república federativa do brasil diÁrio do congresso...
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DIÁRIORepública Federativa do Brasil
DO CONGRESSO NACIONALSEÇÃO I
ANO XLIV - N' 093 CAPITAL FEDERAL SEXTA·FEIRA, 1l DE AGOSTO DE 1989.'. ., ..... Te
A
CAMARA DOS DEPUTADOS
SUMÁRIO
COMUNICAÇÃO
(Pág.7501)
(Pág.7499)
- (Pág. 7501)
ROSE DE FREITAS - Escalada de violênciano Estado do Espírito Santo.
IRMA PASSONI (Pela ordem) - Presença, naCasa, do Sr. Bernardo Kliksberg, Diretor de Programas Regionais da Organização das Nações Unidase Desenvolvimento de Capacitação e Gestão do Setor público.
EDME TAVARES - Transeurso do 404' aniversário de fundação do Município de João Pessoa,Estado da Paraíba.
(Pág.7499)
AMAURY MÜLLER - Reações populares àsprovocações do candidato à Presidência da República Fernando Collor de Mello. Ação espoliadorado sistema financeiro internacional.
(Pág.7500)
PERCIVAL MUNIZ -Justa partieipação do Estado do Mato Grosso na distribuição de recursosorçamentários para o próximo exereício.
(Pág.7500).
ADYLSON MOTTA - Reportagem "TCU denuncia desvios no SUDS" , publicado no jornal Correio Braziliense.
(Pág.7501)
JOSÉ FERNANDES - Ameaça, pelo Presidentedo INPA, de rescisão de convênio firmado pela Fundação Universidade do Amazonas com aquele órgão.
JOSÉ GUEDES - Ausência de medidas preventivas para operação do garimpo Bom Futuro, LinhaC-75, Ariquemes, Estado de Rondônia.
(Pág.7499)
. EDVALDO ~OLANDA- Razões do desligamento do orador dosquadros do Partido Liberal,
(Pág.7499)
SADIE HAUACHE - Estarrecimento da oradora em faee das declarações do candidato à Presidência da República Fernando Collor de Mello so·bre a eausa palestina.
(Pág.7498)
(Pág.7497)
NELSON AGUIAR - Comportamento do eandidato à Presidêneia da República Fernando Collorde Mello como elemento gerador das agressões verificadas em Niterói, Estado do Rio de Janeiro.
(Pág.7497)
WILSON CAMPOS - Transcurso do sesquieentenário da Fundação da Associação Comereial dePernambueo.
(Pág.7498)
FERES NADER - Criação de museu da culturanacional em Brasília, Distrito Federal.
(Pág.7498)
IVO LECH - Realização, pela Comissão de Saúde, Previdêneia e Assistência Social da Câmara dosDeputados, de seminário sobre acidentes do traba·lho.
(Pág.7498)JOSÉ MAURÍCIO - Despreparo do candidato
à Presidência da República Fernando Collor de Mello.
IV - Pequel/o Expediente
HERMES ZANET(- Transcurso do 52' aniver·sário de fundação da União Nacional dos Estudantes.
(Pág.7494)
NILSON GIBSON - Ameaça de extinção doPrograma de Apoio ao Pequeno Produtor RuralSão Vicente, Estado de Pernambuco.
(Pág.7494)
JONAS PINHEIRO - Falência do setor agrícolano Estado do Mato Grosso. Artigo da jornalistaIsa Ramos, sob o título "Estado de Emergência De·cretado em N. Mutum", publicado pelo "Diário dI'Cuiabá".
(Pág.7497)
ASDRUBALBENTES (Pela ordem) - Presençana Casa de representantes da classe patronal dossetores madeireiro, siderúrgico e peeuário, do Estado da Bahia.
(Pág.7494)
Do Senhor Deputado PERCIVAL MUNIZ, comunicando que reassumiu o mandato de DeputadoFeder~1pelo Estado de Mato Grosso, em 10·8·89.
OFíCIOS
m - Leitura do Expediente
PERCIVAL MUNIZ (Pela ordem) - Ausênciado nome do orador do painel eletrônico de votação.
PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Respostaao Deputado Percival Muniz.
(Pág.7494)N' 176/89 - Do S'enlior Deputado lBSEN-PI
NHEIRO, Líder do PMDB, indicando o DeputadoCARLOS VI~AGREparaVice·Líder do PaFtld,,:-
N' 180/89 - Do Senhor Deputado IBSEN PINHEIRO, Líder do PMDB, comunicando que oDeputado TITO COSTA passa integrar, na qualidade de titular, a Comissão de Constituição e Justiçae Redação. '
N' 181/89 - Do Senhor Deputado IBSEN PINHEIRO, Líder do PMDB, comunicando que oDeputado VALDIR COLATTO passa a integrar;na qualidade dê suplente, a Comissão de Agriculturae Polítiea Rural.
N' 102/89 - Do Senhor Deputado GEOVAHAMARANTEcomunicado que se ausentará do PaísDO período de 17 de agosto de 10 de setembro docorrente.
REQUERIMENTO
1- ATADA96'SESSÃODA3-SESSÃOLEGIS·LATIVA DA 48- LEGISLATURA EM 10 DE AGOSTO DE 1989
I - Abertura da Sessão
n - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior
(Pág.7494)
Do Senhor Deputado UB~RATAN SPINELLI,indicando seu nome para exercet a função de Líderdo Partido Liberal Progressista - PLP, c solicitandoautorização para a instalação da referida liderança.
.7492 Sexta-feira 11 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
t(pág.7521)vn - Encerramento
LEONEL JÚLIO - Morosidade na aprovaçãode projeto de autoria do orador sobre a não·prima·riedade para crimes hediondos.
(pág.7512)
PAULO PAIM - Interpelação ao Presidente daCaixa Econômica Federal~ Sr. Paulo Mandarino,a respeito do crédito educativo c do FGTL_
(Pág.7512)
JOSÉ MARIA EYMAEL - Necessidade de no·vo tratamento em relação ao problema habitacionalno País.
(Pág.7512)
PEDRO CANEDO - O município brasileiro nanova ordem constitucional.
(Pág.7512)
GEOVANI BORGES - Acréscimo de parágrafoao art. 880 da CLT beneficiando diretamente ostrabalhadores de empresa em processo falimentar.
(Pág.7513)
Discurso do Sr. ROSA PRATA, publicado noDCN de 17-6-89, que se republica por haver saídocom omiss6es: Transcurso do 90' aniversário de fundação do jornal Lavoura e Comércio, de Uberaba,Estado de Minas Gerais.
2 - ATOS DA MESA(págs. 7521 a 7522)
(Pâg. 7519 a 75201
Apresentação de proposiç6es: JOSÉ COSTA.PAULO RAMOS, COSTA FERREIRA, PAULOZARZUR, KOYU IHA, VICTOR FACCIONI.JOSÉ GENOÍNO, JAYME PALIARIN. CHAGAS NETO, JOSÉ GUEDES, HÉLIO ROSAS,NEY LOPES, FLORICENO PAIXÃO, VILSONSOUZA, ÁLVARO VALLE, ANTONIO·CARLOS MENDES THAME, GUMERCINDOMILHOMEM, GEOVANI BORGES.
ADOLFO OLIVEIRA (Pela ordem) - Solidariedade ao Deputado Edivaldo Holanda em facede seu afastamento dos quadros do Partido Liberal.
JOSÉ GENOÍNO (Pela ordem) - Pedido de esclarecimento sobre o prosseguimento da presentesessão.
PRESIDENTE (Feres Nader) - Resposta ao Deputado José Genoíno.COMUNICAÇOES DAS LIDERANÇAS
(págs. 7520 a 7521)RENATO JOHNSSON Comunicação, como Lí
der, sobre violências cometidas contra o Sr. Fernando Collor de Mello, candidato à Presidência da República,
AMARAL NETTO - Comunicação, como Lí·der, sobre protesto contra a atitude do Presidentedo Diretório Regional do PDS do Estado de SantaCatarina de apoio ao candidato à Presidência daRepúlica Fernando Collor de Mello, do PRN, e permanência.no cargo.
PRESIDENTE (Feres Nader) - Votação e aprovação de requerimento de urgência para o Projetode Lei n' 3.106, de 1989.
Comunicação ao Plenário sobre transferência daOrdem do Dia da presente sessão para a da próximaterça-feira, dia 15-8-89
VI - Ordem do Dia
(Pág.7517)
v - Grande Expediente
OTIOMAR PINTO - Integral reordenação dosetor mineral.
(Pág.7513)
JONES SANTOS NEVES - Privatização dasempresas estatais como única saída para a crise econômica vivida pelo País.
(pág.7517)
BENEDICTO MONTEIRO - Inconveniênciada privatização de empresas estatais de setores fundamentais da economia brasileira.
(pág.7507)
(Pág.7511)
Governo fedefal, da vacina contra menigite meningocócega. em face do aumento da incidência dadoença no Estado.
JOSÉ LUIZ MAIA - Papel da Sudene e doFinar no desenvolvimento do Estado do'Piauí e doNordeste. Aplausos à atuação do economista Antônio Carvalho Barbosa Frota à frente da Diretoriade Incentivos da Sudcne.
(Pág.7507)
OSVALDO BENDER - Desatualização dosvencimentos pagos pela Previdência Social aos seusrepresentantes nos municípios.
(Pág.7508)
PAULO ZARZUR - Necrológio do cantor ecompositor Luiz Gonzaga.
(pág.7508)
SÓLON BORGES DOS REIS - Transcurso do167' aniversário da criação dos cursos jurídicos noBrasil.
(Pág.7508)
CARLOS CARDINAL - Resgate do pagamento do auxílio-natalidade com base no valor do saláriomínimo.
(Pág.7508)
MENDES RIBEIRO - Dissabores do PT noexercício do poder.
(pág.7508)
ISMAEL WANDERLEY - Caótica situação dapesquisa agropecuária no País.
(pág.7509)
ERNANI BOLDRIN - Ónus financeiro impostopelo Governo federal às empresas de transporte terrestre em face do veto a emenda proposta pelo Congresso Nacional à Medida Provisória n" 68,
(Pág.7509)
KOYU IHA - Regulamentação de norma constitucional assecuratória da eleição de representantedos trabalhadores junto aos empregadores em em·presas com mais de duzentos empregados.
. (pág. 7509)
DIRCE TUTU QUADROS -Influência dos Es·tados Unidos no FMI com reflexos perniciosos paraa dívida dos países do Terceiro Muqdg.
(Pág.7509)
CARLOS VINAGRE - Paga.mento do saláriomínimo aos deficientes e idosos.
(fág.7510)
CHAGAS NETO - Necrológico do Coronel Jorge Teixeira de Oliveira, ex-Governador do Estadode Rondônia.
(Pág.7510)
ASSIS CANUTO - "Carta do Rio Negro", documento elaborado pelo I Encontro dos Empresários da Amazônia.
(fág.751O)
JAYME PALIARIN - Transcurso do 136' ani·versário de emancipação político-administrativa doMunicípio de Jaú, Estado de São Paulo.
(pág.7510)
EVALDO GONÇALVES - Comunicação socialno Estado da Paraíba.
(Pág.7511)
LÉZIO SAHTLER - Combate à raiva bovinano norte do Estado do Espírito Santo
(Pág.7511)
ROBERTO BALESTRA - Urgente proibiçãllda exportação de madeira brasileira em tora.
(pág.75ll)
UBIRATAN AGUIAR - Visita de delegaçãode professores municipais do Estado do Ceará àComissão de Educação, Cultura, Esporte e Turismo~a Câmara dos Deputados.
PAULO DELGADO - Transformação da cam·panha eleitoral para a Presidência da República emdisputa entre agências de publicidade.
(Pág.7501)
NELSON SEIXAS - Duplicação, pelo Minis·tério dos Transportes. de trecho da BR-153. entreSão José do Rio Preto e Bady Bassit. Realizaçãoda Semana da Criança.
(Pág.7502)
HÉLIO ROSAS - Urgente elaboração da LeiAntitruste.
(pág.7503)
VLADIMIR PALMEIRA - Irregularidades noprocesso de absorção da Prevhab pela Funcep.
(l'àg. 7503)
OSVALDO SOBRINHO - Caótica situação dosetor de produção agI;ícola no País.
(Pág.7503)
LUIZ SOYER - Atuação da Secretaria de Indústria e Comércio do Governo Henrique Santillo. Estado de Goiás.
(Pág.7503)
OSMAR LEITÃO - Construção, pelo DER, depassarela de concreto armado em trecho da BR-1ü4,no bairro Arsenal, em São Gonçalo, Estado do Riode Janeiro.
(Pág.7504)
VINICIUS CANSANÇÃO - Reavaliação dasatividades da Previdência Social na concessão realde benefícios.
(Pág.7504)
LEOPOLDO SOUZA - Ameaça, pelo Bancodo Brasil, através da Carteira de Crédito Rural,de execução de débitos contraídos por agricultores.
(Pág.7504)ULDORICO PINTO - Soerguimento, pelas au
toridades responsáveis, da cacauicultura nacional.(Pág.7504)
VALDIR COLATTO - Possibilidades da pequena empresa.
(Pág.•7505)
DIONÍSIO HAGE - Outorga, pelo Tribunal Superior do Trabalho; da medalha do Mérito do Trabalho ao Jornalista Rômulo Maiorana Júnior.
(pág.7505)
ALCIDES LIMA - Assinatura de protocolo comercial pelos Governos do Estado de Roraima eda Venezuela.
~. (pág. 75O(j)
FRANCISCO AMARAL - Inclusão dos aparta·mentos funcionais do Banco do Brasil no processode venda das residências oficiais do lago, em Brasília, e dos imóveis da Previdência Social.
IPág. 75O(j)
ALEXANDRE PUZZYNA - Realização de Seminário Regional para o Desenvolvimento da Suinocultura, em Braço do Norte, Estado de Santa Cata·rina.
(pág. 75O(j)
RENATO JOHNSSON - Fixação do preço-garantia do trigo em BTN fiscal.
(pág. 750(j)
STÉLIO DIAS - Término dos efeitos da lei estabelecedora da insenção do IPI na compra de veículosautomotores destinados ao serviço de táxi._ ..
(Pág.7506)
COSTA FERREIRA - Gratuidade dos registrosdc nascimento e óbito.
xx2)DORETO CAMPANARI - Recebimento em pecúnia, pelos servidores públicos, de férias e licençasespeciais não gozadas e não incluídas na contagemdo tempo de serviço para fins de aposentadoria.
. (pág. 7507)
GEOVAH AMARANTE - Expec (Pág. 7~07)vo de Santa Catarina acerca da distribuição, pelo
,Agosto de 1989
a) Aposentadoria: Jerônimo de Oliveira; MariaJosé da Silva.
b) Exoneração: Carlos Alberto Gouvêa Dutra;Carlos Roberto das Chagas; Heleua Westcr dos Sanotos; Jairo Gouveia; Maria José daSilva; Murilo Sér·gio da Silva Neto.
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
c) Nomeação: Alba Castro da Matta; Carlos Alberto Gouvêa Dutra; Carlos Roberto das Chagas;Éder Luiz dos Santos de Jesus; Helena Wester dosSantos; Jairo Gouveiaj Marcelo Caracas Linhares;Murilo Sérgio da Silva Neto; Raul de Souza Reis.
3 - MESA «Relação dos Membros)
Sexta-feira 11 7493
4 - LÍDERES E .VICE-LÍDERES (Relação dosMembros)
5 - COMISSÕES TÉCNICAS (Relação dosMembros)
Ata da 96~ Sessão, em 10 de agosto de 1989Presidência dos Srs.: Paes de Andrade, Presidente;Inocêncio Oliveira, Primeiro-Vice-Presidente; Feres
Nader, Suplente de Secretário; Fábio Raunheitti, art. 76 dó Regimento Interno
ÀS 13:00 HORAS COMPARECEM os SENHO-RES:
Paes de AndradeInocêncio OliveiraWilson CamposLuiz HenriqueCarlos ColtaFeres Nader
Acre
Alércio Dias - PFL; João Maia - PMDB; NasserAlmeida - PDS.
Amazonas
Bernardo Cabral - PMDB; Beth Azize - PSDB;José Dutra - PMDB.
Rondônia
Arnaldo Martins - PMDB; Assis Canuto - PFL;Francisco Sales - PMDB.
Pará
Aloysio Chaves - PFL; Amilcar Moreira - PMDB;Arnaldo Moraes - PMDB; Eliel Rodrigues - PMDB;Fausto Fernandes - PMDB; Jorge Arbage - PDS.
Tocantins
Edmundo Galdino- PSDB; Eduardo Siqueira Campos - PDC; Moisés Avelino - PMDB.
Maranbão
Antonio Gaspar - PMDB; Costa Felrreira - PFL;Eliézer Moreira - PFL; Enoc Vieira - PFL; JoséCarlos Sabóia - PSB; José Teixeira - PFL; WagnerLago-PMDB.
Piauí
Felipe Mendes - PDS; Jesualdo Cavalcanti - PFL;Jesus Tajra - PFL; José Luiz Maia - PDS; MyriarnPortella - PDS.
Ceará
Aécio de Borba - PDS; Carlos Benevides -PMDB;Expedito Machado - PMDB; Furtado Leite - PFL;Gidel Dantas - PDC; Lúcio Alcântara- PDT; MoysésPimentel - PMDB; Osmundo Rebouças - PMDB;Raimundo Bezerra - PMDB.
Rio Grande do Norte
Flávio ~ocha - PRN; Iberê Ferreira - PFL; MarcosFormiga - PL.
Paraíba
Adauto Pereira - PDS; Antonio Mariz - PMDB;João Agripino - PMDB; João da Mata - PDC.
Pernambuco
Egidio Ferreira Lima - PSDB; Harlan GadelhaPMDB; Horácio Ferraz - PTB; José Moura - PFL;José Tinoco - PFL; Nilson Gibson - PMDB.
Alagoas
Antonio Ferreira - PFL; Eduardo Bonfim - PCdo B; Vinicius Cansanção - PFL.
Se.rgipe
Djenal Gonçalves - PMDB; .Gerson Vilas Boas PMDB; José Queiroz - PFL.
Bahia
Ângelo Magalhães - PFL; Fernando Santana PCB; Francisco Benjamim - PFL; Genebaldo Correia- PMDB; Jonival Lucas - PDC; Jorge Hage - PSDB;Leur Lomanto - PFL; Manoel Castro.- PFL; MiraldoGomes - PDC; Nestor Duarte - PMDB; Virgildásiode Senna - PSDB.
Espfrito Santo
Lurdinha Savignon - PT; Nelson Aguiar - PDT;Nyder Barbosa - PMDB; Stélio Dias - PFL.
Rio de Janeiro
Amaral Netto - PDS; Artur da Távola - PSDB;Benedita da Silva - PT; Daso Coimbra - PMDB;Denisar Aroeira - PMDB; Lysâneas Maciel- PDT;Márcio Braga - PMDB; Messias Soares - PMDB;Paulo Ramos - PDT; Sandra Cavalcanti - PFL; Vladi·mir Palmeira - PT.
Minas Gerais
Aluísio Vasconcelos PMDB; Álvaro Antônio PMDB; Chico Humberto - PDT; Christóvam Chiaradía - PFL; Humberto Souto - PFL; João Paulo- PT; Lael Varella - PFL; Leopoldo Bessone PMDB; Maurício Pádua -PMDB; Mello Reis -PDS;Milton Reis - PMDB; Raimundo Rezende - PMDBjRonaro Corrêa - PFL; Ziza Valadares - PSDB.
São Paulo
Agripino de· Oliveira Lima - PFLj Antônio SalimCuriati - PDS; Aristides Cunha - PSC; Dirce TutuQuadros - PSDB; Doreto Campanari - PMDB; Ernesto Gradella - PT; Florestan Fernandes - PT; Francisco Amaral - PMDB; Gumercindo Milhomem PT; Irma Passoni - PT; Jayme Paliarin - PTB; JoséGenoíno - PT; Manoel Moreira - PMDB; Paulo Zarzur - PMDB; Samir Acnôa - PMDB; Sólon Borgesdos Reís - PTB; Tito Costa - PMDB.
Goiás
Antonio de Jesus - PMDB; Iturival Nascimento PMDB; Luiz Soyer - PMDB; Magúito VIlela PMDB; Pedro Canedo - PFL.
Distrito Federal
Augusto Carvalho - PCB; Jorran Frejat - PFL;Sigmaringa Seixas - PSDB; Valmir Campelo - PTB.
Mato Grosso
Jonas Pinheiro - PFL; Ubiratan Spinelli - PFL.
Mato Grosso do Sul
Ivo Cérs6simo - PMDB; Juarez Marques Batista- PSDB; Plínio Martins - PMDB; Saulo QueirozPSDB.
Paraná
Alceni Guerra - PFL; Dionísio Dal Prá - PFL;Euclides Scalco - PSDBj Hélio Duque - PMDB;MaurícioFruet~PMDB;SantinhoFurtado-PMDB;
Waldyr Pugliesi - PMDB.
Sauta Catarina
Alexandre Puzyna - PMDB; Antônio Carlos Konder Reis - PDS; Francisco Küster - PSDB; ValdirColatto - PMDB
Rio Grande do Sul
Adroaldo Streck - ; Adylson Motta - PDS;Amaury Müller - PDT; Darcy Pozza - PDS; IbsenPinheiro - PMDB; Ivo Mainardi - PMDB; Júlio Costamilan - PMDB; Mendes Ribeiro - PMDB; NelsonJobim - PMDB; Telmo Kirst - PDS.
Amapá
Annibal Barcello~ - PFL; Eraldo Trindade - PFL.
Rorahna
Marluce Pinto - PTB; Ottomar Pinto - PMDB.
I - ABERTURA DA SESSÃO
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - A listade presença registra o comparecimento de 161 SenhoresDeputados.
Está aberta a sessão.Sob a proteção de Deus iniciamos nossos trabalhos.O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão
anterior.
11 - LEITURA DA ATA
O SR. ADYLSON MOITA, servindo como 2' Secretário, procede à leitura da ata da sessão antecedente,a qual é, sem observações, assinada.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Pas·sa-se à leitura do expediente.
O SR. NILSON GmSON, servindo como l'Secretárioprocede à leitura do seguinte.
7494. Sexta-feira 11
m - EXPEDIENTEOfícios
Do Sr. Deputado Ibsen Pinheiro, Líder do PMDB,nos seguintes termos:OF.GABIIIN' 176189.
Brasília, 9 de agosto de 1989.
A Sua Excelência o SenhorDeputado Paes de AndradeDigníssimo Presidente da Câmara dos DeputadosNesta
Senhor Presidente,Tenho a honra de comunicar a Vossa Excelência a
indicação do Deputado CARLOS VINAGRE para Vice-Líder do Partido do Movimento Democrático Brasileiro - PMDB.
Na oportunidade rcnovo a Vossa Excelência protcstos de apreço e considcração. - Dcputado Ibsen Pinhei.ro, Líder do PMDB
OF/GABIIIIN' 180189Brasília, 9 de agosto de 1989.
Exm' Sr.Deptuado Paes de AndradeDD. Presidcntc da Câma'ra aQS DeputadosNesta .
Senhor Prcsidente,Comunico a Vossa Excelência que o Deputado TITO
COSTA passa a integrar, na qualidade de titular, aComissão de Constituição e Justiça e Redação, em vagadecorrente do licenciamento do Depntado PAULOMACARINI.
Na oportunidade, renovo a Vossa Excelência protestos de estima e consideração. - Deputado Ibsen Pinhei.ro, Líder do PMDB
OFIGABII/N' 181/89Brasília, 9 de agosto de 1989.
Exm' Sr.Deputado Paes de AndradeDD. Presidente da Câmara dos Deput;,IdosNesta
Senhor Presidente,Comunico a Vossa Excelência que o Deputado VAL
DIR COLATTO passa a integrar, na qualidade de suplente, a Comissão de Agricultura e Política Rural,em vaga decorrente do licenciamento do DeputadoPAULO MACARINI.
Na oportunidade, renovo a Vossa Excelência protestos de estima e consideração. - Deputado Ibsen Pinhei·ro, Líder do PMDB
Do Sr. Depntado Geovah Amarante, nos seguintestermos:
OF. N' 102189 ECBrasília, 10 de agosto de 1989.
Exm' Sr.Deputado Paes de AndradeDD. Presidente da Câmara dos DeputadosNesta
Senhor Presidente,Cumprimentando-o atenciosamente, venho nesta
oportunidade dirigir-me à Vossa Excelência para lhecomunicar que estarei ausente do País, para realizarviagem aos Estados Unidos, no período de 17 de agostoa 10 de setembro próximo.
Sendo o quc tinha para o momento, reitero protestosde estima e consideração.
Atenciosamente. - Geovah Amarante, Deputado,Federal.
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
Requerimento
Do Sr. Deputado Ubiratan Spinelli, nos seguintes ter·mos:
Brasília, 10 de agosto de 1989
AoExm'Deputado Paes de AndradeDD. Presidente da Câmara dos DeputadosNesta
Senhor Presidente:Valemo-nos da .oportunidade para, ante o encareci
mento de V. Ex', solicitar a autorização para a devidae necessária instalação da Liderança do Partido LiberalProgressista - PLP, agremiação política que representamos nesta Casa e que propomos na forma regimental,o nosso nome para exercer a função de Líder.
Assim sendo, certos da aquiescência apresentamosas nossas reiteradas e cordiais saudações. - UbiratanSpinelli, Deputado Federal
Comunicação
Do Sr. Deputado Percival Muniz, nos seguintes ter·mos:
Brasília, 10 de agosto de 1989
A Sua Excelência o SenhorDeputado Paes de AndradeDD: Presidente da Câmara dos Peputados
Senhor Presidente:Comunico a Vossa Excelência que tendo renunciado
a Secretaria do Estado reassumo, nesta data, o mandatode Deputado pelo Estado de Mato Grosso.
Aprovcito'a oportunidade para renovar a Vossa Excelência protestos de estima e apreço. - DeputadoPercival Muniz
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Estáfinda a leitura do expediente.
O Sr. Percival Muniz-Sr. Presidente, peço a palavrapela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tema palavra o nobre Deputado.
O SR. PERCIVAL MUNIZ (PMDB - MT. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, comunico à Casaque reassumi as funções parlamentares hoje, razão porque minha presença não foi registrada no painel eletrônico. Espero que a Mesa tome providências nesse sentido.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - EstaPresidência comunica ao nobre Deputado Percival Muniz, que medidas imediatas serão tomadas, a fim decolocar o nome de S. Ex' no sistema eletrônico.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Passa-se ao
IV - PEQUENO EXPEDIENTETem a palavra o SI. Hermes Zaneti.
O SR. HERMES ZANETI (PSDB - RS. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, SI" e Srs. Deputados, no próximo dia 13 deste mês de agosto a UniãoNacional dos Estadudantes-UNE, estará completando52 anos de função, já que a sua criação se deu no dia13 de agosto de 1937, três meses antes da instalaçãodo Estado Novo. Trata-se, sem dúvida, de data da maiorsignficação para o movimento estudantil do nosso País,o qual, como se sabe, foi pioneiro na luta pela democratização do ensino, incluindo à defesa, de forma intransigente, dos interesses e dos direitos dos estudantes brasileiros,. principalmente a gratuidade no ensino.
A UNE coordenou campanhas 1p.emoráveis, tendo,no ano de 1942, os seus membros saído às ruas paraexigir a entrada do Brasil na guerra contra o eixo nazifascita (Alemanha, Itália e Japão), sendo responsávelpor- manifestações de caráter nacional em favor do monpólio estatal do petróleo e os inspiradores da conhecidafrase "O petróleo é nosso", que se transformou no
Agosto de 1989,
símbolo nacional da campanha. tendo, igualmente, destacada atuação oa defesa· da liberdade de imprensa eno combate à Lei de Segurança Nacional de 1950.
É oportuno lembrar, SI. Presidente, que estiveramiJ;ltimamente ligados às campanhas da UNE políticosde renome como Sobral Pinto, Afonso Arino, Alceude Amoroso Lima e Pedro Aleixo, e que outros igualmente de nomeada, foram seus presidentes, como oex-Ministro da Viação e Obras Públicas, do Governode João Goulart, Hélio de Almeida; Rogê Ferreira 'eo nosso companheiro de partido, José Serra, que a presidiu num dos momentos políticos mais difíceis da vidanacional, ou seja, no período 1963 a 1964.
Aliás, foi justamente a partir daí - 1964 - quea UNE foi colocada na ilegalidade, quando, no dia9 de novembro, foi baixada a chamada Lei Suplicy (Lein' 4.464164) que não a reconhecia como órgão de representação dos estudantes do ensino superior a qual. porém, foi reformulada em parte pelo Decreto-Lci n' 228,de 28 de fevereiro de 1967, que. embora matendo asrestrições anteriores, criou a Conferência Nacional doEstudante Universitário, com a finalidade de examinare debater problemas universitários para a apresentaçãode ~oluções às autoridades do setor de ensino.
E importante assinalar, Sr. Presidente, que, mesmona ilegalidade, a UNE nunca deixou de existir na clandestinidade e, de lutar pela realização de congressosestudantis, até que, no ano trágico de 1968, quandorealizava o seu trigésimo congresso nacional, todos osparticipantcs foram presos; mas em 1979, apesar deproibido, os estudantes conseguiram realizar, na Bahia,no mês de outubro, o trigésimo primeiro congresso nacional, com maciça participação, mesmo com o riscode sanções determinadas pela Lei n' 6.680, de 16 deagosto de 1966, que mandava punir todos aqueles queapoiassem entidades estudantis não reconhecidas legalmente.
Finalmente, em meio a toda essa onda de perseguiçãopolítica e de violências contra a organização estudantilbrasileira, Sr. Presidente, ocorreu aquele que seria omais duro golpe contra a classe: a demolição da antigasede da UNE, na praia do Flamengo, no Rio de Janeiro,sendo que o fato se deu após interdição do prédio peloCorpo de Bombeiros, sob a alegação de falta de segurança, apesar de protestos generalizados nos três mescsque antecederam a criminosa derrubada, cometida emmeados de junho de 1980.
Essa é uma rápida radiografia da vida da União Nacional dos Estudantes, cuja gloriosa trajetória de lutasem defesa dos mais legítimos e impostergáveis direitosestudantis queremos saudar nesta oportunidade, enviando aos seus 'àtuais dirigentes os nosssos votos pelapassagem desta data de real importância para avivara memória nacional em torno da necessidade de efetivademocratização do ensino.
Era o que tÚlhamos a dizer, Sr. Presidente.
O SR, NILSON GIDSON (PMDB - PE. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr.Presidente, SI" e Srs. Deputados, preocupado com o comportamento da SepIan.referente a forma, às diretrizes, obejtivos e mctas paraas despesas adotadas em inúmeros estudos relativos àdotação orçamentária para as atividades do ProgramaSão' Vicente - Programa de Apoio à Organização dePequenos Produtores Rurais do Nordeste - executadopela Superintedência do Desenvolvimento do Nordeste- Sudene, volto a esta tribuna para formular um veemente apelo ao Ministro João Batista de Abreu, Chefeda Secretaria do Planejamento e Coordenação, a fimde não prejudicar os planos e programas que se caracterizam pela participação efetiva e permanente do pequeno produtor, elevando o conceito da livre iniciativa nomeio rural, engajando o Governo numa política dealiança verda4eira c permanente junto à sociedadecivil.
Sr. Pr~sidente, Sr" c Srs. Deputados, passo a fazeruma análise, através do relatório de atividades no exercício de 1988, do Programa de Apoio a Organizaçõesdc Pequenos Produtorcs Rurais do Nordestc - Programa São Vicente, executado pela Sudene.
Vejamos:
SUMÁRIO
1 - Apresentação2-0bjetivos e Finalidades do Programa
Agosto de 1989 DIÁRIOOO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 11 7495
4 - ESTRUTURA OPERACIONAL (Vide Quadro)
. J
É importante ressaltar que esses recursos passarãoa integrar o patrimônio do grupo que se organizou eque da proaução aufericia'ix;!ã conuinWade,- serão des'tacados os valores que dcverão compor e manter umFundo Comunitário, indispensável para a continuidadee desenvolvimento do Projeto.
Como se observa, o programa se caracteriza pelaparticipação efetiva e permanente do pequeno produtor, desde o início, até o fim do processo. E muitomais; ele exige que o beneficiário continue participando, mesmo após a aplicação dos recursos, pois a administração do Fundo Comunitário é de responsabilidadede 3 (três) membros do próprio grupo, escolhidos entreeles, que periodicamente têm, todos. um relato sucintoda situação financeira do Fundo.
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RECURSOS
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Após esse passo, com a assistência de uma dessasinstituições, é elaborada a Proposta de Projeto, ondesão explicitadas as intenções do grupo, relativamenteao que se quer produEr e.'lIlais os ~ecurs~yecessários
para· o atingImento do objtivo desejado. Isto é feitoconforme um roteiro indicado pela Sudene.
Após essa etapa, o Projeto é encaminhado para oexame e parecer da Comissão Comunitária, que se aprová-lo o enviará a Sudene, através do Banco participante.
Aqui, ele é analisado e encaminhado ao Conselhode Administração do Programa, para apreciação.
Se o Projeto for considerado apto à receber recursosdo Programa, o Banco fará as liberações, que serãoautorizadas pela Sudene, observados os critérios estabelecidos pela Portaria 649/86.
l-APRESENTAÇÃOO desempenho do Programa São Vicente durante
o primeiro triênio de atuação, superou as expectativas,apresentando expressivos resultados, no que pese a aplicação de um reduzido volume de recursos e as dificuldades enfrentadas para a concrctização de uma idéiainovadora dirccionada exclusivamente ao atendimentodo Pequeno Produtor Rural do Nordeste.
Desta forma, o resgate da cidadania dessa classe detrabalhadores nordestinos, vem sendo obstinadamenteperseguido, e, assim, num curto espaço de tempo, certamente será rompida a antiga e perversa relação de c1ientelismo que caracteriza o Pequeno Trabalhador Ruralda região.
O mecanismo criado pelo Programa, eleva o conceitoda livre iniciativa no meio rural, processo este, de quetanto necessitava o pequeno produtor, visto que os recursos lhes chegam às mãos pelo mérito do seu trabalhoatravés de suas organizações em Sindicatos ou Cooperativas, que são por eles próprios administrados.
Agora, o Governo federal, antes percebido por alguns, apenas como assistencialista e eleitorciro, atravésdeprogramas temporários e efêmeros, ê visto comoparceiro, engajado numa política de aliança verdadeirae permanente junto à Sociedade Civil.
2- OBJETIVOS E FINALIDADES DO PROGRAMA
O Programa São Vicente (Programa de Apoio à Organizações de Pequenos Produtores Rurais do Nordeste), criado em 23 de janeiro de 1986, pelo Decreto-Lein' 92.320, tem como objetivo imediato tirar da misériaabsoluta um segmento da população rural marginalizada, assegurand04he condições para o trabalho, paraa produção de alimentos e para o fortalecimento dasorganizações de trabalhadores.
2.1- Os objetivos específicos do Programa São Vicente são:
I - fortalecimento e fomento de formas de organizações e associação de pequenos produtores rurais;
11-estímulo a investimentos na infra-estrutura;UI - assistência financeira à produ~ão, beneficia
mento, industrialização e comercialização de bensoriundos das atividades agropecuárias e da pesca extrativistas e artesanais, dos pequenos produtores rurais,organizados sob forma associativa;
IV - investimentos em infra-estrutura de apoio coletivo à produção de bens oriundos das atividades a quese refere o item anterior.
2.2 - São finalidades específicas:I - diminuir a carência alimentar da fanu1ia;11- introduzir práticas de aumento da produção e
da produtividade;IU- estimular o ensinamento das práticas racionais
de agricultura;IV - estimular e orientar a comercialização do exce
dente da produção, através da venda ou troca, por bensnão produzidos pelas corilUnidades organizadas;
V - apoiar as comunidades rurais organizadas, deforma a que desenvolvam, mais intensamente, a atividade associativa.
3 - Modelo de Funcionamento4 - Estrutura Operacional5 - Metas Alcançadas6 - ConclusãoAnexos:Quadro I - Projetos aprovados no exercício, por Es
tadoQuadro D - Desempenho Financeiro no exercício.
por fonte de recursos. Quadro DI - Desempenho Financeiro no período
1986/88; por fontes de recursosQuadro IV - Visão numérica do Programa, no perío
do 1986/88
3 - MODELO DE FUNCIONAMENTOPara participar do Programa, os pequenos produtores
rurais devem, necessariamente, organizarem-se em grupos de no mínimo 10famílias e, em seguida, dirigirem-seao Sindicato, à Cooperativa, à Igreja, à Emater ouao Banco, entidades que apóiam os pequenos produtores rurais do Município.
7496 Sexta-feira 11 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1989.
Fonte: CSV
Fonte: CSV
Fonte: CSV.
(Recursos em NCz$ 1.00)
e) o retardamento das ações do Flano Nacional deReforma Agrária, acarretando a falta de terras, emalgumas áreas, para se desenvolver as culturas.
O Programa São Vicente surgiu no momento em queo Governo Sarney procurou retomar o processo de planejamento, permitindo fixar o homem à terra e dandolhe melhores condições de vida e bem-estar sacia!.
Diante dessa perspectiva, a Secretaria Executiva entende que no curto prazo de vida do Programa, o objetivo mainr, de nferecer melhores condições de vida aohomem do campo vem sendo conseguido e a revers:iodo quadro de miséria será certamente obtida, com aparticipação e o esforço de todos aqueles pequenos produtores que venham a se organizar em Cooperativase Sindicatos.
Fontes Programado liberado' %(a) (b) (b/a)
Próprios 304,5 504,5 100,0Finsooial 350.000,0 350.000,0 100,0Proterra 2.694.200,0 2.694.200,0 100,0Operação de crédito doTesouro Nac iona 1 1.000.000,0 1.000.000,0 100,0
TOTAL 4.044.504,5 4.044.504.5 100,0
Fontes Programado liberado %(a) (b) (b/a)
Praterra 2.194.200,0 2.194.200,0 100,0Finsocial LO 1,0 100,0Operação de eréd i to doTesouro Nacional 1.000.000.0 1.000.000,0 100,0
TOTAL 3.194.201,0 3.194.201, O 100,0
NQ de Valor dos %EstaelOs Nq de Fa,,;liM Projetos S/ recursos
Projetos Beneficiadas NCz$ 1,00
Maranhão 65 1.264 60.530,4 2Piau; 290 5.321 418.460,4 13Ceará 303 1.284 408.143,9 13Rio Grande do Norte 369 6.630 512.822,4 16paralba 96 2.136 144.996,9 4Pernambuco 692 19.060 1.276.658,2 40AlagoaS 21 497 39.837,8 ISergipe 15 332 26.111,5 1Bahia lB7 3.966 290.135,3 9Minas Gerais 13 400 14.865,5 1
2.051 46.890 3.193.162,3 100
• liberados pe1a Sudene, para os bancos
QUADRO l! IDESEMPEr-HJ FINANCEIRO, POR FONTE
1986/88
QUADRO l!DESEMPEi'HJ F[NANCE IRO, POR FONTE
1988
(Recursos em NCz$ 1,00)
QUADRO IPROJETOS APROVADOS, PDR ESTADO
1988
O empenho da Sudene e o enjamento das!ns~ituiçõesacima nominadas, na defesa do Programa nao tem, contudo, conseguido abolir alguns dos problemas eXIstentesdesde a sua criação.
Entre eles, destacam-se:a) insuficiência de recursos, em vista da demanda
dos Projetos apresentados;b) atraso na liberação dos recursos apnrtados no or
çamento, gerando desencontros com o calendario agrícola e, conseqüentemente, frustração de safra;
c) a quase inexistência de orçamento para o itemadministração do programa;
d) deficiência no qnantitativo de pessoal alocado aoPrograma, o que tem dificultado a execução de umacompanhamento dos Projetos, mais regularmente;
5 - METAS ALCANÇADAS
OS result~dos a seguir apresentados evidenciam oesforço do Governo Federal, através da Sudene, nointuito de consolidar uma política de desenvolvimentoque alcance a todos os nordestinos e, em particular,aqueles, que antes não participavam do processo: osPequeno Produtores Rurais.
Para isso, no exercício de 1988, foram aprovados2.051 projetos, o que significa levar os benefícios doPrograma a 46:890 famílias distribuídas especialmenteda seguinte forma: Maranhão 1.264, Piauí 5.321, ceará7.284, Rio Grande do Norte 6.630, Paraíba 2.136, Pernambuco 19.060, Alagoas 497, Sergipe 332, Bahia 3.966e Minas Gerais (área da Sudene) 400 (Quadro I).
Foram liberados pela Sudene, no mesmo período,recursos em tomo de NCz$ 3,2 bilhões (Quadro 11),que somados aos valores aplicados em 1986 e 1987,montam a cerca de NCz$ 4,04 bilhões (Quadro I1I).
No triênio 1986/88, 518 municípios nordestinos já tiveram projetos aprovados. Foram contemplados 46 municípios do Maranhão, 45 do Piauí, 97 do Cearã, 69do Rio Grande do Norte, 58 da Paraíba, 110 de Pernambuco, 6 de Alagoas, 15 de Sergipe, 61 da Bahia e 11de Minas Gerais.
Os benefícios dos 4.656 projetos aprovados nessesprimeiros três anos de implantação do Programa, atingiram nada menos que 117.671 famílias (Quadro IV).
O financiamento do Programa São Vicente está sobresponsabilidade do Governo Federal, através da destinação de verbas do Proterra, do Finsocial, de Operaçãode Crédito e de Recursos Próprios da Sudene (1986).
Em 1988, a origem dos recursos aplicados foi, principalmente, do Proterra que paricipou com NCz$ 2,2bilhões e de Operação de Crédito do Tesouro Nacional,como o aporte de NCz$ 1,0 bilhão.
A aplicação desses valores nos Projetos apresentadosà Sudene, propiciou a aquisição, por parte dos agricultores, de 105.446 matrizes animais (bovinos, ovinos ecaprinos) e beneficiou 440.291 ha. de terras com vocação para a agropecuária; além de cerca de 1.500 cisternas e diversas outras obras como, casas-de-farinha, armazéns, etc. Os resultados positivos do Programa seexpressam não apenas nos números apresentados mas,principalmente, no espaço conquistado pelos Pequeno~Produtos Rurais, no âmbito das Instituições responsáveis pelo desenvolvimento da Rcgião c, entre eles,a Sudene. .
Em paralelo às ações especificamente voltados paraos projetos, a Coordenadoria do Programa, na Sudene,desenvolve um trabalho permanente de avaliação dodesenpenho das Comissões Comunitárias e de acompanhamento da evolução do Fundo Comunitário.
Para isso, em 1988 foram realizados 6 (seis) encontrossub-regionais, em 15 "Pólos Sindicais" localizados nosEstados da Bahia, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe,Alagoas e Pernambuco o que envolveu a participaçãode 789 representantes, de 185 Comissões Comunitárias.
O pessoal ligado administrativamente ao Programana sede e nos Escritórios Regionais teve, também, aoportunidade de participar de dois cursos: o primeiro,realizado no período de 15 a 18-9-88, sobre "PolíticaAgrária - Reforma Agrária e Pequena Produção" eo segundo, sobre "elaboração e Análise de PequenosProjetos Agrícnlas" nos dias 5, 6, 19,20 e 21-12-88.
Os treinamentos visaram aperfeiçoar a capacidadedos participantes, para a análise de projetos inerentesao setor agrícola.
6 - CONCLUSÃO
O Programa São Vicente é, sem dúvidas uma idéiadiferente e avançada, comparada a outras proposiçõesfeitas para atender diretamente ao Pequeno ProdutorRural da Região. Talvez por isso, decorram os inúmerosentraves detectados na sua implementação.
Esses obstáculos vêm sendo combatidos com muitoesforço pela Sudene, que tem como aliados, segmentosda sociedade realmente interessados em diminuir o sofrimento da classe alvejada pelo Programa. Citam-se,por exemplo: a Igreja, Parlamentares, Organizaçõesde todos os níveis do Governo, Sindicatos, Coopera
.tivas, etc.
Agosto de 1989 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 11 7497
QUADRO IVVISÃO WMÉRICA DO PROGRAMA SÃO VICENTE
PERíODO 1986/88
MUNICÍPIOS PROJETOSBENEFicIOS
Existen- Contem- Agr i cu !tura Pecuária RECURSOSESTADOS tes plados X Recebidos Aprovados X Fali i lias Área Matrizes LIBERADOS'
(a) (b) (b/a) (a) (b) (b/a) (ha.) (Unid.) NCz$ 1,00
MA 132 46 34,8 405 230 56,8 4.116 28.041 2.130 108.613,2PI 115 45 39,1 1.091 498 45,6 10.246 114.216 31.919 411.913,8CE 141 91 68,8 1.250 813 65,0 20.804 181.089 25.802 560.661,1RN 151 69 45,1 1.440 891 47,9 12.932 146.986 33.110 599.001,8P6 111 58 33,9 398 197 49,5 5.929 56.149 5.904 185.534,1PE 161 110 65,9 2.910 1.642 56,4 49.148 333.691 85.135 1.614.833,2AL 96 6 6,2 138 41 29,1 1.039 5.298 1.896 49.071,9SE 14 15 20,3 14 33 44,6 791 6.190 200 31.115,6BA 336 61 18,1 838 447 53,3 9.696 16.108 24.469 388. 12i ,1MG 86 11 12,8 131 64 48,8 1.110 15.408 352 28.580,2
TOTAL 1.469 518 35,3 8.615 4.656 53,6 111.611 969.188 212.231 4.044.112,6
Fonte: CSV.
• UberaClOs De los Bancos, para os beneficiários do-Pmgrama
OBS: OS saldos nos Bancos etIl 31-12-88, era de NCz$ 331,9
Dzachan comentou ainda, que caso persista a atualpolítica de preços.dos produtos agríCOlas, os agricultoresvão ficar impossibilitados de plantarem a próxima safra.Os preparativos, frisou o prefeito, estão prejudicadospelas indefinições reinantes, que podem inclusive significar a falência, de uma agricultura altamente produtiva.
Documento coletivo
Tendo em vista que os produtores agrícolas de NovaMutum enfrentam hoje uma situação preocupante emt~~o~ financei~os, que vem provocando prejuízos sigmficalivos no sIstema econômico da cidade o prefeitoanunciou que será entregue no Banco do Brasil, umdoc~ment? .'l.ssinado principalmente pelos proprietários;ura;s, solICitando o parcelamento da dívida em parcelasIguaIs para serem pagas com a produção da safra 89/90~L '
Outras reivindicações eontidas no doenmento são nosentido de que o BB libere o penhor da safra 88/89para livre comercialização, concessão de um novo crédito de custeio agrícola para a próxima safra e a prorrogação das parcelas de investimento para o ano que vemconcluiu O prefeito. '
Isa RamosAssessora de Imprensa
AMM
Concluo, Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, afirmado que a nova Constituição confere um tratamentoinédito à questão regional no Brasil, vertente principalda ação do Ministério do Interior. Em vários dispositivos, a Lei Maior estabelece as bases para uma atuaçãomais objetiva do Governo sobre.um quadro de disparidades que, por injusto e inaceitável, cumpre enfrentarcom determinaçãoe firmeza. Consolidou-se o Programade apoio ao Pequeno Produtor Rural ~ São Vicente,em execução nos dez Estados da área de atuação da.Sudene. O programa, de erradicação da pobreza absoluta no meio rural nordestino, comtempla o atendimento a 3,8 milhões de faffil1ias de produtores ruraisde baixa renda, no prazo de quinze anos.
Pergunta-se: por que o desejo do Ministro João Batista de Abreu de acabar com o Programa, tão bemestruturado e que está dando certo?
O SR. JONAS PINHEmO (PFL - MT - Pronunciáo seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados assumo à tribuna desta Casa para lamentar a insensibilidade do Governo Federal com a agriculturabrasileira, sobretudo a de fronteira agrícola.
Foi infrutífero todo apelo feito nesta Casa por Parlamentares, infindáveis reuniões com os Ministérios daAgricultura, Fazenda e Planejamento. Documento foientregue ao Presidente da República e manifestaçãodos agricultores de várias formas acontecem pelo Brasile nesta capital. '.
O agricultor sempre foi tratado pela área económicadeste Governo como "chorão".
Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, é lamentávelque a euforia e esperança de uma verdejante e prósperasafra dos meses de dezembro/janeiro se transformasseem lamentação, desespero, desestímulo e falência durante a comercialização.
Aquilo que foi a maior safra agrícola da história destePaís, em quantidade, qualidade e produtividade, passatambém para a história como o maior golpe, com oemprobecimento do setor rural, e com raríssimas exceções, com a falência do produtor rural.
Sr" e Srs. Dcputados, Mato Grosso é o Estado quemais sofre neste momentó. Os produtores de milhoe arroz estão falidos porque o preço mínimo, pela elevação dos fatores da produção, após o Plano Verão, alémdos índices inflacionários, não são compensadores. Osprodutores de soja, pelo achatamento, engodo e irrealidade cainbial, não puderam vender seu produto, ou,quando fizeram, ocorreu com preços altamente aviltados.
Atualmente, são privilegiados aqueles que podem pagar seus compromissos bancários ou de outra natureza.. A maioria está desesperada e sem rumo a tomar.
Aqueles que pagaram não sabem como plantar, pelaincerteza que ronda o crédito para o próximo custeio.
Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, na região docerrado mato-grosssense, onde se concentra basicamente. a produção de soja, as autoridades dos municípios,
preocupadas com a situação dramática de hoje e dofuturo, chegam ao externo de decretar estado de emergência, como ocorreu em Nova Mutum e deve acontecerem outros municípios.
Devo repetir que estava aí, ncssa região, a maioreuforia e esperança de Mato Grosso ..
Mais uma vez lamento o descaso do Governo nomomento certo para acudir a agricultura. Queira Deusque a situação se reverta. Há algum remendo nas mãosdos homens, e esta esperança reside no Banco do Brasil,que, com bom senso, poderá conciliar com o que restadesta safra e projetar para um horizonte de dois, atrês anos ·OS débitos de custeio e investimento, comoportunidade para novos custeios. Não adianta quererrcceber todos os créditos junto ao agricultor, porqueo seu produto não paga a conta, com o atual preço,cada vez mais baixo no mercado. Também se não Ihcderem o crédito de custeio, não poderá fazer a próximasafra. Eis aí o cielo vicioso da falência.
Sr" e Srs. Deputados, vamos ajudar os agricultores.Neste Congresso ainda está um fio de esperança.
Ao encerrar, gostaria de transcrever uma reportagemdo "Diário de Cuiabá", da jornalista Isa Rramos, sobo título "Estado de Emergência decreto em Nova Mutnm". Foi a única saída, no desespero do Prefeito Boleslau Dzachan.
Publicação a quc se refere o orador.
ESTADO DE EMERGÊNCIADECRETADO EM N. MUTUM
Atendendo solicitação de aproximadamente 1300produtores rurais, o prefeito de Nova Mutum (município,loealizado na região Médio-Norte do Estado, a250 quilômetros de Cuiabá) Boleslau Dzachan resolveudecretar estado de emergência por tempo indeterminado, no município durantc reunião realizada com aslideranças dos produtores na noite da última segunda-feira.
Na ocasião, os produtores dcclararam que estão impossibilitados de plantarem a próxima safra porque ainda não conseguiram saldar nem mesmo 50 por 'centode suas dívidas junto aos agentes financeiros e fornecedores e insumos.
O prefeito explicou que o decreto de estado de emergência foi ágilizado, considerando também que o município de Nova Mutum é· essencialmente agrícola e ospreços vigentes no mercado, principalmente para vendada soja-produto predominante na região .,....são insuficientes para cobrirem os custos de produção.
Outro sério problema enfrentado, segundo afirmouo prefeito, diz respeito aos altos juros e correção monetária da dívida vistos como exorbitantes se levar emconsideração que os preços dos produtos agrícolas estãoestagnados, dificultando ainda mais a situação dos produtores, que correm o risco inclusive de pcrderem suaspropriedades. .
o Sr. Asdrubal Bentes - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra a V. Ex'
O SR. ASDRUBAL BENTES (PMDB - PA. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,levanto uma questão de ordem para registrar, nos Anaisdesta Casa, a presença de representantes da' classe patronal do meu Estado, ligados principalmente ao setorda madeira, da siderurgia e agropecuária, no momentoem que todo o Brasil e O mundo estão com os olhosvoltados para a Amazônia, na defesa da nossa faunae flora.
Os empresários do nosso Estado vêm a Brasília discutir com o Presidente do Ibama a adequação de umapólítiea florestal para a nossa região, de tal maneiraque a ecologia seja protegida e viabilizados os investimentos na área.
Quero louvar a classe empresarial do meu Estado,que se preocupa com a defesa da ecologia no momentoem que precisamos compatibilizar o nosso desenvolvimento com a proteção ao meio ambiente, procurandouma forma de adcquação de uma política de proteçãoambiental com a economia regional e as suas peculiaridades.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tema palavra o Deputado Nelson Aguiar.
O SR. NELSON AGUIAR (PDT - ES. Sem revisãodo orador.) -Sr. Presidente, somos contrários a qualquer tipo de violência, inclusive a chamada violêncialegal, isto é, aquela que decorre de ordem de juiz oude autoridade policial. Assim, só temos a lamentar. asocorrências ontem verificadas no Rio de Janeiro, envolvendo companheiros do PDT e componentes da caravana do candidato do PRN. Não justificamos atos deviolência, mas é preciso lembrar que essas coisas sempretêm motivação. Como disse o companheiro Leonel Brizola, também lamentando o fato, isso começa a serresultado do tipo e da natureza de campanha que ocandidato do PRN vem desenvolvendo pelo País afora.
O que dizer de um candidato que, numa cadeia derádio e televisão, xinga a mãe do Presidente da República e a mãe do nobre companheiro Leonel Brizola,com imputações as mais feias, que nenhum filho poderiaaceitar? Também nós, a classe política, fomos tratadospor esse candidato, perante a Nação, de certo modo,como se fôssemos um bando dc salteadores. Lembramo-nos de sua conduta - não a de agora, porque hojeele está procurando alianças políticas. Quando apareceupela primeira vez nos órgãos de comunicação, diziaque não era candidato dos políticos, dos militares oudos empresários; o que desejara, na verdade, era botaressa cambada de corruptos na cadeia.
Fomos tratados, perante à Nação, como se fôssemos'um bando de salteadores dos cofres públicos. Embora
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isso não fosse dito diretamente, era o que se dava aperceber. Essas abordagens eram constantemente ouvidas nas ruas.
Hoje, felizmente, o quadro é outro. Começa-se ajuntar a ele tudo quanto existe de comprometimentocom toda a sorte de danos causados à Nação. Foi abandonada a tese e que ele era o candidato da sociedadecivil, contrário a todos e a tudo que havia de erradono Brasil. Hoje, busca velhos políticos, envolvidos comprocessos e esquemas de corrupção; recebe adesões doque conhecemos como o mais exeerável em termos deexploração e espoliação da sociedade brasileira.
Afinal, quem são os banqueiros e com quem elesestão?
Nós, que defendemos a candidatura do companheiroBrizola, estamos muito tranqüilos para dizer que o nosso candidato não tem compromisso com eles, não temvínculos com essa estrutura de poder, com essa estruturaempresarial corrupta, cartorial, que tem sugado os cofres públicos e violentado a classe trabalhadora brasi
.leira. Por isso mesmo eles não gostam do companheiroBrizola, por isso mesmo eles agora estão encontrandoo seu verdadeiro líder, o seu verdadeiro herói; por issomesmo eles agora estão-se juntando.
Queremos lamentar as ocorrências do Rio de janeiro,mas quero lembrar que não aceitaremos provocações.Lembro-me de que, quando da visita daquele candidatoao Estado do Espírito Santo, eu estava saindo do PalácioAnchieta. Não esperava que S. Ex' fosse visitar a ViceGovemadoria e, ao entrar no Palácio Anchieta, mesmosabendo que o Governador do Estado naquele momento estava reunido com Prefeitos e Vereadores, assinando convênios, a turma que vinha com S. Ex' fez provocações aos nossos companheiros e a mim, que sou Presidente do PDT regional. Lembro-me de que alguns rapazes que acompanhal'am aquela caravana emitiram juízos e nos dirigiram palavras que não posso repetir perante os microfones.
Este é o resultado da provocação, e sabemos quefazer provocação no Rio de Janeiro, especialmente na"Brizolândia", não dará certo mesmo, Sr. Presidente.É preciso que se compreenda que a toda ação e agressãocorresponde um revide.
o SR. WILSON CAMPOS (PMDB - PE. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr's e Srs. Deputados, no último dia 1', Pernambuco comemorou os150 anos de fundação de sua Associação Comercial,entidade que, ao longo de sua existência, travou lutase desfraldou bandeiras que se confundem com a própriahistória do seu grande povo.
Foi assim, no passado, com a construção e a ampliação do porto de Recife, do Teatro Santa Isabel, daspontes da Boa Vista e Duarte Coelho, voltando-se,no presente, para campanhas memoráveis, como aquelas que hoje se desenvolvem para a instalação, em Suape, da Refinaria de Petróleo e da Zona de Processamento de Exportação - ZPE.
Todas essas frentes representaram e representam fislelidade e princípios que se colocam muito além daótica exclusivamente empresarial, uma vez que correspondem a investimentos de amplos efeitos nas áreascultural, social e econômica.
Assim, romper o atraso e acompanhar a evoluçãohistórica de Pernambuco, do Nordeste e do Brasil temsido tarefas a que se impôs a Associação, influindono presente, mas de olhos postos no futuro.
Senhor Presidente, Sr" e Srs. Deputados, apesar do.quadro da crise em que está mergulhado o País, Pernambuco faz um desesperado esforço para modernizar asua economia.
Necessita consolidar o porto e o Distrito Industrialde Suape e a ZPE que ali começa a se instalar.
Necessita construir a Ferrovia Transnordestina, quetirará o Estado do isolamento a que foi relegado durantetodos estes anos.
Esta ferrovia permitirá a ligação do Estado pelo sertão, articulando a economia metropolitana com o nortee o sul do Brasil, viabilizando desde o Porto de Suapee suas empresas até os projetos agroindustriais localizados no pólo l,'etrolinalJuazeiro, além do transportedo gesso do Araripe.
A Associação também está gestionando para a construção da Ferrovia Transnordestina, porque entende
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
que o desenvolvimento é meio e fim da luta que ohomem do Nordeste trava pela sua redenção.
Fundada em 1839, quando o Recife tinha menos decinqüenta mil habitantes, por um grupo de comerciantesbrasileiros, portugueses, judeus e britânicos, desde1913, a Associação está plantada em sua sede, situadano bairro do Recife, no velho bairro do Recife.
Ali, onde "o Recife é mais propriamente chamado",como registra o verso de Carlos Pena Filho, ao longodos seus 150 anos, a Associação foi contemporâneade outros fatos que marcaram a história de pernambucoe do Brasil: a luta contra a escravidão, a proclamaçãoda República, a Revoluçaõ de 1930. os anos Vargas,o Industrialismo, a Segunda Guerra Mundial, as lutaspela redemocratização, p6s-1945, os fatos recentes quemarcaram os novos caminhos do povo brasileiro.
A todos esses episódios, direta a indiretamente, aAssociação esteve presente ou deles participou, honrando as tradições de órgão classista permanentemente voltado para os interesses de sua gente.
Senhor. Presidente, Sr's e Srs. Deputados, é commuita satisfação que registro, desta tribuna, tão importante acontecimento, que evoca e simboliza as melhorestradições de Pernambuco, do povo pernambucano, aoqual me orgulho de pertencer.
Parabéns à Associação Comercial de Pernambuco pela passagem do seu sesquicentenário!
Senhoi"Presidente, si" e Srs. Deputados, peço desculpas, mas esse registro me toca muito ao coração,porque foi nessa Associação que aprendi a lutar pelavida. Ela determinou os passos que eu deveria seguir.
Quero, nesta hora, referir-me ao clube do meu edo seu coração, o Clube Náutico Capibaribe, que, aos107 anos de vida, conquistou, mais uma vez.. para osverdadeiros alvi-rubros do meu Estado, um campeonato, para somar-se aos já existentes:
o SR. FERES NADER (PTB - RI. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,todos sabem que os problemas da cultura, não sendotão essenciais à vida da Nação, podem ser discutidos,mas devem esperar p~ra serem realizados em temptlsmais convenientes. Os debates, porém, são sempre permitidos. Por isso, propomo-nos reiniciar um movimentoque, acreditamos, deverá sensibilizar todos os nossosínclitos pares desta Casa.
A proposta de dotar Brasília de um indispensávelmuseu da cultura nacional não despertou o interesseque se esperava. Na ocasião, falou-se exaustivamenteno assunto. Mas, com o tempo, os mais entusiasmadoscom a proposta se deixaram arrastar pela indiferença.Seria uma instituição a ser formada sem grande empregode capital.
Propôs-se formar o acervo possiveimente com umalei que obrigasse cada museu existente a emprestar peças de interesse histórico, muitas vezes custodiadas emlocais de difícil acesso. Isto sem contar ser possível pesquisar em coleções particulares, certamente provocando gestos de generosidade, com contribuições preciosas.
O que se propõe constituiria um conjunto único parainformar sobre nossa realidade numa exposição forados padrões da tradição museológica, com uma oportuna disposição, cenografia atraente, dando relevo ànossa história através da arte e suas complementações.
Tivemos o ensejo de apreciar o projeto, e aquelesque tiveram a mesma oportunidade se uniram num consenso: é importante a sua concretização.
Mas, ao contrário, a iniciativa não prosperou, emque pese à coincidência da destinação do prédio dotv,luse do índio, tema, sem dúvida, de importância, ainda que incomparável com o porte de um estabelecimento nacional para a arte. Neste a presença dos primitiv9s habitantes seria o ponto de partida da atualidade.
E imperioso que se pense neste aspecto da capital,onde ainda não se cogitou de informar aos seus cidadãose especialmente às escolas e hóspedes de outras nações,certamente curiosos por saber sobre o Brasil e sobrecomo atingimos o estágio atual.
Precisanios rediviver este plano, mantendo-se a suaoriginalidade inicial. Precisamos superar a idéia de queos idealizadores de Brasília, ao se conéentrarem naconstrução desta grata arquitetura, acantonaram os órgãooda cultura e, em evidência remarcável, as artes.
Sugerimos, pois, que seja formada uma eomissâo paraestudar um projeto a esse respeito. Temos hoje historia-
Agosto de 1989
dores e professores voltados para os problemas museológicos que, acreditamos, poderiam preparar um estudosobre os itens a servirem para um museu nacional, pois,cedo ou tarde, vai-se prover o uso adequado dos materiais de arte e de história que aguardem uma consagração.
Vamos dar a Brasília um Museu Nacional.Muito obrigado.
O SR. IVO LECH (PMDB - RS. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, Sr" c Srs. Deputados. ocupoo horário do Pequeno Expediente, para parabenizaro idealizador e coordenador do seminário sobre acidentes do trabalho que a Comissão de Saúde, Previdênciae Assistência Social, da qual sou Vice-Presidente, emtão boa hora realizará nos próximos dias 23 e 24 deagosto, no auditório do Anexo 11. Este tema, Sr. Presidente, a mim empolga particularmente, até porque souuma vítima do acidente de trabalho. Tenho certeza deque nós, juntamente com os companheiros da Comissão, com os Parlamentares desta Casa, com os técnicosdo mais alto nível já convidados para esse evento ecom toda a sociedade brasileira, encontraremos caminhos e alternativas para que se valorize definitivamenteo trabalhador. Devemos dar ao homem o seu verdadeirovalor. Haverá um dia cm que se porá um fim à maneiradesairosa, inumana com que tratamos os trabalhadores.
Hoje, somos milhares e milahres de mutilados espalhados por todo este Brasil. Milhares de homens e mulheres brasileiros portam doenças e seqüelas do acideutedo trabalho.
Enquanto algumas vozes se levantam, criticando estaCasa, a Comissão de Saúde, Previdência e AssistênciaSocial dá um exemplo e um passo, chamando a sociedade civil, os trabalhadores c os sindicatos para aquidiscutir esta questão que nos envergonha e nos enchede constrangimento.
Deus queira que esse seminário, capitaneado pelocompetente Deputado pelo Estado de São Paulo Adhemar de Barros Filho, traga luzes e que esta Casa eo Congresso Nacional, fundamentados nas deliberaçõesdesse evento, complementem a nossa legislação, dandoao trabalhador brasileiro a verdadeira segurança na suaatividade profissional.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.
Durante o discurso do Sr. Ivo Lech o Sr. Inocêncio Oliveira, l' Vice-Presidente, deixa a cadeira dapresidência, que é ocupada pelo Sr. Feres Nader.Suplente de Secretário.
O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Concedo apalavra ao Sr. José Maurício.
O SR. JOSÉ MAURícIO (PDT - RI. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados,quem planta ventos colhe tempestades.
Não direi que somos favoráveis à violência, que ocandidato "collorido", na verdade, transíormou-se numgrande provocador nacional, nem que o candidato "coIlorido" habituou-se a referir-se ao Presidente da República com palavras de baixo calão e igualmente a seusconcorrentes. Não direi que o candidato "collorido"foi a Niterói, minha cidade, para chamar os estudantesde burros, mas digo que aquela população, briosa, altaneirae viril, respondeu ao candidato "collorido" à altura das suas provocações.
É bom que ele se reeduque, é bom que aprendaa se preparar para concorrer à Presidência da República. Evidentemente, este País precisa de um estadistae não'de um manequim, de um candidato "collorido".
Niter6i, ontem, Sr. Presidente, revidou as agressõesprovocadas pelo Sr. Fernando Collor. Anterionnente,o Sr. Roberto Marinho, "pai" do candidato "eollorido",dizia que o povo vaiou o Sr. Paulo Maluf; hoje, o Sr.Roberto Marinho, pelo seu oligopólio, diz que os brizolistas atacaram o candidato "coIlorido". Não é verdade.O Jornal do Brasil interpreta com precisão, tanto quanto o centenário "O Fluminense", os acontecimentosde Niterói. Na verdade, o candidato "eollorido" vivea assoalhar por todos os cantos que é lutador de caratê,judô e que vive cercado de capangas, como é sua práticae a dos seus ancestrais. Foi para a minha cidade, provocou, xingou estudantes e, evidentemente, recebeu otroco.
Querer transformar e dizer que foram os brizolistasque apedrejaram o candidato é uma mentira deslavada.
Agosto de 1989
Na verdade, o que ocorreu é que a assessoria do candidato "collorido" , despreparada e incompetente, traçouum roteiro, segundo o qual cle passaria pelo colégioonde os estudantes que ofendeu se encontravam, queé o centenário Liceu de Niterói. Ele tentou andar pelaAvenida Amaral Peixoto, mas o povo de Niterói demonstrou que a sociedade civil brasileira não tem nenhum apreço por este candidato de chuva de verãoe, mercê de 25 entidades civis, na Praça de Araribóia,promoveu um comício de repúdio à presença dele.
Concluir que isto foi manifestação dos brizolistas éprecipitar e arranjar recursos de um candidato que começa não a "descollorir", mas a desbotar, pois sequercor ele tem. Na verdade, é um membro do paleo "eollorido" que conhecemos no período autoritário. Farsante,vai à televisão dizer que ajudou a construir a democraci~ democracia esta que ele sequer sabe o que significa. lê: um farsante e um fascista. Evidentemente, todavez que for a Niterói, nessa condição, receberá daquelepovo e daquela hospitaleira cidade respostas às suasassacadilhas, aos seus insultos. Despreparado, não temcondição de postular a Presidência do nosso País.
o SR. JOSÉ GUEDES (PSDB - RO. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidnete, Sr" e Srs. Deputados, faço, desta tribuna, um alerta aos organismosfederais, bem como aos do Estado de Rondônia, nosentido de que cumpram suas atribuições evitando quea exploração das riquezas minerais signifiquem prejuízos irreparáveis ao meio ambiente.
Este'· alerta deve-se ao fato de que pela inoperêneiados setores competentes o garimpo de cassiterita denominado Bom Futuro, na Linha C-75, no Município deAriquemes, Estado de Rondônia, está sendo exploradode forma irracional e, em conseqüência, causando umverdadeiro desastre ecológico, cujos efeitos já se fazemsentir.
A ausência de medidas preventivas, ou seja, de lagoasde decantação, já causou a morte do igarapé do Jacaré,e o igarapé de Santa Cruz foi transformado num gigantelamaçal. Este igarapé, em algumas localidades, chegavaa registrar a profundidade de cinco metros e hoje nãochega e um. E mesmo este um metro é de pura lama.Mas O problema não pára aí;,pois esse igarapé deságuano rio Candeias, um dos afluentes do rio Madeira. Osefeitos já se ampliam, como por exemplo a coloraçãovermelha das águas antes cristalinas, a formação deuma crosta de barro no leito e a morte da fauna eflora do rio Candeias, que serve, dentre outros, à comunidade da cidade satélite Candeias.
Sr. Presidente, não podemos culpar os garimpeirosque dali sobrevivem. Sou, inclusive, um dos parlamentares que buscaram a livre garimpagem e o livre comércio de cassiterita naquela região, mas não posso meconformar com o descaso das autoridades, no sentidode exigir as condições mínimas para o funcionamentoda garimpagem, mecanizada. .
Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, o desastre ecológico atingiu tal estado de gravidade que a populaçãoda cidade satélite Candeias ameaça obstruir a BR-364,na ponte existente sobre o rio do mesmo nome, emsinal de desespero pela falta de iniciativa das autoridades responsáveis, na busca de alternativa para co-existência do povo e do garimpo.
Medidas, portanto, são necessárias e exigem agilidade, sob pena de amplos prejuízos, seja para os milharesde garimpeiros, como também para a população dacidade satélite Candeias e do próprio Estado.
Sr. Presidente, é oportuno ressaltar que a social democracia brasileira, na plataforma de governo de MárioCovas, optou pelo desenvolvimento racional da Amazônia, e inicia o tema da seguinte forma:
"O PSDB não prega um conservacionismo ingênuo, que sonha em defender a natureza afastandoa presença humana e bloqueando o desenvolvimento econômico. Mas também não se dispõe aeompactuar, por ação ou omissão, com formas depredatórias e, o mais das vezes, flagrantementeineficientes, de exploração da natureza."
Sr. Presidente, diante da gravidade dos fatos, comotambém da extensão dos interesses envolvidos, a solução é uma ação firme dos Poderes federal e estadual,objetivando alternativas benéficas para ambos os lados- meio ambiente e garimpo.
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
É hora para que todos se unam e compatibilizemdesenvolvimento com preservação do meio ambiente.É preciso aprendermos que ou compatibilizamos estasduas vertentes, ou assistiremos ao fortaleciemnto dasações daqueles que desejam transformar a Amazônianum imenso jardim e seus habitantes em jardineiros.
Muito obrigado.
O SR. EDIVALDO HOLANDA (PL - MA. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,ingressei no PL na certeza de haver encQntrado o caminho da modernidade política, não apenas um novo partido, mas um partido novo, desvil}eulado de vícios e práticas autoritárias. O Deputado Alvaro Vale, valor reconhecido neste País, em programas didáticos na televisãobrasileira, em vários momentos demonstrou-nos o liberalismo e a modernidade dessa sigla, hoje em francaafirmação na política nacional.
A convite do presidente regional e nessa convicção,filiei -me ao Partido Liberal, no meu Estado. Entreicom amigos, companheiros brilhantes, esperançosos efirmes no propósito de fazermos do PL, no Maranhão,um grande partido. Não foi possível. As divergênciasfluíram, e durante as eleições próximas passadas, quando disputei a Prefeitura da minha cidade, São Luís,houve o agravamento de uma crise, de cujos lancesunilateralmente o Maranhão tomou conhecimento. Duranto seu curso, ninguém leu nas páginas dos jornaisou ouviu na televisão afirmações minhas denegrindoa imagem de qualquer companheiro. A honra l!;lheiaé sagrada e, como tal, deve ser preservada. Por isto,em momento algum aceitei responder a provocaçõesnem a insinuações.
Sem retaliações nem ofensas, humilde e sereno, informo aos companheiros que nesta data deixo o PartidoLiberal. Desejo vê-lo cada vez maior e mais forte nestePaís.
Agradeço ao meu Líder, Adolfo Oliveira, a todosos companheiros de bancada a forma carinhosa comque me trataram nas duas Casas do Congresso Nacional.Ao Deputado Afif Domingos, pela lhaneza, pelo tratamento que sempre me dispensou, ao Presidente ÁlvaroValle, a todos, enfim, o meu agradecimento sinceropela forma como fui recebido no Partido Liberal e pelamaneira como até aqui fui tratado.
Deixo o PL na esperança e na certeza de paz. Nãosaio magoado, mas ferido pela frustração de um ideário,não fugindo à luta, mas buscandoforças e alento paraprossegui-la, certo de que a vida é combate.
Aos companheiros que no. partido permanecem omeu abraço sem ressentimentós.
Quero dizer ainda que, a partir deste instante, estousem partido na Câmara dos Deputados.
ASRA. SADIEHAUACHE (PFL-AM. Sem revisãoda oradora.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados,a colônia árabe no Brasil foi surpreendida com as declarações do presidenciável Collor de Mello. A propósito,lemos no "Jornal de Brasília" de hoje a seguinte nota:
"Os embaixadores dos países árabes no Brasilmanifestaram ontem espanto e estranheza diantede declarações feitas na semana passada pelo candidato Fernando Collor de Mello a respeito do conflito entre Israel e os palestinos. Além de umadeclaração enviada ao Itamarati, parlamentares eoutras autoridades, O Conselho dos EmbaixadoresÁrabes divulvou uma carta de cinco laudas dirigidaa Collor.
Em um debate na Federação Israelita do Estadode São Paulo, na última quinta-feira, Collor declarou não ver com simpatia a eriação de um Estadopalestino nos territórios oeupados por Israel e deixou claro que não apóia o reconhecimento de umgoverno palestino ou de um escritório da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) noBrasil. Se o líder do OLP, Yasser Arafat, viesseao Brasil, Collor, como piesidente da República,não o receberia como chefe de Estado.
As declarações do candidato surpreenderam osembaixadores dos dez países árabes com representação em Brasília, que se reuniram na tarde desegunda-feira para discutir uma reação conjunta.Na reunião, foi decidida a elaboração da declaraçãoe da r" ta a Collor.
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O sentimento da maioria dos embaixadores êde que o candidato falou sem conhecer o assunto,que não deve estar acompanhando, disse o chefeda missão da Liga dos Estadoa árabes, o diplomatasírio Mohamed Adanan Baghdadi. Para o diplomata, Collor foi de um extremismo que não é aceitável ao recusar ao povo palestino o direito deter sua própria pátria.
O Conselho dos Embaixadores Árabes lamentaas opiniões parciais e injustas de Collor, que atingem o direito árabe na Palestina ocupada e causamdanos e incompreensões aos interesses do lado árabe. Lembra a nota que as declarações do caudidatoforam feitas "no momento em que o mundo começou a conhecer melhor a questão palestina, a simpatizar com a idéia de encontrar uma solução paraos conflitos no Oriente Médio."
Senhor Presidente, nós, que somos descendentes deárabes, ficamos estarrecidos com essa declaração doSr. Fernando Collor. Eu, particularmente, sinto-me nodever de deixar aqui meu veemente protesto, porquevi palestinos sendo exterminados, ouvi e li a respeito:Quero lembrar a todos o episódio de Sabra e Chatila,no Líbano, quando a sua população foi metralhada covardemente, chegando, depois de seis meses sem mantimentos, a ser liberada para consumir carne humana.Não nos esquecemos dos campos de concentração naAlemanha, mas, nos dias atuais, estão acontecendo fatos piores. Apoiamos o povo palestino, sem suscitara idéia de segregação racial. Sou muçulmama e acreditoque neste Parlamento seja eu a única filha de árabemuçulmano. Nós, árabes, muçulmanos, punimos a segregação racial, pois não admitimos que ninguém façadistinção entre preto, branco, amarelo ou qualquer ou-tra cor. .
Gostaria que os povos não tivessem fronteiras. Exatamente neste momento em que os palestinos sofrem,temos uma filha brasileira, amazonense, lá na Palestina,com sua prisão perpétu,!- decretada - a Lâmia, queconhecemos ao nascer. E mais uma injustiça cometidapelo povo israelita.
Atentemos, pois, para esse fato, a fim de que eleja'mos um presidente digno de um Brasil moderno, queolhe para cima e para o alto e não para o chão, comominhoca.
Era o que tinha a dizer. (Pahnas.)
O SR. EDMÊ TAVARES (PFL - PB. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, ao ensejo das festividades do quadricentésimoquarto aniversário de João Pessoa, capital do meu Estado da Paraíba, que nos alegra neste mês de agosto,é com indisfarçável sentimento de júbilo que venhoassociar-me às comemorações que assinalam o evento,não só pelo fato de sentir-me vinculado àquela comunidade, mas por saber que a cidade, composta do onteme do hoje, não perde a sua identificação com o passadoe seu compromisso com o futuro. Exalta-se não só peloque de histórico encerra, mas sobretudo pelas densasraízes paraibanas e brasileiras que a tornam símbolode bravura do personagem que lhe empresta o nome.
Fundada em 5 de agosto de 1585, a cidade forjousua têmpera na alma do tempo, tendo sido ao longodesta travessia paleo nos mais expressivos acontecimentos políticos e sociais, muitos deles vivificando exemplosdo mais acendrado amor à Pátria.
Próspera e desenvolvida, acompanhando os padrõesmais altos de qualidade de vida, anseio das grandescidades brasileiras, João Pessoa tem tido, ao transcursodos anos, um crescimento econômico substancial, notadamente com o processo de industrialização, ocorridoa partir da década de 70.
Recentemente, em face de sua 10Càlização geográficaexuberante c suas paradisíacas praias, o Município vemassistindo ao despertar natural de sua vocação turística,atraindo anualmente milhares de turistas do Brasil edo exterior, que colaboram de maneira decisiva parao desenvolvimento do comércio e dos serviços. Tambémo seu entorno, com os núcleos rurais em crescente expansão, dá resposta positiva ao seu estágio de progresso.
Aliada a estes fatores de natureza econômica, a cida.de é hoje um dos pólos da vida universitária brasileira,com suas duas universidades, com dezenas de cursose milhares de estudantes. constituindo-se em centro irradiador de cultura e saber.
7500 Sexta-feira 11.
É, pois, com alegria que deixo consignado nos Anaisdesta Casa o'regozijo de todos os paraibanos pelo transcurso de mais um aniversário de nossa querida capitale me congratulo, de modo especial, com a boa gentepessoense pela memorável efeméride.
João Pessoa não pára. A sua caminhada rumo aofuturo projeta em todo o País a capacidade de trabalhoe o patriotismo do generoso e altivo povo paraibano.
Muito obrigado.
O SR. AMAURY MÜLLER (PDT - Rs. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados,quem diz o que quer certamente ouve o que não quer.A sabedoria popular, ao consagrar esse aforismo, cobrese de razão.
Quem primeiro agrediu, quem primeiro dirigiu palavrões incompatíveis com o grau de civilidade que umcandidato à Presidência da República deve ter? Quemprimeiro provocou, enviando a Caruaru provocadoresregiamente pagos para tumultuar um comício de LeonelBrizola?
Ora, SI. Presidente, os acontecimentos de ontem,em Niter6i, são conseqüência das desatinos, das sandices, das agressões e das violências patrocinadas pelacandidato da PRN, cujo nome não declino uma vezmais em respeito à opinião pública brasileira. Lamentoo que houve lá. Mas, se militantes do PDT e da CUTmanifestaram o seu repúdio a esse candidato que seexibe à sociedade brasileira como um salvador da Pátria- ignorando que o último salvador da Pátria morreuantes do descobrimento do Brasil e está definitivamentesepultado - não podemos evitar que aconteça a irasagrada dos que repudiam e expressam sua repulsa afarsantes, a impostores, a demagogos, como ocorreuontem em Niter6i.
Não prego a violência, Sr. Presidente, creio que apenas a paz é capaz de construir. Mas para cada. açãohá sempre uma reação, e o povo de Niter6i, os militantesdo PDT e da CUT que manifestaram seu repúdio aesse farsante, a esse impostor, nada mais fizeram doque reagir às provocações anteriores do candidato doPRN.
Dito isto, não para justificar, mas apenas para esclarecer a opinião pública a respeito dos epis6dios ocorridos ontem em Niter6i, gostaria de centrar minha manifestação na questão da dívida externa. Acaba de encerrar-se na Comissão de Relações Exteriores, em promoção da Subcomissão para a América Latina, um importantíssimo seminário a respeito da crise por que passaesta área do mundo, em relação especialmente a suadívida externa, e que abre a perspectiva de concretizar-se, no curto prazo, uma proposta de integração política, econômica, social e cultural de todos os paíseslatino-americanos e earibenhos.
O que surpreende é que nessa proposta de um pactoantiinflação que teria o endosso do Congresso Nacional,sem que os congressitas houvessem sido consultados,fala-se na suspensão do pagamento dos scrviços da dívida muito mais em função de um controle cambial doque de uma decisão política inteligente, corajosa e soberana.
A proposta que o PDT sustenta há muito tempo eque Brizola levará à prática, se conduzido, como seespera, pela vontade popular, à Presidência da República, é de que sejam suspensos imediatamente, portempo indeterminado, os pagamentos dos serviços dadívida, até que se realize uma ampla auditoria, a fimde radiografar o endividamento externo, distinguir dívida real de dívida nominal e responsabilizar aqueles que,à revelia da Nação, contraíram essa dívida e sepultaramos recursos obtidos em projetos megalômanos. No Governo Brizola, s6 depois de realizada esta auditoria éque o Brasil se disporia a reatar o seu relacionamentocom a agiotagem internacional e pagar aquilo que realmente deve.
S6 para se ter uma idéia da forma com que a AméricaLatina vem sendo espoliada, de modo especial, o Brasil,pelo sistema financeiro internacional, bastaria lembrarque, nos últimos oito anos, foram drenados das eeonontias latino-americanas para as burras da agiotagem internacional, nada menos do que 271 bilhões de d6lares,a título de juros e amortizações. Nesse mesmo período,por paradoxal que possa parecer, ocorreu uma fuga,de capitais, em direção aos países do Primeiro Mundo,
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
muito especialmente aos Estados Unidos, da ordemde 250 bilhões de d6lares. Isto significa, em última análise, que os países da América Latina, principalmenteo Brasil, estáo sustentando a grandeza dos países doPrimeiro Mundo, enquanto aqui subsistem a fome, oanalfabetismo, a doença e a miséria generalizada.
Ora, este Governo que aí está, sem nenhuma credibiIidade, sem nenhuma aceitação popular, não tem lastroe muito menos coragem para determinar essa morat6riaque se propõe, inibindo o pagamento dos serviços dadívida externa por tempo indeterminado, tal como deseja o PDT. Parece que tem razão, por incrível quc possaparecer, o Presidente do Citicorp, quando afirma quea agiotagem internacional s6 vai negociar juros maisbaixos, spreads menos extorsivos, prazos mais longoscom o novo Governo. Mas, se este Governo não resultarda verdadeira vontade popular, se for um Governo queresulte da manipulação de estatísticas, de pesquisas deopinião púbica, certamente essas negociações serão sepultadas, continuarão a prejudicar e a onerar a frágileconomia nacional, causando mais desemprego, maisfome, mais analfabestismo, mais doença e mais pobrezaexplícita. Por isso, a Nação tem de estar atenta. Pesquisas podem induzir, na medida cm que são manipuladas,o eleitor pouco esclarecido a aceitar um candidato dementira, um candidato da impostura dos grandesgruposeconômicos, dos bancos, dos latifúndios e do capitalestrangeiro, como é o caso do candidato do PRN.
Agora mesmo, Sr. Presidente, acaba de ser divulgadaa pesquisa da empresa Perfil - idônea certamente através do jornal Diário Catarinense, de Florian6polis,em que os dois candidatos que estão à frente registramum empate técnico: o candidato do PRN e Leonel deMoura Brizola, com um crescimento de Brizola de quase dez pontos percentuais, enquanto o outro candidato,o candidato da Rede Globo, do latifúndio, dos bancose dos interesses estrangeiros, sofreu uma queda acentuada. Mas essa pesquisa colide frontalmente com aquela qivulgada recentemente por outros veículos queatuam no eixo Rio-São Paulo, que têm, evidentemente,interesses a preservar, mentindo até de forma deslavadapara a opinião pública. Vamos confrontar essas pesquisas e ver qual delas é verdadeira, embora eu continueachando que a grande pesquisa se fará no dia 15 denovembro, quando o povo, chamado a decidir os seusdestinos, certamente elegerá um presidente comprometido com seus direitos e anseios de liberdade e democracia.
Ao fazer esta observação, retorno ao tema da dívidaexterna para dizer apenas isto: nós, brasileiros, nãoaceitamos mais a exploração da agiotagem internacional. Se este Governo quer sair do poder desmoralizado,esquecido no dia imediato ao da posse do novo Presidente, que decrete a moratória e dete11Jline a suspensãodo pagamento dos serviços da dívida, por .tempo indeterminado, sem submissão e sem dependência dos banqueiros internacionais, a fim de que este País possarespirar, e, respirando, construir a sua grandeza, commais terra para os que não têm terra, com salários maisjustos para os que recebem um salário de fome, comescolas, com saúde, enfim, uma pátriiuedimida de todasas iniqüidades que hoje a enodoam, infelizmente.
Muito obrigado.
O SR. PERCIVAL MUNIZ (PMDB - MT. Sem revisão do orador.) -Sr. Presidentc, Sr" e Srs. Deputados,estamos, nesta data, 10 de agosto, reassumindo nossasfunções na Câmara dos Dcputados. Inicialmente, tenhoo prazer de anunciar a este Plenário que, depois deter passado quatro meses ajudando o Governador doMato Grosso, Carlos Bezerra, conseguimos fazer umareforma adntinistrativa adequando á" máquina estatalà realidade do pr6prio Estado e do País.
Para V. Ex" tcrem uma idéia, o Governo extinguiudoze secretarias de Estado. Além disto, também reduziu em mais de seiscentos os cargos de confiança.
Para se ter dimensão desta reforma: o Estado antespossuía 22 secretarias de Estado. Reduziu-se a dcz secretarias, mais da metade da estrutura montada nQ tempo da fartura, no tempo em que a máquina na estatal,os poderes públicos federal, estadual e municipal criavam 6rgãos de todos os jeitos, sem o menor compromisso com um planejamento adequado à realidade regional e da população.
Agosto de 1989
Mas, Sr. Presidente, nas andanças nesses quatro meses, vimos o sacrifício da nossa população. O Estado,hoje, já está em segundo lugar na produção nacionalde grãos e colabora em muito com as exportações. Entretanto, tem uma carência muito grande em estradase energia. Pata lá se dirigiam brasileiros de vários Estados, com o fim de elevar a produção e o dcsenvolvimento deste País.
Sofremos, no Estado de Mato Grosso, Ilor falta deapoio do Governo Federal e da estrutura ;acional.
E o que lamentamos - aqui faço um protesto é a maneira como foi votado, na Contissão Mista deOrçamento, o Projeto de Lei n' 6/89, conhecido como"Jumbão", discriminando alguns Estados e privilegiando outros.
Mato Grosso produz mais de sete milhões de toneladas dc grãos, e está hojc com suas rodovias federaispraticamente intransitáveis. Para que V. Ex" tenhamuma idéia, o Governo do Estado, cm mutirão com asociedade civil, foi obrigado a retirar o resto de asfaltoque havia em vários trechos das rodovias federais, porque o pouco de pavimentação nelas existentes s6 prejudicava e em nada colaborava com os camioneiros quecarregam toda a safra da região, atendendo não s6 aoEstado do Mato Grosso, mas também aos de Rondônia,Amazonas e Acre.
E agora, quando o Congresso Nacional adquire aquilo por que tanto lutamos na Constituinte - a prerrogativa de elaborar, votar e poder emendar o orçamentodo País - este pr6prio Congresso repete a prática exercida pelo Poder Executivo, ou seja, a de beneficiaros seus apaniguados e amigos. Para os amigos, tudo,e para os desconhecidos pouca coisa ou quase nada.
Por ter o Estado do Mato Grosso uma representaçãoparlamentar pequena - apesar da sua grande produçãoe de seu imenso territ6rio - ficou extremamente preju
,dicado com esse "Projeto Jumbo", que seremos obrigados a aprovar, até para não perder o que conseguimosatravés de muita luta dos nossos Deputados.
Assim, Sr. 'Presidente, conclamo os Srs. Parlamentares para que restabeleçamos o princípio federativoda Constituição que elaboramos recentemente. Não podemos repetir, nesta Casa, a mcsma prática viciada doPoder Executivo; não podemos distribuir verbas orçamentárias privilegiando alguns Estados em detrimentode outros. Essa é uma prática que deve ser sepultada.Aviso aos companheiros que estarei, em relação a isso,vigilante na Comissão e no plenário. Iremos denunciarestes fatos e n'ão faremos conchavos; defenderemos osintcresses do Mato Grosso e do País. Não queremosprejudicar nenhum Estadu, mas exigiremos justiça paraMato Grosso e para a Regüio Amazônica.
Nesse sentido, ao mesmo tempo em que fico contentee satisfeito em saber que a Câmara dos Deputados,durante o período em que estive afastado, tomou váriasmedidas moralizadoras do Parlamento - na condiçãode Constituinte e de Parlamentar batalhei por isso parabenizo a Mesa da Câmara e do Congresso Nacionalpelas medidas tomadas, e protesto pela forma usadapara distribuir as verbas desse projeta chamado "Jum·bão", porque do jeito que está é um "trenzão da alegria" para alguns Estados e um "trem da tristeza" paraoutros. A população já se organizou e se manifestoudizendo que muitas vidas são perdidas, todos os dias,por falta de apoio. Fomos prejudicados pelo comportamento adotado por ocasião da votação do mandato presidencial. Ganharam, por isso, os cinco anos. Ficamosn6s com o Estado ilhado. Hoje, para que V. Ex' tenhauma idéia, os telefones do Estado estão cortados, efomos praticamente inviabilizados. E agora, quando depende do Parlamento resolver essa questão - deveriafazer justiça a todos os Estados - encontramos, novamente, o espírito de grupelho, beneficiando aquelesque têm mais amigos e prejudicando o espírito da Fede-ração. •
Fica aqui o meu elogio às decisões da Mesa e o meuprotesto a essa atitude. Espero que no "jumbinho" quevem aí Mato Grosso possa ser contemplado com tudoaquilo a que tem direito, já que está colaborando como desenvolvimento deste País. Aliás, não s6 Mato Grosso, mas principalmente a nossa Região Amazônica, tãodecantada, mas que, na verdade, não recebe nenhumapoio para que se possa preservá-la, usá-la de uma forma decente e equilibrada, a fim de que não venha aprejudicar o Brasil e a humanidade.
Agosto de 1989
Precisamos de apoio ou, pelo menos, de justiça. Éisso que estamos querendo e pedindo ao parlamentobrasileiro.
o SR. ADYLSON MOTTA (PDS - RS. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados,ocupei anteontem esta tribuna para fazer análise deassunto de grande importância para todos nós: a novaconquista dos sanitaristas brasileiros e da populaçãoem geral, com a criação do SUDS - Sistema Unificadoe Descentralizado de Saúde.
Essa é uma luta de mais de 40 anos, tendo seu pontoculminante na III Conferência Nacional de Saúde, em1%3, quando realçada a necessidade de se municipalizarem os serviços de saúde. Depois, através de umdecreto, em 1987, institucionalizou-se a unificação doserviço de saúde, e a Assembléia Nacional Constituinte,em seus arts. 196 a 200, constitucionalizou a matérianas suas linhas básicas e genéricas como não poderiadeixar de ser.
Através do meu pronunciamento, fiz uma análise dagrande conquista que foi a descentralização e a unificação dos serviços de saúde no Brasil. Ao mesmo tempo,citei uma série de reparos que deveriam ser feitos, inclusive necessidade de se votar urgentemente, nesta Casa,uma lei que estabeleça critérios dentro dos quais scdeva implantar e implementar a municipalização dosserviços de saúde, para evitar o que cstá ocorrendo.Fiz ainda referências às distorções ocorridas, salientando que os critérios técnicos que presidiam, até então,as ações de saúde, lamentavelmente estavam sendosubstituídos por outros eminentemente políticos, e oque é mais triste, político-eleitorais.
Por coincidência, sem ter falado com ninguém doTribunal de Contas da União, hoje o Correio Brazilie1lSeedita matéria intitulada "TCU Denuncia Desvio noSUDS". É praticamente aquilo que denunciei em meu.pronunciamento.
Sr. Presidente, para que se corrobore minha manifestação, peço a V. Ex' que autorize a transcrição na íntegra da matéria que vou passar à Taquigrafia, onde semostra claramente que hoje, em 1989, temos 4 bilhõese 500 milhões de cruzados novos, ou seja, cerca de2 bilhões de dólares, para serem aplicados no SistemaUnificado e Descentralizado de Saúde.
Há uma série de denúncias, aqui, de desvios dessesrecursos, de malversação, falta de senso na sua aplicação e de critérios políticos na distribuição, assim comofaUlas técnicas e administrativas.
Devido à seriedade do assunto e para que minhasdenúncias tenham conotação oficial, como é o relatóriodo Tribunal de Contas da União, peço a V. Ex' a gentileza de autorizar a transcrição da referida matéria, afim de que faça parte do meu pronunciamento.
MA TÉRIA A QUE SE REFERE O ORADOR.
TCU DENUNCIA DESVIOS NO SUDS
O Tribunal de Contas da União constatou desviode recursos do Programa de Desenvolvimento de Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde (SUDS)em 12 estados, entrc dczenas de irregularidadcs cometidás pelas prefeituras de capitais e secretarias de saúdecom relação ao repasse e utilização das verbas do sistema, previstas para NCz$ 4,5 bilhões em 89. O tribunalafirmou que o Inamps e o Ministério da Saúde estãorealizando precária fiscalização na execução dos convênios.
As Secretarias de Saúde de Alagoas, Ceará, EspíritoSanto, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará,Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catariana, Sergipe e SãoPaulo utilizaram, de aeordo com inspeção realizada pelotribunal, verbas do SUDS em finalidades não previstaspelos convênios.
As irregularidades foram detectadas nas delegaciasregionais do Inamps e nas secretarias estaduais de Saúde. Entre as falhas do Inamps, o TCU constatou omissão de cláusulas essenciais nos termos dos convênios,concessão de recursos sem plano de aplicação e cronograma financciro, repasse de verbas a prefeituras quenão prestaram contas de repasses feitos anteriormente.
A relator!, dos proccssos de inspeção do tribunal éa ministra Elvia Castelo Branco. Após a constataçãod" falhas em cada Estado, o tribunal vai dar um prazo
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
de 30 dias para que o Inamps faça as correções antesque qualquer medida efetiva seja tomada.
As deficiências na aplicação e repasse de recursosconfiguram, segundo o tribunal, em "faUlas de responsabilidade" dos escritórios do Inamps e das Secretariasde Saúde. Os estados de Alagoas, Amazonas, Bahia,Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Rio de Janeiro, SantaCatarina e Distrito Federal estão aplicando a verba doSUDS no sistcma financeiro mas a receita obtida comas aplicações não retorna à sua conta.
Em Santa Catarina, a Secretaria de Saúde está transferindo recursos do SUDS para entidades privadas ehospitais de fundação administrados por terceiros, contrariando as especificações do programa.
Na área de pessoal, as irregularidades são ainda maiores. A secretaria de Saúde do Pará, por exemplo, nivelou o salário de todo o pessoal de nível superior à categoria de médico do Inamps, às custas das verbas do SUDS.Os estados do Amazonas, Bahia, Espírito Santo, MatoGrosso do Sul, Paraiba, Pernambuco e Rio Grandedo Sul concederam isonomia salarial com recursos dosistema.
No Rio Grande do Nortc, os servidores de nível médio do Inamps, cedidos à Secretaria de Saúde forampromovidos ao nível superior para se beneficiarem dasgratificações pagas com recursos do SUDS. Ainda noRio Grande do Norte, e no Ceará, servidores do Inampsganharam isonomia salarial também às custas do sistema.
O SR. JOSÉ FERNANDES ( PDT - AM. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr" e Srs. Depu·tados, a Universidade do Amazonas mantém convêniocom o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia INPA, para formação em pós-graduação de diversosalunos da instituição.
Recentemente a direção da Universidade propôs ovoto universal para indicação dos dirigentes do INPA.Em resposta, o Presidente do INPA formulou o pedidode rescisão do convênio FUA/INPA, que, se ocorrer,trará sérios prejuízos à comunidade de pós-graduadosda Universidade.
Sr. Presidente, já é hora de alguns técnicos se acostumarem à democracia. O Presidente do INPA pode atéser contrário e lutar pela não adoção do voto democrático na instituição que dirige. Mas denunciar o convênio, que interessa aos Estados da área, apenas em represália a uma proposta da Reitoria, é uma atitudc inaceitável e condenável sob todos os aspectos, em razãodos prejuízos que ocorreriam.
Finalmente, Sr. Presidente, como é de responsabilidade dos Srs. Ministros da Educação e de Ciênciae Tecnologia tomar medidas administrativas para evitardesatinos de seus subordinados, encarecemos a açãode S. Ex" no sentido de ser mantido o convênio Universidade/INPA, para formação em pós-graduação, aomesmo tempo determinando que eventuais discordâncias de procedimento não sejam objeto de retaliaçõesprejudiciais ao Estado.
Era o que tinha a dizer.
A SRA. ROSE DE FREITAS (PSDB - ES. Semrevisão da oradora.) -Sr. Presidcnte, Sr"c Srs. Deputados, recebi, há pouco, release de matérias publicadasnos jornais do Espírito Santo, acompanhado de apelodramático feito por um deles, que era de propriedadeda colunista social Maria Nilse, aos Deputados Federais, no sentido de que usem esta Casa de leis paraprovidências visando à punição dos culpados pelo cruelassassinato de Maria Nilse.
Quero dizer aos nobres colegas que o assassinatode Maria Nilse é apenas mais um, na seqüência decrimes violentos que vêm ocorrendo no meu Estado.Recentemente, houve a morte do Vereador "tucano"e sindicalista Verino Sossai, além dos famosos casosde violência sexual que culminaram com a morte demuitos adolescentcs c de assaltos e violências de todanatureza. No cntanto, continua a impunidade de criminosos que, tenho certeza, estarreceram a imprensa nacional. Estamos acompanhando diariamente, atravésda imprensa nacional, o caso do assassinato de MariaNilse, e ouvimos o apelo dramático feito por seu marido,no sentido de que os Parlamentares do Espírito Santotrouxessem as ocorrências de violência aquele Estadoao conhecimento desta Casa.
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Sr. Presidente, com certaemoção, cumpro este dever.Já fizemos atos públicos, fomos até o Secretário deSegurança, apelamos ao Governador do Estado, naépoca, Gerson Camata, e ao atual, Max Mauro, e atéesta data nada conseguimos. O Sr. Cláudio Guerra,personagem enigmático, apesar de estar envolvido nesse caso e muitas vezes condenado por participação emchacinas e assassinatos naquele Estado, comanda asinvestigações.
Há também o caso do ex-Deputado. Vasco Alves,Prefeito eleito de Cariacica. Foram feitas ameaças epraticadas violências contra seus assessores, sendo alguns deles seqüestrados, dopados e jogados em balneários distantes, culminando.tudo isso com sua cassação.Todos esses·crimes foram praticados à luz do dia, coma conivência de elementos da Polícia do nosso Estado,Diante disso, o que posso pedir a esta Casa de leis?Toda a sociedade espírito-santense está mobilizada e 'a imprensa nacional alertada para esses fatos. Só tenhoa lamentar que, mais um vez, a sociedade esteja estupefata e revoltada com a violência que envolve o Estadodo Espírito Santo. Não tenho dúvidas de que, em matéria de violência, nosso Estado ganha até do Pará.
Ontem ouvi de um Deputado pelo Pará que os criminosos, os assassinos, os pistoleiros mais violentos e temidos naquele Estado procedem do Espírito Santo, emconseqüência da impunidade ali institucionalizada.
Quero deixar o meu protesto - é só o que possofazer - contra a inércia dos governantes e contra afalta de medidas por parte do Governo Federal.
Hoje ouvi li entrevista do recém-empossado MinistroSaulo Ramos, na qual S. Ex' di.sse que será absolutamente rigoroso na apuração dos seqüestros. FaçO, portanto, um apelo ao Sr. Ministro, com quem travei polêmicas ncsta Casa, quando da elaboração da Constituição, no sentido de quc atente para a sjtuação doEstado 'do Espírito Santo, que se transforma numa escola de violência, exportando pistoleiros para a BaixadaFluminense, para o Pará, Paraná, Bahia e outros Estados, onde se, tornám verdadeiros líderes do mundo do .crime impune.
Nesta 0po,rtunidade, registro a minha revolta, indignação e protesto não só pelo assassiuato de Maria Nilse,mas de todos aqueles que tombaram em praça pública,nas sarjetas, nas ruas, nos fins de noite, nos sindicatos,em brigas por um pedaço de terra. O Espírito Santonão pode continuar como está, sob pena de a própriasociedade acabar por pedir intervenção no nosso Estado.
Era o que tinha a dizer.
A SI" Irma Passoni - Sr. Presidente, peço a palavrapela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Tem V. Ex'a palavra.
A SRA. IRMA PASSONI (PT - SP. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, registro nesta Casa apresença do SR. Bernardo Klibsberg, Diretor de Programas Regionais da Organização das Nações Unidase Desenvolvimento de Capacitação e Gestão do SetorPúblico. S. S' esteve hoje na Comissão de Serviços PÚblicos, onde nos ofereceu uma análise de como poderiaser uma reforma administrativa, em que a eficiênciaseria conquistada, entre outros elementos.
Faço este registro até com pcna, porque o Congressoconvocou sessão ao mesmo tempo em que estávamosreunidos na Comissão, prejudicando o seu andamento.Posteriormente vamos oferecer a todos os Srs. Parlamentares cópia da palestra proferida naquela Comissão,já que de extrema importância, no momento em quese pensa no papel do Estado e na reforma administrativa.
O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - V. Ex' seráatendida.
O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Concedo apalavra ao Sr. Paulo Delgado.
O SR. PAULO DELGADO (PT - MG. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a campanha eleitoral caminha de maneira insofismável para quadros de irracionalidade, provocados pela supcrficiali-
_dade com que alguns candidatos vêm procurando caracterizar o debatc dos grandcs problemas nacionais.
J502 Sexta-feira 11
o Brasil é um país de povo extremamente sofrido,explorado, sem cidadania plena, onde as classes dominantes, nos últimos anos, agravaram a situação de miséria do povo. A sucessão presidencial deve ter por partedo grande público brasileiro a prcocupação adicionalde levar a totalidade do povo à discussão aprofundadados verdadeiros problemas nacionais. O que se constata, nO entanto, Sr. Presidente, é que a campanhapresidencial está-se transformando numa disputa deagências de publicidade, com marcas, logotipos, marketing, enfim, uma campanha que procura vender produtos no mercado das ilusóes eleitorais, como se fora ofertas da semana - um produto custa 99 centavos, paradar ilusão de que ele não custa um cruzado novo. Écomo se os sentimentos populares devesscm substituira racionalidade na discussão dos programas de governo.Quando se propõc a irracionalidade, o scntimento substituindo a capacidade de avaliação crítica das alternativas oferecidas pelos candidatos e partidos, a conscqüência é uma reação de igual intensidade.
A responsabilidade pelos incidentes ocorridas no Riode Janeiro recaem sobre o candidato qlie os tem provocado, já que ele convidou o Rio de Janeiro à forra.O que o povo entende por chamamento irracional éa capacidade de rácionalidade e subjetividade que ohomem público e a educação formal lhe dão naquelemomento, isto é, a capacidade de entendimento globalde uma situação complexa como a que vivemos no Brasil. E essc processo pode agravar-se, caso continuemosnessa linha de substituição da discussão de programaspela simples divulgação de índices de preferência eleitoral, aferidos no momento em que transcorre a campanhaeleitoral.
Sr. Presidente, SI''' e Srs. Deputados, é preciso terclaro que todas as propostas para se ressucitar no Brasilum sistema liberal, com cores de aparente modernidade, tendo como marca tradicional a afirmação dasindividualidades sobre os interesses coletivos, representam um rctrocesso na história dcste País.
O que sc viu nos últimos anos c o que permitiu amudança do sistema autoritário, a transformação daditadura uum estado de demoeracia controlada - porque não temos democracia plena, já que ela não existesem justa distribuição de renda, reforma agrária e outros aspectos fundamentais de uma política econômicarealmente nova - foi o movimento sindical organizado,movimento popular e comunitário na periferia das grandes cidades brasileiras. Os partidos políticos se organizaram sobre bases ideológicas, e essa qualidade do nosso povo inibiu a ação do regime autoritário e levouà modificação da cstrutura de funcionamento deste País,ainda que dc maneira parcial, parmitindo que chegássemos'ao processo de eleição presidencial, já agora a90 dias de sua realização.
Afirmar os valores da individualidade de um liberalismo que estava em vigor no Brasil é contribuir paraque esse p'assado se afirme de mancira plena, impedindoque o Brasil caminhe em direção ao futuro.
Durante o discurso do Sr. Paulo Delgado, assumem sucessivameme a Presidência os Srs. Paes deAndrade, Presidente e Feres Nader, Suplente de Secretário.
o SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Concedo apalavra ao Sr. Nelson Seixas.
o SR. NELSON SEIXAS (PDT - SP. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados,estamos presenciando discussões sobre a destinação derecursos para obras rodoviárias. Neste particular, SãoPaulo foi bastante prejudicado. Parece que o nosso Estado só tem a dar e nada a recebcr. São Paulo tempoucas rodovias federais; as que lá existem são de ligação com outros Estados. Não existe uma rodovia federalque sirva apenas aos paulistas. Lamentamos essa discriminação no tocante a recursos para rodovias.
Gostaríamos de cobrar do Sr. Ministro José ReinaldoTavares o compromisso assumido com nossa região paraduplicação de trecho da BR-153 - Transbrasiliana, entre São José do Rio Presto e Bady Bassi!.
Sr. Presidente, outra preocupação nossa diz respeitoà votação de leis que não são cumpridas neste País.Fomos contrários à criação do selo-pedágio, c ele nãoestá sendo devidamente cobrado. Não adianta apenas
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
criar leis, é preciso executá-las. A lei quc obriga o usodo cinto de segurança jamais foi cumprida.
Apel? às autoridades constituídas deste País para quedetermmem a cobrança dos tributos e sua fiscalização.O selo-pedágio, por exemplo, se cobrado com rigor,revcrterá em mais recursos para o reparo das nossasrodovias.
Finalizando, Sr. Presidente, peço seja dado comolido pronunciamento de minha autoria sobre a SemanaNacional da Criança Excepcional e a Prevenção dasDeficiências, que se comemorará de 21 a 28 de agosto.No Brasil pouco se faz com relação à prevenção dasdeficiências, seja a.cegueira, a surdez, a deficiência física ou o retardamento mental. Elas ocorrem sem quequase nenhuma medida de prevenção seja adotada. ASemana do Excepcional, criada em 1964 pelo PresidenteCastelo Branco, neste auo vai enfatizar a prevençãocontra as deficiências em nosso País.
PRONUNCIAMENTO A QUE SE REFEREO ORADOR.
Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, por força doDecreto n' 54.188, de 24 de agosto de 1964, firmadopelo Presidente Castelo Branco, instituiu-se a ScmanaNacional da Criança Excepcional, a ser comemoradaem todo o território nacional, sob a égidc do Ministérioda Educação.
Objetiva a Semana essencialmente conscientizar acomunidade, o que é muito importante na problemáticado excepcional, pois mesmo que nada fosse feito diretamente ao mesmo, o simples fato de se criar um climade aceitação, com naturalidade, sem pieguice, sem piedade, sem olhar curioso e constrangedor, sem sinaisde repugnância é muito importante para o excepcional,bem como para a família.
De nada adianta toda a terapia, competente e múltipla. toda a pedagogia, toda a habilitação. se nã,? seabrir cspaço na comunidadc para a integração do cxe-cepcional. .
Ainda atravessam dificuldades, sobretudo finaoceira,as entidades, destacando entre elas as APAE, com maisde setecentas unidades em todo o País. sendo o mai~rmovimento filantrópico congênere brasileiro e o segundo do mundo.
Esperamos que, com a destinação de percentual de5% dos recursos educacionais para o ensino especial,pela aprovação do Projeto de Lei 40188, de nossa autoria, se passe para uma situação de direito e não maisde favor, de interesse pessoal da autoridade públicac de prestígio social do dirigente da entidade. Assim,terminaria a situação de penúria das APAE, que nãopodem remunerar condizentemente seus funcionários,havendo uma grande rotatividade de pessoal, prejudicando a qualidade, pela perda da experiência já acumulada.
Mas o que se objetiva na Semana do Excepcionaldeste ano é sobretudo a prevenção, tão pouco atendidade maneira geral no País, e mais ainda na nossa problemática.
Muito embora as causas mais freqüent~s de deficiências, especialmente a mental, sejam sociais, incluindoa dcsnutrição, a ignorância, infecções (muitas delas conseqüentes de falta de vacinação), não acompanhamentopré-natal, temos condições de evitar certos casos, àsvezes numericamente não relevante, mas sempre importantes, pois não tem preço um caso que séja de prevenção de excepcionalidade.
Assim, muitos Estados do Sul já instituíram suas leisdo "teste do pezinho" para se evitar a fenilcetonúriae' o hipotireoidismo.
A fcnilcetonúria, que é um dos erros inatos de metabolismo, qual seja a não metabolização do aminoácidofelilanina e a sua retenção no organismo, e conseqüenteslesões cerebrais e deficiência, incide em 1 para 12.000a 15.000 indivíduos. A sua pesquisa ê feita por análisedo sangue do recém-nascido, ainda na maternidade ouantes dos 60 dias de vida, obtido o material do calcanharda criança, e daí o nome "tcste do pezinho" ou "PKU".
Diagnosticado o problema, ou seja, o encontro denível elevado de fenilalanina, o recém-nascido é submetido a dieta em tal aminoácido, e o seu desenvolvimentopsicomotor se faz de maneira absolutamente normal.
Outrossim, no mesmo materialcpesquisa-se o hipotireoidismo, ou seja, a deficiência hormonal tircoideana,cuja incidência é mais elevada, 1 para 3.200 nascituros,
Agosto de 1989
portanto de maior relevância, bastando medicar a criança, mais especificamente dar-lhe hormônio tireoidano,para o seu desenvolvimento também fazer-se normalmentc.
Vejam Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados. a nossaresponsabilidade para com um futuro cidadão e suafamília, de deixar escapar esse momento precioso dediagnóstico c prevenção de deficiências.
Como dissemos, vários Estados - Minas Gerais, Riodc Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e RioGrande do Sul - já forrilUlaram leis nesse sentido,precisando haver agora uma de caráter nacional, e inclusive determinando quem assume o pagamento de talexame, ou seja, "órgáo encarregado do financiamentoda Saúde". Para sua efetivação, aprcsento Projetp deLei n' 2.411189, encarecendo aos Parlamentares a necessidade de aprovação.
Há no Brasil uma elcvada incidência de dcficiênciamcntal e física em consequência da má assistência prénatal, principalmente do rccém-nascido, destacando-sea anóxia ou hipóxia, ou seja a falta ou insuficiênciade oxigênio, particularmente no cérebro. O Presidenteda APAE de São Paulo, Rogério Amato, informa quedos casos atendidos em sua entidade, 20% provêm deanúxia cerebral, o que em países adiantados fica naordem de 1%.
Para tanto, além do obstetra e da parteira, no atendimento ao parto, seja ele natural, cesário ou utilizandofórccps, na sala deve estar prcsentc um pediatra. sepossível especializado - designado então nconatologista ou berçarista. Ele fará todas as manobras de desobstrução, oxigenação. reanimação do feto, avaliandoinclusive seus índices de vitalidade. Dará seqüênciasa esse trabalho, dcpois, no berçário, detectando as primeiras alterações neurológicas, possíveis defeitos congênitos a fim de se tomar medidas corretoras o maiscedo possível.
É preciso, então, que na equipe de atendimento prénatal as maternidades públicas ou aquelas que mantenham convênio com o Poder Público. particularmentecom a Seguridade Social, obrigatoriamente conste umpediatra ou se possível, um nconatologista. Relativoao problema, apresentamos Projcto de Lei n" 2.412/89,esp,erando sua aprovação.
E muito importante o aeompanhamento da gestação,através de atendimento pré-natal regular, verificandoa progressão do peso da gestante, acompanhando suapressão arterial, o exame de urina, a dosagem de açúcarno sangue, a posição fetal, as eventuais infecções (principalmente toxoplasmose, rubeula e síflis), traumatismos, contrações uterinas etc., bem como preparandodevidamente a grávida para o parto. Evitar-se-iam muitos casos de lesão cerebral, o que torna nccessária aobrigatoriedade do acompanhamento pré-natal.
Assim, quando não fosse realizado o pré-natal, haveria perda do aUlo1io-natalidade. E estamos preparandoprojeto de lei nesse sentido.
Existem numerosas medidas preventivas, que precisam ser acionadas, contando-se com a participação maisefetiva do Ministério da Saúde, devendo contar dosplanos do SUDS - Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde.
Pedimos anexar ao pronunciamento o artigo do Dr.Hugo Prata, Engenheiro Agrônomo, Superintendentede Operações da Secretária de Agricultura e Pecuáriado Mato Grosso do Sul.
Era o que tinha a dizer.
PUBLICAÇÃO A QUE SE REFERE O ORADOR.
A FOME TEM SOLUÇÃO
O problema maior da criança brasileiranão é o analfabetismo, mas a fome e a desnutrição. Não a fome deausência absoluta de alimentos que mata, mas a fomecrônica, fisiológica, pela alimentação deficiente, quegera a desnutrição. Pior do que morrer de fome é vivercom fome.
A desnutrição atinge 460 milhões de habitantes nomundo em desenvolvimento. O problema mais gravecstá na infância. Após o nascimento, o cérebro crescecm ritmo bem mais rápido do que o corpo.
Aos 3 anos dc idade, já atingiu 90% de seu desenvolvimento e o restante do corpo somente 20%. É inevitável, portanto, se chegar à conclusão de que o cêrebro
hosto de 1989
humano é mais vulnerável a uma defieiência de nutrição, no primeiro período de vida.
Crianças oriundas de mães desnutridas, e que nãorecebem aleitamento e alimentação adequada uos primeiros 3 anos de vida, não poderão atingir o potencialgenético de seu desenvolvimento físico e, o que é pior,terão prejudicada a sua capacidade de aprendizagemc compreensão. Toda a vida pode ser condicionada,em grande parte, pela nutrição recebida, pelo organismo durante este período.
Existêm no mundo 350 milhões de crianças subnutridas, e em 1983 morreram 15 milhões de crianças,no Terceiro Mundo, vítimas de fome e subnutrição.
Nos países em desenvolvimento metade das criançascom menos de 5 anos é mal nutrida e grande parteestá condenada à morte prematura. Entre os sobreviventes, a maioria, por falta de proteínas, não poderãodesenvolver normalmente seus cérebros.
No Brasil o problema é idêntico. somos o 16' paísda América Latina em índice de sobrevivência até oquinto ano de vida. Estamos atrás de Trinidad, Guianas,Paraguai, Colômbia, El Salvador e outros. Quanto àalimentação, somos o sexto país em todo o mundo afetado pela desnutrição. Estamos junto com países paupérrimos como Etiópia, Equador, Papua, Birmânia e ElSalvador.
Nestas crianças subnutridas será grande o percentualde deficientes físicos e mentais, anemia, raquitismo,cegueira e cretiuismo. E o desperdício de cérebros, ondegênios em potencial se transforma em marginais e indivíduos de capacidade física e intelectual limitada.
Em São Paulo o.consumo de carne em 1989 caiu45%, o de frango e peixe 39%, o de leite 22% e ode ovos 19%.
Sabe-se que a população atingida por esta queda deconsumo de proteínas nobres é a camada menos favoreci4a, que se alimenta quase exciusiva!Uénte de amiláceos. A estes indivíduos a escola terá pouco valor. Acapacidade de aprendizagem é quase nula e a apatiageneralizada.
A exemplo da alfabetização de adultos, inócua quando se permite o crescimento do uúmero de criançassem escola, será quase impossível querer instruir e preparar para o trabalho especializado crianças defieientese carentes. E estes mesmos indivíduos, quando adultos,destinados ao trabalho não especializado e braç!ll, nãoterão um rendimento eficaz sob a dolorosa ação dafome. Arroz, feijão e abobrinha não são combustíveispara trabalho. O trabalho cerebral exige proteínas.
Apesar de nossa produção anual de 70 milhões detoneladas de grãos, nosso povo passa fome. Não sóno pobre Nordcste, mas também nas favelas cariocase paulistas. Nosso operário teni vergonha do conteúdoque carrega diariamentc em sua marmita.
O SR. HÉLIO ROSAS (PMDB - SP. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, a imprensa está anunciando que da reunião entre os Presidentes da República, do Senado e da Câmara saíram decisões importantes. Entre elas uma decorrente de proposta do Presidente Paes de Andrade para elaboração de uma leiantitruste.
Congratulo-me com S. Ex", especialmente com o Presidente Paes de Andrade.
É fundamental a elaboração da lei antitruste. Lembro-me de que o último Grande Expediente, em maio,quando ocupei a tribuna, tive oportunidade de desen·volver tese e apresentar documentação, argumentos,para mostrar o grande crime que representa para aeconomia do Brasil a existência desses trustes, que fazem com que tenhamos aqui mais uma meia dúzia detrilhonários. Em eompensação, programas fundamentais, como o da casa própria, o da construção de hidrelétrica e outros são afetados em índices assustadores. Porexemplo, não fosse os preços exorbitantes do cimento,poderíamos construir no País algo como 1 milhão decàsas a mais por ano.
Deixo este registro, informando a V. Ex" que aindanão elaborei esta lei antitruste porque infelizmente oParlamento está órfão e é paupérrimo de assessoria.São meia dúzia de assessores muito bem-intencionados,competentes, mas que não representam as necessidadesreais de um Parlamento. O importante em tudo issoé registrar o nosso aplauso à tentativa de se elaboraressa lei antitruste, que punirá os criminosos que se enri-
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
queeem afetando e prejudicando o desenvolvimento daPaís.
O SR. VLADIMIR PALMEIRA (PT - RJ. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,quero registrar denúncia da Associação dos Funcionários do Banco nacional de Habitação (BNH), sobreo que vem acontecendo à sua Associação de Previdência.
Extinto por decreto-lei em 1986, O BNH foi incorporado à Caixa Econômica Federal (CEF). De acordocom o decreto, a CEF ficou autorizada a estudar apossibilidade de absorção da Associação de Previdênciados Empregados do BNH - Prevhab pela Fundaçãodos Economiários Federais - Funcep. Nesse sentidofoi constituído um grupo de trabalho, cujo relatóriofinal foi aprovado pela diretoria da CEF, que encarregou o Conselho de Curadores da Prevhab de promover a necessária consulta a seus associados, pois, deacordo com as disposições estatutárias, a dissolução daPrevhab estaria vinculada à Assembléia de seus associados.
Entretanto, o processo de convocaçâo da Assembléiaacontecc\! com diversas irregularidades. Argumentandoque os documentos relativos à incorporação não estavam à disposição dos associados e que as palestras quedeveriam ter sido feitas para esclarecer os associadossobre a absorção da Prevhab pela Funcep não foramrealizados, o Conselho de Curadores mudou a datalimite para recebimento dos votos. Ocorre que os associados não foram comunicados dessa mudança, e muitosenviaram seus votos de acordo com a data fixada anteriormente. Apesar disso o Conselho de Curadores daPrevhab resolveu que tais votos seriam válidos.
Além disso, os funcionários do extinto BNH, atravésda sua associação, denunciaram graves irregularidadesconstatadas nos documentos que deveriam embasar osassociados sobre. o processo de absorção da Prevhabpela Funcep.
Não existe provas de que as providências preliminares,sugeridas pelo grupo de trabalho tenham sido implementadas.
No que concerne ao "novo estatuto proposto paraa Funcep" é de se estranhar que a diretoria da CEFo tenha aprovado sem que haja negociado com a Prevhab os termos de sua dissolução e da transferênciade seu ativo para a Funcep, de acordo com o previstopelo relatório do grupo de trabalho. Sendo o estatutona entidade o instrumento que regula em caráter permanente suas relações com os associados, lhes asseguradireitos e estabelece obrigações, não poderia ser aprovado sem uma ampla discussão entre eles e, logicamente, sem a sua concordância.
Os funcionários ressaltaram, também, os vícios apontados nos balanços da Prevhab e da Funcep. A faltade informações mais detalhadas sobre o estado econômico-financeiro das entidades não possibilitou aos asso-
ciados da Prevhab condições efetivas para deliberaremsobre a incorporação.
Pelo que consta, merece especial atenção o balançoda Funcep, onde se verifica que sua situação é deficitária, ao contrário do constatado no balanço da Prevhab.
Ora, aí está, quem sabe, a razão por que os associadosda Prevhab não foram suficientemente esclarecidos dasituação financeira das duas entidades.
A incorporação, sem garantias efetivas aos associadosda Prevhab, s6 interessa aos diretores da Funcep, quesó assim podem cobrir o rombo da entidade e "perdoar"a dívida da CEF a ela.
Por tudo isso a Associação dos funcionários do BNHentrou na Justiça com Medida Cautelar pieiteando asuspensão do processo de consulta plebiscitária sobrea incorporação.
São denúncias de gravidade. Reivindicamos que aCaixa leve em consideração os argumentos da Associação dos Funcionãrios do BNH e reveja sua posiçãoneste episódio.
O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs.Deputados, venho a esta tribuna falar sobre a situaç~ocaótica em que se encontra a produção agrícola do PaIs.
O Brasil, considerado o celeiro do mundo, sendoum dos maiores produtores de grãos, encontra-se com-
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pletamente cstrangulado no fluxo produção-comercialização-consumo. O problema merece atenção especial,no sentido de se adotar em posições firmes e acertadas,que venham criar condições que normalizem os divcrsossetores econômicos envolvidos, soh.rcionando, assim,o atual caos em que se encontra nossa produção agrícola.
Nas viagens pelo interior do Estado, mantivemos contato com diversos produtores e deparamos com situações completamente contraditórias, o que nos deixarealmente perplexos e preocupados com o rumo queestá tomando a questão da comercialização' da atualsafra de grãos.
A média de produção de soja, por exemplo, no Estado de Mato Grosso, é de quarenta sacas por hectare,o que significa um alto índice de produtividade; já ocusto dessa produção chega ao equivalente a vinte eoito sacas/hectare, isso sem contar com o custo de preparo do solo, plantio, secagem, armazenamento e depreciação das máquinas.
Somente para il ustrarmos o que acabamos de colocar,o produtor de soja gasta hoje com insumos para produzir um hectare aproximadamente NCz$ 280,00 em valores atuais, alcançando uma produção total de NCz$400,00 ou seja, um custo de 70%, isto, vejam os Senhores, somente com custos fixos; quando adidos os custosvariáveis, que citamos anteriormente, o índice de lucratividade tende a chegar a zero, o que, temos que admitir,é um absurdo, pois chegamos a um ponto que produzirgrãos em um país eminentemente agrícola tornou-seefetivamente inviável, visto que o exemplo da soja aplica-se à maioria dos outros cereais.
Ê lamentável e inadmissível que, numa economia onde a inflação alcança índices cada vez mais elevados,a saca da soja, que em outubro de 1988 fora comercializada a NCz$ 14,00 esteja hoje, oito meses dépois,cotada a NCz$ 10,00, mesmo considerando a ação domercado com relação à oferta e à procura, bem comoo recente Plano Verão.
Como conseqüência dessa exclusão dos produtos agrícolas da poütica econômica, a defasagem desses paracom seus investimentos é cada vez mais gritante. Nasafra de 1988, uma colheitadeira equivalia a 3.000 sacasde soja de 50 kg; com os preços da safra atual o produtorterá que despender 8.000 sacas de soja para aquisiçãoda mesma colheitadeira.
Hoje, em todo o País, os produtores agrícolas estãomobilizados num movimento de protesto contra osatuais preços mínimos e a atual política agrícola vigente, o que evidencia que a insatisfação do produtor égeral, e a cada dia mais produtores nos vários Estadosvão aderindo ao movimento.
As rodovias estão bloqueadas c cereais estão sendoretidos nos armazéns, muitas vezes em estado de deterioração, enquanto que os brasileiros, boa parte deles,penalizam-se pela falta de comida, impossibilitados deadquirir alimentos básicos por causa de seu alto custo,impulsionado pela inflação.
O quadro é alarmante, Srs. Deputados: de um lado,o seu papel de produzir alimentos, mas sem ter as mínimas eondições de comercializá-lo, pois estaria fadadoao prejuízo; de outro lado, o consumidor, o povo brasileiro que passa fome, impossibilitado de consumir, pelafalta de produto no mercado, o que conseqüentementeleva os preços a níveis elevadíssimos, em contraste comuma renda cada vez mais achatada pela inflação.
O quadro é caótico, Senhores, e nós temos a responsabilidade de intervir junto aos órgãos competentes,no sentido de buscar soluções imediatas para o problema, sob pena de alcançar proporções incontroláveis,tendo como principal prejudicado os produtores agrícolas, trabalhadores que lutam no firme propósito de aumentar a cada ano a produção de grão no País, o queé motivo de orgulho para a Nação brasileira, e nadamais justo do que ver esse trabalho recompensado.
O SR. LUIZ SOYER (PMDB - GO. Pronuncia oseguinte discurso.) -SI. Presidente, Sr'" e Srs. Deputados, desejo, no momento, congratular-me com o Governo Henrique SantilJo e com a Secretaria da Iudústriae Comércio, em razão dos excelentes resultados alcançados com base na política de descentralização industrial adotada para o Estado de Goiás.
Responsável e eficiente, tal estratégia, na medidaem que se propõe racionalizar a ocupação industrial,
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melhorar a distribuição dos benefícios' gerados e evitarconflitos sociais, tem dado valioso impulso ao desenvolvimento daquele Estado.
Na tarefa de promover o crescímento industrial deGoiás. o Governo Santillo vem obtendo reconhecidosucesso no programa de instalação de novos distritosindustriais, a exemplo de Porangatu. no extremo nortedo Estado; Mineiros, no sudoeste; Aparecida de Goiânia, no centro-sul; e São Simão, no extremo sul.
Dentro do mesmo espírito, já estão formulados inclusive os projetos de criação dos distritos industriais deJaraguá, Posse, Rio Verde e Ipameri. Há que se ressaltar ainda o implemento proporcionado aos Distritosde Anápolis, Itumbiara e Catalão, que também foramdotados de infra-estrutura adequada e necessária aoassentamento industrial.
Cumpre observar que, para definição dessa política.foram tomados em consideração pontos relevantes. como o aproveitamento das matérias-primas locais. a possibilidade de diversificação da produção industrial e adisponibilidade de vias de ligação com os demais Estados do País.
Constatando o acerto dessas avaliações. o DistritoIndustrial de Ipameri.. por exemplo. já em fase de implantação. e caracterizado por sua vocação agroindustrial. complementará o de Catalão, situado na mesmaregião. e eminentemente mínero-industrial.
Quanto à localização das áreas industriais, cabe acentuar também a conveniência da proximidade em relaçãoàs divisas com Minas Gerais, Mato Grosso e Tocantins,bem como a existência, hoje, de rodovias federais eferrovias em número suficiente para o transporte entreGoiás e os demais Estildos brasileiros.
A propósito. outro fato digno de menção se refereao Distrito de São Simão. cuja localização à margemde uma hidrovia permitirá, via Tietê, a ligação entreGoiás e Paulínea-SP. cerca de 750km de percurso e,via rio Paraná, com a Região Sul do Brasil. reduzindosensivelmente os custos de transporte.
A partir da reorganização do espaço industrial noterritório goiano, também outro distrito, em face deimplantação em Luziânia, virá somar-se às iniciativasem prol do fortalecimento económico da região, sendode suma importância sobretudo para a ocupação.damão-de-obra desempregada dos Municípios de Entornode Brasília.
Integrando a acertada política de descentralizaçãoindustrial, o Governo tem ainda despertado o interesseda atividade empresarial com número considerável deincentivos fiscais, entre os quais a formação do capitalsocial da empresa via captação de impostos, a reduçãodo ICM, a isenção do Imposto de Rcnda e dos tributosmunicipais por tempo determinado. etc.
Outrossim, não se pode deixar de lembrar o papeldo Governo Santillo na realização de obras básicas,como pavimentação, ligação de redes de água e esgoto,instalação de energia elétrica e demais empreendimentos estratégicos inerentes ao atual processo de industrialização de Goiás. Com efeito. a esse esforço se deveexpressivo conjunto de condições favoráveis, que, alémde exercerem enorme atrativo para a instalação de novas empresas em Goiás, prestam contribuição definitivae inestimável para a melboria da qualidade de vidado povo goiano.
Merecem, pois, nosso profundo respeito a disposiçãoe a capacidade demonstradas pelo Governo HenriqueSantillo. o qual. com o aUXl1ip da Secretaria de Indústriae Comércio, vem realizando magnífico trabalho. cujosresultados não se restringem apenas ao progresso industrial de Goiás, mas sc estendem aos demais setoresda economia. com a geração de milhares de empregose a redução dos conflitos, o que iniporta, afinal, emsignificativos benefícios para o Brasil no âmbito social.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.
o SR. OSMAR LEITÃO (PFL - RI. Pronuncia oseguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr"e Srs. Deputados, retorno aesta tribuna para insistir em reivindicaçãode que me tenho ocupado seguidas vezes. Trata-se dapassarela para pedestres que os moradores do BairroArsenal, no Município fluminense de São Gonçalo, estáo cobrando do DER, consistindo na substituição dapassarela metálica provis6ria por uma definitiva, deconcreto armado.
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
Em pronunciamentos anteriores a respeito do assunto, consignei a necessidade de que as nossas rodoviasofereçam condições mínimas de scgurança e conforto,seja para os condutores de veículos que nelas trafegamdiariamente, seja para os pedestres, obrigados à travessia das pistas, habitualmente expostos aos riscos de atropelamento.
Nesse caso específico da localidadc dc Arsenal, naminha cidade de São Gonçalo, rcgistrei tratar-se ·deimportante centro urbano do Município, contando comvigoroso comércio c inúmeras indústrias. Em face dissoe da grande dcnsidade populacional que lá se verifica- a passagcm inclusive de escolarcs sobre a pista daAvenida Eugênio Borges, trecho da BR 104 - constitui-sc em local onde se sucedem os acidentes, muitasdas vezes fatais, que precisam ser evitados pela construção da passarela.
Contudo, apesar de continuar a sucessão de acidentesnaquele ponto ,da Rodovia Amaral Peixoto; apesar devistorias oficiais demonstrarem, todos os dias, que astábuas das escadas se estáo desprendendo uma apósa outra; apesar de o local ficar intransitável à noitepor falta total de iluminação; apesar de o DER já terpago dinheiro suficiente para o início da construçãoda passarela definitiva de concreto armado, nada mudou. tanto tempo depois da minha primeira advertência.Vidas de anciãos, mulheres e crianças correm perigoa toda hor~. e ninguém toma nenhuma providência.
As autoridades do DER do Estado do Rio de Janeiro.SI. Presidente. precisam sensibilizar-se para a solução'desse problema. construindo a passarela de concretoarmado reinvidicada, pois a população de São Gonçaloe, sobretudo, as mães de família; já não aceitam verseus filhos correndo perigo de vida, na travessia ,obrea atual estrutura de metal e madeira, já corroída pelotempo e pelas intempéries.
Era o que tinha a dizer.
O SR. VINICIUS CANSANÇÃO (PFL - AL. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, SI"" eSrs. Deputados. a alteração específica das alíquotas dossalários, conforme fixa a Medida Provisória n' 63. nãofará com que a Previdência aumente a sua arrecadaçãodc forma tão significativa, tcndo em vista que a massasalarial do país se concentra nas faixas mais baixas.O ganho da receita virá, principalmente, das empresascuja contribuição sobe de 17,45% para 22% sobre ototal dos 'Salários pagos.
O aumento dessas alíquotas seria até, de certa forma,um alívio à classc trabalhadora, se pudesse contar comatendimento médico-hospitalar ao mcnos satisfatÓrio.Através de pesquisas, constatamos quc. com a atualcontribuição, os associados poderiam contar, junto aosórgãos privados, com um atcndimcnto mais diferenciado, e - por que não ressaltar - muito melhor doque o que recebem atualmente, contribuindo para aPrevidência.
O gigantismo incontrolável da Previdência Social,com organismos aderidos - que, diga-se de passagem,a meu ver, deveriam estar em outros Ministérios faz com que a ampliação e eficiência dos serviços médicos atinja um nível caótico. Se o atendimento era deficiente, embora tivessem os contribuintes possibilidadede internamento em hospitais, com a criação do SistemaUnificado e Descentralizado da Saúde (SUDS) a situação, que já cra grave, piorou.
Os atuais gerenciadorcs dessa política afirmam sempre que as dificuldades são conseqüência da crônicafalta de recursos. A realidade, porém, demonstra que,para a caótica situação reinante, concorrem outros fatores, além dessa carência de recursos, como a ausênciade sensibilidade, austeridade, fiscalização c competência 110 trato de patrimõnio táo importante numa sociedade, que é li sua saúde. Urge que o Governo reavaliseo desenvolvimento do sistema SUDS nos Estados, vem,lia realidade. melhorando 110 atendimcnto assistencialda população brasileira. sem que, com isso, deixe deprestar serviço adequado àqueles que efetivamente fazem jus, que são os contribuintes.
No men Estado, Alagoas, se, em situações rotinéiras,a situação do atual sistema de saúde não atende, sequerprecariamente, às necessidades da população, vislumbremos o grau de dificuldades apostas nesse momento,quando 113 dos Municípios a1agoanos foram duramenteatingidos pelas chuvas, o que deixou o Estado em cala-
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midade pública, com um saldo de 40.000 desabrigados.Como enfrentar o elenco de doenças viróticas e bacte.rianas, personagens que obrigatoriamente comparecemno rastro de eventos como este que ora vivenciamos?A população não conta sequer com um setor de emergência nos hospitais. Os associados da Previdência, quemensalmente cumprem com as suas obrigações. são hoje nivelados aos indigentes. pois ambos têm o mcsmotratamento, ou seja, em ambulatórios, enfrentando asintermináveis filas. Para o povo brasileiro, é lamentávelo que está ocorrendo com o setor de saúde.
Por todo o exposto é que assomei hoje à tribuna,no intuito de reafirmar a urgente necessidade de reavaliar se realmente houve mclhoria para a população,com as novas atribuições propostas pelo SUDS. Peloque tenho constatado em meu Estado, o sistema nãomelhorou o atendimento aos alagoanos; piorou bastante, o que vem ocasionando constantes reclamações dossegurados da Previdência.
Reafirmo. Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados. queurge se faça essa reavaliação. para que a PrevidênciaSocial realize a sua única finalidade: a de conceder reaisbenefícios aos seus associados.
o SR, LEOPOLDO SOUZA (PMDB - SE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Prcsidente, Sr" e Srs.Deputados, é motivo de preocupação para todos aqueles que acompanham a situação aflitiva em quc sc encontra a maioria dos' agropccuaristas brasileiros a declaração do Prcsidente do Banco do Brasil, SI. Mário Berard. publicada nos diversos órgãos de imprensa doPaís. dc que a "Carteira de Crédito Rural já recebeuoricntação para a execução dos débitos contraídos pelosagricultores, tomando-lhes as propriedades dadas emgarantia".
Segundo ainda o Presidente do Banco do Brasil, ainadimplência do setor rural chega a 11,25% de todaa carteira de empréstimos do antigo maior banco ruraldo mundo, como apregoava a propaganda oficial.
Nós, que acompanhamos de perto a situação dos agricultores brasileiros, principalmente os do Nordcste ,sabemos que a dívida contraída, com a cobrança ilegalda correção monetária, tal como a dívida extcrna brasileira, é impagável.
Enfrentando todos os contratempos, inclusive a imcompetência do atual Governo, a agricultura brasileiraé a única responsável pelo pouco crescimento econômico que o Brasil vem alcançando nos últimos tempos.
Descapitalizados, sem subsídio governamental, osagricultores brasileiros estão a cvitar a falência totalda atividade econômica do País.
Há muito que os agricultores brasileiros fugiram lioBanco do Brasil e das suas taxas escorchantes de juros,trabalhaudo com coragem e por amor à terra para queo povo brasileiro ainda tenha um pouco de alimentoà sua mesa.
Salvo se o Banco do Brasil quiser transformar-se nomaior proprietário rural da Nação, desativar totalmentea atividade agrícola e fazer do País um grande importador de alimentos, o caminho para recebimento dadívida de cerca de 75% dos produtores rurais brasileirosé a decretaçáo de uma moratória rural do total do débito, com prazo mínimo de pagamento em dez anos enegociação de juros fixos c honestos, além de diferenciados por região, uma vez qne os agricultores do Nordeste, que enfrentam as secas e a pouca fcrtilidade dosolo, por obterem uma produtividadc mais baixa desuas lavouras. não podem tcr mesmo tratamento dosprodutores das regiões Sul, Sudestc e Centro-Ocste.
Aproveito a oportunidade para informar aos Srs. Deputados que já cstou promovcndo estudos para apresentação de projeto de lei neste sentido, único instrumentocapaz de dcvolver ao homem do campo a confiançade quc suas terras não serão tomadas em hasta pú\Jiiea.
Encerro as minhas palavras para condenar a pOSiçãotomada pelo Presidente do Banco do Brasil, ao tempoem que faço um apelo aos Srs. Deputados no sentidode que todos se unam para defender aqueles que, enfrentando as pragas, os rigores do sol e inúmeras dificuldades, produzem os alimentos que vão para a mesados milhões de brasileiros.
O SR. ULDURICO PINTO (PMDB - BA. Pronuncia o seguinte discurso.) - SI. Presidente, Sr" e Srs.Deputados, a cacauicultura brasileira ocupa, historica·
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mente, posição de grande destaque no contexto da economia nacional e especialmente em determinadas Unidades da Federação, como a Bahia e o Espírito Santo,principais Estados produtores onde a atividade contribui fortemente para a ocupação de mão-de-obra e ageração de rendas.
O cacau é o 13' produto das nossas exportações, mas,se considerarmos a pauta relativa ao setor primário,ele é. superado tão-somente pelos complexos soja, cafée laranja, proporcionando receita cambial da ordemde 600 milhões de dólares por ano.
Por outro lado, o sistema de produção não impõecustos governamentais elevados, porque ele se viabilizaatravés do imposto de 10% sobre a exportação, pagopelo produtor, recebendo da Ceplac a necessária assistência técnica ao seu desenvolvimento.
Todavia, Sr. Presidente, a cacauicultura, com todoo reconhecido potencial de sua capacidade, vem experimentando situação extremamente difícil, em face deproblemas enfrentados pelos diversos segmentos envolvidos, sobretudo questões de liquidez que atingem todoo setor.
As causas estão evidentemente vinculadas ao profundo desequilíbrio que vem ocorrendo, nos últimos anos,entre a composição de custos e o volume de receitas;estas em qucda constante desdc que os preços no mercado internacional declinaram sensivelmcnte, o que seagrava com a crescente defasagem determinada pelapolítica cambial do atual Governo.
Não se desconhece que a crise também tem origemna prolongada seca durante o perído de 1986/1987, queprovocou perdas na produção de cacau da Bahia, emtorno de 100 mil toneladas, na safra 198711988, e deoutras 90 mil toneladas do produto na colheita maisrecente, em razão da persistente adversidade climática,cujos prejuízos correspondem a aproximadamente 350milhões de dólares.
Mas foi a partir do declínio da cotação internacionaldo caeau, que no biênio 198611987 registrara a médiade US$ 2,024.00 por tonelada, e já no ano seguinteficara em US$ 1,796.00 a tonelada, que se intensificouo comprometimento financeiro para os nosso produtores. A queda nos preços acentuou-se gradativamente,chegando em abril último a apenas US$ 1,200.00 portonelada, na Bolsa de Londres.
Paralelamente a isso, os preços internos seguiramidêntica tendência de queda real, com a decretação doPlano Cruzado, em fevereiro de 1986, aumeutando-secontinuamente as perdas devido à aplicação do mesmoprincípio de contenção cambial, nas edições dos pacoteseconômicos seguintes - o Programa Bresser e o PlanoVerão.
A conjugação desses aspectos determinou considerável diminuição na receita, enquanto os encargos subiam em conformidade com os novos patamares dc inflação, próximos de 1.000% anuais, taxas que inviabiIizam investimentos c até mesmo a renovação das opera-ções de crédito rural. .
As conseqüências de processo tão adverso às classesprodutoras, Sr. Presidente, refletem-se não apenas emdificuldades financeiras para todo o setor, mas tambémem dimunuição de ptodução e produtividade, porquedeixam de ser realizadas aplicações de recursos ao aprimoramento tecnológico das lavouras e beneficiamentodo produto.
Não obstante, graças ao permanente tr:,balho de pesquisa desenvolvido pela Ceplac, ~ BrasIl pod~ cons~lidar uma posição altamente favoravel quanto a capa~l
dade de produzir derivados de cacau, em. :ompa~~ç.aocom os Estados Unidos, Alemanha, Umao Sovletlcae outros países, com exprcssivos benefícios às áreascomercial, industrial e de cxportação, desde que se resolvam os'atuais problemas financeiros de nossa cacamcultura'.
Para tanto, precisa ser adotado, urgentemente, elenco de medidas elaboradas pela própria Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira, com base em lúcidodiagnóstico da problemática do cacau. . _ . ,
Em primeiro lugar, impõe-se ampla re~lsao nos c';terios para o pagamento dos ~aldos d~s.díVidas contral~aspelo cacauicultores da Bahia e ~spmto Santo, relativamente ao crédito rural de custeIO das safras de 1987~88e 1988/89, e de investimentos, a cujo montante, supenora 121 milhões de cruzados novos, se acrescentam outros
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120 milhões de cruzados novos referentes a dívidas doslavradores junto a empresas exportadoras, indústriase cooperativas de cacau, totais esses ainda expressoscm valores de janeiro último.
A dívida seria reembolsada aos agentes credores emquatro parcelas anuais consecutivas, após quatro anosde carência, mantendo-se as taxas de juros aplicadasnas operações originais dos financiamentos.
Além disso, é fundamental a destinação de recursos,a título de crédito rural de pré-custeio técnico, no período de outubro de 1989 a janeiro de 1990, com prazode dois anos para o pagamento, objetivando a aquisiçãode fertilizantes e defensivos agrícolas, incluídos os custos de transporte e mão-de-obra para a aplicação dessesinsumos.
Há ainda imperiosa necessidade de créditos, nos mesmos termos da referida sistemática, para investimentosvisando à melhoria nas condições de produção - sombreamento, proteção do vento, escoramento de cacauais - e das instalações para a obtenção dc subprodutos como sucos e geléias.
Do ponto de vista da comercialização, urge adequadoajuste de taxa cambial, sem o que os produtores continuarão a receber valores significativamente defasados,ainda que a esperada recuperação dos prcços no mercado internacional proporcione expectativas de aumento de divisas com as exportações de cacau.
Finalmente, o setor cspera que, nos contratos comerciais de exportação, cujo prazo varia de 30 a 360 dias,haja imediata antecipação dos recursos correspondentes,. o que muito iria contribuir para os produtores enfrentarem a crise de liquidez que ora impossibilita umaregular continuidade de suas lavouras.
No plano interno, Sr. Presidente, reivindica-se o desencadeamento de vigorosa campanha para incentivaro consumo de cacau no Brasil, atualmente em níveisconsiderados muito baixos, em torno de apenas 300gramas per capita 1 ano , o que corresponde a cercade 10% da nossa produção. O aumento do consumopode ser perfeitamente viabilizado através de programas oficiais, como o da merenda escolar, atendimentode fammas de baixa renda, sobremodo mulheres nutrizes, e ainda na alimentação dos contingentes das ForçasArmadas.
São, todas, providências exeqüíveis e de fácil aplicabilidade, cuja implantação possibilitará o soerguimentoda nossa cacauicultura, de relevante contribuição aodesenvolvimento nacional, mas que, infelizmente, enfrenta dramática ameaça à própria sobrevivência, devido à atual conjuntura de preços e custos e falta detratamento governamental compatível com a dura realidade vivida pelos que dedicam tantos esforços e recursosa essa atividade símbolo de importante região do Estadoda Bahia.
o SR. VALDIR COLATO (PMDB -SC. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,a cconomia subterrânea vem-sc alastrando progressivamente no Brasil, fenômeno também já constatadoem outros países e que teria na Itália o melhor exemplo.
O somatório de encargos tributários, trabalhistas eprevidenciários tem tornado bastante restrita a margemde lucratividade das empresas 'organizadas e em funcionamento rigorosamente de acordo com as prescriçõeslegais.
A criação das microempresas com o reconhecimentocm lci e registro em juntas comerciais foi uma auspiciosatentativa do Govcrno de contornar tal situação, controlando as ativividades emprcsariais autônomas e o exercício profissional fora da tutela ministerial.
Os dados disponíveis são bcm rcveladores dessa novarealidade.
Foi apurado que o crescimento da atividade marginalrespondeu pela baixa taxa de desemprego (2,92%), embora houvesse sido negativa (-3,2%) a taxa de produçãodo parque industrial brasileiro no ano passado.
Diz o Relatório Oficial de Empregol88, do IBGE,que, "numa época dc crise, com altas taxas dc inflaçãoque causam a deterioração do poder de compra da mocda, as pessoas são levadas a aceitar trabalhos em qualqucr segmento do mercado".
Segundo a economista Shyrlene Ramos, 2,7 milhõesde pessoas enquadradas como "conta própria" em dezembro último superam o número encontrado em idêntico período em 86/87. Nessa qualificação, estão os tra-
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balhadores sem vínculo empregatício e sem emprcgados. São, em grande parte, biscateiros, mascates, costureiras, lavadeiras, barraqueiros de praia, engraxates eencanadores. Elevou-se igualmente a proporção de autônomos com rendimento inferior a um piso nacionalde sálario, atingindo 15,21% dos 16 milhões de assalariados colocados nas seis principais rcgiões metropolitanas, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte,Porto Alegre, Recife e Salvador.
De conformidade com os dados do IBGE referentesa 1988, teria havido uma redução na atividade industriale uma expansão nas de comércio e serviço, indicando.um aumento do mercado informal.
No Estado de. Santa Catarina tem sido bastante expressivo o número de microempresas legalmente registradas no período de 1985 até novembro de 1988, quesomaria 99.878, já subtraídos os desenquadramentos,distraídos e cancelamentos. O comércio é o setor ondemais se verifica esse fato, correspondcndo a 56% dototal, seguindo-se o de serviços com 26% e o industrialcom 18% e assalariando cerca de 33 mil, 16 mil e 19mil empregados, respectivamente.
Em 1980, havia nessa unidade federativa 10.867 empresas com menos de 100 traballiadores que totalizavam, porém, 134.216, os quais geravam uma produçãoavaliada na época 133 bilhões de cruzeiros.
Não é por acaso, portanto, que os analistas dos acontecimentos econômicos já vêem as micros, pequenase médias empresas como perfeitamente viáveis nestemundo da produção em grande escala, característicada indústria capitalista altamentc desenvolvida. Sua sobrevivência tem-se revelado possível tanto nos paísesricos como naqueles considcrados periféricos.
As estatísticas mundiais indicàm uma significativacontribuição no campo sócio-econômico, das pequenassociedades comerciais, que alcançam percentuais atésuperiores à metade dos empregos ocupados no Japão,na Colômbia e na Coréia do Sul. .
No Brasil, essa participação chega a atingir 46,5%,de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística.
Estudo da CepallIPEA sobre "Estrutura Espacial eProdutividadc Industrial" assim se pronuncia acerca dotema:
"A escala de produção é um dos determinantesbásicos do nível de produtividade da mão-de-obra.
Há casos, porém, em que esta variável tomadaisoladamente apresenta contradições como a quese observa na indústria têxtil (Brasil) em que aprodutividade da mão-de-obra das pequenas indústrias se apresenta superior à da grande em maisde 40%. ,
Neste caso, fatores independentes da escala deprodução, como grau de especialização, integraçãovertical ou horizontal de cstabelecimcntos, caractcrísticas e qualidades distintas dos produtos influenciam decisivamente os índices".
Conclui-se, portanto, ter contornos míticos a idéiade que haja um confronto intrínseco, uma antinomiaentre a grande e a pequena empresa, cuja viabilidadeno dizer dos economistas da Cepal seria "uma verdadehistórica" .
o SR. DIONÍSIO HAGE (PRN - PA. Pronunciao segunte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Dcputados,é com grande satisfação que trago ao conhecimentodesta Casa um cvento bastante auspicioso, representadopela comenda concedida ao Diretor Executivo do Grupo Liberal de Belém, jornalista Rômulo Maiorana Júnior, com a outorga da medalha do Mérito do Trabalhopelo Tribunal Superior do Trabalho, em sessão solened~quel~ Egrégia Corte de Justiça Especializada, no próX1IllO dia 11 às 17 horas.. O j?vcm diretor é integrante da nova geração delornahstas do nosso Estado do Pará c vem-se impondopelo trabalho que realiza,encarando a atividade de comunicação como investimento em matéria de educaçãodo povo.
Ainda. o homenagcado de que lhes falo no momento,Sr. PreSidente e Srs. Deputados, receberá em Beléma homenagem da Associação Comercial do Pará. coma concessão do Título de Empresário do Ano.
Desta tribuna do Congresso Nacional, transmito aohomenageado meus parabéns e mcu incentivo, para
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que continue o seu trabalho, que muito tem dignificadoa nossa terra.
Era o que tinha a dizer.
O SR. ALCIDES LIMA (PFL - RR. Pronuncia oseguinte disCl!rso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados O Governo de Roraima, em atenção ao firmepropósito de desencadear ações que promovam o desenvolvimento do Estado, celebrou recentemente importante convênio com O Estado Bolivar,pelo qual deveráestreitar-se o intercâmbio com a Venezuela.
São muitos os pontos que sustentam esse protocolo. de intenções visando a fomentar as relações fronteiriças
entre dois países, especialmente nas áreas de comércio,transporte, cultura, saúde pública e segurança.
No setor comcrcial, busca-se reciprocidade para olivre comércio na divisa de Roraima e Bolívia, commercadorias destinadas a uso pessoal em valor máximoequivalente a dois mil dólares. Além disso, propõe-seum sistema de importações e exportações, entre empresas sediadas nos dois Estados, calcados em tarifas especiais e com pagamentos estipulados em bolívar e cruzado, para o que será indispensável o adequado aparelhamento de Aduana, Serviços de Registros de Estrangeiros e outras atividades peculiares aos organismosde segurança fronteiriça.
Quanto aos transportes, as prioridades são a pavimentação da BR - 174, de acordo com o convênioora em negociação entre as chancelarias brasileira evenczuelana, o sistema de compensação pelo valor daspassagens aéreas entre as companhias ~AV e Varig,e ainda a instalação de agências para a venda de apólicesde seguro exigido pelo Convênio de Transporte Terrestres Fronteiriços.
Na área dc Educação e Cultura, Sr. Presidcnte, osobjetivos primordiais referem-se ao intercâmbio sobretudo das artes e do folclore, da música e dos esportes.
O turismo também se inclui entre as razões da louvável iniciativa adotada por Roraima e Bolívia, cujos governantes ainda expressaram a preocupação em estabelecer mecanismos de cooperação visando ao aprimoramento de métodos destinados à prevenção e combateàs epidemiais, bem assim aos problemas referentes aonarcotráfico, seqüestro, deliqüência e contrabando.
Parabenizo o Governador Romero Jucá Filho pormais essa providência de real signifieação para Roraima,que acima de tudo reafirma o relacionamento fraterno,amigo com a Venezuela, além de cstimular novas perspectiva ao dcsenvolvimento de nosso Estado.
O SR. FRANCISCO AMARAL (PMDB - SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Depntados, Das mais acertadas medidas tomadas ultimamente pelo Governo Sarney e, em todos os tempospelo Governo brasileiro, figuram as atuais decisões dese venderem as residências oficiais do lago, normalmente utilizadas pelos Srs. Ministros de Estado e, igmtlmente, de não poucos imóveis da Previdência Social,tantos deles recebidos como pagamentos de débitos previdenciários. Ditos imóveis, que são numerosos, comose disse, e que servem apenas para beneficiar os particulares, em detrimento dos previdenciários, são tomadosem locação por contrapartidas vis. Uns poucos se beneficiam dessc patrimônio oficial, em detrimento da Nação toda.
Há uma antiga novela que oportunamente pode serultimada, incluindo na venda já das residênciais oficiaise do Patrimônio não utilizado pcla Previdência paraseus próprios fins, a venda dos im6veis do Banco doBrasil, os"imôveis funcionais, mais de mil, existentesem Brasília e utilizados pelos funcionários do mcsmoBanco.
Dita venda, há muito decidida pela direção do Banco,a anterior, e ratificada pela atual, já aprovada indireta-omente pelo Decreto n" 97.161, de 6 de dezembro de1988, foi firmado pelo Presidente José Sarney e pelosMinistros Maílson da Nobrega e João Batista de Abreu.
A Scplan ainda agora reforça seus estudos favoráveisà dita venda dos imóveis do Banco do Brasil.
Todo mundo sabe que ditos imóveis funcionais doBanco do Brasil representam um patrimônio imobilizado respeit:lvel, gerador permanente de ônus expressivos, com sua permanente conservação, com um exército de pessoal para dita manutenção, sua guarda etc.,contigente pessoal esse que pode ser reaproveitado peloBanco do Brasil nas earências ma.nifestas que tem de
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pessoal, com o remanejamento inteligente. Ademais,dita venda ensejaria uma carteira de recursos que oBanco do Brasil poderia repassar para o Banco de Investimento do Banco do Brasil mesmo, para aplicação nomercado econômico-financeiro, de real utilidade e necessidade do País.
As taxas de utilização de tais im6veis são simbólicas.Quero deixar aqui da tribuna da Câmara dos Deputa
dos, um apelo ao Governo Sarney, especialmente aoPresidente Sarney, ao Banco do Brasil, pela sua direção,no sentido de que envidem esforços e decidam incluirno pacote da venda dos imóveis da presidência sitadose das residências oficiais do Lago mais a venda dosimóveis do Banco do Brasil, com natural prioridadepara os funcionários ocupantes, observadas determinadas limitaçõcs.
O SR. ALEXANDRE PUZZINA (PMDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr' eSrs. Deputados, no mês de junho próximo passado realizou-se, no Município de Braço do Norte, no Cine Guadalajar, na região sul dc meu Estado, o Seminário Regional para o Desenvolvimento da Suinocultura, promovido pela Associação Catarinense de Criadores deSuínos - ACCS - pelos Núcleos Regionais e Municipais de Criadores de Suínos do Sul Catarinense, pelaSecretaria de Agricultura, do Abastecimento e da Irrigação do Estado - ACARESC - e pela Coopersuldo próprio Município.
Nesse seminário, Sr. Presidente, os perto de 300 associados da Coopersul, após estudos, debates e orientaçãotécnica, apresentaram o seguinte elenco de reivindicações, que foram encaminhadas às autoridades competentes, à espera das medidas governamentais:
- garantia de abastecimento de milho, através daCPP, para a região sul de Santa Catarina;
- programa de perfuração de poços artesianos, visando a garantir o abastecimento de água nas unidadesprodutoras;
- apoio às articulações com o fim da instalação, emsociedade com grupos italianos, de frigorífico especialem Braço do Norte;
-doação;por órgãos governamentais, de caminhõestanques para a distribuição de esterco líquido, assimcomo lagoas de decantação;
- posição firme das autoridades governamentaiscontra a importação de carne suína; e
-viabilização do uso, pelos criadores da região, deprogramas de inseminação artificial de suínos.
Os Municípios daquela região de meu Estado, emnúmero dc 8, possuem mais de 13 mil matrizes, emtrês granjas de reprodutores de suínos, o que os colocaem posição de destaque, nesse tcrreno, não só no Estado mas também no País, e suas reivindicações, queendosso completamente, precisam ser atendidas comurgência.
Era o que tinha a dizer.
.0 SR. RENATO JOHNSSON (PRN - PRo Pronunciao seguinte discurso.) -SI, Presidente, Srs. Deputados,na reunião do Consellio Monetário Nacional, realizadano dia 20 de junho passado, através do Voto n' 146/89,aprovado ad referendum, foi definida a política de preços-garantia do trigo para a safra de 1989.
A Portaria Super n' 77, de 24 de julho de 1989, daSunab, fixou O preço, em BTN mensal, que deverávigorar no período de l' de julho de 1989 a 31 de janeirode 1990.
O prcço atual de 155,59 BTN mensais, em 1'-8-89,equivalentes a US$ 149,07/tonelada, é o mais baixojá 'praticado na história da triticultura brasileira.
As últimas importaçôes do cereal, oriundas dos Estados Unidos, realizadas através da Junta Deliberativado Trigo, oscilaram de US$ 168,00 a US$ 172,00 atonelada/rob. Acrescente-se ainda que este preço s6foi possível porque a agricultura americana é fortementesubsidiada.
Como está evidente, estes preços, pagos em moedaforte, estão em valores bem superiores ao que é pagoaos nossos produtores rurais, em cruzados novos.
Além disso, a referida Portaria da Sunab fixou opreço-garantia do trigo em BTN mensal, quando emanos anteriorcs o preço era estabelecido cm OTN fiscais..
Em vista dcssa situação, podemos dizer que o Governo está praticando uma política suicida em relação
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à triticultura brasileira, inviabilizando, dc forma irrecuperável, os grandes avanços conscguidos nos últimosanos e postergando ainda mais a auto-suficiência doPaís no cultivo desse cereal.
Os preços estabelecidos, além de desestimulantes,são bem inferiores aos efetivos custos de produção dalavoura, levantados pelos Grupos Estaduais de Trigo,instituídos, para essa finalidade, pelo Ministério daAgricultura. A seriedade e o critério com que foramcalculados estes custos de produção fizeram com que,em safras anteriores, servissem de voto do Exm' Sr.Ministro da Agricultura no próprio Conselho MonetárioNacional que estabeleceu preços-garantia das safras tritícolas de 1986 a 1988.
Em especial, vale destacar que o preço dos insumosagrícolas tem se elevado sempre em índices significàti·vamente superiores aos da própria inflação, tornandoainda mais onerosa para os produtores a manutençãodos mesmos níveis de produtividade já alcançados emanos anteriores.
Por tudo isso, consideramos de inteira justiça o pleitoformulado pela Organização de Cooperativas do Paraná, pela Federação da Agricultura do Paraná e pelosSindicatos Rurais e Cooperativas Paranaenses de Produção de que o preço-garantia do trigo para a safra1989 seja ao menos fixado em BTN fiscal, conformea praxe dos anos anteriores.
Essas entidades, que, com o seu traballio árduo epersistcnte e a seriedade que llies são próprias, levaramo Estado do Paraná a se tomar um dos líderes na produção agríeola em geral e do trigo em especial, vêm alertando as autoridades do Governo Federal no sentidode que, se pelo menos esse pleito não for atendido,em pouco tempo estaremos assistindo a um progressivodesabastecimento de pão nos grandes centros brasileiros. Isto porque a Argentina não conseguirá cumpriros seus contratos de exportação do cereal para o Brasil,por causa de seus problemas internos de abastecimento.
Cabe destacar, ademais, que as importações de trigo,a exemplo de outras de produtos agrícolas; realizadaspelo nosso Governo, em nada contribuem para o desenvolvimento da agricultura brasileira.
Sr. Presidente, fazemos um apelo aos Exm" Srs. Ministros da Fazenda e da Agricultura no sentido de queatendam à justa pretcnsão dos produtores rurais quedesejam a fixação do preço cm BTN fiscal. Essa medidaamenizará os elevados prejuízos dos triticultores, emperíodos altamente inflacionários, em razão dos atrasoscom que normalmente são efetuados o pagamento aosprodutores, através das agências do Banco do Brasilmotivados pelo constante retardamento da transferência dos necessários recursos para essa finalidade pclaSecretaria do Tesouro Nacional.
Essa providência, das mais justas, em regime inflacionário de 30% ao mês, irá evitar que os produtores prejudicados venham a protestar, fechando bancos e estradas, trazendo constrangimentos a eles mesmos e transtornos à população em geral.
O SR. STÉLIO DIAS (PFL - ES. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, esta Casa tem que estar mais atenta às grandesaspirações de todos os segmentos da sociedade. Muitossão os reclamos. Muitas são as exigências. Muitas sãoas necessidades. Mas prioridades têm que ser levantadaspara que pelo menos estas não caiam no esquecimentoe no vazio. Não sou daqueles que acham que tudo noParlamento é necessário e prioritário.
Agora mesmo, Sr. Presidente, os taxistas de todoo Br~si~ batem à porta desta Câmara e pedem urgênciac pnondade no tratamento de medidas que atingema sua classe de cheio e de imediato. Terminaram nodia 31 de julbo os efeitos da lei que beneficia a laboriosaclasse dos motoristas de táxis que circulam por estePaís afora. produzindo riqueza com seu importante trabalho. Tal lei concedia aos taxistas isenção do Impostosobre Produtos Industrializados - IPI, cobrado peloGoverno Fede.ral. Referido imposto está em torno, hoje, de 30%. E o mínimo que o Governo pode fazerpara os profissionais do setor já sacrificados no seudia-a-dia.
O carro para esses profissionais é um instrumentode trabalho, ao mesmo tempo em que para a sociedaderepresenta um serviço público. Quando o Governo can-
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cede a isenção, está atento ao serviço público que elerepresenta. Não é propriamente um benefício individuala determinada catcgoria, nem essa categoria é privilegiada por receber os benefícios dessa lei. O bcnefíciodado ao motorista que consegue com scu trabalho comprar um carro é mesmo concedido a toda a comunidade.
A frota de táxis hoje no Brasil, Sr. Presidente, estácom vida média útil de 4 anos. Há um desgaste flagrante,que, é bom que se diga, não atinge o proprietário,mas o usuário e, em última análise, toda a comunidadeque pr~cisa do serviço.
Nesta Casa tramitam projetos dos Deputados JorgeLeite e Valmir Campelo. Temos de discuti-los, aperfeiçoa-Ias e, se for o caso, votá-los logo. A categoria nãopode mais esperar.
É preciso também, Sr. Presidente, que os Estadosdêem sua cota de participação, isentando do ICMS acompra dos veículos de passageiros que servem comotáxis. Não podemos penalizar quem, individualmente,com seu trabalho serve a toda a sociedade que necessitadesse importante serviço.
Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente.
O SR. COSTA FERREIRA (PFL - MA. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, quando o Estado obriga os cidadãos a certosatos, deve prevenir a hipótese de que sua prática implicadespesas, que não podem ser enfrentadas por muitaspessoas.
Sabe-se que o salário mínimo não ê suficiente parao eusteio das despesas de habitação, alimentação, vestuário, transporte, higiene individual, saúde e educação, raríssimos os qjle podem reservar alguma pecúniapara o lazer.
Ninguém ignora, por outro lado, que um terço dapopulação brasileira é obrigada a viver com menos deum salário mínimo, o que significa beirar a indigência.Jendo, mais uma vez, constatado essa situação, o
legislador constituinte abriu caminho à gratuidade dealguns serviços judiciais, seja no que tange às despesascom determinadas causas, visando á preservação dasgarantias e direitos individuais, seja no refercnte a certos serviços cartoriais.
Nesse sentido, regulamentando o item LXXXVI doart. 59 da Constituição, apresentamos projeto de leideclarando "gratuitos, em favor dos hipossuficientes,o registro de nascimento e a certidão de óbito", beneficiando os que tenham rendimentos mensais iguais ouinferiores ao salário mínimo.
Se, atualmente, os cartórios são serventias vitalícias,de propriedade individual, a tendência generalizada,nos Estados, é no sentido de transformá-los em repartições públicas.
Assim, o que pode ser encarado, atualmente, comoum ônus imposto pelo Estado aos serventuários da Justiça, transformar-se-á em serviço público, no pleno sentido da expressão, incidindo sua excepcional gratuidade,em casos específicos, sobre todos, em nome da própriasolidariedade humana.
Esperando que o nosso projeto seja convenientemente aperfeiçoado nas Comissões, estamos seguros daaprovação deste Plenário.
Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente, Sr" eSrs. Deputadns.
O SR. DORETO CAMPANARI (PMDB - SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" eSrs. Deputados, inúmeros servidores públicos civis daUnião são aposentados sem ter gozado licenças especiais e férias a que tinham direito, seja por necessidadede serviço, seja por outra razão qualquer. Se tais períodos não foram incluídos na contagem de tempo de serviço do funcionário para fins de aposentadoria; nada maisjusto que se lhe assegurar o direito de recebê-los empecúnia.
Com esse precípuo objetivo, estamos apresentandoà consideração do Congresso Nacional projeto de lei,pois é necessário que se corrija tamanha distorção omàis urgentemente possível.
Pelo alcance social de nossa proposição, ê de se esperar que ela obtenha o unânime apoio dos Srs. Congressistas. Aliás, ela não traz inovação alguma, pois emalguns Estados da União essa decisão já foi adotadae muito bem aceita, inclusive pela população.
Era o que tinha a dizer. - Deputado Doreto Cam·panarl
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O SR. GEOVAH AMARANTE (PMDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" eSrs. Deputados, ninguém desconhece que a meningitecontinua sendo uma presença ameaçadora em váriosEstados brasileiros. Em Santa Catarina, particularmente, a insidiosa doença se vem espalhando numa dimensão assustadora, porquanto já ultrapassou de muito aprogressão verificada no ano passado. Se for mantidaa curva de crescimento desenvolvida até agora, poderemos dobrar o número de casos no Estado, passandodos 8 por 100 mil habitantes, que foi a média de 1988,para 16 casos por 100 mil pessoas neste [ino de 1989.
Para restringir-nos apenas à versão mais perigosa dadoença, diremos que, até o início deste mês de agosto,temos acumulados 275 casos de meningite meningoc6cica em Santa Catarina, contabilizando 50 casos fatais. Portanto, 50 famílias catarinenses estão enlutadaspelo desaparecimento de algum dos seus membros, geralmente crianças, cujas vidas foram ceifadas por essemal, que continua desafiando o nosso sistema de saúde.
Preocupa sobremaneira o fato de não estar a doençalocalizada em alguns Municípios do Estado, o que facilitaria o seu isolamento. Pelo contrário, desta vez elase acha disseminada por todo o territ6rio catarinense.A bem da verdade, é preciso dizer que a maior incidência do mal desta vez está em Santa Catarina, se considerarmos que o número de casos fatais este ano é pratica~
mente o mesmo do Estado de São Paulo, quando, sabidamente, temos uma população muito menor.
O Governo do Estado vem manejando os recursosde que dispõe para controlar a doença, procurando evitar seu alastramento. A Secretaria de Saúde fcz tudoo que estava ao seu alcance e conseguiu baixar o índicede letalidade dos 21% iniciais para 18% ultimamente.Mesmo assim, vamos reconhecer que é um índice alto,já que os casos de menigococemia são de difícil diagnóstico. Em pouco tempo, a bactéria se espalha pela corrente sangüínea e PJovoca a falência de múltiplos órgãos..Por isso, ela é, quase sempre, fatal.
Em seu esforço profilático, o Govcrno de Santa Catarina tem utilizado a televisão, o rádio e os jornais paraalertar a população. Foram treinados enfermeiros e bioquímicbs de laboratórios públicos e privados. Um cursode atualização sobre a meningite está sendo distribuídoem fitas de vídeo a todos os hospitais e centros médicosdo Estado. Além disso, foi elaborada uma campanha,pioneira no Brasil, para esclarecimento e informaçãoda comunidade, através de cartazes e folhetos, ondese alerta a população para o fato d,e que a meningitenão entra nas casas bem arejadas. Ressalta-se a necessidade de abrir portas e janelas ,para que o sol e o arpenetrem dentro das residências:
Essa campanha se dirige principalmente às escolas,onde se presume que são maiores as oportunidades decontaminação das crianças. No Estado 'inteiro, cada professora da rede pública e privada de ensino recebeumaterial com explicações detalhadas sobre a doença,como evitá-Ia e como reconhecê-Ia. Enfim, a nível doque se pode fazer com os recursos estaduais, todo oterritório de Santa Catarina está informado sobre osprocedimentos adequados à profilaxia da meningite edas providências a serem tomadas aos mínimos sinaisda doença.
Sr. Presidente, esgotadas as possibilidades a nívelestadual, nossa população está ansiosa agora pelas providências do Governo Federal no que toca à vacinação,que é o meio decisivamente mais eficaz de cortar omal pela raiz. Reclama-se maior atenção do Ministérioda Saúde para o trabalho realizado, num esforço pioneiro, que fez da vigilância epidemiol6gica catarinense umpadrão de excelência, reconhecido e elogiado pelos especialistas de outros Estados brasileiros.
Reina em nosso Estado grande expectativa quantoà distribuição das vacinas cubanas. Pelo que se sabe,o Ministro da Saúde teria voltado de Cuba com a garantia da compra de 10 milhões de doses de vacina, queimuniza, contra a bactéria meningocócica. O MinistroTsuzuki Seigo teria dito ainda que a vacinação seriaseletiva, com atendimento prioritário para as áreas ondehaja maior incidência da doença.
Neste ponto, evocamos todo o trabalho desenvolvidoem Santa Catarina, diante do fato incontestável de queali se acha, em termos relativos, a maior incidênciados casos de meningite meningoc6cica constatados noBrasil neste ano de 1989. São fatores que merecem
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o reconhecimento do Governo Federal para enviar aoEstado a quantidade de vacinas necessária e condizentecom as nossas necessidades.
Cálculos preliminares indicam que serão necessárias4 milhões de doses da vacina para vacinar toda a popuI;lÇão de zero a 14 anos, num total aproximado de 1milhão e 700 mil pessoas. Esperamos que o MinistroTsuzuki Seigo ouça o nosso apelo veemente e não deixede contemplar Santa Catarina com o estoque de vacinasqne vem sendo ansiosamente aguardado pela nossa população, diante de um quadro tão sêrio e que já cnlutoutantas farm1ias catarinenses.
O SR. JOSÉ LUIZ MAIA (PDS - PI. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, temos orgulho e satisfação a cada vez que destatribuna assumimos a condição de porta-voz do povodo Piauí, principalmente quando se trata de homenagear não somente os piauienses, cujo trabalho diuturnoengrandece o Estado, mas igualmente para demonstrarnossa gratidão e reconhecimento àqueles que, vindosde fora, contribuíram e ainda contribuem para o desenvolvimento estadual,.àqueles que dão o máximo de sipara gerar riquezas e criar novos empregos para milhares de irmãos piauienses.
O domicílio do empreendedor, a sua naturalidadeestá estreitamente vinculada ao local onde desenvolvesuas atividades, onde produz e emprega. Dentro dessecontexto de reconhecer em cada empreendedor queveio de fora mais um autêntico piauiense, não podemosdeixar de enaltecer, a participação desses bravos brasileiros que acreditaram no Piauí. Graças à sua crençano crescimento do Estado, assistimos à verdadeira revolução no interior, notadamente nos Municípios de Ribeiro Gonçalves, Santa Filomena, Uruçuí, Canto doBuriti, Corrente, Rio Grande, Eliseu Martins, Bertolânia, Picos, Rio IX, Itaueira, Manoel Emídio e tantosoutros.
'Ali, Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, ê marcantea presença dos empreendimentos a cargo desses novosbandeirantes. Vencendo dificuldades as mais diversas,lutando contra a descrença de muitos, mas demonstrando tenacidad~ e fé, eles hoje dão exemplos ao restodo País de que o Nordeste é viável economicamentee de que o Piauí representa enorme potencial inexplorado.
Mais do que isso: graças a esse espírito de brasilidade,os que chegam se unem aos trabalhadores nativos, pequenos produtores e grandes empresários, integrandose nos mais diversos setores, seja na parte rural, coma produção de frutas e grãos, seja na agroindústria,aproveitando essas matérias-primas, no afã de reverternosso precário estágio de desenvolvimento econômico-social.
Mas, Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, para quetudo isso acontecesse, foi significativa a participaçãodo sistema de incentivos fiscais gerido pela Sudene.Sem o apoio do Finar e da Sudene, dificilmente o Piauíteria experimentado alguma evolução no setor industrial ou na produção agropecuária, cabendo-nos, de justiça, neste momento, ressaltar o papel desempenhadopelo Dr. Walfrido Salmito Filho. Foi durante sua gestãocomo Superintendente da Sudene que o Piaui coméçoua ter participação satisfatória no bolo dos incentivosfiscais. Para se ter idéia do que isso representou, bastalembrar que a arrecadação do IPI no Estado é quasetoda decorrente de empresas assistidas pelo Finar. Estudo realizado por especialistas do Banco do Nordestedo Brasil mostra que a participação das empresas incentivadas na arrecadação total do IPI no Estado se situaem tomo de 90%.
Mais recentemente, não poderíam~deixar de registrar a atuação do Superintendente Paulo Souto e doDiretor de Incentivos da Sudene, Economista AntônioCarlos Barbosa Frota, com quem o Piauí voltou a tersignificativa participação nos investimentos e liberaçõesdo Finar, situando-se hoje em torno de 8,6% do total.Não bastasse isso, destacaria ainda dois pontos: 1') quase um quinto dos projetos aprovados para o Piauí, durante a existência Sudene o foram na gestão de AntônioCarlos Frota na Diretoria de Incentivos Fiscais daquelaautarquia; 2') 27% dos projetos ora em implantaçãono Estado emanaram iguahnente da atual administraçãodaquela carteira.
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Ao fazer o registro, Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, queremos expressar nosso aplauso ao jovem e competente maranhense, cujo trabalho à frente da áreade incentivos da Sudene tem contribuído para impulsionar a economia nordestina, particularmente a doPiauí.
Lamentando que incompreensões descabidas procurem denegrir a imagem desse ilustre homem públicoem nosso Estado, aproveitamos a oportunidade pararegistrar nos Anais desta Casa nosso apoio, incentivoe aplauso ao trabalho por ele realizado. Queremos dizer-lhe, em nosso nome pessoal e em nome dos quenos elegeram, que o Piauí lhe é grato, não referendando, necessariamente, a decisão de uns poueos. Queo episcídio de que foi vítima não abale seu espírito,mas sirva para estimulá-lo ainda mais na luta em favordo Nordeste e do Brasil, a fim de que possamos crescersem a marca do ódio e sem os vícios do ressentimento.
. O SR. OSVALDO BENDER (PDS - RS. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, a Previdência Social tem, nos Municípios ondenão possui agências, escritórios de representação, umagente contratado com registro de firma. Se, de umlado, não tem compromisso integral de somente atenderaos serviços da Previdência, de outro lado assume aresponsabilidade do atendimento a todos os segurados,quer encaminhando aposentadorias, quer dando solução a problemas d<;: saúde e tantos outros que surgema cada momento. E uma representação necessária queo INPS mantém em todos os recantos do País, e nãopodia ser diferente, pois, além de funcionarem comoelo para prestação dê serviço, servem também paradar informações sobre contribuição previdenciária. Esses postos de atendimento evitam o deslocamento alongas distâncias até as agências, sendo uma forma deatender o segurado na sua própria comunidade. O queacontece, no entanto, é um descaso quanto ao reajustamento do's pagamentos a que esses representantes fazemjus. Há muito tempo a Previdência Social não se preocupa em atualizar o vencimento devido aos encarregados desses escritórios. Os valores pagos atualmentesão insignificantes. É quase inacreditável que alguémpossa prestar esses serviços a NCz$ 33,28 por mês. Issoocorre porque uão fizeram o reajuste, e o preço seacha defasado. Nunca, em época alguma, tais agentesreceberam menos que um salário mínimo.
Desta tribuna quero fazer um apelo a S. Ex', o Sr.Ministro da Previdência, no sentido de serem atualizados esses valores. Não é possível que alguém possaprestar um bom serviço, dedicar-se um pouco mais aosaflitos que diariamente procuram esses postos para informação e solução dos seus problemas, já que têmdireito a essa assistência como contribuintes, mesmonão sendo um serviço exclusivo, mas do mais alto significado, pelo preço que recebem. Por isso, reivindico,pelo menos, que haja atualização nos preços pagos conforme a inflação, a partir do contrato inicial. Nada maisdesejam esses representantes, a não ser voltar a recebero que recebiam quando iniciaram o seu trabalho.
O SR:PAULO ZARZUR (PMDB - SP. Pronunciao seguinte discurso.) - SI. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, Luiz Gonzaga, divulgador do baião, inventordo arrasta-pé, a maior expressão da verdadeira músicapopular brasileira nos últimos quarenta anos, morreuno Recife aos setenta e seis anos de idade, num leitode hospital, onde se internara há quarenta c dois diascom osteoporose.
Morreu dormindo, minado pela penumonia, silenciosamente, como um passarinho, nas asas brancas do sonho.
Uma vida cheia de tropeços, de sofrimento e de triunfos, mambembando por esses Brasis, com um públicocativo em todos os Estados, principalmente em SãoPaulo, onde mais de dois milhões de nordestinos ouviam, orgulhosos e encantados, a sua sanfona, que faziainveja aos oito baixos do velho Januário, de quem herdou a vocação para a harmorúa, para o descante, parao teclado.
Só não herdou do velho Januário aquela vocaçãoandeja, que o conduziu a todos os cantos, criando ritmos, popularizando a musa dos seus parceiros, cantando e encantando, de foz em fora.
Quando, nos idos de 1940, Luiz Gonzaga, recém-osaído do Exército, onde sentara praça, mas não ganhara
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o suficiente para comprar o seu primeiro instrumento,se revelou ao público, estava inventando o forreS, umritmo de dança mais frenético e selvagem do que oroek 'n' roll.
Corneteiro no quartel, cantava desde menino. Depoisda primeira sanfona, passou a compor, procurando osmelhores letristas do Nordeste para ilustrar suas canções.
Foi um dos mais requestados sanfoneiros de campanhas eleitorais, desde 1947 até 1964.
Nascido na cidade de Exu, no extremo norte pernambucano, nas vizinhanças do Ceará, foi para lá, certafeita, tentar pacificar quatro famílias de políticos quese digladiavam a bala. Conseguiu a ajuda de um bispoe rezou pela bênção do Padre Cícero, até que a pazreinou em sua terra natal.
Velado o seu corpo na Assembléia Legislativa dePernambuco, uma incalculável multidão acompanhouo seu féretro até o aeroporto, na partida para Juazeirodo Norte e Exu.
Em junho último, cantara, pela última vez, numaeadeira de rodas em Olinda. Despedia-se do canto,quando não mais podia suster a safona. Hoje, a Naçãointeira, c não apenas o Nordeste, lamenta a perda irreparável de "Lua~', o "Gonzagão", o admirável criadorde "Asa Branca".
Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente.Deputado Paulo Zarzur.
O SR, SÓLON BORGES DOS REIS (PTB - SP.Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs.Deputados. A data de amanhã, 11 de agosto, assinalao transcurso do 167' aniversário da criação dos Cursos'Jurídicos no Brasil.
É uma efeméride digna de ser registrada nesta Casado Poder Legislativo Nacional, pelo que representa historicamente, pelos efeitos que a decisão do ImperadorDom Pedro I teve sobre a formação de quadros paraa alta administração pública do País, para a organizaçãodos Poderes que constituem a estrutura jurídica e paraa consistência de instituições básicas da Nação.
Analistas que examinavam, no passado recente, ainiciativa imperial de criar, logo após a Independênciado Brasil, as hoje famosas Faculdades de Direito deSão Paulo e do Recife antes Olinda chegaram a duvidardo alcance da medida, argumentando que criar o ensinosuperior 'antes de disseminar a escola primária haviasido um erro. Na realidade, a criação dos Cursos Jurídicos para 'organizar a Nação recém-nascida foi um atoda melhor visão de estadistas, adotado por Dom PedroL E isso o Imperador decidiu c fez por sábia e patrióticaproposta do Visconde de São Leopoldo, um brasileirode Santos, a quem devemos mais do' que sabemos ecuja memória nunca será por demais reverenciada. Mesmo porque D. Pedro I não negligenciou a criação edisseminação da escola primária para a educação dopovo.
Foi também atendendo a outra sábia proposta domesmo Visconde de São Leopoldo flue o primeiro governante do Brasil independente assinou, em 15 de outubro do mesmo ano de 1827, isto é, dois meses apenasdepois do 11 de agosto, a Lei do Magistério, mandandoinstalar escolas primárias para o povo nas cidades evilas do território brasileiro. Se o 11 de agosto é lembrado, no Brasil de hoje, como a data que assinala a criaçãodos Cursos Jurídicos em nosso País, o 15 de outubrodo mesmo ano de 1827 evoca essa outra medida deextraordinária importância na História di:> Brasil, quefoi a lei proposta, como a anterior, pelo Visconde deSão Leopoldo, sobre o ensino básico, de modo gerale a criação de escolas populares em especial.
A lei de 15 de outubro de 1827, dispondo sobre acriação do ensino básico no Brasil também tratou dediferentes outros aspectos do ensino, inclusive o relativo ao professor, sua qualificação e carreira, como umverdadeiro embrião histórico do futuro Estatuto do Magistério' só levado a efeito entre nós por força da LeiFederal n' 5.692, de 11 de agosto de 1971. ,
As duas leis, submetidas à sanção de D. Pedro I,pelo santista Visconde de São Leopoldo a de 11 deagosto, criando os Cursos Jurídicos, e a de 15 de outubro, instituindo o ensino básico se completam. A diferença está em que, com a renúncia de D. Pedro I,em 1831, e a conseqüente mudança do Governo, tendoa Regência que enfrentar a sedição nas Províncias que
Agosto de 1989
ameaçavam a unidade do Brasil lusitano, providenciouo Ato Adicional em 1834, mudando a Constituição Imperial de 1824. Foi esse Ato que atribuiu às Provincias,hoje Estados desde a Proclamação da República, a responsabilidade a título de prerrogativa de criar e mantero ensino destinado ao povo, consubstanciado na escolaentão chamada elementar ou primária. Por isso, os efeitos desejados pelo Imperador, quando atendeu à sábiae patriótica proposta do Visconde de São Leopoldo,frustraram-se abrindo mão, o Governo Central, no regime de Império, da incumbência que antes tinha, dedisseminar a escola básica em todo o território nacional.
Ao registrar nesta tribuna a passagem de mais, umaniversário, em 11 de agosto da instituição, dos CursosJurídicos no Brasil, congratulo-me com a Nação brasileira, que, embora atravessando ainda fase política detransição para a plerútudc democrática, conturbada pelas extremas dificuldades econômicas e financeiras, respirl,l a liberdade que lhe assegura lei.
E sob o signo democrático de 11 de agosto que oBrasil de hoje, apesar de tudo o que está sofrendo,caminha para dias melhores do seu destino. Porquevive com a garantia jurídica de sua Lei Maior, elaboradae votada por representantes livremente eleitos pelo povo brasileiro a Constituição democrática de 5 de outubrode 1988.
O SR. CARI"OS CARDINAL (PDT - RS. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr's e Srs. Deputados, em sua concepção original, consubstanciada noart. 33 da Lei Orgânica da Previdência Social (Lei n"3.807, de 26 de agosto de 1960), o auxílio-natalidade,devido à segurada gestante ou ao segurado pelo partode sua esposa ou companheira não segurada, ou depessoa designada, desde que inscrita trezentos dias antes do parto, consistia e importância igual ao saláriomínimo (Piso Nacional de Salários).
Entretanto, a partir do advento da Lei n' 6.205, de29 de abril de 1975, que estabeleceu o Valor de Referência em substituição ao salário mínimo, a importânciacorrespondente ao auxílio-natalidade dimil)uiu substancialmente, sendo, hoje, inexpressivo o seu valor.
Assim, para resgatar o valor inicial dessa benesseprevidenciária, de tanta importância social, preconizamos, em projeto de lei, nova redação para o art. 33da Lei n' 3.807/60.
Pelas positivas repercusões de caráter social que ensejará, apelamos a nossos dignos pares nQ sentido deque apoiem a iniciativa.
o SR, MENDES RIBEIRO (PMDB - RS. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente e ilutres Parlamentares; em São Paulo o PT é uma queixa só, daquiloque chama de grande imprensa. Pensando bem e guardando a verdade, tem razão. No Executivo, o PTconhece os dissabores experimentados por quantos foram outentaram ser governo, enquanto acontecia o chamado"porre da liberdade", ou seja, a perigosa caminhadasobre a tênue linha que separa o ser livre do homemresponsável.
Apenas começa a reversão de um quadro que a acomodação e o gosto de aparentar poder pintaram comtintas ácidas, capazes de abalar o próprio contexto social.
O PT surgiu da revolta. Justa, por sinal. Como justaé hoje. E dirigida contra o mesmo alvo: o poder. Poderiaser diferente? Não. Governe, existirão mandantes emandados, fermento indispensável à insatisfação.
O PT está debruçado na CUT. A CUT abeberou-sena fonte e colheu os frutos de um ensinamento tãovelho quanto a vida: a desgraça une, a riqueza separa.A dor é divisível. A alegria não. A receita quase secompleta com o óbvio, ou seja, a eterna inconformidadeda juventude e a decidida tendência de ser Esta<l. daNova Igreja, esquecendO que a antiga, pela nova contestada, já foi Estado, e tão mal se deu que, daquelestempos, além da Inquisição, nada deixou em seu rastro.
Faltava, porém, o principal. A autodenominada imprensa nanica alcançar a força dos jornais tradicionais,dos grupos de comunicação. Como chegar lá? Fácil.A influência é exercida pela opinião, e o editorial perdeem força para a manchete ou "notícia ocasionalmentedirigida". O PT ganhou e ainda tem a prioridade dosbastidores, onde, se já não pode fazer tudo quantoentende, ainda pode, por exemplo, minimizar ou proje-
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tar alguém. Agora, porém, o quadro está aberto e,até a eleição de Erundina, não estava. Ou, por outra,estava, mas contava com a conivência do pior dos cegos.O que não quer ver.
Erundina brotou da greve. Do aumento das passagens. Da falta de água. De teto. Da insegurança. Dadesigualdade. Da prepotência dos govcrnantes. Agora,governa. E, não sendo mágica, pede tempo para fazere espaço para mostrar que está fazendo tudo quantopode. Não conseguindo, aponta a grande imprensa, embora, sabidamente, a grande tenha, no seu ventre, ananica. É a vida. É a vida...
O SR. ISMAEL WANDERLEY (PTR - RN. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" eSrs. Dcputados, gostaria de fazer úm registro sobreo situação crítica em que se encontra a pesquisa agropecuária no País, que, de fato, deve merecer nossa preocupação, visto represcntar um retrocesso não apenas naprodução de-alimentos, mas também no desenvolvimento tecnológico.
Apesar de tcr aprescntado rcsultados indiscutívcis_à economia do País, com a geração de tecnologias qucpossibilitam, ano a ano, o aumcnto da produtividade,a pesquisa agropecuária não vem merecendo a contrapartida necessária à consolidação e evolução de suasconquistas.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,Embrapa, que felizmente escapou à ameaça absurdade extinção, proporcionou ao País resultados surpreendentes, como, por exemplo, a ampliação da área plantada de soja na região dos cerrados, numa iniciativapioneira e corajosa. Entretanto, é a própria Embrapao exemplo mais visível do dcscaso com que o setorvem sendo tratado pela máquina administrativa do Governo.
A instituição, que mantém 45 unidades de pesquisaem atividades nas cinco regiões brasileiras, há váriosanos encontra-se proibida de efetuar novas contratações, em função da medida linear que atingiu as empresas estatais. Os problemas que daí dycorrem são vários,pois, além da necessidade gerada pela pr6pria evoluçãoda pesquisa, fatores como aposentadoria e principalmente as dcmissões voluntárias concorrcm para pcrdassignificativas nos quadros da empresa. De fato, comos baixos salários ali percebidos, os bons profissionais,altamente qualificados vão buscando novas alternativasde trabalho. Atualmente, o pesquisador, com mais devinte anos de pesquisa e especialização no exterior,recebe pouco mais de três mil cruzados mensais, brutos,segundo dados oferecidos pelo próprio Departamentode Pessoal do órgão.
Na verdade, Scnhores, o grande prejuízo sofrido coma perda desscs profissionais qualificados s6 será sentidonos próximos anos, à medida que o nosso País for perdendo seu podcr competitivo junto ao mdt:cado intcrnacional. Enquanto esse problema de recursos humanosnão é resolvido, as polémicas se formam dentro e forapor pessoas que lá já estiveram e hoje não estão mais.Pouco antes de deixar o cargo, o ex-Presidente da Embrapa, Eliseu Alves, um dos mais renomados pesquisadores deste País, afirmou que a "diferença entre o queo País deveria investir em pcsquisa agropecuária é muitogrande e, a persistir essa situação, ao que se vai assistir'é a inviabilização da agricultura moderna no Brasil".
Como solução para o problema, o atual Presidenteda Embrapa, Carlos Magno Campos da Rocha, depositaas suas csperanças na lei agrícola, complementar à novaConstituição, que poderá criar um fundo de pesquisascujas fontcs seriam definidas por todos os segmentosenvolvidos no setor.
Cogita-se igualmente de maior agressividade na venda de tecnologias obtidas, pois sem dúvida ainda nãosucumbimos em nossa posição de liderança na pesquisaagropecuária. Daí os temorcs de haver um retrocessonum patamar alcançado com tanto esforço e empenho.
Todos sabemos o quanto os pequenos produtores,de forma espccial, careccm das orientações fornecidaspelos técnicos e pesquisadores da Embrapa. Assim, concluo reafirmando que já existe, nos setores envolvidoscom a pesquisa agropecuária do País, um consenso sobre os prejuízos reservados àárea, caso perdure o descaso num setor absolutamente vital como este. O comprometimento do sistema de pesquisa pode fazer com que
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
a agropecuária nacional se torne obsoleta,. distanciadadas bases modernas que a sustentam em outros países.
As conseqüências desse processo para o Brasil, quetem no setor agropecuário um dos mais expressivossustentáculos de sua economia, não são difíceis de imaginar.
Era o que tinha a dizcr.
oSR. ERNANI BOLDRIM (PMDB - RJ. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Prcsidente, Sras. e Srs.Deputados, a nossa Constituição, após 20 anos de ditadura militar, caracterizada pela descOnsideração do estado de direito, vem devolvendo o brasileiro ao saudosocaminho da democracia. Paralelamente, torna-se necessário que o vício do autoritarismo seja também banidodefinitivamente da nossa sociedade, a qual nada maisprctcnde do que justiça por parte dos administradoresdo Pais.
A transferência para o Legislativo das atribuiçõesorçamentárias, tributárias, econômicas, financeiras,cambiais e monetárias trouxe nova esperança para opovo e mais responsabilidades para o Congresso. Afase de transição das novas prerrogativas do Congressopoderá tropeçar em entravcs iniciais a esta Casa, masa persistência na luta pela manutenção das conquistasconstitucionais certamentc levará ao atendimento dosverdadeiros anseios da sociedade brasileira.
Hoje, desta tribuna, venho trazer o mcu protestocontra atitude do Governo ao vetar o § 5' do artigo1', introduzido pelo Congresso Nacional como emcndaà Medida Provisória n' 68. O veto deixou a todos perplexos, reacendendo a crise provocada no seio do empresariado de transportes em conscqüéncia do ônus financeiro imposto aos contratos dc leasing, operação usadana aquisição de ônibus, caminhões, veículos, equipamentos técnicos e implemcntos agrícolas. A emendavetada pelo Presidcntc da República joga em cima dasclasses produtoras dcste País mais este ônus financeiro,beneficiando exclusivamente a privilegiada classe debanqueiros, em detrimento do povo.
A decisão do Congresso Nacional, ao adotar o IPCpara o reajuste dos contratos mercantis na forma deleasing, nada mais é do que aplicar o índice já utilizadopelo próprio Governo Federal nas atualizações dos contratos dc aluguéis residenciais. Com a extinção da OTNe da OTN Fiscal, as classes produtoras ficaram à mercêdas "cláusulas alternativas" dos contratos, privilegiandoas instituições bancárias c cmpresas de leasing ao permitir taxas mais altas nos contratos, se houvesse, comoocorreu, a intervenção do Estado na Economia. O queé mais grave, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Dcputados,é o descaso com a conseqüência do impacto no preçodos transportes terrestres nacionais, penalizando aindamais o sofrido trabalhador e, em muitos casos, inviabilizando considerável quantidade de empresas.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, torna-se imprescindível quc o Congresso Nacional, com competência e soberania, corrija mais esta injustiça contraa população brasileira.
Muito Obrigado.
O SR. KOYU mA (PSDB - SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados, muitosconflitos de natureza trabalhista poderiam ser evitadosse houvesse comunicação adequada entre empregadose empregadores, que radicalizam suas posições, comono caso de greve, por exclusiva falta dc cntcndimento.
Pois bem, com o objetivo de corrigir essa situação,a Assembléia Nacional Constituinte houve por bem inserir, na Carta Política de 1988, em seu art. 11, normaestabelecendo que, nas empresas com mais de duzentosempregados, será eleito um representante dos trabalhadores, com a finalidade exclusiva de promover-lhes entendimento direto com os empregadores.
A medida não é considerada auto-aplicável, necessitando de norma legal para ser colocada em prática.
Por essa razão, elaboramos proposição dispondo sobrc amatéria e estabelecendo que o representantc dostrabalhadores, que gozará de estabilidade no empregodurante sua gestão, será eleito em assembléia geral dostrabalhadores, convocada para esse fim, tendo mandatode dois anos, renovável por igual período, desde quereeleito.
A medida permitirá que os reclamos e reivindicaçõesdos empregados sejam transmitidos diretamente aos
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empregadores pclo representante, o que ensejará o entendimento. Seguramente, muitas controvérsias, comoa greve, a mais séria delas, serão cvitadas.
Pedimos, dcstarte, a nossos dignos pares apoio à propositura.
A SRA. DmCE TUTU QUADROS (PSDB - SP.Pronuncia o scguinte discurso.) - As grandes potênciasmundiais, notadamente os Estados Unidos, são confrontadas pela súplica dos países pobres e amigos qetomaram dinheiro emprestado pesadamente, para depois gastá-lo desinteligentemente. E vivem os paísesendividados numa ciranda viciosa, onde nOVOS empréstimos são utilizados para o pagamento dos velhos empréstimos, n.uma espiral sem fim, onde uma soluçãonegociada pode parecer quase impossível.
O perdão de dívidas é um pecado, pelo menos navisão dos bancos internacionais, de onde vem a maiorparte do dinheiro consumido pelos países do TerceiroMundo. Perdão não é verbete do dicionário dos banqueiros.
A solução para o problema da dívida externa dospaíses pobres, subdesenvolvidos ou em desenvolvimento (como queiram), com ccrteza é a diminuição da dívida. Isto é puro senso comum. Durante o Governo dorepublicano Ronald Reagan, os Estados Unidos gastaram muito mais do que receberam e se tornaram omaior devedor do mundo. A dívida interna dos nossosprimos ricos do Norte é algo de inacreditável. E daía espera de uma alta brutal dos juros, o aumento subseqüente dos custos de empréstimos para nós outros, coma ameaça do malogro das negociações e das possibilidades de benefício aos devedores. O déficit do comércio norte-americano está provocando o protecionismoexagerado, dificultando a exportação de mercadoriase produtos dos países envidividados para aquele importante mercado.
No maldito FMI, uma impressionante dívida de US$1 trilhão e 300 bilhões tem espalhado o sofrimento noTerceiro Mundo, enquanto em sua sede, em Washington, a insensibilidade dos executivos tem levado paísesà ruína e à instabilidade social.
Mas o que.é essc FMI que nos atordoa, amedrontae revolta?
Não é, mas deveria ser uma cooperativa internacionalcom 151 sócios, ajudando e beneficiando esses países.No entanto, o Fundo Monetário Internacional tem umfigurino único para todos os países em crise, aplicandoa velha fórmula do arrocho salarial, gerando o desemprego, liberando os preços, violentando a soberanianacional, numa autêntica política de bomba de nêutrons, que só destrói seres humanos. Os países caemnas garras do FMI na exata propofção em que a classedirigentc deles é i!1competente c corrupta. Ou seja,qualquer semelhança com o Brasil não é mera coincidência.
Desde que foram fundados em 1944, já no ocasoda Segunda Grande Guerra, o Banco Mundial, queé provedor de recursos para projetos, desfruta muitomelhor reputação que seu vizinho em Washington, omalsinado Fundo Monetário Internacional, que funciona como soturno banco central, aceitando depósitose fazendo empréstimos leoninos aos países necessitados.
O Banco Mundial empresta para a construção depontes, de estradas, de hospitais, de escolas, coisas elementares e que dizem diretamente ao bem-estar daspopulações carentes, enquanto o FMI semcia o descontentamento social, a confrontação política e a instabilidade institucional nos países que monitora, com cuidados de bedel e inequívoca arrogância.
Por quc o Fundo nos vigia e nos apoquenta de taI"forma? Porque estamos com déficits brutais, inaceitáveis e que podem ser dcbitados à alta artificial do câmbio, o que incentiva compras no exterior, preços irrazoáveis de produtos internos e dos combustívcis, encorajando o consumo e desencorajando à exportação. Obrasfaraônicas (a ferrovia do aço é exemplo) que consomemum enorme capital, mas empregam pouca gente durantecurto tempo, sem retorno financeiro ou social, alémda corrupção que corre solta e grossa em todos os escalões e do inchaço da máquina adminstrativa, com excesso de barnabés, califas e "aspones", sugadores inveterados das burras do Tesouro. E tudo isso se alimentade empréstimos, mais empréstimos, novos emprésti- mos.
}5!O_ ~exta-feira 11
Países pobres, como o Brasil, têm a tendência dejogar o peso da dívida externa nas costas dos mais pobres, os que têm, exatamente, menos condições de sofrer e suportar, pois que não têm respaldo político esão obrigados a apertar os cintos. Isso não está previstona teoria econômica: o progresso com o sofrimentodas camadas majoritárias da população.
O pagamento de nossa dívidà é problema de longotermo, mas o FMI tem a vocação do agiota, pensandoem curto prazo, mais apropriado para os países ricose industrializados, justamente os que não se aproximamdo Fundo. E a vocação dessa cooperativa internacional,injusta e insensível, está obrigando os países subdesenvolvidos a negligenciar a educação, a saúde, a moradia,os transportes coletivos e outras necessidades básicasem nome da manutenção da produção competitiva, comsalários congelados, aviltados até as raias do desrespeitoà dignidade humana. Defende o FMI o cancelamento,dos subsídios, que os seus economistas enxergam comoresponsáveis por déficits públicos, esquecendo-se, todavia, de que esse instituto alimenta os pobres de taispaíses com o pão, a farinha de trigo, o leite, o milho,etc. E o desemprego nesses países cresceu de formaestúpida, pela facilidade com que se altera a balanç~
comercial, diminuindo importações, cortando investimentos e desestimulando o consumo interno.
Menos influência dos Estados Unidos no FMI, emsuas diretrizes, em sua ação, em seu comportamento.Isso, certamente, poderá facilitar as soluções, deixandode atingir a soberania dos países endividados, que jámostram sinais de fadiga, já que o Fundo tende aoscredores e não aos devedores.
Fomos levados ao FMI por mãos daqui mesmo. Pelamá gestão governamental, pela corrupção, pelo descasoe pela má fé. Devemos US$ 112 bilhões, amargamosuma inflação de três dígitos, e só não nos precipitamosno abismo porque já roubaram o abismo.
Resta um apelo ao bom senso dos primos ricos doNorte, e, quem sabe, uma oração a Santa Edwirges,a padroeira dos endividados: "Perdoai as nossas dívidas".
o SR. CARLOS VINAGRE (PMDB - PA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs.Deputados, realizou-se, em junho último, no Recife,O VI Encontro Nacional de Coordenadorias, Conselhose Entidades de Pessoas Portadoras de Deficiência, paradiscutir o problema diante da nova legislação, a partirdos dispositivos constitucionais que disciplinam a maté
.ria. Participaram do evento as mais diversas entidadesrepresentativas desse segmento'social, nos planos nacional, estadual e municipal. Contou ele também com otrabalho de grupos específicos, analisando e discutindoos diversos projetos sobre a matéria, em tramitaçãono Congresso, dentre os quais uma proposição de nossaautoria, que disciplina o salário mínimo para os deficientes e os idosos e regulamenta o art. 203, item V,da Constituição.
Queremos, nesta oporturndade, agradecer as referências elogiosas que nos foram feitas, em amável comunicação, por Dona Maria Goretti de Godoy Sousa, Presidente do Conselho Estadual de Apoio às Pessoas 'Portadoras de Deficiência, bem como incorporar, oportunamente, àquela proposição, as sugestões apresentadasnesse importantíssimo encontro.
Aceitamos a idéia de apoiar iniciativa análoga doSenador Jutahy Magalhães, reconhecendo mais apropriada sua terminologia, bem como as emendas sugeridas durante aquele encontro, a partir da ementa queficaria com a seguinte redação:
"Concede o benefício de um salário mínimo àspessoas portadoras de deficiência e aos idosos, nascondições que especifica."
Apoiamos, igualmente, a alteração dos arts. 2' e 4',para ser-lhes dada a seguinte redação:
"Art. 2' A renda familiar per eapita de um salário mínimo configura a impossibilidade de manutenção da pessoa portadora de deficiência e doidoso.
Art. 4' Será competência do INPS, custeadopela seguridade social, o pagamento do salário mí-
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nimo, vedada a acumulação com quaisquer outrosrendimentos provenientes dos cofres públicos."
Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente, Sr" eSrs. Deputados.
O SR. CHAGAS NETO (PMDB - RO. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Srs. Deputados,há pessoas que, por seu altruísmo, competência e espírito público, deixam marcas indeléveis de ~ua passagempela Terra, merecendo scr lembradas pelos pósteros.
Um desscs seres, indubitavelmente, foi o Cel. JorgeTeixeira de Oliveira, que, quando Governador do Estado de Rondônia, teve como meta fundamental o bemestar da população daquela unidade federada.
Foi ele um dos principais vultos da história do Estadode Rondônia, alterando seu perfil econômico, com aênfase que proporcionou ao desenvolvimento do comércio e da indústria. Durante a sua profícia gestão, consolidou a agricultura regional, realizando obras de infraestrutura, assentamento de colonos e assistência técnica. creditícia e social na zona rural.
Em verdade, por tudo que fez em benefício do Estadode Rondônia, o Governador Jorge Teixeira de Oliveira,recentemente falecido. não será esquecido pelo' povodaquela unidade federada. A esta altura, pretendemosprestar-lhe singela homenagem, emprestando seu ilustre nome à usina hidrelétrica de Samuel. naquele Estado.
Nesta conformidade, elaboramos proposição contemplando a espécie, para a qual, desta tribuna, pleiteamoso apoio de nossos ilustres pares.
O SR. ASSIS CANUTO (PFL- RO. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,nos últimos dias 6, 7 e 8, realizou-se o I Encontro dosEmpresários da Amazônia, ocasião em que foram debatidos e analisados os problemas decorrentes da ocupação da Amazônia.
Durante o evento, vários conferencistas e cientistasfizeram exposições de temas do mais alto interesse paraa Amazônia e para o Brasil. Ao final foi elaboradoe aprovado um docuemnto denominado Carta do RioNegro, da qual solicito transcrição nos Anais desta Casa, para conhecimento dos interessados.
Participei ativamente dos debates ali travados e considero que a "Carta de Rio Negro" elencou uma sériede providências e iniciativas que, se implantadas, propiciarão o desenvolvimento econômico da região sem adegradação do seu meio ambiente.
Desejo, pois, congratular-me com os organizadores,promotores e participantes de tal evento, por sua altaimportância para nossa região e para o Brasil.
MATÉRIA A QUE SE REFERE O ORADOR:
CARTA PEDE ESTRADA ATÉ O PAcíFICO
Manaus - Os empresários da Amazônia, reunidosdurante dois dias em Manaus, aprovaram ontem a "Carta da Amazônia'". um documento onde proclamam serimprescindível a adoção de uma política 'de desenvolvimento para a região voltada para promover a atualização do zoneamento geoeconômico e ecológico.
Acreditando interpretar os sentimentos da sociedadeamazônica, efetivamente comprometida com o desenvolvimento e o progresso da região, conhecedora porvivência própria dos aspectos da questão ambiental,vem de público expressar sua visão do problema, introduzir dados racionais e factuais em sua discussão e,através deste documento, definir o seu posicionamentoe a estratégia de atuação, agora e no futuro.
Assim sendo, manifestam a firme convicção de quealguns princípios básicos devem nortear nossos trabalhos, entre eles:
1 - A Amazônia representa mais da metade do território brasileiro; é a maior floresta tropical do mundopossui, no mínimo, 50 por cento do potencial hidrelétrico do Brasil; é detentora de 12 milhões de hectaresde várzeas e de terras férteis, com 25.000 km de riosnavegáveis; é a maior província mineral do mundo enela habitam cerca de 16 milhões de pessoas.
2 - O seu desenvolvimento é uma necessidade imperiosa e seu processo irreversível.
3 --'- A sua integração ao process,o produtivo do Paísé imperativa, assim como a sua ocupação, de formaordenada, adequada e inteligente.
Agosto de 198~.4 - A utilização de seus recursos é um desafio, pelas
suas condições peculiares, pela heterogeneidade de seusecossistemas múltiplos, únicos e diferenciados.
5 - O desenvolvimento da Amazônia importa emconhecimento de suas riquezas c potencialidades. através de pesquisa para não incorrermos em erros já praticados aqui e em outros países, que promoveram o desenvolvimento a qualquer custo.
6 - A proposta brasileira para a Amazônia deverápromover a atualização do zoneamento geoeconômicoe ecológico da região e que especifique as áreas depreservação, as áreas de utilização dos recursos naturaisexistentes. as áreas de utilização convencional e as áreasde reservas indígenas. respeitados os multivariadosecossistemas.
7 - Os programas devem ser flexíveis. estabelecendometas e ações à medida que forem sendo adquiridasexperiências e conhecimentos, não se podendo estabelecer um tipo de comportamento invariável e monolíticoque nos faça reincidir no erro de destruir primeiro parareconstruir depois.
8 - Os mitos e falácias devem ser desmistificados.tais como: pulmão do mundo, filtragem do C02, terraarrasada, futuro deserto, destruição da camada de ozônio, efeito destruidor da queimada e outros.
9 - O bloqueio econômico aos nossos produtos éum fato real e ameaçador que está a exigir posiçõesfirmes e atitudes urgentes e enérgicas.
10 - O desenvolvimento da região não pode abdicarda utilização das vias navegáveis integradas às ferroviase rodovias transitáveis durante todo o ano e que tambémbusquem a integração do Brasil com os países vizinhos.
Dentro dessa realidade, chegam às seguintes conclusões:
a - Devemos esclarecer à opinião pública mundialquanto à impropriedade de quaisquer formas de bloqueios econômicos contra o Brasil sob o pretexto daproteção ambiental. O que se impõe é o encontro dealternativas tecnológicas e de financiamento. capazesde assegurar a continuidade da melhora dos padrõesde vida da população regional, atendidos os justos reclamos de conservação do meio ambiente.
b - É preciso promover ajustamentos requeridos pela política indigenista de respeito à preservação dosvalores da cultura indígena, sem jamais abdicar da soberania nacional.
c - A região requer, para efetiva conservação de seumeio ambiente, a colaboração técnico-científica e financeira nacional e internacional.
d - Especial apoio deve ser assegurado às universidades e demais instituiçõcs de pesquisa científica etecnológica existentes na região, configurando, assim,resposta objetiva às sociedades nacional c internacionala rcspeito das reais possibilidades de descnvolvimentoda Amazônia.
e - A região não pode abdicar da complementaçãodas infra-estruturas energética, de transportes e de telecomunicações. Vê também com justificada preocupaçãoas ameaças a iniciativas como a antiga aspiração deligação da região ao Pacífico e Caribe, pelo prolongamento da BR-364 e BR-I74 e à construção de novashidrelétricas - plenamente viáveis, desde que precedidas de cuidadoso planejamento ambiental. Por suavez a concessão de incentivos fiscais e creditícios à região deve ser mantida, requerendo apenas para melhoratender suas finalidades, ajustes e correções.
f - Devem estreitar vínculos com os empresários devizinhos países amazônicos, para estimular a integraçãoeconômica, social e cultural.
g - O I Encontro dos Empresários da Amazônia decidiu promover a criação do Conselho Empresarial daAmazônia, integrado por representantes das diversasentidades empresariais que atuam na região, ao qualcaberá acompanhar o processo de desenvolvimento daAmazônia, atuando no sentido de seu estímulo permanente e servindo de fórum de debates.
o SR. JAYME PALIARIN (PTB - SP. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Srs. Deputados,ao ocupar a tribuna desta Casa, quero congratular-mecom o povo e autoridades de Jaú, em São Paulo, pelotranscurso do aniversário da cidade, no dia 15 de agostopróximo passado.
O surgimcnto de Jaú, Sr. Presidente, ocorreu no dia15 de agosto de 1853, quando um grupo de moradores
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da região organizou uma comissão que pretendia tratarda fundação de um povoado. Ficou resolvida, depoisde prolongados estudos e ponderações, a formação deum povoado entre a inargem esquerda do rio Jaú ea direita do córrego da Figueira.
Ó desenvolvimento do povoado foi çontínuo, tantoque dentro de poucos anos foi elevado à Distrito dePaz. Vários moradores de outras regiões do Estado,rumaram para Jaú, com a finalidade de lá se estabelecerem.
Sua elevação à categoria de cidade, ocorreu no dia6 de feverciro de 1889, através da Lei n' 6, do mesmoano.
Jaú é hoje um Município em franco desenvolvimento,contribuindo de forma substancial para o crescimentoda economia do Estado de São Paulo.
Quero, mais outra vez, ao encerrar este pronunciamento, congratular-me com o povo e autoridades deJaú, pela passagem de mais um aniversário de sua cidade.
Era o que tinha a dizer.
O SR. EVALDO GONÇALVES (PFL - PB. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, SI" e Srs.Deputados, a Paraíba vai bem, em termos de comunicação social. Bons jornais circulam diariamente, cobrindo todo o Estado, guardando excelentes níveis quantoà parte técnica e ao contcúdo redacional. O mesmose pode dizer com relação ao funcionamento dos veículos de radiodifusão. Hoje, todo o território paraibanoconta com a presença de emissora de rádio, operandoem FM e AM, dando conta do que acontece no mundoda notícia, da mw.sica e dos esportes. Difícil· mesmoé alguém se isolar, tal a massa de informações transmitida por esses instrumentos da comunicação social,falados e escritos.
Para complementar esse quadro, há pouco menos-fie cinco anos, foram implementados os sistemas de. televisão, que hoje cobrem todo o Estado, divulgandoos sinais produzidos no País. As redes Globo, TVS,Bandeirantes e Manchete chegam bem à Paraíba. Somos também uma"Aldeia Global", na acepção de quenão existem fronteiras, em termos de comunicação sociaL Merecem registro especial os esforços das empresasparaibanas, na pessoa de todos os seus integrantes, nosmais diferentes níveis, visando à implantação e preservação de toda essa infra-estrutura de comuni"ação. Citar nomes seria, inevitavehnente, incidir no risco dasomissões perigosas.
Todavia, cumpre-me, por dever de justiça, registrarum fato sobremodo auspicioso: a qualidade dos programas noticiosos de iniciativa e de caráter locais. E aTV Paraiba e Cabo Branco com os jornais "Bom diaParaíba" e "Jornal da Paraíba", diariamente, e a TVO Norte, com seus noticiosos vibrantes e, agora, como programa "Status", da responsabilidade dos competentes jornalistas Abelardo Jurema Filho e GerardoRabello. São espaços de audiência cativa e dizem muitobem do nível do jornalismo paraibano.. Quero registrar, Sr. Presidente, nos Anais da Câmara, todos esses fatos que engrandecem a Paraíba, congratulando-me com os que fazem a comunicação socialno meu Estado, notadamente com os jornalistas Gerardo Rabello e Abelardo Jurema Filho pela excelenteiniciativa do programa "Status", ponto alto, inegavelmente, da programação atual da televisão paraibana.
Quando tanto se fala nos desserviços que, lamentavelmente, alguns programas de TV causam, nos diasde hoje, os objetivos a que se propõe o programa "Status", da TV O Norte, de João PeSsoa, informando efazendo telejornalismo com seriedade e isenção, constituem fato da maior relevância, a que não pode deixarde emprestar aplausos o Congresso Nacional.
Faço-o na certeza· de que interpreto os anseios daboa gente paraibana. Que fique o registro como exemplo e lição para as gerações futuras. Parabéns à TVO Norte e aos que fazem o programa Status.
- -.- -_.-O SR. LÉZIO SATHLER (PSDB - ES. Pronuncia
o seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Srs. Deputados,a raiva é um dos piores inimigos do rebanho bovino,porque tão mortal quanto o veneno de cobra, conhecendo apenas, como eficaz, o eombatc preventivo, pelavacina.
A doença está-se alastrando, ruinosamente, no nortedo Espírito Santo, produzindo enormes prejuízos, não
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
apuradas, ainda, as causas desse surto verdadeiramenteepidêmico que produz graves prejuízos econômicos emtodo o Estado.
Sabe-se que a doença é transmitida por um morcego,e são eonhecidos os processos para destruí-los, bastandoque o Ministério da Agricultura se disponha a tomaras providências necessárias, mobilizando o pessoal eos recursos para uma campanha de erradicação da moléstia, a partir da destruição do seu principal vetor.
Paralelamente, é preciso difundir, pelos processose meios de divulgação mobilizáveis, no meio dos pecuaristas, os métodos de combate à praga.
A imprensa capixaba divulgou, recentemente, quea Empresa Espírito-santense de Pecuária (Emespe) deverá receber trinta mil doses de vacina contra a raivabovina, quantidade considerada suficiente para a vacinação dos animais, distribuídas entre as propriedadesonde se detectaram focos da doença.
As primeiras cinco mil doses chegaram no princípiodeste mês, enquanto se assegura, na Emespe, que estãosob controle todos os quarenta e sete focos registradoseste ano.
Preocupa-se esse órgão com a recusa dos laboratóriosem atender ao fornecimento do preventivo, alegadaa defasagem de preços, congelados desde o início doPlano Verão.
Esse obstáculo pode ser facilmentc vencido, se o Governo estender sua política de liberação de preços aessa e outras vacinas de aplicação animal, em defesada própria produção pecuária.
Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente, Sr" eSrs. Deputados.
O SR. ROBERTO BALESTRA (PDC - GO. Pronuncia o seguinte discurso.) - SI. Presidente, Sr" eSrs. Deputados, recentemente abordamos, nesta tribuna, o problema da exportação de madeira em toras,demonstrando'a significativa perda para a nossa economia resultante da não-agregação do fator beneficiamento, cuja utilização implica emprego de mão-de-obra nacionaL
AQ encontro das nossas considerações, recebemos,do Sindicato dos Marceneiros do Estado de São Pauloe de várias entidades representativas da indústria madeireira, como de diversas entidades de trabalhadores noramo do mobiliário do País, ponderáveis consideraçõesque demonstram a necessidade urgente de proibir essaexportação, desastrosa para os interesses nacionais.
Salientam essas representações patronais e de empregadorcs, cm abaixo-assinado encaminhado ao Presidente da República, que a abertura de exceção para a exportação de toras resultantes de projetos hidrelétricos éapenas um biombo para a saída de madeira nobre, nãobeneficiada, das mais diversas áreas da Amazônia, vejaque é impossível a fiscalização da saída de madeirain natura, pela extensão do território e pela dificuldadede se comprovar a espécie embarcada e sua procedência, pois a madeira não nasce "com etiqueta".
Essa saída atinge diretamente os exportadores de madeira industrializada, reduzindo a oferta no mercadointerno e elevando os preços; importa ainda na restriçãodo mercado de trabalho e na perda de divisas parao País, pois o produto industrializado custa dez vezesmais no mercado internacional.
Além disso, a exportação da madeira bruta acelerao desmatamento, constituindo uma ilegalidade, nãoobedecendo o corte às regras de seletividade e de manejo racional, que previnem o desmatamento indiscriminado.
Acresce a circunstância de que a madeira provenientede usinas hidrelétricas tem condições para ser exploradapela indústria nacional, desde que haja planejamentoadequado, com antecedência de quinze anos.
Essa permissividade representa uma involução a1973, afrontando princípios primários de defesa dos nossos recursos naturais.
Por isso esperamos providências urgente do Governo,impedindo a exportação, a qualquer título, de madeiraem tora.
Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente, Sr" eSrs. Deputados.
O SR. UBIRATAN AGUIAR (PMDB-CE. Pronuncia o seguinte discurso.) - SI. Presidente, Sr" e Srs.Deputados, recebemos ontem, na Comissão de Educa-
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ção, Cultura, Esporte e Turismo, a visita de uma delegação e professores municipais do Ceará, tendo à frenteo Presidente do Sindicato dos Professores, Prof. FaustoArruda, que veio a Brasília denunciar junto ao Minstério da Educação e ao Congresso ?'jacionaI uma PolíticaSalarial, posta em prática nos dias atuais, que aviltaa pessoa humana e depõe contra o desejo de se terum ensino de qualidade no País.
Os dados que nos foram mostrados retratam umarealidade com a qual não podemos mais conviver nemconcordar: professores recebendo um salário mensalde NCz$ 6,00 (seis cruzados novos).
Disseram-nos do abandono em que se encontram asescolas: prédios necessitando de restaurações, falta dematerial de consumo, inexistência de livros e materialdidático, da merenda escolar, enfim, uma situação decaos, que chega ao limite do insuportável.
Ouvimos o depoimento dos mestres, ao lado de companheiros da Comissão, como os Deputados Celso Dourado, Sólon Borges dos Reis e Paulo Delgado.
Diante de tudo que nos foi dito e mostrado, outraalternativa não nos resta senão a de urgenciar a votaçãodo Plano de Carreira do Magistério e a fixação do PisoSalarial profissiona.1, nos termos da competência quenos foi conferida pela Constituição.
Por outro lado, é imperioso que se diligcncie no sentido de que a distribuição da renda, prevista na CartaMagna, seja operacionalizada, permitindo que os trêspontos percentuais, acrescidos ao Fundo de Participação dos Municípios, cheguem ao Município sem escamoteações e em tempo recorde, de forma a fortalecê-loe proporcionar-lhe condições mínimas necessárias a assumir os encargos que lhe foram cometidos.
Desejo, por fim, anexar a este pronunciamento, paraque dele faça parte integrante, o ofício que nos foiencaminhado pelo Sindicado dos Servidores Públicoslotados nas Secretarias e de Educação e Cultura doEstado do Ceará e nas Secretarias e Departamentosde Educação e Cultura dos Municípios do Ceará.
Era o que tinha a dizer.
OFÍCIO A QUE SE REFERE O ORADOR:
SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOSLOTADOS NAS SECRETARIAS DE EDUCAÇÃO
E DE CULTURA DO ESTADO DO CEARÁE NAS SECRETARIAS OU DEPARTAMENTOS
DE EDUCAÇÃO E/OU CULTURADOS MUNICÍPIOS DO CEARÃ
Brasília, 9 de agosto de 1989Exmo. Sr.Deputado Ubiratan AguiarDD. Presidente da Comissão de Educação da Câmarados DeputadosNesta
Senhor Deputado,Em recente divulgação do IBGE o Estado do Ceará
foi citado como possuidor da taxa de 45 % de analfabetos.
Esta triste marca tem como causas acumuladas oabandono da educação em nosso País, o descaso paracom o Nordeste e o despreparo de nossos gestores municipais.
O Magistério Municipal quase sempre é tratado numasituação subumana, num sério desrespeito aos direitoshumanos e à Constituição Federal recentemente promulgada no Brasil.
Enquanto o Congresso Nacional aprova um saláriomínimo para todo seu territ6tio de NCz$ 192,88 (centoe noventa e dois cruzados novos e oitenta e oito centavos) alguns municípios do Estado do Ceará pagam NCz$4,00 (quatro cruzados novos), NCz$ 6,00 (seis cruzadosnovos) e 12,00 (doze cruzados noy"os) como nos casosde Itarema, Umari e Capistrano respectivamente.
Quando da realização do 50 Congresso da Confederação Sindical Mundial do Ensino tivemos oportunidadede comp~rar nossa,situação com a dos países da AméricaLatina, Africa e Asia e não foi preciso muito esforçopara concluir que temos o menor salário e um dos maiores índices de analfabetismo do mundo ao lado da maiordívida externa do Terceiro Mundo.
As mobilizações permanentes dos professores Municipais; as paralisações que surgem quase que diariamente; a grande Exposição da Miséria da EducaçãoCearense, realizada no centro de Fortaleza no último
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5-8-89, mostram que os professores municipais não aceitam mais estc quadro e estão dispostos a mudá-lo, custeo que custar.
Exigimos, portanto uma posição da Câmara dos Deputados por sua Comissão de Educação diante desteabsurdo. A nova Lei de Diretrizes e Bases não podedcsconheccr esta realidade.
Neste ensejo queremos denunciar o não repasse doSalário Educação devido ao Estado e aos Municípios,ao mesmo tempo em que registramos o nosso repúdiopelo atraso de sua remessa que tanto prejuízo tem causado ao funcionamento das nossas escolas.
Na certeza de que a vinda de nossa delegação à Brasília deixará plantada a semente da reversão da situaçãoque ora enfrentamos, subscremo-nos mui respeitosamente.
Saudações, - Prof. Faust~Aguiar Arruda Filho, Prcsidente
O SR. LEONEL JÚLIO (PPB-SP. Pronuncia o seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr" Srs. Deputàdos,venho a esta tribuna reclamar da mórosidade na aprovação de projeto de minha autoria, que tira a primariedadepara crimes hediondos e perversos. Não tcm cabimentoficar scm punição o bandido que pratica crimes cruéis- a exemplo do seqüestro e roubo - principalmentequando tira a vida de pcssoas sérias e trabalhadoras.Temos de somar esforços para eliminar o mal pela raiz,rctirando de nossas cidades vândalos que causam desgraça e tristeza a infelizes famílias.
O SR. PAULO PAIM (PT - RS. Pronuncia o seguinte discurso.) - SI. Presjdente, Srs. Deputados, nossopronunciamento é para registrar a presença na Casa,hoje pela manhã, do Presidente da Caixa EconômicaFederal, o Sr. Paulo Mandarino, que, quando por nósinterpelado, respondeu que o crédito educativo, queestava preocupando milhares e milhares de estudantes,já está liberado, pelo menos para os próximos seis meses.
Quanto à questão do FGTS, o mesmo nos respondeuque também tem o entendimento de que as correçõesdevem ser mensais, e não trimestral, como é hoje.
Quando também lhe perguntamos sobre as transferências dos imóveis serem automáticas, sem prejuízodos contratos originais, a resposta foi que ele tambémé a favor, principalmente para os trabalhadores de baixarenda, e mesmo daqueles inadimplentes com baixossalários se posiciona contra a retirada dos imóveis.
Finalmente, Sr. Presidente, quando questionamos amá administração do FGTS, com a distribuição dosrecursos para os amigos do Rei, Presidente da República, a resposta final foi que ele não poderia responderpelas gestões passadas, mas que na sua gestão isto nãoestá acontecendo.
Houve também concordância quanto ao FGTS serusado somente para construção em benefício dos semtetos e para infra-estrutura dos conjuntos habitacionais.
A discordância maior continua sendo, Sr. Presidente,entre n6s e os administradores do Fundo quanto aorendimento; nós entendemos que ele deve ser equivalente ao dá poupança e eles, não.
A discussão continuará na próxima quarta-feira, naCaixa Econômica Federal, quando, juntamente como movimento sindical, tentaremos convcncer a CEFsobre a nossa posição, também no sentido de facilitara retirada do FGTS, e não como está proposta, coma criação de mais obstáculos.
Muito obrigado, Sr. Presidente, Srs. Deputados.
O SR. JOSÉ MARIA EYMAEL (PDC - SP. Pronuncia o seguiu te discurso.) - Sr. Presidente, Sr' , Srs.Deputados, volto a esta tribuna para, mais uma vez,encarecer a absoluta necessidade de um novo trata·menta ao problema habitacional. em nosso País.
Sem casaSem tetoSem moradiaNão há segurançaNão há esperançaNão há mesmo,Condição para a dignidade humana!É importante, é 'urgência inarredável uma nova polí
tica habitacional, ampla profunda, dinâmica e capaz,.plenamente capaz, de satisfazer esta necessidade básicado homem: o abrigo da casa.
DIÁRIO DO CONGRESS9 NACIONAL (Seçáo I)
Neste contexto, volto a afirmar, como já o fiz anteriormente, a evidente necessidade de serem aplicadosos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço,de forma plena, em invcstimcntos habitacionais.
Registro, também, minha convicção, enraizada, deque construir casas para as populações de baixa rendaconsiste mesmo cm um serviço público tão ou maisimportantc que saneamento, iluminação, água, etc.
Pode o homem sofrer a carência de alimentos, deeducação, de assistência médica, de transportcs...
Mas, quando lhe falta o teto, lhe falta tudo...O teto, a casa, a moradia,É condição fundamental de vida.É condição fundamental de cidadania.É coudição fundamental para a dignidade humana.Peço, assim, como Deputado Federal c como demo-
crata cristão, que o Sr. Presidente da República, notempo que ainda lhe resta, coloque entre as metas prioritárias de seu Governo um novo caminho, uma novapolítica habitacional, cujo lema seja:
Moradia: imperativo da dignidade humana!
O SR. PEDRO CANEDO (PFL - GO. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr"e Srs. Deputados, o municipalismo brasileiro, depois de um fastígiode quase trezentos anos, iniciado na primeira metadedo século XVI, prosseguindo com a Constituição de1824, passou a sofrer restrições com o Ato Institucionalde 1834, sem quc as sucessivas Constituições republicanas restaurassem, na primitiva integridade e competência, a autonomia dessas unidades sociais e políticasque se constituem no fundamento primeiro da nacionalidade e na insubstituível base do sistema federativo.
O Município brasileiro, surgido nos moldes das Ordenações Manuelinas, é a primeira organização econômica, social, financeira, administrativa e política da nossa História, sendo as Câmaras de Vereadores o embriãodos Poderes Legislativo, Executivo e mesmo Judiciário,no período colonial.
Se tivemos, no início da Colonização, a vigilânciados capitães-vigias-de-costa, o comando dos capitães·mor e a criação de feitorias como instrumentos de ocupação estratégica- sem nenhuma organização administrativa, consideradas simples "estações de arribada àsnaus" - as primeiras capitanias, instituídas hereditaria·mente, não passaram de caminhos para a aventura dolucro, prosperando algumas graças à monocultura canavieira.
Quem primeiro revelou inteligente ânimo de ocupação e organização administrativa, como primeiro Governador das partes do Brasil, foi Cristóvão Jaeql1es,que, a partir das cinco caravelas fundeadas em Pemanbuco, fcz reconstruir a Feitoria de Itam!lracá, convertendo-a depois em aldeamento, promovendo-a a Vilae Cidade, construídas a Igreja, a Cadeia, a Cãmara,a Alfândega e erigido o Pelourinho, no fim do primeiroquartel do século XVI, de quando data a nossa primeiraCâmara de Vercadores.
Depois, de 1530 a 1553, Martin Afonso de Souzaconstrói um forte e monta uma forja e oficina na Praiade São Cristóvão, no Rio de Janeiro, para, em seguida,fundarem a Vila de São Viccnte, primeira Capital brasileira, sede de todo o poder colonial.
Càpitão-Mor e Governador das terras do Brasil, todos lhe deviam obediência, em nome do Rei, cabendo-lhe a execução, em alguns casos, da pena de morte,sem apelação ou agravo.
Foi ele que, depois de edificar a Casa aa Câmara,aIgreja, a Alfândega, um Forte e o Pelourinho, nomeouoficiais para administrar a Justiça e convocou os "homens bons" para proceder à eleição dos Vereadores,instalando nosso primeiro núcleo civil de administraçãocolonial no Município de São Vicente.
Verifica-se que as primeiras autoridades eleitas noPaís foram os Vereadores, embora não votassem nasua escolha os naturais da terra, até que, em fevereirode 1533, o índio João Ramalho foi nomeado CapitãoMor-de-Campo da Vila de Santo André.
Somente depois é que D. João II dividiu o País emCapitanias, valendo salientar que, como autoridadescivis, os Vereadores antecederam aquelas autoridadesnomeadas pelo Rei de Portugal.
Assim, nos meados do século XVI, as Câmaras Municipais de Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro e
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Bahia demonstravam o fato assinalado pelo historiadorMax Fleiuss, segundo o qual "o Município é, propriamente, o primeiro núcleo da nossa administração civilnos tempos coloniais". .
Se o sistema das Capitanias fracassou e os Vice-Reispouco obtiveram, no sentido da organização administrativa brasileira, o mesmo ocorrendo com os Governadores-Gerais, o País continuou a estruturar-se comoNação, graças às Câmaras Municipais.
Assiuala, a propósito, aquele autor:
"Os Vereadores tinham a seu cargo todo o regimento da terra e obras do Conselho; não podiamexcusar-se sem justa causa, compareciam, bimensalmente, à Vereança, tomavam conta aos Procuradores e Tesoureiros do Conselho e despachavamcom os juízes sem apelação, os feitos de injúriae pequenos furtos; administravam os bens do Conselho, tinham jurisdição sobre caminhos, chafarizes, pontes, calçadas, etc., proviam posturas, taxavam oficiais mccânicos, jornaleiros, mancebos emoças de soldada, tudo o que se comprava e vendia, com exceção de pão, vinho e azeite, pagavamordenados a fiscais, cirurgiões, boticários, despesascom os presos e degredados, mas só podiam mandar fazer obras por meio de pregão e lançar vintascom licença do Corregedor, regente ou governador."
Vê-se, portanto, que nossos primitivos legisladoresexerciam não apenas funções legislativas, mas administrativas e de Ministério Público, nomeando seus representantes e procuradores perante as Cortes.
A presença das Câmaras Municipais também aparecenos arts. 167 a 169 da Constituição de 23 de marçode 1824, que ordenavam o seu funcionamento em cidades e vilas, eleitos os Vereadores, conferida a Presidência do Legislativo ao mais votado, como previa uma"lei regulamentar", estabelecendo "o exercício de suasfunções municipais, formação das posturas policiais,aplicação das suas rendas e todas as suas particularese úteis atribuições."
Eutretanto, o Ato Adicional de 1934 restringiu a autonDmia municipal, para emprestar atribuições da edilidade às Assembléias Provinciais, que passaram a legislar sobre desapropriação por utilidade municipal, política e economia municipal, fixação das dcspesas municipais, a criação, sospensão e nomeação para empregosmunicipais.
Esse retrocesso do municipalismo brasileiro atenuouse com a Constituição Provisória de 1890, cujo art.67 declarava:
"Os Estados organizar-se-ao por leis suas, sobregime municipal, com estas bases:
l'-autonomia do Município, em tudo o querespeitar ao seu peculiar interesse;
2' - eletividade da administração local."
O art. 69 asscgurava a auto-organização dos Estados,respeitados os peculiares interesses do Município, sendoque a violação da sua autonomia implicava intervençãofederal no Estado responsável.
Com a Revolução de 1930, os Prefeitos passarama ser nomeados pelos interventores estaduais, restaurada a autonomia pela Constituição dc 1934 e novamente cassada pela Carta de 1937.
Jamais foi aplic~do o seu art. 26, que dizia:
"Os Municípios serão organizados de forma aser-lhes assegurada autonomia em tudo quanto respeita ao seu peculiar interesse, e especiahnente:
a) à escolha dos vereadores pelo sufrágio diretodos munícipes alistados eleitores na forma da lei;
b) à decretação dos impostos e taxas atribuídasà sua competência por esta Constituição e petasConstituições e leis dos Estados."
A reação municipalista começou a tomar corpo coma Constituição de 1946, que além de reconhecer os fundamentos clássicos da autonomia municipal, restringindo a intervenção estadual nos Municípios, dispunha sobre a destinação de 10% da arrccadação do Impostode Renda e proventos dc qualquer natureza às municipalidades.
Entretanto, permitia-se a nomeação dos Prefeitos dasCapitais pelos Governadores, sofrendo semelhante res-
Agosto de 1989
trição as estâncias bidrominerais e os Municípios .considerados bases ou portos militares de excepcional importância para a defesa externa do País.
Prosseguindo-se na luta municipalista, a EmendaConstitucional n' 5, de dezembro de 1961, ampliou aparticipação dos Municípios na renda tributária nacional.
Essa sistemática financeira continuou na Constituiçãode 1967, onde persistiu, no entanto, a faculdade conferida aos Estados de votar lei complementar denominadade "Lei Orgânica dos Municípios", tarefa a que se negaram sempre os Constituintes estaduais gaúchos, reconhecida aos Municípios, como suporte da autonomia,a votação da sua própria Lei Orgânica.
Mas essas restrições não desanimavam, no Congresso, a luta municipalista.
Assim é que, em 1975, pela Emenda Constitucionaln' 4, desaparece a restrição constitucional à remuneração dos Vereadores nos Municípios de menos de duzentos mil habitantes, dada a nova redação ao § 2''do art. 15.
No mesmo ano, a Emenda Constitucional n' 5 alterao art. 25 da Carta, para disciplinar a distribuição doproduto da arrecadação tributária, contemplando maisamplamente os Municípios, enquanto, no ano seguinte,a Emenda Constitucional n' 6 garante o pagamentode subsídios aos Vereadores funcionários públicos, semprejuízo dos vencimentos do cargo, em havendo compatibilidade de horários.
Em 1977, pela Emenda Constitucional n' 10, passa-sea permitir que o Vereador exerça o cargo de SecretárioMunicipal, enquanto, em 1980, pela Emenda Constitucional n' 14, são prorrogados mandatos de Vereadorese Prefeitos, ao passo que a Emenda Constitucional n'17, de 1980, volta a melhorar a participação dos Municípios na renda tributária nacional.
Finalmente, as Emendas Constitucionais de nOs 20,22, 23, e 24 voltam a tratar de matéria municipalista.
Essa sucessão de emendas aprovadas à Constituiçãoanterior, em defesa dos interesses do Executivo, doLegislativo c das finanças municípais, reveja que permaneceu sempre no Parlamento brasileiro a preocupaçãocom o progresso c o desenvolvimento da célula materda nacionalidade, luta que encontrou, no Plenário daConstituinte de 1987/88 um brilhante resultado, entregando-se aos País a mais ousada Constituição municipalista da história republicana.
A Carta em vigor, já no caput do seu art. 18, exarasua primeira referência à autonomia municipal, enquanto o respectivo § 40 prevê a criação, a incorporação,a fusão e o desmembramento dos Municípios, pendentede lei estadual, mas só adquirindo eficácia depois deconsulta prévia, mediante plebiscito, às populações diretamente interessadas.
O § l' do art. 20 assegura aos Municípios, nos termosda lei, a participação no rcsultado da exploração dopetróleo ou gás natural, dos recursos hídricos para finsde geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, inclusive na plataformacontinental e zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.
Já o art. 23 considera de competência comum daUnião, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios guardar da Constituição, as leis e as instituiçõesdemocráticas; promover a saúde e assistência públicae a proteção aos deficientes; guardar documentos e bensde valor histórico, artístico c cultural, monumentos,paisagens naturais c sítios arqueológicos; impedir atentados a obras de arte e ontros bens, proporcionandoacesso à cultura, à educação e à ciência; preservara fauna e a flora, combatendo todas as formas de poluição; fomentar a produção agropecuária; promover oabastecimento alimentar; 'programas de construção demoradia, urbanismo e saneamento básico; combater ascausas da pobreza e da marginalização, integrando socialmente os setores desfavorecidos; fiscalizar a pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em
.seus territórios, além de estabelecer e implantar políticade educação para a segurança do trânsito.
"Mediante lei comple-mentar, serão fixadas normas para a cooperação dos Municípios com as demais unidadesfederativas, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvÍ1t1ento e do bem-estar em âmbito nacional.
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
Determina o art. 29 que os Municípios se regerãopor lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, respeitados os seguintesprincípios;
a) eletividade do Executivo e do Legislativo Municipal em pleito simultâneo, direto. universal e secreto,em todo o País, verificada a posse a l' de janeiro doano subseqüente à eleição;
b) número de vereadores proporcional à populaçãodo Município, entre nove e cinqüenta e dois edis;
c) fixação da remuneração do Prefeito e dos Vereadores para vigorar a partir da legislatura subseqüente;
d) inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões,palavras e votos no exercício do mandado e na circunscrição do Município;
e) proibições e incompatibilidades, no exercício davereança, similares às dos membros do Congresso NacionaI c dos Deputados estaduais;
f) julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;
g) organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal;
h) cooperação das associações representativas noplanejamento municipal;
i) iniciativa popular de projetos de lei de interesseespecífico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de pelo menos cinco por centodo eleitorado;
j) perda do mandato do Prefeito.O Art. 30 confere aos Municípios competência para
legislar sobre assuntos de interesse local; suplementara legislação federal e estadual; instituir c arrecadar ostributos de sua competência, aplicando suas rendas,com a obrigação de prestar contas e publicar balancetesnos prazos da lei; criar, organizar e suprimir distritos,observada a legislação estadual; organizar os serviçospúblicos de interesse social; manter cooperação técnicae financeira com a União c o Estado para a realizaçãode programas de educação eensino fundamental, prestando, com igual cooperação, serviços sanitários; promover o parcelamento e a ocupação do solo urbanoe a proteção ao património hist6rico-cultural, observadaa legislação e a ação fiscalizadora federal c estadual.
O Art. 31, ao dispor sobre a fiscalização pelo Legislativo das contas do Executivo, que sobre elas exercerácontrole interno, impossibilita a criação de Tribunaisde Contas Municipais, mantidos os existentes.
O Art. 35 só admite a intervcção estadual nos Municípios quando deixar de ser paga, por dois exercícios,consecutivos, a dívida fundada; se não forem prestadascontas devidas, na forma da lei; no caso de não aplicaçãode mínimo exigido para a manutenção e desenvolvimento do ensino; se o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observânciade mandamentos da Constituição estadual, ou para prover a execução da lei, ordem ou decisão judicial.
Essa intervenção á amplamente disciplinada no Art.36, enquanto o Art. 37 disciplina, nas três esferas administrativas, os preceitos basilares da administração pública.
Os servidores municipais são disciplinados pelas regras gerais dos Arts. 38, 39 e 40, enquanto o § 8' doArt. 144 autoriza os Municípios a constituírem suasguardas municipais, destinadas à proteção de bens, serviços e instituições, na fOnua da lei, disciplinado, porlei complementar federal, os conflitos de competênciatribntária entte eles, a União, os Estados e o DistritoFederal.
Mas o Art. 50 defende os interesses dos contribuintes,vedando aos Municípios exigir aumento de tributo semlei que o estabeleça; instituir tratamento desigual entrecontribuintes em situação equivalente, proibida qualquer distinção decorrente de ocupação profissional oufunção, indepentemente da denomição jurídica dos entendimentos, títulos ou direitos; cobrar tributos relatativos a fatos geradores ocorridos antes da vigência dalei que os instituiu ou aumentou ou no mesmo exercíciofinanceiro em tenha sido publicada a lei; praticar confisca e estabelecer limitações ao tráfego de pessoas oubens, ressalvada a cobrança de pedágio; instituir tributos sobre patrimônio, renda, ou serviços uns dos outros,templos de qualquer culto, patrimônio, renda ou serviçode partidos políticos, entidades sindicais trabalhistas e
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instituições educacionais c de assistência social sem finslucrativos; tributar livros, jornais, periódicos e papelde impressão.
A competência tributária municipal abrange a propriedade predial e territorial urbana, a transmissão intervivos de imóveis, as vendas a varejo de combustíveislíquidos e gasosos, exceto o óleo diesel e os serviçosde qualquer natureza, definidos em lei complementar.
Pertencem aos Municípios:a) o produto da arrecadação do imposto sobre renda
proventos incidente, na fonte, sobre rendimentos pagospelas autarquias e fundações municipais;
b) cinqüenta por cento da arrecadação do impostosobre a propriedade territorial rural situada no Município; e,
c) cinqüenta por cento da arrecadação do impostoestadual sobre a propriedade de veículos automotoreslicenciados em seu territ6rio.
O novo sistema tributário nacional, instituído pelaConstituição em vigor, constitui-se num verdadeiroavanço histórico, no sentido de garantir a autonomiamunicipal pela plenitude da sua capacidade financeira.
No sei bojo, há dispositivos da mais alta significação,no que tange ao saneamento das finanças, como a proibição de dispêndio supcrior a sessenta e cinco por centodas despesas correntcs com o funcionalismo, nos termosdo Art. 38 do Ato das Disposições ConstituicionaisTransitórias. --
Além disso, os Municípios são obrigados a destinarrecursos à seguridade social (Art. 195), participandodo sistema único de saúde, atuando prioritariamentequanto ao ensino fundamental, com a destinação depelo menos vinte e cinco por cento da receita de impostos, para a rede de escolas públicas, comunitárias, confessionais c filantrópicas, bem como para o custeio debolsas de estudo, atividades universitárias e de pesquisas, na forma da lei.
Verificamos, neste breve estudo do desenvolvimentodo municipalismo brasileiro, durante quatro séculos emeio, que o Município foi, no Brasil, a insitituição administrativa fundamental c essencial, antecendendo as Capitanias, e os Estados, semente, pela Câmara de Vereadores, de todas as nossas instituições políticas e primeirofundamento da soberania nacional.
Mas é a Constituição em vigor, aquele que, desdea primeira, de 1824, lhe dedicou maior espaço, maisampla soma de atribuições e, por isso mesmo, deveser festejada como a lei áurea do municipalismo brasi-leiro. .
Era o que tínhamos a dizer, Sr. P,esidente Sr" eSrs. Deputados.
o SR. GEOVANI BORGES (PRN - AP. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,conquanto o art. 768 da Consolidação das Leis do Trabalho determine que terá preferência, em todas as fasesprocessuais, o dissídio cuja decisão tiver de ser executada perante juízo de falência, é amplamente conhecidoque a execução contra empresa em processo falimentaré excessivamente morosa, frustrando os direitos da parte reclamante que obteve ganho de causa.
Por isso, preconizamos, em projeto de lei. o acréscimo de parágrafos ao art. 880 da CLT, estabelecendoque, no caso em foco, o juízo trabalhista comunicaráo total de créditos e demais encargos ao juízo da falência, que providenciará, no prazo máximo de quarentae oito horas, o arresto de tantos bens da massa falidaquantos bastem à satisfação da condenação trabalhista,aplicando-se à execução contra massa falida o procedimento sumário.
A medida, temos convicção, proporcionará maior velocidade aos procedimentos da espécie, beneficiandodiretamente os trabalhadores de empresas em processofalimentar.
Dessa forma, solicitamos aos ilustres membros destaCasa apoio à iniciativa.
O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Passa-se ao
v - GRANDE EXPEDIENTETem a palavra o Sr. Ottomar Pinto.
O SR, OTTOMAR PINTO (PMDB - RR. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sc"e Srs. Depu-
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tados, "a verdadeira inteligência é a que distingue entreo possível e o impossível, e náo procura o que náopode alcançar." (Iba Mukafa)
À medida que a sociedade humana palmilha os caminhos infindáveis do tempo, alongando a sua interminável trajetória cósmica, vai criando novas necessidades, transformando hábitos, alterando prioridades entreos diversos valores da escala de essencialidades qucpaginam as necessidades do homo sapiens,
Desde o primeiro instante em que o primata de ondeemergimos apanhou uma pedra para atirar em algumanimal a fim de abatê-lo e alimentar-se, ou aproveitou-se do fêmur de um eqüino como arma agressiva,até a modelagem da pedra em machado, ou a invençáodo arco e da flecha, ou da lança feita de osso, milêniosse passaram,
Caminhando e caminhando sempre, discriminandomateriais, experimentando-os no uso, centenas de milhões de anos vividos e sofridos fizeram o homem chegarao conhecimento e à manipulaçáo dos metais. Em primeiro lugar descobriu as pepitas de ouro aluvionar,puras ou com incrustações de cobre metálico, que usoucomo adornos. Milênios antes de Cristo, juntava o eterno cxperimentador bípedc o estanho ao cobre, pelaação mágica do fogo, obtendo uma liga enrijecida, maisdura que o cobre e o estanho - era o bronze, queinaugurava uma nova era, uma nova idade, a Idadedo Bronze.
Com a utilizaçáo do bronze foram desenvolvidos diversos tipos de utensílios, tais como cspadas, pontasdc flechas, elmos, sinos, malho, formão, machado etc.Há historiadores que asseveram ter sido o mercado docobre e do estanho fator preponderante no proccssode urbanização e de agregação dos primitivos homensem comunidades. O bronze teria, assim, gerado o espí-rito cosmopolita, .
Seguiu-se a essa fáse a Idade do Ferro, responsávelpor grandes avanços de nossa civilização, pela difusáoe disseminação da metalurgia, culminando com a alvorada da Idade do Aço, na fase da Revolução Industrial,que se desdobra até os nossos dias,
O momento em que vários dos obstáculos tradicionaisao crescimento da atividade produtiva foram simultaneamente removidos pode ser entendido como o inícioda Revolução Industrial, que se caracteriza ainda pelasubstituição da mão-de-obra, humana e animal, pelotrabalho da máquina.
A partir de entáo ocorreu uma exponencializaçãodo consumo dos metais e do carváo mineral, este últimoutilizado em substituição à madeira como fonte de energia.
O drama do suprimento de matérias-primas mineraispode ser esquematizado, atualmente, pela permanentedisputa entre inovação tecnológica e disponibilidade derecursos. O conceito de esgotamento de reservas, quetão profundamente ressurge no debate econômico, jáse mostra insatisfatório.
É óbvio que os produtos do subsolo são esgotáveis;eles se exaurem porque a sua concentração resulta defenêmenos cuja duração se aufere em milhões de anos,num sistema fechado como é a terra. Sua distribuiçãoé irregular no subsolo, contemplando determinadasáreas com muitos depósitos de determinados mineraise outras sem nenhum. Daí resulta a luta pela possedesses jazimentos.
A Segunda Guerra Mundial deixou evidente que aAlemanha, isolada e reconhecidamente pobre em recursos minerais, manteve impressionante crcscimento daprodução de munições, caminhões, aviões, tanques, canhões etc e ao final do conflito dispunha de estoqucsde metais c minérios superiores àqueles do comcço daguerra. Constatou-se que o consumo da Alemanha emrelação ao dos Estados Unidos; durantc toda a gucrra,foi dez vezes menor para o cobre, cinqüenta para oníquel, vinte para o estanho, dez para o manganês,e assim por diante, a despeito de uma produ~ão globalde equipamentos comparável à americana. A guisa deexemplo, uma locomotiva alemã, que em 1942 usou2,3 toneladas de cobre, já no ano seguinte, em 1943consumia apenas 237 kg, em média, e um submarinopassa de 56 para 26 toneladas de cobre.
A reciclagem de sucata e aproveitamento de minérios, até então economicamente desinteressante, podeser efetuada, em velocidade fulminante, pelo desenvolvimento de novas tecnologias. Esse exemplo serve para
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
caracterizar o elevado grau de adaptabilidade de umasociedade que dispõe de tecnologia diversificada.
A Alemanha deixou evidente, à sociedade, que oconceito de material estratégico é ultrapassado. Nadasenão a tecnologia é essencial. Somente a tecnologiatem qualquer valor estratégico.
Todo elemento químico é encontrável em minériosde naturezas distintas, que prcssupõem técnicas de mineração e processamento diversos, cm confQrmaçõcsgeológicas e localizações geográficas variadas.
Estão assim expressas, portanto, duas das três principais características do bem mineral: rigidez locacional- se existe uma jazida em Barra Mansa, não se podedeslocá-Ia para o Rio; cada jazida tem uma característica própria e exige tecnologia única; a jazida nãoé infinita e sua exaustão extermina todo um processoeconômico,
Se não houvesse mudanças tecnológicas e de infra-estrutura, os custos da extração de minérios e de seuprocessamento cresceriam inexoravelmente, tendo, porconseqüência, em uma economia de mercado, o crescente aumento dos preços dos metais, ou uma reduçãode consumo. Os preços reais de metais exibem, nestadécada, uma amena mas insistente tendência à queda,saturação de mercados das economias centrais, organização de mercado consumidor, mercado ofertante desorganizado etc.
Os vários minérios se restringem, na crosta terrestree até um quilômetro de profundidade, e uma boa pateda superfície da terra já foi explorada. Em verdade,a qualidade de minérios de alguns metais já vem declinando, como é o caso do cobre, cujos minérios, noinício do século, tinham teores de 3 a 5%, e nesta décadao valor médio dos seus teores é de 0,5 a 1%. O avançotecnológico explica, em boa parte, além de outros, éclaro, o fato da diminuição lenta, embora progressiva,dos custos reais desse minério, a despeito do empobre-'cimento dos teores de cobre nos minérios.
O que se pode infc~rir de tudo isto é que o acréscimode estoque tecnológico vem, até o presente, sobrepujando os obstáculos gerados pela necessidade de reco.rrer a minérios crescentemente menos acessíveis e maispobres. A questão do suprimento de matérias-primasem geral, e metais, em particular, não deve mais serexaminada como um problema estatístico de esgotamento de reservas supostamente récuperáveis a custosarbitrariamente fixados, mesmo qnando se relativizaesta visão com a introdução de espaço para novas reservas, o que pode vir a constituir um obstáculo ao crescimento econômico e à eventual insuficiência tecnológicapara reduzir custos.
A estruturação organizacional do setor mineral brasileiro iniciou-se a partir da década de 60, pois anteriormente a produção nacional se restringia a alguns insumos siderúrgicos destinados à exportação. Sob a égidedo Código de Mineração de 1937, estavam banidos docenário mineral brasileiro os investimentos externos,diretos, dos grandes grupos multinacionais orientadospara a exportação. A reduzida dimensão do mercadointcrno, devido às características do processo de industrialização brasileiro, começava pela substituição debens duráveis de consumo final, e não havia ainda atingido a produção de insumos básicos. Esses dois fatorescontribuíram, sem dúvida, para o fraco desempenhodo setor mineral nas décadas anteriores a 1960. Istoconcomitantemente com as normas reguladoras da exploração mineral definidas pelo Código de Mineraçãode 1967.
A Constituição de 1967 se caracteriza por um liberalismo permissivo em relação ao setor mineral. Coma concomitante alteração do Código de Mineração também em 1967 - escancara-se os portos para o avanço do capital estrangeiro sobre as reservas minerais denosso País. O Código de Mineração tambémfoi alteradoem 1967, conjuntamente com a Constituição.
Inicia-se, a partir dc então, o ciclo econômico quetraria em seu bojo estímulos inusitados ã comercialização externa de minerais in natura, a preços normalmente depreciados, obrigando-se com isso o País a adquirir lá fora os produtos acabados, cuja formação depreços acompanha os padrões salariais e de custos industriais dos estados centrais da economia mundial: O Brasil vendia minério de ferro e comprava navios; vendiabauxita e comprova fios de alumínio,
Agosto de 1989
A política mineral dos últimos vinte anos, isto é,desde 1967 até a promulgação da nova Carta Constitucional, tem como principal característica o fato de selimitar a atribuir ao setor mineral dois países básicosno âmbito de uma mesma função: o de suprir as necessidades internas de matérias-primas minerais e o de contribuir para a captação de divisas. Sua função precípua.e sobre isso não paira nenhuma dúvida, foi a de aliviaro peso dos estrangulamentos cambiais, através do incentivo à substituição de importação, scja pela gcraçãode excedentes exportáveis.
Convém ressaltar que a política mineral dos últimosvinte anos, em especial a partir dos anos 70, caracterizou-se muito mais pelo incentivo à substituição deimportações (restrições às importações) do que pel51identificação de oportunidades comerciais no mercadointernacional. Com efeito, os dois grandes sucessos emtermos de exportação, que podem ser diretamente atribuídos à política mineral, se iniciam com o minériode ferro, ao qual foi dada, explicitamente, prioridadea partir de 1964,. e com o alumínio a partir do iníciodos anos 70 (Dias Leite)
A avalanche de projetos para exportação, subseqüente à mudança liberal da legislação mineral, após 1964- manganês, nióbio, ferro, alumínio etc. - pode atéser considerada um sucesso à luz da política permissivada época, já que fora ela formulada com esse propósito.Tal êxito, todavia, fieou a dever-se muito mais às necessidades da siderurgia internacional do que propriamenteà política permissiva adotada pelo Governo brasileirona década de 60 ou pós-64. Essa assertiva é confirmadapelo fato de que, no início dos anos 80, numa conjunturade crise aguda da indústria metalúrgica mundial, osresultados obtidos pelo Brasil, com uma política permissiva, foram muito mais modestos do que na décadade 70,
Três ilações podem ser tiradas, ainda, dos resultadosda política de portas abertas ao capital alienígena nosetor de mineraçáo no nosso País, além daquela quefoi anteriormente discutida.
1'-A despeito da imensa dotação em jazimentosminerais existentes no Brasil, em 20 anos de atividademineradora alienígena o Produto Mineral Brasilciro PMB - não representa sequer 3% do PID. Países comsuperfície menor do que a nossa, como a Austrália,exportam, mais ou menos, 12% do PfB, e a Áfricado Sul, 47%.
2' - A experiência nacional mostra que as empresasmineradoras estrangeiras, apesar de detentoras de direitos de pesquisa e lavra, de 402.000 km2 aproximadamente, concluíram pesquisas exitosas em 3.726 km2,
isto é, em 1% do total das áreas requeridas. A estepropósito referiu-se nesta Casa o eminente DeputadoGabriel Guerreiro nos seguintes termos:
"Ocorre que nenhuma destas empresas (de capital estrangeiro) investe propriamente em pesquisabásica. O que elas fazcm, e a história das recentesdescobertas minerais na Amazônia está aí para provar, é requerer enormes áreas e palmilhá-Ias nasuperfície na esperança de tropeçar numa grandejazida. Trata-se da "pesquisa do tropeção", cujoscustos são tão baixos que não há por que temeruma perda de investimentos nesses levantamentosgeológicos caso as multinacionais da mineração resolvam deixar o País. A média de investimentosdessas empresas hoje, no Brasil, é de apenas US$1 (um dólar) por hectare requerido."
Atentem bem, Sras. e Srs. Deputados, para a modéstia dos investimentos feitos pclas multinacionais nasimensas áreas requeridas. De um total de 12.869 requerimentos de pesquisa e lavra realizam lavra em áreascorrespondentes a táo-somente 438 requerimentos. Ficaram os investidores estrangeiros, durante estes últimos vinte anos, .assentados sobre 12.400 áreas requeridas, equivalentes a 398.000 km2• Nem exploraram asáreas nem permitiram ·que elas pudessem ser exploradas, mercê da benevolência de uma legislação amplamente permissiva, danosa aos superiores interesses dopovo brasileiro.
Terceira e última conclusão dos resultados de vinteanos de atuação livre e tolerante de capitais forâneosna mineração brasileira! em 1986 importou o Brasil,por conseguinte depois de 20 anos de tudo aberto ao
. capital estrangeiro, US$ 3.8 bilhões e exportou US$
,Agosto de 1989
1.9 bilhão, com saldo negativo de US$1.9 bilbão. Mesmo assim estamos deficitários, com toda essa liberalidade que ocorreu. Se retirarmos da pauta das importações e exportações, respectivamente, o petróleo, cujaimportação diminuiu e o minério de ferro, o resultadoserá: importações em 1986, US$ 506 milhões, e exportações, apenas US$ 226 milhões, com saldo negativo de
_US$ 380 milhões.Convém salientar ainda que o Brasil, a despeito do
inexpressivo out put do seu produto mineral bruto, queé de menos de 3% do PIB, depende ainda hoje de50% das necessidades minerais de importação. Isso porque exibe um dos consumos per capita de mineral maisbaixos do mundo.
Por conseguinte, não houve nenhum êxito, nenhumavantagem palpável, tangível, no escancaramento dosminerais brasileiros â participação dos capitais estrangeiros.
As conclusões que acabamos de expor deixem sobremaneira a evidente a falácia dos retumbantes êxitosda abertura da pesquisa e da lavra dos minerais aocapital estrangeiro. Em verdade, a nova Constituiçãonão prescreve, não infirma o banimento desses capitaisda economia mineral brasileira. Ela os permite desdeque associados, com expressão minoritária, em sociedades tipificadas como empresas brasileiras de capitalnacional.
Apenas para concluir. Os investimentos estrangeirosde risco na mineração brasileira nos últimos vinte anosnunca foram significativos, girando em torno de 100milhões de dólares por ano, quantia bastante inferioraos juros mensais devidós pelo Brasil â comunidadeinternacional. Ainda vale a pena acrescentar que ascondições para investimentos estrangeiros sob a atualdisciplina constitucional ainda são bastante favoráveis,graças aos seguintes fatores: a efetiva potencialidadedo subsõlo brasileiro: aos subsídios governamentais, fiscais e financeiros direcionados para o setor e principalmente por conta do baixo custo da mão-de-obra locale dos insumos necessários â indústria da mineração.
Aristóteles afirmava que "um Estado não deve praticar o comércio para satisfazer apenas às necessidadesalheias". Devemos, sem dúvida, conservar reservas deminerais críticos para a vida do n,osso País e buscarvantagens nas vulnerabilidades e insuficiências de outras nações. Uma política mineral brasileira deverá necessariamente privilegiar a salvaguarda dos interessesnacionais; a definição e regulamentação do exercícioda atividade mineral; o incentivo, apoio e amparo àexportação de produtos de alto valor agregado, bemcomo a orientação das prioridades de consumo, de acordo com as disponibilidades internas. e o custo relativode diferentes materiais. Numa racional política mineralneste País deverá existir um espaço reservado ao Governo, um limitado, porém importante espaço, que devecompreender: a condução das atividades pioneiras depesquisa básica, a fim de revelar os ambientes geológicos mais promissores e reduzir os riscos empresariaisque envolvem a busca de minerais; incentivos à exploração geológica e à lavra de substâncias que faltamao País, de modo a perseguir a auto-suficiência; controledas reservas de minerais críticos e estratégicos, fixandoritmos e escalas para exploração dessas jazidas, de modo,a assegurar o equilíbrio entre a produção e a sua conservação; orientação no acesso aos mercados mundiais,visando à máxima contribuição da comercialização externa à economia nacional, livre dos condicionamentosnegativos impostos pelos cartéis intemaciopais; manutenção de estoques estratégicos das substâncias vitaispara a operação contínua do parqne industrial; vigilância e acompanhamento dos prcços praticados intcrnamente pelos oligopólios ou monopólios; instituição dereservas minerais, através de lei, a fim de centralizar,'para efeito de autorização de pesquisa, outorga de direito de lavra ou exploração de jazidas, áreas com jazimentos minerais de inquestionável importância para o futuro da Nação brasileira; apoio à organização e exercícioda atividade garimpeira na forma definida pela Constitúição e pelas leis.
Ninguém deita vinho novo em odres velhos, senãorebentam os odres, e perde-se o vinho; mas guarda-~e
o vinho novo em odres novos, e assim ambas as cois~s
se conservam - palavras proferidas por Cristo em suacurta vida na terra.
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
Temos uma nova Constituição, uma nova luz de racionalidade e jurisdicidade que ilumina novos rumos parao trato das questões minerais. Ela reflete as aspiraçõesda Nação brasileira. É o odre novo para um vinho novo.Cu~pre-nos segui-la para a exploração dessas jazidas.
Ouço o aparte do nobre Deputado Gabriel Guerreiro.
O Sr. Gabriel Guerreiro - Nobre Deputado OttomarPinto, V. Ex' volta à tribuna para abordar tema damaior atualidade no País. Trata-se de uma contribuiçãoextraordin,íria para a compreensão do processo que serádesencadeado a partir da nova ordem estabeleeida pelaConstituição. Sabe V. Ex' que este País carece hojede uma reordenação completa do setor mineral, e seudiscurso vem ao encontro desse objetivo. Um dos maiores problemas dessa área é o fato de que os Governosbrasileiros, no afã de aproveitarem rapidamente e atéfazer vitrines internacionais da venda daquilo que descobrimos nas décadas de 60 e 70, p"raram de investirem pesquisas básicas. Hoje, quando falamos em privatizar, em colocar a iniciativa privada na liderança doprocesso produtivo brasileiro, não podemos esquecerde que para se estabelecer uma política mineral paraeste País é preciso conhecer o subsolo nacional. V.Ex' abordou a questão tecnológica com muita propriedade, indo além do que cu aceito - digo isso comtoda a sinceridade - e considerou como estratégia aquestão da tecnologia. Tem V. Ex' razão, mas o suprimento é fundamental na medida em que nossas carências são grandes e os interesses de outros podem acarretar-nos problemas seriíssimos, principalmente quandose trata de questões a curto prazo. Cito como exemploos Estados Unidos, que dependem hoje da importaçãode 97% do manganês que consomem, e o maior produtor desse minério é a Rússia, que detém 60% das suasreservas internacionais. Por isso, os Estados Unidosestão na dependência das exportações do Brasil e doGabão, países quc têm manganês, no mundo ocidental,em quantidade suficiente para sustentar o parque tecnológico e industrial norte-americano. Desde 1941, estepaís faz pesquisa, num dos maiores institutos do mundo,o MIT, para achar um sucedânio, um substituto parao manganês na produção do aço, e até o presente momento, pelo que sei, não o encontrou. Para se fazero aço o manganês ainda é indispensável. Nobre Deputado, o discurso de V. Ex' é fundamcntal, porque chamaa atenção dos partidos políticos, chama a atenção doscandidatos à Presidência da República para o assunto,a fim de que o incluam nas suas estratégias de governo,naquilo que projetam para o País. Nós, enquanto Constituintes, tivemos a oportunidade dê discutir e votarneste plenário aquilo que era o mais correto para oBrasil. Refiro-me aos capitais internacionais, que nãoeram objeto de controle algum, em nosso País. Demosum passo gigantesco para sua institucionalização. Precisamos agora de uma ação efetiva, no sentido de traçaruma política que nos permita, de um lado, o conhecimento do nosso subsolo e o avanço tecnológico de outrolado, um aproveitamento real tanto para as negociaçõesinternacionais - para o equilíbrio de nossa balançacomercial - como para garantir ao parque tecnológicohrasileiro o suprimento daquelas matérias-primas essenciais e estratégicas de que necessitamos. ParabenizoV. Ex' como Deputado da Amazônia, pela brilhanteexposição que fez e pela lucidez com que traz essa questão à Casa.
O SR. OTTOMAR PINTO - Deputado GabrielGuerreiro, agradeço a V. Ex' o aparte, que honra eenriquece meu pronunciamento, baseado em grandeparte na sua experiência nacionalista de homem queviveu a geologia brasileira no campo e nas universidades.
Devo dizer, cm abono à posição que defendi. queela não discrepa do seu pensamento, no qual fui buscarinspiração para muitas das idéias que aqui se contem.Veja bem que, nas linhas mestras de uma espécie depolítica mineral para o Brasil, cito o controle das reservas de minérios críticos ou estratégicos, fixando ritmose escalas para a exploração das jazidas, de modo aassegurar o equilíbrio na produção e conservação, amanutenção de estoques estratégicos de substâncias vitais para a operaçáo eontfiua do parque industrial brasileiro, para não ocorrer o que acontece com os EstadosUnidos agora, como muito bem citado por V. Ex'
Sexta-feira 11 7515
Finalmentc, mencionamos a instituição de reservasminerais através de lei, para neutralizar ações de pesquisa, outorga de lavra de minerais ou de áreas minerais
. e províncias minerais de interesse para o futuro do povobrasileiro. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Concedo apalavra ao nobre Deputado Jones Santos Neves.
O SR. JONES SANTOS NEVES (PMDB - ES)Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados.
"Pode o Brasil demonstrar ao mundo inteiro quehomens livres são capazes de alimentar estômagosvazios, dar trabalho a mãos vazias e encher corações vazios com uma paixão por reconstruir o mundo de forma mais eficiente, mais rápida e maisjusta do que qualquer regime fascista ou comunista?
Um teste decisivo: a inflação será contida? Istoé possível. Mas exigirá remédios amargos. É devital importância que este País nunca possa seracusado, quer por seu próprio povo, quer por estrangeiros, de aplicar imposto ao pobre e liberaro rico, ou de ser mais énérgico em sufocar o comunismo do que em acabar com a corrupção.
Um passo inicial, de suma importância, já foidado. Alguém me disse ontem que, pela primeiravez, está se tomando perigoso ser desonesto...
... Mas nenhum grandc sacrifício será feito pelohomem comum, a não ser que os líderes lhe ofereçam, também, um grande propósito que ele possacompreender e amar.
O teste será: darão os líderes liderança, criarãoempregos os empregadores e os trabalhadores trabalharão? Posto que líderes que não lideram e em~
pregadores que não criam empregos são tão responsáveis pela inflação quanto trabalhadores quenão trabalham. "
Estas palavras não são de hoje. São palavras pronunciadas pelo jornalista inglês Peter Howard, propagadordo rearmamento moral, quando esteve no Brasil, poucoantes de falecer, há quase 25 anos.
Mas são palavras, inegavelmente, de tremenda atualidade.
E é de certa forma desolador verificar que, depoisde tantos anos, o País ainda não tenha dado a respostadefinitiva àquela inquietação.
Mais do que nunca estamos agora, insofismavelmen-·te, ameaçados pelo caos. Talvez até mesmo vivendojá os primeiros momentos desse caos.
Poderá servir de consolo o fato de que, nesta situação,não estejamos sós?
Recente reportagem de capa da conceituada revistade negócios norte-americana Bnsines Week evidenciaclaramente esta desafortunada solidariedade continental. Sob O título "Escorregando pilra trás: América Latina" e o subtítulo "Poderão as quatro grandes naçõesoutrora promissoras - Argentina, Brasil, México e Venezuela - recuperar-se futuramente?" a reportagemoferece afirmações deste tipo:
"As engrenagens que movem a América Latinaestão desacopladas. As estradas do continente es-,tão destruídas e as pontes estão caindo. Os custosde reconstrução são incaleuláveis. Uma estimativarazoável aponta o valor atual de 6 bilhões de dólares, o que representa mais do dobro de todo oinvestimento estrangeiro realizado na área em1987."
"A América Latina estertora na beira de umprofundo abismo. Sem mudanças muito rápidas,a erosão econômica pode ameaçar a estabilidadepolítica e espantarmais ainda os invest1tlores, justamente no momento em que eles são mais necessários. "
É a dura e indiscutível realidade. no caso do Brasil.Recentemente, já a corroboramos do alto desta tribuna,em pronunciamento sobre o iminente colapso no abaste-'cimento de energia elétrica ao País.
Desejamos, agora, alertar a Nação contra outros iminentes colapsos que estão, igualmente. por acontecer.Essc colapso está iminente para o nosso setor de obraspúblicas. Está iminente para os nossos parques rodoviário, ferroviário e portuário. Está iminente para o setor'
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siderúrgico. Está iminente para o sistcma de correiose telecomunicações. Está iminente para a Petrobrás.Em síntese, está iminente para todo o nosso gigantescoe fantasioso organismo de empresas estatais.
Devemos aqui apresentar, agora, alguns indicadoresmais importantes deste quadro dantesco. São dados dodomínio público e que foram recentemente enfatizadosem reportagem da revista "Veja".
No setor de Obras Públicas, os investimentos aplicados pelo Governo nos âmbitos federal, estadual e municipal caíram de 6,57% do PIB. em 1972, para apenas1,93%, em 1986. e em 1988 esse investimento'tornou-senegativo, isto é, houve desinvestimento, nesse mesmovalor de 1.93%. Apenas com as três maiores empreiteiras a dívida federal é superior a 1,0 bilhão de d6lares.
O Parque Rodoviário está destroçado. Seus 62.000quilômetros de malha federal foram acrescidos de apenas 582 quilômetros no ano passado. O DNER investiumenos de 1 bilhão de dólares, em 1988, nas estradasbrasileiras, deixando mais de um terço de toda a redeem situação precária de utilização. A cada ano, 3.000quilômetros de rodovias em estado razoável tornam-seruins, por falta de reparos. E apenas 2.000 quilômetrosforam restaurados, no ano passado, em todo o País.A fantasmagoria de pontes e obras de arte de concretoerigidas em esqueletos de estruturas interrompidas éhoje uma paisagem lúgubre espalhada pelo País.
O Parque Ferroviário apresenta situação tão deprimente quc a já reduzidíssima malha ferroviária, de22.000 quilômetros apenas - cinco vezes mais rala que,a da Argentina, país quatro vezes menor - foi encurtada, no ano passado, em 2.000 quilômetros de ramaisdesativados. Os in.vestimentos do Governo em ferroviasnão chegam a atingir a 0,1 % do PIB ao ano, o quenão chega a 400 milhões de d6lares. (Para termo comparativo, a Espanha, com território dezessete vezes inferior, reservou este ano 16 bilhões de d6lares pára melho-,ria de sua malha.)
Nunca o Setor Portuário ao longo de toda a nossahist6ria, investiu táo pouco quanto nos últimos doisanos. não atingindo sequer a 0,07% do PIB. E nuncaos importadores brasileiros tiveram que pagar tantamulta aos navios que chegam do exterior e são obrigadosa esperar nas filas um espaço de atracação: mais de300 milhões de dólares.
O Setor Siderúrgico exibe para o mundo um extraordinário recorde: a Siderbrás foi a campcã de perdasentre as empresas ora dos Estados Unidos. segundolevantamento da revista "Fortunc Internacional". Noano passado, a "holding" brasileira da siderurgia amargou um prejuízo na faixa de 7,2 bilhões de d6lares.A segunda colocada é a British Coai, com perda significativamente menor, no total de 920 milhe'ies de d6lares.Embora o Presidente da Siderbrás conteste aquele valar, reduzindo-o para 2,3 bilhe'ies, a empresa continuasendo campeã Internacional absoluta. A verdade é quea empresa está gastando por ano, aproximadamente,US$ 1 bilhão com o serviço de suas dívidas externae interna, que já atinge a US$ 14 bilhões. É que aSiderbrás absorveu a transferência das dívidas externasveqcidas de cinco siderúrgicas, três usinas de aços nãoplanos e uma empresa de engenharia, desde 1986, como compromisso do Governo de adoção de uma políticarealista para o preço interno do aço, até hoje não atendido. Neste particular, basta citar a grande crise daCSN - Cia. Siderúrgica Nacional, que dcsde 1980 vende seu aço a preço abaixo do custo da produção. Seuprejuízo explodiu recentemente com a alta dos jurosadotada pelo Plano Verão: de 25 milhões de dólares,a CSN passou a pagar, somente de juros, jllais de 100milhe'ies de dólares por mês!
No Setor de Comunicações apenas 2% do orçamentogeral da ECT, nos últimos 10 anos, têm sido investidosna expansão de seus serviços, o que é ridículo diantede um crescimento de 11% ao ano. Enquanto em 1984apenas 6 entre 100 telefonemas não se completavam,hoje esse número cresceu para 29 telefonemas. A causageneralizada de compressão de tarifas pelo Governoé também evidente no setor, dado que um telefonemano Brasil, hoje, custa em média 12 vezes menos doque o cobrado nos países industrializados.
Essa compressão se evidencia, igualmente, como importante causa do iminente colapso da Petrobrás, outro·ra um símbolo magnífico de lucratividade de empresaestatal. Hoje, a empresa amarga um prejuízo do tama-
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
nho de US$ 100 milhões mensais, e acaba de anunciarque não pretende liberar nenhuma espécie de recursopara investimentos no segundo semestre deste ano.Com esta atitude, tritura e desmantela um importanteconjunto de valorosas empresas de consultoria e engenharia especializadas, que somente são capazes de sobreyiver à sombra da sua protcção.
E esse o quadro a que fomos conduzidos pela presença onisciente e onipotente desse gigantesco organismo de empresas estatais. Um organismo que apresenta a exceção de uma ou duas empresas efetivamenterentáveis, diante do universo de duzentas a trezentasinstituições altamente endividadas. Um organismo quepode ser tipificado, apenas tipificado. por uma realidadecomo esta:
"Ninguém segura o Brasil. O Banco do Brasilocupa uma posição de destaque no "ranking" dos50 maiores bancos fora dos Estados Unidos, publicado na última edição da revista Fortune. E o penúltimo da lista, em ativos. com 80,2 milhões dedólares em 1988. O maior, o Dai-Ichi KangyoBanck, do Japão, tem um patrimônio de 379,3 mi-lhe'ies de dólares. .
Em compensação, é, de longe, líder absolutoem número de empregados: 135.425. O japonêsDai-lchi, por exemplo, tem apenas 18.663 funcionários". (JB, de 4-8-89).
Sr. Presidente, Srs. Deputados, existe, na tormentosahist6ria da humanidade, aquilo que os historiadoresdenominar momento culminante.
Trata-se do momento que decide quanto ao destinodos povos e das nações.
Parece ocorrer efetivamente que este destino não sedecide ao longo de prolongados debates, de campanhasde longo prazo, ou mesmo de prolongadas guerras econflitos. Por curiosos caprichos da fatalidade, são ospequenos incidentes que geram as grandes revoluçe'ies.
Estamos seguros de que o Brasil, que tanto tem sofrido e continua sofrendo a pavorosa angústia de seusdesencontros, aproxima-se agora~ nestes próximos meses, nestes próximos dias, desse momento supremo dedefinição do seu destino.
Neste futuro muito próximo, ou o Brasil saltará luminescentemente à órbita altaneira dos países do mundodesenvolvido, ou será definitivamente condenado aosubdesenvolvimento. Neste futuro muito próximo, estaremOs marchando para trás e nos aproximando celeremente dos mais pobres países africanos, ou caminharemos corajosamente para a frente c para o alto e atingindo vertiginosamente a qualidadc de vida dos maisricos países europeus? A muito curto prazo, o Brasilserá Etiópia ou Bélgica, Nigéria ou Holanda. Sudãoou Suíça?
Para definirmos esse destino dispomos apenas de doiscaminhos. O primeiro deles, que agravará a nossa crisee a nossa pobreza, é insistir com o organismo desmoro.nando e falido das empresas estatais, do dirigismo eco·nômico, da polivalência do Poder Executivo. O segundo, que ampliará a nossa capacidade e a nossa riqueza,é fazermos prevalecerem os postulados da iniciativa privada, da democracia econômica e do governo solidai:istae unitário, exercido conjuntamente pelos Três Poderes.
Para mim, o verdadeiro caminho é inegavelmenteo segundo. Entendo que ele se consolidará, se nos toronarmos capazes de seguir firmemente, amplamente, decididamente, o roteiro da economia social de mercado.
A economia social de mercado, de tamanho êxitona Alemanha do pós-guerra, não foi instituída pelo seucriador intelectual, Alfred Müller-Armack como "meroinstrumento a serviço da distenção e da liberação social". mas sobretudo como um meio para se alcançaro desenvolvimento internacional pacífico.
Não pode haver progresso social sem desenvolvimen·to econômico; mas a economia social de mercado secaracteriza pela responsabilidade cristã pelo homem epela vinculação ética que toda economia, sua raciona'lidade e sua criatividade têm com a solidariedade humana universal.
Estamos todos inseridos em uma união irrecusável,e uma interdependência que produz alterações complexas quando, em qualquer parte do mundo, se adotamposiçe'ies políticas ou econômicas. Somos todos nós,aqueles que temos que buscar soluções para os problemas do homem e da sociedade, os verdadeiros "empre-
Agosto de 1989
sários indiretos" a que se reteriu João Paulo 11 emsua encíclica "Laborem Exercens".
Srs. Deputados. Todos nós, Congressistas, somos esses "empresários indiretos", com a tarefa gigantescade reconstruir esta Nação.
Assim como o dissemos quando de nosso pronunciamento, desta tribuna, por uma nova política energética,repetimos agora que a participação efetiva e atuanteda iniciativa privada deve ser estendida, inadiavelmente, a todas as atividades das demais empresas estatais.
Não será tão difícil essa mudança de rumo. A participação de capitais privados na construção e operaçãode equipamentos de infra-estrutura vem sendo crescentemente adotada pelos países do Primeiro Mundo. NaFrança e na Itália, ponderável parcela de excelentesauto-estradas é hoje construída e conservada e por empresas particulares, que remuneram sell investimentopela cobrança de pedágio. O Japão privatizou recentemente a sua secular companhia ferroviária, decompondo-a em quatro companhias privadas independentes.Na Alemanha, a produção, transmissão e distribuiçãode energia elétrica são exercidas por cerca de mil empresas, pertencentes a inúmeros proprietários. Mesmo noBrasil, a solução privatizante já está sinalizada. O grupoVotorantin, por exemplo, possui sete hidrelétricas demédio porte, em São Paulo, para suprir sua demandaindustrial. Já existem propostas de emprcsas privadaspara construir catorze hidrelétricas por sua conta e risco.O empresário Olacyr de Moraes, maior produtor individual de soja do mundo, obteve aprovação para construção de uma ferrovia de 3.140 quilômetros, que ligaráUberaba, Minas Gerais, a Rondônia. E assim por diante.
Além de um processo privatizante, não há certamenteoutra coisa a fazer, na circunstância atual, em que asempresas éstatais esgotaram a sua capacidade de investimento. Afortunadamente, é a mesma hora em que apoupança privada do País, em cálculo aproximado, atinge a cerca de 200 bilhões de dólares: 70 bilhe'ies noover; 70 bilhões no FGTS e nas cadernetas de poupança;e os restantes 60 bilhões nos depósitos particulares noexterior e nas reservas dirigidas a ativas reais de ouro,d61arés ou estoques de mercadorias. Esta é a força econômica da livre iniciativa, que poderá em grande parteser reorientada para os investimentos produtivos, pemdo fim a este trágico período de viabilidade negativa.alcançada através da calamitosa administração do Governo e das empresas estatais.
Partamos, portanto, para a ação. Para torná-Ia efetiva, a palavra cabe a nós, neste Congresso. Trata-se,apenas, de fazer aprovar um projeto de lei ordináriaque discipline o art. 175 de nossa Constituição. Esteprojeto. de minha autoria, está em fase final de elaboração. Ele disciplinará, definitivamente, a concessão deserviços e atividades públicas à iniciativa privada.
Graças a Deus que conseguimos construir. em nossaConstituição, uma ordem ceonõmica em que a livreiniciativa é apresentada como um dos fundamentos denosso Estado' democnltico de direito (Constituição, art.I'). Estabelecemos uma ordem econômica moderna eatual, que mereceu da autoridade de Miguel Reale oseguinte julgamento:
"Estou convencido de que a Carta Magna, oraem vigor, optou por uma posição intermediáriaentre o liberalismo oitoeentista, infenso a toda equalquer intervenção do Estado, e o dirigismo estatal. Dir-sc-ia que a sua posição corresponde à doneo-Iiberalismo, ou social-liberalismo, o único, ameu ver, compatível com os problemas existenciaisde nosso tempo."
Este social-liberalismo, a que se refere Miguel Reale,corresponde, a nosso ver, à economia social de mercado.
Com prazer, ouço a nobre Deputada Rose de Freitas.
A SI"' Rose de Freitas - SI. Deputado Jones SantosNeves, inicialmente quero parabenizá-lo pelo discursoque profere e dizer aos companheiros desta Casa quea Bancada do Espírito Santo sente-se honrada por tê-locomo integrante da representação política de nosso Es·tado. A preocupação de V. Ex' é a de todos n6s, no
,Congresso Nacional. Para quem não o conhece, o Deputado Janes Santos Neves é empresário. Pelo respeitoque temos a um social democrata, gostaríamos çe vê-Ia,
Agosto de 1989
brevemente, no PSDB. O pronunciamento de V. Ex're6ete grande preocupação pela nossa economia, por-otanto, queremos que ele seja contínuo nesta Casa, refletindo, também a preocupação aprofundada da questãoque mais nos angustia neste País: a dívida externa. N6so convidamos para esse debate e o parabenizamos peloesforço eoncentrado. V. Ex' representa a livre iniciativa,nesta Casa, no sentido com que este País encontre,um dia - se Deus quiser - mediante essa eleição,um caminho que nos conduza pelo menos de maneiramais definida, e não como uma nau incerta em altomar, a um porto seguro. Mais uma vez quero dizerque o Estado do Espírito Santo ganhou muito prestígionesta Casa em virtude de sua presença entre os nossoscompanheiros.
O SR. JONES DOS SANTOS NEVES - Agradeçoo aparte da companheira Rose de Freitas e declaroque essas idéias são em grande parte coincidentes comos postulados que os companheiros do PSDB defendem.Estanfi à disposição de V. Ex" para participar do debatesobre a dívida externa, crucial para a solução dos problemas do País.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, voltemos a considerar, <:om toda a seriedade, aquele momento supremoa que nos referimos anteriormente. O Brasil está chegando, eom enorme velocidade, a seu momento de decisão.
Temos, nesta Casa, a tremenda responsabilidade deorientar essa decisão. Precisamos estar à altura dessaresponsabilidade, para estar seguros de que fomos capazes de corajosamente imprimir a mais acertada orientação.
Para tanto, precisamos de Deus. Precisamos estarseguros de que estamos iniciando realmente uma novanação. Uma nova nação dirigida por homens governados por Deus.
Dentro desta visão, o mesmo Peter Howard, citadoinicialmente, pode ser outra vez citado, para encerrar:
"Brasil é Brasil. Não se destina a ser como osEUA. Não se destina a ser como a Rússia, a Chinaou a inglaterra. Destina-se a ser ele mesmo: governado por Deus, como uma nação de filhos e filhosde Deus se destina a viver. O rearmamento moralé a ideologia natural para o Brasil. Sem ele, poderão ver seus melhores sonhos se desvanecerem aseus piores temores se concretizarem. Com ele,poderão vir a ser a voz deeisiva nesse mundo, queansioso aguarda a liderança absoluta da liberdade."(Palmas).
O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Concedo apalavra ao nobre Deputado Benedito Monteiro.
O SR. BENEDICTO MONTEIRO (PTB - PA. Pronuncia O seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" eSrs. Deputados, como estudante no Rio !de Janeiro,fui preso por causa da campanha "O Petróleo é Nosso".Mais tarde, em 1964, fui cassado, preso e torturadopor estar enganjado nas lutas da Frente ParlamentarNacionalista. E hoje, como Deputado Federal. tenhodebatido, escrito e homologado a nossa Constituição,sinto-me mais do que agredido por essa política de privatização às avessas, que tende a desestabilizar as nossasgrandes empresas estatais, que sempre foram os maioressustentáculos da independência da nossa economia edo nosso desenvolvimento.
Se fizermos um rápido retrospecto da nossa históriamais recente, vamos verificar que a Petrobrás. a Eletrobrás, a Companhia Siderúrgica Nacional, o Banco doBrasil e o nosso deficiente sistema previdenciário sãoainda os principais pilares em que repousa o nosso processo de industrialização, a modernização e a produtividade da uossa agropecuária e a nossa afirmação comooitava potência econômica do mundo.
Mesmo atravessando mais de duas décadas de governos autorit:írios, nos quais se estatizaram as atividadesmais supérfluas e absurdas e nos quais se deram asmais inconcebíveis vantagens cartoriais a empresas ebancos particulares, mesmo atravessando esse períodode concentração de propriedade e de riqueza. em quese perpetraram os maiores c mais irresponsáveis desperdícios, o que resta ainda íntegro, como pilares da nossaeconomia, é o sistema estatal da Petrobrás, da Companhia Siderúrgica Nacional, da Eletrobrás e do Bancodo Brasil.
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
Nenhum empreendimento sério, moderno e independente do empresariado urbano e rural brasileiro podesequer ser imaginado sem contar com o apoio dessessetores básicos do nosso processo industrial e da nossaeconomia.
Não incluo nesse rol o BNDES, porque as suas direções nos governos autoritários, com raríssimas exceções, foram executadoras das estatizações forçadas decertos empreendimentos ou atividades falidas, cujas direções irresponsáveis, em vez de serem punidas pelanegligência, pela imcompetência ou até mesmo pelasafadeza e crime, foram premidas com a intervençãodo Estado, na sua sobrevida administrativa e econômica.
A privatização arbitrária que sofreram o nosso sistema educacional e o de saúde nos dá um pequeno panode amostra de como as elites dominantes nesse períodoencaram as prioridades que devem merecer a intervenção do Estado em benefício do povo. Em nenhum momento da nossa história privatizou-se tanto o ensinoem todos os níveis nem a assistência médica e a indústriafarmacêutica como nesse período de governos autoritários. Abocanharam recursos públicos, transferidos,às vezes, de forma escandalosa. para semres privados,enriquecendo alguns desonestamente. O que resultou?A degradação desses serviços - bens essenciais à vidade nossas crianças e de nossas famílias.
Mas hoje. em face da gravidade deste momento edessa solerte e generalizada campanha de desmoralização e desestabilização das empresas estatais. querocentrar o meu discurso sobre as empresas que se constituíram e se constituem em fundamentos do nosso desenvolvimento nacional e independente, como sonharamGetúlio Vargas, João Goulart e Juscelino Kubitschek.
O que se deu na condução da política econômicanacional, que tentava fazer do Brasil apenas uma empresa, sem atentar para os seus encargos políticos-sociais, foi a formação de um sistema de planejamento,nele se instalando uma sólida tecnoestrutura, que passou a governar este País, independente do Presidente,dos Ministérios eventuais, do Judiciário e do CongressoNacional, como Poderes da República.
Embora a tecnoestrutura seja uma entidade administrativa da economia moderna, que atua como conselhodiretor de oligopólios, e que se disfarça na sociedadecomo mero representante de uma propriedade coletivade acionistas, aqui no Brasil ela se inseriu na administração pública do poder federal, a tal ponto que jápodemos detectá-la em face dos últimos acontecimentoshistôricos.
A vida recente do Banco do Brasil, da Petrobrás,da Siderúrgica Nacional, das empresas que compõema Eletrobrás e o nosso sistema previdenciário mostramcomo a tecooestrutura atua na aduúnistração públicapara conseguir os seus objetivos de se manter no poder,mesmo sacrificando os mais sagrados interesses nacionais.
No caso do Banco do Brasil, pelas denúncias formuladas nesta tribuna pelo Deputado Brandão Monteiro,pelo Deputado Osvaldo Macedo e outros parlamentares, pela entrevista concedida à imprensa pelo ex-Presidente Camilo Callazans e pela manutenção na presidência do Banco de um homem fora de seus quadrose qne vem sendo frontalmente acusado de estar chefiando um movimento de desestabilização da pr6pria instituição, pelo atraso proposital e criminoso da informatização das operações bancárias. por demonstrar todoo plano e estrutura de treinamento de seu pessoal. inclusive através de onerosa campanha pnblicitária em horário nobre de televisão, mentindo em relação aos saláriosmédios de seus funcionários, para isolá-los da opiniãopública. pelo tratamento inédito dado pelo Governoà justa greve dos funcionários; pelas determinações paraque as agências bloqueassem as contas das Prefeiturase dos Estados; pelo lucro mais baixo já obtido peloBanco na sua vida contemporânea; pela impossibilidadede o Banco financiar investimentos na produção agrícola, enfim. pela simples comparação dos balanços doBanco do Brasil com os de outras instituições bancáriasprivadas, está mais do que evidente que existe um planoda tecnoestrutura, executado pelo SI. Mário Berard.para sacrificar o Banco do Brasil no seu patrimôniotécnico, moral e de competência. além da sangria financeira que hoje já é permanente.
Sexta-feira 11 7517
Sr" e Srs. Deputados, convidado pela Comissão deMinas e Energia, o Presidente da Petrobrás. Dr. CarlosSant'Anna, proferiu importante palestra e debateu acrise do álcool e a crise financeira da grande e eficienteempresa, no dia 6 de junho próximo passado.
A Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados cumpriu o seu dever com a direção da Petrobrás, alertando, encaminhando propostas alternativase cobrando providências dos órgãos do Governo Federal que evitassem a crise do álcool carburante e fizessemcessar os prejuízos enormes que vinham sendo causadosao caixa da Petrobrás e às metas de investimento daempresa.
Foi tão ampla a repercussão desse pronunciamentoe dos debates que, ainda antes do recesso parlamentarde julho, a Comissão de Economia, demonstrando apreocupação e o empenho desta Casa em intervir nessacrise, já ouvia o Vice-Presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Indústria de Base,Eng' Thompson Motta, o Presidente da Associação dosEngenheiros da Petrobrás, Eng' Antônio Maciel Neto,e o Presidente da Associação Brasileira de Empresasde Montagem Industrial, Dr. David Fischel, nos dias27,28 e 29 de junho. .
O presidente da Aepet, Eng" Antonio Maciel, tema nossa integral concordância quando afirma: "Somosde opinião que a crise financeira da Petrobrás somenteserá resolvida através de solução de natureza polftica.Acreditamos que o consumidor oão deve absorver sozinho as conseqüências dessa solução e que a inflaçãoé um mal que atinge preferencialmente os mais pobres,e, portanto, o seu combate deve ser responsabilidadede todos os brasileiros de boa fé.
Assim sendo, o lugar apropriado para esse debateé o Congresso Nacional. É daqui, da Casa dos representantes do povo, que deve sair a orientação firme e decisiva para o Executivo, no sentido de salvar a Petrobrás,patrimônio. inalienável dos brasileiros.
As ações desenvolvidas pela Comissão de Minas eEnergia, que inclusive, já em maio de 1986, em apoioaos alertas e propostas alternativas encaminhadas aoGoverno pela Petrobrás, instalava a Subcomissão Permanente do Proálcool, com o objetivo de examinare avaliar o programa nacional de produção de álcoolcarburante, naquele momento alvo do noticiário da imprensa, anunciando a crise e a provável desativaçãodo programa, honram esta Casa. Igualmente merecemos nossos aplausos, nos· estimulam e nos esclarecemos depoimentos colhidos pela Comissão de Economia,que tão agilmente soube atuar, com os seus recursos,para prover a Câmara dos Deputados de elementospara se situar na crise da Petrobrás.
Cabe agora ao Congresso Nacion'll, através de suasbancadas, de suas Comissões, de todos os seus instrumentos, assumir a defesa da economia nacional, defendendo o patrimônio que essas empresas constituem.
Os pronunciamentos a que já nos referimos constituem documentos que precisam ser amplamente conhecidos pela sociedade brasileira. Esses documentos, emconjunto, desmistificam a campanha: privatização Xestatização, realizada pelas mesmas forças qne à épocada campanha "O Petróleo é Nosso" combatiam omonopólio estatal, procurando convencer os brasileiros daimpossibilidade e da incapacidade do País em investirna montagem de sua indústria de petróleo, a nossa faltade know-how, a inviabilidade de produzirmos com umasó empresa as necessidades nacionais em derivados depetróleo. Defendiam a "livre iniciativa" para a entregaàs companhias estrangeiras. São as mesmas forças que,para proteger más gestões em empresas privadas, nego·ciatas, enriquecimentos ilícitos, foram coniventes ou,no mínimo, omissas, na onda de estatizações absurdas,que desperdiçaram recursos públicos durante o regimeautoritário, realizadas pela mesma tecnoestrutura quese encastelou no poder e agora o usa para causar prejuízos e desestabilização de empresas estatais fnndamentais ao desenvolvimento da economia nacional.
O monopólio estatal do petróleo resultou no complexo de empresas da Petrobrás, que são exemplos deeficiência, competência, formação de pessoal, gerando70 mil empregos diretos e 3 milhõesde empregos indiretos, desenvolveu a engenharia nacional, que hoje permite ao Brasil a vanguarda em exploração off·shore,particularmente em águas profundas. E que possibilitouao Brasil a montagem e desenvolvimento de suas indús-
7518 Sexta-feira 11
.trias de base associadas à Abidib, e 122 empresas demontagem industrial, associadas ã Abemi, todas empresas privadas, que não existiriam sem a alavanca do monoPólio estatal e que construíram com a Petrobrás umadas maiores indústrias petrolíferas do mundo.
O que escandaliza é que a tecnoe~trutu!a nesses ~~ti
mos anos tem sido insensível a modificaçoes na pohlicade preços dos derivados de petróleo, foi insensível durante muito tempo à redução do prazo de paga~:nt~
das distribuidoras de petróleo ã Petrobrás, que Ja fOImaior e, ainda agora, com a inflação aos níveis atuaisainda é de 12 a 25 dias, proporcionando-lhes, no over,lucros de 800 milhões de dólares em 1988, portanto,subtraídos à Petrobrás.
O Dr. Thompson Motta, Vice-Presidente da Abidib,esclareee-nos em seu depoimento que "esta quantia caso aplicada na Petrobrás scria suficiente para cobrirtodos os investimentos desta empresa estatal, no valorde três bilhões e oitocentos milhões de cruzados novos,no ano em curso, caso não ocorra alteração substantivana demanda nacional de derivados de petróleo". Essaincrível quebra no plano dos investimentos causa eno~
me prejuízo ao setor público e priva~o, aD;1eaça a estab:Iidade de inúmeras empresas, que mvestlram em eqUIpamentos e formação de pessoal técnico e distancia,de forma irresponsável e impune, o País da meta desua auto-suficiência no setor energético. Não cabe emnosso pronuneiamento a citação de todos os prejuízosque têm sido causados à Petrobrás, mas ~ão po~erí~~sdeixar de citar o caso da Nafta, vendida à mdustriapetroquímica por 99 a 100 dólares, quando a cotaçãono- mercado internacional é de cerca de 180 dólares;só neste item a Petrobrás perde 500 milhões de dólaresanuais.
O Sr. Gabriel Guerreiro - Permite-me V. Ex' umaparte?
O SR. BENEDICTO MONTEIRO - Com muito prazer, nobre Deputado.
O Sr. Gabriel Guerreiro - Deputado BenedictoMonteiro, V. Ex' aborda com muita propriedade estefalso dilema que estão querendo impor ao País. Emvez de criticarem a ineficiência, a incompetência e amanipulação que se faz e se fez ao longo de todo es~e
processo, em que o Ministério das ~ina~ e En~rgi~
sempre foi um grande e cobiçado patnm?U10, e a l;,e~I
ciência da máquina governamental - a mcompetenel3e a mediocridade eampearam, dando aval a uma verdadeira pirâmide de medíoeres na direção das emp~es~s
estatais - dizem que essas empreSaS devem ser pnvatIzadas e condenam as suas ações. Quem tem coragemde dizer algo contra o papel da Companhia SiderúrgicaNacional no desenvolvimento deste País? Quem temcoragem de dizer algo contra a Petrobrás, que, em 1960,lá tinha equipes de sísmica de altíssimo nível?·Quandoderam dinheiro e aval à Petrobrás, ela achou e exploroupetróleo mesmo onde não se atuava, em mar, e~ águasprofundas, ine1usive. Quem tem coragem de ?Iz:r quea Vale do Rio Doce, pelos seus quadros tecmcos eaté administrativos e pela competência financeira, éuma empresa para se jogar fora? Po.de ha~er, erros .naadministração destas empresas, mas ISSO nao e a essencia. Mas querem privatizar exatamente estas empresase não este monte de porcarias acumuladas ao longodo tempo por governos autoritários que salvavam ainiciativa privada toda vez que ela falia ou que os interesses de alguém entravam em jogo. Empresas dess~
tipo não deveriam ser privatizadas, mas fechadas. MUItas vezes, por causa de cinqüenta trabalhadores, quepoderiam ser absorvidos perfeitamente pelo mercadode trabalho, se a economia estivesse crescendo, o Governo comprou empresas falidas e agora quer venderalgJ.1ffias que já saneou. Isso é até justo, mas ficar coma massa falida da iniciativa privada não é possível. Queo Governo extermine essas empresas, mas não aquelasque são patrimônio do povo brasilciro, patrimônio dacompetência nacional, como são os casos da Vale doRio Doce do Banco do Brasil e da Petrobrás, por exemplo. Seri; um crime contra este Paí~. V: Ex' tem t?daa razão. Esse falso dilema entre pnvatlzar e estatIZaré conversa para boi dorritir. Em toda parte do mundoexistem empresas estatais que funcionam muito beme empresas da iniciativa privada, também. Aqui, a iniciativa privada, em grande parte, quer viver ã custa
DIÁRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
do Governo à custa de subsídio, à eusta do patrimôniopúblico, do Érário. E ainda qu.erem d~sestatizar. De~estatizar o quê? Como V. Ex' disse mUIto bem, o ens~o,
que foi desestatizado, é função do Estado. ParabemzoV. Ex' pelo belíssimo pronunciamento que faz nestatarde.
O SR. BENEDICTO MONTEIRO - Agradeço a V.Ex' o apartc, que incorporo ao meu discurso.
Prossigo, Sr. Presidente.Pois bem, com esses fatos todos acontecendo na Pe
trobrás no Banco do Brasil, nas empresas qne compõem a'Eletrobrás, na C:0mp~n~iaSiderúrgica Nacionale no nosso sistema prevldencláno, sem que o Governo,isto é o Presidente, os Ministros, o Judiciário e o Congress~ possam tomar qualquer pro~id~n~ia para. p~niros eulpados e salvar esse nosso patnmomo eeonom~co,
industrial e tecnol6gico, que cone1usão podemos ~If~r
a respeito das pessoas responsáveis por esta admmlstração totalmente dirigida contra estas e outras empresas estatais?
Logicamente que existe um supergoverno, ou subgovemo uma tecnoestrutura comandando todas as açõesecon6micas e, sobretudo, manipulando o sistema deespeeulação financeira que hoje inviabiliza qualquer tipo de desenvolvimento nacional.
Agora mesmo, os jornais, as revistas e as televisõesanunciaram a saída do Ministro da Fazenda, Mar1sonda Nóbrega, e do Planejamento, Batista?e ~breu,pm:apoder ser cumprido um plano de emergencIa que malIciosamente se atribui ao Congresso. Chegaram a anunciar como certa a demissão desses homens que comandam a área econômica. O próprio Dr. Rc;>berto Marinho proprietário da Rede Globo, esereveu um editorialsob;e o assunto, em seu jornal-capitânea c mandouque se lesse em horário no~re da .ry, ad'yertindo .aNação brasileira de que era llll!'~tnÓl1CO nao e.u~pnro Plano de Emcrgência, que eXigia um supemumstro.E essa dupla de Ministros que ascendeu ao Governo,sem mandato, sem qualquer apoio poUtico, resiste ~
esse confronto e permanece no mais alto posto de adffilnistração do Estado, com todo apoio do Presidente daRepública.
Como sabem, armou-se toda uma articulação, desdeo apoio declarado do Líder do PMDB no Senado, doPresidente do Congresso, da insinuação de que deveriam ser demitidos os Ministros da área econômica paraque fosse nomeado um supenninistro que executB;riao Plano de Emergência e faria a ligação do ExecutIvoeom o Legislativo. Não faltou nem o espetáeulo dasaída do Ministro da Justiça, aeusando a existência dccorrupção no Governo e o Sr. Maílson da N6bregade incompetente.
Qual é o sistema de sustentação dessa dupla semmandato e sem apoio político para se defrontar comparte substancial do Congresso, com o Ministro da Justiça, com o DI. Roberto Marinho e sua poderosa RedeGlobo? Qual.é o sistema de sustentação dessa dupla,apesar até me~mo do desprestígio perante a opiniãopúbliea? É que'eles estão no Poder p'orque representama própria tecnoestrutura, a mesma que sabotou o ~Iano
Cruzado de Funaro, a mesma tecnoestrutura que unpediu o pl~no' de estabilização, de Brésser Pereira, e amesma tecnoestrutura que se joga hoje contra as empr~sas estatais, contra especifieamente o Banco do BrasIl,a Companhia Siderúrgica Nacional; as empresas quecompõem a Eletronorte, contra o sistema previdenciário e contra a renegociação da dívida externa.
Só um grande movimento nacional suprapartidário,que eonvoque a sociedade civil, os militares nacionalistas das Forças Armadas, os polítieos não comprometidos eom interesses subalternos, os estudantes, ostrabalhadores, os intelectuais e artistas, as mulheres,os empresários que geram produção, ~mpregos, desenvolvimento tecnológico e que são prejUdICados pela JOgatina da especulação financeira, para lutarmos, ombroa ombro, em defesa de nossa econOlnia ~acional, parasalvar enquanto é tempo o Banco do BrasIl, a Petrobrás,a CSN, a Eletrobrás e o nosso sistema previdenciário.
O Sr. Pllulo Ramos - Permite-me: V. Ex' um aparte?
O SR. BENEDICTO MONTEIRO - Ouço com prazer.
O Sr. Paulo Ramos - Estava ouvindo no meu gabinete o início do pronunciamento de V. Ex' e acorri
Agosto de 198;
ao plenário para ouvi-lo de corpo presente. Considerooportuno fazer uma observação, bem rápida, até paranão quebrar o brilhantismo do pronunciamento de V.Ex', as informações e alertas que traz aos representantesdo povo com assento nesta Casa. Os defensores dalivre iniciativa e da eeonomia de mercado, não os verdadeiros, mas os falsos, estão diante de um dilema. Estamos acompanhando o escândalo Naji Nahas, que envolve os principais representantes da livre iniciativa nestePaís. Eles querem a livre iniciativa para que possamembolsar tudo aquilo que é retirado até da mesa dotrabalhador, porqne a elite dominante deste País n~o
temn seguer competência de seápropriar da mais-aliapara internalizá-la em nosso próprio País.. Não querema renegociação da dívida externa para afinn»r a soberania nacional. Os principais credores do Brasil, nãos6 os países como também os bancos, são defensor~s
da livre iniciativa e da economIa de mercado, mas naoaceitam renegociar a dívida externa do Brasil pelo valordo tíll~19.!Wmercado internaciQnal.
Se defendem a economia de mercado, deveriam defender também a economia de mereado para. rene~ociação da dívida. Acho que V. Ex' tem razão. E precls?um esforço nacionalista, reunindo todas as forças polIticas compromissadas com O patriotismo, com o Brasil,não para-que o Brasil seja,uma naçã~ i~p~ri~lista;. maspara que se una com os palSes da Amenca Latma, Igualmente explorados, a fim de ter sua redenção. ParabénsaVo Ex'
O SR. BENEDICTO MONTEIRO - Agradeço oaparte a V. Ex' e o incorporarei, com muita honra,ao meu discurso.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, nos dias 3 e 12 deoutubro a Petrobrás e o Banco do Brasil completam,respectivamente, um novo ano de suas profícuas existencias. É o momento histórico para que este PoderLegislativo e toda a sociedade civil.insti~ama quin.zenade informação e defesa da econOlll1a naCIOnal e da mdependência econômica do Brasil.
O meu dever de Deputado eu vou cumprir hoje mesmo entregando à Comissão de Fiscalização e Controleest~s documentos, contribuindo para a continuidadc dasações da Comissão de Minas e Energia e da Comissãode Economia.
Como integrante da Frente Parlamentar Nacionalista, conclamo todos os parlamentares que a integrama assumir agora e já a mobilização para esta luta.
Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados. este momentoé histórico. V. Ex" que me ouviram devem ter percebidoque em nenhum momento d,? meu discurso, ac.usei ospolíticos, nem mesmo o PreSidente da Repubhca. Osúnicos nomes referidos foram os do Ministro da FazendaMailson da Nóbrega e do Planejamento, João Batistade Abreu. E não foram referidos por que sejam políticos, mas justamente porque não são políticos e ascenderam a esse cargo em função dos seus préstimos pcrante os nossos credores e aqueles que usufruem o lucronacional porque pertencem à tecnocstrutura mantidaneste País. Na véspera da campanha elelloral, quandose elegerá o Presidente da República, p~ec~samos te.rmuido cuidado. Se fossem apenas substItUIr o PresIdente e os Ministros, ou até mesmo mudar a composiçãodo Congresso Nacional, não haveria problemas. Masnão é apenas isso. Pode-se substituir o Presidente, osMinistros e até mesmo mudar a composição do Con"gresso Nacional; entretanto a tecnoestrutura, os tecnocratas e os tecnoburocratas, que durante vinte anosinfelicitaram este País, permeneeerão em seus lugares,aguardando apenas como já disse aqui, neste Plenário,a mudança de guarda para podercm continuar a se manter no poder e a defender os interesses dos grupos aque.petencem.
O meu dever de Deputado vou cumprir hoje mesmo,entregando à Comissão de Fiscalização e Controle apalestra do Presidente da Petrobrás,. do Presidente ~a
Associação dos Engenheiros. do PreSidente da Assoclação de Produtores de Montagens Industriais e, até mesmo o relatório do Banco Mundial que fala da destruiçãodos' bancos dos Estados. Vou cntregar à Comissão deFiscalização e Controle esses documentos, contribuindotambém, dessa forma, para a continuidade das ações
Agosto de 1989
da Comissão da Minas e Energia e da Comissão deEconomia.
Na qualidade de integrante da Frente ParlamentarNacionalista, conclamo a todos os Parlamentares quea integram a assumir, agora e já, a mobilização dopovo para esta grande luta.
Tenho dito. (Palmas.)
Durante o discurso do Sr. Benedicto Monteiro,assumem sucessivamente a Presidência os Srs. FábioRaunheitti, artigo 76 do Regimellto Illtemo e FeresNader, Suplellte de Secretário.
oSR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Findo o tempodestinado ao Expediente, vai-se passar à Ordem doDia.
COMPARECEM MAIS OS SRS.:
Acre
Francisco Diógenes - PDS; José Melo - PMDB;Maria Lúcia - PMDB
Amazonas
Carrel Benevides - PTB; Eunice Michiles - PFL;José Fernandes - PDT; Sadie Hauache - PFL.
Rondônia
Chagas Neto - PMDB; José Guedes - PSDB; JoséViana - PMDB; Rita Furtado - PFL.
Pará
Ademir Andrade - PSB; Asdrubal Bentes PMDB; Benedicto Monteiro - PTB; Carlos Vinagre- PMDB; Dionísio Hage - PRN; Domingos Juvenil-PMDB; Fernando Velasco-PMDB; Gabriel Guer-reiro - PMDB; Gcrson Percs - PDS; Mário Martins- PMDB; Paulo Roberto - PMDB.
Tocantins
Alziro Gomes - PFL; Freire Júnior - PRN; PauloMourão - PDC; Paulo Sidnei - PMDB.
Maranhão
Cid Carvalho - PMDB; Edivaldo Holanda -PL;Haroldo Sabóia - PMDB; Onofre Corrêa - PMDB.
Piauí
Átila Lira - PFL; Manuel Domingos - PC do B;Paes Landim - PFL.
Ceará
Carlos Virgílio - PDS; César Cals Neto - PSD;Iranildo Pereira - PMDB; Luiz Marqucs - PFL; Moema São Thiago - PSDB; Ubiratan Aguiar - PMDB.
Rio Grande do Norte
Antônio Câmara - PMDB; Henrique Eduardo Alves - PMDB; Ismacl Wanderley - PTR; Ney Lopes- PFL; Vingt Rosado - PMDB.
Paraíba
Agassiz Almeida - PMDB; Aluízio Campos PMDB; Edivaldo Motta - PMDB; Edme Tavarcs PFL; Evaldo Gonçalves - PFL; José Maranhão PMDB; Lúcia Braga - J;'DT.
Pernambuco
Fernando Bezerra Coelho - PMDB; José CarlosVasconcelos - PMDB; José Jorge - PFL; José Mendonça Bezerra - PFL; Marcos Queiroz - PMDB;Maurílio Ferreira Lima - PMDB; Oswaldo Lima Filho- PMDB; Paulo Marques - PFL; Salatiel Carvalho
Alagoas
Albérico Cordeiro - PFL; José Costa -PSDB; JoséThomaz Nonô - PFL; Roberto Torres - PTB.
Sergipe
Bosco França - PMDB; Cleonâncio Fonseca PFL; Lauro Maia - PFL; Leopoldo Souza - PMDB;Messias Góis - PFL.
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
Bahia
Afrísio Vieira Lima - PMDB; Benito Gama - PFL;Celso Dourado - PMDB; Eraldo Tinoco - PFL; França Teixeira - PMDB; Francisco Pinto - PMDB; JairoAzi - PDC; Joaci Góes - PMDB; João Alves PFL; Jorge Medauar - PMDB; Jorge Vianna PMDB; Luiz Eduardo - PFL; Luiz Vianna Neto PMDB; Marcelo Cordeiro - PMDB; Mário LimaPMDB; Milton Barbosa - PDC; Prisco Viana PMDB; Raul Ferraz - PMDB; Sérgio Brito - PFL;Uldurico Pinto - PMDB.
Espirito Santo
Hélio Manhães - PMDB; Jones Santos Neves PMDB; Lezio Sathler -PSDB; Pedro Ceolin - PFL;Rita Camata - PMDB; Rose de Freitas - PSDB;
Rio de Janeiro
Adolfo Oliveira - PL; Álvaro Valle - PL; Aroldede Oliveira - PFL; Bocayuva Cunha - PDT; CarlosAlberto Caó - PDT; Doutel de Andrade - PDT;Edmilson V.alentim - PC do B; Ernani Boldrin PMDB; Fábio Raunheitti - PTB; Gustavo de Faria- ; Jayme Campos - PRN; José Luiz de Sá - PL;José Maurício - PDT; Luiz Salomão - PDT; MárciaCibilis Viana - PDT; Miro Teixeira - PDT; NelsonSabrá - PRN; Osmar Leitão - PFL; Roberto'Augusto- PTB; Roberto Jefferson - PTB; Ronaldo CezarCoelho - PSDB; Sérgio Carvalho - PDT; Simão Sessim - PFL; Vivaldo Barbosa - PDT.
Minas Gerais
Aécio Neves - PSDB; Alysson Paulinelli - PFL;Carlos Mosconi - PSDB; Célio de Castro - PSDB;Dálton Canabrava - PMDB; Elias Murad - PTB;Genésio Bernarding - PMDB; Hélio Costa - PRN;Ibrahim Abi-Ackel - PDS; Israel Pinheiro - PMDB;José da Conceição - PMDB; José Geraldo - PMDB;José Santana de Vasconcellos - PFL; José Ulísses deOliveira-PMDB; Luiz Alberto Rodrigues -PMDB;Luiz Leal - PMDB; Marcos Lima - PMDB; Máriode Oliveira - PRN; Maurício Campos - PFL; OctávioElísio - PSDB; Oscar Corrêa - PFL; Paulo Almada- PMDB; Paulo Delgado - PT; Roberto Brant PMDB; Ronaldo Carvalho - PMDB; Rosa PrataPMDB; Saulo Coelho - PFL; Sérgio Naya - PMDB;Sérgio Werneck - PMDB; Sílvio Abreu - PSC.
São Paulo
Antoniocarlos Mendes Thame - PSDB; Caio Pompeu - PSDB; Fábio Feldmann - PSDB; FernandoGasparian - PMDB; Gastone Righi - PTB; GeraldoAlekmin Filho - PSDB; Gerson Marcondes - PMDB;Hélio Rosas - PMDB; João Cunha - PST; João Rezek- PMDB; José Camargo - PFL; José Maria Eymael- PDC; José Serra - PSDB; Koyu Iha - PSDB;Leonel Júlio - PPB; Luiz Gushiken - PT; MalulyNeto - PFL; Michel Temer - PMDB; Nelson Seixas- PDT; Ralph Biasi - PMDB; Ricardo Izar - PFL;Theodoro Mendes - PMDB; Tidei de Lima - PMDB.
Goiás
Aldo Arantes - PC do B;Délio Braz - PMDB;José Gomes - PRN; Manoel Mota - PMDB; MauroMiranda-PMDB; Naphtali Alves deSouza-PMDB;Paulo Borges - PDC; Roberto Balestra - PDC.
Distrito Federal
Francisco Carneiro - PMDB; Maria de LourdesAbadia - PSDB.
Mala Grosso
Antero de Barros - PMDB; Joaquim Sucena PTB; Júlio Campos - PFL; Osvaldo Sobrinho - PTB;Perival Muniz - PMDB.
Mato Grosso do Sul
José Elias - PTB; Levy Dias - PFL; Rosário Congro Neto - PMDB.
Paraná
Alarico Abib - PMDB; Antõnio Ueno - PFL; Basilio Villani - PTB; Borges da Silveira - PDC; Darcy
Sexta-feira 11 7519
Deitos - PMDB; Jacy Scanagatta - PFL; JovanniMasini - PMDB; Matheus Iensen - PMDB; RenatoBernardi - PMDB; Renato Johnsson - PRN.
Santa Catarina
Cláudio Ávila - PFL; Eduardo Moreira - PMDB;Geovah Amarante - PMDB; Henrique Córdova PDS; Neuto de Conto - PMDB; Orlando Pacheco- PFL; Renato Vianna - PMDB; Vilson Souza PSDB.
Rio Grande do Sul
Arnaldo Marangon - PT; Carlos Cardinal - PDT;Floriceno Paixão - PDT; Hermes Zaneti ,- PSDB;Irajá Rodrigues - PMDB; Ivo Lech - PMDB; Joãode Deus Antunes - PTB; Lélio Souza - PMDB; LuísRoberto Ponte - PMDB; Osvaldo Bender - PDS;Paulo Mincarone - PMDB; Paulo Paim - PT; RospideNetto - PMDB; Ruy Nedel- PMDB; Vicente Bogo- PSDB; Victor Faccioni - PDS.
Amapá
Geovani Borges - PR;N; Raquel Capiberibe - PSB.
Roraima
Alcides Lima - PFL; Chagas Duarte - PDT.
ORDEM DO DIAo SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - A lista de
presença registra o comparecimento de 310 Srs. Deputados.
Apresentação de ProposiçõesOs Senhores Deputados que tenham proposições a
apresentar poderão fazê-lo.
APRESENTAM PROPOSIÇÕES OS SRS.JOSÉ COSTA - Requerimento de informações aos
Srs. Ministros da Fazenda e do Planejamento sobredocumento elaborado pelo Banco Mundial.
PAULO RAMOS - Projeto de lei que dispõe sobreo sigilo bancário, prapõe rompimento de relações diplomáticas e comerciais e dá outras providências.
COSTA FERREIRA - Projeto de lei que regulamenta o inciso LXXVII do artigo 5' da Constituição.
PAULO ZARZUR - Projeto de lei que dispõe sobre a criação, subordinados ao Ministério da Saúde,de centros de recuperação para alcoólicos c dependentes de drogas.
KOYU IHA - Projeto de lei que assegura aos servidores públicos e aos partidos políticos o direito de resposta a comunicados oficiais.
- Projeto de lei que dispõe sobre a eleição de representante dos empregados nas empresas que especifica.
- Projeto de lei que estabelece normas para o provimento de cargos públicos na administração direta, indireta ou fundacional.
VICTOR FACCIONI - Requerimento de informações ao Ministério da Fazenda sobre dados oficiais sobrea exportação do Estado do Rio Grande do Sul em relação às vendas externas em 1988.
JOSÉ GENOÍNO - Projeto de lei que revogá aLei n' 7.170, de 14 de dezembro de 1983. da atualLei de Segurança Nacional.
-Projeto & lei que extingue o Serviço Nacionalde Informações (SNI), criado pela Lei n' 4.341, de 13de junho de 1964.
- Projeto de lei que revoga o art. 29 do Decreto-Lein' 200, de 25 de fevereiro de 1967, que cria as Divisõesde Segurança e Informações nos Ministérios Civis.
JAYME PALIARIN - Requerimente ao Presidenteda Câmara dos Deputados de consignação nos Anaisda Casa de voto de congratulações com o povo e autoridades de Sorocaba. Estado de São Paulo, pelo transcurso do aniversário da cidade, no dia 15 de agostopróximo.
- Requerimento ao Sr. Presidente da Câmara dosDeputados de consignação nos Anais da Casa de votode congratulações pelo transcurso do aniversário de Jaú,Estado de São Paulo, no dia 15 de agosto próximo.
CHAGAS NETO - Projeto de lei que dá a denominação de Governador Jorge Teixeira de Oliveira à UsinaHidrelétrica de Samuel, em Rondônia.
7520 Sexta-feira 11
JOSÉ GUEDES - Projeto de lei que dispõe sobreo direito'a férias anuais e da sua remuneração e duração.
HÉLIO ROSAS - Projeto de lei que acrescentaparágrafo ao artigo 28 do Decreto-Lei n' 2.403, de 21dc dezembro de 1987.
- Projeto de lei que regulamenta o disposto no artigo37, lI, da Constituição.
NEY LOPES - Projeto de lei que altera os artigos55 e 67 da Lei n' 4.737 de 15 de julho de 1965, (C6digoEleitoral) ~ dá outras p~ovidências.
FLORICENO PAIXAO - Projeto de lei que dispõesobre gratificação de inatiyidade dos militares e sobrepensões a dependentes de servidores militares e civis.(Art. 40, § 5' da Constituição).
- Projeto de lei que dispõe sobre o regime de previdência social do Aeronauta e dá outras providências.
VILSON SOUZA - Substitutivo ao Projeto de Lein' 2.647/89 que altera o art. 73 e §§ da Consolidação
, das Leis do Trabalho, que trata da regulamentação dotrabalho noturno e dá outras providências.
ÁLVARO VALLE- Projeto de lei que dispõe sobreas doações e presentes recebidos por servidores públicosda Administração Direta e Indireta, bem como das Fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público.
ANTONIOCARLOS MENDES THAME - Substitutivo ao Projeto de Lei n' 2.366/89 que regulamentao registro previsto no art. 8', inciso I, da Constituiçãoe dá outras providências.
GUMERCINDO MILHOMEM - Projeto de decreto legislativo que susta o Parccer n' SR-93, de 21 dejunho de 1989, do Consultor-Geral da República, aprovado pelo Presidente da República, em 22 de junhode 1989, publicado no Diário Oficial - Seção I, de23 de junho de 1989, à página 10816.
GEOVANI BORGES - Projeto de lei que acrescenta parágrafos ao art. 880 da Consolidação das Leisdo Trabalho.
O Sr. Adolfo Oliveira - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Tem V. Ex'a palavra.
O SR. ADOLFO OLIVEIRA (PL - RJ. Scm revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Sr~ e Srs. Deputados,o nobre Deputado Edivaldo Holanda teve hoje oportunidade de falar no Pequeno Expediente para comuhicarà Casa o seu desligamento da bancada do Partido LiberaI. S. Ex' usou expressões as mais comovidas e enaltecedoras em relação a este modesto líder e a outrasfiguras de relevo de nosso partido.
Quero dizer a V. Ex', Sr. Presidente, que talvez sejaa primeira vcz que acontece algo assim. O DeputadoEdivaldo Holanda foi praticamente compelido a dcsligar-se do Partido Liberal por motivos estaduais, porproblemas ocorridos lá no Maranhão, e pessoalmentedou-lhe total razão. O fato de S. Ex' ter deixado oPartido Liberal, através da comunicação de hoje, nãoquer dizer que nossos caminhos se váo afastar, poisem futuro muito pr6ximo, espero, estaremos juntos novamente.
O Deputado Edivaldo Holanda engrandece esta Casapor sua figura e conccito. E um homem de bem, quehonrou nossa representação na Câmara dos Deputados.Quero, Sr. Presidente, dirigir essas palavras de apreçoao companheiro, em nome de toda a bancada do PartidoLiberal, pois estamos solidários com S. Ex' e compreendemos as razões que o levaram a afastar-se do partido.
o Sr. José Genoíno - Sr. Prcsidcnte, peço. a palavrapara uma qucstão de ordem.
O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Tem a palavraV.Ex·
O SR. JOSÉ GENOÍNO (PT - SP. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidentc, gostaríamos de saber se asessão da Câmara dos Deputados vai prosseguir. OsDcputados vão falar no horário destinado às Comunicações de Liderança, mas o Presidente do CongressoNacional, Senador Nelson Carneiro, comunicou-nosque a sessão do Congresso se iniciaria às 16 horas.
Sr. Presidente, queremos uma informação: vai, ounão, haver sessão de Congresso? Caso não haja, continuaremos com a sessão da Câmara? Sabemos, inclusive,que temos matérias da maior gravidade a serem aprecia-
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
das, como é o caso do "Jumbão", que precisa ser abatido nesta Casa por um foguete Exocet.
Queremos saber, Sr. Presidente, a que horas vai serrealizada a sessão do Congresso, porque, rapidamente,faz-se uma votação, e o ~'jumbão" ...
O SR:PRESIDENTE (Feres Nader) - Srs. Deputados, vamos continuar com a nossa sessão, em Comunicações de Liderança, aguardando que o Sr. Presidentedo Senado Federal venha ao plenário para dar inícioà sessão do Congresso Nacional. .
O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Vai-se passarao horário destinado às
Comunicações das Lideranças
O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Concedo apalavra ao nobre Deputado Renato Johnsson, que falará pela liderança do PRN.
O SR. RENATO JOHNSSON (PRN - PRo Pronucniao seguinte discurso.) Sr. Presidente, Srs. Deputados,foi entre indignado e atônito que tomei conhecimento,ontem, das agressões que grupos de manifestantes doPDT perpetraram, ao final da tarde, contra o candidatoCollor de Mello e sua comitiva, em Niter6i.
Indignado porque entendo que, neste preciso instante, quando mercê de um dispostivo constitucional (dosmais pr6prios, diga-se, e que contou com meu entusiasmado apoio) conseguimos trazer nossa juvetnude à responsabilidade de, também, particípar, pela manifestação do voto, na escolha do destino político de nossapátria, tudo poderia acontecer, nunca isso!
E, pergunto, com que argumentos, com que moralpoderemos, agora, perante ela, nos justificar; como explicar atos de tão profundo mau-caratismo, de tamanhainsensatez política, de tal desinformação e despreparo?Como convencê-los de que, ao que tudo indica, foi.ato isolado, produto (pelo menos assim quero entender)de um clima de momento, de um desespero decorrentede uma inusitada e até agora não prevista situação deextremo sucesso de um lado e contudente fracasso deoutro; atitude, portanto, fruto da emoção, sem qualquervínculo com a razão? Não será fácil, podem estar certos!
Além de indignado, disse, fiquei atônito. E atônitoporque fica difícil assimilar o golpe que, não se pense,foi dado no candidato e sua comitiva. Mais do quefratw;a do nariz do jornalista Cláudio Humberto, o queocorreu, foi, sem dúvida, a lesão mais profunda e contundente de nossa estrutura democrática. Não podemoscsquecer, sintomaticamente, de que foi com uma pequena .pedra que Davi derrubou Golias. Permita Deus econcorram os homens para que o gigante que estavaadormecido por tantos anos e que ~onseguimos despertar a peso de muito sacrifício e muito trabalho nãoseja sequer abalado pela pedra que os nanicos da política lhe atiraram; permita Deus e concorram os homenspossa a democracia, ainda eu fustigada pelos que delas6 se aproveitam, como figura e como imagem, possaresistir altaneira; permita Deus e. concorram os homensconstitua-se o ocorrido de ontem em fato isolado, superado, vcncido, sepultado!
Lembro a meus colegas Deputados, com autoridadeapenas do dever, a responsabilidade formidável quesobre nossos ombros repousa: a de jamais permitir apagar a chama sagrada que, com tanto saerifício, ajudamostodos - instituição, políticos e povo - a acender. Ocreseimento de uma candidatura; o imprevisível e inestimável sucesso de uma bandeira; o surgimento de umPartido já forte em suas raízes; o verdadeiro contágioque um nome ou uma idéia possam levar a uma sociedade nada são perto do que de superior, de transcendental, de sagrado, para nós, agora, é a Democracia.
Ao tempo que denuncio a violência, conclamo todos,Autoridades e Povo, a agirem com reflexão, com eomedimento, com sensatez para que não nos arrependamos'amanhã de nos tennos omitido hoje. Lembro a sabedoria de Rui Barbosa, que dizia que "uns plantam asemente da couve. para o prato de amanhã, outros ado carvalho para o abrigo do futuro". Em·face dospeculiares condições de nossa sociedade, não podemosolvidar nenhum dos aspectos, o que s6 torna maiornossa responsabilidade.
Nunca precisou o Brasil, como agora, que cada umcumpra cnm o seu Dever!
Agosto de 1989
o SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Concedo apalvra ao ilustre Deputado Amaral Netto, Líder doPDS.
O SR. AMARAL NETTO (PDS - RJ. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, ontem, um Deputadodo PDS, Presidente de um diretório regional, assomouà tribuna desta Casa e declarou-se apoiador ou partidário da candidatura de Mários Covas, que é um grandecandidato. a quem respeito e estimo como amigo.
No entanto - não quero aqui entrar em polêmica-o nosso Presidente Delfim Netto disbribuiu uma notasobre o discurso desse candidato, a mais respeitávelque conheço, em que declara:
"1. O pronunciamento do nobre DeputadoAntonio Konder Reis, apoiando candidato de outro Partido, em detrimento da legenda pela qualfoi eleito, constitui violação dos deveres do filiadopara com o Partido Democrático Social - PDS,segundo o art. 79 do seu Estatuto.
2. O PDS lamenta esse solidário procedimento,que em nada contribui para o aperfeiçoamento daDemocracia, na qual a fidelidade partidária é umimprescindível instrumento."
Ora, Sr. Presidente, o mesmo Deputado dá hoje entrevista ao Correio Braziliense, em que diz, entre outrascoisas - conforme declarou da tribuna - que não violentou coisa alguma, porque foi autorizado pela Comissão Executiva Regional a apoiar quem quisesse e semanter Presidente do Diretório do PDS.
Essa decfaração foi seguida de outras, como a deque escolheu o melhor candidato, e fez críticas clarasao do PDS.
Mais adiante lamentou que, durante a sessão de ontem, quando anunciou a escolha do seu candidato, nenhum dos seus companheiros do PDS estivesse presentepara ouvi-lo. Isso também seria demais! •
Sr. Presidente, de possse dessa informação, pegueia bíblia do PDS, que é o seu estatuto, e procurei algoque justificasse essa atitude.
Não quero fazer comparações, mas três dias antesda convenção do PDS um senhor chamado EsperidiãoAmim, Prefeito de Florianópolis, à minha frente, emmeu gabinete, na presença de dois Deputados partidários de sua candidatura - os Deputados Ruberval Piloto da Mesa, e Artenir Werner - com as mãos postas,como se estivesse em prece, declarou textualmente:"Amaral Netto, eu lhe juro e dou-lhe minha palavrade honra de que, eleito Maluf pela convenção, estareicom ele nos palanques, para defender sua candidatura".A honra de Esperidião Amim está posta à prova. S.Ex' apoiou Brizola e agora está com o candidato Fernando Collor, como o personagem bíblico que negou Cristotrês vezes. Quando negará o Collor, não sei. Fui procurar o estatuto e verifiquei que há nos partidos umaficha que todos assinam. Essa ficha é do próprio Tribunal Eleitoral. Nela, depois do nome, do título, do endereço e de outros detalhes, está a assinatura e, embaixo,uma frase que diz: "O signatário deste documento compromete-se a respeitar o estatuto e o programa do partido no qual se inscreve".
Ora, Sr. Presidente, alguma coisa está errada no raciocínio do Deputado que aqui esteve ontem. Não hánada no estatuto do PDS que autorize uma ComissãoExecutiva regional a dizer a alguém que pode apoiaro candidato de sua preferência. Isso não é de sua competência.
Procurei explicação nas atribuições do Diret6rio econstatei que também ele não tem essa competência,apenas cumpre determinação do Diretório Nacional efaz cOm que todos os seus filiados também o façam.
Mais adiante, procurei ver os poderes da comissãoExecutiva Regional e verifiquei que é um 6rgão dedeliberações administrativas. O Diretório e a ~onvenção não podem delegar deliberações políticas à Comissão Executiva.
Nesse caso, Sr. Presidente, como fui posto em xequena entrevista do Deputado, afirmo que estamos calejados do troca-troca. Todos mudam de um lado paraoutro e ninguém respeita nada. O que posso dizer até contrariando a vontade do meu Presidente, DelfimNetto. que não queria cuidar do assunto, mas não possodeixar de protestar, não como Líder, mas como Deputado, é que não é possível que alguém tome a atitude
_Agosto de 1989
de apoiar um candidato diferente do de seu partido,por melhor que ele seja - não nego - e ao mesmo'tempo permaneça Presidente do Diret6rio Regional.Isso eu não entendo, não compreendo. E é contra issoque protesto, porque é uma atitude incompreensível;não casa com aquilo que se chama fidelidade e honraao partido a que se pertence.
Todos sabemos que muita gente trocou de candidato,mas não presidentes de diret6rios. Nunca vi Executivadar determinação a alguém para apoiar quem quer queseja sem precisar sair do partido. Não existe esse direito.
Portanto, Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, estoutrazendo aqui uma palavra mais minha do que da pr6pria Liderança, para protestar contra essa atitude, agravada hoje em uma entrevista. O Deputado em questão,cujo nome não me interessa, deixou claro que n6s éque estamos errados. Isso é a troca de todos os valoresde honra e de decência neste País.
Era o que tinha a dizer.
o SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Vai-se passarà votação da matéria que está sobre a mesa.
O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Há sobre amesa e vou submeter a votos o seguinte
REQUERIMENTO
Senhor Presidente,Requeremos a Vossa Excelência urgência para o Pro
jeto de Lei n' 3.106/89 (Do Poder Executivo) que "dispõe sobre a criação de empregos às Escolas TécnicasFederais".
Brasília, 10 de agosto de 1989. - Ibsen Pinheiro,Líder do PMDB - Virgildásio de Senna, Vice-Líderdo PSDB - Vivaldo Barhosa, Líder do PDT - ArnaldoFaria de Sá, Líder do PRN - Roberto Balestra, Líderdo PDC - Abigail Feitosa, pelo PSB - Fernando Sanotana, Vice-Líder do PCB - César Cals Neto, Líderdo PSD - José Lourenço, Líder do PFL - AmaralNetto, Líder do PDS - Gastone Righi, Líder do PTB- VirgOio Guimarães, Vice-Líder do PT - Adolfo Oli·veira, Líder do PL - Haroldo Uma, Líder do PC doB - Aristides Cunha, Vice-Líder do PSC - IsmaelWanderley, Líder do PTR - Leonel Júlio, Líder doPTB.
O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Os Srs. queo aprovam queiram permanecer como estão. (Pausa)
Aprovado.
O SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Comunicoaos nobres Deputados que, logo a seguir, haverá sessãodo Congresso Nacional. A matéria da Ordem do Diade hoje será transferida para a sessão de terça-feira,às 13h.
VII - ENCERRAMENTOO SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Nada mais
havendo a tratar, vou encerrar a sessão.
DEIXAM DE COMPARECER OS SENHORES:
Acre
Geraldo Fleming - PMDB; Rubem Branquinho PMDB.
Amazonas
Ézio Ferreira - PFL.
Rondônia
Raquel Cândido - PDT.
Tocantins
Ary Valadão -PDS.
Maranhão
Albérico Filho - PDC; Eurico Ribeiro - PRN;Francisco Coelho - PDC; Jayme Santana - PSDB;Joaquim Haickel- PDS; Victor Trovão - PFL; Vieirada Silva - PDS.
Piauí
Mussa Demes - PFL; Paulo Silva - PSDB.
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
Ceará
Etevaldo Nogueira - PFL; Firmo de Castro PMDB; Haroldo Sanford -PMDB; José Lins -PFL;Mauro.Sampaio - PMDB; Orlando Bezerra - PFL.
Paraíba
Francisco Rolim - PSC.
Pernambuco
Artur de Lima Cavalcanti - PDT; Cristina Tavares- PSDB; Fernando Lyra - PDT; Gi.Json Machado- PFL; Gonzaga Patriota - PDT; Osvaldo Coelho- PFL; Ricardo Fiuza - PFL; Roberto Freire - PCB.
Alagoas
Geraldo Bulhões - PRN; Renan Calheiros - PRN.
Babia
Abigail Feitosa - PSB; Domingos Leonelli - PSB;Haroldo Lima - PC do B; Jairo carneiro - PFL;João Carlos Bacelar - PMDB; José Lourenço - PFL;Lídice da Mata - PC do B; Waldeck Ornélas - PFL.
Rio de Janeiro
Aloysio Teixeira - PMDB; Anna Maria Rattes .PSDB; Brandão Monteiro - PDT; César Maia - PDT;Francisco Dornelles - PFL; Jorge Leite - PMDB;José Carlos Coutinho - PL; Oswaldo Almeida - PL;Rubem Medina - PFL; Sotero Cunha - PDC.
Minas Gerais
Bonifácio de Andrada - PDS; Mário Assad - PFL;Mauro Campos - PSDB; Melo Freire - PMDB; Milton Lima - PMDB; Raul Belém - PMDB; RobertoVital- PRNM; Virgílio Guimarães - PT.
São Paulo
Adhemar de Barros Filho - ; Afif Domingos PL; Airton Sandoval - PMDB; Antônio Perosa PSDB; Arnaldo Faria dc Sá - PRN; Arnold Fioravante- PDS; Bete Mendes - PMDB; Cunha Bueno PDS; Del Bosco Amaral- PMDB; Delfim NettoPDS; Farabulini Júnior-PTB; Fausto Rocha-PRN;João Herrmann Neto - PSB; José Carlos Grecco PSDB; José Egreja - PTB; Luiz Ioácio Lula da Silva- PT; Mendes Botelho - PTB; Plínio Arruda Sampaio- PT; Robson Marinho - PSDB; Ulysses Guimarães-PMDB.
Goiás
Genésio de Barros - PMDB; João Natal - PMDB;José Freire - PMDB; Lúcia Vânia - PMDB.
Distrito Federal
Geraldo Campos - PSDB; Márcia Kubitschek PMDB.
Mato Grosso
Rodrigues Palma - PTB.
Mato Grosso do Sul
Gandi Jamil- PFL.
Paraná
Airton Cordeiro - PFL; Ervin Bonkoski - PTB;José Carlos Martinez - PRN; José Tavares - PMDB;Mattos Leão - PMDB; Maurício Nasser - PMDB;Max Rosenmann - PMDB; Nelton Friedrich - PSDB;Nilso Sguarezi - PMDB; Osvaldo Macedo - PMDB;Paulo Pimentel- PFL; Sérgio Spada - PMDB; TadeuFrança - PDT.
Santa Catarina
Artenir Werner - PDS; Ruberval Pilotto - PDS;Victor Fontana - PFL.
Rio Grande do Sul
Antônio Britto - PMDB; Arnaldo Prieto - PFL;Erico Pegoraro - PFL; Hilário Braun - PMDB; JorgeUequed - PSDB.
Sexta-feira 11 7521
o SR. PRESIDENTE (Feres Nader) - Encerro asessão, convocando outra para amanhã, dia 11, as 9horas.
Encerra-se a Sessão às 16 horas e 13 minutos.
DISCURSO DO SR. ROSA PRATA, PUBLICADO NO DCN DE 17-6-1989, QUE SE REPUBUCA POR HAVER SAÍDO COM OMISSÓES.
O SR. ROSA PRATA (PMDB - MG. Pronunciao seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr"e Srs. Deputados, completando, em 6 de julho, 90 anos de existência com circulação ininterrupta, o jornal Lavoura e Co·mércio, editado em Uberaba, Minas Gerais, afirma-secomo sendo um.dos peri6dicos de presença mais éonstante no cenário jornalístico do País.
É fácil dar-se conta das imensas dificuldades que enfrentaram todos aqueles que se propuseram a fazer gazetas no Brasil do século passado. O que dizer daquelesque fizeram no interior...
Vem daí o extraordinário mérito do Lavoura e Comércio, que, se outros valores não tivesse, s6 o dacirculação contínua por nove décadas já seria grandefeito.
Mas, evidentemente, o jornal tem méritos extraordinários. Ele surgiu com a missão específica de defenderos legítimos interesses do produtor rural em face daganância do fisco estadual, que pretendia cobrar, naquela época, tributo considerado lesivo à economiaagropecuária. O compromisso de defesa dos direitosdo homem do campo foi, ao longo do tempo, bandeirado peri6dico; jamais, em toda a sua existência, deixariade honrá-Ia.
Valorizando as iniciativas do trabalho, comprometidocom os ideais Iibertários do povo que fez do diárioverdadeiro arauto das reivindicações, o jornal constitui-se, hoje, em valioso reposit6rio de informações dahist6ria do povo do Triângulo Mineiro. Ele sempre foifiel à comunidade e aos compromissos dela com o desenvolvimento do País.
Mas é, sobretudo, no registro da regionalidade e daspeculiaridades da vida no interior onde está, talvez,o maior méritodo jornal, que se vê, aos noventa anos,vigoroso, considerado e prestigiado. É evidente queseus diretores souberam conduzir com inteligência asgrandes e pequenas causas, dando ao povo uma trincheira permanente na defesa dos seus direitos.
O Lavoura e Comércio sempre defendeu a democracia, a família, os bons costumes, a valorização dotrabalho e os direitos sociais do cidadão.
Encerrando este pronunciamento, quero parabenizaros diretores e funcionários do Lavou~a e Comércio pelaoportunidade da efeméride, que é uma das mais gratasda hist6ria de Uberaba.
Da tribuna que ocupo neste momento, no CongressoNacional, permito-me homenagear a figura de Quintiliano Jardim, fundador c diretor do jornal que hojeexaltamos.
Ele foi um vulto de grande expressão cultural, estudioso e dc trato ameno, viveu o seu tempo com a menta·lidade voltada sempre para o futuro, valorizou e honrouseu povo e delc mereceu a maior consideração e respeito, lutou, trabalhou e viu sua empresa florescer, dissiminando idéias, registrando fatos, fazendo hist6ria.
ATOS DA MESA
~ APOSENTADORIASO Presidente da Câmara dos Deputados, no uso das
atribuições que lhe confere o artigo 1', item I, alíneab, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve, nos termos do artigo 40, inciso UI, alínea a,da Constituição de República Federativa do Brasil,combinado com os artigos 183, item n, alínea a, e 186,item I, alínea a, da Resolução n? 67, de 9 de maiode 1962, conceder aposentadoria a JERÓNIMO DEOLIVEIRA, no cargo de Técnico Legislativo, CD·AL-Oll, Classe Especial, Referência NS-25, do QuadroPermanente da Câmara dos Dcputados, com proventoaumentado de 20%, na forma do artigo 193, item lI,da Resolução n' 67, citada.
'Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.
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o Presidente da Câmara dos Deputados, no uso dasatribuições que lhe confere o artigo 1', item I, alíneab, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve, nos termos do artigo 40, inciso III, alínea a,da Constituição da República Federativa do Brasil,combinado com os artigos, 183, item lI, alínea a, e186, item I, alínea a, da Resolução n' 67, de 9 de maiode 1962, conceder aposentadoria a MARIA JOSÉ DASILVA, no cargo do Técnico Legislativo, CD-AL-Oll,Classe Especial, Referência NS-25, do Quadro Permanente da Câmara dos Deputados, com as vantagensprevistas no artigo 2', § 3', da Resolução n' 1, de 7de março de 1980.
Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.
b) EXONERAÇÕESO Presidente da Câmara dos Deputados, no uso das
atribuições que lhe confere o artigo 1', item I, alíneaa, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve conceder exoneração, de acordo com o artigo137, item I, § 1', item I, da Resolução n' 67, de 9de maio de 1962, a CARLOS ALBERTO GOUVÊA'DUTRA, Técnico Legislativo Adjunto, Classe "A",ponto n' 3902, do cargo de Oficial de Gabinete, CDDAS-102.1, do Quadro Permanente da Câmara dosDeputados, que exerce no Gabinete do Diretor-Geral.
Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.
O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso das, atribuições que lhe confere o artigo 1', item I, alíneaa, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve conceder exoneração, de acordo com o artigo137, item I, § 1', item I, da Resolução n' 67, de 9de maio de 1962, a CARLOS ROBERTO DAS CHAGAS, Técnico Legislativo, Classe "C", ponto n' 3621,do cargo de Chefe da Seção de Pagamento e Recebimento, CD-DAS-1Ol.1, do Quadro Permanente da Câmara dos Deputados, que exerce na Coordenação deMovimentação Financeira, do Departamento de Finanças e de Controle Interno.
Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.
O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso dasatribuições que lhe confere o artigo 1', item I, alíneaa, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve conceder exoneração, de acordo com o artigo137, item I, § 1', item I, da Resolução n' 67, de 9de maio de 1962, a HELENA WESTER DOS SAN·TOS, Técnico Legislativo, Classe "C", ponto n' 2476,do cargo de Assistente de Gabinete, CD-DAS-102.1,do Quadro Permanente da Câmara dos Depntados, queexerce no Gabinete do Diretor-Geral.
Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.
O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso dasatribuiçiies que lhe confere o artigo 1', item' I, alíneaa, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve conceder exoneração, de acordo com o artigo137, item I, § 1', item I, da Resolução n' 67, de 9de maio de 1962,.a JAIRO GOUVEIA, Técnico Legislativo, Classe Especial, ponto n' 1483, do cargo de Chefcda Seção de Pagamento de Deputados, CD-DAS-101.1,do Quadro Permanente da Câmara dos Deputados, queexerce na Coordenação de Pagamento do Pessoal, doDepartamento de Finanças e de Controle Interno.
Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.
O Presidente da Câmara cios Deputados, no uso dasatribuições que lhe confere o artigo 1', item I, alíneaa, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve conceder exoneração, de acordo com o artigo137, item I, § 1', item lI, letra a, da Resolução n' 67,de 9 de maio de 1962, em virtude de aposentadoria,
DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)
a MARIA JOSÉ DA SILVA, Técnico Legislativo,Classe Especial, ponto n' 1052, do cargo de Chefe doServiço de Administração, CD-DAS-IOL2, do QuadroPermanente da Câmara dos Deputados, que exerce naDepartamento de Pessoal.
Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.
O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso dasatribuições que lhe confere o artigo I', item 1, alíneaa, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve conceder exoneração, de acordo com o artigo137, item I, § 1', item I, da Resolução n' 67, de 9de maio de 1962, a MURILO SÉRGIO DA SILVANETO, Técnico Legislativo Adjunto, Classe "B", ponto n' 4409, do cargo de Secretário Particular, CDDAS-102.1, do Quadro Permanente da Câmara dosDeputados, que exerce no Gabinete do Líder do PartidoDemocrata Cristão.
Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.
c) NOMEAÇÕES
O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso dasatribuições que lhe confere o artigo 1', item I, alíneaa, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve nomear, na forma do artigo 103, alínea b, daResolução n' 67, de 9 de maio de 1962, ALBA CASTRO DA MArrA, Técnico Legislativo, Classe Espccial, ponto n' 1753, para exercer, no Departamentode Pessoal, o cargo de Chefe do Serviço de Administração, CD-DAS-I0l.2, do Quadro Permanente da Câmara dos Deputados, transformado pelo artigo 2' doAto da Mesa n' 15, de 26 de maio de 1987.
Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.
O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso dasatribuições que lhe confere o artigo 1', item I, alíneaa, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve nomear, na forma do artigo 103, alínea b, daResolução n' 67, de 9 de maio de 1962, CARLOS ALBERTO GOUVEIA DUTRA, Técnico LegislativoAdjunto, Classe "A", ponto n' 3.902, para exercer,no Gabinete do Líder do Partido Democrata,Cristão,o cargo de Assistente de Gabinete, CD-DAS-I02.1,do Quadro Permanente da Câmara dos Deputados,transformado pelo artigo 2' do Ato da ,Mesa n" 140,de 18 de julho de 1989.
Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.
O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso dasatribuições que lhe confere o artigo 1', item I, alíneaa, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,e observado o disposto no artigo 4' da Lei n' 5.901,de 9 de julho de 1973, resolve nomear, na forma doartigo 103, alínea b, da Resolução n' 67, de 9 de maiode 1962, CARLOS ROBERTO DAS CHAGAS, Técnico Legislativo, Classe "C", ponto n' 3.621,para exercer, na Assessoria Técnica da Diretoria Geral, o cargode Assessor Técnico, CD-DAS-102.3, do Quadro Per.manente da Câmara dos Deputados, transformado peloartigo I' da Resolução n' 43, de 30 de junho de 1973.
Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.
O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso dasatribuições que lhe confere o artigo I', item I, alíneaa, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve nomear, na forma do artigo 103, alínea b, daResolução n' 67, de 9 de maio de 1962, EDER LUIZDOS SANTOS DE JESUS, Técnico Legislativo Adjunto, Classe "A", ponto n' 4430, para exercer, no Gabinete do Líder do Partido Democrata Cristão, o cargo
. de Assistente de Gabinete, CD-DAS-102.1, do QuadroPermanente da Câmara dos:Deputados, transformado
Agosto de 1989
pelo artigo 2' do Ato da Mesa n' 140, de 18 de julhode 1989.
Câmara dos Deputados, 10 dc agosto de 1989. Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.
O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso "dasatribuiçiies que lhe confere o artigo 1', item I, alíneaa, do Ato a Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,e observado o disposto no artigo 4' da Lei n' 5.901,de 9 de julho de 1973, resolve nomear, na forma doartigo 103, alínea b, da Resolução n' 67, de 9 de maiode 1962, HELENA WESTER DOS SANTOS, TécnicoLegislativo, Classe "C", ponto n' 2.476, para exercer,na Diretoria Legislativa, o cargo de Assessor Administrativo, CD-DAS-102.3, do Quadro Permanente da Câmara dos Deputados, transformado pelo artigo l' daResolução n' 23, de 17 de junho de 1980.
Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.
O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso dasatribuições que lhe confere o artigo I', item I, alíneaa, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve nomear, na forma do artigo 103, alínea b, daResoluçâo n' 67, de 9 de maio de 1962, JAIRO GOUVEIA, Técnico Legislativo, Classe Especial, ponto li'1483, para exercer, na Coordenaçâo de Pagamcnto doPessoal, do Departamento de Finanças e de ControleInterno, o cargo de Diretor, CD-DAS.101.3, do Quadro Permanente da Câmara dos Deputados, Transformado pelo artigo 4' da Resolução n'65, de 25 de outubrode 1984.
Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.
O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso dasatribuições que 11).e confere o artigo 1', item I, alíneaa, do Ato da Mesa" n' 119, de 30 de março de 1989,e observado o disposto no artigo 4' da Lei n' 5.901,de 9 de julho de 1973, resolve nomear, na forma doartigo 103, alínea b, da Resolução n' 67, de9 de maiode 1962, MARCELO CARACAS UNHARES, paraexercer, na Diretoria Legislativa, o cargo de AssessorAdministrativo, CD-DAS-l02.3, do Quadro Permanente da Câmara dos Deputados, transformado peloartigo I' da Resoluçâo n' 23, de 17 de junho de 1980.
Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. Deputado Paes de Andrade, Presidente da C:lmarados Deputados.
O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso dasatribuições que lhe confere o artigo 1', item I, alíneaa, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve nomear, na forma do artigo 103, alínea b, daResolução n' 67, de 9 de maio dc 1962, MURILO SÉRGIO DA SILVA NETO, Técnico Legislativo Adjunto,Classe "B", ponto n' 4409, para exercer, no Gabinetedo Líder do Partido Democrata Cristão, o cargo deAssistente de Gabinete, CD-DAS-I02.1, do QuadroPermanente da Câmara dos Deputados, transformadopelo artigo 2' do Ato da Mesa n' 140, de 18 de julhode 1989.
Câmara dos Deputados, la de agosto de" 1989. Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputado.
O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso dasatribuições que lhe confere o artigo I", item r, alíneaa, do Ato da Mesa n' 119, de 30 de março de 1989,resolve nomear, na forma do artigo 103, alínea b, daResolução n' 67. de 9 de maio de 1962, RAUL DES0l!SA REIS, Técnico Legislativo, Classe "C', ponton' 2826, para exercer, no Gabinete do Diretor-Geral,o qrgo de Assistente de Gabinete, CD-DAS-l02.1.do Quadro Permanente da Câmara dos Deputados:transformado pelo artigo 3' do Ato, da Mesa n' 15,de 26 de maio de 1987.
Câmara dos Deputados, 10 de agosto de 1989. Deputado Paes de Andrade, Presidente da Câmara dosDeputados.
MESA --------------,.Presidente:PAES DE ANDRADE (PMDB)
1" Vice-Presidente:INOCÊNCIO OLIVEIRA (PFL)
2' Vice-Presidente:WILSON CAMPOS (PMDB)
19 Secretário:LUIZ HENRIQUE (PMDB)29 Secretário:EDME TAVARES (PFL)39 Secretário:CARLOS COTTA (PSDB)49 Secretário:RUBERVAL PILOTTO (PDS)
Suplentes:FERES NADER (PTB)FLORICENO PAIXÃO (PDT)ARNALDO FARIA DE SÁ (PRN)JOSÉ MELO (PMDB)
LIDERANÇAS
Vice-Líderes
LíderIBSEN PINHEIRO
Líder
EUCLIDES SCALCO
PARTIDO DA FRENTE LIBERAL-PFL-
Augusto Carvalho
PARTIDO COMUNISTABRASILEIRO
-PCB.-
Líder
ROBERTO FREIRE
Vice-Líderes
LíderLeonel Júlio
Líder
PARTIDO SOCIAL CRISTÃO-PSC-
Líder
CESAR CALS NETO
PARTIDO TRABALHISTARENOVADOR
-PTR-
ISMAEL WANDERLEY
Líder
Francisco Rolim
Vice-Líder
PARTIDO SOCIAL DEMOCRÁTICO-PSD-
PARTIDO DO POVO BRASILEIRO-PPB-
Fernando Santana
Aristides Cunha
Elias Murad
Líder
PLÍNIO ARRUDA SAMPAIO
Vice·Líderes
VirgI1io Guimarães Gumercindo Milhomem
PARTIDO DEMOCRATA CRISTÃO-PDC-
Líder
ROBERTO BALESTRA
Vice·LíderesTarzan de Castro Gidel Dantas
PARTIDO DA RECONSTRUÇÃONACIONAL-PRN-
Líder
ARNALDO FARIA DE SÁ
ADOLFO OLIVEIRA
PARTIDO DOS TRABALHADORES-PT-
Vice-Líder
Hélio Costa Nelson Sabrâ
PARTIDO LIBERAL-PL-
Líder
PARTIDO TRABALHISTABRASILEIRO
-PTB-Líder
GASTONE RIGHI
Vice-Líderes
Sólon Borges dos ReisRoberto Jefferson
Ronaro CorrêaRita FurtadoPaes Landim
José LinsErico Pegoraro
Annibal Barcello,
José TavaresJosé Ulisses de Oliveira
Maguito VilelaManoel Moreira
Márcio BragaMaurício PáduaRenato ViannaRospide Neto
Ruy NcdelSérgio Spada
Tidei de Lima
José TeixeiraRicardo IzarJofran FrejatJesus TajraIberê FerreiraStélio DiasLuís Eduardo
PARTIDO DA SOCIALDEMOCRACIA BRASILEIRA
-PSDB-
Genebaldo CorreiaAntônio BrittoBete MpndesCarlos VinagreDalton CanabravaDenisar AroeiroFernando VelascoFirmo de CastroGabriel GuerreiroJorge MedauarJosé Carlos VasconcelosJosé Geraldo
PARTIDO DO MOVIMENTODEMOCRÁTICO BRASILEIRO
-PMDB-
Líder
JOSÉ LOURENÇO
Vice-Líderes
PARTIDO SOCIALISTABRASILEIRO
-PSB-
Vice-Líderes
Virgildásio de Senna Robson MarinhoCristina Tavares Ziza ValadaresMaria de Lourdes Abadü:.
PARTIDO DEMOCRÁTICO SOCIAL-PDS-
Affif DomingosVice-Líderes
Marcos Formiga PARTIDO SOCIAL TRABALHISTA-PST-
LíderJoão Cunha
Líder
AMARAL NETTO
Vice-Líderes
Bonifácio de Andrada Darcy PozzaGerson Peres Aécio de Borba
PARTIDO DEMOCRÁTICOTRABALHISTA
-PDT-Líder
VIVALDO BARBOSA
Vice-LíderesLuiz Salomão Lysâueas MacielArtur Lima Cavalcante Carlos Cardinal
Líder
JOÃO HERRMANN NETO
Vice-Líder
Ademir Andrade
PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL-PCdoB-
Líder
HAROLDO LIMA
Vice·Líder
Aldo Arantes
PARTIDO DO POVO
-PP-Líder
ERALDO TRINDADE
PARTIDO LIBERAL PROGRESSISTA
-PLP-Líder
UBIRATAN SPINELLI
Francisco BenjamimJairo CarneiroMessias GóisNey LopesOscar CorrêaPaes Landim
Roberto Torres
Virgílio Guimarães
PL
Ibrahim Abi-Ackcl
PT
Francisco Diógenes
PDTCarlos Cardinal
PL
PSB
Júlio CamposNarciso MendesRita FurtadoSadie HauachcSérgio Brito
Jones Santos Neves10 Vagas
PTBFéres Nader
PT
PDC
PFL
PDS
PFL
PDS
PTB
PDC
PDTMiro Teixeira
PSDBMoema São ThiagoI Vaga
PCdoB
PSDBSigmaringa SeixasVilson Souza
2 Vagas
Carrel BenevidesGastone Righi
Flávio Rocha
Lídice da Mata
Carlos Alberto CaóMiro Teixeira
Darcy PozzaDelfim Netto
Sotero Cunha
Alysson PaulinelliChristóvam ChiaradiaErico PegoraroEunice MichilesJalles FontouraJesualdo Cavalcanti
José Carlos GreccoNelton Friedrich
1 VagaSecretária: Delzuíte M, A. do ValeRamal: 6906
COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃOE JUSTIÇA E REDAÇÃO
Presidente: Nelson Jobim - PMDB - RSVice-Presidentes: João Natal - PMDB - GO
Jorge Medauar - PMDB - BABonifácio de Andrada - PDS MG
TitularesPMDB
- Michel TemerNelson JobimNilson GibsonOsvaldo MacedoPlínio MartinsRenato ViannaRosário Congro NetoSérgio SpadaTheodoro MendesTito Costa
Renato JohnssonRita Camata
Aloysio ChavesCosta FerreiraDionísio HageEliézer MoreiraEvaldo Gonçalves
Marcos Formiga
Bonifácio de AndradaGerson Peres
José Maria Eymael
Brandão MonteiroDoute! de Andrade
José Genoíno
Jorge HageJuarez Marques Batista
Benedicto MonteiroHorácio,Ferraz
Arnaldo MoraesBernardo CabralCarlos VinagreHarlan GadelhaHélio ManhãesJoão NatalJorge MedauarJosé DutraJosé TavaresLeopoldo SouzaMendes Ribeiro
Jorge LeiteMárcia Kubitschek
Osmundo RebouçasRalph Biasi
José CamargoJosé JorgePaulo MarquesPaulo PimentelPedro Ceolin
Maurício FruetMaurílio Ferreira LimaMatheus IensenNilso SguareziOnofre CorrêaRonaldo CarvalhoRosário Congro NetoTidei de Lima1 Vaga
PTGumercindo Milhomem
PTBRoberto Jefferson
Gerson PeresPDS
PDTFernando Lyra
PL
PT
Roberto TorresPTB
2 VagasPDT
PSB
PDC
PSDSRobson Marinho1 Vaga
PC do B
SuplentesPMDB
Airton SandovalAntero de BarrosFrancisco AmaralJoaci Góes
PFL
Antônio. Salim CuriatiAr!lold Fjoravanfe
Ervin BonkoskiJoséElias
Aloísio VasconcelosAntonio BrittoAntonio GasparBete MendesEliel RodriguesFrança TeixeiraHenrique Eduardo AlvesJosé Carlos Martinez'José CostaJosé Ulísses de OliveiraLuiz Leal
Lysâneas MacielLuiz Salomâo
Florestan Fernandes
Cristina TavaresKoyo lha
Ângelo MagalhãesArolde de OliveiraÁtila LiraEliézer MoreiraEraldo TrindadeFrancisco Coelho
Afif Domingos
2 Vagas
José EliasOsvaldo Sobrinho
João da Mata
Manuel Domingos
Chico Humberto
José Carlos SabóiaPSB
PDCEduardo Siqueira Campos
PL
Eduardo BonfimPCdoB
Álvaro Valle
Raquel Capiberibe
Secrelário: Mariza da Silva MataRamais: 6902 - 6903
COMISSÃO DE CIÊNCIAE TECNOLOGIA,
COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICAPresidente: Antonio Gaspar - PMDB - MAVice-Presidentes: José Costa - PMD'B - AL
Álvaro Valle - PL - RJArolde de Oliveira - PFL - RJ
TitularesPMDB
PTJoão Paulo
PSDBSaulo QueirozVicente Bogo
PFL
PL
PTBRodrigues Palma
Jacy ScanagaltaJonas PinheiroSérgio BritoUbiratan SpineliVinícius Cansanção
PDC
PSB
Osvaldo Bender
PDS-TelmO Kirst
PFL
PDS
Gilson MachadoHumberto SoutoLuiz MarquesMaurício CamposNarciso Mendes
PSDB1 Vaga'
Juarez Marques BatistaZiza Valadares
José TavaresJosé VianaMaguito VilelaMoisés AvelinoOnofre CorrêaRaul FerrazRenato BernardiRuy NedelSérgio SpadaValdir Colatto
PDTNelson Aguiar
PCdoB
SuplentesPMDB
Antônio de JesusCelso DouradoDarcy DeitosDel Bosco AmaralHilário BraunIturival NascimentoIvo Cersósimo 'Ivo MainardiJorge ViannaJovanni MasiniLélio Souza
COMISSÃO DE AGRICULTURAE POLÍTICA RURAL
Presidente: José Egreja - PTB - SPVice-Presidentes: Rodrigues Palma - PTB - MT
Nestor Duarte - PMDB - BAJonas Pin,heiro - PFL - MT
TitularesPMDB
Marcos QueirozMaurício NasserNestor DuarteNeuto de ContoNyder BarbosaRaul BelémRosa PrataRospide NettoSantinho FurtadoWaldyr Pugliesi
Oswaldo Almeida
Aldo Arantes
Amaury MüllerCarlos Cardinal
Paulo Mourão
Alcides LimaAlércio DiasAlysson PaulinelliErico PegoraroFrancisco CoelhoIberê ferreira
Antonio Marangon
Jayme PaliarinJosé Egrcja
Eurico RibeiroMello Reis
José Carlos Sabóia
Edmundo GaldinoNelton Friedrich
Adauto PereiraAdylson Motta
Alexandre PuzynaAntônio CâmaraDoreto CampanariFausto FernandesGenésio BernardinoGeraldo BulhõesGeraldo FlemingJoão MaiaJoão RezekJosé AmandoJosé Freire
Antônio UenoAssis CanutoCleonâncio FonsecaCosta FerreiraDionísio Dal Prá
Cristina TavaresDirce Tutu Quadros
PCdoB
PSBJoão Herrmann Neto
Aldo Arantes
Secretária: Marci Ferreira LopesRamais: 6998 -7001
COMISSÃO DEDESENVOLVIMENTO URBANO,
INTERIOR E ÍNDIO
Paulo Zarzur Sérl',io Naya3 Vagas
PFLAloysio Chaves Gilson MachadoAntônio Ferreira Osmar LeitãoEnoc Vieira Sérgio BntoEtevaldo Nogueira
PSDBAntonio Perosa José SerraGeraldo Campos
PDSAry Valadão Mello Reis
PDTBrandão Monteiro César Maia
PTBMarluce Pinto Mendes Botelho
PTFlorestan Fernandes
1 Vaga PDC
Valmir Campelo
PTB
I VagaPDT
Octávio Elísio
PDS
PFL Narciso MendesPedro CanedoSarney Filho
Cunha Bueno
PT
PTB
PDC
PSDB
SuplentesPMDB
Manoel MoreiraMaria LúciaUldurico Pinto5 Vaj),as
Nelson Aguiar
Anna Maria RattesCarlos Mosconi
Artenir Werner
Francisco PintoHarlan GadelhaHélio ManhãesIvo LechJorge Uequed
Miraldo Gomes
Elias Murad
Gumercindo Milhomem
Alysson PaulinelliAlziro GomesEliézer MoreiraLúcio Alcântara
PFL
PDSJosé Luiz Maia
Jovanni MasiniLélio SouzaMaurício NasserNestor DuarteRaimundo BezerraUbiratan AguiarWagner Lago7 Vagas
Jesus TajraJesualdo CavalcantiNarciso MendesSarney Filho2 Vagas
PSDBVicente BogoI vaga
SuplentesPMDB
Adylson MottaJorge Arbage
Airton CordeiroAlcides LimaBenito GamaEnoc VieiraJosé Thomaz Nonô
Aécio NevesEgídio Ferreira Lima
Afrísio Vieira LimaAluísio CamposAntonio "IarízAsdrubal BentesFrancisco SalesGenebaldo CorreiaJosé Melo
Eduardo Bonfim
PSB
Adolfo OliveiraPCdoB PFL
Lézio Sathler
Orlando BezerraRicardo IzarWaldeck OrneIas
Myriam Portella
Rita CamataSimão SessimUhiratan Spinelli
PT
Paulo SidneiRonaldo CarvalhoValdir ColattoWaldir PUJ(liesi3 Vagas
Roberto Augusto
PFL
PTB
PDS
PDTChico Humberto
PDC
PSDB
PSDBPaulo Silva
SuplentesPMDB
Cleonâncio FonsecaLeur LomantoLuiz MarquesManoel Castro
Lurdinha Savignon
Caio PompeuFábio Feldman
Jairo Azi
Presidente: Mário Assad - PFL - MGVice-Presidentes: Etevaldo Nogueira - PFL - MG
Raul Ferraz - PMDB - BAJairo Ali - PDC - BA
TitularesPMDB
José MaranhãoLuís Roberto Ponte•Prisco VianaRaul FerrazRuy NedelVingt Rosado
Agassiz AlmeidaAntônio de JesusFrancisco CarneiroGabriel GuerreiroGerson MarcondesJosé Dutra
José Luiz Maia
Álvaro AntonioAntônio BrittoAsdrubal BentesChagas NetoFernando VelascoFirmo de CastroJosé Carlos Vasconcelos
Anna Maria RattesJosé Carlos Grecco
Antônio FerreiraChristóvam ChiaradiaEtevaldo NogueiraMario Assad
Chagas Duarte
João da Mata (PDC)
PDC
Roberto Augusto
PT
PT
PTB
Paes LandimRicardo IzarSadie Hauache
PDS
Juarez Marques Batista
Osvaldo Bender
PDC
Leonel Júlio
PFL
Sérgio CarvalhoPDT
PSDB
SuplentesPMDB
Joaquim HaickelMário de OliveiraMilton LimaPaulo Almada
Presidente: Furtado Leite - PFL - CEVice-Presidentes: Dionísio Dal Prá - PFL - PR
Annibal Barcellos - PFL - APOttomar Pinto - PMDB - RR
TitularesPMDB
Ivo CersósimoManoel MoreiraNyder BarbosaOttomar PintoPaulo SidneiRenato ViannaI Vaga
Joaquim Sucena
Paulo Delgado
Paulo Ramos
Farabulini Júnior
José Genoíno
Domingos JuvenilFernando VelascoGilson MachadoHélio Rosas
Antônio CâmaraEdivaldo MottaExpedito MachadoFrancisco PintoGeraldo FlemingHaroldo Sanford
COMISSÃO DEDEFESA NACIONAL
Paulo Mourão
Secretário: Jarbas Leal VianaRamais: 6930 - 6931
Sotero Cunha
Arnaldo MartinsJosé Guedes
Carlos Virgílio
Anníbal BarcellosDionísio Dal PráFurtado LeiteOrlando Bezerra
Lúcia BragaSandra CavalcantiWaldeck Ornélas
Raimundo BezerraRaimundo RezendeRenato BernardiRonaldo CarvalhoSamir AchôaValdir Colatlo
PFL
PTI Vaga
Rodrigues Palma
PDT2 Vagas
PTBErvin BonkoskiRoberto Jefferson
Lysâneas Maciel
Ernesto Gradella
Aécio NevesAntônio CâmaraGeraldo BulhõesJoaci GoesJoão MaiaJosé MeloPaulo Sidnei
Cláudio ÁvilaGandi JamilJofran FrejatJúlio Campos
COMISSÃO DE DEFESADO CONSUMIDOR E
DO MEIO AMBIENTEPresidente: Joaci Góes - PMDB - BAVice-Presidentes: Antonio Câmara - PMDB - RN
'FábiõFeldmann - PSDB - SPRaquel Cândido - PDT - RO
TitularesPMDB
I Vaga
Secretário: Ruy Ornar Prudêncio da SilvaRamais: 6920 - 6921
PSDBFábio Feldmann José GuedesGeraldo Alckmin Filho
PDCEduardo Siqueira Campos
PL
PDSVictor Faccioni Eurico Ribeiro
PDT. Raquel Cândido Paulo Ramos
Irma Passoni
PDCGidel Dantas
PDSCarlos Virgílio Eurico Ribeiro
Manoel CastroMussa Deme,Rita Furtado
José FreireLuiz Alberto RodriguesOsmundo RebouçasRoberto BrantSérgio Naya1 Vaga
Felipe Mendes
José Serra
José Fernandes
Ney LopesOrlando PachecoRita FurtadoSandra CavalcantiSarney Filho
PT
PDTNeIson Seix" s
PL
Gastone Righi
1 Vaga
Victor Faccioni
PTB
PDS
PDC
PFL
PSDBPaulo SilvaRobson Marinho
SuplentesPMDB
Mário MartinsMauro MirandaMessias SoaresPlínio MartinsRoberto VitalII Vagas
José Carlos Coutinho
Adylson MottaAécio de Borba
Benedicto MonteiroElias Murad
Fernando LyraF1oriceno Paixão
Antur da TávolaMoema São Thiago
Jonival Lucas
Gumercindo Milhomem
Amilcar MoreiraDaso CoimbraDjenal GonçalvesHenrique Eduardo AlvesJosé da Conceição
Alceni GuerraAlysson PaulinelliÃngelo MagalhãesErico PegoraroLauro MaiaManoel Castro
PC do B
Presidente: Francisco Dornelles - PFL - RJVice-Presidentes: Arnaldo Prieto - PFL - RS
Fernando Bezerra Coelho - PMDB-PEJosé Serra - PSDB - SP
TitularesPMDB
PFLArnaldo PrietoBenito GamaFrancisco DornellesLevy Dias
PL
Edmilson Valentim
PDT
João Herrmann NetoPSB
I Vaga
Lídice da Mata
PSB
Francisco KüsterJosé Carlos Grecco
PSDB
Álvaro Valle
Secretária: Tasmãnia Maria de Brito GuerraRamais: 6980 - 6977
COMISSÃO DE FINANÇAS
PDS
PC do B
Arnaldo MartinsCid CarvalhoFernando Bezerra CoelhoFrancisco SalesGonzaga PatriotaIrajá RodriguesJoão Carlos Bacelar
Aécio de Borha
César Maia
Jesualdo CavalcantiJosé QueirozLuiz MarquesOsvaldo CoelhoPedro Canedo
Eurico RibeiroPDS
PTB
PDTTadeu França
PT
Sólon Borges dos Reis
Paulo Delgado
PDSOsvaldo Bender
Bocayuva Cunha
PTBHorâcio Ferraz
Pl'
Orlando BezerraOscar CorrêaRicardo Izar
PSB
PL
1 Vaga
PDC
PSDBJorge HageOctávio Elísio
PDC
PDl'
PSDBKoyu lhaVilson Souza
PC do B
TitularesPMDB
José FreireJosé MaranhãoMaguito VilelaMárcia KubitschekMárcio BragaMauro SampaioRenato BernardiRita CamataSérgio SpadaUbiratan Aguiar
PFLAgripino de Oliveira LimaÁtila LiraCleonâncio FonsecaCosta FerreiraEraldo TinocoEvaldo Gonçalves
Caio PompeuHermes Zaneti
Arnold FioravanteArtenir Werner
Márcia Cibilis VianaNelson Aguiar
Florestan Fernandes
Milton Barbosa
Fábio RaunheittiOsvaldo Sobrinho
Secretária: Maria Laura CoutinhoRamais: 7016 - 7019
COMISSÃO DEEDUCAÇÃO,CULTURA,ESPORTE E TURISMO
Presidente: Ubiratan Aguiar - PMDB - CEVice-Presidentes: Celso Dourado - PMDB - BA
Jorge Hage - PSDB - BAFlorestan Fernandes - PT - SP
Virgílio Guimarães
Afrísio Vieira LimaAgassiz AlmeidaBete MendesCelso DouradoChagas NetoFausto FernandesFlávio Palmier da VeigaGerson Vilas BoasHélio RosasIranildo PereiraJoaquim Haickel
Fábio RaunheittiFeres Nader
Dirce Tutu QuadrosJorge Hage
Amaurv MüllerLuiz Salomão
José Luiz de Sâ
Adauto PereiraJosé Luiz Maia
Lídice da Mata
José Gomes
1 Vaga
Arolde de OliveiraChristovam ChiaradiaCláudio ÁvilaIberé Ferreira
José GeraldoLúcia VâniaLuís Roberto PonteMarcelo CordeiroMilton ReisOsmundo RebouçasOswaldo Lima FilhoRalph BiasiRoberto BrantI Vaga
Luiz EduardoRicardo FiuzaRonara CorrêaSaulo CoelhoVinicius Cansanção
Jofran FrejatJosé Jorge
Marcos QueirozMax RosenmannNelson JobimPaulo MincaroneRosa Prata10 Vagas
PL
Felipe Mendes
PT
PTBGastone Righi
PDS
Márcia Cibilis VianaPDT
PFL
PSB
Vladimir PalmeiraPDC
PSDBVirgildásio de SennaZiza Valadares
PC do B
Suplentes
PMDB
José SerraRonaldo Cesar Coei ho
Artur Lima CavalcantiCésar Maia
Cunha BuenoDelfim Netto
Basílio VillaniJayme Paliarin
Manuel Domingos
Secretário: Benício Mendes TeixeiraRamais: 6971 - 6072
COMISSÃO DE ECONOMIA,INDÚSTRIA E COMÉRCIO
Presidente: Ricardo Fiuza - PFL - PEVice-Presidentes: Airton Cordeiro - PFL - PR
Osmundo Rebouças - PMDB CECésar Maia - PDl' - RJ
Titulares
PMDB
Antônio UenoArnaldo Prieto
Ernesto Gradella
Airton CordeiroGilson MachadoJosé Mendonça BezerraJosé MouraJosé Thomaz NonóLael Varella
PFL
Albérico FilhoAmilcar MoreiraFernando Bezerra CoelhoFrancisco CarneiroGenebaldo CorreiaGeovah AmaranteGustavo de FariaHélio DuqueIsrael PinheiroJoão AgripinoJorge Leite
Bosco FrançaDarcy DeitosFirmo de CastroJosé CostaLuiz SoyerLuiz Vianna Neto
Flávio Rocha
Ademir Andrade
José Maria Eymae I
PDl'Raquel Cândido I Vaga
Pl'BMilton Barbosa (PDC) Valmir Campelo
Pl'
Basílio Villani
Luiz Gushiken
Jonival Lucas
PTB
Horácio FerrazPT
PDC
Carlos VinagreCid CarvalhoDélio BrazDenisar ArneiroHaroldo Sa15óia
SuplentesPMDB
João AgripinoJosé Carlos VasconcelosSamir AehôaTidei de Lima4 Vagas
PFL
Bonifácio de Andrada
Bocayuva Cunha
Benedicto Monteiro
PDS
Francisco Diógenes
PDTLuiz Salomão
PTBJosé Elias
SuplentesPMDB
Nyder BarbosaOswaldo Lima FilhoSérgio Werneck4 Vagas
Expedito MachadoFernando GaspananJoão NatalIranUdo PereiraLúcia VâniaMilton Reis
Alceni GuerraCleonâncio FonsecaGandi JamilJosé Lins
Euclides ScalcoRonaldo Cezar Coelho
Arnold Fioravante
PFLOrlando BezerraRubem MedinaSérgio Brito
PSDBRose de Freitas
PDSVictor Faccioni
Alércio DiasEnoc VieiraJosé LinsFurtado Leite
Francisco KüsterGeraldo Campos
Felipe Mendes
Artur Lima Cavalcanti
Basílio Villani
Luiz Gushiken
Leur LomantoMussa DemesStélio Dias
PSDBJosé Guçdes
PDSGerson Peres
PDTJosé Fernandes
PTBFarabulini Júnior
PT
PDC
PTAntônio Marangon
.PDCJosé Maria Eymael
Secretária: Állia Fclício TobiasRamais: 6945 - 6947
COMISSÃO DERELAÇÕES EXTERIORES
Presidente: Bernardo Cabral - PMDB - AMVice-Presidentes: Márcia Kubitschek - PMDB - DF
Aloysio Chaves - PFL - PAAdolfo_ Oliveira - PL - RJ
TitularesPMDB
Presidente: Fernando Gasparian PMDB-SPVice-Presidentes: Irajá Rodrigues-PMDB -RSBenito Gama - PFL - BAFernando Santana ~ PCB - BA
Miraldo Gomes
Secretária: Maria Julia Rabello de Moura
Ramais: 6955 - 6959
COMISSÃO DEFISCALIZAÇÃO E CONTROLE
Tarzan de CastroSccretário: Silvio Avelino da Silva
Ramais: 7025 - 7026
COMISSÃO DEMINAS E ENERGIA
Oscar CorrêaOsvaldo CoelhoPaulo PimentelRubem MedinaSarn"y Filho
Virgílio Guimarães
João de Deus Antunes
Luiz Viana NetoMarcelo CordeiroMárcia KubitschekMattos LeãoMaurilio Ferreira LimaMaurício FruetMelo Freir"Naphtali Alves de SouzaUlysses GuimarãesLeopoldo Bessone
PL
Mello Reis
PT
PFL
PDS
PTB
PDC
PDTJosé Maurício
PSDBJaime SantanaMoema São Thiago
Benedita da Silva
Aloysio ChavesAntônio UenoEnoc VieiraFrancisco BenjamimJesus TajraLeur Lomanto
Afrísio Vieira LimaAntônio MarizAirton SandovalBernardo CabralBosco FrançaDaso CoimbraDélio BrazDjenal GonçalvesHaroldo SabóiaJosé Ulisses de OliveiraLuiz Soyer
Adylson MottaFrancisco Diógenes
Tarzan de Castro
Artur da TávolaEgídio Ferreira Lima
Carrel BenevidesErvin Bonkoski
Amaury MüllerBocayuva Cunha
Victor Faccioni
José Santana deVasconcellos
José Tinoco'Maurício Campos
José Maurício
Marluce Pinto
PT
PDS
PTB
PDT
PDC
PSDBOctávio Elísio
Presidente: Octávio Elisio - PSDB - MGVice-Presidentes: Antônio Perosa - PSDB - SP
Mário Lima - PSDB - BAAécio de Borba - PDS - CE
TitularesPMDB
Luiz Alberto RodriguesMarcos LimaMário LimaMaurício PáduaOsvaldo MacêdoPrisco Viana1 Vaga
PFL'
Antonio PerosaMauro Campos
Domingps JuvenilEduardo MoreiraGabriel GuerreiroGenésio de BarrosJoão ResekJosé Amando
Leonel Júlio
Aécio de Borba
Alcides LimaAssis CanutoÉzio FerreiraGeovani Borges
Vladimir Palmeira
Raquel Cândido
PT
PDT
Valmir Campelo
1 Vaga
PTB
PDC
Malulv NetoSimã,; SessimVictor Fontana
TitularesPMDB
Irajá RodriguesJosé GeraldoMaria LúciaMário LimaNilso SguareziOttomar Pinto
PFL
Márcia Cibilis Viana
Leonel Júlio
Vladimir Palmeira
Benito GamaJoão AlvesJosé MouraJosé Tinoco
Airton SandovalAluízio CamposFernando GasparianFirmo de CastroFernando SantanaGerson MarcondesGustavo de Faria
PSDBJayme Santana Virgildásio de SennaMaria de Lourdes Abadia
SuplentesPMDB
Adolfo de Oliveira
Eduardo Bonfim
SuplentesPMDB
Marcos LimaMatheus IensenMauro SampaioMichel TemerRaul BelémRosário Congro NetoJorge Vianna
PSB
PCdoB
Domingos Leonelli
Antônio GasparBete MendesGenésio de BarrosGeovah AmaranteHélio DuqueHélio RosasJorge Medauar
Neuto de ContoOttomar PintoPaulo RobertoWalmor de Luca4 Vagas
Jonas PinheiroRonaro Corréa1 vaga
PFL
Aloísio VasconcelosArnaldo MartinsCarlos BenevidesHilário BraunIsrael PinheiroMaguito Vilela
Aloysio ChavesAnnibal BarcellosAntônio FerreiraEraldo Tinoco
José GomesPSDBAnna Maria Rattcs Rose de FreitasDirce Tutu Quadros
PDSJosé Luiz Maia Telmo Kirst
PDTChagas Duarte Sérgio Carvalho
PTBMarluce Pinto Valmir Campelo
PTPaulo Delgado
PDCSotero Cunha
Hermes ZanetiMaria de Lourdes Abadia
Leopoldo SouzaLuiz Alberto RodriguesRubem Branquinho
Arnaldo PrietoAirton CordeiroEraldo TinocoFausto RochaJosé CamargoLevy Dias
Artenir WernerAry Valadão
Doutel de Andrade
José EgrejaOsvaldo Sobrinho
José Genoíno
Santinho FurtadoTheodoro Mendes3 Vagas
PFL
Messias GóisNey LopesPaes LandimRicardo IzarI Vaga
PSDBSigmaringa SeixasVirgilâásio de Senna
PDSCunha Bueno
PDT2 Vagas
PTBSólon Borges dos Reis
PT
1 Vaga
PDC
Benedita da Silva
Miraldo Gomes
José Carlos Coutinho
Edmilson Valentim
Abigail Feitosa
Antônio BrittoBernardo CabralCelso DouradoDalton Canabrava
Anníbal BarcellosArolde de OliveiraJúlio CamposLúcia BragaMaurício CamposOsmar Leitão
PTJoão Paulo
PDC
PL
PCdoB
PSB
SuplentesPMDB
Ivo MainardiMárcio BragaMattos LeãoTidei de Lima
PFL 13 Vagas
Paulo MarquesRubem MedinaSaulo CoelhoSimão Sessim1 Vaga
PSDB
Floriccno Paixão
Feres Nader
Irma Passoni
Jairo Carneiro
Alarico AbibÁlvaro AntônioFrança Teixeira
Antônio DenoÁtila LiraEraldo Tinoco
Célio de Castro
Aécio de Borba
Chagas Duarte
Fábio Raunheitti
PDTMiro Teixeira
PTBSólon Borges dos Reis
PT
PDC
SuplentesPMDB
Osvaldo MacêdoRenato Vianna8 Vagas
PFLIberê FerreiraJofran FrejatRicardo Fiuza
PSDB 1 Vaga
Geraldo Alckmin Filho1 Vaga
PDSJorge Arbage
PDT
1 VagaPTB
Roberto Augusto
Presidente: Raimundo Bezerra - PMDB - CEVice-Presidentes: Ivo Leeh - PMDB - RS
Elias Murad - PTB - MGArnaldo Faria de Sá - PJ - SP
João Herrmann NetoSecretária: Regina Beatriz Ribas MarizRamais: 6992 ~ 6994
COMISSÃO DE SAÚDE,PREVIDÊNCIA E
ASSISTÊNCIA SOCIAL
PC do B
PSB
PDC
Ricardo FiuzaWaldeck Ornélas2 Vagas
PFL
Roberto AugustoPTB
PDC
PDT
PFLOsmar LeitãoVictor Trov~ío
I Vaga
PDS
PT
Lysâneas Maciel
Myriam Portella
PSDBNelton Friedrich
PT
TitularesPMDB
Jorge UequedJones Santos NevesJosé da ConceiçãoJosé TavaresJúlio Costamilan1 Vaga
SuplentesPMDB
Mário LimaNilson Gibson7Vagas
1 Vaga
Secretário: Ronaldo de Oliveira NoronhaRamais: 7011- 7012
Lurdinha Savignon
Átila LiraEnoc VieiraEunice Michiles
Aloysio TeixeiraEdivaldo MottaHaroldo SanfordLuís Roberto Ponte
Mendes Botelho
Alexandre PuzynaAntero de BarrosAntônio MarizEdmilson ValentimFrancisco AmaralGeraldo FlemingHaroldo Sabóia
Humberto SoutoLúcia BragaLúcio AlcântaraNarciso Mendes
Carlos Alberto Caó
Célio de CastroGeraldo Campos
Mello Reis
Paulo Paim
Farabulini Júnior (PTB)
COMISSÃO DE TRABALHOPresidente: Carlos Alberto Caó - PDT - RJVice-Presidentes: Paulo Paim - PT - RS
Júlio Costamilan - PMDB - RSEdmílson Valentim - PC do B RJ
Leonel Júlio
Oct;lvio ElísioVicente Bogo
Osvaldo Bender
PT
PL
PTB
PDC
PDTAdhcnõar de Barros Filho2 Vagas
PDS
1 Vaga
Paulo Paim1 Vaga
Anna Maria RattesGeraldo Alckmin Filho
Adylson MottaGerson Peres
Oswaldo Almeida
PFLAlbérico Cordeiro Mussa DemesHumberto Souto Sadie BauacheJalles Fontoura I VagaLuiz Marques
PSDBFrancisco Küster Paulo SilvaGeraldo Campos
PDSArtenir Werner Nasser Almeida
Aloysio TeixeiraAristides CunhaGarlos VinagreHélio RosasJoão NatalJosé FreireLeopoldo Bessone
Farabulini JúniorJoão de Deus Antunes
Francisco Rolim
Secretária: Maria Inéz LinsRamal: tí914
Manuel Domingos
COMISSÃO DESERVIÇO PÚBLICO
Presidente: Irma Passoni - PT - SPVice-Presidentes: Miro Teixeira - PDT - RJ
Carlos Vinagre - PMDB - PAAristides Cunha - PSC - SP
TitularesPMDB
Mário de OliveiraNaphtali Alves de SouzaPaulo ZarzurTheodoro MendesWagner Lago1 Vaga
PL
PSB
PCdo B
PFL
Roberto Jefferson
PDS
TitularesPMDB
Júlio CostamilanMauro SampaioMessias SoaresMoisés AvelinoRaimundo BezerraRaimundo RezendeRuy NedelUldurico PintoVingt Rosado2 Vagas
PTB
José QueirozLauro MaiaOrlando PachecoPedro CanedoSandra Cavalcanti
PSDBJorge UequedMaria de Lourdes Abadia
Carlos VirgI1io
Nelson SeixasPDT
Aldo Arantes
Roberto Balestra
Marcos Formiga
Alceni GuerraErieo PegoraroEunice MichilesGandi JamilJesualdo CavalcantiJofran Frejat
Alarico AbibArnaldo Faria de SáDjenal GonçalvesDoreto CampanariEduardo MoreiraFrancisco AmaralGenésio BernardinoIvo LeehJorge UequedJosé Viana
Carlos MosconiCélio de Castro
Antonio Salim CuriatiAry Valadão
Elias MuradJoaquim Sucena
Chico HumbertoFloriceno Paixão
PDCGidel Dantas
PTErnesto Gradella
Hermes Zanetti
Nelson SabráWaldeck Ornelas
Fernando GasparianIrajá RodriguesOswaldo Lima FilhoRaimundo BezerraRoberto Brandt
Deputados
PDS
Felipe Mendes
PDT
PFL
PSDB
João PauloPDC
Geovani BorgesJosé CamargoRubem MedinaSergio Brito
PSDB
Anna Maria Rattes
PDS
José Luiz Maia
PT
PDC
PTB
Carrel Benevides
PDTArtur Lima Cavalcanti
Abigail Feitosa
Suplentes
PMDB
Haroldo SabóiaIrajá RodriguesLélio SouzaLuiz Vianna NetoRaul BelémRenato Vianna
PFL
Composição
Roberto Balestra
PL
José Luiz de Sá
PSB!PC do B
Jarbas Passarinho
Pompeu de Souza
Odacir SoaresHugo Napoleão
Severo GomesJosé FogaçaNelson WedekinWilson MartinsJutahy Magalhães
Mauro Borges
Secretária: Hilda de Sena C. WiederheckerRamaIs: 6938 - 6939
Senadores
Presidente: Deputado Waldeck Ornelas (PFUVice-Presidente: Deputado Hermes Zaneti (PSDB)Relator: Senador Severo Gomes (PMDB)
PMDB
2 - COMISSÃO MISTA DESTINADA APROMOVER EXAME ANALÍTICO E PERICIAL DOS ATOS E FATOS GERADORES DO ENDIVIDAMENTO EXTERNOBRASILEIRO (ART. 26 DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS).
Pompeu de Souza
Luiz Salomão
PTB
Carlos Alberto Gastone Righi
Itamar Franco (sem partido)
Moisés Abrão
Meira FilhoNelson Wedekin
João Lobo
PTBMarluce Pinto
PDT1 Vaga
PT
PDC
PDSTelmo Kirst
PFL
Annibal BarcellosAntônio FerreiraArnaldo PrietoEraldo TinocoFurtado LeiteJoão AlvesJoiran FrejatOsvaldo CoelhoPaes LandimSimão Sessim
PSDB
Senadores
João MenezesLourival BatistaOdacir Soares
Chagas RodriguesJosé Richa
Benedita da Silva
Carrel Benevides
José Maurício
José SerraMaria de Lourdes AbadiaSaulo QueirozZiza Valadares
PDS
JOão Castelo Darcy PozzaFelipe MendesJorge Arbage
PTB
Luremberg Nunes Rocha Fábio RaunheittiFéres Nader
PDT
PT
COMISSÕES MISTAS
1. COMISSÃO MISTA DE ORÇAMENTOComposição
Presidente: Deputado Cid Carvalho - PMOB - MAVice- Presidente: Deputado César Maia - PDT _RJRelator: Senador Almir Gabriel - PMDB - PA
TitularesPMDB
Deputados
Cid CarvalhoDélio BrazDenisar ArneiroGenebaldo CorreiaIsrael PinheiroJoão AgripinoJoão Carlos BacelarJosé Carlos VaconcellosJosé Maranhão Manoel MoreiraMarcos QueirozMauro SampaioMax RosenmannNilson GibsonNyder BarbosaRospide NetoSantinho FurtadoUbiratan AguiarWagner Lago
Felipe Mendes
César MaiaLuiz Salomão
Irma PassoniVirgílio Guimarães
Jairo Carneiro
Secretária: lote LazzariniRamais: 7005 - 7006
Almir GabrielJoão CalmonLeopoldo PeresMendes CanaleRaimundo LiraRuy BacelarSevero Gomes
Ary Valadão
Saulo Queiroz
Tadeu França
Osvaldo Sobrinho
Manoel CastroMaurício CamposSaulo Coelho
Sigmaringa Seixas
Max RosenmannPaulo RobertoPaulo MincaroncRoberto VitalRubem BranquinhoSérgio Werneck1 Vaga
PFL
POS
PT
POT
PTB
PDC
PSDB
PSOB
TitularesPMDB
SuplentesPMDB
José GeraldoJosé Ulisses de OliveiraLuiz LealNaphtali Alves de SouzaRoberto BrantRospide Netto
Edmundo GaldinoRobson Marinho
Arnold Fioravallle
João de Deus Antunes
Airton CordeiroCosta FerreiraGeovani BorgesLael Varella
Sérgio Carvalho
José Carlos GreccoSaulo Queiroz
João Paulo
Jayme Paliarin (PTB)
Arnaldo MoraesChagas NetoDel Boseo AmaralEliel RodriguesFlávio Palmier da VeigaGustavo de FariaIturival Nascimento
Alexandre PuzynaCarlos BenevidesDalton CanabravaDenisar ArneiroMário MartinsMauro Miranda
Reunião: 4" e 5'; feirasSecretário: Agassis Nylandeir BritoRamais: 6989 - 6990
PFLAlziro Gomes Luiz MarquesÉzio Ferreira Simão SessimJosé Santana de Vasconcellos Stélio DiasJúlio Campos
PSOBAntônio Perosa Mauro CamposLézio Sathler
PDSDarcy Pozza Jorge Arba!jC
PDTBrandão Monteiro José Fernandes
PTBJoaquim Sucena Mendes Botelho
COMISSÃO DE TRANSPORTESPresidente: Darcv Pozza - PDS - RSVice-Presidente: Jorge Arbage - PDS - PA
Sérgio Werneck - PMDB - MGJosé Santana de Vasconcelos - PFL-MG
MEMBROS DO CONGRESSO MEMBROS DO PODER EXECUTIVO3 - COMISSÃO DE ESTUDOS TERRITORIAIS (ART. 12 DO ATO DAS DISPOSI·ÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS).
Composição
Senadores
Alfredo CamposChagas RodriguesJoão CasteloJoão MenezesNabor Júnior
Alcides LimaGabriel GuerreiroJosé Carlos VasconcelosJosé GuedesRenato Bernardi
Almir Laversveiler
Cesar Vieira de Rezende
Charles Curt Mucller
José Carlos Mello
Pedro José XavierMattoso
J EDIÇÃO DE HOJE: 40 PÁGINAS~'------
Centro Gráfico do Senado FederalCaixa Postal 07/1203
Brasília- DF
PREÇO DESTE EXEMPLAR: NCz$ O,U
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