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TRANSTORNOS DA
PERSONALIDADE
Professora Dra. Luciana Gaudio
@LUCIANA.GAUDIO
@CESEPSI.NEUROPSICOLOGIA
O QUE É TRANSTORNO DE
PERSONALIDADE?
Transtornos de personalidade em geral são padrões generalizados e persistentes de
perceber, reagir e se relacionar que causam sofrimento significativo ou comprometimento
funcional.
Os transtornos de personalidade variam significativamente em suas manifestações, mas
acredita-se que todos sejam causados por uma combinação de fatores genéticos e
ambientais.
Muitos tornam-se menos graves com a idade, mas certos traços podem persistir com
alguma intensidade após os sintomas agudos que levaram ao diagnóstico de um transtorno
diminuírem.
O diagnóstico é clínico. O tratamento é feito com terapias psicossociais e, algumas vezes, terapia medicamentosa.
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE
Os traços de personalidade representam padrões de pensamento, percepção,
reação e relacionamento que permanecem relativamente estáveis ao longo do
tempo.
Transtornos de personalidade existem quando esses traços se tornam tão pronunciados, rígidos e mal-adaptativos que prejudicam o trabalho e/ou
funcionamento interpessoal. Essas mal-adaptações sociais podem causar sofrimento
significativo em pessoas com transtornos de personalidade e naqueles em volta
delas.
Para pessoas com transtornos de personalidade, o sofrimento causado pelas
consequências dos seus comportamentos socialmente mal-adaptativos geralmente
é a razão pela qual eles buscam tratamento, em vez de qualquer desconforto com seus próprios pensamentos e sentimentos.
Transtornos de personalidade geralmente começam a tornar-se evidentes durante o
final da adolescência ou início da idade adulta; embora às vezes os sinais sejam aparentes mais cedo (durante a infância).
Traços e sintomas variam consideravelmente em termos de quanto tempo eles
persistem; muitos desaparecem com o tempo.
O Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, quinta Edição (DSM-5) lista 10 tipos
de transtornos de personalidade, embora a maioria dos pacientes que correspondam aos
critérios de um dos tipos também preencha os critérios de mais de um tipo. Alguns tipos (p.
ex., antissocial, borderline) tendem a diminuir ou desaparecer com a idade; em outros (p. ex., transtorno obsessivo-compulsivo, esquizotípico) a probabilidade é menor.
Cerca de 10% da população geral e até metade dos pacientes psiquiátricos em unidades
hospitalares e ambulatoriais têm transtorno de personalidade. No geral, não há distinções claras em termos de sexo, classe socioeconômica e raça. Mas no transtorno de
personalidade antissocial, homens superam as mulheres em 6:1. No transtorno de
personalidade borderline, as mulheres superam os homens em 3:1 (mas apenas em
ambientes clínicos, não na população em geral).
Para a maioria dos transtornos de personalidade, os níveis de hereditariedade são de
cerca de 50%, o que é semelhante ou mais alto do que aqueles de muitos outros
transtornos psiquiátricos maiores. Esse grau de hereditariedade vai contra a suposição comum de que os transtornos de personalidade são falhas de caráter principalmente
moldadas por um ambiente adverso.
Transtornos de personalidade envolvem, traços de personalidade
rígidos e mal-adaptativos que são marcados o suficiente para causar
sofrimento significativo ou prejudicar o trabalho e/ou funcionamento
interpessoal.
Os tratamentos só se tornam eficazes depois que os pacientes
percebem que seus problemas são internos, não causados
externamente.
Terapias psicossociais são o principal tratamento.
Fármacos ajudam a controlar os sintomas específicos somente em
casos selecionados—p. ex., para controlar ansiedade significativa,
explosões de raiva e depressão.
Os transtornos de personalidade são muitas vezes resistentes à
mudança, mas muitos gradualmente se tornam menos graves ao longo
do tempo.
Transtornos da Personalidade O Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders, quinta Edição (DSM-5) lista 10 tipos
de transtornos de personalidade
Cluster A
Transtornos da Personalidade Esquizoide
Transtornos da Personalidade Esquizotípica
Transtornos da Personalidade Paranoide
Cluster B
Transtornos da Personalidade Histriônica
Transtornos da Personalidade Borderline
Transtornos da Personalidade Narcisista Transtornos da Personalidade Antissocial
Cluster C
Transtornos da Personalidade Evitativa Transtornos da Personalidade Obsessiva Compulsiva
Transtornos da Personalidade Dependente
O grupo A é caracterizado por parecer estranho ou excêntrico. Contempla os seguintes
transtornos de personalidade e suas características distintivas:
Paranoide: desconfiança e suspeita
Esquizoide: desinteresse em outras pessoas
Esquizotípico: ideias e comportamentos excêntricos
Ogrupo B é caracterizado por parecer dramático, emocional ou errático. Contempla os
seguintes transtornos de personalidade e suas características distintivas:
Antissocial: irresponsabilidade social, desrespeito por outros, falsidade e manipulação dos
outros para ganho pessoal
Bordeline: intolerância de estar sozinho e desregulação emocional
Histriônico: busca atenção
Narcisista: autoestima desregulada e frágil subjacente e grandiosidade aparente
O grupo C é caracterizado por parecer ansioso ou apreensivo. Contempla os seguintes
transtornos de personalidade e suas características distintivas:
Esquivo: evitar contato interpessoal por causa de sensibilidade à rejeição
Dependente: submissão e necessidade de ser cuidado
Obsessivo-compulsivo: perfeccionismo, rigidez, e obstinação
TIPOS DE TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE
O transtorno da personalidade esquizoide é caracterizado por um padrão generalizado de
distanciamento e desinteresse geral pelos relacionamentos sociais e uma gama limitada de emoções
nas relações interpessoais.
Pacientes com transtorno de personalidade esquizoide parecem não ter nenhum desejo de manter
relacionamentos íntimos com outras pessoas, incluindo parentes. Eles não têm amigos íntimos ou
confidentes, exceto às vezes um parente de 1º grau. Eles raramente namoram e muitas vezes não se
casam. Eles preferem estar sós, escolhendo atividades e hobbies que não exigem interação com os
outros (p. ex., jogos de computador). A atividade sexual com os outros é de pouco, se algum,
interesse para eles. Eles também parecem sentir menos prazer com as experiências sensoriais e
corporais (p. ex., uma caminhada na praia).
Raramente, quando esses pacientes se sentem à vontade e se revelam, admitem que sofrem,
especialmente nas interações sociais.
Os sintomas do transtorno de personalidade esquizoide tendem a permanecer estáveis ao longo do
tempo, mais do que aqueles de outros transtornos de personalidade.
Transtornos da Personalidade Esquizoide
Transtornos da Personalidade Esquizotípica
O transtorno de personalidade esquizotípica é caracterizado por um padrão generalizado de
desconforto intenso com relacionamentos íntimos e com capacidade reduzida para tal, por
cognição e percepções distorcidas e por comportamento excêntrico.
No transtorno de personalidade esquizotípica, experiências cognitivas refletem um
distanciamento mais florido da realidade (p. ex., ideias de referência, ideias paranoides, ilusões
corporais, pensamento mágico) e uma maior desorganização do pensamento e da fala do que
aqueles que ocorrem em outros transtornos de personalidade.
A fala pode ser estranha. Pode ser excessivamente abstrata ou concreta ou conter frases
estranhas ou usar frases ou palavras de formas bizarras. Os pacientes com transtorno de
personalidade esquizotípica costumam se vestir de maneira estranha ou descuidada (p. ex.,
usando roupas de tamanho errado ou sujas) e têm maneirismos estranhos. Eles podem ignorar
convenções sociais comuns (p. ex., não fazer contato visual) e, como não entendem as dicas
sociais habituais, eles podem interagir com os outros de forma inadequada ou rígida.
Transtornos da Personalidade Paranoide
Transtorno de personalidade paranoide é caracterizado por um padrão generalizado de
desconfiança e suspeita injustificadas dos outros que envolve interpretar seus motivos
como maliciosos. O diagnóstico é por critérios clínicos. Pacientes com transtorno de
personalidade paranoide desconfiam dos outros e supõem que os outros pretendem
prejudicá-los ou enganá-los, mesmo quando eles não têm justificativa suficiente para
esses sentimentos.
Acredita-se que seja mais comum entre os homens. Há algumas evidências de maior
prevalência em famílias. Algumas evidências sugerem uma ligação entre esse transtorno
e abuso emocional e/ou físico e vitimização durante a infância.
Pacientes com transtorno de personalidade paranoide suspeitam que os outros estão
planejando explorar, enganar ou prejudicá-los. Eles acham que podem ser atacados a
qualquer momento e sem nenhuma razão. Embora haja nenhuma ou poucas evidências,
eles insistem em manter suas suspeitas e pensamentos.
Eles são hipervigilantes quanto a potenciais insultos, ofensas, ameaças e deslealdade e
procuram significados ocultos em observações e ações.
Transtornos da Personalidade Histriônica
O transtorno de personalidade histriônica é caracterizado por um padrão generalizado
de excessiva emocionalidade e busca de atenção
Pacientes com transtorno de personalidade histriônica usam sua aparência
física, agindo de forma inadequadamente sedutora ou provocadora, para
chamar a atenção dos outros. Eles não têm um senso de autodireção e são
altamente sugestionáveis, muitas vezes agindo de forma submissa para reter a
atenção dos outros.
Alcançar intimidade emocional ou sexual pode ser difícil. Os pacientes
podem, muitas vezes sem ter ciência disso, desempenhar um papel (p. ex., vítima). Eles podem tentar controlar seus parceiros usando sedução ou
manipulações emocionais e, ao tempo, tornarem-se muito dependentes do
parceiro.
Transtornos da Personalidade Borderline
O transtorno de personalidade borderline é caracterizado por um padrão generalizado de
instabilidade e hipersensibilidade nos relacionamentos interpessoais, instabilidade na autoimagem,
flutuações extremas de humor e impulsividade.
Pacientes com transtorno de personalidade borderline não toleram estar sozinhos; fazem esforços
frenéticos para evitar o abandono e geram crises, como tentativas suicidas, de tal forma que levam
os outros a resgatá-los e cuidar deles.
stresses durante a primeira infância podem contribuir para o desenvolvimento do transtorno de
personalidade borderline. História infantil de abuso físico e sexual, negligência, separação dos
cuidadores e/ou perda de um pai é comum entre pacientes com transtorno de personalidade
borderline.
Episódios dissociativos, pensamentos paranoicos e, às vezes, sintomas do tipo psicótico (p. ex.,
alucinações, ideias de referência) podem ser desencadeados por estresse extremo, normalmente
o medo de abandono, seja real ou imaginado. Esses sintomas são temporários e não costumam ser
graves o suficiente para que sejam considerados um transtorno separado.
Os sintomas diminuem na maioria dos pacientes; a recidiva é baixa. Mas o estado funcional não
costuma melhorar dramaticamente.
Transtornos da Personalidade Narcisista
O transtorno de personalidade narcisista é caracterizado por um padrão generalizado de
grandiosidade, necessidade de adulação e falta de empatia
Como os pacientes com transtorno de personalidade narcisista têm dificuldades para regular
a autoestima, eles precisam de louvação e afiliações com pessoas ou instituições especiais;
eles também tendem a desvalorizar outras pessoas para que possam manter uma sensação
de superioridade.
Como os pacientes com transtorno narcisista precisam ser admirados, sua autoestima
depende da consideração positiva dos outros e é, portanto, geralmente muito frágil. As
pessoas com esse transtorno frequentemente observam para ver o que os outros pensam deles
e avaliar o quão bem eles estão fazendo. Eles são sensíveis e se chateiam com as críticas dos
outros e pelo fracasso, o que faz com que se sintam humilhados e derrotados.
Eles podem responder com raiva ou desprezo, ou podem contra-atacar violentamente. Ou
eles podem se afastar ou aceitar externamente a situação em um esforço para proteger sua
sensação de autoimportância (grandiosidade). Eles podem evitar situações em que podem
falhar.
Transtornos da Personalidade Antissocial
Transtorno de personalidade antissocial é caracterizado por um padrão generalizado de descaso
com as consequências e direitos dos outros.
Pessoas com transtorno de personalidade antissocial cometem atos ilegais, fraudulentos,
exploradores e imprudentes para ganho pessoal ou prazer e sem remorsos; eles podem fazer o
seguinte:
Justificar ou racionalizar seu comportamento (p. ex., achar que perdedores merecem perder,
tomar cuidado com o número um)
Culpar a vítima por ser tola ou impotente
Ser indiferente aos efeitos exploradores e prejudiciais de suas ações sobre os outros
transtorno de conduta acompanhado por déficit de atenção/hiperatividade se desenvolve antes
dos 10 anos de idade, o risco de desenvolvimento do transtorno de personalidade antissocial
durante a idade adulta é maior. O risco de transtorno de conduta evoluir para transtorno de
personalidade antissocial pode ser maior quando os pais abusam ou negligenciam o filho ou são
inconsistentes quanto à disciplina ou em estilo parental (p. ex., alternar entre cordial e apoiador
para insensível e crítico).
Transtornos da Personalidade Evitativa
O transtorno de personalidade esquiva é caracterizado pela esquiva de situações ou interações
sociais que envolvam risco de rejeição, crítica ou humilhação
Pesquisas sugerem que as experiências de rejeição e marginalização durante a infância e
características inatas da ansiedade e esquiva sociais podem contribuir para transtorno de
personalidade esquiva. Esquiva em situações sociais foi detectada tão cedo quanto aos 2 anos
de idade.
Pacientes com transtorno de personalidade esquiva evitam interação social, incluindo aquelas no
trabalho, porque temem que eles serão criticados ou rejeitados ou que as pessoas vão
desaprová-los, como nas situações a seguir:
Eles podem recusar uma promoção porque temem que colegas de trabalho vão criticá-los.
Eles podem evitar reuniões.
Eles evitam fazer novos amigos a menos que tenham certeza de que serão aprovados.
Esses pacientes pressupõem que as pessoas serão críticas e vão desaprová-los até que passem
por testes rigorosos provando o contrário. Assim, antes de ingressar em um grupo e formar um
relacionamento íntimo, pacientes com esse transtorno exigem garantias repetidas de suporte
aceitação acrítica.
Transtornos da Personalidade Obsessiva Compulsiva
Transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva é caracterizado por uma
preocupação generalizada com organização, perfeccionismo e controle (sem espaço
para flexibilidade) que essencialmente retarda ou interfere na conclusão de uma
tarefa.
Em pacientes com transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva, a preocupação
com a ordem, perfeccionismo e controle deles mesmos e de situações interfere na
flexibilidade, eficácia e receptividade. Rígidos e teimosos em suas atividades, esses
pacientes insistem no fato de que tudo seja feito de uma maneira específica.
Para manter uma sensação de controle, os pacientes focalizam regras, detalhes
minuciosos, procedimentos, cronogramas e listas. Como resultado, o ponto principal
de um projeto ou atividade é perdido. Esses pacientes verificam repetidamente erros e
dão atenção extraordinária a detalhes. Eles não fazem bom uso do seu tempo, muitas
vezes deixando as tarefas mais importantes para o fim.
Transtornos da Personalidade Dependente
Transtorno de personalidade dependente é caracterizado por uma necessidade generalizada
e excessiva de ser cuidado, levando à submissão e comportamentos viscosos.
Pacientes com transtorno de personalidade dependente não acham que possam cuidar de si
mesmos. Eles usam a submissão para tentar fazer outras pessoas cuidarem deles.
Pacientes com esse transtorno geralmente exigem muita reafirmação e aconselhamento ao
tomar decisões comuns. Eles muitas vezes deixam que outros, frequentemente uma única
pessoa, assumam a responsabilidade por muitos aspectos de suas vidas. Por exemplo, eles
podem depender do cônjuge para dize o que vestir, que tipo de trabalho procurar e com
quem se associar.
Esses pacientes fazem de tudo para obter cuidado e suporte (p. ex., realizar tarefas
desagradáveis, submeter-se a exigências descabidas, tolerar abuso físico, sexual ou
emocional). Estar sozinho faz com que se sintam extremamente desconfortáveis ou com
medo porque temem que não possam cuidar de si mesmos.
Esses pacientes fazem de tudo para obter cuidado e suporte (p. ex., realizar tarefas
desagradáveis, submeter-se a exigências descabidas, tolerar abuso físico, sexual ou
emocional). Estar sozinho faz com que se sintam extremamente desconfortáveis ou com
medo porque temem que não possam cuidar de si mesmos.
SINAIS E SINTOMAS DOS TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE De acordo com o DSM-5, os transtornos de personalidade são principalmente
problemas com Autoidentidade e Funcionamento interpessoal
Problemas de autoidentidade podem se manifestar como uma autoimagem instável (p. ex., as
pessoas flutuam entre verem-se como bondosas ou cruéis) ou como inconsistências nos valores,
objetivos e aparência (p. ex., as pessoas são profundamente religiosas na igreja, mas profanas e
desrespeitosas em outros lugares).
Problemas de funcionamento interpessoal normalmente se manifestam ao não conseguir
estabelecer ou manter relacionamentos íntimos e/ou por insensibilidade com as outras pessoas (p.
ex., incapaz de criar empatia).
Pessoas com transtornos de personalidade parecem muitas vezes incoerentes, confusas e frustrantes
para aqueles que volta delas (incluindo médicos). Essas pessoas podem ter dificuldade em entender
os limites entre elas mesmas e os outros. Sua autoestima pode ser inapropriadamente alta ou baixa.
Elas têm estilos inconsistentes, desconectados, sobre-emocionais, abusivos ou irresponsáveis de
paternidade/maternidade, o que pode levar a problemas físicos ou mentais em seus cônjuges ou
filhos.
Pessoas com transtornos de personalidade podem não reconhecer que têm problemas.
DIAGNÓSTICO
Critérios clínicos (DSM-5)- O diagnóstico do transtorno de personalidade requer:
Um padrão inflexível, persistente e generalizado dos traços mal-adaptativos envolvendo ≥ 2 dos
seguintes:
• cognição (formas de perceber e interpretar a si mesmo, outros e eventos),
• afetividade,
• funcionamento interpessoal e
• controle de impulsos
• Sofrimento significativo ou funcionamento prejudicado resultante do padrão mal-adaptativo
• Estabilidade relativa e início precoce (remontando à adolescência ou início da idade adulta) do
padrão
Além disso, devem ser excluídas outras causas possíveis dos sintomas (p. ex., outros transtornos de
saúde mental, uso de fármacos, traumatismo craniano).
Para que um transtorno de personalidade seja diagnosticado em pacientes < 18 anos de idade, o
padrão deve ter estado presente durante ≥ 1 ano, com exceção dos transtornos de personalidade
antissocial, que não podem ser diagnosticados em pacientes < 18 anos.
Como muitos pacientes com transtorno de personalidade não percebem sua condição, os médicos
podem precisar obter a história de médicos que trataram esses pacientes anteriormente, outros
profissionais, familiares, amigos ou outras pessoas que tenham entrado em contato com eles.
TRATAMENTO
Psicoterapia
O padrão ouro para o tratamento de transtornos de personalidade é psicoterapia. Tanto psicoterapia individual como em grupo são eficazes para
muitos desses transtornos se o paciente estiver buscando tratamento e estiver
motivado para mudar.
Tipicamente, transtornos de personalidade não são muito responsivos a fármacos,
embora alguns fármacos possam ser eficazes para sintomas específicos (p. ex.,
depressão, ansiedade).
PRINCÍPIOS GERAIS DO TRATAMENTO
Em geral, o objetivo do tratamento dos transtornos de personalidade é
• Reduzir o sofrimento subjetivo
• Modificar traços de personalidade problemáticos (p. ex., dependência, desconfiança,
arrogância, espírito de manipulação) leva muito tempo—tipicamente > 1 ano.
• Um esforço para permitir que os pacientes percebam que seus problemas são internos
• Comportamentos mal-adaptativos e indesejáveis (p. ex., imprudência, isolamento social,
falta de assertividade, explosões temperamentais) devem ser tratados rapidamente para
minimizar os danos continuados para empregos e relacionamentos. A mudança
comportamental é mais importante para os pacientes com os seguintes transtornos de
personalidade:
Borderline Antissocial Esquivo
O comportamento geralmente pode ser melhorado em meses por terapia em grupo e
modificação de comportamento; limites no comportamento muitas vezes tem de ser
estabelecidos e impostos. Às vezes, os pacientes são tratados em um hospital-dia ou ambiente
residencial. Grupos de autoajuda ou terapia familiar também podem ajudar a mudar
comportamentos socialmente indesejáveis.
Skodol, Andrew. Visão geral dos transtornos de personalidade. University of
Arizona College of Medicine, 2018 in
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personalidade/vis%C3%A3o-geral-dos-transtornos-de-personalidade
REFERÊNCIAS
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