singer: história da urbanização latino-americana da cidade da conquista à cidade comercial:...
Post on 17-Apr-2015
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Singer: história da urbanização latino-americana
• Da cidade da conquista à cidade comercial:
– Economia colonial – extração de excedente comercializável – Setor de Mercado Externo;
– Setor de Subsistência;– Papel das cidades (econômico e político);
– Expansão do mercado consumidor europeu no século XVIII: impactos no Setor de Mercado Externo e no Setor de Subsistência;
– Amplia-se a função comercial da cidade – surge uma nova classe – burguesia comercial = oligarquia agrária.
Singer: história da urbanização latino-americana
• Cidade comercial – base das lutas de independência e do centralismo político;
• “[...] O caráter cada vez mais comercial, que certas cidades vinham adquirindo na América Latina, entrava em contradição com o seu caráter de cidade da conquista, isto é, de prolongamento instrumental de um poder metropolitano que se tornava cada vez mais externo até ficar estrangeiro. [...] Desta maneira, a cidade comercial [...] enfrentou e venceu a cidade da conquista” (p. 105).
Singer: história da urbanização latino-americana
• Da Cidade Comercial à Cidade Industrial:– Pouco se altera: Setor de Mercado Externo
(exploração colonial); velhos papéis urbanos;– Agora o poder de importação é maior + Revolução
Industrial na Europa.– A cidade comercial revela seu caráter colonial;– A crise da economia colonial só irá acontecer no
século XX, com as crises do próprio sistema capitalista.
Singer: história da urbanização latino-americana
• Substituição de importações;• Emergência de uma nova classe social: a burguesia industrial –
em alguns países ela conquista a hegemonia;• A Cidade: antes de 1930 – anti-industrial + mercado
consumidor importante para produtos industriais (sobretudo importados);
• A Cidade: após 1930 – mercado consumidor que estimula e sustenta a substituição de importações (o sucesso dependerá do nível de desenvolvimento urbano de cada país). Formação de um Setor de Mercado Interno.
• Pós-Guerra: entrada do capital estrangeiro monopolista, nos ramos industriais.
Singer: história da urbanização latino-americana
• A indústria torna a cidade latino-americana, pela primeira vez, produtiva. Só aí se estabelece uma verdadeira divisão do trabalho entre o campo e a cidade.
• A contrapartida da cidade para o campo tendia a ser muito pequena, até mesmo pelo baixo poder de consumo da população do campo.
• Por isso, por um longo período a industrialização se fez a margem do campo, ou seja, sem ter no campo mercado consumidor.
• Isso não resultou em transformações das antigas relações do campo. A oligarquia agrária permaneceu com a propriedade da terra e com formas de exploração servis. O latifúndio manteve-se como forma predominante do setor de subsistência. A cidade era importante ponto de apoio para essas relações sociais no campo. Essas são permanências que se encontram na base das transformações ocorridas na relação cidade-campo.
Singer: aceleração da urbanização latino-americana no pós-guerra
• A urbanização se acelera nos países que passam pelo desenvolvimento das forças produtivas (aumento da indústria e dos serviços).
• A velocidade e intensidade do processo se explica, sobretudo, pela expulsão de população da zona rural.
• Para Singer, dois são os fatores de expulsão:– Pressão populacional – latifúndio – estagnação das forças
produtivas;– Reestruturação das relações sociais de produção, com a integração
de áreas à economia de mercado.
• Nos dois casos temos urbanização concentrada.
• “A urbanização na América Latina não é uma expressão de um processo de ‘modernização’, mas a manifestação, à nível das relações sócio-espaciais, da acentuação das contradições sociais inerentes a seu modo de desenvolvimento – desenvolvimento determinado por uma dependência específica no interior do sistema capitalista mundial” (CASTELLS, 1983, p. 84).
Castells: urbanização na América Castells: urbanização na América Latina.Latina.
• Ritmo acelerado de urbanização;
• Concentração num aglomerado dominante, com rede urbana desarticulada;
• No centro da problemática: alto ritmo de urbanização – ritmo inferior de industrialização.
year % urban
1950 41.4
1955 45.3
1960 49.3
1965 53.3
1970 57.1
1975 60.7
1980 64.3
1985 67.4
1990 70.3
1995 73.0
2000 75.5
2005 77.7
2009 79.3
2010 79.6
2015 81.2
2020 82.6
2025 83.8
2030 84.9
2035 85.9
2040 86.9
2045 87.9
2050 88.8
América Latina
e Caribe
Castells: urbanização na América Castells: urbanização na América Latina.Latina.
• O fato da industrialização na América Latina não ter gerado tantos empregos torna o conteúdo da nossa urbanização muito diferente daquela dos “países capitalistas adiantados”.
• A mudança na estrutura do emprego na América Latina se deu pela passagem do setor primário para o terciário (desemprego disfarçado).
TRANSFORMAÇÕES NAS METRÓPOLES LATINO-
AMERICANAS
MATTOS, C. A. de. Redes, nodos e cidades: transformações da metrópole latino-americana. In: RIBEIRO, O. C. de Q. Metrópoles: entre a coesão e a fragmentação, a cooperação e o conflito. São Paulo: Ed. Fundação Perseu Abramo; Rio de Janeiro: FASE, 2004. p. 157 – 196.
MATTOS – transformações na metrópole L-A
• Neoliberalismo e integração da América Latina à Globalização;
• Reestruturação – informacionalização – globalização;– empresa-rede – RTF;
MATTOS – transformações na metrópole L-A
– Quais os impactos Impactos da reestruturação da economia e da dinâmica das empresas nas AMP da América Latina? Por que elas/nelas?
– Qual a nova base econômica metropolitana?
CARLOS, A.F.A. São Paulo: do capital industrial [ao capital financeiro]. In: CARLOS, A.F.A.; OLIVEIRA, A.U de (org.). Geografias de São Paulo: a metrópole do século XXI. São Paulo: Contexto, 2004. p. 51 – 83.
- São Paulo vive o processo de desconcentração produtiva, aliada à centralização da gestão.
- Este é um sinal de passagem do capital produtivo para o capital financeiro.
- Isso não significa que a indústria deixou de ser importante em SP, mas ela se tornou mais tecnológica (gerando menos empregos).
Empresas em São Paulo
ANO Empresas brasileiras
Empresas estrangeiras
1990 141 89
2000 76 130
Empresas que mais empregam em SP, em 2000.
EMPRESAS N. FUNCIONÁRIOS
BRADESCO 28.335
PÃO DE AÇUCAR 26.650
TELEFÔNICA 21.000
VOLKSWAGEN 18.000
ITAÚ 16.867
MERCEDES BENS 10.200
CARREFOUR 9.057
MC DONALD`S 7.700
PREDOMINIO DO EMPREGO NO SETOR TERCIÁRIO:
Hotéis, informática, consultoria, design.
Mas também: domésticas, seguranças, balconistas, motoboys, atendente de telemarketing.
Por outro lado, aumenta a informalidade e o desemprego.
“Do ponto de vista da centralização do dinheiro, potencialmente, capital, os dados apontam que se concentram em São Paulo 19 das 30 instituições financeiras do país. Localizam-se também em São Paulo as sedes de 104 bancos dos 177 bancos que atuam no Brasil (representando uma porcentagem de 59%). No que se refere aos lucros do setor bancário, permaneceram em São Paulo no ano de 2000, 87% dos lucros gerados em todo o país. Os empréstimos revelam o mesmo comportamento, São Paulo representa 53% do sistema bancário brasileiro – Bradesco, Itaú, Unibanco, Banespa e ABN Amro Bank, com sedes em São Paulo, respondem por quase um quarto de toda atividade bancária do país. Números do setor bancário, ainda revelam que cerca de 60% dos negócios bancários do Brasil são realizados em São Paulo [...] com a justificativa que os bancos vivem de relacionamentos comerciais para captar recursos, e nesta questão a proximidade com as maiores empresas privadas brasileiras e com as principais subsidiárias das empresas multinacionais é fundamental” (CARLOS, 2004, p. 57).
KOWARICK – VIVER EM RISCO:
DADOS DA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO
- Entre 1989 e 2001 – o rendimento médio dos trabalhadores caiu 30%. O desemprego passou de 9 para 18%.
- em 1970 – moradores de favela = 1% da população da RMSP; - em 1980 – 4,4% - em 2000 – 11,2%
Metade destes chegou à favela entre 1987 e 1993, dos quais 39% veio de casas alugadas e 9% veio de casas próprias.
O CASO DE CURITIBA
Figura 1- Região Metropolitana de Curitiba
SETOR HOTELEIRO
SHOPPING CENTERS
HIPERMERCADOS
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