servico social 2009_4_3
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SERVIÇO SOCIAL
AutoresProfessora Especialista Edilene Maria de Oliveira Araújo
Professora Ma. Amirtes Menezes de Carvalho de SilvaProfessora Ma. Angela Cristina Dias do Rego Catonio
Professora Ma. Maria Clotilde Pires Bastos
Educaçãosem fronteiras
4
Anhanguera PublicaçõesValinhos/SP, 2009
www.interativa.uniderp.brwww.unianhanguera.edu.br
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© 2009 Anhanguera PublicaçõesProibida a reprodução fi nal ou parcial por qualquer meio deimpressão, em forma idêntica, resumida ou modifi cada em línguaportuguesa ou qualquer outro idioma.Impresso no Brasil 2009
ANHANGUERA EDUCACIONAL S.A.CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE CAMPO GRANDE/MS
PresidenteProf. Antonio Carbonari Netto
Diretor AcadêmicoProf. José Luis Poli
Diretor AdministrativoAdm. Marcos Lima Verde Guimarães Júnior
CAMPUS I
ChancelerProfa. Dra. Ana Maria Costa de SousaReitorProf. Dr. Guilherme Marback NetoVice-ReitorProfa. Heloísa Helena Gianotti PereiraPró-ReitoresPró-Reitor Administrativo: Adm. Marcos Lima Verde Guimarães JúniorPró-Reitora de Graduação: Profa. Heloisa Helena Gianotti Pereira Pró-Reitor de Extensão, Cultura e Desporto: Prof. Ivo Arcângelo Vendrúsculo Busato
ANHANGUERA EDUCACIONAL S.A.UNIDERP INTERATIVA
DiretorProf. Dr. Ednilson Aparecido Guioti
CoodernaçãoProf. Wilson Buzinaro
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICAProfa. Terezinha Pereira Braz / Profa. Aparecida Lucinei Lopes Taveira Rizzo / Profa. Maria Massae Sakate /Profa. Adriana Amaral Flores Salles / Profa. Lúcia Helena Paula Canto (revisora)
PROJETO DOS CURSOSAdministração: Prof. Wilson Correa da Silva / Profa. Mônica Ferreira SatolaniCiências Contábeis: Prof. Ruberlei BulgarelliEnfermagem: Profa. Cátia Cristina Valadão Martins / Profa. Roberta Machado PereiraLetras: Profa. Márcia Cristina Rocha FiglioliniPedagogia: Profa. Vivina Dias Sol QueirozServiço Social: Profa. Maria de Fátima Bregolato Rubira de Assis / Profa. Ana Lúcia Américo AntonioTecnologia em Gestão e Marketing de Pequenas e Médias Empresas: Profa. Fabiana Annibal Faria de Oliveira BiazettoTecnologia em Gestão e Serviço de Saúde: Profa. Irma MarcarioTecnologia em Logística: Prof. Jefferson Levy Espindola DiasTecnologia em Marketing: Prof. Jefferson Levy Espindola DiasTecnologia em Recursos Humanos: Prof. Jefferson Levy Espindola Dias
ANHANGUERA PUBLICAÇÕES
DiretorProf. Diógenes da Silva Júnior
Gerente AcadêmicoProf. Adauto Damásio
Gerente AdministrativoProf. Cássio Alvarenga Netto
Ficha Catalográfi ca realizada pela BibliotecáriaAlessandra Karyne C. de Souza Neves – CRB 8/6640
S514 Serviço social / Edilene Maria de Oliveira Araújo ...[et al.]. - Valinhos : Anhanguera Publicações, 2009. 256 p. - (Educação sem fronteiras ; 4).
ISBN: 978-85-62280-44-3
1. Comunicação – Metodologia da pesquisa. 2. Direito – Legislação social. 3. Movimento social. I. Araújo, Edilene Maria de Oliveira. II. Título. III. Série.
CDD: 360
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Nossa Missão, Nossos Valores_______________________________
A Anhanguera Educacional completa 15 anos em 2009. Desde sua fundação, buscou a ino-
vação e o aprimoramento acadêmico em todas as suas ações e programas. É uma Instituição de
Ensino Superior comprometida com a qualidade dos cursos que oferece e privilegia a preparação
dos alunos para a realização de seus projetos de vida e sucesso no mercado de trabalho.
A missão da Anhanguera Educacional é traduzida na capacitação dos alunos e estará sempre
preocupada com o ensino superior voltado às necessidades do mercado de trabalho, à adminis-
tração de recursos e ao atendimento aos alunos. Para manter esse compromisso com a melhor
relação qualidade/custo, adotaram-se inovadores e modernos sistemas de gestão nas instituições
de ensino. As unidades no Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas
Gerais, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul preservam a missão e difundem os valores
da Anhanguera.
Atuando também no Ensino a Distância, a Anhanguera Educacional orgulha-se de poder es-
tar presente, por meio do exemplar trabalho educacional da Uniderp Interativa, nos seus pólos
espalhados por todo o Brasil.
Boa aprendizagem e bons estudos!
Prof. Antonio Carbonari Netto
Presidente — Anhanguera Educacional
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AULA 1 — A Base do Pensamento Econômico
Apresentação____________________
A Universidade Anhanguera/UNIDERP, ao longo de sua existência, prima pela excelência no
desenvolvimento de seu sólido projeto institucional, concebido a partir de princípios modernos,
arrojados, pluralistas, democráticos.
Consolidada sobre patamares de qualidade, a Universidade conquistou credibilidade de par-
ceiros e congêneres no país e no exterior. Em 2007, sua entidade mantenedora (CESUP) passou
para o comando do Grupo Anhanguera Educacional, reconhecido pelo compromisso com a
qualidade do ensino, pela forma moderna de gestão acadêmico-administrativa e pelos propósi-
tos responsáveis em promover, cada vez mais, a inclusão e a ascensão social.
Reconhecida pela ousadia de estar sempre na vanguarda, a Universidade impôs a si mais um
desafio: o de implantar o sistema de ensino a distância. Com o propósito de levar oportunida-
des de acesso ao ensino superior a comunidades distantes, implantou o Centro de Educação a
Distância.
Trata-se de uma proposta inovadora e bem-sucedida, que, em pouco tempo, saiu das frontei-
ras do Estado do Mato Grosso do Sul e se expandiu para outras regiões do país, possibilitando o
acesso ao ensino superior de uma enorme demanda populacional excluída.
O Centro de Educação a Distância atua por meio de duas unidades operacionais: a Uniderp
Interativa e a Faculdade Interativa Anhanguera(FIAN). Com os modelos alternativos ofereci-
dos e respectivos pólos de apoio presencial de cada uma das unidades operacionais, localizados
em diversas regiões do país e exterior, oferece cursos de graduação, pós-graduação e educação
continuada, possibilitando, dessa forma, o atendimento de jovens e adultos com metodologias
dinâmicas e inovadoras.
Com muita determinação, o Grupo Anhanguera tem dado continuidade ao crescimento da
Instituição e realizado inúmeras benfeitorias na estrutura organizacional e acadêmica, com re-
flexos positivos nas práticas pedagógicas. Um exemplo é a implantação do Programa do Livro-
Texto – PLT, que atende às necessidades didático-pedagógicas dos cursos de graduação, viabiliza
a compra, pelos alunos, de livros a preços bem mais acessíveis do que os praticados no mercado
e estimula-os a formar a própria biblioteca, promovendo, assim, a melhoria na qualidade de sua
aprendizagem.
É nesse ambiente de efervescente produção intelectual, de construção artístico-cultural, de
formação de cidadãos competentes e críticos, que você, acadêmico(a), realizará os seus estudos,
preparando-se para o exercício da profissão escolhida e uma vida mais plena na sociedade.
Prof. Guilherme Marback Neto
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Autores____________________
AMIRTES MENEZES DE CARVALHO E SILVA
Graduação: Pedagogia – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS – 1998
Pós-graduação: Fundamentos da Educação – Área de Concentração: Psicologia da Educação – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS – 2001
Mestrado: Em Educação – Área de Concentração: Psicologia – Universidade de Mato Grosso do Sul – UFMS – 2003
EDILENE MARIA DE OLIVEIRA ARAÚJO
Graduação: Serviço Social – Faculdades Unidades Católica de Mato Grosso – FUCMT – 1986
Pós-graduação Lato Sensu: Formação de Formadores em Educação de Jovens e Adultos – Universidade Nacional de Brasília – UNB – 2003
Pós-graduação Lato Sensu: Gestão de Iniciativas Sociais – Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ – 2002
Pós-graduação Lato Sensu: Administração em Marketing e Comércio Exterior – UCDB – 1998
ANgELA CRISTINA DIAS DO REgO CATONIO
Graduação: Letras – Língua Portuguesa e Língua Inglesa/Universidade Católica Dom Bosco – UCDB, Campo Grande/MS – 1996
Especialização: Comunicação Social/Universidade Metodista de São Paulo – UMESP, São Paulo/SP, 1999
Mestrado: Comunicação Social/Universidade Metodista de São Paulo – IMESP, São Bernardo do Campo/SP, 2000
MARIA CLOTILDE PIRES BASTOS
Graduação: Pedagogia com Habilitação em Administração e Supervisão Escolar de 1º e 2º Graus – Universidade Católica Dom Bosco – UCDB – 1981
Pós-graduação Lato Sensu: Metodologia do Ensino Superior – Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal – UNIDERP – 1988
Pós-graduação Strictu Sensu: Educação – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS – 1997
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Sumário____________________
MÓDULO – COMUNICAÇÃO E METODOLOgIA DA PESQUISA
UNIDADE DIDÁTICA – ESTÁgIO SUPERVISIONADO EM SERVIÇO SOCIALAULA 1
Estágio supervisionado e a prática do saber ...................................................................................... 3
AULA 2
Legislação e a profissão do assistente social ....................................................................................... 13
UNIDADE DIDÁTICA – COMUNICAÇÃO SOCIAL AULA 1
Linguagem e sua função social ........................................................................................................... 23
AULA 2
Modalidades verbais e não verbais na comunicação ......................................................................... 29
AULA 3
Comunicação: conceitos e modelos ................................................................................................... 33
AULA 4
Funções da linguagem e tipos de comunicação ................................................................................. 38
AULA 5
Habilidades em comunicação ............................................................................................................. 42
AULA 6
Comunicação e novas tecnologias da comunicação ......................................................................... 46
AULA 7
Relações humanas ............................................................................................................................... 49
AULA 8
Comportamento e moda .................................................................................................................... 51
UNIDADE DIDÁTICA – METODOLOgIA DA PESQUISA CIENTÍFICAAULA 1
O conhecimento e a ciência ................................................................................................................ 59
AULA 2
O método científico ............................................................................................................................ 63
AULA 3
O processo de pesquisa ....................................................................................................................... 67
AULA 4
A pesquisa qualitativa ......................................................................................................................... 72
AULA 5
Leitura e registro ................................................................................................................................. 76
AULA 6
Apresentação de trabalhos acadêmicos – Normas da ABNT ............................................................ 79
SEMINÁRIO INTEGRADO ..................................................................................................................... 94
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MÓDULO – DIREITO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
UNIDADE DIDÁTICA – DIREITO E LEgISLAÇÃO SOCIALAULA 1
A aplicabilidade do direito no serviço social ..................................................................................... 97
AULA 2
A pessoa e seu inter-relacionamento social ....................................................................................... 106
AULA 3
A institucionalização da sociedade ..................................................................................................... 118
AULA 4
O direito familiar ................................................................................................................................ 132
AULA 5
A estruturação dos direitos constitucionais e as garantias fundamentais: direitos humanos
e cidadania ........................................................................................................................................... 143
AULA 6
O direito infraconstitucional e suas aplicações no serviço social – a legislação social e a proteção
da sociedade ........................................................................................................................................ 160
AULA 7
O direito trabalhista e as relações políticas de trabalho .................................................................... 169
AULA 8
O direito previdenciário – sistema brasileiro de seguridade social .................................................. 193
UNIDADE DIDÁTICA – MOVIMENTOS SOCIAISAULA 1
Movimentos sociais ............................................................................................................................. 209
AULA 2
Aspectos teóricos – histórico dos movimentos sociais no Brasil ...................................................... 212
AULA 3
Movimentos sociais e cidadania ......................................................................................................... 215
AULA 4
Políticas sociais – a contribuição dos movimentos sociais ............................................................... 218
AULA 5
A sociedade civil e a construção de espaços públicos ........................................................................ 221
AULA 6
O caráter educativo do movimento social popular ........................................................................... 223
AULA 7
Os movimentos sociais e a articulação entre educação não formal e sistema formal de ensino .... 226
AULA 8
Movimentos sociais em suas diferentes expressões ........................................................................... 229
AULA 9
Tendências dos movimentos sociais na realidade brasileira contemporânea .................................. 232
AULA 10
Redes de ações coletivas ...................................................................................................................... 239
SEMINÁRIO INTEGRADO ..................................................................................................................... 243
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COMUNICAÇÃO E METODOLOGIA
DA PESQUISA
Módulo
Professora Ma. Maria Clotilde Pires Bastos
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Unidade Didática — Metodologia da Pesquisa Científica
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Apresentação
Prezado Aluno,
Nesta Unidade Didática você refletirá sobre o processo de investigação científica no Serviço Social.
O módulo Metodologia Científica foi pensado para trazer até você as questões mais atuais que estão re-
lacionadas ao processo de construção do conhecimento científico, o processo de investigação científica e as
indagações acerca do método em ciências sociais. Nessa perspectiva, as temáticas eleitas visam subsidiá-los
nos conhecimentos necessários para o entendimento da ciência, do método científico, o reconhecimento das
ciências sociais como campo científico, além da normalização de trabalhos acadêmicos.
Para que você possa aproveitar melhor os estudos, verifique a bibliografia indicada na lista de referências,
as sugestões indicadas no material impresso e online, bem como as atividades solicitadas em cada aula.
Seremos parceiros nesta caminhada; contudo, lembre-se de que o curso depende muito de você e que sua
participação é fundamental.
Bom trabalho!
Professora Ma. Maria Clotilde Pires Bastos
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AULA 1 — O Conhecimento e a Ciência
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Conteúdo
• O processo histórico de construção da ciência moderna
• Diferentes tipos de conhecimento
• Definição de Ciência
Competências e habilidades
• Conhecer o processo de construção da ciência moderna
• Identificar diferentes tipos de conhecimento
• Caracterizar a ciência e o conhecimento científico
Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no Portal
Verificar no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.
Duração
2 h/a – via satélite com o professor interativo
2 h/a – presencial com professor local
6 h/a – mínimo sugerido para autoestudo
AULA
1____________________
O CONHECIMENTO E A CIÊNCIA
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O PROCESSO HISTÓRICO DE CONSTRUÇÃO
DA CIÊNCIA MODERNA
A busca de explicações racionais acerca dos fe-
nômenos do mundo acompanha os seres humanos
há muito tempo, entretanto as explicações pauta-
das em critérios de comprovação e objetividade, tal
como modernamente se concebe, nasceu no século
XVII em meio a grandes transformações no contex-
to social. Nessa época, configurou-se o movimento
denominado “Renascimento Científico” cujo aspec-
to principal foi o de romper com as tradicionais for-
mas de conhecer, lançando as bases para uma nova
concepção de saber.
As transformações ocorridas no pensamento
científico estiveram vinculadas a outros aconteci-
mentos importantes e que representaram profun-
das modificações na estrutura social, tais como a
emergência da burguesia, o desenvolvimento da
economia capitalista, a revolução industrial etc.
A burguesia emergente valorizava o trabalho ma-
nual e a expansão dos seus domínios requeria o de-
senvolvimento de invenções e tecnologia, de modo a
dominar a natureza utilizando seus recursos de to das
as formas. A Revolução Industrial acelerou esse pro-
cesso, pois a racionalização do trabalho e a pro dução
e comercialização em larga escala exigiam a constru-
ção de equipamentos cada vez mais sofisticados.
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Unidade Didática — Metodologia da Pesquisa Científica
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Assim também nasce um novo homem crente no
poder da razão e da transformação do mundo. Dife-
rente do homem medieval, que temia a Deus e bus-
cava na vida após a morte as recompensas por uma
vida sem pecados, o homem que nascia no interior
dessas transformações recolocava-se como figura
central e retomava o domínio da sua vida.
Dessa forma, o conhecimento aceito é aquele
mar cado pela razão, experimentação, demonstração
e comprovação, utilizando o método científico, cri-
térios diferentes dos até então aceitos, fundamenta-
dos especialmente na revelação e autoridade divina.
O novo método científico mostrou-se fecundo e
aos poucos foi adaptado a outros campos de pesqui-
sa, fazendo surgir diversas ciências particulares.
Segundo Morais (1988), a preocupação científica
já estava presente na Idade Antiga, entretanto, gre-
gos e romanos favoreceram o desenvolvimento das
chamadas ciências formais pois não consideravam
a experimentação como algo importante. Para os
gregos, havia o desprezo pelas atividades manuais,
consideradas menos nobres, sendo as atividades da
“razão” consideradas elevadas. Já os romanos, cujas
preocupações eram mais pragmáticas, não valoriza-
vam a experimentação.
Já na Idade Média, tendo em vista o predomínio
da visão religiosa, não havia condições para o de-
senvolvimento do pensamento científico.
Assim, somente quando o homem recoloca-se
no centro dos fatos históricos e busca compreender
a natureza sem medo de profaná-la, é que se tor-
na possível o desenvolvimento do racionalismo e
experimentalismo científico. Morais (1988) afirma
que na Idade Moderna, especialmente a partir do
Renascimento, são oferecidas as condições objetivas
para a transformação da concepção do pensamento
até então predominante.
Sem dúvida, o que se observa é que, muito em-
bora o pensamento científico estivesse manifesto
ao longo da história humana, foi a partir do desen-
volvimento do experimentalismo que se criou uma
atitude mental diferenciada em face do mundo na-
tural, condição necessária para o desenvolvimento
do pensamento científico moderno.
Assim é que a partir do século XVII o conheci-
mento científico passa a ser reconhecido como um
tipo de conhecimento específico separando-se do
conhecimento filosófico e no século XIX o otimis-
mo cientificista foi tal que muitos autores afirma-
vam que somente a ciência poderia oferecer todas as
explicações a partir do método científico.
Para Morais (1988), há uma questão importante
a ser tratada no que se refere à atividade científi-
ca: será a ciência una ou dividida? Quando se pensa
nas suas finalidades, pode-se afirmar que é una, mas
quando se considera a amplitude de objetos passí-
veis de serem investigados, também será dividida.
Chauí (2000, p. 260) pondera que “ciências, no plu-
ral, refere-se às diferentes maneiras de realização do
ideal de cientificidade, segundo os diferentes fatos
investigados e os diferentes métodos e tecnologias
empregadas”. Seguindo a classificação apresentada
pela autora, as ciências podem ser divididas em: ma-
temáticas ou lógico-matemáticas, ciências naturais,
ciências humanas ou sociais e ciências aplicadas.
O breve histórico apresentado demonstra que a
sociedade ocidental contemporânea desenvolveu
um ideal de cientificidade baseado principalmente
na demonstração e prova, cujos aspectos principais
são: distinção entre sujeito e objeto, criação de uma
linguagem específica e própria, importância do mé-
todo, uso de instrumentos tecnológicos etc. Isso leva
à crença de que os resultados obtidos pela ciência
ocorrem de forma independente do desejo, convic-
ção e interesse do cientista, portanto a ciência seria
neutra. Essa visão cientificista parte do pressuposto
de que a ciência pode conhecer tudo e esse conheci-
mento permitirá manipular tecnicamente a realida-
de de forma ilimitada. Essa forma de encarar a ciên-
cia traz no seu interior a possibilidade de exercer o
controle sobre o pensamento humano agindo como
uma forma de controle social; é a chamada ideolo-
gia da competência. Nesse sentido, a sociedade está
formada por pessoas que sabem (competentes) e as
que não sabem, cabendo às primeiras o direito de
exercer o comando e controle sobre as demais, que
deverão executar as determinações.
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AULA 1 — O Conhecimento e a Ciência
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Outro aspecto importante a ser considerado
quan to à ciência moderna é sua ligação íntima com
a técnica. Originalmente, técnica (do grego téchne)
mais se aproximava da arte no sentido de habilida-
de; com o desenvolvimento do conhecimento cien-
tífico, também houve a possibilidade da construção
de instrumentos para ampliar e potencializar suas
funções. Morais (1988, p. 51) afirma que “houve um
tempo em que se ensinava que a ciência é o conheci-
mento, e a técnica, a aplicação desse conhecimento”.
A ciência moderna, levando à construção de instru-
mentos que possibilitam conhecimentos mais exa-
tos, transforma a técnica em tecnologia, objetiva o
conhecimento por meio de um objeto técnico.
Em face do desenvolvimento do modelo produ-
tivo capitalista, a ciência e a tecnologia tornaram-se
parte integrante da atividade econômica e assim o
montante de recursos financeiros a serem destina-
dos a pesquisas científicas são definidos a partir do
seu uso, distante do controle social.
Diferentes tipos de conhecimento
A necessidade de conhecer o funcionamento da
natureza visando dominá-la levou a diferentes for-
mas de explicação sobre o mundo. Assim, desde in-
terpretações místicas até as científicas são tentativas
de dar um sentido para os fenômenos e fatos que
ocorrem, ou seja, são formas diferentes de se pro-
cessar o conhecimento.
Todo conhecimento consiste em uma relação en-
tre o sujeito (cognoscente) e o objeto (aquilo que
será conhecido), que produz uma imagem (repre-
sentação). Para Ruiz (1996, p. 90), “todo conheci-
mento consiste numa relação sui generis entre o su-
jeito cognoscente e o objeto conhecido: relação de
assimilação do objeto pelo sujeito, relação de pro-
dução do objeto pelo sujeito, relação de coincidên-
cia ou de identificação entre sujeito e objeto”.
A fim de melhor caracterizar o conhecimento
científico, é importante identificar outras formas de
se conhecer, pois a ciência não é o único modo de se
explicar a realidade.
O senso comum
O senso comum ou conhecimento vulgar é o co-
nhecimento popular que busca explicar os fatos,
sem perquirir suas causas. Ele é fruto do acúmulo
de experiências pessoais, portanto assistemático,
fragmentado e muitas vezes simplista e ingênuo.
O conhecimento teológico
O conhecimento teológico ou religioso busca ex-
plicações a partir de entes divinos ou sobrenaturais.
Esse tipo de conhecimento torna impossível buscar
as causas dos fenômenos, pois estas se encontram
fora do âmbito da condição humana; é dogmático.
O conhecimento filosófico
O conhecimento filosófico busca investigar cau-
sas e razões dos fenômenos por meio das ideias,
relações conceituais que não podem ser reduzidas
a observação empírica. Esse tipo de conhecimen-
to tem por finalidade questionar, refletir de forma
mais ampla sobre as questões humana incluindo
objetivos e conclusões da própria ciência.
O conhecimento científico
Muitas são as caracterizações elaboradas sobre
o conhecimento científico; para este estudo, esta-
remos adotando a sistematização apresentada por
Oliveira (apud Ander-Egg, 2001, p. 50):
[...] ciência é um conjunto de conhecimentos racio-
nais, certos ou prováveis, obtidos metodicamente,
sistematizados e verificáveis, que fazem referência
a objetos de uma mesma natureza, subdividindo-
os em:
• conhecimento racional, isto é, que tem exigên-
cia de método [...];
• certo ou provável, já que não se pode atribuir à
ciência a certeza indiscutível de todo saber que a
compõe [...];
• obtidos metodicamente, pois não se os adquire
ao acaso ou na vida cotidiana [...];
• verificáveis, pelo fato de que as afirmações que
não podem ser comprovadas ou que não passam
pe lo exame da experiência não fazem parte do
âmbito da ciência [...];
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Unidade Didática — Metodologia da Pesquisa Científica
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• relativas a objetos da mesma natureza, ou seja,
obje tos pertencentes a determinada realidade, que
guar dam entre si características de homogenei da de.
Definição de ciência
Muitos autores apresentam conceitos de ciência.
Destacamos o apresentado por Megale (1989, p. 41),
que afirma: “ciência é o conjunto de conhecimentos
obtidos através da investigação sistemática, objetiva
e empírica” e o de Trujillo Ferrari (apud LAKATOS,
1999, p. 80), que entende a ciência como “[...] um
conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas
ao sistemático conhecimento com objeto limitado,
capaz de ser submetido à verificação”. Observa-se,
assim, a coincidência de alguns aspectos considera-
dos importantes para a compreensão do conceito e
que serão comuns em maior ou menor grau entre
os autores.
* ANOTAÇÕES
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AULA 1 — O Conhecimento e a Ciência
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Conteúdo
• Origens do método científico
• Etapas do método científico
• Tipos de métodos
Competências e habilidades
• Contextualizar as origens do método científico
• Identificar as principais características do método científico
• Apresentar os principais tipos de métodos científicos
Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no Portal
Verificar no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.
Duração
2 h/a – via satélite com o professor interativo
2 h/a – presencial com professor local
6 h/a – mínimo sugerido para autoestudo
AULA
2____________________
O MÉTODO CIENTÍFICO
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ORIGENS DO MÉTODO CIENTÍFICO
No âmbito das ciências modernas, o método exerce papel tão relevante que muitas vezes se con-funde a ciência com o seu método. Entretanto, a utilização do método não é privilégio da ciência. A palavra método vem do grego methodos (meta = através de; hodos = caminho), ou seja, é a orienta-ção, o guia para se conseguir algo. No seu sentido mais amplo, significa o conjunto de procedimentos utilizados para se alcançar conhecimento seguro de forma mais racional; na ciência, método é a ordem imposta no caminho para se chegar a um fim de-terminado. Assim, depreende-se que, pelo método,
pode-se demonstrar ou verificar conhecimentos.
Vários filósofos buscaram estabelecer uma concep-
ção sobre o método, entretanto até o século XVII os
problemas filosóficos estavam mais vinculados à ques-
tão do ser. A Filosofia antiga não indaga sobre a reali-
dade do mundo. É Descartes que propõe como méto-
do, começar duvidando de tudo; é a dúvida metódica.
É a partir da Idade Moderna, que as questões do co-
nhecer ganham vulto tendo em vista o fator subjetivi
dade. A partir dessa época os filósofos preocupam-se
muito mais com o sujeito cognoscente tendo em vista
a sua dúvida de se pode ou não alcançar a verdade.
Chauí (2000) afirma que no decorrer da história
o método sempre desempenhou o papel de regula-
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Unidade Didática — Metodologia da Pesquisa Científica
64
dor do pensamento, pois “guia o trabalho intelectual
[...] e avalia os resultados obtidos” (p. 159); contu-
do, foi a partir do desenvolvimento da ciência mo-
derna que se colocou a necessidade da construção
de procedimentos que permitissem a demonstração
do conhecimento por meio da evidência, levando à
organização do método científico.
Ao se tratar do método científico, uma importan-
te questão merece ser elucidada: a diferença entre
método e metodologia, pois muitas vezes toma-se o
significado de um pelo outro. Por método entende-
se a organização das etapas fundamentais do pro-
cesso de pesquisa a partir das teorias que orientam
a busca da verdade. Já metodologia incorpora o mé-
todo e as técnicas, ou seja, os instrumentos para a
investigação científica (coleta, tabulação, análise e
interpretação de dados etc.).
Etapas do método científico
A investigação da natureza de forma científica,
ou seja, utilizando o método científico, requer do
investigador uma constante atitude de reflexão e
crítica diante da realidade e do permanente ques-
tionamento acerca das conclusões obtidas. Muito
embora essa atitude deva também fazer parte da vida
cotidiana das pessoas, para o cientista deve ser um
exigência que compreende alguns passos ou etapas.
Neste estudo utilizaremos a sistematização apresenta-
da por Richardson (1999, p. 26-29), que compreen de:
a observação, a formulação de um problema, a ob-
tenção de informações referenciais, o levantamen-
to de hipóteses, a predição, a experimentação e a
análise.
Pode-se afirmar que a observação é o primeiro
momento da investigação, pois compreende infor-
mações mais gerais obtidas por meio da experiência
cotidiana ou mesmo de leituras realizadas, o que ca-
racteriza como diferencial é que “essas observações
devem ser sensíveis, mensuráveis e passíveis de re-
petição, para que possam ser observadas por outras
pessoas” (RICHARDSON, 1999, p. 26).
A partir da observação, o pesquisador constata
alguma questão que necessita ser respondida e parte
para a formulação do problema de pesquisa. Cabe
ressaltar que toda pesquisa necessita ter claramen-
te formulado um problema, entretanto, nem todos
os problemas são passíveis de tratamento científico
por não poderem ser respondidos, comprovados
por demonstração. Como afirma Gil (1996, p. 27), a
pesquisa científica não pode responder “a questões
de ‘engenharia’ e de valor porque sua correção ou
incorreção não é passível de verificação empírica”.
Richardson (1999) sugere formular a pergunta uti-
lizando como, o que e quando preferencialmente a
por quê.
Tendo sido o problema identificado, coloca-se a
necessidade de buscar informações acerca do fenô-
meno que será investigado. Nessa etapa, as princi-
pais fontes de informação são aquelas que apresen-
tam alguma sistematização sobre o assunto, espe-
cialmente livros, relatórios, periódicos, internet etc.
Na sequência do processo está a formulação da
hipótese, ou seja, a elaboração de resposta prévia ao
problema formulado. A hipótese normalmente é le-
vantada quando o investigador já realizou revisão da
literatura pertinente ao fenômeno em estudo, ob-
tendo considerável conhecimento sobre o problema
que permite a tentativa de resposta; é evidente que
a hipótese será testada no processo de investigação e
assim poderá ser comprovada ou refutada.
Para Richardson (1999), o meio formal de testar
a hipótese é a predição que consiste na tentativa de
predizer o resultado da hipótese pelo uso da esta-
tística. O raciocínio é que se a resposta é acertada,
os resultados são específicos e, muito embora rara-
mente a predição seja totalmente perfeita, é funda-
mental para o teste da hipótese.
A experimentação visa comparar os resultados
obtidos, mediante a realização de atividades que,
dadas determinadas condições, permitam obter res-
postas a partir da manipulação intencional, e cons-
titui-se em etapa importante do método científico.
A análise configura-se como a fase final do mé-
todo científico e consiste na confirmação ou não da
hipótese levantada, permitindo construir, confirmar
ou rejeitar determinada teoria.
Uma questão se coloca: e quanto às ciências so-
ciais? Haveria um método específico para as ciên-
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AULA 2 — O Método Científico
65
cias sociais? O humano como objeto de investigação
passa a ter importância a partir do século XIX, con-
tudo, como nesse momento os critérios de cientifi-
cidade já estavam estabelecidos, houve a incorpora-
ção dos mesmos métodos e técnicas utilizados nas
ciências da natureza para a análise dos fenômenos
sociais. Contudo, por não ser possível uma trans-
posição pura e simples dos métodos das ciências
naturais para o estudo dos fenômenos humanos, os
resultados obtidos tornaram-se pouco científicos
e, portanto, foram muito contestados. Richardson
(1999) reflete que o fracasso das ciências sociais se
deveu à transferência acrítica da metodologia das
ciências físicas e naturais ao fenômeno humano.
Para o autor, as bases da pesquisa empirista utiliza-
da nas análises dos fenômenos sociais levou “a uma
deturpação total da meta fundamental das ciências
sociais: o desenvolvimento do homem e da socieda-
de” (p. 30).
Somente a partir dos anos 1980, já no século XX,
há uma real ruptura com os modelos até então con-
solidados e ocorre uma mudança radical no estudo
dos fenômenos humanos e sociais. Richardson pon-
dera ainda que as características do método cientí-
fico valem para qualquer ciência, contudo, “o que
muda é a aplicação de regras e instrumentos que
devem estar adequados para a medição dos fenô-
menos sociais. Por exemplo, fenômenos qualitativos
não podem ser analisados com instrumentos quan-
titativos” (p. 30).
Assim, ainda que com muita controvérsia, os fe-
nômenos humanos e sociais tornam-se objetos de
ciências específicas, tendo métodos próprios para
análise desses fenômenos.
Tipos de métodos
Método indutivo – é um processo mental que
parte do registro de fatos singulares ou menos ge-
rais, mas suficientemente constatados, para alcançar
conclusões mais gerais. No método indutivo, anali-
sam-se as partes para compreender o todo. Lakatos
e Marconi (1998, p. 87) consideram três elementos
principais no procedimento da indução: “observa-
ção dos fenômenos [...], descoberta da relação en-
tre eles [...], generalização da relação [...]”. Ou seja,
após a observação de um fenômeno, faz-se o grupa-
mento dos fatos segundo as suas relações constantes
para generalizar para todos os fenômenos da mes-
ma espécie.
Método dedutivo – contrariamente à indução, o
método dedutivo parte de enunciados mais gerais
para chegar aos particulares ou menos gerais. Se-
gundo Oliveira (2001, p. 62), “a dedução como for-
ma de raciocínio lógico tem como ponto de partida
um princípio tido como verdadeiro a priori. O seu
objetivo é a tese ou conclusão que é aquilo que se
pretende provar”. É importante enfatizar que a de-
dução e a indução são procedimentos do raciocínio
que se complementam no processo da investigação.
Método dialético – A dialética tem sua origem na
Grécia e em seus primórdios significava a arte de
dialogar. Em Platão e Aristóteles já é possível iden-
tificar no conceito o aspecto de transformação, por
intermédio da contradição, entretanto, é Hegel que
sistematiza a dialética como processo, movimento,
mudança, transformação a partir de leis próprias.
A história é vista como obra humana dentro de um
processo dinâmico e não somente como a ocor-
rência de fatos. Para Hegel, esse processo se dá nas
ideias, na razão; sendo determinado pela reflexão,
pelo pensamento, e, assim, o objeto é identificado
como consciência abstrata. Marx busca o conceito
desenvolvido por Hegel trazendo-o para a realidade
objetiva, ou seja, o desenvolvimento não se dá pelo
pensamento, mas mediante as práticas sociais reali-
zadas materialmente pelos homens.
São três as leis da dialética: a transformação da
quantidade em qualidade, a interpenetração dos con-
trários e a negação da negação.
• Lei da passagem da quantidade à qualidade –
define que a passagem de um objeto para outro
com características diferentes (qualidade) se dá
pelo aumento quantitativo de determinadas
características do objeto.
• Lei da unidade e luta dos contrários – estabele-
ce que na contradição é que se dá o movimen-
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Unidade Didática — Metodologia da Pesquisa Científica
66
to, ou seja, os elementos que não podem exis tir
sem o outro também buscam superar-se. Ao
tempo em que um só existe em função do ou-
tro, também busca sua ultrapassagem. São for-
ças antagônicas que convivem em um mes mo
movimento; são faces de uma mesma moeda.
• Lei da negação da negação – explica que a
transformação do objeto em seu contrário se
dá pela negação. O novo é construído pela ne-
gação do velho, que por sua vez, ao envelhecer,
é negado por algo novo. Na luta dos contrários
que cria o novo não elimina totalmente o ve-
lho, pois mesmo o novo significando um novo
objeto possui qualidades do elemento antigo.
O método desempenha um papel fundamental
no processo de pesquisa; por meio dele se constroem
o objeto e as etapas que orientarão a investigação.
Portanto, a definição do método não deve ser vista
como uma atividade burocrática, mas como as ba-
ses sobre as quais estarão sendo construídos os co-
nhecimentos acerca do objeto em estudo.
* ANOTAÇÕES
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AULA 3 — O Processo de Pesquisa
67
A PESQUISA: DEFINIÇÃO, CLASSIFICAÇÀO
E TÉCNICAS
A pesquisa científica é um processo reflexivo que
visa construir conhecimentos a partir de procedi-
mentos racionais e sistemáticos. Santos (2000, p. 15)
caracteriza a pesquisa como “atividade intelectual
intencional que visa responder às necessidades hu-
manas”. Lakatos e Marconi (1995, p. 155) afirmam
que a pesquisa “é um procedimento formal, com
método de pensamento reflexivo, que requer um
tratamento científico e se constitui no caminho para
conhecer ou para descobrir verdades parciais”. Para
Gil (1991, p. 19), a pesquisa é “o procedimento ra-
cional e sistemático que tem como objetivo propor-
cionar respostas aos problemas que são propostos”.
A partir dessas definições é possível identificar que
a pesquisa é um meio de se produzir conhecimen-
tos aplicando, para isso, metodologias apropriadas
de forma racional, organizada, metódica e reflexiva
voltada à resolução de problemas.
A preparação de uma pesquisa científica requer
um planejamento, para mais racionalmente se or-
ganizarem os procedimentos. Essa preparação com-
preende quatro grandes etapas ou fases: a prepa-
Conteúdo
• Oqueépesquisa
• Tipos/caracterizaçãodapesquisa
• Fasesdapesquisa
• Instrumentosetécnicasparacoletadedadosempesquisasocial
Competências e habilidades
• Conceituaroquevemaserpesquisacientífica
• Caracterizarosdiferentestiposdepesquisa
• Identificarasfasesdeelaboraçãodapesquisa
• Identificarasprincipaistécnicasparacoletadedadosempesquisassociais
Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no Portal
Verificar no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.
Duração
2 h/a – via satélite com o professor interativo
2 h/a – presencial com professor local
6 h/a – mínimo sugerido para autoestudo
AULA
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O PROCESSO DE PESQUISA
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Unidade Didática — Metodologia da Pesquisa Científica
68
ração, a elaboração do projeto, a execução do pla-
nejado e a elaboração do relatório final. Gil (1996,
p. 23) esquematiza as etapas decorrentes daquelas,
conforme o fluxograma a seguir:
A fase de preparação é o momento em que o inves-
tigador define o tema a ser pesquisado, realiza a de-
vida revisão de literatura a fim de identificar o atual
estágio de estudos sobre o assunto, bem como se há
fontes de dados disponíveis para que possa realizar
o estudo. A revisão de literatura também permite a
delimitação mais clara do problema a ser estudado e
o estabelecimento de hipóteses (quando for o caso)
ou respostas provisórias ao problema enunciado.
Na etapa seguinte estará organizando o plano ou
projeto de pesquisa, elemento fundamental no pro-
cesso, pois permite ao pesquisador estabelecer metas
de forma clara, dentro de um prazo possível, com
técnicas mais adequadas em face do que se pretende
investigar e atendendo a determinado orçamento. A
terceira etapa pode ser compreendida como a etapa
de execução do projeto ou plano, quando os dados
serão coletados, tabulados e analisados, e a quarta e
última etapa refere-se à elaboração do relatório final
de pesquisa, quando serão apresentados os resulta-
dos do estudo dentro de normas e padrões previa-
mente estabelecidos (NBR 14724 da ABNT).
O projeto de pesquisa vem responder aos seguin-
tes questionamentos:
• Oqueinvestigar?
• Porqueinvestigar?
• Paraqueeparaqueminvestigar?
• Fundamentadoemquaisfontesdeinformação?
• Quesoluçõessãopropostas?
• Como,comoqueouondepesquisar?
• Quaisrecursosorçamentáriossãonecessários?
• Qualéotemponecessárioparacumprirasetapas?
• Quaisfontesforamconsultadas?
Formulação do Problema
Construção de Hipóteses
Determinação do Plano
Operacionalização de Variáveis
Elaboração dos Instrumentos
de Coleta de Dados
Pré-teste dos Instrumentos
Seleção da Amostra Coleta de Dados
Análise e Interpretação dos Dados
Redação do Relatório da Pesquisa
A apresentação formal do projeto pode variar
conforme o autor utilizado ou o convencionado por
cada Instituição de Ensino, entretanto, os questio-
namentos levantados deverão estar contemplados
no sentido de atender aos objetivos inerentes a qual-
quer projeto de pesquisa.
Um dos aspectos fundamentais no processo de
pes quisa refere-se à formulação do problema a ser
in vestigado, pois na busca da sua solução é que se es-
tará apropriando, construindo e transformando co-
nhecimentos. Dessa forma, pode-se afirmar que to da
pesquisa inicia-se com um problema, entretan to nem
todo problema é passível de tratamento cientí fi co.
Lakatos e Marconi (1995) definem problema co mo
uma dificuldade apresentada no entendimento de
um assunto efetivamente importante e para o qual
se vai buscar uma solução. Para Gil (1991), um pro-
blema será científico quando for passível de ser ve-
rificado, observado empiricamente ou manipu la do.
A formulação do problema não é tarefa fácil visto
que não se trata de tão-somente identificar o que se
pretende investigar, é preciso ter clareza e objetivi-
dade. Sugere-se formular o problema em forma de
pergunta (ou questão) delimitando-o a uma abran-
gência que o torne viável de ser resolvido, com ma-
teriais e técnicas disponíveis e acessíveis ao pesqui-
sador. Gil (1991) recomenda ter cuidado quando o
problema referir-se a valores, pois por basear-se em
aspectos subjetivos corre-se o risco de comprometer
a validade dos resultados obtidos.
Classificação das pesquisas
A realização de uma pesquisa, especialmente nas
ciências sociais, não segue um modelo único tendo
em vista a complexidade própria da vida social vis-
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AULA 3 — O Processo de Pesquisa
69
lumbrada em diferentes nuanças e aspectos ao olhar do investigador.
Neste estudo, adotaremos a classificação siste-matizada por Gil (1991), que as organiza a partir de dois critérios principais: quanto aos objetivos e quanto aos procedimentos técnicos utilizados.
Quanto aos objetivos gerais
Pesquisa Exploratória
Visa criar maior aproximação com o tema, proporcionando maior
familiaridade com o problema; na maioria dos casos, assume a forma de pesquisa
bibliográfica ou de estudo de caso.
Pesquisa Descritiva
Visa descrever as características de determinada população ou fenômeno utilizando técnicas
padronizadas para coleta de dados.
Pesquisa Explicativa
Visa identificar os fatores que determinam a ocorrência de determinados
fenômenos. Busca explicar a razão, “o porquê” de acontecerem.
Quanto aos procedimentos técnicos utilizados
Pesquisa Bibliográfica
É desenvolvida a partir da utilização de material impresso elaborado – livros,
artigos científicos, material eletrônico, almanaques etc.
Pesquisa Documental
É desenvolvida a partir de fontes documentais, que podem ou não ter
recebido tratamento analítico.
Pesquisa Experimental
Consiste na reprodução de um fenômeno a partir de condições controladas.
Pesquisa Ex-post-facto
Utiliza os mesmos procedimentos da pesquisa experimental, diferindo no aspecto de que, neste caso, os fatos são espontâneos, não podendo o pesquisador controlar as variáveis.
Levantamento
Baseia-se na interrogação direta ao grupo que se pretende investigar;
neste caso, recorre-se à amostra que deverá ser significativa para possibilitar generalizações. As pesquisas desse tipo
não são adequadas quando se tratar de estudos de problemas referentes a
relações e estruturas sociais complexas.
Estudo de Caso
Tem como base o estudo de um ou poucos objetos visando conhecê-lo(s) de
forma profunda e detalhada.
Pesquisa-açãoÉ realizada de forma articulada a uma
ação diante de um problema detectado no processo de pesquisa.
Pesquisa Participante
Há interação entre o pesquisador e o grupo de interesse da pesquisa e,
muito embora tenha semelhança com a pesquisa-ação, procura distinguir a ação espontânea (popular) da ação científica.
Essa organização pretendeu apresentar uma for-
ma de classificação; determinados tipos ocorrem
com mais regularidade em pesquisas sociais, en-
tretanto, em alguns casos pode-se recorrer a vários
tipos em uma mesma pesquisa para se responder à
questão investigada.
A coleta de dados
Em face da pesquisa que será realizada e dos ob-
jetivos definidos pelo pesquisador, as informações
poderão ser obtidas de diferentes fontes, sendo três
as principais: a utilização de documentos, a obser-
vação, e as entrevistas e questionários.
Os documentos se referem ao material escrito
ao qual o investigador poderá ter acesso, podendo
distinguir-se em: documentos oficiais (normalmen-
te provenientes de governo ou de empresas), docu-
mentos pessoais, material de imprensa e utilitários
(catálogos, folhetos etc.).
A observação como técnica para coletar dados
deverá atender às características próprias de cada
pesquisa e se realiza mediante contato do investiga-
dor com o fenômeno em estudo. Essa técnica é fun-
damental em pesquisas sociais, pois permite apre-
ender fatos e aspectos para os quais outros tipos de
instrumentos se mostram limitados, contudo deve
ser utilizada de forma combinada com outras téc-
nicas.
Segundo Dencker (2001, p. 146), a observação
pode ser realizada de duas formas: direta e indireta.
“Observação direta, como o próprio nome já diz, é a
realizada diretamente sobre o objeto da observação,
enquanto a indireta é feita de tal modo que o obser-
vado não se percebe como o principal elemento da
investigação”.
A entrevista é compreendida como um diálogo
entre duas pessoas (entrevistador e entrevistado)
com objetivos claramente definidos. Essa técnica
permite obter as informações diretamente da pes-
soa, bem como a observação de toda a situação e
reação do entrevistado. Assim como a observação,
a entrevista como técnica para coleta pode ter sua
validade questionada tendo em vista a possível in-
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Unidade Didática — Metodologia da Pesquisa Científica
70
fluência do entrevistador nas respostas do entre-
vistado, ou mesmo a distorção que pode ocorrer
na análise do material obtido. Entretanto, em que
pesem esses aspectos, Minayo (2001, p. 59) destaca a
importância da noção de entrevista em profundida-
de “que possibilita um diálogo intensamente corres-
pondido entre entrevistador e informante [...] Esse
relato fornece um material extremamente rico para
análises do vivido”.
Para se alcançar a validade nas respostas, é im-
portante preparar a entrevista atentando-se ao que
será indagado e cercando-se de certos cuidados para
não interferir nas respostas do entrevistado. Quan-
to à organização, buscar marcar com antecedência,
obter algum conhecimento prévio sobre o entrevis-
tado, preparar as perguntas e criar uma situação de
discrição. No decorrer da entrevista, é importante
estar mais preparado para ouvir do que para falar,
intervir no momento oportuno em que uma ques-
tão tenha relevância para ser aprofundada e buscan-
do manter-se fiel aos objetivos da entrevista, não
permitindo desvios no que se pretende.
O questionário pode ser definido como um ins-
trumento impessoal e que permite maior facilida-
de na coleta de informações. Nesse instrumento, o
investigador estabelece as questões, cujas respostas
serão obtidas de forma escrita, podendo o entrevis-
tado responder livremente ou assinalar as alternati-
vas predeterminadas.
Assim, o questionário poderá apresentar per-
guntas do tipo aberta e/ou fechada, a depender do
objetivo da pesquisa. As perguntas abertas são aque-
las que permitem a livre resposta do entrevistado,
ficando a seu critério a extensão da resposta a ser
fornecida. As perguntas fechadas são aquelas cujas
respostas já se encontram previamente estabeleci-
das, ficando o entrevistado no papel de somente as-
sinalar a alternativa que achar mais adequada.
A elaboração de um questionário requer alguns
cuidados por parte do investigador: procurar ini-
cialmente explicar de forma objetiva a finalidade
do questionário não se esquecendo de agradecer a
colaboração de quem o respondeu, apresentar as
questões de forma compreensível e com palavras e
termos que sejam amplamente conhecidos, atentar-
se somente aos objetivos da pesquisa, limitá-lo em
extensão e cuidar para não ser tendencioso. Sugere-
se testar os questionários antes de aplicá-los, ou seja,
realizar um pré-teste em que um grupo pequeno
responderá ao questionário de modo a identificar
seus pontos falhos e que mereçam ser revistos, a fim
de verificar se atendem às expectativas.
Forma de registro
O registro das informações obtidas no processo de
coleta de dados é de fundamental importância; as-
sim, para não se deparar com a ausência de algum
dado relevante, é conveniente estabelecer a forma de
realizar e organizar os registros.
Quando se tratar de entrevistas, é possível utili-
zar, além do recurso da anotação, a gravação, a par-
tir do consentimento do entrevistado.
O uso da filmagem é também uma forma interes-
sante de realizar os registros, pois permite rever as
si tua ções vivenciadas pelo grupo estudado e que por
ve zes escapam ao olhar do investigador. Assim co mo
a filmagem, a fotografia permite reter informa ções
importantes no momento em que se realiza o es-
tudo, pois o efeito das transformações do tempo cer-
tamente estará modificando formas, paisagens etc.
Minayo (1994) alerta que em estudos sociais é im-
portante que se utilize o “diário de campo”, que são
anotações sistemáticas realizadas pelo pesquisador e
que estarão enriquecendo as análises e descrições.
Algumas considerações sobre a amostragem
A amostra é um recurso a ser utilizado quando
a população-alvo for muito grande para ser usada
in teira. Por população-alvo compreende-se o grupo
for mado pelos indivíduos ou elementos que pos-
suem determinadas características definidas para
um estudo; assim, a amostra representa uma parte
(um subconjunto) desse grupo. Richardson (1999)
acres centa que, além do tamanho da população-al-
vo, os custos e o tempo são fatores importantes na
uti li zação da amostragem, pois essa técnica permite
re duzir custos e minimizar as distorções decorrentes
da variação do tempo de obtenção das informações.
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AULA 3 — O Processo de Pesquisa
71
Como nas ciências sociais trabalha-se com gru-
pos humanos cuja característica principal é a hete-
rogeneidade, a técnica da amostragem permite sele-
cionar as amostras mais adequadas ao propósito da
investigação.
Uma característica importante das amostras é
que o resultado obtido a partir dos dados da amos-
tra deverão permitir as generalizações, ou seja, o que
é característica da amostra também é característi-
ca de todo o conjunto que não se pôde observar. O
fato de se utilizar uma amostra e não a população-
alvo total pode levar a erros que poderão ser mini-
mizados quando se conhecem todos os parâmetros
da população-alvo, pois nesse caso pode-se calcular
o erro da amostra. Quando não se conhecem esses
parâmetros, é preciso estabelecer critérios visando
minimizar a margem de erro. Contandriopoulos et
al. (1999, p. 60) indicam dois critérios para se discu-
tir essa margem:
Quanto maior a “fração da amostra”, menor o “er-
ro da amostra”. Intuitivamente é fácil conceber
que, quanto maior a amostra em relação à popula-
ção-alvo, mais segura é a representatividade dessa
amos tra. Inversamente quanto mais homogênea
for a população-alvo, menos necessária será uma
grande amostra. No limite, se todos os elementos da
população-alvo fossem idênticos, uma amostra de
um só elemento seria perfeitamente representativa.
As amostras podem ser de dois tipos: as proba-
bilísticas e as não probabilísticas, em que somente
as últimas poderão permitir generalizações estatís-
ticas por estarem apoiadas no princípio da inferên-
cia estatística. As amostras do tipo probabilística
caracterizam-se, principalmente, por permitir que
cada elemento da população-alvo tenha a probabi-
lidade de fazer parte da amostra. Os principais tipos
de amostras probabilísticas são: amostra aleatória
simples, amostra sistemática, amostra por conglo-
merado e amostra estratificada.
As amostras não probabilísticas utilizam critérios
baseados no raciocínio e na lógica para compor a
amostra e não no princípio do acaso. Os principais ti-
pos são: amostras acidentais, amostras de voluntá rios,
amostras por escolhas racionais e amostras por cotas.
O tamanho da amostra depende de vários fatores
intrinsecamente articulados ao que se pretende in-
vestigar, aos custos decorrentes da coleta de dados e
aos métodos estatísticos a serem utilizados.
Qualquer que seja o método utilizado, é preciso
ter-se clareza que cada um apresentará vantagens e
desvantagens e que não há apenas um que seja uni-
versalmente válido para todas as situações.
* ANOTAÇÕES
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Unidade Didática — Metodologia da Pesquisa Científica
72
O QUE É PESQUISA QUALITATIvA?
As pesquisas sociais têm sido marcadas pela uti-
lização de metodologias do tipo quantitativo na
abordagem e análise dos fenômenos que investiga,
contudo nos últimos anos um tipo de abordagem
tem se mostrado promissor por ter como foco as-
pectos que privilegiem a subjetividade na compre-
ensão e entendimentos do objeto de estudos.
Embora vista com desconfiança por alguns pes-
quisadores, a pesquisa qualitativa tem ganhado força
em áreas importantes. Sobre isso, Neves (1996, p. 1)
comenta: “Surgido inicialmente no seio da Antropo-
logia e da Sociologia [...] esse tipo de pesquisa ga-
nhou espaço em áreas como a psicologia, a educação
e a administração de empresas”, entre outras.
A pesquisa qualitativa pode ser definida como
uma abordagem que busca entender determinado
fenômeno de forma aprofundada, descrevendo-o,
analisando-o e interpretando-o. Muito mais do que
descrições estatísticas que visam à generalização dos
resultados, a pesquisa qualitativa trabalho com outro
nível de realidade que nem sempre pode ser mensu-
rado ou transformado em dados quantitativos.
Um aspecto importante nas pesquisas qualitati-
vas é a não padronização da forma de abordagem e
tratamento do objeto de estudo, muito comum em
pesquisas de cunho quantitativo. “A pesquisa qua-
litativa pode ser caracterizada como a tentativa de
uma compreensão detalhada dos significados e ca-
racterísticas situacionais apresentadas pelos entre-
vistados, em lugar da produção de medidas quanti-
Conteúdo• Pesquisaqualitativa–conceitoecaracterísticas
• Oqualitativoeoquantitativo–diferentesfacesdeummesmoprocesso
Competências e habilidades• Compreenderoqueéapesquisaqualitativa
• Identificarascaracterísticasdapesquisaqualitativa
• Relacionarpesquisaqualitativaequantitativa
Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no Portal
Verificar no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.
Duração2 h/a – via satélite com professor interativo
2 h/a – presenciais com professor local
6 h/a – mínimo sugerido para autoestudo
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AULA 4 — A Pesquisa Qualitativa
73
tativas de características ou comportamentos” (RI-
CHARDSON, 1999, p. 87).
É possível afirmar que há uma tentativa de apreen-
der a riqueza da dimensão humana em toda sua
magnitude, sem que isso signifique o aprisionamen-
to a fórmulas e padrões previamente definidos.
Godoy (1995, p. 62) enumera algumas caracterís-
ticas que permitem identificar as pesquisas do tipo
qualitativa:
1 – o ambiente natural como fonte direta dos dados
e o pesquisador como instrumento fundamental;
2 – o caráter descritivo;
3 – o significado que as pessoas dão às coisas e à sua
vida como preocupação do investigador;
4 – enfoque indutivo.
O que se depreende é que o aspecto subjetivo tem
destaque.
Segundo Minayo (2001, p. 23), nas ciências so-
ciais a pesquisa qualitativa se ocupa com um nível
de realidade que não pode ser quantificado:
Ou seja, ela trabalha com o universo de significados,
motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o
que, corresponde a um espaço mais profundo das
re la ções, dos processos e dos fenômenos que não po-
dem ser reduzidos à operacionalização de variá veis.
Assim, a subjetividade ganha destaque ocupando
um lugar fundamental na abordagem dos fenôme-
nos, pois a objetividade representada em diagramas,
gráficos e quantificação nem sempre apreende a di-
nâmica presente na vida e que é revelada a partir da
fala dos sujeitos que a constitui.
Richardson (1999, p. 90) corrobora esse pensa-
mento quando afirma que “a pesquisa qualitativa
pode ser caracterizada como a tentativa de uma
compreensão detalhada dos significados e caracte-
rísticas situacionais apresentadas pelos entrevista-
dos, em lugar da produção de medidas quantitativas
de características ou comportamentos”.
As pesquisas qualitativas vêm ganhando espaço,
embora ainda não sejam aceitas por muitos pesqui-
sadores exatamente pela questão da validade cientí-
fica, ou seja, como garantir que aspectos subjetivos
possam servir de parâmetro para se chegar à verda-
de dos fenômenos. Contudo, a questão da credibili-
dade está vinculada a questões muito específicas das
ciências sociais, principalmente quando se conside-
ra o seu nascedouro.
Segundo Santos Filho (2000), no século XIX uma
das questões principais para os pesquisadores que
discutiam os fenômenos humanos e sociais foi o
pro blema da unidade das ciências. No século ante-
rior, as ciências da natureza demonstraram que, pelo
método científico baseado na quantificação e gene-
ralização dos resultados, seria possível predizer com
vistas a alcançar dados muito precisos, que revelas-
sem a verdade sobre os fenômenos observados.
Então, as questões sociais, que nesse momen-
to revelavam toda sua complexidade, passam a ser
pauta de indagação no sentido da busca de métodos
que pudessem garantir o mesmo sucesso alcançado
pelos métodos utilizados nas ciências da natureza.
Duas respostas ou posições foram assumidas diante
desse problema. Uma defendia a unidade das ciên-
cias e, portanto, a legitimidade do uso do mesmo
método em todas as ciências. A outra posição era
favorável à tese da peculiaridade das ciências so-
ciais e humanas e, portanto, defendiam um método
científico específico para estas ciências (SANTOS
FILHO, 2000, p. 15).
A unidade das ciências teve no Positivismo de
Comte sua maior defesa, e influenciou as ciências
sociais principalmente na forma de apreensão e
análise dos fenômenos, pois para conferir atributos
e qualidade ao objeto de investigação adotou termos
matemáticos e a linguagem de variáveis, caracterís-
tica das ciências da natureza.
Minayo (2001, p. 23) sintetiza bem esse posicio-
namento quando define os seguintes critérios para
análise dos fenômenos sociais, com base nas ciên-
cias da natureza:
a – o mundo social opera de acordo com leis cau-
sais;
b – alicerce da ciência é a observação sensorial;
c – a realidade consiste em estruturas e instituições
identificáveis enquanto dados brutos por um lado
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Unidade Didática — Metodologia da Pesquisa Científica
74
e crenças e valores por outro. Estas duas ordens se
correlacionam para fornecer generalizações e regu-
laridades;
d – o que é real são os dados brutos; valores e cren-
ças são dados subjetivos que só podem ser com-
preendidos através dos primeiros.
Santos Filho (2000, p. 23) destaca três caracterís-
ticas principais quando da análise dos fenômenos
humanos e sociais à luz dos métodos baseados nas
ciências naturais:
Primeiro, defende o dualismo epistemológico, ou
seja, a separação entre o sujeito e o objeto do co-
nhecimento; segundo, vê a ciência social como
neutra ou livre de valores; e terceiro, considera que
o objetivo da ciência social é encontrar regularida-
de e relações entre os fenômenos sociais.
A partir da segunda metade do século XIX, teve
início um movimento criticando a adoção de méto-
dos baseados nas ciências da natureza, para análise
dos fenômenos sociais.
Os teóricos1 que encabeçaram esse movimento
entendiam que a riqueza da vida não poderia ser
expressa, por análises com base no Positivismo. As-
sim, não haveria realidade objetiva fora da realidade
humana e, desta perspectiva, sujeito e objeto se re-
lacionam dentro de um mesmo processo. A análise
da realidade é a análise dos seres humanos. Outro
aspecto a ser considerado, é que não há como es-
tabelecer a regularidade na análise dos fenômenos
sociais em face da própria complexidade que carac-
teriza a vida humana, a vida em sociedade.
Assim, a ênfase das ciências sociais deve ser a
compreensão e não a explanação do objeto desvin-
culado do contexto no qual se insere e da forma es-
pecífica como o investigador o apreende, marcado
pela suas idiossincrasias.
A partir da década de 1970, ganha força a crítica
ao paradigma positivista aplicado às ciências sociais,
o que faz que se adotem abordagens alternativas
nesse tipo de pesquisa e se levem alguns teóricos2 a
buscarem classificar os paradigmas que orientam as
análises dos fenômenos humanos e sociais.
Minayo (2001) aponta a Sociologia Compreensi-
va em suas diferentes formas – fenomenologia, et-
nometodologia, interacionismo simbólico – como
uma corrente teórica que, em oposição ao Positi-
vismo, coloca o significado da vida humana como
centro no processo de investigação.
Entretanto, uma questão se coloca como central
quando da análise dos fenômenos sociais tendo
como perspectiva a valorização dos aspectos quali-
tativos que é a validade científica. Richardson (1999,
p. 91) afirma que “para muitos pesquisadores qua-
litativos as convicções subjetivas das pessoas têm
primazia explicativa sobre o conhecimento teórico
do investigador”.
Esse tipo de tratamento dado ao objeto de estu-
dos pode induzir a um problema grave, ou seja, a
adoção de uma atitude acrítica, tornando-se parte
inevitável da ideologia dominante.
Para Minayo (2001), a abordagem dialética, em-
bora ainda perseguida e não concretizada, seria uma
forma de dar significado ao conteúdo apreendido na
análise dos fenômenos sociais de uma forma crítica.
Já Santos Filho (2000) afirma que os fenômenos hu-
manos e sociais estão se mostrando mais complexos
do que se imaginava, sendo admissível pensar nas
mais variadas metodologias a fim de se aprofundar
nas análises.
Richardson (1999) menciona a importância da
aplicação da lógica dialética no processo de apreen-
der os fenômenos dentro de uma perspectiva histó-
rica com vistas a identificar sua transitoriedade.
Para o autor:
[...] primeiramente, é essencial estudar o desenvol-
vimento histórico de um fenômeno para revelar a
mudança em sua conceituação através do tempo. O
propósito [...] não é apenas registrar mudanças em
sua aparência ou essência, mas revelar a natureza
1 Dentro da tradição filosófica de base idealista, citamos Dilthey, Ri-ckert, Weber e Husserl.
2 Habermas, Berstein, Burrel e Morgan, Popkewitz, Soltis, Husén, Hoshmand, entre outros.
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AULA 4 — A Pesquisa Qualitativa
75
dinâmica da relação entre a aparência e a essência
do fenômeno (RICHARDSON, 1999, p. 92).
Contudo, mesmo tendo a crítica como aspecto fun-
damental na análise dos fenômenos sociais, ainda resta
a pergunta: e a validade científica? Como alcançá-la?
É ainda Richardson (2000) que afirma a impor-
tância da prática reflexiva, no sentido de “admi-
nistrar a oscilação analítica entre a observação e a
teoria que considera válida”. O objetivo de não pro-
duzir um simples resultado, mas de descrever de
forma coerente e detalhada determinada situação,
que a reflexão teórica permitirá compreender, ilu-
minando os determinantes que colaboram com a
manifestação empírica dos fenômenos.
Seguindo esse raciocínio, podemos afirmar que as
pesquisas qualitativa e quantitativa não se excluem; ao
contrário, são complementares, pois os dados quanti-
tativos, à luz da reflexão qualitativa, revelam aspectos
fundamentais na compreensão dos fenômenos.
Minayo e Sanches (1993), com base em diferentes
autores, afirmam que do ponto de vista metodológi-
co não há contradição nem continuidade entre as
abordagens em vista de serem de naturezas diferentes.
Para os autores (1993), que citam Gurvitch (1955), a
pesquisa quantitativa atua em níveis da realidade, nos
quais os dados se apresentam aos sentidos.
Já a pesquisa qualitativa trabalha com valores,
crenças, representações, hábitos, atitudes e opiniões.
Assim, não há mais cientificidade em uma ou na
outra, ainda que uma utilize instrumentos sofistica-
dos de mensuração e a outra busque a compreensão
em profundidade.
É ainda Minayo e Sanches (1993, p. 16) que con-
tribuem com a questão afirmando que:
[...] se a relação entre quantitativo e qualitativo, en-
tre objetividade e subjetividade não se reduz a um
continuum, ela não pode ser pensada como opo sição
contraditória. Pelo contrário, é de se dese jar que as
relações sociais possam ser analisadas em seus as-
pectos mais “ecológicos” e “concretos” e aprofunda-
das em seus significados mais essenciais. Assim, o
estudo quantitativo pode gerar questões para serem
aprofundadas qualitativamente, e vice-versa.
Etapas da pesquisa social
Na pesquisa qualitativa, os procedimentos a se-rem adotados para a organização do estudo mere-cem destaque: a seleção do local e grupo de interesse para o estudo, técnica para obtenção das informa-ções, análise das informações e, finalmente, disposi-ção das informações no relatório.
A definição do local requer certa familiaridade do pesquisador, pois isso terá relação direta com a vali-dação dos resultados. Esse processo deve estar basea-do em reflexões que incluem diferentes critérios que vão desde a facilidade na obtenção dos dados e regis-tro até as influências que o meio exerce na opinião dos entrevistados. Pode-se afirmar que os estudos de caso se configuram como mais adequados, sendo, contudo, possível os estudos que incluam mais de um caso a fim de se estabelecerem comparações.
O instrumento que melhor serve aos propósitos de um estudo qualitativo é a entrevista. O contato com os possíveis entrevistados é uma etapa funda-mental, com vistas a estreitar as relações para maior riqueza e veracidade nas informações, contudo não há como prescrever o procedimento mais adequa-do, pois isso dependerá de diferentes aspectos.
Quanto à coleta de informações, vale ressaltar o papel que a observação desempenha em estudos qualitativos, embora ainda se questione a validade desse procedimento e também da entrevista.
Será na análise das informações que o pesquisa-dor irá organizar os dados relevantes em categorias, que possibilitem a aproximação com o objeto, de modo a identificar aquelas que se mostrem mais adequadas para retratar o fenômeno em análise.
A elaboração do relatório irá retratar todas as etapas vivenciadas, tendo as revisões de literatura e abordagem teórica definida para a análise do fenô-meno como condições fundamentais para apresen-tar os resultados visando ao esclarecimento e às res-postas aos problemas identificados de forma válida.
Assim, cada etapa do trabalho merece uma análi-se cuidadosa, uma reflexão constante e um compro-metimento reiterado com vistas a retratar a riqueza da vida em toda a sua dimensão que a letra e o dado frio não permitem apreender e muitas vezes conge-lam, limitando a visão do processo de constituição histórica da sociedade.
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Unidade Didática — Metodologia da Pesquisa Científica
76
FORMAS DIFERENCIADAS DE APRESENTAÇÃO
DE TEXTOS
A produção de textos científicos é um processo
laborioso que requer a aplicação não apenas de téc-
nicas, mas também da criatividade e esforço teórico
e analítico de quem o escreve. Para demonstrar a
sistematização, recriação, crítica, nível de aprofun-
damento das reflexões, o texto deve ser claro, conci-
so e coerente. Medeiros (2000, p. 118) define o texto
como “um tecido verbal estruturado de tal forma
que as ideias formam um todo coeso, uno, coeren-
te”. Assim, a simples disposição de frases fragmenta-
das não pode ser considerada como texto.
O texto científico tem como objetivo principal
comunicar dados, propor reflexões com exatidão e
autenticidade, o que implica maior critério e rigor
na sua elaboração, não querendo dizer que o texto
deva ser algo hermético e acessível a poucos inicia-
dos. Azevedo (1999, p. 111) observa que a boa co-
municação deve estar alicerçada nos seguintes as-
pectos: “escreva para ser lido [...]; procure o melhor
modo de comunicar suas ideias [...]; seja original
[...]; cultive a simplicidade [...]”.
A apresentação escrita mudará de acordo com
a intenção ou exigência de uma disciplina, assim
o seu formato e denominações, assumirá maior
ou menor complexidade, a depender da natureza
do tex to e da autonomia intelectual de quem o
elabora.
Conteúdo• Fontesparaapesquisa
• Aleituraanalítica
• Formasdeapresentação de textos – resumos, resenhas, artigos científicos e revisões bibliográficas
Competências e habilidades• Identificarosdiferentestiposdefontesutilizadosnarealizaçãodeumapesquisacientífica
• Compreenderoprocessoderealizaçãodaleituraanalíticadistinguindosuasfases
• Caracterizar os diferentes tipos de textos, bem como sua forma de registro
Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no Portal
Verificar no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.
Duração2 h/a – via satélite com professor interativo
2 h/a – presenciais com professor local
6 h/a – mínimo sugerido para autoestudo
AULA
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LEITURA E REGISTRO
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AULA 5 — Leitura e Registro
77
Resumos
A Norma da ABNT 6028 trata especificamente
de resumos, e os define como “apresentação concisa
dos pontos relevantes de um texto”. Medeiros (2000,
p. 125) acrescenta à definição: “[...] um procedi-
mento de reduzir um texto sem destruir-lhe o con-
teúdo”. Assim, resumir significa sintetizar um texto,
sem, no entanto, modificar ou acrescentar qualquer
sentido novo ou diferente daquele apresentado na
fonte original.
Para elaborar um bom resumo é importante reali-
zar a leitura tantas vezes quantas forem neces sárias
para esclarecer todo o texto. Ao apresentar o con-
teúdo, é fundamental que sejam indicados o as-
sunto abordado no texto, os objetivos do autor, os
métodos utilizados, bem como as conclusões alcan-
çadas. Dar preferência ao uso da terceira pessoa do
singular e do verbo na voz ativa. Quanto à extensão,
o resumo alternará de acordo com a habilidade de
quem o escreve, entretanto Medeiros (2000) afirma
que, apesar da necessária redução, esta não deve
prejudicar a comunicação. Silva (apud MEDEIROS,
2000) sugere que o resumo deva guardar um ter-
ço ou um quarto da extensão do texto original, o
que bastaria para garantir os pontos principais e as
ideias essenciais do autor.
Modelo de resumo
• Papel em tamanho A4.
• Configuração da página: lado superior e es-
querdo: 3 cm; lado inferior e direito: 2 cm.
• Espaçamentoentrelinhas:paraareferência,es-
paçamento simples; para o texto, espaçamento
1,5 cm.
• Alinhamento:dareferência,àesquerda;dotex-
to, justificado.
BARBOSA, M. L. O discurso da competência na pedagogia. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
A autora procurou demonstrar os principais aspectos que levam os pro-
fessores do ensino fundamental a terem dificuldade na aplicação do que
compreendem por competência. Seu objetivo foi caracterizar a competên-
cia a partir da definição apresentada pelos professores e, ao relacioná-la
com a atividade exercida em sala, identificar suas reais concepções.
Inicialmente, a autora apresenta um estudo sobre o ensino fundamental,
esclarecendo o perfil dos professores desse nível de ensino. Demonstra
como ao longo do processo de construção histórica foi sendo caracterizado
e descaracterizado esse nível de ensino e como isso influenciou na forma-
ção dos educadores.
3 cm 2 cm
2 cm
3 cm
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Unidade Didática — Metodologia da Pesquisa Científica
78
Resenhas
A resenha pode ser definida como um tipo de re-
sumo tendo, entretanto, a finalidade de apresentar a
apreciação crítica de uma obra. Se no resumo bas-
ta apresentar as ideias principais do autor do tex-
to original, na resenha deve ser efetuada a crítica,
configurando-se a resenha como um resumo crí-
tico. Medeiros (2000, p. 142) afirma que a resenha
não é um resumo, sendo “este apenas um elemento
da estrutura da resenha. Além disso, acrescente-se:
se, por um lado, o resumo não admite o juízo valo-
rativo, o comentário, a crítica; a resenha, por outro,
exige tais elementos”.
Segundo Azevedo (1999, p. 32), quanto ao tama-
nho, a resenha “pode variar entre duas (para jornais
não especializados) a dez laudas (publicações cien-
tíficas)”. Ainda, o autor orienta que as partes princi-
pais da resenha são: introdução, resumo e crítica. Na
introdução deve ser apresentado o assunto do texto
original, bem como informações sobre o autor e o
gênero da obra. O resumo deve ater-se a apresen-
tar as ideias principais do texto, conforme apresen-
tado anteriormente, e a crítica ou apreciação deve
indicar a leitura da obra ou não. É importante, no
julgamento da obra, indicar sua contribuição para
a análise do assunto, a originalidade das ideias e o
estilo do autor.
Quanto à apresentação formal da resenha, vale
ressaltar que é semelhante à do resumo, diferindo
somente quanto ao título que, segundo Azevedo
(1999, p. 35), deve ser original, “criativo, diferente
do título do texto original, breve e substantivo”.
Revisão bibliográfica
A revisão bibliográfica, também conhecida como
revisão de literatura, objetiva apresentar, por meio
da compilação de diversas obras, o atual estado de
desenvolvimento dos estudos referentes a deter-
minado assunto. É o que se costuma chamar de “o
estado-da-arte” e, ainda que guarde certa originali-
dade, busca principalmente comparar várias obras
permitindo ao autor compreender de forma mais
aprofundada o objeto de investigação, bem como
avançar no sentido de lançar novas luzes ao que já
está produzido e sistematizado.
Em geral, as revisões atendem a objetivos previa-mente estabelecidos na pesquisa, entretanto podem ser solicitadas como forma de avaliação de alguma disciplina e, nesse caso, Azevedo (1999) indica que deva ter a seguinte estrutura: introdução, desenvol-vimento e crítica.
Na introdução deve-se apresentar o assunto a ser est udado, com indicação do contexto histórico das obras utilizadas para a revisão apresentando, breve-mente, seu significado dentro desse contexto. A parte destinada ao desenvolvimento deverá apresentar de forma resumida a contribuição de cada obra, o que significa considerar apenas os aspectos principais em face do tema abordado. A crítica pode ser fei ta de duas formas: “numa, você dialoga com o autor, ao mesmo tempo em que apresenta suas contribui-ções; noutra, você deixa o comentário para a seção da crítica propriamente” (AZEVEDO, 1999, p. 37).
O artigo científico
O artigo científico tem como finalidade principal a apresentação de resultado de estudos e pesquisas. Geralmente, o artigo é um texto destinado a ser pu-blicado em revistas, jornais ou periódicos especiali-zados e, muito embora tenha um formato reduzido, deve apresentar o texto completo.
A quantidade de laudas que um artigo deve ter vincula-se às diretrizes da revista em que será pu-blicado, pois cada veículo tem suas próprias normas para publicação. Entretanto, quando se tratar de ar-tigo para atender à avaliação de alguma disciplina, sugere-se que o professor estabeleça previamente o número mínimo e máximo de folhas que o artigo deva ter. Para o caso de dúvidas, sugere-se que o ar-tigo tenha no mínimo cinco e no máximo 20 laudas e, quanto à estrutura, deve apresentar introdução, desenvolvimento, conclusão e referências.
Alguns autores mostram-se relutantes em apre-sentar uma estrutura definida para o artigo, pois essa estrutura será variável a depender do que se estará apresentando e das concepções teórico-me-todológicas do autor. Entretanto, Azevedo (1999, p. 82) sugere que a estrutura de um artigo pode se-guir a adotada no campo das ciências experimentais, contendo introdução, revisão de literatura, mate-riais e métodos, resultados, discussão e conclusões.
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AULA 6 — Apresentação de Trabalhos Acadêmicos – Normas da ABNT
79
NORMALIzAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS
A padronização de trabalhos acadêmicos tem o intuito de tornar compreensível a divulgação dos dados obtidos por meio de estudos, com vistas a torná-los acessíveis a outros pesquisadores, garan-tindo a fidelidade nas informações além de facilitar o acesso e a compilação das informações.
Mediante a normalização é possível organizar in-formações que beneficiem diferentes áreas, ocasio-
nando uniformidade no registro do conhecimento
obtido e oferecendo segurança e otimização de tem-
po, custos e recursos.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
é o órgão responsável pela normalização técnica no
Brasil. Representante do País de entidades de nor-
malização internacional, é uma entidade privada e
sem fins lucrativos.
Conteúdo
• Orientaçõesgeraisparaapresentaçãodetrabalhosacadêmicos
• NormasdaABNT
6023 – Referências
10520 – Citações
14724 – Trabalhos acadêmicos
15287 – Projetos
Competências e habilidades
• AplicarcorretamenteasnormasdaABNT,conformeaexigênciaenaturezadotrabalhoacadêmico
• Identificarosmeiosondeainformaçãoestarádisponívelvisando a sua correta aplicação
Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no Portal
Verificar no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.
Duração
2 h/a – via satélite com o professor interativo
2 h/a – presencial com professor local
6 h/a – mínimo sugerido para autoestudo
AULA
6____________________
APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS – NORMAS DA ABNT
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Unidade Didática — Metodologia da Pesquisa Científica
80
Embora a ABNT atenda a diferentes áreas, no que
se refere aos trabalhos acadêmicos existe um conjun-
to de 32 normas (Documentação), que estabelece um
padrão considerado adequado aos diferentes as pectos
que envolvem a apresentação desses documentos.
As principais normas para a apresentação de tra-
balhos escritos são as descritas a seguir, as quais es-
tarão citadas neste documento:
• NBR 6022 de 1994 – Apresentação de Artigos
em Publicações Periódicas;
• NBR 6023 de 2002 – Informação e Documen-
tação – Referências – Elaboração;
NRB 6024 de 2003 – Numeração progressiva
das seções de um documento – Procedimentos;
• NBR 6027 de 2003 – Sumários – Procedimentos;
• NBR 6028 de 2003 – Resumos – Procedimentos;
• NBR 10520 de 2002 – Informação e documenta-
ção – Apresentação de citações em documentos;
• NBR 14724 de 2005 – Informação e documen-
tação – Trabalhos acadêmicos – Apresentação.
Esta última norma fixa as seguintes definições
que estaremos utilizando no presente trabalho:
Dissertação: documento que representa o resulta-
do de um trabalho experimental ou exposição de
um estudo científico retrospectivo, de tema único e
bem delimitado em sua extensão, com o objetivo de
reunir, analisar e interpretar informações; deve evi-
denciar o conhecimento de literatura existente so bre
o assunto e a capacidade de sistematização do can-
didato; é feito sob a coordenação de um orientador
(doutor), visando à obtenção do título de mestre.
Tese: documento que representa o resultado de
um trabalho experimental ou exposição de um es-
tudo científico de tema único e bem delimitado;
deve ser elaborado com base em investigação ori-
ginal, constituindo-se em real contribuição para a
especialidade em questão; é feito sob a coordenação
de um orientador (doutor) e visa à obtenção do tí-
tulo de doutor, ou similar.
Trabalhos acadêmicos (trabalho de conclusão de
curso – TCC, trabalho de graduação interdisci pli
nar – TGI, trabalho de conclusão de curso de es pe
cialização e/ou aperfeiçoamento): documento que
representa o resultado de estudo, devendo expressar
conhecimento do assunto escolhido, obrigatoria-
mente emanado da disciplina, módulo, estudo in-
de pendente, curso, programa e outros ministrados.
Deve ser feito sob a coordenação de um orienta dor.
Apresentação de trabalhos acadêmicos
A norma 14724 define os seguintes elementos pa-
ra a organização e estruturação dos trabalhos aca-
dêmicos: elementos pré-textuais, elementos textuais
e elementos pós-textuais.
Estrutura Elemento Obrigatório Opcional
Capa X
Lombada X
Pré-textuais
Ficha catalográfica X
Folha de rosto X
Errata X
Folha de aprovação X
Dedicatória X
Agradecimentos X
Epígrafe X
Resumo em língua vernácula
X
Resumo em língua estrangeira
X
Lista de ilustrações X
Lista de tabelas X
Lista de abreviaturas e siglas
X
Lista de símbolos X
Sumário X
Textuais
Introdução X
Desenvolvimento X
Conclusão X
Pós-textuais
Referências X
Glossário X
Apêndice(s) X
Anexo(s) X
Índice(s) X
Elementos pré-textuais
Os elementos pré-textuais são os que antecedem o
texto com informações que identificam o trabalho:
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AULA 6 — Apresentação de Trabalhos Acadêmicos – Normas da ABNT
81
1 – Capa: deve conter dados que permitam a
correta identificação do trabalho com os seguintes
elementos:
• Instituição;
• Nomedoautor;
• Títulodotrabalho–subtítulo,sehouver;
• Número de volumes (se houver mais de um,
deve constar na capa a identificação do respec-
tivo volume);
• Local (cidade) da instituição onde deve ser
apresentado;
• Data (ano de depósito e/ou da entrega) (ver
apêndice B).
2 – Lombada: elemento opcional, as informa-
ções devem ser impressas conforme a NBR 12225
de 2004. O nome do autor deve ser impresso longi-
tudinalmente do alto para o pé da lombada; o título
do trabalho deve ser impresso da mesma forma que
a do nome do autor.
3 – Folha de Rosto: no anverso deve conter os
mesmos elementos da capa, acrescidos de informa-
ções complementares necessárias à perfeita identifi-
cação do trabalho:
• Nomedoautor;
• Títulodotrabalho–subtítulo,sehouver;
• Número de volumes (se houver mais de um,
deve constar na capa a identificação do respec-
tivo volume);
• Natureza (tese, dissertação, trabalho de con-
clusão – TCC, trabalho acadêmico de sala de
aula) e objetivo (aprovação em disciplina ou
grau pretendido e outros); nome da instituição
a que é submetido;
• Áreadeconcentração;
• Nome do orientador, precedido da palavra
“Orientador”;
• Co-orientador(sehouver):precedidodapala-
vra “Co-orientador”;
• Local (cidade) da instituição onde deve ser
apresentado;
• Data(anodedepósitoe/ouda entrega).
No verso da folha de rosto deve constar a Ficha
Catalográfica, que se constitui de um conjunto de
informações bibliográficas descritas de forma or-
denada, seguindo o Código de Catalogação Anglo-
Americano vigente. Deve ser inserida no verso da
folha de rosto e é obrigatória somente para disser-
tações e teses. Sua elaboração é de responsabilidade
do profissional bibliotecário com registro no Con-
selho de Biblioteconomia.
4 – Errata: apresenta-se geralmente em folha
avulsa ou encartada, sendo anexada à obra depois
de impressa. Consiste em uma lista de erros tipográ-
ficos ou de outra natureza, com as devidas correções
e indicações das folhas e linhas em que aparecem.
Deve ser inserida logo após a folha de rosto.
5 – Folha de Aprovação: Deve conter o nome do
autor, do título e subtítulo por extenso, natureza,
objetivo, nome da instituição a que é submetida,
área de concentração, data de aprovação, nome e
titulação dos membros componentes da banca exa-
minadora e suas assinaturas.
6 – Dedicatória: parte destinada a homenagear
uma ou mais pessoas.
7 – Agradecimentos: parte em que o autor dirige
seus agradecimentos àqueles que contribuíram de
maneira relevante para a elaboração do trabalho,
nesse caso são incluídas empresas ou organizações
que fizeram parte da pesquisa, pessoas que colabo-
raram efetivamente para o trabalho. É recomendá-
vel colocar os agradecimentos em ordem hierárqui-
ca de importância.
8 – Epígrafe: o autor apresenta uma citação, se-
guida de indicação de autoria, relacionada com a
matéria tratada no corpo do trabalho.
9 – Resumo em Língua Vernácula (Português):
parte do trabalho onde o aluno apresenta uma sín-
tese do estudo com o tema, problema, metodologia
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Unidade Didática — Metodologia da Pesquisa Científica
82
e resultados obtidos; deve ainda constar as palavras-
chave e/ou descritores relativos aos assuntos da mo-
nografia, conforme NBR 6028.
10 – Resumo em Língua Estrangeira: esse ele-
mento é obrigatório somente para dissertações e te-
ses; digitado em folha separada (em inglês, abstract;
em espanhol, resumen; em francês, résumé), segue a
mesma estrutura e conteúdo do resumo em língua
vernácula.
11 – Lista de Ilustrações: apresenta os elementos
ilustrativos adotados no texto. Quando necessário,
recomenda-se lista própria para cada tipo de ilus-
tração (figuras, quadros, gráficos, desenhos, foto-
grafias, organogramas, gravuras e outros). Os itens
da lista devem ser identificados pela palavra desig-
nativa conforme o tipo de ilustração e ser acompa-
nhados do respectivo número de páginas.
12 – Lista de Tabelas: deve ser elaborada de acor-
do com a ordem em que aparece no texto. Os itens
da lista devem ser acompanhados do respectivo nú-
mero de página.
13 – Lista de Abreviaturas e Siglas: contém a re-
lação alfabética das abreviaturas e siglas utilizadas
no trabalho, seguidas das palavras ou expressões es-
critas por extenso.
14 – Lista de Símbolos: deve ser elaborada con-
forme a ordem em que os símbolos aparecem no
texto, acompanhadas do devido significado.
15 – Sumário: deve ser elaborado conforme a
NBR 6027, figurando os itens dos elementos tex-
tuais em diante.
Sumário é a apresentação, com os indicativos nu-
méricos, das seções desenvolvidas na parte textual e
pós-textual do trabalho. Deve estar organizado na
mesma ordem em que ocorrem no texto, não tendo
o mesmo significado que índice.
Por índice se compreende a lista de palavras ou
fra ses, organizadas normalmente em ordem alfa-
bética, que remete para as informações contidas no
texto. O índice deve ser inserido no final do trabalho.
As listas antecedem o sumário e, portanto, não
devem ser incluídas neste.
O sumário deve figurar como último elemento
pré-textual e, quando houver mais de um volume,
este deve ser incluído completo em todos os volu-
mes, para que se possa verificar todo o conteúdo da
obra, independentemente do volume consultado.
As seções devem ser numeradas em algarismos
arábicos, da introdução até a conclusão. Os deno-
minados elementos pré-textuais não figuram no
sumário.
Quanto às listas, resumo, abstract, apêndices,
ane xos e referências, por não serem considerados
capítulos, não recebem numeração de seção.
Elementos textuais
Os elementos textuais compreendem a introdu-
ção, o desenvolvimento e as conclusões do trabalho.
Devem ser divididos em seções e subseções, confor-
me NBR 6024.
1 – Introdução: parte do trabalho destinada a
oferecer uma visão geral do que foi desenvolvido,
apresentando o tema, a delimitação do assunto abor-
dado, a justificativa, a problematização, os objetivos
do estudo, além de outros elementos necessários
para situar o tema do trabalho. A introdução deve
oferecer uma abordagem sintética do que foi desen-
volvido em cada seção apresentada no estudo.
2 – Desenvolvimento: parte mais extensa do
trabalho destinada a apresentar os resultados do
estudo. Deve conter revisão bibliográfica, aborda-
gem teórica adotada, apresentação e análise dos
resultados. A divisão em seções e subseções varia
conforme a natureza do conteúdo desenvolvido. As
obras citadas e consultadas devem constar no item
de referências.
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AULA 6 — Apresentação de Trabalhos Acadêmicos – Normas da ABNT
83
3 – Conclusão: apresenta os resultados do tra-
balho, devendo apontar as respostas aos problemas
levantados na introdução, bem como identificar a
extensão dos resultados obtidos no estudo. O texto
deve remeter aos dados demonstrados no decorrer
da pesquisa, devendo as análises finais estar funda-
mentadas nos resultados e na discussão e apresenta-
ção lógica do trabalho.
Elementos pós-textuais
Os elementos pós-textuais compreendem as in-
formações complementares ao texto e contêm: refe-
rências, glossário, apêndices, anexos e índices.
1 – Referências: elaboradas conforme a NBR
6023:2002.
2 – Glossário: é uma lista em ordem alfabética, de
palavras especiais, de sentido pouco conhecido, ou
obscuro, ou mesmo de uso restrito, acompanhadas
de suas respectivas definições.
3 – Apêndice: texto ou documento elaborado pelo
próprio autor, com a finalidade de complementar
seu trabalho. O termo APÊNDICE deve ser escrito
em letras maiúsculas, centralizado e em negrito. São
identificados por letras maiúsculas consecutivas,
travessão e pelos respectivos títulos.
APÊNDICE A – Demonstrativo de ocupação por
domicílio – 1990
4 – Anexo: objetiva incluir materiais não elabo-
rados pelo próprio autor, como cópias de artigos,
manuais, folders, balancetes etc., e que servem para
complementar o conteúdo do texto. O termo ANE-
XO deve ser escrito em letras maiúsculas, centra-
lizado e em negrito. São identificados por letras
maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respec-
tivos títulos.
ANEXO A – Demonstrativo de ocupação por do-
micílio – 1990
5 – Índice: deve ser elaborado conforme a NBR
6034.
Apresentação Gráfica
De acordo com a NBR 14724, algumas regras de-
vem ser seguidas no que concerne à apresentação
gráfica do documento, contudo o projeto gráfico é
de responsabilidade do autor que deverá definir a
melhor forma a ser adotada.
1 – Papel: em folha branca, formato A4 (21 cm 3
29,7 cm).
2 – Margens: as folhas devem apresentar as se-
guintes margens:
• superioreesquerda:3cm;
• inferioredireita:2cm;
3 – Fonte: tamanho 12 para o texto e fonte me-
nor (11) para citação de mais de três linhas. Deve-se
utilizar o tipo de fonte itálico somente para palavras
estrangeiras.
4 – Espacejamento do texto: deve ser digitado,
com espaço 1,5; entrelinhas tendo alinhamento do
texto: justificado e recuo de primeira linha do pará-
grafo entre 1,5 e 2 cm.
5 – Citação com mais de três linhas: recuo de pa-
rágrafo à esquerda para citação direta (ou longa):
4 cm; espaçamento simples; texto justificado; sem
parágrafo; sem aspas.
6 – Título de capítulo: deve ser indicado por nú-
mero arábico; alinhado à esquerda, separado por
um espaço de caractere (não colocar ponto, tra ço ou
qualquer sinal). Os capítulos são sempre ini cia dos
em uma nova folha e os títulos devem iniciar na par te
superior da página e estar separados do texto que os
sucede por dois espaços com 1,5 cm de entre li nhas.
Ex.:
1 INTRODUÇÃO
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Unidade Didática — Metodologia da Pesquisa Científica
84
7 – Título de subseções: é indicado por número
arábico, devendo o alinhamento de título das sub-
seções estar à esquerda, separado por um espaço de
caractere e separado do texto que o precede ou que
o sucede por dois espaços de 1,5 cm. Ex.:
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 O PAPEL DA TEORIA
2.1.1 Limites e Possibilidades da Teoria
8 – Título sem indicativo de seção: errata, agra-
decimentos, lista de ilustrações, lista de abreviaturas
e siglas, resumos, sumário, referências, glossário,
apêndices, anexos; devem ser digitados centraliza-
dos, em letras maiúsculas e negrito.
9 – Resumo: deve ser digitado em espaço simples,
sem parágrafo; para teses, dissertações, trabalhos
acadêmicos e relatórios técnico-científicos, a exten-
são do resumo deve ter de 150 a 500 palavras e ser
seguido das palavras-chave separadas entre si por
ponto e finalizadas também por ponto – no mínimo
três e no máximo cinco. Seguem as indicações da
NBR 6028, que estabelece as seguintes definições:
• palavra-chave:palavraquerepresentaoassun-
to do documento;
• resumo: indicação dos pontos relevantes do
documento;
• resumo crítico: redigido por especialistas,
trata-se da análise crítica de um documento.
Também chamado de resenha, não está sujeito
a limite de palavras;
• resumo indicativo: indicação somente dos
pon tos principais do documento, não apresen-
ta da dos qualitativos e quantitativos; não dis-
pensa a consulta ao original;
• resumo informativo: indica finalidade, meto-
dologia, resultado e conclusão do documento;
dispensa consulta ao original.
10 – Legendas, ilustrações, tabelas e notas: de-
vem ser digitados em espaço simples.
11 – Natureza do trabalho: deve ser incluída na
folha de rosto e na folha de aprovação logo abaixo
do título, sendo alinhadas do meio da página para a
margem direita e digitadas em espaço simples.
12 – Referências: devem ser alinhadas à esquer-
da, digitadas em espaço simples e separadas entre
si por dois espaços simples, organizadas em ordem
alfabética por sobrenome de autor ou título. Devem
seguir a NBR 6023 (este assunto será tratado de ma-
neira mais específica em outro tópico).
13 – Notas de rodapé: destinam-se a esclarecer,
comprovar ou justificar uma informação que não
deve ser incluída no texto limitando-se ao mínimo
necessário. As notas podem ser explicativas ou de
referências.
14 – Indicativos de seção: é o número que ante-
cede o título ou subtítulo, deve ser grafado em nú-
meros inteiros a partir de 1 e seguido de seu título.
Observação: quando uma seção terminar próximo
ao fim de uma página, colocar o título da próxima
seção na página seguinte.
15 – Títulos sem indicativos numéricos: errata,
agradecimentos, lista de ilustrações, lista de abrevia-
turas e siglas, lista de símbolos, resumos, sumário,
referências, glossário, apêndices, anexos.
16 – Elementos sem título e sem indicativo nu
mérico: não possuem número nem título: folha de
aprovação, dedicatória e epígrafe.
17 – Paginação: todas as folhas, a partir da folha
de rosto, devem ser contadas sequencialmente, mas
não numeradas. A numeração é impressa a partir
da introdução, em algarismos arábicos e o número
deve ser colocado no canto superior direito da fo-
lha, a 2 cm da borda superior. Os apêndices e anexos
devem ter suas folhas numeradas de maneira con-
tínua e sua paginação deve estar na sequência à do
texto principal.
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Unidade Didática — Metodologia da Pesquisa Científica
86
REFERÊNCIAS
Seguem a NBR 6023, sendo a lista dos elementos
descritivos retirados de um documento que permita
sua identificação para produção de documentos e
para inclusão em bibliografias, resumos, resenhas,
recensões e outros.
Podem figurar no rodapé da página, no fim do
texto ou do capítulo, em lista de referências ou te-
cendo resumos, resenhas e recensões.
Os elementos que vão compor a referência bi-
bliográfica, sejam os essenciais ou complementares,
devem ser apresentados em sequência padronizada,
a pontuação deve ser uniforme para todas as refe-
rências e a separação das várias áreas deve ser com
ponto, seguido de um espaço.
A lista de referências aparece em local específi-
co no texto (conforme anteriormente informado),
alinhada somente à margem esquerda do texto e de
forma a identificar-se individualmente cada docu-
mento, em espaço simples e separadas entre si por
dois espaços simples.
A ordenação das referências dos documentos ci-
tados em um trabalho deve ser de acordo com o sis-
tema utilizado para citação no texto (NBR 10520).
O sistema mais utilizado é o alfabético (ordem de
entrada), podendo também ser utilizado o numéri-
co (ordem de citação no texto).
Quando utilizar o sistema alfabético, as referên-
cias devem ser reunidas no final do trabalho, do ar-
tigo ou capítulo, em uma única ordem alfabética.
Quando na ordenação das referências o(s) no-
me(s) do(s) autor(res) de várias obras referencia-
das sucessivamente aparecerem na mesma página
poderão ser substituídos, nas referências seguintes
à primeira, por um traço sublinear (underline) –
(equivalente a seis espaços) – e ponto.
Além do nome do autor, o título de várias edi-
ções de um documento referenciado sucessivamen-
te, na mes ma página, também pode ser substituído
por um traço sublinear nas referências seguintes à
primei ra. Ex.:
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral
da administração. 5. ed. São Paulo: Makron, 1998.
920 p.
______. ______. 6. ed. rev. atual. São Paulo: Cam-pus, 2000. 700 p.
Caso seja utilizado o sistema numérico no texto, a lista de referências deve seguir a mesma ordem nu-mérica crescente. O sistema numérico não pode ser usado concomitantemente para notas de referência e notas explicativas.
1 – Transcrição dos elementos: a transcrição dos elementos deverá atender a natureza específica do documento utilizado como fonte de consulta.
• Autor pessoal: indica(m)-se o(s) autor(es), pe lo último sobrenome, em CAIXA ALTA (maiús cula), seguido(s) do(s) prenome(s), e outros sobrenomes, separados por vírgula. Ex.:
MINAYO, Maria Cecília de Souza.
Quando a obra apresentar até três autores, men-cionam-se todos na entrada, separados por ponto-e-vírgula, seguido de espaço. Ex.:
ALMEIDA, Maria Luiza; FONTE, Luiz Carlos; BAR-RETO, João José.
Quando existirem mais de três autores, mencio-na-se o primeiro, acrescentando a expressão et al. Ex.:
SOUZA, Elizabeth de Silva et al.
Quando houver responsabilidade pelo conjunto da obra, como no caso de coletâneas de vários auto-res, a entrada deve ser feita pelo responsável intelec-tual (organizador, coordenador, editor), seguido da abreviação da palavra que caracteriza a responsabi-lidade entre parênteses. Ex.:
MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.).
• Autor entidade: (órgãos governamentais, em-presas, associações, congressos). As obras com responsabilidade de entidade têm entrada pelo seu próprio nome, por extenso. Ex.:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.
CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA, 2., 2001, Rio de Janeiro.
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AULA 6 — Apresentação de Trabalhos Acadêmicos – Normas da ABNT
87
Quando a entidade tem uma denominação ge-
nérica, seu nome é precedido pelo nome do órgão
superior. Ex.:
BRASIL. Ministério da Educação. MATO GROSSO
DO SUL (Estado).
Quando a entidade estiver vinculada a um órgão
maior, tem uma denominação que a identifica, a en-
trada é feita diretamente pelo seu nome em CAIXA
ALTA. Em caso de duplicidade de nomes, coloca-se
entre parênteses, no final, o nome da unidade geo-
gráfica a que pertence. Ex.:
BIBLIOTECA NACIONAL (México).
• Autoria desconhecida: quando não identifica-
do o autor, a entrada é feita pelo título, con-
siderando a primeira palavra em maiúsculas,
excluindo-se os artigos. Ex.:
DICIONÁRIOdealemão-português.
• Título: tanto o título como o subtítulo devem
ser reproduzidos tal como figuram no docu-
mento utilizado como fonte de consulta. O tí-
tulo é separado do subtítulo por dois-pontos.
Ex.:
RICHARDOSN, Roberto Jarry. Pesquisa social:
métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 1999.
Observe que título é sempre destacado; o subtítulo,
não. O recurso tipográfico para o destaque do título
pode ser negrito, grifo ou itálico. Títulos e subtítu-
los demasiadamente longos podem ser suprimidos,
desde que não incidam sobre as primeiras palavras,
e não altere o sentido. A supressão deve ser indicada
por reticências.
Ao referenciar-se um periódico considerando a
coleção, o título deve ser o primeiro elemento da
referência, devendo figurar em letras maiúsculas. Se
possuírem títulos genéricos, incorpora-se o nome
da entidade autora ou editora, que se vincula ao tí-
tulo por uma preposição entre colchetes. Ex.:
BOLETIM ESTATÍSTICO [da] Sociedade Nacio-
nal de Agricultura.
• Indicação de responsabilidade: nessa área de-
vem figurar outras indicações de responsabili-
dade que não sejam o autor, tais como tradu-
tor, ilustrador, entre outros. Ex.:
KELSEN, Hans. Obras completas. Tradução de
João Baptista Machado.
• Edição: deve ser indicada a partir da segun-
da, sempre em algarismos arábicos seguido da
abreviação da palavra edição, observando o
idioma do documento. Ex.:
2. ed.
5th ed.
5. ed. rev.
• Local: deve ser indicado conforme figura no
documento e, caso haja homônimos de cida-
des, acrescenta-se o nome do estado, do país.
Se houver mais de um local para uma só edi-
tora, indica-se o primeiro ou o mais destacado.
Quando a cidade não aparece no documento,
mas pode ser identificada, indica-se entre col-
chetes [ ]; sendo impossível a sua identificação,
indica-se s.l., sine loco, entre colchetes [s.l.].
• Editor(a): deve ser indicado(a) tal como figura
no documento, abreviando-se os prenomes e
suprimindo-se os elementos de natureza jurí-
dica ou comercial, desde que dispensáveis para
identificação. Ex.:
Saraiva
Editora da UFRJ.
Quando houver duas editoras, indicam-se ambas,
com seus respectivos locais. Se as editoras forem três
ou mais, indica-se a destacada ou a primeira. Na fal-
ta da editora, deve-se indicar a expressão latina sine
nomine, abreviada entre colchetes [s.n.].
• Data: a data da publicação deve ser indicada
em algarismos arábicos; considerado um ele-
mento essencial de referência, deve ser sempre
indicada, seja ela de publicação, distribuição,
copyright, impressão ou apresentação.
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Unidade Didática — Metodologia da Pesquisa Científica
88
Caso nenhuma data de publicação, distribuição,
copyright, impressão ou apresentação possa ser iden-
tificada, registra-se uma data aproximada entre col-
chetes, conforme as indicações:
[1971 ou 1972] um ano ou outro
[1969?] data provável
[1973] data certa, não indicada
[entre 1906 e 1912] use intervalos menores de 20
anos
[ca. 1960] data aproximada
[197-] década certa
[197-?] década provável
[18--] século certo
[18--?] século provável
Nas datas de publicações periódicas, indicam-se
as datas inicial e final do período de edição, quando
se tratar de publicação encerrada. Para as coleções
em curso de publicação, indica-se apenas a data ini-
cial, seguida de hífen e um espaço. Ex.:
REVISTA BRASILEIRA DE EPIDEMIOLOGIA. São
Paulo, ABRASCO, 1998-. Quadrimestral.
Os meses devem ser abreviados no idioma da pu-
blicação, não abreviando-se os meses com quatro
letras ou menos.
• Descrição física: publicações constituídas de
apenas uma unidade física, ou seja, um volu-
me, indica-se o número total de páginas, ou
folhas, seguido da abreviatura “p.” ou “f”.
Observe que a folha é composta de duas laudas,
anverso e verso. Alguns trabalhos, como teses e dis-
sertações, são impressos apenas no anverso e, neste
caso, indica-se “ f”.
Quando o documento for publicado em mais de
uma unidade física, ou seja, mais de um volume, in-
dica-se o número destes seguido da abreviatura “v”.
Se necessário designar somente um dos volumes
utilizados, coloca-se a abreviatura “v” precedendo o
número do volume. Ex.:
4 v.
v. 2
Quando se referenciam partes de publicações, men cionam-se os números das folhas ou pági-nas ini cial e final, precedidos da abreviatura “f” ou “p.”, ou outra forma de individualizar a parte referenciada. Ex.:
p. 8-16
cap. 18
No caso de publicações não paginadas ou com pa-ginação irregular, indicam-se, por extenso, as seguin-tes expressões: não paginado; paginação irregular.
• Ilustrações: indicam-se as ilustrações de qual-quer natureza pela abreviatura “il.”, para ilus-trações coloridas, usar “ il. color.”.
• Séries e coleções: além dos dados de descrição física, podem ser incluídas notas relativas a sé-ries e/ou coleções. Indicam-se, entre parênte-ses, os títulos das séries ou coleções, separados, por vírgula, da numeração, em algarismos ará-bicos. Ex.:
(Coleção Lourenço Filho, 3).
(Coleção Amazônica. Série Inglês de Souza).
• Notas: são informações complementares, ao final da referência, sem destaque tipográfico. No caso de teses, dissertações e trabalhos aca-dêmicos, devem ser indicados em nota os tipos de documento (tese, dissertação, trabalho de conclusão etc.), o grau, a vinculação acadêmi-ca, o local e a defesa, mencionada na folha de aprovação (se houver).
Exemplos de referências bibliográficas
Publicações avulsas (LIVROS)
Conforme a situação de consulta a documentos impressos ou eletrônicos.
Consideradas no todo:
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Makron Books, 1996. 55 p. il.
Acesso em meio eletrônico
ABREU, Cassimiro de. As primaveras. Rio de Janeiro:
Fundação Biblioteca Nacional, 2003. Disponível
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AULA 6 — Apresentação de Trabalhos Acadêmicos – Normas da ABNT
89
em: <http://www.bn.br/script/Fbn Objeto Digital. asp?pCodBibDig= 247317>. Acesso em: 9 mar. 2004.
Considerado em parte (capítulo)
VILLA, Fernanda Collart; CARDOSO, Marta Rezende. A questão das fronteiras nos estados limites. In: CARDOSO, Marta Rezende (Org.); ANDRÉ, Jacques. Limites. São Paulo: Escuta, 2004. p. 59-70.
KLINK, Amyr. Um sonho que se apaga. In: ______. Cem dias entre céu e mar. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 89-100.
Documentação jurídica
Legislação
BRASIL. Código Civil. Organização dos textos, notas remissivas e índices por Juarez de Oliveira. 46. ed. São Paulo: Saraiva, 1995.
Apelação Cível
BRASIL. Tribunal Regional Federal. Região, 5. Ad-ministrativo. Escola Técnica Federal. Pagamento de diferenças referente a enquadramento de servi-dor decorrente da implantação de Plano Único de Classificação e Distribuição de Cargos e Empregos, instituído pela Lei n.º 8.270/91. Predominância da lei sobre a portaria. Apelação cível n.º 42.441-PE (94.05.01629-6). Apelante: Edilemos Mamede dos Santos e outros. Apelada: Escola Técnica Federal de Pernambuco. Relator: Juiz Nereu dos Santos. Recife, 4 de março de 1997. Lex – Jurisprudência do STJ e Tribunais Regionais Federais, São Paulo, v. 10, n.º 103, p. 558-562, mar. 1998.
Habeas corpus
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Processual penal. Habeas corpus. Constrangimento ilegal. Habeas corpus n.º 181.636-1, da 6.ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Brasília, DF, 6 de dezembro de 1994. Lex – Jurisprudência do STJ e Tribunais Regionais Federais, São Paulo, v. 10, n. 103, p. 236-240, mar. 1998.
Súmulas
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula n.º 14.
Não é admissível por ato administrativo restringir,
em razão de idade, inscrição em concurso para
cargo público. In: ______. Súmulas. São Paulo:
Associação dos Advogados do Brasil, 1994. p. 16.
Doutrina
BARROS, R. G. de. Ministério Público: sua
legitimação frente ao Código do Consumidor.
Revista Trimestral de Jurisprudência dos Estados.
São Paulo. v. 19, n.º 139, p. 53-72, ago. 1995.
Documento jurídico on-line
BRASIL. Lei n.º 9.279, de 14 de maio de 1996. Re-
gula direitos e obrigações relativos à propriedade
industrial. In: SENADO FEDERAL. Legislação Re-
publicana Brasileira. Brasília, 1996. Disponível em:
<http://senado.gov.br/sf/legislação/legisla/>. Acesso
em: 23 nov. 2004.
Publicações seriadas (Revistas, Jornais)
Consideradas no todo (Coleção)
ARQUIVOS BRASILEIROS DE ARQUITETURA.
Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1969-1978.
Artigos de revista
GALVÃO, Joana; PIRES, Sueli. A atuação do
assistente social em empresas. Ciência Social,
Brasília, v. 32, n. 3, p. 54-61, set./dez. 2003.
Artigo de revista em meio eletrônico
CRISPIN, Luiz Augusto. O direito contemporâneo
e a era dos princípios. Prim@Facie, João Pessoa,
v. 2, n. 2. p. 19-28, jan./Jun. 2003. Disponível em:
<http://www.ccj.ufpb.br/primafacie/>. Acesso em:
10 mar. 2004.
Artigos de jornais
ANGIER, Natalie. O inquieto DNA. Zero Hora,
Porto Alegre, 8 mar. 2004. Eureka. Genética. p. 4-5.
Artigo de jornal em meio eletrônico
CONSTANTINO, Luciana; MENA, Fernanda. Au-
tonomia universitária tem novo impulso. Folha de
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Unidade Didática — Metodologia da Pesquisa Científica
90
S.Paulo, São Paulo, 8 mar. 2004. Educação. Dispo-
nível em: <http://www.1.folha.uol.com.br/folha/
educação/Ult305u15167.shtml/>. Acesso em: 8 mar.
2004.
Teses e dissertações
ARAÚJO, U. A. M. Máscaras inteiriças Tukúna: pos-
sibilidades de estudo de artefatos de museu para o
conhecimento do universo indígena. 1985. 102 f.
Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) – Fun-
dação Escola de Sociologia e Política de São Paulo,
São Paulo, 1985.
Eventos
Considerado no todo (Anais)
SIMPÓSIOBRASILEIRODEINFORMÁTICA
NA EDUCAÇÃO, 13., 2002. São Leopoldo.
Anais... São Leopoldo: Unisinos, 2002.
Considerado em parte em meio eletrônico (trabalho
apresentado em Evento)
ZORZAL, Bruno Saiter. O ciberespaço e a dinâmica
do conhecimento. In: SIMPÓSIO DA PESQUISA
EM COMUNICAÇÃO DA REGIÃO SUDESTE,
8., 2001. Vitória. Banco de Papers. Vitória:
INTERCON, 2001. Disponível em: <http://www.
intercom.org.br/papers/indexbp.html>. Acesso em:
20 fev. 2001.
Documentos de Acesso Exclusivo em Meio
Eletrônico
Deve-se ter cuidado com esse tipo de documento
utilizando-se mensagens de correio eletrônico so-
mente na ausência de outras fontes que tratem do
assunto em pauta. Por seu caráter informal, carecem
de tratamento científico.
BLACKWELL. Bases de dados. Disponível em:
<http://www.periodicos.capes.gov.br/>. Acesso em:
22 de mar. 2004.
Citações
De acordo com a NBR 10520, citar é mencionar no
texto informações obtidas em outras fontes. As cita-
ções podem ser diretas – quando é feita a transcrição
literal do texto-fonte – ou indiretas, também chama-
das de paráfrases – quando se baseiam no texto-fonte.
Há uma formatação específica para cada tipo de
citação. As citações do tipo direta devem constar no
texto em destaque. Quando tiverem até três linhas,
devem ficar entre aspas duplas. Ex.:
De acordo com Yin (2001, p. 79), “Para ajudar
o pesquisador a realizar um estudo de caso de alta
qualidade, deve-se planejar sessões intensivas de
treinamento, desenvolver e aprimorar protocolos
de estudo de caso”.
Caso a citação direta apresente mais de três linhas,
deverá ser indicada com recuo de 4 cm da margem
esquerda, em fonte 11, justificada, sem aspas ou ou-
tro destaque. Ex.:
Considerando-se, entrementes, a importância do pa pel da universidade para a sociedade mo-derna, de atenção, de antemão, é possível in-ferir as enormes dificuldades e pressões a que estará submetida a administração desse tipo de biblioteca, porquanto
A universidade pelas próprias finalidades exerce importância na construção da socie-dade moder na. Ela tem um compromisso com o passado, preservando a memória; com o presente, gerando novos conhecimentos; e com o futuro funcionando como vanguarda [...]. Tem que estar presente e atuar de forma que seu ensino, sua pesquisa e seus serviços de extensão atendam às exigências dos novos tempos, sob perspectiva de um enfrentamen-to dos problemas da estrutura socioeconômi-ca vigente (KUNSCH, 1992, p. 23).
As citações do tipo indireta deverão aparecer no texto sem destaque, pois representam o pensamen-to do autor-fonte, porém elaboradas pelo autor do trabalho.
A citação será considerada uma paráfrase quan-do a expressão da idéia de outro for indicada com as próprias palavras, mantendo aproximadamente o mesmo tamanho do original. Será uma condensação quando a citação apresentar uma síntese de dados extraídos da fonte consultada, sem alterar a idéia do autor-fonte.
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AULA 6 — Apresentação de Trabalhos Acadêmicos – Normas da ABNT
91
A indicação da autoria nas citações segue algu-mas regras: a chamada pelo sobrenome do autor ou entidade responsável deve ser em letras maiúsculas e minúsculas e, quando estiverem entre parênteses,
devem aparecer em letras maiúsculas. Ex.:
Demo (1996) atrela a atividade científica ao ques-
tionamento e, portanto, à revisão da ordem esta-
belecida, o que ameaça a manutenção do sistema
vigente.
A atividade científica deve estar atrelada ao questio-
namento e, portanto, à revisão da ordem estabeleci-
da, o que ameaça a manutenção do sistema vigente
(DEMO, 1996).
Observe que nas citações indiretas a indicação das páginas consultadas é opcional.
Caso haja necessidade de fazer supressões, inter-polações ou comentários, dar ênfase ou destaques, deve-se utilizar os seguintes recursos:
Supressões: [...]
Interpolações ou comentários: [ ]
Ênfase ou destaques: grifo ou negrito ou itálico.
Quando se tratar de informações obtidas verbal-mente (palestras, debates etc.), indicar, entre parênte-ses, a expressão “informação verbal”, mencionando-se os dados disponíveis, em nota de rodapé. Ex.:
No texto:
O acesso remoto estará disponível até o final do mês de maio (informação verbal).1
1 Notícia fornecida por Nara Silva ao JU da Unisinos, em São Leopol-do, em abril de 2004.
Sistema de chamada das citações
O sistema a ser utilizado no trabalho pode ser o
numérico ou o de autor-data. Deverá ser adotado um
único sistema, de forma a padronizar os procedi men-
tos com vistas a estabelecer um comparativo com a
lista de referências constante no final do trabalho.
No caso de se adotar o sistema autor-data, deve-se
se atentar para que se indique a autoria, tão logo
feita a citação.
Quando o(s) nome(s) do(s) responsável(is) pela
obra estiver(em) incluídos na sentença, indica-se a
data, entre parênteses, acrescida da(s) página(s), se
a citação for direta. Ex.:
Segundo Triviños (1987, p. 93), “A prática quotidiana
e as vivências dos problemas no desempenho pro-
fissional diário ajudam, de forma importantíssi ma”.
Quando houver coincidência de sobrenomes de
autores, acrescentam-se as iniciais de seus preno-
mes. Ex.:
(DORNELES, C., 2002)
(DORNELES, B. V., 1998)
Quando as citações forem de diversos docu-
mentos de um mesmo autor, publicados no mes-
mo ano, serão distinguidas pelo acréscimo de le-
tras minúsculas, em ordem alfabética, após a data
e sem espacejamento, conforme a lista de referên-
cias. Ex.:
Conforme Silva (2000a)
(SILVA, 2000b)
As citações indiretas de diversos documentos da
mesma autoria, publicados em anos diferentes e
mencionados simultaneamente, têm as suas datas
separadas por vírgula. Ex.:
(PEREIRA, 1988, 1990, 1996)
(COSTA; SILVA; BRASIL, 1990, 2003)
Caso se adote o sistema numérico, a indicação da
fonte será por uma numeração única e sucessiva, em
algarismo arábico, remetendo à lista de referências
ao final do trabalho, do capítulo ou parte, na mesma
ordem em que aparecem no texto.
Não se deve iniciar a numeração das citações a
cada página, como também não se deve utilizar esse
sistema quando há notas de rodapé.
A indicação da numeração pode ser feita entre
parênteses ou não, alinhada ao texto, ou situada
pouco acima da linha do texto em expoente à linha
deste, após a pontuação que fecha a citação. Ex.:
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Unidade Didática — Metodologia da Pesquisa Científica
92
No texto:
O foco básico do varejo está localizado no con-
sumidor final2.
No rodapé:
2 NOVAES, Antônio Galvão. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
Conforme pode-se verificar no exemplo, a pri-
meira citação de uma obra, em nota de rodapé, deve
aparecer completa; as subsequentes de uma mesma
obra podem ser referenciadas de forma abreviada
utilizando as seguintes expressões:
Idem – mesmo autor – Id;*
Ibidem – na mesma obra – Ibid.;
Opus citatum, opere citato – obra citada – op. cit.;*
Passim – aqui e ali, em diversas passagens –
passim;*
Loco citato – no lugar citado – loc. cit.;
Confira, conforme – cf.;
Sequentia – seguinte ou que se segue – et seq.;*
Apud – citado por, conforme, segundo.
* Estas expressões só podem ser utilizadas caso a citação ocorra na mesma página.
A expressão apud poderá ser utilizada também quando se adota o sistema autor-data, para o caso de indicar citação de citação.
Notas de rodapé
As notas de rodapé podem ser de referência, confor-
me explicado anteriormente, ou notas explicativas.
As notas explicativas devem seguir uma única
e consecutiva numeração, não se iniciando nova a
cada página, e servem para acrescentar informações
que não puderam constar no texto. Ex.:
No texto:
Outros estudiosos3 da comunicação que também
atuaram nos Estados Unidos foram especialistas em
Ciência Política.
No rodapé:
3 A linha norte-americana de pesquisa sempre seguiu tendências mais quantitativas.
* ANOTAÇÕES
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Referências
93
Referências
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Unidade Didática — Metodologia da Pesquisa Científica
94
SEMINÁRIO INTEGRADO
Caro(a) Acadêmico(a),
A unidade didática Seminário Integrado visa a
articulação das unidades existentes no módulo, e
a percepção da aplicação prática dos conteúdos
ministrados.
Por meio da interdependência adquirida com as
unidades didáticas deste Seminário, o futuro pro-
fissional será capaz de articular a teoria, adquirida
no ensino superior, com a prática exigida no coti-
diano da profissão. Para tanto, é necessário o enten-
dimento de que os conteúdos, de cada Unidade Di-
dática, permitirão um estudo integrado, formando
um profissional completo e compromissado com o
mercado de trabalho.
Ao desenvolver esta unidade, você deverá aplicar
todos os conhecimentos adquiridos no decorrer do
módulo, elaborando uma atividade.
A atividade referente ao Seminário Integrado está
disponibilizada no Portal da Interativa.
Bom trabalho!
Professores Interativos do Módulo
Comunicação e Metodologia da Pesquisa
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