tomada inteligente, reativa à sensores, com utilização da
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Tomada Inteligente, Reativa à Sensores, com Utilização da
ESP8266 para IoT
Tércio Borges Ribeiro1, Sérgio C. Portari Júnior1
1Sistemas de Informação – Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) –
Frutal-MG-Brasil
{terciobr05@hotmail.com, sergio.portari@uemg.br }
Resumo. O constante avanço tecnológico vem trazendo novos conceitos em termos de
praticidade e comodidade, uma vez que as tarefas realizadas por máquinas são concluídas
em menor tempo com maior precisão e confiança. Com isso, pessoas vem buscando na
automação tais recursos para seu ambiente domiciliar que possa promover além de
praticidade e conforto, a segurança. Dessa forma, o presente trabalho visa desenvolver uma
tomada inteligente reativa a sensores pré-definidos controlados por um microcontrolador, o
ESP8266, afim de ligar ou desligar a energia do equipamento conectado a ela afim de ligar
ou desligar a energia do equipamento conforme a reação dos sensores parametrizados.
Palavras-chave: Automação, NodeMCU, Tomada Inteligente.
Abstract. The constant technological advance has brought new concepts in terms of
practicality and convenience, since the tasks performed by machines are completed in less
time with greater precision and reliability. With this, people have been seeking in automation
such resources for their home environment that can promote beyond practicality and comfort,
safety. Thus, the present work aims to develop a smart socket reactive to predefined sensors
controlled by a microcontroller, the ESP8266, in order to turn on or off the power of the
equipment connected to it in order to turn on or off the power of the equipment according to
the reaction of the parameterized sensors.
Keywords: Automation, NodeMCU, Smart Plug.
INTRODUÇÃO
Com o advento da automação, tarefas repetitivas e de longo prazo podem ser
realizadas por máquinas e com isso as pessoas têm buscado levar a automação para seu
ambiente domiciliar, buscando maior comodidade, praticidade e conforto.
De forma mais abrangente, automação também poder ser entendida como a reunião de
conhecimentos, alterando a observação, esforço e processo de decisão humano por
dispositivos eletrônicos, mecânicos e softwares gerados por meio de requisitos funcionais e
tecnológicos. (ROSÁRIO, 2009).
A automação já é uma realidade na indústria há muitos anos, dada a necessidade de
automatizar atividades como forma de redução de custos, objetivando também a realização de
tarefas inadequadas ao ser humano, como, por exemplo, o controle da temperatura de auto
fornos em siderúrgicas. A novidade aqui consiste na aplicação do mesmo conceito voltado
para bem-estar e conforto residenciais, através da automatização da climatização, iluminação
e segurança, dentre outros itens possíveis (QUINDERÉ, 2009).
Tarefas realizadas por máquinas tendem a serem concluídas normalmente mais
rápidas, apresentando maior precisão e confiabilidade do que fosse realizado por uma pessoa
comum. Tendo isso em vista, uma nova área de automação foi desenvolvida, a domótica
(BOLZANI, 2010).
Para que isso seja possível, os objetos de uma casa necessitam estar integrados,
conectados e comunicando-se entre si. Hoje isso é possível graças a inúmeros sensores e
outros componentes eletrônicos que acessam redes wi-fi e bluetooth para interagirem entre si
(KOLBAN, 2015).
Ainda, segundo o autor, entre esses componentes, destaca-se o ESP8266, que é um
microprocessador projetado pela Espressif Systems, empresa com sede em Xangai, que
permite criar uma rede wi-fi autônoma capaz de executar aplicativos que integram um enorme
número de placas em modelos diferentes.
O presente trabalho visa desenvolver uma tomada inteligente reativa a sensores pré-
definidos controlados por um microcontrolador, o ESP8266, afim de ligar ou desligar a
energia do equipamento conectado a ela conforme a reação dos sesores parametrizados.
MÉTODOS E PROCEDIMENTOS
A motivação do trabalho está em integrar a linguagem de programação C/C++ com o
hardware (Esp8266). Para isso a metodologia deste trabalho foi dividida em duas etapas.
A primeira etapa consiste em pesquisas na área de automação residencial e sistemas
domóticos, bem como das ferramentas necessárias para desenvolvimento deste projeto, que
utiliza levantamentos bibliográficos sobre a linguagem /de programação C utilizada pela
plataforma de desenvolvimento Arduíno IDE (ARDUINO, 2005), e também o estudo de
sensores.
A segunda etapa consiste na implementação de um programa desenvolvido em
ArduinoIDE que utiliza Linguagem C para a gravação no microcontrolador.
Para a pesquisa do projeto foram utilizados livros e artigos da área de IOT, domótica e
desenvolvimento de aplicações móveis em como busca em sites pela internet assim como
técnicas e análises para desenvolvimento mobile em softwares já desenvolvidos.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1. NodeMCU Esp8266
O ESP8266 é um dispositivo Microcontrolador de IOT (Internet das Coisas) que
consiste em um microprocessador ARM de 32 bits. Produzido pela empresa Espressif
Systems, esse microcontrolador possui um sistema de comunicação wifi próprio, largamente
utilizado para outros microcontroladores como o Arduino. Com o Esp8266 é possível
desenvolver diversos sistemas embarcados utilizando-se apenas dele. (OLIVEIRA, 2017)
O microcontrolador ESP8266 pode ser programado de forma independente, sem a
necessidade de outras placas microcontroladoras como o Arduino, por exemplo além de que
ele pode ser programado em LUA (linguagem de programação desenvolvida no Brasil) e
também é compatível com o ambiente de programação (IDE) do Arduíno. (KOLBAN, 2015)
O NODEMCU (Figura 1) é uma plataforma de hardware open source que pode ser
usada para IoT, criada logo após o lançamento do Esp8266, desenvolvido especialmente para
conectar projetos robóticos ou de automação residencial à Internet via wifi, com maior
facilidade, baixo custo e sua programação pode ser feita usando a IDE do Arduino, utilizando
a comunicação via cabo micro-usb. (NODEMCU, 2019)
Figura 1 – NODEMCU Esp8266
Fonte: (NODEMCU, 2019)
2. Sensores
Sensores são dispositivos com função de detectar com eficiência algum estímulo e
responder com eficiência a algumas entradas provenientes de um ambiente físico tais como,
umidade, calor, movimento, pressão, luz, entre outros (BOLZANI, 2007).
Um sensor nem sempre possui as características elétricas necessárias para ser utilizado
em um sistema de controle. Normalmente o sinal de saída deve ser manipulado antes da sua
leitura no sistema de controle. Isso geralmente é realizado com um circuito de interface para
produção de um sinal que possa ser lido pelo controlador.
2.1. Sensor LDR
O sensor LDR como seu próprio nome diz, é um sensor dependente de luz, ou seja,
quanto maior a luz incidente nesse componente, menor será sua resistência.
O LDR é constituído de um semicondutor de alta resistência, que ao receber uma
grande quantidade de fótons oriundos da luz incidente, ele absorve elétrons que melhoram sua
condutibilidade, reduzindo assim sua resistência. Dessa forma, esse semicondutor pode
assumir resistências na ordem de mega Ohm no escuro e resistência na ordem de poucas
centenas quando exposto a luz (ROBOCORE, 2018)
A aplicação mais conhecida do LDR é, sem dúvida, na iluminação pública, onde ele e
utilizado para que, de acordo com a claridade do ambiente, sejam acionadas ou desligadas as
lâmpadas automaticamente, sem que haja a necessidade de alguém para controla-las.
Os LDRs (Figura 2) são também utilizados em câmeras para medir o nível de luz do
ambiente, permitindo assim o controle do tempo de exposição para a captura de uma boa
imagem.
Figura 2 – Sensor LDR
Fonte: (ROBOCORE, 2018)
Utilizações menos usuais desses componentes foram em misseis que seguem o calor
emanado pelos aviões e em detectores de radiação infravermelha para pesquisas astronômicas.
(WENDLING, 2010)
Suas especificações:
Resistencia quando há luz: ~1k Ohm
Resistencia no escuro: ~10kOhm
Tensão máxima: 150V
Potência máxima: 100mW
2.2. Sensor de Gás MQ-4
Este Sensor de Gás MQ-4, Inflamável e Fumaça é capaz de detectar concentrações de
gases combustíveis e fumaça no ar. É um módulo confiável e simples de usar em seus
projetos de automação residencial com Esp8266, por exemplo. Também é uma ótima opção
para acionar um Microcontrolador ou relés (ROBOCORE, 2018).
Quando a concentração de gases fica acima do nível ajustado pelo potenciômetro, a
saída digital D0 fica em estado alto. Se abaixo do nível, fica em estado baixo. Para ter uma
resolução melhor e medir a variação da concentração dos gases no ar, é possível usar a saída
analógica A0 e conectar a um conversor AD, como a presente no Esp8266, por exemplo.
O módulo (Figura 3) também possui uma saída analógica (A0), que permite medir a
variação na concentração dos gases no ar com mais precisão. Para usar a saída analógica é
preciso um conversor AD, como o que o próprio Esp8266 disponibiliza em seus canais
analógicos (MULTILOGICASHOP, 2018).
Figura 3 – Sensor de Gás MQ-4
Fonte: (MULTILOGICASHOP, 2018)
Especificações técnicas do Sensor MQ-4:
Detecção de gases inflamáveis: GLP, Metano, Propano, Butano, Hidrogênio, Álcool,
Gás Natural e outros;
Detecção de fumaça;
Níveis de concentração para detecção: 300-10.000 ppm;
Tensão de operação: 5V;
Comparador LM393;
Led indicador para tensão;
Led indicador para saída digital;
O módulo possui quatro pinos. São dois para alimentação (VCC e GND) e dois sinais
de saída, um digital e outro analógico:
o VCC: 5V;
o GND: Terra/Referência;
o D0: Saída Digital;
o A0: Saída Analógica.
2.3. Sensor de Presença PIR
Um sensor de movimento PIR é, basicamente, uma câmera infravermelha que detecta
a radiação IR (“radiação de corpo negro”) que é irradiada por objetos que penetram em seu
campo de visão. No geral, esse tipo de sensor capta radiação infravermelha com comprimento
de onda em torno de 10μm (10 micrômetros, equivalente a 10.000nm), que equivale
aproximadamente à temperatura corporal de animais de sangue quente em geral, como os
seres humanos. (ROBOCORE, 2018)
Esse tipo de sensor (Figura 4) é pequeno, consome pouca energia e possui um custo
baixo, além de ser fácil de conectar e ter uma grande durabilidade. Assim, são amplamente
utilizados em diversas aplicações domésticas ou comerciais, como sensores de presença (“luz
do banheiro”), abertura automática de portas e alarmes, por exemplo.
Figura 4 – Sensor PIR
Fonte: (ROBOCORE, 2018)
Os detectores ou sensores Piroeléctricos, sensor infravermelho passivo ou PIR, são
feitos de um material cristalino que gera uma carga elétrica em sua superfície quando
expostos ao calor sob a forma de radiação infravermelha. Quando a radiação aumenta a
quantidade de carga elétrica também aumenta e essa carga é medida com um transistor FET
sensível que fica dentro do módulo sensor (WENDLING, 2010)
Algumas especificações:
Alimentação (tensão de entrada) variável, entre 4V e 20V – recomenda-se usar
5V.
Baixo consumo de energia, cerca de 65mA
Campo de visão: 120º, até 7m de distância
Tensão de saída (pino de disparo): 3,3V TTL (níveis alto / baixo)
Temperatura de operação: -20 a +70ºC
Modos de operação: Repeatable e Non-Repeatable (para nível alto apenas)
2.4. Sensor de Temperatura e Umidade DHT22
O Sensor de Umidade e Temperatura DHT22 / AM2302 (Figura 5) é um dos
componentes mais utilizados em projetos que envolva medição de temperatura e umidade
ambiente. Este sensor faz medições de temperatura de -40º até 80º celsius e mede a umidade
do ar nas faixas de 0 a 100%. A precisão (margem de erro) do sensor para medição de
temperatura é de aproximadamente 0,5º celsius e para umidade é de 2%. (ADAFRUIT, 2019)
Figura 5 – Sensor DHT22
Fonte: (ROBOCORE, 2018)
Também é usado para medição de umidade e temperatura do ar. Só que com
características melhores do que o do DHT11. Tem maior precisão nas medições e abrange
uma faixa maior de temperatura e umidade. (MULTILOGICASHOP, 2018)
As especificações do sensor DHT22:
Faixa de umidade relativa = de 0 a 100 %
Precisão na umidade = ± 2% RH
Resolução de umidade = 0,1 % RH
Faixa de temperatura = -40 a 80 °C
Precisão na temperatura = ± 1 % °C
Resolução na temperatura = 0,1 °C
Tempo de resposta = < 5 segundos
Alimentação = de 3,3V a 5 V
Consumo máximo de corrente = 0,5 mA
2.5. Sensor de Chamas KY-026
O sensor KY-026 é sensível à chama e radiação no qual pode detectar fontes de luzes
comuns em um intervalo de comprimento de onda entre 760 nm e 1100 nm.
A distância para detecção é de até 100 cm. O KY-026 pode emitir sinal digital ou
analógico e também pode ser usado como alarme de chama ou implementados em robôs de
combate a incêndio (WINSEN, 2019).
O sensor (Figura 6) possui 3 componentes principais em sua placa de circuito. O
primeiro componente é a unidade do sensor na frente do módulo que mede a área fisicamente
e envia um sinal analógico para a segunda unidade, o amplificador.
Figura 6 – Sensor KY-026
Fonte: (ARDUINOMODULES, 2018)
O amplificador amplifica o sinal, de acordo com o valor de resistência do
potenciômetro, e envia o sinal para a saída analógica do módulo. O terceiro componente é um
comparador que desliga a saída digital e o LED se o sinal cair abaixo de um valor específico
no qual ele poderá controlar a sensibilidade ajustando o potenciômetro
(ARDUINOMODULES, 2018).
Algumas das especificações do KY-026:
Receptor IR de alta sensibilidade.
Extremamente sensível a ondas entre 760-1100nm.
Com lâmpada indicadora da fonte de alimentação e luz indicadora de saída do
comparador.
Saída de sinal de tensão termistor em tempo real e saída de sinal de nível
elétrico alto / baixo, saída de quantidade analógica.
Saída de nível elétrico limiar, limite ajustado pelo potenciômetro.
Faixa do ângulo de detecção: cerca de 60 graus Fonte de Alimentação: 0-15 V
DC Diâmetro interno do furo: 3mm Tamanho (L x W): 36 x 16 mm
3. Arduíno (IDE)
O Ambiente Integrado de Desenvolvimento Arduíno - ou software do Arduíno (IDE) -
contém um editor de texto para escrever código, uma área de mensagem, um console de texto,
uma barra de ferramentas com botões para funções comuns e uma série de menus. Ele se
conecta ao hardware Arduino/Genuino para fazer o upload (envio) dos programas
desenvolvidos e também para se comunicar com esses programas (ARDUINO, 2005).
Os programas escritos usando o software do Arduíno (IDE) formam sketches
(esboços). Estes esboços são escritos no editor de texto e são salvos com a extensão de
arquivos (. ino). O editor possui recursos para cortar/colar e para pesquisar/substituir texto. A
área de mensagens mostra feedbacks durante os processos de salvar e de exportar, além de
exibir erros.
O console (Figura 7) exibe a saída de texto pelo software do Arduíno (IDE), incluindo
mensagens de erro completas e outras informações. O canto inferior direito da janela exibe a
placa configurada e a porta serial.
Os botões da barra de ferramentas permitem verificar/carregar programas,
criar/abrir/salvar esboços e abrir o monitor serial, uma ferramenta usada para gerenciar a
comunicação serial com a placa.
Figura 7 – Ambiente de Desenvolvimento ArduinoIDE
Fonte: (ARDUINO, 2015)
Um código usado em Arduíno possui uma estrutura básica que sempre deve ser
seguida. Basicamente, todo código deve possuir duas funções:
void setup( ) : Esta função é chamada apenas uma vez, no início da execução
do código, ela deve ser usada para setar qualquer componente ou variável do
código, analogamente à um método construtor de uma classe. A função pode
ser chamada pelo usuário posteriormente, porém isto não é uma boa prática,
por convenção a função setup () só deve ser usada para inicialização.
void loop( ) : o código irá chamar esta função loop ad infinitum. É interessante
frisar que projetos de eletrônica e robótica normalmente funcionam em cima de
um loop infinito como é o caso do Arduíno. Esta função é análoga a função
main() de um código em C.
3.1. Preparação do ambiente desenvolvimento Arduino (IDE) e ESP8266
Como já dito anteriormente, para a prototipagem do ESP8266 é possível utilizar a
mesma linguagem de programação do Arduino (IDE). Ele se conecta ao hardware Esp8266-
12E para fazer o upload (envio) dos programas desenvolvidos e também para se comunicar
com esses programas que nesse caso se conecta ao módulo NodeMCU. Para se tornar possível
a programação do Esp na plataforma do Arduino, é necessário a preparação do ambiente de
desenvolvimento em C/C++ que facilita a sua utilização bem como as funcionalidades nele
existentes (ARDUINO, 2015).
Para tal, é inserido o link no URLs (Figura 8) adicionais de Gerenciadores de Placas
em Preferências para instalação das placas da família ESP8266.
Figura 8 – Link para Download Esp
Fonte: (ARDUINO, 2015)
Depois de inserir o link (Figura 9) para o gerenciamento do Esp8266, é necessário
fazer o download dos pacotes necessários para a prototipagem do sistema selecionando a
opção placa esp8266 by ESP8266 by Community.
Com os pacotes do NodeMCU instalados no computador, é necessário definir a placa
NodeMCU que será utilizada e a porta COM em que a placa está conectada (ARDUINO,
2015).
Figura 9 – Instalação de Pacotes ESP
Fonte: (ARDUINO, 2015)
Para que isso ocorra, é necessário abrir a IDE (Figura 10) e no menu “Ferramentas”
selecionar a opção “Placas”, e nas opções que abrirem na tela selecione o nome referente a
placa que está conectada no computador “NodeMCU 1.0 (ESP-12E Module) ”:
Figura 10 – Seleção da placa NodeMCU
Fonte: (ARDUINO, 2015)
4. Internet das Coisas (IOT)
A tecnologia está mudando rapidamente a maneira como interagimos com o mundo à
nossa volta. Visando atender às mais novas demandas dos consumidores, empresas estão
desenvolvendo hoje produtos com interfaces tecnológicas que seriam inimagináveis há uma
década.
A Internet das Coisas ou Internet of Things (IOT) desponta como uma evolução da
internet e um novo paradigma tecnológico, social, cultural e digital. A Internet das Coisas
revolucionará os modelos de negócios e a interação da sociedade com o meio ambiente, por
meio de objetos físicos e virtuais, em que esses limites se tornam cada vez mais tênues
(LACERDA; LIMA-MARQUES, 2015).
A IoT proporciona aos objetos do dia a dia, com capacidade computacional e de
comunicação, se conectarem à internet. Essa conexão viabilizará controlar remotamente os
objetos, e acessá-los como provedores de serviços, e se tornarão objetos inteligentes ou smart
objects. Os objetos inteligentes possuem capacidade de comunicação e processamento aliados
a sensores.
O pesquisador na área de tecnologia Silvio Meira (2016) define as “coisas”, no sentido
da internet das coisas, como dispositivos que possuem, simultaneamente, capacidades de
computação, comunicação e controle.
Se o dispositivo está no plano da computação e da comunicação, mas não tem
sensores ou atuadores que lhe confiram a característica do controle, é (apenas) uma máquina
em rede; se não possui capacidade de comunicação, é um sistema de controle digital; se não
conta com capacidades computacionais, é um sistema de telemetria. As coisas, na internet das
coisas, devem ter as três características ao mesmo tempo, todas inseridas no meio digital
(MEIRA, 2016).
Atualmente não só computadores convencionais estão conectados à internet, como
também uma grande heterogeneidade de equipamentos, tais como TVs, laptops, geladeira,
fogão, eletrodomésticos, automóveis, smartphones, entre outros. Nesse novo cenário, a
pluralidade é crescente e previsões indicam que mais de 50 bilhões de dispositivos estarão
conectados até 2020 (EVAN, 2011).
Ainda segundo Evan (2011) o uso dos objetos inteligentes será possível detectar seu
contexto, controlá-lo, viabilizar troca de informações uns com os outros, acessar serviços da
internet e interagir com as pessoas. Em paralelo, uma gama de novas possibilidades de
aplicações surge, como, por exemplo, cidades inteligentes (smart cities); saúde (smart
healthcare); casas inteligentes (smart home) e desafios emergem (regulamentações, segurança,
padronizações). Essas novas habilidades dos objetos inteligentes gerarão um grande número
de oportunidades de pesquisas e projetos no âmbito acadêmico e empresarial.
As palavras tecnologia e inovação são, hoje, correntes e intimamente relacionadas aos
ambientes digitais. Observamos isso ao analisar a forma e os espaços nos quais esses termos
surgem tanto na imprensa quanto na linguagem usual. Por exemplo, muitos jornais e revistas
têm seções de tecnologia, especificamente para tratar dos assuntos relativos ao mundo digital
e, especialmente, à internet, com um forte vínculo com o conceito de inovação.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após o protótipo ter sido montado, foram realizadas as conexões necessárias do
microcontrolador ao computador por meio da plataforma ArduinoIDE, no qual foi
desenvolvido a conexão via wifi do NodeMCU com o Aplicativo desenvolvido respondendo
de forma satisfatória.
O primeiro sensor foi o LDR que foi configurado a fim de imprimir no monitor serial
do ArduinoIDE o valor lido pelo sensor. Sendo assim, a tensão sobre o resistor aumenta com
o aumento do nível de luminosidade, e diminui com a redução do nível de luminosidade.
Então, quando o sensor atingir o índice abaixo de 40% da luminosidade o mesmo acionará o
relé da tomada.
O segundo sensor a ser parametrizado foi o DHT22 que foi configurado para realizar
as leituras de umidade e temperatura imprimindo o valor dos mesmos no monitor serial da
plataforma ArduinoIDE. Dessa forma, o sensor identifica se a temperatura estiver abaixo de
20° ou acima de 32° o relé será acionado, do mesmo modo se a umidade estiver abaixo de
60% será acionado o relé da tomada.
O terceiro sensor foi o KY-026 (Flame Sensor) que foi configurado com objetivo de
realizar leitura de detecção de incêndio. Assim, o sensor ao detectar a presença de chamas o
relé é desativado e automaticamente acionado o alarme de incêndio.
O quarto sensor a ser parametrizado foi o MQ-4 que foi configurado para realizar a
detecção de gases no ambiente com a finalidade de prevenir possíveis vazamentos. Desse
modo, o sensor ao realizar a leitura de algum gás presente no ambiente o relé será desativado
para prevenção de um possível foco de incêndio e posteriormente o alarme será acionado
alertando do possível vazamento.
O sensor de presença PIR foi parametrizado com intuito de detectar movimentação no
ambiente. Porém ao ser testado o sensor não respondeu conforme o esperado, oscilando a
detecção de movimento sem nenhuma alteração no ambiente.
Figura 11 – Parametrização dos Sensores LDR, Flame Sensor KY-026 e MQ-4
Fonte: do Autor
Figura 12 – Parametrização dos Sensores DHT22 e Touch Sensor
Fonte: do Autor
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho teve como objetivo desenvolver uma tomada inteligente reativa a
sensores pré-definidos controlados por um microcontrolador, o ESP8266, afim de ligar ou
desligar a energia do equipamento conectado a ela por meio de uma rede wi-fi sendo possível
utilizar um aplicativo para Android. Deste modo, é possível aumentar a segurança dos
equipamentos conectados.
Notou-se durante o desenvolvimento do projeto dificuldades com Levantamento
Bibliográfico de Sensores e demais dispositivos em trabalhos acadêmicos.
Após a realização dos testes, concluiu-se que o sensor PIR não respondeu ao que se
esperava por meio de suas especificações, demonstrando que não é adequado para a
construção da tomada, não atendendo aos objetivos propostos. Cogita-se em trabalhos futuros
a substituição do sensor PIR por um sensor ultrassônico de distância HC-SR04. Os demais
sensores responderam de maneira positiva aos testes segundo suas especificações técnicas e
alcançaram os objetivos esperados, ambos são adequados e possíveis à construção da tomada
inteligente.
As principais contribuições do projeto consiste em demonstrar a viabilidade de
soluções de domótica de baixo custo bem como desmistificar a complexidade de concepção
do hardware de controle utilizando as plataformas open-source como NodeMCU Esp8266.
Com isso podemos concluir que com o advento de novas tecnologias como a
Inteligência Artificial, as tecnologias ligadas a Internet das Coisas (IOT) vem se destacando
no cenário atual no Brasil e no mundo demonstrando a viabilidade do projeto.
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