sumÁrio - wordpress.com · 2019-06-11 · 3 1 apresentaÇÃo da mesa olá querido(a) leitor(a), é...
Post on 23-Jul-2020
1 Views
Preview:
TRANSCRIPT
1
2
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO DA MESA .................................................................................. 3
2 APRESENTAÇÃO DO TEMA .................................................................................. 4
2.1 As raízes da diferença étnica: um breve panorama da criação do Estado
Iugoslavo.....................................................................................................................5
2.2 A Guerra da Bósnia e Herzegovina .............................................................. 9
2.2.1 A violência no conflito ........................................................................ 12
2.3 O massacre de Srebrenica ......................................................................... 12
3 A CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA RECONSTRUÇÃO DA
BÓSNIA E HERZEGOVINA ...................................................................................... 14
4 POSIÇÃO DOS PRINCIPAIS ATORES ................................................................. 15
4.1 Bósnia e Herzegovina .................................................................................. 15
4.2 Estados Unidos da América ........................................................................ 16
4.3 Croácia .......................................................................................................... 16
4.4 Sérvia e Montenegro .................................................................................... 17
5 QUESTÕES RELEVANTES PARA O DEBATE .................................................... 17
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 18
LISTA DE DELEGAÇÕES ........................................................................................ 21
3
1 APRESENTAÇÃO DA MESA
Olá querido(a) leitor(a), é com muito prazer e muito amor que escrevemos
aqui neste guia para que você possa conhecer mais sobre o tema que iremos
debater. Mas antes de se aventurar pelas próximas páginas, gostaríamos que você
conhecesse um pouco mais sobre quem escreve e quem está construindo este
comitê. Esperamos que aproveitem cada linha escrita para estudarem, conhecerem
e poderem desenvolver o senso crítico sobre o acontecido. Até outubro!
Anna Luisa Araujo - Diretora
Meu nome é Anna Luisa Araujo, tenho 21 anos e, quando nos encontrarmos,
estarei no sétimo período de Relações Internacionais. Desde pequena dei muito
valor para a educação e para o aprendizado, por isso estudar e aprender coisas
novas sempre foram tarefas muito prazerosas para mim. Além do mais, por sempre
ser uma pessoa muito curiosa, acabei descobrindo a Bósnia e Herzegovina e tudo
que aconteceu nesse local. Acredito que grande parte de vocês não conhecia muito
sobre esse assunto, uma vez que é esquecido pela grande parte das pessoas, mas
espero que depois de outubro isso mude.
Quanto a minha história com o MINIONU, conheci o projeto em 2014, quando
tive o privilégio de vir como delegada. Como sou do interior, o mundo de simulações
nunca foi algo muito comum ao meu cotidiano, o que me levou a adorar a
experiência única que tive. Quando ingressei na universidade, passei a trilhar minha
trajetória no projeto, mas agora como parte da equipe. Participei em 2016 como
voluntária do setor de logística, conhecendo o evento de fora; em 2017 como
Diretora Assistente da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que debateu
escravidão moderna; em 2018 como Diretora Assistente do Conselho de Paz e
Segurança da União Africana e o Conselho de Segurança das Nações Unidas
(CPSUA-CSNU), debatendo sobre a violação dos direitos humanos na República
Centro-Africana; e agora, em 2019, como Diretora da Conferência das Nações
Unidas para Reconstrução da Bósnia-Herzegovina.
Stefani Maria Tavares Penha Ramos – Diretora Assistente
4
Meu nome é Stefani Maria Tavares Penha Ramos, tenho 21 anos e, quando
me encontrar com vocês estarei no sexto período de Relações Internacionais. A
minha história no projeto começa no ano de 2016, quando o conheci na sua primeira
edição no campus de Poços de Caldas, nunca antes havia participado de um modelo
de simulação, e não tinha conhecimento algum sobre como funcionava. Tudo era
muito novo para mim, e assim pude fazer parte em um primeiro momento como
voluntária de comitê interno – na Conferência de Paris, debatendo a questão de
Criança Soldado –, em 2018 fui voluntária de logística no campus de Belo Horizonte
em sua 19ª edição, e pude ver o projeto por outros ângulos. E agora em 2019, como
diretora assistente da Conferência das Nações Unidas para Reconstrução da
Bósnia-Herzegovina, no qual foi um tema que me instigou muito interesse desde
seu estudo em uma disciplina de Direito Internacional durante a graduação.
Helberty Vinicios Coelho Filho – Diretor Assistente
Meu nome é Helberty tenho 21 anos e quando nos encontrarmos estarei
cursando o terceiro período de Relações Internacionais na PUC-MG. Minha história
com o MINIONU é bem curta, visto que conheci o projeto em agosto de 2018 ao
ingressar no curso e me inscrevi para me tornar voluntário. Desta forma, estive
presente no comitê Liga das Nações (1921) e foi uma experiência incrível ver alunos
tão jovens com tamanho conhecimento e, a melhor parte, foi saber que eu poderia
ajudar alguém a ter tanto conhecimento escrevendo o material didático, mediando
discussões e incentivando as jovens mentes. Agora, como Diretor Assistente, quero
acrescentar, mesmo que em uma parcela mínima, no desenvolvimento intelectual de
vocês, delegados. Mal posso esperar para o nosso encontro em outubro.
Este é um comitê que está sendo construído com muito carinho, então espero
que gostem!
2 APRESENTAÇÃO DO TEMA
A presente seção abordará o contexto histórico e as principais questões
relacionadas ao conflito bósnio. Sendo assim, de início será feito um panorama
histórico do surgimento da Iugoslávia, a fim de compreender o porquê da
heterogeneidade deste território; em um segundo momento, o foco se dará na guerra
5
da Bósnia e Herzegovina, chamando atenção para a razão da eclosão do conflito e
para as partes combatentes.
Relacionado ao conflito, haverá uma breve seção para o Cerco a Sarajevo,
ponto importante para compreender as táticas usadas pelos soldados sérvios, bem
como o elevado número de mortes – que se relacionará ao tópico subsequente, isto
é, a violência utilizada no conflito; além disso, chama-se atenção para a atuação da
comunidade internacional no papel de mediador de determinados acordos. Por fim,
haverá uma seção para o genocídio de Srebrenica, um dos acontecimentos mais
marcantes do conflito.
2.1 As raízes da diferença étnica: um breve panorama da criação do Estado
Iugoslavo
A região dos Balcãs, localizada no sudeste do continente europeu e banhada
pelo Mar Adriático, é um território marcado pela diferença. Devido a sua localização,
recebeu influência direta de elementos orientais e ocidentais, vivendo sob a esfera
da atuação de grandes impérios históricos, como o Turco Otomano e o Austro-
Húngaro, os quais contribuíram para a heterogeneidade de seu desenvolvimento.
Quanto ao primeiro, sua atuação na região, do século XV ao XIX, contribuiu para a
expansão do islamismo, principalmente na região da Sérvia e parte da Bósnia. Já o
segundo Império, por sua vez do século XIX ao XX, é responsável pela consolidação
da religião católica no local e preponderância do alfabeto latino, possuindo maior
influência na Croácia e Eslovênia (GONÇALVES, 2009; AGUILAR; MATHIAS, 2012).
Foi no ano de 1929 que Alexandre I criou-se o Reino da Iugoslávia, o qual
abrangeu, sob um mesmo território, o Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos, e
instaurou uma ditadura sob o argumento de ser necessário controlar tensões
nacionalistas na região. O Reino, refletindo seu território, era marcado pela
heterogeneidade, e passou a incluir sete povos, minorias étnicas, três religiões
(judaísmo, cristianismo e islamismo) e dois alfabetos (cirílico e latino) (MAZAT,
2011). No mapa abaixo é possível visualizar a formação territorial da Iugoslávia e
sua localização no território europeu, demonstrando sua posição entre a porção mais
ocidental do continente (próximo da Itália e Áustria) e a porção oriental (próximo a
Grécia e Bulgária).
6
Fonte: Guia Geográfico (2019).
Contudo, no ano de 1941, durante a Segunda Grande Guerra, a Iugoslávia é
invadida e dominada pelos alemães. Como resultado, a região passou a ser
administrada por estes e dominada por outros Estados que estavam sob influência
do eixo1: a Itália anexou o Sul da Eslovênia e a Costa Adriática, abrangendo o
território hoje conhecido por Montenegro, além da região do Kosovo e da Macedônia
Ocidental; já a Bulgária se apoderou da parte sudeste do território sérvio e grande
parte da Macedônia; a Hungria, por sua vez, anexou a região de Voivodina, no norte
da Sérvia (GONÇALVES, 2009).
Entretanto, a resistência quanto à presença dos alemães e a luta contra a
desintegração da Iugoslávia passou a ser organizada na Sérvia, tendo dois núcleos
principais: um deles, conhecidos por Chetniks, tinha como característica a crença na
monarquia e no nacionalismo; já o outro, caracterizado por uma coalizão antifascista,
era liderado pelo Marechal Josip Broz Tito. Foi em 1943 que o grupo comandado por
Tito proclamou a República da Iugoslávia, expulsando, em 1944, os alemães e seus
1 O eixo foi uma das partes combatentes da Segunda Guerra Mundial e teve como seus principais
países representantes a Alemanha, Itália e Japão.
7
aliados do país. Contudo, foi apenas em 1945 que o Marechal chegou ao poder por
meio de eleições, de forma a estabelecer um governo provisório, criando uma nova
constituição para o país. Portanto, é a partir de 1945 que é instaurada a República
Federativa Popular da Iugoslávia, adotando moldes socialistas de estruturação de
um Estado (GONÇALVES, 2009).
Desta forma, é durante o governo de Tito que a Iugoslávia se vê em um
momento de relativa paz, que, conforme argumenta Gonçalves (2009, p.25), “(...) se
apoiou em três pilares: monopólio político do partido; a estrutura política federativa; e
o “não-alinhamento” da política externa”. O primeiro é aqui entendido como a
necessidade de ser filiado a algum partido para se tornar candidato a algum cargo
político; o segundo entendido como maior independência das federações (Croácia,
Eslovênia, Bósnia, Sérvia, Montenegro e Macedônia) para sua gestão e processos
decisórios; e o terceiro é compreendido como o não-alinhamento, durante a Guerra
Fria, a nenhuma das duas potências dominantes da época (isto é, Estados Unidos e
União Soviética) (ARAUJO, 2004; BRENER, 1987). Ademais, Tito manteve povos
unidos por meio do reconhecimento de seus costumes e culturas, ao mesmo tempo
que buscou fortalecer a identidade iugoslava, estabelecendo um lema comum a
todos de “irmandade e unidade”2 (VALENÇA, 2010).
Durante seu governo, Tito também buscou reconhecer a existência de
múltiplas religiões no território iugoslavo, possibilitando as condições para o
exercício da mesma por cada indivíduo. Ao mesmo tempo em que possibilitava
liberdades em determinados setores, Tito atuou reprimindo movimentos
nacionalistas e opositores políticos, a fim de afirmar a unidade da Iugoslávia em
relação a grupos nacionalistas, manter a unidade territorial e seu governo
(AGUILAR, 2003). De acordo com Alves (2004), a constituição desenvolvida durante
o governo de Tito não buscava medidas assimiladoras por meio de aculturações
forçadas, isto é, não buscava criar/impor uma cultura comum e unitária a todos os
grupos étnicos que faziam parte do território da Iugoslávia, mas buscou convergir e
integrar estes grupos heterogêneos.
Desta forma, e como Valença (2010, p.254) argumenta, no Estado Iugoslavo
“(...) havia mecanismos institucionais que garantiam a presença de líderes dos
diversos grupos que compunham o país no poder e, com isso, o foco era no Estado,
2 Originalmente, em sérvio-croata, bratstvo i jedinstvo.
8
não na cultura de cada um desses grupos”. Tal estratégia e posição funcionou
durante todo tempo de Tito no governo até o ano de sua morte, em 1980. De acordo
com Valença (2010, p. 256) “a morte de Tito criou um vácuo no poder iugoslavo. O
presidente que o sucedeu não foi capaz de controlar as instituições políticas,
fragmentando as bases de sustentação do poder”.
Logo, em 1981, eclodiram movimentos nacionalistas na região do Kosovo,
nos quais era demandado o direito à autodeterminação3 e o reconhecimento do
Kosovo como república autônoma. Além disso, passou a ser questionado na
Eslovênia o porquê de sua riqueza ter que ser dividida e enviada para partes menos
desenvolvidas da Iugoslávia, acentuando uma divisão entre uma parte mais rica -
formada pela Eslovênia e Croácia - e uma parte mais pobre – Bósnia e Macedônia,
por exemplo (OLIC, 1995; GONÇALVES, 2009).
Em 1987 o então líder do partido comunista da Iugoslávia, Slobodan
Milošević, de origem sérvia, assume a liderança iugoslava com o objetivo de impor o
domínio sérvio sobre o resto do território. Desta forma, Milošević retirou autonomias
anteriormente concedidas por Tito na região do Kosovo (ao sul da Sérvia) e deu
início a um processo de limpeza étnica neste local, visando à purificação da etnia
sérvia em relação a outras (ROSSI, 2002). Desta forma, reaparecem (e são
destacadas) as diferenças étnicas presentes no território da Iugoslávia até então
controladas na liderança de Tito.
Além disso, Milošević liderou campanhas ultranacionalistas sérvias que
tinham como objetivo construir uma “Grande Sérvia” para além dos muros da
Iugoslávia, Esta campanha, por sua vez, atuou no território iugoslavo reprimindo
manifestações nacionalistas e movimentos separatistas nas outras repúblicas
(REMEMBERING SBREBRENICA, 2014a). “Desta maneira, ele pôde tomar medidas
violentas contra movimentos populares e trabalhistas, alegando a restauração da
ordem. Manifestações étnicas ou por maiores liberdades [...] eram reprimidas e suas
lideranças expurgadas” (VALENÇA, 2010, p.261).
Sob este cenário, as movimentações de insatisfação e contrárias ao projeto
da “Grande Sérvia” de Milošević, bem como sua liderança, crescem no restante do
território iugoslavo e no ano de 1989 tem início uma crise interna no país, que
3 “O princípio da autodeterminação dos povos confere aos povos o direito de seu autogoverno e aos
Estados o direito de defesa de sua existência e de sua associação a outros Estados” (HEPP, 2005, p.3).
9
encontra seu ápice na declaração de independência da Eslovênia, em 1991, sendo
seguida pela Croácia no mesmo ano. Já a independência da Bósnia ocorreu no ano
de 1992 (AGUILHAR; MATHIAS, 2012).
Estes três eventos dão início a uma Guerra Civil na Iugoslávia, que encontrou
diferentes andamentos/resultados em cada uma das Repúblicas. Entretanto, em
todas o governo central iugoslavo, com grande influência da Sérvia, buscou reprimir
o movimento independentista, de forma a manter a unidade territorial da Iugoslávia
(VALENÇA, 2010).
Durante séculos a região do Bálcãs sofreu divisões de impérios, filosofias e teologias que influenciaram na formação do Estado iugoslavo com diferentes povos e culturas. Essas diferenças foram por vezes exaltadas e em outros momentos abafadas, mas foram levadas ao extremo quando da guerra civil na década de 1990 (AGUILAR; MATHIAS, 2012, p.441).
Conforme argumenta Bowker (1998), e de acordo com o trecho acima, a
fragmentação da Iugoslávia combinou rivalidades étnicas, desigualdades
econômicas e lutas por poder, fomentadas por um cenário de crise interna. Desta
forma, entende-se que as rivalidades e as heterogeneidades culturais e étnicas entre
os povos que faziam parte da Iugoslávia foram levadas ao extremo nos anos 90,
culminando em uma guerra que levou milhares de pessoas a morte.
2.2 A Guerra da Bósnia e Herzegovina
A Guerra da Bósnia, que se desdobrou entre os anos de 1992-1995, foi
consequência direta do colapso iugoslavo e das ambições por poder de líderes
sérvios e croatas - em que, o primeiro grupo desejava estabelecer a “Grande Sérvia”
e o segundo anexar parte do território bósnio onde localizava grupos étnicos croatas.
Nesse período, as diferenças étnicas presentes no território bósnio foram fortemente
acentuadas (AGUILAR; MATHIAS, 2012).
Além disso, como ressalta Dobbins et al (2013, p.96), “a Bósnia não tinha
história moderna como um estado independente e soberano, e a guerra foi travada
sobre a própria questão de se deveria ou não existir como tal”. Glenny (1996)
também argumenta que cada uma das repúblicas que compunham o todo iugoslavo
possuía uma etnia predominante, com exceção da Bósnia e Herzegovina, o que
contribuiu para o desdobrar do conflito.
10
Desta forma, torna-se necessário evidenciar que por mais que a guerra da
Bósnia não tenha se caracterizado, a primeiro momento, por um conflito étnico - uma
vez que grupos muçulmanos, croatas e sérvios coexistiram de forma pacífica por
anos - a sua condução se deu por linhas étnicas, isto é, no desenrolar do conflito
buscou-se, pelo exército da Iugoslávia (comandado pela Sérvia), muito mais
reafirmar a superioridade étnica sérvia em detrimento das outras do que apenas
manter a Bósnia parte da Iugoslávia. Isto posto, o conflito foi marcado pela limpeza
étnica, via expulsão e agressão de um grupo por outro - um exemplo é o massacre
de Srebrenica, que será tratado mais adiante (DOBBINS et al, 2013).
A declaração de independência da Bósnia aconteceu em 3 de março de 1992,
sendo reconhecida pela Comunidade Europeia e pelos Estados Unidos. Contudo,
desde o início enfrentou resistência de seus vizinhos, Sérvia e Croácia. No que se
refere ao primeiro, um mês após a independência, forças paramilitares sérvias
instalaram-se em Sarajevo, capital da Bósnia e Herzegovina, com seus atiradores,
estabelecendo o cerco à cidade e expandiram para o interior do país (FERREIRA,
2001). Desta forma, conquistaram cerca de 60% do território bósnio em menos de
seis semanas (MALCOLM, 1994).
O cerco a Sarajevo feito pelos sérvios começou no ano de 1992 e se
caracterizou como um dos mais longos da história, isolando a cidade do resto da
Bósnia e Herzegovina. Tal cerco foi feito cortando o acesso à água, comida e
eletricidade e colocando em oposição os bósnios sérvios e as forças de defesa da
República Bósnia - composta pelo exército Bósnio e voluntários civis (VALENÇA,
2010).
Assim, a estratégia utilizada pelos grupos originários da Sérvia foi a de tentar
esgotar toda a capacidade de Sarajevo, atuando por meio de bombardeios diários e
cortando o acesso às armas, além de dividir a cidade em duas zonas: a sérvia e
não-sérvia (VALENÇA, 2010). De acordo com Valença (2010, p.267) “não havia a
distinção entre combatentes e não-combatentes: o inimigo era todo aquele que
representasse a diferença”.
O cerco também passou a destruir símbolos ligados à história da Bósnia, a
fim de demonstrar que a integração étnica não seria possível naquele local (SACCO,
2003) e tais movimentos foram ainda mais fortalecidos durante os anos de 1992-
1993, quando a guerra atingiu um dos momentos mais violentos. Como Valença
(2010, p.268) argumenta:
11
Os anos de 1992 e 1993 constituíram o período de maior violência do cerco [...] a face mais visível de uma guerra que envolvia os cidadãos e buscava acirrar as diferenças entre os grupos étnicos de forma que a convivência se tornasse insuportável. Os bombardeios eram uma faceta gritante da guerra, que atraía as atenções internacionais através da cobertura midiática e de protestos e ameaças de governos estrangeiros de contra-atacar com o uso da força (VALENÇA, 2010, p.268).
Diante do exposto, entende-se que durante primeiros anos da guerra da
Bósnia a tentativa do exército sérvio foi de destacar cada vez mais as diferenças
entre as etnias que viviam sob um só território, fomentando a separação e violência.
Além disso, por ser amplamente televisionado, o conflito trouxe visibilidade
internacional – que nada adiantou para cessar a violação dos Direitos Humanos e
garantir a vida de milhares de pessoas que morreram até 1995 (VALENÇA, 2010).
Já no que se refere à Croácia, durante a Guerra da Bósnia este país atuou de
duas formas: auxiliando o exército bósnio contra os sérvios e disputando porções
territoriais da Bósnia. No que se refere à primeira forma, é possível perceber a
atuação croata em defesa de indivíduos de sua etnia contra os ataques sérvios,
majoritariamente na porção oeste do território. Já no que tange a segunda, seu
exército auxiliou croatas que viviam no território da Bósnia a ocupar parte do oeste
desse país, nas proximidades com a fronteira croata. Além disso, em 1993 o exército
croata dominou a cidade de Mostar, dividindo-a em uma parte croata e uma
muçulmana (BARBER, 1992; CURTISS, 1995).
Outros atores também importantes no conflito foram a Comunidade Europeia,
Organizações (como a Organização das Nações Unidas e Organização do Tratado
do Atlântico Norte) e os Estados Unidos, os quais, em grande parte das vezes
agiram de forma lenta, encarando o problema como mera questão militar, não
levando em conta a questão étnica-identitária (MALCOLM, 1994). Contudo, como
ressalta Malcolm, na Bósnia “[...] a limpeza étnica não era um subproduto da guerra.
Era uma parte central de todo o projeto político que a guerra pretendia alcançar, ou
seja, a criação de áreas homogêneas que poderiam eventualmente se unir a outras
áreas sérvias [...]” (MALCOLM, 1994, p.246, tradução nossa)4.
4 [...] ethnic cleansing was not a by-product of the war. It was a central part of the entire political
project which the war was intended to achieve, namely the creation of homogeneous areas which could eventually be joined to other Serb areas [...].
12
O ano de 1995 é marcado pelo avanço da guerra e a participação mais ativa
das organizações, principalmente da OTAN, a qual passou a responder aos
bombardeios sérvios a Sarajevo por meio de ataques aéreos. A Sérvia, por sua vez,
atuou sequestrando funcionários da ONU, usando-os como reféns e exibindo-os na
mídia para conseguir o fim dos ataques aéreos. Por meio desta atuação, os
soldados sérvios conseguiram manter o domínio sobre a capital Sarajevo, além de
avançarem para o interior da Bósnia e, dentre as cidades atacadas, Srebrenica - que
será tratada mais adiante (FERREIRA, 2001).
2.2.1 A violência no conflito
Uma vez estabelecido o discurso de superioridade étnica, os soldados sérvios
passaram a assassinar todos aqueles ligados às etnias consideradas inferiores, isto
é, os muçulmanos bósnios e os croatas. Desta forma, soldados sérvios passaram a
fazer ataques tanto no subúrbio de Sarajevo, como no interior da Bósnia. Os adultos
do sexo masculino - independente da participação no conflito - eram mortos; já
mulheres eram estupradas e abusadas sexualmente em um fenômeno que se
repetia por todo o país (VALENÇA, 2010).
Nesse cenário, soldados sérvios passaram a utilizar o estupro como uma
arma de guerra, a qual continha um objetivo político claro: purificar a etnia no país.
Logo, as crianças fruto do estupro eram consideradas sérvias, puras e limpas
etnicamente. Estima-se que a maioria das mulheres estupradas eram muçulmanas,
seguidas pelas croatas - chegando a um número de cerca de 50 mil em diferentes
regiões da Bósnia (RAE, 2002).
Os ataques também não ficavam limitados a adultos, expandindo-se às
crianças e, até mesmo, bebês, uma vez que possuir origem diferente já era motivo
suficiente para ser eliminado pela outra parte do conflito. Valença (2010, p.276)
argumenta que “bombardeios, violações e agressões eram práticas frequentes, mas
caracterizadas como eventos. Mas a negação deliberada das condições mais
básicas de sobrevivência era um processo contínuo, duradouro e estável”.
2.3 O massacre de Srebrenica
13
No ano de 1993, Sbrebrenica - cidade localizada ao norte de Sarajevo - foi
considerada área segura pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU),
que prometeu mobilizar esforços para desmilitarizar a região e estabelecer
capacetes azuis para proteger o local. Inicialmente foi sugerido pelo Secretário Geral
da ONU aproximadamente 37 mil soldados para defender a região, mas, criticado
internacionalmente pelo grande pedido, diminuiu para cerca de 7 mil
(REMEMBERING SREBRENICA, 2014a).
A partir do ano de 1993, a cidade passou a contar com a presença de
soldados canadenses e holandeses em nome da ONU, estruturando pontos de
verificação perto da região e desmilitarizando sérvios que se encontravam ali.
Concomitantemente, o exército sérvio atuava no sentido de impedir que ajudas de
alimentação e água chegassem ao local, a fim de desgastá-los. Contudo, no ano de
1995, grande parte dos capacetes azuis tinham ido embora, restando cerca de 400,
o que resultou no maior assassinato em massa na Europa desde o Holocausto
(REMEMBERING SREBRENICA, 2014b; LISCHER, 2012).
Os ataques sérvios à Srebrenica começaram no dia 6 de julho de 1995,
dando início a uma série de bombardeios diários. Além disso, o exército sérvio
passou a sequestrar os postos das Nações Unidas, com o objetivo de fazer dos
capacetes azuis moeda de troca e incentivar a outra frente a se render. De outro
lado, a Organização do Tratado Atlântico Norte (OTAN) assegurou retaliações
aéreas à Sérvia, com o objetivo de impedir sua movimentação militar em Srebrenica
e no resto da Bósnia - contudo, estes ataques não tiveram o efeito desejado e os
sérvios continuaram a bombardear Srebrenica (SUDÉTICO, 2010).
Nesse cenário, muito dos muçulmanos bósnios que se encontravam na
cidade começaram a fugir para outros lugares que fossem mais seguros. Uma
grande parte deles, cerca de 25 mil pessoas, sendo a grande maioria mulheres,
crianças e pessoas mais velhas, se moveram rumo ao norte, buscando proteção em
outra base da ONU no país. Entretanto, os soldados sérvios também começaram a
atacar essa região, aterrorizando a população e matando-a publicamente
(SUDÉTICO, 2010).
É preciso salientar que durante a ofensiva e o aumento do número de ataques
sérvios à população muçulmana-bósnia, foi solicitado que a OTAN aumentasse sua
participação com o objetivo de cessar a violência. Contudo, este pedido foi recusado
14
repetidas vezes, sendo aceito apenas em 11 de julho de 1995, quando Srebrenica
caiu no controle das forças sérvias (REMEMBERING SREBRENICA, 2014a).
Ainda em julho de 1995, o General sérvio Ratko Mladić em Srebrenica
declarou que o movimento de seu exército na cidade era uma resposta e uma
vingança ao que havia acontecido em 1804 - uma insurreição sérvia que foi
brutalmente reprimida pelos turcos otomanos que comandavam a região na época.
Mladić também acreditava estar libertando aquele local (OSBORNE, 2017). Nos dias
que se seguiram ao pronunciamento, mais de 7 mil pessoas - dentre homens,
mulheres e crianças - foram executadas e enterradas. Além disso, o resto de
algumas destas pessoas foram desenterrados e levados para regiões mais remotas,
a fim de esconder o acontecido e amenizar a situação para o resto do mundo
(GUNTER, 2017).
A execução que ocorreu em Srebrenica foi a maior limpeza étnica na Europa
desde o holocausto judeu durante o período do nazismo no continente. Ademais, ao
observar o decorrer dos acontecimentos, percebe-se uma junção de fracasso e
descaso da comunidade internacional com a região, uma vez que os esforços da
ONU e da OTAN foram insuficientes e tardios. O resultado disso foi a morte de mais
de 7 mil pessoas e uma mancha na história da Bósnia.
3 A CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA RECONSTRUÇÃO DA
BÓSNIA E HERZEGOVINA
A simulação deste comitê acontecerá no âmbito da Conferência das Nações
Unidas, reunião realizada em outubro do ano de 1995 com o objetivo de colocar um
fim ao conflito e definir os moldes e uma nova estrutura para a reconstrução da
Bósnia e Herzegovina. Como mencionado na seção anterior, a Bósnia passou,
durante os anos de 1992-1995, por uma guerra em seu território que teve como
consequência milhares de mortos, acentuação da heterogeneidade étnica e o
massacre de Srebrenica (GUNTER, 2017). Nesse sentido, torna-se de extrema
importância a realização desta Conferência para que a comunidade internacional
possa atuar como mediadora do conflito, a fim de desenvolver um acordo de paz que
considere as demandas das partes e coloque fim a este evento. Ademais, torna-se
necessário, durante o debate, definir os moldes para a reconstrução do Estado
Bósnio pós-conflito.
15
Desta forma, durante a Conferência será necessário buscar um modelo de
Estado que seja compatível com as singularidades do território bósnio, isto é, um
modelo que vise integrar os grupos muçulmanos, sérvios e croatas sob um só
governo. Sob este cenário, almeja-se um ambiente que não seja propício ao
renascimento do conflito, nem a um movimento separatista.
Para fins operacionais, as decisões tomadas na presente reunião serão
posteriormente encaminhadas ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, a fim
de contar com o apoio financeiro e técnico de um dos principais órgãos das Nações
Unidas. Para tanto, é necessário que as ideias relacionadas ao acordo de paz entre
as partes, bem como os moldes para a reconstrução do país sejam palpáveis e
realistas.
Sendo assim, a reunião contará com a presença de 35 delegações
individuais, abrangendo a própria Bósnia e Herzegovina, as partes combatentes do
conflito (Croácia e Sérvia), a comunidade internacional e o Conselho das Nações
Unidas para Direitos Humanos, as quais terão seu papel fundamental para o comitê.
Ressalta-se também a presença de delegações para além do continente europeu,
uma vez que podem contribuir de forma considerável para a mediação do conflito e o
desenvolvimento de um acordo de paz, além de demonstrarem sua disposição em
se fazerem mais presentes em conferências internacionais.
4 POSIÇÃO DOS PRINCIPAIS ATORES
Nesta seção, abordar-se-á a posição dos principais atores no que tange ao
conflito na Bósnia e Herzegovina. Para tanto, ressalta-se a posição da Sérvia e
Montenegro, Croácia, Estados Unidos e a própria Bósnia e Herzegovina. Entende-se
que estes países terão um importante papel na condução do debate e no
desenvolvimento de argumentações favoráveis ou contrárias. Contudo, chama-se
atenção que para o bom funcionamento do comitê é demandado de todas as
delegações uma participação ativa.
4.1 Bósnia e Herzegovina
A Bósnia e Herzegovina configura como o principal ator deste comitê, uma
vez que toda a temática gira em torno dos acontecimentos neste país. Desta forma,
16
a Bósnia terá um papel importante no que tange a busca por um acordo que
desenvolva um ambiente estável e de paz em seu território, além de se engajar em
proteger sua porção territorial e os grupos étnicos que se encontram em seu
território (CONCEIÇÃO, 2005). Desta forma, a delegação Bósnia tem como uma de
suas responsabilidades atuar de forma a garantir que conflitos separatistas e/ou
étnicos não ocorram de novo.
4.2 Estados Unidos da América
Os Estados Unidos estabeleceram relações com a Bósnia logo depois de sua
declaração de independência, em 1992. No desenrolar do conflito, os EUA tiveram
um papel fundamental de mediador no que se refere às negociações dos acordos de
paz e cessar-fogo entre as partes envolvidas, bem como tornou-se responsável por
extensas operações militares durante o conflito, atuando por meio da OTAN.
Ademais, durante o conflito, os Estados Unidos passou a promover embargos
econômicos à Sérvia, retirando suas embaixadas deste território a fim de demonstrar
repúdio à atuação deste país (SIMONS, 2000; HARLAND, 2017).
4.3 Croácia
Os croatas compunham cerca de 17% do território bósnio e também se
configuram como uma das partes do conflito. Em 1992 o exército croata
proclamaram uma região autônoma da República Croata da Herzeg-Bósnia, tendo a
cidade de Mostar como sua capital. Este país também reivindicava a Bósnia e
Herzegovina como uma parte do seu território histórico (BARBER, 1992).
Além disso, os bósnios-croatas movimentaram-se em diferentes frentes no
conflito, uma vez que em um primeiro momento (1991-1992) atuou como um aliado
político; em um segundo momento (1993-1994) como um agressor; em um terceiro
momento, com a intervenção diplomática estadunidense (1994), se tornou
novamente um aliado (ALBUQUERQUE, 2010). Nesse cenário, ressalta-se o
importante papel croata para o futuro bósnio, uma vez que é vizinho do país e que
tem um grupo considerável de sua etnia na Bósnia.
17
4.4 Sérvia e Montenegro
Percebe-se a Sérvia e Montenegro como uma das partes do conflito, uma vez
que buscava impedir a independência da Bósnia e criar a “Grande Sérvia”. Além
disso, chama-se atenção para a atuação desse país no massacre de Srebrenica,
evento que se transformou em um marco na história da região dos Balcãs, uma vez
que foram generais e soldados sérvios que ordenaram e promoveram uma limpeza
étnica sistemática de muçulmanos bósnios, matando cerca de 7 mil pessoas
(ENGELBERG; SCHMITT, 1995).
5 QUESTÕES RELEVANTES PARA O DEBATE
No que tange aos conflitos étnicos, qual seria a melhor maneira de abarcar as
heterogeneidades bósnias sob um mesmo governo?
Seria possível integrar as etnias de forma que não surjam movimentos
separatistas? Ou sentimentos de rivalidade entre elas?
Qual seria o papel dos agentes externos neste contexto? Isto é, das Nações
Unidas, da OTAN e de outros países da comunidade internacional.
Para que um cenário de paz se faça presente, é necessária a maior atuação
das Nações Unidas, por meio de uma missão de construção de paz e
construção de Estado no território bósnio, a fim de assegurar a não
insurgência de maiores conflitos?
Para a reconstrução do Estado bósnio, qual deve ser a estrutura política a ser
adotada? Deveria a Bósnia estruturar seu aparato governamental com base
nos países europeus?
18
REFERÊNCIAS
AGUILAR, Sergio Luiz Cruz. A Guerra da Iugoslávia: uma década de crises nos Bálcãs. São Paulo: Usina do Livro, 2003. AGUILAR, Sérgio Luiz Cruz; MATHIAS, Ana Luiza Terra Costa. Identidades e diferenças: o caso da guerra civil na antiga Iugoslávia. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais, v.4, n.8, 2012 ALBUQUERQUE, João Duarte. O Direito de Intervenção Humanitária: O Genocídio na Bósnia e no Ruanda. Dissertação (Mestrado em História, Defesa e Relações Internacionais). Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 2010. Disponível em: <https://repositorio.iscte-iul.pt/bitstream/10071/3980/1/DireitoIntervencaoHumanitaria.pdf>. Acesso em: 12 fev 2019. ALVES, José Augusto Lindgren. Nacionalismo e etnias em conflito nos Balcãs. In: Lua Nova, n.63. São Paulo: CEDEC, 2004. ARAUJO, Caetano Ernesto P. Partidos Políticos: Há Futuro Para O Monopólio Da Representação? Consultoria Legislativa do Senado Federal, Brasília, 2004. Disponível em: <https://www12.senado.leg.br/publicacoes/estudos-legislativos/tipos-de-estudos/textos-para-discussao/td-1-partidos-politicos-ha-futuro-para-o-monopolio-da-representacao>. Acesso em: 15 abr 2019. BARBER, Tony. The Bosnia Crisis: Serbs, Croats and Muslims: who hates who and why: Tony Barber in Zagreb traces the ancient roots of a culture clash that has shattered what was Yugoslavia into warring pieces. Independent, 1992. Disponível em: <https://www.independent.co.uk/news/world/the-bosnia-crisis-serbs-croats-and-muslims-who-hates-who-and-why-tony-barber-in-zagreb-traces-the-1539305.html>. Acesso em: 14 fev 2019. BOGDANOR, Vernon. Srebrenica: the silence over Britain's guilt must be ended. The guardian, 2012. Disponível em: <https://www.theguardian.com/commentisfree/2012/jul/12/srebrenica-massacre-bosnia-and-herzegovina>. Acesso em: 14 nov 2018. BOWKER, Mike. The Wars in Yugoslavia: Russia and the International Community. Europe-Asia Studies, v.50, n.7, 1998, pp. 1245-1261. Disponível em: <https://www.jstor.org/stable/153958?seq=1#page_scan_tab_contents>. Acesso em: 05 fev. 2019. BRENER, Jayme. Trinta anos de não-alinhados. Lua Nova, São Paulo , v. 3, n. 3, p. 78-81, 1987. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-64451987000100016&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 15 abr 2019. CONCEIÇÃO, Andrea Freitas da. Os Acordos de Dayton na prática: o desafio dos sete primeiros anos de construção de um Estado multiétnico dividido ao meio. 2005 – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Instituto de Relações Internacionais, Rio de Janeiro. Disponível em: <https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/7888/7888_5.PDF>. Acesso em: 18 nov 2018. CURTISS, Richard H. Croatia's Choice: War With Serbia or Helping to Carve Up Bosnia. Washington Report on Middle East Affairs, 1995. Disponível em: <
19
https://www.wrmea.org/1995-march/croatia-s-choice-war-with-serbia-or-helping-to-carve-up-bosnia.html>.Acesso em: 25 mai 2019. ENGELBERG, Stephen; SCHMITT, Eric. CONFLICT IN THE BALKANS: THE SERBIAN ROLE; WESTERN OFFICIALS SAY SERBIA HELPS BOSNIAN COMRADES. The New York Times, 1995. Disponível em: <https://www.nytimes.com/1995/06/11/world/conflict-balkans-serbian-role-western-officials-say-serbia-helps-bosnian.html>. Acesso em: 14 nov 2018. FERREIRA, Renata Barbosa. A Guerra da Bósnia: 1992-1995. Dissertação (Mestrado em Relações Internacionais). Instituto de Relações Internacionais/PUC-RJ, Rio de Janeiro, 2001. Disponível em:<https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/2664/2664_1.PDF>. Acesso em: 9 fev 2019. GLENNY, Misha. The Fall of Yugoslavia: the third Balkan war. New York: Penguin Books, 1996. GONÇALVES, Daniela Norcia. Intervenção da OTAN nos Balcãs: um estudo de caso sobre a redefinição da regra da soberania implícita nos esforços de ordenamento e estabilização. Dissertação (Mestrado em Relações Internacionais), Instituto de Relações Internacionais/PUC-SP, São Paulo, 2009. Disposível em: <https://tede2.pucsp.br/bitstream/handle/4075/1/Daniela%20Norcia%20Goncalves.pdf>. Acesso em: 10 fev 2019. GUIA GEOGRÁFICO. Antiga Yugoslávia, 2019. Disponível em: <http://www.guiageo-europa.com/mapas/yugoslavia.htm>. Acesso em: 15 fev 2019. GUNTER, Joel. Ratko Mladic, the 'Butcher of Bosnia'. BBC NEWS, 2017. Disponível em: <https://www.bbc.com/news/world-europe-13559597>. Acesso em: 16 fev 2019. HARLAND, David. Never again: International intervention in Bosnia and Herzegovina. Centre for Humanitarian Dialogue, 2017. Disponível em: <https://www.hdcentre.org/wp-content/uploads/2017/07/Never-again-International-intervention-in-Bosnia-and-Herzegovina.pdf>. Acesso em: 13 nov 2018. HEPP, Carmem. O Princípio Da Autodeterminação Dos Povos E Sua Aplicação Aos Palestinos. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2005. Disponível em: <https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/40400/M529.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 15 abr 2019. JOVANOVIC, Aleksandar. À Sombra do Quarto Crescente. São Paulo: Hicitec, 1995. LISCHER, Sarah Kenyon. Srebrenica: As cicatrizes do genocídio. American Scholar, 2012. Disponível em: <https://theamericanscholar.org/srebrenica-the-scars-of-genocide/#.XGvpsehKjIU>. Acesso em: 15 fev 2019. MALCOLM, Noel. Bosnia: A Short History. NYU Press,1994. MAZAT, Numa. Iugoslávia de Tito: a gênese de um Estado original no contexto da Guerra Fria (1945-1965). Data Venia, n.30, São Paulo, 2011. Disponível em: <http://www.belasartes.br/data_venia/data_venia_30.html#conteudo_2>. Acesso em: 13 fev 2019.
20
MESSARI, Nizar. As Democracias e a Questão da Guerra e da Paz. Dissertação (Mestrado em Relações Internacionais) – Instituto de Relações Internacionais/PUC-Rio, Rio de Janeiro, 1994. OLIC, Nelson Bacic. A Desintegração do Leste. Editora Moderna, São Paulo, 1995. OSBORNE, Samuel. Ratko Mladic: Who is the 'Butcher of Bosnia' and what has the former Serb general been charged with?. INDEPENDENT, 2017. Disponível em: <https://www.independent.co.uk/news/world/europe/ratko-mladic-guilty-who-is-bosnia-war-crimes-what-charges-genocide-srebrenica-massacre-serb-general-a8069741.html>. Acesso em: 16 fev 2019. PERES, Andréa Carolina Schvartz. Contando histórias: fixers em Sarajevo. Tese (Doutorado em Antropologia Social). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas/Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2010. PERES, Andréa Carolina Schwartz. O debate sobre a representação da diferença e o significado da Guerra na Bósnia-Herzegovina. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 19, n. 40, p. 423-450, jul./dez. 2013. RAE, Heather. State Identities and the Homogenisation of Peoples. Cambridge: Cambridge University Press, 2002. REMEMBERING SREBRENICA. The Srebrenica Genocide. 2014a. Disponível em: <https://www.srebrenica.org.uk/what-happened/srebrenica-genocide/introduction-srebrenica/>. Acesso em: 16 fev 2019. REMEMBERING SREBRENICA. What happened in Srebrenica, 2014b. Disponível em: <https://www.srebrenica.org.uk/what-happened/srebrenica-genocide/happened-srebrenica/>. Acesso em: 16 fev 2019. REMEMBERING SREBRENICA. Ethnic Cleansing in Bosnia, 2014c. Disponível em: <https://www.srebrenica.org.uk/what-happened/history/ethnic-cleansing-bosnia/>. Acesso em: 16 fev 2019. ROSSI, Flávia. A guerra do Kosovo: uma questão humanitária? Revista Mediações, Londrina, v.7, n.2, p.103-131, jul/dez, 2002. SACCO, Joe. Uma História de Sarajevo. São Paulo: Conrad, 2003. SIMONS, Marlise. France to Investigate Its Srebrenica Role. The New York Times, 2000. Disponível em: <https://www.nytimes.com/2000/12/11/world/france-to-investigate-its-srebrenica-role.html>. Acesso em: 15 nov 2018. SUDÉTICO, Chuck. O Massacre de Srebrenica (11 a 16 de julho de 1995). Encyclopedia Online de Violência em Massa, SciencePo, 2010. Disponível em: <http://www.sciencespo.fr/mass-violence-war-massacre-resistance/en/document/srebrenica-massacre-july-11-16-1995>. Acesso em: 16 fev 2019. VALENÇA, Marcelo Mello. Novas Guerras, Estudos para a Paz e Escola de
Copenhague: uma contribuição para o resgate da violência pela Segurança. Tese
(Doutorado em Relações Internacionais). Instituto de Relações Internacionais/PUC-Rio, Rio
de Janeiro, 2010. Disponível em: <https://www.maxwell.vrac.puc-
rio.br/16533/16533_1.PDF>. Acesso em: 15 fev 2019.
21
LISTA DE DELEGAÇÕES
Antiga República Iugoslava
da Macedônia Bósnia e Herzegovina Canadá
Comissão das Nações Unidas para os Direitos
Humanos Estado de Israel
Estados Unidos da América
Estados Unidos Mexicanos Federação Russa Reino da Bélgica
Reino da Dinamarca Reino da Noruega Reino da Suécia
Reino dos Países Baixos Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do
Norte
República Árabe da Síria
República Árabe do Egito República Argentina República da África do
Sul
República da Albânia República da Áustria República da Bulgária
República da Croácia República da Eslovênia República da Hungria
República da Turquia República da Índia República Federal da
Alemanha
República Federal da Iugoslávia
República Federativa do Brasil
República Helênica
República Popular da China República Tcheca República Francesa
República Italiana Romênia
top related