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OLAVO AZEVEDO
INDICADORES DE FRAGILIDADE NOS IDOSOS - REVISÃO DE LITERATURA
TEÓFILO OTONI/ MINAS GERAIS 2011
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OLAVO AZEVEDO
INDICADORES DE FRAGILIDADE NOS IDOSOS- REVISÃO DE LITERATURA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família, Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do Certificado de Especialista. Orientadora: Eulita Maria Barcelos
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TEÓFILO OTONI/ MINAS GERAIS 2011
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OLAVO AZEVEDO
INDICADORES DE FRAGILIDADE NOS IDOSOS- REVISÃO DE LITERATURA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família, Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do Certificado de Especialista. Orientadora: Eulita Maria Barcelos.
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________ Eulita Maria Barcelos (orientadora)
_____________________________________________
_____________________________________________
Aprovada em ____ / ____ /____
3
Dedico a DEUS por esta conquista, a minha FAMÍLIA pelo amor incondicional, aos tutores e a minha excepcional orientadora que não mediu esforços para me ajudar. Obrigado !
4
AGRADECIMENTOS
Senhor, desde que eu estava no ventre da minha mãe,
designou-me a ser instrumento de amor em Tuas mãos.
Concedeste então, a dádiva de seguir este caminho, com o
intuito de servir ao próximo através desta linda profissão.
Concluo este curso com êxito, sabendo que o mérito não foi
meu, mas sim Teu. Peço que me guie para que, a cada dia, eu
possa dar o melhor de mim àqueles que precisarem. Neste
momento, certo das minhas escolhas e orgulhoso de ser o que
sou e de ter chegado até aqui, agradeço profundamente a Ti,
por tudo.
Seria injusto em não citar os nomes das pessoas que
contribuíram para a fundamentação teórico-metodológica deste
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Agradecer seria a
forma mais simples e coerente que poderíamos expressar todo
este sentimento.
Pela paciência, sabedoria, ensinamentos, horas
disponíveis e amizade, a minha excepcional orientadora
EULITA MARIA BARCELOS.
A minha tutora Sibelle Guimarães e a minha amiga Karla
Christina pelo apoio, atenção e empenho no ensinar.
E aos demais o meu muito obrigado!
5
Ninguém ensina ninguém, tão pouco ninguém se educa sozinho, senão que os homens se educam entre si, uns aos outros, quando juntos pronunciam a palavra.
(Paulo Freire).
6
LISTA DE FIGURAS Figura 1- Fenótipos de Fragilidade............................................................. 18
Figura 2- Ciclo de Fragilidade..................................................................... 19
Figura 3-Diagrama do Processo do “Ser Frágil”............................................ 22
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
AVD - Atividades da Vida Diária
PSF- Programa Saúde da Família
FCA- Federal Council on Aging
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciência da Saúde
MEDLINE - Literatura Internacional em Ciências da Saúde e Biomédica
PNI - Política Nacional do Idoso
SUS - Sistema Único de Saúde
OPAS - Organização Pan-Americana de Saúde
ONU -Organização das Nações Unidas
OMS- Organização Mundial de Saúde
PNSPI- Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa
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RESUMO A síndrome da fragilidade é um conceito Gerontológico com múltiplos fatores envolvidos, porém sem uma definição clara e consensual. Neste sentido, o objetivo deste estudo foi analisar através de uma revisão sistemática da literatura os indicadores de fragilidade, correlacionado com o ser frágil e estar frágil na pessoa idosa. Este estudo justifica-se pela relevância da necessidade de identificar e acompanhar pessoas idosas frágeis ou em processo de fragilização através da análise e revisão da literatura, tendo como objetivo final identificar e avaliar os indicadores de riscos e fragilidades que acometem a pessoa idosa. Utilizou-se de artigos científicos através de análise de produções científicas sobre o tema proposto; indicadores de riscos e fragilidades que acometem a pessoa idosa − revisão bibliográfica narrativa. A busca foi realizada em livros, artigos de revistas científicas, monografias, dissertações de mestrado, teses e artigos extraídos via Internet, nos bancos de dados da LILACS, SCIELO, Banco de Tese da USP e no portal Google acadêmico e também publicações do Ministério da Saúde e Secretaria de Saúde. As publicações abrangeram o período do ano 2000 a 2011, no idioma português. Os resultados indicaram que não há um consenso bem definido sobre quais seriam os parâmetros, critérios para identificar, avaliar a prevalência dos indicadores da fragilidade em uma população de idosos, existindo ambigüidades referentes aos conceitos. A interação de fatores multidimensionais: biológicos, psicológicos, cognitivos e sociais, favorecem a um estado de maior vulnerabilidade, associado ao maior risco de ocorrência de desfechos clínicos adversos ( declínio funcional, quedas, hospitalização, institucionalização e óbito). Palavras chave: Envelhecimento, idoso fragilizado, capacidade funcional, fenótipo de fragilidade.
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ABSTRACT
The syndrome of frailty is a concept with multiple Gerontologyfactors involved, but without a clear and agreed definition. In thissense, the objective of this study was to examine, through asystematic review of the signs of fragility, correlated with beingweak and frail in the elderly. This study is justified by the importance of the need to identify and monitor frail elderly or in the process of embrittlement through analysis and review of the literature, with the ultimate goal of identifying and evaluating risk indicators and weaknesses that afflict the elderly. We used scientific articles by analysis of scientific production on the proposed theme, indicators of risks and weaknesses that afflict the elderly - a literature review narrative. The search was conducted in books, journal articles, monographs, dissertations, theses and articles extracted from the Internet, in databases LILACS, SciELO, Stock Thesis, USP and the portal Google Scholar and other publications of the Ministry of Health and Department of Health publications covering the period of 2000 to 2011, the language português. The results indicated that there is no consensus on which would be well-defined parameters, criteria for identifying, evaluating the prevalence of indicators of frailty in an elderly population, there isambiguity regarding the concepts. The multidimensionalinteraction of factors: biological, psychological, cognitive and social, conducive to a state of heightened vulnerabilityassociated with an increased risk of adverse clinical outcomes(functional decline, falls, hospitalization, institutionalization anddeath). Key-words: aging, frail elderly, functional capacity, phenotype of frailty.
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Sumário
1 Introdução .................................................................................................11
2 Objetivos....................................................................................................13 2.1 Geral ........................................................................................................13 2.2 Específico.................................................................................................13 3 Metodologia...............................................................................................14 4 Revisão da Literatura................................................................................15 4.1 Envelhecimento Populacional...................................................................15 4.2 Definições de Fragilidade na Pessoa Idosa..............................................17
4.3 Indicadores de Fragilidade na Pessoa Idosa para Medidas
Preventivas.....................................................................................................22
Considerações Finais...................................................................................25
Referências....................................................................................................27
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1 INTRODUÇÃO Segundo estimativa do Ministério da Saúde, acredita-se que existam de 10 a
25% de pessoas acima dos 65 anos e 46% acima dos 85 anos que vivem na comunidade
sejam frágeis com algum grau de fragilidade, e alto risco para desenvolver problemas
adversos (BRASIL, 2006).
Para Almeida (2002) o envelhecimento é um processo biológico que afeta
todos os seres vivos. A forma como ocorre, entretanto, sofre influências de diversos fatores,
principalmente, genéticos e ambientais, incluindo-se aí o estilo de vida que cada um leva.
Desta forma, apesar de inevitável, a velhice chega de um jeito diferente para cada indivíduo,
com tendência ao acúmulo de processos patológicos, acarretando altas taxas de
comorbidades (doenças crônicas prevalentes nos idosos) e às manifestações dos desgastes
que se instalam com o passar dos anos; surgindo limitações para a execução de atividades
da vida diária à medida que a expectativa de vida aumenta.
A fragilidade é um termo utilizado pelos gerontólogos e geriatras para indicar
a condição de pessoas idosas que apresentam alto risco para quedas, hospitalização,
incapacidade, institucionalização e morte (WALTSON et al., 2001).
Espinoza (2005) aborda que com o acelerado e expressivo envelhecimento
da população brasileira a discussão sobre fragilidade ou fragilização no processo de
envelhecimento surge com muita ênfase. Apesar de não ser um conceito novo, a
sistematização das informações sobre este tema surge para identificar sua etiologia, suas
principais características e possíveis medidas de prevenção, mas estas informações ainda
são deficientes.
Para Bortz (2002), o maior desafio é aproximar o conhecimento obtido na
revisão da literatura para a população e o sistema social e de saúde na busca da redução
da incidência, da prevalência e das conseqüências adversas da fragilidade na população de
idosos uma vez que o potencial de reversibilidade por intervenções é uma característica que
distingue o envelhecimento da fragilidade.
Conforme Teixeira (2008), a prevalência da fragilidade em uma população de
idosos depende dos critérios utilizados nas avaliações. O problema é que não há
concordância sobre quais seriam esses parâmetros. Uma meta do conhecimento científico é
o distanciamento máximo de ambigüidades referentes aos conceitos. Nesse processo,
ocorre a exigência do estabelecimento de critérios para as definições de fragilidade em
idosos.
12
O estabelecimento de critérios de fragilidade é importante, porque beneficiará
os idosos que se encontram em uma condição subclínica da síndrome, pela implementação
de medidas preventivas. Para os indivíduos que estão em estágios avançados de
fragilidade, critérios específicos de avaliação influenciarão a conduta terapêutica a ser
adotada pelos profissionais de saúde. Nesse caso, o objetivo consiste em adiar ou, em
última instância, amenizar as conseqüências adversas, resultando em melhores
prognósticos para a preservação da capacidade funcional dos idosos (TEIXEIRA, 2008).
A prática profissional pode ser desenvolvida á partir da identificação das
deficiências e incapacidades que o idoso apresenta dentro da classificação de risco dos
aspectos frágeis e de alto risco, para se pensar posteriormente em orientações que se
adapte a cultura e modo de vida da população idosa local, onde a indicação de um ou dois
indicadores não torna a pessoa frágil, mas pode ter um alto índice de desenvolver uma
síndrome.
A dimensão do problema envolve o processo de trabalho da equipe, com
relação à pessoa idosa, que não é assistida e acompanhada como deveria ser. A
interferência do processo político local, distância de centros médicos especializados ou
capazes de atender a população dificulta uma melhor assistência a saúde do idoso, além
dos fatores culturais.
Realizou-se neste trabalho um estudo dos Indicadores e fatores de risco que
levam o idoso a ser frágil e estar frágil, vulnerável aos possíveis agentes estressores que
resultam na de redução progressiva das reservas dos múltiplos órgãos e sistemas
fisiológicos apresentando um maior risco para quedas, hospitalização, incapacidade,
institucionalização e óbito.
Este estudo justifica-se pela relevância da necessidade de identificar e
acompanhar pessoas idosas frágeis ou em processo de fragilização através da
análise de informações existentes em banco de dados e registros da equipe,
fundamentando cientificamente as evidências abordadas para se planejar, programar,
avaliar e executar posteriores ações relativas à saúde da pessoa idosa no processo de
trabalho da equipe, com objetivo básico melhorar a qualidade de vida e assistência
prestada, aumentando a resolutividade no serviço com envolvimento de todos os
profissionais da rede.
Diante do contexto ora apresentado e visando contribuir para a construção do
conhecimento sobre questões do envelhecimento e suas repercussões quanto aos
indicadores de fragilidades nos idosos.
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2 OBJETIVOS 2.1 Geral
• Analisar os indicadores de riscos e fragilidades na pessoa idosa.
2.2 Específicos • Identificar os indicadores de riscos que levam as fragilidades.
• Identificar na literatura quais são os critérios, os parâmetros para avaliar a prevalência
dos indicadores de fragilidade na pessoa idosa.
• Correlacionar os indicadores de fragilidade com a ocorrência de maior probabilidade
para desfechos clínicos adversos.
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3 METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão da literatura, utilizou-se a abordagem
narrativa, que segundo Rother (2007, sp ): “[...] são publicações amplas, apropriadas para
descrever e discutir o desenvolvimento ou o "estado da arte" de um determinado assunto,
sob ponto de vista teórico ou contextual.”
A busca dos dados foi realizada em livros, artigos de revistas científicas,
monografias, dissertações de mestrado, teses e artigos extraídos via Internet, nos bancos
de dados da LILACS, SCIELO, MEDLINE e no portal Google acadêmico e também
publicações do Ministério da Saúde e Secretaria Estadual de Saúde.
Foram considerados como critérios de inclusão dos artigos, o corte temporal
de 2000 a 2009, através de artigos científicos nacionais e internacionais.
A elaboração do trabalho ocorre de janeiro a julho de 2011 onde procedeu a
coleta dos dados, a seleção das publicações, a análise e a elaboração da revisão da
literatura com base em dados selecionados.
O estudo teve como ponto norteador os indicadores de fragilidade,
correlacionado com o ser frágil e estar frágil na pessoa idosa.
As palavras chave utilizadas foram: envelhecimento, idoso fragilizado, capacidade
funcional, fenótipo de fragilidade e para idoso fragilizado foram usados “idoso”, “fragilizado”,
“frágil”.
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4 REVISÃO DA LITERATURA
A revisão da literatura foi abordada partindo do contexto mais geral do
envelhecimento populacional para introduzir dos objetivos do trabalho que são os conteúdos
referentes às definições da fragilidade na pessoa idosa, os Indicadores de fragilidade e
medidas preventivas.
4.1 Envelhecimento Populacional
O envelhecimento populacional é um evento do século XXI, que merece uma
ênfase especial com relação ao rápido envelhecimento da população.
De acordo os dados obtidos do IBGE (2006), quase 10% da população o
equivalente a 13,5 milhões de idosos, 70% a 80% dos idosos são dependentes dos serviços
públicos de saúde e está previsto para 2050 um crescente índice de 24% da população que
corresponderá a 56 milhões.
Para Ramos (2005), vem ocorrendo modificações no perfil populacional
brasileiro nas últimas décadas em decorrência do crescimento da população de pessoas
idosas e da expectativa de vida do idoso, num espaço relativamente curto de tempo,
ocorrendo transição de uma população jovem para uma população envelhecida.
Veras (2003, p.708) afirma que: “o envelhecimento da população é uma
aspiração natural de qualquer sociedade, mas não basta por si só. Viver mais é importante
desde que se consiga agregar qualidade aos anos adicionais de vida”.
Até 2025, segundo a OMS, o Brasil será o sexto país do mundo em número
de idosos. Ainda é grande o desinteresse sobre a saúde do idoso, as particularidades e os
desafios do envelhecimento populacional para a saúde pública em nosso contexto social
(GONTIJO, 2005).
De acordo com o Art. 15 do Estatuto do Idoso é assegurada a atenção integral
à saúde do idoso, através do Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo-lhe o acesso
universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a
prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às
doenças que afetam os idosos (BRASIL, 2003).
O propósito da Política Nacional do Idoso (Brasil,1999) é promover o
envelhecimento saudável e a melhoria ao máximo da capacidade funcional do idoso, a
prevenção de doenças e a recuperação da saúde. Garantir ao idoso sua permanência no
meio em que vivem exercendo de forma independente suas funções na sociedade.
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A Organização Pan-Americana de Saúde – OPAS, citada por Gontijo (2005),
relata que o envelhecimento é um processo seqüencial, individual, acumulativo, irreversível,
não patológico, de deteorização de uns organismos maduros, próprios a todos os membros
de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse
do meio ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte.
Corroborando com a OPAS, Meirelles (2000); Monteiro et al. (2003)
concordam que o envelhecimento é processual, inevitável, dinâmico e progressivo, onde
ocorrem modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas, psicológicas e sociais e vão
determinando a perda gradativa da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio
ambiente. Estas modificações vão sendo acentuadas ao longo da existência humana em
decorrência da diminuição progressiva da capacidade funcional, mas nem sempre é vista de
forma positiva pela sociedade.
O envelhecimento populacional não se refere nem a indivíduos, nem a cada
geração, mas, sim, à mudança na estrutura etária da população, o que produz um aumento
do peso relativo das pessoas acima de determinada idade, considerada como definidora do
início da velhice. Este limite inferior varia de sociedade para sociedade e depende não
somente de fatores biológicos, mas, também, econômicos, ambientais, científicos e culturais
(CARVALHO; GARCIA, 2003).
Neste contexto, a Organização das Nações Unidas (ONU), considera o
período de 1975 a 2025 como a “era do envelhecimento”, sendo que a expectativa de vida
ao nascer no mundo, que era de 47 anos entre 1950 e 1955, aumentou para 65 anos entre
2000 e 2005 e a fertilidade caiu de 5 para 2,6 filhos por mulher, o que reflete, também, os
avanços na medicina e tecnologia ( BEZERRA e BATISTA, 2005). A Organização Mundial de Saúde (OMS, 2005) adaptou o termo
“envelhecimento ativo” para expressar o processo de conquista do aumento da expectativa
de vida, sendo esta agora mais saudável, inclusive para as pessoas que são frágeis,
fisicamente incapacitadas e que requerem cuidados. Diante desse panorama, o serviço de
saúde também necessita passar por intervenções, a fim de aumentar a oferta de serviços
para atender a demanda populacional, conhecidamente mais vulnerável ao adoecer. Deve-
se reconhecer que o envelhecer é um processo natural a todos, onde a identificação
precoce dos determinantes ou das comorbidades em si, prolongue a expectativa de vida dos
idosos com qualidade.
Os desafios de uma população em processo de envelhecimento são globais,
nacionais e locais. Superar esses desafios requer um planejamento inovador e reformas
políticas substanciais tanto em países desenvolvidos como em países em transição. Os
países em desenvolvimento enfrentam os maiores desafios, e a maioria deles ainda não
possui políticas abrangentes para o envelhecimento (GONTIJO, 2005).
17
A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (BRASIL, 2006a), preconiza
que o principal problema que pode afetar o idoso é a perda de sua capacidade funcional,
como conseqüência da evolução de suas enfermidades e de seu estilo de vida. A
incapacidade funcional é vista como a perda das habilidades físicas e mentais necessárias
para a realização de suas atividades básicas e instrumentais da vida diária. Aborda também
a garantia da permanência do idoso no meio em que vive.
Conforme RAMOS (2003), a capacidade funcional vem sendo vista como um
novo paradigma de saúde para o idoso. A presença de uma doença, ausência de
autonomia, fatores culturais, socioeconômicos e estilo de vida podem comprometer a
capacidade funcional de um indivíduo, afetando o bem-estar e o processo de
envelhecimento saudável.
O envelhecimento populacional brasileiro vem acontecendo muito rápido, sem
que tenha ocorrido previamente uma sustentável melhoria das condições de vida da
população. Não significa que envelhecer deva estar associado a doenças e incapacidades,
mas infelizmente doenças crônico-degenerativas freqüentemente são encontradas nessa
faixa etária (ALVES, 2002).
Estudos mostram que mais de 85% de nossos idosos apresentam pelo menos uma
enfermidade crônica, e que cerca de 15%, apresentam pelo menos cinco. O acometimento
por uma doença crônica não significa que o idoso perdeu suas capacidades funcionais,
assim como o idoso independente pode ter alguma patologia. Isso implica dizer que a
maioria dos idosos é capaz de tomar decisões e viver independente (BRASIL, 2002).
4.2 DEFINIÇÕES DE FRAGILIDADE NA PESSOA IDOSA Na literatura o termo “idosos frágil” é indicado a sua utilização oficialmente por
membros do Federal Council on Aging (FCA) dos Estados Unidos da América, na
década de 1970. O propósito era descrever os idosos que viviam em condições sócio-
econômicas desfavoráveis e apresentavam fraqueza física e déficit cognitivo. Em 1978,
o FCA estabeleceu dois critérios para a implementação de cuidados aos idosos frágeis:
ter idade igual ou superior a 75 anos e necessitar de assistência para a realização de
atividades do cotidiano (BERGMAN, 2004).
São considerados idosos frágeis ou em situação de risco aqueles com 60 ou
mais, que possuem polipatologias (mais de 5 diagnósticos); polifarmácia (usam mais de
cinco medicamentos ao dia); possuem imobilidade parcial ou total; incontinência urinária ou
fecal; instabilidade postural (quedas de repetição); incapacidade cognitiva; história de
18
internações freqüentes ou pós alta hospitalar; idosos dependentes nas atividades básicas de
vida diária e insuficiência familiar e aqueles com 80 anos ou mais (MINAS GERAIS, 2006).
A fragilidade segundo Araújo (2007), significa falência em ser bem sucedido,
ocorrem com o passar dos anos um declínio enérgico, queda da taxa metabólica, declínio de
força, de mobilidade e quando associados às doenças, imobilidade, depressão e
medicamentos podem iniciar ou acelerar o ciclo de fragilidade.
A concepção de fragilização, que pode aparecer como característica do
envelhecimento está coberta de vários significados, dependendo, em grande medida, da
forma como o termo é utilizado em diferentes áreas do conhecimento (ALVES, 2002).
O significado de fragilização ou processo de fragilização é em uma análise
holística uma situação de vulnerabilidade do individuo, deve-se levar em consideração a
presença de um conjunto de elementos, como a intersubjetividade, contexto e situação
social em que se encontra esse “eu” ( ALVES 2002).
De acordo com Fried et al. (2001, p.1):
[...] a fragilidade é uma síndrome clínica na qual três ou mais dos critérios a seguir estão presentes: perda de peso não-intensional (4,5 kg no último ano), exaustão auto-referida, fraqueza (força de preensão diminuída ), baixa velocidade da marcha, e baixa tolerância a atividade física.
Os 5 critérios acima compõem o fenótipo de fragilidade e encontram-se
esquematizados a seguir na Figura1. Na literatura utilizada o autor utiliza o termo fenótipo
como “aparência externa do individuo, forma ou imagem, masculina ou feminina
(características observáveis do organismo). É o produto da interação entre os genes e da
interação entre o genótipo e o ambiente” ( FRIED et al., 2001,p.1).
Figura 1- Fenótipos de Fragilidade Fonte: Brasil, (2006a).
19
Em estudo dos cadernos de atenção básica do Ministério da Saúde (BRASIL,
2006a) que trata do envelhecimento e saúde da pessoa idosa, observou-se que existe uma
seção dedicada à fragilidade do idoso nas quais as considerações apresentadas fazem
referência a estudos americanos realizados por Fried e seus colaboradores (2001) e
apresentam a definição abaixo: Uma síndrome multidimensional envolvendo uma interação complexa dos fatores biológicos, psicológicos e sociais no curso de vida individual, que culmina com um estado de maior vulnerabilidade, associado ao maior risco de ocorrências de desfechos clínicos adversos, declino funcional, quedas, hospitalização, institucionalização e morte (Fried et al., 2001.p.1).
Alguns profissionais consideram a fragilidade como uma condição intrínseca
do envelhecimento, o que pode ocasionar intervenções tardias, com menor chance de
reversão das conseqüências adversas da síndrome; isso inclui a redução da expectativa de
vida saudável ou com menor índice de acometimento das incapacidades (BRASIL, 2006 a).
O modelo proposto por Fried et al. (2001) recomenda as principais alterações
relacionadas à idade que estão subjacentes à síndrome da fragilidade: alterações
neuromusculares (principalmente a sarcopenia), desregulação do sistema neuroendócrino,
disfunção do sistema imunológico.
Figura 2- Ciclo da Fragilidade Fonte: ( FRIED et. al,. 2001)
20
Foi analisado que a fadiga na realização das atividades da vida diária ( AVDs)
não só é um forte fator de predisposição de incapacidade e mortalidade, como também é um
mediador nos efeitos da comorbidade e na capacidade de realizar exercícios que exigem
esforço físico, configurando-se então como uma medida subjetiva válida para identificar
sinais de vulnerabilidade à fragilidade em idosos, mostrando a necessidade de estratégias
de prevenção (SCHULTZ-LARSEN.; AVLUND, ,2007).
Por fim, os autores afirmam que a definição de fragilidade deve se fundamentar
em uma perspectiva bidimensional: uma dimensão que reflita uma interpretação objetiva e
quantitativa da fragilidade, feita por um profissional de saúde, e uma dimensão que
represente a percepção subjetiva e as experiências de saúde do idoso (SCHULTZ-
LARSEN,; AVLUND, 2007).
De acordo com a Política Nacional da Saúde da Pessoa Idosa/ Portaria nº
2.528 de 2006:
Considera-se idoso frágil ou em situação de fragilidade aquele que: vive em Instituição de longa Permanência para idosos (ILPI), encontra-se acamado, esteve hospitalizado recentemente por qualquer razão, apresente doenças sabidamente causadoras de incapacidade funcional, acidente vascular, encefálico, síndromes demenciais e outras doenças neurodegenerativas, etilismo, neoplasia terminal, amputações de membros – encontra-se com pelo menos uma incapacidade funcional básica, ou viva situações de violência doméstica ( BRASIL, 2006 b p.1 ).
Foi realizado na Dinamarca e publicado nos arquivos de gerontologia e
geriatria um estudo que relata que a fadiga durante a realização de AVD poderia ser uma
forma de mensurar subjetivamente a fragilidade em idosos vivendo na comunidade
(SCHULTZ-LARSEN; AVLUND, 2007).
De acordo com os autores acima, na prática clinica os termos “comorbidade”,
“fragilidade”, “ incapacidade” e conceitos similares são analisados na busca de se entender
o processo de incapacidade no envelhecimento. Pesquisas recentes mostram que
comorbidade, fragilidade e incapacidade definem entidades clinicas distintas, que são
comumente relacionadas, onde cada um tem diagnóstico próprio e necessita de cuidados
específicos. Por critério etário, a literatura estabelece que também seja frágil o idoso com
75 anos ou mais de idade, podendo ser acrescentados ou modificados outros critérios, de
acordo com as realidades locais. Uma vez conhecida o indicador de fragilidade, será
necessário avaliar os recursos locais para lidar com a síndrome identificada em uma dada
população de idodos, de modo a facilitar o cuidado domiciliar, incluir a pessoa que cuida no
ambiente familiar como parceiro da equipe de cuidados, fomentarem uma rede de
solidariedade para com o idoso frágil na comunidade (BRASIL, 2006 a).
21
De acordo com Torres et al. (2006), idosos fragilizados são aqueles com
comprometimento da capacidade funcional ou que apresentam limitações advindas de
doenças, lesões ou afecções, crônicas e agudas. Para os autores, a fragilidade é forte
determinante de incapacidade e de dependência, mas não é a única causa desses
processos, pois eles podem ser também motivados por eventos sociais e psicológicos.
Com o avanço da idade, cresce a probabilidade de ocorrência de fragilidade,
que é mais comum aos 80 anos e mais, caracterizando-se pela presença de três ou mais
doenças ou de uma ou mais síndromes geriátricas e, ainda, pela dependência acentuada
para a realização das AVDs ( TORRES; SÉ; QUEIROZ, 2006).
Anualmente, no Brasil, há uma grande proporção de idosos (46% daqueles
com 85 anos ou mais). Essa nova caracterização de idosos mais idosos interfere em seu
perfil de morbimortalidade, através das novas doenças que se instalam nessa fase
avançada de vida ( BRASIL, 2006 a).
Segundo a literatura, dentre outras novas condições de saúde, a denominada
síndrome da fragilidade possui uma definição tanto unidimensional, como multidimensional
que envolve fatores biológicos, psicológicos e sociais do individuo, tomando-o vulnerável a
desfechos clínicos adversos. Apesar de que ainda não seja consenso da geriatria e
gerontologia, uma definição precisa sobre o termo “fragilidade”, algumas definições são
apresentadas pela literatura especializada e utilizadas por profissionais de saúde para
indicar uma condição em pessoas idosas que se apresentam com alto risco para quedas,
hospitalizações, incapacidades, institucionalização e morte (FRIED et al., 2001).
A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) traz critérios próprios
para identificar as pessoas que podem ser consideradas como “idosos frágeis”. Tais
parâmetros são bastante úteis, pela possibilidade de serem mais facilmente aplicados na
prática diária, já que consideram a idade e hospitalização recente como demais fatores que
podem definir a presença ou não da fragilidade no idoso. O Ministério da Saúde reconhece à
importância e urgência, para o Brasil, operacionalizar a atual política, introduzindo manuais,
portarias e resoluções, como subsídios técnicos específicos à pessoa idosa, para facilitar a
prática diária dos profissionais de saúde com relação aos indicadores de fragilidade
(OLIVEIRA, 2008).
Segundo Oliveira et al. (2009), em recente revisão sobre fragilidade,
identificou-se uma associação e prevalência da questão da assistência ao idoso,
considerando o atual perfil epidemiológico centrado nas doenças crônico-degenerativas e
suas implicações em idosos, o que resulta numa demanda mais freqüente aos serviços de
saúde e provável hospitalização.
De acordo com Veras et al. (2007), as deficiências cognitivas é um dos vários
agravos da saúde do idoso, com ocorrência crescente, visto que o aumento do tempo de
22
Figura 3 – Diagrama do Processo do “Ser Frágil”. Fonte: Oliveira, (2008).
vida e do número de idosos na população continuará a existir e se ampliar. As síndromes
demências são caracterizadas por déficit cognitivo, em múltiplas esferas, não associado ao
prejuízo da consciência, e se configuram como principal causa de incapacidade e
dependência na velhice. Situando-se entre as doenças que mais matam atualmente.
Pode-se relacionar a inserção, o papel do profissional do Programa Saúde
da Familia no contexto do “Ser Frágil” da pessoa idosa, que através de representações da
fragilidade que envolve tanto aspectos clínicos ligados à presença ou não de uma ou mais
doenças crônicas, como do convívio do idoso com seus familiares e com a comunidade,
além da atenção que o idoso recebe da equipe de saúde e da rede de serviços.
4.3 Indicadores de fragilidade na Pessoa idosa Segundo Rockwood (2005, p.1069), diante de diferentes significados de
fragilidade três são as opções de trabalho possíveis e não excludentes: 1. propor uma definição, verificar a coerência da mesma em relação à
ATIVIDADES DA
VIDA DIÁRIA
ALTERAÇÕES FISICAS E
FISIOLÓGICAS
CONTEXTO DOMICILIAR
DIFICULDADES
CONDIÇÃO DE
SAÚDE
SER FRÁGIL
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literatura científica e ampliar as possibilidades de aceitação por meio de consenso; 2. aceitar a existência de muitas definições e a possibilidade de classificação das mesmas; 3. selecionar uma definição anteriormente proposta e operacionalizá-la em estudos longitudinais.
Portanto, optou-se pela adoção de um modelo apresentado por Fried et
al. (2001), que sugere a presença de um fenótipo, sendo possível a identificação precoce de
sinais e sintomas que sugerem a instalação de uma determinada síndrome na pessoa idosa,
sendo possível a adoção de medidas de intervenção específicas que contribuam com a
eliminação ou o postergamento desse processo ou mesmo para o encaminhamento do
idoso para o serviço especializado.
O perfil de fragilização utilizado pela Secretaria Estadual de Saúde de Minas
Gerais para encaminhamento dos pacientes da atenção básica para o Núcleo de Geriatra e
Gerontologia de Minas Gerais, caracterizado segundo Bandeira, Pimenta e Souza (2006) e
Moraes (2010) , inclui os seguintes critérios:
• Pessoa idosa com 80 anos e mais;
• Pessoa idosa com 60 anos e mais apresentando pelo menos um dos
seguintes problemas:
• Polipatologias - cinco diagnósticos ou mais;
• Polifarmácia - cinco drogas/dia ou mais; o imobilidade parcial ou total e/ou
redução do condicionamento
• Cardiorespiratório limitante; incontinência urinária ou fecal;
• Instabilidade postural - distúrbios da marcha ou quedas de repetição;
• Incapacidade cognitiva - síndrome demencial, depressão, delírium;
• História de internações recentes e/ou alta hospitalar;
• Dependência para AVD básicas, tais como: banhar-se, vestir-se, uso do
banheiro, transferir-se, continência, alimentar-se e/ou instrumentais;
• Insuficiência familiar;
• Idosos institucionalizados ou em situação de vulnerabilidade social ;
• Subnutrição ou emagrecimento significativo não intencional ;
• Incapacidade comunicativa: surdez ou cegueira parcial ou total.
A incapacidade cognitiva entre as características descritas acima, é uma das
fragilidades que mais comprometem a funcionalidade da pessoa idosa. Esta incapacidade
pode ser reversível como nos casos de “delírium” e depressão ou irreversível tais como
demências e doenças mentais (MORAES, 2008).
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No contexto de saúde, a identificação da condição pré-frágil auxiliará a evitar
a instalação das síndromes a partir da adoção de intervenções específicas. A identificação
dos referidos sinais e sintomas parece ser mais fácil desde que os profissionais estejam
atualizados e sensibilizados para a importância da detecção precoce. O profissional
conhecedor dos sinais e sintomas da síndrome de fragilidade conversa com a pessoa idosa
e seus familiares desencadeando uma avaliação, com objetivo de detecção da síndrome e
estabelecimento de intervenções precoces apropriadas e individualizadas, onde a atenção e
atuação pró-ativa dos profissionais que atuam com as pessoas idosas podem fazer a total
diferença entre envelhecer com qualidade ou prolongar uma existência com incapacidades
evitáveis (DUARTE,2009).
Muitos problemas encontrados nos idosos poderiam ser facilmente
identificados precocemente, retardando ao máximo suas conseqüências, sendo que estas
muitas vezes passam despercebidas pelos profissionais de saúde que se guiam em uma
queixa principal e encaixam todos os sinais e queixas em uma única doença (BRASIL,
2002).
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Considerações finais O estudo ora apresentado possibilitou assimilação de novos conhecimentos
sobre a temática dos indicadores de fragilidade nos idosos no processo de envelhecimento.
As Doenças Crônicas não Transmissíveis tendem a ser algo comum ao
processo de envelhecimento e provocam, muitas vezes, transformações e adaptações na
vida diária do idoso que precisa de adequações a tais mudanças e ser resistente diante da
condição de fragilidade; aceitar as adaptações no ambiente doméstico, à rotina da família e
à sua própria rotina, onde em algumas situações precisa conviver ainda com as limitações
funcionais.
É necessário que os profissionais do Programa Saúde da Família estejam
atentos não só para as alterações físicas, psicológicas e sociais advindas do processo de
envelhecimento, mas também para possíveis alterações da dinâmica familiar. A fragilidade é
algo inerente ao cotidiano do idoso que vive no ambiente domiciliar. , Olhar a fragilidade
considerando a perspectiva do idoso permite compreender a construção do que representa
para o idoso o “ser frágil”.
Os indicadores de fragilidade no processo de envelhecimento refletem no
“Ser Frágil” do idoso, considerando a representação da pessoa idosa sobre a fragilidade.
As definições e os indicadores de fragilidade evidenciam através da literatura
que as síndromes que acometem os idosos são complexas. A fragilidade pode ser
entendida como uma síndrome decorrente da interação de fatores biológicos, psicológicos,
cognitivos e sociais, ao longo do curso da vida que pode ser identificada precocemente para
que intervenções e condutas também precoces sejam executadas.
Entretanto, apesar de não existir até o momento um tratamento específico
para esta síndrome, a realização periódica de uma avaliação geriátrica global por uma
equipe multidisciplinar é capaz de retardar o declínio funcional e prevenir a fragilidade, e
assim diminuir o índice de institucionalização e hospitalização, alterando positivamente as
taxas de morbimortalidade para esta parcela de população.
Devem ser estabelecidos protocolos sistematizados para a otimização do
cuidar no processo de envelhecimento.
Entretanto, a complexidade das síndromes que acometem os idosos é um
desafio para todos os profissionais da Saúde. Existe um desafio que advém do caráter
multidimensional da fragilidade que torna complexa a elaboração de uma única definição e
estratégia de cuidar, embora exista um entendimento sobre o impacto das síndromes para a
vida pessoal, familiar e social dos idosos.
Portanto, promover um envelhecimento saudável e a melhoria ao máximo da
capacidade funcional do idoso, prevenção de doenças e a recuperação da saúde,
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garantindo ao idoso sua permanência no meio em que vive exercendo de forma
independente suas funções na sociedade, tendo uma parceria e apoio dos profissionais da
Estratégia da Saúde da Família.
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