tcc posoqueria latifolia
Post on 01-Mar-2018
227 Views
Preview:
TRANSCRIPT
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
1/49
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINACENTRO DE CINCIAS FSICAS E MATEMATICASDEPARTAMENTO DE QUMICA
ESTUDO FITOQUMICO E BIOLGICO DE Posoquer ialatiflia
Projeto de Estgio Supervisionado II (QMC 5512)
apresentado ao Departamento de Qumica da
Universidade Federal de Santa Catarina.
MARCOS PEREIRA
PROF. DR. INS MARIA COSTA BRIGHENTE
FlorianpolisJunho/2015
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
2/49
1
Marcos Pereira
ESTUDO FITOQUMICO E BIOLGICO DE Posoqu eria lati fo l ia
Projeto de Estgio Supervisionado II (QMC 5512)
apresentado ao Departamento de Qumica da
Universidade Federal de Santa Catarina.
FlorianpolisJunho/2015
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
3/49
2
Marcos Pereira
ESTUDO FITOQUMICO E BIOLGICO DE Posoq ueria lat i flia
____________________________________
Prof. Dr. Ins Maria Costa Brighente
Banca Examinadora:
____________________________________
Dra. Lizandra Bretanha
____________________________________
Dra. Dalila Venzke
Florianpolis
Junho/2015
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
4/49
3
SUMRIO
1. INTRODUO...................................................................................... 1
2. REVISO DA LITERATURA................................................................ 3
2.1.Famlia Rubiaceae............................................................................ 3
2.2. Gnero Posoquer ia.......................................................................... 5
2.3. Posoq ueria lat i fol ia.......................................................................... 5
3. OBJETIVOS.......................................................................................... 9
3.1. Objetivo Geral................................................................................... 9
3.2. Objetivos Especficos...................................................................... 9
4. MATERIAIS E MTODOS.................................................................... 10
4.1. Reagentes e Equipamentos............................................................. 10
4.2. Material Vegetal................................................................................ 10
4.3. Fracionamento do Extrato Bruto.................................................... 11
4.4. Fracionamento cromatogrfico da amostra vegetal..................... 12
4.5. Testes biolgicos............................................................................. 13
4.5.1. Determinao do potencial redutor......................................... 13
4.5.2. Determinao da ao sequestradora do radical livre
DPPH......................................................................................................... 14
4.5.3. Teste de inibio da enzima acetilcolinesterase.................... 14
5. RESULTADOS E DISCUSSO............................................................ 16
5.1. Anlise da atividade biolgica........................................................ 165.1.1. Atividade antioxidante.............................................................. 16
5.1.1.1. Determinao do potencial redutor.................................. 17
5.1.1.2. Determinao da ao sequestradora do radical livre
DPPH......................................................................................................... 18
5.1.2. Teste de inibio da enzima acetilcolinesterase.................... 18
5.2. Fracionamento cromatogrfico da frao insolvel de
Posoq ueria lati fol ia.................................................................................. 20
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
5/49
4
5.3. Elucidao estrutural dos compostos............................................ 21
5.3.1. Elucidao estrutural do composto Pla-INS-33...................... 22
5.3.2. Elucidao estrutural do composto Pla-INS-65...................... 26
6. CONCLUSES..................................................................................... 35
7. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS..................................................... 36
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
6/49
5
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Alcaloides de espcies de Rubiaceae........................................ 4
Figura 2 - Posoqueria latifoliarvore e partes da planta......................... 6
Figura 3 - Estruturas dos iridoides encontrados em P. latiflia................... 7
Figura 4 - Fluxograma de particionamento lquido-lquido do EB das
folhas de P. latifolia..................................................................................... 11
Figura 5 - Marcha analtica......................................................................... 12
Figura 6 - Estruturas do radical 1,1-difenil-2-picril-hidrazil.......................... 18
Figura 7 - Espectro de RMN de 1H da FIn em CD3OD (200 MHz) ................ 21
Figura 8 - Estrutura do composto sitosterol........................................... 22
Figura 9 - Espectro de RMN de 1H do composto Pla-INS-33 em CDCl3
(200 MHz) .................................................................................................. 23
Figura 10 - Ampliaes do espectro de RMN de 1H do composto Pla-INS-33 em CDCl3 (200 MHz) ...................................................................... 24
Figura 11 - Espectro infravermelho do composto Pla-INS-65.................... 26
Figura 12 - Estrutura do composto cido urslico...................................... 27
Figura 13 - Espectro de RMN de 1H do composto Pla-INS-65 empiridina-D5 (200MHz) ................................................................................. 28
Figura 14 - Regies ampliadas do espectro de RMN de 1H do composto
Pla-INS-65 em piridina-D5 (200MHz) ........................................................ 29
Figura 15 - Espectro de RMN 13C do composto Pla-INS-65 em piridina-
D5................................................................................................................ 31
Figura 16 - Espectro de DEPT 90 do composto Pla-INS-65 em piridina-
D5................................................................................................................ 31Figura 17 - Espectro de DEPT 135 do composto Pla-INS-65 em piridina-
D5................................................................................................................ 32
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
7/49
6
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Classificao botnica de P. latifolia.......................................... 6
Tabela 2 - Massa obtida para as fraes da planta P. latifliaatravs daextrao lquido-lquido.............................................................................. 16
Tabela 3 - Resultados dos testes de poder redutor, determinao da ao
sequestradora do radical livre DPPH e inibio da acetilcolinesterase
com o extrato bruto e as fraes de P. latifolia............................................ 20
Tabela 4 - Dados do espectro de RMN de 1H do composto Pla-INS-33
em comparao com a literatura................................................................ 26
Tabela 5 - Dados do espectro de RMN de1
H do composto Pla-INS-65em comparao com a literatura................................................................ 30
Tabela 6 - Dados espectrais de RMN de 13C junto aos de DEPT 90 e
DEPT 135 do composto Pla-INS-65 em piridina-D5................................... 33
Tabela 7 - Dados do espectro de RMN de 13C do composto Pla-INS-65
em comparao com a literatura................................................................ 34
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
8/49
7
LISTA DE ABREVIATURAS
Abreviaes
Abs AbsorbnciaAcOEt Acetato de Etila
br s - Simpleto de sinal amplo
CCD - cromatografia em camada delgada
d - Dupleto
DEPT - Distortionless Enhancement by Polarization Transfer
DPPH - 1,1-difenil-2-picril-hidrazil
DTNB - cido 5,5ditio-bis-2-nitrobenzicoEB - Extrato Bruto
EtOH - Etanol
FAe - Frao acetato de etila
FAq - Frao aquosa
FHe - Frao hexano
FIn - Frao Insolvel
FRA - Frao rica em alcaloides
IV - Infravermelho
g - Grama
HzHertz
JConstante de acoplamento
KBrBrometo de potssio
m - Multipleto
mg - Micrograma
ppm - Partes por milho
RMN de 1H - Ressonncia magntica nuclear de Hidrognio
RMN de 13C - Ressonncia magntica nuclear de Carbono 13
s - Simpleto
UV - Luz ultravioleta
UV-Vis - Luz ultravioleta e luz visvel
LMicrolitro
g - Micrograma
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
9/49
8
RESUMO
Posoqueria latifolia, conhecida como laranja-de-macaco, pertence famlia
Rubiaceae, encontrada desde o norte da Amrica do Sul at o Rio Grande do
Sul no Brasil. Na medicina tradicional esta planta relatada como antissptica e
cicatrizante. Existem poucos estudos biolgicos sobre a espcie e um estudo
fitoqumico, onde este relatou a presena de diterpenos iridodicos.
Considerando os diversos compostos obtidos da famlia Rubiaceae,
principalmente os alcaloides, este trabalho visou um estudo fitoqumico com a
expectativa de isolamento de novos compostos, assim como a avaliao das
atividades antioxidante e inibidora da enzima acetilcolinesterase do extrato e
fraes de P. latifolia. A planta foi coletada no morro da Lagoa da Conceio,
Florianpolis. As folhas foram secas, trituradas e extradas com etanol 96%,
obtendo-se o extrato bruto (EB). O EB foi solubilizado em uma soluo de cido
clordrico em etanol 20% a pH~2,0 e armazenado em geladeira por 24 horas.
Obteve-se um precipitado denominado de frao insolvel (FIn). O filtrado
resultante foi particionado com solventes orgnicos de diferentes polaridades,
rendendo as fraes hexano (FHe) e acetato de etila (FAe). A frao aquosa
restante foi alcalinizada com hidrxido de amnio at pH~10 e extrada
novamente com acetato de etila, obtendo-se a frao rica em alcaloides (FRA),
A frao restante foi neutralizada, gerando a frao aquosa (FAq). A partir do
fracionamento cromatogrfico da FIn, foram isolados o esteroide -sitosterol e o
triterpeno cido urslico, que tiveram sua estrutura elucidada atravs de tcnicas
espectroscpicas de RMN baseadas na literatura. A FRA mostrou a maior
atividade antioxidante avaliada pelo teste do potencial redutor. O teste relativo a
captura de radicais livres com DPPH teve resultados no significantes quanto aatividade antioxidante. O EB e fraes de P. latifoliaapresentaram uma fraca
inibio da enzima acetilcolinesterase, com um valor mximo de 53% para a FAe
na concentrao de 100 g/mL. Os testes biolgicos no apresentaram
resultados to promissores, mas a presena dos compostos-sitosterol e cido
urslico em P. latifoliaincentivam a continuao dos estudos na busca de outros
compostos, alm da possibilidade de ainda serem encontrados alcaloides.
Palavras-chave: Posoqueria latifolia, antioxidantes, acetilcolinesterase
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
10/49
1
1. INTRODUO
O estudo dos compostos naturais obtidos de plantas tem fundamental
importncia na qumica, principalmente devido a sua ligao com a rea
medicinal. Pode-se explicar isto devido a capacidade de plantas produziremdiversos compostos qumicos que esto presentes em qualquer espcie de
vegetal, pois so essenciais para sua sobrevivncia e desenvolvimento, os
chamados metabolitos primrios; alm de compostos que esto presentes
apenas em determinadas espcies e no so diretamente necessrios para a
sobrevivncia celular, mas que possuem grande importncia como meio de
proteo e sobrevivncia para a reproduo da planta, chamados metablitos
secundrios. Esta ltima classe de metablitos geralmente apresenta potencialatividade biolgica para os seres humanos e cumprem funes altamente
especficas nas espcies onde ela est presente, como atrair insetos para a
transferncia do plen, agir como pesticidas naturais de defesa contra
herbvoros ou microrganismos patognicos, ter funo como agente aleloptico,
proteo contra a luz ultravioleta, entre outras diversas funes. Devido
variedade de atividade biolgica existente, percebe-se que muitos destes
compostos tm grandes chances quanto a sua insero no mercado atual defrmacos e na indstria qumica.
Entre a diversidade de metablitos secundrios encontrados em plantas
podemos citar como exemplo a morfina, forte analgsico usado no tratamento
de pacientes com cncer em fase terminal, extrados da planta Papaver
somniferum; eugenol, utilizado como antissptico e anestsico, encontrado em
diversas plantas do gnero Cinnamomum; vanilina, aromatizante usado
largamente na indstria de alimentos, presente em sementes de algumasespcies do gnero Vanilla; e o paclitaxel, com nome comercial de Taxol,
frmaco usado para tratamento de cncer de pulmo, mamas e ovrios, que foi
extrado primeiramente das cascas da espcie Taxus brevifolia.
Alm da descoberta direta de diversos compostos provenientes de plantas
que so biologicamente ativos em seres humanos, outros compostos obtidos
atravs da modificao estrutural de produtos naturais podem levar a novas
substncias e medicamentos que possuam menos efeitos colaterais que os
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
11/49
2
compostos que os originaram. Um exemplo clssico a modificao estrutural
da salicilina, proveniente da planta Salix alba, que aps hidrlise da ligao
glicosdica, oxidao do lcool salicilado e reao de acetilao com o cido
saliclico resultante, d origem ao cido acetilsaliclico, um dos remdios mais
conhecidos na atualidade, a Aspirina.
Assim, este projeto apresenta como proposta o estudo biolgico e
fitoqumico de uma espcie vegetal pouco descrita at o momento na literatura,
pertencente famlia Rubiaceae, a espcie Posoqueria latifolia.
.
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
12/49
3
2. REVISO DA LITERATURA
2.1. Famlia Rubiaceae
A famlia Rubiaceae, pertencente s Angiospermas, constituda porrvores de grande, mdio e pequeno porte, arbustos, subarbustos e ervas anuais
ou perenes, distribudas em regies tropicais dos dois hemisfrios. composta
por 650 gneros e 13.000 espcies, sendo a quarta maior famlia de plantas
presente no Brasil, ficando atrs apenas das famlias Asteraceae, Orchidaceae
e Fabacea (ROBBRECHT et al., 2013). A famlia Rubiaceae tem grande
importncia econmica, pois representante de diversas espcies como o caf
(Coffeaspp.), gro de onde produzida a bebida mais consumida no mundo; ojenipapo, fruto de grande uso nos estados do nordeste brasileiro; Cinchona
pubescens, planta utilizada para a produo de quinina; eIxora spp. (hortnsia
japonesa) e Mussaenda spp. (mussaenda), espcies de cunho ornamental
devido a quantidade de flores que suas plantas apresentam. As espcies de
Rubiaceae so encontradas com maior frequncia em reas tropicais e
subtropicais, mas por vezes tambm achada em reas temperadas
(CRONQUIST, 1981).Em diversos estudos de suas espcies h relatos cientficos sobre a
presena de compostos como esteroides, flavonoides, iridoides, saponinas,
taninos e triterpenos (CHAO e SVOBODA, 1980; MARTINS et al., 2013;
MOREIRA et al., 2010; TAN et al., 2011; FERREIRA et al., 2012). Porm, o que
mais atrai os pesquisadores o fato da famlia Rubiaceae ter como metablitos
secundrios mais representativos os alcaloides (LORENZI,1982).
Os alcaloides, segundo a definio apresentada pela IUPAC, so
compostos que apresentam nitrognio bsico (na sua maioria heterocclicos) e
quase sempre tem origem no reino vegetal (IUPAC, 1987). Porm, sabe-se que
esta definio no abrange todas as classes de alcaloides, j que nem todos
possuem essas caractersticas. Dessa forma, os alcaloides podem ser melhor
definidos quando divididos em trs grupos; alcaloides verdadeiros, os quais so
derivados de aminocido e possuem um heterociclo com tomo de nitrognio
bsico; protoalcaloide, os quais so derivados de aminocido e possuem
nitrognio bsico fora de um heterocclico; e pseudoalcaloides, os quais
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
13/49
4
possuem nitrognio bsico na molcula, mas no so derivados de aminocidos.
Tambm podem ser classificados quanto a sua estrutura base, como os
alcaloides purnicos, que tem como base a estrutura da purina, alcaloides
pirrolizidnocos, com base pirrolizidina, alcaloides indolicos, com base de indol,
entre outros mais.
Entre os alcaloides encontrados na famlia Rubiaceae podemos citar
diversos exemplos. O gnero Coffea, principal representante da famlia e nativo
do continente africano, contm o alcaloide cafena (1), que usado como
estimulante do sistema nervoso central (JOLY, 1979); as espcies do gnero
Cinchona que produzem o alcaloide quinina (2) (NOGUEIRA et al., 2009),
utilizado no tratamento da malria e de arritmias cardacas; a Psychotria
ipecacuanha, conhecida popularmente como ipeca, possui em suas razes os
alcaloides cefaelina (3) e emetina (4) (HASEGAWA et al., 2002; EISENHUT et
al., 2005), que so usados na produo de xaropes expectorantes e vermfugos.
As estruturas destes alcaloides so mostradas na Figura 1.
Figura 1- Alcaloides de espcies de Rubiaceae
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
14/49
5
2.2. Gnero Posoqueria
Plantas do gnero Posoqueriapodem ser encontradas em matas midas,
principalmente no Brasil (MACIAS, 1988). Elas so caracterizadas pela presena
de inflorescncias pndulas, com botes florais curvos no pice e anteras pilosas
(PEREIRA e BARBOSA, 2004). Atualmente h poucos estudos publicados sobre
o gnero na literatura. A espcie Posoqueria acutifolia, apontada na medicina
popular com propriedades antimicrobianas, cicatrizantes e anti-inflamatrias
(SOUZA et al., 2013), o extrato etanlico de suas frutas apresentou atividade
antioxidante (RIBEIRO et al., 2013). Na espcie Posoqueria grandiflora foi
constatado a presena de alcaloides no extrato de suas folhas (SOTO-SOBENIS
et al., 2001). Visando contribuir com a taxonomia deste gnero, estudaremos
neste projeto a espcie Posoqueria latifolia.
2.3 Posoqueria latifolia
A espcie Posoqueria latifoliapode ser encontrada no Mxico, Antilhas,
Colmbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, Equador, Peru,
Bolvia e Brasil (TAYLOR et al., 2004). Distribui-se principalmente na mata
atlntica de encosta, floresta estacional semidecdua submontana, floresta de
restinga e mata ciliar em matas de cerrado (MACIAS e KINOSHITA, 2007).
Em Santa Catarina esta planta encontrada no interior de florestas
primrias situadas no incio das encostas e plancies aluviais, estando
preferivelmente entre o nvel do mar e 900 metros de altitude. No Brasil,
encontra-se em todos os estados (DELPETRI et al., 2005).
Posoqueria latifolia conhecida popularmente como baga de macaco,aucena-do-mato, ara-da-praia, ara-de-coroa, bacupari-de-capoeira, flor-
de-mico,maria-peidorreira,papa-terra,posoqueriaepuro (FERREIRA, 1986).
uma rvore ornamental e pode atingir at 15 metros de altura com extremidade
dos ramos levemente achatada, estriada e glabra. As folhas so simples e
opostas. Suas flores so brancas e perfumadas. O fruto umabagaamarela
(Figura 2).
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
15/49
6
Figura 2 Posoqueria latifolia rvore e partes da planta.
P. latifolia apresenta a seguinte classificao botnica (Tabela 1).
Classificao Botnica
Reino Plantae
Filo Tracheophyta
Classe Magnoliopsida
Ordem GentianalesFamlia Rubiaceae
Gnero Posoqueria
Espcie Posoqueria latifolia
Tabela 1. Classificao botnica de P. latifolia
Na medicina popular esta espcie indicada como antissptica e
cicatrizante de feridas (FENNER et al., 2006), alm do uso como antidiarreico(FORERO, 1980).
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
16/49
7
Um estudo fitoqumico em P. latifoliarelatou a presena de dois iridoides,
posoquenin (5) e latifonin (6) (Figura 3) nos extratos de clorofrmio e de acetato
de etila, respectivamente (CHAO e SVOBODA, 1980). Apesar da ocorrncia de
iridoides na forma glicosilada em plantas da famlia Rubiaceae ser comum, estes
dois no foram encontrados na forma de glicosdeos.
Os iridoides so compostos pertencentes a classe de terpenos e so
formados por duas unidades de isopreno, com sua estrutura apresentando um
anel ciclopentano fundido a um anel heterociclo de seis membros com um
oxignio. A estrutura pode apresentar 10 carbonos, 9 ou o menos comum, 8
carbonos. A clivagem da ligao entre os carbonos 7 e 8 podem levar ao
chamado secoiridoide (SAMPAIO-SANTOS & KAPLAN, 2001).
Figura 3 Estruturas dos iridoides encontrados em P. latifolia.
O extrato das flores da planta, obtido atravs de extrao com Soxhlet, foi
analisado atravs de cromatografia gasosa acoplado a espectrmetro de
massas, onde se determinou a presena de hidrocarbonetos em sua maioria
(aproximadamente 50%) e compostos oxigenados na forma de steres (20%)
(ARIZA et al., 2007).
Em outro estudo (ELYA et al., 2012), o extrato etanlico das folhas de P.
latifoliafoi submetido ao ensaio de uma marcha analtica. O ensaio compostode diversos testes simples de bancada, usados para detectar a presena de
certas classes de compostos, onde este estudo apresentou resultado positivo
para a presena de terpenoides glicosdicos e taninos. O mesmo estudo tambm
mostrou que o extrato apresenta inibio da enzima -glicosidase semelhante
ao frmaco acarbose, usado no controle de diabetes (ELYA et al., 2012).
Os terpenos so compostos presentes em leos essenciais de plantas e
com grande diversidade estrutural. Muitas deles apresentam ligaes duplas
entre carbonos, podendo possuir tomos de oxignio ligados a carbonos que se
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
17/49
8
apresentam na forma de cadeia aberta ou anis. Apesar das diferentes
estruturas, os terpenos so conhecidos pela regra do isopreno, segundo o qual,
estes so formados por ligaes entre molculas de isopreno (2-metil-1,3-
butadieno). Os terpenos so classificados de acordo com o nmero de isoprenos
presentes, sendo chamado de monoterpeno, o composto formado por duas
unidades de isopreno, diterpeno, o composto formado por 4 unidades de
isopreno, triterpeno, aquele formado por 6 unidades de isopreno e assim em
diante (MCMURRY, 2008).
Os taninos so compostos fenlicos, que apresentam solubilidade em
gua e possuem habilidade de formar complexos insolveis com protenas ou
alcaloides quando em meio aquoso. So classificados em taninos hidrolisveis
e taninos condensados. Taninos hidrolisveis so formados por uma molcula
de acar no centro (frutose, glicose), onde suas hidroxilas so esterificadas com
cidos fenlicos. Foram assim chamados pois, estas ligaes esterificadas
podem sofrer hidrlise por enzimas ou em meio cido. Taninos condensados
incluem os outros taninos, onde suas molculas so mais resistentes a
fragmentao. Sua estrutura formada por polmeros de flavan-3-ol ou flanvan-
3,4-diol (MONTEIRO et al., 2005).
Um estudo sobre plantas da famlia Rubiaceae presentes no Panam
revelou que o extrato alcalodico de folhas e flores de P. latifolia apresentou
resultados positivos para a presena de alcaloides indlicos e no indlicos
(SOTO-SOBENIS et al., 2001). Porm esse teste contradiz o estudo de Elya e
colaboradores (2012), no qual no se observou a presena de compostos
alcalodicos na espcie.
Considerando-se os poucos estudos fitoqumicos at o momento para o
gnero Posoqueria, vamos desenvolver um projeto que visa o estudo da espcieP. latifolia com o intuito de descobrir compostos inditos ou mesmo compostos
j identificados, contribuindo para a taxonomia do gnero. Espera-se tambm
encontrar alcaloides, j que os mesmos foram detectados analiticamente em
estudos realizados anteriormente.
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
18/49
9
3. OBJETIVOS
3.1. Objetivo Geral
O objetivo geral deste projeto o estudo biolgico e fitoqumico de
Posoqueria latifolia na busca de compostos com atividade antioxidante e
inibidora da enzima acetilcolinesterase.
3.2. Objetivos Especficos:
3.2.1. Coletar e obter o extrato bruto das folhas da espcie Posoqueria
latifolia;
3.2.2. Aplicar uma marcha analtica preliminar ao extrato bruto de
Posoqueria latifolia;
3.2.3. Efetuar o particionamento lquido-lquido do extrato bruto usando
cido e base visando a obteno de uma frao alcalodica;
3.2.4. Aplicar os ensaios antioxidantes atravs do teste que avalia o poder
redutor e aquela que avalia a captura de radicais livres pelo DPPH ao extrato
bruto e diferentes fraes;
3.2.5. Aplicar o ensaio de inibio da enzima acetilcolinesterase ao extrato
bruto e as diferentes fraes;
3.2.6. Submeter aa frao insolvel obtida do fracionamento do extrato
bruto cromatografia em coluna de slica gel visando o isolamento dos
compostos majoritrios;
3.2.7. Estudar as anlises espectroscpicas de IV e de RMN
unidimensionais (1H, 13C e DEPT) e bidimensionais (COSY, HMQC e HMBC),conforme a necessidade, a fim de elucidar as estruturas dos compostos obtidos
atravs do estudo minucioso dos espectros dos respectivos compostos;
3.2.8. Preparar o relatrio final de estgio.
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
19/49
10
4. METODOLOGIA
4.1. Reagentes e Equipamentos
Os solventes utilizados foram lcool etlico, lcool metlico, acetona,
hexano, acetato de etila, diclorometano, cido actico e lcool de cereais, todos
obtidos comercialmente. Foi utilizado tambm sulfato de sdio anidro,
ferricianeto de potssio, DPPH (1,1-difenil-2-picril-hidrazil), cloreto frrico, cido
glico e cido ascrbico. Todos os reagentes usados foram de grau analtico,
sendo obtidos de diferentes fontes comerciais.
Na realizao deste projeto foram utilizados estufa, rota evaporador,
balana analtica, espectrofotmetro UV-VIS PERKIN ELMER Lambda2S,
cmara com luz UV e um aparelho digital Micro Qumica MQA PF 301 para
medir o ponto de fuso. Os espectros de IV foram analisados atravs de um
espectrmetro ABB FTLA 2000 e as anlises de RMN de 13C e 1H foram
realizadas nos equipamentos VARIAN NMR AS 400 (400 MHz) e BRUKER
AC200 (200 MHz).
Para a cromatografia em camada delgada (CCD) analtica, usou-se
cromatoplacas de alumnio cobertas com slica gel 60 em uma camada de 0,2
mm de espessura (Merck). Como revelador foi utilizada uma soluo de
anisaldedo sulfrico 5% em metanol.
Para a realizao do ensaio de inibio da acetilcolinestera utilizou-se as
seguintes solues tampes: Tampo A soluo de Tris-HCl 50 mM pH = 8,0;
Tampo B soluo de Tris-HCl 50 mM pH = 8,0 acrescido de 0,1 % de soro
albumina bovina; Tampo C soluo de Tris-HCl 50 mM pH = 8,0 acrescido de
NaCl 0,1 M e MgCl2.6H2O 0,02 mol/L. Foram utilizados tambm solues de
iodeto de acetiltiocolina, reagente de Ellman (cido 5,5-ditio-bis-2-nitrobenzoico-DTNB) e a enzima acetilcolinesterase liofilizada (Tipo VI-S obtida de
Electroparius electricous). Todos estes reagentes foram obtidos da Sigma
Aldrich.
4.2. Material Vegetal
A espcie de Posoqueria latifolia foi primeiramente coletada no alto do
morro da Lagoa da Conceio, em Florianpolis, Santa Catarina, e identificada
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
20/49
11
pelo botnico taxonomista, professor Dr. Ademir Reis do Departamento de
Botnica da Universidade Federal de Santa Catarina. O material vegetal
recolhido foi seco por 3 dias a 50C, modo, e macerado em etanol 96% por trs
vezes seguidas com intervalos de 7 dias. Aps a evaporao do solvente, foi
obtido o extrato bruto (EB).
4.3. Fracionamento do Extrato Bruto
O extrato bruto das folhas da planta obtido foi ento particionado atravs
de extrao lquido-lquido, sendo inicialmente solubilizado em uma soluo de
HCl em H2O:EtOH 8:2, pH ~ 2,0 e armazenado em geladeira por 24 horas. Aps
esta etapa foi iniciada uma filtrao, de onde obteve-se uma frao insolvel
(FIn). O filtrado foi ento particionado atravs de extrao lquido-lquido, onde
primeiramente usou-se o solvente hexano e durante a segunda extrao o
solvente acetato de etila, obtendo-se a frao hexano (FHe) e a frao acetato
de etila (FAe). A soluo restante foi alcalinizada com NH4OH at pH~10 e
extrada novamente com acetato de etila, gerando assim a frao rica em
alcaloides (FRA). Por ltimo, a frao aquosa restante foi neutralizada com
Na2CO3, resultando na frao aquosa (FAq). O mtodo para a extrao
ilustrado atravs da Figura 4.
Figura 4 Fluxograma de particionamento lquido-lquido do EB das folhas deP. latifolia.
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
21/49
12
Quando se trabalha com plantas, a diversidade de compostos presente
em folhas, caule ou razes muito grande. Dessa forma, pode-se aplicar testes
rpidos de bancada a partir diversos ensaios definidos previamente em literatura,
a fim de obter resultados positivos e negativos para classes de compostos
presentes em uma amostra vegetal. Assim, aplicamos a marcha analtica,
mtodo descrito previamente por Matos (1997), sobre o extrato bruto da planta,
tendo como objetivo detectar as principais classes de metablitos secundrios
que possam estar presentes em suas folhas. A figura 5 representa como ser
conduzida a marcha analtica e quais classes de compostos que podem ser
encontradas.
Legenda: A: gua; B: 1 HCl 1%, 2 filtrar; C: NH4OH, pH = 10, extrao comclorofrmio; D: 1 Na2SO4, 2 secar; E: Extrao com clorofrmio/etanol (3:2);
F: 1 Na2SO4, 2 secar; G: 1 secar, 2 Etanol; H: 1 metanol/gua (1:1), 2
HCl, pH = 1, 3 extrao com ter etlico.
Figura 5 Marcha analtica
4.4. Fracionamento cromatogrfico da amostra vegetal
Com o objetivo de isolar compostos majoritrios, a frao insolvel foisubmetida a cromatografia em coluna de slica gel, usando-se assim eluentes de
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
22/49
13
diferentes polaridades para sua fase mvel, sendo estes o hexano, acetato de
etila e etanol, os quais foram aplicados de modo gradiente. Analisaram-se as
fraes obtidas atravs de cromatografia em camada delgada, onde foram juntas
aquelas que apresentaram perfil semelhante. A partir dessas fraes foram
utilizadas tcnicas de recristalizao visando a purificao dos compostos.
Conforme necessrio, foi repetido o fracionamento cromatogrfico em coluna em
slica gel ou foi aplicada a tcnica de cromatografia em coluna com slica flash
para a obteno de novas fraes.
Por fim, os compostos isolados foram submetidos anlises por
espectrometria de IV, e RMN unidimensionais (1H, 13C e DEPT) e bidimensionais
(COSY, HMQC e HMBC), conforme a necessidade.
4.5. Testes biolgicos
Baseando-se que diversos compostos descobertos em plantas
apresentam atividades biolgicas, o extrato bruto e as diferentes fraes obtidas
do particionamento lquido-lquido foram submetidos a ensaios biolgicos que
avaliam o poder redutor e a captura de radicais livres pelo DPPH de uma
amostra, alm do teste que avalia a atividade inibitria da enzima
acetilcolinesterase.
4.5.1. Determinao do potencial redutor
Para a anlise da atividade antioxidante atravs da determinao do
potencial redutor, foi seguido a metodologia de Moresco et al. (2012). Em
triplicata, preparou-se as misturas reacionais contendo 100 mL de soluo de
amostra vegetal diludas em metanol (1000 ppm), 8,5 mL de gua deionizada e
1,0 mL de uma soluo de FeCl30,1 mol/L em HCl 0,1 M. Aps trs minutos,
adicionou-se 1,0 mL de uma soluo de ferricianeto de potssio 0,008 mol/L.
Aps 15 minutos foi feita a leitura da absorbncia das misturas em
espectrofotmetro a 720 nm. O aparecimento da cor azul da Prssia indicativo
de potencial redutor. Como branco, utilizou-se uma soluo preparada conforme
o procedimento anterior, porm sem a amostra vegetal. Os dados finais foram
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
23/49
14
obtidos construindo-se uma curva de calibrao utilizando soluo de cido
ascrbico, onde o potencial redutor expresso equivalente a massa de cido
ascrbico (mg cido ascrbico/g de extrato ou frao).
4.5.2. Determinao da ao sequestradora do radical livre
DPPH
A avaliao da ao sequestradora de radicais livres usando o DPPH
baseia-se no mtodo descrito por Moresco et al. (2012). Adicionou-se uma
alquota de 2 mL de soluo de DPPH em metanol (0,004%) a 1 mL de amostra
vegetal diluda em concentrao de 333 ppm (333 L/mL). A mistura em seguida
foi agitada e deixada repousar por 30 minutos. A absorbncia do DPPH nas
solues foi determinada em um espectrofotmetro a 517 nm. A absorbncia de
cada soluo com a amostra (Absamostra) foi convertida em porcentagem da
atividade antioxidante usando a frmula:
AA% = 100 [(Absamostra Absbranco)x100]/Abscontrole
Como branco (Absbranco), foram utilizadas solues de metanol (2 mL) junto
com as solues das amostras diludas (1 mL). Como controle (Abscontrole), foram
utilizadas solues com DPPH (2 mL) e metanol (1 mL). A anlise foi feita em
triplicata. Determinou-se a capacidade antioxidante das amostras com base na
diminuio da absoro da amostra controle comparada a cada soluo, onde
obteve-se um valor da porcentagem de atividade antioxidante (AA%) atravs da
equao demonstrada anteriormente.
4.5.3.Teste de inibio da enzima acetilcolinesterase
A metodologia apresentada por Magina et al. (2012) foi usada para a
aplicao deste teste. Inicialmente, as amostras das fraes e extrato bruto
foram dissolvidas em etanol (100 g/mL), e ento uma frao de 100 L desta
foi adicionada com 325 L do tampo tris-HCl 50 mmol/L pH = 8 em uma cubeta,
seguida da adio de 25 L da enzima acetilcolinesterase. Aps 15 minutos,acrescentou-se 75 L iodeto de acetiltiocolina e 475 L do reagente de Ellman.
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
24/49
15
A leitura foi efetuada em espectrofotmetro UV-Vis a 405 nm aps 30 minutos.
Como branco, usou-se apenas o tampo junto as amostras. Como controle
positivo, onde a atividade enzimtica inibida, foi utilizado o frmaco Reminyl na
concentrao de 0,01 mg/mL, o qual contm galantamina em sua composio.
Como controle negativo, onde a atividade enzimtica considerada 100%,
adicionou-se 100 L de etanol em vez das amostras. A taxa de inibio
calculada usando a frmula:
I(%)= 100 [(Aamostra-Abranco)/Acontrole]x100
Aamostrarepresenta a absorbncia da amostra junto aos reagentes e enzima;
Abrancorepresenta a absorbncia obtida do valor branco, o qual foi descontado
da absorbncia obtida das amostras; e Acontrole representa a absorbncia dos
controles negativos medidos para cada amostra. Os testes foram realizados em
triplicata e os valores de porcentagem de inibio foram determinados atravs
dos dados obtidos aplicados a equao representada anteriormente.
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
25/49
16
5. RESULTADOS E DISCUSSO
As folhas de Posoqueria latifolia, aps coletadas e secas em estufa,
renderam um valor de 538,0 gramas de planta seca. O procedimento para
obteno do extrato bruto (EB) rendeu a massa de 59,39 gramas. A partir deste,
temos como resultado um rendimento de 11,03% (m/m) sobre as folhas secas.
O procedimento da marcha analtica, segundo metodologia de Matos
(1997), o qual tem objetivo de detectar a presena de diferentes classes de
metablitos secundrios em P. latifolia, gerou resultados positivos para a
presena de alcaloides, esteroides, flavonoides, leucoantocianidinas e taninos
no EB obtido anteriormente. A presena de alcaloides j era esperada para estaplanta, tendo em vista a quimiotaxonomia discutida sobre a famlia Rubiaceae.
Na sequncia, o EB foi submetido a um particionamento lquido-lquido
com solventes de diferentes polaridades, fornecendo a frao insolvel (FIn),
frao hexano (FHe), frao acetato de etila (FAe), frao rica em alcaloides
(FRA) e frao aquosa (FAq), cujos rendimentos so apresentados na tabela 2.
Frao Massa obtida Rendimentos (a)
FIn 28,80 g 54,92FHe 49,9 mg 0,16
FAe 2,12 g 6,76
FRA 547,7 mg 1,74
FAq 11,425 g 36,42Tabela 2 - Massa obtida para as fraes da planta P. latifoliaatravs da
extrao lquido-lquido.(a) % m/m a partir do extrato bruto
Devido ao alto rendimento obtido da FIn no procedimento de extrao,
esta foi a frao escolhida para o fracionamento cromatogrfico e isolamento de
compostos.
5.1. Anlise da atividade biolgica
5.1.1. Atividade antioxidante
Reaes envolvendo oxidao, as quais possuem um modelo de
transferncias de eltrons, so essenciais para a manuteno do funcionamento
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
26/49
17
de organismos em seres vivos aerbicos. Porm, isto pode se tornar um
problema quando h a formao de um excesso de eltrons desemparelhados
em molculas, os tambm chamados radicais livres. O grupo alcxi (RO), como
exemplo, altamente reativo e tem meia vida de poucos segundo, podendo
atacar rapidamente clulas prximas, causando danos a macromolculas como
lipdeos, protenas ou DNA (AMES et al., 1993). Sendo assim, a descoberta de
molculas com capacidade antioxidante se torna importante, uma vez que elas
podem retardar a velocidade de oxidao atravs de mecanismos de inibio de
radicais livres ou complexao de metais (PIETTA, 2000). Entre alguns
compostos naturais descobertos que possuem capacidade antioxidante
podemos citar o cido ascrbico, vitamina E e -caroteno (RICE-EVANS et al.,
1996).
5.1.1.1. Determinao do potencial redutor
Existem diversos mtodos capazes de avaliar a capacidade antioxidante
de uma amostra, onde cada ensaio apresenta mecanismos diferentes. O poder
redutor tem como objetivo detectar compostos com potencial de reduo de
valores menores que 0,7 V, de acordo com o potencial apresentado pelos ctionsde ferro (PRIOR et al., 2005). Este ensaio baseado na reao de reduo de
ons frricos (Fe+3) a ons ferrosos (Fe+2) pelo substrato, devido a presena de
compostos eltrons-doadores. Dessa forma, os ons ferricianeto so reduzidos
a ferrocianeto que, por sua vez, formam um complexo (Fe4[Fe(CN)6]3) de
colorao azul intensa (azul da Prssia) com os ons ferro III, apresentando pico
de absoro em 720 nm.
Atravs dos resultados obtidos para a espcie P. latifolia, identificados naTabela 3, pode-se observar que a frao acetato de etila apresentou a maior
capacidade redutora sobre ons frricos, resultando em valores de atividade
equivalentes a 52,28 mg de cido ascrbico/g de amostra.
Porm, quando estes resultados so comparados a outras plantas da
famlia Myrtaceae, por exemplo (MAGINA et al., 2010), P. latifoliaapresentou
baixa atividade antioxidante.
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
27/49
18
5.1.1.2. Determinao da ao sequestradora do radical livre
DPPH
A atividade antioxidante do extrato e fraes da planta foi tambm
determinada utilizando o teste com o radical livre estvel DPPH (figura 5). Estamolcula tem como caracterstica solubilidade em solventes orgnicos, no qual
sua soluo apresenta cor violeta intensa. Se uma substncia presente no
extrato ou fraes capaz de sequestrar o radical presente na molcula, ela
causa o descoramento da soluo. O sequestro de radical pode ser promovido
pela abstrao de um tomo de hidrognio pelo radical DPPH, promovendo
assim sua reduo. Dessa forma, consegue-se obter compostos mais estveis
que os presentes anteriormente, e a partir desse princpio, determinar a suaatividade antioxidante atravs de espectroscopia de UV-VIS (517 nm).
Figura 6Estruturas do radical 1,1-difenil-2-picril-hidrazil
O teste foi realizado com as amostras do extrato bruto e fraes na
concentrao de 333 ppm. Os resultados referentes a porcentagem de atividade
antioxidante so apresentados na tabela 3. De acordo com a tabela, observa-se
que para espcie P. latifolia, a frao que apresentou a maior capacidade de
sequestro de radicais livres foi a FAe, com valor de 19,3% de atividade, seguida
da frao FRA, com 13,7%.Como observado para os valores quanto a determinao do potencial
redutor, os valores obtidos para as concentraes foram baixos, demonstrando
que a espcie no tem, ou possui baixa atividade antioxidante.
5.1.2. Teste de inibio da enzima acetilcolinesterase
A doena de Alzheimer costuma aparecer em indivduos de idade maisavanada e responsvel por grande parte dos casos de demncia nessa faixa
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
28/49
19
etria (FRANCIS et al., 1999). Ela est associada a diferentes rotas bioqumicas,
onde uma das suas causas mais aceitas relacionada a diminuio de
neurotransmissores no crebro, entre eles a acetilcolina (ZAROTSKY et al.,
2003). A acetilcolina, aps ser usada na sinapse nervosa, hidrolisada pela
enzima acetilcolinesterase, transformando-a em colina e um grupo acetil. Como
exemplo, o alcaloide galantamina (Reminyl) tem sido um excelente tratamento
para esta doena, inibindo a enzima acetilcolinesterase no crebro, retardando
o avano da doena e prolongando a vida do paciente (HEINRICH & TEOH,
2004).
Alm da galantamina, existem diversos inibidores da acetilcolinesterase
conhecidos no mercado, como os frmacos tacrina (Cognex), donepezil
(Aricept) e riastigmina (Exelon). Apesar destes frmacos apresentarem efeito
satisfatrio em pacientes, eles acabam sendo caros e alguns apresentam muitos
efeitos colaterais (VIEGAS JUNIOR et al., 2004). Por isso, se incentiva a busca
de produtos naturais que possam substitui-los, tendo-se uma opo de menor
custo com tratamento mais eficiente para a doena.
Assim, o extrato e fraes da espcie P. latifolia foram avaliados em
relao ao potencial inibidor sobre a enzima acetilcolinesterase. O teste para a
avaliao desta atividade baseado na hidrlise do substrato acetiltiocolina pela
enzima, gerando como produto a tiocolina, que reage com o DTNB cido 5,5
ditio-bis-2-nitrobenzico (reagente de Ellman), produzindo o nion 2-
nitrobenzoato-5-mercaptotiocolina e o cido 2-nitro-5-tiobenzico, sendo o nion
facilmente identificado pela colorao amarela. Deste modo, se houver na
amostra compostos que inibam a ao da enzima, esta no degradar a
acetiltiocolina e no formar um cromforo amarelo. Quanto mais intensa a
colorao amarela, maior a hidrlise do substrato realizada pela enzima e menora concentrao de compostos vegetais que possuem a propriedade de inibir a
enzima.
De acordo com os resultados obtidos para a espcie P. latiflia,podemos
observar que o teste obteve os melhores resultados para a frao acetato de
etila e frao insolvel, apresentando atividade acima de 50% na concentrao
de 100 g/mL, segundo os resultados apresentados na Tabela 3.
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
29/49
20
Frao Poder Redutor (a) % Ativididade Antioxidante (b) Acetilcolinesterase (c)EB 24,44 10,8 49,3Fin 18,83 10,4 50,75FHe 16,35 6,00 46,21
FAe 52,28 19,3 53,84FRA 9,10 13,7 38,5FAq 17,09 0,03 39,88Tabela 3 - Resultados dos testes de poder redutor, determinao da ao
sequestradora do radical livre DPPH e inibio da acetilcolinesterase com o
extrato bruto e as fraes de P. latifolia
(a) mg de cido ascrbico/g amostra, (b) % AA (333 ppm), (c) % inibio (100ppm)
5.2. Fracionamento cromatogrfico da frao insolvel dePosoq ueria lati fol ia
Devido ao grande nmero de compostos que esto presentes no extrato e
fraes obtidos de plantas, so utilizados tcnicas de separao para que se
possa isol-los. Na espcie P. latifolia,esta tcnica foi utilizada com o objetivo
de obter compostos presentes na frao insolvel.Dessa forma, inicialmente foi
impregnado 25,09 g da frao em cerca de 50 g de slica gel. Uma coluna devidro de 5,5 cm de dimetro foi recheada com slica gel (cerca de 15 cm de
altura), e posteriormente eluda com os solventes hexano, acetato de etila e
metanol, obtendo-se um gradiente de polaridade. Foram coletadas 80 fraes de
100 mL cada. O fracionamento foi monitorado atravs de cromatografia em
camada delgada.
A frao 33 foi obtida em eluente de Hex:AcOEt 80:20, aps recristalizao
em metanol. Obteve-se um slido cristalino em forma de agulhas, com faixa deponto de fuso de 134,3-137,4C. Este slido foi encaminhado para anlises de
RMN de 1H e 13Ce foi nomeado de Pla-INS-33.
As fraes 65-67 foram obtidas em um eluente de AcOEt:Hex 75:25. Elas
foram reunidas de acordo com o perfil na CCD e recristalizadas com metanol,
onde foi obtido um slido branco com faixa de ponto de fuso de 224-226C.
Este slido foi encaminhado para anlises de RMN e foi nomeado de Pla-INS-
65.
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
30/49
21
5.3. Elucidao estrutural dos compostos
Os compostos obtidos de P. latifolia tiveram suas estruturas elucidadas
atravs de tcnicas de espectrometria de IV e anlise com RMN unidimensionais
(1H, 13C e DEPT).Previamente, foi analisado atravs de RMN de 1H a frao insolvel (FIn)
com o propsito de encontrar quais tipos de compostos esto presentes na
frao. O resultado est presente na figura 7.
5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0
Chemical Shift (ppm)
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
Intensity
Methanol-d4
Methanol-d4
5
.26
4.78
3.23
1.51 0
.69
Figura 7 - Espectro de RMN de 1H da FIn em CD3OD (200 MHz)
Os picos encontrados esto em sua maioria na faixa de 0,69 ppm a 1,51
ppm, o que sugere que os compostos nesta frao apresentem hidrognios
ligados a carbonos primrios e secundrios.
Em 5,26 ppm tambm pode ser visto picos na linha base do espectro.Hidrognios que aparecem nessa faixa de espectro geralmente esto
relacionados a prtons ligados a carbonos com duplas ligaes, os quais, por
estarem mais desprotegidos, so facilmente alterados pelo campo magntico
aplicado pelo equipamento de RMN.
A seguir sero discutidas como foram feitas as elucidaes estruturais dos
compostos isolados atravs do fracionamento cromatogrfico da frao insolvel
de P. latifolia.
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
31/49
22
5.3.1. Elucidao estrutural do composto Pla-INS-33
Este composto apresentou uma faixa de fuso tpica de esteroides e, assim
como previsto no resultado da marcha analtica, as anlises de RMN de 1H
confirmaram esta suspeita. Atravs dos espectros de RMN, foi observado que
se trata do esteroide -sitosterol (Figura 8). Este esteroide frequentemente
isolado em fraes de plantas atravs de cromatografia em coluna, onde
geralmente est presente em fraes menos polares, e tem sua estrutura citada
diversas vezes na literatura junto ao esteroide estigmasterol (CHATURVEDULA
& PRAKASH, 2012; KAMBOJ & SALUJA, 2011; YAHYA et al., 2011; AHMED et
al., 2013).
Figura 8 - Estrutura do compostositosterol
Atravs do espectro de RMN de 1H, percebe-se que ele no se encontra
junto ao outro esteroide, j que pode ser destacado o multipleto em 3,54 ppm
referente ao hidrognio hidroximetnico em C3, que a prncipio poderia estar
presente em ambos os compostos e no entanto observa-se integrao para
apenas 1 tomo de hidrognio; o dupleto centrado em 5,36 ppm (J= 5,2 Hz),
atribudo ao hidrognio vinlico em C6 presente no -sitosterol, tambm com
integrao para 1 tomo de hidrognio; e a ausncia dos dois duplos dupletos
centrados em 5,01 ppm (J22-21~ 8,0 Hz; J22-23~ 15,0 Hz) e 5,17 ppm (J23-24~ 8,0
Hz; J23-22~ 15,0 Hz) atribudos aos hidrognios vinlicos do estigmasterol em C20
e C21, respectivamente. Na faixa entre 0,69 ppm e 1,02 ppm podem ser vistos
os picos referentes as metilas presentes na molcula. So encontrados 3
dupletos (0,93 ppm, J = 6,4 Hz; 0,85 ppm, J = 6,8 Hz e 0,82 ppm, J = 6,7 Hz)
referentes aos hidrognios presentes nos carbonos C19, C26 e C27,
respectivamente, e um tripleto (0,87 ppm, J= 7,2 Hz) em C24. As contantes de
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
32/49
23
acoplamento esto na faixa de 6,4 Hz e 7,2 Hz, de acordo com o esperado para
metilas ligadas a carbonos secundrios e tercirios. Em 0,69 ppm e 1,02 ppm
podem ser encontrados dois simpletos referentes aos hidrognios nos carbonos
C28 e C29, os quais tem valor de integrao de 3 hidrognios.
Todos os dados foram confirmados atravs de comparao com a literatura
citada anteriormente. A Figura 9 e 10 mostra o espectro de RMN de 1H obtido e
suas regies ampliadas e a Tabela 4 rene todos os dados obtidos destes
espectros em comparao com dados da literatura.
7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5
Chemical Shift (ppm)
-0.005
0
0.005
0.010
0.015
0.020
0.025
0.030
0.035
0.040
0.045
0.050
Intensity
2.97 2.872.811.83 1.821.101.00
Chloroform-d
5.38
5.35
3.62
3.59
3.56
3.54
3.51
3.49
3.46
2.3
0
2.27
2.242.05 1.99 1.88
1
.83
1.59
1.48
1
.30 1.19
1.18
1.02
0.94 0.86
0.77
0.69
Figura 9 - Espectro de RMN de 1H do composto Pla-INS-33 em CDCl3 (200MHz)
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
33/49
24
Pla-INS-33 1H (200MHz)2.esp
3.70 3.65 3.60 3.55 3.50 3.45 3.40 3.35Chemical Shift (ppm)
0
0.0005
0.0010
0.0015
0.0020
NormalizedIntensity
1.10
3.62
3.59
3.5
6
3.54
3.51
3.49
3.46
Pla-INS-33 1H (200MHz)2.esp
5.40 5.35 5.30 5.25 5.20 5.15 5.10 5.05Chemical Shift (ppm)
-0.0005
0
0.0005
0.0010
0.0015
0.0020
0.0025
0.0030
0.0035
0.0040
0.0045
NormalizedIntensity
1.12
5.38
5.35
Figura 10 - Ampliaes do espectro de RMN de 1H do composto Pla-INS-33 em
CDCl3 (200 MHz)
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
34/49
25
PLA-INS-33 1H (200MHZ)2.ESP
1.35 1.30 1.25 1.20 1.15 1.10 1.05 1.00 0.95 0.90 0.85 0.80 0.75 0.70 0.65
Chemical Shift (ppm)
0
0.005
0.010
0.015
0.020
0.025
0.030
0.035
0.040
NormalizedIntensity
2.872.97
1.30 1
.26
1.23
1.221.191.18
1.02
0.94
0.91
0.89
0.88
0.86
0.850.84
0.83
0.80
0.77
0.77
0
.69
Figura 10 - Ampliaes do espectro de RMN de 1H do composto Pla-INS-33 emCDCl3 (200 MHz)
C
sitosterol
1H (YAHYA et al.,2011)
1H(CHATURVEDULA& PRAKASH, 2012)
1H (AHMED etal., 2013)1H Pla-INS-33
03 3,53(1H; m) 3,53 (1H; m) 3,51(1H; m) 3,54(1H; m)
065,36(1H; d;J=4,8Hz)
5,36 (1H; t;J=6,4HZ)
5,34(1H; d;J=5,2Hz)
5,36 (1H; d;J=5,2 HZ)
190,93 (3H; d;
J=6,6Hz)0,93 (3H; d;
J=6,5Hz)0,83 (3H; d;
J=6,0Hz)0,93 (d;
J=6,4Hz)
240,87 (3H; t;J=7,7Hz)
0,84 (3h; t;J=7,2Hz)
0,85 (3H; d;J=8,0Hz)
0,87 (t;J=7,2Hz)
260,85 (3H; d;
J=7,0Hz)
0,83 (3H; d;
J=6,4Hz)
0,83 (3H; d;
J=7,2Hz)
0,85 (d;
J=6,8Hz)
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
35/49
26
270,81 (3H d;J=7,0Hz)
0,81 (3H; d;J=6,4Hz)
0,79 (3H; d;J=7,2Hz)
0,82 (d;J=6,7Hz)
28 1,02 (3H; s) 0,68 (3H; s) 0,67 (3H; s) 0,69* (3H; s)29 0,69 (3H; s) 1,01 (3H; s) 1,00 (3H; s) 1,02* (3H; s)
Tabela 4. Dados do espectro de RMN de 1H do composto Pla-INS-33 emcomparao com a literatura
*Os dois valores podem estar trocados para literaturas diferentes.
5.3.2. Elucidao estrutural do composto Pla-INS-65
O composto Pla-INS-65 foi inicialmente analisado atravs de
espectrometria por infravermelho em pastilha de KBr. Atravs dessa anlise
podemos ver uma banda larga entre 3300 cm-1 e 3600 cm-1, o qual corresponde
a um grupo funcional OH ligado a carbono saturado. Entre 2800 cm-1 e 2950 cm-
1 h outra banda larga, referente a grupo CH alifticos. Em 1692 cm-1 temos uma
banda intensa e fina, representando um grupo C=O de cido carboxlico. O
espectro pode ser observado na figura 11.
3600 3400 3200 3000 2800 2600 2400 2200 2000 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400
Wavenumber (cm-1)
0
8
16
24
32
40
48
56
64
72
%Transmittance
3435.21
2926.01
2871.04
16
92.53
Figura 11 - Espectro infravermelho do composto Pla-INS-65
De acordo com as anlises de infravermelho, RMN de 1H e 13C, DEPT 90
e 135, o triterpeno cido urslico (Figura 12) foi elucidado como provvel
composto presente em Pla-INS-65, conforme explicado a seguir.
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
36/49
27
Figura 12 - Estrutura do composto cido urslico
No espectro de RMN de 1H deste composto pode-se observar um duplo
dupleto centrado em 3,46 ppm caracterstico de triterpenos, referente ao
hidrognio ligado ao C3 com integrao para 1 hidrognio e constante de
acoplamento J = 6,6 e 9,4 Hz. Este duplo dupleto o que os diferencia de
esteroides. Observa-se ainda um simpleto de sinal amplo em 5,49 ppm atribudo
a hidrognio vinlico ligado ao carbono C12, um dupleto em 2,64 ppm (J= 11,7
Hz) atribudo ao hidrognio metnico ligado ao carbono C18, cinco simpletos em
1,22; 1,05; 0,88; 1,02 e 1,24 ppm com valor de integrao para 3 hidrognios,
referentes s metilas ligadas a carbonos no hidrogenados (C23; C24; C25; C26;
C27) e dois dupletos em 1,00 ppm (J= 6,3 Hz) e 0,94 ppm (J= 5,5 Hz) referentes
a hidrognios ligados aos carbonos C29 e C30 repectivamente, caractersticos
de um esqueleto ursano.
No espectro de RMN de 13C podem ser observados sinais para 30
carbonos, sendo destacados os sinais mais deslocados em 78,21 ppm referente
ao carbono hidroximetnico (C3), 139,30 ppm e 125,69 ppm referentes aos
carbonos sp2 (C12 e C13), o sinal em 179,95 ppm referente a carbono de cido
carboxlico (C28). Os picos referentes aos carbonos das metilas (C23, C24, C25,
C26, C27, C29 e C30) se se concentram em deslocamento qumico menores, na
faixa de 15,72 ppm a 28,86 ppm. Os carbonos secundrios se concentram na
faixa de 23,57 ppm at 39,11 ppm, enquanto os carbonos tercirios tm
deslocamento qumico na faixa de 39,44 ppm e 55,86 ppm.
Atravs do espectro de DEPT 90 e DEPT 135 possvel concluir que tipo
de carbonos esto presentes na molcula a ser elucidada. O DEPT 90 identifica
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
37/49
28
apenas os carbonos tercirios (-CH), sendo formado um pico referente a cada
carbono, de acordo com os valores obtidos pelo espectro de RMN de 13C. O
espectro de DEPT 135 tem o mesmo princpio, porm so encontrados dois tipos
diferentes de picos, sendo os picos negativos referentes a carbonos secundrios
(-CH2) e os picos positivos referentes a carbonos tercirios (-CH) ou primrios (-
CH3). Como os carbonos tercirios foram encontrados atravs do espectro de
DEPT 90, consegue-se distinguir os carbonos primrios no espectro de DEPT
135. Os carbonos quaternrios no aparecem nos dois espectros e podem ser
localizados por simples comparao com o espectro de RMN de 13C. Os
resultados obtidos das anlises de DEPT para o composto em Pla-INS-65 podem
ser encontrados na tabela 6.
Atravs dos espectros de infravermelho, RMN de 1H, RMN de 13C, DEPT
90 e DEPT 135 em comparao com a literatura (SEEBACHER et al., 2003; LEE
et al., 2005; UDDIN et al., 2011; PREZ et al., 2014; BABALOLA & SHODE,
2013) foi possvel concluir a elucidao estrutural do composto Pla-INS-65 como
sendo coerente para o cido urslico.
As Figuras 13, 14, 15, 16 e 17 mostram, respectivamente, os espectros de
RMN de 1H e ampliaes, RMN de 13C, DEPT 90 e DEPT 135. As Tabelas 5, 6
e 7 renem os dados espectromtricos em comparao com a literatura citada.
8.5 8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0Chemical Shift (ppm)
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
Intens
ity
3.323.131.061.05 1.04 0.96
Pyridine-d5
Pyridine-d5
Pyridine-d5
8.7
1
7.5
6
7.1
9
5.4
9
3.4
7
3.4
6
3.4
3
2.6
5
2.6
2
2.3
2
2.1
4
2.1
2
2.1
1
1.9
7
1.9
4
1.8
3
1.5
5
1.3
7
1.2
4
1.0
2
0.8
8
0.8
4
Figura 13 - Espectro de RMN de 1H do composto Pla-INS-65 em piridina-D5(200MHz)
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
38/49
29
5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0Chemical Shift (ppm)
0
0.05
0.10
0.15
Intens
ity
1.05 1.04 0.96
5.4
9
3.4
7
3.4
6
3.4
5
3.4
3
2.6
5
2.6
2
2.4 2.3 2.2 2.1 2.0 1.9 1.8 1.7 1.6 1.5 1.4 1.3 1.2 1.1 1.0 0.9 0.8 0.7
Chemical Shift (ppm)
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
Intensity
3.323.173.13 3.041.06
2.352.33
2.32
2.30 2
.142.12
2.11
2.09
1.97 1.94
1.83
1.65 1.62
1.55
1.53 1
.37
1.341.28
1.24
1.22
1.05
1.02
1.00
0.990.95
0.94
0.88
0.84
Figura 14 - Regies ampliadas do espectro de RMN de 1H do composto Pla-INS-65 em piridina-D5 (200MHz)
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
39/49
30
Tabela 5 - Dados do espectro de RMN de 1H do composto Pla-INS-65 emcomparao com a literatura
C cido Urslico
1H (UDDIN et al.,2011)
1H (PEREZ et al.,2014)
1H (BABALOLA&SHODE, 2013)
1H PLA-INS-65
03 3,43 (1H; br s)3,49 (1H; dd; J=6,0;
10,0Hz)3,43 (1H; br s)
3,46 (1H; dd;J=6,6; 9,4Hz)
12 5,50 (1H; br s) 5,52 (1H; s) 5,50 (1H; br s) 5,49 (1H; br s)
182,52 (1H; d;J=11,0Hz)
2,68 (1H; d;J=11,0Hz)
2,52 (1H; d;J=11,0Hz)
2,64 (1H; d;J=11,7Hz)
23 1,24 (3H; s) 1,27 (3H; s) 1,24 (3H; s) 1,22 (3H; s)24 1,02 (3H; s) 0,91 (3H; s) 1,02 (3H; s) 1,05 (3H; s)25 0,93 (3H; s) 1,08 (3H; s) 0,93 (3H; s) 0,88 (3H; s)
26 1,05 (3H; s) 1,05 (3H; s) 1,05 (3H; s) 1,02 (3H; s)27 1,22 (3H; s) 1,25 (3H; s) 1,22 (3H; s) 1,24 (3H; s)
29 0,97 (3H; s)1,03 (3H; d;
J=6,0Hz)0,97 (3H; s)
1,00 (3H; d;J=6,3Hz)
300,99 (3H; d;
J=6,1Hz)0,98 (3H; d;
J=6,0Hz)0,99 (3H; d;
J=6,0Hz)0,94 (3H; d;
J=5,5Hz)
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
40/49
31
Figura 15 -Espectro de RMN 13C do composto Pla-INS-65 em piridina-D5
Figura 16 -Espectro DEPT 90 do composto Pla-INS-65 em piridina-D5
PLA-INS-65_PIRIDINA_DEPT90(2).ESP
180 160 140 120 100 80 60 40 20
Chemical Shift (ppm)
-0.5
0
0.5
1.0
NormalizedIntensity
125.69
78.16 5
5.85
53.58
48.08 39.52
3
9.44
170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20
Chemical Shift (ppm)
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
Intens
ity
Pyridine-d5
Pyridine-d5
15
.72
16
.63
17
.50
23
.96
28
.86
37
.32
39
.42
39
.53
40
.01
42
.54
48
.09
53
.59
55
.86
78
.16
12
3.5
6
1
25
.69
135
.59
139
.30
149
.9
0
179
.95
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
41/49
32
PLA-INS-65_PIRIDINA_DEPT135(2).ESP
180 160 140 120 100 80 60 40 20
Chemical Shift (ppm)
-0.5
0
0.5
1.0
NormalizedIntensity
125.69
78.16
55.86 53.59
48.08
39.53 39.45
39.1
237.4
9 33.
62
31.11
28.86
28.17
24.
96
23.96
23.
6
8
21.48
18.
82
16.64
15.73
Figura 17 -Espectro de DEPT 135 do composto Pla-INS-65 em piridina-D5
cido UrslicoC 13C Pla-INS-65 DEPT 90 DEPT 1351 39,11 - CH22 28,16 - CH23 78,16 CH CH4 39,42 - -5 55,86 CH CH6 18,82 - CH27 33,62 - CH28 40,01 - -9 48,09 CH CH
10 37,32 - -11 23,67 - CH2
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
42/49
33
12 125,69 CH CH13 139,30 - -14 42,54 - -15 28,73 - CH216 24,96 CH2
17 48,09 - -18 53,59 CH CH19 39,53 CH CH20 39,44 CH CH21 31,11 - CH222 37,49 - CH223 28,86 - CH324 16,63 - CH325 15,72 - CH326 17,50 - CH327 23,96 - CH3
28 179,95 - -29 17,57 - CH330 21,47 - CH3
Tabela 6 - Dados espectrais de RMN de 13C junto aos de DEPT 90 e DEPT 135do composto Pla-INS-65 em piridina-D5
cido Urslico
C 13C (SEEBACHERet al., 2003) 13C (BABALOLA&SHODE, 2013)
13C Pla-INS-651 39,2 38,4 39,112 28,2 28,1 28,163 78,2 78,1 78,164 39,6 38,4 39,425 55,9 55,8 55,866 18,8 18,8 18,827 33,7 33,6 33,628 40,1 40,0 40,019 48,1 48,3 48,09
10 37,5 37,4 37,3211 23,7 23,6 23,67
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
43/49
34
12 125,7 125,6 125,6913 139,3 139,7 139,3014 42,6 42,5 42,5415 28,8 28,7 28,7316 25,0 24,9 24,96
17 48,1 48,0 48,0918 53,6 53,5 53,5919 39,5 39,5 39,5320 39,4 39,1 39,4421 31,1 31,1 31,1122 37,4 37,3 37,4923 28,8 28,8 28,8624 16,5 15,7 16,6325 15,7 16,6 15,7226 17,5 17,4 17,5027 24,0 23,8 23,96
28 179,7 180,0 179,9529 17,5 17,5 17,5730 21,4 21,4 21,47
Tabela 7 - Dados do espectro de RMN de 13C do composto Pla-INS-65 emcomparao com a literatura
Portanto, a partir da frao insolvel obtida do extrato bruto hidroalcolico
de P. latifolia, pode-se isolar o esteroide -sitosterol e um triterpeno, o cido
urslico.
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
44/49
35
6. CONCLUSES
O estudo fitoqumico e biolgico de Posoqueria latifolia permitiu obter as
seguintes concluses:
1. Aps a aplicao da marcha analtica preliminar ao extrato bruto,
observou-se que a espcie forneceu resultados positivos para compostos da
famlia dos alcaloides, esteroides, flavonoides, leucoantocianidinas e taninos.
2. A atividade antioxidante concentrou-se na frao acetato de etila obtida
do particionamento lquido-lquido do extrato bruto. Quanto a frao insolvel, o
fato de isolar-se compostos que no tem alta atividade antioxidante prova porque
o teste no rendeu bons resultados para essa frao.
3. A ao inibitria da acetilcolinesterase foi mais acentuada na frao
acetato de etila e frao insolvel, exibindo uma atividade inibitria maior que
50%. As fraes demonstraram menor atividade quando comparado com o
frmaco galantamina, porm incentivida a aplicao de outros testes devido a
alta atividade apresentada.
4. O fracionamento cromatogrfico da frao insolvel permitiu o
isolamento e identificao do esteroide - sitosterol e do triterpeno cido
urslico.
Os estudos fitoqumicos promovidos at o momento sobre a planta
renderam novos compostos para a taxonomia da espcie, mas sem ainda
possibilitar a descoberta de alcaloides. Porm, o estudo da frao rica em
alcaloides pode representar novos compostos a serem isolados e elucidados na
continuao deste projeto. Quanto aos efeitos biolgicos, embora os testes
apresentados no sejam to promissores, incentiva-se a aplicao de novos
testes com objetivos diferentes, de modo a ser observada em P. latifoliauma
provvel aplicao biolgica.
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
45/49
36
7.REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
AHMED, Y.; RAHMAN, S.; AKHTAR, P.; ISLAM, F.; RAHMAN, M.; YAAKOB,Z. Isolation of steroids from n-hexane extract of the leaves of Saurauia roxburghii,International Food Research Journal,20(5): 2939-2943. 2013
AMES, B. N.; SHIGENAGA, M. K.; HAGEN, T. M. Oxidants, antioxidants,and the degenerative diseases of aging. Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A.,90: 7915-7922. 1993
ARIZA, O.A.; PARRA, E.D.R.; ARCHILA, J.A.; MORALES, J.M.;STASHENKO, E.E. Determinacin mediante hs-spme/gc-ms, de la composicinqumica de la fragancia y el absoluto de las flores de Posoqueria latifolia.Scientia Et Technica, XIII(33): 59-61. 2007
BABALOLA I.T., SHODE F.O. Ubiquitous Ursolic Acid: A PotentialPentacyclic Triterpene Natural Product. Journal of Pharmacognosy andPhytochemistry,2(2): 214-222. 2013
CHAO, P.D.L.; SVOBODA, G.H. Two new iridoids from Posoquerialatifolia. J. Nat. Prod.,43: 571-576. 1980
CHATURVEDULA, V.S.P.; PRAKASH, I. Isolation of Stigmasterol and -Sitosterol from the dichloromethane extract of Rubus suavissimus,International
Current Pharmaceutical Journal, 1(9): 239-242. 2012
CRONQUIST, A. An Integrated System of Classification of FloweringPlants. New York: Columbia University Press, 1981.
DELPETRI, P.G.; SMITH, L.; KLEIN, R.M. Rubiaceas. Flora IlustradaCatarinense, 2005.
EISENHUT, M.; OMARI, A.; MACLEHOSE, H.G. Intrarectal quinine for
treating Plasmodium falciparum malaria: a systematic review. Malaria Journal,4: 24. 2005
ELYA, B.; BASAH, K.; MUN'IM, A.; YULIASTUTI, W.; BANGUN, A.;SEPTIANA, E.K. Screening of -glucosidase inhibitory activity from some plantsof Apocynaceae, Clusiaceae, Euphorbiaceae, and Rubiaceae. Journal ofBiomedicine and Biotechnology,v.2012, doi:10.1155/2012/281078, 2012
FENNER, R.; BETTI, A.H.; MENTZ, L.A.; RATES, S.M.K. Plantasutilizadas na medicina popular com potencial atividade antifngica. Rev. Bras.Cienc. Farm.,42: 369-394. 2006
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
46/49
37
FERREIRA, A.B.H. Novo Dicionrio da Lngua Portuguesa. Segundaedio. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. 41
FERREIRA, J.C.; LEMOS, R.P.L.; CONSERVA, L.M. Chemicalconstituents from Spermacoce verticillata (Rubiaceae). BiochemicalSystematics and Ecology, 44: 208-211. 2012
FORERO, L.E. Etnobotnica de las comunidades indgenas Cuna yWaunana, Choc (Colombia). Cespedesia,9(33-34): 115-301. 1980
FRANCIS, P. T.; PALMER, A. M.; SNAPE, M.; WILCOCK, G. K. Thecholinergic hypothesis of Alzheimers disease: a review of progress. J. Neurol.Neurosurg. Psychiatry,66: 137. 1999
HASEGAWA, M.; SASAKI, T.; SADAKANE, K.; TABUCHI, M.; TAKEDA,Y.; KIMURA, M.; FUJII, Y. Studies for the emetic mechanisms of ipecac syrup(TJN-119) and its active components in ferrets: Involvement of 5-hydroxytryptamine receptors. Japanese Journal of Pharmacology, 89(2): 113-119. 2002
HEINRICH, M.; TEOH, H.L. Galanthamine from snowdrop-thedevelopment of a modern drug against Alzheimers disease from local Caucasianknowledge. Journal of Ethnopharmacology,92: 147162. 2004
IUPAC. Compendium of Chemical Terminology, 2nd ed. (the "GoldBook"). Compiled by A. D. McNaught and A. Wilkinson. Blackwell ScientificPublications, Oxford (1997). XML on-line corrected version:http://goldbook.iupac.org (2006-) created by M. Nic, J. Jirat, B. Kosata; updatescompiled by A. Jenkins. ISBN 0-9678550-9-8.doi:10.1351/goldbook.
JOLY, A.B. Botnica Introduo Taxonomia Vegetal. 5ed. SoPaulo: Companhia Editora Nacional, 1979. 777 p.
KAMBOJ, A.; SALUJA, A.K. Isolation of stigmasterol and -sitosterol frompetroleum ether extract of aerial parts of Ageratum conyzoides (asteraceae),International Journal of Pharmacy and Pharmaceutical Sciences, 3(1): 94-96. 2011
LEE T.; JUANG S.; HSU F.; WU C. Triterpene Acids from the Leaves ofPlanchonella duclitan(Blanco) Bakhuizan. Journal of the Chinese ChemicalSociety,52: 1275-1280. 2005
LORENZI, H. Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquticas,parasitas, txicas e medicinais. Nova Odessa, SP: Edio do Autor, 1982. 271-
http://dx.doi.org/10.1351/goldbookhttp://dx.doi.org/10.1351/goldbook -
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
47/49
38
272
MACIAS, L.F.N. Reviso taxonmica do gnero Posoqueria Aubl.(Rubiaceae), 1988, 164 f. Tese (Mestrado em Biologia Vegetal) Curso de Ps-Graduao em Biologia, Universidade Estaduas de Campinas. Campinas, SP:Instituto de Biologia, UNICAMP; 1988.
MACIAS, L.; KINOSHITA, L.S. Rubiaceae. In: MELHEM T. S. A.;WANDERLEY M. G. L.; MARTINS S. E.; JUNG-MENDAOLLI S. L.;SHEPHERD G. J.; KIRIZAWA M. (eds). Flora Fanerogmica do Estado de SoPaulo. Vol. 5. So Paulo: Fapesp, 2007.
MAGINA, M.D.; GILIOLI, A.; MORESCO, H.H.; COLLA, G.; PIZZOLATTI,M.G.; BRIGHENTE, I.M.C. Atividade antioxidante de trs espcies de Eugenia
(Myrtaceae). Latin American Journal of Pharmacy, 29(3): 376-382. 2010
MAGINA, M.D.A., DALMARCO, E.M.; DALMARCO, J.B.; COLLA, G.;PIZZOLATTI, M.G.; BRIGHENTE, I.M.C. Bioactive triterpenes and phenolics ofleaves of Eugenia brasiliensis. Qum. Nova, 35(6): 1184-1188. 2012
MARTINS, D.; CARRION, L.L.; RAMOS, D.F.; SALOM, K.S; SILVA,P.E.A.; BARISSON, A.; NUNEZ, C.V. Triterpenes and the AntimycobacterialActivity of Duroia macrophylla Huber (Rubiaceae). Biomed Research
International, 2013.
MATOS, F.J.A. Introduo Fitoqumica Experimental. 2ed. Fortaleza:UFC, 1997, 17-23.
MCMURRY, J., Qumica Orgnicavol. 1. Editora CENGAGE Learning.Traduo da 6 Edio Norte Americana, 2008. 193-194
MONTEIRO, J.M.; ALBUQUERQUEI, U.P.; ARAJO, E.L.; AMORIM,E.L.C. Taninos: uma abordagem da qumica ecologia. Qum. Nova,28(5): 892-896. 2005
MOREIRA, V.F.; OLIVEIRA, R.R; MATHIAS, L.; BRAZ-FILHO, R.; VIEIRA,I.J.C. New Chemical Constituents from Borreria verticillata (Rubiaceae).Helvetica Chimica Acta, 93(9): 1751-1757. 2010
MORESCO, H.H.; QUEIROZ, G.S.; PIZZOLATTI, M.G.; BRIGHENTE,I.M.C. Chemical constituents and avaluation of the toxic and antioxidant activitiesof Averrhoa carambola leaves. Revista Brasileira de Farmacognosia, 22(2):
319-324. 2012
-
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
48/49
39
NOGUEIRA, L.J.; MONTANARI, C.A.; DONNICIA, C.L. Histrico daevoluo da qumica medicinal e a importncia da lipofilia: de Hipcrates eGaleno a Paracelsus e as contribuies de Overton e de Hansch. Revista Virtualde Qumica, 1(3): 227-240. 2009
PEREIRA, M.S.; BARBOSA, M.R.V. A famlia Rubiaceae na ReservaBiolgica Guaribas, Paraba, Brasil. Subfamlias Antirheoideae, Cinchonoideaee Ixoroideae. Acta Bot. Bras.,18: 305-318. 2004
PREZ A.H.; BAH M.; ALVARADO C.I.; CRUZ J.F.R.; MOLINA A.R.;MOLINA J.I.R.; LUNA J.A.C. Aortic Relaxant Activity of Crataegus graciliorPhippsand Identification of Some of Its Chemical Constituents. Molecules, 19: 20962-20974. 2014
PIETTA, P.G. Flavonoids as antioxidants. J. Nat. Prod.,63(7) 1.035-1.042.2000
PRIOR R.; WU X.; SCHAICH K. Standardized methods for thedetermination of antioxidant capacity and phenolics in foods and dietarysupplements. J. Agr. Food Chem., 53: 4290-4302. 2005
RIBEIRO, A.B. et al. Antioxidant capacity, total phenolic content, fatty acidsand correlation by principal component analysis of exotic and native fruits fromBrazil.J. Braz. Chem. Soc., 24(5):797-804. 2013
RICE-EVANS, C.; MILLER, N.J.; PAGANGA, G. Structure-antioxidantactivity relationships of flavonoids and phenolic acids. Free Rad. Biol. Med.,20(7): 933-956. 1996
ROBBRECHT, E.; BLOCK, P.D.; DESSEIN, S.; STOFFELEN, P. NationalBotanic Garden of Belgium Research. Monographic and systematic studies inRubiaceae [cited 2013 october, 06]; Available from:http://www.br.fgov.be/RESEARCH/PROJECTS/rubiaceae.php .
SAMPAIO-SANTOS, M.I.; KAPLAN, M.A.C. Biosynthesis significance ofiridoids in chemosystematics. J. Braz. Chem. Soc. 12(2): 144-153. 2001
SEEBACHER W.; SIMIC N.; WEIS R.; SAF R.; KUNERT O. Completeassignments of H and C NMR resonances of oleanolic acid, 18a-oleanolic acid,ursolic acid and their 11-oxo derivatives, Magn. Reson. Chem.,41: 636638.2003
SOTO-SOBENIS, A.; CASTILLO, B.; DELGADO, A.; GONZLEZ, A.;MONTENEGRO, R. Alkaloid Screening of Herbarium Samples of Rubiaceae from
http://www.br.fgov.be/RESEARCH/PROJECTS/rubiaceae.phphttp://www.br.fgov.be/RESEARCH/PROJECTS/rubiaceae.phphttp://www.br.fgov.be/RESEARCH/PROJECTS/rubiaceae.php -
7/25/2019 TCC Posoqueria latifolia
49/49
Panama. Pharmaceutical Biology, 39(3): 161169. 2001
SOUZA, R.K.D.; MENDONCA, A.C.A.M.; DA SILVA, M.A.P. Aspectosetnobotnicos, fitoqumicos e farmacolgicos de espcies de Rubiaceae noBrasil. Rev. Cubana Plant. Med., 18(1): 140-156. 2013
TAN, S.N.; YOUNG, J.W; TEO, C.C.; GE, L.; CHAN, Y.W.; HEW, C.S.Determination of metabolites in Uncaria sinensis by HPLC and GC-MS aftergreen solvent microwave-assisted extraction. Talanta, 83(3): 891-898. 2011
TAYLOR, C.M.; STEYERMARK, J.A.; DELPRETE, P.G.; VICENTINI, A.;CORTS, R.; ZAPPI, D.; PERSSON, C.; COSTA, C.B.; ANUNCIAO, E.A.Rubiaceae. In: STEYERMARK, J.A.; STEYERMARK, J.S.; BERRY, P.E.; HOLST,B.K. (Eds.): Flora of the Venezuelan guayana, 8: 497-848. St. Louis, USA:Missouri Botanical Garden Press, 2004
UDDIN G.; WALIULLAH; SIDDIQUI B.S.; ALAM M.; SADAT A.; AHMADA.; UDDIN A. Chemical Constituents and Phytotoxicity of Solvent ExtractedFractions of Stem Bark of Grewia optiva Drummond ex Burret. Middle-EastJournal of Scientific Research,8(1): 85-91. 2011
VIEGAS JUNIOR, C.; BOLZANII, V.S.; FURLANI, M.; FRAGAII, C.A.M.;BARREIROII, E.J. Produtos naturais como candidatos a frmacos teis notratamento do Mal de Alzheimer. Qum. Nova,27(4): 655-660. 2004
YAHYA, M.A.A.; YAACOB, W.A.; NAZLINA, I. Isolation of chemicalconstituents from rhizomes of etlingera sphaerocephala var. Grandiflora, TheMalaysian Journal of Analytical Sciences, 15(1): 22-26. 2011
ZAROTSKY V.; SRAMEK J.J.; CUTLER N.R. Galanthamine hydrobromide:an agent for Alzheimers disease. Am. J. Health-System Pharmacist,60: 446-452. 2003
top related