revolta da natureza by verinh@ os fenômenos da natureza sempre despertaram no homem uma grande...
Post on 22-Apr-2015
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Revolta da naturezaRevolta da natureza
By Verinh@
Os fenômenos da natureza sempre despertaram nohomem uma grande curiosidade. Durante as estaçõesdo ano, as pessoas sempre comentam as variações detemperatura, o excesso ou a falta de chuvas, que está
muito quente e abafado, ou que o vento tem estadomuito forte.
Sempre há alguém reclamando que nuncahouve inverno tão rigoroso, que nos seus cinqüenta e tantos anos de vida, foi a primeira vez que a geada
custou tanto a derreter...
Faz parte da natureza do homem comentar sobre anatureza. O que, entretanto, também deveria ser ocentro de suas atenções, seria o cuidado para nãomagoar ou agredir esta, que na realidade é a sua
verdadeira mãe: a natureza.
O dia estava azul. Azul para os homens, pássaros e flores.Havia um frescor no ar, igual àquele que a gente sente
quando se lembra do encontro com a primeira namorada.Lembro-me bem, pois exatamente naquele dia, o mundo
recebeu uma grata notícia.
Os russos haviam retirado algumascentenas de mísseis atômicos da corrida armamentista
contra os Estados Unidos.Não recordo ao certo que horas eram quando senti aspernas bambearem e o corpo todo estremecer. O ar
parecia trêmulo, as plantas se curvavam, porém não haviavento.
Um pequeno riacho, próximo onde eu estava, sujou-serepentinamente de um vermelho sanguinolento de aparência intoxicada. O céu de azul passou a um cinza escuro e nas
poucas nuvens que se observavam no horizonte avermelhado, percebiam-se corpos com aparência estranha, agressivos,
parecendo querer pegar alguma coisa ou alguém.
Lentamente, foram tomando volume no céu formas minúsculas,porém grotescas de insetos revoando, num estranho
emaranhado, com pássaros de todos os tipos, tamanhos e cores que se tem notícia.
O barulho acompanhava: estonteante, ensurdecedor e deuma dissonância perturbadora. Tudo na natureza parecia
agressivo.
Pequenos pássaros nas gaiolas não pareciam assustados. Participavam do movimento. Seus olhinhos apresentavam-se,
entretanto,injetados com movimentos rápidos em todas as direções, como que querendo assumir também uma atitude
entrosada com toda aquela manifestação ecológica, até certo ponto organizada.
Sucederam-se tremores do solo, estampidos violentos, comchispas elétricas em todos os sentidos. Árvores tombavam
sobre depósitos de agrotóxicos, como se estivessem revidandosua ação nefasta sobre a natureza. Silos rompiam-se derramando ao solo um caudal de sementes que se
movimentavam como se tivessem pernas. Amontoavam-se e seguiam como que impulsionadas,
invadindo prédios, armazéns, casas e escritórios.
As notícias circulavam na cidade.- Meus Deus! - exclamava o povo aturdido. - O que
está acontecendo? Que desgraça? O que fizemos para merecer isto? O que irá acontecer conosco sem mantimentos, sem
termos onde morar e mais nada para comer?De repente, tudo parou. Que estranho. Que calmaria
profunda.
O sol se pôs. Pela manhã, tudo estava normal como sempre.Que beleza. Os pássaros cantavam, os rios corriam
límpidos, com os peixes saltitando de alegria fora d’água. Ascrianças, os animais e até as plantas porejavam saúde e
beleza.Tudo agora estava finalmente bem.
Enfim, a vida continuava... até quando?
Texto: Sady Ricardo dos Santos
Formatação: Vera Lúcia de Siqueira
verinhaescorpios@gmail.com
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