custo de vida nos últimos meses.
O preço dos alimentos e do vestuário, nessa pesquisas,estão evoluindo em proporção bem mais alta que os demais componentes.
Chegamos às portas de um inverno que, segundo ameteorologia nacional, promete ser dos mais rigorosos,marcando época. E justamente quando as autarquias rodoviária federal e estadual informam não ter condiçõesde manter estradas abertas - e em algumas, por exemplo, recomendam mesmo, aos carreteiros, que viajemcom água e comida de reserva "para qualquer emergência". Belém continua sem abastecimento próprio de alimentos, dependendo integralmente do transporte rodoviário para sobreviver.
A perspectiva é sombria, e a curto prazo. Há projetados aumentos de derivados de petróleo, ainda este ano,que mais uma vez incidirão sobre esses preços, num interminável repasse que já se tornou uma ameaça. Mas hásobretudo, uma omissão imperdoável no que toca aoabastecimento de Belém, cuja população, de forma cadavez mais sistemática, se ressente dos alimentos essenciais,sempre mais caros e mais difíceis de obter.
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
Estamos vivendo dias muito difíceis e a Naçãodefronta-se com três impasses muito sérios: social, eco~
nômico e político.Nessa situação toda, quem está pagando mais caro é a
a sofrida classe média, à qual pertecemos, pois é quemestá perdendo o poder aquisitivo.
A inflação ultrapassou os 150% e os salários, quer defuncionários, quer de executivos empresariais, mal ultrapassam 80%. Quer dizer, diminui sensivelmente o poderde compra, e quem se ressente é o comércio; só conseguesobreviver quem tem capital de giro ou quem está despedindo seus empregados. Em conseqüência, teremos queo desemprego vai aumentar, a insegurança vai dobrar e O
resultado é imprevisível. Só Deus sabe e nos há de proteger! O mais impressionante é a classe média é a que sofreos maiores impactos. Até certas autoridades federais jádecretaram que desejam a classe média andando de ônibus e não mais de carro prôprio.
Perguntamos: a classe média atenderá a esse desejo ouexplodirá em manifestações de protestos por estar perdendo seu poder aquisitivo, seu chamado status? Se esteé o espírito predominante da classe média que derrubouJoão Goulart, em 64, â espera de melhores dias, imagineo que vai na cabeça do morador do Barreiro, que nãotem infra-estrutura, nem urbana, nem social, e vai pagarônibus ou táxis a preços proibitivos!
O Governo está num caminho errado, procurando nivelar a todos, por baixo, todo o mundo no barco da miséria, exceto alguns privilegiados, é claro, os tecnocratasque estão no poder.
O assalariado da classe média no Brasil trabalha quasequatro meses por ano para pagar impostos.
Há que se protestar em favor do próprio Governo.Está-se trilhando um caminho perigoso que levará, acurto prazo, â proletarização da classe média. E sempresobre esta última que tendem a alicerçar-se todos os regimes centro·direita como o que atualmente rege os destinos do País. Essa classe média, quando forte, torna-se osuporte do Estado, resistindo a qualquer impacto ideológico, que passa a ser desinteressante para os que atingemum certo nível de vida, na medida em que colocam â suadisposição o maior número possível de supérfluos. Assim é muito dilIcil seduzir a classe média com a ideologiade extremos, enquanto essa vê pela frente oportunidadede ascensão. Nivelar-se por baixo é o que de pior podeacontecer, pois a mesma classe média, apesar da naturalaversão à esquerda, tenderá a apoiá-la, já que se vê abandonada pelo aliado natara!.
O que é certo é que, sem o apoio da classe média, setorque pelo número de seus componentes acaba concentrando grande parte da riqueza da Nação, não haverápossibilidade de essa abertura dar certo, e o caminho será nova radicalização, para que lado sÓ Deus sabe.~
Fazemos um apelo veemente aos Srs. Ministros dosTransportes, da Agricultura e do Interior, para que, emação conjunta, verifiquem, nas áreas de seus Ministérios,o que pode ser feito para amenizar a situação aflitiva detransporte e de alimentação da Capital do Estado do Pa·rá.
A SR- LÚCIA VIVEIROS (PDS - PA. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,leio, para que seja transcrito nOS Anais desta Casa, opronunciamento, publicado em O Liberal de 5 de outubro de 1983, pelo Deputado Edson Matoso, com otítulo "Pendências Trabalhistas na Santa Casa".
"Através dc requerimento apresentado na sessãode ontem, da Assembléia, o deputado Edson Matoso, do PDS, pediu que o ministro do Trabalho, Murilo Macedo, interfira junto à Justiça do Trabalhodo Pará no sentido de solucionar de uma vez por todas as cerca de 700 pendências judiciais de eXfuncionários da Santa Casa de Misericórdia, que,segundo o parlamentar, passam enormes dificulda-
Sábado 22 11379
des por estarem com seus salários retidos desde julho de 1982.
Matoso criticou duramente a Junta Governativa daSanta Casa, por ele acusada de fazer acordo com váriosex-funcionários, indenizando-os com "migaJhas", alémde discriminar muitos dos atuais funcionários daquelacasa de saúde, preteridos em favor de uma "panelinha deprivilegiados". O deputado pedessista acentuou aindaque a Junta Governativa, indicada para garantir os direitos trabalhistas dos funcionários, para sanear as finançasdo hospital e para moralizar sua administração não conseguiu, até agora, satisfazer a nenhum desses objetivos.
E rechaçou por antecipação qualquer desculpa que venha a ser levantada com relação à falta de recursos parapagar o que é devido aos ex-funcionários. "Dinheiroexiste, sim. E se disserem que não existe teimando nessadesculpa que não convencerá a ninguém, vale a pena perguntar: e as campanhas, as promoções musicais, filantrópicas, os bazares, as inúmeras coletas em favor da SantaCasa? Será que não serviram ainda para saldar os compromissos que a Junta já deveria ter assumido há muitotempo."
É realmente inadimissível, Srs. Deputados, que tantas"promoções" pagas com a colaboração de artistas famosos do Brasil, Roberto Carlos, e outros grandes, que debom grado atendem a convites, pensando em minorar osofrimento do povo humilde do Pará, não tenham podido pagar os compromissos maiores para com os pobresfuncionários da Santa Casa, vítimas de insensibilidade,como sempre.
O SR. VICENTE GUABIROBA (PDS - MG. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, O Jornal O Globo, em sua edição de 10 de setembro de 1983, publicou a seguinte declaração do Sr.Deputado Mário Juruna:
"Segundo o Deputado Xavante (Mário Juruna),a FUNAI contratou o ex-Deputado Athos Vieira deAndrade como assessor parlamentar, pagando-lhesalário mensal de Cr$ 700 mil.
Esse Senhor - disse Juruna - não conhece oproblema do índio c está a serviço da Administração da FUNAI, defendendo interesses particulares, como empregos para protegidos de Deputadosdo PDS, e procurando prejudicar o meu trabalho naCâmara".
Diante desta declaração tão extravagante quanto absurda, vejo-me diante da honrosa obrigação de defendera pessoa do nosso ex-colega Athos Vieira de Andrade esô o faço tendo em vista a renovação de mandatos ocorrida nas eleições de 1974, 1978 e 1982, pois estou certoque esta defesa é desnecessária a todos os Deputados quehoje têm assento nesta Casa e conviveram na legislatura1971-1975 com o então Deputado Athos Vieira de Andrade.
Certamente que S. Ex-, o Deputado Mário Juruna,não conhece o Dr. Athos Vieira de Andrade, pois, se oconhecesse, por certo não cometeria tamanha injustiça.
Trata-se de uma das figuras mais honradas que passaram por este Parlamento, tendo a seu favor uma dasmais relevantes folhas de serviços prestados à nossa Pátria.
Homem de origem humilde, estudou com dificuldadee foi o primeiro itanhomiense a chegar aos bancos deuma Universidade.
Sou, com muito orgulho, o Deputado Federal maisvotado em sua tcrra Natal, Itanhomi, no Estado de Minas Gerais, onde goza de invejável reputnção.
Professor, advogado, bacharel em Ciências Sociais,Promotor de Justiça, Oficial da Reserva do Exército brasileiro, presbítero da Igreja Presbiteriana do Brasil,Grão-Mestre da Maçonaria de Minas Gerais (eleito ereeleito), Reitor do Colégio Caratinga, escritor, Deputa-
11380 Sábado 22
do Estadual em Minas Gerais por três legislaturas, Deputado Federal na legislatura 1971-1975, Líder da Bancada do Partido Republicano, Vice-Presidente da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, Representante doGoverno de Minas Gerais em Brasília nas administrações dos seguintes Governadores: Aureliano Chaves,Ozanam Coelho, Francclino Pereira e Tancrcdo Neves;Presidente da Orquestra Sinfônica Mineira, Conselheiroda Associação Evangélica Beneficente de Minas Gerais,Cidadão Honorário (por serviços prestados) de váriosMunicípios; participou de delegações brasileiras em viagens feitas em diferentes datas, a Cuba, Estados Unidose Suiça. Agraciado com a Medalha de Brasnia, pclos serviços prestados ao Distrito Federal.
Eis ai alguns dos muitos titulos que honraram a personalidade do Dr. Athos Vieira de Andrade.
Muito infeliz foi o Sr. Deputado Mârio Juruna ao tentar denegrir o caráter desse ilustre brasileiro. Chegamosaté a acreditar que tais afirmativas não correspondem aopensamento do nobre Deputado Xavante, pois sabemolo pessoa simples e de boa fé. Certamente, neste episódio, como tem acontecido em muitos outros, o sopro deassessores tendenciosos deve ter prevalecido e influenciado tais conceitos que refutamos, por julgá-los inveridi
cos~
Tanto assim pensamos que fazemos os seguintes desafios ao Sr. Deputado Mário Juruna:
1') Indique, pelo menos, um nome de qualquer pessoa, protegida ou não de Deputados do PDS, que tenha'conseguido emprego na FUNAI por sugestão, indicação, recomendação ou pedido do Dr. Athos Vieira deAndrade.
2.) Quando, onde, como e em que episódio ou circunstâncias o Dr. Athos Vieira de Andrade prejudicou otrabalho de S. Ex' aqui na Câmara ou em qualquer outrolugar?
3.) Indique quais e de quem os interesses particularesque o DI. Athos está defendendo no exercício da Assessoria Parlamentar da FUNAL
A propósito, li no jornal Correio Braziliense, deBrasília, edição de 16 de outubro de 1983, na coluna"PLANTÃO", a seguinte nota:
"O Deputado Mârio Juruna não é tão ingênuocomo se imagina. Está cobrando cachê de cem milcruzeiros para conceder entrevista. Como aeulturado exótico, seguro de seu lado folclórico, não fazpor menos.
E não aceita cheque. Tem que ser mesmo Cash."
É o caso de perguntarmos:Porque o Sr. Deputado Mário Juruna não responde a
acusação que lhe faz o responsável pela coluna "PLANTÃO", do Correio Braziliense, ao invés de formular inconseqüentes acusações cO!'!tra uma pessoa por todos ostítulos digna de respeito?
De nossa parte, podemos afirmar com toda tranqüilidade: muito lucraria esta Câmara se todos os AssessoresParlamentares por ela credenciados fossem exDeputados Federais do nivel, da estirpe, do conceito e dahonradez do Dr. Athos Vieira de Andrade.
o SR. ASSIS CANUTO (PDS - RO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, umadas preocupações maiores que envolve hoje grande partede nossa sociedade está ligada à preservação de nossaecologia e de nossos recursos naturais visando à manutenção do meio ambiente em condições satisfatórias.
E neste mister queremos ressaltar o extraordinário trabalho iniciado em 1976 pelo Dr. Edgar Cordeiro, quando Secretário de Agricultura de Rondônia, com o objetivo de proteger e de preservar as tartarugas dos rios Guaporé e Mamoré, trabalho este que teve continuidade eaté hoje merece a atenção especial dos nossos governantes.
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I)
Considerando a relevância desta realização que beneficia toda a humanidade, solicitamos a transcrição nosAnais desta Casa do documento em anexo, expedidopela Divisão de Comunicação Social do Governo deRondônia, para que possa ser lido e conhecido por todosaqueles que se interessam pela nossa ecologia e pelosnossos recursos materiais.
Era o que tinha a dizer.
DOCUMENTO A QUE SE REFERE O ORA-DOR
GOVERNO DE RONDONIASECRETARIA DE AGRICULTURA
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
"A TARTARUGA, UM RECURSO VITIMADOPELA DEPREDAÇÃO HUMANA."
A Tartaruga da Amazônia, Podocnemis expansa, ainda é, na realidade, um dos quelônios fluviais mais perseguidos em nossa região, à medida que o homem ribeirinho, ser humano totalmente desprovido de conhecimentos dos mais rudimentares da área ecológica, tem proporcionado em pequeno espaço de tempo, danos irreparáveis à mãe natureza, através da exploração predatóriadesordenada dos recursos naturais renováveis que aindanos restam.
Algumas espécies outrora representativas da BiotaAmazônica, a exemplo, a ariranha, Pteronura brasiliensis, vitima indiscriminada da depredação humana, hoje,está quase extinta, podendo desaparecer para sempre e,por conseguinte, provocar uma série de alterações noecossistema em que antes fizera parte, no entanto poderse equilatar o grau de complexidade.
Com n;lação à tartaruga, o problema da extinção tematingido niveis de significáncia cada vez menores quandocomparada a outros animais silvestres, em virtude do enfoque dado à preservação desta espécie, desde o anO de1965, por técnicos do Ministério da Agricultura no Pará,segundo consta em PRESERVAÇÃO DA TARTARUGA AMAZONICA, trabalho apresentado no SimpósioInternacional sobre Fauna e Pesca Fluvial e LacustreAmazônica. realizado em Manus-AM, no período de 26de novembro a l' de dezembro de 1973.
Em 1976, a Secretaria de Economia, Agricultura e Colonização do Territôrio Federal de Rondônia, através deiniciativa do então titular Edgar Cordeiro, cria, a nívelterritorial, o Programa Preservação de Quelônios, visando preservar a tartaruga e o tracajá no Rio Guaporé, último reduto de sobrevivência destas espécies em Rondônia, bem como repovoar outras Bacias Hidrográficas daregião, com um número representativo de animais salvaguardando o equilíbrio ecológico de cada ambienteaquático.
No ano seguinte e em decorrência dos resultados expressivos obtidos no ano anterior, foi firmado um convênio entre a SEAG e o IBDF com o objetivo de ampliar oprocesso de preservação desses animais em Rondônia.Para tanto. foram mobilizados técnicos de Departamen-
. to de Recursos Naturais da SEAC e da Divisào de Faunada Delegacia do IBDF em Porto Velho que no decorrerdesses anos realizaram um trabalho conjunto, através deum significativo desprendimento de esforços, a fim demanterem estes quelônios incólumes do ataque do principal predador: o caboclo ribeirinho.
Até o momento, já foram lançados aos rios, cerca de100.000 filhotes de quelónios que, de outra forma teriamsido destruídos como ovos, ou até mesmo utilizados naalimentação dos peixes e das aves, antes mesmo do endurecimento de seus cascos.
A continuidade dos trabalhos de preservação da tartaruga e do tracajá no Alto Guaporé, na nossa maneira depensar, é talvez uma das metas mais felizes da Secretariade Estado da Agricull.ura de Rondônia e da Delegacia doJBDF, que através de um trabalho conciso e da busca de
Outubro de 1983
objetivos comuns tem, ao longo desses anos, concorridoà manutenção do equilíbrio ecológico de nossa fauna silvestre.
Apesar de todo o trabalho empreendido pela SEAC eo IBDF, o concurso às praias de desova da tartaruga porparte de elementos predadores, continua nos dias de hoje, não obstante a presença imediata dos fiscais daSEACjIBDF, que vez por outra são tomados de súbitoCOm tais aparições.
Os meses de agosto e setembro marcam o início da subida da tartaruga c do tracajá às praias de desova do rioGuaporé. Precisamos nos conscientizar e à nossa população de que tal fato vai muito além de um simples botarde ovos. mas sim fase de um ciclo biológico que, atéquem saiba, anos mais tarde, possa ser responsável direto pela sobrevivência da comunidade ribeirinha de nossoEstado.
O SR. NOSSER ALMEIDA (PDS - AC. Pronunciao seguinte discurso.) - SI. Presidente, Srs. Deputados,dificilmente encontramos um órgào da administraçãopública tão injustiçado quanto a Fundação Nacional doIndio - FUNAI.
Apesar de todos os seus esforços no sentido de defender o índio brasileiro, não consegue agradar a todos. Aocontrário, recebe sistemático e dirigido combate de pessoas e grupos que procuram, de todas as formas, provocar a sua destruição.
Esta posição intransigente tomada por seus inimigosgratuitos, em nosso entendimento, é fruto de duas causasprincipais:
a) A primeira é o desconhecimento, intencional ounão, do trabalho desenvolvido pela FUNAI, na execução dos programas que alcançam as várias áreas deatividade humana, dentro da comunidade indígena;
b) A segunda é a visão negativa que deturpa os fatos einverte situações, objetivando colocar os próprios índioscontra o órgão que os defende e protege.
Estas consideruções vêm-nos à mente a propósito deduas notícias publicadas em dois ôrgãos da imprensa escrita brasileira.
Sem entrar no mérito das publicações, desejamos res·saltar, no seu con teúdo, o reconhecimento que fazem àluta que a FUNAI vem empreendendo na defesa da causa indígena em nossa Pátria. E para fazermos justiça aquem sô recebe criticas c condenações, queremos. nestepronunciamento, transcrever essas duas publicações.Elas falam mais alto do que as nossas palavras.
A primeira, encontramos no Jornal de Brasília, deBrasília - DF, edição de 16 de outubro de 1983.
Ei-la:
"FUNAI LUTA PARA RETER TERRAS DOSPATAXÓS
A FUNAI quer reaver mais 3.000 hectares daárea da antiga reserva Caramuru-Paraguassu, localizada no sul da Bahia, hoje totalmente oeupada porfazendeiros, posseiros e arrendatários que estão emlitígio com os índios Pataxó Ha-Ha-Hae. A Procuradoria Jurídica do órgão já notificou seis arrendatários e en trará com uma ação de despejo caso osocupantes dos 3.000 hectares pleiteados pela FUNA! não devolvam as áreas que ocupam no espaçode seis meses.
Com mais esta ação judicial a FUNAI afirmaque está tentando reaver parte do território indígena. mas não toda a área reivindicada pelos índiosque exigem a retomada de um total de 36.000 hectares, correspondentes à reserva CaramuruParaguassu que chegou a ser demarcada, em 1933,pelo Exército. Fontes da PUNAI defendem que a liberação de uma área de 13.000 hectares seria suficiente para abrigar os Pataxós Ha-HH~Hae~ que desde o ano passado. iniciaram uma luts. para reaver
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suas terras. Segundo a FUNAI, a pretensão de seconseguir retirar todos os ocupantes da área Pataxónão é viável, pois existe, hoje em dia, até uma sedede município encravada na reserva, o de Pau Brasil.
Para retirar parte dos arrendatários a FUNAI está entrando junto à Justiça Federal com notificaçõesem grupo. Dentro do primeiro grupo consta atéuma prefeitura, a de Itajú do Coloinia e o fazendeiro Jenner Pereira Rocha, que também ocupa outrafazenda na área, a fazenda São Lucas, de 1.200 hectares, que no ano passado foi invadida pelos índios.A FUNA I entrou com uma ação possessória junto àJustiça Federal na Bahia para reaver a São Lucas eagora vai novamente brigar com Jenner para tentartomar outra área arrendada por ele.
Em relação a São Lucas, a FUNAI aguarda ainda para este mês uma decisão do juiz federal LázaroAlfredo Guimarães. Paralelamente, a FUNAI também entrou com uma ação declaratória de nulidadede títulos no Supremo Tribunal Federal para tentaranular os títulos que foram concedidos pelo Governo do Estado da Bahia, dentro da reservaCaram uru-Paraguassu.
A partir de um trabalho feito pela antropólogaMaria Hilda Baqueiro Paraíso, a procuradoria daFUNAI sustenta que os títulos emitidos pelo Go·vemo da Bahia, em 1978, são nulos porque "alémde configurar alienação a non domino, feriram dispositivo constitucional vigente, configurando, dessemodo, ato inegável de irrcsponsabilidade administrativa. "A antropóloga afirma que em 1978 foramexpedidos "abusiva e desrespeitosamente, títulosdefinitivos de propriedade, em nome de invasores,posseiros, arrendatários e grileiros".
Enquanto aguarda pela decisão da Justiça, a FUNAI está empenhada, segundo afirmaram assessores do órgão, em evitar que os índios invadam novasfazendas atendendo a uma determinação do juiz Lá·zaro Guimarães. Em oficio dirigido à FUNAI, ojuiz afirma que "está se disseminando nos meios dccomunicação social a informação falsa de que osíndios Pataxós teriam direito à ocupação da área de36.000 hcctares". O juiz sustenta que a área é apenasuma reivindicação da FUNAI, por enquanto."
A segunda é a insuspeitíssima entrevista concedidapelo Meritíssimo Juiz Federal, Dr. José Lázaro AlfredoGuimarães, titular da 2' Vara lI, de Salvador-BA, aoJornal da Bahia, de Salvador-BA, edição de 8 de outubro de 1983, da qual destacamos as seguintes perguntas e rcspectivas respostas:
"P. Jornal da Bahia: A FUNAI está mesmo a favor do indio brasileiro?
R. Lázaro Guimarães: Foi a FUNAI que trouxeos índios de volta de Minas Gerais para a reservaCaramuru-Paraguassu. Foi a FUNAI que ingressoucom a ação anulatória de títulos. Foi a FUNAI queingressou com o interdito proibitório. A FUNAItem mantido o serviço de assistência; os índios sequeixam, e tal, mas de qualquer maneira, neste processo sob O qual posso falar, a FUNAI tem dado assistência.
P. Jornal da Bahia: Como você vê a atuação destas instituições, os antropólogos das ANAl e os religiosos do CIMI, em relação aos índios?
R. Lázaro Guimarães: Eu vejo com muitas reservas, na prática, esta atuação: Porque o que eles têmfeito só tem prejudicado a vida dos índios. No casoda perícia, que relatei, eu vi declaraçõcs dessc pessoal, contra a perícia. Meu Deus: como é que sepode ser contra a realização de uma prova requerida, pela FUNAI; indispensável ao curso do processo? Com que sentido? Como é que se pode defenderinvasões vizinhas pelos índios, se eles estão sob pro-
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teção judicial na fazenda São Lucas? Tem que cuidar de aproveitar este espaço que conquistaram.
Uma das deficiências da fazenda São Lucas é acarência de água. Se eles tivessem convivência pacífica com os fazendeiros, tem fazendas vizinhas comágua, estaria resolvido este problema."
Eis a íntegra da entrevista:
"NÃO RECEBI PRESSÃO.OS fNDIOS DEVEM
AGUARDAR A JUSTIÇA"
JBa.: A decisão do Tribunal Federal de Recursos,em ratificar uma decisão judicial de que a área da Fazenda São Lucas é dos indios merece uma reflexão eque pensa o Juiz, o que pode significar esta primeiravitória dos indígenas na Justiça na permanente lutapela posse da terra no Brasil? Significa que a Justiçapode ser bom Juiz das causas indígenas?
Lázaro Guimarães: A ação possessória que a FUNAI propôs, tem por objeto a Fazenda São Lucas,antes ocupada pelo réu lener Pereira Rocha. Emabril de 82 os índios voltaram de Minas Gerais ereocupa'ram a fazenda, que era o centro da reservaCaramuru Paraguaçu. E como se sentiam ameaçados a FUNAI sentiu a ameaça, que haveria algumareação contra a ação deles, daí ingressou com esteinterdito proibitório. Depois de ir lá, verificar pessoalmente a situação dos índios no local, dc fazeruma reunião no cinema de Pau Brasil com mais demil posseiros, de verificar todo aquele estado de litígio, de tensão existente na área, e ainda diante dadocumentação produzida, concedi a liminar. Ela éantecipativa. Na segunda-feira é que será a definitiva, com a haudiência de instrução julgamentoH quepode confirmar ou cassar a liminar.
Houve o recurso ao Tribunal Federal de Recursos, este negou provimento confirmando minha decisão, contra o recurso do réu e do Estado da Bahia.
JBa.: O que que o Estado da Bahia pretende ao en·trar com recurso contra os índios?
Lázaro Guimarães: O Estado interveio como assistente. Ainda em dezcmbro o Estado interveio, eleconsiderava essas terras devolutas, pertencentes aoEstado, seria ele então também réu. Eu neguei estaintervenção do Estado como réu, como pretendia apetição. Por quê? Porque na ação possessória não sediscute o dominio da propriedade mas uma relaçãode fato com a pessoa, a posse da terra.
Nesta ação possessória não se discute se há terratitulada ou não, de ser do domínio ou não do Estado. Então admiti o Estado como mero assistente,por ter interesse jurídico. Dessa decisão minha o Estado também recorreu dizendo que não seria simples assistente mas co-réu digamos assim. O Tribunal Federal de Recursos negou provimento a esseagravo de instrumento do Estado, mantendo minhadecisão.
JBa.: De um lado, o índio enfrenta o fazendeiro deoutro, o Estado. Quem fica do lado do índio? A Jus!iça?
Lázaro Guimarães: Só o Supremo é que vai dizerse estes títulos dos 36.000 hectares totais são válidosou não. Quanto à posse da Fazenda São Lucas, dia10, segunda-feira fica resolvido. Num prazo de 10dias darei a setença. Mas, seja favorável ou contrária aos índios, a liminar se mantém. De qualquermaneira a Fazenda São Lucas está garantida, nosseus 1.200 hectares, para os índios.
Respondendo à pergunta, toda relação humana écomplexa, mas a gente pode reduzir a alguma simplicidade. O esfoçro que toda pessoa deve fazer nomomento, é no sentido de que os índios lá na Fazenda São Lucas aguardem a ação maior que está no
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Supremo, sobre os 36.000 hectares. Porque os indiossó contam com a proteção judicial em relação a estes 1.200 hectares da São Lucas. O restante da áreestá litigiosa.
Somente na área da São Lucas, eles têm a garantia de ocupação legítima. Se eles partem para incursões em fazendas vizinhas, a situação deles fica vulnerável. Aí eles passam a cometer um ato que o ordenamento jurídico nacional considera de violência.Uma violéncia que se equipara - vocé pode até dizer Uesta violência seria justa, a outra seria injusta"- mas isto em termos de Direito não vai fazer diferença. É violéncia e ilegítima. É um crime, umexercício arbitrário das próprias razões. Ainda quevocé ache que tenha razão, não pode fazer justiçapelas próprias mãos. A Justiça privada está abolidadesde os primórdios da civilização.
Os índios podem confiar na Justiça. Me pareceque até o momento ela não tem falhado, pelo menosneste episódio dos pataxós. Eles estão na FazendaSão Lucas sob proteção da Justiça. Quanto à outraação, o que está no Supremo, está demorando, massão 400 e tantos réus. São 400 e tantos réus no interior de Itambé até perto do extremo-sul, uma áreade 56 mil hectares. Vai demorar um pouco.
Mas enquanto ela tramita, o que custa aos indiosficarem lá na Fazenda São Lucas?
A FUNAI propôs um acordo em torno de 6 mil epoucos hectares, e o presidente da República teriaque baixar um decreto considerando a desocupaçãodessas terras pelos índios. Voltando à questão, oíndio pode confiar na Justiça. Mas, a gente precisaprocurar todos os instrumentos para a realizaçãodos nossos direitos, não pode ficar só esperando,justiça, justiça, justiça. Têm meios diversos: a conversa com a parte antagônica, os meios administrativos, a proteção da FUNAI que deve ser efetiva, ademarcação das terras e finalmente, o acesso ao J udiciário, não encontrada nenhuma solução atravésdesses meios.
JBa.: A partir dessa sua experiência em trabalharcom a causa indígena, eu perguntaria de onde vêm aspressões contra essa defesa? Vem dos fazeudeiros,através de pressões econômicas, ou vem do Estado,exercendo o Poder político? O que voeê tem enfrentado?
Lázaro Guimarães: Me criei aqui em Salvador, aspessoas me conhecem. Durante minha vida toda tenho uma linha de comportamento... De fazendeironenhum, nenhum tipo de pressão por parte do Governo do Estado, não posso dizer que recebi pressãonenhuma, apenas, o ex-governador Antônio CarlosMagalhães demonstrou que estava preocupado coma situação e procurou defender os interesses do Estado. Mas de jeito nenhum ele me pressionou, issoeu não posso dizer.
JBa.: Ele fez o que para demonstrar seus interesses?
Lázaro Guimarães: Atuou, mostrou que estevapreocupado, achava que O Estado tinha razão, massem pressões. Inclusive quando era jornalista, eu fuiassessor de imprensa dele, quando foi prefeito daqui. Ele me conhece, não faria isto.
.JBa.: Então vamos reviror a questão atê que ano?Porque foi o Estado da Bahia, antes de qualquer fazeudeiro entrar nas terras, foi o Estado que se apossou do que perteneia de fato aos índios Pataxós. OEstado considerou terras suas e passou a fornecer ostítulos aos fazendeiros.
Lázaro Guimarães: Não quero me pronunciaragora, porque isto é' objeto também do processo queainda vou julgar, e de outro que corre no Supremo.Mas eu poderia dizer, em tese, a você que a questãonão é tão simplcs assim. A História é um processo
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em movimento. Então, de 1926, quando foi feita ademarcação daquela área, muito tempo passou, ospersonagens mudaram, e a ação humana se desenvolveu naquela área. O Estado alega que os índiosnão ocuparam toda aquela área, e alega tambémque não se concretizou a destinação da área comoreserva indigena porque não se oficializou a demarcação.
Diz o Estado, que a área foi abandonada, digamos assim. A área que não foi ocupada, o Estadoconsiderou terra devoluta e titulou a terra. fi umaalegação que vou pronunciar na minha sentença, emrelação à Fazenda São Lucas. O restante será no Supremo. Essas titulações ocorrem desde 1930, títulosoutorgados por Mangabeira, Juracy Magalhães,Roberto Santos e Antônio Carlos Magalhães.
JBa.: A FUNAI está mesmo a favor do índio brasileiro?
Lázaro Guimarães: Foi a FUNAI que trouxe osíndios de volta de Minas Gerais para a reserva Caramuru Paraguaçu. Foi a FUNAI que ingressoucom a ação anulatória dos títulos, foi a FUNAI queingressou como interdito proibitório. A FUNAItem mantido o serviço de assistencia: os índios sequeixam e, tal, mas de qualquer maneira, neste processo sob O qual posso falar, a FUNAI tem dado assistência.
JBa.: Como são estas terras em litígio, são muitoferteis, a região envolve muitos interesses econômicos?
Lázaro Guimarães: Muito rica, basta dizer quena zona da pecuária, próxima a Itambé, estão propriedades exploradas, todas elas. Na área do cacaua mesms coisa. Existe outras áreas, ocupadas porpequenos posseiros com cultura de sobrevivência.Existem todos estes interesses antagônicos aos interesses dos indios. O problema todo está neste choque. As terras foram reservadas aos índios desde1926.
JBa,: A ascensão de um líder como Juruna no piano da política nacional pode contribuir para a causados índios?
Lázaro Guimarães: Para a comunidade indígenanacional, a eleição do deputado Juruna foi um marco. E ele tcm defendido energicamente, vibrantemente: estes interesses.
JBa: Como estão vivendo os Pataxós na área?Sobrevivem do quê?
Lázaro Guimarães As terras são muito ricas, elespoderiam estar plantado... tem um parente de umaíndia que veio do Paraná, está colhendo o que plantou, uma beleza! A FUNAI distribui semanalmentecomida...
JBa: Você não acha que são atitudes paternalistas,assistencialista, não vão resolver o problema de subsistência dos índios?
Lázaro Guimarães: Mais importante que esta distribuição, essa distribuição não é importante, é ocultivo daquela terra. Às vezes fico irritado com otempo que se perde coisa ridícula, meu Deus paraensinar o índio a repelir a presença dos peritos, porexemplo, de realizar 05 exames na área. F oram realizar a perícia na região. Gataram-se mais de 3 meses pela resistência oposta pelos índios, a parte comandada pelo cacique Nailton.
Resistência ao trabalho dos peritos, indispensável aos processos. F oram dizer aos índios que erapara tomar a terra dcles.
JBa: Quem fez isso?Lázaro Guimarães: Os informes que tenho rece
bido são de que a ANAl e o CIMI, botaram na cabeça deles isso. Não tem nada a ver. Perdeu-se 3 meses, que poderiam ser aproveitados em orientaçãode tr,!-bulho, para plantar, para colber, de uma ma-
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neira geral. Agora, ao invés de se recuperar o tempoperdido, tão botando na cabeça dos índios que elesdevem invadir as fazendas vizinhas, que diabo! Pensar em preparar guerra de um exêrcito de Brancaleone!? Devia era dar orientação para eles trabalharem a terra, para ficarem na terra. Enquanto aguardam uma ação que pode aumentar a área deles lá.Não é?
JBa.: Como você vê a atuação destas instituições,os antropólo~os da ANAI e os religiosos do CIMI, emrelação aos índios?
Lázaro Guimarães: Eu vejo com muitas reservas,na prática, esta atuação. Porque o que eles têm feitosó tem prejudicado a vida dos índios. No caso daperícia, que relatei, eu vi declarações desse pessoal,contra a perícia. Meu Deus: como é que se pode sercontra a realização de uma prova requerida, pelaFUNAI, indispensável ao curso do processo? Comque sentido? Como é que se pode defender invasõesvizinhas pelos ínidos, se eles estão sob proteção judicial na fazenda São Lucas? Tem que se cuidar deaproveitar este espaço que conquistaram.
Uma das deficiências da fazenda São Lucas, é acarência de água. Se eles tivessem convivência pacífica com os fazendeiros, tem fazendas vizinhas comágua, estaria resolvido este problema.
JBa.: O que deve ser feito para dar solução, melhorar a dignidade de vida dos índios brasileiros?
Lázaro Guimarães: É complexo. Mas eu procuraria conhecer primeiro os problemas de cada tribo.Respeitar os valores, a cultura, manter a integridadede cada tribo. E garantir a posse da terra, com o quese daria apenas cumprimento à uma regra constitucional - artigo 198 da Constituição Federal. Istonão seria um sonho, apenas O cumprimento da LeiMaior que garante a posse dos territórios habitadospelos indigenas.
Garantida esta posse, estimular a atividade prudutiva, respeitados seus valores, estudados osproblemas de seus contatos com os males da civilização branca.
JBa.: A emancipação do índio para sua situação?Lázaro Guimarães: Não resolve. Nós às vezes
pensamos que se resolve os problemas mais sérioscom lei. A lei não resolve nada. Os índios necessitam desta tutela, na medida em que a FUNAI osaglutina, e os colonizadores que exploram a terraarrasariam COm eles. Não é possível para eles compreender as leis, os direitos. O que gera a capacidadecivil? A presunção de que o indivíduo seja apto aexercer os seus direitos. Prá exercer seus direitos êpreciso compreender os limites deste direito paraque ele seja eficaz. Se os índios não têm culturalmente aptidão para compreender toda a gama dedireitos-deveres-obrigações decorrente do ordenamento jurídico nacional, como é que de repente poderão ter capacidade civil para exercitar estes direitos?
Por quê? Porque ele está arraigado à sua própriacultura, então, para ele conviver com a cultura dominante é preciso que ele seja destinatário de umaproteção especial, por um órgão do Estado.
JBa.: Saindo um pouco do assunto índio... por quese acredita tão pouco na Justiça do Brasil?
Lázaro Guimarães: Na minha escola (NR: (Universidade Católica onde leciona Direito Civil) fizemos uma pesquisa de opinião pública e o resultadofoi deprimente. Mostrou uma Justiça enormementedesacreditada, a margem de imagem negativa dojuiz é acentuada e, O que é pior, a indiferença daspessoas com relação à Justiça - mais da metadedos entrevistados, de Amaralina, Federação, etc disseram isso.
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Eu localizo esse descrédito também pela falta decredibilidade nas instituições, um processo geral queestá acontecendo com a sociedade brasileira. Umprocesso de deterioração que vem se desenvolvendoao longo das últimas décadas. É a realidade que sesente, o agigantamento da intervenção do Estado, adisseminação do Estado na economia, e a ênfasedada à economia. Tudo isso fez com que o Estado sedescuidasse de objetivos essenciais: educação, saúde, justiça, e segurança pública do indivíduo.
Enquanto o Estado se agigantou, a intervençãoeconômica não gerou resultados sólidos e nos levamà crise, e a crise quase nos leva de roldão. No campoeducacional, pioramos. Anteriormente, a imagemdo homem da Justiça era bem melhor. Hoje a formação profissional deste indivíduo é precária. Euvejo as escolas formando péssimos profissionais.Tenho visto decisões de juízes completamente semforma jurídica, decisões às vezes puramente pessoaise interesseiras.
Que estas duas publicações possam contribuir no sentido de ajudar as pcssoas bem intencionadas, na apreciação do exaustivo trabalho que a FUNAI vem realizando, com mérito, na deresa do índio brasileiro.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.
O SR. ALCIDES LIMA (PDS - RR. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, emmeu poder documento enviado pela Confederação N acionai dos Trabalhadorcs na Agricultura (CONTAG),que resultou do III Encontro Regiona! Sobre a Problemática da Seca, realizado no período de 15 a 19 de agosto passado, na cidade de Tercsina, no Piauí, com a participação de 50 dirigentes sindicais do Nordeste.
O referido documento, que se denomina "Posição doMovimento Sindical de Trabalbadores Rurais sobre oProblema da Seca", consubstancia os pontos de vista daclasse sobre a grave questão nordestina e o elenco de medidas propostas para solucioná-la.
A idéia básica defendida pela CONTAG centra-se nanecessidade urgente da implantação de medidas que visem à transformação da estrutura fundiária vigente naregião nordestina atravês da Reforma Agrária, com aparticipação dos trabalhadores rurais, acompanhada demodificações na política agrícola e de irrigação.
Ao lado da reestruturação do modelo agrário, o documento sublinha a urgéncia da adoção de medidas ligadasà questão do crédito, do seguro agrícola e do "Programade Emergência".
N o que tange à emergência, SI. Presidente, emboraconsiderem ser ela apenas um paliativo, os dirigentes sindicais nordesfinos reconhecem sua imprescindibilidadeem momentos de crise aguda como o atual vivido pelostrabalhadores rurais da região, assolada, em seu quintoano consecutivo, pela estiagem prolongada.
Finalmente, além de reclamar a implantação de medidas anteriormente pleiteadas pelos trabalhadores no documento intitulado "Documento de Teresina", defendese a inclusão, no "Programa de Emergência", de todosos Municipios atingidos pela seca, com a criação deáreas de trabalho em todas as comunidades e de vagassuficientes nas frentes de serviço, e propugna-se pela participação efetiva dos própios trabalhadores rurais, através de suas entidades sindicais, em todas as fases do plano.
Sr. Presidente, hipotecando minha solidariedade irrestrita aos trabalhadores rurais do Nordeste e endossandoo movimento reivindicatório em seu favor, liderado pela
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CONTAG, requeiro a transcrição, nos Anais da Casa,do documento a que me reporto e cujo teor é o seguinte:
"OFICIO CIRCULAR N- AEj054j83Brasília, 12 de setembro de 1983
Senhor Deputado,A Confederação Nacional dos Trabalhadores na
Agricultura - CONTAG, órgão máximo de representação dos trabalhadores rurais brasileiros, vemsolicitar a atenção especial de V. Ex' para o Documento Reivindicatório que ora encaminhamos:"Posição do Movimento Sindical de TrabalhadoresRurais sobre o Problema da Seca".
O presente documento resultou do "111 EncontroRegional Sobre a Problemática da Seca", realizadodentro da Programação Integrada CONTAGjFEDERACÕESjSINDICATOS, no período de 15 a19 de agosto último, em Teresina, Piauí, contandocom a participação de 50 (cinqüenta) dirigentes sindicais do Nordeste.
Traz o documento uma análise da dramática situação da população trabalhadora rural que vemenfrentando cinco anos consecutivos de seca; umaanálise das medidas governamentais voltadas para aregião e, por fim, as reivindicações dessa população,incluindo medidas indispensáveis à solução definitiva do problema da seca, bem eomo medidas de urgência absoluta para garantir a sobrevivência dc milhões de famílias de trabalhadores rurais.
Reivindicamos medidas que visam à solução definitiva do problema da scca que implicam na transformação da atual estrutura agrária injusta, concentradora de terra c renda, através da ReformaAgrária com a participação dos trabalhadores rurais, acompanhada de mudanças na polítiea agrícola e de irrigação, no sentido de que seja dada prioridade aos pequenos agricultores.
Entre as medidas agrárias destacamos as de caráter específico, "que possibilitarão reduzir de formassubstancial os efeitos danosos das secas sobre os trabalhadores rurais", tais como: a desapropriação dasáreas úmidas e vazantes, distribuindo-as aos trabalhadores rurais; desapropriação por interesse socialde áreas litigiosas; assentamento imediato dos trabalhadores rurais nas áreas já desapropriadas.
Reivindicamos medidas de absoluta urgência ligadas à questão do Crêdito, do Seguro Agrícola edo Programa de Emergência.
Consideramos que, "apesar de serem apenas umpaliativo, as frentes de serviço são indispensáveis emmomentos críticos como os que os trabalhadores rurais vêm suportando nos últimos anos".
Portanto, reivindicamos a inclusão no Programade Emergência de todos os municípios atingidospela seca com a criação de áreas de trabalho em todas as comunidades e de vagas suficientes nas frentes de serviço, devendo ser liberados os trabalhadores por ocasião das chuvas, sem prejuízo dos pagamentos até a colheita.
Ainda sobre o Programa de Emergência chamamos a atenção das autoridades responsáveis para aadoção das medidas reivindicadas no "Documentode Teresina" visando à correção das distorçõesatualmente verificadas na execução desse Programa,tornaudo-se indispensável a participação efetiva dospr6prios trabalhadores rurais, através de suas entidades sindicais, em todas as fases do plano de emergência, bem como a mudança dos atuais critérios eunificação do procedimento dos órgãos encarregados da execução do Programa de Previdência. .
Detalhamos no nosso documento reivindicatórioas bases necessárias aos critérios do Programa deEmergência, acerca das seguintes questões: alistamento, condições de trabalho, salário, pagamento e
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obras a serem realizadas. Reivindicamos também que"esses critérios sejam tornados púhlicos pela SUDENE o mais breve possível e encaminbados às entidadessindicais" .
Estamos conscientes de que tanto a solução definitiva da situação da seca do Nordeste, como a garantia de condições mínimas de sobrevivência dapopulação, dependem exclusivamente da adoçãopelas autoridades responsáveis das medidas maisuma vez reivindicadas pelo Movimento Sindical deTrabalhadores Rurais.
Nesse sentido, conclamamos todos os setores dasociedade brasileira para manifestarem o sell apoioconcreto às reivindicações dos trabalhadores ruraisda região, os quc mais sofrem os efcitos da seca, porterem com a estiagem agravada uma situação já sacrificada sobretudo pela injusta estrutura agrária epela falta de uma política agrícola a serviço dos pequenos agricultores.
Sendo o que se nos apresenta para o momento,valemo-nos da oportunidade para reiterar-lhe protestos de distinta consideração."
Era o que tinha a dizer.
o SR. DENISAR ARNEIRO (PMDB - RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, ocupar uma cadeira de Deputado Federal, em nossoPaís, nesse grave momento por que passa todo o povobrasileiro, considero uma demonstração de ousadia. Noentanto, Sr. Presidente, talvez seja desolador para aqueles que aqui chegaram cheios de entusiasmo, na esperança de poder fazer algo pelo seu povo sofrido e abandonado. Ledo engano. Como já disse, somos um podersem poder, um poder sem forças, um poder que não estásabendo impor-se perante os realmente poderosos destePaís. Mas nem tudo está perdido. Acabo de receber umacarta de uma jovem eleitora, com apenas 21 anos de Idade, que não foi possível dar o destino das demais cartasque reeebemos - responder e arquivar.
Tenho, Sr. Presidente e Srs. Deputados, que transcrever, para conhecimento desta Casa, o que pensa esta jovem e que talvez represente o pensamento de uma grandeparcela da nossa mocidade e que n6s até ignoramos, porque não temos tempo de trocar idéias com os jovens.
O País está conturbado, e nós, os mais velhos, estamosigualou pior. Esta carta, Sr. Presidente, é um brado dealerta para aqueles, da nossa geração, que não acreditammais nesta sua Pátria. Os jovens estão desiludidos conosco, porque lhes vamos legar um país pobre, endividado ehumilhado, mas eles ainda acreditam no poder de recuperação dessa terra, e a prova disto é o relato desta carta:
"Em primeiro lugar, gostaria de agradecer o cartão que você me enviou pelo meu aniversário. Gostei muito de recebê-lo e me senti muito importante.Isso alimentou a idéia de escrever para você.
Tenho me preocupado bastante com a situaçãodo País c com a miséria do povo. A cada dia me sinto mais impotente diante dos problemas cada vezmaiores que assolam este País. A cada dia me sintomais inútil em saber que não estou fazendo nadapara evitar isto, ao mesmo tempo em que reparo,com imensa desolação, que a maior parte do povotambém está inerte, ou seja, também está vendo asua situação ficar cada vez pior enquanto fica parado, esperando as eoisas acontecerem.
Lembro-me de quando viajei, em 1982, quandofui à Europa, e pude presenciar, ver e sentir umpovo desenvolvido. Pude eomparar a conscientização, educação e desenvolvimento do povo francêse do inglés com a do povo português e italiano.Pude observar que países situados um ao lado dooutro contêm em si personalidades tão distintas, po-
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dendo concluir que é o "povo" que faz o seu país,cabendo ao governo direcioná-lo e organizá-lo.
Assim pensando, acabei olhando para o Brasil, eê com grande pesar que vejo este Pais tão grande,tão bonito, tão cheio dc riquezas minerais e vegetais, com população tão numerosa e de braços fortes, e com um governo aparentemente tão voltadopara problemas outros que não os de satisfazer asnecessidades mínimas do seu povo.
Quando vejo pelos jornais que o povo nordestinoestá "morrendo" de fome, no sentido literal da palavra, não posso crer que seja verdade, vez que as árvores do imenso País continuam dando frutos, ossolos continuam férteis, e o são para todos.
Estou terminando a Faculdade de Direito, e posso observar a carência da população do Estado doRio, que é um dos mais desenvolvidos do País. Coma minha profissão posso tristemente concluir que opovo não tem a consciência mínima dos seus direitos. E que não há outra saída senão a de o governoinvestir na educação, e investir urgentemente, antesque essa população despreparada, carente e inconsciente da sua força se revolte c, sem preparação, sejaum mero instrumento nas mãos daqueles que contém com o conhecimento e o usa para fins antisociais, antimorais e antiespirituais, visando apenasa obter podcr e dinheiro.
Estou com medo diante do que estou vendo: auxiliares da Justiça que são facilmente corrompidos,advogados que corrompem, que se utilizam da corrupção para conscguir dar ao seu cliente o direitoque julgam lhe caber.
Ê triste ver isto acontecendo sem que eu possa fazer nada.
É igualmente triste ter medo de sair às ruas, deandar nos ônibus, quando todos aqui em casa já sofreram pelo menos tentativas de roubo. Nunea seviu violência e criminalidade nesta cidade "maravilhosa" como agora. Moro num bairro que tem tudopara ser tranqüilo, numa rua pequena, perto do Colégio Militar e, no entanto, vejo com temor a possibilidade de andar sozinha nesta rua à noite ou mesmo entrar de carro na garagem, enquanto um assaltante pode estar à espreita.
Ê muito triste ver tudo isso, quando sei que todohomem tem o direito de viver, e de ter vida emabundância, como nos disse Jesus. Quando sei quesão direitos inerentes ao homem os de, pelo menos,habitação, alimentação e segurança.
Outro dia li, no Jornal do Brasil, a carta de um cidadão dizendo que, atualmente, viajar num 6nibusno Rio se tornou um ato de coragem. Isso sem falarnos fumantes que desrespeitam às normas básicasda boa educação, higiene e etc. Realmente, nos ôni·bus o que impera é a falta de educação e insegurança. E pensar que o transporte foi feito para servirao homem...
Não consigo conceber a idéia de que o governo,que é eleito para representar o seu povo, esteja sepreocupando às prôximas eleições, com candidatosque em nada agradam ao povo, com a dívida externa e com os juros de 200% ao ano, que são umaafronta ao povo, mesmo aos mais abastados. Taisproblemas, ou melhor, a tentativa de solucionar estes problemas, está levando o país a um retrocessoeconômico, cultural, moral e etc.
O brasileiro não sabe que ele precisa preservar asruas, OS ônibus, as praças, os prédios, as praias, asmatas; porque não sabe que tudo isso é seu.
Sei que vocé sabe de tudo isto, e que você provavelmente também está se sentindo impotente dianteda situação tão desastrosa. Mas precisava expor oque penso para o meu candidato, porque, assim fazendo, penso estar, pelo menos, saindo da "onda de
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inércia" em que vivem os nossos 100 milhões de brasileiros.
Custo a acreditar que o povo prefere sofrer umainflação de 200% a se reunir e tentar formar umaforça consciente, trabalhadora e produtiva. Custo aacreditar que os nossos governantes não tomemuma medida decente que faça aumentar a confiabilidade da nação deles.
Como sei que um povo faminto e que não teveeducação/instrução não pode pensar nestas coisas,então só me resta a idéia de que a única saída é queo Governo invista na educação das crianças, porquea mente dos adultos já está por demais deformada,pelo menos a de grande parte deles. E esta saída sópode surgir das mãos dos nossos governantes que,em tese, devem buscar a satisfação dos desejos maisínfimos do homem, para então, a partir daí, sairpara a busca da satisfação das outras necessidades,não tão inerentes ao homem, mas nem por isso irrelevantes, que seriam a dívida externa e etc.
Peço desculpas por escrever esta carta, porque seique você é um homem de bem, com personalidade,com bons princípios e que, por isso mesmo, tambémdeve estar sofrendo muito diante do que vemos.
Mas é por saber da sua capacidadc, do seu cspírito dc liderança, da sua fé e da sua boa vontade quete cscrevo, querendo demonstrar o meu apoio, eincutir-lhe a esperança para que você rcalize da melhor maneira possívcl o teu trabalho, sabendo quesó vocé pode realizá-lo, e que lhe cabe realizá-lo damelhor maneira possível.
Tenho a convicção de que você está neste lugarporque vocé é a pessoa mais conveniente paraocupá-lo, e de que, se você desempenhar a sua tarefacom amor, com lealdade, com fé, e se todos fizerema parte que lhes cabe com esses princípios básicos, areceita dará certo, e nem tudo está perdido. Peço aDeus que o ilumine e lhe renove a cada dia a coragem e a esperança, e que lhe dê pessoas e ambientede trabalho que te ajudem a trilhar o caminho certo.
Bem. peço desculpas por ter escrito esta. mas mesentia na obrigação de te demonstrar os "anseiosdesta tua eleitora". Ass. Ida Maria Moulin Alledi.Rua Lúcio de Mendonça, 46, apto 501 - Tijuca(RJ)."
Após a leitura, nada mais tenho a dizer desta tribuna,a não ser agradecer a esta jovem, em nome desta Casa, Q
exemplo que nos está dando de preocupar-se com o futuro do nosso País, coisas que muitos daqueles que hojecomandam os destinos dos cento e vinte milhões de brasileiros, não sabem fazer.
o SR. SIQUEIRA CAMPOS (PDS - ·GO. Pronuncia Oseguinte discurso) - Sr. Presidente, Srs. Deputadosa situação eeonômica do Norte/Nordeste de Goiás exigedo Governo Federal imediatas providências a fim de nãose estabelecer ali o caos e a desordem, porque a população não tem mais eondições de suportar a quase paralisação total das atividades produtivas, causando aindadesemprego em razão da falta de recursos.
Duas providências salvadoras, já solicitadas por mimvárias vezes e prometidas pelo Presidente Figueiredo eMinistro Delfim Netto, estão tardando demais.
Refiro-me à extensão do POLAMAZÔNIA a PortoNacional, Miracema do Norte, Cristalândia e outrostrinta e sete municípios da Amazônia Legal de Goiás,ainda não bencficiados por aqucle programa, e a dccrctação de emergência para os quarenta e quatro municípios, prejudicados por prolongada estiagem, não incluídos nas Cartas-Cireulares 901 e 919/83, do Banco Central.
A extensão do POLOAMAZÔNIA,já prevista em Exposição de Motivos eneaminhada pelo Ministro Delfim
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
Netto à Presidência da República, aguarda decisão doeminete Presidente Figueiredo. A expedição de CartaCircular, pelo Banco Central, incluindo todos os Municípios do Narte/Nordeste goiano que fazem parte daAmazônia Legal está dependendo de parecer do Ministro Mário Andreazza. tendo o seu Ministério todas as informações necessárias que, a meu pedido, o MinistroDelfim Netto lhe encaminhou sob a Papelete MinisterialSEPLAN n" 5.901, de 27/9/83.
Porque estou vendo sofrer o povo nortense de Goiás eprevejo graves problemas sociais naquela região é que dirijo insistente apelo ao eminente Presidente Figueiredo,ao Ministro Mário Andreazza e ao Presidente do BancoCentral, Dr. Afonso Celso Pastare, no sentido da rápidaadoção das medidas reivindieadas.
Aguardo confiante as providências reclamadas, pedindo a Deus que ilumine os nossos dirigentes para queajam em tempo de evitar graves prejuízos para o Norte/Nordeste de Goiás e o seu abnegado povo.
Era o que tinha a dizer.
O SR. NILSON GIBSON (PDS - PE. Pronuncia oseguinte diseurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, hápoucos dias, foi realizado no Recife o III Encontro Nacional de Gipsita, evento de suma importância para Pernambuco, pois destinou-se ao estudo e debate das questões atuais e das perspectivas de uma das principais riquezas naturais do Estado, eujas jazidas se encontram noAraripe, uma de suas regiões mais áridas, assolada pelaseca e sem grandes alternativas de exploração econômica.
O racional aproveitamento dessa verdadeira dádiva danatureza é a esperança dos 200 mil habitantes do Araripe, que enfrentam graves dificuldades provoeadas PclOclima e pela estiagem e que praticamente têm no gessoseu único meio de sobrevivência.
É elogiável. Sr. Presidente. Srs. Deputados, a preocupação do Governo Roberto Magalhães, reafirmada peloSr. André de paula, Secretário da Indústria, Comércio eMinas, no sentido de contribuir decisivamente para o incremento de todo o processo de exploração da gipsita doAraripe, da extração mineral ao beneficiamento e à comercialização do gesso natural, através de um trabalhopermanente da SICOM e de seus órgãos, ITEP, Minériose CEAG; ainda mais porque se trata de uma das mais inquestionáveis vocações para a industrialização em basessólidas e com prorundas raízes na economia local, con~forme assinalou na abertura do Encontro.
No elenco das providências em andamento destacamse o florestamento e reflorestamento da região do Araripe; a modernização dos fornos de calcinação alimentados a lenha, visando a baratear os custos e erradicar apoluição ambiental; a construção de estradas para facilitar o escoamento da produção gesseira; a instalação deum laboratório cspecializado e a criação de linhas de crédito específicas para fortaleeer as pequenas e médias empresas mineradoras.
Desse esforço de incentivo e apoio tecnoiógico, nqbrescolegas, devem participar não somente o Governo do Estado mas também os empresários mineradores e calcinadores de Pernambuco, com vistas à ampla comercialização da gipsista do Araripe, ao incremento do uso dessemineral no próprio mercado regional e à motivação deseus setores produtivos para o grande campo de empregodo gesso natural, desde a Medicina até a construção civil, sobretudo na fabricação de forros e divisôrias, porsuas virtudes isolantes e antinflamáveis e dado seu baixocusto em relação a outros materiais.
Nesse eontexto, Sr. Presidente, Srs. Deputados, devemser aproveitadas todas as oportunidades de programasde cooperação, assisténcia técnica e transferência de tecnologia de paises, como a França, que têm tradição e experiência no aproveitamento industrial da gipsita, inclusive na produção de enxofre.
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Impõe-se, portanto, nobres colegas, que incentivemostodas as iniciativas que tenham por objetivo o aprimoramento dos métodos, técnicas, processos e sistemas de extração, beneficiamento e comercialização do gesso natural do Araripe, produto que pode contribuir significativamente para o desenvolvimento social e econômico daregião e, conseqüentemente, melhorar a qualidade devida da população.
Ao fazer este registro, Sr. Presidente, Srs. Deputados,solicito que o Governo Federal, principalmente atravésdo Ministério das Minas e Energia, dê cfetivo apoio aoprograma estadual de ampliação e aperfeiçoamento daexploração da gipsita existente na região do Araripe, emPernambuco.
O SR. JOSÉ RIBAMAR MACHADO (PDS - MA.Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs.Deputados, gostaríamos de registrar, com tristeza e saudade, nos Anais desta Casa, o recente falecimento do exparlamentar, médieo, jornalista e poeta maranhense Fernando Ribamar Viana, vitimado por uma forte pneumonia no mês passado. No prôximo dia 31 de outubro, Fernando Viana, como era conhecido no mundo das letras,completaria 79 anos de idade, grande parte dos quais dedicados à política, à medicina, ao jornalismo e às letras.
Formado pela Faculdade de Medicina da Bahia, Fernando Viana exereeu, durante muito tempo, a profissãode médico. Foi também funcionário da ContadoriaGeral da República e, na condição de jornalista, exerceua função de Redator Chefe do jornal O Combate e Jornaldo Povo. Mais do que isso, Fernando Viana publieoumuitos artigos politicos com o pseudônimo de FclicianoVentura e dirigiu o suplemento literário, "O Ressurgimenta". do Correio da Tarde.
Como poeta, Srs. Deputados, ele se notabilizou no gênero satírico, e, Como Deputado Estadual que foi porduas vezes, Fernando Viana deixou a marca de seu caráter e firmeza na defesa de determinados prineípios, quando renunciou a um dos mandatos que lhe fora outorgadopelo povo maranhense porque não quis compartilhar detransações políticas ilícitas.
Ainda, como poeta, Fernando Viana era o mais antigomembro da Academia Maranhense de Letras., "Ele deixou uma profunda lacuna nesta Casa de Cultura", dissea poetisa Dagmar Desterro, expressando, na verdade, aopinião e o sentimento de todo o povo maranhense e nãosimplesmente dos que tiveram a feliz oportunidade deconhecer sua obra, seus versos, suas quadrinhas e trocadilhas, que eram escritos, segundo o historiador MárioMeirelles, cOm "uma facilidade de expressão muito grande".
Além disso, Srs. Deputados, Fernando Viana era umdos so breviventes da geração mais antiga da AcademiaMaranhense de Letras. Escreveu, em 1945•. "Folhas Soltas", uma coletânea de sonetos, c, em 1979.". "Seara"; epublicou os estudos. "O Bequimão" ~. "Boeagge". Semdúvida, Sr. Presidente, um dos mais expressivos e notáveis representantes do movimento literário maranhensee, por que não dizer, do nosso País, na medida em queseus versos não ficaram circunscritos ao Maranhão, mastambém foram espalhados por outros Estados do Brasil,sendo apreciados em diversos círculos literários.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, como disse José Chagas, colunista de nossa imprensa local" "o poeta sabiaque a morte o andava espreitando a ponto de escreverque ultimamente / tenho-a visto viajando as cercanias, /indo e vindo, a espiar, lubricamente, / O meu portão e asminhas gelosias. É possível então quc sô ele completouJosé Chagas - não se tenha surpreendido eom ela, tantoque a recebeu, tranqüilo, sereno, COmO se fosse apenas obom sono de uma noite a mais",
A multidão que foi ao seu sepultamento revela qQeFernando Viana morreu, mas ficou no Coração e na
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mente de todos os maranhenses que admiraram a sua inteligência e, acima de tudo, a sua personalidade.
Por estes motivos, Srs. Deputados, é que registro nosAnais desta Casa a morte de Fernando Viana, com quemtivemos o prazer dc ter uma grande amizade, cultivadaao longo de um tempo em que convivemos com sua extraordinária inteligência.
Não poderíamos, por fim, deixar de fazer o registro deum de seus poemas mais belos, chamado In Fine:
"Envoltos na tristeza que decorrede minha caminhada para O Fim,morrem-me os sonhos todos, tal qual morreum rosal desfolhado no Jardim.
o tempo, agora, comO um doido, correCOmo antes nunca o vi correr assim,e, inexorável, como um Juiz, escorreos últimos minutos sobre mim.
A marcha dos ponteiros não me assombra:sei que a Vida, em seus círculos assestafocos de luz raríssimos na sombra...
Imerso nestas cismas, desolado,percebo que a alegria que me restasão restos de alegrias do Passado."
Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente.
o SR. FLORICENO PAIXÃO (PDT - RS. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Decreto-Lei n' 2.064, além de confiscar o saláriodos trabalhadores, investiu de forma cruel e perversaeontra os aposen tados e pensionistas do INPS, que agora não mais terão o reajuste de seus proventos de acordocom o percentual de aumento do salário-mínimo.
Pelo decretão ontem publicado, o reajuste dos benefícios da Previdência Social será feito de acordo com a folha do salário-de-contribuição, isto ê, de acordo COm aarrecadação do INPS. E como o País está mergulhadoem profunda recessão, com Slla produção parada, é claroque a receita da Previdência Social está caindo cada vezmais, não só em virtude do alto índice de desemprego e oviolento arrocho salarial que vem sendo imposto peloGoverno, como, também, porque o próprio Governonão está pagando em dia sua quota para com o sistemaprevidenciário.
Tal ê a manifcsta injustiça que os homens que dirigemeste Pais estão praticando contra os aposentados e pensionistas, que estes, que nada têm a ver com os reiteradoserros do Governo, se constituem agora no alvo prineipaldas investidas governamentais atrnvês de um ato deforça, quando se sabe que O decreto-lei que trata sobresalário é reconhecidamcnte ilegal e inconstitucional.
E como serão incalculáveis os prejuízos que advirãopara os aposentados, tem esta Casa a imensa responsabilidade de rejeitar ainda este ano esse novo decreto, queatingiu em cheio não só os assalariados e aposentados,como tantos outros segmentos da sociedade brasileira.
O SR. JOst FOGAÇA (PMDB - RS. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, lamento muito a informação dos jornais que OSr. Tancredo Neves acaba de publicar no Diário Oficial de MinasGerais o ato de concessão da medalha Santos Dumont,no grau ouro, ao Ministro do Planejamento, AntónioDelfim Netto. A comenda será entregue neste fim de semana, em Belo Horizonte.
O Sr. Delfim Netto é, hoje, o maior aliado que os bancos internacionais têm no Brasil. Em nome dos interessesdo sitema financeiro internacional e, acima de tudo, parapreservar-lhes e garantir-lhes o recebimento de eScorchantes e criminosas taxas de juros que impuseram aonosso País, o Sr. Delfim Netto não hesita em submeter
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I)
os trabalhadores a um arrocho salarial de proporçõesnão conhecidas no Brasil.
Entre os interesses externos e o povo brasileiro, Delfim optou tranqüilamente pelos seus aliados estrangeiros.
Será que o povo de Minas Gerais, de profundas tradições democráticas e históricas demonstrações de brasilidade, esse mesmo povo que elegeu legitimamente o Governador Tancredo Neves a partir da sua pregação oposicionista, concorda com essa condecoração agora concedida ao Sr. Delfim Netto, um nome maciçamcnte repudiado pela Nação no seu conjunto?
O último Governador que distribuía medalhas imerecidas, em nome do seu cabedal político, era o Sr. PauloMaluf. Esse malutísmo laudatório desmoralizou as comendas do Estado de São Paulo e, muitas vezes, envergonhou aqueles que as pontavam com inteira justiça.
No momento em que o Sr. Delfim Netto, para subservir ao Fundo Monetário Internacional, despeja sobre ostrabalhadores brasileiros mais um decreto-lei cujo objetivo é tão-somente achatar os salários de quem trabalha ereduzir a pensão dos aposentados, é, no mínimo, um gritante despropósito conferir-lhe uma medalha em nomedo Estado de Minas Gerais.
Tenho certeza de que o povo de Minas vitupera e abomina tal iniciativa.
O SR. IRINEU COLATü (PDS - RS. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,nos dias 16, 17 e 18 de setembro pretérito, foi realizadocom extraordinário êxito, na cidade de Giruã, Estado doRio Grande do Sul, a l' Feira Agropecuária e Industrialde Giruá - I' FAPIG - evento prestigiado por cerca de15.000 visitanies, tendo, na oportunidade, o progressistaMunicípio recebido a primeira visita do Exm" Sr. Governador do Estado, Jair de Oliveira Soares, ponto alto doacontecimento promocional, festejado como o maior dahistória de Giruá. Efetivamente, a classe produtora agricultores, pecuaristas, industrialistas e comerciantes- mostraram toda a sua pujança e importância para odesenvolvimento daquela que é cognominada por antonomásia a Capital da Produtividade. A comunidade viveu um tríduo de muita movimentação e festividade, devendo exaltar-se a dinamicidade do Prefeito Municipal,Lauri Antônio Thomas e do seu colaborador nào menosdinâmico, que o Vice-Prefeito, Senhor José Antunes deOliveira, que vêm conduzindo com braço forte e determinação os destinos político-administrativos daquelaflorescente comuna, cabendo ênfase especial à ComissãoOrganizadora da promoção, a cuja testa esteve o SenhorAltino Weimcr. acompanhado de perto pelos seus esforçados colaboradores. Promoções desta natureza, Sr.Presidente, Srs. Deputados, engrandecem a obra administrativa dos homens públicos, da comunidade e das lideranças comunitárias. Promoções desta natureza e envergadura projetam as comunas que as promovem além,muito além de suas fronteiras físicas. Promoções destanatureza, envergadura e jaez enaltecem os produtoresdos diversos segmentos comunais. Através da I' FAPIG,Giruá deu uma verdadeira demonstração organizacional, de pujança, de capacidade criativa e de força econômica. Cumprimentamos vivamente desta tribuna democrática o feito giruaense e almejamos, desde já, que outras edições da FAPIG sejam editadas em porvindourosanos.
Acedendo a convite do ilustríssimo Sr. Prefeito Municipal e da Comissão Organizadora do maiúsculo eventoda I' FAPIG, prestigiei também aquele magno certame aque nos referimos. Sinto-me envaidecido e deveras lisonjeado por ter sido distinguido com tão singular convite.A Comissão Organizadora houve' por bem facultar-nos aparticipação de uma mesa redonda, no dia 16 de setembro, fazendo parte da promoção da I' FAPIG,
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ensejando-nos um amplo debate sobre temas momentosos, com o Deputado Federal Amaury Müller, do PDT,com o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Sr. Walter José Picoli, com o representante da COTAP, Sr. Alcyr Peters Hartung e com o representante daEMATER local, Sr. Oldemar Kamt. Os temas em pautana referida mesa redonda, levada a efeito como parte dafeira-exposição e trausmitida para toda a região por quatro radioemissoras, sob a liderança da Râdio Giruá locai, foram: a mudança na política do crédito agrícola, arevogação da Circular n" 706, do Banco Central, telefonia rural, eletrificação, habitação para o homem do campo, reforma tributária e a mudança imediata dos critérios de avaliação do ICM para calcular o retorno dosMunicípios. A pauta dos assuntos, Senhor Presidente,Senhores Deputados, bem demonstra a preocupação reinante, mesmo nas comunas mais longlnquas c interioranas, diz respeito aos temas que atualmente mais afligema população. Quando o Deputado retoma para a sua região de atuação política é constantemente inquirido eabordado sobre o que vem acontecendo na área econômica, querendo o povo saber com incontida sede das medidas que estão sendo adotadas para a solução dosproblemas que pululam em todos os recantos destaNação. Giruá, através da mesa redonda promovida aolongo das festividades da l' FAPIG, transformou-senum hiato para reflexão, num momento para meditaçãoséria e compenetrada, um extenso oásis neste lençol desértico de problemas em ebulição, um recreio parapensar-se eoletivamente em voz alta e excogitar de tentativas de solução para os assuntos abordados. A partirdas abordagens desta mesa redonda, foi redigido um manifesto, o Manifesto de Giruá. Tomamos, pois, a liberdade, Sr. Presidente, Srs. Deputados, para transmitir, naíntegra, desta tribuna aquele documento, para que osilustres pares com assento nesta casa legislativa possamaquilatar das preocupações da comunidade de Giruá epor extensão de toda a comunidade sul-riograndense:
"O Município de Giruá figura dentro do Estadocomo um dos maiores produtores de grãos por unidade de área - sendo muito propriamente denominada de Capital da Produtividade - o que demonstra o potencial tecnológico que aqui é praticado.
Cabe, em primeiro lugar, manifestar a preocupação do setor com a sistemática de crédi to impostaao produtor pelo Conselho Monetário Nacional,que determinou às instituições financeiras do Sistema Nacional de Crédito Rural, a adoção de procedimentos completamente alheios e impraticáveis àrealidade do nosso agricultor, através da Circular n"706, de 16-6-82.
I - Considerando que é dispensada a comprovação de uso de insumos modernos, corretivos, pesticidas, sementes fiscalizadas;
2 - Considerando que as operações de custeiode lavouras até 500 MVR englobam cerca de 85%das operaçõcis financiadas na região;
3 - Considerando que tais operações são dispensadas de Assistência Técnica e Orientação Gerenciai a nível de Propriedade Rural;
4 - Considerando que a liberação dos VBCs aoprodutor se processa de modo tal que o mesmo temde arcar com significativo volume de recursos próprios, quando na verdade está descapitalizado;
5 - Considerando que o abandono à tecnologiagera, além da diminuição considerável de produtividade, as implicações que são relatadas a seguir:
O endividamento da classe produtora tende a aumentar cada vez mais, fazendo com que sejamforçados a vender suas propriedades, incentivandoo êxodo rural; o sistema tributário sofre considerável diminuição do volume da arrecadação emfunção da redução quantitativa da produção agríco-
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la fundamental importância sócio-econômica para oRio Grande do Sul; a chamada prioridade agrícolado Governo Federal fica seriamente comprometida,uma vez que tais medidas, consideradas desburocratizantes, propiciam redução em qualidade e quantidade dos alimentos; a pesquisa oficial, que vem trabalhando incessantemente na busca de melhores alternativas para a agricultura da Nação, fica seriamente comprometida, pois se interrompe drasticamente a canalização dos avanços tecnológicos até oprodutor, missão esta que, até então, era feita pelosprofissionais da área agronômica das diversas entidades que prestam serviços ao produtor e que, inexplicavelmente, foram alijados do processo produtivo;
6 - Considerando que o abandono da tecnologia leva também aO uso indiscriminado do própriosolo, que é a fonte maior das divisas da comunidadeda região;
7 - Considerando que a pecuária em seu todoencontra-se relegada a segundo plano e que necessita urgentemente de recursos a juros viáveis, em épocas oportunas C com prazos dentro da realidadepara a sua manutenção e conseqüente desenvolvimento.
Resolvemos sugerir às autoridades responsáveispelo setor agropecuário do País, em nível federal,estadual e municipal, as seguintes medidas de apoioao sistema:
I - A substituição da Circular n. 706, por normas viáveis e dentro da realidade do nosso produtor, onde entendemos que devam constar, basicamente, os seguintes princípios: 1.1. Comprovaçãodo uso dos insumos modernos, corretivos, pesticidas, sementes fiscalizadas, etc.; 1.2. Assisténciat~cnica e orientação gerencial a nível de propriedaderural para aqueles produtores que realmente delanecessitam e/ou por cla optarem espontaneamente;1.3. Fixação dos limites de crédito de acordo comos estudos de custos reaís das lavouras e, que as liberações dos mesmos sejam efetuadas de tal modo queo produtor tenha livre escolha do valor a ser financiado - desde que seja respeitado o teto do mesmo,considerando a sua estrutura, potencial tecnológicoe potencial de produção, uma vez que os VBCs fixados atualmente não atendem as necessidades reaisde custo para formação das lavouras; 1.4. Isençãode ônus imediatos para o produtor por ocasião dofinanciamento, no sentido do mesmo não arcar comrecursos próprios que, na verdade, não possui nomomento; 2 - Fixação de juros viáveis e compatíveis com a realidade do nosso produtor; 3 - A reativação do programa PRO-SOLO e a concessão doaumento aos recursos financeiros destinados à conservação e recuperação do solo, através de culturasde inverno; 4 - Faixa especial de crédito para aquisição e adaptação de equipamentos destinados aoplantio direto, como técnica de conservação do solomais eficiente para combate à erosão e o desenvolvimento racional de nossa agricultura; 5Suplementação do valor básico do custeio às lavou
ras adeptas do plantio direto, como prática conservacionista; 6 - Inclusão na Política de Preços Minimos - de culturas - alternativas de inverno decomprovada viabilidade num sistema de diversificação de culturas para a nossa região, tais como linhaça, etc.; 7 - Linhas de crédito compatíveis com.a realidade do produtor, para incremento da pecuária na região."
Sr. Presidente, Srs. Deputados, este o Manifesto deGiruã que nos convida a refletir I que nos leva a medita,rsobre os diversos problemas em ebulição, notadamente,
ltCt""SCtOf -agriet>kHlo Município e· na-região adjacente,
DIÂRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
não devendo ser muito diferente a problemática do setoragropecuário do restante da Nação.
Apelamos, pois, Sr. Presidente, Srs. Deputados, que sedê ouvidos aos apelos e anseios que emanam do povo,pois que uma Nação desenvolvida e pujante se constróicom a ajuda do povo, seja pelo trabalho, seja pela colaboração através de idéias, sugestões, estudos e pesquisas.A agropecuária brasileira precisa ser levada a sério, porque sobre este binômio repousa grande porção de nossaeconomia nacional, responsável pela geração de expressivas divisas. Não se pode olvidar a importância daadoção de medidas eficazes para o segmento agropecuário. Os problemas que afligem os criadores e produtores rurais não podem ser empurrados indefinidamentepara a procrastinação. É chegada a hora de partir parasoluções fortes, corajosas e saneadoras, como aquelasaventadas no Manifesto de Giruá. Não é possível que secontinue oferecendo paliativos, incertezas, intranqüilidade, apreensão, através de uma política agropecuária mediana, inconsistente e indefinida. Foi esta, Senhor Presidente, Senhores Deputados, mais uma vez a lição que recolhi da mesa redonda, da qual participei, no dia 16 desetembro transato, na cidade de Giruá, cumo parte da I'FAPIG: só se faz uma agropecuária e por extensão umaeconomia forte com uma política econômica clara, Consistente e séria. Temos capacidade para sair da crise, basta que se pratique iniciativas acertadas.
Era o que tioha a dizer.
O SR. DANTE DE OLIVEIRA (PMDB - MT. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, hâ poucos dias, cu usava a tribuna desta Casapara analisar o momento político c afirmava que não poderíamos continuar vivendo um regime de meia ditadura, ou melhor, de ditadura econômica e abertura política.
Dizia mais~ que o Ministro Delfim e mais alguns elementos do regime jogavam conscientemente para o envolvimento, única maneira de eles tentarem viabilizar arecessão, a fome e o desemprego, única forma de atendcrem os desejos do FMI.
Eles tém consciência de que a Nação não aceita maisas violências econômicas. Ela reage e reagirá sempre.
É bom lembrarmos que o 2.045 foi imposto pelo Conselho de Segurança Nacional, na tentativa de impor oude atemorizar a sociedade. E o que está provado hoje éque o CSN está completamente desligado da realidadedo País, não o sente, não o representa e não o defendecontra os verdadeiros inimigos da pátria.
Os gestos do governo vem sendo todos de desespero.São gestos de alguém que reconhece não ter mais mo
rai nenhuma para negociar com as forças externas, poiso que ele diz ê a mentira oficializada.
Se o governo já estava desmoralizado com as forçasinternacionais pelos resultados prometidos - e é bomlembrarmos que em janeiro prometiam uma inflação de78% para 83, c já em fevereiro isto já se elevava para 90%c agora em julho já esperavam um número em torno de160%, - imaginem agora que não conseguem mais umaval do próprio PDS para suas falcatruas internacionais.
As medidas de emergência são mais uma tentativa deamedrontar o País, de demonstrar que ainda têm forçamilitar.
A verdade é que a Nação necessita de salvaguardascontra as ameaças internacionais, contra as medidas econômicas que vêm sendo tomadas e que ferem os brios daPátria; é preciso salvaguarda contra o Projeto II assinados com o FMI, é preciso salvaguarda para a moralidadeadministrativa no combate aos escândalos da CoroaBrastel, da CAPEMI, da Delfin-BNH, das. "polonetas" edo caso Baungartem e tantos outros, enfim a sociedadeprecisa de verdadeiras salvaguardas contra os corruptose impatriotas que estão encastelados no poder há anos.
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Que moral pode ter um governo que assiste a tudo issode braços cruzados, conivente porque nada apura e ninguém é punido?
Onde está o resultado das investigações pedidas peloPresidente Aureliano Chaves no caso das. "polonetas"?Talvez esteja na mesma gaveta da qual foi tirado o decreto das emergências.
Enfim, Sr. Presidente, o governo, com as medidas deemergência, demonstra que perdeu o comando daNação, mostrou que a loucura e a insanidade política é anorma dos governantes, que perdeu o pouco que restavade credibilidade para enganar internacionalmente.
O Congresso está de parabéns, não se atemorizou, nãose rendeu e, ao contrário, votamos mais uma vez guardados não pelo General Newton Cruz da vida, mas pelopovo brasileiro aqui presente.
Enquanto aqui fervia nacionalmente ao som do HinoNacional, lá fora estava Brasília militarizada e desligadainfelizmente dos sentimentos mais puros da nossa Pátria.
A Nação gostaria de ver lutarem alguns militares frustrados de guerrear.
Mas, Sr. Presidente, gostaríamos de vê-los guerrearcontra os inimigos do Brasil, contra as forças econômicas internacionais, contra o FMI, contra o Projeto II assinado com essa entidade e que fere brutalmente a nossasoberania, enfim guerrear em defesa do povo e da Pátria,e não contra este Congresso, contra o povo brasileiro,armado apenas da esperança de Um dia ter uma vida digna e decente.
O SR. ORESTES MUNIZ (PMDB - RO. Pronunciao segninte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,na primeira quinzena deste més, a PETROBRÁS suspendeu o fornecimento de óleo diesel e óleo combustívelàs usinas termelétricas da ELETRONORTE, subsidiáriada ELETROBRÁS, localizadas em Manaus e Porto Velho, ameaçando manter o fornecimento suspenso, atéque fosse saldada uma dívida de dezoito bilhões de cruzeiros. No dia 6, as unidades térmicas de Porto Velhochegaram a ter reservas de combustíveis para operar somente até às dezoito horas, quando, diante dos protestos, foram liberados cento e sessenta mil litros de óleodiesel e, no dia seguinte, uma partilha de combustível suficiente para a operação das usinas pelo resto da semana.
A PETROBRÁS alegava que a 'óuspensão decorria deproblemas de transporte; entretanto apurou-se que a suspensão decorrera daquela dívida. Enquanto o Presidenteda PETROBRÁS comunicava ao Ministro das Minas eEnergia que o embargo havia sido suspenso, os responsáveis pelas bases de Manaus e Porto Velho negavam-sea entregar o combustível.
Só diante de um apelo dramático, no dia 6, o óleo passou a ser fornecido gradualmente.
Mas a ELETRONORTE considera indefinida a situação, sem segurança quanto à continuidade da operação das usinas termoelétricas daquelas duas capitais.
A situação financeira da empresa é dramática: em Porto Velho ela terá, este ano, uma receita tarifária da ordem de um bilhão e trezentos milhões de cruzeiros,quando as despesas com combustível sobem a sete bilhões e oitocentos milhôes de cruzeiros que, somados adespesas operacionais, criam um déficit de oito bilhões equatrocentos milhões de cruzeiros no sistema.
Evidentemente, a ELETRONORTE c a CERON estão sendo mal administradas.
Seria necessário que houvesse equilíbrio orçamentárionessas empresas, pois não se exige lucro em serviçospúblicos. Esse desequilíbrio penaliza o próprio usuário,que tem freqüentemente o serviço suspenso, por queaquelas duas empresas públicas acrescem, a cada mês, oseu débito para com a PETROBRÁS.
Ademais, há uma Reserva Global de Garantia, formada pelo recolhimento das concessionárias lucrativas, jus-
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tamente para repasse àquelas que estão dando prejuízo,contanto que não haja paralisação do fornecimento deenergia.
De qualquer modo, exigem-se providências da ELETROBRÁS, no sentido de evitar essa suspensão de fornecimento de combustível, que resulta num insuportável"black-out" em Manaus e Porto Velho.
Era o que tínhamos a dizer.
O SR. RENAN CALHEIROS (PMDB - AL. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o decreto do terror,baíxado pelo Governo para intimidar o Congresso NacionaI c sindicalistas que aqui vieram, é uma reediçãotosca e fora de época do sinistro AI-S.
O SR. SItRGIO LOMBA (PDT - RJ. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, oplano diabólico do Sr. Delfim Netto e seus aliados, asempresas multinacionais, fez mais uma vítima entre asindústrias brasileiras. O plano de sucatear as indústriasbrasilerias, através do esmagamento econômico, estáconseguindo êxito, e vemos, uma após outra, as empresas brasileiras melancolicamente fechando as suas portas.
Desta vez, foi a fábrica de tecidos Nova América, comduas fábricas no Rio de Janeiro, uma na Capital, nobairro de Del Castilho, e a outra em Magé, no Distritode Fragoso, com milhares de trabalhadores, que destaforma, vão somar-se aos milhões de brasileiros que já estavam desempregados.
O que impressiona em nosso País é a impunidade doSr. Delfim Netto, cuja criminosa pol!tica econômica permanece inabalável, apesar de todas as desgraças que jácausou e que certamente continuará causando a todos osbrasileiros, empresários ou trabalhadores, profissionaisliberais, donas de casa, aposentados enfim, toda a sociedade brasileira.
A fábrica de tecidos Nova América foi uma poténcia eorgulho da indústria têxtil brasileira. Por ela passarammilhares de técnicus e operários brasileiros, muitos jáaposentados. e que em muitos casos viam agora a continuação do seu trabalho, através de seus filhos, que já trabalhavam na empresa. Erajá a segunda geração de técnicos c opcrários, trabalhando naq uela fábrica.
Hoje está tudo acabando. No entanto, desta tribuna,quero fazer um apelo dramático ao Sr. Presidente da República, para que determine providências urgentes natentativa ainda de salvar a fábrica de tecidos NovaAmérica e o emprego de milhares de brasileiros. Estemonumento têxtil, orgulho da nossa indústria de tecidos,não pode sucumbir, sem ter quem o socorra. Aqui fica onosso dramático apelo. Sr. Presidente Figueiredo salve aCia. Tecidos Nova América e o emprego de seus trabalhadores. Resgate esta empresa, porque se estará resgatando a honra da indústria têxtil nacional.
Era o que tinha a dizer.
O SR. CUNHA BUENO (PDS - SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a cidadc de Ol!mpia, próspcra comunidade do intcrior doEstado de São Paulo, realizou ncste ano, como o faz hádezenove anos consecutivos, o Festival do Folclore, fcstaque tive a oportunidade de prestigiar pessoalmente, durante todo o tempo em que fui Secretário da Cultura doGoverno do Estado de São Paulo.
Naquela semana de 14 a 21 de agosto, Sr. Presidente,Olímpia se transformou, mais uma vez, na Capital doFolclore, vestindo-se de esperança, paz c bem-estar, paracomemorar, a seu modo, o Mês do Folclore. Festa Coordenada por José Sant'Ana, cumpriu todos os seus objetivos, com um programa bem elaborado, que constou doseguinte: pau-de-sebo, pega-porco, corrida de carimhode rolemã, prova do estilingue, jogo da bolinha, corridadentro-da-saco, jogo do pião, corrida da perna-de-pau,corrida do arco, jogo dda amarelinha, pular corda, pór o
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rabo no burro, jogo da Bétia, corrida do ovo-na-colher,quebra-pote, égua-de-pau, briga-da-sabugo e soltar papagáios.
Os objctivos daquelc Festival do Folclore, de Olímpia,Srs. Deputados, que foram plenamente alcançados, foram os seguintes: incentivar os grupos folclóricos, difundir o folclore e contribuir para a sua preservação, fortalecendo a consciência da unidade nacional. Junto comestes, foram alcançados outros objetivos de ordem cultural, a saber: contribuir para o conhecimento das culturas, músicas, danças, folguedos, medicina caseira e teológica, brinquedos da lúdica infantil, cozinha ~egional,
modismos lingüísticos, arte e artesanato. - ,-
Junto com a realização daquele amplo programadiário, já citado, houve também expsições de peças folclóricas, feiras de artesanato, danças folclóricas, folguedos, brinquedos tradicionais e cozinha com pratçs típi- ;cos regionais e nacionais do Brasil. Tudo foi realizado nosentido de levar os participantes e os visitantes a gostarem mais do que ê nosso, como um momento de puraafirmação nacional.
Congratulando-me efusivamente com todos os quetrabalharam pela sua realização, com os artistas e artesãos que dele tomaram parte, bem como com toda a comunidade olimpiense e com os que puderam visitar 019'Festival do Folclore, Sr. Presidente, quero deixar, nestemeu pronunciamento, um voto de louvor pelo que ali serealizou, fazendo votos para que esse Festival se repitasempre, para que Olímpia continue a ser a Capital doFolclore.
Era o que tinha a dizer.
o SR. VICTO~ FACCIONI (PDS - RS. PronunciaOseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,complementando os convites já formulados e o noticiário já produzido, trago ao conhecimento da Casa arealização, a partir do próximo dia 25, terça-feira, doSimpósio Sobre Parlamentarismo promovido pelas Comissões de Constituição e Justiça e Educação e Culturada Câmara c do Senado, pela Comissão Mista do Congresso que examina as emcndas parlamentaristas, pelaUnião Parlamcntar Interestadual c União dos Vereadores do Brasil, com a coordenação dos Srs. Deputados autores de emendas parlamentaristas, Herbert Levy, Airton Sandoval e este orador.
Desejamos sensibilizar os Srs. Deputados para o significado e importância do encontro, quer pelas ilustres eabalizadas presenças confirmadas, quer pelos desdobramentos que possam ocorrer com a abertura dos debatcsem torno da tese parlamentarista.
Entendemos que todos nós almejamos encontrar alternativas que visem ao aperfeiçoamento e à consolidaçãodas nOSsas instituições e representem garantia de umexercício democrático sem sobressaltos e sem descompassos. Através do parlamentarismo, pensamos ter ã disposição uma rara possibilidade de investigar e pesquisarmodalidades que representem opções, caminhos e diretrizes para um quadro político e institucional que seaproxime do grande sonho de todos os brasileiros.
Estamos longe de assegurar que só o parlamentarismotem as respostas necessárias aos desafios do momento. Oque pretendemos é criar oportunidades para que a classepolítica e a inteligência nacional se capacitem das qualidades e atê mesmo das eventuais deficiências que o sistema possa conter. A realização deste Simpósio outra coisa não se propõem fazer senão focar alguma luz na direção do tema parlamentarista, para que ele se alinhe entre as perspectivas institucionais que procuramos.
Ocupamo-nos, por isso, em vir trazer as informaçõesque se seguem com vistas a interessar todos os Srs. Deputados no sentido de prestigiarem estc evento que terá,nos dias 25, 26 c 27, o seguinte desdobramento:
Dia 25, terça-feira, às 9,30 horas, instalação pelo Presidente da Câmara dos Deputados, Deputado FlávioMarcílio; apresentação pelo Dcputado Bonifácio de An-
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drada; às 10,00 horas, Painel sobre o tema "A Experiência Parlamentarista Brasileira no Império e na República", sob a Presidência do Senador Murilo Badaró, sendoconferencista o Senador Tancredo Neves e Debatedoreso Prof. Paulo Brossard, o Deputado Estadual JarbasLima e o Prof. César Saldanha.
Dia 26, quarta-feira, às 9,30 horas, Painel sobre otema "A Experiência Parlamentarista Moderna na Espanha:', sob a Presidência do Senador João Calmon, sendoconferencista o General Gu ticrres Mcllado, ex-vicePrimeiro Ministro da Espanha, sendo debatedores o Senador Octávio Cardoso e o Prof. Cêlio Borja. Às 11,00horas do mesmo dia, ocorrerá o Painel sobre o tema "AExperiéncia Parlamentarista Moderna em Portugal",sob a Presidência do Deputado João Faustino, Presidcntc da Comissão de Educação e Cultura da Câmara, sendo conferencista o Or. André Gonçalves Pereira, exMinistro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, sendodebatedores o Senador Octávio Cardoso e o Prof. CélioBorja.
Dia 27, quinta-feira, às 9,00 horas, Painel sobre "Parlamentarismo e Democratização", sob a Presidência doDeputado Bonifácio de Andrada, sendo conferencista oProf. Afonso Arinos de Mello Franco, tendo como debatedores o Deputado Freitas Nobre, o Prof. VamirehChacon e o Dr. Geraldo Guedes.
Às 10,30 horas, ainda de quinta-feira, acontecerá oPainel sobre "As propostas de emenda parlamentarista",sob a presidência do Deputado Jorge Viana, sendo con·ferencistas os autores das emendas constitucionais Deputados Airton Sandoval, Herbert Levy e Victor Faccioni, tcndo como debatedorcs os Senadores Jorge Bornhausen, Relator da Comissão Mista do ,Congresso, eMurilo Badaró, mais os Deputados Bonifácio de Andrada, Deputado Estadual Moacir Bcrtolli e Vereador AldoBelarmino da Silva.
Sendo o que desejamos informar, contamos com aprestigiosa presença dos Srs. Deputados.
O SR. RENATO CORDEIRO (PDS - SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, se existe uma atividade que possui grande importância é a pesca, que, desde a Pré-História, constitui-se emuma das principais fonles de alimentos para o homem.
O Brasil, com seu extenso litoral de mais de 7,4 milquilômetros, e vasta rede hidrográfica, altamente piscosos, não tem, entretanto, dado a essa atividade o devidovalor, quando com cla poderíamos não só atender à nossa demanda interna de alimentos, como também obtervultosas divisas com a exportação de seus produtos e derivados.
A pesca desenvolveu-se, em nosso País, dc forma lentae artesanal, com predominância da pesca extrativa, sendo que esta sempre participou com maior porcentagemda captura, mesmo concorrendo com a empresarial, ecom os peixes de maior valor comercial.
Porém, não obstante a existência de um órgão própriopara cuidar dos problemas atinentes ao setor - a Superintendência do Descnvolvimento da Pesca - muitopouco se tem feito de concreto em especial em relação aopescador artesanal.
As dificuldades que enfrentam são inúmeras, principalmente pela falta de amparo do poder público, levando ao desespero milharcs de famílias que tiram das águaso seu sustento. Mas, pelo pouco tempo de que dispomos,vamos deter-nos nas que afligem esses trabalhadores nolitoral paulista.
A pesca artesanal gera empregos, em nOSso Estado,numa região onde existe carência dc ocupações produtivas, qual seja, o litoral norte, que abrange os Municípiosde São Sebastião, I1habela, Caraguatatuba e Ubatuba.
Não dispõe, aqueles homens de melhor disciplinaçãoda pesca em nosso litoral, notadamente no tocante aouso de parelhas de arrastão. Outrossim, há falta de câmaras frigoríficas para estoque de seus produtos, o que
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OS faz vendê-los a preços vis, mesmo com a fixação dopreço mínimo, que simplesmente não é cumprido, dada aperecibilidade da mercadoria e a distância do mercadoconsumidor. A ausência de portarias que disciplinem aextração do camarão é outro problema que se agravapela insuficiente fiscalização, comprometendo a segurança das zonas criadoras desse crustáceo, bem como desardinhas da região. O defeso do camarão, na época daprocriação, ê medida que se impõe c consiste em sentidareivindicação dos pescadores, como única forma de preservar a espêcie c assegurar-lhes o exercício da profissão.
Desejam tambêm os pescadores que sejam criadas li-. nhas de crêdito com juros subsidiados compatíveis com
os recursos dos pequenos e médios produtores, bemcomo que lhe seja concedido um subsídio de 30% para ocombustível, considerando-se o aumento brutal que sofreu o óleo diesel nos últimos meses, cujo consumo pelosetor pesqueiro equivale apenas a 1% de todo o óleo utilizado no País.
Ressalte-se, ademais, que a política que vem sendo seguida pela SUDEPE não se dirige ao pescador artesanal,responsável por quase 50% de toda a nossa produção,pois deveriam eles ser ouvidos quando da elaboração dasportarias que se referem ao setor.
Em vista do exposto, encarecemos ao Exmo. Sr. Presidente da República, que se tem mostrado, em tantas ocasiões, sensível aos problemas nacionais, a necessidade deurgentes providências junto à SUDEPE no sentido de:I - ser intensificada a fiscalização da atividade pesqueira no litoral norte paulista, mais especificamente nosMunicípios de São Sebastiào, I1habela, Caraguatatuba eUbatuba; 11 - serem estabelecidas linhas de crédito,com juros subsidiados compatíveis com os recursos dosmédios e pequenos produtores que se dedicam à pescaartesanal; III - concessão de subsídio na base de 30% aocombustível consumido pelas embarcações de propriedade de pescadores artesanais para o exercício de sua profissão e IV - elaboração de portarias normatizando aação de parelhas de arrastão e disciplinando a pesca docamarão naquela área, com o estabelecimento inclusivede um período de defeso, na époea da reprodução.
Essas as principais reivindicações desses humildes brasileiros, cuja atividade está em vias de extinção, pois opescador, em virtude das dificuldades que enfrenta e davida miserável que leva, vai pouco a pouco abandonando o mar, na esperança de encontra, nas cidades, melhores condições de trabalho.
o SR. ANTÓNIO CÂMARA (PMDB - RN. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, há aproximadamente vinte anos que a comunidade macauense luta pelo asfaltamento da BR-406, trechoJoão Câmara-Macau, com aproximadamente IDO quilômetros.
Reivindicações, apelos, protestos foram feitos até que,no início do corrente ano, precisamente no mês de abril,iniciou-se a implantação asfáltiea e anunciava-se 20 km,mas só foram implantados 7 km, pois aeabara a primeiraparcela no valor de cem milhões de cruzeiros.
Segundo informações do Chefe do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, no Rio Grande do Norte, engenheiro Janduí Leite da Silva, os trabalhos foramreiniciados no mês próximo passado eom a aloeação demais eem milhões, que acabam em novembro próximo, eeoncluem apenas 13 km dos eem km do treeho. ou seja,mais seis quilômetros serão feitos desde a primeira parada de obras. Afirma ainda o engenheiro chefe que a obravai parar novamente, (segunda parada), porque nào háperspectiva de se obter mais verbas. O valor total destarodovia aproxima-se de um bilhão e oitocentos milhõesde cruzeiros.
OI percurso dessa BR serve a seis municípios - JoãoCâ~ara-Jandaira-PedroAvelino-Guamaré-Pendências eMacau. O trecho em obra é de importância vital para odesenvolvimento dessa região e para o Estado. Para seter uma idéia da importâneia da BR-40G, possibilitará
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ela o eseoamento da produção de barrilha (a fábrica queestá em vias de conclusão - duplicará o ICM do Estado), do sal, do petróleo (Rio Grande do Norte é o terceiro produtor do Brasil), produção agrícola, especialmentealgodão e sisal, e atenderia as indústrias que virão a serimplantadas com a conclusão do trecho.
Dado o exposto, solicitaria, através da Câmara Federal, ao Exm9 Sr. Ministro dos Transportes, urgência naliberação desta vcrba, mais as seguintes informações:
19 - Qual o valor da obra?29 - Quanto já foi liberado?39 - Qual a empresa contratada e o prazo de conclu
são da obra?É a palavra do povo de Macau.
o SR. AGENOR MARIA (PMDB - RN . Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,tendo em vista as desastrosas conseqüências da secasobre as atividades agropecuárias nas regiões assoladas,o Conselho Monetário Nacional, através de Resoluçãon9 829, de 9 de junho de 1983, do Banco Central do Brasil, resolveu autorizar a prorrogação dos financiamentosrurais nas áreas da SUDAM, SUDENE, Espírito Santoe Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, nos casos demutuários prejudicados pela estiagem.
A consolidação das dívidas ficou sujeita aos encargosoriginalmente contratados, e os prazos de reembolso, àcapacidade de pagamento dos devedores, em função dosníveis de perdas ocorridas e da expectativa de receitas futuras.
No entanto, Sr. Presidente, Srs. Deputados, quandoos ruralista procuram o Banco do Brasil para a composição e o reescaionamento de suas dívidas, deparam comuma série de exigências burocráticas, cujo cumprimentoé demorado e oneroso.
Nos financiamentos através de Nota de Crédito Rural,Cédula Rural Pignoratícia, Cédula Rural Hipotecária eCédula Rural Pignoratícia e Hipoteeária, os mutuáriossão obrigados a apresentar, além do título de propriedade devidamente registrado, certidões negativas de títulosprotestados nos últimos cinco anos, de ações cíveis, criminais c trabalhistas, de ações de distribuição obrigatória às Varas Cíveis, de Família, do Registro Públieo,de Acidentes no Trabalho e de Úrfãos e Sucessões, de falências dolosas ou culposas de distribuição obrigatóriaàs Varas Criminais, de títulos e documentos destinados aregistro, de ações cíveis, fiscais e criminais de distribuição obrigatória à Justiça Federal e de ações cíveis, estaduais e municipais, dc interdições civis, fiscais e comerciais (falências e concordatas) e penais.
Para as cédulas pignoratícias e hipotecárias são aindaexigidas eertidões de inexistência de reserva de domínioou alienação fiduciária em garantia sobre máquinas,equipamentos e outros veíeulos oferecidos como lastro,e, para as cédulas hipotecárias, certidões da inexistênciade ônus reais, legais ou convencionais que possam afetara posse e domínio, certidão do Registro de Imóveis daComarca onde se localiza o imóvel a ser hipotecado, refercnte à cadeia dominial, abrangendo o pcríodo dequinze anos, e certidão negativa de protesto contra aalienação de bens, no período de dez anos.
Para as Notas de Crédito Rural exige-se também contrato de locação e/ou earta de anuência do proprietário,se este não for o proponente.
Tudo isso, Sr. Presidente, Srs. Deputados, vale dinheiro, e a obtenção dos documentos demanda várias viagens do devedor à agêneia do banco, sendo estimado em30 mil cruzeiros o total das despesas, entrc o custo dascertidões e os gastos com deslocamentos do campo paraa cidade.
Além disso, a ausência do produtor impede ou atrasaa realização de tarefas imprescindíveis em seu imóvel rU~
ral, como a alimentação animal e a melhoria das cacimbas e aguações, principalmente nestes tempos de seca,quando tudo se torna mais difícil.
Outubro de 1983
Os lavradores, notadamente os míni e pequenos,encontram-se descapitalizados e, para obterem um benefício criado com o objetivo de amenizar suas dificuldades, não podem dispor de tempo e dinheiro para satisfazer descabidas exigências burocrátieas que contradizemo propalado propósito governamental de prestar ajudaàs vítimas da seca.
Sendo assim, apelamos para o Sr. Presidcnte da República a fim de que determine ao Ministério da Fazenda, ao Banco Central e ao Banco do Brasil providênciasno sentido de simplificar a consolidação e prorrogaçãodos débitos dos mutuários rurais das áreas afetadas pelaestiagem.
o SR. MILTON BRANDÃO (PDS - PI. Pronuneiao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,estamos a menos de 40 dias do início do reeesso parlamentar, o que sobremaneira nos preocupa tendo em vista as soluções para o Nordeste não se terem concretizadoaté o momento.
As medidas adotadas pelo Governo, através dos organismos responsáveis pela região, não tiveram continuidade. Daí por que não sabemos como enfrentar os próximos 4 meses, ou seja, até o final de fevereiro de 1984, época em que esperamos contar eom algumas chuvas, suficientes para uma possível produção de gêneros alimentícios. Até mesmo os projetos anunciados pelo CTA,que oferecem uma contribuição significativa para o Nordeste, nào tiveram o necessário suporte financeiro, em..bora, como é do nosso conhecimento, as verbas pleiteadas sejam realmente modestas. Enfim, estamos jogadosàs feras. Nossos problemas, que se agravam dia a dia,não são levados em consideração, e, assim, não podemosprever o que nos está reservado para aumentar nossasagruras.
A crueldade como temos sido tratados demonstra a insensibilidade da parte daqueles que têm o poder de distribuir as rendas do Tesouro. Estamos atônitos, perplexos, estarrecidos, diante da insensibilidade para comnossos sofrimentos. Destaque-se que nem mesmo o reajuste das diárias pagas aos trabalhadores do campo, homens, mulheres e crianças, foi levado em conta, não obstante os apelos formulados na Cámara, por intermédioda Comissão do Interior.
A verdade é que outras são as preocupações dos homens públicos deste País.
As nossas manifestações, reiteradas em centenas depronunciamentos desta tribuna, em quase nada têm contribuído para minorar a angústia e a dor das populaçõesda área do Polígono das Secas. O quadro continuasombrio, as perdas de vida de seres humanos se sucedem,tudo é tragédia. Mesmo assim, ainda tcmos esperanças, enossos pensamentos se voltam para Deus, no sentido deque proteja nossa sofrida gente.
Volto a ler, por oportuno, o telex que a Comissão doInterior encaminhou, por seu intermédio, ao ConselhoDeliberativo da SUDENE, que se reuniu dia 30 do mêspróximo passado em Parnaíba, no meu Estado:
"Deputado Milton Brandão para Conselho Deliberativo da SUDENE - SESI - Av. Nações Unidas s/n9 - Recreativo Ranoulfho Torres Raposa
Parnaíba - Piauí - 29-9-83Brasília, 28 DF setembro DF 1983, Ofício n9
502/83, senhores eonselheiros, a Comissão do Interior, em sua reunião ordinária realizada hoje, deliberou, por unanimidade de seus membros, fazer oseu apelo de diversos Deputados, consubstanciadono requerimento do Deputado Milton Brandão, nosentido de que esse conselho estude, com empenho,a possibilidade de adotar as medidas abaixo relacionadas BPT I - alistamento de homens, mulheresem condições de trabalho, nas frentes de serviço implantadas no Nordeste brasileiro; 2 - destinação,as mulheres, de um serviço mais leve e compatívelcom a sua constituição física; 3 - reajuste das men-
Outubro de 1983
salidades nos mesmos níveis do aumento do saláriomínimo da região; 4 - pagamento quinzenal aos
. engajados nas frentes de trabalho, ao invés do pagamento mensal. Deliberou, ainda, este órgão técnicoincumbir o representante da comissão, DeputadoMilton Brandão, de transmitir, pessoalmente, o interesse que os parlamentares têm no atendimentodessas reivindicações. Cordialmente, Deputado Inocêncio Oliveira, Presidente Comissão Interior."
Sr. Prcsidente, vamos aguardar as informações do Ministério do Interior e da SUDENE a respeito dessa solicitação, que representa o mínimo que poderíamos pleitear, de imediato, em favor das angustiadas e sofredoraspopulações do Nordeste. (Muito bem!)
A SR' CRISTINA TAVARES (PMDB - PE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr's e Srs.Deputados, os homens do Palácio do Planalto, tão ciosos de acompanhar o que se diz neste Plenário, têm-sefeito de surdos às dezenas de denúncias aqui feitas, e quereforço agora, a respeito das demissões em massa que aTVs, do Grupo Sílvio Santos, está realizando em todosos setores.
De acordo com informações fornecidas pelo Sindicatodos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, o departamento de jornalismo da emissora foiprofundamente atingido por cortes de pessoal. Na TVsde São Paulo já foram dispensados pelo menos 240 pessoas, entre as quais 25 do jornalismo, reduzindo o departamento a menos da metade e, no Rio, praticamenteextinguindo-o, com a demissão de nove pessoas da equipe mínima que ali funcionava.
As demissões foram efetuadas apesar dos insistentesapelos feitos ao presidente do Grupo, Sílvio Santos, peloSindicato dos Jornalistas do Rio, e das gestões da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Comunicaçõese Publicidade, (CONTCOP) e da Federação Nacionaldos Jornalistas Profissionais (FENAJ). A alegação dodirigente da emissora é a de que a empresa vai mal e nãotem dinheiro para pagar os salários.
Além de contradizer declarações dadas pelos diretoresda TVs na revista Veja, de 21 de setembro, a respeito dobom desempenho e da inexistência da crise financeira naempresa, o Grupo Sílvio Santos, ao realizar essas demissões, está descumprindo o compromisso que firmou hádois anos com o Governo Federal de manter DS funcionários e ampliar D nível de emprego, CDmo condiçõespara Dbter a cDncessãD do canal, antes utilizado pelosDiáriDs ASSDciados. FDi em função desse compromissoque Sílvio Santos passou à frente de outros grupos interessados em obter o canal.
Mas as irregularidades não param aí. Está sendo deseumprido pela TVs o Código Nacional de Telecomunicações, que estabelece um tempo mínimo de notíciososdiários, equivalente a cinco por ccnto da programaçãototal. O único telejornal da emissora é o Noticentro, comduração de apenas 30 min utos, configurando claro desrespeito ao Código de Telecomunicações.
Sílvio Santos, que não esconde sua antipatia por tclejornais e esportes alega, em sua defesa, que os programas"O Povo na TV" e "Flávio Calvacanti" têm cunho jornalístico. Mesmo que fosse verdadeiro o argumento, a íf®ularidade estaria caracterizada, pois as entrevistaseventualmente configuram ilegalidade, porque não sãofeitas por jornalistas profissionais.
Se a pmgramação jornalística já era escassa, a demissão dos profissionuis da áreu indica claramente a intenção dos dirigentes du emissora de extinguir o telejornalismo, limitando-sc exclusivamente a enlatados importados, desenhos animados e novelas, que já eompõem amaioria da pmgramação.
Diante dessa situação, não se justifica a negligência doGoverno - em outras situações tão expedito - em re-
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lação a tais irregularidades, sobejamente conhecidas edenunciadas.
Em nome do interesse público, do direito eda justiça,impõe-se, da parte do Governo, a cobrança a SilviD Santos do compromisso de gerar empregos - e não reduzilos e do cumprimento da legislação sobre telejornais, sDbpena de perda da concessão dos canais de TV.
O SR. DASO COIMBRA (PMDB - RJ. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, apolítica econômica está ameaçando de extinção a maisprogrcssista indústria do Estado do Rio de Janeiro, ondevários bancos privados estão protestando títulos dosnossos estaleiros, apesar do aval da SuperintendênciaNacional da Marinha Mercante.
Todos os estaleims já tiveram títulos protestados e pagaram cm cartório, mas não conseguem evitar a reduçãode pessoal. Exemplo disso é a VetoIme do Brasil, de Angra dos Reis, que demitiu quase mil trabalhadores em setembro, diante da falta de novas enCDmendas e a pressãodos bancos. Isto criDu um sério problema social naqueleMuniclpio sul-fluminense, onde o maior e melhor con·sumidor de mão-de-obra ê a indústria naval.
A dívidà dos estaleiros para com o sistema bancárioatinge hoje 400 bilhões de cruzeiros, nãD havendo perspectivu de pagamento. Até alguns meses, a SUNAMAMera o órgão do Governo responsável por essa dívida, mascom a transferência do Fundo de Marinba Mercante daSUNAMAM para o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social a responsabilidade passou àUnião.
Iniciou-se, então, uma nova fase de negociações entreos estaleiros e DGoverno Federal, porém em ritmo quecxaspera a paciência dos banqueiros, já que O Ministroda Fazenda, Sr. Emane Galvêas, com tantas idas e vindas do exterior para negociar a divida externa, não encontra tempo para tratar dos assuntos domêsticos.
Os bancos não pretendem provocar a faléncia do setorde construção naval, mas, ao que tudo indica, o Governopouco sc importaria se tal acontecesse.
Era o que tinha a dizer.
O SR. FERNANDO LYRA (PMDB - PE. Pronunciao seguinte discurSD.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,nascido CDm Dséculo, acaba de deixar-nos o sertanejo, olutador, o homem-povo e, para os pernambucanos, ohomem-lenda Gregório Bezerra. Falar dele é falar do homcm pobre do Nordeste, dos seus sofrimentos, mas é falar também da sua fortaleza, da sua luta contra a desigualdade e a injustiça.
Homem sem fraquezas, incomum, Gregório Bezerradedicou praticamente toda a sua vida à defesa de suascrenças, dc seus ideais, escolhendo para expressá-Ias oPartido Comunista Brasileiro.
Ex-camponês sem terra, filho de camponeses, expedreim da construção civil, ex-sargento do Exército,Bezerru atuou como um dos líderes da fracassada Revolução de 1935, quando foi prcso pela primeira vez, só reconquistando a liberdade dez anos depois, com a anistiadc 1945. No ano seguinte, elegeu-se Deputado Federalpela legenda do PCB, para ter o mandato cassadD em1948.
Mas a adversidade nunca o dobrou. Tomaram-lhe omandato, e ele entrou para a c1andcstinidade para reorganizar o Partido em Pernambuco. Prenderam-no em1964, amarraram-no como gado e espancaram-nD comoloucos, em praça pública, para humilhá-lo. Só conseguiram fazé-Io mais herói, mais respeitado pelo seu povo,que o viu cambaleando, todo ensangüentado, cordaamarrada ao pescoço, mas com uma dignidade inabalável.
É um homem que pertence à Históriu, e para falarsobre ele ninguém melhor do que a sua própria gente,
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que de há muito canta em vcrsos de cordel o scu idealismo e a sua coragem:
"Mas existe nesta terraMuitos homens de valorQue é bravo sem matar genteMas não teme matadorQue gosta de sua genteE que luta a seu favor:Como Gregório BezerraFeito de ferro e de flor."
o SR. JÓNATHAS NUNES (PDS - PI. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,promovido pela Associação Profissional dos GeólogosdD Piauí, foi realizado em Teresina, no pcríodo de 17 a18 de outubro, o I Encontro de Mincração do Piauí,evento que reuniu nessa capital, além do Sr. Ministro dasMinas e Energia, o Senador César Cals de Oliveira Filho, todas as autoridades dD setor mineral, CDmo oDiretor-Geral do DNPM, Yvan Barreto de Carvalho, oPresidente da CPRM, JR Andrade Ramos, o Diretor daÁrea de Pesquisa da CPRM, Graccho da Costa Rodrigues J r., dentre outms.
Os obfetivos propostDs e alcançados pela associaçãoforam os de promover em Teresina um franco debatesobre as questões pertencentes ao setor mineral do Estado, enfocando as suas potencialidades, as suas perspectivas, além de ampla discussão sobre a exploração predatória como vem sendo utilizados os aqüiferos subterrâneos do Piauí.
A presença de S. Ex' o Governador Hugo Napoleãona solenidade de abertura com o Ministro César Cals demonstra, de forma inequívoca, a prcocupação do Governo do Piauí com o setor mineral, que sem recursos paradesenvD\ver seu importante trabalho reclama uma parcela maior de atenção e prioridade do Governo Federalpara a mineração do País.
Contando com o Governo do Estado, com uma companhia de Mineração, responsável pcla política, planejamento e execução do setor mineral, a COMDEPI _Companhia de Desenvolvimento do Piauí, a ela foi também reclamada participação maior no desenvolvimentode uma política racional de exploração dos recursoshídricos do Estado.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, durante o I Encontrode Mineração do Piauí, DDr. Aurimar de Barros Nunes,Diretor-Presidente da COMDEPI, proferiu importanteconferência subordinada ao tema "Desenvolvimento doSetor Mincral Piauiense - Histórico e Perspectivas".
Sr. Presidente, Srs. Deputados, du tribuna dcsta Casadesejo congratular-me CDm a Associação Profissionaldos Geólogos do Piauí, presididu pclo Doutor César Negreiros Barros Filho. Estou seguro de que a feliz e Dportuna iniciativa da Associação, em promovendo o I Encontro de Mincração do Piauí, produzirá seus frutos.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.
o SR. ALBItRICO CORDEIRO (PDS - AI.. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, leio, para O conhecimento da Casa e da Nação, O
telex que remetemos hoje a S. Ex' o Sr. Presidente da República sugerindo a convocação extraordinária dD Congresso durante o próximo recesso constitucional, em faceda situação eCDnômico-financcira do País e da necessidade comprovada da presença desta instituição em todosos entendimcntos e negociações que se estão processan.do. O documento contém assinaturas de 250 DeputadosFederais de todos os partidos com assento nesta Casa eenfatiza, numa demonstraçãD de espírito público e damais alta responsabilidade dos parlamentares brasileiros, que a convocação extraordinária sugerida ao Sr.Prcsidcnte da República, sendo de sua iniciativa, não térá quaisquer ônus para os cDfres públicos.
11390 Sábado 22
É o seguinte o telex enviado ao Chefe do Governo:
Excclentíssimo SenhorPresidente João FigueiredoPalácio do PlanaltoBrasília - DF
Senhor Presidente da República
Sugerimos a V. Ex' exame convocação extraordinária Congresso Nacinal próximo período recessosessão legislativa em curso pt A providência possibilitará continuidade discussão graves problemas econômicos enfrentados pela Nação et propiciará oportunidade parlamento decidir sobre medidas cujospropósitos visem atenuar crise de ordem geral queassola o Pais pt Diante evolução recentes acontecimentos et posicionamento assumido por V. Ex' nopronunciamento dia sete corrente vg reafirmamosestarmos plenamente convencidos participaçãoCongresso eh fundamental para superação adversidades que afetam sociedade brasileira neste diITcilinstante vida nacional pt Na oportunidade vg desejamos informar V. Ex' nossa disposição pessoal deabrir mão quaisquer vantagens financeiras eventualmente decorrentes convocação extraordinária vg emnome superiores interesses da Nação pt Respeitosassaudações pt - Albérico Cordeiro - Emílio Gallo- Guido Moesch - Ruy Bacelar - José Tavares- Wolney Siqueira- Pedro Germano- Ruy Líno- Haroldo Sanford - Inocêncio Oliveira - PauloGustavo de Faria - Arthur Virgílio - Luiz Baptista - Rômulo Galvão - Gomes da Silva - MarciaBraga - Manoel Ribciro - Rubens ASrdenghi Ludgero Raulino - Vivaldo Frota - Djalma B~ssa
- Francisco Erse - Santinho Furtado - TarcísioBurity - Orlando Bezerra - Juarez Bcrnardes Adhemar Ghisi - Roberto Freire - Onisio Ludovico - Gerardo Renault - Adail Vetorazzo - José Mendonça B. - Antonio Dias - Ademir Andrade - Oscar Alves - Antônio Farias - Mendes Botelho - Múeio Athayde - João Batista Fagundes- Paulo Mincaronc - Osvaldo Murta -- PauloGuerra - Dirceu Carneiro - Nelson Morro - Aécio de Borba - Sebastião Ataide- Márcio Santilli- Ricardo Ribeiro - Mario Assad - MiltonBrandão - Amadeu Geara - João Carlos de Carli- Nilson Gibson - Alvaro Gaudêncio - Mozarildo Cavalcanti - Emidio Perondi - Hélio Duque- Tobias Alves - Leorne Belém - AlbinoCoimbra - João Alves - Salles Leite - NatalGale - Vicente Queiroz - Manoel Costa - DelBosco Amaral - Sebastião Rodrigues - AntonioAmaral - Alberto Goldman - Olavo Pires Dionísio Hage - Ossian Araripe - Oly Fachin José Moura - Walter Casanova - Wildy Vianna- Vingt Rosado - Fernando Lyra - Assis Canuto- Clark Planton - Alércio Dias - Lúcia Viveiros~ Amaral Netto - Antônio Pontes - AlcidesLima - Cid Carvalho - Domingos Juvenil- Osmar Leitão - Irajá Rodrigues - Maçao TadanoHeráclito Fortes - Matheus Schmidt - EdisonLobão - Agnaldo Timóteo - Raymundo Urbano- Odilon Salmoria - Anselmo Peraro - WalberGuimarães - Bento Porto - Juarez Batista - Celso Carvalho - João Faustino - Fernando Gomes- Aluizio Campos - Márcio Laccrda - SinvalGuazelli - Aroldo Molelta - Osvaldo Nascimentoda Silva - Wilson Vaz - Mário Frota- CastejonBranco - Rubem Figueiró - Israel Pinheiro Gonzaga Vasconcelos - Jorge Uequed - LélioSouza - Iturival Nascimcnto - Otacílio Almeida- Vieira da Silva - Nadyr Rossetti - TheodoricoFerraço - Agenor Maria - Arolde de Oliveira Francisco Dias - José Mendonça de Morais _Furtado Leite - Jaime Câmara - Oscar Correa-
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
Renato Cordciro - Marcos Lima - Myrthes Bevilaqua - Antonio Osório - Irincu Colato - JoséMachado - Milton .Figueiredo - Renan Calheiros- Francisco Rollemberg - Carlos Mosconi Lconidas Sampaio - Darcílio Ayres - Irma Passoni - Lúcio Alcântara - Brabo de Carvalho Humberto Souto - Enoc Vieira - Sérgío Lomba- José Carlos Teixeira - José Luiz Maia - Denisar Arneiro - Pedro Novais - José Ulisses - Figuciredo Filho - Sérgio Cruz - Sebastião Nery Mario Juruna - Jorge Medauar - Siqueira Campos - Farabulini Junior - Eurico Ribeiro - Geraldo Fleming - Jarbas Vasconcelos - SebastiãoRodrigues J r. - Prisco Viana - Ary Kffuri - JoséLourenço - Stelio Dias - Fernando Cunha - Salvador Julianelli - João Cunha - Pedro CeolimDjalma Bom - José Carlos Fonseca - Sérgio Fcrrara - Aldo Pinto - João Rebelo - Roberto Jefferson - Melo Freire - Marcondes Pereira - Milton Reis - Carlos de Carli - Manoel Viana - Flávio Berrenbach - Carlos Wilson - Antonio Gomes - Airton Sandoval- Delio dos Santos - Geraldo Melo - Pedro Correa - José Genoino Manoel Affonso- Nasser Almeida- Luiz Guedes- Theodoro Mendes - Aloysio Teixeira - LuizLeal - Marcelo Gato - Santos Filho - ValmorGiavarina - Aldo Arantes - Wilmar Palis - Wilson Falcão - Jorge Vianna - Renato de Melo Viana - Ciro Nogueira - Plinio Martins - FrançaTeixeira - Gerson Peres - Cunha Bueno - Joaquim Roriz - Celso Peçanha - José FernandesJoão Agripino - Dante de Olivcira - DasoCoimbra - Cristina Tavares - Clemir Ramos Jayme Santana - Vicente Guabiroba - Hélio Manhães - José Fogaça - Paulo Borges - EduardoM. Suplicy - Paulo Marques - Dilson FachinAfrisio Vieira - João Mendonça Falcão - Máriode Oliveira - Ibsen Pinheiro - Marcia MacedoLuiz Dulci - Simão Sessim - Cassio GonçalvesJacques D'Ornellas - Rosemburgo Romano Brasilio Caiado - Carlos Eloy - Norton Macedo- José Burnett - Alfredo Marques - BrandaoMonteiro - José Thomaz Nonê - Navarro V. Filho - José Melo - Djalma Falcão - Ivo Vanderlinde - Euclides Scalco - Sérgio Murilo - Osvaldo Mclo - Wall Ferraz - Jorge Carone."
o Sr. Luiz Henrique - Sr. Presidente, peço a palavrapara uma comunicação, como Líder.
o SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri) - Tem a palavrao nobre Deputado.
o SR. LUIZ HENRIQUE (PMDB - Se. Sem revi·são do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o jornal Correio Braziliense, nesta data, em matéria assinadapelo acatado jornalista brasiliense Dário Macedo, nos dáconta de que o Governo finalmente decide aceitar umaevidência: a evidência de que não haverá estabilidadepolítica no Pais, de que não haverá possibilidade de encaminhamento da grave crise em que se aprofundou anossa Nação, se o Governo não decidir pela convocaçãode eleições diretas para a Presidência da República.
E é preciso, Sr. Prcsidentc, que neste ponto atendamosa uma outra evidência: a de que não bastarão eleições di·retas pelo sistema simples. O próximo Presidente, parapropor e realizar as mudanças de profundidade que seprecisam operar no âmbito da economia e da estruturasocial do País, no campo c na cidade, precisa ter o respal·do da maioria do povo brasileiro. E isto significa dizerque não bastam eleições diretas; é fundamental que sejam majoritárias e que o nosso Presidente da República,ao reccber a faixa presidcncial, esteja respaldado pelametade mais um, pelo menos, dos eleitores brasileiros.
Outubro de 1983
O Colégio Eleitoral que aí cstá não tcm a menor legitimidade. O critério de igualdadc da rcpresentação das delegações estaduais equiparou os grandes colégios eleitorais aos menores colégios eleitorais do País, e por isso 6Deputados de cada Estado representam uma desproporcionalidade gritante, o que torna o Colégio ilegítimo eincapaz de significar a efetiva representação do povonesta Casa.
Por outro lado, o Senado de Rui Barbosa estâ conspurcado pela presença de 22 Senadorcs biônicos, quenão receberam voto popular, que não receberam nenhuma representação popular, que não receberam nenhummandato, nenhuma procuração para aqui votar no Presidente da República.
Além do mais, Sr. Presidente c Srs. Deputados. o processo chamado indireto, que mais apropriadamente seriadenominado de biónico, está levando o Governo a umaprofunda dilaceração interna. Os candidatos nada propõem à Nação, nenhum programa, nenhuma plataforma, nenhuma carta de intenções. Apcnas se engolfamnuma luta fisiol6gica de distribuição de benesses, de ofe·recimento de espaços. Os mais sorridentes e os mais solícitos no oferecimento de jantares são os que têm maischances. Isso porque. Sr. Presidente, o candidato nãoprecisa sc dirigir à Nação, nem ao povo, nem prccisa ma·nifestar suas intenções perante a sociedade brasileira;basta-lhe olhar para o horizonte curto, estreito. pequeno, acanhado, de pouco mais de centenas de pessoas,uma com representatividade legal e popular, é verdade,mas a maioria sem essa legitima representatividade.Eleições diretas para Presidência da República fazem oscandidatos jornadearem por este Brasil, conhecer a realidade dura do Nordeste, a realidade perversa das periferias das grandes cidades, os alagados, os mocambos, asfavelas c os mangues mal habitados. Eles precisam ver odrama do desemprego nos grandes conglomerados urbanos - agora já nos médios e pequenos - para sentir aNação, para ver a pulsação deste povo que sofre commedidas arbitrárias cada vez mais repetitivas, como asdos decretos salariais. Quem já participou de umaeleição direta para prefeito municipal como n6s, podeavaliar que s6 este sistema de escolha de mandatários dásensibilidade e pleno conhecimento da realidade aos governantcs e os faz firmarem compromissos com o povoem todos os seus segmentos. Por isso, Sr. Presidente, oPMDB, como um todo, mais uma 'ez vem à tribunapara dizer ser esta uma obstinação. uma questão inarredável, uma posição programática da qual não se afastaum milímetro. O PMDB não aceita outra soluça0 para oequacionamento da grave crise política que estamos passando que não seja a eleição direta para Presidcnte da'República, que nós pessoalmente entendemos deva sermajoritária, mas sabemos que este princípio acabará sendo também programático de partidos.
Sr. Presidente e Srs. Deputados. finalmente, vemos,através da imprensa. que o próprio Presidente da República admite a negociação em termos de eleições diretas. O Minislro Délio Jardim de Mattos teve alribuída asi rccentc declaração pcla qual defendc já as eleiçõcs dirctas. Grande parte dos governadores eleitos pelo PDSestão a defendê·la, e já são raros os segmentos da sacie·dade que não aceitam este princípio, as eleições diretas,como forma capaz de conduzir esta Nação a soluções democráticas de seus problemas.
o Sr. Nilson Gibson - Sr. Presidente, peço a palavrapara uma comunicação, como Líder.
o SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri) - Tem a palavrao nobre Deputado.
o SR. NILSON GIBSON (PDS - PE. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, nós do PDS temosa dizer o seguinte: primeiro, a argumentação de que, cfe~
tivamente, o entendimento esposado pelo nobre Deputa-
Outubro de 1983
do Luís Henrique, do PMDB, não é assunto para se discutir, ou seja, o problema das eleições diretas para Presidentc da República. Tanto é quc foi criada uma Subcomissão, na Comissão dc Constituição e Justiça, a fim deexaminar o aperfeiçoamento da nossa Lei Maior. E oaperfeiçoamento da nossa Lei Maior converge tambémpara uma modificação no dispositivo em que atualmenteexplicita a escolha do Presidente da República eomeleições indiretas, através do Colégio Eleitoral. Todavia,essa modificação não pode ser feita agora "ex abruptus",quando as regras do jogo fixam as eleições de Presidenteda República para o dia 15 de janeiro, porque é umproblema de grande interesse para a Nação o aperfeiçoamento da Lei Maior. Em relação a outro aspecto, em queo PMDB acha deve haver o diálogo, eu o admito da seguinte ordem: é que o Presidente Figueiredo, desde o início, quando assumiu o seu Governo, já veio estendendoa mão para um entendimento perfeito com os partidosde Oposição. Isso foi feito quando ele encaminhou oprojeto da anista e posteriormente modificando aquelanossa lei do bipartidarismo, chamada lei de força. Realmente, o Presidente continua com a mão estendida parao diálogo.
Eram as duas comunicações que nós queríamos fazer.
o Sr. Sér!:io l.omba Sr. Presidente, peço a palavrapara uma comunicação, como Líder.
o SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri) - Tem a palavrao nobre Deputado.
o SR. SÉRGIO l.OMBA - (PDT - RJ. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, esse processo de eleição indircta às vezes nos parece surrealista.Agora mesmo um dos presidenciáveis desafiou os outros, também chamados presidenciáveis, do PDS, paraum debate na televisão. E a gente fica pensando que issoé uma hrincadeira de mau gosto e não chegamos nem aentender, na realidade, o que pretende o Sr. Paulo Malufquando desafia os seus pseudoeoncorrentes para um debate na televisão. Ora, Sr. Presidente, nós até podemosentender a validade de um debate na televisão entre candidatos a cargos eletivos. Entendo ser isso válido, masnuma eleição direta.
A televisão, hoje, atinge os mais longínquos rincões denossa terra, atinge milhões de pessoas. Mas para aseleições que o Sr. Paulo Maluf defende, um pequeno auditório já eomporta sua assistência. Ele não precisa debater com os ditos presidenciãveis do PDS na televisão.Reúnam-se num pequeno auditório, convoquem o Colégio Eleitoral que eles querem que conduza o destino desta Nação, c debatam lá entre eles. Não queira o Sr. PauloMaluf fazer uma farsa para o povo brasileiro, que nãovai entrar nesse tipo de jogada.
Parece uma brincadeira do Sr. Paulo Maluf querer discutir na televisão, perante milhões de brasilerios, um assunto do qual ele não quer deixá-los participar. Se quisesse, estaria defendendo as eleições diretas, como estãofazendo todos os oposicionistas verdadeiros desta terra eaté alguns homens de bem do PDS; que entendem nãoter mais este País saída fora das eleições diretas.
Mas o Sr. Paulo Maluf, na sua desfaçatez que todos jãconhecemos, brincando com o povo brasileiro, brincando com a Nação brasileira, com a sociedade, com esseempresariado massacrado - e ainda há pouco falamosna Fábrica de Tecidos Nova América, um poderio da índústria brasileira, do empresariado nacional, que estáindo à falência pela insensibilidade dos homens que compõem este Governo - vem eonvocar os outros presidenciáveis para um debate na televisão.
Para que, Sr. Presidente? O povo hrasileiro quer assistir a um debate na televisão entre todos os candidatos,desde que esses homens que o propõem tenham a coragem de ir para as ruas defender as eleições diretas comosaída para a sociedade brasileira, para o nosso povo.
DIÃRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I)
Basta de brincadeiras com o nosso povo, que não aceitaesse tipo de piada. O Sr. Paulo Maluf deveria ter maisvergonha e respeitar o povo brasileiro. Ao invés de ficarpropondo debates na televisão, que ele proponha entãodebate num pequeno auditório junto ao seu colégio eleitoral, c vá para lá discutir, porque o povo hrasileiro nãoquer nada eom ele, nem quer ouvi-lo.
O Sr. Nilson Gibson - Sr. Presidente, peço a palavrapara uma comunicação, como Líder.
o SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri) - Tem a palavrao nobre Deputado.
O SR. NILSON GIBSON (PDS - PE. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, sem colocar a posição daLiderança do PDS quanto à com unicação formuladapelo ilustre representante do PDT. Deputado SérgioLomba, o Deputado Paulo Maluf, companheiro nosso,nesta Casa, tem o direito de propor posições para aqueles que pretendem ser candidatos. Eu até admito que issoseja um processo bastante democrático, desde que semnenhuma colocação a candidaturas de presidenciáveis donosso partido, apenas fazendo colocação sobre o processo democrático.
Em aditamento ao início da nossa comunicação sobreeleições, o nosso atual processo de eleições para Presidente da República não é realmente um processo deeleições indiretas. Há um equívoco. O nosso processo,dentro da sistemática do direito político, é denominadode sistema misto. Por quê? Porque é o parlamentar quecompõe o colégio eleitoral para o qual foi indicado, porque eleito por aquele processo de eleições diretas. E nasua propaganda eleitoral incluía dentro daqueles princípios que também ia representar o seu eleitor quando daeleição do futuro Presidente da República.
Mas o fulcro da nossa comunicação é trazer ao conhe~
cimento da Casa que o Jornal de Brasfiia. de hoje, na suaprimeira página, diz ao mundo; "Radicais tinham planopara saquear Brasília".
Sr. Presidente, Srs. Parlamentares, a denúncia égravíssima. Trata-se do Jornal de Brasfiia, que normalmente écontundente em críticas ao Governo e aos Parlamentares que pertencem ao nosso partido.
Sr. Presidente, leio para que conste dos Anais da Casa,notícia a que me refiro:
"RADICAIS TINHAM PLANOSPARA SAQUEAR BRASILIA"
A discussão em torno de quem provocou a decretação das medidas de emergência, se o presidente doSenado, Moacyr DaUa, ou os líderes do PDS nãotem o menor sentido. Na verdade o que ocorr~u foiexatamente isto; desde segunda-feira, a Polícia Federal e os órgãos de segurança identificaram sinaisde uma "ação coordenada" para perturbar não apenas a votação do Congresso, como a vida da cidade.No meio das delegações classistas mobilizadas paradarem respaldo de massa aos partidos de oposição,infiltraram-se alguns elementos de há muito identificados pela Polícia Federal por sua atuação nos saques ocorridos em São Paulo e, mais recentemente,em Manaus. A movimentação desses elementos, emBrasília, passou a ser vigiada de perto, pela PolíciaFederal. Na terça-feira à tarde já havia a convicçãopolicial de que tais elementos preparavam, com aajuda de ativistas locaís, um saque a dois supermercados: Carrefour e Casas da Banha da Asa Norte. Ainvação e depredação desses dois supermercados deveria ocorrer na madrugada de ontem, quinta-feira.O acordo entre os partidos, adiando por 24 horas avotação do Decreto-lei n. 2.045, provocou tambémo adiamento do saque para a madrugada de sextafeíra'- seria hoje.
Sábado 22 11391
De posse dessas informações, o ministro Leitãode Abreu começou a movimentar suas peças. Teveuma conversa exploratória com o presidente do Senado, mas não sentiu no Senador Moacyr Dalla, atéporque a conversa se limitara ao problema da segurança no Congresso, preocupação maior com a manutenção da ordem nas galerias da Câmara. O senador José Sarney e o deputado Nelson Marchezan foram encarregados, então, de solicitar ao presidentedo Senado as garantias que se faziam necessárias. Oresto da operação já estava todo previsto e cronometrado.
A prova de que a decisão de baixar as medidas deexceção não visava, preferencialmente, a votação noCongresso e sim a ação terrorista contra casas comerciais, pode ser deduzida da tranqiiilidade comque o Governo esperou eSsa votação, sem tentar sequer convencer o grupo "Participação" a somar votos a favor do decreto.
A trajetória do 2.064 já estava também traçada.O comportamento dos grupos de pressão no
Congresso, durante o dia de anteontem, foi interpretado pelos setores de segurança como a confirmação de que havia, de fato, uma "ação coordenada". Pela manhã, quando tudo parecia correr bem,o grupo feminino do PC do B fez seu carnaval decaçarolas. Mas, já na parte da tarde, esses grupos depressão, provavelmente informados de que vinha"chumbo grosso", comportavam-se, na palavra deum informante nosso, "como se as galerias do Congresso fossem um auditório de colégio de freiras"."Se não houvesse coordenaçào'\ diz nosso informante, "você acha que toda aquela gente iria, de repente, ficar tímidaT'
A duração das medidas de emergência é explicada como um prazo lixado pela própria Constituição, que tanto pode ser prorrogado por mais 60dias como também suspenso pelo Presidente da República, desde que desapareçam os motivos queprovocaram a medida. Para os setores de segurança,contudo, a escalada dos saques e depredações atéBrasília é um projeto cuidadosamente montado porsetores radicais do sindicalismo.
Projeto que tanto pode ser adiado ou sepultado,como pode também (não é provável) ser acionadopara provocar um confronto com as forças policiaisencarregadas de executar as medidas de emergênciadecretadas.
v - O SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri) - Passa-seao Grande Expediente. Tem a palavra o Sr. Ivo Vanderlinde.
O SR. IVO VANDERLINDE (PMDB - SC. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Srs. Deputados...
O Sr. Del Bosco Amaral- Nobre Deputado Ivo Vanderlinde, eoncede-me V. Ex' um breve aparte, antes deiniciar propriamente o seu discurso?
O Sr. Nilson Gibson - Sr. Prcsídentc, na forma regimental. o aparte só é permitido quando tratar do teor dodiscurso do orador.
O SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri) - De acodo como art. 166 do Regimento Interno, o aparte é da livre vontade do orador. Não posso impedi-lo.
O SR. IVO VANDERLINDE - Ouço V. Ex', Depu"tado Del Bosco Amaral.
O Sr. Del Bosco Amaral- V. Ex', Deputado Ivo Vanderlinde, está prestando um serviço à Nação, indiretamente, ao conceder-me este aparte, embora ele provoquealgum atraso ao seu discurso. É muito comum, nestesmomentos de crise, um grupo radical de direita orquestrar, aí fora e aqui dentro, uma crise fictícia. Quanto ao
I1392 Sábado 22
que disse o nobre Líder do PDS, eu denuncio, relembrando, principalmente, os mais antigos jornalistasdesta Casa: é a repetição do que se fazia em qualquer crise mínima que porventura existisse nesta Nação, Elesquerem é maximizar a crise, Os Presidentes do Senado eda Câmara dos Deputados jâ estão pedindo a retiradadessas medidas de emergência. Mas, veja V. Ex' que depois de um episódio desses eles sempre escalam os parlamentares mais radicais, ligados à direita, para trazernotícias dessa natureza, O Líder do PDS acaba de daruma notícia policial, uma notícia jornalística. Faço àNação um desafio. Se esses homens conseguem detectarque ia ocorrer um saque a supermecado, pergunto aoLíder do PDS onde estão os assassinos que colocaramuma bomba na OAB. Neste momento, Deputado NilsonGibson, V. Ex' não veio ler jornal nenhum. Isto é umavergonha. Deputado Ivo Vanderlinde, desculpe-me interromper o discurso de V. Ex', mas, na condição deVice-Líder, falta-me tempo para falar, e não poderia onosso Vice-Líder de plantão fazê-lo, pelo mesmo motivo.En tretanto, não podemos deixar impunes esses orquestradores de crise, essas cassandras que continuam impunes em nosso País e que pretendem espalhar um verdadeiro terrorismo institucional dentro do Congresso Nacional,
o Sr. Nilson Gíbson - Deputado Ivo Vanderlinde,permita-me apenas um esclarecimento. De acordo com oart. 166 do nosso Regimento Interno...
o SR. IVO VANDERLINDE - Sr. Presidente, ...
O SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri) - Deputado IvoVanderJinde, V. Ex' concedeu o aparte?
O SR. IVO VANDERLINDE - Não.
O SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri) - Deputado Nilson Gibson, o orador não concedeu o aparte a V. Ex'
O Sr. Nilson Gibson - Sr. Presidente, ele concedeu O
aparte ao nobre Deputado Del Bosco Amaral antes deter iniciado o pronunciamento, o que é anti-regimental,porque o aparte é para discutir sobre matéria em debate.
O Sr. José Fogaça - Sr. Presidente, peço a palavrapara uma questão de ordem.
O Sr. Nilson Gibson ~ O que nós comunicamos aquifoi o que a imprensa divulgou.
O SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri) - Deputado Nilson Gibson, o orador está com a palavra.
O Sr. José Fogaça - O Deputado Nilson Gibson deseja tumultuar esta sessão. Sr. Presidente. Solicito a V.Ex' que tome as providências necessárias.
O SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri) - Nobre Deputado José Fogaça, as providências já foram tomadas, cquem dirige os trabalhos é a Mesa.
O SR. IVO VANDERLINDE - Com muito prazer,incorporo ao meu pronunciamento o aparte do nobreDeputado Del Bosco Amaral, Sr. Presidente, Srs. Depu.tados, tornou-se lugar comum, desgraçadamente, falarque o Brasil atravessa, talvez, a crise mais grave de suaHistória recente. E o pior, o aflitivo, o mais desesperadoré o não se vislumbrar uma saída.
A situação do País lembra, e muito, aqueles quadrosreprisados nos faroestes americanos, em que o chefeíndio está à morte, em sua esteira, rodeado pelos feiticeiros da tribo que intentam mil mágicas, sem sucesso.
.Estamos à beira da convulsão social, acometidos desérios males econômicos e políticos, com feiticeiros devariada catadura compondo fórmulas, impondo rezas eremexendo poções, e nada acontece que nos nos altere O
estado comatoso.
DIÁRIO 00 CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
A inflação alcança cumes nunca dantes conseguidosno Brasil.
O Custo de vida segue-lhe a curva, a ponto de estar retirando a última comida da mesa do trabalhador;
O desemprego cresce e multidões famintas já invademestabelecimentos para saquear. E não é no sertão doNordeste, apenas. É também, no Rio e em São Paulo,Estados notoriamente ricos.
Se, de um lado, apresentamos, orgulhosos, resultadospositivos na balança do comércio exterior, de outro, temos de confessar, envergonhados, a necessidade de importar produtos básicos, como milho, feijão, arroz, carne e agora também leite.
O Sr. Nilson Gibson - Permite-me V. Ex' um breveaparte?
o SR. IVO VANDERLINDE - Peço que seja breve.
O Sr. Nilson Gibson - Nobre Deputado, V. Ex' aborda um tema muito interessante. f: verdade que os saquesvêm ocorrendo no Nordeste, área da seca, das estiagens.Mas tenho para mim que V. Ex' não conhece de pertoaquele quadro, aquela realidade. Fica um pouco distantedo seu entendimento e mesmo das suas vistas. Lá ;elesacontecem em conseqüência da fome, da necessidade.Há uma diferença, uma distinção entre aqueles saquesrealizados com objetivos outros e aquele denunciadohoje por um jornal de Brasília, lido por nós da tribuna.Não fomos nós que o dissemos nem afirmamos, mas aimprensa que abordou o problema. Quero que V. Ex'entenda perfeitamente a diferença, a distinção entre os saques ocorridos na minha região e os preparados por radicais de esquerda para tumultuar e subverter a ordem110 País, que vem sendo tão bem conduzída pelo Presidente Figueiredo, com suas mãos estendidas. ParabenizoV. Ex' por abordar o problema do Nordeste. Receba omeu aplauso. Qucro também esclarecer que quando damos um aparte é sobre o tema que está no conteúdo dodiscurso do orador. Não o fazemos, evidentemente, antes de saber qual o assunto do pronunciamento. Creioque V. Ex' concedeu o aparte ao Deputado Del BoscoAmaral movido pela sua generosidade, pelo seu espíritoparlamentar, democrático - que também é o nosso como um homem que já vem desenvolvendo trabalhopor todos nós aplaudido. Escuto com atenção o pronunciamento de V. Ex', e pediria, em outra oportunidade,baseado no seu espírito democrático sempre colocadoem primeiro plano, que me·concedesse outra breve intervenção.
O SR. IVO VANDERLINDE - Agradeço a V. Ex' oaparte.
O Sr. Arthur Virgílio Neto - Permite-me V. Ex' umminuto de interrupção ao bravo discurso que pronuncia?
O SR. IVO VANDERLlNDE - Concedo o aparte aonobre Deputado Arthur Virgílio Neto. Gostaria de dizeraos companheÍros que, com muito prazer, darei logo OU~
tros apartes, mas solicito que me permitam desenvolverum pouco mais o meu pronunciamento.
O Sr. Arthur Virgílio Neto - Nobre Deputado, sereibreve. Inicialmente, quero homenagear V. Ex' peIo discurso que profere - cujo teor já conhecia - que é damaior responsabilidade pública. Em segundo lugar, quero dizer que, de fato, a Liderança do PDS tem razão: hâum plano de saques neste País'e a este País, orquestradopela economista Ana Maria Jul, do FMI, orquestradointencionalmente pelo GOverno dos Estados Unidos daAmérica com a cumplicidade dos príncipes biônicos doPalácio do Planalto, com o intuito de arrasar a economianacional e impor aqui as leis e as regras do imperialismo.Em terceiro lugar, quero dizer a V. Ex', à Presidência, àCasa e à Nação que na madrugada de hoje faleceu um .grande brasileiro, nas palavras do nobre Líder Luiz Hen-
Outubro de 1983
rique, um homem da História, acima de quaisquer posições ideológicas que tenha tomado ao longo da vida,admirável até por elas, mas, acima delas, alguém que aNação inteira - a Nação séria, não a do saque - deveadmirar. Encaminhei à Mesa requerimento pedindo quese homenageie nesta Casa a memôria do bravo brasileiro, Constituinte de 46, Gregório Bezerra, falecido na madrugada de hoje.
O SR. IVO VANDERLINDE - Agradeço a V. Ex' oaparte. Com prazer, associo-me ao requerimento de V.Ex' solicitando que esta Casa preste homenagem à memória desse grande brasileiro.
Prossigo, Sr. Presidente.Para os campos falta fertilizante, falta semente, falta
crédito.Na indústria,.a cada dia é maior o número de concor
datas, falências. e protestos.No comércio o clima é de exasperação e desesperança.No setor de seryiços, empresas são desmobilizadas e
técnico postos na amargura do desemprego.O setor público, gordo, agigantado por mais de uma
década de expropriação ao contribuinte e de investimento.levianos, arrepia-se esc encolhe. Os marajós das estatais "botam as barbas de molho" porque suas mordomias passadas e presentes defrontam-se com um futuroterrivelmente duvidoso.
Como pano de fundo ao espetáculo bizarro em quetransformaram este País da esperança, ergue-se o estranho painel dos negócios escusos e mal- explicados, verdadeiro monumento à corrupção, onde o escândalo deontem já é antigo hoje, pelos novos que o sucedem.Acordo atômico, compra da Light, Luftala, Delfin, CAPEMI, Coroa-BrasteI, "Relatório Saraiva", e por aíafora. São tantas e tão escabrosas as ocorrências, quenada mais nos surpreende, nos assusta ou nos escandaliza.
O único fio de esperança, a única luz bruxoleante nofim do túnel, o único sopro de brisa que nos impede sufocar é o projeto de redemocratização.
Retornar ao povo a decisão sobre seu próprio destino,dispensar, definitivamente, as tutelas de tão infeliz sucesso na condução dos negócios do País, restaurar a legiti.midade das leis pelo revigoramento das prerrogativasplenas do Congresso Nacional, são os caminhos na visãodos quais encontramos o único alf?nto contra o terror dodesespero.
Não será bastante, todavia, a restauração do Estadode Direito, da democracia formal, se não houver a correspondente liberdade económica, consubstanciada nodireito real de·todos participarem com eqüidade do processo econômico nacional, quer no tocante às oportunidades de produzir, quer no que concerne à distribuiçãodos 'resultados obtidos entre o capital e o trabalho.
Essa dimensão social da democracia que queremosnão é uma eonquIsta ·para depois. Tem de ser um doscomponentes básicos do próprio processo de aberturapolítica, pois o autoritarismo que com a ajuda de Deuspretendemos superar, enquanto centralizou o poder,concentrou as riquezas nas mãos de uns poucos. Quemnão se lembra da decantada teoria de primeiro fazer o"bolo" para depois distribuí-lo. Na prâtica, o que houvefoi um grande "bolo" em todo mundo.
De qualquer forma, para sairmos do País dos "bolos"e entrarmos no País -real, teremos de enfrentar um árduotrabalho de reconstrução, que passa, necessariamente,pela revisã.o económica com vistas à justiça social.
Nesse contexto é que retomo minhas preocupaçõescom o cobperativismo. Não apenas com o cooperativismo que é, que está aí, mas principalmente com o cooperativismóque pode ser, que há de vir. Cooperativismo éO método comunitário de produção, tanto agrícola comourbanista. É tão importante para a democracia eeonómica co'mo são as eleições diretas, universais e secretas paraa democracia política. A cooperativa é a autêntica empresa social.
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Enquanto a empresa estatal serve, antes do povo, a interesses corporativos ou de grupos do poder, com a violenta força adquirida pela conjugação do poder econômico ao poder de polícia, sobrepairando à Nação, semqualquer controle social eficaz, a empresa cooperativasubmete-se às posturas gerais da ordem econômica, é governada pela universalidade do corpo associativo, queestabelece e destitui mandatários de forma direta, é depropriedade de todos os usuários dos serviços que presta, ou de todos os trabalhadores de seu processo produtivo. Opera, sempre, a custo, pois seu objetivo empresarialnão é a acumulação capitalista, mas o próprio produtode sua atividade.
Construir a democracia, para mim, é também construir formas cooperativas de produção e trabalho.
Essa construção cooperativista pressupõe, hoje, umarevisão ampla do modelo vigente, desde a Lei n9
5.764/71, que dispõe sobre a política nacional de cooperativismo, até os programas ditos de apoio às cooperativas e às próprias vigências administrativas nessas sociedades.
A lei cooperativista, editada num instante particularmente denso do período autoritário, está eivada de distorções que precisam ser corrigidas para desatar asamarras da tutela governamental e do espírito regulamentatório e fiscalista que a inspirou. Precisamos deuma lei geral para o cooperativismo, que balisc princípios e assegure eficientes controles sociais, mas quesobretudo não feche espaços às iniciativas de cooperaçãona economia, abrindo eaminbos à ampla organizaçãocomunítária com objetivos econômicos.
Os próprios serviços públicos deveriam se direcionarpara o cooperativismo e o municipalismo, com o que seadequariam às necessidades dos usuários, sem os custosproibitivos que alcançam no atual modelo ccntralista cdivorciado dos interesses populares.
A política governamental de cooperativismo deve serigualmente revista, tanto nos seus aspectos conceituaiscomo nos seus aspectos operacionais, para que alcanceobjetividade e rapidez nas ações de apoio.
Essa polftica é, hoje, completamente inadequada a objetivos de consolidação e expansão da economia coope~
rativada.Na área administrativa, os famosos "órgãos exeeuti
'vos federais", previstos no capítulo XV da lei cooperativista, primam pelo espírito do não pode e do não deve.Extremamente burocratizados, perdidos num emaranhado de papéis - certidões, atestados, despachos, circulares, pa receres, etc. - agem com a preocupação de restringir as possibilidades de cooperação que a própria leipermite.
Na área creditícia, o quadro não é diverso, O BancoNacional de Crédito Cooperativo - BNCC, ou não conta com linhas de crédito adequadas, ou não dispõe de recursos suficientes para atender às demandas do setor, ouse envolve em negócios que nada têm a ver com o cooperativismo, como é o caso da CAPEMI. Há casos que sãocompletamente contrários ao bom senso, nessa área.Existe, por exemplo, um Grupo Executivo de Eletrificação Rural de cooperativas - GEER, cuja finalidade édar suporte dc financiamento às cooperativas de eletrificação rural. Esse órgão, quando foi criado, repassava recursos às cooperativas de eletrificação a juros subsidiados e através das respectivas federações ou cooperativascentrais. Hoje o GEER tornou-se um pequeno e ineficiente banquinho sem dinheiro. Perdeu tqdas as características de órgão de desenvolvimento, queroi sua razãode existir. Além de extremamente burocratizado, é funcionalmente desonesto, pois vai à televisão dizer que osagricultores procurem as cooperativas em b4sca de seufinanciamento à eletrificação rural, e diz às cõoperativasque não dispõe de recursos para financiá-Ias. !nduz ascooperativas a gastos exorbitantes com projetos e, pornão operar, transformou esses projetos em papel pintado. Foi criado para servir às cooperativas, no eAtanto,seu presidente e seus altos funcionários dizem, a ''luem
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quiser ouvir, que seus financiamentos somente serão feitos através dos concessionários.
A atuação nefasta dessa excrecência burocrática levouo cooperativismo e eletrificação rural a uma crise irremediável. No entanto, os irresponsáveis que o dirigem continuam osufruindo das mordomias do poder, e não háninguém capaz de, com um simples decreto, passar oFundo de Eletrificação das Cooperativas para o BNCC,reduzindo gastos, aumentando a cficiência e reorientando a aplicação dos recursos eventualmente disponíveisnessa conta, para a finalidade com que se a criou: darapoio creditício às cooI1erativas de eletrificação rural.
Na área de representação político-classista, a inadequação continua. Tanto ao OCB - Organização dasCooperativas Brasileiras, a nível nacional, como as organizações estaduais de cooperativas, são extremamentefrágeis por não disporem de recursos institucionais bastan!e para embasar-lhes a atividade.
Há uma contribuição cooperativista, para manter osistema OCB. Esta, entretanto, é calculada sobre o capital das Cooperativas - empresas não capitalistas -, doque resulta em onerar excessivamente as cooperativas,por um lado, principalmente aquelas que necessitam deimensos patrimônios para um exiguo movimento financeiro, como é o caso da eletrificação, e, por outro, emmanter a OCB COm permanente insuficiência de recursos.
As outras entidades que poderiam dá efetivo apoio aocooperativismo estão de fôlego demasiado curto paraque façam alguma coisa.
Mesmo organizações tradicionais, como o Banco doNordeste, o Banco do Brasil, e outras permanecereminermes antes os problemas do setor. As decisões são intoleravelmente lentas, as respostas tímidas, a postura indíferente.
Quando a crise alcança marcas agudíssimas, o que estaria a exigir redobrado esforços das agências governamentais para remediar o possível, estas entram numa incompreenssível apatia e se estancam em fatal inoperância.
Cito, como exemplo, o caso de um conglomerado industrial do Rio Grande do Norte que, à beira da falência, intentou, como única saída, transferir seu controleacionário a um grupo impresarial do Sul, suficientemente forte para assumir seu passivo, na casa dos três bilhõesde cruzeiros e manter o empreendimento funcionando.
A condição imposta pelo grupo que assumiu o controle foi de que houvesse composição da dívida, por umano. Pois bcm, todos os bancos particulares: Itaú, BRADESCO, América do Sul, Econômico, SUDAMERIS eoutros fizeram a composição, sem sobressaltos. Na áreaestatal, porém, o negócio corre o risco de desandar, comenormes prejuízos para a região, particularmente necessitada de empregos. O Banco do Brasil, por exemplo,posterga indefinidamente a solução dos pleitos, não apenas os referentes à composição da dívida, mas tambémos de anuência à transferência de controle acionário,"dando uma situação insustentável para todos.
Isso numa região para a qual o Governo prometeratoda a ajuda - lembra-se da estória do virar o mapa doBrasil de cabeça para baixo? - e num caso onde todostêm demonstrado interesse em resolver, principalmente oGovernador do Estado.
A razão de eu ter levantado esse exemplo é demonstrarque a tardança de o Governo atender a reivindicaçãesdas cooperativas não é, como se pensa, de má vontadegovernamental para com o cooperativismo. É inoperância, mesmo!
O Governo age de forma centralizada e burocrática.Pequenos problemas do interior acabam, sempre, emBrasília, afogados sob uma avalanche de papéis.
Por isSO' as cooperativas se debatem por falta de apoio,mesmo quando o Governo diz estar apoiando.
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Agora mesmo, com o programa de apoio financeiroestabelecido pela Circular n9 761/83 do Banco Central,para saneamento de cooperativas, está acontecendo isso.
Há verdadeira romaria de presidentcs dc cooperativasa Brasília, dos mais distantes pontos do País, para resolver uma ou outra questiúncula burocrática, na esperançade apressar a liberação dos créditos.
O tempo passa, as dívidas crescem, os projetos de saneamento são superados e, quando os recursOS forem liberados, já não poderão resolver os problemas para osquais se destinavam.
É a ineficácia, a incompetência, a total falta de objetividade do Governo para enfrentar estes tempos de crise.
Outro episódio ilustrativo do despreparo governamental, influindo negativamente no cooperativismo, é o doaval à CAPEMI pelo BNCC.
Cada dia fica mais cvidente que o malfadado aval foiimposto ao banco, por irresistíveis esferas do poder governamental. O Banco obedeceu.
Agora, terminada a festa, cscancarado o rombo, todosos tostões disponíveis no chamado banco das cooperativas são empregados para honrar esse aval.
Sabendo-se que o dinheiro do BNCC tem origem nasoperações com as cooperativas, clientela exclusiva desseBanco; e que deveria retornar a estas, na forma de programas de crédito, fica evidente a falácia de certo apoiogovernamental. As cooperativas não cstão sendo apoiadas. Estão, sim, apoiando, e com sacrifícios ingentes, oGoverno para tapar um buraco que elas não ajudaram acavar.
A revisão necessária à política coopcrativista do Governo deve-se iniciar na própria estrutura executiva dosetor.
O Sr. Alcides Lima - Permite-me V. Ex' um aparte?
O SR. IVO VANDERLINDE - Com todo o prazer,concedo ao nobre Deputado Alcides Lima o aparte.
o SR. ALCIDES LIMA - Nobre Deputado, em primeiro lugar, registro com muita satisfação a presença, naPresidência, do nosso grande Deputado Milton Figueiredo. É um prazer muito grande vê-lo presidindo esta sessão. Em segundo lugar, quero apresentar a minha solidariedade a V. Ex' pelas posições que tem assumido em defesa do cooperativismo brasileiro.
Tem sido sempre uma posição bastante favorável, deum homem que está realmente comprometido com oespírito cooperativista, com o cooperativismo mesmo,não o corporativismo, que é o que se tem praticado ultimamente neste País. Gostaria de aproveitar a oportunidade em que V. Ex' levanta a questão sobre o BNCCpara dizer também que temos alguma satisfação com asmedidas que o BNCC está tomando no sentido de fomentar o cooperativismo, através da Diretoria de Fomento Cooperativista, que existia, até bem pouco tempo,apenas no papel e de forma simbólica. Mas é importanteque observemos as atividades desenvolvidas por essa diretoria, para que possamos formar juízo sobre se oBNCC está realmente disposto a apoiar o cooperativismo brasileiro, principalmente as pequenas cooperativas.
o SR. IVO VANDERLINDE - Agradeço a V. Ex',Deputado Alcides Lima, o aparte. Quando V. Ex' levanta aqui a questão do BNCC, quero dizer que sou um dosseus mais assíduos defensores. Só lamento que o nossobanco, o banco do cooperativismo, tenha sido, sem consulta às cooperativas, envolvido num caSo dessa natureza.
Por isso posicionei-mc contra a criação da SecretariaNacional de Cooperativismo, que se pretende no Ministério da Agricultura. Esta será apenas uma instância burocrática a mais, de um Ministério despojado de poder ede influéncia, dirigida por um burocrata de baixo esca-
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lão, tirado do bolso do Ministro, sem qualquer representatividade no sistema cooperativo, continuando tudocomo dantes, senão pior.
A execução da politica nacional de cooperativismonão pode estar a cargo de um órgão dessa espécie. Cooperativismo é um sistema econômico que abrange, hoje,todos os setores de atividades - agricultura, pecuária,mineração, pesca, agroindústria, indústria gráfica, indústria têxtil, indústria alimentícia, indústria eletronica,comércio, importação e exportação, eletrificação, serviços de saúde, comunicação, jornalismo, crédito, habitação, transporte e muito mais - não se concebendocomo será possivel encerrá-lo num órgão de linha de umMinistêrio que nem sobre a área-fim de sua atividadetem poder para decidir.
o Sr. Luís Henrique - Deputado Ivo Vanderlinde,apenas para dizer-lhe, em nome da Liderança, que o disCUrso de V. Ex lil, emérito especialista no campo agrário eno ~ampo do cooperativismo, engrandece esta Casa e oPMDB.
o SR. IVO VANDERLINDE - Muito obrigado a V.Ex' pelo aparte.
O Sr. ASsis Canutn - Concede-me V. Ex' um aparte?Só para registrar, desta tribuna, e agregar ao seu pronunciamento que o dirigente cooperativista Cláudio BragaRibeiro, que se encontra em Brasilia para coordenar oCongresso que se vai realizar com as cooperativas de exportação, anuncia que a exportação de soja foi responsável por 70% das exportações do setor primário, nesteano. Então eu gostaria, para ressaltar o seu pronunciamento, para valorizá-lo, "inclusive, de solicitar aos movimentos cooperativistas que busquem a eliminação de entraves burocráticos e comissões desde o recolher da produção do produtor até a exportação, para que os resultados possam ser volumosamente mais repassados aos produtores.
O SR. IVO VANDERLINDE - Muito obrigado a V.Ex' pelo aparte.
Nossa.proposta seria a da criação de um Ministério daCooperação. Enquanto isso não for possível, porém,poder-se-ia criar um Instituto de Cooperativismo,alterando-se a composição do atual Conselho Nacionalde Cooperativismo - CNC, onde as cooperativas sãosimples figurantes, e dando autonomia administrativa efinanceira à Secretaria Executiva desse órgão, que passaria a exercer as funções de controle, fisealização, assessoria e apoio a todos os tipos de cooperativas.
Nesse esquema, poder-se-ia caminhar mais rapidamente rumo à sonhada autogestão das cooperativas,onde estas pudessem prescindir da tutela governamentala que estão submetidas, a qual muitas vezes redunda emefeitos de~astrosos, não poucas vezes· com nomeação deinterventores que, por desconhecerem cooperativa e cooperativismo, praticam desatinos administrativos, na generalidade dos casos.
A liberação para se constituir cooperativas de crédito- tanto rurais quanto urbanas - em diversos graus, queculminasse com a criação de um ·Banco das Cooperativas- não governamental - é outro dos pontos que devemser considerados para se alcançar a verdadeira consolidação do cooperativismo brasileiro.
Dotar o cooperativismo de um sistema de representação poderoso capaz dé enfrentar os setores que lhe sãoadversos em igualdade de condições, é outra de nossaspreocupações. Isso implicaria rever a base de incidênciada contribuição cooperativista, para aliviar as eooperativas, de um lado, e criar recursos instituGÍonais suficientespara a representação das cooperativas, do outro.
Democracia e cooperativismo são remédios dos quaiso Brasil necessita urgentemente para sair da crise, para
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encontrar um caminho novo, sem as armadilhas que temos encontrado e rumo a portos mais seguros para o sofrido povo brasileiro.
O cooperativismo brasileiro tem dado sinais positivosna busca de alternativas para uma atuação mais ampla eeficaz. .
O segmento cooperativista de crédito, por exemplo,tem procurado, com insistência e denodo, vencer as quase intransponíveis barreiras que a burocracia do BancoCentral vem criando para evitar sua expansão.
No Rio Grande do Sul já se estrutura um sistema decrédito rural cooperativo, com possibilidades reais deoperação, em grau significativo, com a criação de UmaCentral de Crédito, à qual se vinculam cooperativas singulares de crédito das mais diversas regiões do Estado,com o que se torna possivel contar com um fluxo continuo de depósitos e, ipso facto, com programas de créditoa baixo custo.
Ê bem verdade que um sistema de crédito localizado,restrito a uma região, ainda que a um Estado de economia diversificada como é o Rio Grande do Sul, não temviabilidade ampla de se tornar suficientemente forte eeficaz. Para isso necessitaria criar vínculos estruturais eoperacionais em escala nacional. A existência, porém, dosistema cooperativo de crédito rural gaúcho pode ser oinício do processo brasileiro de estruturação do créditocooperativado.
Esse ponto, aliás, foi levantado no Seminário de Cooperativismo de Crédito, reunido em Brasília no semestrepassado. Evidenciou-se, nesse encontro, que o cooperativismo de crédito é dos mais eficientes instrumentos paraeliminar a especulação financeira que tantos males causaà nossa economia.
Evidenciou-se, também, que o Banco Central, enquan
to protegeu o sistema bancário especulativo, criandooportunidades para que se reestruturasse em bases sólidas e definitivas, desfechou luta de morte contra o cooperativismo de crédito, obrigando sua pulverização institucional em cooperativas pequenas, isoladas e estanques;fechando cooperativas existentes e baixando normas impeditivas à constituição de novas.
Por que terá fcito isso a maldita fauna tecnocráticaque tanto infelicita o Brasil? Burrice? Má fé? A vazia presunção de tudo saber e de em tudo mandar?
Ou terá sido tão-somente sua ojeriza por tudo o que épovo, por tudo o que é comunitário, por tudo o que nãoé estatal nem multinacionan
Quando a democracia varrer definitivamente nesse poder encapuçado, que por detrás dos gabinetes refrigerados de Brasilia,.sem mandato, persiste, governo após governo, nos postos chaves da administração econámicofinanceira do País, pondo c dispondo sobre o modo devida dos cidadãos, sem que ninguém lhe peça contas, entào o cooperativi,':)ffiO de crédito poderá florescer comona Alemanha, na França, na Holanda, nos Estados Unidos, no mundo desenvolvido, enfim, e não teremos maisa desgraça de juros de 200, 300 e até 400% ao ano.
O cooperativismo de produção, rural, por sua vez,movimenta-se para alcançar maior autonomia e melhores condições para atuar.
Com a presença em massa de suas lideranças mais representativas de todo o País, os cooperativistas estiveram no I Encontro Nacional de Cooperativas de Produtores Rurais, promovido pela Frente Parlamentar Cooperativista, nas próprias dependências do Congresso Nacional.
Nesse Encontro foram debatidos temas de fundamental importância para o cooperativismo rural,setorizando-se os estudos por áreas de atividade eestabelecendo-se caminhos de atuação comum dos parlamentares e das lideranças cooperativistas.
Questões sobre a inadequação da política de crédito,quer por praticar taxas exorbitantes, quer por não colo-
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car recursos disponíveis nas épocas certas da atividadeagropecuária, quer ainda pela excessiva burocracia natramitação dos pleitos, com exigências totalmente descabidas, foram predominantes no I Encontro.
Não foram menos importantes os debates sobre aspectos institucionais do cooperativismo, encaminhado-se,todos, no sentido de profundas revisáes na Lei n.5.764/71.
Esse esforço do cooperativismo tem encontrado ressonância nas Casas do Congresso.
Cerca de oitenta parlamentares, Deputados c Senadores, já integram uma frente informal de apoio ao cooperativismo, constituindo-se numa vanguarda para a defesa e promoção desse importante segmento de nossa atividade empresarial.
A Frente Parlamentar Cooperativista tem representado uma bandeira de esperança às cooperativas do Brasil,que sempre se ressentiram de apoio destemido no âmbitofederal.
Ao finalizar, Sr. Presidente e Srs. Deputados, queriadeixar, da tribuna, um veemente apelo aos ilustresmembros desta Casa para que juntemos nossas forças emapoio dessa nova fronteira da democracia, que é o cooperativismo. (Palmas.)
Durante o discurso do Sr. Ivo Vandcrlinde o Sr.AIY Kffuri. 2v-Secretário, deixa a cadeira da presidência. que é ocupada pelo Sr. MillOn Brandão, nostermos do art. 76 do Regimento Interno.
Durante o discurso do Sr. Ivo Vanderiinde o Sr.Milton Brandão (art. 76 do Regimento Interno). deixa a cadeira da presidência. que é ocupada pelo Sr.Ary Kffuri. 2v-Secretário.
O SR. PRESIDENTE (Ary Kffuri) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado Joaei! Pereira.
o SR. JOACIL PEREIRA PRONUNCIA DISCURSO QU~ ENTREGUE Ã REV~ÃO DOORADOR. SERA- PUBLICADO POSTERIORMENTE.
O SR. ELQUISSON SOARES (PMDB - BA. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados,tramitam nas duas Casas do Congresso Nacional duaspropostas de emenda à Constituiçjo versaado sobre a fidelidade partidária. Uma, de minha autoria, que foiapresentada primeiramente, extinguindo a fidelidadepartidária, extinguindo exatamente os §§ 5. e 6. do art.152 da Constituição, pura e simplesmente, portanto,emenda extintiva da fidelidade. E outra, de autoria donobre Deputado Heráclito Fortes, do PMDB do Piauí,que propõe a suspensão da fidelidade partidária por umano.
A imprensa, nos últimos dias, vem noticiando que oPalácio do Planalto teria autorizado o Senador Marcondes Gadelha a oferecer parecer favorável à emenda doDeputado Heráclito Fortes, que propõe a suspensão dafidelidade partidária. Curiosamente, o ex-Senador eatual Governador de Minas Gerais, que ao longo detodo O período de tramitação da Emenda n. 7, que extingue a fidelidade, não deu uma palavra sequer de condenação ou de defesa desta proposta, vem agora a público,usando como palco um gabinete do Ministério do Interior, do Ministro Mário Andreazza - vejam bem, o terreno do Sistema - apoiava proposta do Palácio do Planalto.
Venho à tribuna para alertar sobretudo os companheiros do PMDB: ambas as propostas são do PMDB, mas épreciso que saibamos distinguír entre os interesses nacionaís e os interesses dos ocupantes do Palácio do Planalto. A extinção pura e simples da fidelidade partidária, inserida na Constituição por interesse dos ocupantes doPalácio do Planalto, é uma medida democrática, é um
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principio democrático que o PMDB deve defender, atéporque faz parte do seu programa. É preciso, uma medida que se impõe ao partido, porquanto todos os seus integrantes concordam com o programa, no qual constaque o partido é contra a fidelidade partidária.
A emenda do Deputado Heráclito Fortes, o pr6prioDeputado não nega, visa a acomodar situações partidârias.
É um dado verdadeiro, Sr. Presidente e Srs. Deputados, que o Brasil não possui partidos programáticos. Ospartidos políticos do Brasil são meramente formais. Tanto é verdade que eles são conhecidos em razão de certasfiguras que os integram, salvo, talvez, a hip6tese doPDS, tido apcnas como partido do Sistema, e não chegao Senador José Sarney a corporificá-lo. Mas no caso dosoutros partidos, concretamente, é isso. N6s conhecemoso PT, por exemplo, pela figura de Lula, o PDT pela figura de Leonel Brizola; quanto ao PTB, fica-se na dúvidaentre Getúlio Vargas, falecido, e, atualmente, a da Deputada Ivete Vargas. Mas, de qualquer modo, essas duas figuras personalizam o partido. O PMDB é idêntificadoora pela figura do Presidente Ulysses Guimarães, orapela figura do Governador Tancredo Neves.
Não há, portanto, no Brasil, partidos programáticos.O povo vota em determinado partido político em certoinstante, circunstancialmente. No caso do PMDB, aolongo desse período autoritário, o povo vota, dá maioriaao partido, porque, na verdade, ele defende o que interessa à população brasileira. Em primeiro lugar, defendea preservação da riqueza nacional, defende a democracia, defende o Governo escolhido pelo povo, embora, Sr.Presidente, evidentemente, na prútica partidária, issonão seja uma constante, e o partido é identilicado por essas figuras maiores que o integram. O PMDB, no entanto, está mais próximo de se transformar nUm partidoprogramático do que qualquer outro, exatamente porque já prega a substância que convém à grande e esmagadora maioria da população brasileira.
E o que n6s desejamos, portanto, é que a sua práticafaça com que ele se identilique como um partido programático. E há um contingente enorme de integrantes dopartido que lutam por isto. Ora, na medida em que opartido tem em tramitação nas duas Casas do CongressoNacional propostas dessa natureza, é preciso que ele, navcrdade, não se perca no momento de decidir. Por exemplo, mesmo como autor da Emenda n' 7, que propõepura e simplesmente a extinção da fidelidade partidária,eu aceito que, numa assembléia do PMDB, se decida quenão é conveniente, no momento, extinguir a fidelidadepartidária por um interesse momêntâneo e circunstancial, embora isso contrarie o programa do partido e contrarie, sobretudo, o pricípio democrático.
O correto, portanto, na minha opinião, é a extinção dafidelidade partidária. Eu chegaria a aceitar essa condutado partido, mas não posso aceitar de maneira alguma,que o partido venha a votar uma que suspenda a fidelidade, por qualquer espaço de tempo que seja, porque ai,na verdade, ele contraria o seu programa e seus princípios democráticos.
Quem deseja neste instante suspender a fidelidade partidária para fazer acomodações políticas é o PDS, queestá em diliculdade, porque está rachado publicamente.Está em dificuldade porque até o seu Presidente de Honra, o Sr. Presidente da República, ameaça desligar-se dopartido porque não tem aqui a fidelidade dc todos osseus integrantes. E está devido, também, porque todomundo sabe que no colégio Eleitoral existente hoje, segundo a legislação vigente, não adianta o Palácio do Planalto estabelecer táticas e estratégias, porque todas elassão minadas jJclo Deputado Paulo Salim Maluf.
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Ouço V. Ex', nobre Deputado.
O Sr. Alcides Lima - Tenho admirado sempre o brilhantismo dos pronunciamentos de V. Ex' e a logicidadecom que V. Ex' coloca os seus argumentos. Estou também plenamente de acordo com a extinção dessa fideli·dade partidária. Mas um aspecto do seU pronunciamento me chama muito a atenção. Na verdade, os partidospolíticos brasileiros são frutos do mesmo ventre. Entãoeles, ainda, não guardam diferenças muito grandes exatamente porque são frutos do mesmo ventre. Entendoque há uma superficialidade. São mais siglas partidáriasdo que partidos programáticos, embora o programa esteja no papel. O ideal seria que pudéssemos ser candidatos a cargos eletivos sem nos filiarmos, necessariamente,a partidos. O que deveria valer seria muito maís o compromisso, a mensagem, a dialética. Concordo com V.Ex' quando diz que precisamos tcr partidos programáticos.
O SR. ELQUISSON SOARES - V. Ex' tem toda razão. Se, por exemplo, na atual quadra da vida brasileira,os integrantes do PDS se dessem ao cuidado de ler o Programa partidário, haveria quase que suicídio coletivo,porque entre aquilo que tem vindo para esta Casa, emnome do partido, e o programa do PDS há um abismo.O que está escrito é uma beleza. A prática do partidoleva o povo ao sacrifício e ao desespero, leva o Pais à fa·lência, de tal sorte que, repito, lendo o programa do partido, ou todo mundo passa a ter uma participação verdadeira, ou haverá suicídio coletivo do partido.
Concedo o aparte ao Deputado Vicente Queiroz, comprazer.
O Sr. Vicente Queiroz - Deputado Elqui'Son Soares,como sempre, V. Ex' se conduz na tribuna com a mesmapostura e a mesma capacidade. Defini muito bem a questão em que nos encontramos envolvidos nesta hora, menos partidária e mais de ética, no nosso entendimento,porque não seria, digamos, um prazo exíguo para qncessa fidelidade partidária fosse suspensa quc resolveria oproblema de todos os partidos políticos. Lembre-se deque, no último período legislativo, na última Legislatura,houvc uma proposta no sentido de que o partido do Governo, que era majoritário nesta Casa, abrisse as comportas da fidelidade partidária, mas para os outros irematé ele, e não para que seus membros fossem aos outros.A ARENA se deu mal com a sigla. Sempre se ouve dizerque, quando o comerciante se dá mal, ele muda de firma.Foi exatamente o que aconteceu com a antiga ARENA.Desacreditou-se perante o povo, perdeu a credibilidadepopular, e hoje se chama PDS, talvez até para se confundir com a antigo PSD, do grande e imortal Juscelino Kubitschek. Veja V. Ex', não será solução, não será idiotice, será mediocridade, será principalmente estulticc daqueles que pensam que a suspensão da fidelidade partidária, por tempo mínimo, resolverá o problema. A questão é de ética, é de moral. Estamos há 20 anos nessa trincheira. V. Ex' tem toda razão quando defende a criaçãode partidos programáticos. Não aceito que o meu partido, que durante tantos anos - no nosso caso, apenas secolocou Q "p" de povo na frente, porque o MDB temtradição, tem luta, na vanguarda da defesa dos interessescoletivos - se forjou e se formou na consciência nacional, hoje possa pensar em outros termos, senão o de darum programa definido, objetivo, para que, no futuro, setorne um partido programático. Na realidade, hoje háconvergência de opiniões, correntes de opiniões aglomeradas dcntro do nosso partido. Até nós, que participamos dessa luta durante esses 20 anos, que nunca perdemos o senso da responsabilidade daquilo que dizemos,porque nunca confundimos agressão com a crítica, muitas vezes sentimos a tristeza de ver que companheirosnossos, parlamentares desta Casa, do Partido Demoerâ-
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tico Social, que têm feito pronunciamento de alta responsabilidade, de alto sentido nacional, por essa fidelidade espúria e, sobretudo, antidemocrática - qUe é ogarroteamento à liberdade individual de cada Deputado- não podem dar a sua opinião sincera e honesta dentrodo partido. Hoje o PDS, como disse V. Ex', está rachado. Por que Porque aqueles que reconhecem que o PDSpassou a ter o mesmo destino da ARENA, perdendo acredibilidade, não vão ficar absolutamente inertes, porque têm a respeitabilidade de si pr6prios e sabem que nosestão levando para o inferno, para o cadafalso, para ofundo do poço, com esta política antieconómica e, sobretudo, antipatri6tica do Governo que aí está. Perdoe terme alongado em meu aparte. Continuarei ouvindo o brilhante pronunciamento de V. Ex'
O SR. ELQUISSON SOARES - Não há o que perdoar, Deputado. O aparte de V. Ex' s6 enriquece o pronunciamento que faço.
Gostaria de afirmar que realmente causa estranhezaque o Palácio do Planalto proponha a aprovação deemenda que suspende a fidelidade por um ano, quando aproposta maior do Presidente da Repúhlica é no sentidode fazer deste Pais uma democracia. A não ser que o Presidente Figueiredo esteja admitindo que pode um Paiscomo o nosso, com a sua dimensão, com a sua irnportân~
cia, com a população que possui, viver a democraciaapenas por um ano e, depois, retornar ao abscurantismo.Estou certo de que a emenda parlamentar que apresenteiao Congresso Nacional, extinguindo a fidelidade, seráaprovada. Estou certo disso, porque é uma contribuiçãono scntido da construção da democracia. Estou certo de·que os companheiros do PMDB, como o GovernadorTancredo Neves, vào refletir sobe essa questão.
Não posso aceitar meu partido com essa dicotomia. ODeputado Ulysses Guimarães vai à imprensa c, corroborando a opinião da esmagadora maioria do partido, defende eleições diretas; imediatamente, vem o Governador Tancrcdo Neves e defende aS indiretas. O DeputadoUlysses Guimarães diz que não admite a extinção da fidelidade agora, em razão do tumulto partidário que O
Pais vive; vem o Sr. Tancredo Neves e diz que defende asuspensão da fidelidade, nos termos da proposta do Deputado Heráclito Fortes. Há, portanto. um cnfrentamento, no interior do PMDB, entre essas duas correntes.
Não tenho dúvida de que a população brasileira desejatambêm um enfrentamento entre o PMDB e aquilo queo Planalto reflete. Logo, o Sr. Tancredo Neves tem de seajustar ã vontade nacional, que quer extirpar tudo quanto nasce no Palácio do Planalto. E toda vez que ele seaproxima do Palácio do Planalto se distancia do PMDBe da vontade da Nação. Este é um dado absolutamenteverdadeiro.
O Sr. Pedro Corrêa - Meu caro Deputado ÉlquissonSoares, V. Ex' desenvolve seu pronunciamento com obrilhantismo que lhe é peculiar. Apenas fico sementendê-lo, quando V. Ex' diz que a questão da fidelidade partidária interessa exclusivamente ao PDS, que é"um partido rachado etc" Discordo de V. Ex' Acho quevivemos num clima de abertura política, e os partidosprecisam, cada vez mais, ter seus programas discutidosno seu seio. Prova disso foi a reunião de ontem do Diretório Nacional do PDS, onde se apresentou a propostade fechamento de questão. A matéria foi discutida, houve pensamentos contrários, e foi adiada, para que se promovesse uma discussão mais ampla. Quero aindalembrar que a proposição para extinguir a fidelidadepartidária é do Deputado Heráclito Fortes, do partidode V. ex' Conseqtientemente, não entendo como V. Ex'coloca, na manhã de hoje, esse aspecto de preferência doPDS na apresentação dessa proposição. O PDS é umpartido que continua unido e que tem procurado manterno seu interior as discussões, para que amanhã possamos
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realmente chegar ao clima de abertura que pretendemos,proposto para toda a Nação.
o SR. 1tLQUlSSON SOARES - Meu querido Deputado Pedro Corrêa, o seu aparte dispensa maiores comentários. Logo no início, V. Ex' confessou que não estava entendendo. Se V. Ex' não estava entendendo. evidentemente. não poderia oferecer um apartc com acerto.O que estou afirmando desta tribuna é que não aceitoque o Palácio do Planalto queira suspender a fidelidadepartidária, quando o correto seria extingui-la.
o Sr. Pedro Corrêa - Mas o Palácio do Planalto nãoaprcsentou nenhuma proposta ncste sentido. Se o Palácio do Planalto quisesse fazer alguma coisa, teria apresentado mensagem do Executivo ao Legislativo, que seria aqui analisada. Por isso, ela foi apresentada pelo Deputado Hcráclito Fortes, que é do partido de V. Ex'
o SR. ÉLQUISSON SOARES - Tudo bem, nobreDeputado. O Deputado Heráclito Fortes a apresentou,mas quem sai.u à rua, dizendo que o Palácio do Planaltohavia autorizado a sua aprovação, foi um ilustre Senador - diga-se de passagem - do PDS, o Sr. MarcondesGadelha. De tal sorte que, ou o Senador Marcondes Gadelha está falando pelo Palácio do Planalto - porque estivera com o Sr. Presidente da República para discutireste assunto - ou a imprensa está mentindo. No caso.prefiro ficar com a versão da imprensa, porque me parece que o Senador Marcondes Gadelha pediu uma audiência a S. Ex', esteve com o Presidente e foi autorizado.
Ouço a Deputada Cristina Tavares.
A Sr' Cristina Tavares - Deputado Êlquisson Soares,a discussão que V. Ex' leva à tribuna nesta manhã desextas-feira é por todos os títulos oportuna. Na realidade, se concebermos os partidos políticos como canais darepresentação da vontade coletiva, VeremoS que oPMDB se legitimou, apesar de ter sido criado no ventreda ditadura. em face de sua vanguarda, das proposiçõesque apresentou e das posições que tomou na defesa intransigente daquilo que representa a vontade COletiva dopovo brasileiro. E a antiga ARENA faleccu e apodreceuporque, apesar de o seu programa conter determinadospostulados, suas práticas, eram diferentes do seu programa. Contudo, o PMDB - V. Ex' tem razão - vive, talvez, a sua maior crise, se considerarmos que ê um partido político que tem o seu programa - e o PMDB existee cresceu porque tem sido fiel ao seu programa - quando uma figura da expressão do Governador de MinasGerais, Trancredo Neves, publicamente vem desafiar oprograma do PMDB. O PMDB sempre defendeu aseleições diretas para a Presidência da República. E nestemomento figura da expressão e da competência do Governador de Minas Gerais vem com a conversa de consenso, que é conchavo, acordo dc elites. E ainda mais, ocandidato do Governador de Minas Gerais nem é donosso partido; é do partido do Governo. É o VicePresidente Aureliano Chaves. A questão que o PMDBcoloca é definitiva. Não sc trata de trocar um general porum coronel, um coronel por um civi1. O PMDB é Umpartido contra o regime. contra o Governo, e foi a partirdaí que conseguiu essa vitoriosa expressão nas urnas. Inclusive, nos palanques, o Sr. Governador de Minas Gerais nunca pregou o consenso e a candidatura de Aureliano Chaves, porque, se Otivesse feito - tenho certeza- não seria hoje Governador do PMDB. O que se passaé, realmente, uma traição ao programa do PMDB, porisso, tem razão V. Ex~ não podemos cair no casuísmo de
defender a retirada da fidelidade partidária apenas porum ano, para viabilizar a candidatura de Aureliano Chaves num Colégio Eleitoral espúrio. O PMDB não podeser um partido que coloque os seus Deputados, os seus
DIÂRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
Senadores e as suas bases apenas contra Paulo SalimMaluf. Paulo Salim Maluf é parte integrante da filosofiado PDS. A emenda patrocinada pelo Governador de Minas Gerais é para viabilizar o consenso, e a emenda queV. Ex' apresenta ê para retirar definitivamente essa fidelidade partidária oportunista, essa fidelidade partidáriaque não tem fidelidade, porque seria fidelidade partidária ao programa do partido, e não às conjunturas casuísticas. como agora estamos verificando dentro doPMDB.
O SR. ELQUlSSON SOARES - Tem razão V. Ex'Imagine que, ao apresentar esta emenda à Casa envieicarta a todas as Câmaras de Vereadores e a todas as Assembléias do País. De quase todas essas Cámaras de Vereadores - não diria todas, porque algumas podem nãotem respondido - recebi telegramas, ofícios. Não háuma só Cámara de Vereadores neste País que não tenhaenviado ofício dizendo que não aprova a extinção da fidelidade partidária. Logo, a esta altura, eu me fundamento na opinião da base política, pelo menos a nível deVereador, Deputado Estadual, Prefeito etc. Quanto àemenda que propõe a suspensão por um ano, cla nãoapenas nasce dos escaminhos oposicionistas, mas, jáagora, também emerge dos escaminhos e da cúpula doPDS ou do Palácio do Planalto, para definir melhor.Quanto ao que a Deputada Cristina Tavares afirmou,que não pode haver essa estória de consenso, trata-se deum dado verdadeiro. Quem tem que estabeleer os caminhos da nacionalidade não é o Governador TancredoNeves, nem o Presidente João Figueiredo, mas o povobrasileiro. É a ele que nos temos dc dirigir, para saber oque ele deseja neste instante. Querem V. Ex's saberemqual o destino do Sr. Paulo Salim Maluf neste P~ís?
Estabeleçam-se as eleições diretas, e veremos o quanto oseu dinheíro vale. Nem mesmo em São Paulo ele ganhará. em eleições diretas. Mas, com um Colégio Eleitoralespúrio, é fácil conduzir-se, sobretudo tendo muito dinheiro, como ele; e assim tem feito essa campanha escandalosa por este País afora. Eu nem colocaria permitam-me a afirmação. que é verdadeira - a dicotomia entre Aureliano Chaves e Paulo Salím Maluf, porque se. em dado instante. fosse colocada para o Brasil,ninguêm pode ter dúvida: seria Aureliano mesmo. É preciso, sobretudo, preservar a imagem de seriedade destePaís. Mas o que queremos ê que haja eleições diretas,.para que nos encontremos, inclusive, com AurelianoChaves, porque temos candidatos para enfrentá-lo. E vamos mostrar, portanto usando o que houver de melhorno PDS como adversários, que a Nação brasileira quer aOposição, porque a Oposição prega os caminhos que eladeseja trilhar. Portanto, o que desejamos é que hajaeleições diretas. E não queremos um candidato moralmente fraco para enfrentar o candidato das oposíções.Não. Não queremos o Sr. Paulo Maluf, queremos o quehouver de mclhor no PDS; que parece ser o Sr. Aurclia·no Chaves. E vamos derrotá-lo em eleições diretas. Agora, se não se puder construir os caminhos das eleições diretas, por entraves militares, por interferência norteamericana, ou do FMI ou de quem quer que seja, que sepossa preservar um mínimo da imagem de seriedade neste Pais. Esse o desejo de todos.
Sr. Presidente, no que respeita à matéria que estamosdiscu lindo. não tenho dúvida de que a extinção da fidelidade será aprovada ou derrotada. Mas admitirmos estasituação por quínze, trinta días, ou por um ano, significafazer o jogo que o sistema fez, como lembrou aqui o Deputado Vicente Queiroz, que, a certa altura, abriu a possibilidade de mudança de partido, desde que fosse dospartidos de oposição para o POSo
E a estória - tam bém interna - de que existem moderados e radicais no PMDB, isso é algo quc só interessaao Sistema, e é o Sistema quc a propaga. (Palmas.)
Eu já disse o que ê radical. Radical é aquicle que equi.libra, é o que sustenta. é o que não permite que se enver-
Outubro de 1983
gue, que se curve. Portanto, se é Com esse sentido quechamou, na verdade, a maioria do partido, não há dúvi.da. somos todos radicais, porque há realmente maioriasustentando essas posíções, até porque não conheço nenhum moderado que tenha pedido voto como tal. Todomoderado, durante a campanha eleitral, foi radical, àsvezes mais do que aqueles que mantêm uma situação deequilibrio ao longo de todo o desempenho político, quernas campanhas, quer quanto ao cumprimento do mandato. Essa estória, portanto, de certo modo também éajudada pelo Planalto. A imagem do chamado moderado quem a propaga, na verdade, ê o Sistema, porqueacha que nós, que não queremos consenso com eles, desejamos mudar o comportamento político do País, porque a Nação está a exigir. Logo, se isto é radicalismo, temos de radícalizar, porque quem pede é a Nação. O político que.:: se preza cumpre, na verdade, seus compromissos. E ê o que o PMDB deve fazer, porque tem o conseoso da Nação, pois tem a maioria. E se é democracia oque o Palácio do Planalto deseja, esta democracia. emqualquer país do mundo, é simplesmentc a tradução davontade da maioria.
Com prazer, concedo o aparte ao Deputado Raymundo Asfora.
O Sr. Raymundo A.fora - Nobre Deputado, considero, com aberta sinceridade, que temos laborado em equívocos dentro do PMDB. No caso, sou exemplo manifesto de um erro crasso no caminho do PMDB. Recentemente, atendeodo a solicitação do eminente DeputadoJoão Agripino, meu grande e particular amigo, assineídocumento que seria do seu intercsse, como muítos desses documentos que circulam aqui, nos corredores e noplenário, de interesse de outros eminentes colegas. Aoassinar aquele papel, vim a saber que se tratava do movimento chamado uUnidade'\ dentro da nossa agremiação. Nos últimos dias, farejei nesse movimento cogitações excludentes de grandes companheiros da nossavida partidária. Um Miguel Arraes, por exemplo, estariano alvo de uma eliminação da cúpula do Partido. Eu retiro, imediatamente, a assinatura a qualquer documentoque tenha a inspírá-Io o sacrifício daqueles que são nomes respeitados pela opinião oposicionista deste País.Acho que o PMOB deve ir em frente com o seu programa. Se não alcançarmos as eleições diretas, devemoscontinuar a luta por elas, jamais entrando em conchavoou em cambalacho com quem quer que seja do Governo.Acho que devemos cumprir à risca o programa que adotamos c que tem o referendo do povo brasileiro. Foradisso, ê matéria sujeita a autocritica, como agora estou afazê-lo, neste plenário e nesta manhã. O PMDB é a nossagrande bandeira, ungida da sagração deste País, das suasmassas obreiras, dos seus empresários, dos seus estudantes, enfim, das suas massas escorraçadas pelo atual regíme. Quero tornar público este meu compromisso com oPMDB. Revisarei qualquer posição que. por equívoco.não seja aquela dos caminhos do PMDB. Temos de preservar o patrimônio popular do nosso grêmio: aquelesque sustentaram, até no exílio, a flamada resistência. Jádisse e repito: a resistência é o novo batismo da libertação. Qualquer transigência com a intransigência doGoverno significa traição naciona1. Não deixaremos apregação do chão sagrado dos comícios ser pisoteadapela subserviência dos tecnocratas e as botas dos militares, conduzidas pelo comando do imperialismo norteamericano.
O SR. ÉLQUISSON SOARES - Deputado Raimundo Asfora, não fosse a necessidade, a obrigação,mesmo, de dar fecho ao meu pronunciamento, eu mecontentaria com o aparte de V. Ex', porque é exatamentedessa seriedade, dessa convicção que o partido precisa.Não podemos, na verdade, a cada instante, estar cantan- .do loas ao regime porque ele vislumbrou a possibilidadede viver o regime democrático. Afinal de contas, será quealguém tem a ilusão de que é o Presidcnte Figueiredo
Outubro de 1983
quem dará ao Brasil um regime democrático? Será quealguém tem a ilusão dequeéo Presidente Figueiredo, naverdade, o tutor desta Nação, e vai fazer, portanto, doseu povo o que bem entender? Em verdade, temos quedizer ao Presidente Figueiredo, seja lá onde for - nesteParlamento, na rua, com ou sem medidas de emergência- que primeiramente cle tcm que respeitar a vontade daNação brasileira, que ele deve fidelidade aos postuladosdo povo, que ele não pode vender esta Pátria, que ele nãopode colocar mascates nos caminhos internacionais a negociarem a nossa riqueza, a nossa soberania e a nossadignidade. (Palmas.)
É preciso, portanto, que o PMDB não vislumbre a menor possibilidade de sentar à Mesa para negociações dessa natureza. ° que o PMDB pode e deve é sentar comquem quer que seja para discutir a retomada do caminhodemocrático. E o caminho democrático, qucm o tem intcgrado, ao longo destes vinte anos, são as Oposições. °sistema, a todo O instante, o que fez foi calar, o que fezfoi cassar, o que fez foi torturar, o que fez foi assassinar,o que fez foi engodar a opinião pública com a história do"milagre brasileiro". E eis, hoje, o milagre, do qual atémesmo os grandes industriais, os grandes banqueiros, todos aqueles que podiam viver nababescamente em qualquer país do mundo estão reclamando, porque estão empobrecidos e sem condições de sobreviver. (Palmas.)
Durante o discurso do Sr. Élquisson Soares o Sr.Ary Kffuri, 2'-Secretário. deixa a cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr. Walber Guimarães, 2'Vice-Presidente,
o SR. PRESIDENTE (Walber Guimarães) - Tem apalavra o Sr. José Moura. (Pausa,)
o SR. JOSÉ MOURA (PDS - PE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidcntc, Srs. Deputados:
A fome representa, sem dúvida, o grande desafio da civilização humana.
O preceito bíblico de que o homem deve ganhar o pãocom o suór de seu rosto faz parte da herança de nossa espécie e, por isso mesmo, conforme ensina Josué de Castro, a História da Humanidade tem sido, desde o princípio, a história da luta pelo pão-nosso de cada dia,
Mais ainda, como explicita Michel Garzin, Chefe daDivisão de Políticas Alimentares da FAO, a "evoluçãoda espécie humana foi marcada por desastres alimentares repetidos, a que se seguiam vigorosas recuperações eeras de prosperidade. Grande número de invasões, guerras c migraçõcs tiveram, como única finalidade satisfazcrnecessidades alimentares".
O problema é, pois, de tal importância, quer no planoindividual, quer no contexto das nações, que Jules Michelet, o grande historíador da França, observou que aRevolução Francesa nunca teria ocorrido se antes não setivesse escrito um livro terrível: o livro da fome.
Trata-se, efetivamente, de questão multissecular, que,não obstante constituir a "mais fecunda matriz de calamidades sociais", continua a marcar duramente a reali~
dade dos países em dcsenvolvimento, representando verdadeira ameaça ao seu presente e ao seu futuro.
Com efeito, vivemos, ainda hoje, uma fase históricaem que, se é verdade que a miséria vem diminuindo siste..maticamente em algumas partes do mundo, eigualmentecerto que a desnutrição e a fome continuam presentes deforma dramática em mais da metade do planeta.
Tragédia resultante de múltiplos fatores, que vão desde os sistemas nacionais de produção às condições me..teorológicas. das estruturas do comércio internacionalao crescimento demográfico de numerosos países, oproblema da fome no mundo, como afirmam os cientis..tas norte-americanos Frances Moore e Joseph Collins,do Institute for Food and Development Policy, residemuito mais na acumulação de grandes quantidades derecursos e de produtos em poucos países, às custas de
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
multidões cada vez mais desnutridas e famintas de outrasnações.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, de acordo com pesquisas efetuadas pela FAO, relativas ao ano de 1976 - nadaindica, contudo, que a situação tenha sido alterada nos países do terceiro mundo, de economia de mercado,cerca de 25% das populações tem problemas sérios dedesnutrição.
A situação nesses países é tão grave, que RobertMcNamara. na qualidade de Prcsidentc do Banco Mundial, advertiu:
"Nunca, nos últimos anos, o mundo viveu tãopobre de alimentos. Um bilhão de seres humanosestão condenados a futuros desesperos, sc a comunidade internacional não acorrer imediatamente emsua ajuda. A inflação geral, o aumento do preço dopetróleo, e a radical diminuição da ajuda das naçõesricas compõem um quadro que, por seu aspectosombrio, não tem precedentes da História."
Mas, Sr. Presidente, o paradoxal é que sobram alimentos neste mundo faminto.
A imprensa notificou, há pouco, que todos os silos daterra estão cheios, em toda a sua capacidade, com enormes excedentes agrícolas, inclusive dos países em desenvolvimento. Segundo informações veiculadas pela imprensa e atribuídas ao professor Cláudio Fornari, assessor da FAO, os Estados Unidos, principal produtor decereais, tem pago, muitas vezes, aos agricultores paraplantarem menos, à vista do excesso de produção estocada. O mesmo ocorre com outros países desenvolvidos.
Em seu pronunciamento, a 19 do corrente - DiaMundial de Alimentação - Eduoard Saouma, DiretorGera! da FAO, assim se expressou:
"O gasto militar mundial de 700 bilhões de dólares anuais representa 30 por cento do total da ajudaoficial ao desenvolvimento, designado para aliviaros problemas econêmicos e sociais do TerceiroMundo."
É contra essc Estado de coisas que a Organização dasN ações Unidas para a Agricultura c Alimentação FAO, e outros órgãos das Nações Unidas vêm lutado,com vistas ao estabelecimento de uma nova ordem econômica mundial, que corrija as desigualdades entre asnações, elimine o hiato que separa os países pobre dos ricos, assegure o desenvolvimento social e econômico, eabra uma u era de justiça alimentar".
Sr, Presidente, Srs, Deputados, existe um provérbio
africano, muito conhecido, segundo o qual "aquele quetem a sua farinha tem também a sua dignidade".
Como já se disse, não é surpreendente que esse provérbio seja africano, porquanto numerosos são os países da..quele continente afetados pcla desnutrição, pela fome epela miséria. Trata-se, portanto, de uma região que bemconhece a íntima relação existente entre dignidade e alimentação.
Isto porque, como também já foi dito, sc o indivíduo,para sobreviver, ncccssita de alimento, também é certoque a falta ou insuficiência prolongada esse mesmo alimento, antes de conduzir à morte física, leva inapelavelmente à degradação moraL
À luz dessa premissa, chegamos a uma verdade insofismávcl: a base da dignidade humana está na sua segurança alimentar. Se extrapolarmos um pouco, vemosque, também no plano das nações, a independência, a soberania e a própria segurança têm como um dos seus pilares u uuto..suficiência de produtos básicos, o abasteci..menta razoável de gêneros alimentícios essenciais às populações, Não nos esqueçamos, como afirmou BrillatSavarin, de que "o destino das nações depende de comoo povo se alimenta'\
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Concedo o aparte ao nobre Deputado Nilson Gibson.
°Sr. Nilson Gibson - Nobre Deputado José Moura,a Liderança do Partido de V. Ex' não podia deixar deassociar-se ao pronunciamento em que V. Ex' revela aversatilidade dos seus conhecimentos e da sua cultura.Acompanhando a sua ação desde os idos do ColégioMarista, quando tivemos oportunidade de ser companheiros, e, posteriormente, a atividade política desenvolvida por seus familiares, que, sempre tiveram uma posição exponencial no Estado de Pernambuco, para nósnão é surpresa o tema que hoje V. Ex' traz a debate: aalimentação, da fome c da pobreza do País. V. Ex' citou,no início do seu pronunciamento, um eminente exDeputado pelo nosso Estado e também ex-Presidente daFAO, o Prof. Josué de Castro, cuja memória esta Casarecentemente homenageou. Desejamos, em nome donosso Partido, congratular-nos com V. Ex' pela preocupação que demonstra, como legítimo representante dePernambuco.
° SR. JOSf; MOURA - Agradeço as palavras doDeputado Nilson Gibson,
Dentro dessa moldura, é com bastante apreensão quedesejo referir-me à situação alimentar no Brasil de nossos dias, sobretudo no Nordeste flagelado pela seca,onde multidões famintas jú estão a criar um clima socialde intranqüilidade; a desnutrição infantil alcança índicesalarmentes; está sendo extremamente baixo o consumode proteínas e, de uma maneira geral, a média da dieta éinadequada sob o ponto de vista nutricional.
As condições alimentares no País, com efeito, não sãonada animadoras. Ravestem-se, mesmo, de características muito preocupantes, que estão a exigir avaliação realista e medidas corretivas vigorosas por parte de nossosgovernantes. Precisamos, inclusive, ter plena consciêncianão só da situação atual, como de suas possívcis conseql1ências a médio e longo prazo.
o renomado professor Malaquias Batista Filho, daUniversidade Federal de Pernambuco, durante a Semana de Nutrição, promovida pela Universidade deBrasília, em agosto passado, prestou um triste depoimento sobre o assunto, afirmando que o Brasil apresentao segundo maior índice de desnutriçào do mundo, pcrdcndo apenas para a lndia.
Estimativas do Banco Mundial, por sua vez, concluemque 60% da nossa população têm dieta nutricional inadequada e, desse percentual, 34% sofrem um déficit de até400 calorias diárias.
Temos mais de 20 milhões de habitantes em estado decarência total, sendo necessário acrescentar a esse número os flagelados das secas, o contingente de desempregados c aquela parcela da população que ganha menos dedois salários mínimos, quadro que faz com que mais dametade da população brasileira viva "nos indefiníveis limites entre a pobreza e a miséria".
E a relação entre pobreza e desnutrição - não é preciso ressaltar - transborda em todas as pesquisas feitassobre a matéria.
No Nordeste, vale acentuar qu as gestantes têm, emmédia, apenas 50 por cento de suas necessidades nutricionais atendidas, com conseqüéncias graves para o feto,já que, como é claro, mães desnutridas geram filhos desnutridos,
O Sr. José Jorge - Permite-me V. Ex' um aparte?
O SR. JOSF; MOURA - Com todo o prazer.
O Sr. José Jorge - Nobre Deputado José Moura, emprimeiro lugar, desejo congratular..me com V. Ex' pelaescolha do tema fome e alimentaçào para csse pronunciamento, Gostaria, no entanto, de acrescentar duas observações ao seu brilhante discurso. Em primeiro lugar, énecessário que o Governo enfrente a produção alimentar
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no nosso País de frente, porque o aumento da produçãode alimentos, além de efeitos sociais, tem efeitos econômicos, no sentido de diminuição da inflação e de permitir que se possa, inclusive, aumentar as exportaçõcs brasileiras. O Brasil, apesar da sua extensão territorial, produz somente cerca de 54 milhões de toneladas de grãospor ano, distante de nações como Estados Unidos, queproduzcm quase 600 milhões, da China, que produz quase 400 milhões, e da União Soviética, que produz dessaordem, de grandeza, países com extensão territorial semelhante ao Brasil. Então, é necessário que se realize umaprogr~mação econômica que incremente a produção emnosso 'país. E, em segundo lugar, é indispensável que sepromova um programa de apoio alimentar, às populações'do Nordeste, principalmente às populações flageladas. Há pouco tempo, o Governo esquematizou acriação de uma cesta alimentar, cesta alimentar essa que,depois de um més instituída, não está sendo operacionalizada, e acredito que dificilmente o será pela forma burocratizada como foi criada, sem levar em conta todauma rede de abastecimento já existente na nossa região.Gostaria, portantn, além dessas duas observações, decongratular-me com V. Ex', pela atualidade e importância do seu pronunciamento.
, O SR. JOsf: MOURA - Agradeço a V. Ex', Deputado José Jorge, o aparte, e, com satisfação, incorporosuas observações ao meu pronunciamento.
Mas, Sr. Presidente1 são inúmeras, como se sabe, aspatologias decorrentes da falta de alimentação adcquadae carências vitamínicas, de que destacamos, como maisfreqüentes em nosso meio, a anemia, o raquitismo, a hipovitaminose A, a desnutrição energético-protéico e obôcio endêmico.
Para desenhar esse quadro, observa-se uma grande incidência de desnutrição energético-protéica, que ocorresobretudo em crianças menores de cinco anos de idade,estimando o Dr. Malaquias Batista que 70% da população infantil do Nordeste do Brasil sofre desse tipo dedesnutrição, crescendo "totalmente fora dos padrões recomendáveis para sua faixa etária".
Ao nível psíquico, vale destacar que esse tipo de desnutrição, conforme estudos realizados pelo notável nutricionista pernambucano Nelson Chaves, é responsávelpor um QI médio de apenas 70, em elevada par,::ela dapopulação rural nordestina, índice que significa "o limiar da debilidade mental".
Estudos médicos têm comprovado, efetivamente, quea criança que apresenta esse tipo de desnutrição, emboracapacitada de certo modo a conviver com a fome, apresenta alto índice não só de comprometimento físico, maspode ter afetada sua função cerebral, com acentuado empobrecimento do nível intelectual.
Ouço V. Ex', nobre Deputada Cristina Tavares.
A Sr' Cristina Tavares - Nobre Deputado José Moura, o pronunciamento de V. Ex' é da maior seriedade. V.Ex' escolheu, para fundamentar-se, o Prof. Josué de Castro e médicos do Instituto de N,utrição de Pernambuco,que fizeram as maiores denúncias do crime que se comete nesta Nação, criando uma geração de nanicos de homens que, por ausência de proteínas nos primeiros anosde vida, se tornam cidadãos de segunda categoria, verdadeiros multilados cerebrais. Traçou V. Ex' um retratoperfeito do quadro de subnutrição crônico existente noBrasil, principalmente no Nordeste, que mais do queurna fatalidde se torna um escândalo. Entendo que essasituação é conseqüência de alguma coisa. É preciso quelutemos contra as causas que geram a fome, a desnutrição e a mortalidade infantil. E essa luta cabe a esteParlamento.
No momento em que esse P'aí'lment'o derrotou decretos de arrocho salarial estava contribuindo para modificar, efetivamente, a situação de miséria e de pobreza do
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
povo brasileiro, porque, com o arrocho salarial, o trabalhador brasileiro não poderá ter a sua cesta básica. E, anão haver a cesta básica, estamos criando as condiçõesda subnutrição, da mortalidade infantil, dos mutiladoscerebrais deste País. Cabe a nós, legisladores brasileiros,enfrentar essa radiografia, essa fotografia que V. Ex' faz,e apontar as medidas para que saiamos dela. Não serácom esmolas, não ~erá apresentando emocionalmente amiséria colorida do Nordeste do Brasil que haveremosde nos livrar dessa situação vergonhosa que aponta parao Governo que aí está, como um levelo, há 20 anos responsável pela condução da política econômica, e deixa oNordeste do Brasil com 1/3 da sua população, 33 milhões de pessoas, em situação de extrema pobreza. Aquinesta Casa poderemos, Parlamentares que têm o entendimento que V. Ex' teve, forçar, senão a reforma agrária,pelo menos o cumprimento do Estatudo da Terra, queeste ano está no vigésimo ano de sua assinatura e quenunca foi posto em prática. Que possamos aqui, nesteCongresso Nacional, exigir a desapropriação das terras àbeira dos açudes públicos. Que possamos transformar oVale do São Francisco não numa sinecura de emprego,como é hoje sinecura a CODEVASF, o DNOCS mas,efetivamente, num grande celeiro para o País. Portanto,Deputado José Moura, ao mesmo te'!lPo em que louvoV. Ex' pela sinceridade do pronunciamento, faço umapelo às pessoas que têm o entendimento de V. Ex' e aoutros companheiros mesmo de partidos diferentes, quenão nos contentemos em mostrar a fotografia da fomeque às vezes é até plástica, mas que lutemos contra ascausas que nos levam a esta situação calamitosa.
O SR. JOsl!: MOURA - Agradeço à Deputada Cris-'tina Tavares o aparte, e diria também que realmente afome no Nordeste se apresenta de maneira mais dramâti~
ca, mas a fome não é privilégio da Região nordestina.
O Mcio endêmico, por sua vez, ainda continua a atingír a nossa comunidade, calculando-se, entre adultos ecrianças, em cerca de 15 milhões os brasileiros portadores do mal.
Outro grande problema nutricional, como disse, consiste na hipovitaminose A, cuja maior incidência também é na região semi-árida do Nordeste.
Já na capital paulista, ê a anemia o que prevalece.
O Sr. Hélio Duque - Deputado José Moura, querocongratular.mc com V. Ex' pelo oportuno pronunciamento, Robretudo porque as razões que V. Ex' trazl demodo mais dramático em relação ao nordeste, hoje seacetuam por todo o País. Veja V. Ex' que hoje, no RioGrande do Sul, onde a inanição já se faz presente, já hádiminuição, sobretudo na última década, na altura deseus habitantes, como decorrência desse fator brutal, afome. Há um trabalho muito importante, de um paquistanês, Abu-El-Albruk, que deveria ser bem conhecido,juntamente com os trabalhos de Nélson Chaves, Josuêde Castro e tantos outros brasileiros que têm estudadoessa dramática questão, porque apresenta respostas imediatas. O Deputado José Jorge, em aparte, tratava daprodução de grãos neste País, de 54 milhões de toneladas. O nosso Estado, o Paraná, responde por 25% dessetotal. Não há, conseqüentemente, um modelo agrícolaque dê prioridade à produção de alimentos, sobretudo àqueles que se destinam ao mercado interno. Veja V. Ex'O meu Estado, o Paraná, teve, nos últimos 10 anos, umcrescimento de 1.437% em relação à produção de soja, euma redução de perto de 1,7% em relação à produção defeijão - do nosso feijão - no mesmo período. Veja V.Ex'" que, na raíz. além das razões muito bem.fundamen
tadas de V. Ex', também está a manutenção de um modelo econômico agrícola que precisa ser respeitado e quepassa pela vigência de se respeitar o Estatuto da Terra ede se partir para este País produzir não 54 milhões, mas100 ou 150 milhões de grãos para a 'exportação, mas não
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deixar também de produzir aquilo que é essencial, quesão os grãos que devem estar à mesa dos brasileiros. Na'Liderança do PMDB; quero congratular-me com V. Ex'pela oportunidade do pronunciamento que traz neste dia.de sexta-feira a esta Casa.
O ,JOsf: MOURA - Agradeço ao nobre DeputadoHélio Duque as colocações que fez ao meu pronunciamento, que incorporo com muito prazer ao meu discurso.
Prossigo, Sr. Presidente. Estou convencido de que cerca de 10% das gestantes são atacadas do mal, índice esseque cresce para 60% nas zonas de maior pobreza. Nomeio infantil, a mesma carência atinge 10% entre 6 mesese 5 anos de idade, elevando-se para 30 a 40 por cento nascrianças cujas famílias têm renda inferior a meio saláriomínimo per capita.
A mortalidade infantil, como se sabe, constitui um indicador preciso não apenas das condições sôcioeconômicas de um país, mas sobretudo na qualidade devida de seus habitantes.
Um coeficiente elevado nessa área indica uma dietaalimentar insuficiente e pobre por parte da população,sobretudo no que se refere à população materna e infantil.
Pois bem, sozinha ou associada a outros males, a desnutrição chega a matar uma criança brasileira a cadavinte minutos, de acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde..
Mas a fome não é causa apenas de milhares e milharesde mortes, no meio da população de baixa renda. Elamarca, também, com deficiências fisicas e mentais, milhões de crianças em todo o País.
O nordeste sobretudo, como já foi dito, apresentaíndices alarmantes de desnutrição infantil, o que nos levaa concluir que a nossa sociedade poderá ficar irremediavelmente prejudicada em seu esforço para a construçãode um país próspero e desenvolvido, se não conseguirmos corrigir e superar, com nítido sentido de urgência,esse lastimável estado de coisas.
Recordo, a propósito, que o já mencionado cientistapernambucano Nelson Chaves, recentemente falecido,ao estudar a Zona da Mata do Estado, nos anos 60, identificou a existência, no Município de Catende, de homens adultos com 1,47 cm de estatuea, isto ê, um centímetro a mais do que a média dos pigmeus africanos.
Conforme pesquisa comprovada pela comunidadecientífica estadual, está em formação, pois, no Nordestebrasileiro, uma raça de nanicos. A desnutrição na regiãoé tão forte que, em muitas áreas, Ü50% das crianças têmestatura e peso inferiores ao adequado para a idade".
Trabalhos recentes, efetuados sob a direção do Professor Geraldo Pereira, da Universidade Federal de Pernambuco, confirmaram que o fenômeno não só persiste,como já se estende a outras áreas, chegando até mesmo ácapital do estado: "Na favela do Beco dos Casados, ondequase 70% das famílias vivem com menos de um saláriomínimo, perto de dois terços das crianças têm estaturaabaixo dos limites mínimosH
, acentuou a revista Istoé,em sua edição de 14 de setembro último.
A desnutrição faz o homem produzir pouco. A imprensa constantemente divulga dados que revelam ser adeficiência alimentar responsável, etn nosso País, pelabaixa produtividade em todos os setores' da atividade.
Sr. Presidente e Srs. Deputados, estou convencido deque a atual situação alimentar existente no País, casopersista. poderá comprometer seriamente o futuro nacional, em termos de desenvolvimento e mesmo de sobera~
nia.O estado de penúria em que se encontra grande parte
de nossa população deverá ser solucionado,necessitando-se, para tanto, identificar distorções de natureza eminentemente social.
Ainda COtn relação à desnutrição infantil, quero mencio,!ar os problemas - todos graves, do ponto de vista
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social - de repetência e evasão escolares, bem como aassustadora incidência de molêstias infecto-contagiosas,uma vez que a pobreza alimentar impossibilita a criação,sobretudo no organismo da criança, de reservas energéticas.
Essa situação alimentar, como é óbvio, não atinge somente a população infantil.
A população adulta, que representa a atual força detrabalho do país, também sofre de graves deficiências noque se refere à matéria.
Sabemos, sob esse ángulo, que as correções para oproblema alimentar não residem apenas no aumento daprodução agrícola, mas - é ainda o Professor Malaquias Batista quem ensina - na produção adequada dealimentos para o atendimento das necessidades básicasdo consumo interno, na melhor distribuição das riquezase na implantação de serviços de saúde equipados e eficientes para prevenir e curar endemias, "que chegam aafrontar o estado nutricional das populações, independentes do próprio consumo de alimentos".
Ê necessário dar ao País uma nova estrutura social, na:qual não existam a fome e a misêria.
A tarefa não é fácil e exige sacrifícios e colaboração detodos os segmentos da sociedade.
Creio, em primeiro lugar, para que a fome seja erradicada de nosso meio, que devemos, como disse o Professor Malaquias Batista, redirecionar a nossa política agrícola, seja visando ao aumento da produtividade, seja nosentido de obter-se. a auto-suficiência, alimentar, o quesignifica, em outras palavras, que devemos fazer comque a agricultura se volte para os brasileiros, como umfim, e não como um meio.
Segundo interessante artigo publicado na revista Ceres, órgão da FAO, a agricultura orientada para a exportação põe de manifesto o divórcio existente entre a própria agricultura e as necessidades alimentares dos respectivos países.
Também, em nosso caso específico, a fome tem muitomenos a ver com a quantidade da produção, do que paraonde c para quem se destina essa produção.
Se analisarmos o aumento da produção de grãos noPaís, vamos ver uma enorme área incorporada ao cultivode soja, e bem sabemos que ela é substancialmente dirigida para exportação. Cresceu em tonelagem a oferta degrãos, mas é preciso observar que esse crescimento nãodiz respeito a produtos destinados à mesa do consumidor.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, de acordo com a FAO,a produção de alimentos, para que seja reduzido o déficitexistente a nivel mundial, deverá crescer a um ritmo de 4por cento ao ano. No Brasil, consoante estimativas daEMBRAPA, a oferta de alimentos precisa aumentar ataxa de 5 a 6 por cento ao ano, o que significa que devemos incrementar de maneira substancial a produçãoagrícola, e redirecionâ-Ia para a luta contra a fome, e nãopara a captação de divisas.
Pesquisas demonstram que a dieta básica do brasileiroé constituída por poucos produtos, o que representa, semdúvida, uma vantagem com que podemos contar paravencer o desafio nessa área.
Além do aumento da produção agrícola, o problemada fome envolve, ademais, questões relacionadas com acapacidade aquisitiva do povo, vale dizer, com a distribuição da riqueza nacional.
Tendo em vista a persistência de fatores contrários auma melhor redistribuição da renda, o Governo, mantendo vultosos programas de crédito rural, estabeleceu agarantia do preço mínimo para os produtos agrícolas, epromove o seguro para ressarcir o produtor em caso defrustração de safras; além disso, vem promovendo programas de distribuição de alimentos, através da Companhia Nacional de Alimentação Escolar, do PRONAM ede outros programas semelhantes, todos extremamenteimportantes e destinados basicamente à população maisvulnerável.
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
Esse esforço, todavia, embora grande para nossas possibilidades, se tem revelado insuficiente, e é precisoaumentá-lo.
Julgo que a comercialização dos alimentos é outroitem que está a merecer a atenção dos setores governamentais competentes.
Não podemos esquecer, como já foi dito, que o quemais contribui para desfigurar disponibilidade de alimentos num país, não se refere apenas a produção, mastambém à comercialização.
Nela, a intermediação exagerada responde muitas vezes pelo elevado custo final dos produtos alimentícios.
Assim, tendo em vista o baixo poder aquisitivo das populações carentes, poderíamos analisar alternativas quecontemplassem a venda de alimentos subsidiados às classes de baixa renda, ou a adoção de políticas que estabelecessem preços especiais para gêneros de primeira necessidade.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, a problemática dafome está a desafiar a capacidade e o patriotismo daatual geração de brasileiros.
Este é um desafio de que não podemos fugir.Reco~hecemos que a alimentação constitui um direito
elementar da pessoa humana, e representa um necessidade básica que, uma vez insatisfeita, poderá gerar problemas pessoais, comprometer o bem-estar das famílias e atranqüilidade do Estado.
Não podemos permitir que, como no poema de JoãoCabral de Mello Neto, "se continue em nossa Pátria amorrer de fome um pouco cada dia".
O grande desafio com que nos defrontamos ê o de fazer desaparecer do nosso horizonte a desnutrição ea fome, através da execução de uma política econômica e social afinada com os sentimentos nacionais de solidariedade humana, e as legítimas aspirações de prosperidadee desenvolvimento social do povo brasileiro.
A maneira pela qual pretendemos construir o nossofuturo exige açàes enérgicas nesse sentido, seja porque adignidade do homem tem relação direta com o seu estado nutricional, como reza o provêrbio africano a que mereferi, seja porque a paz social depende da capacidade doEstado em proporcionar alimentação satisfatória à suapopulação.
Saibamos viver, com grandeza e imaginação, esse momento de consciência histórica.
Tudo o que fizermos no campo da nutrição será pouco, como retribuição ao muito que devemos a esse povogeneroso, trabalhador e sacrificado.
o SR. ARDIAS DO NASCIMENTO(PDT - RJ.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, parece que este plenário está vazio. Parece, porqueneste momento em que quero celebrar as sacerdotisas negras do meu povo, invoco os espíritos ancestrais da raça,os negrumes do povo negro.
A Religião, para os negros, não era e não é apenasuma crença na vida transcedente, em Olorum, o DeusSupremo; não era e não é unicamente o exercício litúrgico do culto aos Orixás. Desde os primórdios de sua prática em nosso País pelos africanos escravizados, a religião do Candomblé se instituia como um templo dosOrixás e da resistência física e cultural de uma raça violentamente agredida.
Para perpetrar e perpetuar a escravidão fisiea, mesmocom a enorme superioridade bélica que os escravizadoreseuropeus possuíam em relação aos povos africanos, osopressores se viram diante da necessidade de se utilizarem também da agressão espiritual. Era muito difícil atarefa de escravizar aquelas naçàes africanas, aqueles negros insubmissos às corre.ntes, troncos, gargalheiras eoutros instrumentos de tortura.
Um dos primeiros desses templos de libertação dos escravos foi aquele erigido na Bahia, e que hoje é conheci
do como Casa Branca ou Candomblé do Evangelho Ve-
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lho, e que no contexto ritual é o Ilê Lya Nassô Oká, dainação Keto.I A história desse terreiro ou templo configura o processo,da experiência negra em nosso País. Com mais de 350'anos de existência, ele se destaca como um dos bens culturais da Bahia e do Brasil, constituindo um símbolo decriatividade, espírito organizativo e de resistência à colonização cultural.
Infundindo a identidade do povo brasileiro a sua mã"i. ca indelével. .
Transcrevo as palavras do Sr. António .i\gnelo Pereira, Presidente da Sociedade Beneficente e Recreativa SãoJorge do Engenho Velho, mantedora do Candomblé:
"Sim, nossa gente tem sofrido muito. Lutamoscontra o cativeiro e continuamos lutando contra outras injustiças, sempre com dignidade. Até há pouconosso culto era perseguido com cruel violência, masresistimos. Ainda hoje, há quem despreze nossastradições, nossa religião, tratando-a, por exemplo,como simples folclore, por ignoráncia ou preconceituosa má vontade. Isto não nos impede de manter aherança divina que recebemos."
Este terreiro, fundado pela africana Lyá Nassô, instituiu ao longo do tempo uma verdadeira linhagem de sacerdotisas iniciada com as três Marias: Maria Júlia deFigueiredo (tia Lyá Nassô), Maria Júlia de Nazaré (tiaLya Detá), Maria Júlia da Conceição (tia Lyá Kalá).
Várias mulheres negras de origem iorubá têm ilustrado a chefia desse terreiro. Entretanto, desejamos nestaoportunidade celebrar a todas essas africanas e afro'brasileiras que, inspirada pela religião e a filosolfia devida de sua pátria de origem, vêm, com sabedoria,. paciência, energia e amor, orientando seu povo, possibilitando a sua sobrevivência dentro da desumanizaçã6 es-.cravista e da crueldade do racismo pós-abolição.
Além do conforto espiritual que o Candomblé significa, o terreiro é a comunidade fraterna onde os afrobrasileiros têm podido manter seus laços de famíliua sangüínea e de família religiosa.
Dentre essas grande mulberes negras da Casa Branca,quero celebrar a Dona Juliana Silva Baraúna, Yakekerêdo templo do Engenho Velho. Depois de amanhã, dia 23de outubro, Dona Juliana - ou Mãe Teté - completa50 anos de sacerdócio; sua feitura como Yaô, primeirodegrau na hierarquia do Candomblé aconteceu a 23 deoutubro de 1933, quando ela tinha apenas 16 anos deidade.
Dona Juliana Silva Baraúna - Mãe Teté - nasceu àRua dos Marchantes, n9 42, bairro do Carmo, na cidadede Salvador, a 19 de junho de 1916, filha de Maria Joséda Silva e Lino Silva Baraúna. Sua educação iorubanaprovém do lado materno. Dona Maria José da Silva,costureira de profissão, era "Abiã" da Casa Branca, sendo possuida pelo Orixá "Oni Dadá". Dona Maria Efigênia da Conceição, sua avô materna, era feita por africanos, isto é, iniciada por sacertotes nativos de África e seuOrixá era "Oxá Oforu", um dos muito títulos de Oxalá.
Ainda na sua linha avuncular e digna de mençãoregistra-se Tia Santana, sua bisavó, cujo afixá era Iansã,sob o nome de "Oyá Funké".
Consta que sua mãe, Dona Maria José da Silva, tinhao privilégio de celebrar cerimônias do seu santo em casa.Quando a certa altura de sua vida religiosa, Dona MariaJosé da Silva foi para a Casa Branca, estava grávida demãe Teté. Em razão disso, Mãe Teté ao nascer, por forçados papéis rituais desempenhados por sua mãe na atividade religiosa, teve o seu berço muitas vezes arranjadoentre os "pepelés" do templo.
A iniciação de Dona Juliana Silva Baraúna, Mãe Teté,no sacerdócio da tradição dos Orixás se deu por voltados 16 anos aos 17 anos, quando foi guiada na camarinha por Dona Adêlia de Xangô, sendo que fê-Ia sacerdo-
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tisa "Oin FunKê", Mãe Maximiana Maria da Conceição, a famosa Yalorixá Tia Massi. Na cerimônia dcsua sagração sacerdotal foi "Ebami" Tia Totonha, ''''Axogun" O Senhor Marco e "Alabê", tambêm um outroSenhor Marco.
Por volta de 1962, no mesmo dia em que Maria Dcolinda Okê foi confirmada Yalorixá do Axé Ilê Lyá NassôOká, Mãe Teté foi feita Yakekerê desse templo.
Mãe Teté, de profissão bordadeira aprendida no Colêgio Azevedo Fernandes, no Pelourinho, seguindo umatradição das velhas negras da Casa Branca, vendedorasde fato no Mereado Santa Bárbara, tornou-se por algumtempo quitandeira, vendendo aearajé, eocada, bolos demilho e de carimã, manauê de milho e arroz, sarapateletc. nos bairros do Uruguai e do Machado.
Dona Juliana Silva Baraúna, Mãe Teté, tem um únicofilho, Antônio Silva Passos.
Muitos freqUentadores dos templos africanos afirmamque Mãe Teté, quando possuída pelo seu Orixá Oyá Nira, é a Iansã mais bonita jamais vista.
Dentre os traços mais relevantes da sua personalidade,forjada na cultura iorubana, está o equilíbrio eom quedesempenha as suas funções sacerdotais, atenta a um sótempo, ao particular e ao genérico, ao próximo e ao distante. É enérgica e doce, sempre.
Súbito, transmuda-se numa sedutora irresistível.No próximo domingo, dia 30, a comunidade negra do
Brasil se dirige em espírito para o Terreiro do EngenhoVelho - a Casa Branca. Muitos outros, como este Deputado, estarão de corpo presente participando dessafesta religiosa tão rara na histór!a dos cultos afrobras.ileiros, da celebração, em vida, de uma Yalorixá,que há meio século exerce o sacerdócio no templo afrobrasileiro mais antigo do País.
Com justo orgulho e como representante do meu povonesta Casa, registro as homenagens que devemos à nossaeminente sacerdotisa e unimos a nossa voz e a voz coletiva da raça negra:
Axé, Mãe Teté!Sr. Presidente, Srs. Deputados, celebrando essa valen
te e sábia negra da Bahia, quero também testemunhar omeu repúdio c a minha revolta contra a forma com quefreqUentemente é tratada a população negra naquele Estado. Ainda reccntcmente, no último dia 7 de Setembro,os negros do bairro de Liberdade, da comunidade de liberdade, estavam proeedendo, como fazem hâ váriosanos, à lavagem do Quilombo do Orumilá. A lavagemsignifiea um passeio procissional pelo bairro. De repente, os negros foram violentamente agredidos pela políeiamilitar daquele Estado, e sem nenhuma razão, sem nenhum fundamento foram presos os meus irmãos de raçaApolônio de Jesus, Lino de Almeida e Freitas. Esteseram os eoordenadores da lavagem do Quilombo Orumilá. A políeia. eomo sempre faz ncssas oeasiões, aeusouos negros de perturbarem a ordem promover distúrbiosna via pública. Entretanto, sabemos que a Bahia é o Estado das grandes festas religiosas católicas e essas festas,via de regra, não recebem esse tratamento violento e in~
tempestivo por parte das autoridades. Isso oeorre comtodas as manifestações culturais da raça negra. Por isso,quero deixar registrado aqui o meu protesto c o meu repúdio, porquanto ao negros que começaram a construção deste País, pela Bahia, plantando a cana, depois oalgodão, depois o café, depois trabalhando na mineração, esses descendentes dos africanos têm o direito aorespeito à sua condição de cidadãos brasileiros e não aesta definição que a sociedade dominante freqUentemente lhes tem impingido - a definição de marginais.
Gostaria, também, aproveitando esse momento de celebração das mulheres da minha raça, lembrar que na cidade de São Paulo está ocorrendo agora fato análogo.Trata-se do Conselho Estadual da condição Feminina,criado pelo Governador Franco Montoro. O Conselho éconstituído de 15 mulheres. Pois bem, dentre essas 15
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
mulheres, não há uma negra sequer. As mulheres negrasdaquele Estado estão, com justa razão, reivindicandoparticipar também deste Conselho, porquanto sabemosperfeitamente que os problemas da mulher branca nãosão os mesmos da mulher negra. A mulher branca sofrenaturalmente várias restrições e muita discriminação, emvirtude da cultura machista que preside o processo histórico do nosso País. Entretanto, a mulher branca jamaisfoi sistematicamente, legalmente estuprada pelo branco;elajamais foi forçada, de uma forma coletiva, a ser objeto sexual do senhor, daquele com mais poder econômico,daquele com mais status sacia!. Mas esta é exatamentc acondição da mulhcr ncgra. As mulheres africanas testemunham, com seus filhos mulatos, esta violência sofridadurante o tempo da escravidão, violência que continuaquando a sociedade dominante nega ã mulher negra osespaços onde ela pode, realmente, resgatar a sua dignidade e descmpenhar o papel de mulher igualitariamentecom suas irmãs de outras raças.
Fazemos, desta tribuna, um apelo a S. Ex' o Governador Franco Montoro, do Estado de São Paulo, para queacolha a indicação do Coletivo das Mulhcres Negras deSão Paulo, que indicou, para integrar o Conselho Estadual Feminino, as irmãs negras Teresa Santos, comomembro efetivo, e Vera Lúcia Siqueira, para suplente.Vemos que a pretensão das mulheres negras é bastantemodesta, porquanto, se fôssemos reivindicar os nossosdireitos de acordo com o percentual negro na constituição do povo brasileiro, veríamos que qualquer reivindicação da minha raça deveria exigir pelo menos 70% delugarcs, pois o povo negro forma o contingente majoritário disso que chamamos povo brasileiro. No entanto,é-nos negada mesmo uma participação puramente simbôlica nesse Conselho.
Apelo ao espirito de justiça dc S. Ex' o GovernadorFranco Montoro, para que acolha a indicação, nomeando nao apenas as indicadas, mas algumas outras mulheres negras, que podem, com muita dignidade, consciência e sabedoria, defender os interesses da comunidadenegra de São Paulo nos altos conselhos do Estado e doseu Governo.
Para terminar, insistem em que o Brasil, para dar,realmente o grande passo no caminho da constituição deuma sociedade fraterna, democrática c igualitária, temque se exonerar dessa carga preconceituosa, dessa cargade racismo que carrega desde os tempos coloniais. A escravidão acabou, mas o negro ainda continua sofrendoas desvantagens sociais, as desvantagens econômicas, asdesvantagens culturais e políticas que deveriam ter terminado a 13 de maio de 1888.
É por isso que, desta tribuna, estamos conclamando aconsciência progressista, a consciência justiceira, a consciência igualitária dos meus colegas, ilustres, Deputadose Senadores deste Congresso Nacional, para que ajudema erradicar esta grande desvantagem social, esta crueldcstituição que a raça negra ainda sofre neste País.
Não vamos deixar que os ânimos se envenenem, porque o negro é humano esta parmanência na desgraça ena negação dos seus direitos fatalmente o levará a umaatitudc de revolta violenta. Porque a revolta já está nacomunidade negra. até agora ela tem se pautado dentrodos caminhos institucionais e da ordem, a comunidadenegra tem feito a sua revolta dentro das instituições legítimas do País. Mas ê evidente que a reiteração na negação desses direitos fatalmente levará a comunidade negra deste País a uma atítude menos pacífica, e então ireN
mos enfrentar tempos temp~stuosos de confrontação racia!. Vamos, por excmplo, a 18 de novembro próximo,realizar no Rio de Janeiro uma grande marcha contra oracismo e a discriminação racial. É uma marcha pacífica.Vamos apenas expor enfaticamente aquilo que consideramos de justiça para o nosso povo negro. Dentre ositens dessa luta contra o racismo e a discriminação ra·cial, consideramos que o Brasil tem que cortar imediata-
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mente as relações diplomáticas com a África do Sul, cortar as relações econômicas com a África do Sul, cortar asrelações aviatórias com a África do Sul. Aliás, cortandoessas relações com a África do Sul, o Brasil não estará fazendo nada mais nada menos do que cumprir seus compromissos assinados nas Nações Unidas, porque o Brasilassinou compromissos nas Nações Unidas mas continuamantendo esses laços espúrios com um País nazífascista, um país que tem o crime legahnente instaladonas estruturas de poder. O apartheid não é apenas umamanifestação tópica de discriminação racial: é um crimeinstituído contra os negros. E nós chamamos a atençãodc S. Ex's para o fato dc que sc lá houvesse um nazifascismo racista contra uma nação branca, toda a consciência do Brasil estaria de pé gritando, condenando e repudiando. No entanto, como se trata de um nazifascismo que mata negros, vemos um siléncio tumular,vcmos, muito pelo contrário, órgãos da imprensa endossando e sustentando essa campanha apartheísta e genocida da África do Sul. E nós citamos, apenas para ilustrarcom alguns exemplos, "O Estado de S. Paulo", que tempatrocinado o apartheid nas suas colunas, e principalmente. o "Jornal do Brasil", que tem reiteradamentepublicado editoriais endossando a África do Sul comoum grande parceiro para o Brasil. ora, o Brasil foi umdaqueles que ajudaram a combater, de armas na mão onazi-fascismo de Hitler. Pois lá está instalado tambémoutro nazi-fascismo hitleriano; simplesmente, em vez dematar os judeus, agora esta matando a raça negra.
A consciência das classes dominantes do Brasil está insensívcl a esse clamoroso crime que se eomete à vista dochamado mundo civilizado. Mas ê o mundo da civilização ocidental e cristã que tem sido para o negro umacivilização autoritária. Por isso clamamos daqui que O
negro não esteve sob um regime autoritário apenas durante os vinte anos de governo militar; nós estamos sobregime do autoritarismo há quase 500 anos. Para nós, todos os governos, todos os regimes deste País têm sido ditatoriais, autoritários. e por isso precisamos, agora quefalamos em abertura, que estamos às vésperas da construção de um Brasil novo, tcr em mente esse dado fundamental para essa nova organização social e política donosso País. Precisamos descolonizar-nos exorcizar-nosdesses males que ainda perduram dos tempos da escravidão precisamos realmente reconhecer a nossa verdadeiraface, deste Brasil construído pclo negro, a face deste Paísq1,1e os africanos sozinhos construíram com sangue, suor,lágrimas c muito sofrimento. No entanto, esses construtores do País são considerados cidadãos de segunda classe. E tanto são considerados cidadãos de segunda classeque em geral nos condenam com um racismo ao reverso,quando advogamos o nosso direito de igualdade, o nossodireito de ver-nos representados em todos os níveis depoder. Enquanto não existir a presença negra em todosos níveis de poder, em todas as instituições deste País,entaremos aqui clamando: este País é racista, este País éuma cópia sul-americana da África do Sul, este Brasilnão tem o direito de falar em democracia, este País nãotem o direito nem mesmo de falar em Cristo, porque nãodiscrimina as raças, nem as culturas, nem os seres humanos. Aqui há uma grave discriminação, um grave despreZO pela raça negra, uma grave humilhação a esta maioriaque constitui o segmento negro do nosso povo. No entanto, quando aqui apresentei o pedido da constituiçãode uma Comissão do Negro, exatamente para que a casativesse seus próprios dados concretos dessa situação dramática vivida pela comunidade negra, este projeto foiimediatamente fulminado por um relator da Comissãode Constituição e Justiça. porquc realmente não se querconhccer cssa realidade. Grande parte dos meus colegasnão quer conhecer o que realmente o negro sofre. Querem viver na ilusão da democracia racial. Querem perpetuar essa falsa imagem de um Brasil igualitário, de umBrasil paraíso de raças. Mas nós, os negros, sabemos que
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esse paraíso tem sido um inferno, um inferno de dor, uminferno de destituição, porque nosso paraíso está nosmocambos, nas favelas, nas residências coletivas, ondesó há sujeira, só há fome, só há miséria, onde as nossascrianças já nascem condenadas à morte. Já no ventre dasmães as crianças negras estão condenadas. E isso ocorrenão simplesmente porque são pobres - há tambémcrianças pobres de raça branca - mas porque a maiorianegra nunca teve nenhuma oportunidade de, coletivamcntc, galgar a posição a que tem direito, pclo seu papelfundamental e decisivo na construção deste País.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, quero, homenageandoesta grande sacerdotisa negra da Bahia, celebrando asmuheres da minha raça, mais uma vez elevar a minhavoz cansada, que começou a gritar contra o racismo ainda quando tinha apenas 7 anos. Tenho quase 70 anos deidade e essa minha luta pcla igualdadc, por uma verdadeira democracia racial neste País, começou quando ainda tinha 7 anos. Entretando, pouca coisa mudou, porquea estrutura de dominação racista é tão perfeitamente arquitetada, é tão diabolicamente construída que poucacoisa muda durante séculos. Vemos quc o Brasil tornouse independente e o negro continuou escravo; veio aAbolição e o negro continuou escravo de fato, emboranão de direito, veio a República e o negro, em vez de galgar a condição de cidadão, passou a ser aquela figuraque o Código Penal define como vadiagem. E a dominação política continuou definindo que só poderiam votar os alfabetizados. Ora, o negro vcio da escravidão e naescravidão ele era coisa, não podia aprender· a ler ou escrever. Esmagaram e erradicaram suas línguas de origem. Como ele poderia então ser este cidadão proclamado pela lei da Abolição? Tudo farsa. E essa farsa temosdenunciado. Sr. Presidente. Temos que falar a verdade aesta Nação, temos que falar a verdade, se queremos defato, realmente, efetivamente, criar um Brasil igualitário,justo, soberano e democrático. Muito obrigado. (Palmas)
O SR. CLARCK PLATON (PDS-AP. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, ésobremaneira honroso para mim ocupar pela primeiravez, no horário do Grande Expediente, os microfonesdesta Casa para tecer considerações sobre a minha rcgião, sobre o Território que tenho a honra de representarno Congresso Nacional.
O Amapá completou, há poucos dias, 40 anos comoTerritório Federal, e caminha, acreditamos, a passos decididos para sua emancipação política, em futuro que espcramos esteja bastante próximo.
Sua história, nessas quatro décadas de existência, estárepleta de acontecimentos importantes, em que a bravura, o trabalho e o esforço dos amapaenses são responsáveis por conquistas notáveis para toda a Região Amazônica e para o País.
O Recenseamento brasileiro de 1940, Sr. Presidente,mostrava uma realidade desoladora a definir aquele espaço do Brasil setentrional: a economia, paupérrima, dependia basicamente do extrativismo, sem critérios racionais ou técnicos: o comércio, incipiente, sem qualquerlastro, realizava-se apenas com as Guianas e praças vizinhas, timidamente; não havia estradas de ferro e de rodagem, sendo a navegação fluvial e a vapor a única alternativa disponível, assim mesmo, sem apoio e condiçõesadequadas, para a contato com a grande cidade e até acivilização, que era então Belém. Setores como educaçãoe saúde não dispunham de qualquer sinal de infraestrutura, e a população, bastante rarefeita, vivia sobverdadeiro isolacionismo e condições de extrema pobreza.
Tudo estava por ser feito naquele estratégico pedaçodo território brasileiro, cujas potencialidades, aliadas àsituação geográfica, despertavam a cobiça de outros países, interessados em ali implantar bases para ampliação
OTÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
dc poderio político e econômico, como já fora sobejamente demonstrado quando da luta com os franceses,galharda e valentemente expulsos por Cabralzinho, ogrande brasileiro, herói do Amapá.
A criação do Território Federal do Amapá, em 13-943, constituiu assim decisão acertada do Presidente Vargas, não somente pelo aspecto da segurança interna,como também pelo propósito de dotar a área de uma estrutura administrativa que, embora provisória, atendesseaos requisitos mínimos para a realização das primeirasobras saneadoras e colonizadoras, visando à fixação dohomem. Do passo inicial concretizado em que se destacou a figura do grande brasileiro c patriota Janary Nunes, uma segunda etapa importante haveria de acontecerquase trinta anos depois, em janeiro de 1969, com oDecreto-lei 411 dispondo sobre a administração dos Territórios e organizações dos seus municípios.
Os objetivos do Decreto-lei 411, Sr. Presidente, não seprendiam exclusivamente aos preceitos de segurança e decolonização dos Territórios. Revelavam-se, acima disso,como precursores à conquista, por essas áreas, da condição de Estado da Federação, através da aceleração nolevantamento das suas riquezas, seu aproveitamentomais efetivo e racional e a concessão de assistência técnica e financeira para a realização de obras em áreas básicas e fundamentais.
Atividades fins de uma administração regional passaram a contar com órgãos próprios para o seu atendimento, indiscutivelmente adequados ao estágio em que se encontram o Amapá e, até mesmo, a administração públicado Brasil.
Agora, passados outros quinzes anos, totalizando 40anos de vida, a organização administrativa do Amapá,bcm como dc Roraima, precisa ser modernizada e dinamizada, em função dos novos pressupostos e necessidades vigentes naqueles dois Territórios Federais.
Muito se fez nas quatro décadas de vida do Amapá, éverdade, graças mais à tenacidade do Povo Amapaense,somado aos Brasileiros de todos os rincões de nossa Pátria e de estrangeiros que escolheram o Amapá para asede de suasvidas, lá implantando também os seus patrimônios.
Através dos principais eixos rodoviários projetados, aBR-156, principalmente, verdadeira espinha dorsal doTerritório, que permite a ligação dos Três Municípios incluídos nas áreas selecionadas depois ao Poloamazônia,Amapá, Calçoene e Oiapoque, e a BR-2l0, a PerimetralNorte, responsável pela ligação entre o Amapá e Roraima, c1iminou-se o caráter de isolamento, com a decisivacontribuição já então das vias de navegação fluvial, quereceberam incentivos para constante e intenso aproveitamento, e que teve da parte do empresariado a melhorresposta. Os portos de M acap"á e Santana, com capacidade para atender não apenas a embarcações de pequenoporte, mas navios de consideráveis cargas, de até mais de35.000 toneladas, possibilitam o fluxo da entrada e saídade produtos, em comércio que se ampliou muitas vezescom o Amazonas, o Pará, outros Estados brasileiros epaíses vizinhos e distantes, estes principalmente em razão da exportação do nosso minério de manganês, deque o Amapá é o maior produtor e exportador brasilciro.
Concedo o aparte ao nobrc Deputado Paulo Guerra.
O Sr. Paulo Guerra - Nobre Deputado, V. Ex' no diade hoje, como mencionou ao iniciar seu pronunciamento, faz a sua estréia na tribuna desta Casa como um dosrepresentantes do povo amap~ense na Cámara Federal.Estréia V. Ex' com um sentido de oportunidade e muitofeliz nas suas colocações, porque, procura traçar um perfil dtl retllidtlde amtlptlense, fazendo um cotejo históricode acontecimentos de ordem constitucional da criaçãodo Território, como também se espraia um pouco quanto a eventos de ordem histórica, quando relembra o nos-
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so grande herói Cabralzinho. Daí por que, nobre Deputado, congratulo-me com V. Ex' c, ao ouvir as suas primeiras colocações, cu não poderia deixar de estabelecercomparações. Em primeiro lugar quero observar o Território do Amapá com uma existência de 40 anos, a suaorigem, a sua luta, o pioneirismo daqueles que para láforam nos idos de 40, 42, 43, a luta aguerrida de Cabralzinho e a luta que persiste, hoje, por parte de todos osamapaenses que buscam melhorcs dias para sua terra epara o seu povo, como é o caso de V. Ex' Heróicos foram aqueles, que até meSmo colocando em jogo a suaprópria vida, procuraram defender o Amapá; heróicossão aqueles que lutam diuturnamente para que, mesmosahendo ter sido o Território do Amapá criado sob a égide de uma ditadura, possa esse mesmo Amapá ter, a curto prazo, a sua emancipação, o exercício plcno da sua liberdade, dentro do espírito democrático. E, lamentavelmente, sem conflitar com o pronunciamento de V. Ex',ao contrário, solidarizando-me, a ele, deixo, entretanto,o testemunho de que, como bem V. Ex' falou, urge quc oGoverno Federal tome imediatas providências no scntido de que cesse esta figura csdrúxula de Território, estaexcrescência jurídica que é a figura do Território Federal, e que possamos ter legitimado, dentro dos princípiosbasilares da democracia, um Governo que traduZ"- o sentimento do nosso povo que se dê um basta a esta praxede nomeação de Governadores, como temos o último lá,cuja administração, ao invés de se configurar por atitudes que possam desenvolver o Território do Amapá,caracteriza-se muito mais pelos atos de corrupção e pelasperseguições, mesquinhas, que agridem e violentam aconsciência do nosso povo e da nossa terra. ParabenizoV. Ex', porque acredito piamente que as suas convicçõesde brasileiro e de homem do Território haverão deinspirá-lo sempre para persistir na sua luta, apoiando-seem todos aqueles companheiros da região, para que tcnhamos um Amapá forte no futuro, liberto dessa remanescência malsinada de um Estado Novo, quando surgiu, em plena ditadura, e que o Amapá se caraterize pelaliberdade, pelo progresso e pelo desenvolvimento.
O SR. CLARK PLATON - Muito obrigado, Deputado Paulo Guerra. Tenho certeza de que o conteúdo desuas palavras perfeitamente com a maneira que tenho dever o aspecto problemático que o nosso Território apresenta. Suas palavras muito enriquecem meu pronunciamento.
Prossigo, Sr. Presidentc.O Território do Amapá, ainda, em conseqüência das
riquezas minerais exploradas, possui tambêm ferrovia dealta categoria, a primeira de bitola larga de toda a Amazónia, fazendo a ligação da Serra do Navio ao Porto deSantana, com uso obrigatório ao tráfego público de cargas e passageiros, por força de contrato, embora fundamentalmente voltada para o transporte de manganês,sob a responsabilidade da indústria c Comércio de Minérios S.A. - ICOMI, empresa brasileira de mineração.
O manganês, Sr. Presidente, representa notável riqueza amapaense desde 1954, quando se iniciara a execuçãodo projeto das jazidas descobertas oito anos antes e jáem 1953 declaradas, por ato do Presidente da República,economicamente vantajosas do ponto de vista nacional.Graças à produção amapaense, o Brasil inclui-se entre osexportadores desse importante minêrio para a indústriasiderúrgica, deixando de ser importador então, ele quefunciona como agente desoxidante, fundamental para asligas do tlÇO indispensável para a melhoria na qualificação do scus produtos. Na competitiva concorrência internacional, com países tradicionalmentc exportadorescomo a União Soviética, África do Sul, Austrália, Gabão e India, a posição do minério do Amapá consolidouse efetivamente, a partir de matéria-prima com alta qualidade, determinando ainda o surgimento da primeirausina de pelotização de manganês do Brasil c quiçá das
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Américas, para tornar o manganés do Amapá maisatraente na concorrência internacional.
A província mineral do Amapá não se restringe aomanganês, comprovadas que estão as reservas de ferro ebauxita, ouro c outros minerais nobres, entre os quais atentalita, com volumes suficientes, inclusive, para viabilizarem a implantação de indústrias no Território, sendoque, recentemente, conforme farto noticiário da imprensa nacional, uma nova província mineral, talvez superiora Carajás, em valor econômico, acaba de ser detectadanas faldas do Tumucumaque.
A agricultura amapaense, Sr. Presidente, fundamentalpara qualquer processo de colonização, infelizmente, porém, ainda não superou o caráter de subsistência,denotando-se o baixo nivel tecnológico no aproveitamento de áreas agrícolas, sem, por isso, atingir produçãosuficiente para atender à necessidade da demanda populacional, que determinaria a expansão migratória externa e interna, que tanta falta faz ao povoamento do Território.
Ouço o aparte do nobre Deputado Mozarildo Cavalcante.
o Sr. Mozarildo Cavalcante - Deputado Clarck Planton, é com muito prazer que ouvimos V. Ex!, digno representante do Território do Amapá. Nós, representantes do Território de Roraima, não poderíamos ficar ausentes do seu pronunciamento. Inicialmente, queremosparabenizá-lo pela brilhante exposição que faz a respeitoda figura do Territorio Federal e a análise aprofundadado desenvolvimento econômico que estas regiões, atécerto ponto objetivaram, e que agora, parece-me, chegaram a am ponto em que não só estagnaram, como estãoem declínio. E V. Ex' traça com bastante competênciaesse quadro, ao mesmo témpo em que apela para quepossamos - Amapá e Roraima - muito breve, sair desta condição arbitrária. ditatorial de Territórios Federaisgovernados por alienígtmas, e partirmos para comporrealmente o quadro da República como Unidade da Federação. V, Ex' também menciona um tópico relativo àmineração, c O que temos observado, depois de lantosanos de exploração do manganês do Amapá, ê que, narealidade, Q manganês do Amapá serviu à economia brasileira, mas muito pouco serviu à economia interna doAmapá, pois os lucros auferidos com a exploração desseminério deixaram ao o Amapá muito pouco relativamente ao muito que foi produzido e explorado. Portanto, neste momento gostaria de deixar registrada aqui anecessidade que temos nós, Parlamentares, representantes do povo daquelas subunidades da Federação, de advogar que a exploração das riquezas ~'àturais dessas regiões, tão decantadas pelo aspecto da segurança nacional, seja feita através das companhias de desenvolvimento regionais próprias de cada Território, exigindo assim,não só o aproveitamento da mão-de-obra local, como apermanência , no Território, dos recursos, dos lucrosauferidos por essa exploração, de maneira a contribuirpara a consolidação da economia desses futuros Estadosda Federação.
o SR. CLARCK PLATON - Muito obrigado, Deputado Mozarildo Cavalcanti. Fico muito grato pela complementação que. V. Ex! presta ao meu discurso. Conheço perfeitamente o clima do Território de Roraima,naquilo que conceme aos anseios de ver as transformações que V. Ex' deseja, que são semelbantes às nossas,no Território do Amapá.
Ouço o nobre Deputado Mílton Brandão,
o Sr. Milton Brandão - É uma satisfação apartear oilustre Deputado Clark Planton, para, no seu importantediscurso, manifestar também a nossa solidariedade e asnossas preocupações com o Território do Amapá, criadohá cerca de quarenta anos. Estivemos na sua gleba,quando era g~vernada pelo ilustre Cel. Janary Nunes,convidados :.:t visitar o iJ;,mapá, peJo seu pranteado ir~
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I)
mão, Deputado Guaracy Nunes, colega que recordamoscom saudades, pelo companheirismo, pela lealdade epelo 'espírito público demonstrado em favor daquela região do Norte do Brasil. De modo que estou de acordocom o ilustre colega, em que as potencialidades do Terri·tório do Amapá, a sua riqueza em minério e os seusgrandes rios navegáveis somente poderão ser de fato produtivos se aquele território adquirir autonomia completa, se ele passar a ter o seu Governo eleito pelo povo e,afinal de contas, possam surgir também as manifestaçõesde todas as tendências populares para que, num conjunto harmonioso, possam levar a efeito o desenvolvimentodaquela região. Parabenizo V, Ex' pelo pronunciamentoque faz. Continue sua luta com os demais companheiros,e alcançará O objetivo desejado.
o SR. CLARK PLANTON - Muito obrigado a V.Ex' pelo aparte. Devo dizer que tenho uma alegria imensa em incorporar as palavras de V. Ex' ao meu pronunciamento, uma vez que sou testemunha, nesses meses todos, neste recinto do Congresso brasileiro, da luta ingente que V. Ex! tem dedicado em favor do Nordeste, comuma pertinácia e uma sinceridade verdadeiramente tocantes. V. Ex' realmente não se sente bem quando sabeque milhões de brasileiros, seus eonterráneos, estão vivendo dias piores.
~rossigo, Sr. Presidente.A mandioca, o arroz, o milho, o feijão, a batata-doce,
a cana-de-açúcar, a pimenta-da-reino e a banana, importantes, face aos indices de produtividade alcançados e àbaixa incidência de doenças, poderiam ser culturas extremamente rentáveis e representativas do setor do Amapá,carente que está - repito - de maiores estímulos eações racionalizadores.
Na verdade. o Amapá necessita de projetos de coloni·zaçõo e desenvolvimento, no Vale do rio Vila Nova, porexemplo, onde envolveriam empreendimentos agrominerais; também ao longo de rodovia:) federais, fa:;::cndo-3c adistribuição de lotes de terras a colonos, visando ao cultivo de ]lOTtifrutigranjeiros e a p!:cuúria; nn~ n~giõe~ do13a1;;o e Médio Araguari, para aumento das áreas colol1izadas j Com apoio à agricultura e ~xpansão da pecuâria;projetos que façam aumentar a estrutura dr; apoio à navegação dos rios Jari, Vila Nova, Araguari, Oiapoque edemais via:, nos seus extensos trechos navegãvcis~ projetos visando à pesca, atividade que sustenta grande parcela de amapaenses, mas que precisa de apoio técnico e financeiro para desenvolver-se e consolidar-se definitivamente.
A pecuária bovina também se inclui como atividadetradicional, embora seus rebanhos integrados por mes·tiços de zebu, de baixa fertilidade, reduzido peso de carcaça e do tipo pouco desenvolvido, não ofereça valoreconómico substancial. A criação de búfalos demonstra- esta, sim - perpectivas bem mais favoráveis, pelaqualidade das terras disponíveis. ao mesmo tempo emque pesquisas realizadas nos domínios da agrostologia eda zootecnia, em especial evidenciam que se pode encontrar tipo racial mais adequado para a região, conformedados de organismos federais, desde que continuem a serfeitas experiênêias, estudos e pesquisas sobre o assunto.
Vale ressaltar, na mudança da pecuária da nossa região, em método, qualidade de rebanho e seu progressivo crescimento, o papcl decisivo e fundamental, de apoiofinanceiro e encorajamento empresarial que tem representado para o Amapá a SUDAM, notadamente nos últimos 5 anos,
Assim é que foi possibilitado o surgimento do DistritoIndustrial de Macapá, onde inúmeros projetos industriais estão já implantados ou em implantação, e ainda,graças à SUDAM, um grande l1úmero de projetos agropecuários jâ permitiram a entrada de mais de 10,000 suínos na região.
A suinocultura, empreendimento complementar âagricultura, especialmente Dara famílias de menor condi"ao econômica, deverá sair da situação de atividade ex-
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tensiva, para adquirir características de um trabalho aser realizado com técnica e comprovados métodos científicos de criação. Precisa apoio. O mesmo ocorre com aavicultura, cujo incremento na produção de ovos c defrangos para corte depende da formulação de programasespecíficos, pelos quais se garanta preço justo aos produtores e. sobretudo, se estimule e encorage a iniciativa privada para esse fim. Que a ação governamental fique sócomo reguladora.
Daí, S~. Presidente, a minha disposição em apresentara esta Casa - o que já fizemos - projetos de lei dispondo sobre a destinação de recursos de incentivos fiscaispara projeots de colonização e desenvolvimento nos Territórios Federais do Amapá e de Roraima, que darão àsduas Unidades, tenho absoluta convicção, muito do quelhes falta para buscar desenvolvimento efetivo e harmo·nioso. Não serão necessários recursos adicionais queviessem a sobrecarregar os cofres públicos, pois as aplicações a serem feitas pelas respectivas companhias de desenvolvimento - a CODEASA, no caso do Amapá terão por base parcelas dos fundos de investimentos quehá muitos anos beneficiam áreas geográficas e setoreseconômicos, mas que não foram alocados para os Terri·tórios Federais. Tambêm, projetos propondo a isençãode impostos, lCM, IPI e de Importação, quando o fatogerador foi empreendimentos agroindustriais, no Amapá, foram apresentados por nós como uma grande motivação para atrair os investidores.
Esses projetos, que julgo indispensáveis para o Amapá, proporcionarão uma distribuição espacial dos amapaenses muito mais racional do que se observa no presente. Hoje, dos quase 200 mil habitantes do Amapá insignificante população para 40 anos de colonização,com densidade de 1,3 habitante por quilômetro quadrado - menos de um terço localiza-se nas zonas rurais, representando a média de 0,5 habitante por quilômetroquadrado. Eis a razão do empobrecimento da nossa economia. /t fixação do homem no campo e na lavoura. descongestionando as áreas urbanas? sô serâ possível através de empreendimentos oficiais, com recursos públicosque ofereçam estimulo ao plantio, à criação e a agroindústria, conforme prevêem os projetos de colonização aque faço referência. O crescimento da economia doAmapá, Se Presidente - não disponho de dados oficiais- duvido que seja superior n zero.
Com esse mesmo objetivo, ainda devem atuar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, e o Grupo Executivo para a Região do BaixoAmazonas - GEBAM, promovendo ações que regularizem a questão fundiária, providenciando a distribuição etitulação de terras àqueles que já ocupam OU desejamtrabalhar em áreas produtivas. O Amapá, Sr. Presidente,tem muita terra devoluta. Para isso, não é preciso conflitar terras já tituladas e trabalhadas.
Não é por falta de sugestões e alternativas, portanto,que o Amapá continuará a manter a estagnação econômica a que está submetido, nem por carência de potencialidades. Estamos procurando observar, neste espaçode tempo do nosso pronunciamento, o quanto o Amapádispõe de condições para promover a arrancada rumo aodesenvolvimento. A abordagem sobre as deficiências sociais, nas áreas de saúde, educação, habitação, por exemplo faremos em outra oportunidade.ló: da ordem e conseqüêneia do empóbrecimcnto econômico de que falamos.Hoje, o objetivo é demonstrar que, se bem administradosos recursos de que dispõe, e o Ministério do Interior nãotem medido esforços para isso, o Amapá terá condiçõesreais para garantir à sua gente qualidade de vida bem superior à que tem desfrutado a imensa maioria dos amapaenses.
No campo da energia, a Hidrelétrica Coaracy Nunes,no rio Araguari, permite resolver o problema energéticodo Território, garantindo o abastecimento às indústraisque lá se instalarem. sem transtornos que pudessem torm
nar inexeqüíveis OU inviáveis, economicamente, projetosindustriais. Até diria que fi falta de imaginação de gover-
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nantes tem permitido o lançamento diário de energia gerada, excedente, nas águas do rio. Em razão disto, apresentamos também um projeto nesta Casa, visando a darmaiores rendimentos sociais à energia de nossa hidrelétrica.
Vejam, Srs. Deputados, que o Amapá dispõe de recursos em todos os sentidos, mas se encontra estagnado nesses anos mais recentes, como se tivesse atingido umestágio-limite de desenvolvimento não superável, situação com a qual não podemos, absolutamente, concordar.
Já mencionamos, embora por idéias gerais, as potencialidades agropecuárias e minerais do Território, entreas quais devemos incluir a madeira, a castanha-da-pará,a borracha, as oleaginosas e as espêcies aromáticas.
A pesca nos lagos e rios amapaenses, considerados entre os mais piscosos do Brasil, e na sua linha costeira,apontada como a maior fonte supridora individual domundo, por seus extraordinários bancos camaroneiros,precisa ser preservada da cobiça internacional, Sr. Presidente, pela facilidade de captura que essas áreas oferecem, não somente porque dela dependem centenas defmaílias que se dedicam à pesca artesanal, mas porqueurge estimular a ida do empresariado nacional paraaquela região, visando ao resguardo de uma riqueza deque o Amapá pouco ou quase nada se tem beneficiadopara o crescimento da sua economia. A falta de maiorapoio à comercialização do peixe, através de uma estrutura que beneficiasse os pescadores e atendesse às exigências de um mercado em expansão, determina perdas consideráveis para a economia amapaense, pressupondo-secomo condição básica a instalação da armazenagem emcâmaras frigoríficas a atender basicamente o produtoobtido. A estrutura precária que existe não funciona, e arespeito já nos dirigimos ao ExmQ Sr. Ministro da Agricultura pedindo socorro.
Assim, devemos conceder cunho mais empresarial àpesca no Amapá, com a presença de processos industriais nessa atividade, mas não podemos permitir que apesca industrial predatória, inconseqüênte, continue aser praticada por barcos de outras bandeiras, como vemacontecendo, necessitando-se, com urgência. de umaguarda-costeira, conforme acentua o próprio Ministroda Marinha, Maximiano da Fonseca, que nos alegrousobremaneira quando de sua decisão de expulsar os invasores piratas.
Ao início de nosso pronunciamento, afirmamos quehá 40 anos tudo estava por ser feito no Amapá, e que acriação do Território representaria o passo inicial à estruturação de uma nova Unidade federativa.
Hoje, Srs. Deputados, muito ainda precisa ser realizado, a começar por uma outra concepção administrativa,autônoma, independente, com capacidade para legislar epara decidir as questões de. interesse de sua gene. UmaUnidade, Sr. Presidente, que escolha os seus governantespelo voto, configurando o compromisso formal dos quegovernam com a comunidade, fazendo-a participativa eintegrada aos problemas do seu interesse.
São inúmeras as vantagens de transformação do Território em Estado, desde que assentada em bases sólidas edefinitivas. Politicamente, substituiremos a inevitávelcondição de inferioridade, caracterizada pelo sentido assistcncialista do auxílio que move as ações governamentais, pelo reconhecimento de um direito à participaçãocomo Unidade integrante no esforço de desenvolvimentodo País. Os Estados concorrem com idênticas oportunidades na distribuição dos encargos e direitos, enquantoos Territórios ficam definidos como apêndices da estrutura central de Governo, dele dependendo quase que integralmente. Com a estrutura política de que dispõe osTerritórios, jamais poderemos comandar a arrancadapara o desenvolvimento de nossa economia c, assim,num círculo vicioso, nunca atingiremos a autosustentação econômica pretendida. Já duas gerações deAmapaenses foram sacrificadas. Urge pois, que anteci-
DI1RIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
pcmos os fatos. Com a estrutura política de Estado, seremos capazes de gerar a estrutura económica desejada.
Economicamente, portanto, os efeitos concorrem nomesmo sentido, podendo determinar que o Estado, atravês de Poder Legislativo próprio, oriente a forma porqueserão atendidas as prioridades - e principalmente asexigidas pela realidade amapaense.
A etapa de Território Federal para o Amapá, na prática, está encerrada, embora legalmente permaneça emplena vigência. Afinal, os objetivos da criação de umTerritório Federal, consubstanciados na preparação daUnidade para sua futura autonomia, devem ser considerados como realmente cumpridos pelo Amapá. As deficiências e o estágio de atraso que ainda apresenta encontrarão maiores facilidades de superação quando contarcom autonomia e uma completa estrutura de todos osPoderes.
O funcionalismo do Territôrio, configurado inicialmente em três quadros - Tabela Única de Mensalista,Tabela de Extranumerários Mensalistas e Tabela do Pessoal Diarista de Obras - teve sua situação parcialmenteregularizada com o advento das Leis nOs 3.780/60 e6.550/78, esta dispondo sobre a Classificação de Cargose Empregos dos Servidores dos Tcrritórios Federais.Mas a reclassificação de cargos cometeu crimes inomináveis, sobre o quc tenho um trabalho em ultimação quepretendo apresentar ao Sr. Ministro chcfc do DASP c informar a esta Casa. Houve tentativas de regularizaçãoapenas parcial, e sérias distorções e impropriedades estão a prejudicar a situação funcional de centenas de ser·vidores, num verdadeiro crime de lesa-patrimônio, e,pior, de lesa-vida. É importante observar que a Classificação de Cargos dos Servidores da União ocorreu em1970, mas para os Territórios Federais ela iniciou-se somente oito anos depois, e com imperfeições e injustiçasatê hoje não reparadas.
São essas as colocações que gostaria de fazer, ao enalisar a realidade do Amapá nos seus 40 anos de vida comoTerritório. obviamente sem pretensão de esgotar todosos itens e aspectos, pois o próprio tempo não me permitiria fazê-lo, sobre tema complexo e tantas implicaçõesinstitucionais, econômicas e sociais.
Entendo fundamental continuar-se em outras oportunidades a discussão sobre a problemática amapaense,que não deve ser compreendida como algo limitado àsfronteiras geográficas do território, mas como parte integrante da realidade amazônica e nacional, pelas repercussões económicas, sociais e de segurança interna que oAmapá representa no contexto da vida brasileria.
Era o quc tinha a dizer. (Palmas.)
Durante o discurso do Sr. Clarck Platon o Sr.Walber Guimarães, 2P- Vice-Presidente, deixa a cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr. AmauryMüller. 4'-Secretário.
O SR. PRESIDENTE (Amaury Müller) - Concedo apalavra ao Sr. Deputado João Batista Fagundes.
o SR. JOÃO BATISTA. FAGUNDES (PDS - PRoPronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs.Deputados, existe, hoje, no Território Federal de Roraima, de forma bastante disseminada, a aspiração do povororaimense no sentido da transformação em unidade autônoma da Federação brasileira daquelc pedaço altivodo Brasil setentrional.
E, sensível às aspirações do povo brasileiro, o Presidente João Figueiredo determinou, recentemente, aconstituição de um grupo de trabalho especialmente destinado a estudar medidas eficazes para viabilizar, emcurto prazo, a elevação daquele Território à categoria deEstado.
Povo generoso e leal à sua História, em cujos capítulosalteiam-se, iluminados, tantos nomes de heróicos desbravadores, o roraimense de hoje labuta incessantementeconvicto da nobreza de lutar pela justiça de uma causa. E
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estamos certos de que ele haverá de edificar com o suorde seu rosto mais uma estrela na Bandeira Nacional.
Sem adentrarmos no especto jurídico da matêria, queestá sendo minudentemente estudada no ámbito do Ministério do Interior, trazemos à elevada consideraçãodeste Plenário alguns aspectos econômicos que julgamosoportuno analisar, sugerindo mediadas que nos parecemdo mais largo significado, para que possamos, efetivamente, criar um novo Estado com a dimensão de grandeza que o seu povo merece, olhando para o alto e para afrente, como os horizontes sem fins dos scus ideais.
Mesmo porque cremos firmemente que não pode haver independéncia política onde houver dependênciaeconómica, sendo que o primeiro grande passo para aemancipação política reside no fortalecimento económico. E tal objetivo seria perfeitamente atingível, mediantea exploração racional das verdadeiras potencialidadesminerais do atual Território e aceleração de medidaspolíticas que permitam intensificar o interc'àmbio comerciai com os dois países vizinhos: a Venezuela e a Guiana.
É preciso que fique bem expresso, de uma vez por todas, que Roraima não ê um mundo à parte do Brasil nãoê melhor nem pior. Mas ê, seguramente, diferente.
E por ser diferente em múltiplos aspcctos ê que cxigetem bém um tratamcnto diferenciado e especial, para qucpossa efetivamente conquistar a categoria de Estado autônomo. sem os riscos de ficar da dcpendência do eternosocorro do Poder Central.
Com uma extensa faixa de fronteiras, inteiramentedespovoadas, com dois países, ocupa uma posição estratégica que exige atenção especial por parte do Conselhode Segurança Nacional o qual deverá exercer uma vigíliapermanente até mesmo na concessão dos alvarás a seremfornecidas para quem quer que pretenda a exploraçãodos recursos minerais.
Roraima não precisa de socorro nem é terra de flagelados de pires na mão!
Roraima não precisa de esmolas nem de generosidades. Mas precisa de apoio, para que possa retirar do subsolo dadivoso as potencialidades com que lhe adotou oCriador.
O que se verifica, atualmente, em Roraima é uma forma agravada do que se verifica no Brasil onde é mínimaa contribuição do setor mineral para a economia <;lo País,se considerarmos a maravilhosa potencialidade do solobrasileiro.
Concedo aparte ao nobre Deputado Milton Brandão.
O Sr. Milton Brandão - Ilustre Deputado João Batista Fagundes, é com prazer que insiro na seu brilhantediscurso estas modestas palavras. Faço-o por conhecerseu espírito público, desde que V. Ex' serviu no meuPiaUÍ. Estado a que também devota grande amor, principalmente à sua população, porque com ela conviveu durante alguns anos. quando, OfieiI do Exército, serviu no25' BC. É com prazer - repito - que aparteio V. Ex', afim de oferecer-lhe solidariedade e estímulo, e para formular votos no sentido de que o grupo de trabalho organizado pelo Presidente João Baptista Figueiredo encontre, no menor espaço de tempo, a solução adequada pararesolver os problemas do Território de Roraima, e essaunidade seja elevada à catagoria de Estado da Federação, para que possa atingir os seus objetivos e aproveitar as suas grandes potencialidades. A V. Ex', portanto,nossos aplausos e solidariedade pela luta que trava emfavor da autonomia do Território de Roraima.
O SR. JOÃO BATISTA. FAGUNDES - Agradeço,sensibilizado, o aparte ao eminente líder piauiense, quevem emprestar ao meu discurso com o brilho de que carece.
Prossigo Sr. Presidente.
Segundo dados fornecidos por organismos internacionais do mais alto gabarito, a participação da produçãomineral no Produto Interno Bruto (PIR) brasileiro foi,em 1982, da ordem de 2,3%, muito abaixo de países
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como os EE.UU., Canadá, Austrália, México, Venezuela, África do Sul, Malásia e Indonésia, para citarmosapenas alguns deles.
Em Roraima, acontccc o mesmo paradoxo, em maiores proporções, pois, tendo uma inequívoca vocação mineral, não aufere praticamente nada em termos de míneração industrial, retirando os recursos minerais de tãoacentuada potencialidade, apenas pelo trabalho penosodas mãos calejadas do garimpeiro.
-Por isso mesmo, é com inteira justiça que se erigiu nocentro da capital do futuro Estado de Roraima um mo!Jumento dedicado ao garimpeiro, que, encravado em pedestal de granito, dcsafia a incleméncia do tempo, sob osol tórrido do Equador.
Mas o garimpeiro nem precisava de monumento compedestal de pedra, pois a sua grande figura está assentada no pedestal da História, onde nada aconteceu que nãofosse amparado pelas mãos calosas destes heróis anônimos, que quebraram o mMeridiano das Tordesilhas edefiniram, na procura de ouro e pedras preciosas, os exatos contornos do território brasileiro.
Paradoxalmente, é lá no Estado de Roraima, que tanto deve ã bateia do garimpeiro, que se verificam inúmeras restrições ã exploração dos recursos minerais.
Com uma área de superfície de 230.104 km', equivalente a 23.010.400 ha, dos quais 9.670.000 ha (cerca de42%) encontram-se totalmente bloqueados de qualquertipo de atividade econômica, devido à existência de 44reservas indígenas, Roraima oferece características suigeneris.
o Sr. Luiz Henrique - Nobre Deputado João BatistaFagundes, já se vão algumas décadas quando Sucarno,Nasser, Nehru e tantos outros líderes de nações pobresdo terceiro mundo reuniram-se para a formulação dapolítica de defesa dos produtos primários, em troca datransferência de tecnologia dos países desenvolvidos. Jáse vão algumas décadas, e não se articulou com a devidacficiência uma luta organizada desses países pobres, cadavez mais afastados do bencfício de desenvolvimentoeconômico-social, no sentido de valorizar os produtosprimários que exportam e de estabelecer, através da valorização desses mesmos produtos, um poder de barga.nha internacional capaz de fazer com que a exportaçãode produtos minerais, por exemplo, representasse umaforma de alocar um processo tecnológico de desenvolvimento de cada um desses países. Hoje, entristecemo-nosao ver que o Equador está liderando tal iniciativa, convocando uma reunião dos países sul-americanos, no scntido de discutir essas questões. Lamentamos que o Brasil, que tem sido tão explorado, que tem tido o seu território livre para exploração econômica por parte das potências desenvolvidas, com a liderança territorial, geo·gráfica, geopolítica que possui, não se disponha a co·mandar países do Terceiro Mundo, países sulamericanos, no sentido de estabelecer o poder de barganha. E eu lembro a V. Ex' e à Casa os relatórios de Bonne de Londres, que afirmam, por exemplo, que se apenasum dos países fornecedores de manganês para a Alema·nha se negasse a continuar fornecendo esse produto, haveria um grande colapso na indústria metalúrgica alemã.Foi por isso que o Primeiro-Ministro WilIy Brandt, emvirtudc dc decisão tomada pelo Congresso alemão, estocou um suprimcnto acima das ncccssidadcs de um anodesscs produtos, por tcmor de uma articulação dos países pobres, no sentido de usar o poder de barganha sobreo fornecimento. Cumprimento, pois, V. Ex' pelo discurso que faz, retratando a situação terrível no seu Estado,o que é mais uma demonstração de conhecimento sobrea triste realidade da política mineral do País.
O SR. JOÃO BATIST4- FAGUNDES - Agradeço aV. Ex' o aparte, que valoriza o meu pronunciamento. Oconhecimento expresso por V. Ex' atesta, eloqüentemente, a veracidade daquilo que afirmamos: o Brasil tirauma ínfima pa;cela daquilo que poderia usufruir, verdadeiramente, dos seus recursos minerais.
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I)
Prossigo, Sr. Presidente.
E julgo importante assinalar que os principais reCursosminerais do Território - cstanho, ouro, diamante não ocorrem na região próxima de Boa Vista, pois, geologicamente, a região sul-sudoeste do Território ê constituida por sedimentos de idade quaternária, os quais nãoapresentam nenhum atrativo mineral.
Mas as rochas da idade pré-cambriana ocorrem naárea restante do Território, e são aquelas onde se verificagrande incidência de ocorrências minerais conhecidas.
Estas rochas localizam-se principalmente nas porçõesnorte-noroeste e nortc-nordcste, justamente onde estãosituados cerca de 83% das áreas indigenas do TerritórioFederal de Roraima, ou seja, cerca de 8.000.000 de ha.
Ora, se considerarmos que a Suiça tem uma superfíciede 4.000.000 ha (41.288 Km') e uma população de 7 milhões de habitantes, é fácil concluir que nossos- irmãosindígenas não sofrem restrições na liberdade de locomoção no Território de Roraima, onde existem cerca de30 mil índios.
E se considerarmos que as reservas minerais já existiam muito antes das reservas indígenas t chegaremos àtriste conclusão de que as reservas indígenas foram colocadas em cima das grandes jazidas minerais, não paraproteger o direito do índio, mas para esconder o direitode O Brasil tomar posse de sua riqueza mineral.
Tenho para mim que os mesmos meridianos e paralelos que quiseram inundar o imenso lago Amazônico doHudson Institute, demarcaram para a posteridade o perfil atual das reservas indígenas do Território Federal deRoraima.
Por isso, encontramos hoje na região do Surucucus,índios que falam inglês ... lndios que falam espanhol... EIndios que até falam o português! E o que é pior, Sr. Presidente, há inglês que fala a linguagem do índio... Enquanto isso, há quem defenda a criação de um parquemultinaeional a pretexto dc defender a nação indígena!
Não é de hoje que a cobiça estrangeira ronda nossasfronteiras. Mas é inadmissível que ainda hoje tenhamosfronteiras inteiramente despovoadas, justamente em regiões onde se vcrifica enorme incidência dc ouro, cassiterita, uránio e pedras preciosas, como é o caso da Regiãode Surucucus.
Concedo, com prazer, o aparte ao nobre DeputadoMozarildo Cavalcanti.
O Sr. Mozarildo Cavalcanti - Deputado João BatistaFagundes, é com muito prazer que ouço o discurso de V.Ex' nesta tarde, quando aborda tópicos importantíssimos para nós, de Roraima. Primeiramente, querocumprimentá-lo pela posição pública que assume na defesa da criação do Estado de Roraima, condição sine quanon para que corrijamos, nós mesmos, essas distorçõesque V. Ex' denuncia. É realmente inadmissível- temosdito e V. Ex' o faz com clareza e brilhantismo - a situação da nefasta política indígena colocada em práticano Território de Roraima. Realmente, quando V. Ex' dizque as reservas indígenas surgiram muito depois do conhecimento das reservas minerais, V. Ex' o diz com todaa verdade. Essa política indigenista é um verdadeiro crime que se comete contra o País. E, quando V. Ex' mencionou o Conselho de Segurança Nacional como órgãoresponsável pela vigiláncia daquelas áreas de fronteira,ao incorporarmos nossas palavras ao discurso de V. Ex'gostaríamos de aqui apelar a esse Conselho no sentido deque fique atento a essas manobras, que não são de hoje.Lembro-me bem de que, quando era criança, naqueleTerritório, ouvia inúmeros relatos de aviões que pousavam em Surueucus, carregados de bagulhos, e decolavam carregados de determinado tipo de areia, previamente escolhida pelos geólogos das missões evangélicas- entre aspas. Quero eongratular-mc com V. Ex' peladefesa que faz de nosso Território e, mais do que isso.pela veemente condinação da política indigenista, que es-
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tá entravando nosso desenvolvimento e, acima de tudo,condenando à estagnação e ao declínio nossa economia
O SR. ,JOÃO BATISTA FAGUNDES - Agradeço aV. Ex', nobre Deputado Mozarildo Cavalcanti, a inestimável contribuição que dá ao meu pálido pronunciamento. Como autêntico líder daquele Território, porcujo engrandecimento tanto se bate, conhece V. Ex' melhor que eu, a dura e triste realidade de termos uma fronteira extensa e despovoada, à mercê da cobiça alienígenaque lá chega a toda hora.
Prossigo, Sr. Presidente.No tocante ao ouro e às pedras preciosas, o garimpo
faz-se normalmente. mercê de sacrifícios excepcionais,dando notável contribuição à economia do Território.
Mas pretendo focalizar principalmente a exploraçãoda cassiterita, abundante no Território e que poderiaapenas o estanho exportado, viabilizar economicamenteo novo Estado.
Há aproximadamente 13 anos, um grupo de empresários atcndcu ao apelo do Governo para que investisseem pesquisa e racionalizasse o aproveitamento de cassiterita na Amazônia. E a produção brasileira desse mineral, até então incipiente, e em SUa maior parte proveniente de garimpos, experimentou um crescimento acentuado, sendo hoje o estanho um dos poucos não-ferrosos emque o Brasil é auto-suficiente e desde 1975, crescente exportador.
Toda a expansão da indústria nacional do estanhoteve como suporte a disponibilidade de reservas minerais, definidas e ampliadas como resultado de implementação de dispendiosos trabalhos de pesquisa geológica,envolvendo investimentos de alto risco, levados a termopor empresas de mineração legalmente habilitadas e rigorosamente brasileiras.
Os parámetros geológicos definidos no curso das pesquisas indieam que as atuais jazimentos de cassiterita naAmazônia se estendem a divcrsas regiões que se iniciamna provínica estanífera de Rondônia e afloram abundantemente no Território de Roraima, depois de passar peloAmazonas, já em fase de franca exploração. Ainda, recentemente, dizia O Governador Gilberto Mestrinho, falando a um grupo de Parlamentares, que o Amazonas será neste ano o maior produtor de estanho do Brasil.
Mas, como representante do Território Federal de Roraima nesta Casa. não hesito em afirmar que o meu futuro Estado bem poderia competir com o Estado de Rondônia e com o Amazonas! Basta que tenhamos uma legislação adequada que não feche as portas do Territórioà exploração econômica de suas reais potencialidades.
É preciso que tenhamos coragem de afirmar nestaCasa Legislativa que nada justifica um pedaço do Brasiltão rico em cassiterita, estar com suas portas fechadas à
indústria nacional de estanho, um metal que tem comércio absolutamente assegurado no mercado internacional,num momento tão grave da vida nacional, quando oTerritório precisa de recursos para transformar-se emEstado. E o Brasil precisa de divisas para pagar sua dívida externa!
Poucos são os paises onde se encontram jazidas de cassiterita, sendo os principais produtores mundiais a Malásia, a Tailândia, a Indonésia e a Bolívia.
No Brasil, muito embora as pesquisas tenham-se ini·ciado há apenas 12 anos, sua indústria de mineraçãopode ser citada como um modelo dc' aplicação a outrosminerais do setor. tendo conseguido, após superar a plena capacidade de atendimento das necessidades internas,voltar-se decisivamente para a exportação.
Tem o aparte o nobre Deputado Clarck Platon.
O Sr. Clark Platon - Nobre Deputado João BaptistaFagundes, eu não poderia deixar de colocar alguma coisa em relação aos pontos que tão brilhantemente defende, sobretudo porque V. Ex' rcpresenta uma rcgião que
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sofre as mesmas injunções contra as quais também nosrebelamos no Território do Amapá, ou seja, essa falta deautonomia que gera falta de segurança, conseqüentemente, uma fraqueza social e O empobrecimento econômico que experimentamos nos Territórios de Roraima edo Amapá. Quando. V. Ex', de passagem, em seu brilhante discurso, se referiu à garimpagem, ao garimpeiro,c às riquezas minerais de que Roraima é sobejamentepródiga, gostaria de lembrar que o Amapá também temas suas mazelas neste campo, talvez com repercussão diminuída, porque o problema não chegou até nós com oreflexo negativo tão impressionante de que Roraimahoje se ressente, porque diz respeito a uma posição sobresua economia, sobre aquilo que já poderia vir auferindohá muito tempo, para tornar o Território auto·suficienteem recursos oriundos da área mineral. No Amapá, nossos garimpeiros, principalmente do ouro, estão sofrendotambém agressões da parte de empresas de grande porte,que, detentoras de documentos que as habilitam à pesquisa em áreas descobertas e desbravadas pelos garimpeiros, estão colocando esses garimpeiros para fora. ODeputado Sebastião .curió é o grande apologista destecampo, em razão de Serra Pelada e dos seus 80 mil garimpeiros. Demodo geral, toda a região Norte se ressente de uma polítiea melhor de aproveitameuto e exploração míneral. Apenas gostaria de dizer que sou solidário a V. Ex' na minha posição de rebeldia a esse estadode coisas. Parabenizo V. Ex' por tão brilhante exposiçãoa respeito dessa matéria.
O SR. JOÃO BATISTA FAGUNDES- Muito obrigado, nobre Deputado Clarck Platon. Aliás, no pronunciamento anterior, de maneira brilhante V. Ex' evidenciou esse problema, que tão bem conhece. Agradeço aonobre representante do Amapá o aparte.
O Sr. Paulo Guerra - Nobre Deputado, embora saibaperfeitamente da exigüidade do seu tempo gostaria demerecer um aparte.
o SR. JOÃO BATISTA FAGUNDES - Concedo oaparte a V. Ex' com prazer.
O Sr. Paulo Guerra - Nobre Deputado, na tarde dehoje, procura V. Ex' dar um enfoque estritamente econômico ao seu discurso voltado para a problemática doTerritório de Roraima. Solidarizo-me plenamente comV. Ex' Sem querer discrepar, sem pretender questionaresse malfadado entreguismo da Amazônia que nos atinge visceralmente, quando, de forma sub-reptícia, pretextanda estratégia de segurança, assentam-se os índios, ena verdade estão tolhendo a viabilidade econômica doseu Território. Atrevo-me a suscitar o outro lado daquestão: hoje, o território é inviável, e sofrendo todos ospercalços com que o do Amapá se defronta, como jâ disse anteriormente, com o problema de origem. Como eudizia, ainda agora, na intervenção ao pronunciamentodo brilhante Deputado Clarek Platon, eles são, na realidade, uma excrecência jurídica.
Hoje, vejo os Territórios muitos mais penalizados pela. falta de sensibilidade do Governo. Eles foram criados em1943, mas somente em 1969 surgiu o Decreto-lei n" 411configurado como a Lei Maior para os Territórios Federais, e que até hoje não foi regulamentado, permitindoque a orientação que se dã na administração dos Territórios não seja aquela com vistas aos interesses mais altos do Território e da Pátria, mas seja as funções de Governador de Território eabides de empregos para homens que desconhecem a nossa realidade, que não militam nem comungam das aspirações maiores do nossopovo e da nossa terra. (Palmas.i Eles são alienígenas e láse assentam como caciques, como verdadeiros donatârios de capitanias hereditárias. O nosso repúdio veemente e constante, nesta Casa, pode ser atestado pelos
DIÂRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
pronunciamentos que temos feito. Fico feliz quandoouço a voz de V. Ex' se levantando na defesa intransigente dos interesses maiores de Roraima, que, por conseqüência, será a salvaguarda dos interesses maiores destePaís contra o entreguismo, contra esta verdadeira farrade multinacionais, que querem tolher a nossa possibilidade de independência, de soberania e fazer da nossaspontencilidade o seu trono, usufruindo de todas as benesses em detrimento da nossa miséria e da nossa dependência total, sendo o Território mero departamento doMinistério do Interior. Parabenizo V. Ex' pelo seu pronunciamento e peço eScusas pelo tempo que lhe tomei.
O SR. JOÃO BATISTA FAGUNDES - Agradeço aV. El<' o aparte. Estou certo de que, com líderC8 como V.Ex!-, breve o Território será erigido à categoria de Estado.
Pediria ao nobre Presidente, em nome do sentimentopatriótico que sei que impulsiona sua ação parlamentar,que me desse um pouquinho mais de tempo, porque o assunto é sumamente importante, e eu não me quero privar,da honra de dar um aparte ao Líder Jorge .carone.
O SR. PRESIDENTE (Amaury Müller) - A Mesaacolhe o pedido de V. Ex', lembraodo apenas que o seu"tempo já está ultrapassando em três minutos, mas somosuma Casa democrática e a Mesa seria antidemocrática senão proporcionar o tempo que V. Ex' necessita paraconcluir o seu discurso.
O Sr. Jorge Carone - O assunto que V. Ex' traz a estaCasa é realmente muito sério. Gostaria que V. Ex' meexplicasse como é que um País com recursos mineraisimensos, como o nosso, pode estar devendo aproximadamente 100 milhões de dólares.
O SR. JOÃO BATISTA FAGUNDES - A questão,meu nobre Deputado Jorge Carone, escapa aos dadosque eu tenho. No momento, fico a dever a V. Ex' estaresposta, inclusive porque estou certo de que não tenhoas luzes de V. Ex' acerca da matéria.
Atualmente, entre 180 c 200 mil toneladas de estanhosão consumidas em todo o mundo, e o Brasil produz odobro do que consome, isto é produz 9 mil toneladasanuais, e exporta o excedente.
Já se disse, e com razão, que o Brasil tem pressa. Emais pressa tem a Amazônia para entrar na posse de suasriquezas, e mais pressa tem Roraima para atingir suaemancipação política, promovendo o desenvolvimentodaquela região secularmente esquecida.
É preciso que se retire de uma vez por todas da consciência nacional a idéia errónea do.. "Inferno Verde" ouda intocabilidade do.. "pulmão do mundo", que tantotem servido aos arautos da internacionalização da Amazônía.
O Congresso Nacional tem uma grande parcela de responsabilidade, adequando a legislação exístcnte à realidade, fazendo os reparos necessários ao vigente Códigode Mineração, e modificando a legislação paternalista einadequada que regre o problema indígena no Brasil.
Por que não compatibilízar ambas as matérias aOS interesses do desenvolvimento nacional?
Na condição de tutora dos índios, até janeiro de 1981,a FUNAI exercitava o seu poder discricionário instituido nos termos do Decreto n" 65.202/69, concedendo ounão, a seu critério, autorização para pesquisa e lavra emterras habitadas por silvícolas.
Com o advento da Portaria Interministerial n" 006, de15-1-81, ficou determinado qU~."as autorizações depesquisa e concessão de lavra em terras indígenas c/ou pre·sumivelmente habitadas por silvícolas ficam restritas aempresas estatais a nível federal".
E aqui, meu eminente Líder Mozarildo Cavaleante,permita-me discordar de V. Ex'
Sábado 22 11405
Tal portaria criou, na verdade, uma situação de privilégio às empresas estataís ·a nível federal, excluindoprior! todas as empresas que atuam no setor mineral.
Ora, a atuação do Estado na atividade econômica,como dispõe a Constituição, se fará apenas em situaçõesparticulares e em caráter complementar à iniciativa pri·vada, o que deixa a Portaria Interministerial n' 006/81tisnada, com a eiva da inconstitucionalidade. Acresce-sea isso que a referida Portaria Interministerial choca-seCOm os preceitos do Decreto n" 65.202/69, no que se re·fere ao acesso às riquezas do sub-solo em terras .indígenas. Sendo ODecreto um ato de hierarquia superior, seustermos não poderiam ser revogados através de uma Portaria.
No entanto, a Portaria Interministerial n" 006/81, ainda em vigor, continua a provocar o índeferimento deuma série de requerimentos de pesquisa de empresas dosetor do estanho, frustrando o desenvolvimento de ãreaspotencialmente promissoras.
O SR. PRESIDENTE (Amaury Müller) - Nobre Deputado João Batista Fagundes, a toleriincia da Mesa está.sc esgotando, finalmente. Estamos com oito minutosalém do seU tempo. Esta Presidência está tolerante e democrática,mas espera contar com a generosidade e com·preensão de V. Ex'
O SR, JOÃO BATISTA FAGUNDES - Vou concluir, Sr. Presidente, mas não me quero privar do apartedo Deputado Mozarildo Cavalcante, que, sem sombrade dúvidas, é profundo conhecedor desses problemas noTerritório. Concluirei com muito prazer, tão logo seuaparte seja verificado.
O SR. PRESIDENTE (Amaury Müller) - A Mesaagradece a compreensão de V. Ex'
O Sr. Mozarildo Cavalcante - Apenas para esclarecer, Deputado João Batista Fagundes, que em momentoalgum defendi a Portaria Interministerial que bloqueou aárea de Surucucu, espeeificamente l e muito menos defendi a entrega desses alvarás de pesquisa e exploração aempresas estatais. O que defendi foi que não se desse,Como já está dado, o alvará de exploração de Surucucupara a Cia. Vale do Rio Doce, ou para grupos como Paranapancma e outros que sejam alienígenas em relaçãoao Território. Defendo que essas pesquisas e exploraçõessejam dadas a empresas do Território. Se a lei só permitirque sejam empresas estatais a nível federal, que se dê oalvará para a Cia. do Desenvolvimento. Caso contrário,como disse V. Ex', defendo que essas riquezas sejam exploradas pela iniciativa privada. do Território.
O SR. JOÃO BATISTA FAGUNDES - Mas meunobre Deputado Mozarildo Cavalcante, cuja opinião euadmiro e respeito, o Território é fundamentalmente umpedaço do Brasil.
V. Ex' comete um pecado quando qualifica de alienígena uma empresa brasileira que vá explorar regiões noTerritório. Uma das coisas mais bonitas que existe noTerritório é aquele espírito de fraternidade que acolhe debraços abertos brasileiros de todos os lugares.
Concluo, Sr. Presidente, meu pronunciamento agradecendo a tolerância da Mesa para com este orador.
- É incontestável que o aproveitamento dos recursosminerais do nosso sub-solo é de grande interesse para aeconomia do País, especialmente quando se sabe, nocaso específico do estanho, que as minas atualmente emlavra em Rondônia têm seus teores em constante declínio.
Tudo, n'a verdade, se resume na definição dos princípios e regras que atendam, de forma harmônica, aos inteiesses dos indígenas, dos mineradores, e da Segurança _
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Nacional, em uma região altamente estratégica e permanentemente alvo da cobiça estrangeira.
Tais parâmetros seriam determinados por órgãoscomo o' Conselho de Segurança Nacional, que estabeleceria as condições necessárias para compatibilizar o interesse das comunidades indígenas e o interesse nacional,seriamente ameaçado em uma ârea rica em minério, si~
tuada em extensa faixa de fronteira totalmente despovoada.
A título de sugestão, proporia a adoção dos seguintesprincípios básicos para que fosse permitido às empresasde mineração atuarem em áreas consideradas indígenas:
I - Os trabalhos de pesquisa, desenvolvimento e lavra dos depósitos minerais devem ser executados por empresas de mineração regularmente constituida (Códigode Mineração e Legislação correlata), julgada capaz eidónea pela FUNAI, em processo próprio, que a cadastrará.
1.1 - Os requerimentos de pesquisas em áreas indígenas seriam indeferidos pelo DNPM caso a empresa nãoseja cadastrada junto à FUNAI.
2 - Os trabalhos de pesquisa, desenvolvimento e lavra dos depósitos minerais em áreas indigenas devem sedesenvolver de forma a obedecer não sÓ às normas gerais, como também às normas específicas (válídas paracada caso) que a FUNAI estipulará, inclusive prevendoaté O aproveitamento de mão-de-obra indígena, se forcabível.
3 - Entre os critérios de credenciamento das empresas de mineração, a FUNA[ incluiria:
- ser de capital societário majoritariamente nacional:- ser empresa de mineração com uma produçào regu-
lar, por mais de 3 anos, num valor mínimo de 1.000.000ORTNs;
- possuir operações em regiões geoeconômicas (Amazônia, Nordeste etc) semelhantes.
4 - Entre as normas gerais, a FUNAI incluiria:- as comunidades indígenas deverão receber das em
presas de mineração. como se proprietários superficiários fosscm, todas as vantagens e beneficios que estãoprevistos na legislação brasileira;
- os recursos obtidos pela comunidade indígena scriam aplicados em programas destinados à integraçãodessa comunidade à civilização, elaborados, desenvolvidos e/ou coordenados pela FUNA[;
- as condições de acesso ou passagem a áreas indigenas seriam fixadas pela FUNAI, assim como todas asações programadas de contacto;
- as empresas deverão possibilitar a instalação c funcionamento de postos da FUNAI nas áreas de concessão, provídencíando o acesso e sua manutenção.
5 - Todos os processos passariam pelo crivo do Conselho de Segurança Nacional.
Estes são, Sr. Presidente, os fatos que trago e queronesta hora apresentar à elevada consideração desta Casa.
Como homem de formação militar, não tenho o direito de desertar ante os problemas que afligem meu País.
Como brasileiro tenho que estar permanentemente vigilante na defesa da Soberania Nacional. E, como representante do bravo povo roraimense, tenho obrigação delul'ar em defesa dos seus sagrados interesses, eis que haverâ de edificar-se em breve futuro o Estado de Roraima,forte, sustentado pelo braço altivo de seus filhos. (Muitobem. Palmas.)
o SR. PRESIDENTE (Amaury Müller) - Nada maishavendo a tratar, vou levantar a sessão.
DEIXAM DE COMPARECER OS SENHORES:
CearáMarcelo Linhares - PDS.
SergipeAugusto Franco. - PDS.
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I)
Bahia
Francisco Bcnjamim - PDS.
Augusto Franco - PDS.
Minas GeraisJosé Mendonça de Morais - PMDB.
São PauloBete Mentes - PT; Diogo Namura - PDS; Ivete Vargas - PTB; Salvador Julianilli - PDS.
GoiásJoaquim Roriz - PMDB.
Mato Grosso do Sul.Ubaldo Barém - PDS.
ParauáFabiano Braga Cortes - PDS.
Rio Grande do SulDarcy Pozza - PDS.
(VI - Levanta-se a Sessão às 13 horas e 50 minutos.)
ATA DAS COMISSÕESCOMISSÃO DE AGRICULTURA
E POLITICA RURALDISTRIBUIÇÃO DE PROJETOS 18/83
O Senhor Presidente da Comissão dc Agricultura ePolítica Rural fez. nesta data, a seguinte distribuição:
1. Projeto de Lei n' 386/83, do Sr. Oscar Corrêa. quedetermina a devolução aos municípios do montante dasretenções efetuadas a titulo de custeio do serviço dclançamento e arrecadação do imposto sobre a propriedade territorial rural.
Ao Senhor Deputado Renato Cordeiro.
2. Projeto de Lei n' 1.594/83, do Sr. Oscar Alves,que obriga a adição de 10%, no mínimo, de farinha demilho na farinha de trigo e determina outras providências. (Anexo o PL 2.203/83.)
Ao Senhor Deputado Renato Cordeiro.
3. Projeto de Lei n' 2.029/83, do Poder Executivo(Mens. n' 328/83), que autoriza a reversão ao Municípiode Barra do Garças, Estado de Mato Grosso, do terrenoque menciona.
Ao Senhor Deputado Renato Cordeiro.
Sala da Comissão, 18 de outubro de 1983. -José Maria de Andrade Córdova, Secretário.
DISTRIBUIÇÃO DE PROJETOS 19/83
O Senhor Presidente da Comissão de Agricultura ePolítica Rural fez, nesta data, a seguinte distribuição:
I. Projeto de Lei n' 1.274/83, do Sr. Saulo Queiroz,que cria o Fundo para Investimentos Agropecuários FINAGRO.
Ao Senhor Deputado Francisco Sales.
2. Projeto de' Lei n' 1.492/83, do Sr. Aldo Pinto, queautoriza o Poder Executivo a instituir o Programa Nacional de Erva-Mate - PRÓ-MATE, e dá outras providências.
Ao Senhor Deputado Francisco Sales.
3. Projeto de Lcí n' 1.672/83, do Sr. Siqueira Campos, que estabelece restrições à importação dos produtosque especifica, e dá outras providências.
Ao Senhor Deputado Francisco Sales.
Sala da Comissão, 19 de outubro de [983. -.Tosé Maria de Andrade Córdova, Secretário.
Outubro de 1983
COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIADISTRIBUIÇÃO
O Presidente du Comissão de Ciência e Tecnologia,Deputado Fernando Cunha, fez a seguinte distribuiçãoem 17 de outubro de 1983:
Ao Senhor Deputado Adail Vettorazzo:Projeto de Decreto Legislativo n' 37/83 (Mensagem n.
467/82), da Comissão de Rclações Exteriores, qUe "aprova o texto do Acordo de Cooperação Amazônica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Cooperatívista da Guiana, cclebrado em Brasília, a 5 de outubro de 1982".
Ao Senhor Deputado Antônio Florêncio:Projeto de Lei n' 1.404/83, do Sr. Jorge Uequed, que
"altera o Código da Propriedade Industrial - Lei n.5.772, de 21 de dezembro de 1971".
Ao Senhor Deputado Irineu Colato:Projeto de Lei n' 1.452/83 (anexo o PL 1.638/83), da
Sra. Irma Passoni, que. "disciplina a utilização industrialde tecnologia de ponta e dá outras providências".
Ao Senhor Deputado Jorge Vargas:Projeto de Lei n° 1.813/83, do Sr. Heráclito Fortes,
que "torna obrigatória a utilização de balanças nos caminhões de entrega nos depósitos e postos de revenda dcgás Iiqüefeito de petrôleo (GLP), e dá outras providências".
Brasília, 17 de outubro de [983. - Luiz de OliveiraPinto, Secretário.
DISTRIBUIÇÃO
O Senhor Presidente da Comíssão de Ciência e Tecnologia, Deputado Fernando Cunha, fez a seguinte distribuição em 18 de outubro de 1983:
Ao Senhor Deputado Adail Vettorazzo:Projeto de Lei n' 1.723/83, do Sr. Wilmar Palis, que
"dispõe sobre a dedução do lucro real, para fins de imposto de renda das pessoas juridicas, do dobro das despesas realizadas em projetos de desenvolvimento tecnológico, e dá outras providências".
Brasília, 18 de outubro de 1983. - Luiz de OliveiraPinto, Secretário.
COMISSÃO DE COMUNICAÇÃOPAUTA
1. Projeto de Lei nO 866/83Ementa: Institui o imposto sobre telecomunicações e
altera as normas relativas à sobretarífa recolhida aoFundo Nacional de Telecomunicações.
Autor: Deputado Renato JohnssonRelator: Deputado Anibal TeixeiraParecer: Pela aprovação.Sala da Comissão, 20 de outubro de 1983. - José Car
doso Dias, Secretário Substituto.
COMISSÃO DE ECONOMIA, INDÚSTRIA E COMÉRCIO
Vigésima primeira reunião ordinária,
realizada na primeira Sessão Legislativa
da 47' Legislatura, em
5 de outubro de 1983.
Aos cinco dias dos mês de outubro dc mil novecentos eoitenta e trés, às dez horas e dezesseis minutos, realizouse, na sala própría de seus trabalhos, a vigéssima primeira reunião ordinária da Comissão de Economia, Indústria e Comércio. sob a Presidência do Senhor DeputadoPedro Sampaio. Compareceram os Senhores Deputados
Outubro de 1983
Genebaldo Correia, Vice-Presidente, Israel Pinheiro,Segundo-Vice-Presidente, Estevam Galvão, SiegfriedHeuser, Celso Sabóia, Herbert Levy, Antônio Farias,João Agripino, Fernando Carvalho, Coutinho Jorge,Antônio Osório, Darcy Passos, Saulo Queiroz, OscarCorrêa, Alberto Goldman, Antônio Câmara, José Thomaz Nonô, Amaral Netto, Alencar Furtado, José Ulisses, Gustavo de Faria, Haroldo Lima, Eduardo Matarazzo Suplicy, Etelvir Dantas, Odilon Salmoria, João Alberto de Souza, Ciro Nogueira e Sérgio Philomeno, Ata:foi lida c aprovada a ata da reunião antcrior. A segair,foram apreciadas as seguintes proposições: 1) Projetode Lei n' 3.148/80, qUe, "Dispõe sobre a alienação deimóveis residenciais de propriedade da União Federal eseus legítimos ocupantes pelo Poder Executivo e dá outras providências". Autor: Deputado José Ribamar Machado. Relator: Deputado Celso Sabóia. Voto do Relator: Pela rejeição. Aprovado por unanimidade, vai àCoordenação de Comissõcs Permanentes. 2) Projeto deLei nO 3.650/80, qUe, "Autoriza o Poder Executivo a propor ao Conselho de Desenvolvimento Econômico CDE - a providência que especifica". Autor: SenadoFederal. Relator: Deputado Haroldo Lima, Voto do Re-'lator: FavoráveL Foi concedida vista ao Senhor Coutinho Jorge que apresentou parecer favorável com emenda, Tendo sido vencedor o parecer do Deputado Coutinho Jorge, o do Senhor Deputado Haroldo Lima passoua constituir voto em separado. Os Senhores Herbert Levy, Estevam Galvão, Fernando Carvalho e SiegfriedHeuser votaram contra o parecer vencedor. A matériasegue à Coordenação de Comissões Permanentes, O projeto foi discutido pelos Senhores Deputados João Agripino, Coutinho Jorge, Herbert Levy, Siegfried Heuser,Fernando Carvalho e Estevam Galvão, 3) Projeto deLei n' 5.226/81, qUe. "Altera o § I' do arL 15 da Lei n'6.649, de 16 de maio de 1979, que regula a locação predial e dá outras providências". Autor: Deputado AlbertoGoldman. Relatora: Deputada Cristina Tavares. Votoda Relatora: Favorável. Foi concedida vista ao SenhorDeputado Herbert Levy que apresentou Parecer Favorável com Substitutivo, Foi aprovado o Parecer da Relatora contra os votos dos Senhores Deputados João Agripino, Celso Sabóia e Estevam Galvão, O Senhor HerbcrtLevy apresentou voto em separado. Discutiram a matéria os Senhores Deputados Alberto Goldman, OscarCorrêa, Celso Sabóia, João Agripino, Siegfried Heuser,Estevam Galvão e Herbcrt Levy. A matéria seguc àCoordenação de Comissõcs Permanent.,s. 4) Projeto deLei n' 364/83, qUe. "Assegura ao trabalhador dcsempregado isenção do pagamento de tarifas de serviço público", Autor: Depatado Airton Soares. Relator: Deputado Eduardo Matarazzo Suplicy, Voto do Relator: Favorável. O Senhor Deputado Estevam Galvão solicita vistada proposição, sendo atendido pelo Senhor Presidente,S) Projeto de Lei n" 6,782/82, qUe. "Dispõe sobre a dedução do lucro tributável, para fins de imposto sobre arenda das pessoas jurídicas, do dobro das despesas realizadas com a construção, instalação e manutenção de creches destinadas aos filhos de seus empregados", Autor:Senado Federal. Relator do Parecer Vencedor: Celso Sabóia, Voto do Relator: Favorável, com a adoção daemenda da Comissão de Trabalho e Legislação Social.Aprovado, contra o voto em separado do Senhor Deputado Fernando Collor, vai à Coordenação de ComissõesPermanentes. Requerimento: foi aprovado requerimentode autoria do Senhor Deputado Ralph Biasi no sentidode que a Comissão convide, o Presidente da União Nacional do Comércio Varejista de Carnes e Derivados, Senhor Manuel Henrique de Faria Ramos, representantedos sindicatos de gênero em todo o País, para,juntamente com uma comissão representatíva dos comerciantes decarnes, possam examinar a problemática da política deste comércio em nosso País. Nada mais havendo à tratar,às doze horas e trinta e oito minutos, o Senhor Presiden-
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
te encerra a reunião. E, para constar, eu, Delzuite Macêdo de Avelar, Secretária, lavrei a presente ata, que, depois de lida c aprovada, será assinada pelo Scnhor Presidente e irá à publicação.
DISTRIBUIÇÃO N' 19/83
Efetuada pelo Senhor Presidente, Deputado PedroSampaio
Em 18-10-83Ao Senhor Deputado José Thomaz Nonô:L Proj. Dec. Leg, nO 38/83, (Mensagem nO 195/83)
~ 1\ prova o texto do Convênio Multilateral sobre Cooperação e Assistência Mútua entre as Direções Nacionais de Aduanas (incluídos os Anexos I, V e XJll), celebrado no México,
Autor: Com. ReI. Exteriores,Brasília, 18 de outubro de I983. - Delzuite Macêdo de
Avelar, Secretária,
COMISSÃO DE FINANÇAS
O Senhor Deputado Irajá Rodrigues, Presidente daComissão de Finanças, fez a seguinte
DISTRIBUiÇÃO
Ao Senhor Deputado Fernando Magalhães:Projeto de Lei n' 699/83 - do Sr. Inocêncio Oliveira
- Estatui aplicação de depósitos efetuados na rede bancária do Nordeste hem como de linhas especiais de refinanciamento destinados a incentivos para exportação,naquela região.
Ao Scnhor Deputado Jayme Santana:Projeto de Lei n' 82/83 - do Sr, Jorge Arbage - Dis
põe sobre isenção de tributo, no caso e condições que especifica.
Projeto de Lei n' 1.070/83 - do Sr. Domingos Juvenil- Dispõe sobre a criação da Escola Agrícola Federal deAltamira, no Estado do Pará.
Projeto de Lei n" 1.474/83 - do Sr. Geovani Borges- Autoriza o Executivo a criar o Tribunal de Justiça doTerritório Federal do Amapá, e dá outras providências.
As Senhor Deputado José Carlos Fagundes:Projeto de Lei nO 649/83 - da Sr' Cristina Tavarcs
Assegura aos cidadãos acesso às informaçõcs sobre a suapessoa, constantes dos bancos de dados, e dá outras providências.
Projeto de Lei n' 1,345/83 - do Sr. Albérico Cordeiro- Considera Certidões do Ministério da Marinha, documentos hábeis para percepção de beneficios da Lei n'4,242, de 17 dejulho de 1963, que fixa novos valores paraos vencimentos dos Servidores do Poder Executivo, Civise Militares, e dá outras providências.
Projeto de Lei n' 1.349/83 - do Sr, José Moura Destina 20% dos valores das multas de trânsito arrccadadas de motoristas profissionais, na forma que especifica.
Ao Senhor Deputado Floriceno Paixão:Projeto dc Lei n' 54/83 - do Sr. Adhemar Ghisi
Acrescenta dispositivos à Lei n' 6,226, de 14 de julho de1975, qUe. "dispõe sobre a contagem recíproca de tempode serviço público c privado para o fim de admitir a contagem do tempo de mandato de prefeito municipal, paraefeito de aposentadoria".
Projeto de Lei n' 113/83 - do Sr. Evandro Ayres deMoura - Isenta do Imposto de Renda os proventos daaposentadoria eompulsória, da facultativa e da por invalidez, atê o limite equivalente a vinte salários mínimos demaior valor do País, e determina outras providências,
Projeto de Lei n" 950/83 - do Sr. Jorge Arbage Dispõe sobre a criação de Fundo de Assisténcia às Entidades de Apoio e Defesa do Menor, e dá outras providências,
Projeto de Lei n' 1.579/83 - do Sr. Nelson do Carmo- Acrescenta parágrafo ao ar!. 30 da Lei nO 6,830, de 22
Sábado 22 11407
de setcmbro de 1980, que dispõe sobre a cobrançajudicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública.
Ao Senhor Deputado Sérgio Cruz:Projeto de Lei n' 197/83 - do Sr. Osvaldo Melo
Alteração do arL lO da Lei nO 5,527, de 8 de novembro de1968, para restaurar o direito a aposentadoria especialdas categorias profissionais que especifica.
Projeto de Lei n' 349/83 - do Sr. Inocêncio Oliveira- Obriga a Administração Federal Direta e Indireta apagar quinzenalmente aos seus servidores. Projeto deLei n' 398/83 - do Sr. José Tavares - Considera rendimentos não tribatáveis, para fins de incidência do Imposto de Renda, a gratificação de Natal e os prêmios.
Projeto de Lei n' 435/83 (anexos os Projetos de Lei nOs982/83 e 1.422/83) - do Sr. Borges da Silveira - Dispõe sobre o pagamento de juros e cllrreção monetárianas dívidas pagas COm atraso pelo Poder Público,
Projeto de Lei n' 663/83 - do Sr. Henrique EguardoAlves - Autoriza deduzir' do imposto sobre a renda asimportáncias gastas com a compra de medicamentos, edá outras providências,
Projeto de Lei nO 1.094/83 - do Sr. Antônio Pontes- Dispõe sobre isenção de custas e taxas judiciais aosmutuários do Sistema Financeiro de Habitação, e dá outras providências,
Avocados pelo Senhor Presidente:Projeto de Lei n' 1.405/83 - do Sr. Henrique Eduar
do Alves - Altera dispositivo da Lei n' 5.107, de 13 desetembro de 1966, visando permitir a utilização de partedos depósitos cm conta vinculada do FGTS para aquisição da casa própria fora do Sistema Financeiro de Habitação.
Projeto de Lei n' 637/83 - do Sr, Manoel Affonso Determina que os juros pagos a integrantes do SistemaFinanceiro de Habitação sejam abatidos, pelo total, darenda bruta das pessoas físicas.
Sala da Comissão, 14 de outubro de 1983. - JarbasLeal Viana, Secretário,
COMISSÃO DO lNDIO
4' reunião ordinária, realizada no dia 11 de outubro de1983
(Com a presença do Sr. An'.ônio Carlos dc MouraFerreira - membro do CIMI - e Lucircne BehederuJavaé - representante indígena).
Aos onze dias do mês de outubro do ano de um milnovecentos e oitenta c três, às dez horas e trinta minutos,no Plenário da Comissão de Rcdação, localizado noEdifício Anexo 11, reuniu-se a Comissão do Indio, com apresença dos Srs. Deputados Mário J uruna, Presidente,Alcides Lima, 1'- Vice-Presidente, Albino Coimbra,Aldo Arantes, Eduardo Matarazzo Suplicy, Gilson deBarros, Dante de Oliveira, José Fernandes, Sérgio Cruz,Nasser Almeida, Domingos Leonelli, Agnaldo Timóteoe Mansueto de Lavor. Declarada aberta a Reunião, o Sr.Presidente solicitou ao Sr. I'-Vice-Presidente que assumisse a Presidência da Reunião. Já na Presidência daReunião o Sr. Deputado Alcides Lima dispensou a leitura da Ata da Reunião anterior, que foi considerada aprovada sem restrições. Foi estabelccida a sistemática queseria adotada na condução dos debates sobre a construção da estrada Transaraguaia e foram lidos os expedientes que comunicavam o não comparecimento do Sr.Cei. João Carlos Nobre da Veiga e a substituição de D,Erwin Kautler pelo Sr. Antônio Carlos de Moura Ferreira, como também do Cacique João Javaé pela Sr' Lucirene Behederu Javaé como convidados para a Reunião,A seguir falaram 05 convidados e posteriormente debateram com eles o tema proposto os Srs, Deputados Eduardo Matarazzo Suplicy, Gilson de Barros, Aldo Arantes,Dante de Oliveira, Sérgio Cruz e Mário Juruna, A Mesadesignou os Deputados Gilson de Barros, Dante de Oliveira, Rubens Ardenghi, Ricardo Ribeiro e Eduardo
11408 Sábado 22
Matarazzo Suplicy para tratarem mais especificamenteda questão da estrada Transaraguaia sem prejuízo daação da Comissão, e agradeceu a presença dos convidados, que se retiraram da Mesa e ocuparam o Plenário daComissão. Passou-se então à seguinte fase da Reunião,onde foi debatida pelos Srs. Deputados a questão da viagem à Região dos lndios Pataxós, marcada para o dia se:guinte. O Sr. Deputado Domingos Leonelli solicita queseja consignado em Ata o seu veemente protesto contra aposição assumida pela FUNAI, e que estava divulgadano Jornal da Bahia, em sua edição do dia Ii de outubro,e que o adiamento da viagem não deveria ser entendidocomo uma submissão ao expediente enviado por aqueleórgão do Poder Executivo, mas sim por uma decisão soberana da Comissão e que fará a visita em caráter pessoal. O Sr. Deputado Dante de Oliveira tambêm concordou com o adiamento e requereu que fosse enviada correspondência à FUNAI protestando contra a nota divulgada pelo Jornal da Bahia, c que fosse expedida notapara a imprensa divulgando o pensamento da Comissãosobre o assunto. O SI. Deputado Gilson de Barros apresentou requerimento propondo o envio de ofícios à SUDECO. ao Ministro do Interior e ao Ministro dos Traasportes, comunicando a posição desta Comissão com relação a estrada BR-158, e convidando os órgãos interessados do Executivo a participarem doravante das reuniões desta Comissão. O Sr. Deputado Mário Jurunausou da palavra para criticar também a atitude da FUNAI com relação à viagem. Finalmente. o Sr. DeputadoAlcides Lima, 10-Vice-Presidente e na Presidência daReunião, decidi,,: I - Adiar sine die a viagem à regiãodo lndios Pataxós; 2 - Divulgar comunicado à imprensa sobre o assunto; 3 - Enviar correspondência aos interessados comunicando o cancelamento; 4 - Enviar ofícios aos membros da Comissão, alertando para a falta dequorum que vem se verificando nas reuniões (art. 81, §2', do RI); 5 - Enviar ofício à SUDECO oferecendo alternativas para a construção. da estrada Transaraguaia.E, antes de devolver a Presidência ao Sr. DeputadoMário Juruna para o encerramento, o Sr. Deputado Alcides Lima, l'-Vice-Presidente, comunicou ao Plenárioque O Sr. Presidente decidiu substituir o Técnico Legislativo, Classe Especial, Ivan Roque Alves, na função deSecretário da Comissão, e que tendo acompanhado deperto os trabalhos da Secretaria neste pequeno período,deixava registrado o seu testemunho do zelo e dedicaçãocom que houve o Secretário e seus auxiliares que, apesardas dificuldades naturais encontradas em todo órgão emfase de instalação, tudo fizeram para que os trabalhos estivessem em dia c em ordem, e sempre dentro das normasregimentais da Casa. O Sr. Deputado Mário Juruna assumiu a Presidência dos trabalhos e declarou encerrada aReunião às treze horas e trinta minutos. e eu, Ivan Roque Alves, Secretário, lavrei a presente Ata que, depoisde lida e aprovada, será assinada pelo Sr. DeputadoMário Juruna e irá à publicação.
COMISSÃO no INTERIOR20' reunião ordinária realizadano dia l' de setembro de 1983
Ao l' (primeiro) dia do mês de setembro do ano de1983 (um mil novecentos e oitenta e três), reuniu-se a Comissão do Interior da Câmara dos Deputados, presentesos Senhores Inocêneio Oliveira, Presidente, Evandro Ayres de Moura e Heráclito Fortes, Vice-Presidentes, AssisCanuto, Orestes Muniz, José Luiz Maia, Ângelo Magalhães, Cristina Cortes, João Rebelo, Albérico Cordeiro,Mansueto de Lavor l [rma Passoni, Mário Juruna, Ma~noel Costa Júnior, Clarck Platon, Dilson Fanchin, VingtRosado, Pedro Corrêa, José Maria Magalhães, ManoelGuedes, Eurico Rioeiro, Manoel Gonçalves, Josias Leite. José Carlos Vasconcelos, Raul Ferraz. Aldo Arantes,Luiz Baptista, Dante de Oliveira, Sinval Gua72elli e Ma-
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
noel Novaes. Ata: Foi lida e aprovada, sem restrições, aAta da reunião anterior. Ordem do Dia. Em seguida oSr. Presidente anuncia a Ordem do Dia constante das seguintes matérias: Projeto de Lei Complementar n' 1/83,do Sr. Siqueira Campos, que. "cria o Estado de Tocantins e determina outras providências", tendo como relatora a Senhora Irma Passoni. Parecer: Contrário. Antesde submetido à votação, o Sr. Presidente defere pedidode vista do Sr. Eurico Ribeiro. Projeto de Lei Comple
.mentar nO 31/83, do Sr. Paulo Lustosa, qUe. "inclui osmunicípios de Cascavel e Pacajus na Reião Metropolitana de Fortaleza, alterando o § 80 do artigo I' da LeiComplementar nO 14, de 8 dejunho de 1973", a este anexo o Projeto de Lei Complementar n' 75/83, do Sr. Cláudio Philomeno. Relator: Deputado Dilson Fanchin. Parecer: Pela prejudicialidade do Projeto de Lei Complementar n" 31/83 e pela aprovação do de n' 75/83. Aprovado por unanimidade. Vai à Comissão de Finanças.Projeto de Lei n' 209/83. do Sr. Octacílio Almeida, que"introduz modificações na Lei n' 7.069, de 20 de dezembro de 1982, que dispõe sobre o reajustamento de
. alugueres em locações residenciais e dá outras providências", tendo como relator o Sr. Clarck Platon. Parecer:Favorável, com substitutivo. Aprovado por unanimidade. Vai à Comissão de Finanças. Projeto de Lei n'747/83, do Sr. Ivo Vanderlinde, que. "acrescenta dispositivo à Lei nO 5.107, de 13 de setembro de 1966 (FGTS),impondo responsabilidade solidária ao BNH pelo inadimplemento das empresas quanto aos depósitos mensais", tendo como relator o Sr. Deputado Luiz Baptista.Parecer: Favorável. Aprovado por unanimidade. Vai àComissão de Finanças. Projeto de Lei n' 1.062-A/79, doSI. Joel Lima - Emenda de Plenário ao Projeto de LeinO 1.602-A/79, quI'. "dispõe sobre a venda aos servidoresque menciona dos imóveis funcionais por estes ocupadosem Brasília", tendo como relator o SI. qlavo Pires. Parecer: Favorável. Aprovado por unanimidade. Vai à Comissão de Finanças. Esgotada a pauta Idos trabalhos, oSr. Presidente, Deputado Inocêncio Oliveira, lê, para conhecimento dos presentes, o telex que recebeu do Sr.Aléssio Vaz Primo, Diretor da Carteira do Crédito Ruraldo Banco do Brasil, dando ciência de providências quedeterminara em atendimento de pedido formulado peloPresidente da Comissão do Interior, mencionando dispensa de exigências de certidões para a consolidação deformalizações por nota de crédito rural e sobre custeiosem caráter excepcional de gastos junto aos cartórios,para clientes sem recursos para tais fins. A pedido dosdeputados presentes, o SI. Presidente determina fornecimento de cópia do expediente a todos os membros do órgão técnico. Em seguida, faculta a palavra aos senhoresparlamentares presentes. Falam os Senhores: João Rebello, para que se formalize convite aos responsáveispela execução do Projeto Nordeste para comparecer àComissão; José Carlos Vasconcelos, Irma Passoni, JoséLuiz Maia. Domingos Leonelli, Raul Ferraz e ManoelCosta Júnior para discutirem os pormenores relativosaos painêis a serem realizados no mês de setembro emcurso e para traçar programas da Comissão do Interiorem viagem ao Nordeste. Esgotados os temas, declara oSI. Presidente encerrada a reunião. Para constar, eu,(Edson Nogueira da Gama), Secretário, lavrei a presenteAta que, depois de lida, aprovada e publicada, será assinada pelo Sr. Presidente.
21' reunião ordinária, realizadano dia 14 de setembro de 1983
Aos quatorze (14) dias do mês de setembro de 1983(um mil novecentos e oitenta e três), reuniu-se a Comissão do Interior da Câmara dos Deputados, presentes osSenhores: Inocêncio Oliveira, Presidente, Evandro Ayresde Moura e Heráclito Fortes, Vice-Presidentes, Josê LuizMaia, Irma Passoni, Sinval Guazzelli, Epitácio Caietei-
Outubro de 1983
ra. Walter Baptista. Vingt Rosado, Cristina Cortes, IvoVanderlinde, Wagner Lago, Osvaldo murta, Ângelo magalhães. Carlos Alberto de Carli, José Carlos Vasconcelos, Celso Sabóia, João Rebelo, José Maria Magalhães,Jutahy Júnior, Denisar Arneiro, Luiz Guedes, JosiasLeite, Mário Juruna, Manoel Costa Junior, Pedro Corrêa e Aroldo Moleta. Ata: Foi lida e aprovada, sem restrições. a Ata da reunião anterior. Ordem do Dia: O Sr.Presidente, Deputado Inocêncio Oliveira informa aospresentes que a presente reunião foi convocada para arealização do Painel sobre as Enchentes do Sul do País,que contará com a presença dos Srs. Antônio CândidoPires. Superintendente da SUDESUL e com a do General Annibal Gurgel do Amaral, Secretário Especial deDefesa Civil. A reunião foi encerrada às 13:43h (trezehoras e quarenta e três minutos). Os assuntos debatidosforam registrados através de gravação em Plenário queserão transcritos posteriormente pela Taquigrafia, passando a fazer parte integrante da presente Ata. Paraconstar, eu, Edson Nogueira da Gama, Secretário, lavreia presente Ata que depois de lida, aprovada e publicada,será assinada pelo Sr. Presidente.
22- reunião ordinária realizadano dia 15 de setembro de 1983
Aos quinze (15) dias do mês de setembro do ano de1983 (um mil novecentos e oitenta e três), reuniu-se a Comissão do Interior da Câmara dos Deputados, presentesos Senhores: Inocêncio Oliveira, Presidente, -EvandroAyres de Moura e Heráclito Fortes, Vice-Presidentes,Luiz Baptista, José Luiz Maia, Irma Passoni, WalterBaptisla, Manoel Costa Júnior, José Mendonça, PedroCorrêa, Dante de Oliveira, Mário Juruna, João Rebelo,Osvaldo Murta, Sinval Guazzelli, Renato Vianna, Jutahy Júnior, Luiz Guedes, Milton Brandão, Mansuetode Lavor e Vingt Rosado. Ata: Foi lida e aprovada, semrestrições, a Ata da reunião anterior. q.rdem do Dia: OSr. Presidente, Deputado Inocêncio Oliveira informa aospresentes que a presente reunião foi' convocada para arealização do Painel Sobre as Enchentes do Sul do país,contando com a presença dos Srs. Governador Espiridião Amin, do Estado de Santa Catarina, VieeGovernador Cláudio Strassburger, do Estado do RioGrande do Sul e do Dr. Luiz Felipe Haj Mussi, Secretário de Segurança Pública do Estado do Paraná. A reunião foi encerrada às 14:20 h (quatorze horas e vinte minutos). Os temas debatidos foram registrados e consta·rão das notas taquigráficas a serem remetidas á Comissão do interior, passando a fazer parte integrante da presente Ata. Para constar, eu, Edson Nogueira da Gama,Secretário, lavrei a presente Ata que depois de lida, aprovada e publicada, será assinada pelo Sr. Presidente.
23' reunião ordinária, ~ealizada
no dia 21 de setembro de 1983
Aos vinte c um (21) dias do mês de setembro do ano de1983 (um mil novecentos c oitenta e três), reuniu-se a Comissão do Interior da Câmara dos Deputados, presentesos Senhores: Inocêncio Oliveira, Presidente, EvandroAyrcs de Moura e Heráclito Fortes, Vice-Presidentes,José Carlos Vasconcelos, Epitácio Cafeteira, Luiz Guedes, Irma Passoni, Mansueto de Lavor, Manoel Novaes,Pedro Corréa, Mário Jutuna, Dilson Fanchini, Assis Canuto, Osvaldo Murta. Josê Maria Magalhães, AntônioPontes, Domingos Leonelli, Orestes Muniz, João Rebelo, Luiz Baptista, Raul Ferraz, José Maranhão e VingtRosado. Ata: Foi lida e aprovada, sem restrições, a Atada reunião anterior. Ordem do Dia: O Sr. Presidente,Deputado Inocêncio Oliveira, informa aos presentes quea reunião ora em andamento foi convocada para a realização do Painel Sobre as Secas do Nordeste, contandocom a presença do Sr. Walfrido Salmito, Superindentesda SUDENE.A reunião foi encerrada às 14:50 h (quatorze horas e cinqOenta minutos). A palestra proferida peloi
Outubro de 1983
Superintendente da SUDENE bem como os debates posteriores foram registrados e constarão das notas taquigráficas a serem remetidas á Comissão do Interior, passando a fazer parte integrante da presente Ata. Paraconstar, eu, Edson Nogueira da Gama, Secretário, lavreia presente Ata que, depois de lida, aprovada e publicada,será assinada pelo Sr. Presidente.
24' reunião ordinária, realizadano dia 22 de setembro de 1983
Aos vinte e dois (22) dias do mês de setembro do anode 1983 (um mil novecentos e oitenta e três), reuniu-se aComissão do Interior da Câmara dos Deputados, presentes os Senhores: Inocêncio Oliveira, Presidentes,Evandro Ayres de Moura e Heráclito Fortes, VieePresidente, Vice-Presidentes, José Carlos Vaseoncelos,Irma Passoni, Fernando Gomes, José Luiz Maia, MárioJuruna, Agenor Maria, Manoel Costa Júnior, Mansuetode Lavor, Dilson Fanchin, Elquisson Soares, ManoelGonçalves, José Maria Magalhães, Josias Leitc, LuizGuedes e Manoel Novaes. Ata: Foi lida c aprovada, semrestrições, a Ata da reunião anterior. Ordem do Dia: OSr. Presidente, Deputado Inocêneio Oliveira, deelara quea reunião Foi especialmente eonvocada para dar prosseguimento à segunda parte do Painel sobre as Seeas doNordeste, estando programado para serem ouvidos osSrs. Dom José Rodrigues, Bispo de Juazeiro, Municípíodo Estado da Bahia; Álvaro Diniz, Diretor da CONTAG e Jorge Coelho, Agrônomo da SUDENE. A reunião foi encerrada às 14:10 h (quatorze horas e dez minutos). Os temas das palestras proferidas e os debates posteriores realizados pelo senhores parlamentares, foramregistrados e constarão das notas taquigráficas a seremremetidas à Comissão do Interior, passando a fazer parteintegrante da presente Ata. Para constar, eu, Edson Nogueira da Gama, Secretário, lavrei a presente Ata que depois de lida, aprovada e publicada, será assinada pelo Sr.Presidente.
REDISTRIBUIÇÃO DE PROJETO
O Senhor Presidente da Comissão do Interior, Deputado Inocêncio Oliveira, fez, em 17 de outubro de 1983, aseguinte redistribuição:
À Deputada Irma PassoniProjeto de Lei n9 96/83, do Sr. José Carlos Teixeira,
que "estabelece isenção de contribuição previdenciáriapara construção de tipo econômico de ilrea não superiora 70 metros quadrados".
Sala da Comissão, 20 de outubro de 1983. - BenícioMendes Teixeira, Secretário Substituto.
COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA
O Senhor Presidente da Comissão de Minas e Energia,Deputado Hugo Mardini, fez, nesta data, a seguinte distribuição:
Ao Senhor Deputado Epitácio Bitlencourt, oProjeto de Lei n9 1.684/83, que "determina que as au
torizações de pesquisa e concessões de lavra nas regiõesde fronteira sejam conferidas às companhias regionais dedesenvolvimento, que poderão abri~Ias à livre garimpagem sob sua supervisão, quando não localizadas emáreas indígenas".
Autor: Deputado Mozarildo Cavalcanti - PDS/RRAo Senhor Deputado Maurício Campos, oProjeto de Lei n9 1.708/83, que "autoriza o Poder Exe
cutivo a criar o Programa Nacional de Aproveitamentodo Vinhoto".
Autor: Deputado Nelson do Carmo - PTB/SPAo Senhor Depu tado Celso Sabóia, oProjeto de Lei n9 1.581/83, que "proíbe a construção e
Funcionamento de instalações nucleares a menos de 100km de cidades populosas e condiciona sua instalação, em
DIÂRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
qualquer outro local, ã consulta prévia à população doEstado envolvido".
Autor: Deputado Abdias do Nascimento - PDTIRJAo Senhor Deputado Nelson Costa, O
Projeto de Lei n' 1.214/83, que "proíbe a exportaçãode diamantes "in natura", e dá outras providências".
Autor: Deputado Leónidas Sampaio - PMDB/RJ
Ao Senhor Deputado João Agripino, oProjeto de Lei n9 1.431/83, que "suspende por dois
anos a vigência do disposto no art. 49 da Lei n' 5.655, de20 de maio de 1971, que dispõe sobre a remuneração legai do investimento dos concessionários de serviçospúblicos de energia elétrica, e dá outras providências".
Autor: Deputado Francisco Amaral - PMDB/SP
Ao Senhor Deputado Pimenta da Veiga, oProjeto de Lei Complementar n' 67/83, que'''concede
ampla isenção de tributos, inclusive estaduais, para veículos com motor a álcool e outros que representem substituição alternativa para o petróleo, quando adquiridospelas municipalidades".
Autor: Deputado Adhemar Ghisi - PDS/SCBrasília, 6 de outubro de 1983. - Hugo Mardini, Pre
sidente da Comissão.O Senhor Presidente da Comissão de Minas e Energia,
Deputado Hugo Mardini, fez, nesta data, a seguinte distribuição:
Ao Senhor Deputado Paulo Melro, oProjeto de Lei n' 274/83, que "dispõe sobre o prazo de
vencimento das contas de água e energia elétrica, e dáoutras providências".
Autor: Deputado Paulo Zarzur - PMDB/SP
Brasília, 14 de outubro de 1983. - Hugo Mardíni, Presidente da Comissão.
I SIMPóSIO NACIONAL SOBRE ÁLCOOL COMBUSTlvEL
REGULAMENTO
Data: Dias 18, 19 e 20 de outubro de 1983Local: Plenário da Comissão de Minas e EnergiaAr!. 19 A Comissão de Minas e Energia da Câmara
dos Deputados realizará, nos dias 18, 19 e20 de outubrode 1983, no Plenário dos seus trabalhos, ~ Primeiro Simpósio Nacional sobre Álcool Combustível.
Ar!. 2' O Simpósio terá por objetivo, através deconferências, painéis e debates com políticos, autoridades diversas, cientistas e técnicos, a avaliação sobre o usodo álcool em motores e veiculas leves e pesados, paratransporte de pessoas e de cargas, sobretudo nos momentos difíceis pelos quais o País atravessa, analisandosua viabilidade ante os obstáculos técnicos, econômicose resistências sociais ou ambientais, mediante a exposição e o debate dos seguintes temas principais:
a) A política energética brasileira e a contribuiçãodo álcool;
b) O PROÁLCOOL - Desenvolvimento recente cperspectivas;
c) Produção de motores pesados movidos a álcoolviabilidade, economia e eventuais problemas;
d) Principais problemas e reivindicações dos produlares de álcool;
e) Painel - Tema: O álcool como substituto do diesel.Debatcdores: I - álcool aditivado;
2 - dupla alimentação;3 - dupla injeção/piloto;4 - desenvolvimento do motor nacional a álcool.f) Painel - Tema: Produção de energia x produção
de alimentos.Expositores: I - avaliação econômica;2 - aspectos económicos e sociais do PROÁLCOOL;3 - impactos comunitários.
Sábado 22 11409
g) Painel - Tema: Alternativas de produção de álcool. Panorama atual da produção de álcool. As experiências de cooperativas e das associações de produtores.
Expositores: 1 - desenvolvimento de novas varieda-des de cana;
2 - álcool de sorgo e mandioca;3 - álcool de madeira; .4 - as microdestilarias.h) Política de preços do álcool e dos derivados de pe
tróleo.Art. 39 Concluídos os trabalhos do Simpósio, serão
os temas nele tratados encaminhados à publicação, sob aresponsabilidade da Comissão de Minas e Energia.
Art. 4' Os conferencistas poderão fazer-se acompanhar de assessores e técnicos especialistas nos assuntosenFocados, a quem será facultado responder as perguntas.
§ I' Além dos temas do Simpósio, poderão ser encaminhados ao Presidente da Comissão de Minas e Energia trabalhos e proposições pertinentes ao assunto, cujaapresen tação, se For o caso, far-se-á no prazo máximo decinco minutos, após debatido o último tema.
§ 2' A Comissão de Minas c Energia decidirá sobrea relevância e inclusão, nos Anais do Simpósio, das proposições e trabalhos recebidos.
Da Ordem dos Trabalhos
Ar!. 5' Os trabalhos do Simpósio desenvolver-se-ãoem duas partes: uma de conferências, seguidas de debates; outra com painêis, seguidos de expositores pelo prazo de dez minutos.
§ I' A parte das conferências destina-se à exposiçãocircunstanciada dos temas e não permitirão apartes, perguntas ou debates paralelos.
§ 29 A parte dos painéis destina-se à exposição dotema central, seguida de quadros de expositores no prazomáximo de 10 minutos.
§ 3' Coneeder-se-á a palavra primeiramente aosconferencistas e expositores e, em seguida, aos parlamentares e aos participantes regularmente inscritos.
Ar!. 6' As perguntas ou manifestações de opiniãodos participantes serão formuladas por escrito, durante areunião, em formulário próprio fornecido pela Secretaria do Simpósio. Para os parlamentares será concedido oprazo improrrogável de 3 minutos para conclusões ouperguntas sobre o tema.
Art. 7' A Presidência do Simpósio será exercidapelo Presidente da Comissão de Minas e Energia.
Art. 8' Compete do Presidente:a) presidir as reuniões;b) indicar o Relator-Geral;c) organizar, juntamente com o Relator Geral, a
pauta dos trabalhos das reuniões;d) indicar o grupo de trabalho para a redação final;e) resoJver os casos omissos.Parágrafo único. O Presidente será substituído, em
seus impedimentos eventuais, pelos Vice-Presidentes daComissão de Minas e Energia.
Ar!. 9' Compete ao Relator-Geral:a) receber os trabalhos e proposições e tomar as pro
vidências para a consecução dos objetivos do Simpósio;b) organizar, juntamente com o Presidente, a pauta
dos trabalhos das reuniões;
c) coordenar a preparação, divulgação, organizaçãoe execução dos trabalhos.
Ar!. 10. À Secretaria Executiva compete o desempenho das atividades de apoio administrativo do Simpósio.
Dos Participantes
Ar!. lI. Poderão participar do Simpósio:a) parlamentares;b) autoridades e técnicos especialmente convidados;c) convidados por indicação de Deputados membros
da Comissão de Minas e Energia.
11410 Sábado 22
Parágrafo único. No decorrer dos debates, por indicação de parlamentares ou de conferencistas, aprovadapelo plenário da Comissão de Minas e Energia, poderáser convocada qualquer pessoa de reconhecido saber,pertinente aos assuntos tratados no Simpósio, em horário extraordinário a ser fixado dentro do período dasreuniões programadas.
Das Disposíções Finais
Art. 12. O presente Regulamento poderá ser alterado pela- Presidência, de comum acordo com o RclatorGeral.
Art. 13. Concluído o Simpósio, no prazo máximode 90 dias serão apresentadas e publicadas as conclusõese sugestões da Comissão de r,{inas e Energia ao PoderExecutivo e à Mesa Diretora do Poder Legislativo, bemcomo a todos os participantes e interessados na situaçãodo álcool combustível no País.
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITODESTINADA A EXAMINAR A UTILIZAÇÃO DOSRECURSOS HIDRICOS NO BRASIL
2' Reunião, realizada em 6-10-1983
Às dez horas e quarenta e cinco minutos do dia seis deoutubro de mil novecentos e oitenta e três, reuniu-se noPlenário da Comissão de Transportes, na Câmara dosDeputados, em Brasília, sob a Presidência do DeputadoOsvaldo Coelho, a Comissão Parlamentar de Inquéritodestinada a examinar a utilização dos recursos hídricosno Brasil, com :l presença dos Senhores Deputados Osvaldo Coelho, Coutinho Jorge, Mendes Botelho, Evandro Ayres de Moura, Etelvir Dantas, Adroaldo Campos,Ludgero Raulino, membros efetivos: Antônio Gomes,suplente. Dando início aos trabalhos, o Senhor Presidente, Deputado Osvaldo Coelho, determinou à Secretáriaprocedesse à leitura da Ata, que foi aprovada unanimemente. Retomando a palavra, o Senhor Presidente indicou o Senhor Deputado Coutinho Jorge para Relator daComissão, concedendo-lhe a palavra. O Senhor Deputado Coutinho Jorge aceitou a escolha considerando-auma mi."ão altamente dignificante. Teceu consideraçõesa respeito dos problemas hídricos brasileiros, declarandoque a Comissão deveria iniciar suas atividades, fazendolevantamentos e prosseguir analisando a utilização alternativa desses recursos, pois o que existe é um manejo incorreto, necessitando-se verificar, posteriormente, osmeios que viabilizem uma política coerente de aproveitamento das fontes. A seu ver, a CPI há que observar ínloco o problema, estruturar uma sistemática de trabalho,apresentando conclusões objetivas, claras, defensáveis eimplementáveis a curto, médio e longo prazos. Ao enfatizar perceber que esta Comissão será bastante enriquecida pela vivência do seu Presidente e experiência dos seuscomponentes, o Senhor Deputado Coutinho Jorge agradeceu sua indicação, prometendo honrar o compromissoassumido. Falando, a seguir, o Senhor DeputadoAdroaldo Campos sugeriu à Comissão inteirar-se, inicialmente, sobre os planos do Governo e, numa segundaetapa, conhecer e verificar o aproveitamento dos recursos hídricos. O Senhor Deputado Etelvir Dantas parabeniza a Comissão pela escolha do Presidente e pela indicação do Relator, acrescentando que alguns projetos relativos aos recursos hídricos estão em abandono, necessitando serem visitados e estimulados. Voltando a falar, oSenhor Presidente renova agradecimentos pela presençados Senhores Deputados e ratifica sua confiança no desenvolvimento de um trabalho de equipe em torno doSenhor Relator. Nada mais havendo a tratar, o SenhorPresidente encerrou os trabalhos às onze horas e quinzeminutos, convocando uma próxima reunião para o diavinte de outubro às nove horas e trinta minutos. E, paraconstar, eu, Nelma Cavalcanti Bonifácio, Secretária, la-
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçào I)
vrei a presente Ata, que, após lida e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente.
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITODESTINADA A INVESTIGAR OS EPISÓDIOS
QUE ENVOLVERAM O BANCO NACIONAL DAHABITAÇÃO E O GRUPO DELFIN E QUE
CULMINARAM COM A INTERVENÇÃO DO BANCO CENTRAL NO REFERIDO GRUPO
9<' Reuniào, realizada em 06-10-83
Às nove horas e quarenta minutos do dia seis do mêsde outubro de mil novecentos e oitenta e três, presentesos Senhores Deputados Brandão Monteiro, VicePresidente no exercício da Presidência, Alberto Goldman, Relator; Paulo Mincarone, Arthur Virgílio Netto,Nelson Wedekin, Nasser Almeida, membros efetivos daComissão; Irma Passoni, Márcio Braga, Nilton Alves,membros suplentes; e mais o Senhor Deputado ManoelCosta Júnior, reuniu-se no plenário da Comissão deCiências e Tecnologia, Anexo 11 da Càmara dos Deputados, em Brasília, Distrito Federal, esta Comissão Parlamentar de Inquêrito destinada a investigar os episódiosque envolveram o Banco Nacional da Habitação e oGrupo Delfin, que culminaram com a intervenção doBanco Central no referido Grupo, para tomada de de·poimento do Senhor Maurício Schulman ex-Presidentedo BNH. Ata; Lida, discutida e aprovada a da reuniãoanterior. O Senhor Presidente sugeriu a convocação doSenhor Assis Paim Cunha para prestar depoimento nodia 19 do corrente, justificando a sugestão em face dasdeclarações daquele empresário aos principais jornais doPaís, no último dia dois, relacionada com o princípio denegócio entre os Grupos Delfin e Coroa Braste!. A Senhora Deputada Irma Passoni sugeriu que a convocaçãodo Senhor Paim fosse feita em data mais próxima. O Senhor Deputado Paulo Mincarone sugeriu a data de dezoito de outubro. Submetida à votação, foi aprovada adata de dezenove de outubro para o aludido depoimento. Pela ordem, o Senhor Relator Deputado AlbertoGoldman propôs que fosse designado um membro daComissão para deslocar-se à cidade de São Paulo a fimde proceder diligências, relacionadas com matéria emexame nesta Comi.ssào, oportunidade em que fez a indicação do nome do Senhor Presidente em exercício. Aproposta foi aprovada por unanimidade. O Senhor Presidente convidou o Senhor Depoente a tomar assento àmesa e, após prestar o compromisso de praxe, foi inquirido pelos Senhores Deputados Alberto Goldman, Nelson Wedekin, Irma Passoni, Paulo Mincarone, BrandãoMonteiro, Manoel Costa Júnior. O depoimcnto e as inquirições foram gravados e, depois de traduzidos e datilografados, serão anexados aos autos do presente inquêrito. Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente agradeceu a presença do Depoente e encerrou a reuniào às treze horas e cinqüênta minutos, convocando osSenhores membros da Comissão para a próxima reuníão, a realizar·se no dia dezenove do corrente mês, àsnove horas, para tomada de depoimento do Senhor AssisPaim Cunha, Presidente do Grupo Coroa Brastel. E,para constar, eu, Sebastião Augusto Machado, Secretário, lavrei a presente Ata que, depois de lida, discutidae aprovada será assinada pelo Senhor Presidente.
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITODESTINADA A INVESTIGAR OS EPrSÓDIOS
QUE ENVOLVERAM O BANCO NACIONAL DAHABITAÇÃO E O GRUPO DELFIN E QUE
CULMINARAM COM A INTERVENÇÃO DO BANCO CENTRAL NO REFERIDO GRUPO
10' reunião, realizada em 19-10-1983-
Às dez horas do dia dezenove do mês de outubro demil novecentos e oitenta e três, presentes os Senhores
Outubro di: 1983
Deputados Brandão Monteiro, Vice-Presidente noexercício da Presidência; Alberto Goldman, Relator;Paulo Mincarone, Arthur Virgílio Netto, Nelson WedeKin, Nasser Almeida, Sérgio Ferrara, membros efetivosda Comissão; Irma Passoni, Márcio Braga, Gustavo deFaria, membros suplentes; e mais o Senhor DeputadoNilson Gibson, reuniu-se no plenário das ComissõesParlamentares de Inquérito, Anexo II da Cámara dosDeputados, em Brasília, Distrito Federal, esta ComissãoParlamentar de Inquérito destinada a investigar os episódios que envolveram o Banco Nacional da Habitação e oGrupo Delfin e que culminaram com a intervenção doBanco Central no referido Grupo, para tomada de depoimento do Senhor Assis Paim Cunha, Presidente doGrupo Coroa Braste!. ATA: Lida, discutida c aprovadaa da reunião anterior. Empediente: Leitura dos seguintesofícios; Pres-1500/83, do BACEN, respondendo Of. n9
020/83-PR., da Comissão que solicitava informaçõessobre possível negociação entre os Grupos Delfin e Coroa Brastel: GP-1803/83, do BNH, encaminhando documentos requisitados por ocasião do depoimento do Senhor José Lopes de Oliveira: sln do Senhor Roger Guimarães Levinsohn, encaminhando documentos requisitados por ocasião do depoimento do Senhor RonaldGuimarães Levinsohn. O Senhor Presidente comunicouao Plenário sobre a ausência do depoente e propôs, emseguida, que o mesmo fosse convocado para uma novadata. Ouvido O Senhor Relator, este propôs o dia novede novembro próximo, e que a Comissão fosse convocada para a próxima quarta-feira, dia 26, para tratar dedois assuntos, quais sejam: a complementação do roteiroinicial e da efetivação ou eleição do Presidente da Comissão. As propostas foram submetidas à votação e aprovadas por unanimidade. A Senhora Deputada Irma Passoni, pela ordem, requereu que fosse distribuidas cópias docalendário geral de convocações aos Senhores membros,bem como cópias dos documentos já recebidos pela Comissão. O Senhor Presidente acolheu o requerimento edeterminou à Seeretària que procedesse ao atendimento.A reunião foi gravada, e depois de traduzidas c datilografada, será anexada aos autos do presente inquérito.Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente encerrou a reunião as onze horas e cinco minutos, convocando os Senhores membros da Comissão para a próximareunião, a realizar-se, amanhã dia vinte de outubro, àsnove horas para tomada de depoimento dos SenhoresLuiz António Pompéia, Diretor da EMBRAESP, VictorLuiz Vieira, Perito da CEF e Osvaldo Freitas Grossmann, perito do BACEN. E, para constar, eu, SebastiãoAugusto Machado, Secretário, lavrei a presente Ata que,depois de lida, discutida e aprovada será assinada peloSenhor Presidente.
COMISSÃO DE TRABALHO E LEGISLÁÇÃOSOCrAL
REDISTRIBUIÇÃO N? 10/83
O Presidente da Comissão de TRabalho e LegislaçãoSocial, Deputado
Djalma Bom, fez a seguinte redistribuição em 17-10-83;Ao Senhor Deputado Francisco Amaral;Projeto de Lei n? 36/83, do Sr. Adhemar Ghisi, que
"disciplina o salário profissional de advogado e a remuneração mínima por serviço prestado".
Brasília, 17 de outubro de 1983. - Agassis NylanderBrito, Secretário.
COMISSÃO DE TRANSPORTESDISTRIBUIÇÃO DE PROJETOS EM 18 DE OU
TUBRO DE 1983
l. Projeto de Lei n? 1.287/83 - "Atribui ao Departamento de Polícia Federal (DPF) a competência para afiscalização da utilização de veículos automotores oficiais, na forma que menciona."
Outubro de 1983
Autor: Senhor Ricardo RibeiroAo Sr. Deputado Mendes Botelho2: Projeto de Lei n' 1.569/83 - "Dispõe sobre o li
mite máximo de peso transmitido por veiculas às superflcies das vias públicas."
Autor: Senhor Dilson FanchinAo Sr. Deputado Paulo Mincarone3. Projeto de Lei n' 1.674/83 - "Atribui prioridade
absoluta à construção do trecho rodoviário que especifica, incluido no Plano Nacional de Aviação, aprovadopela Lei n' 5.917, de 10 de setembro de 1973."
Autor: Senhor Siqueira CamposAo Senhor Deputado Homero Santos4. Projeto de Lei n' 1.721/83 - "Inclui a rodovia
que especifica no Sistema Rodoviário N acionai, do Plano Nacional de Viação."
Autor: Sr. Siqueira CamposAo Sr. Deputado Navarro Vieira Filho5. Projeto de Lei n' 1.762/83 - "Dispõe sobre õ
transporte rodoviário de bóias-frias, com maior segurança e conforto e dá outras providências."
Autor: Sr. Paulo ZarzurAo Senhor Deputado Sérgio Ferrara6. Projeto de Lei n' 1.770183 - "Autoriza a rever
são ao Munieípio de Jaearezinho, Estado do Paraná, doterreno que menciona.H
Autor: Poder ExecutivoAo Sr. Deputado Raul Bernardo7. Projeto de Lei n' 1.867/83 - "Estabelece meia
passagem para estudantes em viagens interestaduais."Autor: Sr. Anselmo PeraroAo Sr. Deputado Carlos Peçanha8. Projeto de Lei n' 3.151/76 - "Dispõe sobre uso
de eombust1vellíquido, óleo diesel ou álcool-motor, emveículos automotores licenciados para serviço de aluguelcomercial, inclusive táxi, e dá outras providências."
Autor: Sr. José Ribamar MachadoAo Sr. Deputado Darcy Pozza9. Projeto de Lei n' 3.207/80 - "Concede isenção
do pagamento da Taxa Rodoviária Única ao motoristaproprietário de veículo de aluguel, destinado ao transporte individual de passageiros."
Autor: Sr. Walmor de LucaAo Sr. Deputado Simão Sessim10. Projeto de Lei n' 3.248/80 - "Introduz alte
ração no Decreto-lei n' 73, de 21 de novembro de 1966,limitando o teto dos prêmios devidos no seguro obrigatório de veículos de aluguel."
Autor: Sr. Marcelo CordeiroAo Sr. Deputado Alércio Dias
COMISSÃO DE REDAÇÃO26' Reunião Extraordinária da l' Sessão Legislativa da
10' Legislatnra, realizada em 3 de ontnbro de 1983
Às dez horas e quinze minutos do dia três de outubrode mil novecentos e oitenta e três, reuniu-se extraordinariamente a Comissão de Redação, na sala onze do Anexodois da Câmara dos Deputados. Estiveram presentes osseguintes Senhores Deputados: Aloysio Teixeira, Presidente, Sérgio Lomba, Joaci! Pereira, Prisco Viana, JoséCarlos de Vasconcelos. Lida, foi aprovada a Ata da reunião anterior. A seguir, foram lídas, discutidas e aprovadas, nos termos dos pareceres dos relatores, as redaçõesfinais das seguintes proposições: Projeto de Lei n' 1.318B, de 1979, que "dispõe sobre a criação de Junta de Conciliação e Julgamento no Município de Araras, Estadode São Paulo"; Projeto de Lei n' 4.802-B que "acrcscentaparágrafo ao arl. 13 da Lei n' 5.474, dc 18 de junho de1968, que dispõe sobre as duplicatas, e dá outras providências"; Projeto de Lei n' 6.0 I l-B, de 1982, que "alteraa Lei n' 6.179, de 11 de dezembro dc 1974, que instituiamparo previdenciário para maiorcs de setenta anos deidade e para inválidos"; Projeto de Lei n' 6.038-B, de1982, que "revoga o arl. 2' do Decreto-lei n' 1.910, de 29
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
de dezembro de 1981, que dispõe sobre a obrigatoriedadc dc contribuição previdenciária por parte de aposentados c pensionistas"; Projeto de Lei n' 236-B, de 1983,que "extingue o periodo de carência para a concessão deauxílio-doença e da aposentadoria por invalidez no âm·bito da Previdência Social, e determina outras providências", relatadas pelo Senhor Deputado Sérgio Lomba;Projeto de Lei n' 4. 112-B, de 1980, que "acrescenta parágrafo único ao arl. 3' da Lei n' 1.060, de 5 de fevereiro de1950, que trata da assistência judiciária aos necessitados"; Projeto de Lei n' 4.294-B, de 1981, que "Revoga o§ 4' do ar!. 37 da Lei n' 5.250, de 9 de fevereiro de 1967- Lei de Imprensa"; Projeto de Lei n' 6.034-B, de 1982,que "dispõe sobre a contagem de tempo de efetivo serviço nas Forças Armadas dos militares que prestaramserviço público federal, estadual ou municipal"; Projetode lei n' 553-B, de 1983, que "aAltera o ar!. I' e seu§ I'da Lei n' 4.717, de 29 dejunho de 1965, para ampliar ashipóteses de cabimento de ação popular e de legitimaçãopara propô-la"; Projeto de Lei n' 761-B, de 1983; que"revoga o ar!. 243 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei n' 5.452, de I' de maio de1943, que dispõe sobre o horário dos ferroviários de estações do interior", estas últimas relatadas pelo SenhorDeputado Joacil Pereira. Às onze horas e dez minutos,nada mais bavendo na pauta, o Senbor Presidente encerf OU os trabalhos, e, para constar, eu, Laura Antônia Parrella Parisi, Secretária, lavrei a presente Ata que, depoisde lida e achada conformc, será assinada pelo Senhorpresidente.
Aloysio Teixeira, Presidente.
27' Reunião Ordinária da I' Sessão Legislativa dalO' Legislatura, realizada em 28 de setembro de 1983
Às dez horas do dia vinte e oito de setembro de mil novecentos e oitenta e três, reuniu-se ordinariamente a Comissão de Redação, na sala <lnze do Anexo Dois da Câmara dos Deputados. Estiveram prescntes os seguintesSenhores Deputados: Aloysio Teixeira, Presidente,Francisco Rollemberg, José Carlos de Vasconcelos,Djalma Bessa, Sérgio Lomba, Freitas Nobre e MárioHato. Deixaram de comparecer, por motivo justificado,os Senhores Deputados Rita Furtado, Daso Coimbra,João Herculino e Simão Sessim. Lida, foi aprovada aAta da reunião anterior. A seguir, foram lidas, discutidase aprovadas, nos termos dos pareceres dos relatores, asredações finais das seguintes proposições: Projeto de Lein' 5.729-B. dc 1981, que "altera a Lei n' 6.717, de 12 denovembro de 1979, que instituiu a modalidade de sorteiode números - Loto"; Projeto de Lei n' 5.794-B, de 198 I,que "define como crime de responsabilidade, dos Prefeitos Municipais, pagar a seus servidores salários abaixodo valor correspondente ao saláro minimo da região, introduzindo disposição no ar!. I' do Decreto-lei n' 201,de 27 de fevereiro de 1967"; Projeto de Lei n' 263-0, de1983, que "exclui, dentre os considerados de interessc daSegurança Nacional, os Municípios de Amambaí, Antô
.nio João, Aral Moreira, Bela Vista, Caracol, Corumbá,Eldorado, Iguatemi, Ladário, Mundo Novo, Ponta Porãe Porto Murtinho, no Estado de Mato Grosso do Sul",que foram relatadas pelo Senhor Deputado José Carlosde Vasconcelos; Projeto de Lei n' 6.741-B, de 1982, que"estende aos Auditores do Tribunal de Contas da Uniãoo disposto na Lei n' 6.554, de 21 de agosto de 1978, e dáoutras providências", relatada pelo Senhor DeputadoFrancisco Rollemberg; Projeto de Lei n' 5.709-B, de198 I, que "altera a redação do art. 35 do Decreto-lei n,3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de ProcessoPenal, para efeito de garantir à mulher casada o direitode queixa, e dá outras providências"; Projeto de Lei n'5.921-B, de 1982, que "autoriza o Poder Executivo acriar um Fundo para o Alistamcnto Eleitoral"; Projetode Lei n' 5.957-B, de 1982, que "introduz alteração naLei n' 1.711, de 28 de outubro de 1952 - Estatuto dos
Sábado 22 11411
Funcionários Públicos Civis da União"; Projeto de Lein' 287-D, dc 1983, que "exclui, dentre os consideradosde interesse da Scgurança Nacional, o muinicípio de TrêsLagoas, no Estado de Mato Grosso do Sul", relatadaspelo Senhor Deputado Sérgio Lomba. Às onze horas,nada mais bavendo na pauta, o Senhor Presidente encerrou os trabalhos. E, para constar, eu Laura Antonia PerrelIa Parisi, Sccretária, lavrei a presente Ata que, depoisde lida e achada conforme, será assinada pelo SenhorPresidente. Aloysio Terixeira, Presidente.
28' Reunião Ordinária da I' Sessão Legislativa dalO' Legislatura, realizada em 6 de outubro de 1983
Às dez horas e cinco minutos do dia seis de outubro demil novecentos e oitenta e três, reuniu-se ordinariamentea Comissão de Redação, na sala onze do Anexo Dois daCâmara dos Deputados. Estiveram presentes os seguintes Senhores Deputados: Aloysio Teixeira, Presidente,Djalma Bessa, Sêrgio Lomba, Prisco Viana, BocayuvaCunha, Junia Marise, Freitas Nobre. Deixaram de comparecer, por motivo justificado, os Senhores DeputadosMário Hato, Rita Furtado, Daso Coimbra, João.Herculino, Simão Sessim e Francisco Rollemberg. Lida, foiaprovada a Ata da reunião anterior. A seguir, foram lidas, discutidas e aprovadas, nos termos do parecer do relator, Senhor Deputado Sérgio Lomba, as redações finais das scguintcs proposições: Projeto de Lei n' 77-C, de1983, que "outorga ao Presidente Getúlio Vargas o títulode "patrono dos Trabalhadores do Brasil"; Projeto deLei n' 2.284-A, de 1983, que "concede autorização, atitulo precário, para que os atuais garimpeiros continuem explorando o ouro de Serra Pelada e determinaoutras providências". Às dez horas e vinte minutos, nadamais havendo na pauta, o Senhor Presidente encerrou ostrabalhos. E, para constar, eu, Laura Antonia PerrellaParisi, Secretária, lavrei a presente Ata que, dcpois delida e achada conforme, será assinada pelo Senhor Presidente. Aloysio Teixeira, Presidente.
ERRAT~
26' Reunião Ordinária da l' Sessão Legislativa da10' Legislatura, realizada em 22 de setembro de 1983
Exclua-se, da rclação de projetos incluídos na Ata acima referida, o Projeto de Lei n' 2.124-B, de 1979, que"altera a redação do ar!. 57 da Lei n' 3.807, de 26 deagosto de 1960 - Lei Orgânica da Previdência Social, edá outras providências". Aloysio Teixeira, Presidente.
25' Reunião Ordinária da l- Sessão Legislativa dalO' Legislatnra, realizada em 21 de setembro de 1983
Exclua-se, da relação de projetos incluídos na Ata acima referida, o Projeto de Lei n' 218-B, dc 1979, que "assegura a permanência no emprego ao trabalhador readaptado em virtude de acidente e dá outras providências·'. Aloysio Teixeira, Presidente.
SECRETARIA-GERAL DA MESAResenha da Correspondência Recebida
19-10-83 - Aviso n' 392-SUPAR/83, de 18-10-83, doGab. Civil da Preso da República, encaminhando eselarecimentos dos Ministérios da Eduçação e Cultura, da Justiça e das Comunicações, sobre os quesitos constantes doReq. de Informações n' 53/83, de autoria do Sr. Dep.Francisco Amaral, sobre o não atendimento e quais osimpedimentos aos requerimentos cnviados a diversosMinistérios de Estado.
- Aviso n, 393-SUPAR/83, de 18-10-83, do Gab. Civil da Preso da República, encaminhando esclarecimentos do Min. da Fazenda, sobre os quesitos constantes doReq. de Informações n' 21/83, de autoria do Sr. Dep.Francisco Studart, solicitando à Secretaria de Planeja.
!1412 Sábado 22 ,
mento da Presidência da República e ao Banco Centraldo Brasil relação nominal das empresas estatais inadimplentes com compromissos no exterior e informaçõessobre o montante da dívida externa de órgãos públicos.
- Of. SM/n' 686, de 1\-10-83, do SF, comunicandoremessa à sanção do PL n' 3.247/80, que "dispõe sobre aobrigatoriedade de aplicação dos créditos e financiamentos de organismos governamentais e daqueles provenientes de incentivos fiscais, exclusivamente nos projetospara os quais foram concedidos".
- Of. SM/n' 687, de 17-10-83, do SF, encaminhandoo PL n' 6.239/82, que "autoriza o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS, autarquia vinculada ao Ministério do Interior, a doar o imóvel quemenciona, situado no Município de Cariús, no Estadodo Ceará", sancionado.
- Of. SM/n' 688, de 17-10-83, do SF, encaminhandoo PL n' 08/83, que "autoriza o Instituto Nacional de Colonização c Reforma Agrária - INCRA a doar o imóvelque menciona", sancionado.
- Of. SM/n' 689, de 17-10-83, do SF, encaminhandoo PL n' 190/83, que "concede pensão especial a AbigailLopes, companheira do ex-sertanista Francisco FurtadoSoares de Meircles", sancionado.
Oficios
SGM-965, de 17-10-83 - Ao Senador Octávio Cardoso, convidando-o para participar de Painel na Com. deConstituição e Justiça.
SGM-966 a 969, de 17-10-83 - Aos Srs. Presidentes:da TELEBRÂS E Associação Brasileira de Telecomunicações, Dr. Hélio Estrela e ao Preso do Instituto Brasileiro de Direito Tributário, convidando-os para participarde Mesa-Redonda na Com. de Comunicação.
SGM-970, de 19-10-83 - Ao SF, encaminhando o PLn' 566/75, que "assegura o direito de preferência, dosatuais ocupantes de imóveis residenciais do Instituto Nacional da Previdéncia Social-INPS, a aquisição das unidades respectivas".
SGM-971, de 19-10-83 - Ao SF, encaminhando o PLnv 416/75, que "dispõe sobre a anotação do salário, naCarteira de Trabalho e Previdência Social dos barbeiros,cabeleireiros, manicures e massagistas". .
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
SGM-972, de 19-10-83 - Ao SF, encaminhando o PLn' 405/75, que "dispõe sobre a aplicação de produtos saneantes clorados".
SGM-973, de 19-10-83 - Ao SF, encaminhando o PLn' 316/75, que "acrescenta parágrafos ao art. 77 da Lein' 5.108 de 21 de setembro de I966-Código Nacional deTrânsito".
SGM-974, de 19-10-83 - Ao SF, encaminhando o PLn' 12/75, que "institui o "Dia da Bíblia", para ser comemorado anualmente em todo o território nacional no segundo domingo de dezembro".
SGM-975, de 19-10-83 - Ao SF, encaminhando o PLn' 505/75, quc "determina a obrigatoriedade da incidência de juros e correção monetária nos débitos de entidades públicas".
SGM-976, de 20-10-83 - Ao SF, encaminhando o PLn' 3.322/80, que "assegura ao aposentado por invalidezque retoma à atividade, após se recuperar parcialmentc,ou para trabalho diverso do que habitualmente exercia,direilo a manter seus proventos".
SGM-977, de 20-10-83 - Ao SF, encaminhando o PLn' 600/75, que "altera dispositivo da Consolidação dasLeis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei n' 5.452, del' de maio de 1943".
SGM-978, de 20-10-83 - Ao SF, encaminhando o PL138/75, que "institui o "Dia da Comunidade AfroBrasileira" c determina outras providências".
SGM-979, de 20-10-83 - Ao SF, encaminhando o PLn. 5.693/81, que "declara de utilidade pública o GrupoEspirita Cristão "André Luiz de Interlago~", sediado nacidade de São Paulo-SP". '
SGM-980, de 20-10-83 - Ao SF, encaminhando o PLn' 2.555/79, que "altera dispositivos da Consolidaçãodas Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei n'5.452, de 1. de maio de 194~, estabelecendo regime especial de férias para os tripulantes de unidades mercantes".
SGM-98I, de 20-10-83 - Ao SF, encaminhando o PLn' 5.566/81, que "instroduz alterações no Decreto-lei n'2.848, de 7 de dezembro de 1940-Código Penal, para ofim de incluir o crime de porte de arma e seus consectários" .
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Outubro de 1983
SGM-982, de 20-10-83 - Ao SF, encaminhando o PL593/75, que "introduz alterações no Decreto-lei n' 201,de 27 de fevereiro de 1967, que trata da responsabilidadedos Prefeitos e Vcreadores, dispondo sobre maior proteção do mandato legislativo dos Vereadores".
SGM-983, de 20-10-83 - Ao SF, encaminhando O PLn' 5.480/81, que "altera o art. 100 da Lei n' 5.869, de Iide janeiro de 1973-Código de Processo Civil".
SGM-984, de 20-10-83 - Ao SF, encaminhando o PLn' 614/75, que "erige em monumento nacional o túmulodc Getúlio Dornelles Vargas, na cidade de São Borja".
SGM-985 a 994, de 21-10-83 - Aos Srs. Presidentes:do GEIPOT. da NTC, da RODONAL, do CNP, da ANFAVEA; Diretor-Geral do DNER, Presidente do SINICON. Dr. Pedro Paulo de Ulysséia; Presidente da ABDER e da ABER, convidando-os para falar na Com. deTransportes.
GP-0-2484, de 1'8-10-83 - À Com. de Comunicação,comunicando o deferimento do Of. 131/83.
GP-O-2485, de 18-10-83 - Ao SF, encaminhandoProposta de Emenda Constitucional, de autoria do Dep.Valmor Giavarina que "altera a redação dos arts. 101 e102 da Constituição Federal".
GP-O-2516 e 2517, de 20-10-83 - Aos Srs. VicePresidente da República, Dr. Aureliano Chaves e Ministro dos Transportes, Dr. Cloraldino Severo, para procederem à abertura e ao encerramento do Seminário sobreTransportes Rodoviários.
PORTARIA LT/GP/84/83
o Presidente da Câmara dos Deputados, na forma dosarts. 4' e 5' da Resolução n' 24, de 28 de junho de 1976,resolve designar Maria das Graças de Oliveira para exercer, no Gabinete dos Suplentes de Secretários, sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho, a função deOficial de Gabinete, com o salário mensal deCr$92.006,00 (noventa e dois mil e seis cruzeiros), a partir dc 7 de outubro do corrente ano.
Câmara dos Deputados, 19 de outubro de 1983. Flávio Mareílio, Presidente.
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SoZicita in/o!'fIlaçõe~ ao l.fII/IS'l'EH[() IJtl }'/I~:!:.'N!JA
sobroe a l"ó:!lI/tJS8a dli! dólaT'aa par~l '-' 1!.;.L·r.oJl·i~l' PCil"
empl"esaa nacionais e e~tr'angeíl'asJ em 1980 J
1981 e 1982.
SoZicita infopmaçôea ao NIIIIS1'tilIO DA JUS2'IÇA
sobre projetou e ~eaursos para a aonstpI!ç5o
de uma penitenciál'ia em Campina Gl'a'lde (l-'!:JJ.
Solicita infol"mações ao Mt'e SObl'ti! ad OUJ'U$ J;)
Patflimânio !listóT'ico de Bel.érn do Pal.'â.
Sâbado' 22 1141)
DA:l'A D.~ RE'::!:S3/. /~ G..:~:":::,~· :!:'~'':'
F.~=·81 !J':,.':,'CI':" ~.,: .~ :'7 • -=::.....~
FERREIRA. !.fAftTI:1S So1.icir::ll informaçõen ao Sr. M[Nr~J'1'IW !::X'i'R/iORDI
NARIO 1',lU,l A ..;BUNTOS FUNDrARJ08 u"'!,!'/) ~l I.O'2""!o,:J9.
çào pelo INCHAI nos exe~c{eios de ]V,d u 1982 1
do Imposto TerritoriaL Rural, ", dS
56/B3
37/83
~O/d3
n/83
42/83
n/83
n/83
~8/83
50/85
55183
OSVALDO MELO
CRISTINA TAVARE:S
:3~RJIO CRUZ
SIEGFRIE~ HE~SER
PRA:JCISC:O .-:.'·}AR/.L
FRAnCISCO AUARAL
ALtRCIO DIAS
ARnALDO .\IACIEL
HtLIO DUQUE:
AIRTON SOARES
SoLioita infoprnaçôea ao MIlIlSTtRIO O,IS MUlAS eEflERGIA sobt'e a implantação do pl'ojt1to Albl'áa
Alttnl.ir·te.
Solicita infopmações ao INS2'ITUTO BIIA9ILEIRO
De DE:SeNVOLVIMeNTO FLOReSTAL - IBDP sobpe os
projetos aprovados pelo õl"gào n08 últimoa
anoS'.
SoliiJi tJ inforomações ao MIloU5TtRIU DO UlTE
RIOR sobre o n~meTo de mutuarios do Sistema
Finance1>/'o de Rabitaçào inadimplentes nos úl:timos 5 anos,
Soliaita -itlj'ol'ma"õen uo MJNIS1'tIUO Ih! AUJ([CUI.
TURll aobroe CQmIH'ciati=;açào doi! <.:1·!'1)i; ..: r~ ~J(70
Solioita ·ini'o2 I maçÕlJ:3 ao~NI!/IS'1't/(JO ll/! P.r1'L!:.'NDA
soor'e O montante dedl~;:ido do Imp"tl L.O dtt RiJnJa
a titu~o do c~idito financ~i~o ahali~udo POl'
emp~esa8 de capitais naai011ain e ~Ol' ~mpl'dBav
de capitaZ es~rangeil'o,
Solicita in'foPlnaçôes ao BANCO NACIONAL DA liAS]'
TAÇÃO sobre os mutu.ários em atz'Cl.1:10 HU.3 Vl't!<lta
çôqs da casa própria,
SoLicita infopmaçõea ao MINIS1'f:ilIO DO IN2'I.'IlIOII
sobve aqkisiç5es de terrenos p~Zo aNil nos aZtimas 3 a1l0S.
SoLioita infopmaçõe. ao MINIS2'f:U!o LiOS ~'RANSPO!!.
PES SObl',I? 4) d"ft<kMteft-t:o do'S 't1"oba (/fl.:nJ r.iol pãviman
tação da BR-3t3oJ 1 no 't"peaho C"uidl'ci-",xJ'to V~lho-.
Ab~nã-Rio B~anao.
SoLicita infol'lJla"õel' ao MIIIISj'CI<J'U 1J.4 ";lZI::NDA
sabre a Latepia'E3poptiua Fed~pal d a Loto.
SoZicita informações ao Nlf/IS'l'F:RIO DAS NINAS E
ENERGIA sobl'e ope'l'açõel:1 no mer'c:auo l'i.rlaH~Bipo
intB~naoionaLI pela PETROHRAs J d~ a~~uto d~
1982 a 30 de abviL de 1~8J.
So ~ icd ta illfo}"'I~ções ao t>iINJSPEU TO 0." ·~'A.'aNlJ:[
Bo1:t'~ a CGI que apul"otl iJ'l'eaul,V·'i-dorr.(Jd Há "i!&..:~
,-=a /:,'aonô!I/'ida FedllJ'al de Goiás.
Df. SiJ,If-.d/, ·d" :':'., 3,{
Df'. SlJN-5d8 1 d ... ,:: •• , ..,. 3J
Of. :.:;';:.j-t,uJJ
.~, •••• }~ • ..,j
Di, :.:(J'U-o'i.J) • .• ~ '.:1. ):/. ~,'
11414 Sãbado 22 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
1 ;,1 d J
Outubro de 1983
----------------------------------------
MOZARILDO CAVALCANTI, SoLioita informações ao TRIBUNAL DE CONTAS DA
UIlIÃO SOVl'B ae (Jantas do GoVerno do 'l'erpitô:rl-o
J;'ederal de ROr'aima J l"e'·l.ativas aO<i eXtH~a{.oio.:; de
1979 a 1982 - Governo OtOl'1QP de Sou~a Pinto.
56/83
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.~!.'?CR
FRANCISCO AMARAL
FRANCISCO AMARAL
WALL FERRAZ
OSVALDO NELO
HELIO DUQUE
CRISTIlIA TAVARES
FRANCISCO AMARAL
RAYMUNDO ASFORI,
RAnJU:IDO ASFORA
ALBeRICO CORD~IRO
PAULO MI:1CAROIIE
RAYMUNDO ASFORA
OSVALDO MELO
HELIO DUQUE."
ENENTA
Solicita informações ao MINISptRIO DAS UINAS E
ENERGIA sobre a Canta de Reserva GLobal Je R.
ver8ão~ movimBn~ada peZa ELETROER~S.
SoLicita informações aoe IHNISTPRIO VI, ,'AZEIIDA"
SECRETARIA DE PLANEJAMENTO DA PRESIDtllCIA DA R~
POBLICA e MINISTERIO DA PREVIDENC1A E ASSISTEN
erA SOCIAL~ SObl"8 o débito da União para aom a
Previdência Social.
SoLici~a informações ao MINISTERIO DA AGRICUL
TURA 8obroB a implanta~ão do Parque Nacional da
Capivara" em são Raimundo Nonato, no Piaw{.
SoZicita informações à SECRt'TAHIA DE' PLAIIEJAIIEII
TO DA PRESIDtllCIA DA REPOSLICA sob,-e a implant!!.
ção de T~óleibus em Be1ám.
SoZioi ta informações ao III1IISTeRIO DA AERON,{Un
CA sobra as obras de ampliação do Aeroporto de
Macaé~ no Estado do Rio de Janeiro.
SoLicita informaçâes ao MINIST~RIO DD IIITERIOR
sobre a situação jur.z.diao-fiTlarweirQ do Conjll!!..
to ResidenoiaZ Xpiranga~ e'~ R~aife.
SoLioita informações ao MINISTE:RTO DA ?REVIDtN
CIA J:.' ASSISTEllCIA SOCIAL SObl' (j os débitos em
atraso das prefeituras munioipais e 8okt'e acor
dos para pagamento parceZado,
Solioita informações ao MIII1STE:RIO DA AGRICUL
TURA 80bre a intervenção na Cooperativa Regio
naZ dos Produtores de Sisal da Paralba.
SoLiai~a informações ao MTNIS1'E:8IO DO INTERIOR
sobre a pallalização das obI'ae da bQl']'agem de
"Curimatã", no Estado 'da Para'Íba.
Solicita informações ao MINTST~RIO DA IND(}STRIA
E DO CONtRCIO sobre programas destinados w de
senvolvimento da atividade tu!,tstletQ do NOl'd~8
te.
SoZicita infol·maçõB8 ao MINIS'l'tRIO iJA FAZJ:.~NDA
aobI'e oa gastos e as apZicações do Pundo PIS/
PASEP.
SoLiei~a informações ao IIINIS1'elII0 DO INTE'RIOR
sobre as localidades em que estão situados 08
açudes constl'ufdos neste Governo.
SoLicita informações ao MINIS1'eR10 DAS NINAS E
ENERGIA sabre a ppojeto da Fábrioa Albrás-ALu
norte~ no Pal'á.
SoLicita informaçõe. à SECRETARIA DE' PLANEJAME!!..
TO DA PRESIDEIlCIA DA, REPOBLICA .obra emp.'e3as
brasileiras com sede pr6pria ou a7.ugaJa no exte
l'iol'.
Of. (J,!J-O-<;. /d::~ .:,'07.1~·.tiJ~ (!., >!::",~'/tL ~l~' ClI,'.'T,4$ [.'S U!II(:~.
Df. SI.J:,j-tJ21 ~ .ir: :lo,'. 1 J.,j~
ar. SGM-82.J, .!~ :.lJ.:J'J
Oj'. f:GI·I-H26, J., ,'·1.1.0. BJ
OI'. ,,;'C/.!-8:':IJ, Jo; ';.lJ ..'1j
0l. ;)W1-(jJO~ lo.' 1.1;.lJ.3J
0f. StlM-8Jl~ Je ,,·';.lJ.~:.':
OJ'. ~·Gf.I-832" di! :)'1.1J, :;',;
Outubro de 1983
::~
71/83
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73/83
74/83
..!.'J'i'O?
OSVALDO }·lELO
PRA~CIS~O ANARAL
RAY:.JU:lDO ASFORA
ORESTES 1·IUIIIZ
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
SECRETARIA-GERAL DA :.lESA
J 9 8 3
R.~:Q!JERI.'·!.=;llTOS DF INFORMAÇÕES ENC,~,·JIIJ}}.;1Dl.,3
E!.ff!l1'A
SoZioita informaçõeo ao MINIS1't.RIO DO INTERIOR
sobl'e Projetos BNH-COlJAB, 110 Papá.
Solicita úiformaçõeo ao PODSR EXECUTIVO oob,-e
a aomposição das delegações oficiais bra9ite~
l'as às Confel'ênci~8 Intepnaaionaia do Tl'aba
Zho promovidas peZa O~gani!ação Inte~naoionat
do Trabalho - OlT:
SoZioita informações ao UINISZt.RIO DO INTERIOR
8obp8 investimentos naB obras de abastecímento
de água de João Pessoa.
SoZioita info~maçõeo ao MINI5Tt.RIO DA FAZENDA
uob:l'~ o númcI'o de Inatitu.içõeEJ b'ina1wel.l'as qUB
estão amparadas pelo Banoo Centl'al do lJJ~a8il.
ol. g,;M - Y~ J ~ .:'.' );. 1J. • :J' J
Of. SOM-83S. J. UJ.1J.SZ
?e/83 EDUARDO NATARAZZO SUPLICY Solioita info~maçõeo ao MINI8Tt.RID DA PAZO'NDA
sobre a fisoaZização das InstituiçãefJ Finanael.
~as, especialmente com a liquidação da Co~oa
Bl'aotaz' Of. SGM-899 1 J.J QI..',.lJ.::U
PÂGlNA ORIGINAL EM BRANCO
MESALIDERANÇAS
Presidente:
Flávio Marcílio - PDS
1.0_Vice-Presidente:
Paulino Cícero de Vasconcellos - PDS
2.°_Vice-Presidente:
Walber Guimarães - PMDB
1.0-Secretário:
Fernando Lyra - PMDB
2.0-Secretário:
Ary Kffuri - PDS
3.0-Secretário:
Francisco Studart - PTB
4.0-Secr·etárlo:
Amaury Müller - PDT
SUPLENTES
Osmar Leitão - PDS
Carneiro Arnaud - PMDB
José Eudes - PT
Antí'mio Morais - PMDB
PDS
Lider:
Nelson Marchezan
Vice-Lideres:
Alcides Franciscato
Amaral NettoDjalma BessaEdison LobãoGióia Júnior
Joacil PereiraJorge ArbageRicardo Fiuza
Siqueira CamposCelso Barros
Nilson GibsonJosé Lourenço
Francisco BenjamimAugusto Franco
José Carlos FonsecaSaramago Pinheiro
otávio CesárioAdhemar GhisiAugusto Trein
PMDB
Lider:
Freitas Nobre
Vice-Lideres:
Egídio Flerreira Lima
Sinval GuazzelliCardoso Alves
Carlos Sant'AnaChagas VasconcelosDel Bosco AmaralEpitácio Cafeteira
Haroldo LímaHélio Duque
Hélio Manhães
Iram saraivaJoão HercuIino
João HerrmannJorge Medauar
José Carlos VasconcelosJuarez BatistaLélio de SouzaLuiz Henrique
Marcelo CordeiroMárcio Macedo
Mário FrotaPaulo MarquesRoberto Freire
Sebastião Rodrigues Jr.Walmor de Luca
PDT
Líder:
Bocayuva Cunha
Vice-Líderes:
Nadir RossettiSérgio Lomba
Brandão MonteiroClemir Ramos
PTB
Líder:
Ivete Vargas
Vice-Líderes:
Celso peçanhaRicardo RibeiroGasthone Righi
PTLíder:
Airton Soares
Vice-Líder
Eduardo Matarazzo SuplícyIrma Passoni
DEPARTAMENTO DE COMISSÕES
COMISSOES PERMANENTES
1) COMISSÃO DE AGRICULTURA EPOLfTICA RURAL
Titulares
PDS
Onísio LudovicoPaulo MarquesPimenta da VeigaRaul FerrazVago
Irineu Colato
Jonathas NunesRubens Ardenghi
PDT
Mário JurunaVago
PT
PMDB
Marcelo Gato
Suplentes
PDS
Aríldo Teles
Eduardo MatarazzoSUJllícy
Reuniões:Quartas e Quintas-feiras, às 10 horasLocal: Anexo 1I - sala 11 - R.: 6293 e 6294Secretário: José Maria de Andrade Córdova
2} COMISSÁO DE CI~NCIA ETECNOLOGIAPresidente: Fernando Cunha - PMDB
Vice-Presidente: Dirceu Carneiro - PMDBVice-Presidente: Antônio Florêncio - PDS
TitularesPDS
Jorge VargasManoel AffonsoManoel Costa JúniorMansueto de LavorNelson AguiarOlavo Pires
Adaíl VettorazzoBrasílio Caiado
Jorge UequedJorge Vargas
Evaldo AmaralJoão Rebelo
Juarez BernardesLélio SouzaMárcio LacerdaMarcondes PereiraMattos LeãoMelo FreireOswaldo Lima FilhoRaul BelémSantinho Furtado
PT
PDTSérgio Lomba
PMDB
Epitácio BittencourtEstevam GalvãoHumberto SoutoIsrael PinheiroJosé Carlos FagundesOtávio Cesár:ioOsvaldo CoelhoPedro GermanoPrisco VianaRubem MedinaSalles LeiteSebastião Curió
PMDBDel Bosco AmaralDoreto CampanariHélio DuqueIsrael Dias-NovaesJoão Bastos
Suplentes
PDS
Aldo PintoOsvaldo Nascimento
Airton Soares
Airton SandovalAroldo MolettaCardoso AlvesCarlos VinagreFernando GomesGeraldo FlemingHarry AmorimIvo VanderlindeJorge ViannaJuarez Batista
Afrísio Vieira LimaAlceni GuerraAntônio DiasAntônio FariasAntônio FlorêncíoAntônio MazurekAntônio UenoAssis CanutoCristino CortesDarcy PozzaDíDgO NomuraEnoc Vieira
Agenor MariaAntônio CâmaraCarlos MosconiCa,sUdo MaldanerDante de Oliveira
Gerardo RenaultHélio DantasJoão Carlos de CarliJoão PaganellaJonas PinheiroLevy DíasMaçao TadanoPedro CeoIímReinhold StephanesRenato CordeiroSaramago PinheiroWildy Vianna
Presidente: Iturival Nascimento - PMDBVice-Presidente: JOsé Mendonça de Moraes
PMDB
Vice-Presidente: Antônio Gomes - PDS
Adauto PereiraAlcides LimaAmílcar de QueirozBalthazar de Bem
e CantoBento PortoCarlos EloyCelso CarvalhoEmfdio PerondiFabiano Braga CortesFrancisco SalesGeovani Borges
Diretor: Jolímar Corrêa PintoLocal: Anexo II - Telefone 224-2848
Ramal 6278
Coordenação de Comissões Permanentes
Diretora: Sílvia Barroso MartinsLocal:' Anexo II - 'Telefone: 224-5179
, Ramais: 6285 e 6289
3) COMISSÃO DE COMUNICAÇÃO
4) COMISSÃO DE CONSTITUiÇÃO EJUSTiÇA
Reuniões:
Quartas e Quintas-feiras, às 10 horasLocal: Anexo II - Sala 3 - R.: 6295Secretário: Luiz de Oliveira Pinto
Presidente: Bonifácio de Andrada - PDSVice-Presidente: Leorne Belém - PDSVice-Presidente: Brabo de Carvalho - PMDB
Titulares
Gerardo RenaultGerson PeresJosé BurnettJosé CamargoJosé Carlos MartinezJosé Luiz ,MaiaNagib HaickelNylton VelIosoOrlando BezerraRenato JohnssonVictor Trovão
PMDBMário HatoMiguel ArraesMúcio AthaydeNelson WedekinOswaldo Lima Filll0Sebastião Rodrigues
JúniorVirgildásio de Senna4 vagas
PDT
João Faustino - PDSFerreira Martins - PDSHermes Zaneti - PMDB
TitularesPDS
Rômulo GalvãoSalvador JilJianelliStélio DiasVictor Faccioni
Pedro Sampaio - PMDBGenebaldo Correia - PMDBIsrael Pinheiro - PDS
TitularesPDS
José LourençoJosé MouraJosé Thomaz NonôLuiz Antonio FayetOscar CorrêaPratini de MoraesRicardo FiuzaRubem MedinaSaulo QueirozSérgio Philomeno
PMDB
Haroldo LimaHélio DuqueJoão AgripinoJosé UlissesManoel AffonsoOdilon SalmoriaRalph BiasiSiegfried Heuser
PresidenteVice-PresidenteVice-Presidente
Darcilio AyresEraldo TinocoOly FachinRita Furtado
Presidente:Vice-Presidente:Vice-Presidente:
Carlos WilsonCid CarvalhoEuclides ScalcoHenrique Eduardo
AlvesIrajá RodriguesIrapuan Costa JúniorJosé FogaçaMarcelo Cordeiro
7) COMISSÃO DE EDUCAÇÃO ECULTURA
Adauto PereiraAlcides FranciscatoBalthazar de Bem e
CantoCarlos VirgilioDjalma BessaEduardo GalilEvandro Ayres de
MouraFelix MendonçaGeraldo BulhõesGeraldo Melo
PDT
José GenoinoReuniões:Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 hora"Local: Anexo n - Sala 4 - R.: 6314Secretária: Delzuite Macedo de Al<uiar
PTRicardo Ribeiro
PTB
Sebastião Nery
PTB
Fernando CarvalhoPT
Aldo Pinto
Eduardo MatarazooSuplicy
6} COMISSÃO DE ECONOMIA,INDúSTRIA E COM~RCIO
Suplentes
PDS
Alencar FurtadoAlberto GoldmanAntônio CâmaraArthur Virgílio NetoCiro Nogueira.Coutinho JorgeCristina TavaresDarcy PassosGustavo Faria
Amaral NettoAntônio FariasAntônio OsórioCelso de BarrosEstevam GalvãoEtelvir DantasFernando CollorHerbert LevyJoão Alberto de SouzaJosé Jorge
Theodoro MendesValmor Giavarina
PT
PDT
Matheus Schmidt
PTB
PDT
Walter Casanova
PTB
PT
PMDB
Luiz LealMárcio MacedoMilton ReisRenan CalheirosRoberto FreireWagner Lago6 vagas
França Teixeira
PMDB
Samir AchôaVirgildásio de Senna
Suplentes
PDS
Mozarildo CavalcantiSérgio Philomeno
PMDBMário FrotaRonaldo Campos2 vagas
PDT
Aurélio PeresJosé Carlos
Vasconcellos
Nilton Alves
Albino CoimbraFigueiredo Filho
Aécio CunhaCláudio Philomeno
Agenor MariaDel Bosco AmaralHélio Manhães
Amadeu GearaCardoso AlvesFrancisco AmaralIbsen PinheiroJorge LeiteJorge MedauarLélio SouzaLuiz Henrique
Floriceno Paixão
Airton Soares
Celso Peçanha
Gastone Righi
Brandão Monteiro
José GenoinoSuplentes
PDS
Celso Banos Lázaro CarvalhoDarcílio Ayres Magalhães PintoEdison Lobão Nelson MorroFrancisco Benjamim Ney FerreiraGomes da Silva Osmar LeitãoGonzaga Vasconcelos Pedro ColinHélio Correia Ricardo FiuzaJoão Paganella Ronaldo CanedoJosé Carlos Fonseca Sarney FilhoJosé Mendonça Bezerra Tarcisio BuritiJosé PenedO Theedorico FerraçoJutahy Júnior
Reuniões
Terças, quartas, quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 17 - Ramal 6.30BSecretário: Ruy Ornar Prudêncio da Silva
Presidente: Paulo Lustosa - PDSVice-Presidente: Agnaldo Timóteo - PDTVice-Presidente: Olivir Gabardo - PMDB
Titulares
PDS
5) COMISSÃO DE DEFESA DOCONSUMIDOR
Reuniões:Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 horasLecal: Anexo nSecretária: Maria Júlio. Rabello de Moura
Raimundo LeiteRaymundo AsíióraSérgio MuriloVago
Vago
PDSJosé BurnettJúlio MartinsMário AssadNatal GaleNilson GibsonOctávio CesárioOsvaldo MeloRondon Pacheco
PDS
Salles LeiteSiqueira CamposVieira da Silva
PMDB
João GilbertoJorge CaroneJosé MeloJosé TavaresOnísio LudovicoPimenta da VeigaPUnio Martins
Pedro CeolimRômulo GalvãoSaulo QueirozVingt Rosado
PMDB
Sérgio MuriloVagoVago
PDT
PTB
PMDBCarneiro ArnaudIbsen PinheiroMarcelo Medeiros
PDT
PMDB
Suplentes
PDS
Adelnir AndradeAluízio CamposArnaldo MacielDjalma FalcãoEgfdio Ferreira LimaElquisson SoaresJoão Cunha
Afrísio Vieira LimaAntônio DiasArmando PinheiroDjalma BessaEduardo GaliIErnani satyroGerson PeresGorgônio NetoGuido MóeschHamilton XavierJairo MagalhãesJoacil PereiraJorgp. Arbage
JG de Araújo Jorge
AJair F'erreiraFernando CollorFrança TeixeiraManoel Ribeiro
Heráclito FortesMárcio BragaPaulo ZarzurSamir Achôa
Anibal TeixeiraAntônio MoraisCarlos Wilson
Fernando Carvalho
Reuniões:Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Ramais 6304 e 6300Secretário: Iole Lazzarini
Sebastião Nery
Presidente: Henrique Eduardo AlvesPMDB
Vice-Presidente: Moacir Franco - PTBVice-Pl'esidente: José Carlos Martinez - PDS
Titulares
Carlos VirgilioGióia JúniorJaime CâmaraMagno Bacelar
Cristina TavaresManuel VianaSinval Guazzelli
PTMoacir Fra.nco
PDTAbdias do Nascimento Clemir Ramos
PTB
Irma· PassoniReuniões:Quartas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 9 - R.: 6318Secretária: Tasmânia Maria de Brito Guerra
Nagib HaickelNosser AlmeidaPaulo GuerraRita FurtadoRubem: Ardenghi
Irineu ColatoJosé Mendonça BezerraJosué de SouzaOtávio CesárioUbaldo BarémWildy Vianna
PMDB
João HerrmannJosé Carlos VasconcelosManoel Costa Jr.3 vagas
PDS
Luiz GuedesMárcio SantilliOrestes MunizRandolfo BittencourtRonaldo CamposSérgio Cruz
Suplentes
Adhemar GhisiAlbino CoimbraAntonio MazurekAssis CanutoBento PortoFrança Teixeira
Coutinho JorgeDomingos LeonelliFreitas NobreHaroldo LimaIsrael Dias-Novaes
Aldo ArantesDante 'CIe OliveiraEduardo Matarazzo
Suplicy (PT)Gilson de BarrosIbsen Pinheiro
11) COMISSAO DO INDIOPresidente: Mário Juruna - PDT
Vice-Presidente: Alcides Lima - PDSVice-Presi'CIente: Ricardo Ribeiro - PTB
TituIarfS
IPDS
Jaime CâmaraJoáo Batista FagundesJoão PaganellaJosé FernandesManoel RibeiroMozarildo Cavalcante
PMDB
Jayme SantanaRenato JohnssonVicente Guabiroba
PDT
Jessé FreireRenato CordeiroThales RamalhoWanderley Mariz
PMDB
Raul BelémRuy CôdoWilscn Vaz
Múcio AthaydeSérgio CruzWalmor de Luca
PDTVago
PTB
PMDB
Suplentes
PDS
Presidente: Irajá Rodrigues - PMDBVice-Presidente: Floriceno Paixão - PDTVice-Presidente: José Carios Fagundes - PDS
Titulares
PDS
Ricardo Ribeiro
Ademir AndradeDomingos JuvenilLeopoldo BessoneMarcos Lima
Nadyr Rossetti
9) COMISSAODE FINANÇAS
Luiz BaccariniLuiz LealMoysés Pimentel
Angelo MagalhãesCelso CarvalhoEtelvir DantasFerreira Martins
Aécio de BorbaChristóvam ChiaradiaFernando MagalhãesIbsen de Castro
PT
PMDB
Márcio BragaRandolfo BittencourtRaymundo UrbanoTobias AlvesWaU Ferraz
PDTWalter Casanova
PTB
Suplentes
PDSMagno BacelarNorton MacedoOscar AlvesSimão SessimVieira da Silva
PMDBMarcondes PereiraOctacilio AlmeidaOlivir GabardoPaulo MarquesRaimundo Asfóra
ArUdo Teles
Luis Dulcl
Celso Peçanha
Albérico CordeiroBrasllio CaiadoCunha BuenoJairo MagalhãesLeur Lomanto
Carlos Sant'AnnaCasUdo MaldanerDiOlÚSlo HageFrancisco DiasJoão Bastos
Aldo ArantesFrancisco AmaralGenebaldo CorreiaGenésio de BarrosJoão HerculinoLuiz Baptista
,PDT
PTBArildo Teles
Ricardo RibeiroReuniões:
Quintas-feiras, às 10 horasLocal: . Plenário da Comissão de Defesa do
Consumidorsecretária: Maria Linda Morais de MagalhãesRamais: 6386 e 6387
PDT
PTB
Agnaldo Timóteo
Aldo Arantes José Maria MagalhãesCarlos Alberto de CarIl Luiz BaptistaDante de Oliveira Luiz GuedesDilson Fanchin Manoel Costa Jr.Domingos Leonelli Mansueto de LavorJorge Medauar Mário FrotaJosé Carlos Olavo Pires
Vasconcelos Orestes MuniZJosé Maranhão Pedro Novaes
Vago
Reuniões:
Terças-feiras, às 10 horasQuintas-feiras, às 9 horasLocal: Plenário da Comissão de RedaçãoSecretário: Ivan Roque Alves - R.: 6391 e 6393
PMDB
Albérico Cordeiro Leur LomantoAngelo Magalhães Lúcia ViveirosAntônio Mazurek Manoel GonçalvesAntônio Pontes Manoel NovaesAssis Canuto Milton BrandãoAugusto Franco Nagib HaickelClarck Platon Nylton VeIlosoCristino Cortes Orlando BezerraGeraldo Melo Osvaldo CoelhoGilton Garcia Paulo GuerraJoãp Rebelo Pedro CorrêaJosé Luiz Maia Victor TrovãoJosé Mendonça Bezerra Vingt RosadoJosué de Souza Wanderley MarizJutahy Júnior
Presidente: Inocêncio Oliveira - PDSVice-Presidente: Evandro Ayres de Moura
PDSVice-Presidente: Heráclito Fortes - PMDB
TituIares
PDS
12) COMISSÃO DO INTERIOR
Manoel NovaesMarcelo Linhal'esUbaldo BarémWilson Falcão
Siegfried Heu3er2 vagas
PTB
Ulysses GuimarãesWilson Vaz
PTB
PMDB
PTB
PMDB
Alencar FurtadoFrancisco Pinto
Aécio de BorbaAlvaro GaudêncioAmilcar de QueirozJorge ArbageJosué de Souza
Presidente: Humberto Souto - PDSVice-Presidente: Nosser de Almeida - PDSVice-Presidente: Milton Figueiredo - PMDB
Titulares
PDS
Haroldo SanfordJoão AlvesOzanam Coelho
João HerculinoRoberto Rollemberg
Mendonça Falcão
Celso Peçanha
Reuniões:
Quartas e Quintas-feiras, às 10 horasLocal: Anexo II - sala n.o 16 - R.: 6322 e 6323Secretário: Jarbas Leal Viana
Augusto Treincastejon BrancoFurtado LeiteGeraldo Bulhões
Ricardo Ribeiro
Reuniões:
Quartas e Quinta.s-feiras, às 10 :00 horasLOcal: Anexo II - Sala 15 - R.: 6325secretãrio: Geraldo da Silva
Suplentes
PDS
10) COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA E TOMADA DE CONTAS
José Carlos MartinezJosé MouraManoel RibeiroPaulo Lustosa
PMDBHeráclito FortesJosé Eudes (PT)Manoel AffonsoMilton Reis
PTB
PDT
Aloysio TeixeiraBete Mendes (PT)Ciro NogueiraIbsen PinheiroJoão Bastos
SuplentesPDS
Aécio de Borba Léo SimõesAlbino Colmbra Marcelo LinharesArolde de Oliveira Simão SessimFrancisco Erse Siqueira .CamposJoão Carlos de Carli Victor Faccioni
PMDB
Leônidas SampaioLuiz HenriqueRaul FlerrazRoberto Rollemberg
Agnaldo Timóteo
Mendonça Falcão
Elquisson SoaresFelipe CheiddeHélio ManhãesHenrique Eduardo
Alves
8) COMISSÃO DE ESPORTE ETURISMOPresidente: Márcio Braga - PMDB
Vice-Presidente: Oly Fachin - PDSVice-Presidente: Albérico Cordeiro - PDS
Titular,es
PDS
Aécio CunhaAlércio DiasFernando CollorFrança Teixeira
13) COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA
Luis Dulci
Reuniões:Quartas e Quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 8 - R.: 6333
J oaoil PereiraJoão AlvesJoão Batista FagundesJoão Carlos de CarliJosé Thomáz NonôLúcia ViveirosNosser AlmeidaOscar CorrêaOsvaldo MeloOzanan CoelhoPaulo GuerraPaulo LustosaRaul Bernardosaramago PinheiroSiqueira Campos
Jacques D'OrnellasSérgio Lomba
PTB
PMDB
Manoel AffonsoManoel Costa Jr.Odilon SalmoriaOrestes MunizPaes de AndradePedro SampaioRaymundo UrbanoRuy CôdoTheodoro MendesTobias AlvesUlysses GuimarãesWalter BaptistaVago
PDT
PT
PDT
Vago
Lúcio AlcântaraLudgero RauIinoMauro SampaioOscar Alves
PMDB
Manuel VianaMário HatoMax Mauro
Miguel ArraesMilton ReisNelson AguiarOctacílio AlmeidaPaulo MarquesRenato BuenoRosa FloresSebastião Rodrigues
Júnior
PDT
Abdias do Nascimento José FrejatClemir Ramos Nilton Alves
PTB
Anselmo PeraroDoreto CampanariEuclides ScalcoLeônidas Sampaio
Armando PinheiroAugusto FrancoBonifácio de AndradaCláudio Phi1omenoErnani SatyroFernando BastosFernando MagalhãesFurtado LeiteGilton GarciaGogônio NetoHamilton XavierHélio DantasHomero Santosítalo ContiJaime CâmaraJayme Santana
Albino CoimbraAlceni GuerraF'igueiredo FilhoLeônidas Rachid
Jarbas VasconcelosJoão HerrmannJosé AparecidoJosé Carlos TeixeiraJosé FogaçaJúilla MariseLeopoldo BessoneMárcio MacedoMárcio Santilli
José Eudes
Ivete Vargas
PT
16) COMISSÃO DE SAúDEPresidente: Borges da Silveira - PMDB
Vice-Presidente: Carlos MOSconi - PMDBVice-Presidente: Tapety Júillor - PDS
Titulares
PDS
Suplentes
PDS
Agnaldo TimóteoJO de Araújo Jorge
Mendes Botelho
Bete Mendes
Reuniões:Quartas e Quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - sala 7 - R.: 6347 e 6348Secretária: Edna Medeiros Barreto
Anibal TeixeiraArnaldo MacielArthur Virgílio NetoBorges da SilveiraCarlos Sant'AnnaDionísio HageDjalma FalcãoGustavo FariaJoão CunhaJoão GilbertoJorge CaroneJuarez BernardesTJuiz Guedes
PMDB
Flávio BierrenbachFreitas NobreIram SaraivaIrapuan Costa Júnior
PMDB
João AgripinoWalmor de Lucavago
PDT
PTB
PDT
João Herculino
PDT
Suplentes
PDS
José LourençoJosé MachadoLevy DiasLuiz Antonio FayetManoel GonçalvesPratini de MoraesRondon Pacheco
Suplentes
PDS
Siqueira CamposVago
PMDB
José Carlos VasconcelosPedro Novaes
Aluízio BezerraChagas VasconcelosDaso CoimbraFernando Santana
Aécio CunhaAdhemar GhisiBento PortoClarck PlatonHaroldo Sanfordlrineu ColatoJoão Alberto de SouzaJosé Fernandes
Matheus Schmidt
Alberto GoldmanCoutinho JorgeFernando Santana
Daso Coimbra
J oacil PereiraPrisco Viana
Moacir Franco
Reuniões:
Quartas e Quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 7 - R.: 6336Secretária: Allia Felicio Tohias
14) COMISSÃO DE REDAÇÃOPresidente: Aloysio Teixeira - PMDB
Vice-Presidente: Mário Hato - PMDBVice-Presidente: Rita Furtado - PDS
Titulares
PDS
Djalma B!,!ssa Simãc' SessimFrancisco Rollemberg
PMDB
Sérgio Lomba
15) COMISSÃO DE RELAÇõESEXTERIORES
Presidente: Diogo Nomura - PDSVice-Presidente: Pedro Colin - PDSVice-Presidente: Israel Dias-Novaes - PMDB
Titulares
PDS
Adroaldo Campos Marcelo LinharesAntônio Ueno Nelson MorroCunha Bueno Norton MacedoEdison Lobão Ossian AraripeEnoc Vieira Paulo MalufFrancisco Benjamim Rubens ArdenghiJessé Freire Santos FilhoJonathas Nunes Sarney FilhoJosé Camargo Tarcísio BuritiJosé Carlos Fonseca Thales RamalhoJosé Machado Theodoricó FerraçoJosé Penedo Ubaldo BarémJosé Ribamar Machado Wilson FalcãoMagalhães Pinto VagoMaluly Neto
Freitas NobreJúilla Marise
Délio dos Santos
Reuniões:Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - sala 14 - R.: 6342 e 6340Secretária: Laura Perrela Parisi
Marcos LimaVicente Queiroz
Léo SimõesMauricio CamposNelson CostaPaulo MelroPrisco VianaWolney Siqueira
PTB
PDT
Vago.
PT
Ronaldo CamposSinval GuazzelliWagner LagoWalter BaptistaVago
PDT
Mário Juruna
PT
Milton FigueiredoPlinio MartinsRaimundo LeiteRandolfo BittencourtRenato ViannaRuben FigueiróVagoVagoVagoVagoVagoVagoVagoVago
PDT
Osvaldo NascimentoPTB
PTB
PMDB
Suplentes
PDS
João FaustinoJonas PinheiroJosé JorgeJosé MouraJúlio MartinsLéo SimõesLeorne BelémLúcio AlcântaraLudgero RaulinoMauro SampaioOssian AraripeRuy BacelarTapety JúniorVivaldo FrotaWilmar Pallis
Nadyr Rossetti
Nelson do Carmo
Bayma JúniorEmilio GalloEpitácio BittencourtEvaldo AmaralFelix MendonçaGonzaga VasconcelosJoão Batista Fagundes
PMDB
Celso SabóiaGenésio de BarrosMarcelo Cordeiro
Délio dos Santos
Irma Passoni
Presidente: Hugo Mardini - PDSVice-Presidente: Horácio Matos - PDSVice-Presidente: Cid Carvalho - PMDB
Titulares
PDS
Oswaldo MurtaPaulo BorgesRaul FerrazRenato BernardiRoberto Freire
José Frejat
Aloysio TeixeiraAluízio BererraAluízio CamposAnibal TeixeiraAroldo MolettaDenisar ArneiroFernando GomesHaroldo LimaHarry AmorimJoão HerrmannJoaquim RorizJosé MelloMarcelo CordeiroMárcio Lacerda
Adroaldo CamposAlcides LimaAlércio DiasAntônio AmaralAntônio OsórioBayma JúniorCelso BarrosChristóvam ChiaradiaEurico RibeiroFabiano Braga CortesFrancisco ErseF1rancisco SalesGeovani BorgesHerbert LevyHugo MardiniIbsen de Castro
Vago
PDT
Suplentes
PDS
17) COMilSSÃO DE SEGURANÇANACIONAL
vago
Reuniões:
Quartas e Quintas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 10 - R.: 6352Secretária: Iná Fernandes Costa
Paulo ZarzurRuy CôdoSérgio FerraraTidei de Lima
Leônidas RachidMaçao TadanoMaurício camposPaulo MalufSantos FilhoStélio DiasVictor FaccioniWolney Siqueira
Navarro Vieira FilhoPedro GermanoRaul BernardoSimão sessimWilmar Pallis
PT
PDT
PDS
PMDB
PMDB
Suplentes
Hélio CorreiaHomero SantosJairo AziJosé FernandesLázaro CarvalhoManoel Ribeiro
Adail V<lttorazzoAmaral NettoAlcid<ls FranciscatoAugusto TreinCarlos EloyEdme TavaresEmidio PerondiEraldo Tinoco
Bete Mendes
José Colagrossi
Carlos PeçanhaDomingos JuvenilF<llipe Cheidd<lJoaquim RorizPaulo Mincaroni
PMDB
Jorge UequedMoyses Pimentel
PMDB
Mário de OliveiraNelson WedekinRenan Calheiros
Osmar LeitãoRonaldo CanedoVivaldo FrotaVago
PDT
Titulares
PDS
Epitácio CafeteiraF1"eitas NobreGilson de Barros
Reunióes:
Quartas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 12 - R.: 6360Secretário: ODlair de Mattos Rezende
Amadeu GearaAurélio PeresCássio GonçalvesJúlio CostamilanLuiz Henrique
sebastião Ataide
Adhemar GhisiAlcides FranciscatoAlvaro GaudêncioAntônio AmaralFernando BastosJosé Lins de
Albuquerque
19) COMISSÃO DE TRABALHO ELEGISLAÇÃO SOCIAL
Presidente: Dj&lma Bom - PT
Vice-Presidente: Edme Tavar,es - POS
'Vice-Presidente: Francisco Amaral - PMDB
Navarro Vieira FilhoPedro CorrêaRita Furtadosalvador Julianelli
Sebastião Curió
PMDB
Mattos LeãoRenato Bueno3 vagas
PMDB
RUY Lino
PDT
Castejon BrancoFrancisco RollembergInocéncio OliveiraJairo Azi
José Lins de Albuquerque
Carneiro ArnaudJorge ViannaJOsé Maria MagalhãesLuiz Guedes
Ney Ferreira
Ruben Figueiró
Presidente: ítalo Conti - PDSVice-Presidente: Francisco Rollemberg - PDSVice-Presidente: Gilson de Barros - PMDB
Titulares
PDS
Gastone Righi
Reuniões:Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - sala 13 -- R.: 6355 e 6358Secretário: Walter Flores Figueira
Suplentes
PDS
Antônio Pontes Milton BrandãoJosé Ribamar Machado Vicente Guabiroba
PMDB
Reunióes:
Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - sala 5 - R.: 6372 e 6373Secretário: Carlos Brasil de Araújo
Jaques D'Ornellas
Farabulini Júnior
FláVio BierrenbachLuiz Baccarini
vago
PTB
José Tavares
PDT
PTB
Jorge Cury
Antônio GomesEmilio GalloGióia JúniorMaluly NetoMáric AssadNatal Gale
Brabo de CarvalhoDarcy PassosDomingos LeonelliFernando CunhaIvo Vanderlinde
Brandão Monteiro
PTB
Suplentes
PDSNelson CostaNilson GibsonPaulo MelroReinhold StephanesVago
PMDB
Marcelo GatoMirthes Bevilac!;!uaVagoVago
PDT
Airton SandovalDilson FanchinFrancisco DiasGeraldo FlemingJosé misses
Sehastião Ataíde
Nelson do Carmo
Djalma Bom
Juarez BatistaLuiz LealOrestes MunizPaulo BorgesRosa Flores
PDT
PTB
PT
18) COMISSÃO DE SERViÇOPÚBLICO
Gastone Righi
PTB
PT
COORDENAÇÃO DE COMISSOESTEMPORÁRIAS
Presidente: Paes de Andrade - PMDBVice-Presidente: Jorge Leite - PMDBVice-Presidente: Francisco Erse - PDS
Diretor: Walt<lr Gouvêa Costa
Local: Anexo II - Tel: 226-2912
Ramal: 6401
Seção de Comissões Parlamentaresde Inquérito
Chefe·: Lucy stumpf Alves de Souza
Local: Anexo II:'- TeL 223-7280
Ramal 6403
Seção de Oomissóes Especiais
Chefe: Stella Prata da Silva Lopes
Local: Anexo II - Tel.: 223-8289
Ramais: 6408 e 6409
TituIues
PDSDarcy PozzaEurico Ribeiro
Alair FerreiraAlércio Dias
Presidente: Ruy Bacelar - PDSVice-Presidente: Denisar Arneiro PMDBVice-Presidente: Mendes Botelho - PTB
20) COMISSÃO DE TRANSPORTES
J.osé Eudes
Reuniões:
Quartas e QuintaS-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 15 - R.: 6367Secretário: Agassis Nylander Brito
Oly FacchinWildy Vianna
Gomes da Silva
Guido MoeschHorácio Matos
Titulares
PDSMozarildo CavalcantiVago
PMDB
Francisco Pinto Renato ViannaMyrthes BeVilacqua
Suplentes
PDS
1) COMISSAO ESPECIAL DESTINADAA DAR PARECER AO PROJETO DELEI N9· 634175, DO PODER EXECUTIVO, QUE INSTITUI O CóDIGOCIVIL
Airton SoaresJoão Herrmann
Sérgio Lomba
PMDB
Israel Dias-NovaesPimenta da Veiga
PDT
Aldo ArantesAlencar FurtadoAnibal Teixeira
PMDB
Fernando SantanaHélio Duque
PDT
PDS
Afrísio Vieira Lima Francisco RollembergFrancisco Benjamim
PMDB
Presidente: Pimenta da Veiga - PMDBVice-Presidente: Elquisson Soares - PMDBVice-Presidente: Gilton Garcia - PDS
Relator-Geral: Ernani Sátyro - PDS
Relatores Parciais:
Dep. Israel Dias-Novaes -- Parte Geral - Pessoas, Bens e Fatos JurídicosDep. Francisco Rollemberg - Livro I - ParteEspecial - ObrigaçõesDep. Francisco Benjamim - Livro H - ParteEspecial - Atividade NegociaIDep. Afrísio Vieira Lima - Livro IH - ParteEspecial - CoisasDep. Brandão Monteiro - Livro IV - ParteEspecial - FamíliaDep. Roberto Freire - Livro V - Parte Especial- Sucessões e Livro Complementar
Titulares
Titulares
PDS
Pratini de MoraesRicardo Fiuza
Flávio BierrenbachJoão CunhaJosé Fogaça
PDT
PMDB
Suplen1;<>s
PDS
REQUERIMENTO N.o 12/83
Prazo: de 27-9-83 a 19-6-84
Presidente: Deputa'Clo Osvaldo CoelhoVice-Presidente: Deputado Mendes Botelho
Relator: Deputado Coutinho Jorge
5) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUéRITO DESTINADA A EXAMINARA UTILIZAÇAO DOS RECURSOS HrDRICOS NO BRASIL
Terças-feiras, 9 :30 h.Local: Plenário da Comissão de EconomiaSecretária: Marci Ferreira BorgesRamal: 6406
Jacques D'Ornellas
Djalma FalcãoEduardo Matarazzo
Suplicy
Reuniões:
Sebastião Nery
Antonio MazurekLuiz Antonio FayetLúcio Alcântara
PDS
João Batista Fagundes Renato JohnssonJairo Magalhães Theodorico FerraçoJorge Arbage
Arthur Virgílio Neto Sérgio FerraraNelson Vedekin Paulo Mincaroni
Suplentes
PDS
Presidente: Theodorico FerraçoVice-Presidente: Brandão Monteiro
Relator:
Titulares
PMDB
REQUERIMENTO N.o 10/83
Prazo: 17-a-83 a. 11-5-84
3) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO DESTINADA A INVESTIGAR OS EPISÓDIOS QUE ENVOLVERAM O BANCO NACIONAL DAHABITAÇÃO E O GRUPO DELFIN EQUE CULMINARAM COM A INTERVENÇÃO DO BANCO CENTRAL NOREFERIDO GRUPO
Quintas-feiras, 10 :OOh
Local: Plenário das Comissões Parlamentaresde Inquérito - Anexo H
Secretária: Márcia de Andrade PereiraRamal 6407
Reuniões:
Roberto Freire
Arnaldo MacielDjalma Falcão
PDT
Suplentes
PDS
Guido MoeschJorge ArbageVago
PMDB
Brandão Monteiro
Brabo de CarvalhoDarcy PassosJosé Melo
Celso BarrosGerson PeresGorgônio Neto
Cristina TavaresIsrael Dias-Novaes
Vago
Reunião:
Anexo II - Sala 14 - Ramais: MOa e 6409Secretário: Antonio Fernando Borges Manzan
2) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO DESTINADA A INVESTIGAR EM TODA A SUA PLENITUDEE CONSEQOII!NCIAS AS ATIVIDADES DO GRUPO CAPEMI
REQUERIMENTO N.o 9/a3
Prazo: 1a-5-83 - 7-3-a4
Presidente: Deputado Léo SimõesVice-Presidente: Deputado Siqueira Campos
Relator: Deputado Matheus Schmidt
Titulares
Nilton Alves
Reuniões:
Quintas-feiras, 9 :00 horas
Local: Plenário das CPIs
secretário: Sebastião Augusto MachadoRamal 6405
Marcelo LinharesMilton BrandãoVictor Trovão
Francisco BenjamimLudgero RaulinoOsvaldo Coelho
·PTB
Marcelo CordeiroRandolfo BittencourtFernando Santana
PDT
PMDB
VagoVagoVago
PDT
PMiDB
Suplentes
cr?DS
Aldo Pinto
Antonio GomesJessé FreireJosiaa LeiteManoel Novaes
Mendes Botelho
Geraldo FlemingPauio MarquesVago
Adroaldo CamposAntõnio FlorêncioEtelvir !DantasEvandro Ayres de
Moura
Coutinho JorgeDomingon LeonelliJorge Vargas
Osvaldo Nascimento
Reuniões:
VagoPTB
Márcio BragaRuben Figueiró
Tarcísio BurityVictor Faccioni
PDT
PMDB
Gustavo FariaIrajá RodriguesIrma Passoni (PT)
Adhemar GhisiJosué de SouzaNey iFerreira
4) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO DESTINADA A APURARAS CAUSAS E CONSEQOII!NCIAS DOELEVADO ENDMDAMENTO EXTERNO BRASILEIRO, TENDO EM VISTAAS NEGOCIAÇõES COM O FUNDOMONETARIO INTERNACIONAL
REQUERIMlElNTO N.o 08/83
Prazo: 16-8-33 a 10-5-84
Presidente: Alencar Furtado - PMDB/PRVice-Presidente: Sebastião Nery - PDT/RJ
Relator: Sebaatião Nery - PDT/RJ
TitulaJ:es
PDS
PDT
Sebastião Curió
PDS
PDS
PDT
PMDB
Airton Soares (FT)
Orestes Muniz
Suplentes
Ademir And1'llJdeCid CarvalhoFarabulini Júnior
Israel PinheiroSarney Filho
Antõnio AmaralBento PortoEdison Loblío
Joacil PereiraMaçao Tadano
Adhemar GhisiJorge AxbageJosé Camargo
Octávio CesárioPetfro Colin
Local: Plenário das CPIs - Anexo IISecretário.: Nelma Cavalcanti BonifácioAnexo II - Tel: 213-64110
CÓDIGO DE MENORES(edição: 1982)
- Lei n9 6.697, de 10 de outubro de 1979, que "Institui o Código de Menlres"
- índice temâtico
_ Comparação com a legislação anterior (Decreto n9 17.943-A/27 e Leis r4.655/65 e 5.258/67, alterada pela Lei n9 5.439/681
_ Anotações (textos legais; pareceres; comentârios; depoimento na CPI
Menor)
- Histórico da Lei n9 6.697/79 (tramitação legislativa)
512 Págin"as
Preço: Cr$ 1.000,00
À venda na Subsecretaria de Edições Técnicas - Senado FederalAnexo 1- 229 andar - Brasília, DF (CEP: 70160) ou pelo REEMBOLSO PO~
TAL
CÓDIGO DEPROCESSO PENAL
Quadro comparativo do Projeto em tramitação noCongresso Nacional, com o Projeto de Código de Processo Penal
remetido ao Legislativo em 1975 e asemendas aprovadas pela Câmara dos Deputados e
pelo Senado Federal à proposição retiradapelo Poder Executivo, em 1978.Exposição de Motivos. Notas.
2 VolumesPreço:
Cr$ 2.000,00
À venda na Subsecretaria de Edições Técnicas - Senado Federal(229 andar) - Brasília DF - 70160, ou mediante cheque visado pagávelem Brasília.
LEI DE
EXECUÇÃO PENAL
Quadro comparativo do Projeto em tramitação no Congresso Nacional, com o Anteprojeto Benjamin Moraes (1970) e a legislação vigente.
Exposição de Motivos. Regras Mínimas da ONU para o tratamentodos Reclusos. Notas.
À venda na Subsecretaria de Edições Técnicas - Senado Federal(229 andar) - Brasília-DF - 70160, ou mediante cheque visado pagável em Brasília.
[ EDiçÃO DE HOJE: 56 PÁGINAS:·
Centro Gráfico do Senado FederalCaixa Postal 07/1203
Brasília - DF
IPREÇO DESTE EXEMPLAR: Cr$ 50,00 ]
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