síntese econômica #01 2016
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1
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe Síntese Econômica
1.512 1.360 1.497 1.798
6.859 7.730 8.950 8.074
15.31816.952
18.85621.60223.689
26.04229.303
31.474
2010 2011 2012 2013
Valoresem
R$mil
Agropecuária Indústria Serviços Valor Adicionado Bruto
SínteseEconômica
1ª EdiçãoMarço 2016
1. O Produto Interno Bruto de Sergipe (PIB): Geração de Riqueza
O PIB de Sergipe em 2013 teve um crescimento de 1,1%
em relação ao ano de 2012 e correspondeu a R$ 35,1
bilhões. Esse é o maior valor em quatro anos, conforme
pode ser observado no gráfico 1. Os investimentos do Es-
tado em infraestrutura física, melhorando estradas, rodo-
vias, a infraestrutura urbana no interior do estado e a ins-
talação de novos empreendimentos privados permitiram
garantir a continuidade do crescimento do PIB.
A estrutura de participação dos setores econômicos no
valor adicionado bruto (VAB) sergipano mostra que o se-
tor serviços correspondeu a R$ 21 bilhões em 2013, ou
68,6% do valor total do VAB. A indústria perde um pouco
e passa a representar 25,7% da economia (R$ 8 bi), ganha
a agropecuária com participação de 5,7% no produto (R$
1,7 bi), conforme gráfico 2. De forma simples, o valor adi-
cionado é o quanto o setor contribuiu para a formação do
Produto Interno Bruto (PIB) do estado. Pode-se dizer que
são os valores correspondentes à formação da riqueza ge-
rada pelas empresas em determinado período. O VAB total
de 2013 foi de R$ 31,4 bilhões.
O estado de Sergipe está dividido em oito Territórios de
Planejamento: Agreste Central Sergipano; Alto Sertão Ser-
gipano; Baixo São Francisco; Centro Sul Sergipano; Gran-
de Aracaju; Leste Sergipano; Médio Sertão Sergipano e
Sul Sergipano. Cada território tem suas particularidades
e identidade cultural e econômica que contribuem com o
desenvolvimento do estado.
A Figura 1 mostra a participação dos territórios no PIB do
estado. O Território da Grande Aracaju concentra grande
parte da geração do PIB. Essa concentração não é boa e
significa que não há equilíbrio na distribuição da riqueza no
estado. A região sul é a segunda a contribuir com o PIB
(9,6%), e a região leste fica em terceiro lugar (8,9%). Para
mudar essa realidade é necessário pensar uma estratégia
de desenvolvimento que diminua as desigualdades regio-
nais em Sergipe, em especial no Baixo São Francisco e
Médio Sertão.
26.406,7629.111,79
32.797,4135.192,68
2010 2011 2012 2013
Gráfico 1. Sergipe: Produto Interno Bruto a preços correntes (2010-2013)
Gráfico 2. Sergipe: Valor Adicionado Bruto e Setorial (2010-2013)
Figura 1. Participação percentual dos territórios no PIB de Sergipe (2013)
Fonte: IBGE, 2014
Fonte: IBGE, 2014
4,6%Alto Sertão
1,7%Médio Sertão
8,9%Leste
56,6%Grande Aracaju
9,6%Sul
3,8%Baixo São Francisco
8,0%Agreste Central
6,8%Centro-Sul
2
Síntese Econômica Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe
0,57
0,56
0,58
0,56
0,55
0,56
0,54 0,54
0,57
0,56
0,54
0,56
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2011 2012 2013
2. Sergipe: Desenvolvimento Social
Um dos indicadores socioeconômico mais importan-tes de desenvolvimento social que ao longo dos anos apresenta recuo significativo, é a redução do percen-tual de população em situação de pobreza e extrema pobreza no estado de Sergipe.
Em 2001, o percentual da população que sobrevivia em situação de pobreza, com rendimento domiciliar per capita entre R$ 70,00 e R$ 140,00 era de 40%, reduzindo em 2013 para o percentual de 12,9%. Ser-gipe reduziu também o percentual da população em situação de extrema pobreza . Em 2001, o percentual da população que vivia em situação de extrema pobre-za era de 18,7%, em 2013 esse percentual caiu para 3,86%.
Algumas políticas públicas contribuíram para essa re-dução da pobreza em nosso estado. Investimentos em infraestrutura física como a recuperação da malha viária, construção de novas rodovias e pontes, e inves-timentos em saneamento básico foram relevantes para contribuir com o desenvolvimento socioeconômico. Além disso, alguns indicadores econômicos como a elevação da renda da população, ampliação de opor-tunidades de emprego, os programas de transferência de renda e o crescimento do PIB, foram primordiais para reduzir a situação de pobreza e extrema pobreza em Sergipe. O gráfico 3 ilustra a evolução da redução da pobreza em Sergipe.
3. O Emprego Formal em Sergipe
De acordo com os dados do Ministério do Trabalho e Emprego, em dezembro foram fechados (-2.250) postos de trabalho. Esse resultado decorreu da que-da em quase todos os setores, com destaque para Construção Civil (-765 postos) e a Indústria de Trans-formação (-629 postos).
No ano de 2015, Sergipe perdeu (-5.178) empregos celetistas, o que representou um decrescimento anu-al de 1,68%. Os setores de atividades que mais con-tribuíram para este desempenho foram a Construção Civil (-2.145 postos), Agropecuária (-1.388 postos) e Comércio (-979 postos). Ver a tabela 1.
40,0 37,4 37,533,0 33,6
28,624,8 23,2 23,3
15,3 14,4 12,118,1 15,0 15,1 10,8 10,2 9,2 7,6 7,3 7,7
4,8 4,0 3,9
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2011 2012 2013
Percen
tual(%
)
População em Situação de Pobreza População em Situação de Extrema Pobreza
Gráfico 3. Sergipe: Evolução do Percentual da População em situação de Pobreza e de Extrema Pobreza (2001-2013)
Gráfico 4. Evolução do Coeficiente de Gini em Sergipe (2001-2013)
Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 2013
Fonte: IBGE/PNAD, 2013.
Apesar da redução do percentual da população que vivia em situação de pobreza, das políticas de inclusão social e geração de emprego e renda, o estado de Ser-gipe ainda apresenta uma desigualdade de renda mui-to grande. O índice de Gini mostra que a desigualdade de renda aumentou em Sergipe.
O índice Gini consiste em um número entre 0 e 1, onde 0 corresponde à completa igualdade de renda (onde todos têm a mesma renda) e 1 corresponde à comple-ta desigualdade entre as rendas (onde um indivíduo, ou uma pequena parcela de uma população, detêm toda a renda e os demais, pouco ou nada têm). Em 2001 o índice de Gini em Sergipe era 0,57, no ano de 2013 foi 0,56.
No entanto, considerando um período de análise mais longo, veremos que em 2001 o índice de Gini em Ser-gipe era 0,57, em 2013 foi 0,56. Observando o gráfico 4, é possível ver que o índice em Sergipe não apresen-ta uma melhora significativa desde 2008. Desse ponto de vista, podemos dizer que Sergipe estacionou e não avançou no sentido de melhorar a sua desigualdade de renda, mesmo com as políticas de combate à po-breza e inclusão social, aliadas às políticas de incentivo aos pequenos negócios, durante o Governo Marcelo Déda (2007-2014). Ver o gráfico 4.
3
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe Síntese Econômica
Tabela 1. Sergipe: Geração de Emprego Formal por Setor de Atividade (2015)
Saldo em Dez/201
Saldo no ano
SALDO SALDO
TOTAL DE DESEMPREGADOS -2.250 -5.178
EXTRATIVA MINERAL -20 -175
INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO -629 -724
SERV INDUST DE UTIL PÚBLICA 34 156
CONSTRUÇÃO CIVIL -765 -2.145
COMÉRCIO -207 -979
SERVIÇOS -186 200
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 9 -123
AGROPECUÁRIA -486 -1.388
SETORES
Gráfico 5. Comportamento do Emprego Formal no Comércio e Serviços (Jan-Dez/2015)
Gráfico 6. Variação Volume de Vendas do Comércio Varejista Restrito (2015)
Gráfico 7. Sergipe: Variação Mensal do Volume de Negócios no Setor de Serviços (2015)
Fonte: CAGED-MTE, dezembro/2015.
Fonte: IBGE/PMC, 2015.
Fonte: IBGE/PMC, 2015.
Fonte: IBGE/PMS, 2015.
4. Vendas no Comércio e Volume de Negócios no Setor de Serviços
O ano de 2015 apresentou uma trajetória difícil para o comércio em Sergipe. O patamar de vendas ao longo do ano foi baixo, refletindo em uma receita de vendas pouco significativa. O setor também sofreu com a ele-vação dos juros e a redução da renda, inibindo assim o consumo de bens. De fato, houve uma volatilidade no volume de vendas de um mês para outro, caracterizan-do instabilidade no comércio varejista em 2015.
-543
-187
143 21
2
-378 -2
04
-408
-208
239
-206
568
-207
139 25
7
-88
284
-629
-150
-389
1.22
5
-870
-379
19
-186
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Sald
ode
Empr
ego(a
dmissã
o-de
slig
amen
tos)
Comércio Serviços
Considerando a análise comparativa entre o Brasil e Sergipe, podemos ver que o volume de vendas no co-mércio varejista restrito em Sergipe, teve um resultado negativo superior ao Brasil, em dezembro de 2015 e em comparação ao mesmo mês do ano de 2014. Isso significa que o setor em Sergipe apresentou uma retra-ção maior que o Brasil, como mostra o Gráfico 6.
No que concerne ao setor de serviços, o volume de negócios apresentou uma trajetória negativa ao longo do ano, caracterizando um dos piores anos para o se-tor em Sergipe, segundo os dados da Pesquisa Men-sal de Serviço (PMS/IBGE).
Os serviços são uma atividade econômica importante para a geração de riqueza na economia, e em Sergi-pe, o setor representa 68,6% do PIB e é responsável pela maior parcela de geração de empregos e renda para o Estado, uma retração nesse setor pode com-prometer, de forma significativa, a economia sergipa-na. O gráfico 7 mostra a evolução mensal do volume de negócios no setor de serviços em 2015.
-2,7
-7,1
-4,3 -4,3
-6,4
-13,1
-1,9 -1,9
-14
-12
-10
-8
-6
-4
-2
0
Dezembro 2015/Novembro 2015
Dezembro 2015/Dezembro 2014 Acumulado 2015 Acumulado em 12 meses
Brasil: Volume de vendas (varejo restrito) Sergipe: Volume de vendas (varejo restrito)
-3,2
-0,1
2,8
-2,4 -2,7
2,0
- 8,3 - 7,8
- 4,2
-7,1-8,0
-6,2
-10,0
-8,0
-6,0
-4,0
-2,0
0,0
2,0
4,0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Varia
ção(%)
No que se refere aos setores do comércio e servi-ços, foi observado que o comércio desligou 207 tra-balhadores e o setor de serviços (-186), no mês de dezembro de 2015. No ano, o comércio demitiu 979 trabalhadores (851 do varejo e 128 do atacadista), já o setor de serviços finalizou o ano com um saldo positivo de 200 postos de trabalho. O gráfico abai-xo ilustra o comportamento mensal do emprego no comércio e no setor de serviços em Sergipe, no ano de 2015.
4
Síntese Econômica Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe
31.459
28.934
27.411
30.822
28.235
28.714
28.992
29.535
28.879
30.697
29.890
29.387
51.6
41
42.8
48
34.6
84
41.8
38
41.3
10
44.8
92
38.4
82
43.2
42
26.6
38
31.8
99
29.3
65 38.7
70
119.288
101.653
86.825
104.642
98.195
104.664
95.275
102.091
88.492
103.373
96.276
115.164
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Valoresc
orrentesemR$mil
Arrecadação C. Atacadista Arrecadação C. Varejista Arrecadação Setor Terciário
5. Arrecadação do ICMS Total e ICMS do Setor Terciário em Sergipe
A arrecadação do ICMS em Sergipe vem mantendo crescimento ao longo dos últimos três anos. Em 2015 a arrecadação do estado com o ICMS foi de R$ 2,9 bilhões, um crescimento de cerca de 6,8% em relação ao ano de 2014, e 14% em relação ao ano de 2013. Ver o gráfico 9.
Considerando a análise comparativa entre o Brasil e Sergipe, podemos ver que o volume de negócios no setor de serviços em Sergipe teve um resultado ne-gativo superior ao Brasil. Isso significa que o setor em Sergipe apresentou uma retração maior que o Brasil, como mostra o Gráfico 8.
-5,0%
-3,6% -3,6%
-6,2%
-5,4% -5,4%
-7,0%
-6,0%
-5,0%
-4,0%
-3,0%
-2,0%
-1,0%
0,0%
Dezembro2015/Dezembro2014 Acumuladonoano Acumuladoem12meses
Brasil: Variação do Volume de Negócios no Setor de Serviços Sergipe: Variação do Volume de Negócios no Setor de Serviços
Gráfico 8. Sergipe: Variação do Volume de Negócios no Setor de Serviços (2015)
Gráfico 9 - ARRECADAÇÃO DO ICMS DE SERGIPE (2013-2015)
Gráfico 10. Arrecadação do ICMS de Sergipe - Setor Terciário: Comércio Atacadista e Varejista (2015)
Gráfico 11. Sergipe: Arrecadação do Simples Nacional (2014-2015)
Fonte: IBGE/PMS, 2015.
Em relação a arrecadação do ICMS no setor terciário de Sergipe, os dados mostram que o Estado arreca-dou R$ 1,2 bilhão em 2015, mantendo o crescimento com equilíbrio, desde 2013. A arrecadação total do co-mércio atacadista em 2015 foi de R$ 352.955 milhões, já o comércio varejista contribuiu com R$ 465.609 mi-lhões para a arrecadação do ICMS do Estado.
2.551.096
2.732.000
2.917.660
2013 2014 2015
Valorese
mR$mil
Fonte: Conselho Nacional de Política Fazendária - CONFAZ.
Fonte: Conselho Nacional de Política Fazendária - CONFAZ.Última Atualização: 02/02/2016. Obs.: * Valor provisório para janeiro,
fevereiro e março.
Fonte: Receita Federal, 2016.
6. Arrecadação do ICMS: Simples Nacional
A arrecadação do Simples Nacional (ICMS) em Ser-gipe teve um crescimento significativo ao longo de 2015, com uma média de R$ 3,5 milhões ao mês. Em 2015, a arrecadação total do ICMS proveniente do Simples Nacional foi de R$ 43, 4 milhões, em 2014 a arrecadação foi de R$ 33,3 milhões. O gráfi-co 11 ilustra a arrecadação mensal do Simples Na-cional (ICMS), nos anos de 2014 e 2015.
O gráfico 10 ilustra a arrecadação mensal do setor ter-ciário total, do comércio atacadista e varejista de Sergi-pe, no ano de 2015.
3,79 3,673,24
3,47 3,323,62 3,66 3,57 3,51 3,69
3,96 3,93
3,46
2,652,37 2,35 2,66 2,69 2,63 2,71 2,80 2,93 2,86
3,20
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Valorese
mR$mil
2015 2014
Elaborado pela Assessoria de Economia da Fecomércio/SE. sudanes.pereira@fecomercio-se.com.br
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