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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES
SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO VALDENIR ANTONIO POLIZELI
PRIMEIRA CÂMARA DE 24/10/17 ITEM Nº63
PREFEITURA MUNICIPAL – CONTAS ANUAIS – PARECER
63 TC-002280/026/15
Prefeitura Municipal: Várzea Paulista.
Exercício: 2015.
Prefeito(s): Juvenal Rossi.
Advogado(s): Carlos Eduardo Gomes Callado Moraes
(OAB/SP nº 242.953), Rafael Cezar dos Santos (OAB/SP
nº 342.475), Rogério Bruno (OAB/SP nº 155.850), Yuri
Marcel Soares Oota (OAB/SP nº 305.226) e outros.
Acompanha(m): TC-002280/126/15 e Expediente(s):
TC-001965/003/15, TC-000213/026/16 e TC-000006/026/16.
Procurador(es) de Contas: José Mendes Neto.
Fiscalizada por: UR-3 - DSF-I.
Fiscalização atual: UR-3 - DSF-I.
Sustentação oral proferida em sessão de 10-10-17.
RELATÓRIO
Versam os autos sobre as contas do
PREFEITO DE VÁRZEA PAULISTA, relativas ao exercício
de 2015, inspecionadas pela Unidade Regional de
Campinas, que promoveu apontamentos às fls. 56/61 do
laudo técnico.
Após notificação (fls.64), o Município1
e o Prefeito JUVENAL ROSSI2 deduziram justificativas
(fls.77/136 e 140/173 – expedientes TC-001692/003/16 e TC-
002601/026/17) em relação aos seguintes itens (em
síntese):
Item A.1 - Planejamento das Políticas Públicas
1 Representado pelo Procurador Municipal Rogério Bruno –
OAB/SP 155.850.
2 Representado pelo advogado Rafael Cezar dos Santos.
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES
- O Município não editou o Plano Municipal de
Mobilidade Urbana, o Plano de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos e o Plano de Saneamento Básico.
Defesa – Noticia a contratação de empresa
especializada em outubro de 2013 e “atualmente,
todos os estudos prévios já foram finalizados e são
juntados aqui (DOCUMENTO 02), com destaque para o
Relatório Final do Plano Municipal de Saneamento
Básico e para o Relatório Final do Plano Municipal
de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.”.
Item A.2 - Controle Interno
- O Sistema de Controle Interno não produziu
relatórios periódicos, lacuna que desatende aos
artigos 31 e 74 da Constituição Federal.
Defesa – “O Controle Interno expediu, mensalmente,
relatórios que preenchem todos os requisitos a serem
averiguados e que estão sob a responsabilidade do
agente de Controle Interno.”.
Item B.1.1 - Resultado da Execução Orçamentária
- Déficit na execução orçamentária na ordem de
2,24%.
- O déficit da execução orçamentária provém da
superestimativa da receita, uma vez que a previsão
superou, em 5,63%, a efetiva arrecadação.
- Nos termos do artigo 59, § 1º, I, da Lei de
Responsabilidade Fiscal, o Município foi alertado
por 05 vezes (fevereiro, abril, junho, agosto e
outubro), sobre a tendência de descumprimento das
Metas Fiscais (receitas aquém das metas bimestrais
de arrecadação).
Defesa – Diz que “o pequeno déficit apurado, de
apenas 2,24%, se encontra dentro do patamar
aceitável por essa C. Corte(...); Outro ponto que
merece destaque diz respeito ao fato da gestão do
Defendente, que assumiu o executivo municipal em
2013, acumular dois superávits orçamentários
seguidos, em 2013 e 2014, na ordem de 3,51% e 0,83%,
respectivamente. Ademais, o resultado da execução
orçamentária é composto por restos a pagar não
processados e processados, na maioria referente a
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compromissos cuja fonte de recurso era oriunda de
convênios com os Governos Estadual e Federal, que
não ingressaram dentro do exercício, prejudicando
assim o resultado orçamentário e financeiro do
Município.”.
- Baixo grau de investimento no exercício, na ordem
de 4,77% da Receita Corrente Líquida.
Defesa – Inexiste norma ou legislação que fundamente
o apontamento; o percentual apurado está em
crescimento, visto que no exercício anterior foi de
4,32%; “Ademais, a Administração Municipal sempre se
pautou pela responsabilidade fiscal e, desta forma,
não cometeu excessos nos seus investimentos, pois a
arrecadação, como já citado acima, não registrou no
exercício em tela uma elevação que permitisse novos
investimentos.”.
Item B.1.3 - Dívida de Curto Prazo
- Resultado financeiro negativo de R$ 40.615.614,67.
- A Prefeitura não possui liquidez face aos
compromissos de curto prazo.
Defesa – Alega que “a análise apontada pela equipe
de auditoria sofre oscilações diárias que não
permite aferir a exata capacidade do Executivo para
promover o pagamento de suas dívidas. O estoque das
dívidas de curto prazo, caracterizadas em sua
maioria pelos restos a pagar e empenhos pendentes de
pagamento, sofre constantes alterações, seja pelo
pagamento das dívidas, seja pelo cancelamento dos
empenhos não processados.”.
Item B.2.2 - Despesas de Pessoal
- A despesa total com pessoal não superou o limite
previsto no art. 20, inciso III, da Lei Complementar
nº 101, de 04/05/2000, porém ultrapassou aquele
estipulado no art. 59, § 1º, inciso II, da Lei de
Responsabilidade Fiscal.
- Com base no art. 59, § 1º, II, da Lei de
Responsabilidade Fiscal, o Executivo Municipal foi
alertado, por três vezes (abril, agosto e dezembro
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de 2015), quanto à superação de 90% do específico
limite da despesa laboral.
Defesa – “O município vem buscando a diminuição
deste índice, e os alertas emitidos pelo Sistema
AUDESP não foram desconsiderados pela Administração
Municipal. Aliás, os mesmos já foram base para que a
atual administração tomasse medidas severas na
contenção das despesas com pessoal.”.
Item B.3.1.2 - Demais aspectos relacionados à
Educação
- O Município não atingiu a nota prevista no último
IDEB (2015) para as séries finais (IDEB observado:
4,9; Meta projetada: 5,2).
Defesa – Informa que a meta não atingida refere-se
às séries finais “que não compõe a esfera de atuação
do Município e sim a esfera Estadual, cuja
responsabilidade é da Diretoria Regional de Ensino
localizada em Jundiaí. A atuação e responsabilidade
da Administração Municipal se restringem na Educação
Básica, ou seja, primeira etapa da Educação Infantil
(creche e pré-escola) e Ensino Fundamental I séries
iniciais (anos 1 ao 5), os quais tiveram as metas
cumpridas.”.
- Existência de déficit de vagas em creches
públicas.
Defesa – Diz que “estão sendo realizados estudos de
demanda objetivando ampliar o atendimento e diminuir
a lista de espera.”.
Item B.3.2.3 - Outros aspectos relacionados à Saúde
- Existência de unidades básicas de saúde com
estruturas bastante precárias.
Defesa – Expõe que “a pretensão do Executivo
Municipal é zelar pela estrutura física de todas as
unidades de saúde, visando sempre ao melhor
atendimento do usuário. Entretanto, isso é realizado
à medida que há disponibilidade de recursos.”.
Item B.4.1.2 - Precatórios – Regime Especial Mensal
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- Os depósitos ao DEPRE não foram realizados nos
meses de janeiro e fevereiro de 2015.
- O Município realizou depósitos no montante de R$
1.885.359,34, quando o valor devido para o exercício
era de R$ 1.898.139,02.
- O valor depositado em 2015 (R$ 1.885.359,34) é
menor que o mapa de precatórios encaminhado ao
município em 2014 para previsão de pagamento em 2015
(R$ 2.369.983,77).
- Com a entrada de novos precatórios, o saldo de
precatórios, em 2015, aumentou em relação a 2014,
passando de R$ 7.289.284,42 para R$ 7.773.908,85.
Defesa – Informa que “os pagamentos dos meses de
janeiro e fevereiro de 2015 foram devidamente
efetuados nas datas corretas”; em relação ao
pagamento a menor de RS 12.769,68 sobre os valores
devidos aos precatórios em regime especial esclarece
que “a diferença ocorreu por uma falha técnica do
setor de finanças da Prefeitura que apurou a receita
corrente liquida no mês de referência e efetuou o
pagamento no mês imediatamente posterior. Para o
cálculo correto, segundo a legislação para a
apuração da base de cálculo da Receita Corrente
Líquida, deve ser considerado o valor nos dois meses
anteriores ao mês de repasse.”.
Item B.5.1 - Encargos Sociais
- A Prefeitura Municipal não efetuou os
recolhimentos para cobertura de insuficiência
financeira, prevista no artigo 17-F, da Lei
Municipal nº. 2.023, de 18 de setembro de 2009,
referente às competências de janeiro a dezembro de
2015, além do 13º salário do período.
- Os recolhimentos das contribuições patronais das
competências de junho, julho, agosto, setembro e
outubro de 2015 foram realizados apenas em
30/12/2015; e o recolhimento da contribuição
patronal da competência de novembro de 2015 foi
realizado em 10 de março de 2016.
- O Município não possuía o Certificado de
Regularidade Previdenciária nos seguintes períodos:
de 23 de fevereiro a 10 de março de 2015, de 08 de
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setembro de 2015 a 06 de janeiro de 2016 e a partir
de 06 de julho de 2016.
- Apesar do adimplemento das prestações, o saldo
devedor dos parcelamentos existentes passou de R$
35.626.407,58 (em 2014) para R$ 39.174.373,56 (em
2015).
Defesa – Alega que “os parcelamentos não foram uma
opção para a atual Gestão, pois os vários débitos
deixados pela Administração anterior retiraram do
Município a regularidade previdenciária. Sendo
assim, a Municipalidade teve de parcelar os valores
e, em alguns casos, reparcelar, na tentativa de
regularizar a questão e sanar as falhas.”; em
relação ao não recolhimento para cobertura
financeira do FUSSBE esclarece que “a Administração
Municipal se esforça ao máximo para adimplir com
suas obrigações, sendo que para os casos em que esta
praxe não foi observada, certo é que se deu por
absoluta impossibilidade de cumpri-las cabalmente.”;
assevera que o déficit de despesas previdenciárias
decorre “da implementação da segregação de massa dos
segurados, efetuada por meio da Lei Municipal nº
2.023, de 18 de setembro de 2009 (DOCUMENTO 03).
Assim, houve a criação do Fundo Previdenciário
Capitalizado para custear as despesas dos segurados
admitidos a partir de 01 de janeiro de 2004; e a
criação do Fundo Previdenciário Financeiro, de
caráter temporário, abarcando os segurados admitidos
até 01 de janeiro de 2004.(...) A solução encontrada
pela Municipalidade e pela Administração do FUSSBE
consiste em realizar a união dos Fundos,
equacionando sua situação financeira, uma vez que,
se unidos, ainda se manteria o superávit das
despesas previdenciárias.”(...) Em função de todas
as medidas saneadoras adotadas e estando a
Prefeitura em dia tanto com os parcelamentos quanto
com os encargos de sua competência, é que o
Município encerrou o exercício de 2015 dispondo da
Certidão de Regularidade Previdenciária - CRP,
válida até julho de 2016 (DOCUMENTO 04), não havendo
óbice à aprovação das contas em tela.”.
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES
Item B.8 - Ordem Cronológica de Pagamentos
- A existência de expressivo montante inscrito em
restos a pagar processados, referente a despesas
vencidas desde o exercício de 2011, bem como as
variadas representações de fornecedores acusando a
falta de pagamentos, indica que o município não vem
respeitando a ordem cronológica de pagamentos, em
afronta ao art. 5º, caput, da Lei Federal nº
8.666/93 e aos princípios constitucionais da
legalidade e impessoalidade.
Defesa – Diz que “Diante do cenário quase
catastrófico das contas municipais deixadas em 2012,
a Administração teve de instituir uma comissão para
levantamento da dívida flutuante e análise de
possível quebra da ordem cronológica de
pagamentos.”; esclarece que mediante autorização
legislativa “estabeleceu-se um procedimento de
chamado público, com ampla publicidade, para que os
credores pudessem, sob o critério de maior desconto,
habilitar seus créditos para pagamento, sem que isso
comprometesse o orçamento e a continuidade das
atividades desenvolvidas pelo Município. (...) todos
os atos que autorizaram a quebra da ordem
cronológica de pagamentos foram realizados em
estrita observância as normais legais, com total
transparência, comprovada pelas cópias anexas.”.
Item C.2.3 - Execução Contratual
- Existência de atrasos nas obras de drenagem e
controle de erosão do Córrego Bertioga (Contrato nº.
25/2012) e na construção de unidade de ensino
(Contrato nº. 54/2012).
Defesa – Destaca que “o atraso nos repasses federais
para ambos os contratos, impactou severamente no
cronograma, conforme reconhecido pela própria
fiscalização.”.
Item D.1 - Cumprimento das exigências legais
- O Poder Executivo local não vem encaminhando,
semestralmente, à Câmara Municipal a relação de seus
servidores, em inobservância ao art. 76, da Lei
Orgânica do Município (Lei nº. 1.119/1990).
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Defesa – Esclarece que “serão adotadas providências
para o regular atendimento do art. 76, da Lei
Orgânica do Município, o que poderá ser verificado
nas próximas fiscalizações.”.
Item D.3.1 - Quadro de pessoal
- Excessivo número de servidores ocupantes de cargos
comissionados; alguns desses cargos não apresentam
as características de direção, chefia e
assessoramento, definidas no artigo 37, inciso V, da
Constituição Federal.
Defesa – “O Executivo Municipal tem adotado as
medidas pertinentes para cumprir as ordens liminares
do Poder Judiciário, até que seja dado desfecho às
causas e o quadro possa ser devidamente
reestruturado.”.
Item D.5 - Atendimento à Lei Orgânica, Instruções e
Recomendações do Tribunal
- Envio extemporâneo de documentos/informações ao
Sistema AUDESP, em descumprimento ao art. 2º das
Instruções nº 02/2008.
Defesa – “Trata-se de falha formal que pode ser
relevada sem prejuízo às contas, pois a
Administração foi capaz de saná-las em tempo a
permitir o exercício do controle externo por esta
Corte.”.
- Desatendimento das recomendações desta E. Corte de
Contas.
Defesa – “Frisamos que foram esclarecidas
anteriormente e providências adotadas para sua
adequação.”.
O resultado da execução orçamentária
do exercício apurado pela Fiscalização:
B.1.1. RESULTADO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA
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Receitas Previsão Realização AH % AV %Receitas Correntes 221.449.632,30 211.019.279,32 -4,71% 107,47%Receitas de Capital 8.169.180,88 5.334.420,90 -34,70% 2,72%Receitas Intraorçamentárias (21.559.800,00) (20.002.294,22) -7,22% -10,19%Deduções da ReceitaSubtotal das Receitas 208.059.013,18 196.351.406,00 Outros AjustesTotal das Receitas 208.059.013,18 196.351.406,00 100,00%
11.707.607,18 -5,63% 5,96%
Despesas Empenhadas Fixação Final Execução AH % AV %Despesas Correntes 176.283.816,64 171.383.737,33 -2,78% 85,38%Despesas de Capital 15.903.470,33 13.625.519,33 -14,32% 6,79%Reserva de ContingênciaDespesas Intraorçamentárias 9.969.380,00 9.884.460,18 -0,85% 4,92%Repasses de duodécimos à CM 7.376.859,33 7.376.859,33 0,00% 3,67%Transf. Financeiras à Adm. IndiretaDedução: devolução de duodécimos (1.529.376,17) Subtotal das Despesas 209.533.526,30 200.741.200,00 Outros AjustesTotal das Despesas 209.533.526,30 200.741.200,00 100,00%
8.792.326,30 -4,20% 4,38%
Resultado Ex. Orçamentária: Déficit (4.389.794,00) 2,24%
Déficit de arrecadação
Economia Orçamentária
A seguir os resultados da execução
orçamentária dos três últimos exercícios e o
percentual de investimento em relação à Receita
Corrente Líquida:
Exercício Resultado da execução
orçamentária
Percentual do
resultado da
execução
orçamentária
Percentual de
investimento em
relação à RCL
2014 Superávit de 0,83% 4,32%
2013 Superávit de 3,51% 5,96%
2012 Déficit de 32,84% 22,72%
B.1.2. RESULTADOS FINANCEIRO, ECONÔMICO E SALDO
PATRIMONIAL
Resultados 2014 2015 %Financeiro (47.997.743,31) (40.615.614,67) 15,38%Econômico 7.106.942,99 18.613.778,84 161,91%Patrimonial (5.570.482,45) 21.740.652,86 490,28%
Diante do resultado financeiro
apurado, verifica-se que a Prefeitura não possui
liquidez face aos compromissos de curto prazo:
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B.1.3. DÍVIDA DE CURTO PRAZO
Saldo Saldo para o
Período Anterior Inscrição Baixa Período Seguinte
Restos a Pagar Processados 23.719.879,32 7.629.080,67 8.993.017,67 22.355.942,32
Restos a Pagar Não Processados 25.379.403,09 6.731.344,44 15.204.666,36 16.906.081,17
Cons ignações 6.983.376,02 28.258.820,25 28.387.814,09 6.854.382,18
Depós itos 1.485.633,51 2.555.258,43 2.652.390,95 1.388.500,99
Outros 12.327.897,55 224.377.552,54 208.948.851,63 27.756.598,46
Total 69.896.189,49 269.552.056,33 264.186.740,70 75.261.505,12
Inclusões da Fisca l ização
Exclusões da Fisca l ização
Total Ajustado 69.896.189,49 269.552.056,33 264.186.740,70 75.261.505,12
Disponível 6.889.291,99
Pass ivo Financeiro 47.504.906,66
Movimento do PeríodoComponentes da DCP
Índice de Liquidez Imediata 0,15
A dívida de longo prazo se compôs da
seguinte maneira:
2014 2015 AH%
Dívida Mobiliária
Dívida Contratual 20.511.926,95
Precatórios 9.659.268,19 -100,00%
Parcelamento de Dívidas: 1.995.253,49 28.594.471,19 1333,12%
De Tributos 1.921.330,40 1.625.945,24 -15,37%
De Contribuições Sociais: 73.923,09 26.968.525,95 36381,87%
Previdenciárias 73.923,09 26.968.525,95 36381,87%
Demais contribuições sociais
Do FGTS
Outras Dívidas 54.813.780,33 1.659.608,99 -96,97%
Dívida Consolidada 66.468.302,01 50.766.007,13 -23,62%
Ajustes da Fiscalização
Dívida Consolidada Ajustada 66.468.302,01 50.766.007,13 -23,62%
Exercícios: anterior e em exame
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A apuração do percentual de gastos com
pessoal:
Dez Abr Ago Dez
2014 2015 2015 2015
% Permitido Legal 54,00% 54,00% 54,00% 54,00%
Gasto Informado 93.844.238,48 94.682.328,61 98.306.991,18 102.666.511,23
Inclusões da Fisca l ização
Exclusões da Fisca l ização
Gastos Ajustados 94.682.328,61 98.306.991,18 102.666.511,23
Receita Corrente Líquida 182.310.089,03 189.500.153,30 194.602.891,70 205.239.077,96
Inclusões da Fisca l ização
Exclusões da Fisca l ização
189.500.153,30 194.602.891,70 205.239.077,96
% Gasto Informado 51,48% 49,96% 50,52% 50,02%
% Gasto Ajustado 49,96% 50,52% 50,02%
Período
Receita Corrente Líquida Ajustada
Investimentos dos recursos vinculados
ao ensino e do FUNDEB, segundo a Inspeção:
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RECEITAS 132.873.716,19
Ajustes da Fisca l ização
Total de Receitas de Impostos - T.R.I. 132.873.716,19
Retenções 20.002.294,22
Transferências recebidas 38.091.231,00
Receitas de apl icações financeiras 79.391,68
Ajustes da Fisca l ização
Total das Receitas do FUNDEB - T.R.F. 38.170.622,68
Despesas com Magistério 27.472.383,44
Outros a justes da Fisca l ização (60%)
Total das Despesas Líquidas com Magistério (mínimo: 60%) 27.472.383,44 71,97%
Demais Despesas 10.698.239,24
Outros a justes da Fisca l ização (40%)
Total das Demais Despesas Líquidas (máximo: 40%) 10.698.239,24 28,03%
Total aplicado no FUNDEB 38.170.622,68 100,00%
Educação Bás ica (exceto FUNDEB) 20.625.158,28
Acréscimo: FUNDEB retido 20.002.294,22
Dedução: Ganhos de apl icações financeiras Ficha de Receita 29
Deducão: FUNDEB retido e não apl icado no retorno
Aplicação apurada até o dia 31.12 . 2015 40.627.452,50 30,58%
Acréscimo: FUNDEB: retenção até 5%: Apl ic. no 1º trim. de 2016
Dedução: Restos a Pagar não pagos - recursos próprios - até 31.01. 2016 (1.411.056,76)
Outros a justes da Fisca l ização - Recursos Próprios
Aplicação final na Educação Básica 39.216.395,74 29,51%
Receita Prevista Realizada 1.213.681.400,00
Despesa Fixada Atualizada 392.451.960,43
Índice Apurado 32,34%
IMPOSTOS E TRANSFERÊNCIAS DE IMPOSTOS
PLANEJAMENTO ATUALIZADO DA EDUCAÇÃO
FUNDEB - RECEITAS
FUNDEB - DESPESAS
DESPESAS PRÓPRIAS EM EDUCAÇÃO
Já a aplicação de recursos em ações e
serviços de saúde apresentou o seguinte resultado:
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2016Ajustes da Fiscalização (54.211,48)
(772.101,36) Restos a Pagar Liquidados não pagos até 31.01 de
Índice apurado 22,03%
29.511.835,57
Receita Prevista Atualizada 140.169.915,00 Despesa Fixada Atualizada 30.873.900,67
Valor e percentual aplicado em ações e serviços da Saúde22,21%
Planejamento atualizado da Saúde
SAÚDE
Total das despesas empenhadas com recursos próprios
Valores - R$
Receitas de impostosAjustes da FiscalizaçãoTotal das Receitas
132.873.716,19
132.873.716,19
30.338.148,41
O Quadro de Pessoal em 31.12.15 estava
assim composto:
Efetivos 3.273 3273 1908 1875 1365 1398Em comissão 484 489 348 365 136 124
Total 3757 3762 2256 2240 1501 1522
Temporários Em 31.12 de 2015
Nº de contratados 1
2014 2015
61 97
Setor Especializado da Assessoria
Técnica (fls. 176/180) opina pela emissão de parecer
contrário à aprovação da matéria, especialmente em
razão do déficit orçamentário, resultado financeiro
negativo, a falta de cobertura financeira para o
endividamento de curto prazo e o não pagamento dos
encargos.
Assessoria Técnico-Jurídica,
(fls.181/190) diante das irregularidades apontadas
nos demonstrativos em exame, especialmente as
relativas aos aspectos contábeis e ao recolhimento
parcial dos encargos sociais, conclui pela emissão
de parecer desfavorável.
D. Chefia (fls. 191) submete as
manifestações no sentido de emissão de parecer
desfavorável às contas anuais de 2015 da Prefeitura
14
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES
Municipal de Várzea Paulista e acrescenta proposta
de recomendação ao Chefe do Executivo (reeleito)
para que: estabeleça limite para a abertura de
créditos adicionais e
transferências/remanejamentos/transposições
condicionado à inflação projetada para o período, de
acordo com os Comunicados SDG nº 29/10 e 35/15;
promova o adequado equilíbrio orçamentário e
financeiro; regularize e/ou não incida nas falhas
apontadas pela Fiscalização, principalmente nos
setores de Ensino, Saúde, Precatórios, Encargos
Sociais e Pessoal.
Ministério Público de Contas (fls.
192/195), igualmente, opina pela emissão de parecer
contrário à aprovação das contas do Executivo em
exame, pelos seguintes motivos:
- Situação fiscal desequilibrada – déficit
orçamentário (2,24% da arrecadação) sem qualquer
respaldo em superávit financeiro do exercício
anterior; resultado financeiro negativo (R$
40.615.617,67); baixo índice de liquidez imediata e
aumento do estoque da dívida ativa;
- Insuficiente recolhimento dos precatórios e
encargos sociais; e
- Manutenção do excessivo número de comissionados,
apesar dos sucessivos apontamentos feitos por este
Tribunal.
Considera ainda necessário que a
Administração aprimore a gestão e adote em alguns3
pontos providências ao exato cumprimento da lei.
Pareceres dos três últimos exercícios:
Exercício de 2012 – TC-1647/026/12 – parecer
desfavorável4 com recomendações;
3 Relativo aos itens A.2; A.1; B.3.1.2; B.8 e D.1.
15
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES
Exercício de 2013 – TC-1715/026/13 – parecer
desfavorável5 com recomendações; e
Exercício de 2014 – TC-0188/026/14 – parecer
favorável, com recomendações.
Subsidiaram o exame das contas os
seguintes expedientes:
Protocolo: TC-000213/026/16
Interessada: Secretaria do Tesouro Nacional
Assunto: Correio eletrônico, de 29 de dezembro de 2015 - encaminha cópia do parecer jurídico que trata de Operação de Crédito realizada entre o município de Várzea Paulista e a Agência de Fomento do Estado de São Paulo – Desenvolve SP.
Conclusão: A Fiscalização informa que os documentos são, meramente, informativos e subsidiaram os trabalhos da inspeção das Contas Anuais da Prefeitura de 2015, no item B.2 - Lei de Responsabilidade Fiscal.
Protocolo: TC- 01965/003/05
Interessado: Fundo de Seguridade Social e de Benefícios dos Funcionários Públicos de Várzea Paulista
4 Motivos determinantes: a incompleta aplicação dos recursos
do Fundeb (92,52%); o excesso de despesas com pessoal
(54,65%); o não pagamento da integralidade dos requisitórios
de pequeno valor; o déficit financeiro elevado em 202,59%,
passando (de -R$24.282.353,66) para R$73.475.497,04
negativos; e alentadas alterações orçamentárias,
correspondendo a 22,37% da despesa prevista. Contribuíram,
ainda, para a emissão de Parecer prévio desfavorável a
existência de cargos em comissão com atribuições que não se
coadunam com as de direção, chefia ou assessoramento; a não
edição do Plano de Saneamento Básico, Plano de Gestão
Integrada de Resíduos Sólidos nem do Plano de Mobilidade
Urbana; e a falta de repasse de R$5.185.416,04 concernentes
às contribuições retidas dos segurados relativas aos meses de
fevereiro a dezembro de 2012. 5 Motivos determinantes: Insuficiente aplicação dos recursos
do Fundeb, ocorrências apontadas no campo das licitações,
contratações diretas e quebra na ordem cronológica de
pagamentos.
16
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES
Assunto: Comunica a falta de repasse de verbas para a complementação das despesas pela Prefeitura Municipal de Várzea Paulista.
Conclusão: Procedente. Matéria objeto de comentários no item B.5.1 – Encargos.
Protocolo: TC- 6/026/16
Interessado: Demércio de Almeida.
Assunto: Comunica o possível descumprimento, por parte do Poder Executivo local, do artigo 76, da Lei Orgânica do Município de Várzea Paulista (Lei nº. 1.119, de 04 de abril de 1990).
Conclusão: Procedente. Matéria objeto de comentários no item D.1 - Cumprimento das exigências legais.
Protocolo: TC-3855.989.15-8
Interessados: Luciano Braz de Marques e Demércio de Almeida
Assunto: Comunica possível descumprimento da ordem cronológica de pagamentos.
Conclusão: Procedente. Matéria objeto de comentários no item B.8 – Ordem Cronológica de Pagamentos.
Protocolo: TC-9900.989.16-1
Interessado: S. O. ZIOBER & CIA EQUIPAMENTOS METALURGICOS LTDA EPP
Assunto: Comunica possível descumprimento da ordem cronológica de pagamentos.
Conclusão: Procedente. Matéria objeto de comentários no item B.8 – Ordem Cronológica de Pagamentos.
Inserido nos trabalhos da Egrégia
Primeira Câmara de 26.09.2017 e 10.10.2017, o presente
17
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES
processo foi retirado da pauta em atendimento ao
pedido do Responsável (expediente TC-20728/026/17) que
solicitou o adiamento do julgamento e após a
realização de sustentação oral produzida pelo
advogado Rafael Cezar dos Santos, conforme notas
taquigráficas juntadas aos autos.
Protocolado memoriais (expediente TC-
022730/026/17) em 23/10/17, devidamente analisados por
este Relator.
É o relatório.
GCECR
MTM
18
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES
TC-002280/026/15
VOTO
Título Situação Ref.
Aplicação no Ensino – CF, art. 212 29,51% (25%)
FUNDEB – Lei federal nº 11.494/07, art. 21, caput e § 2º 100% (95% - 100%)
Pessoal do Magistério – ADCT da CF, art. 60, XII 71,97% (60%)
Despesa com Pessoal – LRF, art. 20, III, “b” 50,02% (54%)
Saúde – ADCT da CF, art. 77, III 22,21% (15%)
Transferência ao Legislativo – CF, art. 29-A, I Atendeu ao
limite 6%
População 114.351
Habitantes
Plano Municipal de Saneamento Básico – Lei Federal nº
11.445/07, arts. 11, 17 e 19
Não
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
– Lei Federal nº 12.305/10, art.18
Não
Execução Orçamentária Déficit 2,24%
Resultado Financeiro Déficit R$ 40.615.614,67
Precatórios Pagamento insuficiente6
Encargos Sociais INSS
PASEP – Ordinário
Regime Próprio – Ordinário
Regime Próprio - Parcelamento
Regular
Regular
Recolhimento Parcial
Regular7
Remuneração dos Agentes Políticos Regular
ÍNDICE ASSUNTO RESULTADO
i-AMB Índice Municipal do Meio Ambiente: Infraestrutura,
Contingenciamento, Resíduos Sólidos, IQR, Programa
Ambiental, Plano Municipal de Saneamento.
B
6 Montante depositado a menor = R$ 12.769,68, valor passível
de relevamento ante o recolhimento do montante de R$
1.885.359,34.
7 Apesar do adimplemento das prestações, o saldo devedor
passou de R$ 35.626.407,58, em 2014, para R$ 39.174.373,56,
em 2015, uma vez que o valor da atualização da dívida é maior
que a amortização do débito.
19
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES
i-CIDADE Índice Municipal de Cidades Protegidas:
Contingenciamento, Infraestrutura, Pessoal, Plano de
Mobilidade Urbana, SIDEC (DEFESA CIVIL)
B+
i-EDUC Índice Municipal de Educação: Avaliação Escolar,
Conselho Municipal de Educação, Infraestrutura,
Material Escolar, Merenda, Mínimo Constitucional,
Plano Municipal de Educação, Professor, Transporte
Escolar, Uniforme, Vagas.
B
i-FISCAL Índice Municipal de Gestão Fiscal: Dívida Ativa,
Dívida Fundada, Execução Orçamentária, Finanças,
Gestão Fiscal, Precatórios, Transparência.
B+
i-GOV TI Índice Municipal de Governança de Tecnologia da
Informação: Diretrizes de TI, Pessoal, Sistema AUDESP,
Transparência.
B
i-PLANEJAMENTO Índice Municipal do Planejamento: Investimento,
Pessoal, Programas e Metas.
C+
i-SAÚDE Índice Municipal da Saúde: Atenção Básica,
Atendimento à População, Campanha, Conselho
Municipal de Saúde, Equipe de Saúde da Família,
Infraestrutura, Mínimo Constitucional, Profissionais da
Saúde.
B+
RESULTADO DO IEGM- Índice de Eficiência da Gestão Municipal = B
A
Altamente
Efetiva
B+
Muito Efetiva
B
Efetiva
C+
Em fase de
adequação
C
Baixo nível de
adequação
A instrução demonstra que a
Administração de VÁRZEA PAULISTA, durante o
exercício de 2015, observou normas constitucionais e
legais atinentes à aplicação no ensino, saúde,
transferência de duodécimos ao Legislativo e
remuneração dos agentes políticos.
No que diz respeito à qualidade dos
gastos, considerando as informações prestadas a esta
Corte, o Município de Várzea Paulista obteve no IEGM
(Índice de Efetividade da Gestão Municipal) o
conceito “B”, ou seja, categoria “Efetiva”.
Assim, há vários aspectos do referido
IEGM passíveis de melhoramentos, a exemplo do i-
Planejamento, que alcançou apenas a nota “C+” (em
fase de adequação) demandando, desse modo,
advertência à Prefeitura para que elimine as
20
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES
deficiências postas em evidência pelo questionário
aplicado à Administração Municipal.
A graduação atribuída ao Município de
Várzea Paulista no i-Ambiente e i-Gov TI, “B”
(Efetiva), igualmente reflete a necessidade de
avanços também nestes setores.
O Município investiu o equivalente a
29,51% das receitas provenientes de impostos no
ensino, atendendo, assim, ao disposto no artigo 212
da Constituição Federal.
Dos recursos do FUNDEB, 71,97% foram
aplicados no magistério, cumprindo-se o artigo 60,
inciso XII, do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias8.
Apesar do satisfatório atendimento das
exigências constitucionais acima arroladas, a piora
da nota obtida no i-EDUC em relação à do exercício
anterior (2014 = B+ – Muito Efetiva; 2015 = “B” –
Efetiva) indica a necessidade de adoção de medidas
por parte da Administração, em especial no que
concerne à falta de vagas nas creches da rede
municipal de ensino e às deficiências constatadas
8 Art. 60. Até o 14º (décimo quarto) ano a partir da
promulgação desta Emenda Constitucional, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios destinarão parte dos
recursos a que se refere o caput do art. 212 da Constituição
Federal à manutenção e desenvolvimento da educação básica e à
remuneração condignas dos trabalhadores da educação,
respeitadas as seguintes disposições: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 53, de 2006). (Vide Medida
Provisória nº 339, de 2006).
(...)
XII - proporção não inferior a 60% (sessenta por cento) de
cada Fundo referido no inciso I do caput deste artigo será
destinada ao pagamento dos profissionais do magistério da
educação básica em efetivo exercício. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 53)
21
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES
nos seguintes pontos: Avaliação Escolar9, Entrega de
Material e Uniforme10; Infraestrutura
11; Professor
12;
Transporte Escolar13 e Vagas
14.
A Origem respeitou o artigo 77 do Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias, pois
investidos 22,21% do produto de arrecadação dos
impostos nas ações e serviços públicos da saúde;
demais, tais recursos foram movimentados em contas
bancárias próprias e houve aprovação da gestão pelo
Conselho Municipal de Saúde.
Por outro lado, embora o Município
tenha obtido o conceito B+ (“Muito Efetiva”) no
quesito “i-SAÚDE”, a Inspeção noticia a falta de
médicos nas Unidades Básicas de Saúde e a existência
de estruturas físicas precárias, conforme registros
fotográficos de fls. 24.
Diante disso, e sem embargo das
justificativas apresentadas pelo Responsável, cabem
recomendações à Prefeitura no sentido de que promova
avanços nessa área, especialmente com a necessária
presença de médicos nos postos de saúde e
9 Falta de utilização de programa específico para o
desenvolvimento das competências de leitura e escrita dos
alunos da rede municipal.
10 Não houve entrega do kit escolar à rede municipal
11 Nem todas as escolas do Ciclo I possuem laboratórios ou
sala de informática com computadores para os alunos da rede
escolar municipal
12 Ausência de programa de inibição ao absenteísmo de
professores em sala de aula.
13 Falta de estudo anual ou traçado e tempo de viagem das
rotas do transporte escolar.
14 A Prefeitura não realizou ações e medidas para
monitoramento da taxa de abandono das crianças na idade
escolar (Ciclo I).
22
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES
conservação das unidades de atendimento, bem como a
supressão das deficiências apuradas nas respostas
aos questionários divulgadas na página eletrônica
deste Tribunal (IEGM).
Repasses à Câmara Municipal obedeceram
ao limite do artigo 29-A da Constituição Federal.
A expansão do saldo da dívida ativa
(8,73%), ante o registrado em 2014, reclama
incremento dos meios de cobrança de forma a
possibilitar sua imediata retração, nos moldes do
Comunicado SDG nº 23/201315.
Despesas com pessoal (50,02%)
atenderam ao limite de 54% previsto no artigo 20,
inciso III, da Lei de Responsabilidade Fiscal e
também em boa ordem o pagamento de subsídios aos
agentes políticos.
Relatório técnico (item B.4) indica
que o Município optou pelo Regime Especial Mensal
para fins de liquidação de precatórios, contudo
depositou em conta vinculada valor menor que o
determinado pela Emenda Constitucional nº 62/0916.
15 COMUNICADO SDG nº 023/2013
O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo comunica que
Estado e Municípios contabilizavam em 31 de dezembro de 2012
dívida ativa no total de R$ 257.633.987.035,00.
Reitera-se, diante disso, a necessidade de providências no
sentido da recuperação desses valores, seja pela via
judicial, observado o teor da consulta respondida nos autos
do processo TC-7667/026/08, seja, especialmente, por meios
próprios, mediante cobrança administrativa ou protesto
extrajudicial, este último, inclusive, objeto da consulta
respondida nos autos do processo TC-41852/026/10 e previsto
no parágrafo único do artigo 1º da Lei Federal nº 9.492, de
10 de setembro de 1997.
16 Valor Devido (1% da Receita Corrente Líquida) = R$
1.898.129,02
Valor Depositado = R$ 1.885.359,34
Diferença a menor = R$ 12.769,68
23
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES
Ainda assim, penso que tal falha possa
ser perdoada, pois a diferença a menor no pagamento
dos precatórios (R$ 12.779,68) corresponde a apenas
0,67% do total que deveria ser pago, sem prejuízo de
se firmar severa advertência à Origem para que
efetue, mensalmente, o pagamento dos valores devidos
para a quitação dos precatórios. Demais, consoante
apurado pela Inspeção, nesse ritmo as dívidas com
precatórios estarão liquidadas até o encerramento do
exercício de 202017, em conformidade com o quanto
decidido pelo Supremo Tribunal Federal.
Relativamente ao Quadro de Pessoal18,
relatório técnico aponta quantidade excessiva de
comissionados, incompatível com o porte do
município, e manutenção de diversos cargos em
comissão que não apresentam as características de
direção, chefia ou assessoramento, consoante exigido
pelo artigo 37, inciso V, da Constituição Federal.
Além disso, assinala a ausência de
escolaridade mínima e grau de experiência para o
provimento destes cargos, o que descaracterizaria a
ideia de assessoramento de alto nível; bem como a
existência de assessores dos assessores.
17
DECISÃO DO STF : QUITAÇÃO DOS PRECATÓRIOS ATÉ 2020
Saldo de precatórios até 31.12 de 2015
Número de anos restantes até 2020
Valor anual necessário para quitação até 5
Montante pago no exercício de 2015
Nesse ritmo, valor suficiente para quitação em 2020
7.773.908,85
5
1.554.781,77
1.885.359,34
18
Efetivos 3.273 3273 1908 1875 1365 1398Em comissão 484 489 348 365 136 124
Total 3757 3762 2256 2240 1501 1522
Temporários Em 31.12 de 2015
Nº de contratados 1
2014 2015
61 97
24
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES
Vale ressaltar que o tema relativo ao
quadro de pessoal tem motivado sistemáticas
recomendações quando da apreciação de balanços de
exercícios anteriores da Prefeitura Municipal de
Várzea Paulista (201119, 2012
20 e 2013
21), no sentido
de que a Origem adote medidas de correção e de
adequação em relação à sua composição, na
conformidade dos ditames constitucionais.
Sobre o anotado, o Responsável informa
que o tema está sendo discutido em várias Ações
Civis Públicas e o Executivo “tem adotado as medidas
pertinentes para cumprir as ordens liminares do
Poder Legislativo, até que seja dado desfecho às
causas e o quadro possa ser devidamente
reestruturado.”.
Nestas condições, reitero recomendação
à Administração para que promova a efetiva
reestruturação do quadro de pessoal, restringindo a
ocupação dos cargos em comissão ao quanto necessário
ao bom desenvolvimento das atividades do Executivo,
com observância aos incisos II e V do artigo 37 da
Constituição Federal.
19 TC-1058/026/11: “Recomende-se ao Prefeito que adote
providências objetivando (...) que os cargos em comissão
restrinjam-se às situações apontadas no inciso V, do artigo
37, da Carta Federal.”. Pedido de Reexame apreciado na sessão
de 15/10/14;
20 TC-1647/026/12: “Nesse contexto, atuam como reforço à
conclusão desfavorável as demais falhas subsistentes,
anotadas nos itens: (...) Quadro de Pessoal (existência de
cargos em comissão cujas atribuições não possuem
características de direção, chefia e assessoramento).”.
Pedido de Reexame apreciado na sessão de 28/10/15
21 TC-001715/026/13: “À margem do parecer, determino a
expedição de ofício à origem com as seguintes recomendações:
regulamente o quadro de pessoal nos moldes delineados pelos
artigos 37, incisos II e V da Constituição Federal.”. Pedido
de Reexame apreciado na sessão de 29/03/17.
25
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES
Igualmente alerto ao Responsável para
que atente para o item 8 do Comunicado SDG nº
32/2015, com a definição, mediante lei, dos
requisitos para provimento de cargos em comissão de
Direção, Assessoramento (exclusivos para candidatos
com curso de nível universitário), reservando os de
Chefia para potenciais interessados com formação
técnico-profissional apropriada.
Recomendações serão transmitidas pela
Unidade Regional de Campinas para que a
Administração Municipal promova a edição dos planos
de mobilidade urbana, de gestão integrada de
resíduos sólidos e o de saneamento básico; adote
medidas para o efetivo funcionamento do Sistema de
Controle Interno, especialmente no que se refere à
elaboração periódica de relatórios; observe com
rigor a ordem cronológica de pagamentos; envie,
semestralmente, à Câmara Municipal a relação de
todos os servidores em atendimento ao artigo 76, da
Lei Municipal nº 1119, de 04 de abril de 1990 e
cumpra os prazos de encaminhamento de
documentos/informações ao Sistema AUDESP.
O atendimento destas recomendações
será avaliado em próxima inspeção.
No mais, a prestação de contas do
Prefeito de Várzea Paulista relativas ao exercício
de 2015 encontra-se comprometida, sobretudo diante
dos resultados verificados nos demonstrativos
contábeis e do recolhimento parcial dos encargos
sociais.
Inicialmente, no que concerne à
execução do orçamento, a despeito dos 5 (cinco)
alertas emitidos por este Tribunal22, registrou-se o
déficit de R$ 4.389.794,00, correspondentes a 2,24%
22 Nos meses de fevereiro, abril, junho, agosto e outubro,
sobre a tendência de descumprimento das metas fiscais, fls.
51/62 do Anexo I.
26
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES
da receita arrecadada, sem amparo financeiro, na
medida em que a Prefeitura apresentou resultado
negativo no exercício anterior, deficitário em R$
40.615.614,67 (fls. 12).
Sobreleva ressaltar que embora a
Fiscalização demonstre no quadro às fls. 1323 a
redução do déficit financeiro em relação ao
exercício anterior24, tal fato não minimiza a grave
situação financeira da Prefeitura (2014 = -R$
47.997.743,31; 2015 = -R$ 40.615.614,67).
Com efeito, o déficit financeiro
representa mais de 2 meses de arrecadação do
Município (74 dias25), portanto muito acima da média
tolerada por este Tribunal, pois sinaliza possível
comprometimento de exercícios futuros e revela
descuido do gestor quanto ao adequado equacionamento
das contas em exame, deixando de dar cumprimento a
dois pressupostos de responsabilidade fiscal: o
superávit orçamentário e a redução da dívida
governamental.
23 B.1.2.1. INFLUÊNCIA DO RESULTADO ORÇAMENTÁRIO SOBRE O RESULTADO FINANCEIRO
Resultado financeiro do exercício anterior 2014
Ajustes por Variações Ativas (exercício em exame) 2015 (*)
Ajustes por Variações Passivas (exercício em exame) 2015 (*)
Resultado Financeiro Retificado do exercício de 2014
Resultado Orçamentário do exercício de 2015
Resultado Financeiro do exercício de 2015 (40.615.614,67)
(*) - Que causam interferência no Resultado Financeiro do exercício anterior.
(47.997.743,31)
11.771.922,66
(36.225.820,67)
(4.389.794,00)
(0,02)
24
Por conta dos ajustes por “variações ativas” ocorridas em
2015 (R$ 11.771.922,66), compostas exclusivamente por
cancelamento de restos a pagar.
25 Receita Arrecadada = R$ 196.351.406,00/12 = R$
16.362.617,16/30 = R$ 545.420,57;
Déficit Financeiro = R$ 40.615.614,67/R$ 545.420,57 = 74
dias.
27
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES
Não bastasse, houve aumento da dívida
de curto prazo em 7,68% em relação ao exercício
anterior, recrudescendo a situação de iliquidez
perante compromissos da espécie, com apenas R$ 0,15
(quinze centavos) para cada R$ 1,00 (um real) de
obrigações.
Mesmo que fossem excluídos na
totalidade os restos a pagar não processados (R$
16.906.081,17), conforme pretende o Administrador em
suas alegações de defesa, ainda assim a Prefeitura
permaneceria em situação de iliquidez frente às suas
exigibilidades de maior urgência.
Demais, ressentem-se os autos de
elementos capazes de comprovar a assunção de
eventuais despesas por força de convênios celebrados
com as demais esferas de governo (Federal ou Estadual)
ou que não se processaram no exercício em exame,
sobretudo, em razão da referida falta de repasses
dos correspondentes recursos ao município. Além
disso, a Origem não demonstra sua eventual cobertura
pelo aporte de recursos e/ou anulação de empenhos.
Segundo a análise da Assessoria
Especializada da ATJ, o endividamento de curto prazo
(R$ 75.261.505,12) é formado em sua maior parte por
despesas processadas (restos a pagar processados =
R$ 22.355.942,32), para as quais a municipalidade
não dispunha de cobertura financeira suficiente (R$
6.889.291,99).
Agrava o panorama a questão
relacionada ao deficiente recolhimento de encargos,
uma vez que desde julho de 2013 a Municipalidade não
efetuou os repasses de valores para cobertura de
insuficiência financeira do Regime Próprio de
Previdência Social, em desrespeito à previsão do
artigo 17-F da Lei Municipal nº 2.023/0926.
26 Lei nº 2.023, de 18 de setembro de 2009 – “Dispõe sobre o
plano de custeio do regime próprio de previdência social do
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Conforme destaca a Inspeção, o valor
atualizado da dívida atingia, na data da
fiscalização, o montante de R$ 4.010.209,81 (fls.
157/158 do Anexo I).
Em que pesem os argumentos da
Autoridade Responsável, no sentido de que a ausência
de recolhimento decorre dos débitos da gestão
anterior, bem como da implementação da segregação de
massa dos segurados, a irregularidade não merece
relevamento, pois inviabiliza a previdência
municipal, o pagamento de benefícios futuros bem
como aumenta a dívida de longo prazo, comprometendo,
via de consequência, orçamentos e gestões futuras,
tudo portanto na contramão da essência da
responsabilidade fiscal.
Além disso, consoante assinala
Ministério Público de Contas “As dificuldades em
administrar os débitos previdenciários também se
evidencia pelo aumento no saldo de parcelamentos
existentes, uma vez que a atualização da dívida foi
maior que a amortização, seu estoque passou de R$
35.626.407,58 (em 2014) para R$ 39.174.373,56 (em
2015), o que importa dizer que, mantendo-se esse
ritmo de pagamentos, tais parcelamentos não serão
quitados e os saldos devedores para as gestões
seguintes serão cada vez maiores.”.
município de Várzea Paulista, altera a Lei Municipal nº 1.703, com
a redação modificada em parte pelas leis municipais nº 1.773, de
18 de agosto de 2004 e nº 1.906, de 11 de dezembro de 2007 e dá
outras providências”.
(...)
Art. 17-F. Quando as despesas previdenciárias, do grupo de
segurados admitidos até a data prevista no art. 17-E, forem
superiores à arrecadação das suas contribuições previstas no art.
17-C será assim efetivada a necessária integralização da folha
líquida de benefícios do grupo em questão:
- 50% (cinquenta por cento) da complementação da despesa será
oriunda dos valores acumulados no Fundo Previdenciário Financeiro;
- 50% (cinquenta por cento) da complementação da despesa será
oriunda de recursos orçamentários, estabelecidos na forma legal
instituída para o procedimento orçamentário, observada a previsão
de despesa apurada em avaliação atuarial.
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Consigne-se, ainda, que embora o
Responsável informe em 23.10.17 que a Administração
promoveu a realização de novo parcelamento,
englobando todos os valores devidos de aportes para
a cobertura financeira, o Responsável não apresentou
qualquer documento que comprove a edição de lei
municipal que permite o reparcelamento da sua dívida
perante o Instituto de Previdência Municipal, nos
moldes da recente Portaria do Ministério da Fazenda
nº 333, de 11 de julho de 2017.
Por fim, contribui para a consolidação
de juízo desfavorável o descumprimento da Ordem
Cronológica de Pagamentos, observando-se a
existência de diversas despesas vencidas desde o
exercício de 2011 e não pagas até 31/12/15,
comprovadas no relatório emitido pela própria
Prefeitura, fls. 168/187 do Anexo I.
Sobre o assunto, a despeito das
providências noticiadas pelo Responsável, resta
evidente que o “chamamento público” para quitação de
restos a pagar não observa a ordem cronológica de
pagamentos, em desrespeito ao artigo 5º da Lei
8.666/93, classificando os credores a partir do
critério de maior desconto percentual, sem preservar
o direito adquirido pelas fornecedoras mais antigas.
Nestas circunstâncias, acompanho as
manifestações das Assessorias Técnicas, d. Chefia e
Ministério Público, e consoante disposição do artigo
2º, inciso II, da Lei Complementar nº 709/93, voto
pela emissão de PARECER DESFAVORÁVEL à aprovação das
contas do PREFEITO DO MUNICÍPIO DE VÁRZEA PAULISTA,
atinentes ao exercício de 2015, com as advertências,
alerta e recomendações, consignadas na fundamentação
do presente decisório.
É o meu voto.
GCECR
MTM
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