sistematização com agricultores extrativistas do coco licuri
Post on 09-Mar-2016
242 Views
Preview:
DESCRIPTION
TRANSCRIPT
SISTEMATIZAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS DA CADEIA PRODUTIVA DO
LICURI - SUBTERRITÓRIO: A UNIÃO FAZ A FORÇA
Comunidades: Fazenda Caixão, Lagoa Comprida, Lagoa
do Golfo e Lagoa do Cigano.
Cansanção – Ba
Junho/2012
Projeto Gente de Valor
Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regional - SEDIR
Secretário – Edvaldo Brito
Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional - CAR
Diretor Executivo – José Vivaldo Mendonça
Coordenação Estadual
Coordenador Geral
Augusto Cezar de Oliveira Maynart
Subcoordenador Desen. Produtivo e Mercado (Orientador da sistematização)
Carlos Henrique Silva Ramos
Gerente Regional de Ribeira do Pombal
Sérgio Luiz Amim
Equipe responsável pela sistematização
Equipe Técnica do Escritório de Euclides da Cunha
Idvandro Nery de Brito - Técnico Desen. Produtivo/Chefe Escritório Local
Wladynéa Neyde Ribeiro Albuquerque – Leitura e correções da redação final
Equipe Técnica da OMDRS
José Morais – Técnico Agrícola
Amilton Lubarino - Técnico Agrícola
Equipe Técnica da ASCOOB - Itapicuru
Sinval Silva de Jesus – Técnico Agrícola
Assessor especialista
Antônio Marcos Gonçalves Liberal
Cansanção/BA – Julho de 2012
1. Apresentação
O presente relato refere-se ao resultado da sistematização da experiência
do trabalho prático com o licuri, desenvolvido ao longo do tempo pelos
moradores dos povoados de Lagoa do Golfo, Lagoa do Cigano, Lagoa
Comprida e Fazenda Caixão, no município de Cansanção – Ba, distante
cerca de 350 km da capital. Engloba também o período de intervenção do
projeto Gente de Valor/CAR, que se estende desde 2008 até então. A
partir do Projeto, estas comunidades foram organizadas em um único
núcleo, com base nas características identitárias entre elas. Este núcleo é
chamado de subterritório, que neste caso tem o nome de A União Faz a
Força.
O principal objetivo deste trabalho foi a reflexão, o resgate e a partilha de
informações abordando vários aspectos importantes sobre o extrativismo
do licuri: em relação ao manejo da palmeira; ao processo de quebra do
coquinho; a participação de mulheres e jovens; a preservação ambiental
da planta nativa e aos aspectos da comercialização da amêndoa.
O Brasil possuía em 2009, segundo o Ministério do Meio Ambiente,
12.173.174 hectares de reserva extrativistas e 54.002 famílias de
extrativistas. Neste mesmo período 10 mil toneladas de licuri (amêndoa)
foram produzidas no Nordeste, sendo 8,5 mil toneladas na Bahia. Este
setor foi responsável pela geração de R$ 685.359.000,00 reais, ficando o
licuri com menos 1% desta fatia.
Em relação a metodologia, optou-se pelas rodas de aprendizagem e da
leitura da paisagem, com os atores diretos da ação; com os atores
indiretos foram realizadas entrevistas semi-estruturadas. E por fim, um
seminário grupal, subterritorial, para avaliar, refletir os diversos temas
abordados e resolver as questões que geraram desacordos entre o grupo.
Tanto no momento de desenvolvimento das rodas de aprendizagem, como
na fase de entrevistas, foram abordados quatro momentos distintos, a
tese (situação inicial), a antítese (situação intermediária e com a
intervenção do PGV), síntese (situação atual ou final) e as lições
aprendidas.
2. Contextualização socioeconômica
A atividade econômica das comunidades é bastante diversificada, uma
parte se baseia na criação de pequenos animais, notadamente galinha,
porco e ovinos. Esta atividade acontece consorciada com as lavouras de
milho, feijão e mandioca, em pequenos minifúndios. Paralelamente nestas
comunidades, ocorre o extrativismo do licuri e em pequenas proporções, o
cultivo do sisal. Na grande maioria destes minifúndios a agricultura
familiar está entrelaçada com a atividade extrativista.
Há entre as famílias das comunidades um emaranhado laço de
parentesco, o que facilita a convivência pacífica dentro do subterritório e
cercanias, facilitando o processo de mobilização e articulação.
Entre estas comunidades há pessoas que desenvolvem trabalhos manuais
com a palha do licuri, porém devido a baixa valorização no mercado local,
a manufatura fica limitada apenas as necessidades para o uso doméstico.
As relações de gênero se dão da mesma forma como acontece em outras
comunidades tradicionais, inclusive com o acréscimo de outros trabalhos
além dos trabalhos domésticos. Em geral são as mulheres que realizam a
colheita e quebra do licuri, que até recentemente era totalmente manual,
com uso de pedras, sem a adoção de inovações tecnológicas.
Os jovens se encontram desestimulados pela falta de oportunidades, os
mais adultos recorrem a São Paulo, como alternativa para o futuro.
A palmeira do licuri vegeta em solos da Caatinga. Até pouco tempo a
palmeira do licuri estava sendo dizimada para a preparação de roçados,
também devido os baixos valores pagos pelo quilo da amêndoa, cujo
mercado era totalmente manipulado por atravessadores.
3. Caracterização botânica do Licuri
O Licuri ou Ouricuri, Aricuri, Nicuri, Alicuri é cientificamente conhecido
como Syagrus Coronata, da Família Arecaceae, pertencente à subfamília
Arecoideae, Divisão Cococeae, de ciclo perene e originária do Brasil (do
Norte de Minas Gerais, porção oriental e central da Bahia, até o sul de
Pernambuco, e os Estados de Sergipe e Alagoas). A subfamília Arecoideae
é a maior entre as Arecaceae, reunindo aatualmente 115 gêneros e 1500
espécies.
Os Estados onde o Licuri vegeta pertencem a região Nordeste, onde
aproximadamente 50% das terras recobertas com a caatinga, são de
origem sedimentar, ricas em águas subterrâneas. Os rios, em sua maioria,
são intermitentes e o volume de água, em geral, se apresenta limitado,
sendo insuficiente para a irrigação. A altitude da região varia de 0 –
600m. A temperatura varia de 24 a 28ºC e a precipitação média de 250 a
1000 mm, com déficit hídrico elevado durante o ano, Drummond et al
(2000).
Segundo os autores o porte da planta pode variar de 6 a 11 metros,
floresce e frutifica o ano inteiro. Os cachos de licuri tem em media 1.357
frutos, com comprimento e diâmetro médios de 2,0 cm e 1,4 cm,
respectivamente, com coloração variando de amarelo-claro a laranja. Nas
condições de Cansanção/Nordestina – Bahia, os piques de produção se
estendem de fevereiro a maio, crepaldi at al, (1999) e Braga (2010).
O licurizeiro começa e frutificar seis anos após a germinação da plântula.
A produção média anual em um hectare nativo é de 2 toneladas de
coquinhos. Nos anos de pluviosidade abaixo da média, a produção diminui
com a ocorrência do estresse hídrico, o inicio da produção da palmeira
tarda alguns meses, no entanto não chega a comprometer a safra anual.
Os frutos devem ser coletados diretamente da árvore quando iniciam
queda espontânea. Deve-se deixá-los secar. Apesar da grande utilidade
que o licuri apresenta, faltam informações conclusivas sobre a germinação
de suas sementes e o desenvolvimento inicial das plantas.
Quanto ao ataque de “pragas” e doenças, pouco se sabe a respeito
podendo citar apenas como “praga” dessa planta a Batrachedra nuciferae,
que também ataca o coqueiro.
Da amêndoa também e extraído um óleo, esta contem 55 a 61% de óleo
comestível, análogo ao coqueiro da praia (Cocus nucifera). Muito
apreciado na produção de saponáceos (sabão em pó, detergentes, sabão
em barra e sabonetes finos) considerados de alta qualidade, visto que o
licuri e considerado o melhor óleo brasileiro para a produção de sabão. Do
resíduo obtido com a extração do óleo, origina-se uma torta que serve
como alimento para os animais, esta torta apresenta 41% de substâncias
não azotadas, 19% de proteínas, 16% de celulose e 11% a 12% de óleo.
Representa ótima ração adicional para vacas leiteiras.
Em relação a análise nutricional dos frutos do licuri, merece destaque o
teor de lipídeos (49,2%) e de proteínas (11,5%) da amêndoa e o teor de
carboidratos totais (13,2%) da polpa dos frutos, de acordo com Gomes,
(1977). O teor de proteínas, embora menos expressivo do que em outros
vegetais, é maior do que o encontrado em frutos de espécies de palmeiras
amazônicas, que varia de 1,18 a 5,5%, ou em frutos de palmeiras de
outras regiões, como as dos gêneros Jessenia e Oenocarpus, que
corresponde a apenas 8% do peso seco. A analise realizada nos frutos de
licuri indica que a espécie apresenta frutos bastante energéticos (635,9
kcal 100 g-1), sendo estimado um valor calórico de 108,6 kcal 100 g-1
para a polpa e 527,3 kcal 100 g-1 para a amêndoa. Estudando a
Composição nutricional do fruto de licuri, crepaldi at al, (1999),
descobriram que aproximadamente 14 frutos de licuri suprem metade
das necessidades diárias de vitamina A, da necessidade diária de 700 ER
(Equivalente Retinol) para crianças na faixa escolar de 7 a 10 anos.
4. Conceito de extrativismo
O termo extrativismo, em geral é utilizado para designar toda atividade
de coleta de produtos naturais, seja de origem mineral (exploração de
minerais), animal (peles, carne, óleos), ou vegetal (madeiras, folhas,
frutos...). Rafael Pinzón Rueda - Ibama
Para Hironaka (1997), a atividade extrativa poderá figurar, no quadro
classificatório das atividades agrárias, ora como atividade acessória, ora
como atividade principal, de acordo com o grau de projeção que ela
possua sobre as demais atividades desenvolvidas num determinado
imóvel rural.
Estudando os desafios e tendências do extrativismo do Açai, Homma et al
(2006), observaram que a integração em diversos Sistemas Agroflorestais
(SAF´s), constituem procedimentos que os produtores estão adotando. A
mesma tendência foi evidenciada por Marinho (2005), estudando a
dinâmica das relações socioeconômicas e ecológicas no extrativismo do
açaí, o qual aponta a agrosilvicultura como melhor alternativa para
obstruir o declínio do extrativismo. Outros autores não chegam a falar em
SAF´s, mas se dirigem a um grupo específico de extrativistas, como
“agricultores” extrativistas.
Em relação ao licuri (Syagrus coronata), Lima (1988), estudando sua
ocorrência na Bahia, percebeu que os agricultores vêm desenvolvendo
suas atividades agrícolas entre estas palmáceas. Em áreas muito densas,
são realizados desbastes, e nos espaços intercalares exploram-se culturas
como, milho, feijão, mamona, mandioca e sisal. Para este autor os
extrativistas de licuri da Bahia, podem ser classificados como
silviagrícolas. No entanto ele não levou em consideração que nestes
espaços também aparece uma incipiente pecuária, portanto levando em
consideração esta caracterização econômica, o grupo de interesse foco
desta sistematização, pode ser classificado numa categoria mais complexa
de SAF, que é a atividade agrosilviopastoril.
5. Eixo da sistematização
Intervenção no processo de quebra do licuri, com vistas no fortalecimento
organizacional e na exploração sustentável.
Palavras chaves: organização, extrativismo, silvicultura, sustentabilidade e
licuri.
6. Reflexão crítica sobre a tese (situação inicial e seu contexto)
O povoamento e vegetação da palmeira no subterritório aconteceram no
período conhecido como ciclo do gado. Neste período o território que
originou as comunidades compreendia uma área de fundo de pasto. O
próprio gado era o responsável pela quebra da dormência e propagação
do coquinho, trazido em sua pança de suas
andanças por outras regiões.
O surgimento dos primeiros moradores
aconteceu por volta de 150 anos atrás,
dando origem as comunidades que formam o
Subterritório A União Faz a Força.
O licuri ao longo do tempo foi assumindo um
papel importante na geração da renda das
famílias. Inclusive durante as secas históricas que acometeram a região,
quando as comunidades davam como inviável o plantio das culturas
domesticadas, o ouricuri era a única salvação, através da farinha da haste
(bró), que saciava a fome da população local, enquanto que a palha
(pindoba) se oferecia aos animais. “O licuri dava de tudo até o bró”,
disse Dona Genésia, moradora da comunidade de Fazenda Caixão.
Mesmo nos anos cujas estações eram irregulares, nas condições do
semiárido local, o extrativismo do licuri ocupava a maior parte da mão-de-
obra familiar.
Quebrando de forma rudimentar (a pedra), o rendimento de uma jornada
de trabalho de uma família, não excedia produção de 6 a 7 kg de
amêndoa, mas era necessário a coleta de 250 kg de licuri bruto. Para
Antigamente não existia
licuri era uma área de
fundo de pasto, o gado
que pastava em outras
regiões foi que começou a
disseminar a plantação do
licuri. Fonte: Valdenor
(Presidente Assoc. e ADS)
preencher um saco de 50 kg de amêndoa eram necessários cerca de 04 a
05 dias de trabalho. A venda na melhor época era feita por R$ 1,00/kg.
Com rendimentos mensais inferiores ao salário mínimo da época, no
entanto para aferir com precisão a receita líquida da atividade, as horas
de trabalho envolvidas na coleta e transporte do material bruto, deveriam
estar no cálculo do trabalho realizado para produzir a amêndoa. De
qualquer forma o extrativismo passou a ser mais uma atividade
econômica das comunidades, complementada com outras atividades
agrícolas.
Muitas mulheres se queixam que o esforço repetitivo para realização do
trabalho de quebra, após vários anos, fez surgir de dores fortes nas mãos
e nas juntas. Em relação a esta questão, não foram encontrados dados na
Secretaria de Saúde do município.
As mulheres jovens e adultas ficavam com a função de coletar o cacho de
licuri e depois quebrar através de um sistema rudimentar com um porrete
ou pedra, o rendimento dependia da destreza de cada uma.
Praticamente toda a família se envolvia no processo de coleta, quebra e
comercialização. Os jovens do sexo masculino participavam deste
processo mais ativamente, até perder completamente o interesse pela
atividade, devido sua desvalorização econômica.
O processo de quebra de ouricuri ainda pode ser visto da mesma forma
como acontecia no período da gênese das comunidades. As mulheres
percorriam distâncias consideráveis para realizar a coleta na natureza,
direto da planta ou os coquinhos caídos ao chão e esparramados ao redor
da planta (os caídos ao chão já estavam secos e prontos para a quebra,
mas os cachos coletados diretos da planta deveriam ser espalhados no
terreiro para secar) sentavam nas salas das casas, às vezes com a ajuda
de vizinhas, amigas e parentas, em forma de mutirão, com o auxílio de
uma pedra grande, como base (uma para cada quebradeira), realizavam a
quebra do coquinho. Sobre a pedra maior, punham o coquinho e com uma
pedra menor o esmagavam, separando a casca da amêndoa. Em termos
de rendimento uma mulher quebrava 05 kg de licuri bruto para produzir
1kg de amêndoa, o processo todo dura em média 01 hora e mais meia
hora para juntar (separação da amêndoa da casca) a depender da
destreza.
A casca, proveniente da separação ia para a natureza, mas a amêndoa
seguia para ser comercializada no quilo, como Pode ser visto no relato de
Dona Damiana, moradora do subterritório: “Ajudava a família na
coleta, carregava em cestos e ia fazendo as rumas. Depois
quebrava na pedra, com o passar começaram a quebrar no motor
de sisal e peneirava 05 vezes. Ajuntava três dias em seguida e
depois ia quebrar e debulhar”.
Várias tentativas foram realizadas pelas comunidades, na possibilidade de
aumentar a oferta da amêndoa, uma delas foi a adaptação de uma
máquina de beneficiar sisal, transformando-a numa quebradeira de licuri.
Mas a máquina era muito rudimentar e o produto da quebra não possuía
muita qualidade. Ainda existe uma na comunidade de Fazenda Caixão.
Depois as comunidades perderam o interesse devido os baixos preços
pagos pelo mercado paralelo, segundo Dona Genésia – Tesoureira da
Associação de Faz. Caixão: “O atravessador foi quem desvalorizou o
licuri, principalmente com a chegada do motor de sisal que sai
muito sujo. Antes quando a quebra era manual o licuri tinha mais
valor porque era limpo (não tinha casca)”. Na realidade este não foi
a única causa, de acordo com Técnicos da EBDA de Cansanção, os baixos
preços oferecidos pelos compradores aconteceu, quando se percebeu que
dentro dos sacos de licuri existiam pedras, assim projetava-se uma
produção mascarada, o que acabou fazendo o mercado despencar.
O licuri era utilizado de várias formas, na alimentação humana e animal;
em manufaturas de artesanatos diversos (chapéus, esteiras, bocapiu etc).
E com a renda advinda da comercialização da amêndoa se comprava
roupa e outros tipos de alimentos e ração.
7. Reflexão crítica sobre a antítese (processo de intervenção e seu
contexto)
Os depoimentos advindos da 2ª
Roda de Aprendizagem, retratam um
período que coincide com a chegada
do Projeto Gente de Valor, em 2008
e o processo de acompanhamento
técnico voltado para as questões
específicas do extrativismo do liricuri
nas comunidades.
Segundo os integrantes do grupo de interesse duas ações simples, porém
importantes, são indicadoras de novos rumos para a produção da
amêndoa do licuri no subterritório: a primeira diz respeito a uma
significativa mudança no processo de quebra, com a introdução de duas
máquinas quebradeiras, pelo Projeto Gente de Valor, especialmente
confeccionadas, em chapas de aço exclusivas, para atender as
comunidades. Uma delas é móvel, estando disposta em uma charrete
rebocada por moto (transporte comum na região). A segunda está sendo
a construção de secadores, para onde vai o licuri coletado da natureza,
após sofrer um processo de secagem natural, sobre um piso cimentado,
limpo e isento de pedras e/ou sujeiras, segue para o processo de quebra.
De acordo com Sr. Antonio, morador da Faz. Caixão, “Hoje com o secador,
acredito que vai render mais porque vai secar mais rápido e também se chover
não vai mais se perder.” Sem o secador, que nada mais é do que uma
plataforma cimentada, com dimensões definidas (06mx04m), o licuri
passava mais de 15 dias secando no terreiro, sem nenhum critério no
Para Dona Marileide
do Subterritório A
União Faz a Força, a
máquina vai facilitar
bastante, porque em
vez de está quebrando
já está juntando.
manuseio, para depois seguir para o processo de quebra, com o secado,
calcula-se em torno de 05 a 08 dias a conclusão do processo de secagem.
Com o processo de quebra mecanizado, espera-se uma melhora
significativa nos indicadores de saúde por trabalho repetitivo, como diz
Dona Genésia, Tesoureira da Associação da Faz. Caixão: “Sobre a quebra na
mão, eu quebrava cinco sexto, que dava mais ou menos 3 kg e sentia muito a
mão e hoje agente com esta novidade da máquina, já vi que agente não vai ter
mais este problema...”.
Há uma consciência comunitária em ralação aos rendimentos da produção
da amêndoa através da quebra na máquina, como também a melhoria no
preço por kg de amêndoa produzida, pelo fato de ser uma amêndoa limpa,
como diz a Dona Maristela moradora do Subterritório A União Faz a Força,
“Antes agente quebrava o licuri e os compradores compravam de todo jeito,
hoje compra sujo de 01 real e de 1,70 licuri limpo.”
As máquinas chegaram no Subterritório A União Faz a Força no mês de
abril de 2012, os primeiros testes revelaram uma eficiência de quebra de
600kg de licuri/hora. Mais de 35 toneladas de licuri bruto foram
quebrados, com a produção de 07 toneladas de amêndoa em uma única
máquina, em apenas três meses de uso.
Dois aspectos importantes que concorrem para a recuperação da atividade
podem ser observados em igual período, o primeiro corresponde a
valorização da amêndoa no mercado local, devido o aumento da demanda
por óleo de licuri pela indústria química, para fabricação de sabão, neste
aspecto a AREFASE – Associação da Escola Família Agrícola do Sertão de
Monte Santo, vem assumindo a vanguarda na aquisição da amêndoa para
esmagamento e repasse do óleo para a indústria, imprimindo preços
competitivos até o momento. O outro aspecto corresponde ao valor pago
do pelo quilo da amêndoa, R$ 1,70, fator que tem aquecido este setor nos
municípios de Cansanção, Nordestina e Monte Santo.
A capacidade de quebra de licuri nesta nova conjuntura, está trazendo
outro sentimento em relação a participação das mulheres, 80% do grupo
de interesse é composto por elas e são elas que estão gerenciando a
atividade como um todo, a exemplo do galpão de armazenamento,
processo de comercialização e gestão financeira. Na verdade o tempo
ganho por elas com a introdução de mecanismos mais automatizados,
está sendo otimizado em processos de capacitação, reuniões
comunitárias, sensibilização e mobilização de jovens de ambos os sexos,
de vizinhas e parentes, que ainda não estavam envolvidas no esquema do
trabalho.
Também vale destacar que o perfil cultural que foi desenvolvido em torno
do licuri há gerações, não foi obstruído com a introdução das máquinas de
quebra, por exemplo, a seleção da amêndoa continua manualmente, em
respeito a este traço cultural.
8. Síntese (resultados e efeitos, situação final)
O grupo de interesse se sente fortalecido por ter iniciado o processo de
mobilização, para o fortalecimento na exploração
sustentável da palmeira de licuri através do Projeto
Gente de Valor e enfatizam que vão continuar se
fortalecendo cada vez mais e a procura de novos
parceiros que possam apoiar as comunidades.
Compreendem que em relação ao futuro, alguns
sonhos são prontamente perceptíveis, como o
aumento no número de integrantes do grupo de
interesse, o resgate dos jovens, que na sua grande
maioria não se identificam mais com a atividade; a
criação de uma organização mais ampla, que não apresente as limitações
que uma associação apresenta em relação à comercialização e ao acesso
de novos mercados.
É unanime a certeza no aumento da produção e da oferta da amêndoa,
devido às novas tecnologias associadas ao processo de quebra. Pessoas
de outras comunidades de fora do subterritório concorrem para ter acesso
às novas tecnologias disponíveis no subterritório, também com o objetivo
de incrementar a produção e oferecer amêndoa de qualidade no mercado
local.
Com o acesso as novas tecnologias de quebra, as mulheres que haviam
abandonado a atividade, estão voltando a acreditar no trabalho, como diz
Aline, jovem moradora da Faz. Caixão: “As mulheres estão participando bem
“Nossa ideia é criar
uma cooperativa, a
associação tem
poucas possibilidades
de acesso a projetos,
já uma cooperativa é
diferente”. Valdenor
– ADS do
Subterritório A União
Faz a Força
melhor, quando começamos nós ainda éramos acanhadas, mais a tendência é da
participação das mulheres aumentar mais ainda”.
Este grupo comunitário tem ciência que todos estes sonhos serão
possíveis, apenas através de um processo de gestão sólido, transparente
e compartilhado. Como pode se observar no depoimento de Dona
Genésia, tesoureira da Associação de Faz. Caixão, “Estamos tomando conta
das coisas direito, numa comunidade vizinha, na casa de farinha, o presidente
da associação disse: aqui não é só uma pessoa que manuseia com as máquinas
não, todo mundo pode chegar e usar. Oxe! Chegou um e empurrou tanta raiz
que quebrou a máquina e assim ficou sem ter ninguém que assumisse o
conserto”.
Atualmente o licurizeiro está sendo encarado com outros olhares,
principalmente porque ele faz parte da cadeia alimentar de varias espécies
de animais, em especial da Arara-azul-de-Lear. O licuri precisa ter uma
exploração racional e ser encarado pelos agrosilvipastores como um
elemento indispensável ao equilíbrio ecológico local.
O Quadro 01, trás o resultado da estimativa de um trabalho de campo
realizado no subterritorio A união Faz a Força, cansanção, pela equipe de
sistematização e pelos integrantes do Grupo de Interesse. Nesta
experimentação foram aferidas três áreas distintas, medindo cada uma
10m², levando-se em consideração as seguintes características: uma área
de caatinga que não sofreu intervenção humana; uma área que sofreu o
processo de implantação de pastagem e uma área em processo de
recuperação. A coleta de dados foi obtida a partir do método de
amostragem, e os resultados encontrados foram dimensionados para 01
hectare (ha). A área explorada para implantação de pastagem apresentou
o numero de 20 palmeiras/ha, a área sem intervenção humana
apresentou 120 palmeiras/ha e a área em descanso apresentou o número
de 320 palmeiras/ha em processo de renovação.
Quadro 01. Amostragem do número de palmeiras em caatinga virgem e em áreas que
sofreram processo de ocupação humana. - Sistematização do Licuri, comunidade de Faz.
Caixão, município de Cansanção/BA, CAR/Projeto Gente de Valor, 2012.
ÁREA ESTUDADA 01 HECTARE (2,3 TAREFAS)
Caatinga virgem 20
Área explorada com pastagem 120
Área em recuperação 320
Os principais restos culturais provenientes do extrativismo do licuri são: a
casca, proveniente da quebra e a estrutura do cacho com os restos da
inflorescência. Estes últimos geralmente são deixados no campo, o que
acaba favorecendo a ciclagem de nutrientes. A casca resultante do
processo de retirada da amêndoa é um combustível renovável, que pode
ser incluído na matriz energética da região, por possuir baixo teor de
enxofre, a adoção desse material para alimentar fornos de cerâmicas ou
fogões de residências, reduz a pressão pelo corte da vegetação nativa
para produção de lenha, por se tratar de uma energia limpa e de fonte
renovável. O que pode ser visto no depoimento de Danilo Raboçal Araújo
Goes, Engenheiro da Cerâmica aliança: “As cascas do licuri É uma
alternativa de queima, econômica e vem sendo utilizada há 10
anos”. O subterritório ainda não conseguiu viabilizar comprador para este
tipo de produto, sendo que no momento atual, este material está sendo
devolvido a natureza, porém por ser um material extremamente
lignificado, sua decomposição é lenta, mas tem a vantagem de não ser
poluente e servir de cobertura morta.
Além dos produtos obtidos a partir do beneficiamento da amêndoa as
palhas do licuri tem relevante papel no incremento da renda de algumas
famílias através da confecção de artesanato, para que esta atividade não
comprometa a produtividade da palmeira é realizado o manejo de colheita
do material de forma sustentável retirando as palhas com intervalo de
tempo e em quantidade adequada para proporcionar a regeneração e não
prejudicar a produtividade da mesma.
O licuri é um produto predominante na região. Seu aproveitamento
melhorou a renda das famílias, valorizou o trabalho das mulheres
quebradeiras, elevando a autoestima e diminuindo o êxodo rural. É o
principal provedor de recursos para subsistência das comunidades do
semiárido baiano, por ser um produto de alta aceitação no mercado local.
A partir desta compreensão, a capacitação gerencial e cooperativista é
fundamental para o sucesso da atividade, visto que nesta região os
princípios associativos são bastante conhecidos, mas os princípios de
cooperativismo precisam de aprofundamento, principalmente a partir
desta atividade prática.
8.1. Importância econômica do licuri na fase atual e futura
Na Tabela 01, observa-se que na comunidade de Fazenda Caixão,
município de Cansanção, num ano regular de chuvas (duas estações:
inverno e verão), uma família modelo, com produção diversificada, obtém
durante um ano agrícola, uma receita bruta baseada no cultivo de milho,
feijão e mandioca o equivalente a R$ 1.560,00 reais.
TABELA 01. Policultivos (Agricultura Familiar local) - Grupo de interesse de Licuri,
comunidade de Faz. Caixão, município de Cansanção/BA, CAR/Projeto Gente de Valor,
2012.
CULTURA ÁREA
PLANTADA
QUANTIDADE
COLHIDA
VALOR
UNITÁRIO
VALOR
TOTAL
MILHO 01 HECTARE 10 SACAS 18,00 180,00
FEIJÃO 01 HECTARE 06 SACOS 80,00 480,00
MANDIOCA - 30 SACOS 30,00 900,00
VALOR TOTAL BRUTO ANUAL 1.560,00
A intervenção do Projeto Gente de Valor/CAR no setor agrícola e pecuário
através da formação de grupo de interesse, implantação de ensaio
agroecológico, construção de cisternas de produção para sibsidiar a
produção de canteiros econômicos, aquisição de kit veterinário, aquisição
de conjunto motoforrageiro, capacitação para manuseio de equipamentos,
cursos de manejo sanitário e curso de manejo alimentar, serviram para
melhorar alguns indicadores de qualidade da produção, no entanto o que
está representado nas Tabelas 02 e 03 são dados empíricos, fornecidos no
período de sistematização, necessitando de uma análise mais acurada.
TABELA 02. Receita bruta da ovinocultura (Agricultura Familiar local) - Grupo de
interesse de Licuri, comunidade de Faz. Caixão, município de Cansanção/BA, CAR/Projeto
Gente de Valor, 2012.
REBANHO QUANTIDADE DE CABEÇAS
OVINO 10 MATRIZES
FERTILIDADE DE 85% 8.5 PRENHAS
NATALIDADE DE 1.5 AO ANO 12 PARTOS/ANO
PROLIFICIDADE DE 1.5 AO ANO 18 BORREGOS/ANO
MORTALIDADE 10% 02 BURREGOS/ANO
DESCARTE TOTAL 16 BURREGOS/15 kg/ANO
VALOR TOTAL BRUTO ANUAL RS: 1.920,00
O somatório da receita bruta anual do setor agrícola, Tabela 01, somada
com as receitas do setor pecuário, Tabelas 02 e 03, chegam ao valor de
R$ 7. 080,00 reais, o equivalente a R$ 590,00 reais mensais.
TABELA O3. Receita bruta da suinocultura (agricultura familiar local) - Grupo de
interesse de Licuri, comunidade de Faz. Caixão, município de Cansanção/BA, CAR/Projeto
Gente de Valor, 2012.
REBANHO QUANTIDADE DE CABEÇAS
SUINO 10 LEITOA
NATALIDADE DE 2,0 AO ANO 20 PARTOS/ANO
PROLIFICIDADE DE 10 AO ANO 200 LEITÕES/ANO
MORTALIDADE 10% 20 LEITÕES /ANO
DESCARTE TOTAL 180 LEITÕES /ANO
VALOR TOTAL BRUTO ANUAL RS: 3.600,00
Em relação a atividade extrativista do licuri, os investimentos foram
voltados para melhoria do processo de quebra, com implantação de
secadores, deposito de armazenamento e comercialização, máquina de
quebra, balança e assistência técnica sistemática, observa-se na Tabela
04, os índices de quebra no processo mecanizado durante um período de
três (03) meses consecutivos e a equivalente renda bruta aferida.
Comparativamente no processo de quebra manual o rendimento diário de
obtenção de amêndoa circulava em torno de 6 kg/dia, sendo necessário
quebrar por volta de 30 kg de coquinho/dia. Nestas características, uma
família conseguia gerar em média, cerca de R$ 10,20/dia.
TABELA 04. Receita bruta da atividade extrativa do licuri em três meses - Grupo de
interesse de Licuri, comunidade de Faz. Caixão, município de Cansanção/BA, CAR/Projeto
Gente de Valor, 2012.
LICURI ÍNDICES DA QUEBRA
MECANIZADA
RENDIMENTO
COQUINHO 389 KG/DIA 35.010kg/90 dias
AMÊNDOA 78 KG/DIA 7.020kg/90 dias
VALOR TOTAL
BRUTO
1,70/kg R$ 11.934,00/90 dias
9. Lições aprendidas
Durante o processo de debate e partilha
de conhecimento entre os participantes
das rodas de aprendizagem, uma das
lições aprendidas foi a conscientização
que se deve valorizar mais o licuri,
através da sua preservação e da busca
de novos conhecimentos para melhor trabalhar os aspectos comerciais da
palmeira.
A adoção das novas tecnologias apropriadas trouxe melhorias tais como:
melhor aproveitamento do tempo e aumento da produção, maior oferta da
amêndoa no mercado e melhoria da sua qualidade.
Quando o grupo foi confrontado no seminário sobre a experiência vivida,
em relação ao que fariam de maneira diferente ou da mesma forma,
responderam:
a) O que se deveria fazer de maneira diferente?
Fazer ativação das comunidades para o trabalho do licuri, organizar
mais os grupos antes do inicio dos trabalhos especifico com licuri,
para que cada um esteja ciente do seu trabalho e agradecer ao PGV
por tudo que fizeram por nós - (Aline, Mariselma,Maristela, Cosma,
Roberto e Veríssimo);
As lições aprendidas é preservar o
licurizeiro porque é uma fonte de renda
para a família e refrigério para os
animais. Dona Genésia – tesoureira da
Assoc. Faz. Caixão.
Agradecer ao projeto pelos maquinários e buscar mais parcerias -
(Genésia, Damiana, Cremilda, Manoel e José);
Construção de um paiol para cada família; buscar mais parcerias
para a criação da Cooperativa, divulgar mais o trabalho do licuri,
para aumentar a produção e conscientização das famílias a
preservar a palmeira do licuri - Valdenor, Marileide, Geronimo,
Dejanira, Eronildes e Maria Almeida).
b) O que se deveria fazer da mesma forma?
Continuaremos com a mesma equipe técnica e com a organização
dos grupos a trabalhar com as maquinas - (Aline, Mariselma,
Maristela, Cosma, Roberto, Iraildes,Adelaide e Veríssimo);
Repetiria a mesma dose, contratação do especialista, criação do GI,
capacitações do grupo com as divisões de tarefas, implantação do
galpão de estocagem e os equipamentos - (Valdenor, Marileide,
Geronimo, Dejanira, Eronildes e Maria Almeida).
10. Bibliografia consultada
ALBUQUERQUE, F. M.; Galiazzi, M. do C. A formação do professor em Rodas de Formação. R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 92, n. 231, p. 386-
398, maio/ago. 2011.
Cartilha do Ministério da Educação: Secretaria Profissional e Tecnológica –
Licuri no município de Caldeirão Grande/BA. Brasília, 2006.
CREPALDI, I. Cândido; Almeida, L. Bicudo; Rios, M. D. Gonçalves;
Penteado, M. de V. Camargo; Salatino, A. Composição nutricional do
fruto de licuri (Syagrus coronata (Martius) Beccari). Revista
Brasileira de Botânica, vol 24, n2, junho, 2001.
DRUMOND, M.A.; Kiill, L. H. P.; Lima, P. C. F. Oliveira, M. C. de; Oliveira,
V. R. de; Albuquerque, S. G. de; Souza, C. E. de & Vacalcanti, N. J. Estratégias para o Uso Sustentável da Biodiversidade da Caatinga, Grupo de Trabalho, Petrolina, 2000.
EMATER. Orientações para sistematização de experiências. Porto Alegre/RS, 2009.
EMBRAPA – texto sobre licuri do pesquisador João Barbosa: José Barbosa
do Anjos – pesquisador; jbanjos@cpatsa.embrapa.br. Embrapa Semiárido – 87 3862 1711,
28/10/2010.
Extrativismo e beneficiamento do Ouricuri, Syagrus Coronata, no município de Caldeirão Grande – Ba. Relatório, Projeto Gente de Valor/CAR, 2011.
HIRONAKA, G.M. F. Novaes. O extrativismo como atividade agrária. Nota,
1997 - http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=1667&p=1
HESSEL, F. de O.; Saito, C. H.; Oliveira, I. J. Determinação das áreas de potencial ocorrência de araras azuis (Anodorhinchus hyacinthinus) no
Município de Alto Paraíso de Goiás. Anais XIV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Natal, Brasil, 25-30 abril 2009, INPE, p. 3899-
3906.
HOMMA, A. K. O.; Nogueira, O. L.; Menezes, A. J. E. A. de; Carvalho, J. E. U. de; Nicoli, C. M. L. & Matos, G. B. de. AÇAÍ: NOVOS ESAFIOS E
TENDÊNCIAS. Amazônia: Ci. & Desenv., Belém, v. 1, n. 2, jan./jun. 2006.
Jornal A Tarde – edição de 27/06/2005.
LIMA, P. C. Fernandes. SISTEMAS AGROSSILVICULTURAIS
DESENVOLVIDOS NO SEMI-ÁRIDO BRASILEIRO. Boletim de Pesquisa Florestal, Colombo, n16, p. 7 – 17, dez. 1988.
Ministério do Meio Ambiente: Uma Contribuição para Desenvolvimento
Econômico do Brasil a Partir do Uso Sustentável da Biodiversidade, 2010.
Projeto Gente de Valor/CAR – DRP – Diagnóstico Rural Participativo das
Comunidades: Fazenda Caixão, Lagoa Comprida, Lagoa do Golfo d Lagoa do
Cigano, Município de Cansanção, Nov. 2008.
MARINHO, J. A. M. Dinâmica das Relações Socioeconômicas e Ecológicas
no Extrativismo do Açai: O caso do Médio Rio Pracuuba, São Sebastião da Boa Vista, Marajó-PA (Dissertação de Mestrado). UFPA, 2005.
MILANI, C. S. Roteiro de Sistematização de Práticas de Desenvolvimento Local. Salvador: CIAGS/UFBA, 2005.
top related