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Tópicos Especiais em Tópicos Especiais em Economia e Gestão da Economia e Gestão da SaúdeSaúde

Residente Vitor Luiz AndradeResidência em Economia e Administraçãoresidecoadm.hu@ufjf.edu.brTel. 4009-5172

EmentaEmentaAspectos Teóricos e Conceituais

das políticas de saúdeModelos de Proteção Social

Evolução do sistema de saúde brasileiro

Breve histórico do SUSLegislação, estrutura e diretrizes do

SUSA gestão do SUS

Regulação em saúde

Modelos de Proteção SocialModelos de Proteção SocialExistem três principais modelos de proteção social à saúde:

Modelo Residual; Modelo Performático; Modelo Redistributivo.

Modelos de Proteção SocialModelos de Proteção Social

Programa individualizado e não solidário;

Segue a lógica do mercado (modelo excludente);

O governo atua apenas para corrigir falhas de mercado. Nos EUA existem os seguintes programas públicos:◦ Medicare: idosos pobres;◦ Medicaid: pobres em geral (renda < 14 mil/ano)

A função do governo é de manter a estabilidade, atuando pontualmente em algumas falhas de mercado;

Ex: EUA, Austrália

Modelos de Proteção SocialModelos de Proteção Social Visa vincular a ação protetora do Estado ao

desempenho de grupos protegidos (meritocrática);

◦ O contribuinte merece benefícios por parte do Estado porque contribui para a riqueza nacional;

Foco é no contribuinte;

Ex: Alemanha, Itália, Brasil até a década de 80.

Modelos de Proteção SocialModelos de Proteção SocialAção de um Estado Social – Democrata (welfare

State);

Visão “fora do mercado”. O Estado assume seu caráter social;

O sistema capitalista produz desigualdades que o Estado tem a obrigação de minimizar;

O Estado deve financiar essas ações por meio de tributação progressiva;

Ex: Suécia, Noruega, Dinamarca, Canadá, Reino Unido e Brasil a partir de 1988.

Modelos de Proteção SocialModelos de Proteção Social

Evolução do sistema de Evolução do sistema de saúde brasileirosaúde brasileiroSéculo XIX – primeiras iniciativas de

proteção social◦ Em Ouro Preto surgiu a primeira cooperativa

de que se tem notícia no Brasil. Ela visava a assegurar aos seus cooperados caixão e velório, isto é, buscava-se a dignidade na hora de morrer.

Evolução do sistema de Evolução do sistema de saúde brasileirosaúde brasileiroSéculo XX – intensificação das demandas

por proteção social◦ A saúde pública cobria apenas medidas

sanitárias e controle de endemias; Modelo de intervenção sanitarista campanhista: ação

direta do Estado, com uma visão militar para combater as doenças de massa e acabar com as grandes endemias que prejudicavam as exportações (cólera, varíola e febre amarela)

Evolução do sistema de Evolução do sistema de saúde brasileirosaúde brasileiro

◦ Anos 20: Com a Lei Eloy Chaves surgiram as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAP) – organizados por empresas; CAP: modelo restrito ao âmbito de grande empresas e

possuíam administração própria para seus fundos.

◦ Anos 30: Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP) – organizados por categorias profissionais; Surgimento da Previdência Social no Brasil; Política de conciliação de classes do estado populista.

Evolução do sistema de Evolução do sistema de saúde brasileirosaúde brasileiro

◦ O modelo assistencial privatista se tornou hegemônico na segunda metade do século XX, induzido pelo processo de industrialização: Extensão da cobertura previdenciária a segmentos

economicamente integrados da população urbana; Prática médica curativa e individual em detrimento das

ações coletivas; Criação de um complexo médico-industrial.

Evolução do sistema de Evolução do sistema de saúde brasileirosaúde brasileiro

◦ Em 1966: Agregação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP) e criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) A população excluída do mercado de trabalho formal

recorriam às Santas Casas de Misericórdia e caridades.

◦ Em 1971: criado o Fundo de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural (Funrural)

◦ Em 1972: criação do Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS)

◦ Em 1977: criação do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS) com o intuito de integrar ações previdenciárias, de saúde e de assistência social.

Evolução do sistema de Evolução do sistema de saúde brasileirosaúde brasileiro

Evolução do sistema de Evolução do sistema de saúde brasileirosaúde brasileiro

Evolução do sistema de Evolução do sistema de saúde brasileirosaúde brasileiroEm 1988 a Constituição Federal Disponibilizou no Capítulo

II a definição de Seguridade Social:

O artigo 194 define Seguridade Social como um conjunto integrado de ações de iniciativas dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, previdência e assistência social.

Evolução do sistema de Evolução do sistema de saúde brasileirosaúde brasileiro

Evolução do sistema de Evolução do sistema de saúde brasileirosaúde brasileiro

◦Em 1988: Constituição Federal e seus objetivos redistributivos

Fortalecimento do Fundo de Participação do Estado (FPE) e Fundo de Participação do Município (FPM)

Evolução do sistema de Evolução do sistema de saúde brasileirosaúde brasileiroO Sistema Único de Saúde (SUS) contempla três

grandes referenciais:

◦ Conceito amplo de Saúde;◦ Saúde como direito da cidadania e dever do Estado;◦ Saúde entendida como resultado de políticas econômicas

e sociais;◦ Organizado pelos princípios da universalidade,

integralidade, descentralização e da participação da comunidade.

Evolução do sistema de Evolução do sistema de saúde brasileirosaúde brasileiro Constituição Federal de 1988 (artigos 196 e

198);◦ Compromisso do Estado para com o bem-estar social,

especialmente no que se refere à saúde coletiva, consolidando-o como um dos direitos da cidadania.

Lei n.8080 de 1990: Lei Orgânica da Saúde◦ Institui o Sistema Único de Saúde;◦ Define a organização, a direção e a gestão do SUS;

Competências e as atribuições das três esferas de governo; Participação complementar dos serviços privados de

assistência à saúde; Recursos financeiros, gestão financeira, planejamento e

orçamento

Evolução do sistema de saúde Evolução do sistema de saúde brasileirobrasileiro

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Evolução do sistema de saúde Evolução do sistema de saúde brasileirobrasileiroArt. 198. As ações e serviços públicos de saúde

integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;

III - participação da comunidade.

Evolução do sistema de Evolução do sistema de saúde brasileirosaúde brasileiroVIII - participação da comunidade;

IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo:

a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;

b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;

X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico;

XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população;

Evolução do sistema Evolução do sistema de saúde brasileirode saúde brasileiro

O SUS foi regulamentado pela Lei Orgânica da Saúde número 8.080 de setembro de 1990.

Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:

I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;

II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;

Evolução do sistema de Evolução do sistema de saúde brasileirosaúde brasileiroIII - preservação da autonomia das pessoas na

defesa de sua integridade física e moral;

IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;

V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;

VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário;

VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática;

Evolução do sistema de Evolução do sistema de saúde brasileirosaúde brasileiroProcesso de Implantação do SUS: Norma

Operacional Básica (NOB) de 1993 e 1996

Institucionalizou as Comissões Intergestoras Tripartite e Bipartite: sistema decisório compartilhado pelas diferentes instâncias federativas;

Classifica os municípios nas seguintes condições: incipiente, parcial, plena e semiplena;

Cria a transferências automática “fundo a fundo” do teto global da assistência para municípios em gestão semiplena.• Repasse do FNS para fundos estaduais e municipais

Resultados: Avanços na municipalização da gestão.

A gestão do SUSA gestão do SUS Gestão: funções de comandar, planejar e

controlar o sistema de saúde (municipal, estadual ou nacional). Os gestores do SUS são os representantes de cada esfera de governo:• Âmbito nacional: Ministro da Saúde;• Âmbito estadual: Secretário de Estado da Saúde;• Âmbito municipal: Secretário Municipal de Saúde.

Gerência: funções de administrar uma unidade de saúde (ambulatório, hospital, fundação, etc.) que se caracteriza como prestador de serviços

A gestão do SUSA gestão do SUS Competência da União:

• Coordenar ações de vigilância epidemiológica, sanitária, alimentação e nutrição;

• Formular políticas sanitárias e de meio ambiente;• Elaborar o planejamento estratégico nacional e coordenar

a avaliação financeira em cooperação com estados, municípios e Distrito Federal;

Competência do Estado:• Promover a descentralização para os municípios por meio

da organização de uma rede regionalizada e hierarquizada;• Prestar apoio técnico e financeiro aos municípios;• Identificar estabelecimentos hospitalares de referência e

gerir sistemas públicos de alta complexidade, de referência estadual e regional;

• Divulgar os indicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da UF.

A gestão do SUSA gestão do SUS Competência do município:

• Gerir, planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e serviços de saúde;

• Executar serviços de vigilância epidemiológica, sanitária, alimentação e nutrição;

• Formar consórcios administrativos intermunicipais;• Celebrar contratos e convênios com entidades

prestadoras de serviços privados de saúde

Gestão descentralizada do SUS.

Regulação em saúdeRegulação em saúde

Definição: intervenção do governo, por meio de regras, leis e normas, no sistema de saúde;

Estabelecer padrões de qualidade e segurança para assegurar as condições mínimas na prestação de serviços;

Necessidades: avançar em um concepção econômica da regulação, com o foco no contexto da organização do sistema de saúde, do mercado e dos recursos necessários para a prestação de serviços no setor;◦ Regulação sanitária de bens e serviços;

Minimizar os efeitos adversos gerados pelos produtos e serviços

◦ Regulação da assistência. Qualidade e eficiência; acesso; prestadores; insumos e tecnologias; e

força de trabalho.

Regulação em saúdeRegulação em saúdeTem como objetivo principal promover a

equidade do acesso, garantindo a integralidade da assistência e permitindo ajustar a oferta assistencial disponível às necessidades imediatas do cidadão, de forma equânime, ordenada e racional, pressupondo:

Realização prévia de avaliação das necessidades de saúde e planejamento, considerando os aspectos epidemiológicos, recursos disponíveis e as condições de acesso às unidades de referência;

Regulação em saúdeRegulação em saúde

Mecanismos e instrumentos de regulação assistencial:

• Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES);

Áreas físicas, recursos humanos, equipamentos e serviços ambulatoriais e hospitalares

• Identificação dos usuários do SUS por meio do Cartão Nacional de Saúde; 68,92% da população brasileira foi cadastrada em 2006; Emissão de apenas 27% de cartões dos usuários

cadastrados; Permite identificar o cidadão com o seu sistema (municipal

ou estadual) e agregá-lo ao sistema nacional; Vincula os procedimentos executados ao usuário, ao

profissional e à unidade de saúde.

Regulação em saúdeRegulação em saúde

Mecanismos e instrumentos de regulação assistencial:

• Programação Pactuada e Integrada à Saúde – PPI

• Contratualização;

• Central de regulação; Central de Marcação de Consultas (CMC) e a Central de

Internação Hospitalar (CIH): avalia o laudo médico e consulta a disponibilidade assistencial mais adequada nas unidades de saúde mais próximas;

Regulação em saúdeRegulação em saúdeProgramação Pactuada e Integrada à

Saúde - PPI

O repasse dos recursos federais para os estados e municípios são feitos por meio do estabelecimento do Piso Assistencial Básico (PAB);• Valor per capita nacional para o custeio de ações e

procedimentos na atenção básica

PPI é o instrumento para a alocação dos recursos destinados ao custeio das ações de média e alta complexidade;• Visa garantir o acesso da população de forma equânime,

buscando a integralidade da atenção;• Garantir a transparência na distribuição dos recursos;• Subsidia o sistema de controle, acompanhamento, regulação e

avaliação.

Regulação em saúdeRegulação em saúdeContratualização dos serviços de saúde

Déc. de 70: expansão da participação do setor privado na prestação de serviços de saúde, financiada pelo Estado;

• Inicialmente de forma desordenada e sem acompanhamento;

• Carência de mecanismos legais para legitimar a relação entre as partes (definição das necessidades de serviços e de qualidade na atenção, a contratação, acompanhamento, avaliação e pagamento aos prestadores de serviços);

• Em 2005, do total de 44.194 estabelecimentos privados existentes no país, cerca de 89% prestam algum tipo de serviço ao SUS, sendo que, apenas 12,4% dos estabelecimentos possuem contratos formalizados;

• As entidades filantrópicas (privados sem fins lucrativos) têm preferências em relação à participação da iniciativa privada na complementação dos serviços de saúde;

Regulação em saúdeRegulação em saúde

Regulação em saúdeRegulação em saúde

Regulação em saúdeRegulação em saúde

Regulação em saúdeRegulação em saúde

Central de Regulação

Mecanismos e instrumentos de regulação assistencial:

• Central Nacional de Regulação da Alta Complexidade;

Atua em situações em que no território do estado não tem disponibilidade do serviço ou que a oferta de serviço seja insuficiente para atender a demanda.

O estado ou município que recebe pacientes de outros estados passa a receber, por meio do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (FAEC), pelo procedimento realizado (minimizar o impacto no teto financeiro dos estados e municípios);

Regula especialidades que não estão disponíveis em todo o país.

Regulação em saúdeRegulação em saúdeCentral de Regulação

Gatos com alguns procedimentos de alta complexidade realizados em estados diferentes da procedência do paciente (2005):

57,4% do total de atendimentos foram realizados em São Paulo; 13,9% no Paraná; 8,3% no Rio de Janeiro 7,4% em Minas Gerais; 6,7% em Goiás; 4% no Distrito Federal; 2,3% em Pernambuco.

Procedimentos: 1° Cardiologia; 2° Neurologia; 3° Oncologia; 4° Ortopedia.

QuestõesQuestões9) Quais são os modelos de

proteção social e como se dá sua evolução no Brasil?

10) Qual é função regulatória do Cartão SUS?

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