uma metrópole para o atlântico. fundação calouste gulbenkian
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Uma Metrpolepara o Atlntico
Um
a Metrpole para o Atlntico
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Uma Metrpolepara o Atlntico
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2015, Fundao Calouste GulbenkianTtulo: Uma Metrpole para o AtlnticoAv. de Berna, 45A / 1067 001 LisboaTelefone: +351 217 823 000E mail: info@gulbenkian.pt
Coordenao e Autoria
Fundao Calouste Gulbenkian, iniCiativa CidadesJos Manuel Flix Ribeiro Francisca Moura Joana Chorincas
Colaborao
FaCuldade de letras da universidade do Porto Centro de estudos de GeoGraFia e ordenamento do territrioTeresa S Marques coordenao Hlder Santos Paula Ribeiro Diogo Ribeiro Ana Ramos Pereira* Catarina Ramos* Carlos Neto* Nuno Marques da Costa*
* Instituto de Geografia e Ordenamento do Territrio da Universidade de Lisboa Centro de Estudos Geogrficos
Cmara muniCiPal de lisboa direo muniCiPal de eConomia e inovao Paulo Soeiro de Carvalho coordenao Susana Corvelo Ana Margarida Figueiredo Nuno Caleia Rodrigues
Consultor externo
Joo Ferro InstItuto de cIncIas socIaIs
Informao e anlise de dados estatsticos relativos s empresas
Informa DB Teresa Lima e Marta Martins
Design TVM designers
Impresso Greca Artes Grficas
Tiragem 750 exemplares
isbn 9789729909870
Depsito Legal 396801/15
Agradecimentos
A Fundao Calouste Gulbenkian e a equipa do projeto agradecem o envolvimento e a disponibilidade manifestada desde o incio ao projeto Lisboa Viso Global, por parte das instituies que dirigem, aos Reitores Professores Doutores Antnio Cruz Serra, da Universidade de Lisboa, Antnio Rendas, da Universidade Nova de Lisboa, Luis Reto, do ISCTE Instituto Universitrio de Lisboa, Ana Costa Freitas, da Universidade de vora e Maria da Glria Garcia, da Universidade Catlica Portuguesa.
Agradecem igualmente a colaborao prestada e o empenho demonstrado na concretizao deste estudo aos ViceReitores Professores Rogrio Gaspar, da Universidade de Lisboa, Joo Sgua, da Universidade Nova de Lisboa, Fernando Luis Machado, do ISCTE Instituto Universitrio de Lisboa, Filomena Mendes, da Universidade de vora, Isabel Capeloa Gil, da Universidade Catlica Portuguesa, bem como aos Professores Ana Cristina Perdigo, VicePresidente do Instituto Politcnico de Lisboa e Jorge Alberto Guerra Justino, Presidente do Instituto Politcnico de Santarm.
UNIO EUROPEIA
Fundo Europeude Desenvolvimento Regional
Colaborao:
-
Uma Metrpolepara o Atlntico
-
PREFCIO 10
APRESENTAO 14
SUMRIO EXECUTIVO 18
Parte 1.
TERRITRIO E CONETIVIDADE 29
1.1. TERRITRIO: SISTEMAS E RECURSOS ESTRUTURANTES 31
1.1.1. SISTEMA AZUL: GUAS SUPERFICIAIS E SUBTERRNEAS 31
1.1.2. SISTEMA VERDE: DIFERENCIAO BIOGEOGRFICA E REAS PROTEGIDAS 36
1.1.3. SISTEMA CINZENTO: INFRAESTRUTURAS E REDES DE TRANSPORTE E COMUNICAO 40
1.1.4. SISTEMA URBANO: CENTRALIDADES E ORGANIZAO METROPOLITANA 44
1.2. DEMOGRAFIA, EMPREGO E DESEMPENHO ECONMICO 54
1.3. INFRAESTRUTURAS E CONETIVIDADE INTERNACIONAL 67
1.3.1. AEROPORTOS E TRANSPORTE AREO 67
1.3.2. OS PORTOS NO ARCO METROPOLITANO DE LISBOA 72
1.3.3. EMPRESAS E GRUPOS EMPRESARIAIS COM OPERAES NOS PORTOS DE LISBOA, SETBAL E SINES 87
1.3.4. PROJETOS PREVISTOS NO PETI+3 - PLANO ESTRATGICO DE TRANSPORTES E INFRAESTRUTURAS 2014-2020 91
1.3.5. OLHANDO PARA O LONGO PRAZO 96
Parte 2.
GRANDE LISBOA CENTRALIDADE METROPOLITANA 103
2.0 ENSINO SUPERIOR OFERTA FORMATIVA, INVESTIGAO, INOVAO E INTERNACIONALIZAO 105
2.1. A UNIVERSIDADE DE LISBOA 109
2.2. A UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA 128
2.3. O ISCTE INSTITUTO UNIVERSITRIO DE LISBOA 142
2.4. A UNIVERSIDADE CATLICA PORTUGUESA LISBOA 149
2.5. O INSTITUTO POLITCNICO DE LISBOA 156
2.6. A ESCOLA SUPERIOR NUTICA INFANTE D. HENRIQUE 168
3.0. PRINCIPAIS INSTITUIES DE I&D POR REAS CIENTFICAS E TECNOLGICAS 173
3.1. CINCIAS SOCIAIS E HUMANAS E ARTES 175
3.2. CINCIAS EXATAS, NATURAIS E DA SADE 201
3.3. CINCIAS E TECNOLOGIAS DA ENGENHARIA 236
4.0. CLUSTERS E EMPRESAS, INOVAO E INTERNACIONALIZAO 267
4.1. OS SETORES INFRAESTRUTURAIS E OS SEUS MEGACLUSTERS 271
4.1.1. MEGACLUSTER TRANSPORTES INFRAESTRUTURAS E REDES INTERNAS 271
4.1.2. MEGACLUSTER AMBIENTE CICLO URBANO DA GUA E DO TRATAMENTO E VALORIZAO DOS RESDUOS SLIDOS URBANOS 273
ndice
-
4.1.3. MEGACLUSTER CONSTRUO E ENGENHARIA 275
4.1.4. MEGACLUSTER ENERGIA 285
4.1.5 MEGACLUSTER TELECOMUNICAES 296
4.1.6. MUTINACIONAIS COM CENTROS DE ENGENHARIA EM PORTUGAL PARA SETORES INFRAESTRUTURAIS 301
4.2. MEGACLUSTER SETOR FINANCEIRO, SEGUROS E IMOBILIRIO 305
4.3. MEGACLUSTER TECNOLOGIAS DA INFORMAO E SERVIOS S EMPRESAS 311
4.3.1. CLUSTER DAS TI - SOFTWARE, SERVIOS INFORMTICOS E OUTSOURCING DE TI 312
4.3.2. SERVIOS S EMPRESAS PRESTADOS DISTNCIA UMA NOVA ESPECIALIZAO DA GRANDE LISBOA 319
4.3.3. DESIGN ENSINO E EMPRESAS
4.4. MEGACLUSTER INDSTRIAS CRIATIVAS 331
4.4.1. CLUSTER LIVREIRO EDIO, DISTRIBUIO E RETALHO 334
4.4.2. CLUSTER MEDIA, CONTEDOS E PUBLICIDADE 336
4.5. MEGACLUSTER SADE 351
4.5.1. INDSTRIA FARMACUTICA 351
4.5.2. SERVIOS DE SADE/GRUPOS HOSPITALARES PRIVADOS 356
4.6. SETOR TURISMO 367
4.6.1. A GEOGRAFIA DA OFERTA TURSTICA NA GRANDE LISBOA 370
4.6.2. GRUPOS EMPRESARIAIS NO SETOR DO TURISMO 374
4.7. CLUSTER ALIMENTAR, BEBIDAS E DISTRIBUIO 375
4.8. PROTOCLUSTERS 387
PARTE 3.
EIXOS RADIAIS DE DESENVOLVIMENTO 403
5.0. PENNSULA DE SETBAL E ALENTEJO LITORAL 405
5.1. CLUSTERS E EMPRESAS, INOVAO E INTERNACIONALIZAO 407
5.1.1. CLUSTER AUTOMVEL 407
5.1.2. POLO ENERGIA E PETROQUMICA 409
5.1.3. POLO SIDERRGICO 412
5.1.4. POLO DE ENGENHARIA NAVAL 413
5.1.5. POLO CELULOSE E PAPEL 417
5.1.6. CLUSTER AGRICULTURA E AGROALIMENTAR 419
5.1.7. CLUSTER TURISMO 423
5.1.8. PROTOCLUSTERS 424
5.2. POLOS DE CONHECIMENTO 431
5.2.1. A UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA FACULDADE DE CINCIAS E TECNOLOGIA 431
5.2.2. A ESCOLA NAVAL 434
5.2.3. O INSTITUTO POLITCNICO DE SETBAL 436
6.0 OESTE E PINHAL LITORAL 441
6.1. CLUSTERS E EMPRESAS, INOVAO E INTERNACIONALIZAO 443
6.1.1. CLUSTER AGRICULTURA E AGROALIMENTAR 443
6.1.2. CLUSTER MATERIAIS DE CONSTRUO/HABITAT 452
6.1.3. CLUSTER PLSTICO E MECNICA DE PRECISO 455
6.1.4. CLUSTER TURISMO 458
6.1.5. CONSTRUO E ENGENHARIA 461
6.1.6. PROTOCLUSTERS 463
-
6.2. POLOS DE CONHECIMENTO 466
6.2.1. O INSTITUTO POLITCNICO DE LEIRIA 466
7.0.. LEZRIA DO TEJO, MDIO TEJO E ALENTEJO CENTRAL 473
7.1. CLUSTERS E EMPRESAS, INOVAO E INTERNACIONALIZAO 475
7.1.1. CLUSTER AGRICULTURA E AGROALIMENTAR 475
7.1.2. CLUSTER FLORESTAL MADEIRA E PAPEL 483
7.1.3. CLUSTER CORTIA 485
7.1.4. CLUSTER AUTOMVEL 488
7.1.5. OUTRAS INDSTRIAS 491
7.1.6. SETORES INFRAESTRUTURAIS ENERGIA, GUA E AMBIENTE 491
7.2. POLOS DE CONHECIMENTO 498
7.2.1. A UNIVERSIDADE DE VORA 498
7.2.2. O INSTITUTO POLITCNICO DE SANTARM 508
7.2.3. O INSTITUTO POLITCNICO DE TOMAR 513
Parte 4.
ARCO METROPOLITANO DE LISBOA VISO DE CONJUNTO 517
8.0. CLUSTERS E POLOS CONSOLIDADOS 519
8.1. O ECOSSISTEMA DE INOVAO NO ARCO METROPOLITANO DE LISBOA 523
8.2. PROTOCLUSTERS NO ARCO METROPOLITANO DE LISBOA 525
8.2.1. AERONUTICA, ESPAO E DEFESA 525
8.2.2. ENGENHARIA OFFSHORE/OCENICA E ROBTICA SUBMARINA 535
8.2.3. CONSTRUO E MANUTENO OFFSHORE 535
8.2.4. SERVIOS DE EXPLORAO DE PETRLEO E GS NATURAL 538
Parte 5.
REDES DE INOVAO ECONMICA ANCORADAS NO ARCO METROPOLITANO DE LISBOA (2007-2013) 557
9.1. ENQUADRAMENTO METODOLGICO 559
9.2. EXPLORAO DAS REDES ANCORADAS NO ARCO METROPOLITANO DE LISBOA 564
9.3. REDE TERRITORIAL: ESTRUTURA TERRITORIAL DO ARCO METROPOLITANO DE LISBOA 582
ANEXO OFERTA FORMATIVA NO ENSINO SUPERIOR DO ARCO METROPOLITANO DE LISBOA 591
NDICE DE FIGURAS 624
NDICE DE QUADROS 626
-
Prefcio
-
11P R E F C I O
A Fundao Calouste Gulbenkian, consciente do papel crescente que as
cidades tm nas sociedades contemporneas, incluiu na sua agenda a Ini-
ciativa Cidades. Esta Iniciativa tem como finalidade estimular o debate
pblico sobre como os grandes desafios geoeconmicos, tecnolgicos,
ambientais, societais e de segurana podem desencadear nas cidades por-
tuguesas a exigncia de novas estratgias de adaptao por antecipao e
uma gesto adequada da transio para modelos de desenvolvimento mais
robustos e sustentveis.
A FCG optou por escolher para arranque desta Iniciativa duas macrorre-
gies urbanas onde se localiza uma concentrao de ativos que podem con-
tribuir decisivamente para que Portugal retome no apenas o crescimento,
mas um crescimento inteligente, sustentvel e inclusivo: a Regio do Noro-
este e o Arco Metropolitano de Lisboa.
A abordagem do tema Cidades foi assim realizada, desde o princ-
pio, tendo como foco as regies urbanas funcionais, que no constituindo
necessariamente unidades territoriais administrativas, so unidades geo-
econmicas que englobam mltiplas cidades, variadas atividades e din-
micas do mercado de trabalho que as ligam entre si. A partir desta aborda-
gem a Iniciativa Cidades teve como objetivos:
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12
Estimularodebatepblicosobreasopesedecisesqueexigem
uma melhor compreenso sobre o papel das cidades e das macror-
regies que as integram nos processos de adaptao aos desafios
da globalizao e de descoberta de oportunidades que por ela so
abertos;
Produzirconhecimentosobreopotencialeconmico,empresarial,
cientifico e de inovao de espaos urbanos de dimenso pertinente
que facilitem a definio progressiva de estratgias de reposicio-
namento na globalizao por parte dessas macrorregies;
Contribuirparaosurgimentodeprojetosdirigidosagruposdecida-
des ou macrorregies assentes numa viso prospetiva partilhada,
e que permitam ampliar a atratividade e reforar a presena na
globalizao, assegurando maior crescimento, emprego e coeso
social.
Em Julho de 2014 foi apresentado no Porto o primeiro estudo publi-
cado no mbito da Iniciativa Cidades o Noroeste Global, na sequncia
do qual foi decidido lanar uma Plataforma de Cooperao, cujos membros
fundadores foram as quatro Universidades: Aveiro, Minho, Porto e Cen-
tro Regional do Porto da Universidade Catlica Portuguesa, as autarquias
de Aveiro, Braga, Guimares e Porto, em que se localizam estas Universi-
dades e a COTEC.
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13P R E F C I O
O estudo que agora se apresenta surge no mbito desta Iniciativa e
incide sobre o Arco Metropolitano de Lisboa. No contexto europeu, Lisboa
pela sua Histria, posio geogrfica, potencial econmico e cientfico orga-
niza uma Metrpole que a transcende e que, tendo uma ambio global, tem
uma projeo inquestionavelmente atlntica.
Este livro o resultado de uma parceria entre a Fundao Calouste Gul- o resultado de uma parceria entre a Fundao Calouste Gul-Fundao Calouste Gul-
benkian e a Cmara Municipal de Lisboa, atravs da Direo de Economia
e Inovao, que envolveu as Universidades e Institutos Politcnicos que
quiseram participar na elaborao dos captulos dedicados ao potencial de
formao avanada, de investigao, de inovao e empreendedorismo da
regio.
A Fundao Calouste Gulbenkian gostaria que este livro fosse um contri-
buto para agregar pessoas, instituies de ensino superior, empresas, enti-
dades pblicas que, em conjunto e ao longo dos prximos anos, atuassem
para colocar a macrorregio de Lisboa numa posio mais central na glo-o de Lisboa numa posio mais central na glo-central na glo-
balizao, contribuindo desse modo para a prosperidade e reconhecimento
internacional de Portugal.
Artur Santos Silva
PresIdente
Fundao Calouste Gulbenkian
-
Apresentao
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15A P R E S E N TA O
Consciente do papel crescente que as cidades desempenham nas sociedades
contemporneas, a Fundao Calouste Gulbenkian (FCG), atravs da Inicia-
tiva Cidades, pretende estimular a criao de espaos de reflexo prprios,
envolvendo os stakeholders mais relevantes para dinamizar a evoluo futura
das cidades portuguesas.
A abordagem do tema Cidades foi definida desde o princpio como devendo
ser centrada nas regies urbanas funcionais1, que no constituem unidades
territoriais administrativas mas macrorregies ou unidades geoeconmicas
que englobam mltiplas cidades, variadas atividades e dinmicas do mercado
de trabalho e outras que as ligam entre si.
Neste contexto, a FCG optou por comear esta Iniciativa pela anlise das
duas macrorregies urbanas que mais podem contribuir para que Portugal
se insira na globalizao, de forma a assegurar um crescimento inteligente,
sustentvel e inclusivo de todo o pas: a Macrorregio do Noroeste e o Arco
Metropolitano de Lisboa.
O primeiro estudo Noroeste Global - foi editado em 2014 pela FCG e ori-
ginou a criao da Plataforma de Cooperao Noroeste Global.
Ainda em 2014, a FCG iniciou um estudo sobre o Arco Metropolitano de Lis-
boa, em parceria com a Direo Municipal de Economia e Inovao da Cmara
Municipal de Lisboa e com a colaborao da Universidade de Lisboa, Univer-
sidade Nova de Lisboa, ISCTE-IUL, Universidade Catlica Portuguesa, Univer-
sidade de vora e os Institutos Politcnicos da macrorregio (Leiria, Lisboa,
Santarm, Setbal e Tomar).
Este estudo contou tambm com a colaborao de uma equipa da Faculdade
de Letras da Universidade do Porto coordenada pela Prof. Doutora Teresa S
Marques, responsvel pela redao dos captulos relativos ao territrio, demo-
grafia/emprego e anlise de redes de inovao econmica ancoradas no Arco
Metropolitano de Lisboa, e com a colaborao da Informa D&B, no levanta-
mento e tratamento de informao estatstica de caracterizao dos setores de
especializao e das empresas do Arco Metropolitano de Lisboa.
Apesar de o Arco Metropolitano de Lisboa no ter uma existncia formal
nem limites precisos, constitui um sistema cada vez mais interativo e inter-
1 A OCDE define regio funcional como uma unidade territorial resultante da organizao das relaes econmicas
e sociais no territrio em detrimento dos critrios convencionais poltico-administrativos ou histrico-geogr-
ficos. A regio funcional geralmente definida por critrios relativos ao mercado de trabalho e aos movimentos
pendulares. Ver a este propsito: OCDE (2011), Assessing and Monitoring Rural-Urban Linkages in Functional Regions:
A Methodological Framework. OCDE, Paris.
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16 U M A M E T R P O L E PA R A O AT L N T I C O
dependente ao nvel das instituies, pessoas, empresas e lugares, e corres-
ponde a um dos motores essenciais do crescimento, da modernizao e da
internacionalizao do pas.
Neste estudo, a abordagem do Arco Metropolitano de Lisboa foi organi-
zada a partir da anlise da centralidade metropolitana (Grande Lisboa) e de
quatro eixos radiais de desenvolvimento: i) Oeste e Pinhal Litoral; ii) Pennsula
de Setbal e Alentejo Litoral; iii) Vale do Tejo; e iv) eixo, em formao, Penn-
sula de Setbal/Alentejo Central. Optou-se, por uma questo de simplificao,
por agregar os dois ltimos eixos numa nica sub-regio, que abrange o Mdio
Tejo, a Lezria do Tejo e trs concelhos do Alentejo Central (Vendas Novas,
Montemor-o-Novo e vora).
Este estudo constitui um diagnstico prospetivo para o Arco Metropoli-
tano de Lisboa, organizado em cinco partes.
Na primeira parte, analisa-se a estrutura territorial, os sistemas e recur-
sos estruturantes do Arco Metropolitano de Lisboa, bem como a demografia,
o emprego e a conetividade internacional da macrorregio.
Na segunda parte aborda-se os ecossistemas de inovao das diferentes
instituies de ensino superior localizadas na Grande Lisboa, seguindo-se uma
anlise detalhada dos setores de especializao (clusters consolidados) e das
atividades emergentes (protoclusters). De referir que na segunda parte foram
introduzidos zooms ilustrando a importncia de trs clusters em Lisboa - Eco-
nomia Digital e TIC, Economia Criativa e Economia da Sade - bem como as
iniciativas em curso ou planeadas pela Cmara Municipal de Lisboa (CML) para
as dinamizar. Estes zooms foram elaborados pela Direo Municipal de Econo-
mia e Inovao (DMEI/CML).
A terceira parte incide sobre cada um dos eixos radiais de desenvolvi-
mento atrs identificados, quer no que respeita a atividades e clusters quer a
polos de conhecimento.
A quarta parte apresenta uma viso de sntese dos elementos princi-
pais de caracterizao do ecossistema de inovao do Arco Metropolitano de
Lisboa. Nesta sntese integrou-se um zoom relativo Economia do Mar em Lis-
boa, elaborado pela DMEI/CML.
A quinta parte analisa as redes de inovao ancoradas no Arco Metropo-
litano de Lisboa, com base na anlise dos projetos de I&D+i da Agncia Nacio-
nal de Inovao, atravs da metodologia de anlise de redes sociais, com o pro-
psito de caracterizar os atores da rede, as respetivas relaes e as estruturas
organizacionais, de especializao e territoriais.
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17 N D I C E
O Arco Metropolitano de Lisboa
-
Sumrio executivo
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19S U M R I O E X E C U T I V O
No contexto europeu, Lisboa pela sua Histria, posio geogrfica e potencial
econmico e cientfico, organiza uma Metrpole que a transcende e que, tendo
uma ambio global, tem uma projeo inquestionavelmente atlntica. Da o
ttulo deste livro: Uma Metrpole para o Atlntico.
Do ponto de vista da sua definio, considermos que essa Metrpole esta-
ria bem representada pelo que designamos por Arco Metropolitano de Lisboa.
TERRITRIO E CONETIVIDADE
1. O Arco Metropolitano de Lisboa identifica-se, em termos estatsticos,
como o conjunto de seis NUT III: rea Metropolitana de Lisboa, Oeste,
Regio de Leiria1, Lezria do Tejo, Mdio Tejo e Alentejo Litoral, a que se
juntam trs concelhos do Alentejo Central (Vendas Novas, Montemor-
-o-Novo e vora).
2. Trata-se de uma macrorregio monocntrica, em contraste com a
macrorregio do Noroeste, tipicamente policntrica, e organiza-se em
torno de um ncleo central e de quatro eixos radiais de desenvolvi-
mento:
1 Designada ainda por Pinhal Litoral em alguns dos captulos do livro, por se utilizar informao reunida antes da
mudana de designao das NUT III
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20 U M A M E T R P O L E PA R A O AT L N T I C O
O ncleo central, onde mais se concentram populao e atividades, cor-
responde Grande Lisboa, em que se assistiu a uma reduo de popu-
lao no concelho de Lisboa e a um forte crescimento em alguns dos
concelhos limtrofes: Oeiras, Cascais, Sintra e Loures;
Um eixo radial que une a Pennsula de Setbal e o Alentejo Litoral, com
uma forte componente residencial na Pennsula de Setbal de popula-
o que trabalha na Grande Lisboa;
Um eixo radial que engloba o Oeste e a Regio de Leiria (anteriormente
designada por Pinhal Litoral);
Um eixo radial ao longo do Vale do Tejo, reunindo a Lezria do Tejo e o
Mdio Tejo;
Um eixo radial em formao, que une a Pennsula de Setbal a parte
do Alentejo Central (concelhos de Vendas Novas, Montemor-o-Novo
e vora).
3. O sistema urbano do Arco Metropolitano de Lisboa estrutura-se em
torno de quatro tipos de centralidades, atendendo s suas diferentes
dimenses e diversidades funcionais e s distintas capacidades polari-
zadoras:
Centralidade de nvel nacional: a cidade de Lisboa a principal centra-
lidade urbana da macrorregio, de grande dimenso residencial e for-
temente polarizadora em termos de emprego e de comrcio e servi-
os. o centro com maior diversidade e dimenso funcional e de maior
atratividade (quotidiana e ocasional), desenvolvendo um grande efeito
polarizador muito suportado nas infraestruturas de transporte rodo-
virio e ferrovirio. Este tipo de efeito da oferta funcional difunde-se a
nvel nacional e, em particular, para a Pennsula de Setbal, que inte-
gra a rea Metropolitana de Lisboa;
Centralidades de nvel regional: incluem doze aglomeraes urbanas
(Cascais, Oeiras, Sintra e Almada; Torres Vedras, Caldas da Rainha,
Santarm e Setbal; e ainda Leiria, Tomar, vora, Sines Santiago de
Cacm). Em termos funcionais apresentam uma estrutura diversificada
que associam a uma fora atrativa relevante;
Centralidades estruturantes: integram um conjunto de aglomeraes
urbanas, com destaque para diversas sedes de concelho no includas no
grupo anterior (Mafra, Amadora, Odivelas, Loures, Vila Franca de Xira e
-
21S U M R I O E X E C U T I V O
ainda Seixal, Barreiro, Montijo e Palmela na AML; para norte, Peniche,
Rio Maior, Alcobaa, Marinha Grande, Pombal, Ftima-Ourm, Tor-
res Novas, Alcanena, Abrantes; e, para leste e sul, Montemor-o-Novo,
Sines e Santiago do Cacm);
Centralidades complementares: para a consolidao do sistema urbano
e de suporte coeso territorial concorrem ainda um conjunto de aglo-
merados, sedes de concelho, fundamentais para a sustentao e arti-
culao territorial.
4. Em suma, o Arco Metropolitano de Lisboa definido por uma rede
urbana formada por um conjunto de centralidades com funes pola-
rizadoras com capacidade de atrao interna e externa macrorregio,
apesar de ser uma rede urbana estruturada pela cidade de Lisboa.
O modelo de povoamento e de urbanizao da macrorregio marcado
pela expanso e reorganizao da rea Metropolitana de Lisboa, cujo
papel estruturante extravasa os seus limites administrativos e se pro-
longa por espaos adjacentes, polarizando funcionalmente um vasto
territrio que se estende de Leiria a Tomar, a vora e a Sines.
5. O Arco Metropolitano de Lisboa tinha em 2011 cerca de 4,1 milhes de
habitantes (41,1% da populao residente no continente). Nas duas
ltimas dcadas, a populao jovem tem aumentado na macrorregio,
e de uma forma mais significativa nos concelhos perifricos da pri-
meira coroa, tendo-se verificado um claro rejuvenescimento da estru-
tura populacional. A populao em idade potencialmente ativa (dos 16
aos 65 anos) est tambm fortemente concentrada no Arco Metropoli-
tano de Lisboa (40,8% da populao residente no continente desta faixa
etria).
Em termos relativos, 14,2% da populao residente na macrorregio
tem escolaridade de nvel superior.
6. A concentrao do emprego pblico e privado, nomeadamente com uma
escolaridade de nvel superior, na macrorregio de Lisboa e em espe-
cial no municpio-centro (Lisboa), evidencia uma forte concentrao
geogrfica de oportunidades. Em 2011, esta macrorregio concentrava
42,5% do emprego do continente.
-
22 U M A M E T R P O L E PA R A O AT L N T I C O
7. O Arco Metropolitano de Lisboa acolhe equipamentos e infraestruturas
do sistema de transportes fundamentais para a internacionalizao da
economia portuguesa (aeroportos, portos, plataformas logsticas).
8. A macrorregio de Lisboa integra-se em dois grandes corredores de
conetividade internacional do pas:
O Corredor da Fachada Atlntica, que liga a Galiza, a rea metropolitana
do Porto, o sistema metropolitano do centro litoral e o arco metropoli-
tano de Lisboa ao arco metropolitano do Algarve, e que inclui os prin-
cipais portos, aeroportos e plataformas logsticas do continente;
O Corredor Internacional Sul, que liga o Arco Metropolitano de Lisboa
incluindo os portos de Sines, Setbal e Lisboa, o aeroporto de Lisboa
e as plataformas logsticas , a Madrid e ao resto da Europa.
ENSINO SUPERIOR, OFERTA FORMATIVA, INVESTIGAO,
INOVAO E INTERNACIONALIZAO
1. O Arco Metropolitano de Lisboa assume particular notoriedade no pano-
rama cientfico e tecnolgico nacional, em virtude da acentuada concen-
trao de instituies do ensino superior e politcnico e de investigao
e desenvolvimento cientfico, incluindo Laboratrios do Estado.
2. Localizam-se nesta macrorregio algumas das maiores Universidades
do pas, com destaque para a Universidade de Lisboa e a Universidade
Nova de Lisboa, com investigao reconhecida internacionalmente e um
ensino orientado progressivamente para os segundo e terceiro ciclos.
Destaque tambm para a presena do ISCTE - Instituto Universitrio de
Lisboa, da Universidade de vora e do polo de Lisboa da Universidade
Catlica Portuguesa, alm dos Institutos Politcnicos de Leiria, Lisboa,
Santarm, Setbal e Tomar.
-
23S U M R I O E X E C U T I V O
3. As atividades de investigao no Arco Metropolitano de Lisboa podem
agrupar-se em subconjuntos que renem reas de C&T que mais facil-
mente interagem entre si, ampliando a sua capacidade de avanar no
conhecimento e de apoiar a inovao em reas funcionais da atividade
econmica, bem como em reas de interveno do Estado.
Num primeiro grupo, organizam-se as atividades de investigao em
que a macrorregio assumiu claramente uma posio de maior desta-
que a nvel nacional pela concentrao de instituies e pela qualidade
da investigao nelas realizadas: Cincias da Terra, Mar e Ar; Fsica,
Engenharia Fsica, Instrumentao e Cincias da Computao; Biolo-
gia, Biotecnologias, Cincias Agronmica e Veterinria e Engenharia
Agroalimentar; Fsica, Qumica e Cincias e Tecnologias dos Materiais;
Cincias Sociais, Humanas e Artes, com destaque para Economia e Ges-
to, Histria, Sociologia, Antropologia, Geografia, Lingustica e Litera-
turas, Artes e Tecnologias Artsticas.
Num segundo grupo incluem-se as atividades que mais se desenvol-
veram a nvel nacional nas ltimas dcadas e em que a macrorregio
ombreou com outras regies nesse desenvolvimento: Biologia Mole-
cular, Cincias da Sade, Cincias Farmacuticas, Biotecnologias para
Sade e Engenharia Biomdica; Matemticas, Cincias da Computa-
o, Engenharia Informtica/Tecnologias da Informao e Engenharia
das Telecomunicaes; Engenharia Mecnica, Engenharia Eletrotc-
nica/Eletrnica de Potncia, Automao e Robtica; Engenharia Civil e
Arquitetura; Cincias do Ambiente, Engenharia Ambiental, Qumica e
Engenharia Qumica Verde.
4. Alm das atividades de investigao, estas instituies de ensino supe-
rior destacam-se no apoio ao empreendedorismo e inovao, na coo-
perao com o tecido empresarial e nas atividades de internacionali-
zao, seja atravs do desenvolvimento de programas acadmicos em
parceria com universidades estrangeiras, de programas de intercmbio
e mobilidade acadmica seja atravs da participao em redes de inves-
tigao internacionais.
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24 U M A M E T R P O L E PA R A O AT L N T I C O
CLUSTERS E EMPRESAS, INOVAO E INTERNACIONALIZAO
1. As infraestruturas de conetividade internacional, a qualidade dos recur-
sos humanos, a diversificao das atividades econmicas e a concentra-
o e internacionalizao de infraestruturas de conhecimento tornam
o Arco Metropolitano de Lisboa um dos motores de internacionalizao
do Pas, bem posicionado para a atrao e desenvolvimento de funes
de mbito supranacional.
2. O Arco Metropolitano de Lisboa dispe de um ecossistema de ino-
vao, cujo centro constitudo pelas Universidades - com os seus
prprios ecossistemas de inovao -, com uma coroa envolvente que
integra os Institutos Politcnicos e os Laboratrios de Estado. Este
ecossistema de inovao da macrorregio inclui: i) as empresas mul-
tinacionais e as grandes empresas dos setores infraestruturais, que
contribuem decisivamente para a inovao estrutural localizando na
macrorregio novas atividades ou funes com orientao exporta-
dora; ii) os clusters industriais consolidados, que so constitudos por
muitas PME; e iii) as incubadoras e os parques tecnolgicos, criados
pelas Universidades ou pelas Autarquias e onde so apoiadas spin offs
e start ups que contribuem decisivamente para o empreendedorismo
da regio. com base neste ecossistema de inovao que se desenvolveram na
macrorregio atividades que constituem hoje Clusters ou Polos Indus-
triais consolidados ou atividades emergentes ainda consideradas Pro-
toclusters.
3. Identificam-se quatro nveis de Clusters e de Polos Industriais conso-
lidados no Arco Metropolitano de Lisboa:
1. NVEL
Megaclusters com base em recursos naturais endgenos: Agricultura
e Agroindstrias; Habitat/Materiais de Construo; Indstrias Flores-
tais. Localizam-se sobretudo no Oeste/Pinhal Litoral, Mdio Tejo/Lez-
ria do Tejo e nos trs concelhos do Alentejo Central;
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25S U M R I O E X E C U T I V O
2. NVEL
Clusters e Polos Industriais: Clusters Automvel e Eletrnica e Cluster
Mecnica de Preciso/Plsticos; Polos Industriais como os da refina-
o de petrleo e fabrico de derivados; da Siderurgia; da Construo/
Reparao Naval. Localizam-se sobretudo na Pennsula de Setbal e
Alentejo Litoral, sendo que a mecnica e os plsticos se concentram
no Oeste/Pinhal Litoral;
3. NVEL
Setores Infraestruturais: Megaclusters da Construo, Obras Pbli-
cas e Engenharia; da Energia (Petrleo/Gs Natural e Eletricidade); das
Telecomunicaes e Servios Associados; e dos Transportes e Logstica.
Localizam-se sobretudo na Grande Lisboa;
4. NVEL
Outros Servios: Cluster dos Servios Financeiros; e Megaclusters dos
Servios Gerais s Empresas/Servios em Tecnologias da Informao;
das Indstrias Criativas e Entretenimento; do Turismo e Hospitalidade;
e da Sade. Localizam-se sobretudo na Grande Lisboa.
4. Distinguem-se ainda os seguintes Protoclusters nas vrias sub-regies
do Arco Metropolitano de Lisboa:
Grande Lisboa Bio farmacutica e Engenharia biomdica; Mobile, Web
& Cloud; Vdeo Jogos/Entretenimento Digital;
Oeste/Pinhal Litoral Matrias-primas para o agroalimentar; Tecno-
logias e Servios Informticos (este residindo maioritariamente no
OBITEC - Parque Tecnolgico de bidos);
Pennsula de Setbal/Alentejo Litoral - Tecnologias da Informao e
Servios Informticos (residindo maioritariamente no MADAN Parque
- Parque de Cincia e Tecnologia).
5. Alm destes Protoclusters identificaram-se outros dois distribudos por
mais do que uma sub-regio e que designmos por Protoclusters do Arco
Metropolitano:
Aeronutica, Espao e Defesa;
Engenharia Offshore/Ocenica e Robtica Submarina.
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26 U M A M E T R P O L E PA R A O AT L N T I C O
REDES DE INOVAO ECONMICA ANCORADAS
NO ARCO METROPOLITANO DE LIABOA
1. A anlise da rede de inovao econmica no Arco Metropolitano de
Lisboa baseou-se na lista de projetos da Agncia Nacional de Inova-
o (anterior Agncia de Inovao - Adi), designadamente de proje-
tos envolvendo organizaes (promotoras e copromotoras) localiza-
das na macrorregio, aprovados entre 2007 e 2013 ao abrigo do sistema
de incentivos para a inovao. Esta rede de projetos de I&D envolvendo
atores localizados neste territrio (seja no desempenho da funo de
promotores, seja na de copromotores) composta por 546 instituies,
que estabelecem 750 relaes entre elas (664 relaes nicas e 86 dupli-
cadas).
2. Procurando avaliar a centralidade global das organizaes envolvidas
na rede de projetos de I&D, medida pelo seu posicionamento no tra-
jeto das ligaes entre as diferentes organizaes da rede (betweenness
centrality), conclui-se que as que apresentam maior centralidade glo-
bal so, maioritariamente, empresas e universidades/instituies de
investigao. Constata-se que as primeiras granjeiam a sua centrali-
dade enquanto promotoras e as segundas como copromotoras.
3. Em termos territoriais, evidencia-se que no so apenas as organizaes
com sede no Arco Metropolitano de Lisboa a assumirem uma posio
de maior centralidade global nas redes. Apesar da anlise se centrar nas
redes que envolvem obrigatoriamente um ator localizado neste territ-
rio, entre as organizaes que assumem maior centralidade encontram-
-se diversas com sede na rea Metropolitana do Porto e nas regies de
Coimbra, Cvado, Aveiro ou Tmega e Sousa. Trata-se de mais um indi-
cador que sustenta a tese de que o sistema de inovao do Arco Metro-
politano de Lisboa est relacionalmente inserido no sistema nacional
de inovao (em conjunto, nomeadamente, com o Noroeste de Portu-
gal e a Regio Centro Litoral), o que justifica que as organizaes sedia-
das neste territrio nem sempre ocupem a posio mais central nestas
redes de inovao.
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27S U M R I O E X E C U T I V O
4. Assim, e globalmente, a macrorregio configura um sistema territorial
multiescalar de redes organizacionais de inovao. Analisando o finan-
ciamento dos projetos de I&D+i, pode confirmar-se a dimenso nacional
do sistema de inovao ancorado no Arco Metropolitano de Lisboa.
5. No seio do Arco Metropolitano, a rea Metropolitana de Lisboa , clara-
mente, aquela que exibe um efetivo mais elevado de organizaes com
capacidade de promover processos de inovao a partir de quase todas
as reas tecnolgicas contempladas nesta rede.
Esta sub-regio evidencia um potencial inovador no apenas pela via
da especializao, mas tambm atravs da promoo de processos de
variedade relacional entre setores de aplicao a colocalizados, refor-
ada pelo potencial de fertilizao cruzada entre diferentes reas tec-
nolgicas.
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PARTE 1
TERRITRIO E CONETIVIDADE
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Captulo 1
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1 .1. TERRITRIO: SISTEMAS E RECURSOS ESTRUTURANTES
1.1. TERRITRIO: SISTEMAS E RECURSOS ESTRUTURANTES
TERESA S MARQUES (coordenao)
DIOGO RIBEIRO E PAULA RIBEIRO (cartografia e bases de dados)
A Macrorregio de Lisboa (Arco Metropolitano de Lisboa) identifica se em
termos estatsticos como o conjunto de seis NUT III (AML, Oeste, Regio de Lei
ria, Lezria do Tejo, Mdio Tejo, Alentejo Litoral) mais 3 concelhos (do Alen
tejo Central). O Noroeste compreende sete NUT III (Alto Minho; Alto Tmega;
Tmega e Sousa; Ave; Cvado; AMP; Regio de Aveiro) e mais o concelho da
Mealhada (da Regio de Coimbra). As duas macrorregies ocupam 36,4% da
superfcie (Lisboa com 24,3% e o Noroeste com 12,1%) do continente.
Apresenta, do ponto de vista geogrfico, grande diversidade. dominada
por um eixo de relevo de orientao Nordeste Sudoeste, que se estende da Cor
dilheira Central Serra de Sintra, englobando a Serra de Sic, o Macio Calc
rio Estremenho e a Serra de Montejunto. Este eixo montanhoso individualiza
uma rea litoral aplanada, a plataforma litoral de uma regio baixa drenada
pelos Rios Tejo e Sado, onde se situam as maiores plancies de Portugal. So
tambm reas de bons solos agrcolas e onde se encontram os maiores aqu
feros. Estas reas baixas so dominadas a oriente pelos planaltos que fazem
parte da superfcie fundamental do Alentejo.
A linha de costa estende se ao longo de cerca de 350 km e insere se num
litoral onde predomina uma costa alta e rochosa, com praias estreitas, com
exceo das que se situam a sul da foz dos dois grandes rios do Arco Metropoli
tano de Lisboa (Arco Caparica Espichel e Arco Comporta Santo Andr).
1.1.1. SISTEMA AZUL: GUAS SUPERFICIAIS E SUBTERRNEAS
ANA RAMOS PEREIRA CATARINA RAMOS
O Arco Metropolitano de Lisboa abrange, parcialmente, quatro regies
hidrogrficas (RH), que alm de inclurem as guas superficiais tambm englo
bam as guas subterrneas e guas costeiras adjacentes. So elas: (i) Tejo e
Ribeiras do Oeste (RH 5), que inclui o setor ocidental da bacia hidrogrfica do
rio Tejo (a oeste da barragem de Belver), bem como as bacias hidrogrficas de
todas as linhas de gua, que drenam diretamente para o Oceano Atlntico, a sul
da foz do Lis at vertente norte da Serra da Arrbida; (ii) Sado e Mira (RH 6),
que compreende a maior parte da bacia hidrogrfica do rio Sado e outras
pequenas ribeiras adjacentes, que drenam diretamente para o Oceano Atln
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32 U M A M E T R P O L E PA R A O AT L N T I C O
tico, abrangendo a vertente sul da Serra da Arrbida e a rea litoral a oeste e
noroeste do alinhamento de serras Grndola Cercal; (iii) Vouga, Mondego e
Lis (RH 4), que integra a totalidade da bacia hidrogrfica do rio Lis, e ainda o
setor montante das bacias dos rios Arunca e Pranto, afluentes do rio Mondego;
(iv) Guadiana (RH 7), que compreende uma rea restrita no setor montante da
bacia hidrogrfica do rio Degebe.
Do conjunto de cursos de gua que drenam o Arco Metropolitano de Lisboa
destacam se quatro rios pela sua hierarquia, comprimento e caudal: rio Tejo,
os seus dois grandes afluentes rios Zzere e Sorraia, e o rio Sado. Os dois eixos
fluviais estruturantes da macrorregio so os rios Tejo e Sado, que convergem
para a rea Metropolitana de Lisboa e cujas fozes so separadas apenas pela
Pennsula de Setbal. Os dois rios desaguam em esturios, onde se encontram
importantes reservas naturais. A montante dos esturios, estes rios constru
ram, cheia aps cheia, grandes plancies aluviais das quais se destaca a do Tejo
que a maior plancie aluvial portuguesa (> 800 km2) e que se estende ao longo
de 80 km, desde Vila Nova da Barquinha at ao chamado Mar da Palha. A pla
ncie aluvial do Tejo tem uma altitude inferior a 25 m e uma largura que varia
entre 2 e 13 km, ligando se a outras mais pequenas de tributrios do Tejo, das
quais sobressai a do Rio Sorraia. Estas plancies aluviais possuem excelentes
solos de capacidade de uso agrcola, onde existem importantes permetros de
rega que alimentam uma grande variedade de produtos agrcolas.
As ribeiras do Oeste e o rio Lis drenam a plataforma litoral (com uma alti
tude inferior a 200 m), a oeste do alinhamento descontnuo de serras Sintra
Montejunto Candeeiros Aire Sic, que separa as bacias destas ribeiras do
vale do Tejo. Este alinhamento de relevos, com altitudes superiores a 500 m,
marca uma fronteira climtica regional, que divide o Portugal atlntico do
Portugal mediterrneo. Para noroeste daquele alinhamento o ambiente cli
mtico mais hmido, com mais dias de chuva, e de menores amplitudes
trmicas, enquanto para sudeste, o clima marcado pela secura e por ele
vadas temperaturas de vero que acentuam a perda de gua para a atmos
fera. A bacia do rio Lis, no extremo noroeste do Arco Metropolitano de Lis
boa, recebe cerca de 990 mm de precipitao anual, enquanto os setores mais
secos do vale do Sado, a sul, recebem apenas 450 mm/ano. A precipitao e
os dias de chuva aumentam ao longo daquele alinhamento montanhoso, com
destaque para as serras de Candeeiros e Aire, pertencentes ao Macio Calcrio
Estremenho, onde a precipitao anual ultrapassa os 1600 mm. Boa parte da
precipitao infiltra se nos calcrios carsificados, dando origem a nascentes
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que alimentam algumas das ribeiras do Oeste e de vrios afluentes da mar
gem direita do Tejo. Aquele alinhamento montanhoso liga se, no setor nor
deste do Arco Metropolitano de Lisboa, terminao SW da Cordilheira Cen
tral, de substrato predominantemente xistento, drenado pela sub bacia do
rio Zzere, onde se encontra uma boa parte das captaes de gua para con
sumo humano a partir de albufeiras, de importncia estratgica regional para
o Arco Metropolitano de Lisboa.
Para sudeste da dorsal montanhosa descontnua referida, a paisagem
dominada por extensas plancies e planaltos, que no ultrapassam 200 m de
altitude, drenados pela rede de afluentes do Tejo e do Sado. Destas reas pla
nas destacam se quatro serras isoladas, com altitudes entre os 300 e os 500 m:
Monfurado, a oeste de vora, que constitui a divisria de guas das bacias hidro
grficas do Tejo, Sado e Guadiana; Arrbida, a oeste de Setbal; e o alinha
mento norte sul Grndola Cercal, que separa as ribeiras que drenam a plata
forma litoral alentejana do vale do Sado. A precipitao sobre estes planaltos
varia entre 500 e 700 mm/ano, mas estas serras elevam, localmente, com o seu
efeito orogrfico, os valores da precipitao para valores que chegam a ultra
passar 800 mm /ano.
O escoamento, ou disponibilidades hdricas naturais, corresponde,
escala interanual, diferena entre a precipitao e a evapotranspirao real.
Do exposto, compreende se que o Arco Metropolitano de Lisboa tenha, de
um modo geral, disponibilidades hdricas naturais inferiores mdia nacio
nal (329 mm/ano), uma vez que a maior parte da sua rea se situa a sudeste
do alinhamento descontnuo montanhoso Sintra Montejunto Candeeiros
Aire Sic Cordilheira Central. Assim, a bacia do Tejo tem um escoamento
de 194 mm/ano, as bacias das ribeiras do Oeste tm 149 mm/ano, a bacia do
Sado 128 mm/ano e apenas a do Lis ultrapassa a mdia nacional com 989 mm/
ano. Alm disso, a grande variabilidade da precipitao leva a disponibilidades
hdricas que, em anos secos podem chegar apenas a 30 mm/ano (Sado) e em
anos hmidos ultrapassar 380 mm (Tejo). A variabilidade intra anual tambm
muito marcada, concentrando se mais de 70% do escoamento no semestre
hmido (outubro a maro).
Perante esta realidade hdrica, foram construdas vrias barragens com
albufeiras de reteno que armazenam uma boa parte dos recursos hdricos
superficiais necessrios para os diversos fins. O Arco Metropolitano de Lis
boa possui 32 grandes barragens (com mais de 15 m de altura ou com uma
albufeira com capacidade superior a 1hm3), 56% das quais esto localizadas na
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34 U M A M E T R P O L E PA R A O AT L N T I C O
RH Tejo, 38% na RH Sado e 6% na RH Guadiana. Cerca de 72% das barragens
tm capacidade para fornecer gua para rega, seguindo se o abastecimento
(33%), a produo de energia (28%) e a defesa contra as cheias (17%) como usos
mais importantes. De todas elas destacam se, pela sua capacidade til > 500
hm3, as barragens de Castelo de Bode (900,5 hm3) e do Cabril (615 hm3), ambas
na sub bacia do rio Zzere. A primeira constitui a principal fonte de abasteci
mento de gua rea Metropolitana de Lisboa Norte, tendo como outros fins
de relevante importncia a produo de energia, a defesa contra as cheias e o
recreio. A segunda tem como fim a produo de energia.
Alm da rede hidrogrfica e respetivas barragens, o sistema azul do Arco
Metropolitano de Lisboa integra as guas subterrneas, cujos sistemas aquferos
possuem as maiores reservas de gua subterrnea do pas. Tm, por essa razo,
uma importncia estratgica, no s a nvel regional, mas tambm nacional.
O Arco Metropolitano de Lisboa possui cerca de 20 sistemas aquferos, doze
detrticos (porosos), sete crsicos e um misto (poroso crsico), cujas disponibi
lidades hdricas atingem 2501,6 hm3/ano. Os aquferos detrticos possuem 73,1%
do total das disponibilidades hdricas subterrneas da regio, destacando
se os da Bacia Sedimentar do Tejo Sado (1496,58 hm3/ano), que integram o
maior aqufero de Portugal: o da margem esquerda da Bacia do Tejo Sado com
1005,91 hm3/ano. Os aquferos crsicos situam se na Orla Sedimentar Ocidental
e possuem 26,7% do total das disponibilidades hdricas subterrneas. Destes,
destaca se o Macio Calcrio Estremenho, por ser o segundo aqufero da macror
regio com maiores disponibilidades hdricas subterrneas (426,79 hm3/ano).
As necessidades de gua doce, abarcando os usos consuntivo e no con
suntivo, vo essencialmente para a produo de energia, com 87,9% das cap
taes totais. Nos usos consuntivos, destaca se o setor agrcola com 71,6%
das captaes, seguindo se o urbano com 21,4% e a indstria com 4,5%.
As massas de gua superficiais fornecem a maior parte da rea necessria para
as diversas necessidades, mas com uma diferena acentuada, no uso consun
tivo, entre a RH do Tejo e Ribeiras do Oeste e a RH do Sado. Na ltima, as cap
taes de gua de origem superficial atingem 72% do total, e esto relacionadas
com o setor agrcola e com a importncia relativa dos aproveitamentos hidro
agrcolas pblicos. No entanto, as massas de gua subterrnea (em particular,
os aquferos da Bacia do Tejo Sado / Margem Esquerda e de Sines) so a prin
cipal origem de gua para o abastecimento urbano. J na RH do Tejo e Ribei
ras do Oeste, as captaes de gua com origem superficial (51% do total) esto
equilibradas com as de origem subterrnea, essencialmente devido grande
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351.1. TERRITRIO: SISTEMAS E RECURSOS ESTRUTURANTES
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presso do setor agrcola sobre as massas de gua subterrneas, beneficiando
da grande diversidade de sistemas aquferos e de abundncia destes recursos,
nomeadamente na regio do Oeste e na margem esquerda do Tejo. Por outro
lado, as massas de gua superficiais alimentam 59% do total das captaes de
gua para consumo humano, beneficiando da abundncia de recursos hdri
cos superficiais da sub bacia do rio Zzere.
No Arco Metropolitano de Lisboa o balano entre as necessidades e as dis
ponibilidades claramente positivo, at porque a macrorregio, alm dos seus
prprios recursos hdricos, beneficia de captaes fora da sua rea e ainda do
transvase de guas da bacia do rio Guadiana para a bacia do rio Sado.
Para alm das guas superficiais e subterrneas, as guas costeiras e de
transio integram tambm o sistema azul. Os dois principais rios do Arco
Metropolitano de Lisboa alcanam o mar por dois esturios: o esturio do Tejo,
tambm designado o gargalo do Tejo, com cerca de 11 km, que se entrepe entre
o Mar da Palha e o Oceano, originando um regolfo abrigado onde se desenvol
Figura 1Orografia, Hidrografia e Recursos Hdricos do Arco Metropolitano de Lisboa
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36 U M A M E T R P O L E PA R A O AT L N T I C O
veu o porto de Lisboa, que oferece boas condies de navegao para navios de
grande porte; o esturio do Sado, na desembocadura do rio com o mesmo nome,
com extenso idntica, permitiu tambm a instalao do porto de Setbal.
Para alm destes dois portos naturais, a macrorregio possui ainda um outro,
de importncia estratgica, por ser a principal porta de entrada de abasteci
mento energtico do pas: o porto de Sines. A sua localizao no se relaciona
com a rede hidrogrfica superficial, mas com as caratersticas geomorfolgi
cas locais: (i) a existncia da salincia rochosa criada pelo macio magmtico
de Sines que origina o cabo com o mesmo nome, criando a sotamar condies
de abrigo relativamente ondulao dominante de noroeste; (ii) uma plata
forma continental adjacente com forte inclinao, o que permite ter grandes
profundidades muito prximo da linha de costa. , por isso, um porto de guas
profundas, que permite acolher todo o tipo de navios.
1.1.2. SISTEMA VERDE: DIFERENCIAO BIOGEOGRFICA E REAS PROTEGIDAS
ANA RAMOS PEREIRA CARLOS NETO
A fachada ocidental da Pennsula Ibrica detm uma importncia significa
tiva no quadro do sistema verde europeu, pois constitui o nico territrio litoral
com clima mediterrneo, podendo definir se como pertencente regio bio
geogrfica mediterrnea com exposio ao Atlntico. Este facto manifesta se
na enorme riqueza florstica que toda a fachada atlntica apresenta, com um
elevado nmero de endemismos, maioritariamente de arribas, dunas e coli
nas litorais e sub litorais calcrias ou de rochas magmticas. Segundo os mais
recentes estudos genticos, esta enorme riqueza em endemismos e grande
quantidade de taxa de origem hibrida, poder dever se ao carcter de refgio
s grandes mudanas climticas que ocorreram nos ltimos milhes de anos.
Desta forma se justificam os inmeros endemismos litorais entre as espcies
do Gnero Armeria, Stauracanthus, Ulex, Limonium, Thymus, Linaria, entre mui
tas outras. Como consequncia verifica se a presena de elevado nmero de
reas protegidas em todo o Arco Metropolitano de Lisboa, incluindo a Rede
Natura 2000, perfazendo 27 % da rea total, como forma de preservao de uma
parte substancial dos elevados valores naturais que caracterizam este territrio.
A litologia e solos, o topoclima e microclima, a influncia marinha e a topo
grafia so fatores que se apresentam como estruturantes na distribuio das
plantas e animais e das comunidades vegetais e esto na base da proposta de
territrios biogeogrficos de Costa et al. 1998 e nas reas estruturantes prim
rias com as respetivas ligaes/corredores estruturantes.
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371.1. TERRITRIO: SISTEMAS E RECURSOS ESTRUTURANTES
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Arco Metropolitano de Lisboa: unidades biogeogrficas
Tendo como base os fatores acima referidos, o Arco Metropolitano de Lisboa apresenta as seguintes unidades biogeogrficas nas quais a Rede Fundamental de Conservao da Natureza (RFCN) e o Sistema Nacional de reas Classificadas (SNAC) se insere, pretendendo promover a proteo e conservao dos principais valores naturais de cada um dos territrios.
1. Serras calcrias de Montejunto e Aire e Candeeiros includas no Distrito Oeste Estremenho, que se caracterizam pela presena de carvalhais de carvalho cerquinho, azinhais, e carrascais endmicos (de Quercus rivasmartinezii e Quercus airensis), para alm de Louriais;
2. As arribas calcrias entre Lisboa e o macio sub vulcnico de Sintra e entre este e Peniche (Distrito Costeiro Portugus) em conjunto com as praias e dunas que esto presentes em largos setores, apresentam uma quantidade aprecivel de espcies endmicas principalmente dos gneros Limonium nas arribas e Armeria nas dunas, justificando a criao dos stios da Rede Natura Sintra Cascais e Peniche/Santa Cruz;
3. O arquiplago das Berlengas (Distrito Berlenguense) est inserido na Reserva Natural das Berlengas e Stio da Rede Natura Arquiplago da Berlenga o qual caracterizado pela presena de diversos
endemismos extremamente localizados e raros, devidos ao efeito insular (Armeria berlengensis, Herniaria berlengiana entre outras) que justificam plenamente a criao das referidas reas protegidas;
4. O Macio sub vulcnico de Sintra, correspondente ao Distrito Sintrano caracterizado pela presena de sobrais, carvalhais de carvalho negral e carvalho alvarinho e pelas arribas litorais onde ocorre uma das mais localizadas e ameaadas plantas de Portugal (Armeria pseudoarmeria), sendo que todo este territrio se encontra integrado no Parque Natural de Sintra Cascais;
5. O complexo vulcnico de Lisboa caracterizado pelos zambujais, dos quais nenhuma mancha foi considerada para proteo e conservao, excetuando uma pequena reserva botnica de carcter privado na Tapada da Ajuda (ISA), no entanto no includa no SNAC;
6. As lezrias Ribatejanas e o Esturio do Tejo que constituem o Distrito Ribatagano dominado pelos ulmais, salgueirais, choupais, das aluvies do Tejo, maioritariamente transformados em terrenos de cultivo, e a Reserva Natural do Esturio do Tejo e Stio Esturio do Tejo de extrema importncia pela presena de extensos sapais, mas tambm pelas importantes comunidades de aves principalmente limcolas e flamingos;
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38 U M A M E T R P O L E PA R A O AT L N T I C O
A par destas reas protegidas e da Rede Natura 2000, a ocupao do solo
do sistema verde dominada por florestas, reas naturais e seminaturais (que
englobam parcialmente as anteriormente referidas) e por reas agrcolas e
agroflorestais. As primeiras so dominantes e ocupam 42% do territrio do Arco
Metropolitano de Lisboa enquanto as reas agrcolas e agroflorestais alcan
am 36%. Estes valores globais mascaram uma grande diversidade regional,
j que as reas agrcolas so dominantes no Oeste e na Lezria do Tejo. A flo
resta por seu turno ocupa preferencialmente os solos mais pobres das serras
do Arco Metropolitano de Lisboa, mas revela se de elevada importncia eco
7. A Serra da Arrbida (Distrito Arrabidense) com importantes matas de carvalho cerquinho (Quercus. broteroi) carrascais arbreos (Quercus rivasmartinezii) e arribas litorais com vegetao rupcola (com inmeras espcies endmicas do gnero Helianthemum, Limonium, Ulex, Euphorbia, entre outras), de grande valor para proteo e conservao, sendo que todo este territrio est inserido no Parque Natural da Arrbida e no stio Arrbida/Espichel;
8. Os terrenos predominantemente arenosos (areias, arenitos e conglomerados) da Pennsula de Setbal e do Sado e as aluvies includas no Esturio do Rio Sado, correspondentes ao Distrito Sadense, onde as componentes naturais de maior valor esto associadas aos extensos montados de sobro, aos sobrais, vegetao dunar de carcter
arbustivo dominada por importantes endemismos dos gneros (Stauracanthus, Armeria, Thymus, Juniperus), s reas hmidas de carcter tufoso e lagunar e ao Esturio do Sado com importantes manchas de sapais e servindo de habitat para muitas aves limcolas e flamingos; este patrimnio natural est protegido numa srie de reas classificadas (Paisagem Protegida da Arriba Fssil da Costa da Caparica, Reserva Natural do Esturio do Sado, Reserva Natural das Lagoas de Santo Andr e da Sancha, Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina e stios da Rede Natura Ferno Ferro/Lagoa de Albufeira, Esturio do Sado, Comporta/Gal, Cabrela, Monfurado e Costa Sudoeste).
Podemos concluir afirmando que o Arco Metropolitano de Lisboa encerra uma elevada biodiversidade de interesse para a conservao a nvel europeu, s parcialmente reconhecida e usada de forma sustentvel.
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391.1. TERRITRIO: SISTEMAS E RECURSOS ESTRUTURANTES
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nmica. Com efeito, as espcies arbreas mais representadas so o eucalipto, o
pinheiro bravo, o sobreiro, a oliveira e a azinheira, salientando se as que con
tribuem para as fileiras da cortia, do papel e do mobilirio.
Para alm do valor econmico direto destas espcies, deve ainda
acrescentar se a importncia de que se revestem para o sequestro de car
bono. Com efeito estima se que, a nvel mundial, a floresta permite armaze
nar cerca de 85% de carbono, com diferenciao das diversas espcies envol
vidas. As estimativas para as espcies mais usadas no pas so de 15 35 ton/
ha/ano para o eucalipto, 15 26 ton/ha/ano para o pinheiro bravo e 1 5 ton/ha/
ano para o sobreiro.
No que respeita floresta de explorao tem de acrescentar se que esta
revela diversas vulnerabilidades como sejam, entre outras, a sensibilidade s
modificaes climticas, s pragas e doenas e especialmente aos incndios
que, s entre 1990 e 2012, foram responsveis por mais de 2,5 milhes de hec
tares ardidos no pas.
Figura 2 Rede Natura 2000 e reas Protegidas
Figura 3 Carta de Ocupao do Solo, 2007
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40 U M A M E T R P O L E PA R A O AT L N T I C O
1.1.3. SISTEMA CINZENTO: INFRAESTRUTURAS E REDES
DE TRANSPORTE E COMUNICAO
NUNO MARQUES DA COSTA
A evoluo das redes de transportes e de comunicaes tem vindo a alterar
significativamente a forma como os indivduos e as empresas se relacionam
com o territrio, multiplicando se as oportunidades de localizao da residn
cia, do emprego ou dos locais de comrcio e de lazer. A reduo dos tempos de
deslocao, tanto pela melhoria da qualidade das infraestruturas como pela
alterao da repartio modal, tem se traduzido no alargamento das bacias de
emprego, na disperso da localizao da residncia e do emprego e pela modifi
cao dos padres de mobilidade e da prpria configurao dos territrios.
O sistema de infraestruturas de
transportes terrestres e os fluxos
relativos aos movimentos pendula
res na rea de Lisboa permitem evi
denciar a forte relao que estabe
lecida entre os concelhos do norte da
rea Metropolitana de Lisboa (AML),
entre os do arco ribeirinho sul e entre
estes e Lisboa, que mantem um papel
muito relevante no sistema metro
politano. No entanto, este sistema de relaes tem vindo a alterar
se. A evoluo ao longo das ltimas
dcadas tem sido caracterizada pelo
aumento da importncia relativa das
relaes entre os concelhos metropo
litanos, em especial os do arco norte
da AML (38% das deslocaes metro
politanas), mas tambm entre os
concelhos da AML Sul (20% das des
locaes metropolitanas) ao mesmo
tempo que a importncia relativa das
deslocaes para a capital diminuiu
ligeiramente (22% das deslocaes
metropolitanas).
Figura 4 Movimentos Pendulares, 2011
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411.1. TERRITRIO: SISTEMAS E RECURSOS ESTRUTURANTES
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ENuma leitura mais alargada, ao nvel do Arco Metropolitano de Lisboa,
podemos afirmar que a capacidade de atrao de Lisboa e da AML sobre a rea
envolvente muito significativa, embora se v esbatendo medida que a dis
tncia a Lisboa aumenta. A norte, emergem outras relaes significativas, como
as estabelecidas entre a Marinha Grande e Leiria, enquanto a sul podemos assi
nalar as relaes entre Sines, Santiago do Cacm e Grndola e a leste, ao longo
do eixo Vendas Novas, Montemor o Novo e vora, assumindo se esta cidade
como a plataforma de ligao ao norte e centro alentejano.
O vasto territrio de Lisboa servido por uma densa rede de infraestru
turas terrestres que permitem dotar o territrio de ndices de acessibilidade
elevados.
A rede rodoviria constituda por um conjunto de vias principais de
grande capacidade, Itinerrios Principais e Complementares, a maioria em
perfil de autoestrada, e complementada por uma densa rede de outras vias
que complementam este primeiro nvel. As vias radiais permitem a ligao
a longa distncia para norte (A1/IP1 e A8/IC1 na margem norte e A13/IC3 ao
longo da margem sul), para sul pela A2/IP1 e para leste atravs da A6/IP7.
Figura 5Movimentos Pendulares Regionais, 2011 (movimentos pendulares internos, para fora e para dentro do Arco Metropolitano de Lisboa). Rede geral com movimentos => a 250
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42 U M A M E T R P O L E PA R A O AT L N T I C O
Com um carcter de servio metropolitano, identificam se a norte os eixos radiais como o A37/IC19, ligando a Sintra, e a A5/IC15, ligando a Cascais, que herdou a parte inicial da primeira autoestrada nacional, e a sul o IC20, Via Rpida da Caparica e o IC21, do Barreiro ao IC32 e A2. A malha rodoviria fechada por um conjunto de vias circulares metropolitanas, a norte a CRIL/A37/IC17 (Circular Regional Interior de Lisboa), a CREL/A9/IC18 (Circular Regional Exterior de Lisboa) e, mais a ocidente, o IC30/A16. A sul, a CRIPS/IC32 (Circular Regional Interior da Pennsula de Setbal), garante a continuidade a sul do anel metropolitano centrado em Lisboa, ligando as duas margens atravs da Ponte 25 de Abril, inaugurada em 1966, e a Ponte Vasco da Gama, inaugurada 32 anos depois, em 1998. Mais a norte, a A21 permite a ligao da A8 Ericeira, e o IP6 liga Peniche a Santarm, cruzando a A8 e a A1, constituindo este o anel mais afastado, no extremo norte da macrorregio de Lisboa.
Acessibilidades rodovirias servio metropolitano
Figura 6Nveis de Acessibilidades, 2011
O sistema ferrovirio permite a ligao a norte, atravs da Linha do Norte
e da Linha do Oeste, e a sul atravs do Eixo Norte Sul, pela Ponte 25 de Abril,
ligando Linha do Sul. O servio ao nvel metropolitano garantido, para alm
destas linhas, pela Linha de Cascais e de Sintra na margem norte e pelo Eixo
Norte Sul ligando Linha do Sado. Os anos noventa do sculo passado foram
marcados pelo processo de modernizao do sistema de sinalizao e de segu
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431.1. TERRITRIO: SISTEMAS E RECURSOS ESTRUTURANTES
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rana ferroviria e pela quadruplicao das vias entre Lisboa e Azambuja e entre
Lisboa e Cacm. O atravessamento pela Ponte 25 de Abril permitiu aumentar
a conetividade da rede a nvel nacional e regional para o transporte de passa
geiros, permitindo o atravessamento ferrovirio do Tejo em Lisboa. Por outro
lado, a eletrificao da linha ferroviria entre Sines, Setbal, Lisboa e Leixes,
permitiu garantir a oferta do servio ferrovirio para o trfego de mercadorias
entre os principais portos nacionais.
A evoluo da rede rodoviria, como na generalidade do territrio nacio
nal, ocorreu a partir dos anos noventa do sculo passado, colocando em obra
os projetos propostos nos dois Planos Rodovirios do perodo democrtico. No
entanto, o ritmo de execuo privilegiou numa primeira fase as ligaes radiais,
deixando para os perodos mais recentes a concluso das grandes vias circula
res, algumas delas concludas j na segunda dcada do sculo XXI. O resultado
foi o espraiar da ocupao do territrio da Grande Lisboa para reas mais afas
tadas, ao longo dos principais eixos radiais a partir da cidade de Lisboa, pro
cesso que assentou na utilizao do automvel.
O transporte pblico apresentou uma grande dificuldade de adaptao s
novas condies de procura de transporte na rea metropolitana. A diminui
o da densidade de procura com o estender da localizao da residncia e as
novas ligaes no lineares que se foram configurando na AML no coinciden
tes com a tradicional oferta radial a Lisboa por transporte pblico, tem contri
budo para a diminuio da sua quota na repartio modal. Mais flexvel, a uti
lizao do transporte individual hoje dominante nas deslocaes por motivo
de trabalho ou de estudo na AML, em que mais de metade das deslocaes
realizada em automvel. Apesar das melhorias ocorridas na oferta de trans
porte pblico de passageiros, h ainda de assinalar as deficincias de integrao
modal, seja pela falta de infraestruturas fsicas1, como pela falta de integrao
da oferta por falhas de regulao e organizao, penalizando as deslocaes,
em especial as que exigem transbordos e a articulao entre diferentes modos
de transporte.
As ligaes internacionais so garantidas pelo sistema porturio e pelo
aeroporto de Lisboa. Nesta regio, os portos de Lisboa, Setbal e Sines, apre
sentam caractersticas diferenciadas em relao s suas capacidades e sua
especializao, conferindo uma forte complementaridade ao sistema portu
1 A construo da Gare Intermodal de Lisboa (GIL) constituiu um exemplo singular de melhoria desta lacuna.
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44 U M A M E T R P O L E PA R A O AT L N T I C O
rio. Por estes portos passa grande parte do trfego de mercadorias nacio
nal, seja do trfego em contentores como dos granis, carga geral ou Ro Ro.
Simultaneamente, o porto de Lisboa tem vindo a reforar o seu posiciona
mento europeu como porto de cruzeiros. O aeroporto de Lisboa constitui a
principal infraestrutura aeroporturia nacional, garantindo as principais liga
es internacionais e metade do trfego de passageiros dos aeroportos nacio
nais. N fundamental de articulao internacional apresenta, no entanto,
limitaes ao seu crescimento que colocam em discusso a sua eventual des
localizao.
A atividade logstica desempenha hoje um papel fundamental na articu
lao modal do trfego de mercadorias. Integrada no sistema logstico nacio
nal, a rede da Grande Lisboa integra os centros da Bobadela, o Centro de Carga
Area de Lisboa, a plataforma do Poceiro e a de Sines, garantindo as inter
faces fundamentais entre os modos rodovirio, ferrovirio, martimo e areo
nesta regio.
O Arco Metropolitano de Lisboa possui uma rede de infraestruturas de ele
vada capacidade e qualidade que associadas boa cobertura de telecomunica
es permitem gerar um ambiente muito favorvel no contexto nacional.
1.1.4. SISTEMA URBANO: CENTRALIDADES E ORGANIZAO METROPOLITANA
TERESA S MARQUES
As regies metropolitanas possuem um sistema urbano desenhado por ns
e artrias. Os ns (de carcter supramunicipal, municipal e intra municipal)
seguem estratgias de localizao escala do Arco Metropolitano de Lisboa e
aproveitam a acessibilidade conferida pelas artrias. As artrias so elemen
tos cruciais na organizao territorial, constituindo os canais de comunicao
e mobilidade (tambm hierarquizadas).
O sistema urbano metropolitano tem uma alta densidade e diversidade
de usos e servios, desenhando diferentes layer de geometrias e escalas vari
veis que, em conjunto, constroem um sistema reticular. So portanto siste
mas cruciais de organizao territorial.
De forma a equacionar o sistema urbano do Arco Metropolitano de Lisboa,
a reflexo vai se organizar a duas escalas:
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451.1. TERRITRIO: SISTEMAS E RECURSOS ESTRUTURANTES
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Sistema Urbano: parte se de uma abordagem escala municipal, supor
tada na estrutura funcional de cada concelho2 para refletirmos o sis
tema urbano da macrorregio. Primeiro, identificam se os nveis fun
cionais municipais e tipifica se os ns do sistema.
Estrutura Intraurbana: parte se de uma abordagem intraurbana pois
a tendncia a proliferao de um grande nmero de funes pelo
espao metropolitano (reforo da estrutura multipolar). Nesta escala,
identifica se uma tipologia de polarizaes e d se exemplos de cen
tralidades metropolitanas. O policentrismo metropolitano est assente
nesta oferta multipolar.
Por fim, faz se uma leitura de conjunto para o sistema urbano metro
politano e analisam se os subsistemas urbanos em presena na
Regio.
NVEIS DE CENTRALIDADE
Os sistemas urbanos podem ser mono ou poli nucleados. Os siste
mas mononucleados esto associados dominncia de um ncleo urbano e
a uma oferta hierrquica decorrente de uma forte concentrao de funes
(em nmero, diversidade e especificidade) num s centro (ou num pequeno
nmero de centros). A condio polinuclear decorre de uma distribuio mais
homognea de funes pelos diferentes ncleos. Assim, a estrutura funcional
pode ser mais hierrquica ou mais polinucleado, o que em termos de organi
zao territorial tem implicaes.
O sistema urbano do Arco Metropolitano de Lisboa estrutura se em torno
de quatro tipos de centralidades, atendo s diferentes dimenses e diversida
des funcionais e s distintas capacidades polarizadoras concelhias.
2 Esta abordagem, escala municipal, sustentase no levantamento de 91 funes, organizadas em torno de
oito domnios (Administrao; Sade; Ensino e Formao; Apoio Social; Comrcio e Servios; Economia e I&D;
Turismo, Cultura e Lazer; Ambiente). Com esta base foi avaliada a diversidade da oferta funcional de cada con
celho do Arco Metropolitano de Lisboa. Esta informao foi cruzada com a populao residente e a dimenso de
atratividade pendular (total de indivduos que diariamente entram no concelho para trabalhar ou estudar). Os
nveis de centralidade reportamse a totais concelhios.
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46 U M A M E T R P O L E PA R A O AT L N T I C O
Para a organizao territorial do Arco Metropolitano de Lisboa evidenciam
se quatro nveis de centralidade:
Centralidade Nacional: A Cidade de Lisboa a principal centralidade
urbana da macrorregio, de grande dimenso residencial e fortemente
polarizadora em termos de emprego e de comrcio e servios. o cen
tro com maior diversidade e dimenso funcional e de maior atrativi
dade (quotidiana e ocasional), desenvolvendo um grande efeito polari
zador muito suportado nas infraestruturas de transporte (rodovirio e
ferrovirio). O efeito polarizador da oferta funcional difunde se a nvel
nacional;
Centralidades Regionais: Integra doze aglomeraes urbanas (Cascais,
Oeiras, Sintra e Almada; Torres Vedras, Caldas da Rainha, Santarm e
Figura 7Sistema Urbano, 2011
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471.1. TERRITRIO: SISTEMAS E RECURSOS ESTRUTURANTES
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Setbal; e ainda Leiria, Tomar, vora e Sines Santiago de Cacm). Em
termos funcionais apresentam uma estrutura diversificada que asso
ciam a uma fora atrativa elevada. So as principais aglomeraes urba
nas do Arco Metropolitano de Lisboa e, por isso, juntamente com Lis
boa, so os ns regionais de estruturao metropolitana;
Centralidades Estruturantes: Integra um conjunto de aglomeraes
urbanas, com destaque para as sedes de concelho (Mafra, Amadora,
Odivelas, Loures, Vila Franca de Xira e ainda Seixal, Barreiro, Montijo
e Palmela da AML; para norte, Peniche, Rio Maior, Alcobaa, Marinha
Grande, Pombal, Ftima Ourm, Torres Novas, Alcanena, Abrantes; e
leste e sul, Montemor o Novo e Sines Santiago do Cacm);
Centralidades Complementares: Para a consolidao do Sistema urbano
e de suporte coeso territorial concorrem ainda um grande conjunto
de pequenos Centros Urbanos, sedes de concelho, fundamentais para
a sustentao e articulao territorial.
A estrutura de centralidades do Arco Metropolitano de Lisboa relati
vamente frgil, tendo em vista o seu funcionamento em rede e a capacidade
de competir com um mundo cada vez mais globalizado. Excetuando Lisboa, e
em parte um pequeno nmero de concelhos, a generalidade das centralida
des apresenta limiares funcionais e de atratividade relativamente reduzidos.
A grande maioria dos concelhos esto dotados de equipamentos e servios
capazes de satisfazer as necessidades quotidianas fundamentais e de susten
tar as vivncias escala local.
ESTRUTURA INTRAURBANA
Numa anlise intraurbana, verifica se que nos ltimos anos a tendncia
foi multipolar multiplicaram se os polos e reforou se a condio reticu
lar. A condio reticular decorre da conetividade conferida pelos sistemas de
redes, isto , pelo conjunto de articulaes e interaes em que cada n par
ticipa. Nesta estrutura reticular participam os ns de comrcio e servios da
cidade antiga e da cidade contempornea. As metrpoles so polarizadas por
funes metropolitanas especficas (tecnopolos, polos de logstica, servios
superiores) e por atratividades mltiplas (de emprego, de comrcio e de ser
vios). So ns com maiores ou menores dimenses, funcionalmente singu
lares ou heterogneos (aglomerando uma ou vrias funes).
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48 U M A M E T R P O L E PA R A O AT L N T I C O
Os ns retratam megaestruturas tercirias logsticas, centros de comrcio
de grande escala, grandes parques empresariais, empresas nacionais ou multi
nacionais de grande dimenso, conjuntos de equipamentos pblicos (univer
sidades, hospitais e instalaes de sade, cidades da justia, etc.), grandes
parques urbanos (parques temticos, espaos verdes, etc.), e grandes infraes
truturas e centros intermodais de transportes (portos, aeroportos, centros de
logstica, etc.). No territrio metropolitano, os diferentes ns assumem cen
tralidades diferenciadas numa rede de fluxos e relaes de geometrias vari
veis mas interdependentes.
Observando a metrpole de Lisboa, a localizao das funes (residen
ciais, produtivas, de comrcio e de servios) e os fluxos individuais, fami
liares, empresariais , possvel identificar vrios tipos de redes, algumas de
forte expresso territorial, nomeadamente:
redes de produo, envolvendo produtores, fornecedores, empresas sub
contratadas, servios e logstica, desenhando polos de concentrao (de
empresas, emprego, mercadorias) e movimentos de indivduos (clientes,
trabalhadores) e mercadorias;
redes de consumo e lazer, ligadas aquisio de produtos ou ao usufruto
de servios ou de territrios, desenhando polos de oferta de comrcio e
servios (centros comerciais, parques temticos, espaos verdes, etc.) e
movimentos de indivduos (clientes, trabalhadores) e produtos;
redes pessoais, relacionadas com a vida quotidiana, incluindo a familiar,
nomeadamente com a localizao e os movimentos desencadeados pelas
escolas e as atividades de tempos livres.
Estas redes sustentam se em antigas e novas centralidades. No Arco
Metropolitano de Lisboa continuam a destacar se algumas ruas de comr
cio e servios tradicionais, localizadas nos centros antigos. Estas reas urba
nas centrais tm vindo a ser regeneradas, atravs da revitalizao do comr
cio e servios, da reabilitao do edificado e de intervenes de qualificao
dos espaos pblicos. Destacam se em Lisboa, a Baixa, o Chiado, o Marqus
do Pombal, as Avenidas Novas, Parque das Naes, entre outras. Fora de Lis
boa, destaca se o centro de Cascais, o centro de vora, o centro de Sintra, entre
muitos outros.
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Arco Metropolitano de Lisboa: tipologia de centralidades urbanas
As centralidades urbanas, surgem de processos de agregao funcional (polos de aglomerao) que tipificam uma oferta diversificada, fragmentada e difusa que pode ser tipificada da seguinte forma:
Conglomerados de comrcio lazer: com hipermercados e centros comerciais, grandes superfcies especializadas (de produtos de desporto, bricolagem, automveis, brinquedos, entre outros), outlets ou discounts, organizando um aglomerado de ofertas potencialmente complementares. Estas atividades desenvolvem ainda sinergias locativas com a restaurao e a hotelaria (hotis e fast food) e algumas funes de lazer (cinemas mutissalas, videojogos, bowling, parques temticos). Em torno de Lisboa podemos referir a ttulo de exemplo os centros comerciais Colombo, Freeport Outlet, Dolce Vita Tejo, Shopping Center Vasco da Gama, Cascais Shopping, Sintra Retail Park, entre outros. Contabilizando a superfcie de todos os grandes centros comerciais (com mais de 6000 m2) do pas, a macrorregio de Lisboa concentra cerca de 50% do total.
Enclaves de grandes equipamentos: instalaes universitrias, laboratrios de investigao e respetivos servios de apoio (restaurao, residenciais universitrias, etc.); grandes equipamentos de sade, nomeadamente centros hospitalares e respetivos servios especializados e de apoio; concentraes de equipamentos de justia.
A titulo de exemplo os Campus Universitrios em Lisboa e nas periferias, o Campus de Justia de Lisboa, os Hospitais centrais.
Simultaneamente, continuam a distinguir se algumas concentraes produtivas, localizadas ao longo dos principais eixos virios ou em velhas zonas industriais, algumas ligadas indstria, muitas delas reas de armazenagem e logstica. Por exemplo, a Auto Europa, a zona industrial do Alto de Colaride, a zona industrial de Pro Pinheiro, as reas logsticas de Lisboa Norte, Castanheira do Ribatejo, Passil, Poceiro e Sines e ainda Bobadela e o Centro de Carga Area de Lisboa, entre outras.
reas produtivas tercirias (parques tecnolgicos, novos parques empresariais, parques de logstica): planeadas e geridos num condomnio, englobando atividades empresariais ligadas nova indstria (laboratrios e ateliers para o desenvolvimento de softwares, design, publicidade, marketing, etc.) e aos servios (bancos, instalaes desportivas, servios de sade e cosmtica, restaurao, etc.). Nestes espaos h um grande cuidado com o espao pblico e a imagem do conjunto. So reas construdas de raiz ou antigas zonas industriais renovadas Taguspark (Oeiras), o Madan Park (Caparica) ou os parques empresariais e de negcios da Quinta da Fonte e do Lagoas Park.
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50 U M A M E T R P O L E PA R A O AT L N T I C O
Polos ou condomnios de uso misto: concentram dominantemente atividades comerciais, de exposio, de armazenagem e logstica, ou atividades de lazer, e so muitas vezes fruto de processos de reconverso de antigas unidades ou zonas industriais. Com uma mistura de atividades pode se referir a zona de Algueiro Mem Martins ou da Beloura. Parques de lazer (zonas de grandes dimenses e de forte atratividade para o desporto, lazer e a fruio ambiental): amplos centros desportivos, com pavilhes cobertos e infraestruturas externas; parques temticos ou grandes parques
verdes oferecendo condies especiais em termos ambientais, de usufruto desportivo ou de lazer. Por exemplo, o Parque de Monsanto, Parque dos Poetas (Oeiras), Centro Desportivo Nacional do Jamor, entre outros.
Este conjunto de centralidades organiza um sistema polarizado, estruturado por um conjunto de ncleos e ns urbanos, com diferentes dimenses, morfologias e caractersticas funcionais, que configuram uma estrutura reticular polinucleado, mais ou menos hierrquica, em constante mutao.
SISTEMA URBANO METROPOLITANO
Em termos territoriais, no Arco Metropolitano de Lisboa evidencia se uma
estrutura urbana fortemente hierarquizada. O sistema urbano organiza se em
torno de um ncleo central denso e de grande intensidade e diversidade fun
cional e uma vasta rea perifrica, de menor densidade, estruturada por um
conjunto de polos urbanos (centralidades regionais e estruturantes). O ncleo
central, constitudo pela cidade central (Lisboa) e uma estrutura urbana poli
nucleada envolvente onde sobressai Oeiras, Cascais, Sintra e Almada. Depois,
num primeiro anel envolvente a esse ncleo central, surgem os centros urba
nos de Torres Vedras, Vila Franca de Xira e Setbal. Em seguida, um segundo
anel abrange os centros urbanos de Caldas da Rainha, Rio Maior, Santarm,
Coruche, Vendas Novas/Montemor o Novo, Alccer do Sal e Grndola. E, por
fim, desenha se um terceiro anel em torno dos centros urbanos de Marinha
Grande, Leiria, Tomar, e ainda vora e Santiago do Cacm/Sines.
Depois desta leitura de conjunto, necessrio aprofundar a anlise ao nvel
dos subsistemas urbanos em presena na macrorregio.
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A Grande Lisboa destaca se claramente no sistema metropolitano, ofe
recendo a maior diversidade de funes. Concentra funes de elevada
especializao e de escala regional/nacional, destacando se nome
adamente a esfera Administrativa e a Economia e o Conhecimento.
Aqui a atratividade nacional. As periferias de Lisboa concorrem com
a cidade central e contribuem para o reforo da centralidade e atrativi
dade do conjunto. Este crescimento multipolar evidenciou se nas lti
mas dcadas. Em torno de Lisboa, sobressaem Cascais, Sintra, Oeiras e
Almada, potenciando uma estrutura polinucleada na periferia. A tex
tura urbana localizada na margem norte do Tejo exibe um perfil fun
cional mais favorvel (uma oferta mais diversificada) do que a margem
sul, justificada por uma morfologia residencial mais densa, uma estru
tura de atividades e de emprego mais forte, e uma procura de maior
dimenso e qualificao. No seu conjunto organizam uma oferta fun
cional densa, diversificada e de grande dimenso que polariza forte
mente o Arco Metropolitano de Lisboa. Assim, a emergncia de polos
multimunicipais e multifuncionais nas periferias de Lisboa, uma ten
dncia recente, refletiu se escala metropolitana no reforo do ncleo
central da metrpole.
O Oeste tem um modelo de povoamento com elevada disperso, onde
sobressaem os centros urbanos de Caldas da Rainha e Torres Vedras, e
ainda Alcobaa, Peniche, Alenquer e Lourinh. A proximidade ao litoral
torna esta rea fortemente atrativa, o que potencia alguma diversidade
funcional. O IC2 estrutura a localizao de atividades que se prolongam
para norte, em direo Batalha e ao eixo de Leiria Marinha Grande,
e para sul, num eixo de forte conetividade com a AML onde sobressai
Torres Vedras.
Leiria polariza o subsistema envolvente, agregando Marinha Grande e
Pombal, e ainda os ncleos urbanos mais prximos. Leiria um cen
tro de emprego e de funes administrativas e de comrcio e servios,
enquanto o eixo Nazar Alcobaa Ftima Tomar evidencia uma oferta
na rea do turismo e do patrimnio. A Batalha tem um papel funda
mental nesta intermediao. Pombal polariza o espao de intermedia
o entre Leiria e Coimbra e localiza se num local estratgico de liga
o com o Interior.
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52 U M A M E T R P O L E PA R A O AT L N T I C O
O Mdio Tejo estrutura se sobretudo em torno de Tomar, Torres Novas,
Entroncamento, Abrantes, e o eixo Ourm Ftima. Em termos de aco
lhimento empresarial reala se o eixo Alcanena Torres Novas, pas
sando pelo Entroncamento Vila Nova de Barquinha at Abrantes, com
atividades industriais e a logstica de abastecimento metrpole de Lis
boa. A confluncia de duas autoestradas (A1 e A23), e de duas linhas fr
reas (Linha do Norte e Linha da Beira Baixa, ambas com servio inter
nacional), reforam a sua posio estratgica. Assim, a estrutura urbana
do Mdio Tejo articula se para norte, em direo a Leiria, e para leste,
em direo ao eixo Vilar Formoso Salamanca Valladolid.
A Lezria do Tejo, que se organiza em torno de Santarm, existindo um
conjunto de pequenos ncleos que se destacam Almeirim, Benavente,
Azambuja, Cartaxo, Coruche e para oeste Rio Maior. Santarm assume
se como principal polo, fruto da concentrao de comrcio e servios.
No eixo de maior conetividade com a AML sobressai a atratividade e a
concentrao de atividades, na margem direita do Tejo em Alenquer,
Carregado, Azambuja e Vila Franca de Xira, e na margem esquerda, o
eixo Porto Alto, Benavente, Samora Correia. As atividades proliferam,
nomeadamente as da indstria e logstica, diretamente relacionadas
com a base econmica e a procura da Metrpole de Lisboa. Os centros
urbanos de Benavente, Salvaterra de Magos e Coruche, esto fortemente
articulados com a AML, encontrando se num processo de reforo da
ligao com o Alentejo. Detm um enorme potencial nas fileiras logs
tica e industrial e evidenciam capacidades de relacionamento com a
Pennsula de Setbal, por via do Porto e com o desenvolvimento da pla
taforma logstica do Poceiro.
Na Pennsula de Setbal localiza se um importante polo urbano
industrial, com um quadro de funes e de acessibilidades que lhe con
ferem uma centralidade importante no seio da AML sul. Tem fortes rela
cionamentos com a Regio do Alentejo, especialmente com o Alentejo
litoral (Alccer do Sal) e central (Vendas Novas vora). A importncia
nacional do porto de Setbal e a presena de funes superiores (ensino
superior, atividades tursticas e patrimoniais, entre outras) conferem
lhe uma centralidade regional fundamental.
No Alentejo Central, o corredor rodoferrovirio que liga as duas capi
tais ibricas (Lisboa Madrid) refora particularmente os centros urba
nos de Vendas Novas Montemor vora, inseridos na rea de influn
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531.1. TERRITRIO: SISTEMAS E RECURSOS ESTRUTURANTES
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cia direta da macrorregio de Lisboa, fruto de um efeito de contiguidade
e de forte interao com a AML. Este Corredor , assim, determinante
da organizao territorial da economia regional nomeadamente na sua
funo de estruturao urbana, industrial e logstica. A intensificao
das relaes econmicas entre o Arco Metropolitano de Lisboa e Espa
nha, aliado ao desenvolvimento do porto de Sines, vo traduzir se num
reforo da localizao empresarial, situao a que vora no ficar cer
tamente indiferente. vora uma cidade patrimonial e cultural, univer
sitria e com uma grande atratividade turstica internacional, podendo
articular os seus recursos culturais com a metrpole de Lisboa.
O Alentejo Litoral estende se para sul a partir de Alccer do Sal, Grn
dola, Santiago do Cacm e Sines. O norte relaciona se fortemente com
Lisboa e Setbal. Tem uma base econmica diversificada, centrada em
atividades industriais, porturias e logsticas, de produo de energia e
piscatrias, ou ento atividades agrcolas e tursticas, nomeadamente,
as apoiadas no produto sol e mar e nos circuitos tursticos de natu
reza cultural e paisagstica. O porto de Sines um n de conetividade
internacional, atendendo ao seu destacado posicionamento na afirma
o internacional da Regio, nomeadamente, no domnio do transporte
martimo de mercadorias, para o que contribui tambm a componente
de logstica associada.
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54 U M A M E T R P O L E PA R A O AT L N T I C O
1.2. DEMOGRAFIA, EMPREGO E DESEMPENHO ECONMICO
TERESA S MARQUES
DEMOGRAFIA
Em termos estruturais, as dinmicas demogrficas tm implicaes eco
nmicas e sociais transversais. Portugal um pas envelhecido que tendencial
mente vai perder populao residente. Territorialmente tem um modelo for
temente polarizado em torno de duas macrorregies funcionais.
A macrorregio de Lisboa, tinha em 2011 cerca de 4,1 milhes de habitan
tes. O Noroeste reunia 3,7 milhes, o que significa que nas duas macrorregi
es do pas residiam, em 2011, 7,8 milhes de habitantes, 77,6% da popula
o do continente.
Em 1981 a macro
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