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RESUMO
O Presente artigo configura-se sobre a necessidade de uma pesquisa direcionadapara o Envelhecimento e a Política Preventiva na Atenção a Saúde do Idoso noPSF, em decorrência das incidências cotidianas de acidentes domésticosacometidos com pessoas idosos, estes identificados a partir de dados estatísticos eliteraturas nacionais. O Estudo baseia-se em analisar os principais aspectos queenvolvem o fenômeno do envelhecimento populacional, desde uma simples barreiraarquitetônica, como as ameaças, que venham por em risco seu estado de saúde,ocasionando em sérias alterações que interferem sobre os aspectos psicossociais efuncionais da pessoa idosa. O estudo tem por objetivo, identificar as ações daPolítica de Prevenção na Atenção Básica em Saúde do idoso enquanto segmento decontrole de acidentes domésticos a partir do processo de Envelhecimento Humano,analisar os principais riscos e agravos acidentais a saúde dos idosos vitimacircunstancial de acidentes domésticos, bem como descrever a aplicabilidade dapolítica preventiva de saúde no âmbito dos cuidados e precauções referentes aosriscos acidentais intrínsecos e extrínsecos acometidos em idosos. De maneira quese perceba a importância das medidas de proteção enquanto indicadores, naredução de fragilidades e incapacidades susceptíveis nessa etapa da vida,comprometendo a autonomia e a independência funcional e imitando a expectativade vida saudável do idoso. A Abordagem caracteriza-se sobre o conceito de estudoscontidos em Referências Bibliográficas evidenciadas na adoção de práticaspreventivas sobre o âmbito do autocuidado na velhice, na orientação de habilidadese práticas de condutas favoráveis à saúde do idoso, que previna contra possíveisriscos acidentais e de consequências adversas.
Palavras - chaves: Envelhecimento, Política Preventiva, Acidentes Domésticos,
Idosos.
SUMMARY
This article is about the need for a survey directed to the aging and Preventive policy
in the Health Care of the elderly in the FHP, as a result of everyday incidences of
domestic accidents affected with elderly people, these identified from statistics and
national literatures. The study is based on examining the main aspects that involve
the phenomenon of population aging, since a simple architectural barrier, as threats,
which come by on their State of health risk, causing serious changes that interfere
with psychosocial and functional aspects of the elderly person. The study aims to
identify the actions of prevention Policy in Basic Health Care for the elderly while
control of home segment from the Human Aging process, analyse the main risks and
accidental damages the health of elderly victim of circumstantial accidents at home,
as well as describing.
Keywords: Aging, Preventive Policy, Domestic Accidents, Elderly
Área temática: Atenção integral à saúde: promoção, prevenção, tratamento e
reabilitação do idoso.
O Envelhecimento e a Política Preventiva na Atenção Básica em Saúde do Idoso no
PSF: Acidentes Domésticos – dos Riscos aos Agravos
Simone Ferreira da Silva¹
1. INTRODUÇÃO
O Século XXI foi iniciado com um fato que marcará todo o seu percurso: o
envelhimento populacional. Consoantes dados da Organização das Nações Unidas
divulga que a população mundial será de dois bilhões de pessoas sexagenárias em
2050. Esse contingente populacional de idosos deverá corresponder a mais de 20%
da população mundial o que tende a revelar uma preocupação significante para
modificações na organização social, começando pela família e sociedade em geral.
O avanço tecnológico que propicia melhoria na qualidade de vida em geral e
nos cuidados com a saúde em particular, está entre as causas mais citadas para o
envelhecimento populacional em todo o mundo, diante da aquição de habilidades e
conhecimentos que permitam adotar condutas favoráveis à saúde desse segmento
etário.
O tema desta pesquisa: O Processo de Envelhecimento e a Política
Preventiva na Atenção a Saúde do Idoso: Acidentes Domésticos – dos Riscos aos
Agravos, parte de uma pesquisa bibliográfica tendo como problematização,
identificar as principais ações da Política Preventiva na Atenção Básica em Saúde
do Idoso no PSF, no controle de acidentes domésticos.
Diante de um estudo preciso, os objetivos da pesquisa tem por finalidade,
identificar as ações da Política de Prevenção na Atenção Básica e Saúde do idoso
enquanto segmento de controle de acidentes domésticos a partir do processo de
Envelhecimento Humano, analisar os principais riscos e agravos acidentais
domésticos, assim como descrever a aplicabilidade da política preventiva de saúde
no âmbito dos cuidados e precauções referentes aos riscos acidentais intrínsecos e
extrínsecos acometidos em idosos.
Os pressupostos metodológicos baseiam-se sobre a Revisão Bibliográfica,
tendo como parâmetros, dados estatísticos nacionais, no que tange os estudos
qualiquantitativos apresentados sobre o referente grupo social.
Embora a preocupação com a melhoria da qualidade de vida do ser humano,
a partir do seu processo de envelhecimento, tenha raízes sócio-históricas e culturais,
o compromisso com a investigação cientifica referente aos determinantes da
expectativa de vida do idoso tende a ser compreendida enquanto uma questão
relativamente recente dos pesquisadores, principalmente, quando associados aos
aspectos de risco e de agravos que venham comprometer ou por em risco a sua
saúde.
O que vem justificar a escolha do tema sobre a relevância para a avaliação da
especificidade do modelo de atenção a saúde da pessoa idosa, tendo como alvo o
campo da Gerontologia Social, que condiz com os fenômenos da Ciência do
Envelhecimento. Eminentemente, a velhice torna-se reconhecida enquanto um
problema de ordem social e de saúde pública, tendo por finalidade ser estudada do
ponto de vista científico, sobre os aspectos físicos, biológicos, psíquicos e sociais.
O estudo trata de uma análise sobre dados que possam identificar as
principais causas e consequências dos riscos circunstanciais de acidentes
domésticos sob o âmbito da Intervenção na Atenção Básica a Saúde do Idoso.
È acontento que os dados existentes permitam apenas identificara a gravidade do
problema, observando somente onde devem ser realizados investimentos no
sistema de saúde, no entanto, desconsiderando que com o aumento expressivo da
idade, as alterações fisiológicas se acentuam o que reforça a necessidade por
condições favoráveis de adaptação e de enfrentamento na promoção da capacidade
do indivíduo, superar seus próprios desafios ambientais, através da implantação de
políticas públicas de prevenção a saúde.
Diante da necessidade de investigação sobre a gravidade da propensão de
causas acidentais mais frequentes com idosos, percebeu-se ma importância da
avaliação das ações da política preventiva de saúde no combate de acidentes
domésticos, por se tratar de uma problemática que geralmente resulta em danos
físicos irrecuperáveis, debilitando a saúde do idoso, como induzindo em
hospitalizações precoce e possíveis ocorrências de mortes prematuras.
Com o avanço acelerado da idade os fatores de risco, instrisecos e
extrínsecos contribuem para debilitar a saúde dos idosos, podendo vir a ocasionar
na perca da sua autonomia, motivo este das consequências das limitações físicas e
psicológicas que resultam na deteriorização das suas habilidades de manutenção e
de independências. Aja visto a necessidade por melhoria na qualidade de vida do
idoso, dando visibilidade para a investigação das questões e problemáticas que
interferem na saúde do idoso, com o intuito de possibilitar ações mais eficazes no
trato da prevenção ante os mais diversos fatores de risco e múltiplas causas, que
interagem como agentes determinantes e predisponentes para ocorrências
acidentais nessa etapa da vida.
2. DESENVOLVIMENTO
1. O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO E O IDOSO
O Envelhecimento vem marcado por várias interpretações, no entanto existem
critérios para se definir uma qualidade de vida na velhice diante das várias maneiras
de se compreender o verdadeiro significado de envelhecer. “O envelhecimento não
se dá de maneira estática, está em constante mudança, e transformação porque é
fruto das relações sociais.” Marco (2006, p.34).
A princípio existe um conjunto de mudanças observáveis associadas aos
padrões de envelhecimento e de velhice enquanto indicadores de alterações
fisiológicas e patológicas, no que se refere às influências de fatores intrínsecos ao
organismo, potencializando assim dificuldades de definir operacionalmente um
modelo de qualidade de vida na velhice. A preocupação com a qualidade de vida, a
expansão da longevidade e as mudanças no ciclo biológico, vem causando certa
preocupação nas reais condições de vida a serem oferecidas a esse grupo social.
Segundo o Estatuto do Idoso, Lei federal Nº 10.741, de 01 de Outubro de
2003 em seu Art.8º: O Envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção
um direito social, nos temos desta Lei e a da Legislação vigente. “Estima que em
2025 o Brasil contará com 31,8 milhões de habitantes com 60 anos ou mais de
idade, ocupando o 6º lugar no mundo em contingente de idosos” (Veras,1994), a
qual vem reforçar a questão: se realmente a sociedade brasileira dispõe de
subsídios de forma a assistir integralmente esse contingente da população, nas suas
necessidades básicas de subsistência sobre os mais diferentes segmentos sociais,
conforme afiança Minayo (2005).
A organização Mundial de Saúde – (OMS), O Brasil é o sexto paísno ranking mundial em número de idosos, havendo cerca de 16milhões de idosos nos pais (IBGE, 2005). No mundo há mais de580 milhões de pessoas com idade acima de 60 anos, cujaestimativa de vida de um ser humano chega aos 70 anos de idade,constando pelo menos uma pessoa idosa em 26% dos laresbrasileiros, e mais de 130 mil pessoas com mais de 100 anos nospais (MINAYO, 2005, p.8)
Todo esse fenômeno de transição no quadro demográfico brasileiro
caracteriza-se principalmente a partir das configurações apresentadas pela política
de saúde, referente aos modelos significativos no quadro morbimortalidade,
resultado da redução na incidência e morte por doenças crônico-degenerativas,
típicas das idades mais avançadas, que venham comprometer o estado de saúde
das pessoas idosas, conforme Daly (2004).
As melhorias nas condições sanitárias e de vida da população, pelaqueda nas taxas de fecundidade e de mortalidade no país e pelasmudanças na área epidemiológica em que as doenças infecciosasagudas mais incidentes na população infantil, acabaram sendosubstituídas pelas crônicas - degenerativas, que acometem osindivíduos na idade adulta e nos mais idosos”. (DALY, 2004,p.173).
Apesar do enorme processo de mudança no ciclo biológico, não foi
percebido alterações significativas, no controle pela diminuição dos fatores de risco
acometidos em pessoa idosa no âmbito dos riscos acidentais, que venha exercer
certo controle sobre as implicações de uma velhice menos vulnerável. Segundo a
Organização Mundial de Saúde – OMS.
Cerca de 5% a 10% da população com idade acima de 60 anossofre algum tipo de acidente doméstico grave o que predispõemdo poder público, ações mais eficazes e tecnicamentecompetentes e humanizadas nas ações de promoção, proteção erecuperação da saúde do idoso uma vez apresentado que cercade 70% das lesões, traumas e limitações acometidos em idososnão constam incluídos nas estatísticas nacionais(CHAVES, 2002p. 789 Apud, MINAYO, 2003,783-791).
De acordo com o Sistema Único de Saúde - SUS, um terço dos atendimentos
por lesões traumáticas nos hospitais do país ocorrem com pessoas com mais de 60
anos, 34% das quedas provocam algum tipo de fratura em que a maior parte desses
acidentes (46%) acontece no trajeto entre o banheiro e o quarto, principalmente no
período da noite. (Portal do Envelhecimento, p.1)
Atualmente estudos revelam que 75% dos acidentes com idosos brasileiros
ocorrem dentro de casa, principalmente com o acrescimento no aumento da idade,
tornando-se mais vulneráveis na medida em que necessitam de maiores cuidados
especializados. Dados do Sistema de Informações do Sistema Único de Saúde –
SUS revelam:
No ano de 2006 foram realizadas 116.812 internações porviolência e casos acidentais, sendo que 54,15% referem-se aquedas. Dentre os fatores acidentais extrínsecos: 10,14% foramvítimas de acidentes de trânsito, sobretudo a atropelamento, 2,61a agressões, 0,57% a lesões auto provocadas. Desse conjunto55,11 % causaram fraturas, 12,67 % provocaram lesõestraumáticas, 3,38 luxações e 2,43 % amputações. Nas mulheres
(63.215) necessitam ser internadas por problemas de saúdeprovocados por violências e acidentes, do que homens (53.597).Nas internações dos serviços hospitalares foi maior entre oshomens com 60 a 69 anos (50,53%), que logo ultrapassados pelasmulheres a partir de 70 anos. Eles configuram 34,39 da demandana faixa de 70 a 79 anos e 19,75% no grupo de 80 ou maisquando comparados com as mulheres (Minayo, 2007, p.17).
A preocupação com a saúde e a qualidade de vida na velhice ganhou
relevância nos últimos 30 anos, com o crescimento vertiginoso do número de idosos
e a expansão da longevidade, que passaram a serem experiências compartilhadas
por um numera crescente de indivíduos vivendo em muitas sociedades. O processo
de transformação social bem como o aspecto da longevidade tem demonstrado que
“O Envelhecimento não é uniforme em todos os indivíduos, de maneira que alguns
podem atingir idades avançadas, com excelente estado de saúde”. (FERNANDES,
1998 p.174).
O que não procede em todos os grupos sociais. A população idosa no Brasil,
não é homogênea nem do ponto de vista das distribuições de renda, nem por faixa
etária. Apenas 25% das pessoas acima de 60 anos ganham três salários mínimos
ou mais. Ou seja, 75% são carentes, existindo 43% na faixa de miserabilidade
social, que necessitam da assistência dos serviços públicos especificamente nas
áreas da Assistência Social e de Saúde, bem como das demais políticas setoriais,
declara Martins (1991)
É importante ainda considerarmos que pobreza não é apenas umacategoria econômica, não se expressa apenas pela carência debem material. Pobreza é também uma categoria política que setraduz pela carência de direitos, de possibilidades, e de esperança(MARTINS, 1991,15 apud YASBECK, 2003, p.23).
A análise das necessidades apresentadas sobre as mais diferentes
configurações e representatividades sociais exerce uma enorme influência sobre os
aspectos de sobrevivência dos indivíduos, e suas condições de vida apresentadas.
O conhecimento para se buscar as causas e os determinantes das alterações
funcionais e orgânicas diante das mudanças e manifestações apresentadas nas
condições de saúde e de vida dos idosos, estabelece o interesse em poder definir
quando ocorrem as alterações e se advindas do avanço da idade e ou consecutivas
do próprio processo de envelhecimento.
O declínio das funções dos diversos órgãos tende a se linear em função do
tempo, o qual não se define precisamente, a partir de um ponto exato de transição
como nas demais fases anteriores da vida. O envelhecimento não é um processo
homogêneo, com o avanço cronológico da idade, vão ocorrendo alterações
estruturais e funcionais encontradas em todos os indivíduos fazendo parte do
processo de envelhecimento normal. “As representações sociais sobre o
envelhecimento se configuram como fortes produtos de subjetividades, pois
instituem visões sobre a realidade na dimensão simbólica” (Gusmão, 2003 ap.194,
apud Luca, 2003, p.189 - 194).
O estereótipo do Idoso que o coloca como pessoa que com o passar dos
anos, vai perdendo capacidade de poder para influir sobre sua própria vida, pode
contribuir para definir uma atitude passiva e paliativa na manutenção da sua própria
saúde, fazendo com que as ações do dia - a- dia sejam totalmente reduzidas,
assevera Hazzard (1999).
Faz-se relevante perceber que ignorar o impacto que oenvelhecimento produz sobre os órgãos e funções cognitivastende a revelar a capacidade dos indivíduos de superar os
desafios ambientais. Hazzard (1994 p.774).
Principalmente quando essa condição é observada sobre o público de idosos
com mais de 85 anos, que apresentam uma combinação de doenças, limitações e
alterações funcionais tornando estas inevitáveis.
Todas essas alterações que se iniciam na meia-idade e quem se acentuam
na velhice, tornam-se incidências caracterizadas por: insuficiências das funções
celebrais que em estágios mais avançados apresentam quadro demência,
alterações e declínio funcionais, diminuição dos cuidados orgânicas, estas
ocasionadas em sérias alterações e deteriorização das habilidades de manutenção
da independência e da autonomia do idoso, induzindo na redução das expectativas
de vida saudável.
O envelhecimento tem como princípio demarcar a necessidade de propiciar a
pessoa idosa atenção abrangente à saúde, preconizado pela Organização Mundial
de Saúde – OMS (1947) como sendo um “estado de completo bem-estar físico,
psíquico e social não meramente ausência de doença ou enfermidade”. (PAPALÉO
2002, p.8) o que resulta na necessidade de práticas cuidadosas na área de saúde,
através de equipe técnica interdisciplinar, de equipamentos e recursos disponíveis
para a análise de uma Política de Saúde voltada para a concepção de promoção,
prevenção e de assistência integral.
O reconhecimento do estado de bem - estar funcional dos idosos relaciona-
se as condições físicas, psíquicas e sociais, a partir das etapas biológicas, bem
como associada aos aspectos subjetivos da sua própria história de vida, aspectos
classe, gênero, etnia), assim como as múltiplas relações entre os problemas
ambientais, de saúde, educação, condições socioeconômicas e culturais, estas;
associadas ao seu próprio processo de envelhecimento. “O que tende a produzir
uma mudança fundamental na posição de uma pessoa na sociedade e, portanto em
todas as suas relações com os outros” (NORBERT, 2001, p.83).
No entanto é necessário compreendermos qual a proporção de uma situação
atípica advinda de fatores acidentais ocasionais, ou provenientes de
comportamentos familiares negligenciais, uma vez que a “Família” ainda vem a ser
compreendida como sendo “um lugar privilegiado de proteção e de pertencimento a
um campo relacional importante na renegização existencial dos indivíduos”
(MARTINS, 1995, p.19) onde devera reina práticas de tolerância e de divisão de
responsabilidades, mais subjulgada a se tornar em verdadeiros espaços de conflitos
e de tensões intergeracionais. Os surgimentos dos problemas familiares na maioria
das vezes costumam estar associados à omissão e a negligência, principalmente
quando relacionados a necessidade da assistência devida a ser dada a esses
usuários. Muito embora “podendo ser o local da domesticação, da violência e da
opressão”(PORTELA, 2002 apud FERNANDES,2005. P.175), principalmente
quando associado à total dependência vivenciada por este idoso.
A organização familiar vem apresentando mudanças significadas nas suas
bases estruturais. A unidade doméstica não é mais homogênea, cabendo uma
análise sobre os aspectos da vida doméstica, em particular, sobre as relações de
autoridade e distribuições de poder existentes nessas unidades, onde a diversidade
na sua dinâmica interna, vem caracterizando-se como um modelo único e
preeminentemente particular de existência.
Os aspectos sociais, econômicos e culturais tendem a exercer influências
sobre a estrutura das bases familiares principalmente em se tratando de famílias de
baixa renda, ao se depararem com a redução na expectativa de vida.
O que é de fundamental importância é a avaliação das condições clínicas do
idoso, nas mudanças de hábito e atitudes comportamentais dentro dos núcleos
familiares que tende a condicioná-lo ou inibi-lo, a partir da própria falta de
privacidade. As próprias barreiras arquitetônicas são condionalidades que podem
impedir suas ações, limitando ou expondo-lhe a situações de risco, assim como
causando sérios agravos ou desencadeando processos patológicos irreversíveis,
Assevera Simone de Beauvoir (1990)
para compreender a realidade e a significação da velhice é,portanto, indispensáveis examinar o lugar que é destinado aosvelhos, que representação se faz deles em diferentes tempos, emdiferentes lugares. (Beauvoir, 1990, p.131, apud. Figueiredo, 1998,p.131. 1997).
Todas essas questões são fatores determinantes que contribuem enquanto
aspectos fundamentais para a avaliação do modelo de qualidade de vida que esses
idosos vivenciam no seu cotidiano, não deixando de considerar as relevâncias para
os novos modelos de famílias e seus mais diversos arranjos, a partir das suas
especificidades. Seus aspectos sócio-históricos, econômicos, culturais, grau de
pertencimento, vínculos intergeracionais, dos próprios processo de
co - responsabilidade, da base de acolhimento, da escuta humanizada sobre as
condições de resistências e de sobrevivências dessas famílias, onde os adverte para
o risco que perpassa as necessidades dos idosos diante da necessidade e
complexidade da realidade investigada.
1.1 A POLITICA PREVENTIVA NA ATENÇÃO BÁSICA A SAÚDE DO IDOSO
Mediante a necessidade de se definir uma política expressa de saúde
relacionada ao idoso, no dia 10 de Dezembro de 1990, o Ministério da Saúde - MS
notificou através da Portaria nº1. 395 que fossem readequados planos, projetos e
atividades, esclarecendo o conceito de saúde, na terceira idade de acordo com o
fundamento da Gereontologial, que define o idoso saudável como aquele que
mantém sua capacidade funcional, entendida como a capacidade de manter suas
habilidades físicas e mentais, necessárias a uma vida independente e autônoma.
Através da adoção de ações preventivas, assistenciais e de reabilitação,
fosse possível objetivar a melhoria da capacidade funcional e a recuperação,
possibilitando um envelhecimento saudável e a melhoria da qualidade de vida dos
idosos. Dentre as diretrizes da Portaria Ministerial destacam-se: a promoção do
envelhecimento saudável, estimulando hábitos saudáveis e eliminando
comportamentos nocivos a saúde, a prevenção de quedas, desnutrição, isolamento
social, assistência domiciliar, reabilitação da capacidade funcional comprometida,
enfrentando as causas de dependência que em sua maioria podem ser evitadas,
apoio ao desenvolvimento de cuidados informais, sob a orientação e assessoria de
especificidades.
O processo de envelhecimento populacional tornou-se um tema que vem
causando novos questionamentos, virtude das demandas e situações ora suscitadas
por este fenômeno devido a necessidade por melhoria nas condições de vida dos
mais velhos que podem ser considerados o segmento etário que mais cresce no
Mundo. Reconhecendo o acelerado processo de envelhecimento no Brasil, foi
promulgada uma Legislação específica para esse segmento etário, através da
Política Nacional do Idoso - (PNI), Lei nº8872, de 04 de Janeiro de 1994, sido
regulamentada em 1996 pelo decreto nº1948 de 03 de julho de 1996 (Brasil, 1997).
Tendo em vista a necessidade para um novo modelo assistencial de saúde, o
Ministério da Saúde - MS implanta o Programa de Saúde da Família (PSF), com o
intuito de reverter o modelo assistencial predominante no país, que mantinha uma
prática hospitalar individualista, com utilização racional de recursos e de baixa
resolutividade.
Considerando a importância do atendimento aos idosos na perspectiva de
valorização enquanto cidadão com direitos e deveres, uma pessoa em
desenvolvimento, a se cuidar e se autogerir. A PNI constitui um marco no que diz
respeito à questão da velhice, chamando a atenção pelo tema ser pertinente a toda
a sociedade e não somente as pessoas com mais de sessenta anos, uma vez que
cronologicamente já começa-se a envelhecer logo assim que se nasce. A PNI prevê
em seu art. 3º
I - “A família, a sociedade e o estado tem o dever de assegurar aoidoso todos os direitos da cidadania, garantindo sua participaçãona comunidade defendendo sua dignidade, bem - estar e o direitoa vida” (BORGES, 1993 - 2004 p.89).
Desde então o trabalho da Atenção Básica tem um papel proeminente
enquanto política de saúde na atenção a pessoa idosa buscando a necessária
compreensão do envelhecimento como um processo benigno e não patológico. As
mudanças apresentadas sobre o aspecto de fatores de risco que ocasionam em
agravos físicos, emocionais e sociais, são importantes diagnósticos para se avaliar
os indicadores resultantes do processo de envelhecimento, com suas limitações
fisiológicas gradativas, os quais advém de características tipicamente patológicas
que podem instalar-se durante todo esse processo.
Os cuidados com a pessoa idosa devem incluir a manutenção do seu estado
de saúde sobre as expectativas de uma vida ativa possível, junto aos seus familiares
e a comunidade onde eles exerçam suas atividades com independência funcional e
autônoma. Muito embora ainda existam idosos totalmente dependentes e debilitados
fisicamente, principalmente quando associados aos riscos de acidentes domiciliares.
O modelo de prevenção deve dispor sobre a incidência dos abalos de
acidentes domésticos, caracterizados sobre os fatores de risco, causas e suas
principais consequências, fatores estes predisponentes que interferem sobre a vida
das pessoas idosas principalmente quando relacionado a quedas, decorrentes de
fatores multifatoriais consequência da desnutrição e perda da massa muscular –
(sarcopenia).
Dentre os fatores de risco intrínsecos, consideramos enquanto problemas
inerentes à saúde dos indivíduos, o uso inadequado de medicamentos, problemas
visuais, Doença de Parkinson, dores pelo corpo: (osteortrite de joelhos, lombalgia),
incontinência urinária entre outras, e risco extrínsecos que podem ser modificáveis
no ambiente ou nos hábitos de como andar com calçados com salto alto, usar sola
escorregadia, tapetes, escorregadios, iluminação inadequada nos ambientes de
transição, chão encerado, escadas sem corrimão, vãos sanitários, camas e cadeiras
muito altos ou baixos, sedentarismo ou prática de atividades físicas como corrida,
(Portal Medicina Geriátrica - 2007, p.01)
Dentre os riscos mais frequentes em idosos, as quedas ocorrem normalmente
no próprio ambiente físico domiciliar, nos exercícios da atividade diária as quedas
são as duas causas de maior incidência de morte e fazem confluências entre
violências e acidentes, as quais podem estar associadas a fatores de fragilidade
física no uso de medicamentos que costumam provocar algum tipo de alteração no
equilíbrio ou problemas na diminuição da visão, associadas a presença de
enfermidades como osteoporose. “No Brasil cerca de 29% dos idosos caem ao
menos uma vez ao ano e 13% caem de forma recorrente, sendo que somente 52%
dos idosos não relatam nenhum evento de queda durante um seguimento de dois
anos” (FERRACININI,2008 p.1).
Dentre as causas mais frequentes de acidentes domiciliares em idosos
algumas se encontram relacionadas: ao uso incorreto de facas de cozinha,
causando ferimento, uso incorreto de produtos inflamáveis causando queimaduras,
quedas de bancos ou cadeiras, andar sobre pavimentos molhados úmidos ou com
será, andar sobre tapetes sem superfície antiderrapantes, andar somente de meia
ou só de chinelos ou sapatos muito soltos, mobílias instáveis, gavetas abertas,
objetos e utensílios deixados no caminho, principalmente entre o quarto e o
banheiro, má iluminação, escada com degraus de tamanhos diferentes, fios elétricos
deixados no chão assim como banqueiros ou chuveiros sem barras de apoio
(Portal Zip – saúde, 2007 p.01-02).
A maior parte dos acidentes com idosos acontece em casa (intra - familiar).
Esses acidentes mesmo com menos gravidade de risco, podem debilitar a saúde do
idoso, pois seu organismo já não está preparado para recuperações tão rápidas
quanto de pessoas de menos idade. Uma simples queda pode provocar desde uma
simples lesão, a uma fratura de fêmur ou quadril, cuja susceptibilidade pode exigir
que o idoso ficasse imobilizado, como deixa-lo debilitado por um longo período de
tempo o que tende a induzir na perda da autoconfiança, na restrição do desempenho
funcional, em condicionalidades musculares e acentuação da instabilidade postural.
Percebe-se que quanto mais avançada for à idade, maior é a propensão de
estar envolvido em acidentes dessa natureza. É compreendido que o processo de
envelhecimento impõe algumas restrições e limitações de caráter físico que com o
passar dos anos, os músculos vão perdendo a elasticidade, os ossos fiam mais
frágeis e a calcificação torna-se prejudicada exigindo que os idosos prestem mais
atenção nas atividades que realizam.
Desse propósito o atendimento domiciliar, especialmente embasado nos
pressupostos do Programa de Saúde da família - PSF emerge como um modelo
assistencial capaz de resolver ou minimizar os problemas de saúde dos idosos
numa perspectiva holística no cenário construtivista das relações pessoas e sociais
a qual interage como fatores que influenciam no estado de saúde da pessoa idosa
seu quadro de adoecimento e assim como de sua reabilitação.
Considerando um modo preeminente na atenção, a assistência domiciliar na
Atenção Básica à Saúde, inserida pelo Sistema Único de Saúde - SUS por meio das
equipes do Programa Saúde da Família torna-se reconhecido a importância das
ações e aplicabilidade da política de Prevenção, no intuito de avaliar as
necessidades dos idosos, familiares e do ambiente familiar. Pressupondo um
gerenciamento efetivo, no grau de adoecimento ou das incapacidades patológicas
que previna os idosos de agravos físicos através de intervenções precoces sobre as
implicações de situações de risco acidentais, capazes de comprometer seu estado
de saúde, agindo sobre a manutenção da sua capacidade funcional e
independência. O que rege a Política Nacional de Saúde do Idoso:
Como propósito basilar a promoção do envelhecimento saudável,a manutenção e a melhoria, ao máximo, da capacidade funcionaldos idosos, a prevenção de doenças, a recuperação da saúde dosque adoecem e a reabilitação daqueles que venham a ter a suacapacidade funcional restringida, de modo a garantir-lhespermanência no meio em que vivem, exercendo de formaindependente suas funções na sociedade. (SILVESTRE, 2003APUD Brasil, 1999,p.21).
Uma vez que a Política de Atenção Básica a Saúde dos Idosos tem como
critério oferecer práticas de prevenção à saúde, voltadas a atender ao processo
saúde/doença no envelhecimento, objetivando a garantia da manutenção do estado
de saúde dos idosos para uma expectativa de vida ativa, junto a seus familiares e
comunidade em geral.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa apresentada contribuiu enquanto estudo que fornecesse
informações sobre a necessidade de ações na atenção qualificada nos diversos
níveis de atenção básica em saúde ao idoso contribuindo na promoção, prevenção e
reabilitação da pessoa idosa no controle de situações de risco, caracterizadas como
base de suporte das incidências apresentadas, em que revelam o grau de
vulnerabilidade a qual os idosos encontram expostas e suas principais.
Dentre os conceitos pertinentes foi possível avaliarmos que a etapa do
envelhecimento vem marcada por diferentes indicadores de fragilidade e
dependências sejam: físicas, psíquicas e sociais que influenciam direta e
indiretamente sobre o percurso da vida humana contribuindo na probabilidade da
perda da capacidade funcional do idoso, bem como para sua total ou parcial
inatividade.
Foi percebido que as influências dos fatores de risco intrínsecos e
extrínsecos, assim como os mais diferentes problemas de doenças crônicas
incapacitantes ou não, tornam-se indicadores predisponentes para a implantação de
ações que priorize um modelo de assistência integral voltada para a promoção em
saúde, enquanto método de reeducação, sendo capaz de orientar os idosos sobre
os principais riscos a qual encontram - se exposto.
Dentre os determinantes de Atenção a Saúde do Idoso compreendemos a
enorme fragilidade no que diz respeito a política intensiva sobre os aspecto que
envolve a dependência desse usuário e a ausência dos suporte intrafamiliar, como
das Políticas de Prevenção em saúde ao idoso. As próprias influências que
interferem diretamente das barreiras arquitetônicas, das condicionalidades
ambientais, ausência de privacidade familiar, expressões interpessoais,
dentre tantas outras situações manifestadas.
Diante dos diagnósticos apresentados, os riscos e agravos à saúde do idoso,
vitimas circunstancias de acidentes domésticos, reforçam pela necessidade de
intervenção para práticas de prevenção contra possíveis fatalidades futuras.
Desde então, sucedendo a necessidade de uma Política de Saúde ao Idoso
capaz de enfrentar desafios, traçando limites de atuação sobre a estratégia de
compreensão, sobre o envelhecimento normal, no que se referem as suas limitações
fisiológicas e gradativas, decorrentes das mais diversas situações a serem
enfrentadas pelo processo de envelhecimento processual, que envolve os mais
diferentes fenômenos nessa etapa da vida.
O que não instiga considerar que todo risco eminente acometido em idosos,
tende a tornar-se uma consequência do processo acelerado da idade, mas de
avaliarmos as principais implicações desses agravos. Onde o Sistema de Atenção a
Saúde dos idosos possibilitem a integralidade de forma humanizada, capaz de gerir
a integralidade da assistência e a criação de vínculos de compromisso e de
responsabilidade compartilhados entre os serviços de saúde e a população em
geral.
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Documentos Eletrônicos:
Disponível no site: ( www.proec.ufg.br) acesso em :14/07/2008 as 12:30h
Resenha
Fonte: Medicina Geriátrico - Produzido por Dinamicsite/Síndrome pós-queda nos idososDisponível no site HTTP:// wwwmedicinageriatrica.com.br /acessado em: 20/07/2008 as13:20h arquico de 03/05/2007Por Dr. Arnaldo Miguel Jr e colaboradora: Maria Silva Mammana (Naturologa, Pós-Graduanda Gerontologia pela Metrocamp - SP).
Artigo
Fonte: Universidade Aberta à Terceira IDADE – UNIFESPDisponível no site: HTTP://www.poretalenvelhecimento.net/artigos/artigo936.ht,acessado em
20/0/72008 as 19:15h
Artigo
Fonte: PEQUI – Portal Equilíbrio e Quedas em idososDisponível no site: www.pequi.incubadora.fapesp.br/portal/quedas acessado em 20/0/2008as 8:55h. Por: Mônica Rodrigues Perracini
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Assistente Social pela Universidade Estadual da Paraíba - UEPB. Especialista em Saúde da Família e Especialista em Saúde
Mental pelas Faculdades Integradas de Patos - FIP/PB, com curso de Aperfeiçoamento em Impactos da Violência na Saúde
FIOCRUZ/RJ. E-mail: monesink@yahoo.com.
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