sintomas de depressÃo e ansiedade …...de acordo com a organização mundial da saúde (oms), o...
Post on 22-Jul-2020
1 Views
Preview:
TRANSCRIPT
BRUNA CONSTANTINO
SINTOMAS DE DEPRESSÃO E ANSIEDADE MATERNA E SEUS EFEITOS
NO ESTADO NUTRICIONAL DA CRIANÇA
JOINVILLE - SC
2019
BRUNA CONSTANTINO
SINTOMAS DE DEPRESSÃO E ANSIEDADE MATERNA E SEUS EFEITOS
NO ESTADO NUTRICIONAL DA CRIANÇA
Dissertação de mestrado apresentada como
requisito para obtenção do título de Mestre em
Saúde e Meio Ambiente, pela Universidade da
Região de Joinville - UNIVILLE. Orientador:
Prof. Dr. Marco Fabio Mastroeni.
JOINVILLE - SC
2019
Catalogação na publicação pela Biblioteca Universitária da Univille
Constantino, Bruna
C758s Sintomas de depressão e ansiedade materna e seus efeitos no estado nutricional da criança/ Bruna Constantino; orientador Dr. Marco Fabio Mastroeni. – Joinville: UNIVILLE, 2019.
27, [3] p.: il. ; 30 cm
Dissertação (Mestrado em Saúde e Meio Ambiente – Universidade da Região de Joinville)
1. Depressão. 2. Ansiedade. 3. Mulheres – Saúde mental. 4. Obesidade em crianças. I. Mastroeni, Marco Fabio (orient.). II. Título.
CDD 618.92398
Elaborada por Ana Paula Blaskovski Kuchnir – CRB-14/1401
LISTA DE ABREVIATURAS
BAI – Inventário de Ansiedade de Beck
BDI – Inventário de Depressão de Beck
DSM – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IMC – Índice de Massa Corporal
MDV – Maternidade Darcy Vargas
OMS – Organização Mundial de Saúde
SM – Salário mínimo
TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UBS – Unidade Básica de Saúde
WHO – World Health Organization
RESUMO
Introdução: As prevalências de sobrepeso e obesidade infantil têm revelado dados
preocupantes, pois as consequências dessa patologia, em curto prazo contribuem para o
desenvolvimento de distúrbios respiratórios, diabetes, hipertensão arterial e distúrbios
psicossociais como; baixo nível de autoestima ou isolamento social. Entre as diversas
variáveis contribuintes para a obesidade infantil, os transtornos psicológicos maternos,
como depressão e ansiedade estão cada vez mais evidentes.
Objetivo: Avaliar se os sintomas de depressão e ansiedade materna estão associados ao
excesso de peso corporal de crianças em idade pré-escolar.
Metodologia: Trata-se de um delineamento transversal que utilizou dados do segundo
seguimento de um estudo de coorte denominado: “Preditores do excesso de peso
materno e infantil. PREDI”. Participaram deste estudo 216 pares de mães-crianças, no
período de julho de 2016 a julho de 2017. Os dados foram coletados nas residências das
participantes, mediante agendamento prévio. Os sintomas de depressão e ansiedade
foram avaliados utilizando os inventários de Beck. A estatura e o peso das crianças
foram aferidos utilizando o método de Gordon et al. (1988). E todos os dados foram
analisados no programa IBM SPSS, versão 22.0
Resultados: Das 216 crianças incluídas no estudo, 150 (69,4%), 46 (21,3%) e 20
(9,3%) foram classificados nos percentis para estado nutricional de ≤85,> 85 e <97 e
>85, respectivamente. Aproximadamente 20,1% e 19,5% das mães apresentaram
sintomas de depressão e ansiedade moderado/grave respectivamente.
Conclusões e Implicações: Nossos resultados mostram que os sintomas de depressão
materna foram significativamente associados ao excesso de peso da criança aos 4-5 anos
de idade, o que não significa que não possa estar associado em crianças com idade
inferior ou superior a 4-5 anos. Para isso se faz necessário mais estudos. Estes
resultados são úteis para desenvolver ações voltadas a saúde mental das mães e para
trabalhar aspectos de prevenção de sobrepeso e obesidade na infância.
Palavras-chave: Depressão, Ansiedade, saúde mental materna, excesso de peso na
infância, estudo de coorte.
ABSTRACT
Introduction: The prevalence of overweight and childhood obesity has revealed
worrying data, because the short-term consequences of this pathology contribute to the
development of respiratory disorders, diabetes, hypertension and psychosocial disorders
such as; low level of self-esteem or social isolation. Among the many contributing
variables to childhood obesity, maternal psychological disorders such as depression and
anxiety are increasingly evident.
Objective: To evaluate whether symptoms of maternal depression and anxiety are
associated with excess body weight in preschool children.
Methods: This is a cross-sectional design that used data from the second follow-up of a
cohort study called: “Predictors of maternal and infant overweight. I PREDICTED ”. A
total of 216 pairs of mother-children participated in this study, from July 2016 to July
2017. Data were collected at the participants' homes, by prior appointment. Symptoms
of depression and anxiety were assessed using Beck's inventories. Children's height and
weight were measured using the method of Gordon et al. (1988). And all data were
analyzed using the IBM SPSS software, version 22.0.
Results: Of the 216 children included in the study, 150 (69.4%), 46 (21.3%) and 20
(9.3%) were classified in percentiles for the study. nutritional status of ≤85,> 85 and
<97 and> 85, respectively. Approximately 20.1% and 19.5% of mothers had symptoms
of depression and moderate / severe anxiety respectively.
Conclusions and Implications: Our results show that symptoms of maternal
depression were significantly associated with child overweight at 4-5 years of age,
which does not mean that it cannot be associated with children under 4-5 years of age.
years. This requires further studies. These results are useful for developing actions
aimed at mental health of mothers and for working on aspects of childhood overweight
and obesity prevention.
Key words: Depression, Anxiety, maternal mental health, childhood overweight, cohort
study.
SUMÁRIO
1INTRODUÇÃO............................................................................................................7
1.1 Objetivos.....................................................................................................................8
1.1.1 Objetivo geral..........................................................................................................8
1.1.2 Objetivos específicos...............................................................................................8
2 REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................9
2.1 Saúde mental materna: Sintomas de depressão e ansiedade.......................................9
2.2 Obesidade infantil.....................................................................................................10
2.3 Saúde mental materna e obesidade infantil...............................................................11
2.4 Interdisciplinaridade..................................................................................................13
3 METODOLOGIA.......................................................................................................14
3.1 Desenho e participantes do estudo............................................................................14
3.2 Coleta de dados.........................................................................................................16
3.2.1 Treinamento e agendamento das visitas.................................................................18
3.2.2 Variáveis do primeiro seguimento (2013-2014) utilizadas no estudo...................18
3.2.3 Variáveis do segundo seguimento (2016-2017) utilizadas no estudo....................19
3.2.4 Testes para avaliar sintomas de depressão e ansiedade.........................................20
3.3 Análise estatística......................................................................................................21
3.4 Aspectos Éticos.........................................................................................................22
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................................23
5 CONCLUSÃO............................................................................................................24
REFERÊNCIAS............................................................................................................25
APÊNDICES..................................................................................................................28
7
1 INTRODUÇÃO
As prevalências de sobrepeso e obesidade presentes na população mundial
aumentaram substancialmente nas últimas três décadas, tornando-se um dos principais
problemas de saúde pública, já que está associado ao desenvolvimento de morbidades.
No Brasil, a prevalência de obesidade tem demonstrado dados preocupantes. Entre eles
destaca-se a alta incidência de sobrepeso e obesidade com o mais recente agravo para
percentuais observados na infância (WHO, 2000).
Joinville, por ser uma cidade em forte expansão e com a maior população de
Santa Catarina, já apresenta elevadas taxas de excesso de peso corporal. Em um estudo
realizado em Joinville, os autores encontraram uma prevalência de excesso de peso em
37,9% das mães, e 24,4% das crianças foram classificadas grandes para a idade
gestacional (CONTARATO et al, 2016).
Entre as diversas variáveis contribuintes para a obesidade infantil, os transtornos
psicológicos maternos, como depressão e ansiedade estão cada vez mais evidentes.
(ANDERSON et al, 2012). E podem influenciar a capacidade das mães em atender as
necessidades emocionais básicas de seus filhos (BOST, 2014). Essas condições
psicológicas das mães estão associadas a um ambiente de vulnerabilidade para a criança
contribuindo para o desenvolvimento da obesidade infantil (ANDERSON et al, 2012).
O aumento das taxas de obesidade eleva os custos associados à doença. No
entanto, uma intervenção eficaz que consiga diminuir a prevalência da obesidade em
apenas 1% é capaz de reduzir substancialmente esse custo, com efeito significativo
sobre as despesas de saúde (RTVELADZE et al, 2013). Nesse sentido, o conhecimento
a respeito da qualidade da relação inicial, entre a mãe e a criança, pode dar suporte às
estratégias para prevenir o excesso de peso da criança (MIKULINCER, 2012). Crianças
que possuem um relacionamento estável com suas mães desenvolvem interações
funcionais, que resultam em sentimentos de segurança para a criança. A segurança, por
sua vez, propicia a aprendizagem de estratégias para uma autorregulação emocional,
capaz de fornecer respostas adequadas ao estresse (MIKULINCER, 2012).
Considerando que no Brasil, entre 1985 e 2009 a obesidade em crianças de 5-9
anos aumentou de 2,4% para 14,2% (IBGE, 2010). Estudos dedicados a compreender os
fatores envolvidos no desenvolvimento da obesidade, principalmente no período em que
se estabelece a relação de apego com a criança são importantes, pois ajudam a evitar o
8
estabelecimento de fatores que contribuam para o desenvolvimento da obesidade
infantil. Identificar e monitorar continuamente indivíduos com risco de excesso de peso
corporal na população são características importantes para evitar a evolução da
obesidade e doenças relacionadas. Programas de intervenção que atuem de forma a
educar a prática de uma vida saudável, bem como a prevenção da saúde mental
merecem atenção especial, e devem ser implementados com brevidade, sobretudo em
crianças e mulheres em idade fértil.
1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo Geral
• Avaliar se os sintomas de depressão e ansiedade materna estão associados ao
estado nutricional da criança aos 4-5 anos de idade.
1.1.2 Objetivos Específicos
• Identificar os sintomas de depressão e de ansiedade nas mães.
• Determinar o estado nutricional dos filhos.
• Analisar se os sintomas de depressão e ansiedade materna tem efeito no estado
nutricional da criança.
9
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Saúde Mental Materna: Sintomas de depressão e ansiedade
A depressão é uma psicopatologia que afeta a população mundial (ÇAKđCđ,
2017). É caracterizada por alterações cognitivas e comportamentais, podendo estar
presentes sintomas como: cansaço, insônia, hipersonia, mudança no apetite, dificuldade
de concentração, dificuldade em tomar decisões, sentimento de desesperança,
pensamentos de morte, suicídio, auto-mutilação e tristeza (DSM, 2013).
A etiologia da depressão e da ansiedade é multifatorial, estando associados (no
caso da depressão) a deficiência de monoamina (YOHN et al. 2017) e fatores
comportamentais e ambientais, incluindo doença, baixa renda, morar sozinho, doença
renal terminal, mulher em idade reprodutiva e experiências adversas durante a infância,
entre outros (BAXTER et al. 2014; CAKICI et al. 2017; JARIC et al. 2019;
TRAISATHIT et al. 2019). Entende-se que eventos de vida estressores podem ser
compreendidos, como preditores ambientais para depressão.
Nesse sentido, considerando dados epidemiológicos, a depressão apresenta
prevalências preocupantes, constituindo uma das psicopatologias com maior prevalência
no mundo (ÇAKđCđ, 2017; FERRARI, 2013). Mais de 350 milhões de pessoas no
mundo desenvolvem depressão (WHO, 2017). Alguns estudos sugerem que tanto a
depressão como a ansiedade é mais comum em mulheres quando comparado a homens
(BAXTER, 2010; ÇAKđCđ, 2017).
A ansiedade se refere a uma resposta do corpo vinda do sistema nervoso
autônomo e que ocorre através da liberação de adrenalina (DSM, 2013). Na tentativa de
explicar a etiologia dos transtornos de ansiedade, alguns estudos sugerem a hipótese do
viés atencional, que mostra que indivíduos com sintomas de ansiedade, tendem a
orientar a atenção, na direção de estímulos negativos com maior frequência, que
indivíduos não ansiosos (ROY, 2008; SHECHNER, 2012).
Além da hipótese do viés atencional, um estudo realizado na Holanda,
demonstrou que a amígdala, responsável pelo processamento das emoções no cérebro,
pode estar envolvida na resposta a ansiedade. O estudo mostra que existe uma
conectividade funcional, diferenciada na amígdala, durante o processamento da
10
informação de ameaça (KLUMPERS, 2017). Assim como a depressão, os transtornos
de ansiedade também apresentam prevalências preocupantes (HANINGGTON, 2010).
Em 2010, 272,2 milhões de pessoas foram diagnosticadas com algum tipo de transtorno
de ansiedade, a prevalência foi de 2,8% para homens e 5,2% para mulheres (BAXTER,
2010). De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil lidera a
prevalência de transtornos de ansiedade e ocupa o quinto lugar em taxas de depressão
(WHO, 2017).
Existem casos em que vários transtornos psíquicos estão presentes ao mesmo
tempo e não se consegue identificar o que é primário, sendo mais correto referir que
esse paciente apresenta mais de um diagnóstico coexistente, ou seja, uma comorbidade.
(BENTON et al. 2016) A ansiedade, por exemplo, pode coexistir com sintomas
depressivos, ou pode ser um preditor para o desenvolvimento da depressão, mas o que
chama atenção é que ambos os sintomas de depressão e ansiedade materna podem ser
prejudicial para o desenvolvimento infantil, influenciando inclusive o estado nutricional
da criança (WANG et al. 2013).
2.2 Obesidade infantil
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde e a Organização Mundial de
Saúde (OMS) a obesidade infantil apresenta dimensões epidêmicas (OPAS, 2003).
Existem cerca de 17,6 milhões de crianças obesas com idade menor que cinco anos no
mundo, e duplicou o número de crianças obesas entre 6 e 11 anos de idade desde a
década de 60 (OPAS, 2003). No Brasil, entre 1985 e 2009 a obesidade em crianças de
5-9 anos aumentou de 2,4% para 14,2% (IBGE, 2010), dados que colocam o Brasil em
posição semelhante aos países da América do Norte (NG et al, 2014). Em 2010, o
número de crianças obesas menores de cinco anos foi superior a 43 milhões, das quais
35 milhões estavam em países em desenvolvimento. Adicionalmente, cerca de 92
milhões de crianças, nesse mesmo ano, estavam em risco de sobrepeso. Trata-se de um
problema global que atinge os países desenvolvidos de forma crescente e é responsável
por 2 a 6% do custo total de atenção à saúde (OPAS, 2003).
Vários estudos têm demonstrado a associação entre elevado peso ao nascer e
obesidade na infância, adolescência e vida adulta (BAIRD et al, 2005). A obesidade está
11
associada a várias doenças, entre as quais as enfermidades cardiovasculares e
cerebrovasculares, os distúrbios metabólicos, diversos tipos de câncer e doenças do
aparelho digestivo. Agravada pelos danos fisiológicos e impactos psicossociais
relacionados ao estigma e a discriminação a indivíduos sob essa condição, a obesidade
constitui um dos maiores desafios de saúde pública deste século (SARTURI et al,
2010). Identificar os grupos populacionais mais susceptíveis, os momentos e as
estratégias adequadas para a prevenção do ganho de peso excessivo (REBELO et al,
2010) são fundamentais para controlar a epidemia.
Entre as consequências da obesidade infantil, em curto prazo destacam-se as
desordens ortopédicas, os distúrbios respiratórios, o diabetes, a hipertensão arterial, as
dislipidemias e os distúrbios psicossociais como; baixo nível de auto-estima ou
isolamento social (MUST, 1996). Já, em longo prazo está o aumento da mortalidade por
várias causas e, principalmente, devido às doenças coronarianas nos indivíduos que
foram obesos na infância e na adolescência (MUST, 1996). Neste sentido, o diagnóstico
do sobrepeso ou obesidade infantil nos primeiros anos de vida é fundamental para o
desenvolvimento de medidas preventivas ainda nessa fase. Tal diagnóstico permitirá
desenvolver intervenções capazes de prevenir o estabelecimento do
sobrepeso/obesidade e comorbidades associadas no futuro, facilitando a educação para o
estabelecimento de hábitos saudáveis, bem como a prevenção da saúde mental.
2.3 Saúde mental materna e obesidade infantil
Entre as diversas consequências prejudiciais que as psicopatologias podem
provocar, chama atenção o histórico de depressão e ansiedade materna. A depressão e a
ansiedade podem gerar implicações, e interferir na capacidade da mãe, em atender as
necessidades emocionais básicas da criança de modo funcional. Desse modo, essa
condição pode proporcionar um ambiente de vulnerabilidade para a criança, e promove
um estilo de apego inseguro (WANG et al, 2013).
Uma das teorias que se propõe a explicar a relação da figura materna associada
ao excesso de peso corporal da criança é a “Teoria do Apego” proposta pelo
pesquisador John Bowlby. Para Bowlby, o desenvolvimento psicológico de uma criança
é influenciado pela forma de cuidado proporcionado por seus cuidadores no início de
12
suas vidas. O apego se refere a um vinculo afetivo entre um individuo e um cuidador, é
baseado na necessidade de segurança e proteção da criança. (MIKULINCER, 2012).
Crianças se apegam instintivamente a quem cuide delas, com a finalidade de
sobreviver. O que inclui o desenvolvimento físico, social e emocional. A partir das
interações com os cuidadores, a criança passa a desenvolver um estilo de apego seguro,
que corresponde a um desenvolvimento psicológico saudável, ou passa a desenvolver
um estilo de apego inseguro, geralmente moldado por ansiedade, medo e insegurança
(ANDERSON, 2012).
No estilo de apego inseguro a criança não aprende a gerenciar as próprias
emoções. Então, ao longo dos anos a vulnerabilidade ocasionada em função da condição
psicológica da mãe, pode se transformar em consumo excessivo de alimento, como
forma de compensar a falha que existe na interação com a figura materna (BOST,
2014). O estilo de apego inseguro está associado a respostas fisiológicas e
comportamentais ao estresse, que contribui para o desenvolvimento da obesidade. Um
estudo longitudinal realizado com 6650 crianças americanas demonstrou que a
prevalência de obesidade foi de 23,1% em crianças com estilo de apego inseguro e
16,6% naqueles com apego seguro (ANDERSON, 2012).
Nesse sentido, o conhecimento a respeito da qualidade da relação inicial, entre a
mãe e a criança, pode dar suporte às estratégias para prevenir o excesso de peso infantil.
Crianças que possuem um relacionamento estável com suas mães desenvolvem
interações funcionais, que resultam em sentimentos de segurança para a criança. A
segurança, por sua vez, propicia a aprendizagem de estratégias para uma autorregulação
emocional, capaz de fornecer respostas adequadas ao estresse (GAFFNEY et al, 2014).
A insegurança, ao contrário, pode transformar-se em fator de risco para o
desenvolvimento da obesidade na criança, já que sua capacidade de autorregulação
emocional foi alterada e o ato de comer se tornou um mecanismo de compensação para
lidar com os conflitos emocionais (ANDERSON, 2012; MIKULINCER, 2012).
Estudos dedicados a compreender os fatores envolvidos no desenvolvimento da
obesidade, principalmente no período em que se estabelece a relação de apego com a
criança, são importantes, pois ajudam a evitar o estabelecimento de fatores que
contribuam para o desenvolvimento da obesidade infantil.
13
2.4 Interdisciplinaridade
Interdisciplinaridade se refere ao que é comum a duas ou mais áreas de
conhecimento. A interdisciplinaridade promove uma visão ampla sobre o que está sendo
avaliado e os problemas que podem ser minimizados. O foco principal do nosso estudo
está na área da saúde, avaliando as relações existentes entre a saúde mental da mãe no
desenvolvimento infantil. Na área ambiental, a obesidade em si pode ser prejudicial para
o meio ambiente, pois, a população consome mais alimentos do que realmente precisa e
isso reflete no desperdício de recursos naturais, como por exemplo, a água na
agronomia quando se tem uma superprodução de alimentos. Além disso, nosso estudo
está relacionado também à área econômica, uma vez que se identifica um fator de risco
na infância para um problema de saúde pública como a obesidade, os cuidados
preventivos passam a ser tomados e uma intervenção eficaz que consiga diminuir a
prevalência da obesidade em apenas 1% é capaz de reduzir substancialmente esse custo,
com efeito significativo sobre as despesas de saúde.
14
3 METODOLOGIA
3.1 Desenho e participantes do estudo
Os dados foram extraídos de um estudo de coorte denominado “Preditores do
excesso de peso da mãe e da criança” (PREDI), que foi realizado no Hospital
Maternidade Darcy Vargas em Joinville, Santa Catarina, Brasil. O estudo PREDI foi
iniciado em 2012, com 435 mães e crianças, sendo que o projeto foi desenvolvido para
investigar os principais determinantes do excesso de peso da mãe e da criança. Todas as
mulheres com idade superior a 18 anos, que deram à luz um parto a termo (entre 37 e 42
semanas de gestação), foram convidadas a participar do estudo com seus recém-
nascidos em janeiro-fevereiro de 2012 (baseline). Os critérios de exclusão incluíram
pré-eclâmpsia, a presença de uma doença infecciosa contagiosa (HIV, hepatite, sífilis e
toxoplasmose), defeitos congênitos e planos de adoção imediatamente após o parto. Dos
529 pares elegíveis (mães e seus bebês), 58 não preencheram os critérios do estudo e 36
não foram considerados por outras razões, resultando em um total de 435 pares de mães
e filhos que participaram da avaliação inicial. Detalhes do processo de recrutamento no
início do estudo (2012) foram descritos anteriormente (Contarato et al., 2016;
Mastroeni, Czarnobay et al., 2017; Sales et al., 2015).
O primeiro seguimento do estudo PREDI foi realizado nos domicílios dos
participantes entre março de 2013 e março de 2014. Todas as 435 mães e seus filhos que
participaram da avaliação inicial foram convidadas a participar do primeiro
acompanhamento. Destas, duas crianças com anomalias que interferiram nas medidas
antropométricas foram excluídas do primeiro seguimento e 119 foram consideradas
perdas no seguimento, resultando em 314 pares mãe-filho. O segundo seguimento do
estudo PREDI também foi realizado nas casas dos participantes entre julho de 2016 e
agosto de 2017. Todas as 314 mães e seus filhos que participaram do primeiro
acompanhamento foram convidadas a participar do segundo acompanhamento.
Nenhuma mãe ou criança foi excluída, 27 desistiram e 71 não foram encontradas,
resultando em 221 pares mãe-filho que participaram do segundo seguimento (Figura 1).
O Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Joinville aprovou este estudo
(Protocolo nº 107/2011).
15
Figura 1 - Fluxograma de recrutamento do estudo PREDI. Joinville, Brasil
Fonte: Dados do projeto, 2012.
16
3.2 Coleta de dados
3.2.1 Treinamento e agendamento das visitas
Antes do inicio das coletas, todos os membros integrantes da equipe passaram
por um treinamento, onde aplicaram os questionaram entre si e também aferiram o peso
e estatura, com o intuito de testar os equipamentos. A coleta de dados foi realizada nas
residências dos participantes do estudo, sendo a visita agendada com antecedência.
Para a localização dos participantes, seguiu-se um intenso trabalho de
investigação, pois muitas vezes, dado o tempo transcorrido entre o primeiro seguimento
(2013 - 2014) e o segundo seguimento (2016 - 2017), alguns telefones e endereços
estavam desatualizados. Neste sentido, foram adotados os seguintes procedimentos:
a) Quando não foi possível o contato por telefone, efetuou-se uma busca pelo endereço
da participante deslocando-se uma equipe até o local. Quando a participante residia
ainda no mesmo domicílio, a visita foi agendada ou em alguns casos, dada a
disponibilidade da mãe, os dados já eram coletados.
b) Quando a família não residia mais no local, realizou-se uma investigação com os
vizinhos e comerciantes locais na busca de informações. Quando não houve resultado
positivo, fez-se contato com a Unidade Básica de Saúde -UBS correspondente.
c) Quando o endereço atualizado foi localizado na -UBS, realizou-se novo contato
telefônico ou busca domiciliar. Se ainda assim, a família não foi encontrada, o par mãe-
criança foi considerada perda.
d) Foram ainda utilizadas as redes sociais como o Email®, Facebook® e o WhatsApp®
como instrumentos auxiliares.
Ao chegar à casa da participante, um dos pesquisadores (previamente treinado)
explicou os objetivos e as atividades a serem desenvolvidas durante a visita e a equipe
se organizou para que a coleta de dados pudesse transcorrer causando o mínimo de
desconforto possível para a família. Geralmente a equipe foi composta por três
integrantes, sendo um deles obrigatoriamente estudante ou profissional de psicologia.
17
Figura 2 – Coleta de dados nas residências das participantes do estudo.
Fonte: A autora, 2016.
Figura 3 – Coleta de dados nas residências.
Fonte: A autora, 2018.
18
Figura 4 – Coleta de dados nas residências.
Fonte: A autora, 2019.
3.2.2 Variáveis do primeiro seguimento (2013-2014) utilizadas no estudo
A amamentação foi classificada de acordo com os indicadores da OMS para
avaliar práticas de alimentação de lactentes e crianças pequenas (WHO, 2008), que
definem:
a) aleitamento materno exclusivo AME quando a criança recebe apenas leite materno ou
leite expresso e nenhum outro líquido ou sólido (exceto por gotas ou xaropes de
vitaminas, minerais e / ou medicamentos) por um período de 6 meses ou mais;
19
b) amamentação predominante - PBF quando a criança recebe leite materno ou leite
expresso, bem como água e bebidas à base de água, como suco de frutas e chá;
c) alimentação complementar - FC quando o lactente recebe leite materno ou leite
expresso, bem como alimentos sólidos ou semissólidos, leite não humano e fórmula
especial;
d) aleitamento materno – AM quando a criança recebe leite materno ou expresso, leite
não humano e fórmula especial e alimentação artificial - FA quando a criança recebe
qualquer tipo de alimento líquido ou semi-sólido em uma mamadeira leite, leite não
humano e fórmula especial (OMS, 2008).
Para o presente estudo, as categorias PBF, CF e BF foram agrupadas em uma
única categoria de aleitamento materno não exclusivo – NEBF (Mastroeni, Mastroeni,
et al., 2017; WHO, 2008).
3.2.3 Variáveis do segundo seguimento (2016-2017) utilizadas no estudo
A estatura e o peso das crianças foram aferidos pelo método de Gordon et al.
(1988). A estatura foi medida com precisão de 0,1 cm, utilizando-se um estadiômetro
portátil (modelo WCS®, Compact) em uma parede sem rodapé. As crianças estavam em
posição ortostática, vestindo roupas leves, sem sapatos e com o peso uniformemente
distribuído. O peso foi aferido em uma balança digital (G-Tech®, modelo Glass 7) com
capacidade de 180 kg para os 0,1 kg mais próximos, usando roupas leves, sem sapatos e
acessórios (joias, relógios, casacos). O IMC foi calculado dividindo o peso pela altura
ao quadrado (kg/m).
O estado nutricional das crianças foi classificado em três categorias com base
nos padrões de crescimento da (OMS) para o IMC: ≤ percentil 85, percentil> 85 e <97 e
percentil ≥ 97 (De Onis, 2006). O IMC da mãe foi classificado de acordo com os pontos
de corte do IMC recomendados pela OMS (WHO, 2000), que classificam os indivíduos
com IMC entre 25 e 29,9 kg / m2 com sobrepeso e aqueles com IMC ≥ 30 kg/m como
obesos. Foi classificado mães abaixo do peso (n=1) e peso normal (n=77) com crianças
abaixo do peso (n=5) e peso normal(n=150) em uma única categoria (IMC das mães
<25,0 kg/m² e IMC por idade das crianças ≤ 85 percentil, respectivamente). Mulheres
com IMC ≥ 25 kg/m² foram consideradas com excesso de peso. Todas as medidas
20
antropométricas foram realizadas em duplicidade e foi utilizada na análise a média das
duas medidas.
3.2.4 Testes psicológicos para avaliar sintomas de depressão e ansiedade
Os sintomas de depressão e de ansiedade da mãe foram avaliados através do
Inventário de Depressão de Beck (BDI) e o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI),
respectivamente (Cunha, 2001), a aplicação aconteceu nas residências das participantes,
geralmente em um cômodo da casa onde estava presente somente a mãe e o profissional
de psicologia treinado, que passou as orientações sobre o inventário e o tempo de
aplicação do mesmo foi em torno de 15 minutos.
O BDI é um instrumento amplamente utilizado em todo o mundo para detectar
sintomas depressivos em indivíduos de 17 a 80 anos de idade. O teste consiste em 21
itens relacionados a sintomas de depressão, baseado nos últimos 15 dias, com
intensidade variando de 0 a 3 (uma classificação de 0 indica ausência de um sintoma,
enquanto que 3 indica um sintoma grave) e o escore total varia de 0 a 63 (Gomes, et al,
2012). Escores mais altos (no total e em cada item) indicam sintomas depressivos mais
graves (Cunha, 2001).
Em nosso estudo, consideramos os níveis de sintomas de depressão como: 0-11,
mínimo; 12-19, leve; 20-35, moderado; e 36-63, grave (Cunha, 2001). Assim como o
BDI o BAI é um instrumento amplamente utilizado em todo o mundo para detectar
sintomas de ansiedade em indivíduos de 17 a 80 anos de idade. Compreende 21 itens
com componentes que descrevem sintomas de ansiedade baseado nos últimos 15 dias e
classificam-se como: 0-10 mínimo; 11-19 leve; 20-30 moderado e 31-63 grave (Cunha,
2001). Escores mais altos (no total e em cada item) indicam sintomas de ansiedade mais
grave (Cunha, 2001).
21
3.3 Análise estatística
Os dados foram analisados no programa IBM SPSS, versão 22.0 (IBM Corp.,
Armonk, Estados Unidos). O teste do qui-quadrado foi utilizado para comparar a
prevalência das variáveis categóricas de acordo com o estado nutricional da criança (≤
85 e > 85 percentil). Para verificar a associação entre os sintomas de depressão e
ansiedade da mãe com o estado nutricional da criança (≤ 85 e > 85 percentil), foram
calculados os odds ratio (OR) e os intervalos de 95% de confiança (IC95%) por regres-
são logística. Na análise univariada (Modelo 1), foram estimados os efeitos brutos de
cada fator de risco nas crianças com percentil > 85 (em relação às crianças com
percentil ≤ 85). Utilizando-se o método enter, análises forçadas das variáveis no modelo
foram selecionados os fatores de risco com valor de p < 0,05, além de idade e sexo da
criança para construir o primeiro modelo multivariado (Modelo 2). O segundo modelo
multivariado (Modelo 3) foi construído com inclusão de todos os fatores de risco do
Modelo 1 de forma a verificar o efeito independente de cada fator de risco no desfecho
investigado (percentil > 85).
Para a análise multivariada, será utilizado o modelo teórico com apenas um nível
hierárquico, com a introdução das variáveis na seguinte ordem: idade materna,
escolaridade, estado civil, renda familiar, IMC materno atual, sexo e idade da criança.
De forma a controlar potenciais fatores de confundimento, as variáveis foram
introduzidas uma a uma no modelo, e ajustadas para as variáveis significativas (p <
0,05) no Modelo 2. O efeito de cada variável junto ao desfecho “risco de excesso de
peso” também foi analisado individualmente.
22
3.4 Aspectos Éticos
O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da
UNIVILLE (Parecer 107/2011). Para o seu desenvolvimento, foram atendidos os
princípios éticos da pesquisa envolvendo seres humanos, em consonância com a
Resolução do Conselho Nacional de Saúde Nº 466 de 12 de dezembro de 2012.
Todos os bancos de dados gerados ao longo do desenvolvimento do projeto -
PREDI ficam sob-responsabilidade do coordenador do estudo, bem como os
formulários que são armazenados pelo período de 5 anos. O estudo não possui conflito
de interesse.
23
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Este capítulo está apresentado no formato de artigo cientifico (apêndice A). O
artigo foi submetido à revista Early Child Development and Care, classificada como
multidisciplinar e com fator de impacto 0,48.
.
24
5 CONCLUSÃO
Nosso estudo mostrou que os sintomas de depressão materna foram
significativamente associados ao excesso de peso da criança aos 4-5 anos de idade, o
que não significa que não possa estar associado em crianças com idade inferior ou
superior aos 4-5 anos. Para isso se faz necessário mais estudos. Estes resultados são
úteis para desenvolver ações voltadas a saúde mental das mães e para trabalhar aspectos
de prevenção de sobrepeso e obesidade na infância
25
REFERÊNCIAS
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION . Diagnostic and statistical manual of
mental disorders. 5. Seoul: Hakjisa; 2013. Autism spectrum disorder; pp. 50–60.
ANDERSON, Sarah E; WHITAKER, Robert C. Attachment security and obesity in US
preschool-aged children. Archives of pediatrics & adolescent medicine, v. 165, n. 3, p.
235-242, 2012.
BAIRD, Janis et al. Being big or growing fast: systematic review of size and growth in
infancy and later obesity. Bmj, v. 331, n. 7522, p. 929, 2005.
BAXTER, AJ; et al. The Regional Distribution of Anxiety Disorders: Implications for
the Global Study of Disease Burden. International Journal of Psychiatric Research
Methods. 2010.
BOA-SORTE, Ney et al. Maternal perceptions and self-perception of the nutritional
status of children and adolescents from private schools. Jornal de pediatria, v. 83, n. 4,
p. 349-356, 2007.
BOST KK; AR Wiley; Fiese B. Hammons A., McBride B. e Equipe Strong
KIDS. Associations between adult attachment style, emotional regulation and food
consumption of preschool children. J. Dev. Behav. Pediatr, 2014.
CAMPBELL, M. W. et al. Maternal concern and perceptions of overweight in
Australian preschool-aged children. Medical Journal of Australia, v. 184, n. 6, p. 274,
2006.
CUNHA, J. A. Manual da versão em português das escalas Beck. São Paulo: Casa do
Psicólogo. 2015.
ÇAKĐCĐ, Mehmet; et al. Depression: point-prevalence and risk factors in a North
Cyprus household adult cross-sectional study. Bmc Psychiatry, v. 17, p.1-11, 2017.
CONDE, Wolney Lisboa; BORGES, Camila. The risk of incidence and persistence of
obesity among Brazilian adults according to their nutritional status at the end of
adolescence. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 14, p. 71-79, 2011.
CONTARATO, Aila Anne Pinto Farias; et al. Efeito independente do tipo de
aleitamento no risco de excesso de peso e obesidade em crianças entre 12-24 meses de
idade. Cad. Saúde Pública 32 (12), 2016.
DAN J. Stein; Kate M.Scott; Peter deJonge; Ronald C.Kessler. Epidemiology of anxiety
disorders: from surveys to nosology and back. Dialogues in clinical neuroscience. V.
19, 2017.
ESCRIVÄO, Maria Arlete Meil Schimith; ANCONA LOPEZ, Fábio. Prognóstico da
obesidade na infância e na adolescência. In: Obesidade na infância e adolescência.
Fundo Editorial Byk, 1995. p. 146-8.
FERRARI AJ; et al. Depressive disorders overload by country, sex, age and year: study
findings on the global burden of disease in 2010. PLoS Med. 2013.
26
FILHO, Batista; RISSIN, Anete. A transição nutricional no Brasil: tendências regionais
e temporais. Cad saúde pública, v. 19, n. Supl 1, p. 181-91, 2003.
GIACOMOSSI, Maiara Cristina; ZANELLA, Tamyris; HÕFELMANN, Doroteia
Aparecida. Percepção materna do estado nutricional de crianças de creches de cidade do
Sul do Brasil. Rev. nutr, v. 24, n. 5, p. 689-702, 2011.
GOMES-Oliveira, M. H., Gorenstein, C., Lotufo Neto, F., Andrade, L. H., & Wang, Y.
P. Validation of the Brazilian Portuguese version of the Beck Depression Inventory-II in
a community sample. Rev Bras Psiquiatr, 34(4), 389-394. 2012.
GROSS RS; Velazco NK; Briggs RD; Racine AD. Maternal depressive symptoms and
child obesity in low-income urban families. Acad Pediatr, 2013.
GURVINDER Kalra; Avinash de Sousa; Sushma Sonavane; Nilesh Shah. Psychological
issues in pediatric obesity. Industrial Psychiatry Journal. v.2, 2012.
HANINGTON, L., Ramchandani, P., & Stein, A. (2010). Parental depression and child
temperament: Assessing child to parent effects in a longitudinal population study. Infant
Behavior and Development, 33(1), 88-95.
HURLEY KM; Black MM; Merry BC; Caulfield LE. Maternal mental health and infant
dietary patterns in a statewide sample of Maryland WIC participants. Matern Child
Nutr, 2015.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de orçamentos familiares
2008-2009. Antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no
Brasil, 2010.
KLUMPERS F; Kroes MCW; Baas JMP; Fernández G. How Human Amygdala and
Bed Nucleus of the Stria Terminalis May Drive Distinct Defensive Responses. Journal
of neuroscience, 2017.
MIKULINCER, Mario; SHAVER, PHILIP R. An attachment perspective on
psychopathology. World Psychiatry, v. 11, p. 11-15, 2012.
MUST, Aviva. Morbidity and mortality associated with elevated body weight in
children and adolescents. The American journal of clinical nutrition, v. 63, n. 3, p.
445S-447S, 1996.
NASCIMENTO, Viviane Gabriela et al. Prevalence of overweight preschool children in
public day care centers: a cross-sectional study. Sao Paulo Medical Journal, v. 130, n.
4, p. 225-229, 2012.
NG, Marie et al. Global, regional, and national prevalence of overweight and obesity in
children and adults during 1980–2013: a systematic analysis for the Global Burden of
Disease Study 2013. The Lancet, v. 384, n. 9945, p. 766-781, 2014.
OPAS. Organização Pan-Americana da Saúde. Organização Mundial da Saúde.
Estratégia Mundial sobre alimentação saudável, atividade física e saúde. Cad
Obesidade, 29(1), 60. 2003.
REBELO, Fernanda et al. Fatores associados à retenção de peso pós-parto em uma
coorte de mulheres, 2005-2007. Rev. bras. saúde matern. infant, p. 219-227, 2010.
27
RÖSSNER, S. Obesity: the disease of the twenty-firt century. International Journal of
Obesity, London, v. 26, p .S2-S4, 2002. Supplement 4
ROY A K; et al. Attention bias toward threat in pediatric anxiety disorders. Jornal Of
The American Academy Of Child Adolescent Psychiatry, p.1-13, 2008.
RTVELADZE, K; et al. Obesity prevalence in Mexico: impact on health and economic
burden, 2013.
SARTURI, Juliana Barbosa; NEVES, Janaina das; PERES, Karen Glazer. Obesidade
em adultos: estudo de base populacional num município de pequeno porte no sul do
Brasil em 2005. Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, n. 1, p. 105-13, 2010.
SHECHNER, Tomer; et al. Attention biases, anxiety, and development: Toward or
away from threats or rewards. Usa, p.1-22, 2012.
TAVERAS, Elsie M. et al. Weight status in the first 6 months of life and obesity at 3
years of age. Pediatrics, v. 123, n. 4, p. 1177-1183, 2009.
WANG, L; JL de Anderson; WT de Dalton lii; et al. Maternal depressive symptoms and
the risk of overweight in their children. Matern Child Health J. 2013.
WHO. World health organization. Depression and other common mental disorders:
Global health estimates, 2017.
WHO. World Health Organization. Indicators for Assessing Infant and Young Child
Feeding Practices: part 1: definitions: conclusions of a consensus meeting held 6–8
November 2007 in Washington D.C., USA. World Health Organization. 2008.
WHO. World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global
epidemic, 2000.
YORK, D. A., Rossner, S., Caterson, I., Chen, C. M., James, W. P., Kumanyika,
S.,Vorster, H.H. Prevention Conference VII: Obesity, a worldwide epidemic related to
heart disease and stroke: Group I: worldwide demographics of obesity. Circulation,
110(18), e463-470. doi:10.1161/01.cir.0000140125.26161.49. 2004.
YOHN, Christine N; GERGUES, Mark M; SAMUELS, Benjamin Adam. The role of 5-
HT receptors in depression. Molecular Brain, v. 10, p.1-12, 2017.
APÊNDICES
APÊNDICE A – Artigo científico encaminhado à revista
Early Child Development and Care
APÊNDICE B – Inventários de Beck
top related