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Universidade de Aveiro
2010
Departamento de Didctica e Tecnologia Educativa
Sofia Daniela Peixoto Vieira
Decorar a minha escola - tecnologias informticas e padres geomtricos
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Universidade de Aveiro
2010
Departamento de Didctica e Tecnologia Educativa
Sofia Daniela Peixoto Vieira
Decorar a minha escola - tecnologias informticas e padres geomtricos
dissertao apresentada Universidade de Aveiro para cumprimento dos requisitos necessrios obteno do grau de Mestre em Multimdia em educao, realizada sob a orientao cientfica da Doutora Isabel Cabrita, Professora Auxiliar do Departamento de Didctica e Tecnologia Educativa da Universidade de Aveiro
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Dedico este trabalho aos meus pais, minha irm, ao Joo, Maria Leonor e ao scar.
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o jri
presidente
Doutor Pedro Alexandre Ferreira dos Santos Almeida Professor Auxiliar da Universidade de Aveiro
Doutora Lia Raquel Moreira Oliveira Professora Auxiliar do Instituto de Educao da Universidade do Minho
Doutora Isabel Maria Cabrita dos Reis Pires Pereira Professora Auxiliar da Universidade de Aveiro (Orientadora)
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agradecimentos
minha famlia, em particular aos meus pais pelo tempo que lhes fiquei a dever. Ao scar que esteve sempre do meu lado. s minhas companheiras de luta Carla Maia e Isabel Henriques. minha orientadora, Professora Isabel Cabrita, pela preciosa colaborao e, sobretudo, pela sua disponibilidade e capacidade de incentivo. Antnia e Maria urea pela fora, compreenso e disponibilidade. Aos alunos que colaboraram neste trabalho sem os quais no era possvel a sua realizao.
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palavras-chave
Tecnologias informticas, padres geomtricos, isometrias, frisos, desenvolvimento de projectos.
resumo
O contacto com as tecnologias informticas comea desde tenra idade quando os brinquedos se tornam cada vez mais tecnolgicos e passam a ser parte integrante da vida das crianas. A escola tem, por isso, o dever de integrar as tecnologias nas suas prticas logo nos primeiros anos escolares permitindo, assim, o desenvolvimento de competncias essenciais nesta e outras reas, tanto mais que essa integrao beneficia o processo de ensino e de aprendizagem. As tecnologias podem funcionar como forte aliado na construo do conhecimento. No obstante a sua importncia, a Matemtica vista muitas vezes como enfadonha, difcil e totalmente desenquadrada da realidade. Experincias de aprendizagem com padres geomtricos, nomeadamente frisos, podero constituir uma forma de incentivar mudana deste preconceito negativo acerca da Matemtica ao mesmo tempo que contribuem para o desenvolvimento da competncia Matemtica em geral e da geometria em particular. Nesta rea, outra problemtica presente nos primeiros anos de escolaridade o escasso desenvolvimento de projectos e o trabalho entre pares, talvez por se achar que a pouca autonomia e capacidade de trabalho das crianas um impedimento para a implementao destas prticas na sala de aula. Neste seguimento, com a investigao desenvolvida pretendeu-se avaliar o impacto do uso das tecnologias informticas no 1 ano do 1 Ciclo do Ensino Bsico, como suporte de uma abordagem centrada nos padres matemticos, num ambiente de trabalho de projecto, no desenvolvimento de competncias matemticas e tecnolgicas. Atendendo aos objectivos que se perseguiam, optou-se por um estudo de caso mltiplo, essencialmente qualitativo, que se desenvolveu num contexto de investigao-aco, numa turma do 1 ano de uma escola do 1 Ciclo do Ensino Bsico. As principais tcnicas e instrumentos de recolha de dados consistiram na observao, directa e participante, apoiada por registo em vdeo e fotogrfico e por um dirio de bordo, onde foram anotados comentrios, comportamentos e reaces das crianas, e na anlise documental das produes dos alunos. No incio do estudo foi tambm utilizado o inqurito por questionrio com o objectivo de averiguar os conhecimentos prvios dos alunos a nvel tecnolgico. A anlise dos dados, descritiva e interpretativa, foi apoiada em transcries, digitalizaes e fotografias representativas. Os dados de natureza quantitativa foram tratados por recurso ao programa Excel e apresentados em quadros. A investigao desenvolvida permite concluir que um trabalho de projecto desenvolvido com alunos de baixa faixa etria que concilie as tecnologias informticas e a Matemtica, mais concretamente padres geomtricos, contribui efectivamente para o desenvolvimento de competncias matemticas e tecnolgicas.
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keywords
Computer technology, geometric patterns, isometries, strips, projects development.
abstract
Despite its importance, mathematics is often seen as boring, difficult and totally out of reality. From the very beginning, learning experiences with geometric patterns, namely strips, supported by informatics tools, can be a way to encourage a change on that negative preconception about mathematics at same time that contributes to the development of mathematics skills in general and of geometry in particular. On the other hand, in earliest years of schooling, there are insufficient development of projects and teamwork, maybe due to the believe that the limited autonomy and work capacity of children is an obstacle to the implementation of these practices in the classroom. Following this, this research aimed to assess the impact of the use of informatics tools in the elementary grade level (age 6-7), as a support for an approach focused on translational symmetry patterns, in an environment of work project, in the development of geometric and technological skills. We opted for a multiple case study, essentially qualitative, that was developed in a context of action research. The main techniques and tools for data collection consisted in the direct and participant observation, supported by video and photographic record and a logbook where comments, behaviours and reactions of students were noted, and documental analysis of students' productions. Data analysis, descriptive and interpretative, was supported in representative transcriptions, scans and photos. The developed research allows concluding that a project work with students from low age reconciling informatics tools and mathematics, more specifically frieze patterns, contributes, effectively, to the development of transversal and specific mathematical and technologies skills.
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NDICE
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ndice
III
ndice CAPTULO I - INTRODUO --------------------------------------------------------------------------------------------------- 1
1. Caracterizao do estudo ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 5
1.1. Apresentao do problema ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 5
1.2. Objectivos do estudo ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 6
1.3. Importncia do estudo ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 6
CAPTULO II ENQUADRAMENTO TERICO --------------------------------------------------------------------------- 9
1. Tecnologias informticas ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 11
1.1. Contextualizao das tecnologias informticas em Portugal ---------------------------------------------------------- 11
1.2. Impacto da integrao das tecnologias informticas em alunos, professores e escolas ---------------------- 13
1.3. Contributos das tecnologias informticas para a aprendizagem na infncia -------------------------------------- 18
1.4. Papel dos intervenientes no processo de ensino e de aprendizagem ---------------------------------------------- 21
1.5. Relao das tecnologias informticas com a Matemtica ------------------------------------------------------------- 23
1.6. O quadro interactivo ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 27
1.7. Servios da Internet -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 33
2. Matemtica --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 36
2.1. O papel dos padres no desenvolvimento da competncia Matemtica ------------------------------------------- 36
2.2. Os padres nas Orientaes Curriculares Nacionais ------------------------------------------------------------------- 39
2.3. Simetria e padres geomtricos ---------------------------------------------------------------------------------------------- 41
2.4. Frisos -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 42
2.4.1. Isometrias no plano euclidiano --------------------------------------------------------------------------------------------- 45
2.4.2. Classificao de frisos -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 47
2.4.3. Notaes usadas pelos matemticos para classificao de frisos ------------------------------------------------ 49
3. rea de Projecto -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 52
3.1. A importncia da rea de Projecto no desenvolvimento de competncias essenciais ------------------------- 52
3.2. Trabalho de projecto e experincias de aprendizagem significantes ----------------------------------------------- 58
3.3. O papel do professor na rea de Projecto --------------------------------------------------------------------------------- 60
3.4. As tecnologias informticas integradas na rea de Projecto ---------------------------------------------------------- 62
3.5. A Matemtica e o desenvolvimento de projectos ------------------------------------------------------------------------ 64
CAPTULO III METODOLOGIA -------------------------------------------------------------------------------------------- 67
1. Opes metodolgicas ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 69
2. Design da investigao ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 72
3. Participantes na investigao ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 74
4. Principais tcnicas e instrumentos de recolha de dados ----------------------------------------------------------------- 77
4.1. O questionrio --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 77
4.2. Testes de avaliao das aprendizagens ----------------------------------------------------------------------------------- 78
4.3. Grelhas de observao --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 81
4.4. Dirio de bordo -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 81
4.5. Produes dos alunos ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 82
5. Descrio do estudo --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 82
5.1. Sesses preliminares ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 84
5.1.1. Computador, Internet e applet ---------------------------------------------------------------------------------------------- 84
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Decorar a minha escola tecnologias informticas e padres geomtricos
IV
5.1.2. Quadro interactivo ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 85
5.1.3. Pr-teste matemtico --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 86
5.2. Sesses principais --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 86
5.2.1. Sesso um ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 86
5.2.2. Sesso dois --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 87
5.2.3. Sesso trs ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 88
5.2.4. Sesso quatro ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 89
5.2.5. Sesso cinco -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 90
5.2.6. Sesso seis ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 91
5.2.7. Sesso sete --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 93
5.2.8. Sesso oito ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 94
5.2.9. Sesso nove -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 95
5.2.10. Sesso dez -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 95
5.2.11. Sesso onze ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 97
5.2.12. Sesso doze ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 97
5.2.13. ltima sesso ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 98
6. Tratamento e apresentao de dados ----------------------------------------------------------------------------------------- 98
CAPTULO IV ANLISE DE DADOS ----------------------------------------------------------------------------------- 101
Ana----------- --------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------104
1. Competncias tecnolgicas ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 104
1.1. Computador ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 104
1.1.1. Applets -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 105
1.1.2. Pastas --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 106
1.1.3. Internet -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 106
1.2. Quadro interactivo -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 107
1.3. Mquina fotogrfica e vdeo digital ----------------------------------------------------------------------------------------- 108
1.4. Rdio/ leitor de CDs ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 109
2. Competncias Matemticas ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 110
2.1. Isometrias ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 110
2.1.1.Translao ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 110
2.1.2. Reflexo ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 111
2.1.3. Rotao ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 113
2.1.4. Reflexo deslizante ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 115
2.2.Simetria ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 116
2.2.1.Por reflexo -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 116
2.2.2. Por translao numa nica direco Frisos ------------------------------------------------------------------------ 117
3. Competncias transversais ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 122
3.1. Autonomia ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 122
3.2. Esprito de iniciativa ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 123
3.3.Relacionamento interpessoal e de grupo --------------------------------------------------------------------------------- 124
3.4.Comunicao --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 124
Lus---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------126
1. Competncias tecnolgicas ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 126
-
ndice
V
1.1. Computador ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 126
1.1.1. Applets -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 127
1.1.2. Pastas --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 128
1.1.3. Internet -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 128
1.2. Quadro interactivo -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 129
1.3. Mquina fotogrfica e vdeo digital ----------------------------------------------------------------------------------------- 130
1.4. Rdio/leitor de CDs ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 131
2. Competncias Matemticas ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 131
2.1.Isometrias ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 131
2.1.1.Translao ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 131
2.1.2. Reflexo ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 133
2.1.3. Rotao de meia-volta ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 135
2.1.4. Reflexo deslizante ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 136
2.2.Simetria ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 138
2.2.1.Por reflexo -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 138
2.2.2. Por translao numa nica direco Frisos ------------------------------------------------------------------------ 139
3. Competncias transversais ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 143
3.1. Autonomia ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 143
3.2. Esprito de iniciativa ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 144
3.3. Relacionamento interpessoal e de grupo -------------------------------------------------------------------------------- 145
3.4. Comunicao -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 146
Vanessa------------- ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 148
1. Competncias tecnolgicas ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 148
1.1.Computador ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 148
1.1.1. Applets -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 149
1.1.2. Pastas --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 150
1.1.3. Internet -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 151
1.2. Quadro interactivo -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 152
1.3. Mquina fotogrfica e vdeo digital ----------------------------------------------------------------------------------------- 153
1.4. Rdio/leitor de CDs ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 155
2. Competncias Matemticas ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 155
2.1. Isometrias ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 155
2.1.1.Translao ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 155
2.1.2. Reflexo ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 157
2.1.3. Rotao de meia-volta ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 159
2.1.4. Reflexo deslizante ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 160
2.2.Simetria ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 161
2.2.1. Por reflexo -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 161
2.2.2. Por translao numa nica direco Frisos ------------------------------------------------------------------------ 163
3. Competncias transversais ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 166
3.1. Autonomia ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 166
3.2. Esprito de iniciativa ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 167
3.3. Relacionamento interpessoal e de grupo -------------------------------------------------------------------------------- 168
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Decorar a minha escola tecnologias informticas e padres geomtricos
VI
3.4. Comunicao -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 168
Vtor--------- ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 170
1. Competncias tecnolgicas ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 170
1.1. Computador ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 170
1.1.1. Applets -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 171
1.1.2. Pastas --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 172
1.1.3. Internet -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 173
1.2. Quadro interactivo -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 174
1.3. Mquina fotogrfica e vdeo digital ----------------------------------------------------------------------------------------- 175
1.4. Rdio/leitor de CDs ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 176
2. Competncias Matemticas ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 177
2.1. Isometrias ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 177
2.1.1. Translao --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 177
2.1.2. Reflexo ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 178
2.1.3. Rotao de meia-volta ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 180
2.1.4. Reflexo deslizante ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 181
2.2. Simetria --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 182
2.2.1. Por reflexo -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 182
2.2.2. Por translao numa nica direco Frisos ------------------------------------------------------------------------ 183
3. Competncias transversais ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 188
3.1. Autonomia ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 188
3.2. Esprito de iniciativa ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 188
3.3. Relacionamento interpessoal e de grupo -------------------------------------------------------------------------------- 189
3.4. Comunicao -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 190
CAPTULO V - CONCLUSES, LIMITAES E ALGUMAS RECOMENDAES ------------------------- 191
1. Principais concluses ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 193
1.1. Competncias tecnolgicas -------------------------------------------------------------------------------------------------- 193
1.2.Competncias Matemticas -------------------------------------------------------------------------------------------------- 196
1.3.Competncias transversais --------------------------------------------------------------------------------------------------- 199
1.4. Concluso geral ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 200
2. Limitaes do estudo ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 201
3. Recomendaes e sugestes de investigaes futuras ---------------------------------------------------------------- 202
BIBLIOGRAFIA ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 203
ANEXOS -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 217
-
ndice
VII
ndice de figuras
Figura 1: Primeira interface do StarBoard software. ........................................................................................ 32
Figura 2: Padres ornamentais no plano: rosceas, frisos e papis de parede imagem retirada de Cabrita et
al. (2009: 59). ................................................................................................................................................... 42
Figura 3: Painel em Arraiolos; coluna; bolsa de artesanato moambicano. ..................................................... 42
Figura 4: Inflorescncia da Heliconia rostrata e Lampropeltis triangulum syspila. ........................................... 43
Figura 5: Translao de qualquer ponto do plano - imagem retirada de Cabrita et al. (2009: 54). .................. 45
Figura 6: Rotao de um plano (representada por uma figura do plano) imagem retirada de Cabrita et al.
(2009: 55). ....................................................................................................................................................... 46
Figura 7: Reflexo de um plano (representada por uma figura do plano) imagem retirada de Cabrita et al.
(2009: 57). ....................................................................................................................................................... 46
Figura 8: Reflexes deslizantes - imagem retirada de Cabrita et al. (2009: 58)................................................47
Figura 9: Friso com translao......................................................................................................................... 48
Figura 10: Friso com rotao de meia-volta e translao. ............................................................................... 48
Figura 11: Friso com reflexo de eixo horizontal e translao. ........................................................................ 48
Figura 12: Friso com reflexo de eixo vertical e translao. ............................................................................ 48
Figura 13: Friso com reflexo de eixo horizontal, rotao de meia-volta e translao. .................................... 48
Figura 14: Friso com reflexo de eixo vertical, rotao de meia-volta e translao. ........................................ 49
Figura 15: Friso com reflexo deslizante e translao. .................................................................................... 49
Figura 16: Representao de uma das notaes usadas para classificao dos sete tipos de frisos retirada de
(http://www.atractor.pt/simetria/matematica/materiais/exercicio-frisos.htm - acessvel a 18-06-2009). ........... 50
Figura 17: Fluxograma para classificao de Frisos [de Washburn e Crowe] retirado de
http://www.mat.uc.pt/~emsa/ActiMat2008/Simetrias/E_Veloso/VelosoPF3.pdf (acessvel a 10-06-2009). ...... 50
Figura 18: Fluxograma para classificao de Frisos adaptado de APM (http://www.apm.pt/apm/aer/fluxog.html
-acessvel a 16-06-2009). ................................................................................................................................ 51
Figura 19: Esquema do design da investigao. ............................................................................................. 73
Figura 20: Questo 1 do teste de Matemtica. ................................................................................................ 79
Figura 21: Questo 5 do teste de Matemtica. ................................................................................................ 80
Figura 22: Questo 8 do teste de Matemtica. ................................................................................................ 80
Figura 23: Questo 12 do teste de Matemtica. .............................................................................................. 80
Figura 24: Applet do site http://illuminations.nctm.org/ActivityDetail.aspx?ID=27. ........................................... 85
Figura 25: Imagens de animais plastificadas em vrias actividades no mbito desta investigao................. 90
Figura 26: Animao feita no Geogebra sobre a translao. ........................................................................... 91
Figura 27: Animao do Geogebra sobre reflexo. ......................................................................................... 92
Figura 28: Questo 3 da tarefa Transformar animais. ................................................................................... 93
Figura 29: Questo 6 da tarefa Transformar animais. ................................................................................... 94
Figura 30: Questo 2 da tarefa Frisos de animais. ........................................................................................ 96
Figura 31: Esquema das categorias de anlise. ............................................................................................ 100
Figura 32: Resoluo da Ana no pr-teste tecnolgico. ................................................................................ 105
Figura 33: Resoluo da Ana na tarefa Construir animais com o tamgran. ................................................ 105
Figura 34: Pesquisa na Internet do grupo Os peixes. .................................................................................. 107
Figura 35: Imagem pesquisada e guardada pela Ana na pasta do grupo. ..................................................... 107
Figura 36: Registo fotogrfico da Ana dos animais do espao escolar. ......................................................... 108
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Decorar a minha escola tecnologias informticas e padres geomtricos
VIII
Figura 37: Registo fotogrfico da Ana composio de um pato com as peas do tamgran. ....................... 109
Figura 38: Resoluo da Ana da questo 1 do pr-teste matemtico. .......................................................... 110
Figura 39: Resoluo da Ana na questo 6 do ps-teste matemtico. .......................................................... 111
Figura 40: Resoluo da Ana da questo 2 do pr-teste matemtico. .......................................................... 111
Figura 41: Resoluo da Ana da questo 7 do pr-teste. .............................................................................. 112
Figura 42: Resoluo da Ana da reflexo da figura do porco. ....................................................................... 112
Figura 43: Resoluo da Ana da questo 7 do ps-teste. ............................................................................. 113
Figura 44: Resoluo da Ana da questo 3 do pr-teste matemtico. .......................................................... 113
Figura 45: Resoluo da Ana na rotao de meia-volta da figura da mosca. ................................................ 114
Figura 46: Resoluo da Ana da questo 8 do ps-teste matemtico. .......................................................... 114
Figura 47: Resoluo da Ana da questo 9 do pr-teste. .............................................................................. 115
Figura 48: Resoluo da Ana da questo 5 do pr-teste. .............................................................................. 116
Figura 49: Resoluo da Ana da questo 10 do pr-teste matemtico. ........................................................ 116
Figura 50: Resoluo da Ana na averiguao da simetria da figura do sapo. ............................................... 117
Figura 51: Resoluo da Ana da questo 11 do pr-teste. ............................................................................ 117
Figura 52: Resoluo da Ana da questo 12 do pr-teste matemtico. ........................................................ 118
Figura 53: Resoluo da Ana da questo 13 do pr-teste matemtico. ........................................................ 118
Figura 54: Resoluo da Ana da questo 14 do pr-teste matemtico. ........................................................ 118
Figura 55: Resoluo da Ana da questo 15 do pr-teste matemtico. ........................................................ 119
Figura 56: Resoluo do grupo Os peixes da questo 2 da tarefa Frisos de animais. ............................. 119
Figura 57: Resoluo da Ana da questo 5 da tarefa Frisos de animais. ................................................... 120
Figura 58: Pintura de friso com reflexo de eixo horizontal e translao pelo grupo Os peixes. ................. 120
Figura 59: Resoluo da Ana da questo 12 do ps-teste matemtico. ........................................................ 121
Figura 60: Reflexes indicadas pela Ana na questo 14 do ps-teste matemtico. ...................................... 121
Figura 61: Registo fotogrfico do momento em que a Ana foi exemplificar a translao. .............................. 123
Figura 62: Composio do Lus no pr-teste tecnolgico. ............................................................................. 127
Figura 63: Composio feita pelo Lus na sesso quatro. ............................................................................. 128
Figura 64: Foto pesquisada pelo Lus. ........................................................................................................... 129
Figura 65: Fotografia do Lus no quadro interactivo a continuar um friso. ..................................................... 130
Figura 66: Resoluo do Lus na questo 1 do pr-teste matemtico. .......................................................... 132
Figura 67: Resoluo do Lus da questo 6 do pr-teste matemtico. .......................................................... 132
Figura 68: Resoluo do Lus da questo 6 do ps-teste matemtico. ......................................................... 133
Figura 69: Resoluo do Lus da questo 2 do pr-teste matemtico. .......................................................... 133
Figura 70: Resoluo do Lus da reflexo da figura do pato. ......................................................................... 134
Figura 71: Registo do momento em que o Lus aplicou uma reflexo figura do bisonte. ............................ 134
Figura 72: Resoluo do Lus da questo 2 do ps-teste matemtico. ......................................................... 134
Figura 73: Resoluo do Lus da questo 3 do pr-teste matemtico. .......................................................... 135
Figura 74: Resoluo do Lus na rotao de meia-volta da figura da libelinha. ............................................. 135
Figura 75: Resoluo do Lus da questo 8 do ps-teste matemtico. ......................................................... 136
Figura 76: Resoluo do Lus da questo 9 do pr-teste matemtico. .......................................................... 137
Figura 77: Resoluo do Lus da questo 5 do pr-teste matemtico. .......................................................... 138
Figura 78: Resoluo do Lus da questo 10 do pr-teste matemtico. ........................................................ 138
Figura 79: Borboleta pintada pelo Lus. ......................................................................................................... 139
-
ndice
IX
Figura 80: Resoluo do Lus da questo 11 do pr-teste matemtico. ........................................................ 140
Figura 81: Resoluo do Lus da questo 13 do pr-teste. ........................................................................... 140
Figura 82: Resoluo do Lus da questo 15 do pr-teste. ........................................................................... 141
Figura 83: Resoluo inicial da questo 2 da tarefa Frisos de animais, do grupo do Lus. ......................... 141
Figura 84: Resoluo do Lus da questo 5 da tarefa Frisos de animais. ................................................... 142
Figura 85: Resoluo do Lus da questo 14 do ps-teste. ........................................................................... 143
Figura 86: Pintura de frisos na parede ........................................................................................................... 146
Figura 87: Resoluo da Vanessa no pr-teste tecnolgico. ......................................................................... 149
Figura 88: Registo fotogrfico da Vanessa a fazer a composio de figuras num applet. ............................. 150
Figura 89: Composio construda pela Vanessa.......................................................................................... 150
Figura 90: Imagem pesquisada pela Vanessa. .............................................................................................. 151
Figura 91: Registo fotogrfico do momento em que a Vanessa foi continuar o friso para a frente, no quadro
interactivo. ..................................................................................................................................................... 152
Figura 92: Registo fotogrfico feito pela Vanessa.......................................................................................... 154
Figura 93: Registo fotogrfico feito pela Vanessa.......................................................................................... 154
Figura 94: Resoluo da Vanessa da questo 6 do pr-teste matemtico. ................................................... 156
Figura 95: Resoluo da Vanessa da questo 6 do ps-teste matemtico. .................................................. 156
Figura 96: Resoluo da Vanessa da questo 7 do pr-teste matemtico. ................................................... 157
Figura 97: Registo fotogrfico do momento em que a Vanessa experimentava vrias posies do espelho. 157
Figura 98: Registo fotogrfico do momento em que a Vanessa expe as suas ideias relativamente questo
4 da tarefa Transformar animais. ................................................................................................................. 158
Figura 99: Resoluo da Vanessa da questo 8 do pr-teste matemtico. ................................................... 159
Figura 100: Resoluo da Vanessa na tarefa de rotao de meia - volta de figuras de animais. .................. 159
Figura 101: Resoluo da Vanessa da questo 9 do pr-teste matemtico. ................................................. 160
Figura 102: Resoluo da Vanessa da questo 9 do ps-teste matemtico. ................................................ 161
Figura 103: Resoluo da Vanessa da questo 10 do pr-teste matemtico. ............................................... 161
Figura 104: Borboleta pintada pela Vanessa. ................................................................................................ 162
Figura 105: Registo fotogrfico do momento em que a Vanessa averiguava a simetrias por reflexo. ......... 162
Figura 106: Resoluo da Vanessa da questo 11 do pr-teste matemtico. ............................................... 163
Figura 107: Resoluo da Vanessa da questo 13 do pr-teste matemtico. ............................................... 164
Figura 108: Resoluo da Vanessa da questo 15 do pr-teste. .................................................................. 164
Figura 109: Resoluo da Vanessa da questo 5 da tarefa Frisos de animais. .......................................... 165
Figura 110: Resoluo da Vanessa da questo 12 do ps-teste matemtico. .............................................. 165
Figura 111: Resoluo da Vanessa da questo 14 ps-teste. ....................................................................... 166
Figura 112: Resoluo do Vtor no questo da composio de uma figura de um animal num applet. ......... 171
Figura 113: Composies feitas pelo Vtor na sesso quatro. ....................................................................... 172
Figura 114: Registo fotogrfico do momento em que o grupo Os voadores faz a pesquisa de imagens de
animais, na Internet. ...................................................................................................................................... 174
Figura 115: Imagem pesquisada pelo Vtor e guardada na pasta criada. ...................................................... 174
Figura 116: Registo fotogrfico do Vtor. ....................................................................................................... 176
Figura 117: Resoluo do Vtor da questo 6 do pr-teste matemtico. ....................................................... 177
Figura 118: Resoluo do Vtor da questo 6 do ps-teste matemtico. ....................................................... 178
Figura 119: Resoluo do Vtor na questo 2 do pr-teste matemtico. ....................................................... 178
-
Decorar a minha escola tecnologias informticas e padres geomtricos
X
Figura 120: Resoluo do Vtor na questo 7 do pr-teste matemtico. ....................................................... 178
Figura 121: Registo fotogrfico do momento em que o Vtor observa a reflexo da figura da libelinha. ....... 179
Figura 122: Resoluo do Vtor na questo 7 do ps-teste matemtico. ....................................................... 179
Figura 123: Resoluo do Vtor da questo 8 do pr-teste matemtico. ....................................................... 180
Figura 124: Resoluo inicial do Vtor, na da rotao de meia-volta de figuras de animais plastificadas. ..... 180
Figura 125: Resoluo do Vtor na questo 4 do pr-teste matemtico. ....................................................... 181
Figura 126: Resoluo do Vtor na questo 9 do pr-teste matemtico. ....................................................... 181
Figura 127: Resoluo do Vtor na questo 9 do ps-teste matemtico. ....................................................... 182
Figura 128: Resoluo do Vtor na questo 10 do pr-teste matemtico. ..................................................... 183
Figura 129: Registo fotogrfico do momento em que Vtor e colega do grupo a averiguarem a simetria por
reflexo de figuras de animais. ...................................................................................................................... 183
Figura 130: Resoluo do Vtor da questo 10 do pr-teste matemtico. ..................................................... 184
Figura 131 - Resoluo do Vtor da questo 12 do pr-teste matemtico. .................................................... 184
Figura 132: Resoluo do Vtor da questo 13 do pr-teste matemtico. ..................................................... 184
Figura 133: Resoluo do Vtor da questo 14 do pr-teste. ......................................................................... 185
Figura 134: Resoluo do Vtor da questo 15 do pr-teste. ......................................................................... 185
Figura 135: Resoluo do grupo do Vtor na questo 2, da tarefa Frisos de animais. ................................ 186
Figura 136: Resoluo do Vtor da questo 5 da tarefa Frisos de animais. ................................................ 186
Figura 137: Resoluo do Vtor da questo 12 do ps-teste. ........................................................................ 187
Figura 138: Resoluo do Vtor da questo 14 do ps-teste. ........................................................................ 187
-
ndice
XI
ndice de quadros
Quadro 1: Potencialidades e constrangimentos da utilizao do quadro interactivo. ..................... 31
Quadro 2: Representao esquemtica dos 7 tipos de frisos (http://www.prof2000.pt/users/j.pinto/textos/Frisos_pavimentacoes.pdf -
acessvel a 15-06-2009). ..................................................................................................................................... 49
Quadro 3: Comparao entre duas notaes (http://www.prof2000.pt/users/j.pinto/textos/Frisos_pavimentacoes.pdf - acessvel a 15-06-2009). ... 51
Quadro 4: Recursos tecnolgicos existentes em casa e usados habitualmente. ............................ 75
Quadro 5: Utilizao do computador por parte dos alunos, em casa. ............................................. 75
Quadro 6: Recursos tecnolgicos existentes na sala do Jardim-de-Infncia e usados
habitualmente. .................................................................................................................................. 76
Quadro 7: Utilizao do computador por parte dos alunos, no Jardim-de-Infncia ......................... 76
Quadro 8: Grupos de alunos. ........................................................................................................... 88
Quadro 9: Principais caractersticas das tarefas. ............................................................................. 99
-
Decorar a minha escola tecnologias informticas e padres geomtricos
XII
ndice de anexos
Anexo 1 .......................................................................................................................................................... 219
Anexo 2 .......................................................................................................................................................... 224
Anexo 3 .......................................................................................................................................................... 226
Anexo 4 .......................................................................................................................................................... 234
Anexo 5 .......................................................................................................................................................... 236
Anexo 6 .......................................................................................................................................................... 238
Anexo 7 .......................................................................................................................................................... 240
Anexo 8 .......................................................................................................................................................... 245
Anexo 9 .......................................................................................................................................................... 251
Anexo 10 ........................................................................................................................................................ 253
Anexo 11 ........................................................................................................................................................ 256
Anexo 12 ........................................................................................................................................................ 262
-
CAPTULO I - INTRODUO
-
Decorar a minha escola tecnologias informticas e padres geomtricos
2
-
Captulo I - Introduo
3
Segundo as orientaes curriculares emanadas pelo Ministrio da Educao, no final da
Educao Bsica todos os alunos devem desenvolver determinadas competncias que envolvem
determinados valores e princpios necessrios formao de cidados crticos, activos, solidrios
e responsveis. Neste seguimento, impe-se escola e a todos os docentes a obrigao de
proporcionar situaes e experincias que se reconheam como essenciais para o
desenvolvimento adequado dessas competncias, convergindo as reas curriculares disciplinares
e no disciplinares para a consecuo dessa finalidade.
De acordo com o Decreto-Lei n6/2001, a rea curricular no disciplinar rea de Projecto
visa a concepo, realizao e avaliao de projectos atravs da articulao de saberes de
diversas reas curriculares em torno de problemas, temas de pesquisa ou de interveno. Estes
projectos a desenvolver devem ir ao encontro dos interesses e necessidades dos alunos
procurando responder a uma situao-problema relacionada com o contexto real em que os
mesmos esto inseridos. Todas as actividades devero igualmente contribuir para o
desenvolvimento de capacidades transversais nomeadamente a autonomia, o esprito de iniciativa
e sentido crtico, a capacidade de resolver problemas, o raciocnio, a comunicao e expresso, a
participao activa na comunidade e ainda a criatividade.
A Matemtica, pela sua natureza, no deve ser trabalhada de modo isolado relativamente
a outras reas constituindo uma forte possibilidade para a realizao de projectos
multidisciplinares e interdisciplinares. No entanto, tal como vrios estudos tm revelado, apesar de
os docentes poderem conhecer e dominar vrios mtodos, estratgias e/ou tcnicas didcticas
que facilitam o processo de aprendizagem da Matemtica, no as implementam normalmente com
as crianas, descurando o facto de que esta disciplina deve ser apelativa, motivadora, significante
e deve ser entendida como um meio de perceber e agir sobre a prpria realidade. Uma
abordagem centrada nos padres geomtricos pode assumir, neste processo, um papel de
extrema relevncia.
Outras investigaes revelam, ainda, que algumas daquelas abordagens podem admitir as
tecnologias informticas como eixo enquadrador, j que h indicadores positivos de que podem
contribuir para a criao de ambientes de aprendizagem estimulantes e para o desenvolvimento
de capacidades, conhecimentos e atitudes, mesmo de nvel superior, em vrios domnios. Por
outro lado, as crianas devero estabelecer, desde cedo, um contacto efectivo com as tecnologias
informticas, j que essa cada vez mais a sua realidade. A escola deve dar continuidade ao
contexto social que as rodeia, permitindo s crianas que no tm esse contacto externamente
que o efectivem nesse espao. Tal medida constitui-se uma oportunidade para a democratizao
do ensino. Torna-se, por isso, necessrio e urgente que o uso das tecnologias informticas seja
potencializado transversalmente em todas as reas de ensino e, em particular, na Matemtica.
Como se salienta no documento do Currculo Nacional do Ensino Bsico das
Competncias Essenciais (ME-DEB, 2001), A Matemtica tem contribudo desde sempre para o
desenvolvimento de tcnicas e tecnologias, mesmo quando no so necessrios conhecimentos
matemticos para as utilizar. importante que os alunos realizem actividades que ajudem a
-
Decorar a minha escola tecnologias informticas e padres geomtricos
4
revelar a Matemtica subjacente s tecnologias criadas pelo Homem - por exemplo, instrumentos
de navegao ou de reduo e ampliao -, assim como a Matemtica presente em diversas
profisses (2001:69). Desta feita, no mbito da dissertao do Mestrado em Multimdia em
Educao, optou-se por desenvolver um estudo de caso centrado em trs principais vertentes: o
desenvolvimento (cooperativo) de um projecto (Decorar a minha Escola) centrado nos padres
geomtricos e nas tecnologias informticas.
Esperava-se que esta experincia no terreno permitisse equacionar do interesse e
condies que potenciam a integrao das tecnologias informticas e da Matemtica, mais
concretamente ao nvel dos padres, constituindo-se um referente de boas prticas, enquanto
promotora do desenvolvimento da competncia Matemtica e tecnolgica, num ambiente de
desenvolvimento de um projecto intelectualmente rico e estimulante - Decorar a minha Escola.
-
Captulo I - Introduo
5
1. Caracterizao do estudo
1.1. Apresentao do problema
Segundo o que est definido nas competncias essenciais (ME-DEB, 2001), cooperar em
tarefas e projectos comuns constitui uma das competncias gerais a desenvolver pelos alunos. Os
projectos devem ser enquadrados pelo meio, as necessidades e interesses dos alunos,
sensibilizando-os para a necessidade de uma interveno crtica e activa, to importante na sua
vida social como futuros cidados. Estas situaes so as que permitem, por excelncia,
contextos de aprendizagem enriquecedores pois o envolvimento total dos alunos num projecto que
os responsabilize, tornando-os actores principais na resoluo de um problema, por si s um
factor de motivao. O desenvolvimento destes projectos pode e deve ser auxiliado pelo uso das
tecnologias informticas. Da importncia do papel destas na sociedade e do seu reconhecido
sucesso em contextos educativos, emerge a necessidade de desenvolver competncias
tecnolgicas nos nossos alunos. Para alm disto, a interdisciplinaridade, facilitada pelo uso das
tecnologias, deve ser aproveitada pelo seu grande potencial no auxlio do processo educativo.
A utilizao das tecnologias informticas tem-se mostrado como um forte estmulo ao
desenvolvimento de alguns conceitos matemticos, tais como o reconhecimento de formas. A
Matemtica tambm uma rea que, por se relacionar directamente com contextos reais e por se
focar essencialmente na resoluo de problemas, pode constituir-se como um incentivo
concretizao de projectos vrios.
A explorao dos padres pode contribuir para o desenvolvimento da competncia
Matemtica, permitindo o estabelecimento de conexes e o desenvolvimento do pensamento
algbrico e da percepo geomtrica. Tal como se salienta no novo Programa de Matemtica do
Ensino Bsico (ME-DEB, 2007) - O estabelecimento de conexes essencial para uma
aprendizagem da Matemtica com compreenso e para o desenvolvimento da capacidade de a
utilizar e apreciar (6). Um trabalho com padres permite tambm o desenvolvimento do sentido
esttico dos alunos e potencia uma viso positiva da Matemtica e a capacidade de apreciar esta
cincia - Os alunos devem ser capazes de reconhecer a beleza das formas, regularidades e
estruturas Matemticas (id). igualmente reconhecido o seu importante papel na resoluo de
problemas e no desenvolvimento da capacidade Matemtica.
Neste contexto, constituem-se como problemas:
Contacto limitado com as tecnologias, quando vrios estudos comprovam que a sua
utilizao no contexto escolar uma mais-valia na aprendizagem;
-
Decorar a minha escola tecnologias informticas e padres geomtricos
6
Competncia geomtrica pouco desenvolvida, quando se verifica que a mesma pode
contribuir fortemente para o desenvolvimento do gosto pela Matemtica e para uma
melhor percepo do espao;
Descontextualizao da realidade prxima dos alunos no desenvolvimento de projectos
que desaproveitam as potencialidades da Matemtica e das tecnologias informticas.
1.2. Objectivos do estudo
Quando se trata de um projecto de investigao, a ideia subjacente a previso de um
certo acontecimento ou a concretizao de uma vontade. Pretende-se atingir um determinado
objectivo e que este seja realista, pertinente, concreto e exequvel.
Tendo em conta alguns estudos efectuados e mesmo a experincia profissional e
quotidiana, questiona-se a importncia e a necessidade da utilizao de tecnologias informticas
no ensino e na aprendizagem em faixas etrias muito baixas. De igual modo, questionam-se as
potencialidades de uma abordagem centrada nos padres no desenvolvimento de competncias
Matemticas, nomeadamente ao nvel das transformaes geomtricas, inseridas num projecto a
desenvolver pelos alunos.
O propsito deste estudo consiste em reflectir e avaliar o impacto do uso de tecnologias
informticas no 1 ano do 1 Ciclo do Ensino Bsico, como suporte de uma abordagem centrada
nos padres geomtricos num ambiente de trabalho de projecto, no desenvolvimento de
competncias:
Tecnolgicas nomeadamente ao nvel da apetncia, compreenso e utilizao de
algumas ferramentas tecnolgicas (computador, quadro interactivo, mquina digital,
servios da Internet, rdio/leitor de CDs);
Matemticas essencialmente ao nvel das isometrias no plano euclidiano: rotao,
translao, reflexo, reflexo deslizante e da simetria por reflexo e por translao numa
nica direco frisos;
Transversais nomeadamente autonomia, esprito de iniciativa, relacionamento
interpessoal e de grupo e comunicao.
1.3. Importncia do estudo
A importncia deste estudo emerge da escassez de estudos que integram as tecnologias
informticas, o trabalho de projecto e a Matemtica, em particular os padres geomtricos, como
o caso dos frisos e envolvendo crianas de baixa faixa etria. Um estudo que envolva estas trs
dimenses poder-se- tornar num exemplo de boas prticas a seguir por outros professores.
-
Captulo I - Introduo
7
2. Estrutura da dissertao
A dissertao estrutura-se em cinco Captulos.
No primeiro, introduz-se o tema do trabalho desenvolvido com uma breve reflexo sobre a
importncia da introduo das tecnologias nas prticas de sala de aula, nomeadamente na
Matemtica e no trabalho com padres geomtricos, inseridos no desenvolvimento de projectos.
Ainda neste captulo apresentado o problema, os objectivos e a importncia deste estudo, assim
como a estrutura da dissertao.
No segundo captulo, faz-se o enquadramento terico das trs dimenses presentes neste
estudo: as tecnologias informticas, a Matemtica - mais concretamente os padres geomtricos
(frisos) e o desenvolvimento de projectos. Procurou-se salientar a importncia de cada vertente de
forma isolada mas tambm, e principalmente, as vantagens da interligao das trs dimenses.
Comea-se por fazer uma breve contextualizao das tecnologias informticas em
Portugal, a sua integrao na escola, os seus contributos para a aprendizagem na infncia, assim
como o papel dos intervenientes em todo este processo. Procurou-se estabelecer uma relao da
Matemtica com as tecnologias informticas e posteriormente d-se a conhecer algumas das
principais caractersticas do quadro interactivo, do seu software e das principais vantagens da sua
utilizao, j que foi objecto presente na maioria das actividades deste estudo. Em seguida, faz-se
uma breve abordagem utilizao de alguns servios da Internet no contexto educativo.
Neste seguimento, introduz-se a Matemtica e reflecte-se sobre a importncia desta rea
como elo com a realidade. De seguida, faz-se uma breve abordagem ao papel dos padres no
desenvolvimento da competncia Matemtica e um enquadramento do estudo dos padres nas
Orientaes Curriculares Nacionais do Ensino Bsico no 1 ciclo. Conclui-se com a apresentao
de algumas noes sobre padres geomtricos, transformaes geomtricas isomtricas, frisos e
algumas notaes para classificao dos mesmos.
Foca-se a importncia da rea de Projecto no desenvolvimento de competncias
essenciais e o papel do professor nesta rea. Finaliza-se com uma discusso da sua interligao
com as tecnologias informticas e a Matemtica.
No captulo terceiro Metodologia definem-se e justificam-se as opes metodolgicas e
explica-se o design da investigao. Este ltimo apresenta-se sob forma esquemtica e sintetiza
as etapas, tcnicas e instrumentos envolvidos nesta investigao. Segue-se uma breve
caracterizao do contexto, dos participantes do estudo e das tcnicas e instrumentos de recolha
dos dados. Ainda neste captulo, descrevem-se as actividades de cada sesso, explicam-se os
processos de tratamento do material recolhido e a sua apresentao.
No captulo quarto, apresentam-se e discutem-se os dados resultantes de uma anlise de
contedo feita informao recolhida, orientada por categorias de anlise decorrentes dos
propsitos de investigao.
-
Decorar a minha escola tecnologias informticas e padres geomtricos
8
O quinto captulo dedicado discusso das principais concluses, reflexo sobre
algumas limitaes e fazem-se ainda algumas recomendaes para investigaes futuras.
A ltima parte desta dissertao insere as referncias bibliogrficas seguidas pelos
anexos.
-
CAPTULO II ENQUADRAMENTO TERICO
-
Decorar a minha escola tecnologias informticas e padres geomtricos
10
-
Captulo II Enquadramento terico
11
Nesta seco apresentam-se as linhas orientadoras que contextualizam e suportam
teoricamente toda a investigao, procurando-se estabelecer uma relao entre as diferentes
vertentes do estudo: as tecnologias informticas, os padres matemticos e o desenvolvimento de
projectos.
1. Tecnologias informticas
1.1. Contextualizao das tecnologias informticas em Portugal
De acordo com Sousa (2005), o conceito de tecnologias informticas surge enquanto
conjunto de conhecimentos reflectidos quer em equipamentos e programas, quer na sua criao e
utilizao a nvel pessoal e empresarial. (2). A esta definio pode acrescentar-se a aplicao das
tecnologias informticas a nvel educacional.
Segundo Haugland & Wright (1997), foi no decorrer dos anos 80 que a utilizao das
tecnologias informticas foi mais debatida, dando lugar a diferentes tomadas de posio entre os
que defendiam fervorosamente os seus benefcios e os que a elas se opunham. Hoje em dia, o
potencial das tecnologias (softwares educacionais, Internet e Web 2.0) no nem pode ser
ignorado em qualquer contexto de aprendizagem.
Estudos realizados em Portugal sobre o uso efectivo das tecnologias informticas no
ensino concluem que, apesar das inmeras iniciativas do Ministrio da Educao, muito ainda se
espera alcanar, constatando-se que o desenvolvimento a este nvel, nos ltimos anos, tem sido
muito lento e pouco consistente.
Reconhecendo a necessidade de evoluo, em 1987 o Ministrio da Educao definiu
algumas estratgias para a insero das tecnologias informticas nas escolas. Foi, ento, criado o
Livro Verde para a Sociedade de Informao, que inclui algumas directrizes para a integrao
das tecnologias informticas nas escolas aproveitando o seu enorme potencial e minimizando o
hiato entre a escola e a realidade (Ministrio da Cincia e da Tecnologia Misso para a
Sociedade da Informao, 1997).
Mais tarde, relativamente aos equipamentos, o Programa de Apetrechamento Informtico
das escolas do 1 Ciclo lanado no final de 2003 permitiu que cada escola deste ciclo fosse
equipada com pelo menos um computador ligado Internet. No ano lectivo 2005/06, o rcio
alunos/computador era de 11,2 e o nmero de alunos por computadores com ligao Internet
era de 11,5 (Costa, 2007: 38) sendo as escolas bsicas do 1 Ciclo as que continuam a
apresentar rcios mais elevados. No mesmo ano, no mbito da Iniciativa Escolas, Professores e
Computadores Portteis, para alm se distriburem 26047 computadores portteis pelas escolas e
professores aderentes, introduziu-se uma vertente pedaggica que visava essencialmente a
-
Decorar a minha escola tecnologias informticas e padres geomtricos
12
formao contnua de professores nessa rea. Pretendia-se dar a conhecer aos professores as
inmeras vantagens das tecnologias informticas em contextos educativos, j que a investigao
continua a mostrar que cerca de 81 por cento dos professores utiliza o computador com o
objectivo nico de preparar as aulas: As actividades predominantes com essa preparao so a
produo de fichas e testes (76,7%) e a pesquisa na Internet (44,4%) (id: 50). Curiosamente,
apesar do nmero reduzido de computadores por aluno, so maioritariamente os professores do
1 Ciclo que o utilizam em trabalho directo com os alunos (cerca de 26%). As aplicaes mais
referenciadas so o processador de texto (32%) e a Internet (23%) sendo os softwares educativos
menos utilizados, talvez devido ao seu elevado custo. Quanto aos alunos, os mesmos estudos
mostram que a grande maioria comeou a utilizar o computador em contextos de formao
informal, atravs da auto-aprendizagem (44%) ou da famlia (33%); a iniciao aos computadores
com os professores ocorreu apenas com 23% dos casos (id: 52).
Na realidade, assiste-se, ainda, em muitas escolas, precariedade do domnio e/ou do
uso das tecnologias informticas nas salas de aula, tanto por alunos como professores. A falta de
formao e de recursos humanos e tcnicos so as razes mais apontadas para justificar a
ausncia das prticas pedaggicas com recurso s tecnologias.
Espera-se que os esforos reunidos pelo Ministrio da Educao potenciem o uso das
tecnologias informticas no contexto escolar no s atravs dos equipamentos e conectividade,
como tambm na melhoria da qualidade dos processos de aprendizagem. De facto, no basta
integrar as tecnologias informticas nas escolas para que a qualidade do ensino seja assegurada.
Esta perspectiva partilhada por autores como Costa (2007) que afirma que No caso das
tecnologias mais recentes, , alis, muito ntida a evidncia de que os supostos efeitos na
aprendizagem no se produzem por si mesmos, como consequncia automtica do contacto dos
alunos com os computadores, apontando para necessidade de ateno particular ao modo como
so integrados e, eventualmente, de novas perspectivas tericas como base explorao destes
novos e poderosos meios no processo de ensino e de aprendizagem. (29)
De modo semelhante, Carioca (2002), citado por Ventura (2008), conclui que, apesar do
seu carcter inovador, as tecnologias informticas no conseguem alterar, por si s, as prticas
docentes, sendo necessrio acautelar a sua utilizao mecnica e descontextualizada.
Neste mbito, para que surtam efeitos positivos, as tecnologias informticas devem ser
postas ao servio de ambientes que promovam a aprendizagem construtivista e no como mais
um recurso ao ensino tradicional, proporcionando aprendizagens significativas que relacionem os
interesses, conhecimentos e realidades dos alunos (Jonassen et al., 2003).
Em suma, o que se espera da escola que potencie o desenvolvimento de vrias
competncias que vo muito mais alm das competncias especficas de cada disciplina. Para tal,
devem existir ambientes de aprendizagem vastos, diferenciados, interactivos e cooperativos pois
s assim ser possvel modificar o modo como se ensina e como se aprende.
-
Captulo II Enquadramento terico
13
1.2. Impacto da integrao das tecnologias informticas em alunos, professores e
escolas
O mundo social e tecnolgico est a sofrer mutaes de forma exponencial, circunstncia
que no pode ser esquecida por sistema algum, incluindo o educacional (Lou, Abrami &
dApollonia, 2001).
Sherman (2000), citado por Ramos (2005), confirma esta ideia referindo que a
comunicao e colaborao atravs das tecnologias essencial no novo mundo tecnolgico e
este acontecimento no pode ser ignorado pela educao.
Tambm Papert (1996) entende que a integrao das tecnologias na escola se torna
indispensvel, essencialmente porque se vive numa sociedade industrializada, porque h uma
mudana na prpria pedagogia e pelo facto de as crianas estarem muito familiarizadas com as
tecnologias, nomeadamente o computador. J em 1980, este autor dizia:
Vejo as salas de aula como um ambiente de aprendizagem artificial e ineficiente que a sociedade foi forada a inventar porque os seus ambientes informais de aprendizagem mostravam-se inadequados para a aprendizagem de domnios importantes do conhecimento, como a escrita, a gramtica ou matemtica escolar. Acredito que a presena do computador nos permitir mudar o ambiente de aprendizagem fora das salas de aula de tal forma que todo o programa que as escolas tentam actualmente ensinar com grandes dificuldades, despesas e limitado sucesso, ser aprendido como a criana aprende a falar, menos dolorosamente, com xito e sem instruo organizada (1980: 23).
Segundo Pouts-Lajus (1998), nesta evoluo das prticas que reside o principal desafio
das tecnologias na escola (). As tecnologias so uma oportunidade de animar o debate sobre
a educao e, tambm qui, de ajudar a reformar o debate sobre a educao (). As prticas
em curso mostram-no: o multimdia e as redes podem servir pedagogias activas e abertas que
fazem do aluno o protagonista da educao, e colocam a aprendizagem no centro da vida social
(18).
Dada a importncia que inmeros autores do a esta temtica, foram de facto
incrementadas algumas medidas no sentido de integrar as tecnologias no ensino.
Desde as orientaes curriculares do Decreto-Lei n 6/2001 que as tecnologias
informticas tm tido grande destaque no Ensino Bsico em Portugal, pois so consideradas como
uma formao transdisciplinar de carcter instrumental (ponto 2, art. 6) com o objectivo de
favorecer o desenvolvimento de competncias numa perspectiva de formao ao longo da vida
(alnea h, art. 3).
A partir do ano lectivo 2004/2005, a disciplina de TIC (tecnologias de informao e
comunicao) passou a integrar o plano de estudos do 9 ano de escolaridade (Joo, 2003 cit. in
Carrilho, 2006). No entanto, algumas opinies, como a de Gutierrez (2005), alertam para o facto
de que, ao integrar-se uma disciplina especfica desta natureza no currculo escolar, deve ter-se
em ateno a possibilidade de esta se poder manter estanque e isolada das demais disciplinas.
-
Decorar a minha escola tecnologias informticas e padres geomtricos
14
Por este motivo, e devido ao seu carcter transversal, as tecnologias informticas devem estar
presentes em todas as reas do currculo.
Posio idntica apresentada por Zandvliet (2006), citado por Paraskeva e Oliveira
(2006). De acordo com aquele autor a aprendizagem pode ser bem mais eficaz quando acontece
na sala de aulas numa base regular e no uma ou duas vezes por semana no laboratrio de
computadores. (92)
Algumas ideias oponentes utilizao das tecnologias na educao apoiam-se, segundo
Moreira (2002), no propsito de que as vantagens educacionais no esto provadas
cientificamente, na falta de evidncias da melhoria do processo de ensino e de aprendizagem e de
que as tecnologias so desadequadas para o de desenvolvimento das crianas. Rodrigues (1992),
citado por Ventura (2008), defende que as tecnologias podem conduzir despersonalizao, ao
isolamento e desumanizao uma vez que limitam o contacto fsico e as relaes ou encontros
sociais.
Paralelamente, se por um lado as tecnologias so vistas como democratizao da
informao, proporcionando o seu acesso a um nmero de pessoas sem precedentes e
possibilitando, desta forma, uma amenizao das desigualdades sociais, por outro, alguns
autores, como Mansell e Wehn (1998, cit. in Werthein, 2000), alertam para a possibilidade de
estas terem o efeito oposto, contribuindo para aprofundar estas desigualdades, j que sendo
instrumento essencial ao acesso informao, a falta de acesso s tecnologias, realidade
incontornvel no obstante a contnua reduo dos seus custos, pode constituir-se como novo
elemento de segregao.
No entanto, mesmo que os benefcios da sua integrao no estejam provados
cientificamente, parecem ser mais os estudos que apontam no sentido das vantagens da
integrao das tecnologias na educao do que aqueles que indicam o inverso. Behrman e
Shields (2000), citados por Ventura (2008), referem que o uso do computador pode oferecer
benefcios intelectuais e acadmicos e que quando aplicadas de modo apropriado, as tecnologias
podem desenvolver as capacidades cognitivas e sociais, devendo ser utilizadas como uma de
muitas outras opes de apoio aprendizagem. (Moreira, 2002:12).
Recentemente, um estudo encomendado pela Comisso Europeia (Steps, 2010) sobre as
tecnologias informticas em escolas do 1 Ciclo do Ensino Bsico de 27 pases da Unio
Europeia, Liechtenstein, Islndia e Noruega, evidencia dados importantes acerca do seu impacto
em alunos, professores, na prpria escola e no processo de ensino e aprendizagem.
Neste projecto, conclui-se que a grande maioria dos estudos se foca na percepo de
alunos e professores, na formao destes ou na existncia ou no de recursos tecnolgicos e
salienta-se a necessidade de se realizarem estudos sobre as mudanas das prticas pedaggicas
e na avaliao das tecnologias informticas com base nos resultados dos alunos. Das principais
concluses, reala-se o facto do acesso e utilizao das tecnologias ter crescido em todas as
escolas presentes no estudo.
Relativamente aos alunos, verifica-se uma evoluo na aquisio de competncias
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Captulo II Enquadramento terico
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especficas de cada rea disciplinar, mas tambm nas competncias relacionadas com as atitudes
e comportamentos. A pesquisa destaca ainda a melhoria dos resultados na aprendizagem de
alunos mais carenciados ou desfavorecidos tecnologicamente, em casa, uma vez que, na escola,
podem ter acesso a essas mesmas tecnologias. Este impacto igualmente positivo para as
escolas, alunos e professores que esto mais isolados geograficamente. Por exemplo, alunos que
vivem em pequenas aldeias, podem, atravs as tecnologias, conhecer um pouco mais e de uma
forma mais realista o mundo que as rodeia. As tecnologias parecem tambm ajudar as crianas a
compreender o assunto que est a ser abordado, na medida em que se envolvem mais na sua
prpria aprendizagem. Mais do que outro recurso, acompanham o ritmo de cada aluno, ajudando
os alunos com mais dificuldades e avanando com os alunos mais rpidos (id).
Estudos revelam, ainda, uma discrepncia entre a frequncia e variedade da utilizao
das tecnologias informticas em casa e o seu escasso uso na escola. J no ano de 2005, um
relatrio da OCDE indicou que 86% dos alunos tm acesso a um computador em casa e que
desses, 50% referiu ter acesso na escola. Um estudo realizado na Alemanha (MPFS, 2008) sobre
a utilizao dos meios de comunicao por crianas dos 6 aos 13 anos de idade confirma esta
discrepncia entre o uso em casa e na escola e mostra que, apesar da predominncia da
televiso, as crianas tm alguma experincia com o computador. Estas crianas usavam o
computador acima de tudo para jogar, para actividades ligadas escola e para a aceder
Internet. Relativamente a esta ltima, as crianas usam-na muitas vezes para jogos on-line. Na
escola, estas crianas utilizavam preferencialmente softwares educativos. Em casa, a utilizao
auto-dirigida, informal, experimental e normalmente mais ldica. Os alunos mostram-se motivados
para actividades que envolvam as tecnologias informticas, mas consideram menos interessantes
as que esto relacionadas com contedos educativos. No obstante, preferem actividades em que
se utilizam estes recursos em detrimento das que apenas utilizam os recursos ditos tradicionais.
Esta motivao pode advir do facto de, normalmente, as tarefas envolvidas apresentarem uma
maior diversidade de funes, serem abertas, de descoberta e investigao, atribuindo aos alunos
um papel mais activo (id).
Relativamente utilizao das tecnologias informticas por crianas do 1 Ciclo do Ensino
Bsico, Stpes (2010) refere algumas concluses presentes em vrios estudos efectuados em
pases da Europa. Uma pesquisa efectuada na Alemanha por Mitzlaff (2007) mostra que 97% das
crianas entrevistadas entendem a Internet como um meio de diverso, 90% gostaria de saber
mais sobre a Internet e de utiliz-la mais vezes e 25% afirmam que precisam de recorrer mais
vezes ao professor, nas aulas em que as tecnologias so usadas. Na ustria, 75% das crianas
com idades compreendidas entre o 6 e os 10 anos de idade tm acesso a um computador. Das
crianas com 6 anos, 50% refere que utiliza o computador para jogar e apenas os mais velhos
dizem que o computador tambm til para os trabalhos escolares. Um estudo realizado na
Bulgria por Kovatcheva (2003) relata que as crianas com cerca de 12 anos comeam a utilizar a
Internet, mas no com fins educativos. Mostra tambm que os alunos que so motivados para
utilizar a Internet como ferramenta de aprendizagem, motivam-se a us-la como entretenimento,
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Decorar a minha escola tecnologias informticas e padres geomtricos
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mas o contrrio j no acontece. Em Espanha, um estudo realizado pelo Instituto de Evaluacin y
Asesoramient Educativo (2007) constatou que 85,1% das crianas tem computador em casa e que
estes so utilizados muito frequentemente. As famlias assumem, tambm, um papel
preponderante na formao tecnolgica das crianas. Por outro lado, na escola, o seu uso
desvalorizado.
No que diz respeito ao impacto das tecnologias informticas nas aprendizagens, os
resultados de um estudo alemo feito por Sander (2007) sustentam a tese de que os alunos esto
mais empenhados e motivados nas aulas em que usam as tecnologias informticas do que nas
aulas em que os meios digitais no so usados. Um estudo nrdico realizado por Ramboll
Management (2006) mostra que os alunos participam mais activamente na aprendizagem quando
as tecnologias so utilizadas e que, quando o computador utilizado mais de seis horas por
semana, aprendem mais do que os alunos que usam o computador com menos frequncia. Dois
estudos Hngaros (Karpati, 2004, 2007), um estudo italiano (Nesler, 2004), um estudo holands
(Verhallen, 2004) e um do Reino Unido (Somekh, 2007) esto entre os poucos que fornecem
evidncias concretas, com base na utilizao de grupos de controlo, sobre o impacto das
tecnologias informticas na melhoria dos resultados da aprendizagem. O estudo desenvolvido por
Karpati (2007) revelou que houve algum sucesso na melhoria do nvel de competncias dos
alunos em reas pobres e desfavorecidas para o mesmo ponto de partida que alunos que tinham
condies mais favorveis, tornando-os mais motivados para ir para a escola. Um estudo
portugus (Ramos, 2005) sobre a utilizao das tecnologias informticas na aprendizagem das
lnguas conclui que o interesse, curiosidade, envolvimento nas tarefas e interaco com os pares e
professores, aumentam quando o trabalho pedaggico apoiado nas tecnologias informticas.
Na Irlanda, os estudos de avaliao das tecnologias mostram que muitos alunos do 1
Ciclo do Ensino Bsico no tm a competncia para executar tarefas bsicas no computador. A
maioria relata ser capaz de executar muitas das tarefas bsicas do computador, tais como ligar ou
desligar, abrir ou salvar um arquivo e 30% afirma no ser capaz de imprimir um documento ou
aceder Internet. Cerca de 47% admitiu no ser capaz de criar um documento e a maioria no
sabe como criar uma apresentao (72%) ou enviar um anexo com uma mensagem de correio
electrnico (88%). Muitas vezes, as actividades com o computador limitam-se ao processamento
de texto (Steps, 2010).
Quanto aos professores do 1 Ciclo do Ensino Bsico da Europa, 75% admite usar
computadores em sala de aula e parecem ter conscincia dos seus benefcios, como revelado
num levantamento quantitativo de 18.000 professores. No entanto, h evidncias que revelam que
as tecnologias informticas so pouco utilizadas pedagogicamente e que os professores as
utilizam, menos dentro e mais fora da sala de aula, em tarefas de administrao, organizao e
planificao. Estudos de caso efectuados demonstram o modo como as tecnologias informticas
podem apoiar a administrao, como por exemplo nos registos dos alunos (acesso e
actualizaes), e o acesso informao, por exemplo dos pais e encarregados de educao
atravs de plataformas on-line. Nota-se alguma competncia tecnolgica por parte dos docentes
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Captulo II Enquadramento terico
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em tarefas do dia-a-dia, no entanto, estas podem no corresponder s necessidades prticas e
pedaggicas que o trabalho com crianas exige (id).
A anlise de Zandvliet (2006), referida por Paraskeva e Oliveira (2006), sobre uma
investigao desenvolvida na Califrnia confirma que os professores utilizam essencialmente o e-
mail, sobretudo para comunicarem com outras escolas e com as suas casas. (92). Relativamente
aos alunos, procuram essencialmente a pesquisa e navegao na Internet. (id). O mesmo estudo
conclui ainda que a tecnologia no tem vindo a ser usada na sua capacidade e potencialidade
plena. Muitos investigadores na rea da educao entendem que h que considerar uma
variedade de factores quando se pretende aplicar a tecnologia nas escolas. a ferramenta mais
poderosa quando utilizada para resolver problemas, desenvolvimentos conceptuais e pensamento
crtico (93).
Atravs de inquritos efectuados a 18828 professores por Werner Korte e Tobias Husing
(Stpes, 2010), em vinte e seis pases europeus, percebeu-se que a maioria dos professores
optimista relativamente ao impacto das tecnologias informticas na aprendizagem dos alunos.
Cerca de 87% dizem que os alunos esto mais motivados e atentos, apesar de considerarem que
as tecnologias tanto suportam pedagogias tradicionais como as mais modernas (auto-
aprendizagem ou trabalho cooperativo). Estes recursos podem ajudar a tornar o ensino mais
dinmico, envolvente, diversificado (utilizando variadas fontes de informao) e atractivo,
focalizando mais a ateno dos alunos. Salienta-se o facto de que o nmero de professores que
parecem ter uma opinio contrria muito reduzido. Uma outra vantagem da utilizao das
tecnologias na profisso docente a criao de novas oportunidades de comunicao e
colaborao entre professores. Agora, mais do que nunca, os professores podem trocar ideias,
materiais, opinies, com menos gastos de tempo e dinheiro. Comea-se a sentir que os
professores fazem parte de uma rede de conhecimento partilhado.
As tecnologias informticas devem ser postas ao servio do ensino e aprendizagem pois
podem promover novas abordagens didcticas se forem devidamente integradas e utilizadas
durante as aulas.
Acerca do impacto das tecnologias informticas em algumas escolas da Europa,
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