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Reserva Ecológica de Jacarenema
Anfíbios 1
ZONEAMENTO AMBIENTAL
RESERVA ECOLÓGICA DE JACARENEMA VILA VELHA - ES
Coordenação Geral
Cesar Meyer Musso
Coordenação Técnica
Rogério Nora Lima
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
Flora
Associação Vila-velhense de Proteção Ambiental
Vila Velha - ES, dezembro de 2002
Reserva Ecológica de Jacarenema
Anfíbios 2
ZONEAMENTO AMBIENTAL
RESERVA ECOLÓGICA DE JACARENEMA VILA VELHA - ES
Flora
Objetivo: Subsidiar o Diagnóstico Ambiental da área de estudo para o Zoneamento Ambiental da Reserva Ecológica de Jacarenema.
José Manoel Lúcio Gomes – CREA 1209 – D/ES Engenheiro Florestal, MSc
Associação Vila-velhense de Proteção Ambiental
Vila Velha - ES, dezembro de 2002
Reserva Ecológica de Jacarenema
Anfíbios 3
VEGETAÇÃO - Índice
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................................... 01
2. METODOLOGIA....................................................................................................................................... 02
2.1 CLASSIFICAÇÃO DAS FITOFISIONOMIAS......................................................................................................... 02
2.2 MAPEAMENTO DAS FITOFISIONOMIAS........................................................................................................... 03
2.3 IDENTIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES PREDOMINANTES NAS FORMAÇÕES VEGETAIS, INCLUSIVE AS EXÓTICAS........................................................................................................................................................ 03
2.4 LEVANTAMENTO FLORÍSTICO......................................................................................................................... 03
2.5 ESPÉCIES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO E ENDÊMICAS.................................................................................. 03
2.6 ANÁLISE QUALI-QUANTITATIVA DAS ESPÉCIES COMPONENTES DAS FITOFISIONOMIAS.............................. 03
3. RESULTADOS......................................................................................................................................... 03
3.1 LEVANTAMENTO FLORÍSTICO......................................................................................................................... 04
3.2 VEGETAÇÃO RUPESTRE.................................................................................................................................. 11
3.2.1 Herbácea-arbustiva....................................................................................................................... 11
3.2.1.1 Vegetação rupestre herbácea-arbustiva(RHA)....................................................................................... 11
3.2.2 Arbustiva-arbórea.......................................................................................................................... 12
3.2.2.1 Mata baixa (RMB)................................................................................................................................ 12
3.2.3 Vegetação rupestre degradada....................................................................................................... 13
3.2.3.1 Rupestre degradada (RUPd).................................................................................................................. 13
3.3 MANGUEZAL.................................................................................................................................................... 15
3.3.1 Manguezal (MAN)........................................................................................................................... 15
3.3.2 Manguezal degradado (MANd)........................................................................................................ 16
3.4 RESTINGA........................................................................................................................................................ 16
3.4.1 Vegetação herbácea....................................................................................................................... 16
3.4.1.1 Halófila/Psamófila (HPSd..................................................................................................................... 16
3.4.2 Vegetação arbustiva...................................................................................................................... 17
3.4.2.1 Pós-praia (PPR).................................................................................................................................... 17
3.4.2.2 Pós-praia degradada (PPRd)................................................................................................................. 18
3.4.2.3 Aberta de Clusia (ACL)......................................................................................................................... 19
3.4.2.4 Aberta de Clusia degradada (ACLd)...................................................................................................... 21
3.4.2.5 Aberta de Ericaceae degradada (AERd.................................................................................................. 22
3.4.2.6 Brejo arbustivo / herbáceo (BAH)......................................................................................................... 22
3.4.2.7 Brejo arbustivo / herbáceo degradado (BAHd)...................................................................................... 24
3.4.3 Vegetação arbórea......................................................................................................................... 25
3.4.3.1 Mata seca de restinga (MSR)................................................................................................................ 25
3.4.3.2 Mata seca de restinga degradada (MSRd).............................................................................................. 27
3.4.3.3 Mata Paludosa (MPL)............................................................................................................................ 27
3.5 VEGETAÇÃO DOS TABULEIROS OU DAS TERRAS BAIXAS..............................................................................
29
3.5.1 Arbustiva-arbórea.......................................................................................................................... 29
3.5.1.1 Estágio inicial de regeneração dos tabuleiros (EIT)................................................................................ 29
3.6 PASTAGEM....................................................................................................................................................... 30
3.6.1 Pastagem (PAS)............................................................................................................................. 30
3.7 POMAR............................................................................................................................................................. 31
3.7.1 Pomar (POM)................................................................................................................................. 31
3.8 SILVICULTURA OU EUCALIPTAL...................................................................................................................... 32
3.8.1 Eucaliptal (EUC)............................................................................................................................ 32
3.9 ÁREAS SEM COBERTURA VEGETAL................................................................................................................ 32
3.9.1 Áreas sem cobertura vegetal (SCV)................................................................................................. 32
3.10 ESTADO DE REGENERAÇÃO DAS ÁREAS DEGRADADAS PELO EFEITO DO FOGO...................................... 32
Reserva Ecológica de Jacarenema
Anfíbios 4
3.11 ÁREAS DEGRADADAS PASSÍVEIS DE RECUPERAÇÃO...................................................................................
32
3.12 CONSEQUÊNCIAS DA INSTALAÇÃO IMOBILIÁRIA SOBRE AS DIFERENTES FORMAÇÕES VEGETAIS...........
33
3.13 ESPÉCIES COM MAIOR POTENCIAL COMO BIOINDICADORAS PARA SEREM USADAS EM ESTUDOS E
DIAGNÓSTICOS ECOLÓGICOS....................................................................................................................... 33
3.14 ESPÉCIES ENDÊMICAS E AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO.................................................................................. 33
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................................ 33
ANEXOS
Anexo 1 - Mapa de cobertura vegetal da Reserva Ecológica de Jacarenema e entorno, Vila Velha, ES
VEGETAÇÃO – Lista de figuras
Figura 1: Vegetação rupestre herbácea/arbustiva.................................................................................................... 11
Figura 2: Mata Baixa............................................................................................................................................... 13
Figura 3: Vegetação rupestre degradada e em regeneração, com predominância de herbáceas................................. 13
Figura 4: Vegetação rupestre em regeneração, com predominância de arbustivas.................................................... 15
Figura 5: Manguezal................................................................................................................................................ 16
Figura 6: Halófila/psamófila.................................................................................................................................... 17
Figura 7: Pós-praia.................................................................................................................................................. 18
Figura 8: Pós-praia degradada................................................................................................................................. 19
Figura 9: Aberta de Clusia....................................................................................................................................... 20
Figura 10: Aberta de Clusia degradada..................................................................................................................... 22
Figura 11: Brejo arbustivo....................................................................................................................................... 23
Figura 12: Brejo arbustivo degradado por incêndio................................................................................................... 24
Figura 13: Mata de restinga..................................................................................................................................... 25
Figura 14: Mata seca de restinga degradada............................................................................................................. 27 Figura 15: Mata Paludosa........................................................................................................................................ 28
Figura 16: Estágio inicial de regeneração................................................................................................................. 30
Figura 17: Pastagem................................................................................................................................................ 31
Figura 18: Pomar..................................................................................................................................................... 31
Figura 19: Eucaliptal ao centro................................................................................................................................ 32
VEGETAÇÃO – Lista de tabelas Tabela 1 - Distribuição das famílias e espécies por formação, hábito, exóticas, endêmicas, ameaçadas de extinção e
invasoras na Reserva Ecológica de Jacarenema e entorno, Vila Velha (ES)................................................. 04 Tabela 2 - Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) na vegetação rupestre do Morro da Concha,
Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES...................................................................................... 11
Reserva Ecológica de Jacarenema
Anfíbios 5
Tabela 3 - Parâmetros estruturais e diversidade em 0,3ha da mata amostrada no Morro da Concha, Reserva
Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES................................................................................................... 12 Tabela 4 - Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas e ordenadas pelo Valor de Importância (VI), na
mata no Morro da Concha, Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES............................................ 12 Tabela 5 - Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) na vegetação rupestre degradada em regeneração,
com predominância de herbáceas, do Morro da Concha, Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES 14 Tabela 6 - Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) na vegetação rupestre degradada, com
predominância de arbustivas, do Morro da Concha, Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES....... 14 Tabela 7 - Parâmetros estruturais e diversidade em 0,03ha do manguezal da Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila
Velha, ES................................................................................................................................................... 15 Tabela 8 - Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas no manguezal da Reserva Ecológica de
Jacarenema, Vila Velha, ES....................................................................................................................... 15 Tabela 9 - Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) na formação halófila/psamófila na Reserva
Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES................................................................................................... 17 Tabela 10- Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) na formação pós-praia na Reserva Ecológica de
Jacarenema, Vila Velha, ES....................................................................................................................... 18 Tabela 11 - Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) em uma formação pós-praia degradada próximo ao
limite norte da Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES............................................................... 19 Tabela 12 - Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) nas moitas da formação aberta de Clusia da
Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES...................................................................................... 20 Tabela 13 - Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) na região entre moitas da formação aberta de
Clusia da Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES....................................................................... 21 Tabela 14 - Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) em um brejo arbustivo próximo à Rodovia do Sol
(ES-060) na Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES................................................................... 23 Tabela 15 - Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) em um brejo arbustivo próximo ao manguezal da
foz do rio Jucu na Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES.......................................................... 23 Tabela 16 - Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) em um brejo arbustivo nas margens do rio Jucu
na Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES................................................................................. 24 Tabela 17 - Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) em um brejo arbustivo próximo à ponte sobre o rio
Jucu na Rodovia do Sol (ES-060) na Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES.............................. 24 Tabela 18 - Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) em um brejo arbustivo impactado por fogo próximo
à foz do rio Jucu na Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES....................................................... 25 Tabela 19 - Parâmetros estruturais e diversidade em 0,03ha da mata de restinga amostrada na Reserva Ecológica de
Jacarenema, Vila Velha, ES....................................................................................................................... 26 Tabela 20 - Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas na mata de restinga da Reserva Ecológica de
Jacarenema, Vila Velha, ES....................................................................................................................... 26 Tabela 21 - Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) em uma mata de restinga impactada por fogo nas
margens rio Jucu na Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES..................................................... 27 Tabela 22 - Parâmetros estruturais e diversidade em 0,03ha da mata paludosa de restinga próximo à ponte sobre o
rio Jucu na Rodovia do Sol (ES-060) na Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES......................... 28 Tabela 23 - Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas na mata paludosa de restinga localizada próximo à
ponte do rio Jucu na Rodovia do Sol (ES-060) na Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES........... 28 Tabela 24 - Parâmetros estruturais e diversidade em 0,03ha da mata paludosa de restinga próximo ao posto da
Polícia Rodoviária Estadual na Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES....................................... 29 Tabela 25 - Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas na mata paludosa de restinga localizada próximo
ao posto da Polícia Rodoviária Estadual na Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES.................... 29 Tabela 26 - Parâmetros estruturais e diversidade em 0,03ha do estágio inicial de regeneração da mata dos tabuleiros
no entorno da Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES................................................................ 30 Tabela 27 - Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas em 0,03ha do estágio inicial de regeneração da
mata dos tabuleiros no entorno da Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES................................ 30
Reserva Ecológica de Jacarenema
Anfíbios 6
FATORES BIÓTICOS
VEGETAÇÃO
1. INTRODUÇÃO
A vegetação de uma região é composta por comunidades vegetais (Walter, 1986) e sua estrutura pode ser definida baseando-se nos estratos, e de uma maneira geral, estes podem ser separados em arbóreo, arbustivo, herbáceo, além dos musgos e líquens (Mueller-Dombois & Ellenberg, 1974). A comunidade vegetal pode ser determinada segundo a fisionomia das unidades de vegetação, composição florística e da homogeneidade dos representantes, sendo a estrutura de uma comunidade vegetal o resultado do agrupamento da fitossociologia das espécies e da distribuição destes agrupamentos segundo as formas de vida (Braun-Blanquet, 1979).
A palavra Restinga no sentido fitogeográfico designa as formações que cobrem as planícies
quaternárias arenosas litorâneas e no sentido ecológico, indica todo o conjunto de fatores bióticos
e abióticos que interagem sobre as planícies, formando um ecossistema com características
peculiares (Silva, 1990) e segundo Suguio & Tessler (1984) é resultante da ação conjuntiva de
fontes de areia, correntes de deriva litorânea, variação do nível relativo do mar e de armadilhas
para retenção de sedimentos, formada durante o quaternário.
A flora do Sudeste brasileiro, apesar dos intensos esforços na busca de sua caracterização, ainda é pouco conhecida com relação as suas espécies em determinados ecossistemas (Giulietti, 1992), e dentre estes, o de Restinga, que segundo Silva (1990) encontram-se nas planícies quaternárias arenosas litorâneas.
Ule (1901) identifica pela primeira vez nas Restingas diferentes comunidades. Desde então vários pesquisadores vêm se referindo à comunidades distintas deste ecossistema, culminando com Araújo & Henriques (1984) que descreveram 12 formações para a costa do Estado do Rio de Janeiro.
No estado do Espírito Santo o ecossistema Restinga encontra-se localizado ao longo de cerca de 370 km de costa (Thomaz & Monteiro, 1993), interrompida em alguns pontos pelos Tabuleiros e pelas formações Pré-cambrianas (Moreira & Camelier, 1977).
Nas Restingas do estado do Espírito Santo os impactos negativos foram incrementados a partir do século XIV, devido a crescente ação antrópica, destacando-se dentre estes o intenso desmatamento realizado, principalmente para ocupação urbana, restando poucos fragmentos da vegetação existente naquela época.
A Reserva Ecológica de Jacarenema é um destes fragmentos, que, apesar da especulação imobiliária e extração de areia, possui em vários pontos os fragmentos das diversas comunidades naturais.
Pereira (1990a) baseando-se na descrição realizada por Araújo & Henriques (1984) para as Restingas do Estado do Rio de Janeiro, descreveu onze formações de Restinga no Parque Estadual Paulo César Vinha (pós-praia, Palmae, mata de Myrtaceae, mata seca, brejo herbáceo, floresta periodicamente inundada, floresta permanentemente inundada, aberta de Ericaceae, aberta de Clusia, halófila e psamófila reptante). As duas últimas comunidades por possuírem indivíduos halófitos que podem também ser classificados como psamófitos, e muitos destes por possuírem características halofíticas, dificultam a separação destas duas comunidades, que serão tratadas neste trabalho como vegetação halófila-psamófila, como utilizado por Thomaz (1991).
A Restinga ocorrente na Reserva Ecológica de Jacarenema e entorno, apresenta diferentes fisionomias, influenciadas pelo Rio Jucu, Oceano Atlântico, depressões entre
Reserva Ecológica de Jacarenema
Anfíbios 7
cordões arenosos, planícies alagadas, que junto com outras variáveis, possibilitaram que as espécies vegetais se agrupassem, de maneira a constituir diferentes comunidades. Na Reserva Ecológica ocorre Manquezal e em parte de seu entorno está sob o domínio da Mata Atlântica (mata de tabuleiro).
A Mata Atlântica ocupava toda a zona costeira brasileira, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul e se estendia por centenas de quilômetros para o interior, nas regiões Sul e Sudeste, atingindo até a Argentina e Paraguai.
Atualmente, a Mata Atlântica sobrevive em apenas 95.641 Km2, composta por florestas de planície e de altitude, matas costeiras e do interior, ilhas oceânicas, encraves e brejos interioranos, ecossistemas associados como restingas, manquezais e campos de altitude. Correspondendo a 8,8% de sua área original. seus principais remanescentes concentram-se nos Estados das regiões Sul e Sudeste, recobrindo parte da Serra do Mar e da Mantiqueira, onde o processo de ocupação foi dificultado pelo relevo acidentado e pouca infra-estrutura de transporte (Capobianco & Lima, 1997).
Rizzini (1979) agrupa a vegetação situada sobre as cadeias montanhosas litorâneas do Rio Grande do Sul ao Nordeste em província Atlântica, sendo esta mais expressiva nas serras da Mantiqueira e do Mar, localizadas nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio e Janeiro e Espírito Santo, subdividindo-a em várias formações, e segundo este autor, parte da área do entorno enquadra-se na região da Mata dos Tabuleiros que ocorre entre os estados de Pernambuco e Rio de Janeiro e considera a vegetação mais imponente a situada no sul da Bahia e norte do Espírito Santo.
Anteriormente, Ruschi (1950) classificou a vegetação do estado do Espírito Santo em várias formações, e o local de estudo enquadra-se no domínio da Mata dos Tabuleiros, Manquezal e Restinga. Já Radambrasil (1983) também classificou a vegetação do estado do Espírito Santo em várias formações, sendo que o local de estudo encontra-se no domínio da Floresta das Terras Baixas.
O manguezal apresenta grande variabilidade quanto a distribuição, extensão e desenvolvimento. O substrato, o clima, a salinidade e a amplitude das marés, levam a uma grande variabilidade quanto a distribuição, extensão e desenvolvimento estrutural do manguezal (Odum, McIvor & Smith III, 1982 apud Carmo et al 1998), com ocorrência no Brasil desde o rio Oiapoque até Laguna (SC), em grande diversidade de condições ambientais (Schaeffer-Novelli, 1993 apud Carmo et al 1998).
A chegada dos colonizadores ampliou a pressão antrópica sobre os manguezais e principalmente com a instalação de núcleos urbanos, houve aumento do desmatamento, aterro, degradando boa parte deste ecossistema no Brasil.
Nas planícies costeiras do estado do Espírito Santo as lagunas, a formação barreiras, os cordões litorâneos regressivos pleistocênicos e holocênicos além de dunas e manguezais alternam-se e interagem. Este último aparece em todo o litoral do Espírito Santo, ocupando área de cerca de 70,35 km2 (Vale & Ferreira, 1998).
2. METODOLOGIA
2.1 CLASSIFICAÇÃO DAS FITOFISIONOMIAS
Ao estudar a vegetação vascular que se encontra inserida no meio biótico, suas fitofisionomias (formações vegetais) foram mapeadas, classificadas e identificados seus principais componentes, utilizando-se de visitas a campo. A vegetação existente foi classificada e descrita em conformidade com a literatura disponível (Ruschi, 1950; Rizzini, 1979; Rizzini 1997; Radambrasil, 1983; Veloso & Goes-Filho, 1982) e a legislação vigente (Leis Federais nºs 4.771/65 e 7.511/86, Lei Estadual nº 5.361/96 e Resoluções CONAMA números 010, de 01/10/1993 e 29, de 07/12/1994).
Reserva Ecológica de Jacarenema
Anfíbios 8
2.2 MAPEAMENTO DAS FITOFISIONOMIAS
A vegetação foi plotada em mapa em escala 1: 5000.
2.3 IDENTIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES PREDOMINANTES NAS FORMAÇÕES VEGETAIS, INCLUSIVE AS EXÓTICAS
A identificação das espécies vegetais foi realizada através de observações de campo, coletas de material botânico para checagem em Herbário (UFES e de outras instituições de ensino do país) e através de literatura disponível (Barroso, 1978, 1984, 1991 e 1999; Lewis, 1987; Rizzini, 1971; Lorenzi, 1991 e 1992; Carvalho, 1994).
2.4 LEVANTAMENTO FLORÍSTICO
A diversidade vegetal na Mata Atlântica do Espírito Santo é uma das maiores do mundo (Thomaz, 1996; Peixoto & Gentry, 1990) e as espécies componentes dessa diversidade observadas em campo serão apresentadas em listagem contendo as famílias botânicas, os nomes científico/vulgar, hábitos e ambientes onde foram observadas. Vale ressaltar que a realização de um levantamento florístico restrito a apenas um mês, concentrado em uma estação do ano, não permite a identificação de todos os indivíduos existentes na área. Para isso, seriam necessárias coletas de material botânico abrangendo as quatro estações do ano, por período superior a um ano, além do envio e a identificação por especialistas em grupos específicos daquelas espécies indeterminadas.
2.5 ESPÉCIES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO E ENDÊMICAS
Através de observações de campo, serão identificadas as espécies raras e aquelas ameaçadas de extinção, em conformidade com a legislação vigente (Portaria nº 37-N – IBAMA, abril/1992).
2.6 ANÁLISE QUALI-QUANTITATIVA DAS ESPÉCIES COMPONENTES DAS FITOFISIONOMIAS
Esta análise foi realizada através de amostragens ecológicas rápidas (fitossociologia) nas diferentes comunidades, conforme o hábito predominante. As formações arbustivas/arbóreas foram analisadas através do método de parcelas, utilizando-se três unidades amostrais de 20 x 5m, totalizando 300m2 (Mueller-Dombois & Ellenberg, 1974).
As fitofisionomias predominantemente herbáceas com altura de até 1,8m foram amostradas através do método de pontos (Mantovani, 1987; Mantovani & Martins, 1990), utilizando-se 30 pontos. Já aquelas com altura superior a 1,8m foram amostradas através do método de intersepto de linha, segundo Brower & Zar (1984).
3. RESULTADOS
A Reserva Ecológica de Jacarenema e seu entorno apresentam remanescentes vegetacionais de variados ecossistemas como a restinga, o manguezal e a Mata Atlântica de Tabuleiros, além de afloramentos rochosos com vegetação rupestre. Ocorrem ainda trechos com intervenções antrópicas que produziram pastagens, áreas com silvicultura, além daquelas urbanizadas.
O ecossistema representado em maior extensão é a restinga e suas diferentes formações vegetais desde aquelas herbáceas até as arbustivas e arbóreas. Também ocorre o manguezal na foz do Rio Jucu, que apresenta em suas margens áreas brejosas. A vegetação de Tabuleiro aparece em trechos mais afastados do mar, em estágios iniciais de sucessão. No Morro da Concha, limite sul da Reserva Ecológica, são encontrados
Reserva Ecológica de Jacarenema
Anfíbios 9
ambientes naturais de vegetação rupestre e, nos trechos onde o solo é mais desenvolvido, ocorrem formações arbustivas/arbóreas em fase de sucessão (Anexo 1).
3.1 LEVANTAMENTO FLORÍSTICO
Das 266 espécies distribuídas em 83 famílias observadas na área destacam-se Myrtaceae, Poaceae, Bromeliaceae, Fabaceae, Euphorbiaceae e Rubiaceae, pelo significativo número de espécies. Destas, 20 são invasoras, 18 são exóticas aos ecossistemas naturais, 2 são endêmicas, 2 são ameaçadas e 18 consideradas invasoras (Tabela 1).
Tabela 1 - Distribuição das famílias e espécies por formação, hábito, exóticas, endêmicas, ameaçadas de extinção e
invasoras na Reserva Ecológica de Jacarenema e entorno, Vila Velha (ES) . Hábitos: her= herbáceo; arb= arbustivo; arv= arbóreo; epi= epífito; lia= Liana. Ambientes: ACL= aberta de Clusia; ACLd= aberta de Clusia degradada; AERd= aberta de Ericaceae degradada; RUPd= rupestre degradada; BAH= brejo arbustivo/herbáceo; BAHd= brejo arbustivo degradado; RHA= rupestre herbácea-arbustiva; HPSd= halófila/psamófila degradada; PPR= pós praia; PPRd= pós praia degradado; RMB= rupestre mata baixa ; MSR= mata seca de restinga; MSRd= mata seca de restinga degradada; MPL= mata paludosa; EIT= estágio inicial; MAN= manguezal, PAS= pastagem; POM= pomar e EUC=eucaliptal. Consta também as espécies
exóticas (EX); endêmicas ao Estado do Espírito Santo (EN), consideradas ameaçadas de extinção segundo Lista Oficial do IBAMA, Portaria Nº 37-N, de 3 de abril de 1992 (AM) e as consideradas invasoras (IN).
FAMÍLIAS / ESPÉCIES NOMES VULGARES EX EN AM IN HÁBITOS AMBIENTES
AMARANTHACEAE
Alternanthera brasiliana (L.) O. Kuntze her RHA
A. maritima (Mart.) A. St-Hil. her HPSd
Blutaparon portulacoides (A. St-Hil.) Miers her HPSd
AGAVACEAE
Furcroya gigantea Vent. pita X arb RUPd
ANACARDIACEAE
Anacardium ocidentale cajueiro X arb POM
Mngifera indica mangueira X arv POM
Spondias lutea cajá X arv POM
Schinus terebinthifolius Raddi aroeira arb RHA; PPR; ACL;
ACLd; EIT
Tapirira guianensis Aubl. pau-pombo arv MSR; MPL
ANNONACEAE
Annona acutiflora Mart. pinha-do-mato arv MSR
A. glabra L. pinha-do-mato arv MPL
Oxandra nitida R.E.Fr. arv MSR
Xilopia sericea A. St.-Hil. pindaíba arv EIT
APIACEAE
Hydrocotyle bonariensis Lam. her RHA; HPSd
AQUIFOLIACEAE
Hilex sp. arb AERd
ARACEAE
Anthurium sp. antúrio her ACL; ACLd
Monstera adansoni Schott epi MSR; MPL
Philodendron sp. epi MSR
ARALIACEAE
Didimopanax seloi ar AERd
ARECACEAE
Allagoptera arenaria (Gomes)O. Kuntze guriri arb RHA; PPR; ACL; ACLd; MSRd
Attalea humilis Mart. pindoba arb MSR
Bactris vulgaris Barb. Rodr. arv MPL
Coccos nucifera coqueiro arv POM
Continua
Reserva Ecológica de Jacarenema
Anfíbios 10
FAMÍLIAS / ESPÉCIES NOMES VULGARES EX EN AM IN HÁBITOS AMBIENTES
Desmoncus orthacanthus Mart. arb MSR; MPL
Geonoma schottiana Mart. Arv MPL
ASCLEPIADACEAE
Oxypetalum banksii Schult. X lia PPR; ACLd
ASTERACEAE
Baccharis dracunculifolia alecrim X arb POM
Baccharis sp. arb RUPd; ACLd
Emilia sonchifolia DC. serralha X her PPRd; RHA; ACLd
Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera camará arv RHA; RMB; EIT;
PAS
Vernonia polyanthes Less. assa-peixe arb RHA; PAS
V. scorpioides Pers. casadinha X arb RHA; ACLd; PAS
AVICENNIACEAE
Avicennia germinans Moldenke manque-preto arv MAN
BIGNONIACEAE
Arrabidaea conjugata (Vell.) Mart. lia RUPd
Jacaranda puberola Cham. arv MSR; ACLd
Tabebuia cassinoides (Lam.) DC. pau-tamanco arv MPL
Sparatosperma leucanthum cinco-folhas arv PAS
Bignoniaceae sp.1 lia RHA
BLECHNACEAE
Blechnum serrulatum Rich. samanbaia her BAH; ACLd
BORAGINACEAE
Cordia verbenacea DC. baleeira X her PPR
Tournefortia bicolor Sw. her RUPd
BROMELIACEAE
Aechmea guarapariensis bromélia her MSR
Aechmea lingulata bromélia her MSR
Aechmea nudicaulis (L.) Griseb. bromélia her MSR; ACL
Aechmea sp. bromélia her MSR
Billbergia euphemiae E. Morren bromélia epi MSR
B. tweedieana Baker bromélia her RMB; MSR
Bromelia antiacantha Bertol. bromélia her RHA; MSR
Crypthanthus maritimus L.B. Sm. bromélia her MSR
Pseudananas sagenarius (Arruda) Camargo bromélia her RUPd; MSR
Quesnelia quesneliana (Brongn.) L.B. Sm. bromélia her RHA; PPR; ACL;
MSRd
Tillandsia gerdneri bromélia her MSR
Tillandsia stricta Sol. bromélia epi ACL
T. usneoides (L.) L. bromélia epi ACL
Vriesea procera (Mart. ex Schult. F.) Wittm. bromélia epi ACL; MSR
BURSERACEAE
Protium icicariba (DC.) Marchand almescla arb ACL; AERd
P. heptaphyllum (Aubl.) Marchand almescla arv RMB; MSR; MPL
CACTACEAE
Cereus fernambucensis Lem. cacto her RHA; ACL
Coleocephalocereus fluminensis (Mik.) Backeb.
cacto her RHA
Pereskia aculeata Mill. oropronobis lia PPR
Pilosocereus arrabidae (Lem.) Byles & G. D. Rowley
cacto her PPR; ACL
Continua
Reserva Ecológica de Jacarenema
Anfíbios 11
FAMÍLIAS / ESPÉCIES NOMES VULGARES EX EN AM IN HÁBITOS AMBIENTES
Selenicereus setaceus (Salm-Dyck ex DC.) Werderm.
cacto her RHA
CAESALPINIACEAE
Chamaecrista ensiformis (Vell.) Irwin & Barneby
arb RUPd; MSR
C. flexuosa (L.) Greene her ACL; ACLd; AERd
C. ramosa (Vogel) Irwin & Barneby her RHA; ACLd; AERd
Hymenaea rubriflora Ducke jatobá arv MSR
Senna australis (Vell.) Irwin & Barneby arb PPR; ACLd
CANNACEAE
Canna indica L. Her RHA
CAPPARACEAE
Capparis flexuosa (L.) L. arv RMB; HPSd; PPR
CECROPIACEAE
Cecropia pachystachya Trec. embaúba arv RUPd
CARICACEAE
Carica papaya mamoeiro X arv POM
CELASTRACEAE
Maytenus obtusifolia Mart. arv MSR; MPL
CHRYSOBALANACEAE
Chrysobalanus icaco L. maçã-da-praia arb PPR; BAH
Couepia sp. milho-torrado arb ACL
CLUSIACEAE
Calophyllum brasiliensis Cambess. gunandi arv MPL
Clusia hilariana Schldtl. abaneiro arv ACL; MSR; PPR
C. spirictu-sanctensis G. Maris & Weinberg abaneiro arv MSR
Kielmeyera albopunctata Saadi arv ACL; MSR
Symphonia globulifera L. f. guanandi arv MPL
COMBRETACEAE
Laguncularia racemosa Caertn. f. arb BAH; MAN
Terminalia catappa L. castanheira-da-praia X arv RUPd; PPRd
COMBELINACEAE
Commelina virginica L. trapoeraba her
MSRd; PPRd; ACLd
Dichorisandra thyrsiflora Mikan arb MSR
CONVOLVULACEAE
Ipomoea imperati (Cahl) Griseb. her PPRd; HPSd
I. pes-caprae (L.) Sweet her HPSd; PPRd
Merrenia sp. lia RHA
Convolvulaceae sp.1 lia MSRd
CYATHEACEAE
Trichipteris phalerata (Mart.) Barr. Samanbaia açú arb MPL
CYPERACEAE
Cyperus ligularis L. tiririca her
RHA; ACLd; AERd
Cyperus sp. tiririca her
BAH; ACLd; AERd
Fimbristylis sp. tiririca her AERd
Lagenocarpus rigidus Ness her BAH; BAH;
Lagenocarpus sp. her ACL; ACLd
Remiria maritima Aubl. pinheirinho-da-praia her HPSd; PPRd
Continua
Reserva Ecológica de Jacarenema
Anfíbios 12
FAMÍLIAS / ESPÉCIES NOMES VULGARES EX EN AM IN HÁBITOS AMBIENTES
Scleria latifolia Sw. her MPL
DIOSCORIACEAE
Dioscorea sp. lia MSR
ERICACEAE
Agarista revoluta (Spreng.) Hooker ex. Nied arv ACL; AERd
Gaylussacia brasiliensis arb AERd
ERYTHROXYLACEAE
Erythroxylum sp.1 arv RUPd; RMB
Erythroxylum sp.2 arv MSR
ERIOCAULACEAE
Paepalanthus ramosus her ACL, AERd
Syngonanthus sp. Her AERd
EUPHORBIACEAE
Chaetocarpus myrsinites Baill. arb ACL
Chamaecysse thymifolia (L.) Mill her PPRd; ACLd
Croton lobatus L. her PPRd; ACLd
Croton sp. her RHA
Euphorbia heterophylla L. her PPRd
Jatropha ureans H.B.K. X arb RHA
Manihot tripartita (Spreng.) Müell. Arg. mandioca-do-mato arb PPR
Pera glabrata (Schott) Baill. arv RMB; MSR; EIT
Phillantyhus sp. her RHA
Riccinus comunis L. mamona X arb PPRd; ACLd
Sebastiania glandulosa (Mart.) Pax arb PPR; RUPd; ACLd
FABACEAE
Andira fraxinifolia Benth. Angelim arv MSR
A. nitida Mart. ex Benth. Angelim-da-restinga arb ACL
Canavalia rosea (Sw.) DC. her HPSd; PPRd
Centrosema virginianum (L.) Benth. her RHA; ACLd
MELASTOMATACEAE
Marcetia taxifolia her AERd
Miconia rigidiuscula Cogn. arv MSR
Miconia sp. arb AERd
Tibouchina urceolaris (DC.) Cogn. quaresmeira pequena arb BAH,
MELIACEAE
Trichilia casaretti C. DC. arv RMB
MENISPERMACEAE
Menispermaceae sp.1 lia RUPd
MIMOSACEAE
Anadenanthera sp. arv EIT
Inga capitata Desv. ingá arv RHA; RMB; MSR; MPL; EIT
Inga sp. ingá arv MPL
Leucaena leucocephala (Lam.) De Wit leucena X arv PPRd
MOLLUGINACEAE
Mollugo verticillata L. heb PPR; ACL; ACLd
MORACEAE
Artocarphus sp. jaqueira X arv POM
Ficus sp. mulembá arv MSR
Continua
Reserva Ecológica de Jacarenema
Anfíbios 13
FAMÍLIAS / ESPÉCIES NOMES VULGARES EX EN AM IN HÁBITOS AMBIENTES
Sorocea hilarii Gaudich. arb RMB
MUSACEAE
Musa paradisiaca L. bananeira X arb RUPd; POM
MYRSINACEAE
Myrsine guianensis (Aubl.) O. Kuntze capororoca arb ACL
M. parvifolia (A. DC.) Mez capororoca arv RMB; MSR
MYRTACEAE
Caliptranthes brasiliensis O. Berg arb ACL
Campomanesia guazumifolia (Cambess.) O. Berg arv MSR
Eucalyptus sp. eucalipto X arv EUC
Eugenia bahiensis O. Berg arv MPL; MSR
E. cyclophylla O. Berg arv ACL
E. cymatodes O. Berg arv MSR
E. excelsa O. Berg arv MSR
E. ilhensis O. Berg arv MSR
E. jambolona jamelão X arv POM
E. ovalifolia Cambess. arb ACL
E. punicifolia (H.B.K.) DC. arv MSR
E. uniflora L. pitanga arb RHA; MSR; PPR
Eugenia sp. arv RMB
Gomidesia martiana O. Berg arv MSR
Marlierea neuwiediana (O. Berg) Nied arb PPR;ACL; AERd
Myrcia acuminatissima O. Berg arv MSR; MPL
M. bergiana O. Berg arv MSR
Myrcia sp. arv MPL
Myrciaria floribunda (H. West. ex Willd.) O. Berg arb ACL; MSR
Neomitranthes obtusa Sobral et Zambom X arb ACL
Psidium cattleyanum Sabine arv RMB
P. guajava L. goiabeira X arv RMB; POM
P. guineense Sw. araça-da-praia arb RHA; EIT
P. macahense O. Berg arb MSRd; EIT
Myrtaceae sp. 1 arv MSRd
Myrtaceae sp. 2 arv MPL
NYCTAGINACEAE
Guapira opposita (Vell.) Reitz arv RMB
G. pernambucensis (Casar.) Lundell arb RHA; PPR; BAH;
ACLd
OCHNACEAE
Ouratea cuspidata (A. St.-Hil.) Engl. arb MSR
OLACACEAE
Heisteria perianthomega (Vell.) Sleumer arb ACL
ORCHIDACEAE
Brassavola tuberculata Hook. epi MSR
Cyrtopodium polyphyllum (Vell.) Pabst ex F. Barros
her ACL
Epidendrum denticulatum Barb. Rodr. her ACL
Oceoclades maculata (Lindl.) Lindl. her MSR
Vanilla bahiana Hoehne her PPR
PASSIFLORACEAE
Passiflora sp. maracujá lia RUPd
Continua
Reserva Ecológica de Jacarenema
Anfíbios 14
FAMÍLIAS / ESPÉCIES NOMES VULGARES EX EN AM IN HÁBITOS AMBIENTES
PIPERACEAE
Piper sp. jaborandi arb RMB
POACEAE
Andropogon bicornis Benth. her BAH; PAS
Brachiaria sp.1 braquiária X X her RHA; PPRd; PAS
Brachiaria sp.2 braquiária X X her BAH; PAS
Cenchrus echinatus L. X her RHA; ACLd
Eleusine indica (L.) Gaertn. capim-pé-de-galinha X her RUPd;PPRd
Imperata brasiliensis Trin. sapé X her RHA; PAS
Melinis minutiflora Beauv. capim-meloso X X her RHA; PAS
Panicum maximum Jacq. capim-colonião X X her RHA; PPRd
P. racemosum (Beauv.) Spreng her HPSd; PPRd
Paspalum millegrama Schrad. & Schult. her RHA; BAHd
P. arenarium Schrad. her ACL; AERd
P. maritimum Trin. capim-pernambuco her RHA; ACL; PPRd; EIT; AERd; PAS
Paspalum sp. her BAH
Rhynchelytrum repens (Willd.) C. E. Hubb. X her RHA; MSRd
Setaria sp. her RHA; RUPd
Stenotaphrum secundatum (Walt.) O. Kuntze her RHA; HPSd; PPRd
Poaceae sp.1 her BAH
POLYGONACEAE
Coccoloba alnifolia Casar. arv PPR; RUPd; BAH
C. arborescens (Vell.) How. arv RMB; MSR; MPL
C. confusa How. arb ACL
POLYPODIACEAE
Micrograma vaccinifolium (Langsd. & Fish.) Copel.
epi MSR
Polypodium brasiliensis Poir samanbaia her MSR
PLUMBAGINACEAE
Plumbago scandens L. her RHA
PTERIDACEAE
Acrostichum aureum L. samanbaia her BAH; BAHd
Pteridium aquilinum samanbaia her AERd
RHIZOPHORACEAE
Rhizophora mangle arv MAN
RUBIACEAE
Borreria verticillata (L.) Mey X her PPR; ACL; BAH
Chiococa alba (L.) Hitch. arb ACL
Coffea sp. cafeeiro X arb POM
Diodia sp. her PPRd
Melanopsidium nigrum Cels. arb PPR
Posoqueria latifolia (Rudge) Roem. & Schult. pedra-do-ceu arv MPL
Salzamania nitida DC. arb MSR
Tocoyena bullata Mart. arb MPL; MSR; RUPd; PPR
Rubiaceae sp.1 her BAH
Rubiaceae sp. 2 her BAH
Rubiaceae sp. 3 arv MPL
RUTACEAE
Citrus sp. laranjeira, etc X arb POM
Continua
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Anfíbios 15
FAMÍLIAS / ESPÉCIES NOMES VULGARES EX EN AM IN HÁBITOS AMBIENTES
Zanthoxylum sp. mamica-de-porca arv EIT
SALVINIACEAE
Salvinia auriculata Aubl. her BAH
SAPINDACEAE
Cupania emarginata Cambess. camboatã arv RMB; MSR; EIT; PPR
Matayba guianensis Aubl. arv RMB
Matayba sp. arv EIT
Paullinia weinmanaefolia Mart. lia PPR; BAH; MSR
Serjania salzmaniana Schldl. lia ACL
SAPOTACEAE
Manilkara subsericea (Mart.) Dubard arv ACL; MSR
Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk. arv MSR
P. coelomatica Rizzini arv MSR
SCHIZAEACEAE
Lygodium volubile Sw. her BAH
SIMAROUBACEAE
Picramnia glazioviana Engler arv RMB
SMILACACEAE
Smilax rufescens Griseb. lia ACL
SOLANACEAE
Cestrum sp. arb RUPd
Solanum sycocarpum Mart. & Sendtn. arv MSR
Solanum sp.1 arb RHA
Solanum sp.2 arb RHA
Solanaceae sp.1 arv MSR
THEOPHRASTHACEAE
Jacquinia brasiliensis Mez pimenteira X arb PPR; PPRd
TYPHACEAE
Typha dominguensis Pers. taboa arb BAH
TRIGONIACEAE
Trigonia nivens Cambess. arb BAH
TURNERACEAE
Turnera sp. her PPRd
ULMACEAE
Celtis iguanea (Jacq.) Sarg. arv RUPd; RMB
VERBENACEAE
Aegiphila selowiana molulo arv PAS
Lantana camara L. bem-me-quer arb RHA; EIT; PAS
Starchtapheta sp. gervão her ACL
VISCACEAE
Phoradendron crassifolium (Pohl) Eichler epi ma
Fonte: Levantamento de campo, 2002.
Reserva Ecológica de Jacarenema
Anfíbios 16
3.2 VEGETAÇÃO RUPESTRE
3.2.1 Herbácea-arbustiva
3.2.1.1 Vegetação rupestre herbácea-arbustiva (RHA)
Vegetação herbácea a arbustiva (até 1,8m altura) que se desenvolve sobre substrato rochoso e em solo raso, ocorrendo em pequenos trechos do Morro. As principais espécies estão representadas na Tabela 2, com destaque pelo valor de cobertura (VC) para Stigmaphyllon paralias, Croton sp., Bromelia antiacantha, Stenotaphrum secundatum (Figura 1).
Tabela 2 - Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) na vegetação rupestre do Morro da Concha, Reserva
Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES.
ESPÉCIE Ni Mti FA FR DR VA VR VC VI
Stigmaphylon paralias 22 1,77 73,33 39,29 0,63 130,00 37,14 203,33 77,06
Croton sp. 6 2,50 20,00 10,71 0,17 50,00 14,29 70,00 25,17
Bromelia antiacantha 4 2,50 13,33 7,14 1,11 33,33 9,52 46,67 16,78
Stenotaphrum secundatum 3 2,33 10,00 5,36 0,09 23,33 6,67 33,33 12,11
Guapira pernambucensis 3 2,00 10,00 5,36 0,09 20,00 5,71 30,00 11,16
Bignoniaceae indet. 3 1,67 10,00 5,36 0,09 16,67 4,76 26,67 10,20
Quesnelia quesneliana 2 3,00 6,67 3,57 0,06 20,00 5,71 26,67 9,34
Trimezia sp. 3 1,00 10,00 5,36 0,09 10,00 2,86 20,00 8,30
Alternanthera brasiliana 3 1,00 10,00 5,36 0,09 10,00 2,86 20,00 8,30
Lanatana camara 2 1,50 6,67 3,57 0,06 10,00 2,86 16,67 6,49
Setaria sp. 1 4,00 3,33 1,79 0,03 13,33 3,81 16,67 5,62
Allagoptera arenaria 1 1,00 3,33 1,79 0,09 3,33 0,95 6,67 2,77
Paspalum maritimum 1 1,00 3,33 1,79 0,03 3,33 0,95 6,67 2,77
Cereus fernambucensis 1 1,00 3,33 1,79 0,03 3,33 0,95 6,67 2,77
Vernonia scorpioides 1 1,00 3,33 1,79 0,03 3,33 0,95 6,67 2,77
Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs:Ni= n° de pontos com a espécie; Mti= média de toques da espécie; FA= frequência absoluta; FR= frequência relativa; DR= densidade relativa; VA= vigor absoluto; VR= vigor relativo; VC= valor de cobertura; VI= valor de importância. Total de Pontos = 30.
Figura 1: Vegetação rupestre herbácea/arbustiva.
Fonte: Levantamento fotográfico, 2002.
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3.2.2 Arbustiva-arbórea
3.2.2.1 Mata baixa (RMB)
Na face do Morro da Concha voltada para o continente desenvolve-se uma formação arbórea (Figura 2) com altura média de cinco metros e composição florística variada, apresentando maior riqueza em relação aos outros ambientes do Morro. O estrato herbáceo-arbustivo é pouco desenvolvido com destaque para espécimens de Anthurium sp., Piper sp., Trimezia northiana, Quesnelia quesneliana e Sorocea hilarii e o epifitismo é raro nesta mata. Os parâmetros estrutrais e fitossociológicos desta fitofisionomia encontram-se nas Tabelas 3 e 4.
Tabela 3 - Parâmetros estruturais e diversidade em 0,03ha da mata amostrada no Morro da Concha, Reserva
Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES.
Altura média 5,3 ±1,9 m Diâmetro médio 8,45 ± 5,5 cm Àrea Basal 18,17 m³/ha
Densidade total 2267,67 ind/ha Diversidade (H’) 2,756
Equabilidade (J) 0,905 Fonte: Levantamento de campo, 2002.
Tabela 4 - Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas e ordenadas pelo valor de importância (VI), na mata
no Morro da Concha, Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES.
ESPÉCIE NI NP FA FR DA DR DoM DoR VC VI
Inga capitata 11 3 100,00 8,33 366,67 16,18 0,021 42,50 58,67 67,00
Machaerium hirtum 9 3 100,00 8,33 300,00 13,24 0,010 16,20 29,43 37,77
Schinus Terebinthifolius 7 3 100,00 8,33 233,33 10,29 0,005 6,06 16,35 24,69
Gochnatia polymorpha 5 2 66,67 5,56 166,67 7,35 0,010 8,75 16,10 21,66
Poecilante falcata 4 2 66,67 5,56 133,33 5,88 0,012 8,78 14,66 20,22
Myrsine umbellata 4 2 66,67 5,56 133,33 5,88 0,006 4,48 10,36 15,92
Psidium guajava 2 2 66,67 5,56 66,67 2,94 0,009 3,27 6,21 11,76
Byrsonima sericea 3 2 66,67 5,56 100,00 4,41 0,002 1,16 5,58 11,13
Cupania emarginata 3 2 66,67 5,56 100,00 4,41 0,002 0,92 5,33 10,89
Picramnia glazioviana 3 2 66,67 5,56 100,00 4,41 0,001 0,77 5,19 10,74
Erythroxylum sp.1 3 2 66,67 5,56 100,00 4,41 0,001 0,64 5,05 10,60
Protium heptaphyllum 3 1 33,33 2,78 100,00 4,41 0,005 2,71 7,12 9,90
Casearia sylvestris 2 2 66,67 5,56 66,67 2,94 0,002 0,72 3,66 9,22
Trichilia casaretti 2 1 33,33 2,78 66,67 2,94 0,001 0,44 3,38 6,16
Pera glabrata 1 1 33,33 2,78 33,33 1,47 0,007 1,19 2,66 5,44
Psidium cattleyanum 1 1 33,33 2,78 33,33 1,47 0,002 0,30 1,78 4,55
Celstis iguanea 1 1 33,33 2,78 33,33 1,47 0,002 0,29 1,76 4,54
Guapira opposita 1 1 33,33 2,78 33,33 1,47 0,002 0,27 1,74 4,51
Capparis flexuosa 1 1 33,33 2,78 33,33 1,47 0,001 0,23 1,70 4,48
Eugenia sp. 1 1 33,33 2,78 33,33 1,47 0,001 0,18 1,65 4,42
Coccoloba arborescens 1 1 33,33 2,78 33,33 1,47 0,001 0,15 1,62 4,40
Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs:NI= n° indivíduos; NP= n° parcelas onde a espécie ocorreu; FA= frequência absoluta; FR= frequência relativa; DA= densidade absoluta; DR= densidade relativa; DoM= dominância média; DoR= dominância relativa; VC= valor de cobertura; VI= valor de importância. Área amostral de 0,03 ha.
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Anfíbios 18
Figura 2: Mata baixa.
Fonte: Levantamento fotográfico, 2002.
3.2.3 Vegetação rupestre degradada
3.2.3.1 Rupestre degradada (RUPd)
Vegetação com altura variando de 0,2 até 2,5m, ocorrendo em trechos onde o solo apresenta-se mais desenvolvido (profundo), em substituição à vegetação rupestre e a mata que anteriormente cobriam o Morro.
A vegetação rupestre degradada apresenta-se em alguns trechos com predominância de representantes herbáceos (Figura 3) ocupando a maior extensão, sendo representada principalmente por gramíneas como o sapê (Imperatta brasiliensis), capim-colonião (Panicum maximum), capim-pernambuco (Paspalum maritimum) além de outras pioneiras de famílias distintas, incluindo alguns indivíduos arbustivos. As principais espécies na amostragem fitossociológica estão apresentadas na Tabela 5.
Figura 3: Vegetação rupestre degradada e em regeneração, com predominância de herbáceas.
Fonte: Levantamento fotográfico, 2002.
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Anfíbios 19
Tabela 5 - Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) na vegetação rupestre degradada em regeneração, com predominância de herbáceas, do Morro da Concha, Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES.
ESPÉCIE Ni Mti FA FR DR VA VR VC VI
Paspalum maritimum 8 2,38 26,67 17,78 0,18 63,33 21,62 90,00 39,57
Stylosanthes guianensis 8 2,25 26,67 17,78 0,18 60,00 20,48 86,67 38,43
Brachiaria sp. 1 6 1,50 20,00 13,33 0,13 30,00 10,24 50,00 23,71
Chamaecrista ramosa 5 1,80 16,67 11,11 0,11 30,00 10,24 46,67 21,46
Panicum maximum 3 2,67 10,00 6,67 0,07 26,67 9,10 36,67 15,83
Mellinis minutiflora 2 3,50 6,67 4,44 0,04 23,33 7,96 30,00 12,45
Imperatta brasiliensis 2 1,50 6,67 4,44 0,04 10,00 3,41 16,67 7,90
Rhynchelytrum repens 1 3,00 3,33 2,22 0,02 10,00 3,41 13,33 5,66
Vernonia scorpiodes 1 2,00 3,33 2,22 0,02 6,67 2,28 10,00 4,52
Papsalum millegranum 1 2,00 3,33 2,22 0,02 6,67 2,28 10,00 4,52
Desmodium barbatum 1 1,00 3,33 2,22 0,02 3,33 1,14 6,67 3,38
Psidium guineense 1 1,00 3,33 2,22 0,02 3,33 1,14 6,67 3,38
Phillantyhus sp. 1 1,00 3,33 2,22 0,02 3,33 1,14 6,67 3,38
Vernonia polianthes 1 1,00 3,33 2,22 0,02 3,33 1,14 6,67 3,38
Schinus terebinthifolius 1 1,00 3,33 2,22 0,02 3,33 1,14 6,67 3,38
Inga capitata 1 1,00 3,33 2,22 0,02 3,33 1,14 6,67 3,38
Cyperus ligularis 1 1,00 3,33 2,22 0,02 3,33 1,14 6,67 3,38
Centrosema virginianum 1 1,00 3,33 2,22 0,02 3,33 1,14 6,67 3,38
Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs:Ni= n° de pontos com a espécie; Mti= média de toques da espécie; FA= frequência absoluta; FR= frequência relativa; DR= densidade relativa; VA= vigor absoluto; VR= vigor relativo; VC= valor de cobertura; VI= valor de importância. Total de Pontos = 30.
A vegetação rupestre degradada apresenta-se em alguns trechos com predominância de representantes arbustivos (Figura 4) ocorrendo em formas de manchas no Morro da Concha, com altura de até 2,5 metros. Representam um estágio sucessional mais avançado em relação à vegetação herbácea em seu entorno, com maior porte e riqueza de espécies. As principais espécies amostradas neste ambiente estão representadas na Tabela 6.
Tabela 6 - Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) na vegetação rupestre degradada, com predominância de
arbustivas, do Morro da Concha, Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES.
ESPÉCIE NI DA DR F FA FR C CL CLR VI
Gochnatia polymorpha 1 0,30 16,67 1,00 0,50 20,83 0,20 0,37 28,03 65,53
Celtis iguanea 1 0,30 16,67 2,00 0,30 12,50 2,00 0,15 11,36 40,53
Piper sp. 3 0,20 11,11 3,00 0,30 12,50 1,50 0,22 16,67 40,28
Chamaecristha ensiformis 2 0,20 11,11 3,00 0,30 12,50 2,20 0,21 15,91 39,52
Vernonia scorpioides 1 0,10 5,56 1,00 0,20 8,33 0,10 0,20 15,15 29,04
Arrabidaea conjugata 1 0,10 5,56 1,00 0,20 8,33 0,10 0,05 3,79 17,68
Tournefortia bicolor 1 0,10 5,56 1,00 0,10 4,17 0,30 0,03 2,27 11,99
Erythroxylum sp. 1 0,10 5,56 1,00 0,10 4,17 0,20 0,03 2,27 11,99
Guapira pernambucensis 3 0,10 5,56 5,00 0,10 4,17 3,70 0,02 1,52 11,24
Pseudananas sagenarius 2 0,10 5,56 3,00 0,10 4,17 2,10 0,02 1,52 11,24
Setaria sp. 1 0,10 5,56 2,00 0,10 4,17 0,50 0,01 0,76 10,48
Menispermaceae sp1 1 0,10 5,56 1,00 0,10 4,17 0,30 0,01 0,76 10,48
Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs:Ni= n° indivíduos; DA= densidade absoluta; DR= densidade relativa; F= n° de intervalos com a espécie; FA= frequência absoluta; FR= frequência relativa; C= cobertura da espécie em metros nos intervalo; CL= cobertura linear; CLR= cobertura linear relativa; VI= valor de importância. Intercepto de 20 metros.
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Figura 4: Vegetação rupestre em regeneração, com predominância de arbustivas.
Fonte: Levantamento fotográfico, 2002.
3.3 MANGUEZAL
3.3.1 Manguezal (MAN)
Na foz do Rio Jucu ocorrem remanescentes de manguezal formando bosques com alura variando entre oito e doze metros com predomínio em alguns trechos de Laguncularia racemosa e em outros de Aviccenia germinans (Figura 5). No sub-bosque desenvolvem-se indivíduos jovens de Rhyzophora mangle com até 1,5 metros de altura. Os parâmetros estruturais e fitossociológicos do manguezal analisado da Reserva Ecológica de Jacarenema encontram-se nas Tabelas 7 e 8.
Tabela 7 - Parâmetros estruturais e diversidade em 0,03 hectares do manguezal da Reserva Ecológica de
Jacarenema, Vila Velha, ES.
Altura média 7,1 ± 1,4 m
Diâmetro médio 11,8 ± 5,6 cm Àrea Basal 22,78 m³/ha
Densidade total 1700 ind/ha Fonte: Levantamento de campo, 2002.
Tabela 8 - Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas no manguezal da Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES.
ESPÉCIE NI NP FA FR DA DR DoM DoR VC VI
Avicennia germinans 22 3 100 50 733,33 43,14 0,0191 61,57 104,71 154,71
Laguncularia racemosa 29 3 100 50 966,67 56,86 0,0091 38,43 95,29 145,29
Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs:NI= n° indivíduos; NP= n° parcelas onde a espécie ocorreu; FA= frequência absoluta; FR= frequência relativa; DA= densidade absoluta; DR= densidade relativa; DoM= dominância média; DoR= dominância relativa; VC= valor de cobertura; VI= valor de importância. Área amostral de 0,03 ha.
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Figura 5: Manguezal.
Fonte: Levantamento fotográfico, 2002.
3.3.2 Manguezal degradado (MANd)
Na foz do Rio Jucu ocorre uma ilha com manguezal onde foi realizado um aterro e construída uma ponte, o que facilitou o acesso à vegetação alí existente. Estas atividades trouxeram degradação ao maguezal, principalmente na parte da ilha lcalizada a montante da ponte.
3.4 RESTINGA
Os principais ecossistema em extensão e grau de preservação da Reserva Ecológica de Jacarenema e entorno são a restinga, apresentando diferentes comunidades vegetais e o manguezal, principalmente na foz do Rio Jucu em cujas margens ocorrem brejos com fisionomia e composição variada.
3.4.1 Vegetação herbácea
3.4.1.1 Halófila/Psamófila degradada (HPSd)
Formação típica de ambientes próximo ao mar de vegetação herbácea apresentando espécies com resistência ao sal, algumas estoloníferas, ocorrendo praticamente em todo o trecho de praia exceto naqueles de maior movimentação antrópica ao sul do Morro da Concha, na foz do Rio Jucu e onde a dinâmica do mar impede o estabelecimento das espécies, devido a ação das ondas (Figura 6). Degradadas, principalmente pela ação do trânsito das pessoas, por encontrar-se justaposta ao Oceano, mas com capacidade de regeneração rápida devido a sua composição florística (Tabela 9).
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Figura 6: Halófila-psamófila.
Fonte: Levantamento fotográfico, 2002.
Tabela 9 - Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) na formação halófila/psamófila na Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES.
ESPÉCIE Ni Mti FA FR DR VA VR VC VI
Panicum racemosum 12,0 2,6 40,0 24,5 0,2 103 32 143,33 56,70
Canavalia rosea 15,0 1,5 50,0 30,6 0,3 73,3 22,7 123,33 53,61
Stenotaphrum secundatum 7,0 1,6 23,3 14,3 0,1 36,7 11,3 60,00 25,77
Ipomoea pes-capre 6,0 2,0 20,0 12,2 0,1 40,0 12,4 60,00 24,74
Alternanthera maritima 4,0 2,5 13,3 8,2 0,1 33,3 10,3 46,67 18,56
Remirea maritima 2,0 3,5 6,7 4,1 0,0 23,3 7,2 30,00 11,34
Blutaparon portulacoides 3,0 1,3 10,0 6,1 0,1 13,3 4,1 23,33 10,31
Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs:Ni= n° de pontos com a espécie; Mti= média de toques da espécie; FA= frequência absoluta; FR= frequência relativa; DR= densidade relativa; VA= vigor absoluto; VR= vigor relativo; VC= valor de cobertura; VI= valor de importância. Total de Pontos = 30.
3.4.2 Vegetação arbustiva
3.4.2.1 Pós-praia (PPR)
Na Reserva Ecológica de Jacarenema, após a halófila/psamófila em direção ao continente, ocorre uma formação arbustiva com até 2 metros de altura apresentando indivíduos bastante adensados, denominada Pós-praia. É recortada em toda sua extensão por uma estrada paralela ao mar e por algumas trilhas perpendiculares. Estas interferências criam um ambiente de borda com características microclimáticas diferenciadas, principalmente de luminosidade, que pode influenciar em sua estrutura e composição pela maior ocorrência de espécies fotoblásticas positivas (Figura 7). A principal espécie segundo Valor de Importância foi Allagoptera arenaria (Tabela 10), espécie pioneira nas restingas (Zaluar & Scarano 2000), seguida por Guapira pernambucensis, Schinus terebinthifolius e Quesnelia quesneliana que também estão dentre as mais importantes na formação Pós-Praia do Parque Estadual Paulo César Vinha, em Setiba, município de Guarapari, ES (Fabris et al. 1990).
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Figura 7: Pós-praia.
Fonte: Levantamento fotográfico, 2002.
Tabela 10 - Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) na formação pós-Praia da Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES.
ESPÉCIE NI DA DR F FA FR C CL CLR VI
Allagoptera arenaria 5 0,30 16,67 9,00 0,45 18,37 3,80 0,29 28,16 63,19
Guapira pernambucensis 6 0,25 13,89 9,00 0,45 18,37 5,80 0,19 18,45 50,70
Shinus Terebinthifolius 1 0,20 11,11 2,00 0,35 14,29 0,60 0,23 21,84 47,24
Quesnelia quesneliana 8 0,40 22,22 6,00 0,30 12,24 2,60 0,13 12,62 47,09
Pilosocereus arrabidae 1 0,10 5,56 1,00 0,10 4,08 0,20 0,05 4,85 14,49
Oxypetalum banksii 1 0,10 5,56 1,00 0,15 6,12 0,20 0,02 1,46 13,13
Cassytha filiformes 1 0,05 2,78 1,00 0,20 8,16 0,40 0,02 1,94 12,88
Cordia verbenacea 2 0,05 2,78 3,00 0,10 4,08 0,30 0,03 2,91 9,77
Senna australis 1 0,05 2,78 1,00 0,05 2,04 0,20 0,02 1,94 6,76
Paullinia weinmanaefolia 1 0,05 2,78 1,00 0,05 2,04 0,10 0,02 1,46 6,27
Capparis flexuosa 4 0,05 2,78 7,00 0,05 2,04 4,50 0,01 0,97 5,79
Manihot tripartita 2 0,05 2,78 2,00 0,05 2,04 1,00 0,01 0,97 5,79
Pereskia aculeata 1 0,05 2,78 4,00 0,05 2,04 0,40 0,01 0,97 5,79
Borreria verticillata 1 0,05 2,78 1,00 0,05 2,04 0,30 0,01 0,97 5,79
Marlierea neuwiediana 1 0,05 2,78 1,00 0,05 2,04 0,20 0,01 0,49 5,30
Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs:Ni= n° indivíduos; DA= densidade absoluta; DR= densidade relativa; F= n° de intervalos com a espécie; FA= frequência absoluta; FR= frequência relativa; C= cobertura da espécie em metros nos intervalo; CL= cobertura linear; CLR= cobertura linear relativa; VI= valor de importância. Intercepto de 20 metros.
3.4.2.2 Pós-praia degradada (PPRd)
Em alguns trechos a vegetação foi suprimida, em outros sofreu depredação pelo trânsito de humanos e de veículos. Onde foi totalmente suprimida, espécies da comunidade vizinha (halófila-psamófila) começaram a se desenvolver no local – Paspalum maritimum, Ipomoea pes-capre, I. imperatti, Remirea maritima, juntamente com outras tipicamente invasoras como o capim colonião (Panicum maximum) e a leucena (Leucaena leucocephala) (Tabela 11). Nos locais em que ação degradadora foi principalmente por incêndio (Figura 8), apresenta vegetação semelhante a da pós-praia na Tabela 10.
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Tabela 11 - Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) em um formação pós-praia degradada próximo ao
limite norte da Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES.
ESPÉCIE F FA FR C CL CLR VI
Paspalum maritimum 16 0,80 29,09 8,30 0,42 42,35 71,44
Panicum maximum 2 0,30 10,91 0,15 0,16 16,33 27,24
Ipomoea pes-capre 4 0,35 12,73 2,10 0,11 11,22 23,95
Leucaena leucocephala 1 0,20 7,27 0,10 0,11 10,71 17,99
Ipomoea imperatti 1 0,30 10,91 0,10 0,06 6,12 17,03
Remirea maritima 6 0,15 5,45 3,20 0,02 2,04 7,50
Euphorbia heterophylla 2 0,10 3,64 0,30 0,02 1,53 5,17
Brachiaria sp. 1 1 0,05 1,82 0,10 0,03 3,06 4,88
Emilia sanchifolia 1 0,10 3,64 0,60 0,01 1,02 4,66
Commelina virginica 7 0,10 3,64 2,20 0,01 0,77 4,40
Canavalia rosea 6 0,05 1,82 1,20 0,02 1,53 3,35
Panicum racemosum 3 0,05 1,82 0,40 0,01 1,02 2,84
Diodia sp. 1 0,05 1,82 0,20 0,01 0,51 2,33
Chamaecysse thymifolia 2 0,05 1,82 0,20 0,01 0,51 2,33
Croton lobatus 1 0,05 1,82 0,10 0,01 0,51 2,33
Stenotaphrum secundatum 1 0,05 1,82 0,30 0,01 0,51 2,33
Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs:F= n° de intervalos com a espécie; FA= frequência absoluta; FR= frequência relativa; C= cobertura da espécie em metros nos intervalo; CL= cobertura linear; CLR= cobertura linear relativa; VI= valor de importância. Intercepto de 20 metros.
Figura 8: Pós-praia degradada.
Fonte: Levantamento fotográfico, 2002.
3.4.2.3 Aberta de Clusia (ACL)
Em trechos afastados da linha de praia, após a Rodovia do Sol (ES-060) em direção ao interior do continente, ocorre um formação semelhante aquela denominada por Araujo & Henriques (1984) e Pereira (1990) como Aberta de Clusia (Figura 9). Trata-se de uma vegetação arbustiva (até 4 metros) em moitas com formato semi-esférico que apresenta ainda em seu interior, espécies herbáceas como Anthurium sp. e Allagoptera arenaria e epífitas como Vriesea procera e Tillandsia stricta. As principais espécies segundo o VI (Clusia hilariana e Protium icicariba) (Tabela 12) são mencionadas com destaque na fitofisinomia da comunidade Aberta de Cusia de Setiba (Pereira 1990).
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Na 4ª colocação em VI (Tabela 12) aparece uma espécie de Myrtaceae que foi descrita para o Parque Estadual Paulo César Vinha, em Setiba, Neomitranthes obtusa, cuja distribuição estava restrita à formação Aberta de Clusia daquela Unidade de Conservação.
Figura 9 : Aberta de Clusia. Fonte: Levantamento fotográfico, 2002.
Tabela 12 - Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) nas moitas da formação Aberta de Clusia da Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES.
ESPÉCIE NI DA DR F FA FR C CL CLR VI
Clusia hilariana 1 0,07 4,76 1 0,32 11,2 0,2 0,254 17,37 33,37
Potium icicariba 2 0,11 7,14 2 0,25 8,74 0,5 0,171 11,74 27,63
Couepia sp. 3 0,07 4,76 3 0,25 8,74 1,0 0,154 10,52 24,02
Neomitranthes obtusa 2 0,07 4,76 3 0,18 6,24 0,9 0,096 6,605 17,61
Kilmeyera albopunctata 2 0,07 4,76 7 0,14 5,00 1,6 0,114 7,828 17,58
Eugenia cyclophylla 2 0,07 4,76 7 0,25 8,74 4,3 0,057 3,914 17,42
Ocotea notata 2 0,07 4,76 1 0,14 5,00 1,0 0,093 6,36 16,12
Agarista revoluta 2 0,04 2,38 4 0,14 5,00 3,2 0,125 8,562 15,94
Caliptranthes brasiliensis 3 0,11 7,14 7 0,14 5,00 4,8 0,043 2,935 15,07
Pilosocereus arrabidae 1 0,11 7,14 1 0,11 3,75 0,4 0,036 2,446 13,34
Andira nitida 1 0,07 4,76 1 0,11 3,75 0,6 0,032 2,202 10,71
Heisterea perianthomega 2 0,04 2,38 9 0,07 2,50 7,1 0,054 3,669 8,548
Peixotoa hispidula 2 0,07 4,76 4 0,07 2,50 2,6 0,018 1,223 8,482
Allagoptera arenaria 1 0,07 4,76 2 0,04 1,25 0,2 0,036 2,446 8,457
Chiococa alba 3 0,04 2,38 4 0,11 3,75 1,2 0,029 1,957 8,084
Anthurium sp. 2 0,04 2,38 5 0,07 2,50 2,7 0,018 1,223 6,102
Quesnelia quesneliana 1 0,04 2,38 1 0,04 1,25 0,1 0,036 2,446 6,076
Smilax rufescens 1 0,04 2,38 2 0,07 2,50 0,2 0,007 0,489 5,368
Tillandsia usneoides 1 0,04 2,38 1 0,07 2,50 1,0 0,007 0,489 5,368
Eugenia ovalifolia 1 0,04 2,38 1 0,04 1,25 0,1 0,021 1,468 5,097
Serjania salzmaniana 1 0,04 2,38 4 0,04 1,25 3,5 0,018 1,223 4,853
Marlierea neuwiediana 1 0,04 2,38 1 0,04 1,25 0,2 0,014 0,978 4,608
Myrsine parvifolia 1 0,04 2,38 1 0,04 1,25 0,5 0,007 0,489 4,119
Manilkara subsericea 1 0,04 2,38 2 0,04 1,25 0,5 0,007 0,489 4,119
Tillandsia stricta 1 0,04 2,38 3 0,04 1,25 0,8 0,004 0,245 3,874
Cereus fernambucensis 1 0,04 2,38 1 0,04 1,25 0,1 0,004 0,245 3,874
Vriesea procera 1 0,04 2,38 2 0,04 1,25 1,5 0,004 0,245 3,874
Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs:Ni= n° indivíduos; DA= densidade absoluta; DR= densidade relativa; F= n° de intervalos com a espécie; FA= frequência absoluta; FR= frequência relativa; C= cobertura da espécie em metros nos intervalo; CL= cobertura linear; CLR= cobertura linear relativa; VI= valor de importância. Intercepto de 20 metros.
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Na região de entre moitas a vegetação esparsa deixa o solo exposto, sendo formada por espécies que suportam as condições adversas deste ambiente, como por exemplo as altas temperaturas. As principais espécies deste trecho estão na Tabela 13.
Tabela 13 - Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) na região de entre moitas da formação Aberta de
Clusia da Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES.
ESPÉCIE Ni Mti FA FR DR VA VR VI VC
Chamaecrista ramosa 5 2,60 10,00 25,00 0,11 43,33 28,32 53,43 53,33
Paspalum arenarium 4 1,75 8,00 20,00 0,09 23,33 15,25 35,34 31,33
Papalum maritimum 3 2,67 6,00 15,00 0,07 26,67 17,43 32,49 32,67
Andira nitida 1 4,00 2,00 5,00 0,02 13,33 8,71 13,74 15,33
Cereus fernambucensis 1 4,00 2,00 5,00 0,02 13,33 8,71 13,74 15,33
Lagenocarpus sp. 1 3,00 2,00 5,00 0,02 10,00 6,54 11,56 12,00
Starchtapheta sp. 1 2,00 2,00 5,00 0,02 6,67 4,36 9,38 8,67
Stigmaphyllon paralias 1 2,00 2,00 5,00 0,02 6,67 4,36 9,38 8,67
Stylosanthes guianensis 1 1,00 2,00 5,00 0,02 3,33 2,18 7,20 5,33
Allagoptera areanaria 1 1,00 2,00 5,00 0,02 3,33 2,18 7,20 5,33
Borreria verticillata 1 1,00 2,00 5,00 0,02 3,33 2,18 7,20 5,33
Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs:Ni= n° de pontos com a espécie; Mti= média de toques da espécie; FA= frequência absoluta; FR= frequência relativa; DR= densidade relativa; VA= vigor absoluto; VR= vigor relativo; VC= valor de cobertura; VI= valor de importância. Total de Pontos = 30.
3.4.2.4 Aberta de Clusia degradada (ACLd)
Esta comunidade normalmente instala-se sobre solo arenoso com textura apropriada para a construção civil, este tipo de substrato (principalmente a areia média) foi amplamente explorado na região, provocando modificações fortes no perfil e na profundidade do solo, aproximando sempre a superfície do lençol freático. Após a atividade de mineração as áreas não sofreram qualquer sistematização do relevo, apresentando aspecto desagradável. Com relação à regeneração da vegetação como era de se esperar, apresenta-se totalmente modificada, com predomínio de espécies herbáceas, arbustivas e invasoras, como Schinus terebinthifolius (aroeira), Allagoptera arenaria (guriri), Anthurium sp., Oxypetalum banksii, Baccharis sp., Emilia sonchifolia (serralha), Vernonia scorpioides (casadinha), Blechnum serrulatum, Cassia flexuosa, Cassia ramosa, Commelina virginica, Cyperus ligularis, Cyperus sp., Chamaecysse thymifolia, Croton lobatus, Croton sp., Ricinus comunis (mamona), Sebastiania glandulosa, Centrosema vieginianum, Stylosanthes viscosa, Ocotea notata, Cuphea flava, Byrsonima sericea (murici), Sida rhombifolia (vassourinha), Guapira pernambucensis, Mollugo verticilata, dentre outras (Figura 10).
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Figura 10: Aberta de Clusia degradada. Fonte: Levantamento fotográfico, 2002.
3.4.2.5 Aberta de Ericaceae degradada (AERd)
Semelhante a formação aberta de Ericaceae descrita para o Parque Estadual Paulo César Vinha, com altura de até 4 m, vegetação degradada e em regeneração natural, com presença marcante de arbustos nas moitas como Marlieria neuwidiana, Leocothoe revoluta, Miconia sp, Protium icicariba (almesca), Didimopanax seloi, Hilex sp, Humiria balsamifera, Byrsonima sericea (murici) e nas entre moitas com até 60 cm de altura se encontram Cuphea flava, Fimbristylis sp, Cyperus sp, Pteridium aquilinum, Syngonanthus sp, Paepalanthus ramosus, Gaylussacia brasiliensis, Paspalum maritimum (capim pernambuco), Paspalum arenarium, Chamaecrista ramosa, Marcetia taxifolia, Hilex sp, dentre outras. Nas entre moitas com até 60 cm se encontram Cuphea flava, Fimbristylis sp, Cyperus sp, Pteridium aquilinum, Syngonanthus sp, Paepalanthus ramosus, dentre outras.
3.4.2.6 Brejo arbustivo / herbáceo (BAH)
Na Reserva Ecológica de Jacarenema ocorrem brejos com diferentes fisionomias, em sua maioria apresentando espécies arbustivas em meio às herbáceas típicas destes ambientes (Figura 11). Próximo à Rodovia do Sol, no limite sul da Reserva, o brejo é dominado por Blechnum serrulatum (Tabela 14) enquanto em outro brejo em trecho próximo ao manguezal da foz do Rio Jucu, a dominância passa a ser de Lagenocarpus rigidus (Tabela 15).
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Figura 11: Brejo arbustivo.
Fonte: Levantamento fotográfico, 2002.
Tabela 14 - Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) em um brejo arbustivo próximo à Rodovia do Sol (ES–060) na Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES.
ESPÉCIE F FA FR C CL CLR VI
Blechnum serrulatum 9 0,9 30,00 6,2 0,62 46,27 76,27
Andropogon bicornis 7 0,7 23,33 3,2 0,32 23,88 47,21
Tibouchina urceolaris 5 0,5 16,67 2,2 0,22 16,42 33,08
Lygodium volubilis 2 0,2 6,67 0,5 0,05 3,73 10,40
Poaceae indet.1 2 0,2 6,67 0,4 0,04 2,99 9,65
Guapira pernambucensis 1 0,1 3,33 0,3 0,03 2,24 5,57
Paullinia weinmanaefolia 1 0,1 3,33 0,2 0,02 1,49 4,83
Borreria verticilata 1 0,1 3,33 0,2 0,02 1,49 4,83
Rubiaceae indet. 1 1 0,1 3,33 0,1 0,01 0,75 4,08
Cyperus sp. 1 0,1 3,33 0,1 0,01 0,75 4,08
Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs:F= n° de intervalos com a espécie; FA= frequência absoluta; FR= frequência relativa; C= cobertura da espécie em metros nos intervalo; CL= cobertura linear; CLR= cobertura linear relativa; VI= valor de importância. Intercepto de 10 metros.
Tabela 15 - Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) em um brejo arbustivo próximo ao manguezal da
Foz do Rio Jucu na Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES.
ESPÉCIE F FA FR C CL CLR VI
Lagenocarpus rigidus 9 0,9 36 7,7 0,77 55,00 91,00
Stigmaphyllonciliatum 7 0,7 28 2,7 0,27 19,29 47,29
Hibiscus tiliaceus 6 0,6 24 2,8 0,28 20,00 44,00
Acrostichum aureum 1 0,1 4 0,6 0,06 4,29 8,29
Schinus Terebinthifolius 1 0,1 4 0,1 0,01 0,71 4,71
Laguncularia racemosa 1 0,1 4 0,1 0,01 0,71 4,71
Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs:F= n° de intervalos com a espécie; FA= frequência absoluta; FR= frequência relativa; C= cobertura da espécie em metros nos intervalo; CL= cobertura linear; CLR= cobertura linear relativa; VI= valor de importância. Intercepto de 10 metros.
Reserva Ecológica de Jacarenema
Anfíbios 29
Esta predominância diferenciada em cada um dos brejos de Jacarenema é evidenciada em dois trechos distintos nas margens do Rio Jucu, onde a vegetação é predominantemente herbácea/arbustiva e cujas principais espécies diferenciam-se em cada um destes brejos (Tabelas 16 e 17).
Tabela 16 - Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) em um brejo arbustivo nas margens do Rio Jucu
na Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES.
ESPÉCIE F FA FR C CL CLR VI
Brachiaria sp. 2 10 1 50 9 0,9 90 140
Rubiaceae indet. 2 6 0,6 30 0,6 0,06 6 36
Paspalum sp. 4 0,4 20 0,4 0,04 4 24
Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs:F= n° de intervalos com a espécie; FA= frequência absoluta; FR= frequência relativa; C= cobertura da espécie em metros nos intervalo; CL= cobertura linear; CLR= cobertura linear relativa; VI= valor de importância. Intercepto de 10 metros.
Tabela 17 - Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) em um brejo arbustivo próximo à ponte sobre o
Rio Jucu na Rodovia do Sol (ES-060) na Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES.
Espécies F FA FR C CL CLR VI
Typha domingensis 5 0,5 31,25 5 0,5 45,45 76,70
Paspalum sp. 3 0,3 18,75 3 0,3 27,27 46,02
Hibiscus tiliaceus 4 0,4 25 0,8 0,08 7,27 32,27
Dalbergia ecastophyllum 2 0,2 12,5 2 0,2 18,18 30,68
Stigmaphyllon ciliatum 2 0,2 12,5 0,2 0,02 1,82 14,32
Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs:F= n° de intervalos com a espécie; FA= frequência absoluta; FR= frequência relativa; C= cobertura da espécie em metros nos intervalo; CL= cobertura linear; CLR= cobertura linear relativa; VI= valor de importância. Intercepto de 10 metros.
3.4.2.7 Brejo arbustivo / herbáceo degradado (BAHd)
Alguns pontos da Reserva Ecológica de Jacarenema apresentam formações impactadas por alguma interferência. Dentre estes, estão trechos próximo aos brejos descritos nas Tabelas 14 e 15 que sofreram ação do fogo, evidenciada pela presença de troncos/galhos secos decorrentes de incêndio (Figura 12). Na região brejosa uma Cyperaceae (Lagenocarpus rigidus) domina amplamente a formação (Tabela 18).
Figura 12: Brejo arbustivo degradado por incêndio.
Fonte: Levantamento fotográfico, 2002.
Reserva Ecológica de Jacarenema
Anfíbios 30
Tabela 18 - Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) em um brejo arbustivo impactado por fogo
próximo à Foz do Rio Jucu na Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES.
ESPÉCIE F FA FR C CL CLR VI
Lagenocarpus rigidus 10 1,00 43,48 55,00 5,50 87,03 130,50
Hibiscus tiliaceus 10 1,00 43,48 7,60 0,76 12,03 55,50
Paspalum millegrana 2 0,20 8,70 0,50 0,05 0,79 9,49
Acrostichum aureum 1 0,10 4,35 0,10 0,01 0,16 4,51
Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs:F= n° de intervalos com a espécie; FA= frequência absoluta; FR= frequência relativa; C= cobertura da espécie em metros nos intervalo; CL= cobertura linear; CLR= cobertura linear relativa; VI= valor de importância. Intercepto de 10 metros.
3.4.3 Vegetação arbórea
Assim como ocorrem diferentes tipos de formações herbáceas e arbustivas na Reserva, também as comunidades florestais de restinga e manguezal estão presentes, representando uma parcela importante da extensão desta Unidade de Conservação. A mata de restinga da Reserva Ecológica de Jacarenema ocorre nos primeiros cordões arenosos, entre o Rio Jucu e o mar e também após este rio em direção ao interior do continente, onde encontra-se também a mata paludosa. Após a Rodovia do Sol estas duas fisionomias ainda estão representadas porém em menor extensão.
3.4.3.1 Mata seca de Restinga (MSR)
Faixa de floresta com início a aproximadamente 50-100m da praia que é interrompida pelo Rio Jucu e continuando na outra margem após a mata paludosa. Com altura em torno de sete metros, apresenta o estrato herbáceo/arbustivo com muitos indivíduos de Anthurium sp., Dychorisandra thysiflora e Bromeliaceae como Pseudoananas sagenarius, Bromelia antiacantha e Quesnelia quesneliana. Dentre as epífitas destacam-se Micrograma vaccinifolia, Brassavola tuberculata e espécies de Bromeliaceae (Figura 13).
Os parâmetros estruturais e a diversidade desta floresta estão na Tabela 19. A área basal encontrada é maior que o valor obtido por Fabris (1995) para uma floresta de restinga em Setiba (32,09 m³/ha), no entanto os valores de densidade e diversidade de Jacarenema estão abaixo daqueles encontrados pelo autor loc. cit (3082 ind/ha e 3,7 nats, respectivamente).
Figura 13: Mata de restinga.
Fonte: Levantamento fotográfico, 2002.
Reserva Ecológica de Jacarenema
Anfíbios 31
Tabela 19 - Parâmetros estruturais e diversidade em 0,03ha da mata de restinga amostrada na Reserva Ecológica de
Jacarenema, Vila Velha, ES.
Altura média 7,06 ± 3,0 m
Diâmetro médio 10,54 ± 8,02 cm
Àrea Basal 37,36 m³/ha
Densidade total 2666,67 ind/ha Diversidade (H’) 2,445
Equabilidade (J) 0,769 Fonte: Levantamento de campo, 2002.
Dentre as principais espécies segundo o Valor de Importância para a mata de restinga de Jacarenema (Tabela 20), Protium heptaphyllum é citada por Assis (2001) como uma das mais características das restingas do Estado do Espírito Santo e do Brasil. Pouteria coelomatica que no estudo de Fabris (1995) foi a espécie melhor colocada pelo VI aparece em Jacarenema apenas na 12ª posição neste parâmetro, evidenciando a diferenciação existente entre a composição específica nas restingas, mesmo quando considerados trechos próximos entre si, conforme observado por Assis (2001).
Nesta formação, Fraga (2000) encontrou os últimos representantes da orquídea Cattleya harrisoniana para a Reserva Ecológica de Jacarenema, cuja supressão ocorreu por coleta excessiva para comercialização.
Tabela 20 - Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas na mata de restinga da Reserva Ecológica de
Jacarenema, Vila Velha, ES.
ESPÉCIE NI NP FA FR DA DR DoM DoR VC VI
Protium heptaphyllum 28 3 100,00 8,57 933,33 35,00 0,014 33,83 68,83 77,40
Ocotea notata 12 3 100,00 8,57 400,00 15,00 0,008 8,88 23,88 32,45
Tapirira guianensis 2 1 33,33 2,86 66,67 2,50 0,107 19,07 21,57 24,43
Ficus sp. 3 2 66,67 5,71 100,00 3,75 0,045 12,04 15,79 21,50
Cupania emarginata 3 2 66,67 5,71 100,00 3,75 0,023 6,10 9,85 15,57
Maytenus obtusifolia 7 2 66,67 5,71 233,33 8,75 0,002 1,06 9,81 15,53
Clusia spirictu-sanctensis 2 2 66,67 5,71 66,67 2,50 0,033 5,81 8,31 14,02
Myrsine umbellata 3 1 33,33 2,86 100,00 3,75 0,013 3,44 7,19 10,04
Erythroxylum sp.2 2 2 66,67 5,71 66,67 2,50 0,007 1,18 3,68 9,39
Pera glabrata 2 2 66,67 5,71 66,67 2,50 0,005 0,87 3,37 9,09
Manilkara subsericea 2 2 66,67 5,71 66,67 2,50 0,001 0,21 2,71 8,43
Pouteria coelomatica 1 1 33,33 2,86 33,33 1,25 0,033 2,92 4,17 7,02
Gomidesia martiana 2 1 33,33 2,86 66,67 2,50 0,003 0,58 3,08 5,93
Coccoloba arborescens 1 1 33,33 2,86 33,33 1,25 0,017 1,49 2,74 5,60
Pouteria caimito 1 1 33,33 2,86 33,33 1,25 0,009 0,82 2,07 4,92
Jacaranda puberola 1 1 33,33 2,86 33,33 1,25 0,005 0,45 1,70 4,56
Eugenia punicifolia 1 1 33,33 2,86 33,33 1,25 0,004 0,34 1,59 4,45
Eugenia bahiensis 1 1 33,33 2,86 33,33 1,25 0,002 0,18 1,43 4,29
Campomanesia guazumifolia 1 1 33,33 2,86 33,33 1,25 0,002 0,16 1,41 4,27
Inga capitata 1 1 33,33 2,86 33,33 1,25 0,002 0,15 1,40 4,26
Solanaceae indet. 1 1 1 33,33 2,86 33,33 1,25 0,002 0,14 1,39 4,25
Miconia rigidiuscula 1 1 33,33 2,86 33,33 1,25 0,001 0,12 1,37 4,22
Eugenia cymatodes 1 1 33,33 2,86 33,33 1,25 0,001 0,09 1,34 4,19
Eugenia ilhensis 1 1 33,33 2,86 33,33 1,25 0,001 0,07 1,32 4,18
Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs:NI= n° indivíduos; NP= n° parcelas onde a espécie ocorreu; FA= frequência absoluta; FR= frequência relativa; DA= densidade absoluta; DR= densidade relativa; DoM= dominância média; DoR= dominância relativa; VC= valor de cobertura; VI= valor de importância. Área amostral de 0,03 ha.
Reserva Ecológica de Jacarenema
Anfíbios 32
3.4.3.2 Mata seca de restinga degradada (MSRd)
Na borda da mata localizada no cordão mais próximo ao mar, o fogo destruiu parte da vegetação arbórea, estando estes indivíduos em processo de rebrota (Figura 14). A análise fitossociológica neste trecho demonstrou grande importância das herbáceas Commelina virginica e Quesnelia quesneliana e as arbustivas Psidium machaense e Stigmaphyllon paralias (Tabela 21).
Tabela 21 - Principais espécies segundo Valor de Importância (VI) em uma mata de restinga impactada por fogo nas
margens do Rio Jucu na Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES.
ESPÉCIE NI DA DR F FA FR C CL CLR VI
Commelina virginica 1 0,10 18,18 1,00 0,10 18,18 0,80 0,02 13,33 49,70
Psidium macahense 1 0,10 18,18 1,00 0,10 18,18 0,10 0,02 13,33 49,70
Stigmaphyllon paralias 1 0,05 9,09 1,00 0,05 9,09 0,10 0,04 26,67 44,85
Quesnelia quesneliana 2 0,05 9,09 2,00 0,05 9,09 0,40 0,03 20,00 38,18
Rhynchelytrum repens 1 0,05 9,09 1,00 0,05 9,09 0,10 0,02 13,33 31,52
Peixotoa hispidula 1 0,05 9,09 1,00 0,05 9,09 0,10 0,01 3,33 21,52
Myrtaceae indet. 1 1 0,05 9,09 1,00 0,05 9,09 0,60 0,01 3,33 21,52
Allagoptera arenaria 2 0,05 9,09 2,00 0,05 9,09 0,40 0,01 3,33 21,52
Convolvulaceae indet.1 1 0,05 9,09 1,00 0,05 9,09 0,40 0,01 3,33 21,52
Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs: Ni= n° de pontos com a espécie; Mti= média de toques da espécie; FA= frequência absoluta; FR= frequência relativa; DR= densidade relativa; VA= vigor absoluto; VR= vigor relativo; VC= valor de cobertura; VI= valor de importância. Total de Pontos = 30.
Figura 14: Mata seca de restinga degradada. Fonte: Levantamento fotográfico, 2002.
3.4.3.3 Mata Paludosa (MPL)
Ruschi (1950) descreve como mata paludosa os ambientes de restinga que sofrem inundações. Pereira (1990) subdivide esta comunidade em mata periodicamente inundada e mata permanentemente inundada conforme o grau de inundação, baseando-se na proposta de Araujo & Henriques (1984) para o litoral do Estado do Rio de Janeiro. Em Jacarenema, esta formação ocorre nas margens do Rio Jucu e após a Rodovia do Sol em direção ao interior do continente, sendo um trecho próximo à ponte sobre o Rio Jucu na Rodovia do Sol (ES-060), de estrutura e composição diferenciados as outras fitofisionomias percorridas e analisadas da Reserva (Figura 15).
Reserva Ecológica de Jacarenema
Anfíbios 33
A mata paludosa próximo à ponte apresenta estrato arbóreo com altura média de cinco metros com predomínio de Mytenus obtusifolia. Seu estrato inferior é pouco representativo bem como as espécies epífitas. Seus parâmetros estruturais e fitossociológicos estão nas Tabelas 22 e 23.
Figura 15: Mata paludosa.
Fonte: Levantamento fotográfico, 2002.
Tabela 22 – Parâmetros estruturais e diversidade em 0,03ha da mata paludosa de restinga próximo à ponte sobre o Rio Jucu na Rodovia do Sol (ES-060) na Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES.
Altura média 5,29 ± 1,35 m Diâmetro médio ± cm
Àrea Basal 11,93 m³/ha Densidade total 2250 ind/ha
Diversidade (H’) 1,671 Equabilidade (J) 0,883
Fonte: Levantamento de campo, 2002.
Tabela 23 - Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas na mata paludosa de restinga localizada próximo à ponte sobre o Rio Jucu na Rodovia do Sol (ES-060) na Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES.
ESPÉCIE NI NP FA FR DA DR DoM DoR VC VI
Maytenus obtusifolia 11 4 100,00 15,38 550,00 24,44 0,009 40,02 64,47 79,85
Coccoloba arborescens 6 3 75,00 11,54 300,00 13,33 0,005 12,23 25,56 37,10
Eugenia bahiensis 6 3 75,00 11,54 300,00 13,33 0,004 10,21 23,55 35,09
Ocotea lobbii 4 4 100,00 15,38 200,00 8,89 0,005 7,79 16,68 32,06
Calophyllum brasiliensis 3 2 50,00 7,69 150,00 6,67 0,006 7,71 14,37 22,07
Tapirira guianensis 2 2 50,00 7,69 100,00 4,44 0,007 5,97 10,41 18,10
Myrtaceae indet. 2 4 1 25,00 3,85 200,00 8,89 0,002 3,56 12,45 16,30
Inga sp. 2 1 25,00 3,85 100,00 4,44 0,003 2,87 7,31 11,16
Annona glabra 2 1 25,00 3,85 100,00 4,44 0,003 2,37 6,82 10,66
Bactris vulgaris 1 1 25,00 3,85 50,00 2,22 0,005 2,21 4,44 8,28
Inga capitata 1 1 25,00 3,85 50,00 2,22 0,005 1,95 4,17 8,02
Protium heptaphyllum 1 1 25,00 3,85 50,00 2,22 0,004 1,48 3,70 7,55
Dalbergia ecastophylla 1 1 25,00 3,85 50,00 2,22 0,002 0,96 3,18 7,03
Tocoyena bullata 1 1 25,00 3,85 50,00 2,22 0,002 0,67 2,89 6,74
Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs: NI= n° indivíduos; NP= n° parcelas onde a espécie ocorreu; FA= frequência absoluta; FR= frequência relativa; DA= densidade absoluta; DR= densidade relativa; DoM= dominância média; DoR= dominância relativa; VC= valor de cobertura; VI= valor de importância. Área amostral de 0,03 ha.
Reserva Ecológica de Jacarenema
Anfíbios 34
Outra mata paludosa com fisionomia diferenciada em relação à exposta acima,
localiza-se em Jacarenema nas margens do Rio Jucu afastadas do mar e em um trecho após a Rodovia do Sol. Apresenta altura média de 6,5m e alguns indivíduos com mais de 12m. A principal espécie arbórea é Symphonia globulifera destacando-se principalmente no subosque as palmeiras Bactris vulgaris e Geonoma schottiana e a pteridófita Trichipteris phalerata. Os parâmetros estruturais e fitossociológicos desta formação florestal estão nas Tabelas 24 e 25.
Tabela 24 - Parâmetros estruturais e diversidade em 0,03ha da mata paludosa de restinga próximo ao posto da
Polícia Rodoviária Estadual na Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES.
Altura média 6,5 ± 3,1 m Diâmetro médio 11,0 ± 9,6 cm Àrea Basal 41,27 m³/ha
Densidade total 2466,67 ind/ha Diversidade (H’) 1,67
Equabilidade (J) 0,72 Fonte: Levantamento de campo, 2002.
Tabela 25 - Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas na mata paludosa de restinga localizada próxima
Posto da Polícia Rodoviária Estadual na Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES.
ESPÉCIE NI NP FA FR DA DR DoM DoR VC VI
Symphonia globilifera 11 3 100,00 15,79 366,67 14,86 0,066 58,49 73,35 89,14
Bactris vulgaris 26 3 100,00 15,79 866,67 35,14 0,003 6,81 41,94 57,73
Geonoma schottiana 23 3 100,00 15,79 766,67 31,08 0,003 4,97 36,05 51,84
Tapirira guianensis 4 2 66,67 10,53 133,33 5,41 0,055 17,81 23,22 33,75
Posoqueria latifolia 2 2 66,67 10,53 66,67 2,70 0,015 2,44 5,14 15,66
Rubiaceae Indet. 3 2 2 66,67 10,53 66,67 2,70 0,010 1,57 4,28 14,80
Myrcia sp. 1 1 33,33 5,26 33,33 1,35 0,056 4,56 5,91 11,17
Trichipteris phalerata 3 1 33,33 5,26 100,00 4,05 0,007 1,79 5,85 11,11
Tabebuia cassinoides 1 1 33,33 5,26 33,33 1,35 0,016 1,28 2,63 7,89
Calophyllum brasiliensis 1 1 33,33 5,26 33,33 1,35 0,004 0,28 1,64 6,90
Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs: NI= n° indivíduos; NP= n° parcelas onde a espécie ocorreu; FA= frequência absoluta; FR= frequência relativa; DA= densidade absoluta; DR= densidade relativa; DoM= dominância média; DoR= dominância relativa; VC= valor de cobertura; VI= valor de importância. Área amostral de 0,03 ha.
3.5 VEGETAÇÃO DOS TABULEIROS OU DAS TERRAS BAIXAS
3.5.1 Arbustiva-arbórea
3.5.1.1 Estágio inicial de regeneração dos Tabuleiros (EIT)
O ecossistema Mata Atlântica de Tabuleiros que outrora ocupava toda a faixa acima do nível do mar em solo predominantemente argiloso oriundo de período Terciário, hoje encontra-se substituído por pastagens e outras formas de culturas. Alguns trechos encontram-se em estágios inicial da sucessão (Figura 16) apresentando vegetação arbustiva/arbórea entremeada por pastagens, ausência de epífitas e área basal de 8,48m2ha (Tabela 26). As espécies amostradas em 0,03ha desta mata encontram-se na Tabela 27.
Reserva Ecológica de Jacarenema
Anfíbios 35
Figura 16: Estágio inicial de regeneração. Fonte: Levantamento fotográfico, 2002.
Tabela 26 - Parâmetros estruturais e diversidade em 0,03ha do estágio inicial de regeneração da mata dos tabuleiros no entorno da Reserva Ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES.
Altura média 5,16 ± 1,32 m
Diâmetro médio 7,62 ± 3,9 cm Àrea Basal 8,48 m³/ha
Densidade total 1466,67 ind/ha Fonte: Levantamento de campo, 2002.
Tabela 27 - Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas em 0,03ha do estágio inicial de regeneração da
mata dos tabuleiros no entorno da Reserva ecológica de Jacarenema, Vila Velha, ES.
ESPÉCIE NI NP FA FR DA DR DoM DoR VC VI
Schinus Terebinthifolius 11 1 33,33 6,25 366,67 25 0,006 26,75 51,75 58,00
Cupania emarginata 12 2 66,67 12,50 400,00 27,27 0,004 16,85 44,13 56,63
Gochnatia polymorpha 4 2 66,67 12,50 133,33 9,09 0,013 20,09 29,18 41,68
Pera glabrata 5 3 100,00 18,75 166,67 11,36 0,005 9,30 20,67 39,42
Casearia sylvestris 5 2 66,67 12,50 166,67 11,36 0,006 11,83 23,19 35,69
Inga capitata 2 2 66,67 12,50 66,67 4,55 0,002 1,45 6,00 18,50
Matayba sp. 2 1 33,33 6,25 66,67 4,55 0,007 5,12 9,67 15,92
Anadenanthera sp. 1 1 33,33 6,25 33,33 2,27 0,017 6,58 8,85 15,10
Zanthoxylum sp. 1 1 33,33 6,25 33,33 2,27 0,004 1,64 3,92 10,17
Psidium guineense 1 1 33,33 6,25 33,33 2,27 0,001 0,38 2,65 8,90
Fonte: Levantamento de campo, 2002. Obs: NI= n° indivíduos; NP= n° parcelas onde a espécie ocorreu; FA= frequência absoluta; FR= frequência relativa; DA= densidade absoluta; DR= densidade relativa; DoM= dominância média; DoR= dominância relativa; VC= valor de cobertura; VI= valor de importância. Área amostral de 0,03 ha.
3.6 PASTAGEM
3.6.1 Pastagem (PAS)
Formado por espécies cultivadas para alimentação de bovinos e equinos, com predominancia de gramíneas, atingindo altura de até 2 m. É composto por espécies como Melinis minutiflora (capim-gordura), Brachiaria spp (braquiária), Paspalum maritimum (capim-pernambuco). Com presença de outras como Imperata brasiliensis (sapé), Andoprogom bicornis (capim-rabo-de-burro) Vernonia scorpioides (casadinha), Vernonia polianthes (assa-peixe), Lantana camara (bem-me-quer), Sida carpinifolia (vassoura-preta), Sida sp. (vassourinha), Baccharis dracunculifolia (alecrim). Apresenta ainda vários indivíduos de espécies componentes de outros estágios de regeneração da Mata Atlântica
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como Piptadenia gonoachantha (jacaré), Aegiphila selowiana (molulo), Sparatosperma leucanthum (cinco folhas), Gochnatia polymorpha (camará), dentre outras (Figura 17).
Figura 17: Pastagem. Fonte: Levantamento fotográfico, 2002.
3.7 POMAR
3.7.1 Pomar (POM)
Locais próximos à residências com plantio de frutíferas e de outras para consumo de subsistência, sombreamento e/ou paisagismo, as vezes entremeadas com espécies nativas, tanto nas área de domínio da Restinga quanto na de Mata Atlântica de Tabuleiro, com característica rural ou urbana (Figura 18).
Dentre as frutíferas destacam-se Citrus spp (laranjeira, limoeiro), Musa parasidiaca (bananeira), Mangifera indica (mangueira), Artocarphus sp (jaqueira), Eugenia jambolona (jamelão), Coffea sp (café), Anacardium ocidentale (cajueiro), Spondias lutea (cajá), Coccos nucifera (coqueiro), Psidium guajava (goiabeira), Carica papaya (mamoeiro), dentre outras.
Figura 18 : Pomar.
Fonte: Levantamento fotográfico, 2002.
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3.8 SILVICULTURA OU EUCALIPTAL
3.8.1 Eucaliptal (EUC)
Consiste no cultivo de espécies para produção de madeira. Foram detectados cultivos de Eucalyptus sp. no entorno da Reserva Ecológica de Jacarenema (Figura 19).
Figura 19: Eucaliptal ao centro.
Fonte: Levantamento fotográfico, 2002.
3.9 ÁREAS SEM COBERTURA VEGETAL
3.9.1 Áreas sem cobertura vegetal (SCV) São aquelas que sofreram supressão da vegetação para uso do solo pelo homem e
que encontram-se atualmente sem cobertura vegetal em quase sua totalidade, como as vias de acesso, os aterros, áreas com extração mineral de areia e de argila, além das áreas com construção de outros equipamentos urbanos como casas, prédios, quadras, etc.
3.10 ESTADO DE REGENERAÇÃO DAS ÁREAS DEGRADADAS PELO EFEITO DO FOGO
Na Reserva, os trechos de mata seca de restinga incendiados, são constituídos por faixa com largura variando de 5,00 a 15,00m, encontram-se em estado de regeneração, principalmente por brotamento de espécies como Allagoptera arenaria (guriri), Byrsonima sericea (murici), encontrando-se em estágio inicial de regeneração e que demandará vários anos para que a recuperação seja satisfatória. E as áreas de brejo foram as mais atingidas em termos de extensão, mas apresentam de uma maneira geral maior velocidade de regeneração que as de mata, mas são as áreas que apresentam os maiores riscos de início de incêndio, principalmente na época de menor precipitação pluvométrica.
3.11 ÁREAS DEGRADADAS PASSÍVEIS DE RECUPERAÇÃO
Todas as áreas que sofreram incêndio ou corte da vegetação sem remoção do solo são passíveis de recuperação natural, necessitando apenas de tempo e de proteção, para que as ações degradadoras não sejam repetidas, uma vez que as fontes de sementes encontram-se nas comunidades conservadas existentes na região. Já aquelas comunidades que sofreram retirada de solo como a aberta de Clusia, a recuperação natural para a mesma formação é praticamente impossível, pois houve rebaixamento do
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perfil do solo aproximando sua superfície ao lençol freático, modificando o ambiente, que permitirá a instalação de muitas espécies diferentes daquelas que normalmente formam a aberta de Clusia.
3.12 CONSEQUÊNCIAS DA INSTALAÇÃO IMOBILIÁRIA SOBRE AS DIFERENTES FORMAÇÕES VEGETAIS
A ampliação da instalação urbana na região deverá ser direcionada para locais com a vegetação degradada, uma vez que áreas de manguezal, de restinga e rupestre, encontram-se circundadas pela comunidade, que causa pressão de ocupação em toda a região, isto vem ocorrendo, principalmente, devido encontrar-se próxima ao oceano, ser muito utlizada para lazer e ao alto valor das terras. Além disso, a instalação imobiliária desordenada vem trazendo outras consequências negativas para a vegetação, como aterros de áreas de preservação permanente, extração de areia e de argila para construção e aterros, retirada de madeira para diversas finalidades, coleta de plantas ornamentais, principalmente de bromélias e orquídeas. Ocorreu ainda, roletamento da casca de árvores com o intuito de provocar sua morte, descaracterizando assim a vegetação nativa de restinga.
3.13 ESPÉCIES COM MAIOR POTENCIAL COMO BIOINDICADORAS PARA SEREM USADAS EM ESTUDOS E DIAGNÓSTICOS ECOLÓGICOS
As espécies com potencial como bioindicadoras para serem usadas em estudos e diagnósticos ecológicos encontram-se listadas nas tabelas das amostragens fitossociológicas para cada fitofisionomia, pois aquelas com os maiores valores de cobertura e de importância são as predominantes em cada comunidade, além das espécies que não caíram nas amostragens e que foram listadas no levantamento florístico e nas descrições de cada comunidade.
3.14 ESPÉCIES ENDÊMICAS E AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO
Nas áreas de restinga, encontram-se espécies endêmicas do Estado do Espírito Santo como na mata seca de restinga o Rhodostemonodaphne capixabensis e na aberta de Clusia Neomitranthes obtusa. Há também espécies ameaçadas de extinção como Pavonia alnifolia na mata seca de restinga e Jacquinia brasiliensis (pimenteira) na pós-praia.
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