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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA – INPA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM
RODRIGO TACIOLI SERAFINI
Orientador: Dr. JOAQUIM DOS SANTOS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biologia Tropical e Recursos Naturais do convênio INPA/UFAM, como parte dos requisitos pra obtenção do título de mestre em Ciências de Florestas Tropicais.
Manaus – AM 2007
ESTRUTURA DE FRAGMENTOS FLORESTAIS URBANOS DE MANAUS-AM: IMPLICAÇÕES PARA SEU MANEJO E CONSERVAÇÃO
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CONTEÚDO
Página
LISTA DE FIGURAS .............................................................................. iii
LISTA DE TABELAS ............................................................................ iv
RESUMO ................................................................................................. vi
1. INTRODUÇÃO .................................................................................... 1
2. OBJETIVOS .......................................................................................... 3
2.1. Objetivo Geral............................................................................. . 3
2.2. Objetivos Específicos.................................................................... 3
3. REVISÃO DE LITERATURA............................................................... 4
3.1. Fragmentação florestal. .................................................................. 4
3.2. Fragmentação florestal urbana em Manaus .................................... 7
3.3. Estrutura florestal .......................................................................... 8
4. METODOLOGIA ................................................................................ 11
4.1. Área de estudo............................................................................... 11
4.1.1. Caracterização dos fragmentos florestais amostrados......... 14
4.2. Coleta de dados .............................................................. ............... 24
4.3. Análise dos dados ......................................................................... 26
4.3.1. Análise estrutural dos fragmentos florestais...................... 26
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................ 32
5.1. Condições fitossanitárias e aspectos fisionômicos dos fragmentos....... 32
5.2. Composição florística e parâmetros estruturais ........................... 34
6. CONCLUSÃO ...................................................................................... 82
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................... 84
ANEXO ..................................................................................................... 90
LISTA DE FIGURAS
Página
FIGURA 1. Imagem do satélite Landsat 2005 modificada da cidade de Manaus e
arredores, mostrando a zona urbana e a Reserva Florestal Adolpho
Ducke, ao norte da cidade................................................ 11
FIGURA 2. Distribuição espacial dos fragmentos florestais selecionados na zona
urbana de Manaus-AM, destacadas as denominações que foram usadas
neste trabalho............................................................ 13
FIGURA 3. Imagem de satélite com a localização aproximada das unidades de
amostragem no fragmento PARQUE DO MINDU, cursos d’água
presentes e nome de bairros da região. ......................................... 15
FIGURA 4. Imagem de satélite com a localização aproximada das unidades de
amostragem no fragmento UFAM, cursos d’água presentes e nome de
bairros da região............................................................... 16
FIGURA 5. Imagem de satélite com a localização aproximada das unidades de
amostragem no fragmento CAMPOS ELÍSEOS, cursos d’água presentes
e nome de bairros da região............................................. 17
FIGURA 6. Imagem de satélite com a localização aproximada das unidades de
amostragem no fragmento NÚCLEO 23, cursos d’água presentes e
nome de bairros da região........................................................... 18
FIGURA 7. Imagem de satélite com a localização aproximada das unidades de
amostragem no fragmento AEROPORTO, cursos d’água presentes e
nome de bairros da região............................................................ 19
FIGURA 8. Imagem de satélite com a localização aproximada das unidades de
amostragem no fragmento SESI, cursos d’água presentes e nome de
bairros da região........................................................................ 20
FIGURA 9. Imagem de satélite com a localização aproximada das unidades de
amostragem no fragmento SESC, cursos d’água presentes e nome de
bairros da região....................................................................... 21
FIGURA 10. Imagem de satélite com a localização aproximada das unidades de
amostrage no fragmento SAUIM, cursos d’água presentes e nome de
bairros da região........................................................................ 22
FIGURA 11. Imagem de satélite com a localização aproximada das unidades de
amostragem no fragmento CASTANHEIRAS, cursos d’água presentes e
nome de bairros da região............................................ 23
FIGURA 12 Imagem de satélite com a localização aproximada das unidades de
amostragem no fragmento VILLAR CÂMARA, cursos d’água
presentes, nome de bairros da região e de conjuntos habitacionais
próximos........................................................................................ 24
FIGURA 13 Esquema da unidade de amostragem utilizada na amostragem dos
fragmentos florestais...................................................................... 25
FIGURA 14 Aspecto de poluição de curso d’água no fragmento CASTANHEIRAS,
na zona urbana de Manaus-AM....................... 33
FIGURA 15 Aspecto de trilha presente no fragmento SESI, zona urbana de Manaus-
AM................................................................................... 33
FIGURA 16 Aspecto da fisionomia da vegetação em área do fragmento SESI, na
zona urbana de Manaus-AM...................................................... 35
FIGURA 17 Aspecto da fisionomia da vegetação do fragmento AEROPORTO, na zona
urbana de Manaus-AM................................................................. 35
FIGURA 18 Famílias que apresentaram os 15 maiores Índices de Valor de Importância,
dados em porcentagem (IVI%), contrastando com o número de indivíduos
amostrados por família no fragmento PARQUE DO MINDU, Manaus-
AM................................................... 36
FIGURA 19 Famílias que apresentaram os 15 maiores Índices de Valor de Importância,
dados em porcentagem (IVI%), contrastando com número de indivíduos
amostrados por família no fragmento UFAM, Manaus-
AM.......................................................................................... 39
FIGURA 20 Famílias que apresentaram os 15 maiores Índices de Valor de Importância,
dados em porcentagem (IVI%), contrastando com número de indivíduos
amostrados por família no fragmento CAMPOS ELÍSEOS, Manaus-
AM....................................................... 43
FIGURA 21 Famílias que apresentaram os 15 maiores Índices de Valor de Importância,
dados em porcentagem (IVI%), contrastando com número de indivíduos
amostrados por família no fragmento NÚCLEO 23, Manaus-
AM................................................................... 45
FIGURA 22 Famílias que apresentaram os 15 maiores Índices de Valor de Importância,
dados em porcentagem (IVI%), contrastando com número de indivíduos
amostrados por família no fragmento AEROPORTO, Manaus-
AM................................................................ 47
FIGURA 23 Famílias que apresentaram os 15 maiores Índices de Valor de Importância,
dados em porcentagem (IVI%), contrastando com número de indivíduos
amostrados por família no fragmento do SESI, Manaus-
AM.......................................................................................... 51
FIGURA 24 Famílias que apresentaram os 15 maiores Índices de Valor de Importância,
dados em porcentagem (IVI%), contrastando com número de indivíduos
amostrados por família no fragmento SESC, Manaus-
AM.......................................................................................... 53
FIGURA 25 Famílias que apresentaram os 15 maiores Índices de Valor de Importância,
dados em porcentagem (IVI%), contrastando com número de indivíduos
amostrados por família no fragmento SAUIM, Manaus-
AM.......................................................................................... 56
FIGURA 26 Famílias que apresentaram os 15 maiores Índices de Valor de Importância,
dados em porcentagem (IVI%), contrastando com número de indivíduos
amostrados por família no fragmento Castanheiras, Manaus-
AM.................................................................... 58
FIGURA 27 Famílias que apresentaram os 15 maiores Índices de Valor de Importância,
dados em porcentagem (IVI%), contrastando com número de indivíduos
amostrados por família no fragmento Villar Câmara, Manaus-
AM............................................................................ 61
FIGURA 28 Curvas de rarefação considerando as espécies para os dez fragmentos
amostrados na zona urbana de Manaus-AM. ES(n); número esperado de
espécies; n: número de indivíduos................................................... 65
FIGURA 29 Curvas de rarefação considerando as famílias para os dez fragmentos
amostrados na zona urbana de Manaus-AM......................................... 66
FIGURA 30 Número de espécies por fragmento amostrado, considerando-se as mais
importantes, necessário para atingir participação de 50% no Índice de Valor
de Importância em porcentagem (IVI%) com o número de famílias
correspondente...................................................... 67
FIGURA 31 Dendrograma de similaridade florística originado a partir da análise de
agrupamento (Bray-Curtis) entre os fragmentos florestais amostrados na
cidade de Manaus-AM.................................................. 70
FIGURA 32 Curva espécie-área para o grupo dos fragmentos florestais considerados
pequenos amostrados na zona urbana de Manaus-AM... 74
FIGURA 33 Curva espécie-área para o grupo dos fragmentos florestais considerados
grandes amostrados na zona urbana de Manaus-AM..... 74
FIGURA 34 Número de indivíduos por hectare por classe diamétrica para DAPs até 40
cm para os dez fragmentos florestais amostrados na zona urbana de
Manaus-AM.......................................................................... 77
LISTA DE TABELAS
Página
TABELA 1. Fragmentos florestais urbanos selecionados em Manaus-AM.
Denominações oficiais e as usadas neste trabalho, com suas
respectivas dimensões superficiais (ha)....................................... 12
TABELA 2. Parâmetros fitossociológicos e famílias botânicas das espécies em
0,75 hectare amostrado no fragmento PARQUE DO MINDU,
Manaus-AM ................................................................. 37
TABELA 3. Parâmetros fitossociológicos e famílias botânicas das espécies em 3,0
hectares amostrados no fragmento UFAM, Manaus-
AM.............................................................................................. 40
TABELA 4. Parâmetros fitossociológicos e famílias botânicas das espécies em
0,75 hectare amostrado no fragmento CAMPOS ELÍSEOS, Manaus-
AM ........................................................................ 44
TABELA 5. Parâmetros fitossociológicos e famílias botânicas das espécies em
0,75 hectare amostrados no fragmento NÚCLEO 23, Manaus-
AM................................................................................. 46
TABELA 6. Parâmetros fitossociológicos e famílias botânicas das espécies em 3,0
hectares amostrados no fragmento AEROPORTO, Manaus-
AM................................................................................. 48
TABELA 7. Parâmetros fitossociológicos e famílias botânicas das espécies em 1,0
hectare amostrado no fragmento SESI, Manaus-
AM.............................................................................................. 52
TABELA 8. Parâmetros fitossociológicos e famílias botânicas das espécies em
0,75 hectare amostrado no fragmento SESC, Manaus-
AM.............................................................................................. 54
TABELA 9. Parâmetros fitossociológicos e famílias botânicas das espécies em
0,75 hectare amostrado no fragmento SAUIM, Manaus-AM
.................................................................................................... 57
TABELA 10. Parâmetros fitossociológicos e famílias botânicas das espécies em
0,50 hectare amostrado no fragmento CASTANHEIRAS, Manaus-
AM........................................................................... 59
TABELA 11. Parâmetros fitossociológicos e famílias botânicas das espécies em
0,75 hectare amostrado no fragmento VILLAR-CÂMARA, Manaus-
AM ............................................................................... 62
TABELA 12. Quadro resumo com alguns dados das análises de composição florística
dos dez fragmentos florestais amostrados na cidade de Manaus-
AM................................................................................ 63
TABELA 13 Ocorrência de espécimes de Arecaceae nos fragmentos
amostrados.................................................................................. 69
TABELA 14 Espécies com suas respectivas famílias e número de indivíduos por
fragmento que não ocorrem nos fragmentos UFAM e AEROPORTO,
sendo exclusivas aos demais fragmentos..... 72
TABELA 15 Espécies com suas respectivas famílias botânicas e número de
indivíduos por fragmento exclusivas aos fragmentos UFAM e
AEROPORTO............................................................................. 73
TABELA 16 Estimativas médias por fragmento do número de indivíduos por
hectare de área basal, fitomassa seca acima do solo, fitomassa seca
acima do solo e quantidade de carbono para os dez fragmentos
amostrados na cidade de Manaus-AM....................... 75
TABELA 17 Número de indivíduos por hectare por classe diamétrica para os dez
fragmentos florestais amostrados na cidades de Manaus-
AM.............................................................................................. 76
TABELA 18 Distribuição de área basal por hectare por classe de DAP (intervalo de
10 cm) para os dez fragmentos florestais amostrados na cidade de
Manaus-AM......................................... 78
TABELA 19 Estatítica descritiva do número de indivíduos, da área basal, da
fitomassa fresca acima do solo, da fitomassa seca acima do solo e
quantidade de carbono por hectare de dados médios dessas medidas
coletados em 30 unidades de amostragem localizadas em 10
fragmentos florestais na cidade de Manaus-AM................ 79
RESUMO
Estrutura de fragmentos florestais urbanos de Manaus-AM: implicações para seu manejo e conservação.
Foram analisados dez fragmentos florestais da cidade de Manaus-AM quanto à sua estrutura florestal e sua inserção na paisagem urbana. Neste estudo analisou-se a composição florestal dos fragmentos e estimativas dos parâmetros de estrutura horizontal e de parâmetros dendrométricos (área basal, biomassa acima do solo e estoque de carbono) de indivíduos arbóreos com DAP=10 cm, juntamente com avaliação da situação atual e históricos e condições de uso e perturbação. Foram contabilizados 3609 indivíduos com DAP = 10 cm, sendo registradas 256 espécies e 51 famílias botânicas em 12 hectares amostrados (48 unidades de amostragem de 0,25 ha). O Índice de Shannon calculado com os 10 fragmentos amostrados foi de 4,53. O fragmento SESC apresentou o maior número de espécies esperadas (curvas de rarefação), seguido pelos fragmentos AEROPORTO, CASTANHEIRAS, UFAM e PARQUE DO MINDU, respectivamente. Os fragmentos VILLAR CÂMARA, CAMPOS ELÍSEOS, SAUIM, NÚCLEO 23 e SESI apresentaram os menores números esperados de espécies. A análise estrutural atual dos fragmentos foi compatível, na maioria dos casos, com os históricos e condições de uso e perturbação. A composição florestal mostrou que poucas espécies representam a maioria dos indivíduos amostrados e ressaltou a elevada abundância da família Arecaceae nos fragmentos. Evidenciou-se a importância dos fragmentos pequenos pelo porcentual de espécies exclusivas em relação aos fragmentos grandes. O fragmento do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes foi o que concentrou as melhores estimativas de parâmetros estruturais, com uma estimativa de biomassa de 323 ton/ha e 171 espécies encontradas. Em contraste, no fragmento denominado Núcleo 23 estimou-se uma biomassa de cerca de 103 ton/ha e foram encontradas somente 35 espécies. Evidenciou-se a importância do histórico de uso dos fragmentos e a necessidade de manejá-los adequadamente para sua conservação e para usufruto de serviços ambientes para a população do município de Manaus-AM.
Palavras-chave: fragmentos florestais urbanos, estrutura florestal, manejo, conservação, Manaus.
1. INTRODUÇÃO
O desenvolvimento econômico e o rápido processo de urbanização têm trazido conseqüências
desastrosas sobre os ecossistemas naturais de muitas regiões brasileiras. Um dos reflexos mais marcantes é
a transformação da paisagem urbana onde ocorre o decréscimo acelerado dos remanescentes florestais
nativos presentes nas cidades.
No Brasil, a evolução econômica deu-se de maneira desigual através de seu território, de forma
mais intensa e prematura em algumas regiões. Esse descompasso de desenvolvimento gerou também um
forte contraste nos índices de conservação ambiental das regiões, algumas contendo biomas extremamente
descaracterizados, como o da Floresta Atlântica na região sudeste, e outras biomas mais preservados,
como o da Floresta Amazônica na região norte.
O progresso de uma região impulsiona o crescimento e fortalecimento econômico de suas cidades.
Grandes núcleos urbanos são constituídos e um elevado contingente populacional associa-se a eles. O
espaço disponível na área urbana se torna insuficiente para abrigar o número crescente de pessoas,
passando a ocorrer uma forte pressão por ocupação de novas áreas. As áreas verdes existentes aparecem
então como espaços disponíveis e gradualmente vão sendo substituídas por novos bairros ou invasões
descontroladas.
Com o tempo, ocorre uma diminuição substancial da cobertura florestal nativa das cidades. As
áreas restantes via de regra sofrem os efeitos prejudiciais da fragmentação florestal, tornando-se “ilhas” de
vegetação em meio a um “mar” de estruturas urbanas. A fragmentação os deixa expostos a um ambiente
que antes não existia e com o qual não coevoluiram. Alterações físicas e biológicas processam-se nos
fragmentos formados devido a ventos fortes e excesso de luminosidade, ruptura de habitats, isolamento e
falta de conectividade com outras áreas florestadas e, principalmente, à constante e intensa presença
humana no seu interior e arredores, que vão perturbando a flora e fauna que os habita e as relações entre
elas. A conseqüência, em geral, é uma perda expressiva da biodiversidade animal e vegetal nessas áreas,
além do comprometimento da capacidade desses ambientes se “auto-sustentarem”.
A redução da cobertura florestal e sua substituição por um complexo de estruturas urbanas, a
impermeabilização das superfícies dos solos e a poluição gerada pelas atividades que geralmente se
desenvolvem nas grandes cidades alteram as condições físicas e climáticas locais. Desconforto térmico,
enchentes e desabamentos de terra, são apenas alguns efeitos relacionados a essa nova configuração da
paisagem, que contribuem para diminuir a qualidade de vida local.
Os fragmentos florestais atuam nas cidades melhorando as condições climáticas locais, regulando
cheias e enchentes, controlando a erosão, promovendo oportunidades de recreação e de educação
ambiental, e sendo repositórios da biodiversidade regional, dentre outros serviços ambientais.
Situada dentro dos domínios do bioma amazônico, Manaus é uma cidade que ainda possui uma
quantidade relativamente grande de áreas verdes, em relação a outros grandes centros urbanos, como São
Paulo e Rio de Janeiro. No entanto, o expressivo crescimento atual da população tem provocado fortes
pressões por ocupação nas áreas de remanescentes florestais nativos e uma drástica redução da cobertura
vegetal destas paisagens tem sido observada.
Encontrando-se sob a forma de fragmentos florestais, esses remanescentes apresentam diferentes
dimensões, vizinhanças e históricos de uso. São de propriedade pública ou privada e são “espaços
territoriais especialmente protegidos” pelo Código Ambiental do Município de Manaus, Lei 605/2001
(Prefeitura Municipal de Manaus, 2001). Apesar de amparados legalmente, muitos fragmentos têm tido
sua vegetação suprimida total ou parcialmente sem a autorização dos órgãos municipais competentes e
sem que se tenha conhecimento da fauna e flora que continham.
Estudos sobre a flora e fauna desses fragmentos são fundamentais e urgentes com o fim de
embasar argumentos científicos para sua conservação. O presente estudo pretende contribuir no
conhecimento da estrutura dos fragmentos florestais da cidade de Manaus, investigando suas possíveis
relações com aspectos da conjuntura urbana na qual essas áreas estão inseridas.
Algumas questões relacionadas a problemática que envolve os fragmentos florestais da cidade
serão discutidas, tais como: a composição de sua vegetação arbórea e as semelhanças com a vegetação
nativa local; a importância dos fragmentos pequenos na conservação de espécies da flora; e a importância
do histórico de uso e da situação cadastral sobre a estrutura florestal. A discussão dessas questões pode
ajudar na avaliação da importância dos fragmentos e na formulação de estratégias de conservação para
esses espaços, no modo como deveriam ser manejados para que tivessem seus serviços ambientais
potencializados para a população de Manaus.
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Analisar os fragmentos florestais da cidade de Manaus-AM quanto à sua estrutura florestal e à sua
inserção na paisagem urbana.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
2.2.1 Descrever condições fitossanitárias e aspectos fisionômicos dos fragmentos florestais amostrados
na zona urbana de Manaus-AM;
2.2.2 Comparar e analisar os fragmentos florestais amostrados na cidade de Manaus quanto à
composição florística e à estrutura horizontal;
2.2.3 Calcular as estimativas, por unidade de área, de área basal, fitomassa acima do solo e quantidade
de carbono e analisar a estrutura diamétrica e distribuição de área basal dos fragmentos florestais
amostrados na cidade de Manaus-AM;
2.2.4 Gerar estimativas médias por unidade de área do número de indivíduos, da área basal, da
fitomassa acima do solo e da quantidade de carbono para os fragmentos florestais urbanos de
Manaus-AM.
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1. Fragmentação Florestal
A transformação de grandes áreas de florestas tropicais em áreas dominadas por atividades
antrópicas é uma das conseqüências do crescimento vertiginoso da população e da atual conjuntura
econômica mundial (Gascon & Lovejoy, 1998). Um dos aspectos mais marcantes do desmatamento de
florestas tropicais é a nova configuração que assume a paisagem, com áreas que não foram desmatadas
rodeadas por áreas que o foram. Formam-se assim fragmentos de floresta isolados, entranhados em
paisagens que exercem as mais diferentes pressões sobre eles. A flora e fauna que originalmente
ocupavam florestas contínuas são forçadas a sobreviver em um mosaico formado por áreas do habitat
original e em alguns ambientes relativamente não apropriados (Bierregaard, 1989).
Assim, pode-se dizer que a fragmentação florestal resulta, em geral, em terrenos que possuem
áreas remanescentes de vegetação nativa rodeadas por uma matriz ocupada por atividades agrícolas ou
outras formas de uso da terra (Saunders et al.,1991).
A fragmentação florestal no Brasil deu-se muito em função do processo expansão da fronteira
agrícola no país, desde as mais antigas, na Mata Atlântica nordestina até as atuais, nas áreas de cerrado do
Centro-Oeste e Amazônia (Viana et al., 1992). As atividades agropecuárias, de exploração madeireira e
mineradora, a instalação de usinas hidrelétricas, e o desenvolvimento de núcleos urbanos são alguns dos
fatores responsáveis por essa nova configuração da paisagem no país (Leitão Filho, 1987; Viana, 1990).
Uma das implicações mais sérias do processo de fragmentação florestal é por em risco a
biodiversidade de ecossistemas naturais (Bierregaard et al., 1992, Viana et al., 1992). Grandes mudanças
no ambiente físico, bem como no âmbito biogeográfico são resultantes desse processo (Saunders et al.,
1991). As conseqüências ecológicas da fragmentação relacionam-se à área e insularização (isolamento),
formação de bordas e habitat matriz, e configuração da paisagem (Gascon et al., 2001).
A fragmentação traduz-se na limitação de um espaço que originalmente não tinha barreiras e na
exposição deste a um novo ambiente. O resultado é a incidência de vários efeitos físicos e biológicos
sobre os fragmentos constituídos. Dois efeitos primários são as mudanças microclimáticas no interior e
margens dos fragmentos, e o isolamento de cada fragmento de outras áreas de vegetação na paisagem que
o cerca, podendo afetar a biota dentro dessas áreas, variando com o tamanho, a forma e a posição dos
fragmentos ou remanescentes no terreno (Saunders et al., 1991).
Os estudos sobre a fragmentação florestal têm suas bases estabelecidas na Teoria de Biogeografia
de Ilhas, de MacArthur & Wilson (1967), que foi elaborada com o fim de descrever e prever a variação de
diversidade biológica de acordo com o tamanho da ilha, baseando-se no balanço entre taxas de extinção e
imigração (Viana et al., 1992; Gascon et al., 2001). A extensão de muitos dos princípios da teoria a
“habitats insulares” continentais, a partir, por exemplo, da similaridade entre ilhas e fragmentos florestais
circundados por uma paisagem modificada antropicamente, impulsionou muitas pesquisas que utilizaram
alguns dos princípios da biogeografia de ilhas para explicar e prever o número de espécies que um
determinado fragmento poderia manter (Gascon et al., 2001). De acordo com a Teoria de Biogeografia de
Ilhas, a uma diminuição na superfície associa-se uma diminuição exponencial do número de espécies
(Viana et al., 1992), ou seja, ela prevê que áreas maiores terão um maior número de espécies; por isso, tal
teoria tornou-se um paradigma da conservação (Fowler et al., 1991).
No entanto, com a evolução das pesquisas, essa teoria foi intensamente contestada na sua
aplicação em prever riqueza de espécies em fragmentos florestais e servir de forma prática à biologia de
conservação (Gascon et al., 2001). As pesquisas mostraram que a fragmentação do habitat leva a um
conjunto complexo de modificações biológicas e físicas no ecossistema, e não somente a uma simples
modificação no número de espécies, conforme a teoria predizia (Gascon et al., 2001).
A área de um fragmento pode estar relacionada com a riqueza de espécies desse fragmento, mas
não através de uma correlação simples entre essas duas variáveis, mas sim como conseqüência de um
conjunto de fatores que têm alguma relação com a área (Metzger, 1999). Assim, por exemplo, uma
redução da área de um fragmento poderia reduzir sua diversidade biológica da seguinte maneira: são
afetadas as áreas mínimas para sobrevivência das populações (Lovejoy et al., 1986; Saunders et al., 1991);
a heterogeneidade interna do habitat é reduzida; ocorre um aumento do efeito de borda; uma redução dos
recursos, intensificando as competições intra e inter-específicas; e, o comprometimento de muitas
interações ecológicas entre plantas e animais, causando a extinção de espécies dependentes delas
(Metzger, 1999).
Apesar de fragmentos menores conterem, de uma maneira geral, menos espécies do que
fragmentos maiores, salvaguardadas as considerações anteriores, nas regiões tropicais muitas espécies
requerem pequenas áreas para sua sobrevivência, e pequenas áreas podem conter uma alta quantidade de
espécies endêmicas (Gentry, 1986). Essas razões, por si só, justificam o esforço em conservá-las.
O isolamento ou “insularização” dos fragmentos florestais também tem importantes
conseqüências para a biota e estas conseqüências variam com o tempo desde o isolamento, com a distância
a outros remanescentes e com o grau de conexão entre eles (Saunders et al., 1991). O isolamento diminui
a diversidade do habitat, diminuindo sua riqueza e equabilidade biológica, principalmente pelo decréscimo
da taxa de imigração ou recolonização de populações (Metzger, 1999).
O grau de isolamento pode ser definido como a média da distância até os vizinhos mais próximos,
sendo que essa distância pode por em risco a migração de propágulos e animais e, assim, afetar a
diversidade local (Forman & Godron, 1986). Ele tem grande influência no tamanho efetivo de um
fragmento. Fragmentos separados por pequenas distâncias e com uma vizinhança permeável ao fluxo de
animais, pólen e sementes têm o seu tamanho efetivo aumentado (Viana et al., 1992).
A transformação de áreas de floresta continua em fragmentos cria zonas na interface entre estes e
a paisagem circunvizinha. Essas zonas são conhecidas como bordas e são caracterizadas por separarem
dois habitats de características contrastantes, diferentes de zonas de ecotonia natural, onde os contrates
entre os habitats adjacentes são bem mais sutis (Gascon et al., 2001). As bordas podem ser consideradas
áreas onde a intensidade dos fluxos biológicos entre unidades da paisagem se modifica abruptamente
(Metzger, 1999). Os efeitos sobre o fragmento dessa transformação de paisagem são conhecidos como
“efeitos de borda”. A borda é, em geral, a região difusora dos efeitos relacionados à fragmentação (Viana
et al., 1992), e sua biota é singularmente afetada pelas mudanças físicas decorrentes desse processo
(Saunders et al., 1991). Mudanças na luminosidade, pela maior penetração nas bordas dos raios solares e
na velocidade do vento são fatores determinantes e impulsionadores, em grande parte, do efeito de borda
(Kapos, 1989; Malcolm, 1994). Provocam aumentos de temperatura e da evapotranspiração, diminuindo a
umidade do solo e do ar, podendo levar muitas plantas a sofrerem stress hídrico (Kapos, 1989). As
condições microclimáticas peculiares às bordas passam a promover a proliferação de espécies adaptadas a
essas condições e também de espécies generalistas que tendem a excluir, por competição ou predação, as
espécies de interior (Metzger, 1999).
A paisagem na qual se insere o fragmento, ou habitat matriz, é também fundamental para se
entender a variação dos efeitos da fragmentação de um habitat florestal. A evolução da dinâmica do
fragmento é muito influenciada por esse habitat, na permeabilidade que oferece à passagem de espécies
até outras áreas de vegetação e na possibilidade de perturbações que espécies associadas a ele poderão
provocar nos fragmentos, especialmente nos habitats de borda (Gascon et al., 2001); além de outras
perturbações, como as decorrentes de atividades antropogênicas nessas áreas, como fogo, caçadores e
agrotóxicos (Viana, 1990).
A qualidade de uma paisagem em permitir o fluxo de organismos, sementes e grão de pólen é
conhecida como conectividade (Urban & Shugart, 1986), sendo determinada pelo arranjo espacial dos
fragmentos, a densidade e complexidade dos corredores e a permeabilidade, ou porosidade, que apresenta
(Braudy, 1984). Assim, a conectividade é um fator da paisagem que atenua os efeitos de um ambiente
fragmentado, isolado.
Também, dependendo do uso do solo, o habitat matriz interferirá diferentemente na dinâmica do
fragmento (Gascon et al., 2001). Assim, por exemplo, o habitat matriz pode constituir-se
predominantemente por pastagens, núcleos urbanos, plantios agrícolas ou florestais, cada um interagindo a
sua própria maneira sobre o habitat florestal fragmentado (Viana, 1990; Williamson et al., 1997; Viana &
Pinheiro, 1998; Gascon et al., 2001).
3.2. Fragmentação Florestal Urbana em Manaus
Quando o habitat matriz é um espaço urbanizado, sua interferência sobre os fragmentos é bastante
intensa e complexa, com um aumento significativo dos fatores que afetam a dinâmica dos fragmentos,
principalmente os devidos a forte pressão antrópica de ocupação desses espaços e às condições
microclimáticas urbanas. A constante presença de uma elevada densidade de pessoas nas suas
proximidades faz com que os fragmentos sofram as mais diversas perturbações.
O reconhecimento das funções que esses fragmentos desempenham na melhoria e manutenção da
qualidade de vida urbana e, conseqüentemente, na melhoria na qualidade de vida dos cidadãos é
fundamental para valorizar esses espaços e torná-los efetivos nas cidades. Dentre esses benefícios
ambientais estão: a melhoria da qualidade do ar, ao absorver substâncias contaminadoras, a melhoria da
qualidade da água, ao incrementar áreas de captação e a melhoria dos recursos do solo, estabilizando-o;
além disso, agem como arrefecedores da temperatura urbana, reduzem os níveis de CO2, proporcionam
habitat para a fauna silvestre, proporcionam oportunidades de recreação e de educação ambiental,
embelezam esteticamente o ambiente, e ainda podem proporcionar benefícios econômicos, como produtos
madeireiros e não madeireiros (Sorensen et al., 1998).
Região de recente desenvolvimento econômico, a Amazônia tem vislumbrado um grande
crescimento da sua população urbana. Por exemplo, na região da Amazônia Legal, a população urbana,
entre 1980 e 2000, praticamente triplicou, passando de 4,7 milhões (45% da população desta região) para
13,7 milhões (69% da população desta região) (Barreto et al., 2005).
No Estado do Amazonas o número de habitantes cresceu de 2.103.243 em 1991 para 3.232.330
em 2005, um crescimento de aproximadamente 35% em 14 anos, sendo que cerca de metade desses
habitantes reside em Manaus, município que na década de 1970 abrigava 300 mil habitantes e atualmente
conta com quase 1,7 milhões de habitantes, sendo mais de 90% na sua área urbana (Consórcio Parceria 21,
2001; IBGE, 2005).
O crescimento acelerado da população urbana de Manaus veio acompanhado de um agravamento
dos problemas ambientais, relacionados a ocupação desordenada do solo, à destruição das coberturas
vegetais, à poluição dos cursos de água e à deficiência de saneamento básico (Consórcio Parceria 21,
2001).
O crescimento da cidade ocorre principalmente pela derrubada de áreas florestais nativas
localizadas no perímetro urbano do município (Prefeitura Municipal de Manaus, 2005). O principal fator
são as ocupações irregulares (invasões) por populações de baixa renda e setores da classe média alta.
Obras públicas e particulares de grande porte também acabam, por vezes, sendo executadas em áreas
verdes, notadamente, neste caso, em escassas áreas verdes localizadas nas zonas mais centrais e
valorizadas da cidade.
Sucede-se desse processo uma sensível diminuição das áreas cobertas por vegetação nativa na
zona urbana. Marinho & Mesquita (2001), utilizando imagens de satélite Lansat de 1995 e 1999,
estimaram uma redução em 50% de áreas verdes para este período e constataram que as áreas mais
urbanizadas da cidade, tais como a região central, praticamente não possuem mais fragmentos florestais.
Nogueira et al. (2007) utilizando também imagens do satélite Landsat, mas dos anos 1986, 1995 e 2004,
além de base de dados do IBGE e SIPAM (Sistema de Preteção da Amazônia), concluíram que a zona
urbana perdeu 65% de sua cobertura florestal, dos quais cerca de 20% ocorreu no período de 1986 a 2004.
Apesar das regiões de recente expansão, como as zonas norte e leste, contemplarem um grande
número de áreas verdes da cidade, elas são as áreas mais afetadas pelos desmatamentos atualmente, onde a
ampliação das fronteiras urbanas, o elevado crescimento demgráfico (adensamento de áreas ocupadas) se
verificam com maior intensidade (Prefeitura Municipal de Manaus, 2005, Nogueira et al., 2007).
Os remanescentes de vegetação, oriundos dessa perda gradativa de cobertura vegetal, são os
chamados fragmentos florestais urbanos, que a Prefeitura Municipal de Manaus, através do Código
Ambiental do Município de Manaus (Prefeitura Municipal de Manaus, 2001), no capítulo IV, conceitua,
incluindo-os no Capítulo VI, Artigo 31, da mesma lei, na definição de “espaços territoriais especialmente
protegidos”.
Além dos efeitos gerados pelo processo de fragmentação em meio urbano, incidem também
sobre os remanescentes florestais de Manaus os efeitos de um outro problema ambiental grave, o da
poluição dos cursos de água, presentes na maioria dos fragmentos, que geralmente vem de fora do
fragmento, pela deposição excessiva de resíduos domésticos e industriais nos igarapés que cortam a cidade
(Consórcio Parceria 21, 2001).
3.3. Estrutura florestal
A estrutura das florestas tropicais tem de abranger em sua análise uma abordagem criteriosa de
composição florística, parâmetros fitossociológicos das estruturas horizontal, vertical e interna, estruturas
dos diâmetros, área basal e volume, e outras avaliações pertinentes (Souza, 1999), abordando assim
elementos qualitativos e quantitativos.
A composição florística baseia-se no conhecimento das entidades taxonômicas ou taxa (espécie,
gênero, família, ordem etc) presentes numa determinado local ou região, contemplando também a
características fisionômicas da vegetação (Rizzini, 1963). No estudo fitossociológico destaca-se a análise
quantitativa da estrutura horizontal da vegetação (Lamprecht, 1964; Finol, 1971) com o cálculo de
parâmetros estruturais como abundância, freqüência e dominância, apresentando uma hierarquização das
espécies baseada nesses valores relativos.
É bastante grande o número de trabalhos que versam sobre a estrutura de florestas inequiâneas no
Brasil nos mais diferentes biomas existentes. Na Amazônia muitos trabalhos têm sido desenvolvidos
abrangendo a composição florística e análise de parâmetros de estrutura horizontal e vertical e parâmetros
dendrométricos como de plantas de diversos hábitos, desde árvores e arbustos até epífitas e hemiepífitas.
Alguns destes trabalhos serão brevemente comentados a seguir.
Na Reserva Florestal Adolpho Ducke, região de floresta de terra-firme situada na região periférica
de Manaus, Tello (1994) considerando as comunidades vegetais do platô, declive (vertente), campinarana e
baixio, encontrou para o platô 193 espécies e 48 famílias; para o declive 141 espécies e 43 famílias; para o
baixio 118 espécies e 33 famílias; e para a campinarana 113 espécies e 37 famílias. Na mesma reserva, em
extenso trabalho, Ribeiro et al. (1999) estudaram e registraram 2200 espécies de plantas vasculares, oriundas
de 5 anos de coletas neste local.
Muitas pesquisas abordando análise estrurural foram realizadas em região próxima a Manaus, na
Estação Experimental ZF-2 do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), em vegetação florestal
de terra-firme, como por exemplo: Jardim & Hosokawa (1986) amostraram em 8 hectares, 324 espécies, 173
gêneros e 57 famílias, abordando indivíduos com altura total maior ou igual a 10cm; Higuchi et al., (1997)
em dois transectos de 5 hecteres abordaram 5835 indivíduos arbóreos com DAP = 10 cm; Carneiro (2004)
amostrou 4.367 indivíduos arbóreos com DAP = 10 cm em 7 hectares, donde foram identificadas 737
espécies, 238 gêneros e 59 famílias botânicas; em estudo também considerando indivíduos arbóreos com o
mesmo critério de inclusão, em ambiente florestal de vertente Oliveira & Amaral (2004) encontraram 239
espécies, 120 gêneros e 50 famílias botânicas numa amostragem que contemplou 771 indivíduos; Oliveira &
Amaral (2005) em 0,05 hectare de um sub-bosque florestal levantaram 2.434 indivíduos, em 67 famílias, 163
gêneros e 355 espécies.
Oliveira (1997) em região próxima a Manaus, na Reserva do Projeto Dinâmica Biológica de
Fragmentos Florestais (PDBFF) encontrou 513 espécies, 181 gêneros e 58 famílias botânicas. Lima Filho
(1995) identificou 694 espécies, 279 gêneros e 79 famílias em 3 hectares na região do Rio Urucu. Em 11
fragmentos florestais da zona urbana de Manaus, Mesquita (2003), encontrou 60 espécies de Rubiaceae,
numa amostragem de 1328 indivíduos considerando ervas, lianas, arbustos e árvores em diferentes
estágios de crescimento.
Muitos outros estudos relacionaram-se a composição florística e análise de parâmetros
fitossociológicos de estrutura horinzonal e vertical, não abrangendo estritamente esses assuntos. São
exemplo trabalhos como: Jardim (1990) sobre a relação entre abundância e freqüência de espécies
arbóreas com DAP = 20 cm; Higuchi & Carvalho Jr. (1994) e Higuchi et al. (1997) sobre estimativas de
fitomassa e conteúdo de carbono na Estação Experimental ZF-2 (INPA), próximo a Manaus; Nascimento
& Laurance (2006) sobre aspectos relacionados a efeito de área e borda na estrutura florestal, em áreas do
PDBFF; Lima (2002) abordando estoque de fitomassa de áreas em regeneração florestal após queimada e
corte raso.
4. METODOLOGIA
4.1. Área de Estudo
A área de estudo abrangeu fragmentos florestais da zona urbana de Manaus (figura 1). A cidade de
Manaus está localizada na região Norte do Brasil, é a capital do Amazonas, o maior estado brasileiro.
Localiza-se nas coordenadas geográficas 03º06'07" de latitude Sul e 60º01'30" de longitude Oeste, a uma
altitude de 92,9 metros (IBGE, 2005). Os limites da cidade e entorno seguem aproximadamente o igarapé
do Tarumã ao oeste, igarapé da Bolívia e Reserva Florestal Adolpho Ducke ao norte, os lagos de
Puraquequara e Aleixo ao leste e os rios Amazonas e Negro ao sul e sudoeste (Jardim-Lima & Nelson,
2003). Apresenta características de clima equatorial úmido, com temperaturas médias anuais sempre
acima de 22°C, precipitação abundante (~ 2500 mm), radiação intensa e elevada umidade relativa do ar
(Nimer, 1979). Manaus possui uma área territorial de 11.401 km² e uma população estimada em 2005 de
1.644.690 habitantes (IBGE, 2005). Os tipos de vegetação encontrados em Manaus são
predominantemente as florestas de terra firme (majoritárias), as florestas de várzea e as de igapós
(Prefeitura Municipal de Manaus, 2005).
Figura 1. Imagem do satélite Landsat 2005 (SIPAM, 2006) modificada da cidade de Manaus e arredores, mostrando
a zona urbana e a Reserva Florestal Adolpho Ducke, ao norte da cidade.
Reserva Ducke
Zona urbana MANAUS
Rio Amazonas
Rio Negro
Foram escolhidos 10 (dez) fragmentos florestais na cidade com auxílio de imagens de satélite de
alta resolução, imagens LandSat e informações e sugestões fornecidas pela Secretaria Municipal de Meio
Ambiente de Manaus (SEMMA). As imagens de satélite provieram do Sistema de Proteção da Amazônia
(SIPAM), da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Manaus (SEMMA) e do banco de imagens do
software Google Earth 4.2, disponibilizado pela Internet.
Na seleção dos fragmentos considerou-se a variação em tamanho, forma e localização dos
mesmos. Foi realizada previamente uma catalogação geral de áreas que poderiam ser consideradas
fragmentos florestais dentro da área urbana de Manaus (Figura 1 e Figura 2), com auxilio de fotos de
satélite de alta resolução e software especifico para o tratamento de fotos e imagens de satélite (Adobe
Photoshop 5.5 e Global Mapper 6.0), através de classificação visual, gerando-se um mapa com as áreas de
interesse. Na delimitação de fragmentos não foram considerados como fragmentos áreas verdes que se
configuravam como corredores entre um fragmento ou outro ou entre áreas verdes. Com base nesse mapa
foi calculada a área de cada fragmento denotado, utilizando-se do software Global Mapper 6.0. Fez-se,
então, a pré-seleçáo dessas áreas considerando variação quanto ao tamanho, distribuição espacial, situação
cadastral (públicos, particulares ou institucionais). Através de sorteios foram selecionadas as áreas para
avaliação (pré-diagnostico). A visita de pré-diagnostico objetivou avaliar o estado em que essas áreas se
encontravam e a viabilidade de tê-las como amostras do presente estudo. Em casos de não viabilidade ou
dificuldade, novas áreas eram sorteadas.
Por fim, foram selecionados 10 (dez) fragmentos florestais dentro da zona urbana de Manaus
conforme listados na tabela 1. A figura 2 mostra a distribuição espacial das áreas selecionadas na zona
urbana de Manaus.
Tabela 1. Fragmentos florestais urbanos selecionados em Manaus-AM. Denominações oficiais e as usadas neste
trabalho, com suas respectivas dimensões superficiais (ha).
Denominação Oficial Denoninação Trabalho Área fragmento (ha)
Universidade Federal do Amazonas - UFAM UFAM 600
Aeroporto Internacional Eduardo Gomes AEROPORTO 540
Refúgio da Vida Silvestre Sauim Castanheiras SAUIM 95
SESI - Clube do Trabalhador SESI 52
Conjunto Villar Câmara/Tiradentes VILLAR CÂMARA 48
Núcleo 23 NÚCLEO 23 35
Parque Municipal do Mindu PARQUE DO MINDU 29
Condomínio Campos Elíseos CAMPOS ELÍSEOS 18
Balneário do SESC SESC 13
Conjunto Castanheiras CASTANHEIRAS 10
MOSAICO LANDSAT TM ZULU -HTTPS://ZULU.SSC.NASA.GOV/MRSID
Estado do Amazonas-Brasil
Município de Manaus-AM
ÁREA URBANA
AEROPORTO
CAMPOS ELÍSEOS
SESC
PARQUE DO MINDU
NÚCLEO 23
VILLAR CÂMARA
SESI
CASTANHEIRAS
SAUIM
UFAM
Figura 2. Distribuição espacial dos fragmentos florestais selecionados na zona urbana de Manaus-AM, destacadas as
denominações que foram usadas neste trabalho.
4.1.1 Caracterização dos fragmentos florestais amostrados
Fragmento 1- PARQUE DO MINDU.
O Fragmento PARQUE DO MINDU corresponde à área do Parque Municipal do Mindu,
administrado pela Prefeitura Municipal de Manaus através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de
Manaus (SEMMA). Localiza-se na porção nordeste de Manaus, bairro Parque X de Novembro, entre as
avenidas Perimetral II e Efigênio Sales. Situa-se sob as coordenadas geograficas 03°04’51’’ latitude Sul
e 60°00’09’’ longitude oeste. O local que compreende o fragmento é uma área cercada, com acesso
restrito, possuindo aproximadamente 29 hectares. O Parque Municipal do Mindu pelo Código Ambiental
de Manaus (Lei 605, 2001) é uma Unidade de Conservação incluindo-se na categoria Parque Municipal.
Essa categoria é definida como tendo a “finalidade de preservar os atributos excepcionais da natureza
conciliando a proteção integral da flora, da fauna e das belezas naturais com atividades de pesquisa
científica, educação ambiental e recreativas” (Prefeitura Municipal de Manaus, 2001).
O Parque Municipal do Mindu pertencia ao Patrimônio da União, e antes de tornar-se área de
interesse ecológico foi invadida para fins de especulação imobiliária tendo aproximadamente 15 % de sua
área verde derrubada. Somente em 11 de novembro de 1993 por meio da Lei Municipal No. 219, integrou-
se a categoria de Parque Municipal, estando vinculado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Meio
Ambiente – SEDEMA e sob a regulamentação de Parques Nacionais Brasileiros. Mas, somente em 19 de
Janeiro de 1994 um Decreto Federal autorizou a instalação do parque ecológico público. Contudo, antes
de ser Patrimônio da União, foi durante os anos 40 propriedade particular (Sítio da Pedreira) e no inico
dos anos 60 foi transformado em um seminário salesiano. Durante o final dos anos 60 iniciou-se a pressão
urbana no entorno da área que hoje é o Parque Municipal do Mindu, com a construção do Conjunto
Castelo Branco e a invasão do Parque X de novembro. No ano de 1975 foi vendido ao Ministério da
Fazenda (SEDEMA, 2004).
Hoje, o Parque Municipal do Mindu abrange uma área de 309.518 m2 e já foi reinaugurado pelo
menos duas vezes, a primeira em 1996, após estabelecido convênio com instituições de pesquisa (Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia e Fundação Universidade do Amazonas, por exemplo) e a segunda
em 1999 motivada pela reestruturação do Parque (SEDEMA, 2004).
A localização aproximada das unidades de amostragem e os limites do fragmento podem ser
vistos na Figura 5.
Figura 3. Imagem de satélite com a localização aproximada das unidades de amostragem (T1, T2 e T3) no
fragmento PARQUE DO MINDU (área contornada em vermelho), cursos d’água presentes (linha azul) e nome de
bairros da região.
Fragmento 2 – UFAM
O fragmento UFAM refere-se ao campus da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), situada
na região Leste da cidade, no bairro Coroado, entre as avenidas General Rodrigo Otávio e Autaz Mirim,
sob as coordenadas geográficas 3°05’28’’ latitude Sul e 59°57’57” longitude Oeste. É um espaço público
federal, com finalidades de uso educativo, cultural e recreativo. A área florestal é utilizada para estudos
científicos, abordando a flora e fauna presentes, necessitando de autorização de acesso para tal fim. O
fragmento tem 600 hectares de área, aproximadamente.
A Universidade Federal do Amazonas iniciou suas atividades em 17 de janeiro de 1909 como
Escola Universitária Livre de Manáos, sendo a primeira universidade brasileira. Com a Lei Federal
10.468, de junho de 2002, passou a ser denominada Universidade Federal do Amazonas. A área que
compõe atualmente o campus universitário já serviu, em parte, à atividade agrícola, através de sítios em
sua área. No ano de 1971, sofreu uma invasão em parte de seu território onde surgiu o atual bairro do
Coroado. Após disputa entre invassores e a Universidade do Amazonas a posse foi concedida aos
Parque X de Novembro
Parque X de Novembro
Aleixo
T2
N
T1
T2
T3
invasores pelo então governador João Walter de Andrade, depois de negociação com a Universidade. A
área total do campus universitário é de 6,7 milhões de metros quadrados (670 hectares)
A localização aproximada das unidades de amostragem e os limites do fragmento podem ser
vistos na Figura 6. As áreas contornadas em verde são os grupos em que foram divididas as unidades de
amostragem para fins de cálculo de estimativas médias de número de indivíduos por hectare, área basal, fitomassa e
carbono considerando todos os fragmentos amostrados, conforme será explicado detalhadamente mais adiante.
Figura 4. Imagem de satélite com a localização aproximada das unidades de amostragem (T1, T2, T3, T4, T5, T6,
T7, T8, T9, T10, T11 e T12) no fragmento UFAM (área contornada em vermelho), cursos d’água presentes (linha
azul) e nome de bairros da região. As áreas contornada em verde são os grupos de unidades de amostragem.
Fragmento 3 – CAMPOS ELÍSEOS
O fragmento CAMPOS ELÍSEOS (figura 7) situa-se na zona oeste de Manaus, no bairro
Ajuricaba, entre a rua Goiânia e a avenida Dublim, em área conjugada com o condomínio residencial
Campos Elíseos, encontrando-se sob as coordenadas 3°03’69” latitude Sul e 60°03’04” longitude Oeste.
Apesar de estar localizada junto ao citado condomínio é também uma área pública municipal, sendo que
grande parte de sua extensão é área de proteção permanente. O acesso ao condomínio é restrito, mas o
acesso a parte florestada não. O fragmento tem 18 hectares, aproximadamente. O histórico de ocupação
T1
T2
T3
T4
N
T5 T8 T6 T7
T9
T10
T11
T12
Coroado
Aleixo
Petrópolis
Coroado
Japiim
Distritio Industrial I
Japiim
Armando Mendes
Distritio Industrial II
INPA
da área data do final da década de 70 e começo da década de 80. A localização aproximada das unidades
de amostragem e os limites do fragmento podem ser vistos na Figura 7.
Figura 5. Imagem de satélite com a localização aproximada das unidades de amostragem (T1, T2 e T3) no
fragmento CAMPOS ELÍSEOS (área contornada em vermelho), cursos d’água presentes (linha azul) e nome de
bairros da região.
Fragmento 4 – NÚCLEO 23
O fragmento NÚCLEO 23 está localizado no bairro Cidade Nova, entre as avenidas Camapuã e
Noel Nutels, na zona Norte da cidade, no conjunto habitacional de mesmo nome, sob as coordenadas
geográficas 3°01’54” latitude sul e 59°57’33” longitude oeste (WGS 84). A área é de dominio público
municipal enquadrando-se pelo Código Ambiental de Manaus (Prefeitura Municipal de Manaus, 2001)
como fragmento florestal urbano, dentro dos “espaços territoriais especialmente protegidos. Não possui
impedimentos para seu acesso, tendo cerca de 35 hectares de área. A localização aproximada das
unidades de amostragem e os limites do fragmento podem ser vistos na Figura 8.
N
T1
T2
T3
Planalto
Planalto
Alvorada
Planalto
Redenção
Figura 6 . Imagem de satélite com a localização aproximada das unidades de amostragem (T1, T2 e T3) no
fragmento NÚCLEO 23 (área contornada em vermelho), cursos d’água presentes (linha azul) e nome de bairros da
região.
Fragmento 5 – AEROPORTO
O fragmento AEROPORTO é uma área de posse da INFRAERO (AEROPORTOS
BRASILEIROS), de dominio do governo federal, localizada nos domínios do Aeroporto Internacional
Eduardo Gomes, na região oeste de Manaus, bairro Tarumã, entre as avenidas Santos Dumont e Torquato
Tapajós, sob as coordenadas geográficas 3°02’46” latitude Sul e 60°03’08” longitude Oeste (WGS 84).
Possui acesso restrito e extremamente controlado, necessitando de autorização para entrada. A área
florestal sob o jurisdição da INFRAERO que foi selecionada para estudo possui cerca de 540 hectares,
sendo praticamente toda cercada, sendo que a porção não cercada é limítrofe a pista de pouso do
aeroporto.
A instalação do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes foi precedida por uma avaliação que
buscou uma localização adequada e custos de instalação. O terreno com uma área de 8.025.618.3025
metros quadrados foi doado a União pelo Governo do Estado do Amazonas, em 1o de novembro de 1972,
por meio do Decreto no 2399, em região localizada a 14 km do centro urbano de Manaus, nas vizinhanças
do igarapé do Tarumã-Açu. Com o crescimento da cidade muitos bairros ficaram bastante próximos à área
N
T1
T2
T3
Cidade Nova
Cidade Nova Cidade Nova
Cidade Nova
do aeroporto, tais com Planalto, Redenção, Bairro da Paz, Flores, Colina Santo Antônio e Tarumã,
abrigando milhares de pessoas. A área de floresta que rodeia a pista principal de pouso é justamente a que
isola, de certa forma, o aeoporto da área urbana habitada, constituindo-se em importante área de segurança
para as aeronaves e para a população do entorno. A localização aproximada das unidades de amostragem
e os limites do fragmento podem ser vistos na Figura 9.
Figura 7. Imagem de satélite com a localização aproximada das unidades de amostragem (T1, T2, T3, T4, T5, T6,
T7, T8, T9, T10, T11 e T12) no fragmento AEROPORTO (área contornada em vermelho), cursos d’água presentes
(linha azul) e nome de bairros da região. As áreas contornada em verde são os grupos de unidades de amostragem.
Fragmento 6 – SESI
O fragmento SESI refere-se ao Clube Trabalhador do SESI, sob posse da instituição de mesmo
nome. Localiza-se na zona leste de Manaus, na Alameda Cosme Ferreira, n° 7399, bairro São José I, nas
coordenadas 3°04’11” latitude Sul e 59°57’45” longitude Oeste. Tem acesso restrito e com necessidade
de autorização para entrada. Possui 52 hectares de área aproximada.
O fragmento florestal sofreu processo de invasão em 1993, sendo praticamente todo desmatado
por fogo. Os “invasores” foram retirados com a ajuda da policia e a área foi reintegrada ao SESI. Desde
então a área florestal vem se recurperando. Recentemente, intencionou-se transformar a parte de mata em
N
T1
T2 T3
T4
T5
T6 T7
T8
T9 T10
T11
T12
Tarumã
Tarumã Pista Aeroporto
Redenção
Planalto
Bairro da Paz
Flores
Condomínio Campos Elíseos
um bosque ecológico e mais recentemente ainda há proposta da área se tornar uma Reserva Particular do
Patrimônio Natural (RPPN). A localização aproximada das unidades de amostragem e os limites do
fragmento podem ser vistos na Figura 10.
Figura 8. Imagem de satélite com a localização aproximada das unidades de amostragem (T1, T2 e T3) no
fragmento SESI (área contornada em vermelho), cursos d’água presentes (linha azul) e nome de bairros da região.
Fragmento 7 – SESC
O fragmento SESC é área de posse da empresa Serviço Social do Comércio (SESC) do
Amazonas. O local, denominado “balneário do SESC”, localiza-se na zona oeste de Manaus, na Avenida
Constantinopla s/n, em frente ao conjunto CAMPOS ELÍSEOS, bairro Ajuricaba. Situa-se entre as
coordenadas geográficas de 3°04’34’ latitude Sul e 60°02’27” longitude Oeste. A área do balneário é toda
murada, com acesso restrito à suas dependências. A porção florestal estudada tem 13 hectares,
aproximadamente. A localização aproximada das unidades de amostragem e os limites do fragmento
podem ser vistos na Figura 11.
N
T1
T2
T3
T4
São José
São José
Coroado
São José
Figura 9. Imagem de satélite com a localização aproximada das unidades de amostragem (T1, T2 e T3) no
fragmento SESC (área contornada em vermelho), cursos d’água presentes (linha azul) e nome de bairros da região.
Fragmento 8 – SAUIM
O fragmento SAUIM corresponde ao Refúgio da Vida Silvestre Sauim-Castanheiras (Prefeitura
Municipal de Manaus, 2001), sob a administração da Prefeitura Municipal de Manaus. Localiza-se na
porção leste do perímetro urbano de Manaus, sob as coordenadas 3°05’51” latitude sul e 59°56’01”
longitude oeste na confluência da Rodovia AM-020 com o Eixo Rodoviário Norte/Sul, na parte
intermediária do Distrito Industrial da Suframa e sua área de expansão. O acesso realiza-se através da
Rodovia AM-020 ou pelo Eixo Rodoviário Norte/Sul. A área da reseva é de 94,45 hectares, com
perímetro de 4.463,14 metros. Há uma discrepância nos dados que determinam a localização topográfica
e delimitação da reserva, entre o Decreto de Criação e o documento de Cessão de Uso da Suframa.
A Reserva Sauim-Castanheiras foi criada em 1982 pelo então Presidente da República João
Figueiredo em terras que pertenciam a Suframa, no Distrito Industrial da Zona Franca de Manaus, através
do Decreto n° 87455. Nesses termos a Reserva Ecológica Sauim-Castanheiras ficou sob a
responsabilidade da Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMMA. Em 1990, a Suframa celebrou um
Termo de Cessão de Uso Gratuito da área ao Ibama, que assumiu a responsabilidade sobre a área. Seu
objetivo principal seria o de proteger uma área plantada de castanha-do-Brasil (Bertholetia excelsa) e
N
T1
T2
T3
Planalto
Alvorada
Alvorada
Alvorada
Alvorada
populações do primata sauim-de-coleira (Saguinus bicolor). No ano de 1994, o IBAMA assinou um
Termo de Cooperação Técnica com a FCBA - Fundação para Conservação da Biodiversidade da
Amazônia, que deveria executar um Manejo Florestal e cuidar da unidade, mas não há documentação
comprovando tal fato. Em 1999, a Prefeitura de Manaus solicitou parceria junto à Suframa e ao Ibama
para implantar a Reserva, a fim de transfromar a área em um Parque Temático do Município e realizar
plano de Manejo. A gerência da reserva passou a ser feita pelo IBAMA e pelo Município de Manaus, em
2001, fruto de um acordo de cooperação.
Parte do fragmento, aproximadamente 25 hectares, foi usada para o cultivo de castanheiras
(Bertholletia excelsa), em espaçamento 10x10 metros. Também houve extração de grandes quantidades
de areia em área correspondente a 3,46% da área total da reserva. Além disso, porção considerável de
sua área (mais de 20%) foi desmatada para exploração de madeira e ocupação humana irregular.
A reserva é considerada vulnerável devido a pressão urbana do entorno e tem enfrentado
problemas com o alto índice de exploração, como extração de castanhas, madeira, barro, areia e frutos,
caça e uso dos igarapés para banho. A localização aproximada das unidades de amostragem e os limites do
fragmento podem ser vistos na Figura 12.
Figura 10. Imagem de satélite com a localização aproximada das unidades de amostragem (T1, T2 e T3) no
fragmento SAUIM (área contornada em vermelho), cursos d’água presentes (linha azul) e nome de bairros da região.
N
T3
T2
T1
Mauazinho
Distrito Industrial
II Distrito Industrial
II
Col. Antônio Aleixo
Armando Mendes
Distrito Industrial
II
Fragmento 9 – CASTANHEIRAS
O fragmento CASTANHEIRAS localiza-se no conjunto residencial de mesmo nome, no bairro
São José, entre as ruas da Penetração e Antenor Cavalcante, na zona noroeste da cidade. Posiciona-se sob
as coordenadas geográficas 3°04’74” latitude Sul e 59°55’56” longitude Oeste. A área é de dominio
público municipal, considerada um fragmento florestal urbano pelo Código Ambiental de Manaus
(Prefeitura Municipal de Manaus, 2001). O tamanho aproxmada do fragmento é de 10 hectares. A
localização aproximada das unidades de amostragem e os limites do fragmento podem ser vistos na Figura
13.
Figura 11. Imagem de satélite com a localização aproximada das unidades de amostragem (T1, T2 e T3) no
fragmento CASTANHEIRAS (área contornada em vermelho), cursos d’água presentes (linha azul) e nome de bairros
da região.
Fragmento 10 – VILLAR CÂMARA
O fragmento VILLAR CÂMARA localiza-se na zona leste da cidade, no bairro Coroado III,
entre os conjuntos residenciais Tiradentes e Villar Câmara, sob as coordenadas geográficas 3°04”12”
latitude Sul e 59°58’28” longitude Oeste. A área é de dominio público municipal enquadrando-se pelo
N
T1
T2
SãoJosé
Zumbi
SãoJosé
SãoJosé
Código Ambiental de Manaus (Prefeitura Municipal de Manaus, 2001) como fragmento florestal urbano,
tal como os fragmentos CAMPOS ELÍSEOS, NÚCLEO 23 e CASTANHEIRAS. No entanto, a porção
localizada ao Norte do igarapé que o atravessa (Igarapé do Mindu) é na sua maior parte área particular.
Tem cerca de cerca de 48 hectares, integrando atualmente o “Corredor Ecológico do Urbano do Mindu”.
O histórico da área refere-se à exploração seletiva de mandeira no seu interior, a formação dos
conjuntos habitacionais Tiradentes e Villar Câmara na década de 80 e à culturas agrícolas em regiões
limítrofes a sua porção norte. A localização aproximada das unidades de amostragem e os limites do
fragmento podem ser vistos na Figura 14.
Figura 12. Imagem de satélite com a localização aproximada das unidades de amostragem (T1, T2 e T3) no
fragmento VILLAR CÂMARA (área contornada em vermelho), cursos d’água presentes (linha azul), nome de
bairros da região e de conjuntos habitacionais próximos.
4.2. Coleta de dados
A coleta de dados de estrutura florestal nos fragmentos florestais selecionados deu-se por meio de
inventário florestal nos fragmentos, utilizando-se unidades de amostragem em formato retangular (Figura
3), com 125 metros de comprimento por 20 metros de largura (125 x 20 m), compondo uma área de 0,25
hectare para a unidade de amostragem.
N
T1
T2
T3
Cidade Nova
Aleixo
SãoJosé
CONJUNTO VILLAR
CÂMARA
CONJUNTO TIRADENTES
¦ -------------------------------- 125 metros ----------------------------¦
20 m
Figura 13. Esquema da unidade de amostragem (125x20m) utilizada na amostragem dos fragmentos
florestais.
As unidades de amostragem foram alocadas nos fragmentos de forma particularizada, não só em
relação ao número quanto em relação a localização das parcelas, dado que, a forma, o tamanho e, por
vezes, a dificuldade de acesso, não permitiam uma uniformização na alocação das parcelas. Desse modo,
nos fragmentos considerados pequenos e médios o número de unidades de amostragem variou de duas a
quatro; já, nos fragmentos grandes foram alocadas 12 unidades de amostragem em cada, principalmente
por sua área ser bem maior do que a dos outros fragmentos. Estipulou-se 200 metros como a distância
mínima entre entre as unidades de amostragem para cada fragmento.
Foram amostrados os indivíduos arbóreos com DAP (diâmetro medido à altura de 1,3 metros
acima do solo) maior ou igual a 10 cm (DAP = 10 cm), através da designação por nome vulgar ou comum
(espécie) para as espécies encontradas. O trânsito pelas unidades de amostragem dos fragmentos foi
realizado por trilhas abertas no comprimento maior das parcelas, dividindo-as em dois lados de 10 metros
cada.
A coleta de dados e informações referentes a caracterização física dos fragmentos como sua área,
rede hidrográfica, relevo, entorno dos fragmentos (tipo de vizinhança, número de residências, presença de
estruturas urbanas etc), condições fitossanitárias e aspectos fisionômicos foram calculadas e levantadas
utilizando-se de imagens de satélite, informações do banco de dados da Secretaria Municipal de Meio
Ambiente de Manaus (SEMMA) e própria visita aos locais de estudo na ocasião do inventário florestal. As
informações sobre o histórico de uso e perturbação foram recolhidas, principalmente, de fontes da
Prefeitura Municipal de Manaus, de proprietários ou detentores da posse dos fragmentos, de moradores
das proximidades dos fragmentos e de documentos históricos de Manaus. As áreas aproximadas dos
fragmentos (em hectares) foram calculadas por intermédio do software Global Mapper 6.0.
picada
4.3. Análise dos dados
4.3.1. Análise estrutural dos fragmentos florestais
Os indicadores usados na análise estrutural dos fragmentos florestas foram a composição florística
e parâmetros fitossociológicos (estrutura horizontal e parâmetros dendrométricos). A análise de
composição florística utilizou o mesmo banco de dados da amostragem fitossociológica.
As estimativas dos parâmetros de estrutura horizontal calculadas relacionaram-se à freqüência
absoluta (FA), freqüência relativa (FR), abundância ou densidade por área (DA), densidade relativa (DR),
dominância absoluta (DoA), dominância relativa (DoR) e índice de valor de importância (IVI), segundo
Mueller-Dombois & Ellenberg (1974).
A frequência é o número de unidades de amostragem onde ocorre a espécie considerada, em
relação ao número total dessas unidades, expresso em porcentagem. As estimativas de freqüência foram
calculadas segundo as formulas:
FAi = (u i / u t ) • 100
e
p
FRi = (FAi / FAi) • 100 i = 1
i = 1... p espécies;
FAi = freqüência absoluta da i-ésima espécie, dada em percentagem;
ui = número de unidades de amostragem em que a i-ésima espécie está presente;
ut = número total de unidades de amostragem;
FRi = freqüência relativa da i-ésima espécie, em porcentagem;
p = número total de espécies amostradas.
A abundância absoluta ou densidade absoluta é o número de indivíduos amostrados da i-ésima
espécie por unidade de área. A abundância relativa é o é a proporção do número de indivíduos amostrados
da i-ésima espécie em relação ao número total de indivíduos amostrados, dados em porcentagem. As
fórmulas para o cálculo das estimativas do parâmetro densidade foram:
DAi = ni / a
e
p
DRi = (DAi / DAi) • 100 i = 1
i = 1... p espécies;
DAi = densidade absoluta de i-ésima espécie;
ni = número de indivíduos amostrados da i-ésima espécie;
a = área em hectares da unidade de amostragem ou da amostra;
DRi = densidade relativa da i-ésima espécie;
p = número total de espécies amostradas.
A dominância é calculada mediante a área basal dos troncos a altura de 1,30 m acima do solo, pela
alta correlação entre o diâmetro do tronco e o diâmetro da copa. Assim é a soma das áreas basais dos
indivíduos da i-ésima espécie por unidade de área. As estimativas de área basal dos indivíduos da i-ésima
espécie e as estimativas de dominância foram calculadas conforme as fórmulas abaixo:
Gi = (
DAPi2) / 4;
DoAi = Gi / a
e
p
DoRi = (DoAi / DoAi) • 100 i = 1
Onde:
i = 1... p espécies
DoAi = dominância absoluta da i-ésima espécie, em m2/ha;
Gi = área basal da i-ésima espécie, em m2/ha;
a = área em hectares da unidade de amostragem ou da amostra;
DoRi = dominância relativa da i-ésima espécie, em percentagem;
p = número total de espécies amostradas.
O Índice do Valor de Importância, é obtido através da junção em uma única expressão, dos
estimadores relativos por espécie do número de indivíduos, área basal e distribuição dos indivíduos na área
amostrada, indicando a importância fitossociológica da espécie dentro do ecossistema florestal. Assim:
IVI FR DR DoRi i i i ;
e
IVI % = DRi + DoRi + FRi
3
IVI i = índice do valor de importância para i-ésima espécie.
Os parâmetros dendrométricos utilizados foram número de indivíduos por hectare (Ni/ha), área
basal (G), fitomassa fresca acima do solo (P) e estoque de carbono (C).
Os parâmetros dendrométricos estimados foram: área basal (m2/ha), biomassa fresca acima do
nível do solo (t/ha). As estimativas desses parâmetros em função dos indivíduos por hectare.
A fórmula para o cálculo da estimativa de área basal é equivalente à dominância. Assim a área
basal da unidade de amostragem ou de uma amostra (fragmento) com n indivíduos é igual ao somatório
das dominâncias da i espécies amostradas. Ou, em termos de indivíduos:
g j = (
DAPj2) / 4
n
G= g j / a j=1
i= 1...n indivíduos;
g j = área basal do j-ésimo indivíduo amostrado em m²;
a = área (em hectares) da unidade de amostragem ou da amostra.
G = área basal dos j indivíduos de uma unidade de amostragem ou de uma amostra (fragmento) com n indivíduos,
em m²/ha;
DAP = diâmetro do fuste à altura de 1,3 m acima do solo.
Para estimar a fitomassa fresca acima do solo (P) utilizou-se dos modelos alométricos
desenvolvidos por Higuchi et al., (1997):
ln Pj = - 1,754 + 2,665 ln DAP R2a = 0,92 e Syx = 43
(5 DAP < 20 cm)
e
ln Pj = - 0,151 + 2,170 ln DAP R2a = 0,90 e Syx = 2035
( DAP = 20 cm).
Portanto, as fórmulas para o cálculo das estimativas de fitomassa fresca acima do solo são as
seguintes:
Pj =e ( - 1,754 + 2,665 ln DAP) (5 DAP < 20 cm)
e
Pj = e (- 0,151 + 2,170 ln DAP) ( DAP = 20 cm);
n
P = Pj j=1
Onde:
ln = logaritmo natural;
e = base dos logaritmos naturais;
i = 1... n indivíduos
P j = peso fresco da fitomassa acima do nível do solo em kg para o indivíduo j;
P = fitomassa fresca acima do solo em kg da unidade de amostragem ou da amostra de n indivíduos; e
DAP = diâmetro do fuste à altura de 1,3 m acima do solo em cm.
Foram também estimados a fitomassa seca acima do solo, equivalente a 60% da fitomassa fresca
acima do solo e o quantidade de carbono, equivalendo a 50 % da fitomassa seca (peso seco), baseando-se
em determinações de Higuchi & Carvalho Jr. (1994), em trabalho realizado em floresta tropical úmida
densa de terra firme, na Estação Experimental de Silvicultura Tropical (EEST) do INPA, a 60 km ao norte
de Manaus.
Para estimar a diversidade florística dos fragmentos amostrados foi utilizado o índice de
diversidade de Shannon (H’) (Brower & Zar, 1984). O índice varia de 0 a 10, sendo que quanto maior H’
maior a diversidade florística da comunidade e tem a seguinte fórmula para seu cálculo:
H’= (N ln N - si=1 ni ln ni)/ N
em que:
H’= Índice de Diversidade de Shannon;
ni = número total de indivíduos amostrados da i-ésima espécie;
N = número total de indivíduos amostrados;
s = número de espécies amostradas;
ln = logaritmo natural.
As comparações entre fragmentos quanto à riqueza de espécies e famílias foram realizadas por
meio de curvas de rarefação (Hurlbert, 1971). Pelo método de curva de rarefação é possível a comparação
entre diferentes amostras, com diferentes tamanhos, pelo estimativa do número esperado de espécies em
cada amostra quando as amostras são reduzidas a uma tamanho padrão, a um número padrão de indivíduos
amostrados. Assim a estimativa do número de espécies é função do número de indivíduos tirados
aleatoriamente da amostra, de acordo com expressão:
s
E(Sn) = [1-(N-Ni/n) / (N/n)] i=1
onde:
E(Sn) = número esperado de espécies para uma amostra de n indivíduos tomados ao acaso da amostra;
N = número total de indivíduos na amostra;
Ni = número de indivíduos da i-ésima espécie;
n = tamanho (número de indivíduos) da amostra padronizado.
As curvas de rarefação para os dez fragmentos amostrados foram feitas com auxilio do software
BioDiversit Professional (NHM & SAMS, 1997).
A similaridade quanto à composição florística entre fragmentos foi analisada utilizando-se o
índice quantitativo de Bray-Curtis entre grupos (Pielou, 1984) compondo uma matriz de similaridade,
aplincando-se daí a Análise de Cluster, classificando os grupos hierarquicamente aos pares. As análises
foram efetuadas utilizando do software BioDiversit Professional (NHM & SAMS, 1997) e os resultados
foram apresentados na forma de dendrograma de similaridade com valores porcentuais variando de 0 a
100.
Foram traçadas também curvas relacionando o esforço amostral (unidades de amostragem),
representado no eixo x, com o número de espécies amostradas, repreentadas no eixo y, considerando as
unidades de amostragem em dois grupos de fragmentos (grandes e pequenos), sendo referidas neste
trabalho sob a denominação de curva do coletor (Pielou, 1977).
Foram realizados também análises considerando a distribuição diamétrica ou estrutura diamétrica,
referindo-se à distribuição do número de indivíduos por hectare e área basal por hectare por classe
diamétrica para os dez fragmentos amostrados na zona urbana de Manaus.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. Condições fitossanitárias e aspectos fisionômicos dos fragmentos
A seguir são descritas algumas observaçãoes realizadas em todos os fragmentos a respeito das
condições de fitossanidade e de aspectos da fisionomia relacionados à vegetação e à estruturas presentes
nos fragmentos.
Os fragmentos CAMPOS ELÍSEOS e NÚCLEO 23 apresentaram as piores condições
fitossanitárias observadas. A área do fragmento CAMPOS ELÍSEOS acompanha exatamente a margem do
igarapé que ele contém, como pode ser visto na figura 7, resultando num grande efeito de borda
intensificado pela presença das residências do condomínio. O fragmento tem quantidade muito elevada de
resíduos oriundos de atividades domésticas locais (do próprio condomínio), espalhados em quase toda sua
área. No fragmento NÚCLEO 23, também observou-se quantidade considerável de resíduos domésticos,
embora menos evidente que no CAMPOS ELÍSEOS. Os dois fragmentos possuem os igarapés que os
atravessam extremamente poluídos (odor e aspecto desagradáveis).
Outros fragmentos (PARQUE DO MINDU, SESI, CASTANHEIRAS e VILLAR CÂMARA)
apresentaram condições fitossanitárias ruins em porções marginais aos cursos d’água (Figura 15). No
fragmento CASTANHEIRAS em algumas regiões marginais ao igarapé presente encontrou-se buracos de
depósito de resíduos domésticos já abandonados. Em todos esses fragmentos os igarapés já chegam
poluídos de regiões exteriores a eles. Os efeitos da poluição dos igarapés ficam ainda mais pronunciados
em fragmentos que possuem áreas de floresta inundadas periodicamente, como o VILLAR CÃMARA.
Apresentaram condições fitossanitárias razoavelmente boas os fragmentos UFAM,
AEROPORTO, SESC e SAUIM. Nesses fragmentos a poluição dos cursos d’água se existente não estava
evidenciada (odor e aparência).
Entremeadas no fragmentos CAMPOS ELÍSEOS e NÚCLEO 23 encontram-se muitos indivíduos
de espécies agrícolas, plantados provavelmente pelos próprios moradores. No NÚCLEO 23 há porções do
fragmento com pouquíssimos espécimes arbóreos, dominadas por capim e pequenos arbustos. Nesse
fragmento também há porções com relevo bastante acidentado, com alguns locais apresentando processos
erosivos avançados.
Os fragmentos PARQUE DO MINDU, SESI e SAUIM possuem trilhas consolidadas em quase
toda sua extensão, de largura variável, para trânsito de pessoas (Figura 16). No SESI os piques feitos por
ocasião de levantamento topográfico recortaram demasiadamente a vegetação, estando ainda bastante
evidentes. Também nesse fragmento é comum observar-se clareiras abertas pela própria administração do
clube
Figura 14. Aspecto de poluição de curso d’água no fragmento CASTANHEIRAS, na zona urbana de Manaus-AM.
Figura 15. Aspecto de trilha presente no fragmento SESI, zona urbana de Manaus-AM.
com finalidades diversas como construção de espaços com fins recreativos e de lazer Nos fragmentos
PARQUE DO MINDU e SESI algumas estruturas com finalidades educacionais, recreativas e de lazer
foram construídas, como pontes, chapéus-de-palha, pequenas torres, marcos educativos etc.
A presença constante de pessoas no interior e bordaduras da área florestal é comum nos
fragmentos CAMPOS ELÍSEOS, NÚCLEO 23, CASTANHEIRAS e VILLAR CÂMARA, nos quais o
acesso não é controlado de modo algum. Nos fragmentos PARQUE DO MINDU, UFAM, AEROPORTO,
SESI, SESC e SAUIM há controle de acesso a pessoas ao interior da área florestal, sendo que no SESC e,
principalmente, no AEROPORTO o acesso é rigorosamente controlado.
Os fragmentos UFAM, AEROPORTO, SESC e CASTANHEIRAS aprentaram fisionomia
vegetacional semelhante às Florestas de Terra-Firme da região, com sub-bosque denso e indivíduos
arbóreos em classes de diâmetro bem variadas (Figura 17). Nos fragmentos PARQUE DO MINDU e
VILLAR CÂMARA a vegetação apresentou-se com características semelhante aos fragmentos anteriores,
mas com um sub-bosque menos denso. Esses dois fragmentos apresentaram fisionomia de baixio,
ambiente da Floresta de Terra-Firme (Ribeiro et al., 1999), com muitas palmeiras de porte arbóreo e de
sub-bosque.
Nos fragmentos SESI e SAUIM a fisionomia da vegetação pode ser caracterizada pela presença
abundante em muitas porções desses fragmentos de indivíduos arbóreos de diâmetros do fuste reduzidos,
que dominam a paisagem, conforme pode ser visto na Figura 18. CAMPOS ELÍSEOS possui porções
consideráveis de sua área dominadas por buritis (Mauritia flexuosa) e um sub-bosque pouco significativo.
O fragmento NÚCLEO 23 tem em algumas partes de sua área uma fisionomia semelhante aos fragmentos
UFAM, AEROPORTO, SESC e CASTANHEIRAS; no entanto a que predomina é caracterizada por uma
vegetação pouco densa e um sub-bosque bastante pobre.
5.2. Composição florística e parâmetros estruturais
Ao todo foram contabilizados na amostragem dos fragmentos 3609 indivíduos com DAP = 10 cm.
Foram registradas 256 espécies e 51 famílias botânicas em 12 hectares amostrados (48 unidades de
amostragem de 0,25 ha). O Índice de Shannon calculado com os 10 fragmentos amostrados foi de 4,53.
No fragmento 1, PARQUE DO MINDU, em 0,75 ha amostrado, foram encontrados 259
indivíduos, distribuídos em 64 espécies e 29 famílias botânicas. As famílias mais importantes foram
Arecaceae, Euphorbiaceae e Anacardiaceae, com 140 indivíduos, representando pouco mais de 40% do
IVI total. Oito famílias contiveram apenas um indivíduo cada e podem ser consideradas raras no
fragmento. A figura 15 apresenta as dez famílias mais importantes segundo o IVI relativo, juntamente com
o número de indivíduos amostrados para essas famílias.
Figura 16. Aspecto da fisionomia da vegetação em área do fragmento SESI, na zona urbana de Manaus-AM.
Figura 17. Aspecto da fisionomia da vegetação do fragmento AEROPORTO, na zona urbana de Manaus-AM
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
ArecaceaeEuphorbiaceae
SapotaceaeMimosaceae
AnacardiaceaeClusiaceae
MyristicaceaeMyrtaceae
FabaceaeBombacaceae
AraliaceaeFlacourtiaceae
VerbenaceaeLecythidaceae
Caesalpinaceae
fam
ília
s
IVI %
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
número de indivíduos
número de indivíduos
IVI %
Figura 18. Famílias que apresentaram os 15 maiores Índices de Valor de Importância, dados em porcentagem
(IVI%), contrastando com o número de indivíduos amostrados por família no fragmento PARQUE DO MINDU,
Manaus-AM.
Destacaram-se as espécies seringarana, buriti, açaí, tucumã e apuí abrangendo, aproximadamente,
37% dos indivíduos amostrados, com um IVI somado de 28%. Oito espécies de Arecaceae foram
encontradas na amostragem, somando 75 indivíduos e participando em cerca de 22% do IVI total.
Apareceram com apenas um indivíduo 29 espécies, representando mais da metade das espécies
amostradas. Na tabela 2 são apresentadas as estimativas dos parâmetros fitossociológicos utilizados neste
trabalho para as espécies encontradas no Parque do Mindu.
Tabela 2. Parâmetros fitossociológicos (FA: freqüência absoluta; FR: freqüência relativa; DA: densidade absoluta;
DR: densidade relativa; DoA: dominância absoluta; DoR: dominância relativa; IVI e IVI%: índice de valor de
importância absoluto e relativo respectivamente), número de indivíduos (ni) e famílias botânicas das espécies em
0,75 hectare amostrado no fragmento (1) PARQUE DO MINDU, Manaus-AM.
N° Nome Vulgar Família ni FA FR DA DR DoA DoR IVI IVI% 1 Seringarana Euphorbiaceae 33 66.67 2.63 44.00 12.74 1.52 10.63 26.00 8.67 2 Buriti Arecaceae 10 33.33 1.32 13.33 3.86 1.82 12.74 17.92 5.97 3 Açaí Arecaceae 27 66.67 2.63 36.00 10.42 0.59 4.13 17.18 5.73 4 Tucumã Arecaceae 15 33.33 1.32 20.00 5.79 0.74 5.20 12.30 4.10 5 Apuí Clusiaceae 12 66.67 2.63 16.00 4.63 0.56 3.91 11.18 3.73 6 Seringa vermelha Euphorbiaceae 9 66.67 2.63 12.00 3.47 0.36 2.48 8.59 2.86 7 Pau pombo Anacardiaceae 11 66.67 2.63 14.67 4.25 0.22 1.54 8.42 2.81 8 Morototó Araliaceae 8 66.67 2.63 10.67 3.09 0.30 2.13 7.85 2.62 9 Taperebá Anacardiaceae 5 66.67 2.63 6.67 1.93 0.45 3.18 7.74 2.58 10 Limãozinho Flacourtiaceae 10 33.33 1.32 13.33 3.86 0.37 2.56 7.74 2.58 11 Tarumã branco Verbenaceae 4 33.33 1.32 5.33 1.54 0.67 4.67 7.53 2.51 12 Patauá Arecaceae 10 33.33 1.32 13.33 3.86 0.33 2.30 7.48 2.49 13 Ingá xixica Mimosaceae 4 66.67 2.63 5.33 1.54 0.37 2.61 6.78 2.26 14 Cardeiro Bombacaceae 3 66.67 2.63 4.00 1.16 0.43 2.98 6.77 2.26 15 Ucuuba branca Myristicaceae 7 33.33 1.32 9.33 2.70 0.37 2.60 6.62 2.21 16 Sapota Sapotaceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.67 4.69 6.39 2.13 17 Urucurana Elaeocarpaceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.51 3.59 5.29 1.76 18 Marupá Simaroubaceae 6 33.33 1.32 8.00 2.32 0.22 1.55 5.18 1.73 19 Tauari Lecythidaceae 4 66.67 2.63 5.33 1.54 0.08 0.56 4.74 1.58 20 Buritirana Arecaceae 6 33.33 1.32 8.00 2.32 0.12 0.86 4.49 1.50 21 Jatobá Caesalpinaceae 3 33.33 1.32 4.00 1.16 0.28 1.97 4.44 1.48 22 Abiurana bacuri Sapotaceae 5 33.33 1.32 6.67 1.93 0.16 1.14 4.39 1.46 23 Fava benguê Mimosaceae 2 66.67 2.63 2.67 0.77 0.07 0.50 3.91 1.30 24 Pachiubinha Arecaceae 5 33.33 1.32 6.67 1.93 0.08 0.59 3.83 1.28 25 Louro preto Lauraceae 2 66.67 2.63 2.67 0.77 0.05 0.35 3.76 1.25 26 Castanhola Combretaceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.28 1.98 3.68 1.23 27 Azeitona Myrtaceae 2 33.33 1.32 2.67 0.77 0.22 1.57 3.66 1.22 28 Coração de negro Fabaceae 2 33.33 1.32 2.67 0.77 0.22 1.53 3.62 1.21 29 Abiurana Sapotaceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.26 1.83 3.53 1.18 30 Ucuquirana Sapotaceae 2 33.33 1.32 2.67 0.77 0.19 1.31 3.40 1.13 31 Ingá vermelho Mimosaceae 3 33.33 1.32 4.00 1.16 0.09 0.66 3.13 1.04 32 Breu vermelho Burseraceae 3 33.33 1.32 4.00 1.16 0.08 0.57 3.05 1.02 33 Andiroba Meliaceae 2 33.33 1.32 2.67 0.77 0.12 0.81 2.90 0.97 34 Sucuúba Apocynaceae 3 33.33 1.32 4.00 1.16 0.06 0.39 2.86 0.95 35 Munguba Bombacaceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.16 1.13 2.83 0.94 36 Taquari branco Euphorbiaceae 3 33.33 1.32 4.00 1.16 0.04 0.28 2.76 0.92 37 Araçá bravo Myrtaceae 3 33.33 1.32 4.00 1.16 0.04 0.27 2.75 0.92 38 Mirindiba Euphorbiaceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.14 1.00 2.70 0.90 39 Fava camuzé Mimosaceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.10 0.73 2.43 0.81 40 Tento azul Fabaceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.10 0.73 2.43 0.81 41 Cumaru roxo Fabaceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.10 0.69 2.40 0.80 42 Murta Myrtaceae 2 33.33 1.32 2.67 0.77 0.04 0.29 2.38 0.79 43 Ucuuba punã Myristicaceae 2 33.33 1.32 2.67 0.77 0.04 0.28 2.37 0.79 44 Supiarana Euphorbiaceae 2 33.33 1.32 2.67 0.77 0.03 0.18 2.27 0.76 45 Casca doce Sapotaceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.08 0.53 2.24 0.75 46 Breu Burseraceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.07 0.50 2.20 0.73 47 Tinteira Melastomataceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.07 0.50 2.20 0.73 48 Abiurana roxa Sapotaceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.04 0.29 1.99 0.66 49 Uxirana Humiraceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.04 0.29 1.99 0.66 50 Envira bobó Annonaceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.04 0.28 1.98 0.66 51 Ucuuba Myristicaceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.04 0.26 1.97 0.66 52 Fava folha fina Mimosaceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.03 0.22 1.93 0.64 53 Embaubarana Cecropiaceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.03 0.19 1.89 0.63 54 Mata mata amarelo Lecythidaceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.03 0.18 1.88 0.63 55 Envira surucucu Annonaceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.02 0.16 1.87 0.62 56 Jambo Myrtaceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.02 0.12 1.83 0.61
Continua....
Tabela 2, Cont.
57 Breu de leite Anacardiaceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.02 0.12 1.82 0.61 58 Pitomba da mata Sapindaceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.02 0.11 1.82 0.61 59 Paxiúba Arecaceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.02 0.11 1.81 0.60 60 Sucupira preta Fabaceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.02 0.11 1.81 0.60 61 Muirapiranga folha miúda Caesalpinaceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.01 0.09 1.79 0.60 62 Cacau Sterculiaceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.01 0.08 1.78 0.59 63 Muiratinga Moraceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.01 0.08 1.78 0.59 64 Pupunha brava Arecaceae 1 33.33 1.32 1.33 0.39 0.01 0.07 1.78 0.59
TOTAL 259.0 2533.3 100.0 345.3 100.0 14.3 100.0 300.0 100.0
No fragmento 2, UFAM, relativo ao Campus da Universidade Federal do Amazonas (UFAM),
foram alocadas 12 unidades de amostragem, num total de 3 hectares amostrados, divididas em três sítios
com quatro unidades cada. Foram contabilizados 923 indivíduos agrupados em 130 espécies e 42 famílias
botânicas. As famílias que mais se destacaram foram Arecaceae, Lecythidaceae, Melastomataceae,
Moraceae, Mimosaceae, Annonaceae, Lauraceae e Euphorbiaceae somando mais de 53% do IVI total.
Estiveram presentes na amostragem com apenas um indivíduo as famílias Combretaceae, Dichapetalaceae,
Erythroxylaceae, Rubiaceae, Sterculiaceae e Ulmaceae. Na figura 16 estão apresentadas as quinze
famílias botânicas de maior destaque (IVI) no fragmento UFAM com o número de indivíduos referentes a
cada uma.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
ArecaceaeLecythidaceae
MelastomataceaeMoraceae
MimosaceaeAnnonaceae
LauraceaeEuphorbiaceae
BurseraceaeMyristicaceae
FabaceaeAnacardiaceae
CaesalpiniaceaeMeliaceae
Sapotaceae
fam
ília
s
IVI %
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
número de individuos
IVI % número de indivíduos
Figura 19. Famílias que apresentaram os 15 maiores Índices de Valor de Importância, dados em porcentagem
(IVI%), contrastando com número de indivíduos amostrados por família no fragmento UFAM, Manaus-AM.
Na tabela 3 estão listadas as espécies encontradas na UFAM com suas as estimativas de
parâmetros populacionais densidade, frequência e dominância. As espécies que apresentaram maior
importância em relação aos parâmetros de estrutura horizontal foram a bacaba, o matamatá amarelo, o
inajá, o breu-vermelho e a muiratinga representando 23% do IVI total (cerca de 31,7% do número de
indivíduos amostrados). A bacaba destacou-se principalmente em relação à freqüência amostral e à
densidade, enquanto que o matamatá-amarelo destacou-se em relação à sua área basal específica total
(0,91 m²/ha). Com dominâncias consideráveis também aparecem o breu-vermelho, a muiratinga e o inajá.
Com um indivíduo apenas apareceram 46 espécies, cerca de 35% do total de espécies amostrado.
Tabela 3. Parâmetros fitossociológicos (FA: freqüência absoluta; FR: freqüência relativa; DA: densidade absoluta;
DR: densidade relativa; DoA: dominância absoluta; DoR: dominância relativa; IVI e IVI%: índice de valor de
importância absoluto e relativo, respectivamente), número de indivíduos (ni) e famílias botânicas das espécies em 3,0
hectares amostrados no fragmento (2) UFAM, Manaus-AM.
N° Nome Vulgar Família ni FA FR DA DR DoA DoR IVI IVI% 1 Bacaba Arecaceae 98 91.67 2.96 32.67 10.62 0.60 4.92 18.50 6.17 2 Mata mata amarelo Lecythidaceae 55 58.33 1.89 18.33 5.96 0.91 7.44 15.29 5.10 3 Inajá Arecaceae 60 75.00 2.43 20.00 6.50 0.51 4.17 13.10 4.37 4 Breu vermelho Burseraceae 37 91.67 2.96 12.33 4.01 0.61 4.96 11.93 3.98 5 Muiratinga Moraceae 43 66.67 2.16 14.33 4.66 0.56 4.58 11.40 3.80 6 Ingá vermelho Mimosaceae 33 75.00 2.43 11.00 3.58 0.32 2.62 8.62 2.87 7 Buxuxu canela de velho Melastomataceae 35 66.67 2.16 11.67 3.79 0.29 2.32 8.27 2.76 8 Tinteira Melastomataceae 28 66.67 2.16 9.33 3.03 0.37 3.01 8.20 2.73 9 Envira fofa Annonaceae 28 75.00 2.43 9.33 3.03 0.25 2.08 7.54 2.51 10 Jitó vermelho Meliaceae 34 50.00 1.62 11.33 3.68 0.23 1.88 7.18 2.39 11 Dima Euphorbiaceae 23 50.00 1.62 7.67 2.49 0.29 2.35 6.45 2.15 12 Pau pombo Anacardiaceae 16 66.67 2.16 5.33 1.73 0.25 2.01 5.90 1.97 13 Embaubarana Cecropiaceae 16 75.00 2.43 5.33 1.73 0.14 1.11 5.27 1.76 14 Caroba Bignoniaceae 17 25.00 0.81 5.67 1.84 0.21 1.70 4.35 1.45 15 Araçá bravo Myrtaceae 14 66.67 2.16 4.67 1.52 0.08 0.66 4.33 1.44 16 Castanha jacaré Lecythidaceae 6 25.00 0.81 2.00 0.65 0.31 2.50 3.96 1.32 17 Piabinha Flacourtiaceae 14 50.00 1.62 4.67 1.52 0.08 0.62 3.75 1.25 18 Anil Melastomataceae 11 41.67 1.35 3.67 1.19 0.15 1.21 3.74 1.25 19 Abiurana Sapotaceae 9 25.00 0.81 3.00 0.98 0.23 1.89 3.67 1.22 20 Cupiúba Celastraceae 16 33.33 1.08 5.33 1.73 0.08 0.67 3.48 1.16 21 Castanha de galinha Lecythidaceae 4 66.67 2.16 1.33 0.43 0.11 0.88 3.47 1.16 22 Louro preto Lauraceae 6 50.00 1.62 2.00 0.65 0.15 1.19 3.46 1.15 23 Jenipapinho Caesalpiniaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.38 3.07 3.45 1.15 24 Envira surucucu Annonaceae 11 50.00 1.62 3.67 1.19 0.08 0.63 3.44 1.15 25 Urucurana Elaeocarpaceae 6 50.00 1.62 2.00 0.65 0.12 1.02 3.28 1.09 26 Murta Myrtaceae 14 33.33 1.08 4.67 1.52 0.08 0.62 3.21 1.07 27 Cardeiro Bombacaceae 9 16.67 0.54 3.00 0.98 0.19 1.55 3.07 1.02 28 Ucuuba preta Myristicaceae 9 50.00 1.62 3.00 0.98 0.05 0.40 2.99 1.00 29 Ucuuba branca Myristicaceae 8 41.67 1.35 2.67 0.87 0.09 0.73 2.95 0.98 30 Ucuuba punã Myristicaceae 9 41.67 1.35 3.00 0.98 0.07 0.57 2.90 0.97 31 Muirajibóia preta Fabaceae 8 25.00 0.81 2.67 0.87 0.15 1.21 2.88 0.96 32 Louro aritu Lauraceae 7 33.33 1.08 2.33 0.76 0.12 0.95 2.79 0.93 33 Uxirana Humiraceae 9 41.67 1.35 3.00 0.98 0.05 0.42 2.74 0.91 34 Louro seda Lauraceae 5 25.00 0.81 1.67 0.54 0.16 1.33 2.68 0.89 35 Quaruba Vermelha Vochysiaceae 8 25.00 0.81 2.67 0.87 0.12 0.98 2.65 0.88 36 Breu de leite Anacardiaceae 7 41.67 1.35 2.33 0.76 0.06 0.46 2.57 0.86 37 Envira bobó Annonaceae 1 66.67 2.16 0.33 0.11 0.02 0.14 2.41 0.80 38 Arabá vermelho Fabaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.25 2.02 2.40 0.80 39 Goiaba de anta Melastomataceae 7 33.33 1.08 2.33 0.76 0.07 0.55 2.38 0.79 40 Ucuuba vermelha Myristicaceae 6 41.67 1.35 2.00 0.65 0.05 0.37 2.37 0.79 41 Mirindiba Euphorbiaceae 5 25.00 0.81 1.67 0.54 0.12 0.95 2.30 0.77 42 Sucupira preta Fabaceae 5 25.00 0.81 1.67 0.54 0.11 0.87 2.22 0.74 43 Macucu chiador Chrysobalanaceae 5 33.33 1.08 1.67 0.54 0.07 0.58 2.20 0.73 44 Amapá roxo Moraceae 2 16.67 0.54 0.67 0.22 0.17 1.42 2.18 0.73 45 Fava amarela Mimosaceae 5 33.33 1.08 1.67 0.54 0.05 0.40 2.02 0.67 46 Louro pirarucu Lauraceae 4 8.33 0.27 1.33 0.43 0.16 1.30 2.00 0.67 47 Inharé Moraceae 5 25.00 0.81 1.67 0.54 0.08 0.63 1.98 0.66 48 Tucumã Arecaceae 7 16.67 0.54 2.33 0.76 0.08 0.65 1.94 0.65 49 Cajuí folha grande Anacardiaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.19 1.53 1.91 0.64 50 Seringarana Euphorbiaceae 5 8.33 0.27 1.67 0.54 0.12 1.01 1.82 0.61 51 Abiurana fedorenta Sapotaceae 7 8.33 0.27 2.33 0.76 0.09 0.76 1.79 0.60 52 Cacauí Sterculiaceae 5 33.33 1.08 1.67 0.54 0.02 0.15 1.77 0.59 53 Patauá Arecaceae 7 16.67 0.54 2.33 0.76 0.05 0.45 1.74 0.58 54 Tachi preto Caesalpiniaceae 2 16.67 0.54 0.67 0.22 0.12 0.94 1.70 0.57 55 Amapá doce Moraceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.16 1.30 1.68 0.56 56 Acariquara roxa Sapotaceae 2 16.67 0.54 0.67 0.22 0.11 0.87 1.62 0.54
continua ...
Tabela 3, Cont.
57 Pau rainha Moraceae 2 16.67 0.54 0.67 0.22 0.10 0.83 1.58 0.53 58 João mole Nyctaginaceae 4 25.00 0.81 1.33 0.43 0.04 0.33 1.57 0.52 59 Pajurazinho Chrysobalanaceae 4 16.67 0.54 1.33 0.43 0.07 0.54 1.51 0.50 60 Marupá Simaroubaceae 3 16.67 0.54 1.00 0.33 0.08 0.62 1.49 0.50 61 Bacuri Clusiaceae 2 16.67 0.54 0.67 0.22 0.08 0.65 1.40 0.47 62 Caraiperana Chrysobalanaceae 4 25.00 0.81 1.33 0.43 0.02 0.13 1.37 0.46 63 Branquinha Violaceae 4 25.00 0.81 1.33 0.43 0.01 0.10 1.34 0.45 64 Ingá peluda Mimosaceae 3 25.00 0.81 1.00 0.33 0.02 0.15 1.28 0.43 65 Ripeiro branco Lecythidaceae 3 16.67 0.54 1.00 0.33 0.05 0.38 1.24 0.41 66 Louro ferro Lauraceae 2 8.33 0.27 0.67 0.22 0.09 0.75 1.23 0.41 67 Angelim rajado Mimosaceae 3 16.67 0.54 1.00 0.33 0.04 0.33 1.20 0.40 68 Fava camuzé Mimosaceae 3 8.33 0.27 1.00 0.33 0.07 0.58 1.17 0.39 69 Seringa vermelha Euphorbiaceae 2 16.67 0.54 0.67 0.22 0.04 0.34 1.10 0.37 70 Jitó branco Meliaceae 3 16.67 0.54 1.00 0.33 0.03 0.23 1.10 0.37 71 Mandioqueira preta Vochysiaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.09 0.72 1.10 0.37 72 Tento Fabaceae 2 16.67 0.54 0.67 0.22 0.04 0.31 1.07 0.36 73 Ucuuba Myristicaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.08 0.67 1.05 0.35 74 Goiaba de anta vermelha Melastomataceae 3 16.67 0.54 1.00 0.33 0.02 0.18 1.04 0.35 75 Embaúba benguê Cecropiaceae 3 16.67 0.54 1.00 0.33 0.02 0.17 1.04 0.35 76 Escorrega macaco Caesalpiniaceae 2 8.33 0.27 0.67 0.22 0.07 0.55 1.03 0.34 77 Piquiá marfim Apocynaceae 2 16.67 0.54 0.67 0.22 0.03 0.22 0.98 0.33 78 Frejó Boraginaceae 3 16.67 0.54 1.00 0.33 0.01 0.10 0.97 0.32 79 Cumaru roxo Fabaceae 2 16.67 0.54 0.67 0.22 0.02 0.18 0.94 0.31 80 Pitomba da mata Sapindaceae 2 16.67 0.54 0.67 0.22 0.02 0.18 0.93 0.31 81 Ingarana Caesalpiniaceae 2 16.67 0.54 0.67 0.22 0.02 0.15 0.90 0.30 82 Goiaba de anta branca Melastomataceae 2 16.67 0.54 0.67 0.22 0.02 0.13 0.88 0.29 83 Castanha jarana folha grande Lecythidaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.06 0.48 0.86 0.29 84 Muirapiranga folha grande Caesalpiniaceae 2 16.67 0.54 0.67 0.22 0.01 0.08 0.84 0.28 85 Envira saraçará Annonaceae 2 16.67 0.54 0.67 0.22 0.01 0.07 0.82 0.27 86 Tachi vermelho Caesalpiniaceae 2 16.67 0.54 0.67 0.22 0.01 0.06 0.82 0.27 87 Uxi de morcego Ochnaceae 2 16.67 0.54 0.67 0.22 0.01 0.05 0.81 0.27 88 Tapura Dichapetalaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.05 0.41 0.79 0.26 89 Muirajibóia amarela Fabaceae 2 8.33 0.27 0.67 0.22 0.03 0.27 0.75 0.25 90 Murici Malpighiaceae 3 8.33 0.27 1.00 0.33 0.02 0.15 0.75 0.25 91 Sucupira amarela Fabaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.04 0.36 0.74 0.25 92 Arabá roxo Fabaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.04 0.34 0.72 0.24 93 Caraipé Chrysobalanaceae 3 8.33 0.27 1.00 0.33 0.01 0.11 0.70 0.23 94 Castanha jarana Lecythidaceae 1 16.67 0.54 0.33 0.11 0.00 0.04 0.68 0.23 95 Leiteira Moraceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.04 0.29 0.67 0.22 96 Achichá Sterculiaceae 2 8.33 0.27 0.67 0.22 0.02 0.18 0.66 0.22 97 Ingá ferro Mimosaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.02 0.20 0.58 0.19 98 Muiracatiara Anacardiaceae 2 8.33 0.27 0.67 0.22 0.01 0.05 0.54 0.18 99 Tanimbuca Combretaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.02 0.14 0.52 0.17 100 Louro amarelo Lauraceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.02 0.12 0.50 0.17 101 Amapá amarelo Sterculiaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.01 0.11 0.49 0.16 102 Sorvão Apocynaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.01 0.09 0.47 0.16 103 Fava folha fina Mimosaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.01 0.08 0.46 0.15 104 Papo de mutu Quiinaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.01 0.08 0.46 0.15 105 Ingá jibóia amarelo Mimosaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.01 0.08 0.45 0.15 106 Pimenta de nambu Erythroxylaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.01 0.07 0.45 0.15 107 Taboquinha Rubiaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.01 0.07 0.45 0.15 108 Louro branco Lauraceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.01 0.06 0.44 0.15 109 Macucu fofo Chrysobalanaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.01 0.06 0.44 0.15 110 Lacre vermelho Clusiaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.01 0.06 0.44 0.15 111 Louro chumbo Lauraceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.01 0.06 0.44 0.15 112 Supiá Euphorbiaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.01 0.05 0.43 0.14 113 Abiurana roxa Sapotaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.01 0.04 0.42 0.14 114 Ingá xixica Mimosaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.01 0.04 0.42 0.14 115 Sucuúba Apocynaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.01 0.04 0.42 0.14 116 Limãozinho Flacourtiaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.00 0.04 0.42 0.14 117 Louro fofo Lauraceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.00 0.04 0.42 0.14 118 Abiurana abiu Sapotaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.00 0.04 0.41 0.14 119 Amarelinha Euphorbiaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.00 0.04 0.41 0.14
Continua...
Tabela 3, Cont.
120 Bacuri jacaré Clusiaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.00 0.04 0.41 0.14 121 Envira preta Annonaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.00 0.03 0.41 0.14 122 Sucupira vermelha Fabaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.00 0.03 0.41 0.14 123 Breu manga Burseraceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.00 0.03 0.41 0.14 124 Mandioqueira lisa Vochysiaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.00 0.03 0.41 0.14 125 Murici da mata Malpighiaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.00 0.03 0.41 0.14 126 Moela de Mutum Quiinaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.00 0.03 0.41 0.14 127 Mucurão Violaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.00 0.03 0.41 0.14 128 Coruminzeiro Ulmaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.00 0.03 0.40 0.13 129 Ripeiro vermelho Lecythidaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.00 0.03 0.40 0.13 130 Pupunha brava Arecaceae 1 8.33 0.27 0.33 0.11 0.00 0.02 0.40 0.13
TOTAL 923 3091.7 100.00 307.7 100.00 12.27 100.00 300.00 100.00
No fragmento 3, CAMPOS ELÍSEOS, em 0,75 hectare amostrado, foram encontrados 146
indivíduos, divididos em 45 espécies e 24 famílias botânicas. A família com maior importância
fitossociológica foi Arecaceae com 62 indivíduos (42%), correspondendo a 39% do IVI. Destacaram-se
também as famílias Myristicaceae, Mimosaceae, Euphorbiaceae, Moraceae e Lecyhidaceae
correspondendo aproximadamente a 75 % do total de indivíduos amostrados e 71% do IVI. Contiveram
apenas um indivíduo 9 famílias (Burseraceae, Lauraceae, Malpighiaceae, Monimiaceae, Myrtaceae,
Sapotaceae, Sterculiaceae, Violaceae e Vochysiaceae) somando aproximadamente 38% do número total
de famílias. A figura 17 mostra as quinze famílias mais importantes e o número de indivíduos
encontrados para cada uma.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
ArecaceaeMyristicaceae
MimosaceaeEuphorbiaceae
MoraceaeLecythidaceaeBombacaceae
ChrysolbalanacCecropiaceae
CombretaceaeClusiaceaeAraliaceae
CaesalpiniaceaeBignoniaceaeVochysiaceae
fam
ília
s
IVI %
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
número de indivíduos
IVI % número de indivíduos
Figura 20. Famílias que apresentaram os 15 maiores Índices de Valor de Importância, dados em porcentagem
(IVI%), contrastando com número de indivíduos amostrados por família no fragmento CAMPOS ELÍSEOS,
Manaus-AM.
O buriti, o açaí, a ucuuba branca e o cardeiro foram as espécies que mais se destacaram
correspondendo a mais de 38% do IVI total, com cerca de 45 % do número de indivíduos total. Dentre
essas o buriti alcançou 22% do total de indivíduos, com um IVI específico de, aproximadamente, 25%.
Somente o buriti foi responsável por quase 50% da dominância. Apareceram com um único indivíduo 24
espécies, mais da metade das espécies amostradas. A tabela 4 mostra estimativas dos parâmetros
fitossociológicos para as espécies encontradas no CAMPOS ELÍSEOS.
Tabela 4. Parâmetros fitossociológicos (FA: freqüência absoluta; FR: freqüência relativa; DA: densidade absoluta;
DR: densidade relativa; DoA: dominância absoluta; DoR: dominância relativa; IVI e IVI%: índice de valor de
importância absoluto e relativo respectivamente), número de indivíduos (ni) e famílias botânicas das espécies em
0,75 hectare amostrado no fragmento (3) CAMPOS ELÍSEOS, Manaus-AM.
N° Nome Vulgar Famílias ni FA FR DA DR DoA DoR IVI IVI% 1 Buriti Arecaceae 33 100.00 5.00 44.00 22.60 5.14 49.28 76.88 25.63 2 Açaí Arecaceae 21 100.00 5.00 28.00 14.38 0.42 4.00 23.38 7.79 3 Ucuuba branca Myristicaceae 9 100.00 5.00 12.00 6.16 0.57 5.42 16.58 5.53 4 Cardeiro Bombacaceae 4 66.67 3.33 5.33 2.74 0.46 4.41 10.49 3.50 5 Pajurazinho Chrysobalanaceae 5 66.67 3.33 6.67 3.42 0.30 2.83 9.59 3.20 6 Ingá vermelho Mimosaceae 5 66.67 3.33 6.67 3.42 0.27 2.58 9.34 3.11 7 Embaubarana Cecropiaceae 4 66.67 3.33 5.33 2.74 0.19 1.86 7.93 2.64 8 Muiratinga Moraceae 4 66.67 3.33 5.33 2.74 0.10 0.97 7.04 2.35 9 Dima Euphorbiaceae 5 33.33 1.67 6.67 3.42 0.19 1.80 6.89 2.30 10 Bacaba Arecaceae 3 66.67 3.33 4.00 2.05 0.10 0.98 6.37 2.12 11 Apuí Clusiaceae 3 66.67 3.33 4.00 2.05 0.09 0.85 6.24 2.08 12 Seringa vermelha Euphorbiaceae 3 33.33 1.67 4.00 2.05 0.24 2.32 6.04 2.01 13 Mata mata amarelo Lecythidaceae 4 33.33 1.67 5.33 2.74 0.16 1.54 5.95 1.98 14 Morototó Araliaceae 2 66.67 3.33 2.67 1.37 0.07 0.69 5.39 1.80 15 Muirapiranga folha grande Caesalpiniaceae 2 66.67 3.33 2.67 1.37 0.07 0.65 5.36 1.79 16 Caroba Bignoniaceae 3 33.33 1.67 4.00 2.05 0.14 1.34 5.06 1.69 17 Patauá Arecaceae 3 33.33 1.67 4.00 2.05 0.13 1.23 4.95 1.65 18 Ucuuba preta Myristicaceae 2 33.33 1.67 2.67 1.37 0.18 1.77 4.80 1.60 19 Tauari Lecythidaceae 2 33.33 1.67 2.67 1.37 0.17 1.64 4.67 1.56 20 Castanhola Combretaceae 3 33.33 1.67 4.00 2.05 0.08 0.74 4.46 1.49 21 Ingá de arara Mimosaceae 1 33.33 1.67 1.33 0.68 0.21 2.03 4.38 1.46 22 Quaruba branca Vochysiaceae 1 33.33 1.67 1.33 0.68 0.21 2.03 4.38 1.46 23 Arraieira branca Euphorbiaceae 2 33.33 1.67 2.67 1.37 0.11 1.08 4.11 1.37 24 Fava amarela Mimosaceae 1 33.33 1.67 1.33 0.68 0.15 1.43 3.79 1.26 25 Murici da mata Malpighiaceae 1 33.33 1.67 1.33 0.68 0.14 1.30 3.65 1.22 26 Fruta pão Moraceae 1 33.33 1.67 1.33 0.68 0.08 0.79 3.14 1.05 27 Ucuuba vermelha Myristicaceae 1 33.33 1.67 1.33 0.68 0.05 0.51 2.86 0.95 28 Supiá Euphorbiaceae 1 33.33 1.67 1.33 0.68 0.04 0.40 2.75 0.92 29 Louro seda Lauraceae 1 33.33 1.67 1.33 0.68 0.04 0.38 2.73 0.91 30 Capitiú folha grande Monimiaceae 1 33.33 1.67 1.33 0.68 0.03 0.30 2.65 0.88 31 Breu vermelho Burseraceae 1 33.33 1.67 1.33 0.68 0.03 0.29 2.64 0.88 32 Mucurão Violaceae 1 33.33 1.67 1.33 0.68 0.03 0.27 2.62 0.87 33 Inharé Moraceae 1 33.33 1.67 1.33 0.68 0.03 0.25 2.60 0.87 34 Fava folha fina Mimosaceae 1 33.33 1.67 1.33 0.68 0.02 0.23 2.58 0.86 35 Abiurana bacuri Sapotaceae 1 33.33 1.67 1.33 0.68 0.02 0.21 2.56 0.85 36 Pau rainha Moraceae 1 33.33 1.67 1.33 0.68 0.02 0.20 2.55 0.85 37 Pupunha brava Arecaceae 1 33.33 1.67 1.33 0.68 0.02 0.20 2.55 0.85 38 Pachiubinha Arecaceae 1 33.33 1.67 1.33 0.68 0.02 0.18 2.53 0.84 39 Tanimbuca Combretaceae 1 33.33 1.67 1.33 0.68 0.02 0.17 2.52 0.84 40 Ucuuba punã Myristicaceae 1 33.33 1.67 1.33 0.68 0.02 0.17 2.52 0.84 41 Ingá copaíba Mimosaceae 1 33.33 1.67 1.33 0.68 0.02 0.15 2.51 0.84 42 Pau pombo Anacardiaceae 1 33.33 1.67 1.33 0.68 0.02 0.14 2.50 0.83 43 Amapá roxo Moraceae 1 33.33 1.67 1.33 0.68 0.01 0.13 2.48 0.83 44 Cupuaçu Sterculiaceae 1 33.33 1.67 1.33 0.68 0.01 0.13 2.48 0.83 45 Araçá bravo Myrtaceae 1 33.33 1.67 1.33 0.68 0.01 0.12 2.47 0.82
TOTAL 146 2000 100 194.7 100 10.43 100 300 100
No fragmento 4, NÚCLEO 23, foi amostrado 0,75 ha onde foram encontrados 127 indivíduos, 34
espécies e 24 famílias botânicas. A família mais importante foi Clusiaceae com 40 indivíduos
representando 22,6 % do IVI total seguida das familias Euphorbiaceae, Arecaceae, Myristicaceae e
Moraceae perfazendo 94 indivíduos (74% do total) e representando 60,41 do IVI total. Dez famílias
(Caesalpinaceae, Cecropiaceae, Chrysobalanaceae, Flacourtiaceae, Lecythidaceae, Malpighiaceae,
Mimosaceae, Myrtaceae, Sapotaceae e Tiliaceae), cerca de 42% do número total de famílias, apresentaram
apenas um individuo cada. Na figura 18 constam as quinze famílias mais importantes com o número de
indivíduos para cada uma.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
ClusiaceaeEuphorbiaceae
ArecaceaeMyristicaceae
MoraceaeVerbenaceae
LauraceaeAnnonaceae
AnacardiaceaeDichapetalaceaeElaeocarpaceae
BombacaceaeChrysolbalanaceae
CelastraceaeBurseraceae
fam
ília
s
IVI %
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
número de indivíduos
IVI % número de indivíduos
Figura 21. Famílias que apresentaram os 15 maiores Índices de Valor de Importância, dados em porcentagem
(IVI%), contrastando com número de indivíduos amostrados por família no fragmento NÚCLEO 23, Manaus-AM.
As espécies mais importantes foram: apuí, ucuuba branca, seringarana, tarumã, patauá e açaí que
somaram juntas 79 indivíduos (62% do total) representando mais de 45 % do IVI total. O apuí foi a que
mais de se destacou com quase 20% de participação no IVI total, com 36 indivíduos amostrados (~28% do
total). Das 34 espécies encontradas quase metade delas (16) conteve apenas um indivíduo. Na tabela 5
estão listadas as espécies encontrados no fragmento NÚCLEO 23 com as estimativas de parâmetros
fitossociológicos, números de indivíduos e famílias botânicas.
Tabela 5. Parâmetros fitossociológicos (FA: freqüência absoluta; FR: freqüência relativa; DA: densidade absoluta;
DR: densidade relativa; DoA: dominância absoluta; DoR: dominância relativa; IVI e IVI%: índice de valor de
importância absoluto e relativo respectivamente), número de indivíduos (ni) e famílias botânicas das espécies em
0,75 hectare amostrados no fragmento (4) NÚCLEO 23, Manaus-AM.
N° Nome Vulgar Famílias ni FA FR DA DR DoA DoR IVI IVI% 1 Apuí Clusiaceae 36.00 100.00 7.50 48.00 28.35 1.37 23.52 59.37 19.79 2 Ucuuba branca Myristicaceae 20.00 33.33 2.50 26.67 15.75 0.57 9.74 27.98 9.33 3 Seringarana Euphorbiaceae 8.00 66.67 5.00 10.67 6.30 0.24 4.16 15.45 5.15 4 Tarumã Verbenaceae 2.00 33.33 2.50 2.67 1.57 0.44 7.60 11.68 3.89 5 Patauá Arecaceae 6.00 33.33 2.50 8.00 4.72 0.24 4.20 11.42 3.81 6 Açaí Arecaceae 7.00 33.33 2.50 9.33 5.51 0.17 2.89 10.90 3.63 7 Mirindiba Euphorbiaceae 3.00 66.67 5.00 4.00 2.36 0.20 3.50 10.86 3.62 8 Envira fofa Annonaceae 6.00 33.33 2.50 8.00 4.72 0.17 2.96 10.18 3.39 9 Lacre vermelho Clusiaceae 4.00 66.67 5.00 5.33 3.15 0.06 0.96 9.11 3.04 10 Mangueira Anacardiaceae 2.00 33.33 2.50 2.67 1.57 0.26 4.41 8.48 2.83 11 Tapura Dichapetalaceae 2.00 33.33 2.50 2.67 1.57 0.25 4.28 8.35 2.78 12 Louro preto Lauraceae 2.00 66.67 5.00 2.67 1.57 0.06 1.09 7.66 2.55 13 Seringa vermelha Euphorbiaceae 2.00 33.33 2.50 2.67 1.57 0.20 3.35 7.43 2.48 14 Urucurana Elaeocarpaceae 2.00 33.33 2.50 2.67 1.57 0.16 2.78 6.85 2.28 15 Cardeiro Bombacaceae 2.00 33.33 2.50 2.67 1.57 0.16 2.67 6.75 2.25 16 Leiteira Moraceae 1.00 33.33 2.50 1.33 0.79 0.19 3.33 6.61 2.20 17 Macucu chiador Chrysobalanaceae 1.00 33.33 2.50 1.33 0.79 0.18 3.02 6.31 2.10 18 Buriti Arecaceae 1.00 33.33 2.50 1.33 0.79 0.17 2.88 6.17 2.06 19 Pachiubinha Arecaceae 3.00 33.33 2.50 4.00 2.36 0.04 0.66 5.52 1.84 20 Cupiúba Celastraceae 2.00 33.33 2.50 2.67 1.57 0.07 1.22 5.29 1.76 21 Breu vermelho Burseraceae 2.00 33.33 2.50 2.67 1.57 0.07 1.17 5.25 1.75 22 Inharé Moraceae 1.00 33.33 2.50 1.33 0.79 0.11 1.96 5.25 1.75 23 Tauari Lecythidaceae 1.00 33.33 2.50 1.33 0.79 0.09 1.62 4.91 1.64 24 Embaubarana Cecropiaceae 1.00 33.33 2.50 1.33 0.79 0.09 1.46 4.75 1.58 25 Abiurana Sapotaceae 1.00 33.33 2.50 1.33 0.79 0.07 1.12 4.41 1.47 26 Ingá branco Mimosaceae 1.00 33.33 2.50 1.33 0.79 0.04 0.72 4.01 1.34 27 Ingarana Caesalpiniaceae 1.00 33.33 2.50 1.33 0.79 0.03 0.52 3.81 1.27 28 Muiratinga Moraceae 1.00 33.33 2.50 1.33 0.79 0.03 0.46 3.75 1.25 29 Supiá Euphorbiaceae 1.00 33.33 2.50 1.33 0.79 0.02 0.40 3.69 1.23 30 Araçá bravo Myrtaceae 1.00 33.33 2.50 1.33 0.79 0.02 0.34 3.63 1.21 31 Envira pente de macaco Tiliaceae 1.00 33.33 2.50 1.33 0.79 0.02 0.34 3.63 1.21 32 Piabinha Flacourtiaceae 1.00 33.33 2.50 1.33 0.79 0.02 0.26 3.55 1.18 33 Murici da mata Malpighiaceae 1.00 33.33 2.50 1.33 0.79 0.01 0.24 3.53 1.18 34 Louro vermelho Lauraceae 1.00 33.33 2.50 1.33 0.79 0.01 0.19 3.47 1.16
TOTAL 127.00 1333.3 100.00 169.3 100.00 5.82 100.00 300.00 100.00
No fragmento 5, AEROPORTO, foram locadas 12 unidades de amostragem de 0,25 ha, em três
sítios de amostragem, num total de 3 hectares. Foram contabilizados 982 indivíduos, 172 espécies e 47
famílias botânicas. As famílias mais importantes foram Burseraceae (139 indivíduos, 9,7 % do IVI),
Lecythidaceae, Sapotaceae, Arecaceae, Moraceae e Chrysobalanaceae que somaram 453 indivíduos, com
IVI parcial de 42,4%. Cinco famílias (Anisophyllaceae, Boraginaceae, Duckeodendraceae, Memecylaceae
e Monimiaceae) contiveram apenas um indivíduo. A figura 19 mostra as quinze famílias com maior
relevância em relação ao IVI contrastando com o número de indivíduos de cada uma.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
BurseraceaeLecythidaceae
SapotaceaeArecaceaeMoraceae
ChrysolbalanaAnnonaceaeMimosaceae
EuphorbiaceaeMelastomatac
FabaceaeMyristicaceae
LauraceaeOpiliaceae
Humiraceae
fam
ília
s
IVI %
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
número de indivíduos
IVI % número de indivíduos
Figura 22. Famílias que apresentaram os 15 maiores Índices de Valor de Importância, dados em porcentagem
(IVI%), contrastando com número de indivíduos amostrados por família no fragmento AEROPORTO, Manaus-AM.
As espécies que tiveram maior importância fitossociológica são também pertencentes às famílias
mais representativas; dentro delas, o breu-vermelho, da família Burseraceae, com 120 indivíduos, bacaba,
família Arecaceae, matamatá amarelo, família Lecythidaceae, muiratinga, família Moraceae, ripeiro
vermelho, também Lecythidaceae e dima, família Euphorbiaceae. Cerca de 34% das espécies amostradas
tiveram apenas um indivíduo observado. Na tabela 6 encontram-se as espécies amostradas no fragmento
AEROPORTO com estimativas de parâmetros fitossociológicos relacionadas.
Tabela 6. Parâmetros fitossociológicos (FA: freqüência absoluta; FR: freqüência relativa; DA: densidade absoluta;
DR: densidade relativa; DoA: dominância absoluta; DoR: dominância relativa; IVI e IVI%: índice de valor de
importância absoluto e relativo, respectivamente), número de indivíduos (ni) e famílias botânicas das espécies em 3,0
hectares amostrados no fragmento (5) AEROPORTO, Manaus-AM.
N° Nome Vulgar Família ni FA FR DA DR DoA DoR IVI IVI% 1 Breu vermelho Burseraceae 120 100.00 2.49 40.00 12.22 1.07 7.39 22.10 7.37 2 Bacaba Arecaceae 72 83.33 2.07 24.00 7.33 0.45 3.13 12.54 4.18 3 Mata mata amarelo Lecythidaceae 33 100.00 2.49 11.00 3.36 0.57 3.97 9.82 3.27 4 Muiratinga Moraceae 41 75.00 1.87 13.67 4.18 0.30 2.06 8.10 2.70 5 Ripeiro vermelho Lecythidaceae 16 58.33 1.45 5.33 1.63 0.66 4.55 7.63 2.54 6 Dima Euphorbiaceae 30 66.67 1.66 10.00 3.05 0.35 2.41 7.12 2.37 7 Ingá vermelho Mimosaceae 21 83.33 2.07 7.00 2.14 0.42 2.88 7.09 2.36 8 Pajurazinho Chrysobalanaceae 10 58.33 1.45 3.33 1.02 0.58 4.02 6.49 2.16 9 Abiurana Sapotaceae 19 75.00 1.87 6.33 1.93 0.38 2.64 6.45 2.15 10 Envira fofa Annonaceae 24 58.33 1.45 8.00 2.44 0.33 2.26 6.15 2.05 11 Macucu chiador Chrysobalanaceae 17 75.00 1.87 5.67 1.73 0.31 2.16 5.76 1.92 12 Pau pombo Opiliaceae 18 58.33 1.45 6.00 1.83 0.26 1.81 5.09 1.70 13 Araçá bravo Myrtaceae 18 91.67 2.28 6.00 1.83 0.11 0.76 4.88 1.63 14 Cardeiro Bombacaceae 17 50.00 1.24 5.67 1.73 0.26 1.82 4.80 1.60 15 Buxuxu canela de velho Melastomataceae 18 66.67 1.66 6.00 1.83 0.18 1.24 4.73 1.58 16 Cupiúba Celastraceae 18 41.67 1.04 6.00 1.83 0.24 1.68 4.55 1.52 17 Goiaba de anta vermelha Melastomataceae 17 50.00 1.24 5.67 1.73 0.21 1.45 4.42 1.47 18 Envira bobó Annonaceae 15 58.33 1.45 5.00 1.53 0.18 1.24 4.22 1.41 19 Ucuuba vermelha Myristicaceae 17 50.00 1.24 5.67 1.73 0.14 0.95 3.93 1.31 20 Abiurana abiu Sapotaceae 6 33.33 0.83 2.00 0.61 0.27 1.85 3.29 1.10 21 Louro preto Lauraceae 10 50.00 1.24 3.33 1.02 0.15 1.02 3.28 1.09 22 Embaubarana Cecropiaceae 11 58.33 1.45 3.67 1.12 0.09 0.63 3.21 1.07 23 Inajá Arecaceae 11 33.33 0.83 3.67 1.12 0.17 1.19 3.14 1.05 24 Seringa vermelha Euphorbiaceae 5 33.33 0.83 1.67 0.51 0.26 1.77 3.11 1.04 25 Guariúba Moraceae 5 33.33 0.83 1.67 0.51 0.24 1.64 2.98 0.99 26 Tanimbuca Combretaceae 7 41.67 1.04 2.33 0.71 0.16 1.09 2.84 0.95 27 Uxirana Humiraceae 8 41.67 1.04 2.67 0.81 0.13 0.91 2.77 0.92 28 Marupá Simaroubaceae 8 33.33 0.83 2.67 0.81 0.15 1.03 2.67 0.89 29 Caroba Bignoniaceae 10 33.33 0.83 3.33 1.02 0.12 0.80 2.65 0.88 30 Caraipé Chrysobalanaceae 8 33.33 0.83 2.67 0.81 0.14 0.98 2.62 0.87 31 Buritirana Arecaceae 19 8.33 0.21 6.33 1.93 0.06 0.43 2.57 0.86 32 Uxi preto Humiraceae 6 33.33 0.83 2.00 0.61 0.16 1.09 2.53 0.84 33 Sucupira amarela Fabaceae 7 41.67 1.04 2.33 0.71 0.10 0.67 2.42 0.81 34 Piabinha Flacourtiaceae 8 41.67 1.04 2.67 0.81 0.08 0.55 2.40 0.80 35 Amapá doce Moraceae 2 16.67 0.41 0.67 0.20 0.25 1.73 2.35 0.78 36 Quaruba vermelha Vochysiaceae 7 41.67 1.04 2.33 0.71 0.08 0.58 2.33 0.78 37 Breu branco Burseraceae 7 50.00 1.24 2.33 0.71 0.05 0.33 2.29 0.76 38 Breu manga Burseraceae 4 33.33 0.83 1.33 0.41 0.15 1.01 2.25 0.75 39 Macucu murici Chrysobalanaceae 4 33.33 0.83 1.33 0.41 0.13 0.93 2.17 0.72 40 Envira taripucu Annonaceae 6 50.00 1.24 2.00 0.61 0.05 0.31 2.17 0.72 41 Castanha jacaré Lecythidaceae 5 25.00 0.62 1.67 0.51 0.15 1.04 2.17 0.72 42 Envira surucucu Annonaceae 9 25.00 0.62 3.00 0.92 0.09 0.60 2.14 0.71 43 Muirajibóia preta Fabaceae 6 41.67 1.04 2.00 0.61 0.06 0.44 2.09 0.70 44 Ripeiro branco Lecythidaceae 5 25.00 0.62 1.67 0.51 0.11 0.76 1.89 0.63 45 Jitó vermelho Meliaceae 5 41.67 1.04 1.67 0.51 0.04 0.27 1.82 0.61 46 Piquiá marfim Caryocaraceae 2 16.67 0.41 0.67 0.20 0.17 1.19 1.81 0.60 47 Urucurana Elaeocarpaceae 4 33.33 0.83 1.33 0.41 0.07 0.50 1.74 0.58 48 Abiurana sabiá Sapotaceae 3 16.67 0.41 1.00 0.31 0.14 0.98 1.70 0.57 49 Leiteira Moraceae 3 8.33 0.21 1.00 0.31 0.17 1.19 1.70 0.57 50 Abiurana roxa Sapotaceae 3 25.00 0.62 1.00 0.31 0.11 0.75 1.68 0.56 51 Louro gamela Lauraceae 2 16.67 0.41 0.67 0.20 0.15 1.05 1.67 0.56 52 Tauari Lecythidaceae 3 25.00 0.62 1.00 0.31 0.10 0.72 1.65 0.55 53 Arabá vermelho Fabaceae 2 16.67 0.41 0.67 0.20 0.14 1.00 1.62 0.54 54 Tachi vermelho Caesalpiniaceae 5 33.33 0.83 1.67 0.51 0.04 0.28 1.61 0.54 55 Pau marfim Opiliaceae 4 25.00 0.62 1.33 0.41 0.08 0.54 1.57 0.52 56 Pau rainha Moraceae 4 33.33 0.83 1.33 0.41 0.04 0.29 1.52 0.51
Continua...
Tabela 6, Cont.
57 Ucuuba branca Myristicaceae 4 16.67 0.41 1.33 0.41 0.09 0.66 1.48 0.49 58 Anani Clusiaceae 3 16.67 0.41 1.00 0.31 0.11 0.74 1.46 0.49 59 Tachi preto Caesalpiniaceae 4 25.00 0.62 1.33 0.41 0.06 0.42 1.45 0.48 60 Acariquara roxa Olacaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.16 1.10 1.41 0.47 61 Sucupira chorona Fabaceae 5 25.00 0.62 1.67 0.51 0.04 0.25 1.38 0.46 62 Angelim rajado Mimosaceae 4 25.00 0.62 1.33 0.41 0.05 0.34 1.37 0.46 63 Branquinha Violaceae 4 33.33 0.83 1.33 0.41 0.02 0.13 1.37 0.46 64 Tinteira Melastomataceae 4 25.00 0.62 1.33 0.41 0.05 0.32 1.35 0.45 65 Buxuxu folha serrilhada Melastomataceae 5 25.00 0.62 1.67 0.51 0.03 0.20 1.34 0.45 66 Seringarana Euphorbiaceae 4 25.00 0.62 1.33 0.41 0.04 0.30 1.33 0.44 67 Cumaru Fabaceae 2 16.67 0.41 0.67 0.20 0.09 0.65 1.27 0.42 68 Anil Melastomataceae 3 25.00 0.62 1.00 0.31 0.05 0.31 1.24 0.41 69 Murici da mata Malpighiaceae 4 16.67 0.41 1.33 0.41 0.06 0.40 1.22 0.41 70 Pau canela Anisophylleaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.13 0.89 1.20 0.40 71 Ucuquirana Sapotaceae 3 25.00 0.62 1.00 0.31 0.04 0.27 1.20 0.40 72 Fava vermelha Mimosaceae 4 25.00 0.62 1.33 0.41 0.02 0.14 1.17 0.39 73 Falsa rainha Moraceae 4 25.00 0.62 1.33 0.41 0.02 0.13 1.16 0.39 74 Urucurana cacau Tiliaceae 3 16.67 0.41 1.00 0.31 0.06 0.42 1.14 0.38 75 Breu preto Burseraceae 3 25.00 0.62 1.00 0.31 0.03 0.21 1.13 0.38 76 Chiclete bravo Sapotaceae 3 16.67 0.41 1.00 0.31 0.06 0.40 1.12 0.37 77 Ingarana Caesalpiniaceae 3 25.00 0.62 1.00 0.31 0.02 0.17 1.10 0.37 78 Macucu fofo Fabaceae 3 25.00 0.62 1.00 0.31 0.02 0.14 1.06 0.35 79 Abiurana casca fina Sapotaceae 3 25.00 0.62 1.00 0.31 0.02 0.13 1.06 0.35 80 Abiurana olho de veado Sapotaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.11 0.74 1.05 0.35 81 Lacre vermelho Clusiaceae 3 25.00 0.62 1.00 0.31 0.02 0.12 1.05 0.35 82 Ingá peluda Mimosaceae 3 25.00 0.62 1.00 0.31 0.01 0.09 1.02 0.34 83 Jitó branco Meliaceae 3 25.00 0.62 1.00 0.31 0.01 0.09 1.02 0.34 84 Ingá ferro Mimosaceae 3 16.67 0.41 1.00 0.31 0.04 0.29 1.01 0.34 85 Breu peludo Burseraceae 4 16.67 0.41 1.33 0.41 0.03 0.18 1.00 0.33 86 Fava pé de arara Mimosaceae 2 16.67 0.41 0.67 0.20 0.05 0.38 1.00 0.33 87 Jaraí Sapotaceae 3 16.67 0.41 1.00 0.31 0.04 0.27 0.99 0.33 88 Achichá Sterculiaceae 2 16.67 0.41 0.67 0.20 0.04 0.25 0.86 0.29 89 Louro fofo Lauraceae 2 16.67 0.41 0.67 0.20 0.03 0.24 0.86 0.29 90 Mamãozinho Memecylaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.08 0.55 0.86 0.29 91 Envira preta Annonaceae 3 16.67 0.41 1.00 0.31 0.02 0.11 0.83 0.28 92 Ucuuba preta Myristicaceae 3 16.67 0.41 1.00 0.31 0.01 0.10 0.82 0.27 93 Pitomba da mata Sapindaceae 3 16.67 0.41 1.00 0.31 0.01 0.08 0.80 0.27 94 Cacauí Sterculiaceae 3 16.67 0.41 1.00 0.31 0.01 0.07 0.79 0.26 95 Ingá de arara Mimosaceae 2 16.67 0.41 0.67 0.20 0.02 0.16 0.78 0.26 96 Ucuuba Myristicaceae 2 16.67 0.41 0.67 0.20 0.02 0.16 0.78 0.26 97 Amarelinha Euphorbiaceae 2 16.67 0.41 0.67 0.20 0.02 0.14 0.76 0.25 98 Sapateiro Clusiaceae 2 16.67 0.41 0.67 0.20 0.02 0.14 0.76 0.25 99 Ucuuba punã Myristicaceae 2 16.67 0.41 0.67 0.20 0.02 0.12 0.74 0.25 100 Muiracatiara Anacardiaceae 2 16.67 0.41 0.67 0.20 0.02 0.11 0.73 0.24 101 Sucuúba Apocynaceae 2 16.67 0.41 0.67 0.20 0.01 0.10 0.72 0.24 102 Goiaba de anta branca Melastomataceae 2 16.67 0.41 0.67 0.20 0.01 0.09 0.71 0.24 103 Escorrega macaco Caesalpiniaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.06 0.40 0.71 0.24 104 Ingá branco Mimosaceae 2 16.67 0.41 0.67 0.20 0.01 0.09 0.71 0.24 105 Taquari branco Euphorbiaceae 2 16.67 0.41 0.67 0.20 0.01 0.08 0.69 0.23 106 Breu de leite Anacardiaceae 2 16.67 0.41 0.67 0.20 0.01 0.07 0.69 0.23 107 Uxi de morcego Ochnaceae 2 16.67 0.41 0.67 0.20 0.01 0.06 0.68 0.23 108 Sucupira vermelha Fabaceae 2 8.33 0.21 0.67 0.20 0.04 0.26 0.68 0.23 109 Pimenta de nambu Erythroxylaceae 2 16.67 0.41 0.67 0.20 0.01 0.05 0.67 0.22 110 Taboquinha Rubiaceae 2 16.67 0.41 0.67 0.20 0.01 0.05 0.67 0.22 111 Goiabinha Myrtaceae 2 16.67 0.41 0.67 0.20 0.01 0.05 0.67 0.22 112 Macucu Chrysobalanaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.05 0.34 0.64 0.21 113 Bacuri Clusiaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.05 0.32 0.63 0.21 114 Fava arara tucupi Mimosaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.04 0.30 0.61 0.20 115 Chichuá Celastraceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.04 0.30 0.61 0.20 116 Muirajibóia amarela Fabaceae 2 8.33 0.21 0.67 0.20 0.03 0.20 0.61 0.20 117 Uxi amarelo Humiraceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.04 0.29 0.60 0.20 118 Buxuxu orelha de burro Melastomataceae 3 8.33 0.21 1.00 0.31 0.01 0.07 0.58 0.19 119 Sucupira preta Fabaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.03 0.24 0.55 0.18
Continua...
Tabela 6, Cont.
120 Embaúba benguê Cecropiaceae 2 8.33 0.21 0.67 0.20 0.02 0.11 0.52 0.17 121 Castanha de paca Bombacaceae 2 8.33 0.21 0.67 0.20 0.01 0.09 0.50 0.17 122 João mole Nyctaginaceae 2 8.33 0.21 0.67 0.20 0.01 0.07 0.48 0.16 123 Jiboinha Fabaceae 2 8.33 0.21 0.67 0.20 0.01 0.05 0.46 0.15 124 Abiurana ferro Sapotaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.02 0.15 0.46 0.15 125 Pupunharana Duckeodendraceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.02 0.13 0.44 0.15 126 Fava parkia Mimosaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.02 0.12 0.43 0.14 127 Munguba Bombacaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.02 0.12 0.43 0.14 128 Frejó Boraginaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.02 0.10 0.41 0.14 129 Itaúba Lauraceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.01 0.10 0.41 0.14 130 Muirajibóia jurumum Fabaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.01 0.09 0.40 0.13 131 Maoeira Vochysiaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.01 0.08 0.39 0.13 132 Apuí Clusiaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.01 0.08 0.39 0.13 133 Envira vermelha Annonaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.01 0.08 0.39 0.13 134 Copaíba Caesalpiniaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.01 0.07 0.38 0.13 135 Piquiarana Caryocaraceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.01 0.07 0.38 0.13 136 Mucurão Violaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.01 0.07 0.38 0.13 137 Castanha jarana f. g. Lecythidaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.01 0.07 0.38 0.13 138 Patauá Arecaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.01 0.07 0.37 0.12 139 Abiurana cotiti Sapotaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.01 0.06 0.37 0.12 140 Periquiteira amarela Flacourtiaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.01 0.06 0.37 0.12 141 Quarubarana Vochysiaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.01 0.06 0.37 0.12 142 Periquiteira Flacourtiaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.01 0.05 0.36 0.12 143 Muirapuana Olacaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.01 0.05 0.36 0.12 144 Mururé Moraceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.01 0.05 0.36 0.12 145 Envira amarela Annonaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.01 0.05 0.36 0.12 146 Taquari vermelho Euphorbiaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.01 0.05 0.36 0.12 147 Envira amargosa Annonaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.01 0.05 0.36 0.12 148 Breu pitomba Burseraceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.01 0.05 0.36 0.12 149 Castanha de cotia Flacourtiaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.01 0.05 0.36 0.12 150 Fava camuzé Mimosaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.01 0.05 0.36 0.12 151 Louro chumbo Lauraceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.01 0.04 0.35 0.12 152 Louro seda Lauraceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.01 0.04 0.35 0.12 153 Falso angelim Mimosaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.01 0.04 0.35 0.12 154 Arabá roxo Fabaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.01 0.04 0.35 0.12 155 Rosada brava Sapotaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.01 0.04 0.34 0.11 156 Inga cauliflora Mimosaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.00 0.03 0.34 0.11 157 Castanha de galinha Chrysobalanaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.00 0.03 0.34 0.11 158 Sacaca brava Euphorbiaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.00 0.03 0.34 0.11 159 Carapanaúba Apocynaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.00 0.03 0.34 0.11 160 Murici Malpighiaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.00 0.03 0.34 0.11 161 Pepino da mata Apocynaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.00 0.03 0.34 0.11 162 Supiá Euphorbiaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.00 0.03 0.34 0.11 163 Louro amarelo Lauraceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.00 0.03 0.34 0.11 164 Envirinha rajada Annonaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.00 0.03 0.34 0.11 165 Urucu branco Euphorbiaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.00 0.03 0.34 0.11 166 Violeta Caesalpiniaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.00 0.03 0.34 0.11 167 Ucuuba peluda f. g. Myristicaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.00 0.03 0.33 0.11 168 Uxi de cotia Flacourtiaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.00 0.02 0.33 0.11 169 Ingá copaíba Mimosaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.00 0.02 0.33 0.11 170 Capitiú folha grande Monimiaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.00 0.02 0.33 0.11 171 Envira saraçará Annonaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.00 0.02 0.33 0.11 172 Mandioqueira lisa Vochysiaceae 1 8.33 0.21 0.33 0.10 0.00 0.02 0.33 0.11
TOTAL 982 4016.7 100.00 327.3 100.00 14.45 100.00 300.00 100.00
Na área do fragmento 6, SESI, referente ao Clube do Trabalhador do SESI, foram marcadas 4
unidades de amostragem, totalizando 1 hectare amostrado. Foram encontrados 239 indivíduos, 42 espécies
e 22 famílias botânicas. As famílias mais relevantes foram Arecaceae, Anacardiaceae, Mimosaceae,
Melastomataceae e Annonaceae que compareceram com mais de 71% do IVI total. As menos relevantes
com apenas um indivíduo foram Caesalpinaceae, Elaeocarpaceae, Humiraceae, Lauraceae,
Melastomataceae e Myristicaceae. Na figura 20 apresentam-se as quinze famílias que tiveram maior
importância quanto ao IVI com o número de indivíduos correspondentes.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
ArecaceaeAnacardiaceae
MimosaceaeMelastomatace
AnnonaceaeEuphorbiaceaeApocynaceaeFlacourtiaceae
ClusiaceaeFabaceae
ElaeocarpaceaeSimaroubaceae
BurseraceaeChrysolbalanacCaesalpiniaceae
fam
ília
s
IVI %
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
número de indivíduos
IVI % número de indivíduos
Figura 23. Famílias que apresentaram os 15 maiores Índices de Valor de Importância, dados em porcentagem
(IVI%), contrastando com número de indivíduos amostrados por família no fragmento do SESI, Manaus-AM.
As espécies mais importantes foram: inajá, pau-pombo, bacaba, ingá vermelho e dima
representando 54,7% no IVI total, com 165 indivíduos, sendo que somente o inajá e o pau-pombo
somaram 106 indivíduos (aproximadamente 34% do IVI total). Apresentaram apenas um indivíduo 17
espécies. A tabela 7 mostra as estimativas de parâmetros estruturais para as espécies encontradas na
amostragem do fragmento SESI.
Tabela 7. Parâmetros fitossociológicos (FA: freqüência absoluta; FR: freqüência relativa; DA: densidade absoluta;
DR: densidade relativa; DoA: dominância absoluta; DoR: dominância relativa; IVI e IVI%: índice de valor de
importância absoluto e relativo, respectivamente), número de indivíduos (ni) e famílias botânicas das espécies em 1,0
hectare amostrado no fragmento (6) SESI, Manaus-AM.
N° Nome Vulgar Família ni FA FR DA DR DoA DoR IVI IVI% 1 Inajá Arecaceae 54 100.00 5.80 54.00 22.59 2.75 34.92 63.31 21.10 2 Pau pombo Anacardiaceae 52 100.00 5.80 52.00 21.76 0.97 12.31 39.86 13.29 3 Bacaba Arecaceae 33 75.00 4.35 33.00 13.81 0.74 9.36 27.52 9.17 4 Ingá vermelho Mimosaceae 18 75.00 4.35 18.00 7.53 0.57 7.30 19.18 6.39 5 Dima Euphorbiaceae 8 75.00 4.35 8.00 3.35 0.51 6.52 14.21 4.74 6 Tinteira Melastomataceae 8 75.00 4.35 8.00 3.35 0.22 2.76 10.46 3.49 7 Piabinha Flacourtiaceae 5 75.00 4.35 5.00 2.09 0.07 0.88 7.32 2.44 8 Sucuúba Apocynaceae 3 75.00 4.35 3.00 1.26 0.09 1.14 6.74 2.25 9 Envira fofa Annonaceae 3 75.00 4.35 3.00 1.26 0.04 0.49 6.09 2.03 10 Envira bobó Annonaceae 4 50.00 2.90 4.00 1.67 0.11 1.34 5.92 1.97 11 Urucurana Elaeocarpaceae 1 25.00 1.45 1.00 0.42 0.28 3.59 5.46 1.82 12 Marupá Simaroubaceae 4 50.00 2.90 4.00 1.67 0.07 0.87 5.45 1.82 13 Breu vermelho Burseraceae 3 50.00 2.90 3.00 1.26 0.07 0.83 4.99 1.66 14 Falso angelim Mimosaceae 2 25.00 1.45 2.00 0.84 0.20 2.54 4.82 1.61 15 Macucu de sangue Fabaceae 1 25.00 1.45 1.00 0.42 0.22 2.80 4.67 1.56 16 Fava camuzé Mimosaceae 2 50.00 2.90 2.00 0.84 0.04 0.57 4.30 1.43 17 Lacre vermelho Clusiaceae 2 50.00 2.90 2.00 0.84 0.03 0.39 4.13 1.38 18 Buxuxu canela de velho Melastomataceae 2 50.00 2.90 2.00 0.84 0.02 0.30 4.03 1.34 19 Breu de leite Anacardiaceae 2 50.00 2.90 2.00 0.84 0.02 0.28 4.01 1.34 20 Envira taricucu Annonaceae 2 25.00 1.45 2.00 0.84 0.08 1.02 3.31 1.10 21 Envira surucucu Annonaceae 2 25.00 1.45 2.00 0.84 0.07 0.90 3.19 1.06 22 Angelim pedra Mimosaceae 1 25.00 1.45 1.00 0.42 0.10 1.22 3.09 1.03 23 Buritirana Arecaceae 3 25.00 1.45 3.00 1.26 0.03 0.35 3.06 1.02 24 Escorrega macaco Caesalpiniaceae 1 25.00 1.45 1.00 0.42 0.09 1.15 3.02 1.01 25 Sorva da mata Apocynaceae 2 25.00 1.45 2.00 0.84 0.05 0.66 2.95 0.98 26 Macucu chiador Chrysobalanaceae 1 25.00 1.45 1.00 0.42 0.08 1.06 2.93 0.98 27 Capitiú Monimiaceae 2 25.00 1.45 2.00 0.84 0.03 0.38 2.66 0.89 28 Lacre branco Clusiaceae 2 25.00 1.45 2.00 0.84 0.03 0.36 2.65 0.88 29 Murici de campina Malpighiaceae 2 25.00 1.45 2.00 0.84 0.02 0.31 2.60 0.87 30 Murta da mata Myrtaceae 2 25.00 1.45 2.00 0.84 0.02 0.25 2.53 0.84 31 Faveira Mimosaceae 1 25.00 1.45 1.00 0.42 0.05 0.62 2.49 0.83 32 Anil Melatomataceae 1 25.00 1.45 1.00 0.42 0.03 0.38 2.24 0.75 33 Ucuuba vermelha Myristicaceae 1 25.00 1.45 1.00 0.42 0.03 0.36 2.23 0.74 34 Uxirana Humiraceae 1 25.00 1.45 1.00 0.42 0.02 0.27 2.14 0.71 35 Ingá peluda Mimosaceae 1 25.00 1.45 1.00 0.42 0.02 0.26 2.12 0.71 36 Tucumã Arecaceae 1 25.00 1.45 1.00 0.42 0.02 0.26 2.12 0.71 37 Muirajibóia preta Fabaceae 1 25.00 1.45 1.00 0.42 0.02 0.22 2.09 0.70 38 Buxuxu folha serrilhada Melastomataceae 1 25.00 1.45 1.00 0.42 0.02 0.20 2.06 0.69 39 Fava folha fina Mimosaceae 1 25.00 1.45 1.00 0.42 0.01 0.17 2.04 0.68 40 Louro preto Lauraceae 1 25.00 1.45 1.00 0.42 0.01 0.16 2.03 0.68 41 Pajurazinho Chrysobalanaceae 1 25.00 1.45 1.00 0.42 0.01 0.14 2.01 0.67 42 Goiaba de anta vermelha Melastomataceae 1 25.00 1.45 1.00 0.42 0.01 0.11 1.98 0.66
TOTAL 239 1725 100 239 100 7.867 100 300 100
No fragmento 7, SESC, relativo ao Balneário do SESC, em 0,75 ha amostrado foram encontrados
219 indivíduos,e identificadas 96 espécies agrupadas em 36 famílias botânicas. As famílias que mais se
destacaram foram Arecaceae, Mimosaceae, Euphorbiaceae, Apocynaceae, Annonaceae e Fabaceae
totalizando 105 indivíduos, equivalente a 48,3 do IVI total. Onze famílias (Araliaceae, Bombacaceae,
Caryocaraceae, Cecropiaceae, Dichapetalaceae, Erythroxylaceae, Malpighiaceae, Meliaceae,
Monimiaceae, Sapindaceae e Tiliaceae) contiveram apenas um indivíduo, representando pouco mais de
30% do total de famílias. Na figura 21 apresentam-se as quinze famílias mais relevantes em relação ao IVI
com seus respectivos números de indivíduos.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
ArecaceaeMimosaceae
EuphorbiaceaeApocynaceaeAnnonaceae
FabaceaeClusiaceae
ChrysolbalanaceMelastomataceae
AnacardiaceaeSapotaceae
BurseraceaeSimaroubaceaeMyristicaceae
Myrtaceae
fam
ília
IVI %
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
número de indivíduos
IVI % número de indivíduos
Figura 24. Famílias que apresentaram os 15 maiores Índices de Valor de Importância, dados em porcentagem
(IVI%), contrastando com número de indivíduos amostrados por família no fragmento SESC, Manaus-AM.
As espécies mais importantes foram: dima, sorvinha, fava orelha de macaco, marupá, tinteira e
urucu bravo somando 32 indivíduos (14,6% do total), que participaram em 19,86% do IVI total. O
fragmento apresentou 66 espécies com apenas um indivíduo, correspondendo a aproximadamente 69% do
total amostrado. A tabela 8 lista as espécies identificadas no fragmento SESC em relação ao IVI com as
estimativas de parâmetros estruturais.
Tabela 8. Parâmetros fitossociológicos (FA: freqüência absoluta; FR: freqüência relativa; DA: densidade absoluta;
DR: densidade relativa; DoA: dominância absoluta; DoR: dominância relativa; IVI e IVI%: índice de valor de
importância absoluto e relativo, respectivamente), número de indivíduos (ni) e famílias botânicas das espécies em
0,75 hectare amostrado no fragmento (7) SESC, Manaus-AM.
N° Nome Vulgar Família ni FA FR DA DR DoA DoR IVI IVI% 1 Dima Euphorbiaceae 9 100.00 2.22 12.00 4.11 0.62 5.58 11.91 3.97 2 Sorvinha Apocynaceae 8 33.33 0.74 10.67 3.65 0.81 7.33 11.72 3.91 3 Fava orelha de macaco Mimosaceae 4 100.00 2.22 5.33 1.83 0.73 6.60 10.65 3.55 4 Marupá Simaroubaceae 5 100.00 2.22 6.67 2.28 0.48 4.31 8.82 2.94 5 Tinteira Melastomataceae 6 100.00 2.22 8.00 2.74 0.40 3.62 8.58 2.86 6 Urucu bravo Euphorbiaceae 8 100.00 2.22 10.67 3.65 0.22 2.02 7.90 2.63 7 Pau pombo Anacardiaceae 5 66.67 1.48 6.67 2.28 0.42 3.78 7.54 2.51 8 Breu vermelho Burseraceae 6 100.00 2.22 8.00 2.74 0.25 2.26 7.22 2.41 9 Ingá vermelho Mimosaceae 7 100.00 2.22 9.33 3.20 0.19 1.72 7.14 2.38 10 Buriti Arecaceae 3 33.33 0.74 4.00 1.37 0.52 4.69 6.80 2.27 11 Macucu chiador Chrysobalanaceae 6 100.00 2.22 8.00 2.74 0.16 1.42 6.38 2.13 12 Açaí Arecaceae 6 100.00 2.22 8.00 2.74 0.12 1.10 6.06 2.02 13 Mata pau Clusiaceae 4 66.67 1.48 5.33 1.83 0.28 2.51 5.82 1.94 14 Cumaru Fabaceae 2 66.67 1.48 2.67 0.91 0.37 3.32 5.72 1.91 15 Sapota Sapotaceae 3 33.33 0.74 4.00 1.37 0.38 3.45 5.56 1.85 16 Araçá bravo Myrtaceae 6 66.67 1.48 8.00 2.74 0.11 0.98 5.20 1.73 17 Envira preta Annonaceae 3 100.00 2.22 4.00 1.37 0.17 1.56 5.16 1.72 18 Bacaba Arecaceae 5 66.67 1.48 6.67 2.28 0.15 1.35 5.11 1.70 19 Tucumã Arecaceae 5 33.33 0.74 6.67 2.28 0.22 2.01 5.04 1.68 20 Inajá Arecaceae 3 66.67 1.48 4.00 1.37 0.21 1.94 4.79 1.60 21 Amarelinha Euphorbiaceae 5 33.33 0.74 6.67 2.28 0.11 1.04 4.06 1.35 22 Pajurazinho Chrysobalanaceae 3 66.67 1.48 4.00 1.37 0.13 1.18 4.03 1.34 23 Envira taricucu Annonaceae 3 33.33 0.74 4.00 1.37 0.19 1.75 3.86 1.29 24 Abiurana Sapotaceae 4 33.33 0.74 5.33 1.83 0.10 0.95 3.51 1.17 25 Ata brava Annonaceae 3 33.33 0.74 4.00 1.37 0.15 1.39 3.50 1.17 26 Anani Clusiaceae 2 66.67 1.48 2.67 0.91 0.12 1.10 3.49 1.16 27 Goiaba de anta vermelha Melastomataceae 3 66.67 1.48 4.00 1.37 0.07 0.62 3.48 1.16 28 Muiratinga Moraceae 3 66.67 1.48 4.00 1.37 0.06 0.54 3.39 1.13 29 Quaruba vermelha Vochysiaceae 4 33.33 0.74 5.33 1.83 0.09 0.81 3.38 1.13 30 Lacre vermelho Clusiaceae 3 66.67 1.48 4.00 1.37 0.05 0.48 3.33 1.11 31 Cardeiro Bombacaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.23 2.09 3.29 1.10 32 Ingá de arara Mimosaceae 2 66.67 1.48 2.67 0.91 0.09 0.85 3.25 1.08 33 Caroba Bignoniaceae 2 33.33 0.74 2.67 0.91 0.15 1.34 3.00 1.00 34 Ripeiro branco Lecythidaceae 2 66.67 1.48 2.67 0.91 0.07 0.60 2.99 1.00 35 Cupiúba Celastraceae 2 66.67 1.48 2.67 0.91 0.06 0.56 2.95 0.98 36 Uxirana Humiraceae 2 66.67 1.48 2.67 0.91 0.05 0.49 2.88 0.96 37 Fava camuzé Mimosaceae 2 66.67 1.48 2.67 0.91 0.05 0.42 2.82 0.94 38 Ucuuba punã Myristicaceae 2 66.67 1.48 2.67 0.91 0.04 0.34 2.74 0.91 39 Sapateiro Clusiaceae 3 33.33 0.74 4.00 1.37 0.06 0.58 2.69 0.90 40 Muiraximbé Rubiaceae 2 66.67 1.48 2.67 0.91 0.03 0.24 2.64 0.88 41 Sucuúba Apocynaceae 2 66.67 1.48 2.67 0.91 0.03 0.24 2.63 0.88 42 Vassoureiro Euphorbiaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.15 1.38 2.58 0.86 43 Taperebá Anacardiaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.13 1.21 2.41 0.80 44 Ucuuba branca Myristicaceae 2 33.33 0.74 2.67 0.91 0.08 0.70 2.36 0.79 45 Falso angelim Mimosaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.13 1.16 2.36 0.79 46 Sucupira vermelha Fabaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.11 0.97 2.17 0.72 47 Fava benguê Mimosaceae 2 33.33 0.74 2.67 0.91 0.05 0.49 2.15 0.72 48 Murici Malpighiaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.10 0.91 2.11 0.70 49 Muirajibóia amarela Fabaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.09 0.85 2.05 0.68 50 Piquiarana Caryocaraceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.09 0.85 2.05 0.68 51 Louro preto Lauraceae 2 33.33 0.74 2.67 0.91 0.04 0.34 2.00 0.67 52 Maoeira Vochysiaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.08 0.74 1.94 0.65 53 Pachiubinha Arecaceae 2 33.33 0.74 2.67 0.91 0.03 0.23 1.88 0.63 54 Pepino da mata Apocynaceae 2 33.33 0.74 2.67 0.91 0.02 0.21 1.86 0.62 55 Fava folha fina Mimosaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.06 0.55 1.74 0.58 56 Patauá Arecaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.06 0.54 1.73 0.58
Continua...
Tabela 8, Cont.
57 Pau tanino Moraceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.06 0.50 1.70 0.57 58 Breu preto Burseraceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.05 0.46 1.66 0.55 59 Ucuuba vermelha Myristicaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.05 0.45 1.64 0.55 60 Acariquara branca Apocynaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.04 0.38 1.58 0.53 61 Embaubarana Cecropiaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.04 0.38 1.58 0.53 62 Macucu Chrysobalanaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.04 0.38 1.58 0.53 63 Tachi vermelho Caesalpiniaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.04 0.38 1.58 0.53 64 Sucupira amarela Fabaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.04 0.36 1.56 0.52 65 Caraipé Chrysobalanaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.04 0.34 1.54 0.51 66 Jitó branco Meliaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.04 0.34 1.54 0.51 67 Mata mata amarelo Lecythidaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.04 0.33 1.53 0.51 68 Tauari Lecythidaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.04 0.33 1.53 0.51 69 Ucuuba preta Myristicaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.04 0.33 1.53 0.51 70 Uxi amarelo Humiraceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.04 0.32 1.52 0.51 71 Muirajibóia preta Fabaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.03 0.31 1.50 0.50 72 Pimenta de nambu Erythroxylaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.03 0.29 1.49 0.50 73 Envira surucucu Annonaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.03 0.23 1.42 0.47 74 Sucupira chorona Fabaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.02 0.21 1.41 0.47 75 Capitiú Monimiaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.02 0.20 1.40 0.47 76 Morototó Araliaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.02 0.20 1.40 0.47 77 Abiurana casca fina Sapotaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.02 0.19 1.38 0.46 78 Paxiúba Arecaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.02 0.19 1.38 0.46 79 Sorva da mata Apocynaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.02 0.19 1.38 0.46 80 Tachi preto Caesalpiniaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.02 0.19 1.38 0.46 81 Pitomba da mata Sapindaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.02 0.18 1.38 0.46 82 Taquari vermelho Euphorbiaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.02 0.16 1.36 0.45 83 Envira pente de macaco Tiliaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.02 0.16 1.36 0.45 84 Periquiteira amarela Flacourtiaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.02 0.16 1.36 0.45 85 Envira fofa Annonaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.02 0.16 1.35 0.45 86 Breu de leite Anacardiaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.02 0.15 1.35 0.45 87 NI 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.02 0.15 1.35 0.45 88 Envira bobó Annonaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.02 0.15 1.35 0.45 89 Caraiperana Chrysobalanaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.02 0.14 1.33 0.44 90 Jiboinha Fabaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.02 0.14 1.33 0.44 91 Murta da mata Myrtaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.01 0.13 1.33 0.44 92 Buxuxu canela de velho Melastomataceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.01 0.13 1.32 0.44 93 Tapura Dichapetalaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.01 0.13 1.32 0.44 94 Pupunha brava Arecaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.01 0.11 1.31 0.44 95 Ucuru bravo Euphorbiaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.01 0.11 1.31 0.44 96 Periquiteira Flacourtiaceae 1 33.33 0.74 1.33 0.46 0.01 0.09 1.29 0.43
TOTAL 219 4500 100 292 100 11.06 100 300 100
No fragmento 8, SAUIM, foi amostrado 0,75 hectare sendo encontrados 289 indivíduos arbóreos,
59 espécies e 26 famílias botânicas. As famílias mais importantes foram Melastomataceae, Anacardiaceae,
Annonaceae, Lecyhidaceae, Arecaceae e Myrtaceae que juntas somaram 187 indivíduos, participando em
58,2 % do IVI total das espécies. Cinco famílias (Bignoniaceae, Lauraceae, Opiliaceae, Sapindaceae e
Tiliaceae) contiveram apenas um individuo. Na figura 22 são mostradas as quinze famílias com maiores
IVI que foram encontradas no fragmento.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
MelastomataceaeAnacardiaceae
AnnonaceaeLecythidaceae
ArecaceaeMyrtaceae
HumiraceaeMalpighiaceae
MimosaceaeApocynaceae
ChrysolbalanaceaeFabaceae
CelastraceaeMoraceae
Flacourtiaceae
fam
ília
IVI %
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
número de indivíduos
IVI % número de indivíduos
Figura 25. Famílias que apresentaram os 15 maiores Índices de Valor de Importância, dados em porcentagem
(IVI%), contrastando com número de indivíduos amostrados por família no fragmento SAUIM, Manaus-AM.
As espécies que se destacaram foram: pau-pombo, anil, castanha do Brasil, uxirana, envira-
surucucu e tinteira somando 142 indivíduos, com uma participação de, aproximadamente, 41% do IVI
total. Destaque para a ocorrência de indivíduos de castanha do Brasil, espécie que reflete o histórico de
uso da área. Ocorreram com apenas um indivíduo 28 espécies, representando cerca de 47% do total
amostrado. Na tabela 9 são mostradas as estimativas de parâmetros de estrutura horinzontal para as
espécies do fragmento SAUIM.
Tabela 9. Parâmetros fitossociológicos (FA: freqüência absoluta; FR: freqüência relativa; DA: densidade absoluta;
DR: densidade relativa; DoA: dominância absoluta; DoR: dominância relativa; IVI e IVI%: índice de valor de
importância absoluto e relativo, respectivamente), número de indivíduos (ni) e famílias botânicas das espécies em
0,75 hectare amostrado no fragmento (8) SAUIM, Manaus-AM.
N° Nome Vulgar Família ni FA FR DA DR DoA DoR IVI IVI% 1
Pau pombo
Anacardiaceae
54
100.00
3.66
72.00
18.69
1.42
16.29
38.63
12.88
2
Anil
Melastomataceae
32
66.67
2.44
42.67
11.07
0.87
9.93
23.44
7.81
3
Castanha do Brasil
Lecythidaceae
4
100.00
3.66
5.33
1.38
1.10
12.54
17.58
5.86
4
Uxirana
Humiraceae
21
100.00
3.66
28.00
7.27
0.45
5.18
16.10
5.37
5
Envira surucucu
Annonaceae
18
100.00
3.66
24.00
6.23
0.37
4.25
14.13
4.71
6
Tinteira
Melastomataceae
13
100.00
3.66
17.33
4.50
0.45
5.16
13.32
4.44
7
Bacaba
Arecaceae
13
100.00
3.66
17.33
4.50
0.41
4.70
12.86
4.29
8
Murici de campina
Malpighiaceae
15
66.67
2.44
20.00
5.19
0.36
4.08
11.71
3.90
9
Murta da mata
Myrtaceae
11
66.67
2.44
14.67
3.81
0.20
2.32
8.56
2.85
10
Envira fofa
Annonaceae
9
33.33
1.22
12.00
3.11
0.28
3.15
7.48
2.49
11
Cupiúba
Celastraceae
7
100.00
3.66
9.33
2.42
0.10
1.17
7.25
2.42
12
Araçá bravo
Myrtaceae
7
66.67
2.44
9.33
2.42
0.12
1.36
6.22
2.07
13
Sorvinha
Apocynaceae
5
66.67
2.44
6.67
1.73
0.16
1.82
5.98
1.99
14
Tento
Fabaceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.32
3.63
5.19
1.73
15
Breu vermelho
Burseraceae
4
33.33
1.22
5.33
1.38
0.18
2.07
4.67
1.56
16
Envira taricucu
Annonaceae
5
33.33
1.22
6.67
1.73
0.15
1.71
4.65
1.55
17
Macucu chiador
Chrysobalanaceae
6
33.33
1.22
8.00
2.08
0.11
1.24
4.53
1.51
18
Caraipé
Chrysobalanaceae
2
66.67
2.44
2.67
0.69
0.11
1.21
4.34
1.45
19
Tucumã
Arecaceae
2
66.67
2.44
2.67
0.69
0.09
1.01
4.14
1.38
20
Ingá vermelho
Mimosaceae
4
33.33
1.22
5.33
1.38
0.12
1.36
3.96
1.32
21
Goiaba de anta branca
Melastomataceae
3
66.67
2.44
4.00
1.04
0.04
0.47
3.94
1.31
22
Breu de leite
Anacardiaceae
2
66.67
2.44
2.67
0.69
0.03
0.39
3.52
1.17
23
Cumaru roxo
Fabaceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.16
1.81
3.38
1.13
24
Muiratinga
Moraceae
3
33.33
1.22
4.00
1.04
0.08
0.91
3.17
1.06
25
Ripeiro branco
Lecythidaceae
3
33.33
1.22
4.00
1.04
0.07
0.75
3.00
1.00
26
Mata mata amarelo
Lecythidaceae
3
33.33
1.22
4.00
1.04
0.05
0.58
2.84
0.95
27
Buxuxu folha serrilhada
Melastomataceae
3
33.33
1.22
4.00
1.04
0.05
0.52
2.78
0.93
28
Tachi vermelho
Caesalpiniaceae
2
33.33
1.22
2.67
0.69
0.07
0.76
2.67
0.89
29
Ingá branco
Mimosaceae
2
33.33
1.22
2.67
0.69
0.06
0.70
2.61
0.87
30
Sucuúba
Apocynaceae
2
33.33
1.22
2.67
0.69
0.04
0.51
2.42
0.81
31
Piabinha roxa
Flacourtiaceae
2
33.33
1.22
2.67
0.69
0.04
0.50
2.42
0.81
32
Tapura
Dichapetalaceae
2
33.33
1.22
2.67
0.69
0.03
0.33
2.24
0.75
33
Murta
Myrtaceae
2
33.33
1.22
2.67
0.69
0.03
0.29
2.20
0.73
34
Envira pente de macaco
Tiliaceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.06
0.63
2.20
0.73
35
Dima
Euphorbiaceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.05
0.58
2.15
0.72
36
Piquiá marfim
Apocynaceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.05
0.58
2.15
0.72
37
Ingá de arara
Mimosaceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.05
0.57
2.14
0.71
38
Fava camuzé
Mimosaceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.04
0.50
2.06
0.69
39
Bacuri
Clusiaceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.03
0.35
1.91
0.64
40
Envira preta
Annonaceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.03
0.33
1.89
0.63
41
Goiaba de anta vermelha
Melastomataceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.03
0.31
1.87
0.62
42
Piabinha
Flacourtiaceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.03
0.29
1.85
0.62
43
Pitomba da mata
Sapindaceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.02
0.27
1.84
0.61
44
Ucuuba branca
Myristicaceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.02
0.27
1.84
0.61
45
Louro chumbo
Lauraceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.02
0.23
1.80
0.60
46
Vassoureiro
Euphorbiaceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.02
0.23
1.80
0.60
47
Murici do campo
Malpighiaceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.02
0.23
1.80
0.60
48
Amapá doce
Moraceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.02
0.19
1.75
0.58
49
Pau marfim
Opiliaceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.02
0.19
1.75
0.58
50
Lacre branco
Clusiaceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.02
0.18
1.74
0.58
51
Buxuxu canela de velho
Melastomataceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.02
0.17
1.74
0.58
52
Lacre vermelho
Clusiaceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.02
0.17
1.74
0.58
53
Periquiteira roxa
Flacourtiaceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.02
0.17
1.74
0.58
54
Angelim rajado
Mimosaceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.01
0.17
1.74
0.58
55
Leiteira
Moraceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.01
0.16
1.73
0.58
56
Urucu bravo
Euphorbiaceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.01
0.16
1.72
0.57
57
Ucuuba preta
Myristicaceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.01
0.14
1.71
0.57
58
Caroba
Bignoniaceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.01
0.12
1.69
0.56
59
Ucuuba vermelha
Myristicaceae
1
33.33
1.22
1.33
0.35
0.01
0.12
1.69
0.56
TOTAL 289 2733.3 100.00 385.33 100.00 8.74 100.00 300.00 100.00
No fragmento 9, CASTANHEIRAS, foi amostrado 0,5 hectare donde se encontrou 148
indivíduos arbóreos e 69 espécies, agrupadas em 34 famílias botânicas. As famílias que se destacaram
foram Euphorbiaceae, Cecropiaceae, Mimosaceae, Annonaceae, Fabaceae e Clusciaceae totalizando 63
indivíduos, com participação no IVI total de 43,42%. Dez famílias (Anisophylleaceae, Apocynaceae,
Caryocaraceae, Celastraceae, Dichapetalaceae, Malpighiaceae, Melastomataceae, Sapindaceae,
Sterculiaceae e Tiliaceae) apareceram com apenas um individuo, cerca de 30% do número total de
famílias. A figura 23 mostra as quinze famílias com maiores IVI e seus números de indivíduos.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
EuphorbiaceaeCecropiaceaeMimosaceaeAnnonaceae
FabaceaeClusiaceae
MyristicaceaeLecythidaceae
ChrysolbalanaceaeAnacardiaceae
MoraceaeSapotaceae
LauraceaeFlacourtiaceae
Caesalpiniaceae
fam
ília
IVI %
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
número de indivíduos
IVI % número de indivíduos
Figura 26. Famílias que apresentaram os 15 maiores Índices de Valor de Importância, dados em porcentagem
(IVI%), contrastando com número de indivíduos amostrados por família no fragmento Castanheiras, Manaus-AM.
As espécies consideradas mais importantes pelo IVI foram: embaubarana, seringarana, matamatá-
amarelo, pau-pombo, apuí e breu-vermelho com 33 indivíduos (24,46% do IVI total). Na tabela 10 são
apresentadas as estimativas de parâmetros de estrutura horizontal das espécies encontradas no fragmento
CASTANHEIRAS.
Tabela 10. Parâmetros fitossociológicos (FA: freqüência absoluta; FR: freqüência relativa; DA: densidade absoluta;
DR: densidade relativa; DoA: dominância absoluta; DoR: dominância relativa; IVI e IVI%: índice de valor de
importância absoluto e relativo, respectivamente), número de indivíduos (ni) e famílias botânicas das espécies em
0,50 hectare amostrado no fragmento (9) CASTANHEIRAS, Manaus-AM.
N° Nome Vulgar Família ni FA FR DA DR DoA DoR IVI IVI% 1 Embaubarana Cecropiaceae 8 100.0 2.47 16.00 5.41 0.94 8.07 15.95 5.32 2 Seringarana Euphorbiaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 1.42 12.16 14.07 4.69 3 Mata mata amarelo Lecythidaceae 5 100.0 2.47 10.00 3.38 0.86 7.41 13.26 4.42 4 Pau pombo Anacardiaceae 7 100.0 2.47 14.00 4.73 0.50 4.28 11.47 3.82 5 Apuí Clusiaceae 7 100.0 2.47 14.00 4.73 0.47 4.06 11.26 3.75 6 Breu vermelho Burseraceae 5 100.0 2.47 10.00 3.38 0.18 1.51 7.36 2.45 7 Dima Euphorbiaceae 6 50.0 1.23 12.00 4.05 0.24 2.03 7.32 2.44 8 Seringa vermelha Euphorbiaceae 3 50.0 1.23 6.00 2.03 0.47 3.99 7.25 2.42 9 Cardeiro Bombacaceae 2 100.0 2.47 4.00 1.35 0.39 3.38 7.20 2.40 10 Uxirana Humiraceae 4 100.0 2.47 8.00 2.70 0.19 1.60 6.77 2.26 11 Envira fofa Annonaceae 4 100.0 2.47 8.00 2.70 0.19 1.60 6.77 2.26 12 Caroba Bignoniaceae 3 100.0 2.47 6.00 2.03 0.26 2.22 6.72 2.24 13 Ingá vermelho Mimosaceae 5 50.0 1.23 10.00 3.38 0.23 2.01 6.62 2.21 14 Embaúba benguê Cecropiaceae 3 50.0 1.23 6.00 2.03 0.37 3.16 6.42 2.14 15 Faveira Mimosaceae 4 100.0 2.47 8.00 2.70 0.12 0.99 6.16 2.05 16 Muirapiranga folha grande Caesalpiniaceae 3 50.0 1.23 6.00 2.03 0.28 2.41 5.67 1.89 17 Ucuuba branca Myristicaceae 2 100.0 2.47 4.00 1.35 0.21 1.83 5.65 1.88 18 Guariúba Moraceae 4 50.0 1.23 8.00 2.70 0.18 1.55 5.49 1.83 19 Supiarana Euphorbiaceae 3 50.0 1.23 6.00 2.03 0.26 2.21 5.48 1.83 20 Pajurazinho Chrysobalanaceae 3 50.0 1.23 6.00 2.03 0.24 2.10 5.36 1.79 21 Tento Fabaceae 3 50.0 1.23 6.00 2.03 0.21 1.79 5.05 1.68 22 Araçá bravo Myrtaceae 4 50.0 1.23 8.00 2.70 0.13 1.09 5.02 1.67 23 Arabá vermelho Fabaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.36 3.10 5.01 1.67 24 Louro pirarucu Lauraceae 2 50.0 1.23 4.00 1.35 0.22 1.91 4.50 1.50 25 Ucuuba vermelha Myristicaceae 3 50.0 1.23 6.00 2.03 0.11 0.90 4.16 1.39 26 Branquinha Violaceae 2 100.0 2.47 4.00 1.35 0.04 0.31 4.13 1.38 27 Macucu chiador Chrysobalanaceae 2 50.0 1.23 4.00 1.35 0.17 1.43 4.01 1.34 28 Louro preto Lauraceae 2 50.0 1.23 4.00 1.35 0.14 1.17 3.75 1.25 29 Muirajibóia preta Fabaceae 2 50.0 1.23 4.00 1.35 0.11 0.93 3.51 1.17 30 Bacaba Arecaceae 2 50.0 1.23 4.00 1.35 0.10 0.85 3.44 1.15 31 Mata pau Clusiaceae 2 50.0 1.23 4.00 1.35 0.07 0.61 3.19 1.06 32 Abiurana olho de veado Sapotaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.14 1.21 3.12 1.04 33 Ucuquirana Sapotaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.14 1.21 3.12 1.04 34 Pau canela Anisophylleaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.12 1.06 2.97 0.99 35 Muirajibóia amarela Fabaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.12 1.06 2.97 0.99 36 Frejó branco Boraginaceae 2 50.0 1.23 4.00 1.35 0.04 0.34 2.93 0.98 37 Muiratinga Moraceae 2 50.0 1.23 4.00 1.35 0.04 0.33 2.92 0.97 38 Piabinha Flacourtiaceae 2 50.0 1.23 4.00 1.35 0.04 0.31 2.90 0.97 39 Fava Mimosaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.11 0.98 2.89 0.96 40 Mirindiba Euphorbiaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.11 0.91 2.82 0.94 41 Caraipé Chrysobalanaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.10 0.84 2.75 0.92 42 Cupiúba Celastraceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.09 0.78 2.69 0.90 43 Amapá doce Moraceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.07 0.59 2.50 0.83 44 Tapura Dichapetalaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.06 0.54 2.45 0.82 45 Fava benguê Mimosaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.06 0.51 2.42 0.81 46 Ucuuba punã Myristicaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.05 0.46 2.37 0.79 47 Limãozinho Flacourtiaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.05 0.44 2.35 0.78 48 Sucuúba Apocynaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.05 0.44 2.35 0.78 49 Envira surucucu Annonaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.05 0.41 2.32 0.77 50 Sapota Sapotaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.05 0.39 2.30 0.77 51 Ucuuba preta Myristicaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.04 0.34 2.26 0.75 52 Abiurana casca fina Sapotaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.04 0.32 2.23 0.74 53 Envira amarela Annonaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.04 0.32 2.23 0.74 54 Goiaba de anta vermelha Melastomataceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.04 0.32 2.23 0.74 55 Louro aritu Lauraceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.03 0.26 2.17 0.72 56 Taquari vermelho Euphorbiaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.03 0.26 2.17 0.72
Continua...
Tabela 10, Cont.
57 Goiabinha Myrtaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.03 0.25 2.16 0.72 58 Biribá Annonaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.03 0.25 2.16 0.72 59 Envira pente de macaco Tiliaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.03 0.25 2.16 0.72 60 Murici de campina Malpighiaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.03 0.25 2.16 0.72 61 Periquiteira amarela Flacourtiaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.03 0.25 2.16 0.72 62 Piquiarana Caryocaraceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.02 0.21 2.12 0.71 63 Pitomba da mata Sapindaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.02 0.21 2.12 0.71 64 Tachi vermelho Caesalpiniaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.02 0.21 2.12 0.71 65 Cacauí Sterculiaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.02 0.16 2.07 0.69 66 Envira bobó Annonaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.02 0.16 2.07 0.69 67 Envira preta Annonaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.02 0.16 2.07 0.69 68 Piabinha roxa Flacourtiaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.02 0.16 2.07 0.69 69 Urucu bravo Euphorbiaceae 1 50.0 1.23 2.00 0.68 0.02 0.15 2.06 0.69
TOTAL 148 4,050 100.0 296.0 100.0 11.66 100.0 300.0 100.0
No fragmento 10, VILLAR CÂMARA, pela amostragem de 0,75 hectare do fragmento VILLAR
CÂMARA foram contabilizados 276 indivíduos, 62 espécies e 29 familias botânicas. As famílias que
tiveram importância fitossociológica maior foram Arecaceae, Euphorbiaceae, Mimosaceae, Clusiaceae,
Melastomataceae e Elaeocarpaceae totalizando 214 indivíduos com IVI parcial de 69,79%. Foram raras no
fragmento as famílias Araliaceae, Boraginaceae, Chrysobalanaceae, Flacourtiaceae, Olacaceae,
Sterculiaceae e Violaceae com apenas um indivíduo cada. As quinze famílias mais importantes estão
mostradas na figura 24, juntamente com o número de indivíduos para cada uma.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
ArecaceaeEuphorbiaceae
MimosaceaeClusiaceae
MelastomataceaeElaeocarpaceae
MyristicaceaeBignoniaceae
LauraceaeAnacardiaceae
MeliaceaeBurseraceae
MoraceaeSimaroubaceae
Bombacaceae
fam
ília
IVI %
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
número de individuos
IVI % número de indivíduos
Figura 27. Famílias que apresentaram os 15 maiores Índices de Valor de Importância, dados em porcentagem
(IVI%), contrastando com número de indivíduos amostrados por família no fragmento Villar Câmara, Manaus-AM.
As espécies mais importantes foram o Açaí, com 46 indivíduos (aproximadamente 17% do total
de indivíduos), o patauá, a seringarana, o apuí, o ingá vermelho e a mirindiba somando todos 126
indivíduos e 37,29% do IVI total. Contiveram apenas um indivíduo 28 espécies, constituindo cerca de
45% do total amostrado. A tabela 11 apresenta parâmetros fitossociologicos das dez espécies mais
importantes segundo o IVI, correspondendo a 50,5 % do IVI total.
Tabela 11. Parâmetros fitossociológicos (FA: freqüência absoluta; FR: freqüência relativa; DA: densidade absoluta;
DR: densidade relativa; DoA: dominância absoluta; DoR: dominância relativa; IVI e IVI%: índice de valor de
importância absoluto e relativo, respectivamente), número de indivíduos (ni) e famílias botânicas das espécies em
0,75 hectare amostrado no fragmento (10) VILLAR-CÂMARA, Manaus-AM.
N° Nome Vulgar Familia ni FA FR DA DR DoA DoR IVI IVI% 1
Açaí
Arecaceae
46
66.67
2.38
61.33
16.67
1.00
7.86
26.91
8.97
2
Patauá
Arecaceae
25
100.00
3.57
33.33
9.06
1.37
10.72
23.35
7.78
3
Seringarana
Euphorbiaceae
13
100.00
3.57
17.33
4.71
1.26
9.86
18.14
6.05
4
Apuí cebolão
Clusiaceae
18
100.00
3.57
24.00
6.52
0.86
6.76
16.85
5.62
5
Ingá vermelho
Mimosaceae
13
100.00
3.57
17.33
4.71
0.73
5.71
13.99
4.66
6
Mirindiba
Euphorbiaceae
11
66.67
2.38
14.67
3.99
0.80
6.26
12.63
4.21
7
Buritirana
Arecaceae
18
66.67
2.38
24.00
6.52
0.32
2.49
11.39
3.80
8
Urucurana
Elaeocarpaceae
4
100.00
3.57
5.33
1.45
0.76
5.98
11.00
3.67
9
Pachiubinha
Arecaceae
16
66.67
2.38
21.33
5.80
0.23
1.77
9.95
3.32
10
Tinteira
Melastomataceae
5
33.33
1.19
6.67
1.81
0.56
4.36
7.36
2.45
11
Goiaba de anta vermelha
Melastomataceae
8
33.33
1.19
10.67
2.90
0.39
3.05
7.14
2.38
12
Dima
Euphorbiaceae
5
66.67
2.38
6.67
1.81
0.35
2.72
6.91
2.30
13
Inajá
Arecaceae
5
33.33
1.19
6.67
1.81
0.47
3.69
6.69
2.23
14
Ucuuba branca
Myristicaceae
5
66.67
2.38
6.67
1.81
0.27
2.12
6.31
2.10
15
Pau pombo
Anacardiaceae
4
100.00
3.57
5.33
1.45
0.16
1.26
6.28
2.09
16
Caroba
Bignoniaceae
6
33.33
1.19
8.00
2.17
0.28
2.20
5.56
1.85
17
Marupá
Simaroubaceae
3
66.67
2.38
4.00
1.09
0.13
1.00
4.47
1.49
18
Cardeiro
Bombacaceae
2
66.67
2.38
2.67
0.72
0.16
1.29
4.39
1.46
19
Achichá
Sterculiaceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.35
2.77
4.32
1.44
20
Embaubarana
Cecropiaceae
2
66.67
2.38
2.67
0.72
0.10
0.80
3.90
1.30
21
Louro preto
Lauraceae
2
66.67
2.38
2.67
0.72
0.09
0.70
3.80
1.27
22
Andiroba
Meliaceae
2
33.33
1.19
2.67
0.72
0.21
1.65
3.57
1.19
23
Breu vermelho
Burseraceae
4
33.33
1.19
5.33
1.45
0.12
0.90
3.54
1.18
24
Seringa vermelha
Euphorbiaceae
4
33.33
1.19
5.33
1.45
0.10
0.80
3.44
1.15
25
Figueira
Moraceae
3
33.33
1.19
4.00
1.09
0.13
0.99
3.26
1.09
26
Lacre vermelho
Clusiaceae
4
33.33
1.19
5.33
1.45
0.07
0.54
3.18
1.06
27
Bacaba
Arecaceae
3
33.33
1.19
4.00
1.09
0.10
0.79
3.07
1.02
28
Louro fofo
Lauraceae
3
33.33
1.19
4.00
1.09
0.08
0.62
2.90
0.97
29
Muirapiranga folha grande
Caesalpiniaceae
2
33.33
1.19
2.67
0.72
0.09
0.68
2.60
0.87
30
Urucu bravo
Euphorbiaceae
2
33.33
1.19
2.67
0.72
0.08
0.65
2.57
0.86
31
Tauari de cachimbo
Lecythidaceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.12
0.93
2.49
0.83
32
Buxuxu folha serrilhada
Melastomataceae
2
33.33
1.19
2.67
0.72
0.05
0.37
2.28
0.76
33
Sorva da mata
Apocynaceae
2
33.33
1.19
2.67
0.72
0.04
0.35
2.27
0.76
34
Uxirana
Humiraceae
2
33.33
1.19
2.67
0.72
0.04
0.31
2.23
0.74
35
Ingá de arara
Mimosaceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.08
0.64
2.20
0.73
36
Jitó vermelho
Meliaceae
2
33.33
1.19
2.67
0.72
0.04
0.28
2.20
0.73
37
Breu branco
Burseraceae
2
33.33
1.19
2.67
0.72
0.03
0.27
2.18
0.73
38
Fava orelha de macaco
Mimosaceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.08
0.62
2.17
0.72
39
Jaraí
Sapotaceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.08
0.62
2.17
0.72
40
Fava fofa
Mimosaceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.06
0.50
2.05
0.68
41
Ingá branco
Mimosaceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.06
0.44
1.99
0.66
42
Tucumã
Arecaceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.04
0.35
1.90
0.63
43
Frejó
Boraginaceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.04
0.30
1.85
0.62
44
Anani
Clusiaceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.03
0.27
1.82
0.61
45
Ingá xixica
Mimosaceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.03
0.25
1.80
0.60
46
Piabinha
Flacourtiaceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.03
0.24
1.79
0.60
47
Taquari vermelho
Euphorbiaceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.03
0.23
1.78
0.59
48
Caraiperana
Chrysobalanaceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.03
0.21
1.76
0.59
49
Supiá
Euphorbiaceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.03
0.21
1.76
0.59
50
Tauari
Lecythidaceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.02
0.19
1.74
0.58
51
Arabá roxo
Fabaceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.02
0.17
1.73
0.58
52
Ucuuba vermelha
Myristicaceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.02
0.14
1.69
0.56
53
Coração de negro
Bignoniaceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.02
0.13
1.69
0.56
54
Fava folha fina
Mimosaceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.02
0.13
1.69
0.56
55
Branquinha
Violaceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.02
0.13
1.68
0.56
56
Muiratinga
Moraceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.02
0.12
1.67
0.56
57
Taquari branco
Euphorbiaceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.02
0.12
1.67
0.56
58
Abiurana
Sapotaceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.01
0.11
1.66
0.55
59
Supiarana
Euphorbiaceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.01
0.11
1.66
0.55
60
Sucupira preta
Fabaceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.01
0.10
1.65
0.55
61
Morototó
Araliaceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.01
0.09
1.65
0.55
62
Muirapuama
Olacaceae
1
33.33
1.19
1.33
0.36
0.01
0.08
1.64
0.55
TOTAL 276 2800.0 100.0 368.0 100.0 12.73 100.0 300.0 100.0
Uma síntese das análises realizadas para cada fragmento é apresentada na tabela 12. Nesta tabela
estão contidos também os Índices de Shannon calculados para os dez fragmentos amostrados. Os
fragmentos maiores, UFAM e AEROPORTO, que tiveram esforço amostral maior, apresentaram maior
número de famílias e de espécies, sendo que no fragmento AEROPORTO o número de espécies foi,
aproximadamente, 43% maior do que no fragmento UFAM. Entre os fragmentos menores, a discrepância
foi ainda maior, chegando a 236% entre o fragmento NÚCLEO 23 e o fragmento SESC, em relação ao
número de espécies. O número de famílias variou de 22 (SESI) a 47 (AEROPORTO).
Tabela 12. Quadro resumo com alguns dados das análises de composição florística dos dez fragmentos florestais
amostrados na cidade de Manaus-AM. F1: PARQUE DO MINDU; F2: UFAM; F3: CAMPOS ELÍSEOS; F4:
NÚCLEO 23; F5: AEROPORTO; F6: SESI; F7: SESC; F8: SAUIM; F9: CASTANHEIRAS; F10: VILLAR
CÂMARA. A: área total do fragmento; a: área amostrada no fragmento; a/A: razão entre a área amostrada e a área
total do fragmento, em porcentagem; Ni: número de indivíduos amostrados; Nf: Número de famílias botânicas
amostradas; Ne: Número de espécies amostradas; e H’: índice de Shannon.
Fragmento A (ha) a (ha) a/A(%) Ni Nf Ne H’
F1 29 0,75 2.59 259 29 64 3,56
F2 600 3,00 0.50 923 42 130 4,00
F3 18 0,75 4.17 146 24 45 3,12
F4 35 0,75 2.14 127 24 34 2,76
F5 540 3,00 0.56 982 47 186 4,28
F6 52 1,00 1.92 239 22 42 2,67
F7 13 0,75 5.77 219 37 96 4,27
F8 95 0,75 0.79 289 27 59 3,26
F9 10 0,50 5.00 148 34 69 3,99
F10 48 0,75 1.56 276 29 62 3,40
A riqueza de espécies e de famílias entre os fragmentos foi comparada por meio de curvas de
rarefação realizadas para todos os fragmentos (Figura 24 e 25). Utilizando-se um valor comum para o
número de indivíduos, de modo a contemplar todos os fragmentos, pode-se notar que o fragmento SESC
apresentou o maior número de espécies esperadas, seguido pelos fragmentos AEROPORTO,
CASTANHEIRAS, UFAM e PARQUE DO MINDU, respectivamente. Os que apresentaram menor
riqueza pela curva foram os fragmentos VILLAR CÂMARA, CAMPOS ELÍSEOS, SAUIM, NÚCLEO
23 e SESI, em ordem decrescente do número esperado de espécies. Isoladamente, as curvas de rarefação
não mostraram claramente uma estabilização do número de espécies para os fragmentos; apenas os
fragmentos UFAM e AEROPORTO apresentaram uma tendência a estabilização.
Apesar do bom desempenho dos fragmentos SESC e CASTANHEIRAS quanto ao Índice de
Shannon e ao número esperado de espécies (curvas de rarefação), é necessário olhar com cuidado esses
números principalmente quando se considera o número total de espécies amostradas nos fragmentos. Os
números totais de espécies amostradas nos fragmentos AEROPORTO e UFAM foram respectivamente
186 e 130 e nos fragmentos SESC e CASTANHEIRAS 96 e 69 espécies, respectivamente. Considerando
as intensidades amostrais aplicadas aos fragmentos SESC e CASTANHEIRAS, mesmo considerando que
as curvas de rarefação para os dois fragmentos não mostraram uma tendência a estabilização, tal como
aconteceu com os dois fragmentos maiores, parece pouco provável que um aumento no número de
indivíduos amostrados para os fragmentos SESC e CASTANHEIRAS até próximo do número de
indivíduos amostrado no AEROPORTO e UFAM signifique um aumento no número de espécies dos
primeiros fragmentos até valores próximos aos dos últimos. No entanto, seria necessário amostrar-se um
maior número de indivíduos para os dois fragmentos com o fim de comprovar tal suposição. Mesmo
assim, a riqueza específica elevada dos fragmentos SESC e CASTANHEIRAS, perante suas diminutas
áreas, 13 e 10 ha, respectivamente, já é uma razão mais que suficiente para torná-los áreas de relevante
interesse ecológico.
As curvas de rarefação aplicadas para os fragmentos considerando-se as famílias mostraram
resultados bastante parecidos aos das curvas de rarefação para as espécies, no entanto um pouco mais
confusos, principalmente por causa do número de famílias ser substancialmente menor que o de espécies.
Nota-se que o fragmento CASTANHEIRAS aparece ligeiramente com um número esperado de famílias
maior que o fragmento SESC, do qual aparece muito próximo o fragmento AEROPORTO e deste o
fragmento UFAM. Esses quatro fragmentos apresentam, de modo geral, números esperados de famílias
bastante similares, diferenciando-os dos demais.
AEROPORTO e UFAM apresentam uma tendência muito clara para a estabilização do número de
famílias, o que não é evidente para nenhum outro fragmento. Com números esperados de famílias abaixo
dos quatro fragmento mencionados acima e bastante similares entre si aparecem PARQUE DO MINDU,
CAMPOS ELÍSEOS, NÚCLEO 23, SAUIM e VILLAR CÂMARA. O fragmento SESI aparece com o
menor número esperado de famílias para um número determinado de indivíduos, bem abaixo dos demais.
A suposição feita anteriormente para o número total de espécies dos fragmentos não se aplica ao
número total de famílias para os fragmentos. Os fragmentos nos quais a curva de rarefação indicou um
número maior de famílias por número fixo de indivíduos tendem a ter números totais de famílias bastante
similares aumentando-se a intensidade amostral. Do mesmo modo, o segundo grupo de fragmentos, que
apresentou números esperados de famílias inferiores, também tende a ter números totais de famílias
parecidos entre eles.
Figura 28. Curvas de rarefação considerando as espécies para os dez fragmentos amostrados na zona urbana de Manaus-AM. ES(n); número
esperado de espécies; n: número de indivíduos.
Figura 29. Curvas de rarefação considerando as famílias para os dez fragmentos amostrados na zona urbana de Manaus-AM. ES(n); número
esperado de famílias; n: número de indivíduos.
A Figura 26 mostra o número de espécies necessário por fragmento, considerando-se as “mais
importantes”, para se atingir uma participação no IVI correspondente a 50% e o número de famílias que as
compreendem. Nos fragmentos SESI, CAMPOS ELÍSEOS, NÚCLEO 23 e SAUIM observa-se que
poucas espécies são responsáveis por 50% do IVI total, aproximadamente. De outro lado, em fragmentos
como AEROPORTO, SESC, UFAM e CASTANHEIRAS, um número elevado de espécies é requerido
para formar 50% do IVI total.
0
5
10
15
20
25
30
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9 F10
fragmentos
núm
ero
de e
spéc
ies
0
5
10
15
20
25
30
núm
ero
de fa
míli
as
número de espécies número de famílias
Figura 30. Número de espécies por fragmento amostrado, considerando-se as mais importantes, necessário para
atingir participação de 50% no Índice de Valor de Importância em porcentagem (IVI%) com o número de famílias
correspondente. F1: PARQUE DO MINDU; F2: UFAM; F3: CAMPOS ELÍSEOS; F4: NÚCLEO 23; F5:
AEROPORTO; F6: SESI; F7: SESC; F8: SAUIM; F9: CASTANHEIRAS; F10: VILLAR CÂMARA.
Ocorreram semelhanças florísticas expressivas entre todos os fragmentos analisados com áreas de
floresta primária de outros estudos (Higuchi et al.,1997; Ribeiro et al., 1999; Lima, 2002; Carneiro, 2004;
Oliveira & Amaral, 2004), indicando que estas áreas são remanecentes da vegetação florestal original,
guardando vestígios da floresta matriz.
Em alguns fragmentos houve semelhanças nas proporções de famílias e espécies com florestas
primárias regionais. Assim, por exemplo, famílias que tiveram grande importância em estudos realizados
por Carneiro (2004) e Oliveira & Amaral (2004) em área de floresta primária próxima a Manaus, como
Sapotaceae, Lecythidaceae, Euphorbiaceae, Fabaceae, Arecaceae, Chrysobalanaceae, Caesalpinaceae e
Burseraceae também tiveram importância grande nos fragmentos da UFAM, do AEROPORTO, SESC,
PARQUE DO MINDU e CASTANHEIRAS. Espécies muito comuns em florestas primárias de terra-firme
como o breu-vermelho e o matamatá amarelo (Higuchi et al.,1997; Lima, 2002; Carneiro, 2004) também
apareceram com destaque em fragmentos como o da UFAM e do AEROPORTO.
A análise da composição florística dos fragmentos encontrou a presença de espécies, gêneros e
famílias indicadores e caracterizadores de áreas com vegetação secundárias submetidas a diversas formas
de uso do solo. Assim, por exemplo, a presença de indivíduos da família Cecropiaceae (embaubarana,
embaúba), dos gêneros Clusia e Vismia (apuí e lacre) e das espécies dima e pau-pombo é um indicativo de
regeneração florestal recente. Tais indivíduos ocorreram de forma marcante em fragmentos como o do
CAMPOS ELÍSEOS, NÚCLEO 23, CASTANHEIRAS e SESI, e condizem com outros trabalhos
realizados em áreas de vegetação secundária ou capoeiras (Nelson et al., 1999; Lima, 2002).
Em alguns fragmentos pôde-se notar a presença de espécies arbóreas reconhecidamente exóticas a
flora nativa regional: no PARQUE DO MINDU a castanhola (1 indivíduo), o jambo (1 indivíduo) e o
cacau (1 indivíduo); no CAMPOS ELÍSEOS a castanhola (3 indivíduos) e o cupuaçu (1 indivíduo); e no
NÚCLEO 23 a mangueira com dois indivíduos A presença dessas espécies é sinal de interferência
antrópica nos fragmentos, seja na forma do cultivo de espécies frutíferas no seu interior (jambo, cupuaçu,
cacau e mangueira), atestando também um histórico de uso mais remoto (PARQUE DO MINDU) ou mais
recente (CAMPOS ELÍSEOS e NÚCLEO 23), seja na forma de espécies utilizadas na arborização urbana
(castanhola, no caso) que acabam sendo dispersadas para o interior da mata. A castanhola,
particularmente, é muito comum nas regiões de bordas de fragmentos e na vegetação que margeia muitos
igarapés de Manaus, sendo também muito freqüente na arborização da cidade.
Os valores de diversidade de Shannon (H’), analisados isoladamente, condizem com os valores
encontrados para outras áreas de vegetação primária ou secundária na região de Manaus. Por exemplo,
Lima (2002), em trabalho realizado na região de Manaus, encontrou valores de 1,76, 2,93, 3,28 para
capoeiras com 6, 10 e 25 anos respectivamente, parecidos com os valores encontrados para os fragmentos
CAMPOS ELÍSEOS, NÚCLEO 23 e SESI; para amostras em florestas primárias, os valores de 4,51 e
4,38, próximos dos valores encontrados aqui para a área da UFAM, do AEROPORTO, SESC e
CASTANHEIRAS. Higuchi et al. (1997) trabalhando em área próxima ao local estudado por Lima (2002)
mas exclusivamente em floresta primária, encontrou os índices de diversidade de Shannon de 4,39 e 4,59.
Entre as espécies que estiveram presentes em um maior número de fragmentos destacam-se: o
breu-vermelho, presente nos dez fragmentos amostrados; o pau-pombo, o ingá vermelho, a muiratinga e a
ucuuba branca, todos presentes em nove fragmentos; dima, araçá-bravo, uxirana, embaubarana, cardeiro,
ucuuba vermelha e louro preto, presentes em oito fragmentos.
Quanto às famílias botânicas que ocorreram em um maior número de fragmentos destacam-se
Anacardiaceae, Arecaceae, Burseraceae, Caesalpinaceae, Clusiaceae, Euphorbiaceae, Lauraceae,
Mimosaceae, Myristicaceae presentes em todos os fragmentos; já, Chrysobalanaceae, Flacourtiaceae,
Lecythidaceae, Moraceae e Myrtaceae ocorreram em nove de dez fragmentos amostrados. As famílias
Duckeodendraceae, Memecylaceae, Quinaceae, Sterculiaceae e Ulmaceae foram encontradas cada uma
em um fragmento apenas.
As espécies que estiveram presentes mais vezes nas primeiras 10 posições em relação ao IVI nos
fragmentos estudados foram: ingá vermelho (em 6 fragmentos); bacaba, dima, envira-fofa, pau-pombo e
tinteira (em 5 fragmentos); açaí, apuí, breu-vermelho e seringarana (em 4 fragmentos); buriti, matamatá-
amarelo e muiratinga (em 3 fragmentos).
As espécies raras, considerando todas as 48 unidades de amostragem e os 3608 indivíduos
amostrados, foram 56, correspondendo a 22%, aproximadamente, do total de espécies. Entre elas
encontram-se o angelim-pedra, a carapanaúba, a copaíba, a itaúba, o louro-branco, o louro-vermelho e o
tento-azul, espécies tradicionalmente usadas para fins madeireireiros, de alto valor econômico e, talvez
por isso, raras em Manaus.
Muito importante foi a presença da família Arecacea nos fragmentos. Na Tabela 13 pode ser vista
o número de indivíduos dessa família encontrados e a proporção que representam em relação ao total de
indivíduos em cada fragmento, além da participação que das espécies de Arecaceae no IVI. Nota-se
valores significativamente altos na maioria dos fragmentos. Uma das razões para a significativa expressão
da família Arecaceae é a localização desses fragmentos em áreas baixas, próximos a rede hidrográfica
local, em ambientes de Floresta de Baixio. Nesse ambiente é comum a ocorrência abundante de palmeiras
arbóreas, como por exemplo patauá (Oenocarpus bataua) e buriti (Mauritia flexuosa) (Ribeiro et al.,
1999). Praticamente todos os fragmentos amostrados são cortados por igarapés e têm boa parte de sua
extensão em áreas baixas ou mesmo indundadas periodicamente (VILLAR CÂMARA e CAMPOS
ELÍSEOS, principalmente).
Tabela 13. Ocorrência de espécimes de Arecaceae nos fragmentos amostrados.
Fragmentos Número de indivíduos Porcentagem de indivíduos em relação ao total amostrado
IVI %
PARQUE DO MINDU 75 28.96 22.26 UFAM 168 18.18 11.90 C. ELÍSEOS 62 42.47 38.89 NÚCLEO 23 17 13.39 11.18 AEROPORTO 103 10.49 6.21 SESI 91 38.08 32.00 SESC 27 12.33 11.37 SAUIM 15 5.19 5.67 CASTANHEIRAS 2 1.35 1.15 VILLAR CÂMARA 113 40.94 27.75
Total geral 673 18.65
A similaridade florística entre os fragmentos foi realizada pela análise de agrupamento sendo representada
pelo dendrograma da Figura 27. As similaridades mais representativas ocorreram entre os fragmentos
UFAM e AEROPORTO (~ 61%), PARQUE DO MINDU e VILLAR CÂMARA (~ 44%), SESI e SAUIM
(~ 41%) e SESC e CASTANHEIRAS (~ 39%).
Figura 31. Dendrograma de similaridade florística originado a partir da análise de agrupamento (Bray-Curtis) entre
os fragmentos florestais amostrados na cidade de Manaus-AM.
UFAM e AEROPORTO tratam-se de fragmentos grandes que, de uma maneira geral, não
sofreram interferência antrópica significativa mantendo preservada, razoavelmente, a estrutura de sua
extensa área florestal. São comuns aos dois fragmentos 98 espécies. O número de indivíduos amostrados,
de certa forma, corrobora na elevada similaridade, mas não invalida, de maneira alguma, seu significado.
Os fragmentos PARQUE DO MINDU e VILLAR CÂMARA estão situados relativamente
próximos um do outro às margens do curso principal do Igarapé do Mindu, conforme pode ser visto pela
Figura 28, em ambientes classificados como florestas de baixio, o que pode ser atestado pelas espécies
típicas desse ambientes, conforme Ribeiro et al. (1999), que estão dentre as espécies em comum aos dois
fragmentos como açaí, patauá, buritirana e pachiubinha. Isso pode ser a principal razão para a similaridade
observada, indicando também que os fragmentos são remanescentes da mesma matriz florestal.
% SIMILARIDADE
Os fragmentos SESI e SAUIM apresentam a particularidade de estarem em franco processo de
regeneração florestal e serem, atualmente, áreas de acesso restrito; dentre as 25 espécies em comum,
algumas são indicadoras de áreas perturbadas ou em estágio incial de regeneração como as do gênero
Vismia (lacres), pau-pombo e dima (Ribeiro et al., 1999). A similaridade observada entre os fragmentos
SESC e CASTANHEIRAS é um forte indicío para a argumentação de que são remanescentes da mesma
matriz florestal, dado a distância relativamente longa entre eles e suas áreas pouco extensas (13 e 10 ha,
respectivamente).
Estratificando-se os fragmentos amostrados em dois grupos, de acordo com sua área total, em
fragmentos grandes (UFAM e AEROPORTO) e fragmentos pequenos (os demais) contabilizou-se as
espécies que foram exclusivas a cada grupo (Tabelas 14 e 15). Observa-se que foram exclusivas aos
fragmentos pequenos 53 espécies, cerca de 21% do total de espécies amostradas nos 10 fragmentos, sendo exclusivas
aos fragmentos grandes 63 espécies, cerca de 25% do total de espécies. Um aspecto importante é que todos os
fragmentos apresentaram espécies exclusivas à eles. Assim, o conjunto das espécies dos fragmentos grandes
não conteve o conjunto das espécies dos fragmentos pequenos.
Para saber se amostragem realizada nos fragmentos grandes e pequenos foi suficiente para estimar
o número de espécies nesses dois grupos de fragmentos foram traçadas curvas espécie-área utilizando-se
das unidades de amostragem dos fragmentos grandes e pequenos. As curvas podem ser vistas nas Figuras
28 e 29. As duas curvas indicam uma tendência a estabilização em relação ao número de espécies, embora
mais evidente para o grupo dos fragmentos grandes, indicando que haveria um acréscimo pequeno no
número de espécies ao se aumentar o número de unidades de amostragem. Com isso pode-se deduzir que
o número de espécies exclusivas aos grupos dos fragmentos grandes ou pequenos não seria modificada
significativamente com um esforço amostral maior.
Tabela 14. Espécies com suas respectivas famílias e número de indivíduos por fragmento que não ocorrem nos
fragmentos UFAM (F2) e AEROPORTO (F5), sendo exclusivas aos demais fragmentos
Espécies Família F1 F3 F4 F6 F7 F8 F9 F10 TOTAL
Açai
Arecaceae
27
21
7
6
45
106
Buriti
Arecaceae
10
33
1
3
47
Pachiubinha
Arecaceae
5
1
3
2
16
27
Murici de campina
Malpighiaceae
2
15
1
18
Murta da mata
Myrtaceae
2
1
11
14
Sorvinha
Apocynaceae
8
5
13
Morototó
Araliaceae
8
2
1
1
12
Abiurana bacuri
Sapotaceae
5
1
6
Mata pau
Clusiaceae
4
2
6
Supiarana
Euphorbiaceae
2
3
1
6
Taperebá
Anacardiaceae
5
1
6
Fava benguê
Mimosaceae
2
2
1
5
Fava orelha de macaco
Mimosaceae
4
1
5
Sapota
Sapotaceae
1
3
1
5
Sorva da mata
Apocynaceae
2
1
2
5
Andiroba
Meliaceae
2
2
4
Castanha do Brasil
Lecythidaceae
4
4
Castanhola
Combretaceae
1
3
4
Envira pente de macaco
Tiliaceae
1
1
1
1
4
Tarumã branco
Verbenaceae
4
4
Ata brava
Annonaceae
3
3
Capitiú
Monimiaceae
2
1
3
Coração de negro
Fabaceae
2
1
3
Figueira
Moraceae
3
3
Jatobá
Caesalpinaceae
3
3
Lacre branco
Clusiaceae
2
1
3
Piabinha roxa
Flacourtiaceae
2
1
3
Arraieira branca
Euphorbiaceae
2
2
Azeitona
Myrtaceae
2
2
Frejó branco
Boraginaceae
2
2
Mangueira
Anacardiaceae
2
Muiraximbé
Rubiaceae
2
2
Paxiúba
Arecaceae
1
1
2
Tarumã
Verbenaceae
2
2
Vassoureiro
Euphorbiaceae
1
1
2
Acariquara branca
Apocynaceae
1
1
Angelim pedra
Mimosaceae
1
1
Biribá
Annonaceae
1
1
Breu
Burseraceae
1
1
Cacau
Sterculiaceae
1
1
Casca doce
Sapotaceae
1
1
Cupuaçu
Sterculiaceae
1
1
Fava fofa
Mimosaceae
1
1
Fruta pão
Moraceae
1
1
Jambo
Myrtaceae
1
1
Louro vermelho
Lauraceae
1
1
Macucu de sangue
Fabaceae
1
1
Muirapiranga folha miúda
Caesalpinaceae
1
1
Pau tanino
Moraceae
1
1
Periquiteira roxa
Flacourtiaceae
1
1
Quaruba branca
Vochysiaceae
1
1
Tauari de cachimbo
Lecythidaceae
1
1
Tento azul
Fabaceae
1
1
TOTAL 86 66 15 12 47 41 13 74 356
Tabela 15. Espécies com suas respectivas famílias botânicas e número de indivíduos por fragmento exclusivas aos
fragmentos UFAM e AEROPORTO.
Espécies
Famílias
F2
F5
TOTAL
Abiurana abiu
Sapotaceae
1
9
10
Abiurana cotiti
Sapotaceae
1
1
Abiurana fedorenta
Sapotaceae
1
1
Abiurana ferro
Sapotaceae
1
1
Acariquara roxa
Olacaceae
2
1
3
Amapá amarelo
Moraceae
1
1
Bacuri jacaré
Clusiaceae
1
1
Breu manga
Burseraceae
1
4
5
Breu peludo
Burseraceae
4
4
Breu pitomba
Burseraceae
1
1
Buxuxu orelha de burro
Melastomataceae
3
3
Cajuí folha grande
Anacardiaceae
1
1
Carapanaúba
Apocynaceae
1
1
Castanha de cotia
Flacourtiaceae
1
1
castanha de galinha
Chrysobalanaceae
4
1
5
Castanha de paca
Bombacaceae
2
2
Castanha jacaré
Lecythidaceae
6
5
11
Castanha jarana
Lecythidaceae
1
1
Castanha jarana folha grande
Lecythidaceae
1
1
2
Chichuá
Celastraceae
1
1
Chiclete bravo
Sapotaceae
3
3
Copaíba
Caesalpinaceae
1
1
Coruminzeiro
Ulmaceae
1
1
Envira
Annonaceae
1
1
Envira amargosa
Annonaceae
1
1
Envira saraçará
Annonaceae
2
1
3
Envira vermelha
Annonaceae
1
1
Falsa rainha
Moraceae
4
4
Fava arara tucupi
Mimosaceae
1
1
Fava pé de arara
Mimosaceae
2
2
Goiaba de anta
Melastomataceae
7
7
Inga cauliflora
Mimosaceae
1
1
Ingá ferro
Mimosaceae
1
3
4
Ingá jibóia amarelo
Mimosaceae
1
1
Itaúba
Lauraceae
1
1
Jenipapinho
Fabaceae
1
1
João mole
Nyctaginaceae
4
2
6
Louro amarelo
Lauraceae
1
1
2
Louro branco
Lauraceae
1
1
Louro gamela
Lauraceae
2
2
Macucu fofo
Chrysobalanaceae
1
3
4
Macucu murici
Humiraceae
4
4
Mamãozinho
Memecylaceae
1
1
Mandioqueira lisa
Vochysiaceae
1
1
2
Mandioqueira preta
Vochysiaceae
1
1
Moela de Mutum
Quinaceae
1
1
Muiracatiara
Anacardiaceae
2
2
4
Muirajibóia jurumum
Fabaceae
1
1
Mururé
Moraceae
1
1
Papo de mutu
Quinaceae
1
1
Pupunharana
Duckeodendraceae
1
1
Quarubarana
Vochysiaceae
1
1
Ripeiro vermelho
Lecythidaceae
1
16
17
Rosada brava
Sapotaceae
1
1
Sacaca brava
Euphorbiaceae
1
1
Sorvão
Apocynaceae
1
1
Taboquinha
Rubiaceae
1
2
3
Ucuuba peluda folha grande
Myristicaceae
1
1
Urucurana cacau
Tiliaceae
3
3
Uxi de cotia
Flacourtiaceae
1
1
Uxi de morcego
Ochnaceae
2
2
4
Uxi preto
Humiraceae
6
6
Violeta
Caesalpiniaceae
1
1
TOTAL 51 110 161
0
50
100
150
200
250
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Unidades de amostragem
Núm
ero
de e
spéc
ies
Figura 32. Curva espécie-área para o grupo dos fragmentos florestais considerados pequenos (PARQUE DO
MINDU, CAMPOS ELÍSEOS, NÚCLEO 23, SESI, SESC, SAUIM, CASTANHEIRAS e VILLAR CÂMARA)
amostrados na zona urbana de Manaus-AM.
0
50
100
150
200
250
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Undades de amostragem
Núm
ero
de e
spéc
ies
Figura 33. Curva espécie-área para o grupo dos fragmentos florestais considerados grandes (UFAM e
AEROPORTO) amostrados na zona urbana de Manaus-AM.
As estimativas médias do número de indivíduos por hectare e dos parâmetros dendrométricos área
basal (m²/ha), volume comercial com casca (m³/ha), fitomassa fresca acima do solo (ton/ha), fitomassa
seca acima do solo (ton/ha) e estoque de carbono na vegetação (ton/ha) foram calculadas para os dez
fragmentos amostrados e são apresentadas nas tabelas 16.
Tabela 16. Estimativas médias por fragmento do número de indivíduos por hectare de área basal (m²/ha), fitomassa
seca acima do solo (ton/ha), fitomassa seca acima do solo (ton/ha) e quantidade de carbono (ton/ha) para os dez
fragmentos amostrados na cidade de Manaus-AM. N/ha: indivíduos por hectare; DAPm: diâmetro à altura do peito
médio; G: Área basal por hectare; Ff: fitomassa fresca acima do solo; Fs: fitomassa seca acima do solo; C:
quantidade de carbono.
Fragmento N/ha DAPm (cm) G (m²/ha) Ff (ton/ha) Fs (ton/ha) C (ton/ha)
PARQUE DO MINDU 345 20.30 14,29 255,92 159,55 79,78
UFAM 308 20.04 12,27 227,18 136,31 68,15
C. ELÍSEOS 195 23.56 10,43 198,94 119,37 59,68
NÚCLEO 23 169 19.20 5,82 103,14 61,88 30,94
AEROPORTO 327 20.79 14,45 272,19 163,31 81,66
SESI 239 18.89 7,87 138,57 83,14 41,57
SESC 292 19.98 11,06 200,27 120,16 60,08
SAUIM 385 15.74 8,74 139,52 83,71 41,85
CASTANHEIRAS 296 20.02 11,66 216,19 129,71 64,86
VILLAR CÂMARA 368 19.12 12,73 226,60 135,96 67,98
Pela tabela pode-se observar que os fragmentos CAMPOS ELÍSEOS, NÚCLEO 23 e SESI
apresentam o menores número de indivíduos por hectare e de área basal por hectare. O fragmento SAUIM
possui a maior número de indivíduos por hectare, no entanto possui um dos menores valores para área
basal. As estimativas de área basal para os fragmentos amostrados podem ser consideradas baixas quando
comparadas às obtidas por Higuchi et al. (1997) em floresta primária próxima a Manaus, que encontrou,
para indivíduos com DAP = 10cm, 28 m²/ha, aproximadamente. A estimativas médias por hectare de
fitomassa fresca e seca acima do solo e carbono seguem as mesmas tendências da área basal. Assim, por
exemplo, o fragmento AEROPORTO é o que possui a maior área basal média por hectare e também o que
possui os maiores valores de fitomassa e de carbono estocado; do mesmo modo, o fragmento NÚCLEO 23
possui as menores estimativas médias de área basal por hectare como também as menores estimativas de
fitomassa e de carbono estocado.
A distribuição do número de indivíduos por hectare em classes de diâmetro é mostrada na tabela
17. Os números totais apontam que as duas classes menores (10 a 15 cm e 15,1 a 20 cm) contêm cerca de
66% dos indivíduos. Apenas os fragmentos PARQUE DO MINDU, UFAM e AEROPORTO possuiram
indivíduos com diâmetros superiores a 70 cm. CAMPOS ELÍSEOS, NÚCLEO 23 e SESC não possuiram
indivíduos nas classes de diâmetros maiores do que 60 cm. No fragmento SAUIM as duas primeiras classe
de diâmetro contiveram mais de 85% dos indivíduos, o que explica o elevado número total de indivíduos
por hectare relatado anteriormente.
Tabela 17. Número de indivíduos por hectare por classe diamétrica para os dez fragmentos florestais amostrados na
cidades de Manaus-AM. F1: Parque do Mindu; F2: UFAM; F3: CAMPOS ELÍSEOS; F4: NÚCLEO 23; F5:
AEROPORTO; F6: SESI; F7: SESC; F8: SAUIM; F9: CASTANHEIRAS; F10: VILLAR CÂMARA.
FRAGMENTOS Classe diamétrica
(cm) F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9 F10 Total (%)
10 a 15 136.00 110.67 58.67 57.33 119.33 99.00 106.67 213.33 106.00 150.67 39.583 15 a 20 93.33 80.67 48.00 54.67 83.33 54.00 77.33 114.67 66.00 94.67 26.214
20 a 25 40.00 46.67 18.67 24.00 47.67 41.00 41.33 40.00 56.00 40.00 13.517
25 a 30 28.00 33.00 9.33 16.00 30.33 25.00 24.00 8.00 32.00 48.00 8.673
30 a 35 20.00 14.00 17.33 5.33 15.00 11.00 17.33 2.67 24.00 12.00 4.741
35 a 40 9.33 8.00 18.67 4.00 9.33 5.00 10.67 1.33 4.00 12.00 2.815
40 a 45 4.00 6.00 13.33 6.67 7.00 1.00 6.67 1.33 0.00 1.33 1.618
45 a 50 5.33 3.67 6.67 0.00 4.33 1.00 5.33 0.00 4.00 5.33 1.220
50 a 55 4.00 1.33 4.00 0.00 1.33 1.00 1.33 0.00 2.00 0.00 0.513
55 a 60 0.00 1.33 0.00 0.00 2.33 0.00 1.33 2.67 0.00 2.67 0.353
60 a 65 2.67 0.33 0.00 1.33 4.00 1.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.319
65 a 70 1.33 0.33 0.00 0.00 1.33 0.00 0.00 1.33 0.00 1.33 0.194
70 a 75 0.00 0.00 0.00 0.00 0.67 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.023
75 a 80 1.33 0.33 0.00 0.00 0.67 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.080
80 a 85 0.00 0.67 0.00 0.00 0.33 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.034
85 a 90 0.00 0.00 0.00 0.00 0.33 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.011
90 a 95 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.000
95 a 100 0.00 0.33 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 2.00 0.00 0.080
100 a 105 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.000
105 a 110 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.000
110 a 115 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.000
115 a 120 Total
0.00 345
0.33 308
0.00 195
0.00 169
0.00 327
0.00 239
0.00 292
0.00 385
0.00 296
0.00 368
0.011 100
Na Figura 30 foram considerados apenas os indivíduos com DAP = 40 cm, limite no qual
encontram-se mais de 90% dos indivíduos, para melhor visualização da distribuição do número de
indivíduos por hectare pelas classes diamétricas. Observa-se para todos os fragmentos uma concentração
maior de indivíduos nas primeiras classes diâmetricas, decrescentemente das menores classes para as
maiores, num padrão típico para florestas tropicais nativas (Jardim & Hosokawa, 1986; Jardim, 1995;
Souza, 1999) em formato de J-invertido. Em alguns esse padrão foi um pouco menos evidente como no
CAMPOS ELÍSEOS e no NÚCLEO 23.
0
50
100
150
200
250
12.5 17.5 22.5 27.5 32.5 37.5
centro de classe de DAP (cm)
Nu
mer
o d
e in
div
ídu
os
po
r h
ecta
re
F1F2F3F4F5F6F7F8F9F10
Figura 34. Número de indivíduos por hectare por classe diamétrica para DAPs até 40 cm para os dez fragmentos
florestais amostrados na zona urbana de Manaus-AM. F1: Parque do Mindu; F2: UFAM; F3: CAMPOS ELÍSEOS;
F4: NÚCLEO 23; F5: AEROPORTO; F6: SESI; F7: SESC; F8: SAUIM; F9: CASTANHEIRAS; F10: VILLAR
CÂMARA.
A distribuição da área basal em classes de diâmetro é apresentada na Tabela 18, em classes com
intervalos de 10 cm, ao invés de 5 cm (como feito anteriormente), com o fim de facilitar a leitura dos
dados. Novamente, as menores classes diamétricas são responsáveis pelo maior percentual em área basal.
O baixo valor de área basal para o fragmento SAUIM reflete melhor a concentração elevada do número de
indivíduos nas primeiras classes diamétricas. Os fragmentos CAMPOS ELÍSEOS, NÚCLEO 23 e SESI
apresentaram os menores valores de área basal por hectare. Um acréscimo em área basal mais uniforme a
medida em que se avança na classes diamétricas pode ser observado para o fragmento AEROPORTO e
menos em outros como UFAM, PARQUE DO MINDU, CASTANHEIRAS e VILLAR CÂMARA.
Tabela 18. Distribuição de área basal por hectare (m²/ha) por classe de DAP (intervalo de 10 cm) para os dez
fragmentos florestais amostrados na cidade de Manaus-AM.
As distribuições de fitomassa fresca, fitomassa seca e carbono por hectare por classe diamétrica
seguem padrão similar a distribuição da área basal por hectare. Assim, pode-se concluir que as classes que
contêm os DAPs menores são as maiores respodem pela maior parte da fitomassa fresca acima do solo e,
conseqüentemente, pela maior parte do carbono estocado nos fragmentos amostrados.
A Tabela 19 mostra a estatística descritiva para número de indivíduos, área basal, fitomassa fresca
acima do solo, fitomassa seca acima do solo e carbono, estimativas médias por hectare, considerando as
unidades de amostragem em todos os fragmentos amostrados. Nos fragmentos UFAM e AEROPORTO
considerou-se as 3 regiões amostrais (conforme representadas na metodologia) como sendo equivalentes a
três unidades de amostragem, computando-se a média das estimativas das 4 unidades presentes em cada
região amostral. Assim ao invés de 12 unidades para cada um, os fragmentos UFAM e AEROPORTO,
ficaram como se tivesssem 3 unidades de amostragem em cada. Desse modo pode-se compor uma
distribuição razoavelmente eqüitativa de unidades de amostragem nos fragmentos, com 3 unidades por
fragmento, em média. Asssim formou-se um banco de dados com 30 unidades de amostragem distribuídas
em 10 fragmentos florestais na zona urbana de Manaus.
Esses números representam uma primeira estimativa, para indivíduos arbóreos com DAP = 10cm,
do número de indivíduos por hectare, da área basal por hectare, da fitomassa acima do solo por hectare e
do carbono por hectare estocado para fragmentos florestais urbanos de Manaus, dando uma noção
realística da expressividade desses remanescentes florestais quanto a esses parâmetros.
Classes de diâmetro (cm) FRAGMENTOS
10-20 20-30 30-40 40-50 50-60 60-70 70-80 > 80 total total (%)
PARQUE DO MINDU 4,0 3,2 2,7 1,5 0,8 1,3 0,7 0,0 14,3 13,1 UFAM 3,2 3,7 2,0 1,5 0,6 0,2 0,2 1,0 12,3 11,2 CAMPO ELÍSEOS 1,9 1,3 3,5 2,9 0,8 0,0 0,0 0,0 10,4 9,5 NÚCLEO 23 1,9 1,8 0,8 0,9 0,4 0,0 0,0 0,0 5,8 5,3 AEROPORTO 3,4 3,6 2,2 1,7 0,9 1,7 0,6 0,4 14,4 13,2 SESI 2,5 3,1 1,4 0,3 0,2 0,3 0,0 0,0 7,9 7,2 SESC 3,1 3,0 2,5 1,8 0,6 0,0 0,0 0,0 11,1 10,1 SAUIM 5,1 1,9 0,4 0,2 0,7 0,5 0,0 0,0 8,7 8,0 CASTANHEIRAS 2,8 4,1 2,3 0,7 0,4 1,4 0,0 0,0 11,7 10,7 VILLAR CÂMARA 4,0 4,2 2,3 1,1 0,7 0,4 0,0 0,0 12,7 11,6 total 32,0 29,9 20,0 12,6 6,2 5,8 1,4 1,4 109,3 100,0
total (%) 29,3 27,4 18,3 11,5 5,6 5,4 1,3 1,3 100,0
Tabela 19. Estatítica descritiva do número de indivíduos (ni/ha), da área basal (AB), da fitomassa fresca acima do
solo (F), da fitomassa seca acima do solo (Fs) e quantidade de carbono (C) por hectare de dados médios dessas
medidas coletados em 30 unidades de amostragem localizadas em 10 fragmentos florestais na cidade de Manaus-
AM.
Medidas ni/ha AB (m²/ha) F (ton/ha) Fs (ton/ha) C (ton/ha)
Média 291 10.81 196.26 117.76 58.88
Desvio padrão 100.37 3.97 77.90 46.74 23.37
Erro padrão 18.33 0.72 14.22 8.53 4.27
Mínimo 104 3.18 54.33 32.60 16.30
Máximo 532 17.46 324.06 194.43 97.22
Alguns aspectos da composição florística e de parâmetros estruturais dos fragmentos foram
correspondidos com dados e informações de histórico de uso, condições fitossanitárias e características
fisionômicas dos mesmos e são descritos a seguir.
O fragmento AEROPORTO apresentou alta riqueza específica de espécies e famílias, uma
composição florística bastante diversificada, com muitas espécies assumindo posições populacionais de
destaque, com estimativa de número de indivíduos por hectare elevada e a maior estimativa de área basal
entre os fragmentos amostrados. Foi o fragmento que mais se assemelhou às florestas primárias da região.
Os dados e informações são correspondentes com uma história de uso com pouca interferência humana,
com o fato do fragmento ser institucional e com um controle de acesso bastante rigoroso. Ademais, possui
uma área relativamente grande (~540 ha) com vizinhança mista, composta de estruturas urbanas e áreas
florestais também bastante extensas.
O fragmento UFAM apresentou uma riqueza específica de espécies entre as mais altas também.
Tal como no AEROPORTO foram nele instaladas 12 unidades de amostragem, com um número
semelhante de indivíduos amostrados; no entanto, o número de espécies encontradas (130) foi
substancialmente inferior ao do outro fragmento (186 espécies), como também o Índice de Shannon. As
estimativas de parâmetros dendrométricos seguiram a mesma tendência, constituindo-se em valores
elevados, mas inferiores ao do AEROPORTO. Na composição de espécies apareceram espécies comuns a
áreas de sucessão secundária inicial que não apareceram ou não foram representativos no AEROPORTO.
Esse conjunto de aspectos da composição florística e da estrutura do fragmento UFAM é associado a uma
história de fragmentação antiga, relacionado a um fragmento inserido numa matriz urbana que o vem
pressionando e iteragindo com ele há mais tempo e com uma intensidade muito maior que o
AEROPORTO.
A riqueza específica de espécies mais alta, constatada pela curva de rarefação, foi relativa ao
fragmento SESC, onde numa amostragem de 219 indivíduos encontrou-se 96 espécies. A composição de
espécies foi bastante diversificada e o número de indivíduos por hectare e área basal foram bem
equilibrados pelas classes diâmetricas. Apesar da presença de espécies de áreas alteradas e capoeiras entre
as mais importantes, o número elevado de outras espécies nesse grupo diminui a relevância das primeiras.
Ao fragmento SESC está associado o caráter institucional de sua existência e o tamanho diminuto de sua
área, que se encontra toda cercada e com acesso de pessoas muito bem controlado.
O fragmento CASTANHEIRAS também apresentou riqueza específica alta, muito similar ao
AEROPORTO. No entanto, diferentemente do SESC, a composição florística detectou muitas espécies
típicas de áreas de sucessão secundária, que representaram porcentual expressivo em relação ao IVI. A
presença dessas espécies aparece associada a uma área de tamanho reduzido (10 ha), em formato
alongado, pertencente ao município, com acesso não restrito. Além disso, o fragmento possui condições
fitossanitárias relativamente ruins, interferência antrópica constante e pressão por ocupação de moradores
do entorno.
No fragmento SESI as estimativas de parâmetros dendrométricos foram muito baixas, como
também o foram a riqueza de espécies e famílias. Pouquíssimas espécies assumiram importância
populacional considerável, havendo espécies tipicamente ocorrentes em vegetação secundária. Esses
dados e informações vêm associados com um histórico de desmatamento recente ocorrido na área em
1992, denunciando que o fragmento encontra-se em processo inicial de regeneração florestal; também
pelo fato da vegetação ser intensamente recortada por piques largos e com a presença de clareiras abertas
pela admnistração do clube com finalidades diversas.
No fragmento SAUIM, houve uma porcentagem elevada de número de indivíduos e área basal por
hectare nas menores classes diamétricas. Espécies típicas de vegetação secundária também ocorreram.
Esses aspectos são correspondidos com o fato da área ter um histórico de uso e perturbação bastante
intenso, denotando processos regeneração florestal em váiras porções do fragmento. O fragmento tem
densidade de trilhas bem inferior ao SESI.
Os fragmentos PARQUE DO MINDU e VILLAR CÂMARA apresentaram semelhança
considerável quanto a composição de espécies, como já foi mostrado na Figura 27 e comentado a seguir.
As estimativas de número de indivíduos e área basal por hectare, de riqueza de espécies e famílias foram
também bastante próximas entre os fragmentos e se situaram numa posição intermediária em relação aos
outros fragmentos. Ademais aos fatores já comentados para esses fragmentos, associa-se a condição de um
deles (PARQUE DO MINDU) ser área pública municipal fechada (Parque Municipal) e a de outro
(VILLAR CÂMARA) ser um misto de área pública com acesso livre e área particular com acesso mais
restrito. O fato dos dois fragmentos se assemelharem nos diversos aspectos analisados é uma prova de que
o histórico de uso do fragmento VILLAR CÂMARA não foi tão intenso a ponto de afetar sua condição
estrutural de modo significativo.
Os fragmentos CAMPOS ELÍSEOS e NÚCLEO 23 apresentaram marcante presença de
espécies florestais de estágios iniciais de sucessão secundária, baixa riqueza específica de espécies, poucas
espécies entre as mais importantes e estimativas de número de indivíduos por hectare e área basal baixas.
Esses aspectos estruturais de composição florística e parâmetros fitossociológicos foram associados a
históricos de uso de intensa perturbação, com quantidade expressiva de resíduos domésticos e comerciais,
interferência antrópica constante (retirada de produtos florestais e plantio de espécies agrícolas) e à áreas
públicas municipais abertas, com acesso ao seu interior não restritivo.
6. CONCLUSÃO
A análise estrutural mostrou-se eficaz na avaliação da situação atual dos fragmentos e foi
compatível, na maioria dos casos, com os históricos e condições de uso e perturbação.
Os fragmentos florestais urbanos de Manaus amostrados guardam muitas semelhanças com áreas
de florestas primárias de regiões próximas a Manaus, denotadas pelo conjunto de espécies e famílias em
comum, pela importãncia fitossociológica dessas espécies e famílias e pela distribuição diamétrica de seus
indivíduos arbóreos. Sendo assim podem ser considerados remanescentes de florestas primárias de terra-
firme ocorrentes na região de Manaus-AM.
Foram encontradas 256 espécies e 51 familias botânicas em 10 fragmentos amostrados. As curvas
de rarefação e espécie-área mostram que o número de espécies é ainda maior; o mesmo não ocorre com o
número de famílias, o qual parece estar razoavelmente estabilizado. Foram muito frequentes na
amostragem as espécies breu-vermelho, pau-pombo, ingá-vermelho, muiratinga, ucuúba-branca, dima,
araçá-bravo, uxirana, embaubarana, cardeiro, ucuuba-vermelha e louro-preto; e as famílias Anacardiaceae,
Arecaceae, Burseraceae, Caesalpinaceae, Clusiaceae, Euphorbiaceae, Lauraceae, Mimosaceae e
Myristicaceae. Arecaceae é uma família muito importante na maioria dos fragmentos.
As estimativas médias do número de indivíduos por hectare, área basal, fitomassa fresca acima do
solo e carbono para os fragmentos amostrados (IC 95%) são respectivamente: 291 ± 35,92 indivíduos/ha,
10,81 ± 1,42 m²/ha, 196,26 ± 27,87 ton/ha e 58,88 ± 8,36 ton/ha. Essas estimativas dão uma noção da
dimensão desses parâmetros nos fragmentos florestais situados na zona urbana de Manaus-AM. No
entanto, recomenda-se que outros estudos sejam realizados, unicamente com este fim, para gerar
estimativas mais precisas e diferenciadas para os fragmentos da cidade.
Do total de espécies amostradas, cerca de 20% são exclusivas aos fragmentos pequenos
(PARQUE DO MINDU, CAMPOS ELÍSEOS, NÚCLEO 23, SESI, SESC, SAUIM, CASTANHEIRAS e
VILLAR CÂMARA) não ocorrendo nos fragmentos grandes (UFAM e AEROPORTO). Os fragmentos
SESC e CASTANHEIRAS, fragmentos pequenos de 13 e 10 hectares respectivamente, apresentam
riqueza de espécies e famílias botânicas similar aos fragmentos UFAM e AEROPORTO, fragmentos
grandes de 600 e 540 hectares, respectivamente. SESC, em particular, apresentou a maior riqueza de
espécies e famílias por número de indivíduos amostrados. Evidencia-se assim a importância da
manutenção dos fragmentos pequenos para conservação de espécies da flora na zona urbana de Manaus.
Os fragmentos grandes (UFAM e AEROPORTO) também apresentam percentual semelhante de
espécies exclusivas. O fragmento UFAM, apesar de estar situado em região muito urbanizada e de ter um
histórico de uso bastante antigo (relativo aos outros fragmentos), sua área de aproximadamente 600
hectares aliado ao fato de ser uma área institucional justificam a boa condição estrutural que apresenta. O
fragmento AEROPORTO foi o que apresentou a melhor estrutura dentre todos, situação compatível com
seu histórico de uso recente, matriz ainda com muitos espaços densamente florestados e ser uma área
institucional (INFRAERO) com acesso extremamente restrito e controlado. Ambos fragmentos são
fundamentais na conjuntura de áreas verdes da cidade.
A conjuntura histórica e local mantiveram o fragmento VILLAR CÂMARA (área municipal
aberta) com boa condição estrutural e composição florística bastante semelhante ao PARQUE DO
MINDU (área municipal fechada), situado sob o mesmo igarapé. As semelhanças ajudam a ratificar a
criação do Corredor Ecológico Urbano do Mindu (SEMMA, 2007). No entanto, pelo fato de não possuir
restrição efetiva de acesso e não pertencer a mesma categoria a que pertence o PARQUE DO MINDU
(Parque municipal) de espaços territoriais especialmente protegidos (Código Ambiental de Manaus - Lei
605/2001), o fragmento VILLAR CÂMARA pode ter sua estrutura atual extremamente comprometida,
devendo receber atenção especial dos órgãos municipais competentes.
Os fragmentos SESI e SAUIM estão em processo de recuperação de sua estrutura florestal. Os
dois fragmentos necessitam de práticas de manejo para melhor condução desse processo, no entanto, o
fato de possuírem acesso restrito e controlado ao seu interior, além de dimensões razováveis são aspectos
importantes que favorecem a tarefa de conservação e recuperação dessas áreas.
Os fragmentos CAMPOS ELÍSEOS e NÚCLEO 23 são pobres estruturalmente e, dada as
condições em que se encontram, não apresentam boas perpesctivas de recuperação. O fragmento
CASTANHEIRAS, embora apresente boa estrutura, pode ser considerado uma área florestal seriamente
ameaçada por possuir tamanho reduzido (10 ha), forma alongada, acesso irrestrito, grande pressão por
ocupação e condições fitossanitárias preocupantes. Práticas de manejo e maior fiscalização quanto a
interferência humana nessas áreas são fundamentais e urgentes para a sua conservação.
O presente estudo por tratar-se de uma avaliação pontual da estrutura dos fragmentos não foi
capaz de avaliar se em um determinado período de tempo houve alterações quanto a composição florística
ou quanto a seus parâmetros estruturais nos fragmentos. Para isso é necessário monitorar a estrutura dos
fragmentos periodicamente para uma avaliação mais completa da situação em que se encontram, no
direcionamento de ações de conservação e na avaliação do sucesso dessas ações nos fragmentos. Outra
medida importante é monitorar o desmatamento dos fragmentos, verificando a variação em tamanho que
neles ocorre no decorrer dos anos.
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ANEXO
Anexo 1. Lista das espécies encontradas nos dez fragmentos amostrados na zona urbana de Manaus-AM,
com seus respectivos nomes científicos prováveis e famílias botânicas.
Nome Vulgar Nome Científico Família
Abiurana Chrysophyllum sp., Pouteria sp., Micropholis sp. Sapotaceae Abiurana abiu Chrysophyllum sp., Pouteria sp. Sapotaceae Abiurana bacuri Ecclinusa guianensis Eyma Sapotaceae Abiurana casca fina Pouteria filipes Eyma Sapotaceae Abiurana cotiti Radlkiferella macrocarpa (Hub.) Aubr. Sapotaceae Abiurana fedorenta Pouteria oblanceolata Pires Sapotaceae Abiurana ferro Pouteria sp. Sapotaceae Abiurana olho de veado Pouteria sp. Sapotaceae Abiurana roxa Pouteria venosa (Mart.) Baehni ssp. Sapotaceae Açaí Euterpe precatoria Mart. Arecaceae Acariquara branca Geissospermum sp. Apocynaceae Acariquara roxa Minquartia guianensis Aubl. Olacaceae Achichá Sterculia sp. Sterculiaceae Amapá Brosimum sp. Moraceae Amapá doce Brosimum sp. Moraceae Amapá roxo Brosimum parinarioides Ducke ssp. parinarioides Moraceae Amarelinho Pogonophora schomburgkiana Miers ex Benth. Euphorbiaceae Anani Symphonia globulifera L. Clusiaceae Andiroba Carapa guianensis Aubl. Meliaceae Angelim pedra Dinizia excelsa Ducke Mimosaceae Angelim rajado Zygia racemosa (Ducke) Barneby & J.W.Grimes Mimosaceae Anil Miconia sp. Melastomataceae Apuí Clusia sp. Clusiaceae Arabá roxo Swartzia sp. Fabaceae Arabá vermelho Swartzia sp. Fabaceae Araçá-bravo Calyptranthes sp., Eugenia sp., Marlierea sp., Myrcia sp. Myrtaceae Arraiera-branca Conceveiba martiana Baill. Euphorbiaceae Ata-brava Duguetia stelechantha (Diels) R.E.Fr. Annonaceae Azeitona Myrcia sp. Myrtaceae Bacaba Oenocarpus bacaba Mart. Arecaceae Bacuri Garcinia madruno (Kunth in H.B.K.) Hammel Clusiaceae Bacuri jacaré Lorostemon coelhoi Paula Clusiaceae Biribá Rollinia sp. Annonaceae Branquinha Rinorea racemosa (Mart. Et Zucc.) O. Katze. Violaceae Breu Protium sp. Burseraceae Breu branco Hemicrepidospermum rhoifolium Burseraceae Breu de leite Thyrsodium spruceanum Benth. Anacardiaceae Breu manga Trattinickia sp. Burseraceae Breu peludo Tetragastris unifoliolata(Engl.) Cuart. Burseraceae
Continua...
Anexo 1, Cont.
Nome Vulgar Nome Científico Família Breu pitomba Matayba sp. Burseraceae Breu preto Protium sp. Burseraceae Breu-vermelho Protium sp. Burseraceae Buxuxu canela de velho Henriettea ramiflora (Sw.) DC. Melastomataceae
Buxuxu folha serrilhada Miconia granulosa (Bonpl.) Naudin Melastomataceae
Buxuxu orelha de burro Melastomataceae
Buriti Mauritia flexuosa L.f. Arecaceae Buritirana Mauritiella aculeata (Kunth) Burret Arecaceae Cacau Theobroma cacao L. Sterculiaceae Cacauí Theobroma sylvestre Mart. Sterculiaceae Cajuí folha grande Anacardium spruceanum Benth. ex Engl. Anacardiaceae Capitiú Siparuna sp. Monimiaceae Capitiú folha grande Siparuna guianensis Aubl. Monimiaceae Caraipé Licania sp. ChrysobalanaceaeCaraiperana Couepia sp. ChrysobalanaceaeCarapanaúba Aspidosperma sp. Apocynaceae Cardeiro Scleronema micranthum Ducke Bombacaceae Caroba Jacaranda copaia (Aubl.) D. Don. Bignoniaceae Casca doce Pradosia cochlearia (Lecomte) T.D.Penn. ssp. praealta
(Ducke) T.D.Penn. Sapotaceae
Castanha de cotia Casearia javitensis H.B.K. Flacourtiaceae Castanha de galinha Couepia longipendula Pilg. ChrysobalanaceaeCastanha de paca Scleronema praecox Ducke Bombacaceae Castanha do Brasil Bertholletia excelsa Humb. & Pompl. Lecythidaceae Castanha jacaré Corythophora rimosa W.A.Rodrigues ssp. rimosa Lecythidaceae Castanha jarana Lecythis sp. Lecythidaceae Castanha jarana folha grande Lecythis sp. Lecythidaceae Castanhola Terminalia catappa L. Combretaceae Chichuá Maytenus guyanensis Klotzsch Celastraceae Chiclete bravo Micropholis sp. Sapotaceae Copaíba Copaifera multijuga Hayne Caesalpiniaceae Coração de negro Swartzia corrugata Benth. Fabaceae Coruminzeiro Trema micrantha (L.) Blume Ulmaceae Cumaru Dypteryx odorata (Aubl.) Willd. Fabaceae Cumaru roxo Dypteryx sp. Fabaceae Cupiúba Goupia glabra Aubl. Celastraceae Cupuaçu Theobroma grandiflorum (Willd. ex Spreng.) K.Schum. Sterculiaceae Dima Croton lanjouwensis Jabl. Euphorbiaceae Embaúba benguê Pourouma villosa Trécul. Cecropiaceae Embaubarana Pourouma sp. Cecropiaceae Envira Annona sp. Annonaceae Envira amarela Duguetia sp. Annonaceae Envira amargosa Duguetia trunciflora Maas & A.H.Gentry Annonaceae
Continua....
Anexo 1, Cont.
Nome Vulgar Nome Científico Família Envira bobó Duguetia sp. Annonaceae Envira fofa Guatteria sp. Annonaceae Envira pente de macaco Apeiba sp. Tiliaceae Envira-preta Duguetia sp. Annonaceae Envira saraçará Xylopia sp. Annonaceae Envira surucucu Bocageopsis multiflora (Mart.) R.E.Fr. Annonaceae Envira taripucu Xylopia spruceana Benth. ex Spruce Annonaceae Envira vermelha Guatteria sp. Annonaceae Escorrega macaco Peltogyne catingae Ducke Caesalpiniaceae Falsa rainha Helianthostylis sprucei Baill. Moraceae Falso angelim Pithecellobium jupunba (Willd.) Urb. Mimosaceae Fava amarela Abarema jupunba var. jupunba Mimosaceae Fava arara tucupi Parkia decussata Ducke Mimosaceae Fava benguê Parkia nitida Miquel Mimosaceae Fava camuzé Balizia sp. Mimosaceae Fava fofa Mimosaceae Fava folha fina Stryphonodendron guianensis (Aubl.) Benth Mimosaceae Fava orelha de macaco Enterolobium schomburgkii Benth Mimosaceae Fava pé de arara Parkia multijuga Benth. Mimosaceae Faveira Parkia sp. Mimosaceae Figueira Ficus sp. Moraceae Freijó Cordia sp. Boraginaceae Freijó branco Cordia sp. Boraginaceae Fruta pão Artocarpus incisus (Thunb.) L. f. Moraceae Goiaba de anta Bellucia sp. Melastomataceae Goiaba de anta branca Bellucia sp. Melastomataceae Goiaba de anta vermelha Bellucia sp. Melastomataceae Goiabinha Eugenia florida DC. Myrtaceae Guariúba Clarisia racemosa Ruiz & Pav. Moraceae Inajá Attalea maripa (Aubl.) Mart. Arecaceae Ingá branco Inga sp. Mimosaceae Inga cauliflora Inga capitata Desv. Mimosaceae Ingá copaíba Zygia ramiflora (F.Müeell.) Kosterm. Mimosaceae Ingá de arara Stryphonodendron sp. Mimosaceae Ingá ferro Calliandra tenuiflora Benth., Mimosaceae Ingá peluda Inga melinonis Satot Mimosaceae Ingá vermelho Inga sp. Mimosaceae Ingá xixica Inga gracilifolia Ducke Mimosaceae Ingarana Macrolobium sp. Caesalpiniaceae Inharé Helicostylis sp. Moraceae
Continua...
Anexo 1, Cont.
Nome Vulgar Nome Científico Família Itaúba Mezilaurus itauba (Meissn.) Taubert ex Mez Lauraceae Jambo Syzygium sp. Myrtaceae Jaraí Pouteria sp. Sapotaceae Jatobá Hymenaea sp. Caesalpiniaceae Jenipapinho Swartzia arborescens (Aubl.) Pittier Fabaceae Jiboinha Swartzia sp. Fabaceae Jitó branco Trichilia sp. Meliaceae Jitó vermelho Guarea sp. Meliaceae João mole Neea sp. Nyctaginaceae Lacre branco Vismia sp. Clusiaceae Lacre vermelho Vismia guianensis (Aubl.) Choisy Clusiaceae Leiteira Brosimum sp. Moraceae Limãozinho Casearia manausensis Sleumer Flacourtiaceae Louro amarelo Aniba williamsii O.C. Schmidt Lauraceae Louro aritu Licaria sp. Lauraceae Louro branco Aiouea cf. grandifolia van der Werff Lauraceae Louro chumbo Aniba ferrea Kubitzki Lauraceae Louro fofo Licaria sp. Lauraceae Louro gamela Sextonia rubra (Mez) van der Werff. Lauraceae Louro pirarucu Licaria sp. Lauraceae Louro preto Ocotea sp. Lauraceae Louro seda Ocotea sp. Lauraceae Louro vermelho Licaria sp. Lauraceae Macucu Licania sp. Chrysobalanaceae Macucu-chiador Licania sp. Chrysobalanaceae Macucu de sangue Aldina heterophylla Spruce ex Benth. Fabaceae Macucu fofo Licania sp. Chrysobalanaceae Macucu murici Vantanea parviflora Lam. Humiraceae Mamãozinho Mouriri sp. Memecylaceae Mandioqueira lisa Ruizterania sp. Vochysiaceae Mandioqueira preta Qualea sp., Vochysia sp. Vochysiaceae Mangueira Mangifera indica L. Anacardiaceae Maoeira Erisma bicolor Ducke Vochysiaceae Marupá Simarouba amara Aubl. Simaroubaceae Mata mata amarelo Eschweilera coriacea (DC.) Mart. ex Berg. Lecythidaceae Mata pau Clusia sp. Clusiaceae Mirindiba Glycydendron amazonicum Ducke Euphorbiaceae Moela de Mutum Lacunaria sp. Quiinaceae Morototó Schefflera morototoni (Aubl.) Frodin Araliaceae Mucurão Amphirrhox longifolia Spreng. Violaceae
Continua...
Anexo 1, Cont.
Nome Vulgar Nome Científico Família Muiracatiara Astronium lecointei Ducke Anacardiaceae Muirajibóia amarela Swartzia sp. Fabaceae Muirajibóia jurumum Swartzia sp. Fabaceae Muirajibóia preta Bocoa viridiflora (Ducke) R.S.Cowan Fabaceae Muirapiranga folha grande Eperua glabriflora (Ducke) R.S.Cowan Caesalpiniaceae Muirapiranga folha miúda Eperua duckeana R.S.Cowan Caesalpiniaceae Muirapuama Pthychopetalum olacoides Olacaceae Muiratinga Maquira calophylla (Poepp.& Endl.) C.C.Berg. Moraceae Muiraximbé Amaioua sp., Duroia sp. Rubiaceae Munguba Eriotheca globosa (Aubl.) Robyns Bombacaceae Murici Byrsonima sp. Malpighiaceae Murici da mata Byrsonima sp. Malpighiaceae Murici de campina Byrsonima sp. Malpighiaceae Murta Myrcia sp. Myrtaceae Murta da mata Myrcia lanceolata Camb. Myrtaceae Mururé Brosimum acutifolium Huber Moraceae Paxiúba Socratea exorrhiza (Mart.) H.Wendl. Arecaceae Paxiubinha Iriartella setigera (Mart.) H.Wendl. Arecaceae Pajurazinho Couepia sp. Chrysobalanaceae Papo de mutum Quina sp. Quiinaceae Patauá Oenocarpus bataua Mart. Arecaceae Pau canela Anisophyllea manausensis Pires &
W.A.Rodrigues Anisophylleaceae
Pau marfim Agonandra sylvatica Ducke Opiliaceae Pau pombo Tapirira guianensis Aubl. Anacardiaceae Pau rainha Brosimum rubescens Taub. Moraceae Pau tanino Maquira sclerophylla (Ducke) C.C.Berg Moraceae Pepino da mata Ambelania acida Aubl. Apocynaceae Periquiteira Laetia sp. Flacourtiaceae Periquiteira amarela Laetia procera (Poepp.) Eichler Flacourtiaceae Periquiteira roxa Laetia sp. Flacourtiaceae Piabinha Ryania sp. Flacourtiaceae Piabinha roxa Ryania sp. Flacourtiaceae Pimenta de nambu Erythroxylum citrifolium A.St.-Hil. Erythroxylaceae Piquiá marfim Aspidosperma obscurinervium Azambuja Apocynaceae Piquiarana Caryocar glabrum (Aubl.) Pers. Caryocaraceae Pitomba da mata Cupania sp. Sapindaceae Pupunha brava Syagrus inajai (Spruce) Becc. Arecaceae Pupunharana Duckeodendron cestroides Kuhlm. Duckeodendraceae Quaruba branca Erisma sp. Vochysiaceae Quaruba Vermelha Erisma sp. Vochysiaceae Quarubarana Erisma uncinatum Warm. Vochysiaceae
Continua...
Anexo 1, Cont.
Nome Vulgar Nome Científico Família Ripeiro branco Eschweilera sp. Lecythidaceae Ripeiro vermelho Corythophora alta R. Knuth Lecythidaceae Rosada brava Micropholis sp. Sapotaceae Sacaca brava Croton sp. Euphorbiaceae Sapateiro Tovomita sp. Clusiaceae Sapota Chromolucuma sp. Sapotaceae Seringa vermelha Hevea guianensis Aubl. Euphorbiaceae Seringarana Micranda spruceana (Baill.) R.E.Schultes Euphorbiaceae Sorva da mata Couma macrocarpa Barb. Rodr. Apocynaceae Sorvão Couma guianensis Aubl. Apocynaceae Sorvinha Couma utilis (Mart.) Müll. Arg. Apocynaceae Sucuúba Himatanthus sp. Apocynaceae Sucupira amarela Vatairea paraensis Ducke Fabaceae Sucupira chorona Diplotropsis triloba Gleason Fabaceae Sucupira preta Andira sp. Fabaceae Sucupira vermelha Hymenolobium heterocarpum Ducke Fabaceae Supiá Alchorneopsis floribunda (Benth.) Müll. Arg. Euphorbiaceae Supiarana Alchornea discolor Klotzsch Euphorbiaceae Taboquinha Faramea capillipes Müll.Arg. Rubiaceae Tachi preto Sclerobium setiferum Ducke Caesalpiniaceae Tachi vermelho Tachigali sp. Caesalpiniaceae Tanimbuca Buchenavia sp. Combretaceae Taperebá Spondias monbin L. Anacardiaceae Tapura Tapura sp. Dichapetalaceae Taquari branco Mabea sp. Euphorbiaceae Taquari vermelho Mabea sp. Euphorbiaceae Tarumã Vitex sprucei Briq. Verbenaceae Tarumã branco Vitex sp. Verbenaceae Tauari Couratari sp. Lecythidaceae Tauari de cachimbo Cariniana micrantha Ducke Lecythidaceae Tento Ormosia grossa Rudd Fabaceae Tento azul Ormosia sp. Fabaceae Tinteira Miconia sp. Melastomataceae Tucumã Astrocaryum aculeatum G. Mey. Arecaceae Ucuquirana Chrysophyllum sp. Sapotaceae Ucuuba Iryanthera sp. Myristicaceae Ucuuba branca Virola sp. Myristicaceae Ucuuba peluda folha grande Virola sp. Myristicaceae Ucuuba preta Virola sp. Myristicaceae Ucuuba punã Iryanthera sp. Myristicaceae Ucuuba vermelha Virola sp. Myristicaceae
Continua...
Anexo 1, Cont.
Nome Vulgar Nome Científico Família Urucu bravo Croton draconoides Müll. Arg. Euphorbiaceae Urucurana Sloanea sp. Elaeocarpaceae Urucurana cacau Lueheopsis rosea (Ducke) Burret Tiliaceae Uxi amarelo Endopleura uchi (Huber) Cuatrec. Humiraceae Uxi de cotia Casearia sp. Flacourtiaceae Uxi de morcego Ouratea sp. Ochnaceae Uxi preto Vantanea sp. Humiraceae Uxirana Sacoglotis sp. Humiraceae Vassoureiro Drypetes variabilis Uittien Euphorbiaceae Violeta Peltogyne excelsa Ducke Caesalpiniaceae
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