sumÁrio - fatec - faculdade de teologia e ciências ... · 3.4 expressões idiomáticas...
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SUMÁRIO
Introdução
1. Língua de Sinais....................................................................................................................5
2. Alfabeto Manual....................................................................................................................9
2.1 Configuração de mãos.........................................................................................................10
3. Números...............................................................................................................................11
3.1 Números Cardinais..............................................................................................................11
3.1.1 Utilização dos numerais para valores monetários, pesos e medidas................................12
3.2 Números Ordinais...............................................................................................................12
3.3 Números quantitativos........................................................................................................13
3.4 Expressões Idiomáticas Relacionadas ao Ano Sideral........................................................14
4. Variações Lingüísticas........................................................................................................16
4.1 Dialeto Regional.................................................................................................................16
4.2 Dialeto Social......................................................................................................................16
4.3 Mudanças Históricas...........................................................................................................16
5. Iconicidade e Arbitrariedade.............................................................................................17
5.1 Sinais Icônicos....................................................................................................................17
5.2 Sinais Arbitrários................................................................................................................17
6. Estrutura Gramatical.........................................................................................................19
6.1 Parâmetros das Línguas de Sinais.......................................................................................19
6.2 Pronomes............................................................................................................................22
6.2.1 Pronomes Pessoais...........................................................................................................22
6.2.2 Pronomes Possessivos......................................................................................................26
6.2.3 Pronomes Demonstrativos e Advérbio de Lugar.............................................................26
6.2.4 Pronomes Interrogativos e Expressões Interrogativas.....................................................28
6.2.5 Pronomes Indefinidos......................................................................................................33
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Gramática da LIBRAS
6.3 Advérbios...........................................................................................................................35
6.3.1 Advérbios de Tempo........................................................................................................35
6.3.2 Advérbios de Modo..........................................................................................................37
6.4 Tipos de Verbos.................................................................................................................37
6.4.1 Verbos Direcionais...........................................................................................................37
6.4.2 Verbos Não Direcionais...................................................................................................38
6.4,3 Verbos com incorporação de negação..............................................................................38
6.5 Tipos de Frases..................................................................................................................39
6.5.1 Frases Afirmativas...........................................................................................................39
6.5.2 Frases Negativas..............................................................................................................39
6.5.3 Frases Exclamativas.........................................................................................................40
6.5.4 Frases Interrogativas........................................................................................................40
6.6 Tempos Verbais..................................................................................................................40
6.7 Sinais em Contexto.............................................................................................................41
7. Comparativo de igualdade, superioridade e inferioridade.............................................43
8. Sistema de Transcrição para a LIBRAS...........................................................................45
8.1 Sinais Simples.....................................................................................................................45
8.2 Sinais Compostos................................................................................................................45
8.3 Datilologia...........................................................................................................................46
8.4 Sinal Soletrado....................................................................................................................46
8.5 Desinência de Gênero.........................................................................................................46
8.6 Traços não Manuais............................................................................................................47
8.7 Plural...................................................................................................................................47
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Gramática da LIBRAS
Introdução
Essa maneira tão estranha, para muitos ouvintes, de conversar sem som,
fazendo movimentos no ar com as mãos, acompanhados de expressões corporais e faciais, as
vezes chama a nossa atenção, quando nos deparamos com surdos comunicando-se
A ausência de audição faz com que os surdos recorram a outros caminhos
para desenvolver suas necessidades lingüísticas: a Língua de Sinais.
A língua de sinais são línguas gestuais-visuais baseadas no uso das mãos,
dos olhos, do rosto, da boca, enfim, do corpo todo. Elas representam a resposta criativa das
pessoas surdas para a experiência visual da surdez. A língua de sinais é a língua preferida da
maioria das pessoas surdas e oferece a elas a oportunidade de expressarem e, assim,
desenvolver seu potencial, plenamente de uma forma que a língua oral não permite.
Frequentemente há uma tendência generalizada e errônea entre as pessoas
em denominar essa forma de comunicação como mímica. Não se pode confundir mímica –
forma de expressão através de gestos naturais que procuram imitar a imagem do que se quer
fazer compreender – com a complexa estruturação da língua de sinais. Seu reconhecimento e
legitimidade passam necessariamente por essa diferenciação.
As línguas de sinais têm o mesmo status das línguas orais. Uma vez que se
prestam as mesmas funções destas, tem uma organização interna que define seu conjunto de
regras próprias, em todos os níveis lingüísticos, e estão sendo estudadas cientificamente em
varias partes do mundo; podem expressar os pensamentos mais complexos e as idéias mais
abstratas, sendo adequadas para transmitir informações, para o ensino e, principalmente,
representam a identidade entre as pessoas surdas.
Um outro aspecto a ser destacado é que muitos consideram esta forma de
comunicação como sendo uma linguagem mundial de surdos. Parece que em todos lugares do
planeta eles sempre fazem tudo igual. Não é verdade. A língua de sinais não é universal, cada
pais tem a sua, resultante da cultura do grupo social que a utiliza. Do mesmo modo que
existem varias línguas orais estrangeira, há diferentes línguas de sinais. No Brasil, a língua de
sinais utilizada pelas comunidades surdas dos centros urbanos é denominada Língua
Brasileira de Sinais – LIBRAS.
A LIBRAS é uma língua natural, relacionada aos costumes e a cultura da
comunidade surda brasileira, que flui de uma necessidade de comunicação entre as pessoas
que utilizam a modalidade gestual-visual para se comunicar.
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Muitos têm sido os trabalhos de lingüistas brasileiros, voltados a descrição
da LIBRAS, que tem contribuído, imensamente, para destacar o seu status de língua natural e
subsidiar propostas de atendimento educacional as crianças surdas.
Nessa breve descrição de alguns dos aspectos que constituem a complexa
estrutura gramatical da LIBRAS, nosso objetivo foi difundir, tanto para a comunidade escolar,
em particular, como para os demais interessados pela causa da surdez de reafirmar seu
estatuto atuais sobre a língua de sinais tem no sentido de reafirmar seu estatuto de sistema
lingüístico pleno, bem como permitir que esse conhecimento possa ser traduzido em praticas
que promovam e transformem em realidade o direito do surdo a ter acesso a sua língua
natural.
Procuramos reunir informações básicas sobre a gramática da LIBRAS, a
partir as constatações evidenciadas por pesquisadores pioneiros no Brasil, como é o caso de
Lucinda Ferreira Brito e o Grupo de Pesquisa da FENIES – Federação Nacional de Educação
e Integração dos Surdos.
No entanto, não devemos nos esquecer que é na dinâmica das relações
sociais com os usuários da LIBRAS que estaremos mergulhando na verdadeira corrente da
comunicação verbal e colocando em pratica os aspectos teóricos aqui abordados.
SKLIAR, Carlos.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS.
Núcleo de Pesquisas em Políticas Educacionais para Surdos, NUPPES.
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1. Língua de Sinais
Muitas pessoas acreditam que a língua de sinais é somente um conjunto de
gestos que interpretam as línguas orais.
Pesquisas sobre a língua de sinais vem mostrando que estas línguas são
comparáveis em complexidade e expressividade a quaisquer línguas orais. Estas línguas
expressam idéias sutis, complexas e abstratas. Os seus usuários põem discutir filosofia,
literatura ou política, alem de esportes, trabalho, moda e utiliza-las com função estética para
fazer poesias, contar estórias, criar peças de teatro e humor.
Como toda língua, as línguas de sinais aumentam seus vocabulários com
novos sinais introduzidos pelas comunidades surdas em resposta as mudanças culturais e
tecnológicas. Assim a cada necessidade surge um novo sinal e, desde que se torne aceito, será
utilizado pela comunidade.
Acredita-se também que somente exista uma língua de sinais no mundo,
mas assim como as pessoas ouvintes em paises diferentes falam diferentes línguas, também as
pessoas surdas por toda parte do mundo, que estão inseridas em “Cultura Surdas”, possuem
suas próprias línguas, existindo, portanto, muitas línguas de sinais diferentes, como: Língua
de Sinais Francesa, Chilena, Portuguesa, Americana, Argentina, Venezuelana, Peruana,
Inglesa, Italiana, Japonesa, Chinesa, Uruguaiana, Russa, Urubus-Kaapor, citando apenas
algumas. Estas línguas são diferentes uma das outras e independem das línguas orais-auditivas
utilizadas nesses e em outros paises, por exemplo: O Brasil e Portugal possuem a mesma
língua oficial, o português, mas as línguas de sinais destes paises são diferentes. O mesmo
acontece com os Estado Unidos e a Inglaterra, entre outros. Também pode acontecer que uma
mesma língua de sinais seja utilizada por dois paises, como é o caso da língua de sinais
americana que é usada pelos surdos dos Estados Unidos e Canadá.
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Embora cada língua de sinais tenha sua própria estrutura gramatical, surdos
de paises com línguas de sinais diferentes comunicam-se com mais facilidade uns com os
outros, fato que não ocorre entre falantes de línguas orais, que necessitam de um tempo bem
maior para um entendimento. Isso se deve a capacidade que as pessoas surdas tem em
desenvolver e aproveitar gestos e pantomimas para a comunicação e estarem atentos as
expressões faciais e corporais das pessoas e devido ao fato dessas línguas terem muitos sinais
que se assemelham as coisas representadas.
No Brasil, as comunidades surdas urbanas utilizam a LIBRAS, mas além
dela, há registros de uma outra língua de sinais que é utilizadas pelos índios Urubus-Kaapor
na Floresta Amazônica.
Muitas pessoas acreditam que a LIBRAS é o português feito com as mãos,
que os sinais substituem as palavras desta língua, e que ela é uma linguagem como a
linguagem das abelhas ou do corpo, como a mímica. Entre as pessoas que acreditam que a
LIBRAS é realmente uma língua, há algumas que pensam que ela é limitada e expressa
apenas informações concretas, e que não é capaz de transmitir idéias abstratas.
Esses mitos precisam ser desfeitos porque a LIBRAS, como toda língua de
sinais, é uma língua de modalidade gestual-visual que utiliza como canal ou meio de
comunicação, movimentos gestuais e expressões faciais que são percebidos pela visão;
portanto, diferencia da língua português, uma língua de modalidade oral-auditiva, que utiliza
como canal ou meio de comunicação, sons articulados que são percebidos pelos ouvidos. Mas
as diferenças não estão somente na utilização de canais diferentes, estão nas estruturas
gramaticais de cada língua.
Embora com as diferenças peculiares a cada língua, todas as línguas
possuem algumas semelhanças que as identificam como língua e não como linguagem, como
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é o caso da linguagem das abelhas, dos golfinhos, dos macacos, enfim, a comunicação dos
animais.
Uma semelhança entre as línguas é que todas são estruturadas a partir de
unidades mínimas que formam unidades mais complexas, ou seja, todas possuem os seguintes
níveis lingüísticos: o fonológico, o morfológico, o sintático e o semântico.
No nível fonológico estão os fonemas. Os fonemas só tem valor contrastivo,
não tem significado, mas a partir das regras de cada língua, eles se combinam para formar os
morfemas e estes as palavras.
Na língua portuguesa, por exemplo, os fonemas /m/n/s/a/e/i/ podem se
combinar e formas a palavra “meninas”.
No nível morfológico, esta palavra é formada pelos morfemas {menin-}{-a}
{-s}. Diferentemente dos fonemas, cada um destes morfemas tem um significado: {menin-} é
o radical desta palavra e significa “criança”, “não adulto”, o morfema -}{-a} significa “gênero
feminino” e o morfema {-s} significa “plural”.
No nível sintático, esta palavra pode se combinar com outras para formar a
frase, que precisa ter um sentido em coerência com o significado das palavras em um
contexto, o que corresponde aos níveis semântico (significado) e pragmático (sentido no
contexto: onde estão sendo utilizadas as palavras) respectivamente. Assim o nível semântico
permeia o morfo-sintático.
Outra semelhança ente as línguas é que os usuários de qualquer língua
podem expressar seus pensamentos diferentemente, por isso uma pessoa que fala uma
determinada língua utiliza essa língua de acordo com o contexto e o modo de se falar com um
amigo não é igual ao de se falar com uma pessoa estranha, assim, quando se aprende uma
língua está aprendendo também a utilizá-la a partir do contexto.
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Outra semelhança também é que todas as línguas possuem diferenças quanto
ao seu uso em relação a regia, ao grupo social, a faixa etária e ao gênero. O ensino oficial de
uma língua sempre trabalha com a norma culta, a norma padrão, que é utilizada na forma
escrita e falada e sempre toma alguma região e um grupo social com o padrão.
Ao se atribuir as línguas de sinais o status de língua é porque elas, embora
sendo de modalidade diferente, possuem também estas características em relação as
diferenças regionais, sócio-culturais, entre outras, e em relação as suas estruturas porque elas
também são compostas pelos níveis descritos acima.
O que é denominado de palavra ou item lexical nas línguas orais-auditivas,
são denominados sinais nas línguas de sinais.
Os sinais são formados a partir da combinação do movimento das mãos com
um determinado formato em um determinado lugar, podendo este lugar ser uma parte do
corpo ou um espaço em frente ao corpo. Estas articulações das mãos, que podem ser
comparadas aos fonemas e as vezes aos morfemas, são chamadas de parâmetros, veremos
quais são estes parâmetros e suas funções mais adiante.
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2. Alfabeto Manual
A dactilologia, ou alfabeto manual, é uma sistema de representação, quer
simbólica, quer icônica, das letras dos alfabetos das línguas orais escritas, por meio das mãos.
É útil para se entender melhor a comunidade surda, faz parte da sua cultura e surge da
necessidade de contato com os cidadãos ouvintes.
Em geral, é um erro comparar o alfabeto manual com a língua gestual (no
Brasil, LIBRAS), pois este é a anotação, por meio das mãos, das letras das línguas orais e dos
seus principais caracteres.
A dactilologia é usada em muitas línguas gestuais, com vários propósitos:
representar palavras (especialmente nomes de pessoas ou de localidades) que não têm gesto
(sinal) equivalente, ou para ênfase ou clarificação, ou para se ensinar ou aprender uma
determinada língua gestual.
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2.1. Configuração de mãos
Os sinais são formados a partir da combinação dos movimentos das mãos
que podem ser da dactilologia ou outras formas feitas pela mão predominante (mão direita
para os destros ou esquerda para os canhotos), ou pelas duas mãos com um determinado
formato, que chamamos Configurações de Mãos em LIBRAS, em um determinado lugar,
podendo este lugar ser uma parte do corpo ou espaço em frente ao corpo.
Ao todo são 64 configurações.
Tabela de Configuração de Mãos (CM)
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3. Números
As línguas podem ter formas diferentes para aprensentar os numerais
quando utilizados como cardinais, ordinais, quantidade, medida, idade, dias da semana
ou mês, horas e valores monetários. Isso também acontece na LIBRAS.
É erro o uso de uma determinada configuração de maõs para o numeral
cardinal sendo utilizada em um contexto onde o numeral é ordinal ou quantidade.
EXEMPLO:
O numeral cardinal 1 é diferente da quantidade 1, como o livro 1, que é
diferente de PRIMERO-LUGAR, que é diferente do numeral PRIMEIRO, que é
diferente de PRIMEIRO-ANDAR, que é diferente de PRIMEIRO-GRAU, que é
diferentes de MÊS-1.
3.1 Números Cardinais
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3.1.1 Utilização dos numerais para valores monetários, pesos e medidas
Em LIBRAS para se representar os valores monetários de um até nove reais,
usa-se o sinal do numeral correspondente ao valor, incorporando a este o sinal VIRGULA.
Por isso o numeral para o valor monetario terá pequenos movimentos rotativos. Pode ser
usado tambem para estes valores acima os sinais dos numerais correspondentes seguido
dos sinal “real”.
Para valores de um mil até nove mil tambem há a incorporação do sinal
VIRGULA, mas aqui o movimento desta incorporação é mais alongando do que o s
valores anteriores (de 1 até nove reais). Podem ser usados tambem para esses valores
acima os sinais dos numerais correspondetes seguidos de PONTO.
Para valores de um milhão para cima, usa-se também a incorporação do
sinal VIRGULA como o numeral correspondente, mas aqui o movimento rotativo é mais
alongado do que em mil. Pode-se notar uma gradação tanto na expressão facial como
neste movimento da virgula incorporada que ficam maiores e mais acentuadas: de 1 a 9;
de 1.000 a 9.000; de 1.000.000 a 9.000.000.
Quando o valor é centavo, o sinal VIRGULA em depois do sinal zero, mas
na maioria das vezes nao precisa usar o sinal ZERO para centavo porque o contexto pode
esclarecer e os valores para centavos ficam iguais aos numerais cardinais.
3.2 Números Ordinais
Os números ordinais do PRIMEIRO até o NONO tem a mesma forma dos
cardinais, mas aqueles possuem movimentos enquanto estes nao possuem. Os ordinais do
PRIMEIRO até o QUARTO tem movimentos para cima e para baixo e os ordinais do
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QUINTO até o NONO tem movimentos para os lados. A partir do numeral DEZ, não há
mais diferença entre os cardinais e ordinais.
3.3 Números quantitativos
Os números referentes a quantidadedo, do UM ao QUATRO tem
configurações diferentes dos números ordinais e cardinais, conforme mostram as figuras.
Do número CINCO em diante as configurações são iguais aos números cardinais
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3.4 Expressões Idiomáticas relacionadas ao Ano Sideral
Nesta temática, “Ano Sideral”, será englonada as horas, dias, os meses e os
anos, além de um vocábulo relacionado a esse calendário sideral, veremos também várias
expresões que são peculiares à LIBRAS.
Na língua de sinais, há dois sinais diferentes para a idéia “dia”: um sinal
relacionado a dia do mês, qué é o sinal soletrado D-I-A, e o sinal DIA (duração), (que tem
a configuração de mão em d com movimento circular em frente ao dorso do emissor).
EXEMPLOS:
1- D-I-A AMANHÃ?
AMANHÃ D-I-A 17
2- VIAJAR RECIFE ONIBUS EU CANSAD@ DIA-2
“Eu estou cansada porque viajei 2 dias de onibus para o Recife.
• Os numerais de 1 a 4 podem ser incorporados aos sinais DIA (duração),
SEMANA, MÊS e ANO e VEZ.
EXEMPLOS:
3- DIA-1, DIA-2
4- SEMANA-1, SEMANA-2, SEMANA-3, SEMANA-4;
5- MÊS-1, MÊS-2, MÊS-3;
6- ANO-1, ANO-2, ANO-3;
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7- VEZ-1, VEZ-2, VEZ-3, MUIT@-VEZ
• Esta construção pode ser usada somente pra os numerais inferiores a 5.
A partir do numeral 5 não há mais incorporação e a construção utilizada
é formanda pelo sinal seguido do numeral.
EXEMPLOS:
8- DIA 4, DIA 20, SEMANA 8, ANO 6
• Aos sinais DIA (duração) e SEMANA podem ser incorporadas tambem
a frequencia ou duração atraves de um movimento prolongado ou
repetido.
EXEMPLOS:
9- TODOS-OS-DIAS – movimento repetido
10- DIA-INTEIRO “o dia todo” – movimento alongado;
11- TOD@-SEAMANA 2ª-FEIRA “todas as segundas” – mov. a longado.
TOD@-SEMANA 4ª FEIRA “todas as quartas”
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4. Variações Linguisticas
Na maioria do mundo, há, pelo menos, uma língua de sinais usada
amplamente na comunidade surda de cada país, diferente daquela da língua falada
utilizada na mesma área geográfica. Isto se dá porque essas línguas são independentes
das línguas orais, pois foram produzidas dentro das comunidades surdas.
A Língua de Sinais Americana (ASL) é diferente da Língua de Sinais
Britânica (BSL), que difere, por sua vez, da Língua de Sinais Francesa (LSF).
EXEMPLO: SINAL DE NOME: ASL diferente da LIBRAS
Além disso, dentro de um mesmo país há as variações regionais.
A LIBRAS apresenta dialetos regionais, salientando assim, uma vez mais,
o seu caráter de língua natural.
4.1 Dialeto Regional
São as variações de Sinais de uma região para outra, no mesmo pais. EXEMPLOS: VERDE, MAS, BRANCO...
4.2 Dialeto Social
São as variações na configuração de mãos e/ou no movimento, não modificando o sentido do sinal. EXEMPLOS: AJUDAR, CONVERSAR, AVIÃO, SEMANA...
4.3 Mudanças Historicas
Com o passar do tempo o sinal pode sofrer mudanças, decorrentes dos costumes da geração que o utiliza. EXEMPLOS: AZUL, BRANCO...
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5. Iconicidade e Arbitrariedade A modalidade gestual-visual pela qual a LIBRAS é produzida e percebida
pelos surdos leva, muitas vezes, as pessoas a pensarem que todos os sinais é o “desenho” no
ar do referente que representam. É claro que, por decorrência de sua natureza lingüística, a
realização de um sinal pode ser motivada pelas características do dado da realidade a que se
refere, mas isso não é uma regra. A grande maioria dos sinais da LIBRAS são arbitrários, não
mantendo relação de semelhança alguma com seu referente.
Vejamos alguns exemplos entre os sinais icônicos e arbitrários.
5.1 Sinais icônicos Uma foto é icônica porque reproduz a imagem do referente, isto é, a pessoa
ou coisa fotografada. Assim também são alguns sinais da LIBRAS, gestos que fazem alusão à
imagem do seu significado.
EXEMPLOS:
TELEFONE, CASA, BORBOLETA, ARVORE...
Isso não significa que os sinais icônicos são iguais em todas as línguas.
Cada sociedade capta facetas diferentes do mesmo referente, representadas
através de seus próprios sinais, convencionalmente, (FERREIRA BRITO, 1993) conforme os
EXEMPLOS:
LIBRAS - representa o tronco usando o antebraço e a mão aberta, as folhas em movimento.
LSC (Língua de Sinais Chinesa) - representa apenas o tronco da árvore com as duas mãos
(os dedos indicador e polegar ficam abertos e curvos).
5.2 Sinais arbitrários. São aqueles que não mantêm nenhuma semelhança com o dado da
realidade que representam.
Uma das propriedades básicas de uma língua é a arbitrariedade existente
entre significante e referente. Durante muito tempo afirmou-se que as línguas de sinais
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não eram línguas por serem icônicas, não representando, portanto, conceitos abstratos. Isto
não é verdade, pois em língua de sinais tais conceitos também podem ser representados,
em toda sua complexidade.
EXEMPLOS:
CONVERSAR, PESSOA, DEPRESSA, PERDÃO...
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6. Estrutura Gramatical 6.1 Parâmetros das Línguas de Sinais
A Libras tem sua estrutura gramatical organizada a partir de alguns parâmetros, Vejamos.
a) Configuração de mãos São formas das mãos, que podem ser da datilologia (alfabeto manual) ou
outras formas feitas pela mão predominante (mão direita para os destros), ou pelas duas
mãos do emissor ou sinalizador. Os sinais APRENDER, LARANJA e ADORAR têm a
mesma configuração de mão e são realizados na testa, na boca e no lado esquerdo do
peito, respectivamente;
EXEMPLOS:
b) Ponto de articulação É o lugar onde incide a mão predominante configurada, podendo esta tocar
algumas parte do corpo ou estar em um espaço neutro vertical (do meio do corpo até à
cabeça) e horizontal (à frente do emissor). Os sinais TRABALHAR, BRINCAR,
CONSERTAR são feitos no espaço neutro e os sinais ESQUECER, APRENDER e
PENSAR são realizados na testa;
EXEMPLOS:
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c) Movimento Os sinais podem ter um movimento ou não. Os sinais citados acima têm
movimento, com exceção de PENSAR que, como os sinais AJOELHAR e EM-PÉ, não
tem movimento;
Os sinais que tem movimentos podem ser classificados em:
- unidirecional (proibido, sentar, mandar...) - bidirecional, duas direções diferentes (pronto, julgamento, grande, discutir, trabalhar, brincar...) - multidirecional, varias direções (incomodar, pesquisar...) * tipos de movimentos: retilíneo (encontrar, estudar, porque...); helicoidal (alto, azeite, macarrão...); circular (brincar, bobo, bicicleta...); semicircular (surdo, sapo, coragem...); sinuoso (Brasil, rio, navio...); angular (raio, elétrico, difícil...) EXEMPLOS: SINAIS COM MOVIMENTO
SINAIS SEM MOVIMENTO
d) Orientação/direcionalidade
Os sinais têm uma direção com relação aos parâmetros acima.
Assim os verbos IR e VIR se opõem em relação à direcionalidade, como os
verbos SUBIR e DESCER, ACENDER e APAGAR, ABRIR-PORTA e FECHAR-PORTA.
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Quanto a orientação/direcionalidade podem notar também: - disposição das mãos (tanto direita como esquerda) - orientação (para cima, baixo, lado, frente...) - região de contato VEJA ALGUNS EXEMPLOS:
e) Expressão facial e/ou corporal (não manual) Muitos sinais, além dos quatro parâmetros mencionados acima, em sua
configuração têm como traço diferenciador também a expressão facial e/ou corporal,
como os sinais ALEGRE e TRISTE. Há sinais feitos somente com a bochecha como
LADRÃO, ATO-SEXUAL; sinais feitos com a mão e expressão facial, como o sinal
BALA, e há ainda sinais em que sons e expressões faciais complementam os traços
manuais, como os sinais HELICÓPTERO e MOTO.
EXEMPLOS: silencio, cala a boca.
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Por meio das expressões faciais também definimos os tipos de frases, como afirmação, negação, interrogação e exclamação.
Os sinais são formados a partir da combinação da forma e do movimento
das mãos e do ponto no corpo ou no espaço onde esses sinais são feitos.
Na combinação destes quatro parâmetros, ou cinco, tem-se o sinal. Falar
com as mãos é, portanto, combinar estes elementos para formarem as palavras e estas
formarem as frases em um contexto.
Para conversar, em qualquer língua, não basta conhecer as palavras, é
preciso aprender as regras gramaticais de combinação destas palavras em frases.
6.2 Pronomes 6.2.1 Pronomes Pessoais A LIBRAS possui um sistema pronominal para representar as pessoas do discurso.
• Primeira Pessoa do Singular e Plural (singular, dual, trial, quatrial e plural): EU; NÓS-2; NÓS-3; NÓS-4; NÓS-GRUPO, NÓS-TOD@).
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• Segunda Pessoa do Singular e Plural (singular, dual, trial, quatrial e plural): VOCÊ; VOCÊ-2; VOCÊ-3; VOCÊ-4; VOCÊ-GRUPO, VOCÊ-TOD@).
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• Terceira Pessoa do Singular e Plural
(singular, dual, trial, quatrial e plural): EL@; EL@-2; EL@-3; EL@-4; EL@-GRUPO, EL@-TOD@).
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No singular, o sinal para todas as pessoas é o mesmo, o que difere uma das
outras é a orientação da mão: o sinal para "eu" é um apontar para o peito do emissor (a
pessoa que está falando), o sinal para "você" é um apontar para o receptor (a pessoa com
quem se fala) e o sinal para "ele/ela" é um apontar para uma pessoa que não está na conversa
ou para um lugar convencionado para uma terceira pessoa que está sendo mencionada.
No dual, a mão ficará com o formato do numeral dois (quantidade), no trial
o formato será do numeral três (quantidade), no quatrial o formato será do numeral quatro
(quantidade). Para o plural há dois sinais: um sinal composto formado pelo sinal para a
respectiva pessoa do discurso (1 a, 2a. 3a), mais o sinal GRUPO; e outro sinal para plural que
é feito pela mão predominante com a configuração em "d " fazendo um semicírculo à frente
ou ao lado do sinalizador.
Como na língua portuguesa, na LIBRAS, quando uma pessoa surda está
conversando, ela pode omitir a primeira pessoa porque, pelo contexto, as pessoas que estão
interagindo sabem a qual das duas o contexto está relacionado, por isso, quando esta pessoa
está sendo utilizada pode ser para dar ênfase à frase.
Quando se quer falar sobre uma terceira pessoa que está presente, mas deseja-se uma certa
reserva, por educação, não se aponta para esta pessoa diretamente. Nesta situação, o emissor
faz um sinal com os olhos e um leve movimento de cabeça para a direção da pessoa que está
sendo mencionada, ou aponta para a palma da mão encontrando o dedo indicador da mão
esquerda na mão direita um pouco à frente do peito do emissor, estando o dorso desta mão
direita voltada para a direção onde se encontra a pessoa referida.
Diferentemente do Português, os pronomes pessoais na terceira pessoa não
possuem marca para gênero (masculino e feminino).
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6.2.2 Pronomes Possessivos
Os pronomes possessivos, como os pessoais e demonstrativos, também não
possuem marca para gênero e estão relacionados às pessoas do discurso e não à coisa
possuída, como acontece em português:
• EU – ME@ SOBRINH@
• VOCÊ – TE@ SOBRINH@
• EL@ - SE@ SOBRINHO
Para a primeira pessoa: ME@, pode haver duas configurações de mão: uma
é a mão aberta com os dedos juntos, que bate levemente no peito do emissor; a outra é a
configuração da mão em P com o dedo médio batendo no peito - MEU-PRÓPRI0. Para as
segunda e terceira pessoas, a mão tem esta segunda configuração em P, mas o movimento é
em direção à pessoa com quem se fala (segunda pessoa) ou está sendo mencionada (terceira
pessoa).
Não há sinal específico para os pronomes possessivos no dual, trial, quadrial
e plural (grupo).
Nestas situações são usados os pronomes pessoais correspondentes.
EXEMPLO:
NÓS FILH@ - "nosso(a) filho(a)"
6.2.3 Pronomes Demonstrativos e Advérbio de Lugar
Na LIBRAS, como em Português, os pronomes demonstrativos e os
advérbios de lugar estão relacionados às pessoas do discurso e representam,.na perspectiva do
emissor, o que está bem próximo, perto ou distante. Eles têm a mesma configuração de mãos
dos pronomes pessoais, mas os pontos de articulação e as orientações do olhar são diferentes.
Os pronomes demonstrativos e os advérbios de lugar, relacionados às 2a. e
3a. pessoas, têm o mesmo sinal, somente o contexto os diferencia pelo sentido da frase
acompanhada de expressão facial.
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Os pronomes demonstrativos e os advérbios de lugar relacionados à 1ª
pessoa, EST@ / AQUI são representados por um apontar para o lugar perto e em frente do
emissor, acompanhado de um olhar para este ponto. EST@ também pode ser sinalizado ao
lado do emissor apontando para a pessoa/coisa mencionada.
ESS@ / AÍ é um apontar para o lugar perto e em frente do receptor,
acrescido de um olhar direcionado não para o receptor, mas para o ponto sinalizado com
relação à coisa/pessoa que está perto da segunda pessoa do discurso.
AQUEL@ / LÁ é um apontar para um lugar mais distante, o lugar da
terceira pessoa, mas diferentemente do pronome pessoal, ao apontar para este ponto há um
olhar direcionado para a coisa/pessoa ou lugar:
Como os pronomes pessoais, os pronomes demonstrativos também não
possuem marca para gêneros masculino e feminino.
PRONOMES PESSOAIS EU (olhando para o receptor) VOCÊ (olhando para o receptor) EL@ (olhando para o receptor) PRONOMES DEMONSTRATIVOS OU ADVÉRBIO DE LUGAR EST@ / AQUI (olhando para a coisa/lugar apontando perto da 1ª pessoa) ESS@ / AÍ (olhando para a coisa/lugar apontando perto da 2ª pessoa) AQUEL@ / LÁ (olhando para a coisa/lugar distante apontando)
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6.2.4 Pronomes Interrogativos e Expressões Interrogativas Os pronomes Interrogativos QUE e QUEM geralmente são usados no
início da frase, mas o pronome interrogativo ONDE e o pronome QUEM, quando está sendo
usado com o sentido de "quem-é" ou "de quem é" são mais usados no final Todos os três
sinais têm uma expressão facial interrogativa feita simultaneamente com eles.
O pronome interrogativo QUEM, dependendo do contexto, pode ter duas
formas diferentes, os sinais QUEM e o sinal soletrado QUM. Se quer perguntar "quem está
tocando a campainha", usa-se o sinal QUEM; se quer perguntar" quem faltou hoje" ou
"quem está falando" ou ainda" quem fez isso", usa-se o sinal soletrado QUM, como nos
exemplos abaixo:
1-QUEM QUEM NASCER RIO? QUEM FAZER ISSO? PESSOA, QUEM-É? “Quem é esta pessoa?” CANETA, DE-QUEM-É? “De quem é esta caneta?” (contexto: telefone TDD tocar) – QUEM-É? (contexto: campainha tocar) – QUEM-É? 2- Q-U-M
Q-U-M TER LIVRO? Q-U-M FALAR? Na LIBRAS, há uma tendência para a utilização, no final da frase, dos
pronomes Interrogativos QUAL, COMO e PARA-QUÊ e para a utilização, no início da
frase, do pronome interrogativo PORQUE, mas os primeiros podem ser usados também no
início e POR-QUE pode ser utilizado também no final.
Como em português na modalidade oral, não há diferença entre o "por que"
interrogativo e o "porque" explicativo, o contexto mostra, pelas expressões facial e corporal,
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quando ele está sendo usado em frase interrogativa ou em frase explicativa/causal.
O pronome interrogativo COMO também tem outra forma em datilologia:
C-O-M-O.
EXEMPLOS:
QUAL? (Comparativo) QUAL? (Comparativo)
(1) BLUSA MAIS BONIT@. ESTAMPAD@ OU L1S@ QUAL?
MAIS BONIT@ ESTAMPAD@.
(2) VOCÊ LER LIVRO? QUAL NOME7
NOME" VENDO VOZES"
COMO? PARA-QUÊ? PARA-QUÊ?
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(3) VOCÊ IR PRAIA AMANHÃ CARRO ÔNIBUS A-PÉ? COM0?
CARRO. VOCÊ QUER IR-JUNT07
(4) EL@ COMPRAR CARRO? C-O-M-O TER DINHEIRO?
EL@ GANHAR LOTO.
(5) FALAR M-L EL@ PRA-QUÊ?
PORQUE EU GOSTAR-NÃO EL@
(6) CHEGAR ATRASAD@, VOCÊ BEBER?
NÃO, PENSAR M-L! PRA-QUE7 BOBAGEM!
(7) POR-QUE FALTAR ONTEM TRABALHAR? PORQUE ESTAR DOENTE
POR-QUÊ? / PORQUE
• Conheça mais alguns pronomes e expressões interrogativas
QUANDO e D-I-A Sempre simultaneamente aos pronomes ou expressões interrogativas há uma
expressão facial indicando que a frase está na forma interrogativa.
A pergunta com QUANDO está relacionada a um advérbio de tempo na
resposta ou a um dia específico. Por isso há três sinais diferentes para" quando". Um que
especifica passado: QUANDO-PASSADO (palma da mão virada para o emissor e o braço à
altura do ombro com um movimento para o corpo do emissor); outro que especifica futuro:
QUANDO-FUTURO (palma da mão direita virada para o emissor e o braço dobrado à frente
do emissor com um movimento circular para fora do corpo do emissor); e outro sinal
soletrado que especifica o dia: D-I-A.
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EXEMPLOS:
QUANDDO (passado) QUANDO (futuro) D-I-A QUANDO (passado) - EL@ VIAJAR RECIFE QUANDO-PASSADO? Resposta: ONTEM, MÊS PASSADO, ANO-PASSADO. QUANDO (futuro ou D-I-A) - EL@ VIAJAR SÃO-PAULO QUANDO-FUTURO? Resposta: AMANHÃ, PROXIMO MÊS, DOMINGO. D-I-A - EU CONVIDAR VOCE VIR ME@ CASA. VOCÊ PODER D-I-A? Resposta: SÁBADO QUE-VEM, EU PODER.
QUE-HORA e QUANT@-HORA
Na LIBRAS para se referir a horas, usa-se a mesma configuração dos
numerais para quantidade e, após doze horas, não se continua a contagem, começa-se a contar
novamente: HORA 1, HORA 2, HORA 3, acrescentando o sinal TARDE, quando necessário,
porque geralmente pelo contexto já se sabe se está se referindo à manhã, tarde, noite ou
madrugada.
A expressão interrogativa QUE-HORA? (um apontar para o pulso com a
expressão facial para frase interrogativa), está relacionada ao tempo cronológico. Já a
expressão interrogativa QUANT@-HORA (um círculo ao redor do rosto com a expressão
facial para frase interrogativa) está sempre relacionada à duração, ao tempo gasto para se
realizar alguma atividade.
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QUE-HORA QUANT@-HORA
QUE-HORA?
-AULA COMEÇAR QUE-HORA AQUI? -VOCÊ TRABALHO COMEÇAR QUE-HORA? -AULA TERMINAR QUE-HORA? -VOCÊ ACORDAR QUE-HORA? -VOCÊ DORMIR QUE-HORA?
QUANT@-HORA?
-VIAJAR SÃO-PAULO QUANT@-HORA? -TRABALHAR ESCOLA QUANT@-HORA?
HORA-1 HORA-2 HORA-3
HORA-4 HORA-5
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6.2.5 Pronomes Indefinidos
Os pronomes indefinidos NINGUÉM (1) e NINGUÉM (3) (acabar) são
usados somente para pessoa; NINGUÉM/NADA/NENHUM (2) (mãos abertas esfregando
uma na outra) é usado para pessoa, animais e corsa: NENHUM/NADA (4) (dedo polegar e
indicador com o formato oval e os outros dedos estendidos, mão com movimento balançando)
é usado para pessoa, animais e coisa e pode, em alguns contextos, ter o sentido de "não-ter";
finalmente o pronome indefinido NENHUM-POUQUINHO (palma da mão virada para cima
fazendo um zero com os dedos polegar e Indicador) é um reforço para a frase negativa e pode
vir após NADA. A expressão “de nada” é usada como resposta para um agradecimento.
NENHUM / NADA NINGUÉM NADA
PRONOMES INDEFINIDOS E QUANTIFICADORES
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6.3 Advérbios 6.3.1 Advérbio de Tempo
Na LIBRAS não há marca de tempo nas formas verbais, é como se os
verbos ficassem na frase quase sempre no infinitivo que é um tempo neutro. O tempo é
marcado sintaticamente através de advérbios de tempo que indicam se a ação está ocorrendo
no presente: HOJE, AGORA; ocorreu no passado: ONTEM, ANTEONTEM; ou irá ocorrer
no futuro: AMANHÃ. Por isso os advérbios geralmente vêm no começo da frase, mas podem
ser usados também no final. Para um tempo verbal indefinido, usa-se os sinais:
-HOJE, que traz a idéia de "presente";
-PASSADO, que traz a idéia de "passado";
-FUTURO, que traz a idéia de futuro.
Na LIBRAS há expressões específicas para representar freqüência de uma
ação e alguns são expressões idiomáticas:
-NUNCA pode ter sinal e sinal soletrado, NUNCA-MAIS, NUNCA-VI são sinais soletrados.
-FREQÜENTE e FREQÜENTEMENTE possuem a mesma configuração de mão, mas para a
segunda idéia que tem o aspecto contínuo, o sinal é feito repetidamente;
-SEMPRE (CONTINUAR) e MESMO possuem a mesma configuração de mão, mas para o
primeiro há um movimento para frente do emissor, enquanto o segundo fica no mesmo ponto
de articulação inicial;
- MESMA^COISA é um sinal composto formado pelo sinal MESMO mais o sinal IGUAL,
com o sentido de "sempre ".
EXEMPLOS:
1) VOCÊ ESTDAR AINDA INES?
EU CONTINUAR
2) EL@ SEMPRE FALAR A MESMA^COISA.
3) TDD DIFERENTE EU NUNCA-VI. EU CONHECER-NÃO!
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6.3.2 Advérbio de Modo Intensificador e Advérbios de Modo
Na LIBRAS o intensificador MUITO e alguns advérbios de modo podem ser expressos através das expressões facial e corporal ou de uma modificação no movimento do sinal.
Esta modificação no movimento do sianl pode acontecer nos adjetivos em nos verbos.
Há uma diferença entre MUITO (intensificador) e RAPIDO (advérbio de modo). Para itensificar uma ação, há uma repetição do sinal correspondente a esta ação e uma incorporação de um movimento lento. Já para estabelecer um modo RAPIDO de se realizar a ação, há uma repetição do sinal da ação e a incorporação de um movimento acelerado. Veja alguns exemplos abaixo.
a- DEMORAR / DEMORA muito ÔNIBUS ESPERAR NÃO SUPORTAR (OU
AGUENTAR). b- RAPIDO / RAPIDO muito VIR ME@ CASA c- CAR@ / CAMISA CAR@ muito BRASIL AQUI ABSURDO! d- BARAT@ / PREÇO BARATO muito É COMER BAHIA LÁ e- ALEGRE / ALEGRE muito CARNAVAL ALEGRE. f- TRISTE / TRISTE muito ACABAR-NAMORAR! g- CALOR / CALOR muito QUENTE LUGAR I-S-R-A-E-L NÃO SUPORTAR
(OU AGUENTAR). 6.4 Tipos de Verbos 6.4.1 Verbos Direcionais a) Direcionais. Possuem marca de concordância
São verbos que concordam com as pessoas da sentença, mas não incorporam
o locativo. A direção do sinal é realizada do sujeito para o objeto da sentença. Com isso a
direção do movimento destes verbos sempre irá variar com a posição das pessoas que estão
envolvidas.
ALGUNS EXEMPLOS: Eu pergunto para você. Você pergunta para mim Eu aviso você Você me avisa Verbos direcionais que incorporam o objeto
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Ex: TROCAR-SOCO TROCAR-BEIJO TROCAR-TIRO TROCAR-COPO
TROCAR-CADEIRA 6.4.2 Verbos Não Direcionais b) Não-direcionais. Não possuem marca de concordância. Esse grupo de verbos é caracterizado por não apresentar flexão quanto à
pessoa, eles também não incorporam instrumentos e nem argumentos. São os verbos mais
simples em libras. Muitos deles apresentam a locação do sinal junto ao corpo.
ALGUNS EXEMPLOS:
Gostar; aprender; entender; treinar; estudar, e etc.
Quando se faz uma frase ele fica no infinitivo. Os verbos não-direcionais
podem aparecer: - Ancorados ao corpo Ex: COMER COMER-MAÇÃ COMER-BOLACHA COMER-PIPOCA TOMAR/BEBER TOMAR-CAFÉ TOMAR-AGUA BEBER-PINGA CORTAR-TESOURA CORTAR-CABELO CORTAR-UNHA CORTAR-FACA CORTAR-CORPO “operar” CORTAR-PÃO 6.4.3 Verbos com incorporação de negação Na LIBRAS, alguns verbos possuem sinal próprio para expressar negação. Vejamos alguns exemplos: NÃO-SABER NÃO-TER NÃO-GOSTAR
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NÃO-ENTENDER NÃO-PODER NÃO-QUERER NÂO-LEMBRAR 6.5 Tipos de Frases
Para produzir uma frase em LIBRAS nas formas afirmativa, exclamativa,
interrogativa, negativa ou imperativa é necessário estarmos atentos as expressões faciais
e/ou corporais a serem realizadas, simultaneamente, as mesmas.
6.5.1 Frases Afirmativas
A expressão facial é neutra.
EXEMPLOS:
a) Eu sou surdo.
b) Meu amigo tem um cachorro.
6.5.2 Frases Negativas
A negação pode ser feita através de três processos:
a) alterando-se o movimento e produzindo um sinal de negação diferente do afirmativo:
Ex: TER / NÃO TER
GOSTAR / NÃO GOSTAR
b) realizando-se um movimento negativo com a cabeça, simultaneamente a ação que está
sendo negada.
Ex: NÃO-CONHECER
NÃO-PROMETER
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c) acrescida do sinal NÃO ou AINDA-NÃO (com o dedo indicador ao verbo)
NÃO-COMER
NÃO-IR
6.5.3 Frases Exclamativas
Sobrancelhas levantadas e um ligeiro movimento da cabeça inclinando-se
para cima e para baixo.
EXEMPLOS:
a) Você é bonito!
b) Ela irá casar!
6.5.4 Frases Interrogativas
Sobrancelhas franzidas e um ligeiro movimento da cabeça inclinando-se
para cima
EXEMPLOS:
a) Seu pai comprou um carro?
b) Você está de férias?
6.6 Tempos Verbais
Nas línguas faladas os verbos sempre têm algum tipo de conjugação ou
declinação verbal que exprime a idéia de passado, presente, futuro ou a pessoa verbal da
situação em discussão, porém a língua gestual-visual tem características que a diferenciam
das línguas verbais, referentes às formas de expressões orais de algumas línguas.
A LIBRAS não tem em suas formas verbais a marca de tempo como o
português.
Dessa forma, quando o verbo refere-se a um tempo passado, futuro ou
presente, o que vai marcar o tempo da ação ou do evento serão itens lexicais ou sinais
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adverbiais como ONTEM, AMANHÃ, HOJE, SEMANA-PASSADA, SEMANA-QUE-
VEM. Com isso, não há risco de ambigüidade porque sabe-se que se o que está sendo narrado
iniciou-se com uma marca no passado, enquanto não aparecer outro item ou sinal para marcar
outro tempo, tudo será interpretado como tendo ocorrido no passado.
EXEMPLOS:
PRESENTE
Ex: Eu vou embora agora
Eu gosto de você
PASSADO
Ontem eu faltei do curso de LIBRAS
Eu já comi
Terça-feira passada eu comi no restaurante
O irmão dela vendeu o carro
FUTURO
Amanhã eu irei estudar
Eu comerei as 20:00
6.7 Sinais em Contexto
Na LJBRAS, como em inglês, há muitos sinais que são invariáveis e
somente no contexto pode-se perceber se estão sendo utilizados com a função de verbo ou de
nome.
EXEMPLOS:
AVIÃO / IR-DE-AVIÃQ; CADEIRA / SENTAR; FERRO / PASSAR-COM-FERRO;
PORTA / ABRIR-PORTA; BRINCADEIRA/ BRINCAR; TESOURA / CORTAR-COM-
TESOURA; BICICLETA J ANDAR-DE-BICICLETA; CARRO / DIRIGIR-CARRO; VIDA
/ VIVER, etc.
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Alguns destes pares apresentam uma diferença em relação ao parâmetro
movimento, como o verbo IR-DE-AVIÃO, que tem um movimento mais alongado, em
relação ao substantivo AVIÃO, e PASSAR-COM-FERRO, que tem um movimento mais
repetido e alongado, em oposição ao movimento repetido e retido para o nome FERRO.
Na LIBRAS também pode-se criar um novo sinal a partir de dois ou mais
sinais que se combinam e dão origem a uma outra forma, um outro sinal.
EXEMPLOS:
CAVALO^LISTRA-PELO-CORPO “zebra” ; MULHER^BEIJO-NA-MÃO “mãe”;
CASA^ESTUDAR “escola"; CASAR^SEPARAR "divorciar"; COMER^MEIO-DIA
"almoço"; etc.
Pode-se perceber que a LIBRAS, como qualquer outra língua, têm suas
regras para criar sinais e organizá-los. Portanto precisa-se ficar atento para o uso adequado
dos sinais em contextos.
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7. Comparativo de Igualdade, Superioridade e Inferioridade
Em LIBRAS, também, pode ser comparada uma qualidade a partir de três
situações: superioridade, inferioridade e igualdade.
Para se fazer os comparativos de superioridade e inferioridade, usa-se os
sinais MAIS ou MENOS antes do adjetivo comparado, seguido da conjunção comparativa
DO-QUE, ou seja:
* comparativo de superioridade: X MAIS __ adj ____DO-QUE Y;
* comparativo de inferioridade: X MENOS _adj __ DO-QUE Y.
Essa expressão comparativa "do que" tem flexão para as pessoas do
discurso e, por isso, a orientação para onde o sinal aponta indicará a segunda
pessoa/objeto/animal comparados.
Para o comparativo de igualdade, podem ser usados dois sinais: IGUAL
(dedos indicadores e médios das duas mãos roçando um no outro) e IGUAL (duas mãos em
B, viradas para frente encostadas lado a lado), geralmente no final da frase.
EXEMPLOS:
(1) VOCÊ MAIS VELH@ DO-QUE EL@ (2s – 3s)
(2) VOCE MENOS VELH@ DO-QUE EL@ (2s – 3s)
(3) VOCE-2 BONIT@ IGUAL (me / md)
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8. Sistema de Transcrição para a LIBRAS
As línguas de sinais tem características próprias.
Existem sistemas de convenções para escreve-las, mas como geralmente
eles exigem um período de estudo para serem aprendidos, utilizaremos neste livro apenas um
“SISTEMA DE NOTAÇÃO EM PALAVRAS”.
Este sistema, que vem sendo adotado por pesquisadores de língua de sinais
em outros paises e aqui no Brasil, tem este nome porque as palavras de uma língua oral-
auditiva são utilizadas para representar aproximadamente os sinais.
Assim, a LIBRAS será representada a partir das seguintes convenções:
8.1 Sinais Simples
Os sinais da LIBRAS, para efeito de simplificação, serão representados por
itens lexicais da Língua Portuguesa (LP) em letras maiúsculas.
EXEMPLOS: CASA, ESTUDAR, CRIANÇA
8.2 Sinais Compostos
a) Um sinal, que é traduzido por duas ou mais palavras em língua
portuguesa, será representado pelas palavras correspondentes separadas por hífen.
EXEMPLOS: CORTAR-COM-FACA “cortar”, QUERER-NÃO “não
querer”, MEIO-DIA “meio-dia”, AINDA-NÃO “ainda não”.
b) Um sinal composto, formado por dois ou mais sinais, que será
representado por duas ou mais palavras, mas com a idéia de uma única coisa, serão separados
pelo símbolo ^.
EXEMPLOS: CAVALO^LISTRA “zebra”
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8.3 Datilologia
A datilologia (alfabeto manual), que é usada para expressar nome de
pessoas, de localidades e outras palavras que não possuem um sinal, está representada pela
palavra separada, letra por letra, por hífen.
EXEMPLOS: J-O-Ã-O, A-N-E-S-T-E-S-I-A
8.4 Sinal Soletrado
O Sinal soletrado, ou seja, uma palavra da língua portuguesa que, por
empréstimo, passou a pertencer a LIBRAS por ser expressa pelo alfabeto manual com uma
incorporação de movimento próprio desta língua, está sendo representado peloa soletração ou
parte da soletração do sinal em itálico.
EXEMPLOS: N-U-N-C-A “nunca”; M-A-L “mal”.
8.5 Desinência de Gênero
A língua portuguesa possui dois gêneros que atribuímos aos seres humanos,
animais e vegetais e aos inanimados (os objetos). Quando o nome indica seres vivos,
geralmente há uma relação entre gênero e sexo do ser.
EXEMPLOS:
a) irmão (palavra masculina para indicar pessoa do sexo masculino);
b) irmã (palavra feminina para indicar pessoa do sexo feminino);
c) o eclipse (palavra classificada quanto ao gênero em masculino)
d) a dinamite (palavra classificada quanto ao gênero em feminino).
Na LIBRAS não há desinências para gênero (masculino e feminino).
Quando necessitamos informar sobre o sexo da pessoa ou do animal, utilizamos o sinal
indicativo do masculino ou do feminino acrescentado ao sinal correspondente.
O sinal representado por palavra da língua portuguesa que possui marcas de
gênero, está terminado com o símbolo @ para reforçar a idéia de ausência e não haver
confusão.
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EXEMPLOS: AMIG@ “amiga ou amigo”, FRI@ “fria ou frio”, MUIT@
“muita ou muito”, TOD@ “toda ou todo”, ME@ “minha ou meu”.
8.6 Traços não Manuais
Os traços não-manuais: as expressões facial e corporal, que são feitas
simultaneamente com um sinal, estão representadas acima do sinal ao qual está acrescentando
alguma idéia, que pode ser em relação ao:
a- tipo de frase: interrogativa ou ...i.... , negativa OU ...neg...
Para simplificação, serão utilizados, para a representação de frases nas
formas exclamativas e interrogativas, os sinais de pontuação utilizados na escrita das
línguas orais-auditivas, ou seja: !, ? e ?!.
b- advérbio de modo ou um intensificador: muito...
exclamativo muito
ADMIRAR LONGE
8.7 Plural
Na LIBRAS não há desinência que indique plural. As vezes há uma marca
de plural pela repetição do sinal ou alongamento do movimento. Esta marca será representada
por uma cruz no lado direito acima do sinal que está sendo repetido:
EXEMPLOS:
MUIT@ “muito(s); muita(s)”.
GAROTA + “muitas garotas”.
ARVORE + “muitas arvores”
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Estas convenções foram utilizadas para poder representar, linearmente, uma
língua gestual-visual, que é tridimensional.
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