tendências da comunicação: estudo sobre a publicidade na ... · direto e de relacionamento,...
Post on 10-Jul-2020
0 Views
Preview:
TRANSCRIPT
Trabalho apresentado à Sessão de Temas Livres do Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação - XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005.
Tendências da comunicação: Estudo sobre a publicidade na Internet1
Autora: Roberta Lucas Scatolim2 Vinculada como Docente à Faculdade de Educação São Luís de Jaboticabal – SP.
Resumo A Internet, uma das tecnologias da informação, vem contribuindo para a expansão comercial das empresas, que utilizam suas ferramentas para realizar o varejo on line de produtos e serviços. Uma estratégia que melhora o relacionamento empresa – cliente, pois possibilita o acesso às informações como: filosofia da empresa, a linha de produtos e serviços, a possibilidade de críticas e sugestões e a compra. Empresas que buscam a Internet procuram um mercado ilimitado, redução de custos com fornecedores e operacionais, e em comparação a outras mídias, o valor de investimento é menor.Esse trabalho está em projeção, pretende mostrar a funcionalidade da rede, utilizada também como comércio, e sua contribuição aos fatores econômicos e as conquistas de nichos mercadológicos. Palavras-Chave Publicidade; Globalização; Marketing; Internet. Corpo do Trabalho
As propagações de idéias, produtos e serviços, são transmitidos
simultaneamente, sem fronteiras, por conexões transversais. As relações mediadas pela
Internet delineiam formas singulares de consumo e comportamentos.
Empresas procuram usar cada vez mais as Tecnologias de Informação. Uma
poderosa ferramenta, que serve de amalgama na competitividade e estratégias, em meio
aos impactos sociais e empresariais.
As mudanças regidas pelo cenário globalizado trouxeram novas tecnologias,
novas oportunidades, novas demandas, o que exigiu novas adequações das empresas.
Essas tiveram que reformular o cenário interno e externo, para acompanhar as novas
tendências de criação e utilização de mercado e comércio de eletrônicos, ao ambiente
empresarial.
1 Trabalho apresentado à Sessão de Temas Livres do Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação - XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005. 2 Roberta Lucas Scatolim, publicitária graduada pela Universidade Metodista de Piracicaba – SP., robertascatolim@saoluis.br Especialista em Didática – Fundamentos Teóricos da Prática Pedagógica e em Língua Portuguesa – Compreensão e Produção de Textos e Docente em Comunicação Social – Publicidade e Propaganda e em Artes, pela Faculdade de Educação São Luís, de Jaboticabal – SP. www.saoluis.br
Trabalho apresentado à Sessão de Temas Livres do Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação - XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005.
Devido à força das influências entre os setores, as organizações têm sido
afetadas pela com as novas formas de varejo e com o comércio eletrônico. Dessa forma,
é exigido das empresas um grande esforço para a assimilação e o uso das tecnologias de
informação, sobretudo ao comércio eletrônico.
A eficiência está ligada a um processo de manutenção dos setores, recursos,
humanos e materiais, da empresa nos aspectos políticos, econômicos, sociais e
tecnológicos, com intuito de manter condições de competitividade com a concorrência.
Essa situação tornou necessária a utilização de meios de comunicação mais
eficientes, capazes de alcançar com maior rapidez os objetivos. Ou seja, a reformulação
das estratégias de marketing.
As novas perspectivas do mercado corporativo, são definidas por um marketing
estratégico. Uma delas é a publicidade virtual. A web permite a troca de experiências,
possibilidades e informações.
A Internet surgiu na década de 60, quando o Departamento de Defesa do
Governo dos Estados Unidos da América propôs a criação de uma rede experimental,
denominada Arpanet, desenvolvida pela Arpa – Advanced Research Projects Agency. A
Arpanet era composta por quatro computadores. O objetivo era a troca de informações
militares.
A publicidade on line possibilita a adequação estratégica e direta dos produtos e
serviços ao consumidor/internauta. As peças têm vários formatos: banners, rich media,
flash, pop-ups e pop-unders, etc.
Os serviços disponíveis na rede como: pesquisa, rádio, compra, bancários, etc.,
fazem com que o tempo de uso aumente exacerbadamente. Os usuários da Internet, ao
contrário do telespectador, não ficam limitados e passíveis à programação que lhes são
impostas. Tem livre acesso, passando a controlar sua audiência, um comportamento
denominado on demand.
Nesse viés, a publicidade on line procura estimular a busca, conseqüentemente a
venda. A publicidade globalizada pela rede traz conteúdos sociais e culturais, uma
representação impõe sobre a opinião coletiva, uma filosofia livre de fronteiras, cujo
contexto histórico é secundário.
A rede cresceu rapidamente, “a Arpanet, rede estabelecida pelo Departamento de
Defesa dos Estados Unidos, tornou-se a base de uma rede de comunicação horizontal
Trabalho apresentado à Sessão de Temas Livres do Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação - XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005.
global, composta de milhares de redes de computadores (confessadamente para uma
elite versada em computadores, totalizando cerca de 20 milhões de usuários em meados
dos anos 90, mas em crescimento exponencial).” (CASTELLS, 1999: 26)3 A rede
passou a ter outra finalidade, os usuários passaram a buscar diversos assuntos, diferentes
da época da Guerra Fria.
Esta rede evoluiu de um meio de comunicação reservado a pesquisadores e
cientistas, para um meio de marketing sofisticado. Em 1994, foram permitidos os usos
comerciais, educacionais e de pesquisa da rede.
A banalização da Internet aconteceu depois que Tim Berners Lee, um
investigador nuclear, apresentou em 1989, um projeto provisório com um sistema
mundial de acesso a informação, baseado em hipertexto. Assim foi inventado o novo
serviço WWW - World Wide Web, cujas mensagens evoluíram com voz, vídeo e
imagens. Uma teia congestionada por informações, serviços e comércio mundialmente
disponíveis 24 horas.
Nos anos 40, a televisão consolidou-se como nova mídia, permitindo a
ampliação dos negócios, entretenimento doméstico, publicidade, posicionamento das
marcas, entre outros.
Como a TV, a Internet também foi um divisor de águas no processo de
comunicação. Tecnologias que alteram a maneira de agir das empresas e dos
consumidores, oferecendo oportunidades para explorar e descobrir novos mundos e
mercados.
As informações digitais mudam as características estáticas de mundo, tornando
virtual o tempo e o espaço.
O crescimento da rede atrai, de maneira exacerbada anunciantes, que utilizam-na
como ferramenta de marketing, no intuito de posicionar produtos e serviços nas mentes,
conquistando assim posicionando novos mercados.
A utilização crescente da web como meio de veiculação deve, principalmente, ao
baixo custo e ao grande alcance de público. O varejo on line apresenta bom crescimento
no Brasil. Segundo uma pesquisa realizada pela E-Consulting com a Camara-e.net,
publicada em dezembro de 2004, revela que o Índice de Varejo On Line (VOL) no
3 CASTELLS, M.. A sociedade em rede – A era da informática: economia, sociedade e cultura. 2ª Edição. Lisboa: Editorial Presença, 1999.
Trabalho apresentado à Sessão de Temas Livres do Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação - XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005.
mercado brasileiro em setembro de 2004 foi de 40,6% O VOL, que representa a soma
dos volumes de transações de automóveis, turismo e bens de consumo (lojas virtuais e
leilões para pessoa física), chegou a R$ 622,3 milhões, valor que corresponde a 3,4% do
varejo total no país, dados calculados a partir do índice-base do IBGE.
Tais valores proporcionam à rede um mercado lucrativo e promissor, com alto
retorno dirigido às empresas de produtos B2B (business to business) ou B2C (business
to consumer).
O monopólio consumista desterritorializado influi em aspectos sociais, raciais,
religiosos, econômicos, etc. O acesso às novas tecnologias, como a Internet, promove
campanhas publicitárias de longo alcance geográfico, com retornos econômicos em
grande escala. Um recurso para não ficar “ilhado” nesse mercado globalizado, cujo
ciberespaço funciona como ponte na divulgação de produtos ou serviços de campanhas
publicitárias locais, regionais, nacionais ou internacionais.
“A consolidação de firmas globais reordena o equilíbrio entre as holdings de publicidade. Contas que estavam fragmentadas por diversas agências se centralizam em uma só, comprimindo as disputas no setor. As escolhas recaem, usualmente, em quatro ou cinco conglomerados que operam através de subsidiárias e associadas regionais. Do ponto de vista dos anunciantes, unificar contas significa racionalização de custos e maior uniformidade na condução das campanhas. Por esses motivos, tendem a confiar serviços agregados (marketing direto e de relacionamento, comércio eletrônico) às agências incumbidas de sua publicidade comercial, em detrimento de empresas de menor porte que buscam sobreviver nos nichos mercadológicos”.4
O varejo interativo é imprescindível no mercado global. Uma ferramenta de
comunicação, que conquistou a fidelização de novos clientes, setores e empresas, com
variados produtos e serviços. Um dos maiores objetivos das empresas que usam a
Internet é ter retorno alto, a um custo baixo e em curto prazo. Entre outros como: tornar
produtos e serviços conhecidos; identificar novos mercados e públicos; manter seus
clientes e conquistar outros potenciais; mostrar o lado institucional e/ou corporativo da
empresa; personalizar a comunicação (marketing dirigido), de acordo com os sites, etc.
4 A publicidade no mercado globalizado. Dênis de Moraes, Universidade Federal Fluminense, Brasil. Junho de 2000, acessado em 19 de maio de 2005, disponível em http://www.bocc.ubi.pt/pag/_texto.php?html2=moraes-denis-publicidade.html
Trabalho apresentado à Sessão de Temas Livres do Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação - XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005.
Segundo dados da Folha On line de 05 de abril, passado, os investimentos em
publicidade virtual no Reino Unido ultrapassaram os valores investidos em rádio, 3,9%
na Internet contra 3,8%.
Um estudo feito sobre as vendas de oito marcas distintas, pela DoubleClick e a
IRI – Information Resources Inc- constatou que a publicidade on line contribui cerca de
6,6% das vendas no mercado tradicional. Atuando na decisão de compra, mesmo dos
consumidores da aquisição off-line. Dessa forma a publicidade on-line também é
positiva para o mercado off-line. Segundo dados registrados no site Elemento Digital,
em 23 de maio de 2005.
Alguns fatores fizeram com que as empresas se adequassem ao meio social e
cultural, bem como investissem mais em comunicação. Dentre alguns fatores, podemos
citar: a globalização, o público exigente, o cuidado com o meio-ambiente, o crescimento
exacerbado dos sindicatos trabalhistas, o acesso à informação em tempo real, etc.
“A Internet oferece crescente oportunidade para obtenção de dados que possibilitam a análise dos ambientes externos de uma organização. Usando a World Wide Web, as empresas podem obter vasto volume de dados demográficos e de outros dados relacionados a marketing para melhor entender seus consumidores-alvo.” (FERREL et al., 2000:154)5
Em meio a uma economia árdua, as empresas precisam de estratégias criativas.
A publicidade on line é uma alternativa às empresas que desejam retorno rápido, pouco
investimento e exposição ao mundo vinte e quatro horas. Buscando dirigir e atingir com
a comunicação as pessoas, no lugar certo, no tempo exato e na forma apropriada seus
produtos e serviços. Essa tendência varejista virtual é crescente e promissora. Empresas
que não estiverem na rede perderão visibilidade, oportunidades, negócios e,
principalmente, clientes em potencial. “O consumidor é um ser humano influenciado
socialmente, economicamente e dono de um temperamento próprio e de características
pessoais peculiares”. (FREIRE & SOUZA, 2001:38)
“... o marketing parte para uma nova concepção O feedback hoje é direto, imediato e contínuo, e irá continuar assim à medida que o acesso direto
5 FERRELL, O. C.; HARTLINE, Michael D; LUCAS JR, George et al. Estratégia de Marketing. São Paulo: Atlas, 2000.
Trabalho apresentado à Sessão de Temas Livres do Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação - XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005.
remodele tanto o mercado competitivo quanto o comportamento do consumidor.” (MCKENNA, 2002:78)6
Com o fim das barreiras comerciais, devido ao fenômeno da globalização, da
produção e dos mercados as estratégias de ação das empresas estão mudando. Para Al
Ries e Jack Trout, hoje as empresas tem mais dificuldades em mostrar aos
consumidores.
As vantagens relativas dos seus produtos ou serviços. Para eles, os mercados são
ocupados por produtos concorrentes que, pouco diferenciam uns dos outros. Por isso,
fazer mais publicidade do que a concorrência não significa vender mais. “Criar uma
marca através da comunicação publicitária não é garantia de sucesso, porque a
concorrência está a fazer exatamente o mesmo.” (RIES & TROUT, 1987)7 Ou seja, para
manter o posicionamento, é preciso comunicar produtos e serviços regularmente, essa é
uma estratégia de “sobrevivência”, em meio a tantos produtos similares, e na conquista
de novos mercados e novos públicos.
De acordo com Carlos Chernij, do Plantão INFO On line, data de sexta-feira,
29 de abril de 2005 - 19h03, uma pesquisa realizada pela Interactive Advertising
Bureau, comprovou que o faturamento com publicidade on-line nos Estados Unidos
aumentou 33% em 2004, atingindo um total de 9,4 bilhões de dólares. A maior parte
(40%) foi gerada através dos anúncios providos por ferramentas de busca, como o
Google e o Yahoo!
A publicidade on-line já representa 3,7% do faturamento total da propaganda
americana, superando outras mídias, como os outdoors. O maior faturamento é o setor
de correspondências e e-mails diretos, que movimenta 50 bilhões de dólares ao ano. Na
seqüência, estão os jornais (46,2 bilhões), o rádio (20,7 bilhões), TV por assinatura
(15,8 milhões) e revistas variadas (12,4 bilhões).
O Meio & Mensagem On line, traz um artigo publicado em 23 de maio, às
16:49h, passado, mostrando uma promoção do Dia dos Namorados: “A Flores on line,
de venda de flores pela Internet e o Noyoi, restaurante de culinária japonesa, fecharam
uma parceria para comemorar o Dia dos Namorados. A idéia é atrair clientes e casais
6 MCKENNA, Regis. Acesso total: o novo conceito de marketing de atendimento. Rio de Janeiro: Campus, 2002. 7 RIES, Al; TROUT, Jack. Posicionamento – A batalha pela sua mente, Brasil, ed. Pioneira, 1987.
Trabalho apresentado à Sessão de Temas Livres do Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação - XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005.
que desejam unir presentes especiais com arranjos florais e um jantar. A parceria tem a
proposta de facilitar a forma de presentear. Através de um simples contato, o Noyoi
entrega o pedido e o arranjo selecionado ao cliente”.
Além da rapidez em trocar os banners, o texto, as peças de acordo com as
promoções ou ofertas, a publicidade on line foca em assuntos específicos e/ou
procurados. Há flexibilidade em atingir a atenção do público, que recebe a mensagem e
passa a ser um co-autor. Além disso, a web possibilita a obtenção das informações sobre
os visitantes do site, e a oportunidade da “ação viral”, com a “pulverização” rápida da
informação. Essa interação é impossível nas mídias chamada, tradicional ou
convencional.
Anunciar na web hoje, significa estar dentro do sistema de avanços tecnológicos,
sistema este que exige funcionalidade, bom design, bons conteúdos e, sobretudo
praticidade.
Segundo dados do IBGE, as vendas pela Internet representam 0,21% do
comércio varejista:
“A participação das vendas pela Internet no comércio varejista do País passou de 0,10%, em 2000, para 0,21% em 2002, saltando de uma receita líquida de R$ 201,5 milhões para R$ 530,0 milhões no período. Em 2002, a Pesquisa Anual do Comércio registrou 445 empresas varejistas com até um quarto do seu faturamento proveniente do comércio pela Internet, e 340 empresas com até 50% de sua receita gerada dessa maneira. Poucas empresas chegaram a um percentual maior: eram 15 com até 75% de seu faturamento obtido via web e apenas seis com mais de 75% a 100% de sua receita líquida resultante de vendas pela Internet. Entre os produtos mais vendidos pela rede estão livros, jornais, revistas, móveis, produtos farmacêuticos, materiais de construção, máquinas, equipamentos de escritório, discos, instrumentos musicais, artigos de joalheria, bijuteria, brinquedos, produtos de limpeza e objetos de arte. Juntos, esses produtos geraram R$ 308,2 milhões de receita, ou 58,2% da receita líqüida total do comércio varejista pela Internet.” (IBGE – Pesquisa Anual de Comércio – 2004)
Uma estratégia, dentre outras, contida no planejamento de marketing, que
objetiva além da receita, mostra a filosofia empresarial. Além disso, a empresa procura
a Internet para facilitar o recebimento de pedidos e outras atividades administrativas
como compra de matérias-primas e faturamento. Segundo Sheth et. al (2000), a era da
Internet mexeu profundamente na questão da produtividade dos recursos do marketing,
Trabalho apresentado à Sessão de Temas Livres do Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação - XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005.
os 4 Ps – Preço, Produto, Ponto de distribuição e Promoção. Pontos fundamentais na
estratégia mercadológica para qualquer empresa.
“Marketing tem como função identificar necessidades e desejos não satisfeitos, definir e medir sua magnitude, determinar a que mercado alvo a organização pode atender melhor, lançar produtos, serviços e programas apropriados para atender a esses mercados e pedir às pessoas da empresa que pensem e sirvam o cliente”. Do ponto de vista social, marketing é o elo entre as exigências materiais da sociedade e seus modelos econômicos de resposta” (KOTLER, 1996, p. 21).
O pós Internet provoca mudanças de conceitos e estratégias da empresa, pois a
colocou em uma relação de proximidade entre cliente – fornecedor – consumidor. Esses
conhecem virtualmente a empresa, seus produtos e serviços e podem opinar ou sugerir.
Mas apesar dos benefícios da rede mundial de comunicação, existem alguns
problemas que precisam ser ressaltados:
1) A exclusão digital: apesar do grande número de usuários conectados,
muitos não tem acesso à Internet, dessa forma, se a publicidade for
dirigida a esse público, é necessário adequar financeiramente a utilização
de outras mídias off line ou tradicionais;
2) Apesar do benefício em medir o número de pessoas (audiência) que
clicam, o banner quando não é percebido às vezes é rejeitado pelos
usuários;
3) Outro problema é a constante pré-disposição das agências em mudar
constantemente os banners, devido à facilidade de mudança e ao baixo
custo da mídia;
4) E o Spam.
A origem da palavra Spam vem de um produto da empresa norte-americana Homel
Foods, primeira carne suína enlatada. Foi criada em 1937, sendo vendida até hoje a
Spiced Ham.
A adaptação ao meio digital deve-se a uma sátira de um grupo humorístico inglês
Monty Python. Em um dos episódios, a cena se passa em um restaurante onde à palavra
Spam, dita com freqüência, atrapalha a comunicação entre as pessoas.
Trabalho apresentado à Sessão de Temas Livres do Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação - XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005.
Portanto, houve uma analogia de sentido, cujas mensagens eletrônicas não
solicitadas, também atrapalham a comunicação.
Hoje existe o Comitê Brasileiro Anti-Spam, formado por várias entidades atuantes
no mercado eletrônico. Esse código de ética tem por intuito estimular a criação de uma
legislação que propõe cautela ao uso do e-mail, nas transações comerciais eletrônicas.
Os grandes portais são prejudicados pela propaganda por e-mail e pelo Spam.
Com esse sistema os portais vendem menos banners, prejudicando assim suas verbas
publicitárias.
Várias análises são realizadas sobre a publicidade on line, cujo objetivo é
conhecer e aproveitar seus recursos voltados à informação e a formação do público-
alvo.
“O marketing na Internet ainda é mais um processo de tentativa e erro. Apesar do rápido crescimento da rede, as firmas de mídia e outros varejistas ainda têm muito pouca informação sobre os clientes na Internet para direcionar suas estratégias. Pelo que até agora se sabe, na curta existência na Internet para direcionar suas estratégias”. (DIZARD, 2000:31)8
A deficiência refere-se ao conhecimento detalhado dos usuários, ou seja, dados
econômicos, sociais e culturais.
Visando compreender a forma de divulgação na Internet, Angehrn (1997) fez um
estudo e concluiu que, a comunicação on line passou por várias fases. A primeira ele
denominou de VIS – Virtual Information Space. Uma fase de disseminação de
informação, que a web era como uma vitrine virtual, global e a baixos custos. A
segunda fase, Angehrn definiu como VCS – Virtual Comunication Space.
Dessa fase, ao contrário da primeira, o uso da Internet passou a ter a função com
estratégias concretas, compostas pelo planejamento de marketing, proporcionando à
empresa um relacionamento melhor aos clientes e fornecedores, influenciar e receber
críticas e sugestões. “O conteúdo das comunicações está mudando e existem mais
oportunidades para a convergência eficaz entre a promoção, a educação e o
entretenimento interativos.” (WIND e MAHAJAN, 2003:222) Concluem que não há
mais receptores passivos de anúncio e comerciais, como em um passado próximo, cujo
receptor apenas engolia e digeria as informações. Acreditam que hoje as pessoas são
8 DIZARD, Wilson Jr. A Nova Mídia: a Comunicação de Massa na Era da Informação. São Paulo: Jorge Zahar , 2000.
Trabalho apresentado à Sessão de Temas Livres do Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação - XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005.
participativas, procurando sempre estar atualizadas e representantes em vários
segmentos, buscando oportunidades com uma postura crítica e consciente.
O consumidor esclarecido implica na tangibilização de produtos e serviços, pois
entre o virtual e o real a distância diminui a cada dia.
A imagem corporativa da empresa, portanto pode ser mostrada ao mundo todo,
sua filosofia, seu potencial de mercado, sua linha de produtos, etc.
“A World Wide Web está sendo usada nos negócios para realizar diversas funções: comunicação, gerenciamento e distribuição de informações, apresentação da empresa perante o público, serviço ao cliente e assistência técnica, contenção de despesas, além de marketing, vendas e promoção. Todos esses são pontos de oportunidade para a aceleração de negócios e vantagem competitiva”.(TEIXEIRA FILHO, 2000:81)9
Para Bruner (1998) as empresas da rede necessitam criar um tráfego para
conquistar suas metas de marketing. Favorecer o apelo, a cobiça dos internautas,
propondo ações e materiais gratuitos.
O estudo tem por objetivo reconhecer o potencial da web como parte integrante
do planejamento de marketing, como mola propulsora no mercado competitivo das
empresas.
Uma análise das tendências da sociedade da informação, cujas organizações
necessitam de constante assimilação e adequação às novas tecnologias e à dinâmica da
sociedade econômica contemporânea.
9 TEIXEIRA FILHO, Jayme. Gerenciando conhecimento: como a empresa pode usar a memória organizacional e a inteligência competitiva no desenvolvimento de negócios. Rio de Janeiro: SENAC, 2000.
Trabalho apresentado à Sessão de Temas Livres do Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação - XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005.
Considerações Finais
A Internet, como ferramenta para atingir objetivos de marketing, vem
proporcionando novos horizontes, em diversos segmentos através de constantes
inovações tecnológicas persuasivas.
Mesmo atingindo um público restrito ao seu uso, a Internet faz parte do processo
evolutivo das do varejo on line. O retorno de investimento acontece, pois o público que
tem acesso a web são consumidores potenciais, o que permite o uso da Internet como
uma das estratégias de marketing.
Apesar do Brasil ser um país em desenvolvimento, o crescimento do número de
usuários da web, propicia a utilização da rede como transação comercial. Outro ponto,
que mostra o avanço brasileiro é o acesso às tecnologias de informação e comunicação,
apesar dos inúmeros problemas sociais.
Esse foi um breve estudo sobre as mudanças ocorridas ás empresas com a
incorporação da Internet à rotina. O uso estratégico da Internet para alcançar resultados
economicamente positivos, inclusos no planejamento de marketing. Estar conectado
hoje é estar inserido e/ou fazer parte da sociedade da informação.
Trabalho apresentado à Sessão de Temas Livres do Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação - XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005.
Referências Bibliográficas
ANGEHRN, Albert. Designing mature Internet business strategies: the ICDT model. European Management Journal, v. 15, n. 4, p. 361-369, 1997. BRUNER, Rick, E. Net results: o marketing eficaz na Web. São Paulo: Uark Books, 1998. CASTELLS, M.. A sociedade em rede – A era da informática: economia, sociedade e cultura. 2ª Edição. Lisboa: Editorial Presença, 1999. DIZARD, Wilson Jr. A Nova Mídia: a Comunicação de Massa na Era da Informação. São Paulo: Jorge Zahar , 2000. FERRELL, O. C.; HARTLINE, Michael D; LUCAS JR, George et al. Estratégia de Marketing. São Paulo: Atlas, 2000. FREIRE, Patrícia e SOUZA, Jader. Marketing, gestão e carreira – Reflexões sobre temas empresariais. Salvador: FTE, p.38, 2001. E-Consulting. Índice de Varejo On Line. dezembro de 2004, acessado em 18/05/2005. http://www.e-consultingcorp.com.br/index_800.htm IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - Pesquisa Anual de Comércio – 2004 www.ibge.gov.br acessado em 31/05/2005. KOTLER, Plhilip. Administração de marketing: análise, planejamento, implementação e controle . 4ª ed. São Paulo: Atlas, 1996. MCKENNA, Regis. Acesso total: o novo conceito de marketing de atendimento . Rio de Janeiro: Campus, 2002. MORAES, Dênis de. A publicidade no mercado globalizado. Universidade Federal Fluminense, Brasil. Junho de 2000, acessado em 19 de maio de 2005, disponível em http://www.bocc.ubi.pt/pag/_texto.php?html2=moraes-denis-publicidade.html. RIES, Al; TROUT, Jack. Posicionamento – A batalha pela sua mente , Brasil, ed. Pioneira, 1987. SHETH, J.; ESHGHI, A.; KRISHNAN, B. Marketing na Internet. Porto Alegre: Bookman, 2002. TEIXEIRA FILHO, Jayme. Gerenciando conhecimento: como a empresa pode usar a memória organizacional e a inteligência competitiva no desenvolvimento de negócios. Rio de Janeiro: SENAC, 2000. WIND, Yoram; MAHAJAN, Vijay. Marketing de convergência: estratégias para conquistar o novo consumidor. São Paulo: Pearson Education, 2003.
top related