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Herói, ainda que tardio: uma análise do ensino da história sobre o mito deTiradentes

RESUMO

AUTOR PRINCIPAL:Letícia Mistura

E-MAIL:127836@upf.br

TRABALHO VINCULADO À BOLSA DE IC::Pibic UPF ou outras IES

CO-AUTORES:-

ORIENTADOR:Flávia Eloisa Caimi

ÁREA:Ciências Humanas, Sociais Aplicadas, Letras e Artes

ÁREA DO CONHECIMENTO DO CNPQ:7.08.04.00-1 Ensino-Aprendizagem

UNIVERSIDADE:Universidade de Passo Fundo

INTRODUÇÃO:A figura de Tiradentes como herói nacional já perdura por mais de dois séculos na memória do país, legitimada porinstituições políticas e educacionais e configurando-se caracteristicamente como um ¿mito¿. O historiador,operacionalizando-se estudioso desse fenômeno, cria responsabilidades no meio social, como detetive do tempo histórico,encontrando em seu objeto de estudo o homem ¿ no caso de um herói nacional, convertido em uma representação social.Esta age, numa memória social, como fonte pura onde se buscará orientação, dimensionada temporalmente. Buscar-se-á,em uma jovem sociedade, a representação social que melhor identifique os ideais do poder vigente com o dos submissospolíticos para posterior legitimação do poder, o que caracteriza mecanismos presentes na formação um Estado nacional.Pela educação, o Estado se propõe construir, legitimar e ensinar tais representações sociais para que orientem o estudantena formação de sua identidade nacional.

METODOLOGIA:Objetivando o estudo dessa articulação, o desenho metodológico se inseriu no âmbito da pesquisa qualitativa, tomandocomo campo empírico os resultados de um amplo questionário realizado com estudantes secundaristas de escolasestaduais e particulares do município de Passo Fundo ¿ Rio Grande do Sul, como parte das atividades do projeto¿Historiografia, ensino e aprendizagem histórica¿. No objetivo geral esteve analisar a permanência de Tiradentes, comosujeito histórico, na memória estudantil de jovens na faixa etária de 15 anos. No campo teórico, buscou-se tematizar osconceitos de herói, memória e identidade nacional, operando-os no diálogo com as categorias da consciência históricaproposta por Rüsen (2010) e da memória coletiva, exposta por Halbwachs (2006). A proposta teórico-metodológica visou arelação de análise entre as categorias conceituais e os resultados observados após a aplicação dos questionários.

RESULTADOS E DISCUSSÕES:Foram trazidas à análise um recorte de quatro questões - de um montante de 43 - do questionário aplicado, as de número 2(que inqueria aos estudantes quanto ao objetivo do ensino de história), 4 (que questionava a confiança do estudante nasdiversas formas em que a história se mostra), 7 (que objetivava coletar dados referentes à orientação religiosa doestudante) e 33 (que solicitava ao respondente que elencasse três heróis da história do país, ordenados por caráter deimportância). Os resultados de cada uma das questões foram combinados à revisão teórica, que vislumbrou conceituaçõescategorizadas e discussões fomentadas no ensino da história. A análise de resultados possibilitou observar a existência deum fator da memória histórica dos jovens corroborante com um dos principais objetivos atribuídos ao ensino de história,politicamente: a formação de uma identidade nacional. Essa tendência se mostra na expressão de representação social dosjovens. Os respondentes elegeram, de forma expressiva Tiradentes como seu referencial de herói nacional, resultadosmostrado em análise de uma das questões. É possível observar que figura de Tiradentes, após ter passado por longoprocesso de legitimação (protagonizado pela coletividade do povo brasileiro e ampliada em níveis culturais, sociais ereligiosos), ainda impera como referencial memorialístico de representação social e identidade nacional, sugerindo um¿exemplo¿ para orientação temporal, que pressupõe uma interpretação do tempo humano orientada pela necessidade desobrevivência. Em análise final, se pode observar a construção da consciência história dos jovens, orientada justamentepela busca de referenciais no tempo passado que lhe orientem o tempo presente e lhe deem perspectiva de futuro.

CONCLUSÃO:Em análise final, há a reafirmação da constante necessidade do ensino da história, ao ser problematizado enquantoconstrutor da consciência história de jovens estudantes e, da mesma forma, do objetivo proposto pelo ensino da história:que não vislumbre perspectivas unilaterais e corrobore, ao mesmo tempo, com as necessidades presentes do estudante.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:RÜSEN, Jörn. Razão histórica: teoria da história: os fundamentos da ciência história. Brasília: Editora Universidade deBrasília, 2001.HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Centauro, 2006.

Assinatura do aluno Assinatura do orientador

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