resorts e turismo investimento em turismo residencial português
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QUARTA-FEIRA 11 ABRIL 2018 www.imobiliario.publico.pt
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SUPLEMENTO COMERCIAL
Reabilitação Urbana consolida-se como “verdadeiro desígnio nacional” Decorre esta semana a V edição da Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa, numa altura em que o setor atravessa um novo ciclo de consolidação da reabilitação como um verdadeiro desígnio nacional p03 e 04
Mercado e Financiamento na RU
É urgente atrair mais e melhor investimento para as nossas cidades
Movimento da reabilitação chega cada vez mais longe em Lisboa
Reabilitação Urbana vai continuar a ser tendência
Promotores apresentam ao Governo propostas para a habitação
IFRRU 2020: pedidos de financiamento já totalizam 194 milhões
Santander quer ser referência no financiamento à RU
p08 e 22
DR
EMPREENDIMENTO NOVAFACAREM MATOSINHOS, PORTOAÇÃO DE VENDA POR CARTA FECHADA
02 Opinião IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018
Vamos Reabilitar Portugal
O paradoxo do português
Sendo verdade que
Portugal encarou, de
forma unânime, a Rea-
bilitação Urbana co-
mo um dos motores
da produtividade territorial e da
estratégia global de dinamização
económica e social, é certo que os
bons resultados alcançados se ali-
cerçaram, quase em exclusivo, no
investimento privado, nacional e
estrangeiro. É, pois, fundamen-
tal, completar o ciclo, para dar
dimensão nacional à Reabilitação,
correspondendo às necessidades
de todo o País.
O financiamento, continua a
ser uma das maiores difi culdades,
sobretudo para os proprietários
que não dispõem de recursos pa-
ra promover as intervenções que
os seus edifícios
exigem. Por isso,
são necessários
m e c a n i s m o s
que permitam
a mobilização e
disponibilização
de recursos pú-
blicos para pro-
gramas específi -
cos de fi nancia-
mento.
R e a f i r m o ,
pois, a impor-
tância de ferra-
mentas como o
“Programa Casa
Efi ciente 2020” –
promovido pelo
Governo e pela
CPCI – Confede-
ração Portugue-
sa da Constru-
ção e do Imobili-
ário – destinado
a todo o tipo de
proprietários, independentemente
da sua dimensão e localização geo-
gráfi ca, que irá ser apresentado na
próxima sexta-feira. De igual modo,
é o caso do IFRRU, um instrumento
centrado nas Áreas de Reabilitação
Urbana e do FNRE - Fundo Nacio-
nal de Reabilitação do Edifi cado,
que irá apoiar operações de reabi-
É surpreendente a capaci-
dade que nós, portugue-
ses, temos de esquecer o
passado, mesmo que es-
te seja muito recente.
António Variações cantava “esta
insatisfação, não consigo compreen-
der” e de facto, é incompreensível
que não estejamos nunca satisfei-
tos com a nossa realidade, mesmo
quando apresenta melhorias em
relação ao dia de ontem.
Estive recentemente na Grécia,
um dos países que alinhavam ao lado
de Portugal nos “PIGS”, sigla usada
para identifi car os quatros países da
zona euro (Portugal, Itália, Grécia e
Espanha) com um elevado desequi-
líbrio das contas públicas e elevadas
taxas de desemprego. E, apesar das
melhorias que se registaram desde
este “batismo”,
a verdade é que,
ao ver com os
meus olhos a
realidade grega,
em que a pobre-
za e o ambiente
ainda são hostis,
não pude deixar
de me sentir or-
gulhoso pela for-
ma como Portu-
gal, com todas
as dificuldades
e incertezas que
ainda atravessa,
conseguiu dar
de certa forma
a “volta”, com
a preciosa ajuda
do Turismo e da sua “união de facto”
com o Imobiliário.
Mas a “turistifi cação” de Portugal
parece não agradar a ninguém, ou
pelo menos é essa a imagem que se
transmite, nomeadamente quando
a nossa imprensa passa frequente-
mente um refl exo agressivo dos ma-
lefícios que o turismo e o imobiliá-
rio estão a trazer aos portugueses,
ignorando completamente que, na
balança, os benefícios são muito
superiores a quaisquer constrangi-
mentos que possam existir.
Neste momento, em que o Turis-
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litação de edifícios, destinados ao
arrendamento.
São claramente instrumentos
complementares que, funcionando
em conjunto, muito poderão contri-
buir para o arranque de um “novo
ciclo” na reabilitação. Este foi um
dos aspetos que fi caram patentes
na Sessão de Abertura da V Edição
da Semana da Reabilitação Urbana
de Lisboa. Para além de estar em
causa o direito fundamental que é
o acesso à habitação, reabilitar é
devolver as cidades às pessoas e,
ao mesmo tempo, é desenvolver,
de uma forma transversal, a ati-
vidade económica e a criação de
emprego.
As empresas corresponderam aos
desafi os de um mercado complexo
e com uma dinâmica exponencial,
mas o seu esforço tem de ser apoia-
do. Basta ver que os números apu-
rados pelo INE, relativos às licenças
de obras de alteração emitidas em
2017 refl etem uma queda de 0,5%,
face a 2016, o que não correspon-
de à reabilitação que está à vista
de todos. Se há intervenções que
não estão sujeitas a licenciamento,
outras haverá que escapam à ati-
vidade fi scalizadora das entidades
competentes. Estão em causa situ-
ações de trabalho clandestino que
decorrem à margem do mercado,
às quais há que pôr fi m.
Foi, por isso, que a AICCOPN -
Associação dos Industriais da Cons-
trução Civil e Obras Públicas, criou
a marca R.U.-I.S. e lançou uma cam-
panha nacional que alerta para os
riscos associados à informalidade
e ilegalidade e reitera a importân-
cia de contratar empresas qualifi -
cadas. Distinguir quem atua com
cumprimento das regras exigidas,
é um contributo essencial para este
desafi o que é valorizar e qualifi car
o tecido empresarial e, simultanea-
mente, reabilitar as cidades de for-
ma inteligente e sustentável.
Presidente da AICCOPN –
Associação dos Industriais
da Construção Civil e Obras
Públicas
mo é um dos principais responsá-
veis pelo nosso desenvolvimento
económico e em que o imobiliário
tem desempenhado um papel im-
portantíssimo na criação de empre-
go, fazendo mexer múltiplas ativi-
dades, a montante e a jusante do
sector, insiste-se na ideia de que o
alojamento local está no centro dos
problemas habitacionais existentes,
quando por outro lado, esteve no
centro da recuperação das cidades,
e das suas dinâmicas económicas.
Recordo um passado bem recen-
te, em que, por exemplo, a Reabilita-
ção Urbana era apontada como um
desígnio nacional, que acabou por
se concretizar, levada a cabo maiori-
tariamente por privados, que inves-
tiram nos centros das cidades, até
então devolutos e sem condições,
para promover uma aposta num
segmento que se apresentava com
grande potencial de valorização.
Devido ao impacto que o Aloja-
mento Local teve em duas ou três fre-
guesias da Capital, e uma ou duas da
Invicta, discutem-se agora propostas
de lei que irão matar este mercado,
ignorando completamente os benefí-
cios que está a trazer a outras cidades
do País, através do investimento que
capta e do emprego que gera.
Não nos podemos dar ao luxo de
voltar a por tudo em causa, por um
mercado que está a funcionar impe-
cavelmente e que tem lavado a ca-
ra deste nosso Portugal. O impacto
negativo que eventuais mexidas na
legislação do alojamento local terão
no mercado, será muito maior do
que aquilo que se possa prever. É
muita ingenuidade pensar que ao
travar o alojamento local se criará
mais e melhores soluções habitacio-
nais para os portugueses. Isso não
acontecerá. As consequências serão
mais desastrosas do que benéfi cas.
Não podemos continuar a viver
neste paradoxo, em que estamos
insatisfeitos com o que é negativo
e com o que é positivo. Quando
surgem oportunidades, temos que
saber aproveitá-las em vez de as
ameaçarmos.
Presidente da APEMIP
Manuel Reis Campos
Luís Lima
Recordo um passado bem recente, em
que, por exemplo, a Reabilitação Urbana era apontada como
um desígnio nacional, que acabou por se
concretizar, levada a cabo maioritariamente
por privados, que investiram nos centros
das cidades
O financiamento, continua a ser uma das maiores dificuldades,
sobretudo para os proprietários que não dispõem de recursos
para promover as intervenções que os seus edifícios exigem. Por isso, são necessários
mecanismos que permitam a mobilização
e disponibilização de recursos públicos para programas específicos
de financiamento
IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018 Atualidade 03
O setor atravessa “um novo ciclo de
consolidação da reabilitação como
um verdadeiro desígnio nacional”,
disse Manuel Reis Campos, presiden-
te da CPCI - Confederação Portugue-
sa da Construção e do Imobiliário,
na abertura da V edição da Semana
da Reabilitação Urbana de Lisboa,
que decorre até 15 de abril na capital
portuguesa.
Manuel Reis Campos referiu que
“estamos no bom caminho, Portugal
encarou a reabilitação como um dos
motores da produtividade territorial
e dinamizadora económica e social”,
e considera que “Lisboa é hoje uma
metrópole cosmopolita que fi gura
nos principais roteiros mundiais”.
Esta dinâmica “permite-nos afi rmar
que é o momento certo para recupe-
rar as cidades, num momento rege-
nerador. Está em causa mais do que
a recuperação física do património
construído, mas também uma reabi-
litação inteligente e sustentável para
a competitividade territorial”.
O presidente da CPCI admite que
o acesso ao fi nanciamento “continua
a ser uma das difi culdades”, com o
investimento privado a ser notório,
mas também não deixou de referir
que “a disponibilização de recursos
públicos começa a ser uma realidade
no terreno, com Lisboa a assumir o
seu protagonismo”.
Para este responsável, é claro que
“as empresas assumiram este desa-
fi o”. E devem ser apoiadas, apontan-
do como principais reptos questões
como o trabalho clandestino ou o
já referido acesso ao fi nanciamen-
to. “Há intervenções que não estão
sujeitas a licenciamento e outras
escapam à fi scalidade. Há trabalho
clandestino ao qual há que colocar
um fi m”.
O presidente mencionou ainda a
marca RU-IS - Reabilitação Urbana
Inteligente e Sustentável, cujo “nível
de adesão é regulador do seu inte-
resse e importância”, sendo que “os
donos de obra reconhecem atributo
à marca do qual não querem pres-
cindir para garantir a qualidade má-
xima das suas obras”.
Reabilitação é central nas políticas urbanasA abertura da Semana da Reabili-
tação de Lisboa contou com a pre-
sença de João Pedro Matos Fernan-
des, ministro do Ambiente. Para o
governante, é tempo de tomar de-
Ana Tavares
Reabilitação Urbana consolida-se como “verdadeiro desígnio nacional”Decorre esta semana a V edição da Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa, numa altura em que o setor atravessa “um novo ciclo de consolidação da reabilitação como um verdadeiro desígnio nacional”
DR
cisões na área da habitação. “Hoje,
a Reabilitação Urbana é um objetivo
central das politicas urbanas”, e a
sua contribuição para a proteção e
qualifi cação do meio ambiente “é
essencial e consensual”.
Realçando a importância do apoio
e qualifi cação das empresas, desta-
cou programas como o IFRRU, que já
regista “números impressionantes”,
o Casa Efi ciente, que verá um novo
protocolo assinado ainda esta sema-
na, ou a constituição do Fundo Na-
cional de Reabilitação do Edifi cado,
que fi cará pronto “em menos de um
mês”. Já o Reabilitar para Arrendar
“está em velocidade cruzeiro”.
E notou que “a política de reabi-
litação do Governo não acaba aqui.
Queremos criar condições para que
a reabilitação passe de exceção à re-
gra. A reabilitação é um desafi o par-
tilhado pelo Governo”. Além disso,
“será evidente o papel da reabilita-
ção nas novas políticas de habitação,
e o inverso terá também de ser ver-
dadeiro”, concluiu.
O ministro explicou na sessão de
abertura que a construção e infra-
estruturação acarretam um enorme
consumo de recursos, pelo que “a
expansão da urbanização terá sem-
pre impacto”. E clarifi cou que o edi-
fi cado é o consumidor da maior quo-
ta de energia e “grande fonte de resí-
duos”. Na sua opinião, a Reabilitação
Urbana (RU) promove a reutilização
efi ciente dos recursos, em contra-
ponto ao abandono da expansão dos
centros para as periferias. “Permite
melhorar a efi ciência energética,
uma das formas mais efi cazes para
dar cumprimento aos compromissos
de redução de emissões”.
De resto, João Pedro Matos Fer-
nandes assevera que “confrontamo-
nos com um problema humano”, até
porque “somos nós a geração futura
do desenvolvimento sustentável”.
“Enganamo-nos se pensarmos que
a génese do problema está ligada
à energia. Teremos sempre fontes
de energia ao nosso dispor, mas os
materiais e as matérias-primas vão
Durante a abertura do evento, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, anunciou que será apresentado “ainda no primeiro semestre” a nova operação da zona de Entrecampos, incluindo a antiga Feira Popular
mesmo acabar”, exemplifi cou. “E a
construção precisa de muita. Já ex-
traímos da terra todos os materiais
que precisamos para reabilitar ou
construir nos próximos anos. Recur-
sos não se regeneram no tempo das
nossas gerações”. Daí salientar ser
fundamental o bom uso das maté-
rias-primas e “apostarmos declara-
damente na Reabilitação Urbana”.
O Governo e a RUMas a política de RU do Governo
não acaba aqui, garante João Pedro
Matos Fernandes. E para além da já
referida criação de condições para
que a Reabilitação Urbana passe de
exceção, o ministro falou ainda na
“confi ança que os programas e medi-
das apresentados mostram a aposta
decisiva do Governo na RU”.
“A aposta na Reabilitação Urbana
é forte e clara na procura de cida-
des mais densas e partilhadas, mais
capazes de servir os cidadãos a cus-
tos baixos”. Mas João Pedro Matos
Fernandes assegura que sua c
Luí s Campos Reis, presidente da CPCI,
diz haver intervenç õ es que nã o estã o sujeitas
a licenciamento e outras que escapam à
fiscalidade. “Há trabalho clandestino ao qual há que colocar um fim”
efetivação agrega todo o “vosso”
empenho. “A Reabilitação Urbana
é desafi o partilhado pelo Governo,
meio académico, ordens profi ssio-
nais, instituições fi nanceiras, todos
os cidadãos e profi ssionais, um setor
que dá cartas mundo fora”.
Lisboa lança nova operação de EntrecamposDurante a abertura do evento, o
presidente da Câmara Municipal de
Lisboa, Fernando Medina, anunciou
que será apresentado “ainda no pri-
meiro semestre” a nova operação da
zona de Entrecampos, incluindo a
antiga Feira Popular, incluindo “lotes
de edifícios e terrenos municipais ao
longo da Avenida das Forças Arma-
das, ou lotes de escritórios e equipa-
mentos ao longo da Avenida Álvaro
Pais”. “Queremos apresentar a todos
uma visão integrada para o desenvol-
vimento de uma zona que tem uma
oportunidade única para fazermos
cidade. É das operações imobiliárias
mais importantes do país este ano,
certamente das maiores em toda a
Europa, e será um momento mar-
cante na vida da cidade”.
Fernando Medina acredita que “é
à fi leira da construção e do imobiliá-
rio que devemos muitos dos resulta-
dos que o país está a ter. Não existira
uma dinâmica tão grande do turismo
sem a reabilitação. O setor respira
outra confi ança depois de quase 20
anos de quebra contínua”.
Deixando a sua “palavra de enco-
rajamento e confi ança para prosse-
guirmos a requalifi cação de Lisboa
e a projeção do setor”, O autarca sa-
lientou as linhas de orientação fun-
Depende do nosso empenho e de-
terminação. As nossas cidades não
podem perder esta oportunidade.
O futuro das nossas cidades está nas
nossas mãos”.
Ciclo longo e complexoLuís Saraiva, secretário-geral da
CPCI, que falou no evento sobre o
programa Casa Efi ciente, admite já
ter sido percorrido “um ciclo longo
e complexo”. Na sua apresentação,
que ocorreu na passada segunda-
feira, explicou que a Casa Efi ciente
tem por objetivo complementar os
outros programas e instrumentos
fi nanceiros que estão no mercado,
com o objetivo de “chegar ao pro-
prietário sem quaisquer condicio-
nalismos”. “Visa fi nanciar operações
de Reabilitação Urbana em eixos fun-
damentais de efi ciência e sustentabi-
lidade, potenciando aquilo que são
estas intervenções”.
Na prática, diz Luís Saraiva que se-
rão concedidos “empréstimos em
condições favoráveis, envolvendo
várias entidades”. O programa apli-
ca-se a todo o território nacional,
sobre prédios urbanos ou frações
autónomas. A CPCI “porque agrega
toda a fi leira do setor”, será a pro-
motora do programa, trabalhando
na sua divulgação. “Todo o processo
será desmaterializado, assente no
princípio da simplifi cação”.
Na primeira fase, o montante en-
volvido é de 200 milhões de euros,
metade do Banco Europeu de Inves-
timento e metade da banca comer-
cial. “Estamos certos de que será um
sucesso e que será alargado a todo o
território nacional”.
04 Atualidade IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018
damentais que a autarquia pretende
seguir nos próximos anos, nomea-
damente continuar a requalifi cação
do espaço público, em especial na
zona ribeirinha até Santa Apoló-
nia. A prioridade à mobilidade pelo
transporte público será também ela
uma prioridade, bem como o pro-
grama Renda Acessível. Acredita que
há que “lidar com a outra face” do
crescimento do turismo e da reabi-
litação das cidades, respondendo a
uma nova dinâmica da habitação
que se verifi ca.
RU enquanto motor de fi xação de pessoasAbel Mascarenhas, administrador-
executivo do IFRRU, na sua apre-
sentação, admite não ter qualquer
dúvida que este é um tema de maior
relevância, classifi cando a Reabili-
tação Urbana de “motor de fi xação
das pessoas e atividades e fator de
inclusão social e de preservação da
identidade de cada território”. O ad-
ministrador é da opinião que esta é
uma forma de “urbanismo mais ra-
cional e sustentável, dando resposta
às necessidades do país, das cidades
e das pessoas” e clarifi cou que Portu-
gal tem um milhão de edifícios que
requerem reparação.
Mencionou ainda o protocolo as-
sinado com a Associação dos Mu-
nicípios Portugueses, “executando
uma verdadeira política de descen-
tralização”. E o facto de estarem a
trabalhar “com a AICEP para um
novo protocolo para captação de fi -
nanciamento estrangeiro e para os
nossos emigrantes que podem ver
no IFRRU 2020 uma oportunidade
para reabilitar as suas casas”.
Abel Mascarenhas diz mesmo que
o IFRRU 2020 já é visto fora das fron-
teiras nacionais como “um caso de
estudo europeu” porque consegue
combinar diferentes fontes de fi nan-
ciamento, de diferentes entidades.
“Transformamos 100 milhões de eu-
ros do Portugal 2020 em 1,4 milhões
para a Reabilitação Urbana”.
Aliás, A Reabilitação Urbana é,
nas palavras de Abel Mascarenhas,
a chave da mudança para um novo
paradigma, para políticas centradas
nas pessoas, para criar cidades com
futuro. “Não temos qualquer tipo de
restrição. Queremos mais reabilita-
ção, mais desenvolvimento, maior
sustentabilidade. É um instrumen-
to do Portugal 2020 integrado nas
novas políticas da habitação. É o
melhor instrumento que existe em
Portugal, tem as melhores condições
fi nanceiras, e há um interlocutor pri-
vilegiado em cada município, para
que a Reabilitação Urbana encontre
aqui uma Via Verde para os seus in-
vestimentos”.
Garantindo que apoiam “os proje-
tos bons e sustentáveis com o apoio
dos municípios e dos certifi cados
da ADENE”, clarifi ca serem proje-
tos selecionados que podem usufruir
de condições fi nanceiras únicas no
mercado junto dos bancos parceiros.
“Podemos dizer que a Reabilitação
Urbana está em marcha, o IFRRU
está no terreno a fi nanciar. São 60
as candidaturas com valor de inves-
timento de 194 milhões de euros. E
o nosso potencial de investimento
traduz-se em 400 intenções de inves-
timento num valor de mil milhões.
Decorre esta semana a V edição da Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa, numa altura em que o setor atravessa “um novo ciclo de consolidação da reabilitação como um verdadeiro desígnio nacional”
“Hoje, a Reabilitação Urbana é um objetivo central das politicas
urbanas”, e a sua contribuição para a
proteção e qualificação do meio ambiente “é
essencial e consensual”, diz João Pedro Matos
Fernandes, ministro do Ambiente
Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, anunciou que será apresentado “ainda
no primeiro semestre” a nova operação da
zona de Entrecampos, incluindo a antiga Feira
Popular
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MILLENNIUM. AQUI CONSIGO.
EMPREENDIMENTO NOVAFACAREM MATOSINHOS, PORTOAÇÃO DE VENDA POR CARTA FECHADA
O Lote 6 do empreendimento NovaFacar em Matosinhos, é um terreno para construção de edifício habitacional com uma área de terreno de 1.472m2 e uma área bruta de construção de 9.936m2, dos quais 7.452m2 acima do solo.
A ação de Venda por Carta Fechada tem como valor base 1.000.000 de euros e a entrega de propostas deve ser feita na:
Predial Parque, Rua Marechal Saldanha, 56, 4150-557 até às 16H30 do dia 8 de Maio de 2018, sendo a abertura das mesmas às 17H00 desse mesmo dia.
O imóvel é propriedade do Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Imosotto Acumulação, detido pelo Banco.
Oportunidades
06 Oportunidades IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018
MILLENNIUM BCP
O empreendimento NovaFacar está junto da Exponor e da IKEA, em Leça da Palmeira
O Millennium bcp está a promover,
com o apoio da Predial Parque, a ven-
da do Lote 6 do empreendimento No-
vaFacar, situado em Leça da Palmei-
ra (Matosinhos), através de concurso
por carta fechada pelo valor base de
€1.000.000. Propriedade do Fundo
de Investimento Imobiliário Fechado
(FII) Imosotto Acumulação, o ativo
poderá ser alvo de propostas até às
16h30 de 8 de maio, a entregar na
sede da Predial Parque (Porto) e com
abertura marcada para as 17h00. “No
momento em que a procura se mos-
tra superior à oferta disponível e a
abertura dos bancos ao fi nanciamen-
to do setor da construção é uma rea-
lidade, o Millennium bcp não pode
deixar de mostrar ao mercado ativos
que, pela sua localização e potencia-
lidades construtivas, proporcionam
excelentes soluções para colmatar a
insufi ciência de oferta face à procu-
ra”, diz Nuno Marçal, Responsável
de Vendas – Grandes Imóveis Norte
da Direção de Negócio Imobiliário do
banco. A julgar pela “movimentação
que tem havido em torno do ativo”,
a venda promete ser um sucesso:
Lote habitacional no topo da NovaFacar em venda por carta fechada Integrado neste empreendimento em Leça da Palmeira, o Lote prevê a construção de 78 fogos e tem um valor base de €1.000.000. A boa projeção de vendas finais no atual momento do mercado é um argumento de peso.
“é um investimento extremamente
aliciante”, reforça Domingos Silva,
gerente da Predial Parque.
O Lote, com uma área de constru-
ção de 9.936 m2, prevê a construção
de um prédio residencial com um
total de 78 fogos distribuídos por 10
pisos e mais 1 recuado (7.452 m2 de
área bruta de construção acima do
solo), além de estacionamento em
cave para 99 viaturas. Está situado
no “topo do empreendimento, com
3 frentes de arruamentos”, detalha
Nuno Marçal, acrescentando que
“tem uma excelente localização”
num empreendimento a partir do
qual se pode chegar “rapidamente ao
Porto, a Matosinhos, ao aeroporto,
ou a qualquer outro local do Norte
ou sul do país, através do fácil aces-
so às diversas autoestradas e outras
vias de comunicação”. A NovaFacar
situa-se na margem Norte do Por-
to de Leixões, junto à Exponor e à
IKEA, a escassos minutos da praia e
a poucos metros do Porto de Mar de
Leixões, dispondo de acessos privi-
legiados a vias como a A28, A1, IC24,
A3 e A4. Além disso, disfruta de um
preço do lote é extremamente com-
petitivo” face aos resultados poten-
ciais das vendas, o que “permitirá
uma excelente rentabilidade”.
Os construtores e promotores lo-
cais estão entre os principais inte-
ressados para a aquisição deste Lo-
te, mas também de todo o Grande
Porto e até de âmbito nacional, que
“investem cada vez mais fora da sua
zona de ação” e que são atraídos “pe-
los bons resultados que podem reti-
rar da construção neste local, além
das boas perspetivas para a venda
em planta neste mercado”, nota o
gerente da Predial Parque. Não será
de estranhar, por isso, que esta ação
possa impulsionar o interesse nou-
tros ativos do Millennium bcp nes-
te empreendimento. Do total de 22
lotes que compõem a NovaFacar (e
onde se incluem seis já edifi cados,
com uma área comercial, um hotel
e habitação), 13 dos lotes disponíveis
são maioritariamente propriedade
do FII Imosotto Acumulação. Estes
últimos apresentam geometrias e
áreas diferenciadas entre 810 e 4.802
m2, admitindo construção de habi-
tação, comércio, escritórios e hotel.
“Todos os projetos que resultarem
destes lotes vão marcar o desenvol-
vimento do local”, diz Domingos Sil-
va, e “quem não conseguir comprar
agora, poderá ter oportunidade de
adquirir outros lotes no futuro”, ter-
mina Nuno Marçal.
“local calmo, numa combinação de
habitação, turismo e serviços, exce-
lente para focalizar o crescimento de
Leça da Palmeira, um local agradável
com muitos atrativos para se viver”,
comenta ainda Nuno Marçal.
Estes atributos do empreendi-
mento, “que sempre marcará a
diferença no concelho pela sua
localização, acessibilidade e pela
harmonia do plano urbanístico”,
diz Domingos Silva, prometem ser
um catalisador das vendas fi nais. O
segmento médio-alto é o principal
alvo destas casas, destacando-se as
famílias portuguesas para residência
permanente e a aquisição para in-
vestimento, com colocação no mer-
cado de arrendamento de longo pra-
zo. Ainda que em menor escala, os
estrangeiros também podem estar
entre os compradores destas casas,
especialmente os reformados que
querem “uma vida calma e casas de
qualidade numa vila pequena, plana
e com uma luz muito especial. Numa
perspetiva conservadora, as vendas
dos apartamentos resultantes deste
lote poderão atingir os €15.000.000,
de acordo com uma estimativa da
Predial Parque, acrescendo que o
tempo de venda das casas no con-
celho é hoje bastante mais rápido.
No atual momento de mercado, em
que “a oferta não satisfaz a procura,
vende-se o produto novo em pouco
tempo e em início de construção”,
diz Domingos Silva. Desta forma, “o
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IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018 Oportunidades 07
HabitaçãoMatosinhos com subida homóloga de 7,9%O Índice de Preços Residenciais da Confidencial Imobiliário aponta no sentido de uma valorização no mercado da habitação em Matosinhos. No último trimestre de 2017, os preços subiram cerca de 3% face ao trimestre anterior e cerca de 7,9% quando comparados com o mesmo período do ano anterior.O índice de Preços Residenciais neste concelho regista numa sequência de valorização desde o 2º trimestre de 2016, período em que preços tinham caído cerca de 7,5%.
De acordo com o SIR-Sistema de Informação Residencial, o preço médio de oferta no concelho era de 1409 euros/m2 no 4º trimestre de 2017, enquanto que no 2º trimestre de 2016 estava nos 1.244 euros/m2.
Os dados do Pipeline Imobiliário mostram que entraram em licenciamento 142 projetos residenciais no ano de 2017 neste concelho, dos quais sete possuem uma área superior a 1000 m2. A estes 142 projetos correspondem 370 fogos. Os apartamentos concentram 16,9″% dos novos projetos em licenciamento e a 66,2% dos novos fogos, sendo a grande maioria referente a projetos de construção nova.
7,9%Subida homóloga dos preços em Matosinhos (4ºT 17)
1409 euros/m2Preço médio de oferta das casas em Matosinhos (4ºT 17)
142Projetos de habitação que entraram em licenciamento em Matosinhos (2017)
Em 2017 entraram em licenciamento
370 novos fogos distribuídos por 142
projetos no concelho de Matosinhos
(dados da Confi dencial Imobiliário),
o que revela crescimentos face a 2016
de, respetivamente, 148% e 109%. Es-
tes foram mesmo os aumentos mais
expressivos na Área Metropolitana
do Porto (AMP) – apenas superado
pela subida do número de fogos em
Valongo (313% para 233 unidades).
Este ritmo é também muito mais
acelerado do que a média metro-
politana, onde o pipeline de novos
fogos em 2017 cresceu 63% (para
5.855 unidades) e o número de pro-
jetos aumentou 36% (para 237). O
dinamismo de Matosinhos resultou
no aumento do seu peso no total da
oferta da região, com o número de
fogos em licenciamento no conce-
lho em 2017 a pesar 6,3% do pipeline
metropolitano, quando em 2016 esse
peso era de 4,1%.
Ainda assim, o concelho, à seme-
lhança, do que acontece por todo o
país, continua a sofrer de um dese-
quilíbrio entre a oferta e a procura.
Na verdade, “precisaríamos do triplo
da oferta que está no mercado. Há
um grande défi ce de casas. A pro-
cura é muito elevada e a oferta não
a satisfaz”, diz Domingos Silva, ge-
rente da mediadora Predial Parque,
que está a apoiar o Millennium bcp
Matosinhos mais que duplica fogos em licenciamento, mas oferta continua baixaAna Tavares
numa ação de venda por carta fecha-
da de um Lote para construção de
habitação multifamiliar no empre-
endimento NovaFacar, em Leça da
Palmeira. “Os projetos novos, mes-
mo com um ciclo de produção mais
longo que o da reabilitação, estão a
ganhar nova atratividade junto dos
promotores/construtores”, tendo em
conta a consolidação da procura e
também a rapidez de colocação do
produto, com “projetos vendidos na
fundação”.
Construção recuperaNão é de estranhar, por isso, que a ati-
vidade de construção esteja também
a reagir positivamente. Aliás, esta
ação promovida pelo Millennium bcp
visa “estar em linha e corresponder à
tendência de crescimento do setor da
construção em Portugal e, em espe-
cial na região do Grande Porto, onde
o nível de vida tem vindo a benefi ciar
de boas melhorias e onde o turismo
tem crescido signifi cativamente”,
considera Nuno Marçal, Responsável
de Vendas – Grandes Imóveis Norte
da Direção de Negócio Imobiliário
do banco. De acordo com os dados
do Instituto Nacional de Estatística
(INE), a produção na construção em
Portugal aumentou 3% em janeiro
(face a janeiro de 2017), acelerando
face ao mês anterior. Da mesma for-
ma, também o emprego neste setor
apresentou um crescimento homó-
logo de 2,2% pelo terceiro mês con-
secutivo e as remunerações aumen-
taram 2,9%, acelerando face aos 1,6%
registados em dezembro. O setor da
construção tem sido mesmo um dos
que mais se destaca na criação de
empresas este ano, apresentando,
no acumulado dos dois primeiros
meses, uma das maiores subidas no
número de empresas constituídas
(dados InformaD&B), em cerca de
30,8% (ou seja, mais 222 nascimen-
tos para 942). O ritmo de criação de
empresas (total de todos os setores)
neste período foi de 12,1%. De acor-
do com esta fonte, existirão cerca
de 38.883 empresas de construção
ativas em fevereiro de 2018
Matosinhos foi o concelho da Área Metropolitana do Porto onde o pipeline de habitação mais cresceu em 2017
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TERRENO URB. NOVAFACAR – LOTE 6
Refª: 12674Valor base: €1.000.000Concelho /Freguesia: Matosinhos /Matosinhos e Leça da PalmeiraAno: 2000Ação de venda através de proposta em Carta Fechada
08 Mercado e Financiamento na RU IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018
Falar de reabilitação urbana é falar
de sustentabilidade, de efi ciência tec-
nológica e ambiental, de otimização
de recursos naturais, de inovação e
empreendedorismo e de qualidade.
Manuel Reis Campos, presidente da
AICCOPN – Associação dos Indus-
triais da Construção Civil e Obras
Públicas, admite que, para dar res-
posta a estes desafi os, as empresas
têm de assumir a sua identidade pela
diferenciação no mercado. “Os níveis
de atividade têm melhorado. Porém,
fenómenos como a concorrência des-
leal e a ilegalidade, particularmente
graves em segmentos como a reabili-
tação urbana, colocam em causa to-
das as empresas cumpridoras e que
apostam na qualifi cação e na valori-
zação dos seus serviços e recursos”,
disse ao Público Imobiliário.
Exatamente por este motivo, a
AICCOPN criou a marca R.U.- I.S. –
Reabilitação Urbana Inteligente e
Sustentável, “a pensar nas pessoas
e para as pessoas, distinguindo quem
atua com cumprimento das regras
exigidas, dá um contributo essencial
para este desafi o que é valorizar e
qualifi car o tecido empresarial”. Ex-
plica Reis Campos que, a exemplo
do que se passa nos principais países
europeus, valores como a confi an-
ça, a segurança ou a qualidade são
requisitos exigidos pelos donos de
obra e é necessário afastar o risco de
recorrer a entidades que promovem
a clandestinidade, o trabalho ilegal e
não cumprem requisitos básicos.
Mercado de 24 mil milhões de eurosSegundo dados da AICCOPN, estima-
se que o custo das intervenções mais
relevantes ao nível do edifi cado habi-
tacional ascendam aos 24 mil milhões
de euros sendo que, nas palavras do
presidente, “o parque habitacional
português continua profundamen-
te degradado”. E explica: “basta ver
que, de um total de quase seis mi-
lhões fogos existentes, um milhão e
meio, necessitam de conservação”.
De resto, é no segmento da reabi-
litação onde se têm observado as ta-
xas de crescimento mais elevadas do
setor, registando-se um crescimento
médio do valor bruto da produção
de 9,1% nos últimos três anos. Para
2018, as previsões desta associação
apontam para um aumento de 9,7%,
em termos homólogos. “São taxas de
crescimento signifi cativas, mas que
Susana Marvão
“É urgente atrair mais e melhor investimento para as nossas cidades”Manuel Reis Campos, presidente da AICCOPN, alerta que apesar dos resultados positivos conseguidos em certos espaços urbanos é necessário ganhar uma dimensão nacional e aproveitar as oportunidades que a atual conjuntura tem proporcionado
DR
refl etem, também, a dimensão deste
mercado e o seu enorme potencial”,
comentou Reis Campos.
Atrair mais e melhor investimentoEm algumas entrevistas, Manuel Reis
Campos já havia comentado o facto
de, apesar de os “números” da Rea-
bilitação Urbana serem animadores,
ainda estarem muito aquém do seu
potencial. O que falta, então? Para o
presidente, mais do que tudo, é ne-
cessário atrair mais e melhor inves-
timento para as cidades e, em parti-
cular, para a Reabilitação Urbana. “É
que apesar dos resultados positivos
conseguidos, em especial, em certos
espaços urbanos como é o caso de
Lisboa e do Porto, a verdade é que,
por um lado, é necessário ganhar uma
dimensão nacional e, por outro, apro-
veitar as oportunidades que a atual
conjuntura tem proporcionado”.
O presidente recordou, por exem-
plo, as questões de natureza buro-
crática e administrativa que têm im-
pedido a atração de investidores ao
programa dos vistos “gold” e que a
falta de estabilidade do nosso siste-
ma fi scal tem criado desconfi ança
junto de muitos potenciais interes-
sados no Regime de Tributação de
Residentes Não Habituais. “Mes-
mo no Alojamento Local, que é um
exemplo de uma atividade que tem
dado um excelente contributo para
a reabilitação do nosso património e
para a revitalização das cidades, com
efeitos inegáveis em diversos setores
de atividade, como o comércio e o
turismo, a necessidade de regular es-
ta atividade parece querer pôr em
causa a sua continuidade”.
Explana Reis Campos que o Aloja-
mento Local precisa é de bom senso
e de ponderação e não de uma indefi -
nição, que afasta os potenciais inves-
tidores. “Fiscalidade justa e equili-
brada, acesso ao fi nanciamento, mais
oferta de habitação e um mercado
do arrendamento com dimensão,
são questões que precisam de ser
resolvidas”.
O impulso dos instrumentos fi nanceirosOs instrumentos de fi nanciamento
que foram criados – designadamente
o “IFRRU 2020”, o “Reabilitar para
Arrendar” e a “Casa Efi ciente 2020”,
que conta com a participação da
CPCI – Confederação Portuguesa da
Construção e do Imobiliário, como
entidade dinamizadora, e que deverá
em breve entrar em funcionamento
– são consideradas por Reis Campos
como “uma oportunidade para as
cidades e para as empresas, que se
espera venham a dar um contributo
signifi cativo para ganhar a dimensão
nacional que defendemos para a Re-
abilitação Urbana”. E assume que es-
tes instrumentos darão, seguramen-
te, um grande impulso ao mercado.
No entanto, também não deixa de
enfatizar o facto da AICCOPN defen-
der a necessidade de adotar uma vi-
são global que integre os diferentes
vetores estratégicos deste mercado.
“A qualifi cação e valorização das em-
presas do setor, a tributação do imobi-
liário, a necessidade de criar um ver-
dadeiro mercado do arrendamento
são fatores prioritários que têm de ca-
minhar ao lado destes instrumentos,
de forma a que se possa concretizar
a visão global que defendemos para
o mercado da Reabilitação Urbana”.
Investimento estruturantePara este ano, o presidente da AIC-
COPN apela a um novo ciclo ao nível
É no segmento da reabilitação onde se têm observado as taxas de crescimento mais elevadas do setor, registando-se um crescimento médio do valor bruto da produção de 9,1% nos últimos três anos.
do investimento estruturante, assen-
te num verdadeiro pacto de regime.
Cumprido o primeiro trimestre, Reis
Campos admite que “o ano está no
bom caminho, uma vez que se espera
um crescimento da atividade, com
as estimativas a apontar para uma
variação positiva de 4,5% na produ-
ção do setor, num contexto em que
as principais varáveis macroeconó-
micas se mantêm favoráveis”. No en-
tanto, alerta para o facto de relativa-
mente a questões de natureza mais
estrutural, como a defi nição de um
adequado planeamento e calendari-
zação do investimento estruturante,
os progressos, até ao momento, não
terem sido muito grandes. “Os con-
sensos em matéria de investimento
existem, e domínios como os portos,
aeroportos, infraestruturas ferroviá-
rias, energia ou água, apenas para ci-
tar alguns exemplos, são amplamen-
te reconhecidos como essenciais. No
entanto, ainda não existem os neces-
sários compromissos, que possam
garantir que, independentemente
dos ciclos económicos ou das conjun-
turas de curto-prazo, o País é capaz
de concretizar os investimentos de
que carece”.
Palácio dos Condes de Tomar – Arquivo Revista Brotéria
Palácio de São Roque – Museu Casa Ásia
Auditório do Complexo de São Roque
Convento Santo Antão o Velho - Coleginho
Quinta Alegre Fase 2 – Estrutura Residencial Sénior
Hospital da Estrela – Nova Unidade de Cuidados Continuados Integrados
Edifício Monsanto – Estrutura Residencial Sénior
Mitra – Polo de Inovação Social
Convento São Pedro de Alcântara
Edifício Travessa do Rosário, 31 – Creche
Edifício Marques da Silva, 1 – residência de acolhimento
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www.scml.pt
10 Mercado e Financiamento na RU IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018
Embora seja hoje reconhecido como
a zona mais “prime” para investir
neste setor, preferencialmente para
projetos residenciais na gama alta
e turísticos, atualmente a aposta
em reabilitação urbana em Lisboa
já não está apenas focada no centro
histórico.
Funcionando como um barómetro
da economia, o mercado de reabili-
tação refl ete o atual posicionamento
de Lisboa como cidade empreende-
dora, inovadora e inclusiva, sendo
palco para o desenvolvimento de
novos conceitos e produtos imobi-
liários mais direcionados para a no-
va procura, conduzida pelos jovens
empreendedores, pelo público inter-
nacional e, sobretudo, pela geração
“millennials”.
Conceitos como o ‘coworking’ ou
o ‘student housing’ são hoje reco-
nhecidos e apreciados por um públi-
co cada vez mais vasto, com a maior
parte do novo produto a surgir no
mercado através de projetos de re-
abilitação desenvolvidos em zonas
alternativas da cidade, com desta-
que para o eixo do Beato e Marvila.
E, perante um mercado em mudan-
ça, a tendência é para que no futu-
ro possamos também a assistir ao
lançamento de projetos residenciais
que apostem em novos modelos de
arrendamento urbano, sendo a re-
abilitação urbana um campo fértil
para os modelos de co-living que,
passo a passo, vão crescendo lá fo-
ra e que, inevitavelmente, tomarão
o seu caminho até Portugal.
Coworking expande-se na frente de rioEmbora ainda se encontre numa fase
inicial comparativamente a outros
mercados europeus, o coworking
tem vindo a crescer de mãos dadas
com a reabilitação urbana em Lisboa,
encontrando nos antigos armazéns
e edifícios de serviços na frente de
rio um terreno fértil para a sua ex-
pansão. Pelas contas da Cushman
& Wakefield, atualmente Lisboa
conta com cerca de 40 centros de
co-working que oferecem mais de
35.000 m² de escritórios partilhados.
Um valor que praticamente duplica-
rá no fi nal deste ano, graças ao Hub
Criativo do Beato.
De frente para o Tejo, num espaço
totalmente desativado desde 2011 e
Susana Correia
Movimento da reabilitação alastra-sepor toda a cidade de LisboaO movimento da reabilitação urbana continua a alastrar-se por toda a cidade de Lisboa, saindo do centro rumo a novas localizações e contagiando cada vez mais segmentos de mercado. O resultado está à vista, com uma cidade cada vez mais criativa e inclusiva!
DR
que serviu, durante o Estado Novo
para a produção de bens alimentares
para as Forças Armadas, vai nascer
um gigantesco polo de empreende-
dorismo e inovação, promovido pela
Câmara Municipal de Lisboa e pela
Startup Lisboa, a quem a autarquia
confi ou a dinamização, programação
e gestão do espaço. O Hub Criativo do
Beato ocupará os 35.000 m² e as du-
as dezenas de edifícios que durante
anos estiveram vazios e degradados,
dando lugar a um dos maiores polos
de empreendedorismo da Europa.
Beato: o novo bairro criativo da cidadeA Factory, a Mercedes Benz, a Web
Summit e o Super Bock foram os pri-
meiros quatro ocupantes confi rma-
dos no Hub do Beato, investindo na
recuperação dos edifícios onde se
instalarão já a partir do fi nal deste
ano. E, passo a passo, tudo aponta
para que o Beato se torne no novo
bairro criativo de Lisboa.
Vinda de Berlim, a Factory esco-
lheu o Beato para a sua primeira loca-
lização internacional, montando ain-
da mais um espaço onde start-ups e
grandes empresas poderão trabalhar
lado a lado. A também alemã Merce-
des Benz instalará no Hub o seu pri-
meiro centro digital a nível mundial,
onde programadores portugueses e
estrangeiros passarão a desenvolver
os sites a aplicações da fabricante au-
tomóvel. A Web Summit, por seu tur-
no, vai transferir para ali os seus atu-
ais escritórios localizados no Cais do
Sodré. Já a Super Bock quer ali criar
uma micro-cervejeira para produção
de cerveja artesanal, mas também
explorar os territórios da música e
arte urbana aos quais se tem vindo
a associar ao longo dos anos.
A ligação à rede de ciclovias da
cidade, a instalação de bicicletas
partilhadas, a criação de shuttles de
ligação permanente a Santa Apoló-
nia e à Gare do Oriente, bem como
o reforço das carreiras da Carris
(com novas paragens na avenida
Infante D.Henrique) e a construção
de estacionamento automóvel fazem
parte dos planos da autarquia para
melhorar a acessibilidade à zona do
Beato.
Requalifi cação do espaço público avança na frente rio com mais mobilidade partilhadaSimultaneamente, prossegue a estra-
tégia de requalifi cação dos espaços
públicos levada a cabo pela autar-
quia, com o duplo objetivo de me-
lhorar as condições existentes e ofe-
recidas aos cidadãos e de alavancar o
investimento privado na reabilitação
das áreas intervencionadas.
A Doca da Marinha, que abrange
Hub Criativo do Beato
toda a área entre a antiga Estação
Fluvial Sul e Sueste e o novo terminal
de cruzeiros, é o próximo espaço da
frente ribeirinha que vai ter obras. O
protocolo assinado no passado dia
21 de fevereiro pela autarquia com
a Administração do Porto de Lisboa
e a Marinha, vai permitir a requalifi -
cação de todo aquele espaço, cum-
prindo a parte que faltava do projeto
traçado pelo arquiteto João carrilho
da Graça para a requalifi cação do es-
paço público no Campo das Cebolas,
cujas obras estão, entretanto, quase
a acabar.
Ao abrigo desta intervenção, sur-
girá uma alameda pedonal repleta
de árvores a ladear a zona viária da
Avenida Infante Dom Henrique, bem
como algumas construções novas.
Além disso, a linha de elétrico vai
entrar na Infante Dom Henrique já
quase na extremidade da doca, per-
mitindo a ligação do Cais do Sodré
a Santa Apolónia, que agora acaba
abruptamente na Rua Cais de Santa-
rém que, por sua vez, passará a ter
passeios mais largos, desaparecendo
muitos dos atuais lugares de estacio-
namento.
A frente ribeirinha e o arrendamento
acessível parecem ser, em termos geográficos
e setoriais, duas das atuais prioridades
estratégicas na atual fase do ciclo
da reabilitação
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constrangimentos da reabilitação urbana. Desafios exigentes originam
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12 Mercado e Financiamento na RU IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018
Nas principais cidades de Portugal
reabilitar é, na opinião de Francisco
Quintela e Carlos Penalva, o futuro.
Os sócios da Quintela e Penalva – Re-
al Estate admitem existirem poucos
terrenos ainda disponíveis para cons-
trução de raiz nos grandes centros e
menos ainda no casco antigo, pelo
que a reabilitação é algo que se irá
manter no futuro.
Aliás, ao Público Imobiliário, os só-
cios avançam que os clientes tendem
a ver este setor como interessante.
“Muitos procuram as características
das casas dos ‘velhos tempos’, com
a harmonia e o conforto da atuali-
dade, sem dúvida que a fusão entre
o tradicional e o contemporâneo é
muito procurada”.
Desde meados de 2012 que este
mercado tem, no entender destes
executivos, estado substancialmen-
te ativo. “Principalmente nos centros
históricos e devido, em grande par-
te, à afl uência de turistas, fator que
impulsiona a venda através da pro-
cura de imóveis para arrendamentos
turísticos”.
Assim, a Quintela e Penalva – Re-
al Estate acredita que 2018 será um
ano de “afi nações e compensações
no mercado”. E acrescentam que es-
te mercado “irá estabilizar e seguir
o seu rumo normal como qualquer
outro mercado maduro”.
Por tudo isto, a reabilitação é um
setor particularmente interessante
para a Quintela e Penalva – Real Esta-
te. “A maioria das nossas vendas dão-
se precisamente em projetos reabi-
litados. Lisboa, Cascais e Porto são
cidades com cariz histórico, umas
mais do que outras, mas sempre com
um carácter histórico evidenciado
pela antiguidade dos edifícios”.
Negócio cresce de forma sustentadaDe resto, o mercado imobiliário tem
vindo a evoluir de forma sustentada,
com excelentes indicadores a curto e
médio prazo. E a Quintela e Penalva –
Real Estate não podia estar a aprovei-
tar este momento da melhor forma:
2017 foi de crescimento acentuado,
com um aumento de 69% face ao ano
anterior. Uma tendência que os sócios
Carlos Penalva e Francisco Quintela
acreditam ir ter continuidade em 2018.
Mas apesar do ano se avizinhar
excelente, os dois sócios admitem
que vai igualmente ser desafi ante,
até porque, “ao contrário do ano que
passou, a oferta vai aumentar signifi -
cativamente e todos os clientes que
Reabilitação Urbanavai continuar a ser tendênciaFrancisco Quintela e Carlos Penalva admitem existirem poucos terrenos ainda disponíveis para construção de raiz nos grandes centros e menos ainda no casco antigo, pelo que a reabilitação é algo que se irá manter no futuro
DR
antes não tinham tanta escolha, vão
passar a ter, daí o desafi o dos me-
diadores ser maior”. Por outro lado,
admitem que, atualmente, há que
dar resposta a um leque muito mais
abrangente do tipo de investidores,
mais exigentes e inovadores.
Porto em expansãoO segmento médio/alto continua a
ser um dos mais ativos em Portugal,
dizem ambos os sócios, explicando
que apresenta valorização de preços
até 20% nas principais zonas de Lis-
boa, como a Av. da Liberdade, Chia-
do ou Príncipe Real. “O Porto tam-
bém está em expansão e com maior
oferta do que em Lisboa. Os clientes
portugueses continuam a liderar nes-
te segmento, responsáveis por cerca
de 60% das nossas transações”.
Dentro do mercado de luxo, rea-
bilitar continua a ser uma tendên-
cia. “O setor de luxo tem-se vindo
a aprimorar devido à exigência dos
clientes, especialmente internacio-
nais, no que concerne aos layouts
dos apartamentos e prédios ou aos
seus acabamentos que já entram co-
mo sendo premium”.
Aliás, Portugal é ‘trendy’, dizem
Carlos Penalva e Francisco Quinte-
la. “Estamos fi nalmente no mapa e
temos um país muito atrativo: com
imensa história arquitetónica e diver-
sidade; boa gastronomia; um clima
ameno; segurança e, obviamente,
benefícios fi scais para investidores
internacionais. Todos estes fatores
potenciam inevitavelmente a procu-
ra aos mais diversos perfi s de inves-
tidores e nacionalidades”.
Investidores estrangeiros crescemApesar dos investidores nacionais as-
segurarem a maior fatia do mercado,
os investidores internacionais foram
responsáveis, na Quintela e Penalva –
Real Estate, por 40% das transações
Carlos Penalva e Francisco Quintela, sócios da Quintela e Penalva – Real Estate
em 2017, o que representou mais 13%
que no ano anterior, “dando a rele-
vância merecida ao nosso departa-
mento internacional, assim como o
de Concierge e Relocation, que tem
vindo a trazer maior qualidade de
serviço aos nossos clientes, princi-
palmente os estrangeiros”.
Os sócios revelaram estarem a tra-
balhar maioritariamente com clientes
de nacionalidade chinesa, brasileira,
turca, americana, inglesa, francesa e
também do Médio Oriente.
De resto, no entender de Carlos Pe-
nalva e Francisco Quintela, as pesso-
as já perceberam que, atualmente,
investir em ativos imobiliários em
Portugal é mais atrativo e seguro,
em termos de rendimentos, do que
investir em ativos fi nanceiros. “A
instabilidade geopolítica e do setor
fi nanceiro faz com que cada vez mais
investidores estrangeiros e portugue-
ses apostem em ativos reais, como é
o caso do imobiliário”.
Muitos clientes procuram as
características das casas dos ‘velhos tempos’, com a
harmonia e o conforto da atualidade, sem dúvida que a fusão
entre o tradicional e o contemporâneo é muito
procurada
Solidez e confiançaestão na base do nosso crescimento
NO APOIO À REABILITAÇÃO URBANA
MAIS FORTES
713 Milhões de Euros para financiamento de projetos
14 Mercado e Financiamento na RU IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018
A “Conferência da Promoção Imo-
biliária – Os fazedores de Cidades”,
que se realiza amanhã, no âmbito
da V Semana da Reabilitação Urba-
na de Lisboa servirá para a APPII
- Associação Portuguesa dos Pro-
motores e Investidores Imobiliários
apresentar perante a Secretária de
Estado da Habitação, Ana Pinho, os
seus contributos às propostas e es-
tratégias contidas no programa da
“Nova Geração de Políticas da Ha-
bitação”. Programa preparado por
um grupo de trabalho criado para
o efeito na associação, liderado por
Fernando Santo, administrador exe-
cutivo do Montepio Gestão de Ati-
vos Imobiliários ACE e presidente
da Assembleia-Geral da APPII. Estas
propostas foram discutidas em reu-
nião de associados, promotores e
investidores imobiliários ativos no
imobiliário nacional.
Hugo Santos Ferreira, vice-presi-
dente executivo da APPII, comenta
que estas propostas começam por
“identifi car as principais oportuni-
dades que Portugal e em especial es-
te mercado hoje apresentam, sendo
algumas delas verdadeiras benéfi cas
novidades, de onde destacaria, por
um lado, a oportunidade que repre-
senta e que não deve se desperdiça-
da de um crescimento da procura
de habitação por estrangeiros, para
turismo ou para residência tempo-
rária com fi ns fi scais ou legais com
a consequente retenção de inves-
timento que tal representa, assim
como a notável atração dos jovens
e famílias pelos centros das cidades,
invertendo a tendência das últimas
décadas (contrariamente ao que se
tem querido fazer passar junto da
opinião pública)”.
Por outro lado, o vice-presidente
executivo da APPII destaca “a exis-
tência de centenas de habitações
devolutas, ao mesmo tempo que
assistimos a um aumento da procura
de habitações para arrendamento,
invertendo também aqui a tendên-
cia das últimas décadas, factos estes
que devem ser totalmente aprovei-
tado e em harmonização com os
primeiros”.
A conferência acontece no Pátio
Ana Tavares
Promotores apresentam ao Governo propostas para a habitaçãona Semana da ReabilitaçãoAmanhã, 12 de abril, decorre no âmbito da V Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa a “Conferência da Promoção Imobiliária – Os fazedores de Cidades”, uma iniciativa da APPII e da Vida Imobiliária
DR
da Galé, a partir das 10 horas e conta
com o apoio da EY, BCP, Caixiave,
MLGTS e Victoria Seguros.
Iniciativa da Vida Imobiliária e da
Promevi, a Semana da Reabilitação
Urbana de Lisboa decorre desde o
dia 9, até ao próximo dia 15 de abril,
no Pátio da Galé.
Urge melhor legislação e estabilidade fi scalNo passado mês de fevereiro, um
estudo elaborado pela EY e apre-
sentado em conjunto com a APPII,
explanava que o imobiliário portu-
guês ainda tem muito que melhorar
no que diz respeito à legislação e
estabilidade fi scal na hora de rece-
ber investimento estrangeiro. A ins-
tabilidade legislativa ou as elevadas
taxas de IRC são alguns dos entraves
que os investidores identifi caram
no estudo.
Nos últimos nove anos, a lei fi scal
mudou quase todos os anos, o que
não abona a favor da estabilidade
tanto desejada por investidores e
pelo imobiliário português. Estas
foram algumas das conclusões do
novo estudo “Tax competitiveness
study in the real estate sector”.
Também a incidência do Imposto
de Selo sobre os fi nanciamentos
ou a grande burocracia são alguns
dos pontos onde Portugal pode me-
lhorar, face a outros países concor-
rentes.
Este estudo comparou Portugal
com a Holanda, Alemanha, Itália e
Espanha, mas os responsáveis ad-
mitem ter sido difícil encontrar mé-
tricas comparáveis entre os países.
Na apresentação do estudo, Tiago
Rosa, Manager, International Tax
Services Real Estate, Hospitality &
Construction da EY explicou que
Há que aproveitar o crescimento da procura de habitação por estrangeiros, para turismo ou para residência temporária
“a tributação agregada na aquisi-
ção de imóveis em PT poderá em
determinadas situações mostrar-se
bastante menos onerosa que nos
restantes países analisados. O IS
poderá consubstanciar um fator
negativo em termos de atratividade
no que diz respeito ao fi nanciamen-
to”. E conclui que “existe trabalho
a fazer no que diz respeito ao IMT
e ao IS, este imposto está acima da
média” dos outros países.
Por outro lado, afi rmou na mes-
ma conferência que, para os investi-
dores, “o IMT é maior preocupação
que o IMI. Apesar de os termos de
incidência do IMI estarem em linha
com práticas nos outros países, a
tributação na fase de detenção a
nível de IRC está a um nível eleva-
do. A elevada taxa agregada do IRC
poderá constituir um fator negativo
de atratividade”.
Hugo Santos Ferreira destaca a existência
de centenas de habitações devolutas,
ao mesmo tempo que assistimos a um aumento da procura de habitações para
arrendamento, invertendo também
aqui a tendência das últimas décadas
16 Mercado e Financiamento na RU IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018
IFRRU 2020: Pedidos de financiamentojá totalizam 194 milhões de eurosO IFRRU 2020, Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbanas, já registou 60 candidaturas desde novembro passado, num total de 194 milhões de euros.
São já 60 as candidaturas, num total
de 194 milhões de euros, registadas
no IFRRU 2020, Instrumento Finan-
ceiro para a Reabilitação e Revitaliza-
ção Urbanas. Além das candidaturas,
o IFRRU 2020 tem já cinco contratos
assinados, que ultrapassam os 12 mi-
lhões de euros de investimento. Dois
dos contratos localizam-se no Fun-
chal, um em Lisboa, um no Porto e
outro em Elvas, de resto o maior in-
vestimento deste lote, com um valor
superior a cinco milhões de euros.
Neste âmbito, as intenções de in-
vestimento registadas pelos bancos
parceiros, que ainda não forma-
lizaram candidaturas, “já ul-
trapassam os mil milhões de
euros”, disse à Lusa o mi-
nistro do Ambiente, João
Matos Fernandes, à mar-
gem do início da 5.ª edição
da Semana da Reabilitação
Urbana de Lisboa.
O IFRRU realizou concur-
so público internacional, tendo
sido selecionados os bancos Millen-
nium BCP, o Banco BPI e o Banco
Santander que por sua vez acumulou
por integração a tranche reservada
ao Banco Popular, que também foi
selecionado. A análise de risco fi -
ca assim a cargo das mencionadas
instituições fi nanceiras, que acom-
panham em termos de capital fi -
nanciado a componente pública.
O Millennium BCP é a entidade
que maximiza o montante de fi nan-
ciamento, com cada euro aprovado
pelo IFFRU, o Millennium BCP as-
segura uma tranche adicional de fi -
nanciamento de 1,30 euros. O Banco
Santander por sua vez tem a maior
tranche de fi nanciamento IFFRU.
Empréstimos em condições vantajosasO denominado Instrumento Finan-
ceiro para a Reabilitação e Revitali-
zação Urbanas dispõe de 1,4 mil mi-
lhões de euros para fi nanciar projetos
desta índole, dos quais 703 milhões
de fundos públicos provenientes de
fundos europeus do Portugal 2020,
Orçamento de Estado, Banco Euro-
peu de Investimento (BEI) e Banco
de Desenvolvimento do Conselho da
Europa (CEB), aos quais acrescem
os recursos da banca comercial em,
pelo menos, igual montante.
Este programa disponibiliza, atra-
vés da banca comercial, emprésti-
mos “em condições mais vantajosas”
para reabilitação urbana e efi ciên-
cia energética, “em produtos mais
competitivos” do que aqueles que
existem atualmente no mercado: ma-
turidades mais longas (até 20 anos),
período de carência mais alargado
(até quatro anos) e taxas de juro in-
feriores às que são hoje praticadas no
mercado (por força da combinação
das dotações da banca e as dotações
públicas sendo estas últimas – com
taxa zero, no caso dos FEEI e OE ou
com taxas muito reduzidas pelo facto
das dotações do BEI e CEB consisti-
rem em empréstimos à República).
Segundo dados do INE, existem
cerca de um milhão de edifícios
com necessidades de intervenção.
Nos termos da legislação comunitá-
ria aplicável (Auxílios de Estado), o
investimento em reabilitação urba-
na está limitado a 20 milhões de eu-
ros e, na componente de efi ciência
energética, a 10 milhões. No entan-
to, estes limites, segundo a comissão
diretiva do Instrumento Financeiro
Reabilitação Urbana, “não impedem
o fi nanciamento de múltiplos proje-
tos do mesmo promotor que, isola-
damente, sejam enquadráveis, mas
cujo investimento agregado” supere
os referidos montantes.
O instrumento pretende chegar a
todo o tipo de benefi ciários, sejam
eles singulares ou coletivas, públicas
ou privadas. Para os projetos que não
disponham de garantia bastante, o
IFRRU 2020 disponibiliza ainda, al-
ternativamente, uma garantia atra-
vés do Sistema Português de Garantia
Mútua.
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18 Mercado e Financiamento na RU IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018
Os números são da C&W, divulga-
dos no “Portugal Retalho – março
2018”, que fez uma análise do setor
do retalho neste período de tempo.
Segundo a consultora, “a entrada
dos investidores deu-se pelos cen-
tros comerciais”, que nos últimos
anos perceberam o potencial do
comércio de rua de Lisboa e Porto,
impulsionado pelas alterações à lei
do arrendamento e pelo aumento do
turismo. E são cada vez mais as na-
cionalidades que escolhem investir
em Portugal. Até porque o setor dos
centros comerciais no nosso país é
muito maduro, e a grande novidade
é mesmo a rua.
“Com a antiga lei do arrendamen-
to, podemos dizer que não havia co-
mércio de rua. O turismo e a reabi-
litação urbana, a par da maturidade
dos centros comerciais, deram uma
nova dinâmica”, comenta Sandra
Campos, Head of Retail da C&W,
Reabilitação Urbana dinamiza setor do retalho O setor do retalho em Portugal, incluindo os vários tipos de ativos, atraiu um total de 6,7 milhões de euros em investimento nos últimos 15 anos, cerca de 50% do total investido em imobiliário comercial no país
DR
que alerta que “esta lei é poderosa
o sufi ciente para por em causa toda
a dinâmica de uma cidade”.
Entre 2015 e 2017, foram registadas
1.600 operações no setor do retalho,
57% em centros comerciais, impul-
sionadas pelas novas aberturas de
shoppings como o Évora Plaza ou o
MAR Shopping Algarve, e pela expan-
são do Colombo. Mas, na verdade,
“Não houve mais procura nos shop-
pings”, explica Marta Esteves Costa,
Associate e diretora de Research da
C&W. Já as rendas prime aumenta-
ram cerca de 53% para o total da ofer-
ta desde 2013, cerca de 100% na zona
de Santa Catarina, no Porto, 81% na
Rua Augusta e 43% no conjunto dos
centros comerciais de Lisboa.
Prova do dinamismo do comércio
de rua em Lisboa é que, depois de
ter sido superada com o Colombo, a
área comercial da Baixa supera agora
este grande centro comercial, com
91.000 m2, segundo Sandra Campos.
“A ligação é muito mais contínua” no
que diz respeito à oferta entre a Ave-
nida da Liberdade e o rio, e tanto Lis-
boa como o Porto “estão no mapa da
expansão dos retalhistas”.
A Baixa de Lisboa concentra 46%
da oferta (m2) do comércio de rua da
cidade, seguida pelos 21% da Avenida
da Liberdade, dos 20% do Chiado e
dos 13% da zona dos Restauradores
e Rossio. Mas foi na zona dos Restau-
radores e Rossio que a oferta mais
cresceu entre 2007 e 2017, cerca de
50% em 10 anos. Só no eixo Flores/
Mouzinho da Silveira, no Porto, abri-
ram 170 novas lojas desde 2015.
As zonas de comércio mais antigas
da cidade são as que têm um maior
peso dos retalhistas tradicionais. E o
dinamismo do comércio de rua nas
principais artérias tem tido “um efeito
de contágio” a outras zonas. É o caso
do Parque das Nações, das Avenidas
mento do retalho em Portugal, im-
pulsionando a procura pelo comér-
cio de rua. Este é uma das novas ten-
dências que parece estar para fi car.
Os novos hábitos de consumo que
fi caram depois da crise estão a ter
um grande impacto na mudança da
oferta de lojas, que “já não se limitam
a vender o seu produto, mas também
a associar alguma experiência”. Va-
loriza-se “a experiência individuali-
zada dentro do espaço físico”, numa
altura em que “a fi delidade à marca
é menos importante que a experiên-
cia”, nota Sandra Campos. O lazer e a
proximidade são outras componen-
tes essenciais.
Uma nova “preocupação com o
saudável ou sustentável” também
é visível nos novos conceitos, bem
como o grande peso que a restaura-
ção tem agora na oferta, dominando
as novas aberturas de 2017, e muito
ligada também à experiência.
Com a antiga lei do arrendamento, a C&W diz que não havia comércio de rua. O turismo e a reabilitação urbana, a par da maturidade dos centros comerciais, deram uma nova dinâmica ao setor
Novas, do Cais do Sodré ou do Prín-
cipe Real, zonas com uma oferta mui-
to específi ca. E “as próximas zonas
serão sempre as perpendiculares e
paralelas das grandes artérias comer-
ciais de Lisboa e Porto”, como a zona
ribeirinha do Braço de Prata, Santos,
Alcântara ou a Avenida Almirante
Reis, em Lisboa, e a zona de Cedo-
feita, no Porto, nota Sandra Campos.
Mudança do perfi l do consumo marca a indústria do retalho A procura da proximidade é outros
dos fatores que está a pautar o mo-
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20 Mercado e Financiamento na RU IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018
Santander quer ser referênciano financiamento à Reabilitação UrbanaTendo a seu cargo 53% dos 1.400 milhões de euros disponibilizados para financiar o setor ao abrigo do IFRRU, o Santander quer ser “o” banco de referência na reabilitação urbana em Portugal, revela o diretor da área de fomento à construção, António Fontes
cias bem localizadas e de estarmos
muito presentes nas Açores e Madei-
ra também foi muito importante.
Ao gerir uma linha de fi nancia-
mento de mais de 700 milhões
de euros, qual o papel que ambi-
cionam ter para o sucesso deste
mecanismo e, claro, para capita-
lizar a reabilitação dos territórios
nacionais?
Todos nós sabemos que Lisboa e Por-
to estão com um forte dinamismo na
reabilitação urbana. O que gostarí-
amos era que esta linha permitisse
que este dinamismo se espalhasse ra-
pidamente pelo resto do País. Por is-
so apostamos numa forte divulgação
na comunicação social, utilizamos as
nossas agências para publicitar e es-
tamos a fazer ações de sensibilização
por todos os municípios. Não há ne-
nhuma agência que não tenha publi-
cidade a este instrumento fi nanceiro.
E agimos rapidamente porque o
programa tem uma duração limita-
da, sendo assim importante desper-
O Santander foi o melhor classi-
fi cado no concurso público in-
ternacional para a gestão desta
linha do IFRRU, fi cando respon-
sável por praticamente metade
da verba disponibilizada ao setor.
Qual foi o valor acrescentado da
proposta do banco face aos res-
tantes? Gostaria de comentar?
O Santander fez um esforço para
apresentar uma proposta que fos-
se ao encontro das necessidades
do programa, isto é, que tivesse um
spread mais competitivo, não tivesse
limites mínimos nem máximos de
fi nanciamento, para além daqueles
que o programa já tinha, e que es-
tivesse disponível para todos, quer
fossem particulares, empresas, setor
público, IPSS, etc. Obviamente que
a posição do Santander como maior
banco privado português e o rating
que possui também ajudou a que
obtivéssemos o primeiro lugar no
concurso. Por outro lado, também
o facto de termos uma rede de agên-
tar a consciência de todos, em espe-
cial dos proprietários atuais, que têm
uma oportunidade única para reabi-
litar e valorizar o seu património.
Entendo que se conseguirmos fa-
zer isso estaremos a contribuir para
o crescimento da economia e para
a melhoria de qualidade de vida de
todos nós.
O IFRRU está acessível quer ao
setor público quer ao privado.
Como tem sido a adesão de cada
um destes setores à vossa linha?
E, entre os estrangeiros, também
já se sente procura?
O setor privado está sem dúvida à
IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018 Mercado e Financiamento na RU 21
DROs privados representam 90% das intenções de investimento e entre eles nota-se já grande procura de investidores estrangeiros.
jetivo é necessário que todos colabo-
rem porque, como sabemos, muitos
destes investimentos ainda não têm
projetos aprovados e é essencial que
todos estejamos conscientes da ne-
cessidade de aprovar estes projetos
rapidamente nos municípios.
A angariação de intenções de in-
vestimento está em linha com o ob-
jetivo traçado. Ao nível de contrata-
ções, já sabíamos que os primeiros
trimestres são para “semear” e os
seguintes para “colher”.
Em média, qual o período que de-
mora todo o processo de candida-
tura de uma intervenção ao IFR-
RU, desde a sua apresentação até
à contratação do empréstimo?
Depende da dimensão da opera-
ção. Diria que uma operação até
um milhão de euros pode ser con-
tratada no prazo de um mês ou até
menos, desde que seja entregue
o dossier completo. Estamos pre-
parados para fazer a elegibilidade
rapidamente em dois ou três dias.
O problema é que tipicamente
estes fi nanciamentos hipotecários
têm características que tornam os
processos mais demorados. Neces-
sitam de avaliações, verifi cação dos
projetos, etc. Mas não é por serem
ao abrigo deste instrumento. Todos
os hipotecários têm estas caracte-
rísticas.
O IFRRU, juntamente com o San-
tander, tem promovido ativamen-
te várias sessões de esclarecimen-
to público sobre as vantagens des-
te mecanismo. É uma aposta para
continuar ao longo do ano? Tendo
em conta esta experiência, sente
que ainda há desconhecimento
no mercado sobre os benefícios
de um fi nanciamento IFRRU?
Claro que sim. O nosso objetivo é
chegar a todos os municípios. Era im-
possível em tão pouco tempo clarifi -
car todos os potenciais destinatários.
Mas gradualmente o mercado está
a fi car informado das vantagens e a
perceber que afi nal não há complexi-
dade do instrumento fi nanceiro.
A par com esta linha de fi nancia-
mento ao abrigo do IFRRU, que
outros mecanismos disponibiliza
o Santander para apoiar o investi-
mento neste setor da reabilitação?
O Santander sempre teve as suas
linhas de crédito à construção e re-
abilitação. E, portanto, todas as ope-
rações que não sejam elegíveis no
IFRRU 2020, quer sejam por superar
os 20 milhões de euros de investi-
mento ou porque são para reabilitar
imóveis que não se situam em Áreas
de Reabilitação Urbana, ou pelo que
quer que seja o motivo, podem ser
objeto de fi nanciamento nas linhas
de crédito habituais do banco.
Aliás, como já aconteceu, temos
casos de clientes que não trabalha-
vam com o nosso banco e que nos
procuraram por causa do IFRRU
2020, e que acabaram por ter pro-
postas aprovadas fora desta linha,
por não serem elegíveis, algumas
delas já contratadas.
municípios e algumas delas também
já se transformaram em candidaturas
e já foram aprovadas.
Os privados representam 90%
das intenções de investimento e en-
tre eles nota-se já grande procura
de investidores estrangeiros. Todos
os dias temos pedidos de reuniões
com investidores estrangeiros, sejam
brasileiros, franceses, ingleses, etc,
que já ouviram falar do Instrumento
e vêm falar com o Santander para
perceber como funciona.
Quais as metas traçadas para 2018
em termos de execução da linha
de crédito do IFRRU? E, até agora,
o ritmo de concessão e aprovação
de projetos está em linha com os
objetivos estabelecidos?
O Santander em Portugal tem um ob-
jetivo muito ambicioso para este ano.
Queremos chegar aos 400 milhões
de euros de operações contratadas.
Isto, porque como já referi, o timing
da aplicação das verbas é curto (até
2022). Mas para atingirmos este ob-
frente nas intenções de investimento,
até porque o setor público tem outras
alternativas de fi nanciamento para
os seus projetos e, por outro lado,
tem de lançar concurso público, o
que por si só, faz com que as candida-
turas demorem mais a aparecer. Mas
há intenções já manifestadas pelos
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22 IMOBILIÁRIO 11 ABRIL 2018
Especialistas defendem que a Reabilitação Urbana na capital deve incluir um reforço dos edifíciosUm debate que decorreu na Assem-
bleia Municipal de Lisboa, sob pro-
posta do CDS-PP, juntou especialis-
tas que defendem que a Reabilitação
Urbana na capital deve incluir um
reforço dos edifícios, nomeadamente
antissísmico.
Presente no evento, o vice-presi-
dente do Instituto de Engenharia de
Estruturas, Território e Construção
do Instituto Superior Técnico, Mário
Lopes, começou por afi rmar que “é
importante incorporar a resistência
sísmica na reabilitação urbana”, sob
o risco de estarem a ser feitas “obras
que são armadilhas mortais”, divul-
gou a agência Lusa.
Na opinião do engenheiro, “o grau
de exigência exigido na reabilitação
urbana continua a ser zero”, e “isto
continua a ser feito com a cumplici-
dade do Governo, da Câmara de Lis-
boa e das entidades com responsa-
bilidade na matéria”, avança a Lusa.
Um dos exemplos é a “destruição da
gaiola pombalina”, comum na baixa
da capital, que Mário Lopes consi-
derou ser “um crime cultural”. “Lis-
boa é a primeira cidade do mundo
construída para resistir a sismos, e
somos nós próprios que a estamos
a destruir”, acrescentou.
Já o diretor da Faculdade de Ar-
quitetura da Universidade de Lisboa,
João Pardal Monteiro, deu o exemplo
de habitações que fi cam fragilizadas
devido à união de divisões. “Temos
que mentalizar as pessoas de que não
se podem fazer intervenções neste
tipo de edifícios sem técnicos qua-
lifi cados para as fazer”, defendeu o
arquiteto, explicando que estas inter-
venções vão “tirar as características
para resistir aos sismos”.
Pardal Monteiro salientou que
“as intervenções na cidade, para
que isto não se torne um baralho
de cartas pronto a cair ao primeiro
sismo, têm de ser feitas com técni-
cos especializados”.
Também Vasco Appleton, profes-
sor da Universidade Católica Portu-
guesa, advogou que “a reabilitação
urbana deveria implicar uma inter-
venção de reforço antissísmico, isto
Reabilitação Urbana em Lisboa deve incluir reforço antissísmico
DR
deveria ser óbvio”.
A encerrar o debate, a vereadora
da Habitação da Câmara Municipal
de Lisboa, Paula Marques, precisou
que o município “tem estado a de-
senvolver vários instrumentos nes-
ta matéria”, como “a atualização da
carta de solos, índice de residência
sísmica, e um manual de boas práti-
cas na reabilitação”.
Para os partidos que intervieram
na sessão, a Câmara Municipal deve
ter um papel importante nesta ques-
tão, ao nível da informação à popu-
lação, da fi scalização das obras e da
prevenção através do ordenamento
do território.
Destaque Um debate que decorreu na Assembleia Municipal de Lisboa, sob proposta do CDS-PP, juntou especialistas que defendem que a Reabilitação Urbana na capital deve incluir um reforço dos edifícios, nomeadamente antissísmico.
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