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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO
SYLVIA REGINA ARCOVERDE ARRUDA
A EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO EM ESCOLAS PÚBLICAS E
PRIVADAS DE BOA VISTA – RR
MACEIÓ - AL
2013
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SYLVIA REGINA ARCOVERDE ARRUDA
A EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO EM ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS DE
BOA VISTA – RR
Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito. Orientador: Prof. Dr. Manoel Ferreira de Nascimento Filho
MACEIÓ - AL
2013
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SYLVIA REGINA ARCOVERDE ARRUDA
A EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO EM ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS DE
BOA VISTA – RR
Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito.
APROVADO EM ____/____/____
________________________________________________________
PROF DR. MANOEL FERREIRA DE NASCIMENTO FILHO
ORIENTADOR
_______________________________________________________
PROF. DR. LIÉRCIO PINHEIRO DE ARAÚJO
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________________
PROF. ESP. FRANKLIN BARBOSA BEZERRA
BANCA EXAMINADORA
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha família, na pessoa do meu esposo e dos meus filhos,
que sempre me apoiaram e deram-me força para que eu nunca desistisse desse
sonho e foi com essa ajuda que venci cada obstáculo durante essa jornada.
AGRADECIMENTOS
À Deus, pela força, sabedoria, coragem e pela oportunidade de está realizando mais
um sonho.
Aos familiares e amigos que me deram o suporte necessário nos momentos em que
precisei e por compreender os períodos que estive ausente.
Aos professores que, direto ou indiretamente, contribuíram para que este trabalho
alcançasse os objetivos almejados.
Aos colegas de classe por compartilharem inúmeros momentos durante a vida
acadêmica.
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RESUMO
O presente trabalho de conclusão de curso tem o intuito de estudar a educação para o trânsito em escolas públicas e privadas de Boa Vista – RR, apresentando como objetivo geral a verificação da existência de ações na escola com o intuito de educar as crianças para o trânsito, e tendo como objetivos específicos constatar, por parte da equipe escolar, se há atividades voltadas para a temática da educação para o trânsito; comparar as estratégias de educação para o transito adotadas pelas escolas públicas e privadas; averiguar as ações desenvolvidas tanto pela equipe gestora das escolas quanto pelos professores com as crianças acerca do ensino de questões relacionadas ao transito. Para o desenvolvimento do trabalho foi realizada uma pesquisa qualitativa em duas escolas públicas e duas escolas privadas de nível fundamental com o intuito de verificar as ações realizadas para educar as crianças para o trânsito. Para isto foram entrevistados os gestores das escolas, totalizando quatro sujeitos, e também três professores em cada instituição, totalizando doze docentes, com a finalidade de alcançar os objetivos específicos desse estudo. Como resultado percebeu-se que há a consciência da importância de se trabalhar a educação para o transito, no entanto, muitas vezes falta conhecimento e estrutura por parte da escola e dos professores para lidar com essas questões. A vantagem de trabalhar esse tema no nível fundamental refere-se ao fato de poder eliciar já nas crianças comportamentos mais responsáveis no transito. Por este motivo, torna-se de suma importância a inclusão definitiva no currículo de nível fundamental a educação para o transito, seja em forma de disciplina, de eventos, jogos, dentre outros. PALAVRAS CHAVE: Escola, Trânsito, Ensino Fundamental.
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ABSTRACT
This study course completion aims to study the traffic education in public and private schools of Boa Vista - RR, with the general objective of verifying the existence of actions in school in order to educate children to traffic and having specific objectives noted, by the school staff, if there are activities geared towards the theme of traffic education; compare the strategies of education for transit adopted by public and private schools; investigate the actions taken by both the management team schools as teachers with teaching children about issues related to transit. For the development of the work will be carried out quantitative research in two public schools and two private elementary schools in order to verify the actions taken to educate children to traffic. To this will be interviewed managers of schools, totaling four subjects, and also three teachers in each institution, amounting to twelve teachers, with the aim of achieving the specific objectives of this study. As a result it was found that there is awareness of the importance of education work for transit, however, often lack knowledge and structure by the school and the teachers to deal with these issues. The advantage of working at the grassroots level that theme refers to the fact that you can have on children elicit more responsible behavior in traffic. For this reason, it is of paramount importance to final inclusion in the curriculum of primary level education for transit, whether as a discipline, events, games, among others. KEYWORDS: School, Transit, Elementary.
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LISTA DE QUADROS
Quadro 01 – Descrição das etapas do ensino médio antes e depois da reforma
proposta pela Lei Ordinária nº 11274/2006................................................................18
Quadro 2: Idade dos professores participantes da pesquisa.....................................29
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Gráfico 1: Tempo de atividade profissional do professor ..........................................30
Gráfico 2: Disciplina na graduação sobre a educação para o trânsito.......................30
Gráfico 3: Preparação pós-formação sobre a educação para o trânsito....................32
Gráfico 4: Comparativo dos professores das escolas públicas e privadas acerca de
preparação pós-faculdade para lecionar sobre educação para o trânsito.................32
Gráfico 5: Realização de atividades voltadas a educação para o trânsito.................33
Gráfico 6: Relevância de uma disciplina sobre educação para o trânsito..................35
Gráfico 7: Tempo de experiência na gestão escolar..................................................36
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 14
2.1 A Educação ........................................................................................................ 14
2.2 O Que é o Trânsito? .......................................................................................... 14
2.3. A Relevância do Ensino Fundamental ............................................................ 17
2.4 Como Ensinar as Crianças Sobre Trânsito de Forma Lúdica ....................... 19
2.5 Gestão Escolar .................................................................................................. 21
3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 25
3.1 Ética .................................................................................................................... 25
3.2 Tipo De Pesquisa .............................................................................................. 25
3.3 Universo ............................................................................................................. 26
3.4 Sujeitos da Amostra .......................................................................................... 26
3.5 Instrumentos de Coleta de Dados ................................................................... 27
3.6 Plano para Coleta dos Dados ........................................................................... 27
3.7 Plano para Análise dos Dados ........................................................................ 28
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 29
4.1 Os Professores e a Educação para o Trânsito nas Escolas Públicas e
Privadas ................................................................................................................... 29
4.2 Os Gestores e a Educação para o Trânsito nas Escolas Públicas e
Privadas ................................................................................................................... 36
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 39
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 41
ANEXO ..................................................................................................................... 43
APÊNDICE ................................................................................................................ 50
12
1 INTRODUÇÃO
Sabe-se da importância da educação na sociedade contemporânea, devido
ao fato de preparar as pessoas desde a infância para conviver em sociedade,
exercer seu papel de cidadão e instruir nos mais diversos tipos de ciências
existentes.
Formalmente, a educação está presente na vida de todas as pessoas através
da sua inclusão na escola, que é a instituição/estabelecimento que visa educar as
pessoas desde a infância em áreas do conhecimento e da produção humana. No
entanto, não se pode deixar de ressaltar a importância da educação recebida em
casa pelos pais ou responsáveis, que regula principalmente sobre normas, condutas
e comportamentos adequados a serem tomados.
O ensino fundamental, primeira etapa escolar da criança, consiste no início do
desenvolvimento da capacidade de aprendizado da pessoa, adquirindo os domínios
básicos para se viver em sociedade (aprender a ler e escrever, realizar cálculos,
dentro outros). Seu início está previsto para os 6 anos de idade (1º ano) e seu
término aos 14 anos (9º ano), contando ainda com dois ciclos no seu trajeto.
O primeiro ciclo do nível fundamental consiste do 1º ao 5º ano, fase da
alfabetização da criança, no qual se é trabalhado os conteúdos de maneira lúdica e
dinâmica, há a existência de somente um professor para todas as matérias; e o
segundo ciclo, que é do 6º ao 9º ano utiliza-se do método tradicional, com a
abordagem de conteúdos mais complexos e aprofundados, e com a existência de
um docente para cada disciplina.
O currículo escolar comum estabelecido por legislação específica abrange
diversas matérias como língua portuguesa, matemática, ciências, estudos sociais,
história, geografia, dentre outros. No entanto, há também o espaço para incluir
outros conteúdos no ensino escolar, que são de suma importância para o convívio
saudável e harmônico da pessoa em sociedade, estando dentre estes a educação
para o trânsito.
A educação para o trânsito versa sobre o ensinamento das normas de trânsito
como um todo (tanto para os pedestres quanto para os motoristas), além de valores
a princípios a serem adotados pelas pessoas a fim de tornar o trânsito menos
violento. Essa conscientização ampla (a todas as pessoas) deve-se principalmente
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aos alarmantes índices de acidentes de trânsito, causados na maioria das vezes por
folha humana.
O foco da abordagem da educação para o trânsito em crianças, relaciona-se
por essa faixa etária estar mais propensa a aceitar ensinamentos, trabalhando
principalmente as normas de transito e as condutas aceitáveis nesse. Há ainda a
vantagem das crianças serem disseminadoras de conhecimentos, levando e
querendo aplicar no dia a dia suas lições, repreendendo por vezes os próprios pais,
familiares e amigos acerca das condutas mais adequadas a serem tomadas.
A abordagem desses aspectos no nível fundamental envolvem diretamente os
professores, pois possuem o acesso direto as crianças. No entanto, envolvem
também a gestão escolar, que deve trabalhar na orientação e elaboração de projetos
a serem implementados pela instituição como um todo, além de capacitar os
docentes para abordarem da forma mais interessante didática os assuntos relativos
à educação para o trânsito.
Tendo em vista todas essas informações, essa monografia tem a finalidade
de verificar a existência de ações nas escolas públicas e privadas de Boa Vista
acerca da temática de educação para o trânsito. Como objetivos específicos buscou-
se investigar a existência, por parte da equipe escolar, de atividades voltadas para a
temática da educação para o trânsito; comparar as estratégias de educação para o
trânsito adotadas pelas escolas públicas e privadas; e averiguar as ações
desenvolvidas, tanto pela equipe gestora das escolas quanto pelos professores, com
as crianças acerca do ensino de questões relacionadas ao trânsito.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 A Educação
Educação é a mola propulsora de qualquer sociedade, pois é ela que molda
o conhecimento e a capacidade de cada indivíduo para se tornar um cidadão
respeitador das regras e normas de uma coletividade. A educação ensina crianças e
adultos os comportamentos e as atitudes certas e erradas que podem ser tomadas
no decorrer da vida.
A Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional (LDB) corrobora o
enunciado acima, afirmando em ser artigo 2º que a educação “tem por finalidade o
pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1996, p. 1).
Para o alcance desses objetivos, Lima (2013) coloca que a educação deve
priorizar as interdisciplinaridade como pratica pedagógica, com o intuito de articular
os conhecimentos ministrados, priorizando no currículo escolar além dos
conhecimentos formais, a inclusão de um currículo que aborde temáticas
relacionadas ao dia-a-dia; almejando a integrar mais consistentemente a pessoa.
Tem-se ainda que os estudos recentes sobre as políticas educacionais têm-
se centrado na escola como uma unidade básica e o espaço de realização dos
objetivos e metas do sistema educativo. O realce da escola como objeto de estudo
não se explica apenas pela sua importância cultural, mas também, pelas estratégias
de modernização e busca de eficácia do sistema educativo.
2.2 O Que é o Trânsito?
O significado do conceito de trânsito é mais abrangente do que o consenso
popular, quando se fala em trânsito normalmente se remete as ruas e avenidas que
são utilizadas por carros e motocicletas. Mas o significado da palavra trânsito é mais
amplo, envolve todo e qualquer processo de locomoção ou parada que seja
realizado por homens, veículos ou animais.
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De acordo com o Artigo 1º, § 1º do Código de Trânsito Brasileiro (CTB)
“considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados
ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e
operação de carga ou descarga”.
Portanto, podemos compreender que o conceito de trânsito é o movimento
ou a parada de pessoas que se locomovem utilizando veículos, animais ou mesmo a
pé para se movimentarem de um local para outro da mesma forma realizarem o
transporte de indivíduos ou objetos utilizando para tal deslocamento as vias
públicas.
Para a professora Nereide Tolentino, em uma reportagem para o site
Educação para o trânsito, define o Trânsito como:
Trânsito é o conjunto de deslocamentos diários de pessoas pelas calçadas e vias; é a movimentação geral de pedestres e de diferentes tipos de veículos. O trânsito ocorre em espaço público e reflete o movimento de múltiplos interesses, atendendo às necessidades de trabalho, saúde, lazer e outros, muitas vezes conflitantes. Para garantir o equilíbrio entre esses interesses coletivos é que se estabelecem acordos sociais, sob formas de regras, normas e sinais que, sistematizados, formam as leis. Compreender as leis de trânsito e respeitá-las garante a proteção da vida, que é nosso bem maior.
O trânsito é um espaço coletivo, onde circulam pessoas, veículos e animais,
para se manter uma harmonia e respeito entre todos são criadas regras e normas
que estabelecem direitos e deveres a quem trafega em ruas ou estradas.
No Brasil, as regras de trânsito são normatizadas por uma lei federal nº Lei
9.503 - o Código de Trânsito Brasileiro. O CTB foi criado em 1997, entrando em
vigor somente em 1998. Suas diretrizes estabelecem obrigações e direitos a todos
que utilizam ruas e estradas para trafegarem. Aos usuários que desobedecem essas
regras são impostas sanções e penalidades, como penas pecuniárias e/ou pontos
na carteira de habilitação.
O CTB foi instituído com a função primordial de manter o trânsito de modo
harmonioso e trafegável por todos, de modo a evitar acidentes. Conforme
estabelece seu § 2º “O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever
dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes
cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar as medidas destinadas a
assegurar esse direito”.
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Atualmente, com a crescente expansão das cidades, o número de veículos
nas ruas tem aumentado substancialmente, criando assim um problema desafiador
para as autoridades e também a sociedade em geral, o número expressivo de
acidentes de trânsito. “Os acidentes de trânsito se transformaram num dos
problemas mais graves que a população brasileira enfrenta nos seus
deslocamentos, diários ou não.” (FARIA; BRAGA, 1999)
Em consonância ao site do Seguro DPVAT, em uma reportagem “Brasil um
acidente a cada 30 segundos; duas indenizações a cada minuto”, relata que são
preocupantes os números de mortes em acidentes de trânsito, somente em 2010,
foram 40.610 mortes segundo o Ministério da Saúde, número quase 7,5% maior que
o registrado em 2009.
De acordo com o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), entre 2002
e 2010, o número total de óbitos por acidentes com transporte terrestre cresceu
24%: passou de 32.753 para 40.610 mortes. Com base nesses números, a
Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o Brasil como 5º. País do mundo
em mortes no trânsito.
Essa é uma realidade brasileira que pode ser modificada através de uma
educação para trânsito, ensinando aos jovens os riscos que uma direção perigosa
ou mesmo a direção sem a devida atenção pode ocasionar. Não se está afirmando
que os únicos causadores de acidentes de trânsito são os jovens, mas apenas
enfatizando essa faixa etária por ser um período de descobertas e incertezas na
vida, tornado os adolescentes instáveis e altamente influenciáveis, dessa forma
induzidos às vezes a dirigirem de forma imprudente, o que ocasiona acidentes.
Para Ribeiro (2013) os adolescentes passam por um processo complicado
durante o período de transição da fase criança para a adulta, onde ficam diversas
vezes confusos e influenciados também pelas mudanças físicas torna a situação
ainda mais problemática, pois o que ele acreditava quando criança vai perdendo o
sentido e novas temáticas são inseridas na sua vida, e muda-se com isso as atitudes
e comportamentos que é influenciado por tudo a volta da pessoa: amigos, família,
entre outros. Continuando o pensamente de Ribeiro, é bem comum formularem
certos estudos acerca do tema adolescência. Isto porque é uma época importante
na vida das pessoas, onde o crescimento físico e intelectual está em pleno processo
de formação. A Organização das Nações Unidas (ONU) já se posicionou sobre o
assunto e afirmou através de seus componentes que o número crescente de morte
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de jovens no trânsito fez com que a ONU dedicasse sua primeira semana mundial
de segurança viária a este grupo.
2.3. A Relevância do Ensino Fundamental
A importância da educação para o trânsito em crianças e adolescentes no
período do ensino fundamental faz–se relevante, pois é nessa fase da vida que são
formadas a personalidade cívica e social desses meninos e meninas. Nos primeiros
anos do ensino fundamental, esses jovens aprenderam a ler e a escrever, e na
segunda etapa compreenderam e formaram seus valores e a sua cidadania.
Para o Portal Brasil, o ensino fundamental é uma etapa da educação básica
dos jovens responsável por desenvolver a capacidade de aprendizado do aluno,
realizado através do domínio da leitura, escrita e do cálculo. Após a conclusão desse
ciclo, o aluno deve ser também capaz de compreender o ambiente natural e social, o
sistema político, a tecnologia, as artes e os valores básicos da sociedade e da
família.
No Brasil, o ensino fundamental é obrigatório e gratuito, conforme
estabelece a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, no seu Art. 4º, “O dever do
Estado com a educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de: I -
ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram
acesso na idade própria.”. Ressaltando que a isenção do pagamento é fornecida
somente para os alunos que optarem por estudar em escolas da rede pública, para
os alunos da rede particular não há abono do pagamento.
Após 2005, com a entrada em vigor da Lei Ordinária nº 11.274/2006, foi
decretada a modificação do tempo de duração do ensino fundamental de 08 para 09
anos, da mesma forma foi alterada a idade para entrada das crianças na escola que
antes era aos 07 anos, agora é de 06 anos. Essa extensão do ensino fundamental
foi ocasionada pela fusão do antigo ensino fundamental – constituído de 08 anos –
com a Classe de Alfabetização – período facultativo de ensino para as crianças
entre 06 a 07 anos.
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Quadro 01 – Descrição das etapas do ensino médio antes e depois da reforma proposta pela
Lei Ordinária nº 11274/2006.
Antes da reforma Após a reforma Idade da criança
Classe de alfabetização 1º ano 06 anos
1ª série 2º ano 07 anos
2ª série 3º ano 08 anos
3ª série 4º ano 09 anos
4ª série 5º ano 10 anos
5ª série 6º ano 11 anos
6ª série 7º ano 12 anos
7ª série 8º ano 13 anos
8ª série 9º ano 14 anos
Fonte: Lei Ordinária nº 11274/2006.
No ensino fundamental brasileiro não há uma padronização curricular para
as escolas, ou seja, uma cartilha com todas as matérias e assuntos que deveriam
ser ministrados em sala de aula. Mas todo currículo deve ter uma base nacional
comum, sendo esta complementada por uma parte diversificada planejada por cada
escola abordando as características locais.
Em consonância ao artigo 26º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional - Lei nº 9.394/06 – há algumas disciplinas que devem ser obrigatoriamente
ministradas e constar nos currículos escolares:
Os currículos (...) devem abranger, obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil. § 2º. O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos. § 3º. A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular da Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos. § 4º. O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia.
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Outra particularidade do ensino fundamental brasileiro é a sua organização,
basicamente ele é subdividido em dois períodos. O primeiro é compreendido entre o
1º e o 5º ano, as aulas são ministradas geralmente apenas por um professor e é
trabalhada de forma mais lúdica, com jogos, imagens e sons. Esse período é a fase
de alfabetização da criança, momento que a criança vai aprender a ler, a entender
uma sociedade e começar a formar seus valores patrióticos e cívicos.
O segundo período constituído do 6º ao 9º ano, é composto por aulas mais
complexas e aprofundadas, o método de ensino torna-se o mais tradicional sem
muitas brincadeiras e descontração. Tendo como principal diferença o número de
professores, que nesse ciclo cada matéria possui um professor exclusivo e mais
capacitado, devendo aprofundar o conteúdo e exigir mais de cada aluno. E há a
inserção de novas matérias, ou melhor, a divisão de disciplinas antes genéricas
agora se tornando específica, exemplo o estudo sociais subdividindo-se
basicamente em história e geografia.
Portanto, pode-se observar que é no período do ensino médio que as
crianças e os adolescentes estão se formando e evoluindo, criando sua
personalidade e seu caráter, devido a isso a importância de também ser ministrada a
disciplina de educação no transito, pois conhecendo a leis de trânsito e a
necessidade de segui-las rigorosamente desde pequeno poderá torná-lo um adulto
mais consciente.
2.4 Como Ensinar as Crianças Sobre Trânsito de Forma Lúdica
A educação para o trânsito, como meio informativo para instruir as pessoas
a se portarem de modo correto na circulação por vias, é de suma importância tanto
para crianças e adultos. Para adultos, pois são os principais condutores e usuários
das ruas e avenidas como meio de locomoção. Já as crianças, são os futuros
motoristas e também, de modo indireto, usufruem do trânsito.
Atualmente, outro ponto que podemos destacar, é a influência dos filhos no
modo de dirigir dos pais. As crianças que são doutrinadas na escola sobre a postura
correta que deve ser tomada no trânsito, repreender seus pais quando presenciam
algum ato irregular no trânsito praticado por eles, alegando que aprenderam na
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escola que aquela atitude está errada e que pode ocasionar problemas para a
família.
Devido esses benefícios que pode trazer o ensinamento das crianças para o
trânsito, exalta-se a relevância que as aulas no ensino fundamental sobre esse tema
têm na vida dos jovens. Entretanto, pode haver um desconhecimento dos
professores sobre como tratar desse tema com as crianças e os adolescentes. Por
isso, esse capítulo ilustra alguns meios de como os professores podem ensinar de
forma lúdica esses jovens sobre o trânsito.
Um dos métodos utilizados pode ser o jogo da memória com as placas
sinalizadoras de trânsito, conforme demonstra a figura 1 em anexo, que tem como
finalidade ensinar quais são as placas de trânsito e o que cada placa representa,
sendo que o professor ainda pode instigar o aluno a dizer qual o melhor
comportamento que deve ser tomado mediante aquela placa.
O jogo, além de instruir os alunos sobre as placas de trânsito, estimula o
raciocínio pois o aluno deve montar um estratégia para vencer seu oponente, incita a
socialização da criança por ser jogado em grupo ou no mínimo em dupla e a
memória devido ser necessário decorar onde se encontra cada peça para ganhar o
jogo.
As regras do jogo são simples: Primeiramente, deve-se embaralhar as
peças, depois organizá-las com os desenhos virados para baixo, em fileiras com a
mesma quantidade, decidindo a ordem de cada jogador, o primeiro levanta duas
peças de modo que todos os outros possam visualizar, quando levantar as peças
iguais o jogador forma um par e guarda com ele, tendo direito de jogar outra vez,
quando não consegue levantar peças iguais o jogador deve colocá-las na posição
original e passa a vez pro próximo jogador. Ganha o jogo quem conseguir formar
mais pares. (VITOR, 2010)
Outra forma de entreter e ensina as crianças é utilizando atividades que
desenvolva o saber das crianças sobre os instrumentos de trânsito. Um exemplo é o
desenho do semáforo, como demonstrado na figura 02, que pode ser utilizado para
colorir, onde a criança estimula sua coordenação motora e seu conhecimento das
cores tendo que pintar dentro de cada círculo a cor respectiva. Além de instruir a
criança a saber o que é um sinal de trânsito, qual a ordem das cores no semáforo e
qual a finalidade de cada cor. Essa mesma atividade pode ser feita com outras
figuras, como a faixa de segurança para pedestre e placas de trânsito.
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Outra atividade que pode ser desenvolvida com os adolescentes é um jogo
de perguntas e respostas sobre o trânsito, com o intuito de aguça a curiosidade e o
conhecimento dos alunos. Esse jogo pode ser desenvolvido como um questionário
com perguntas de múltipla escolha, onde o aluno dentre as alternativas escolhe uma
como resposta correta. Desse modo pode-se fazer uma pequena competição
esportiva para ver qual o aluno que mais tem conhecimento sobre o trânsito. Outra
forma para se fazer essa mesma atividade, é elaborando um conjunto de perguntas
onde as respostas devem ser colocadas dentro de uma cruzadinha.
Entretanto, nem toda atividade deve ser iniciativa somente do professor para
ser realizada dentro da sala de aula, há ações que podem ser desenvolvidas pela
escola em comum acordo com a diretoria, auxiliares e os professores. Uma forma de
proporcionar essa ação seria criando “O dia do trânsito”, quando a escola
proporcionaria a seus alunos um dia todo voltado para atividades relacionadas ao
tema. Como exemplo, seriam oferecidas palestras sobre o código de trânsito e sobre
o que fazer para ter um trânsito seguro, poderiam ser desenvolvidas atividades de
cunho direcional, onde as crianças poderiam ter uma noção sobre direção como dá
uma macha ré, dobrar para a direita ou a esquerda e aprenderem o papel de um
pedestre no trânsito.
2.5 Gestão Escolar
Para se administrar uma escola com eficiência, é necessária uma gestão
bem desempenhada, ou seja, o desenvolvimento de um processo de mobilização
das competências e da motivação das pessoas coletivamente organizadas para que,
por suas participações ativa e eficiente, consigam promover a realização, o mais
plenamente possível, dos objetivos de sua unidade de trabalho, no caso, os
objetivos de ensinar sobre o trânsito.
Segundo Heloísa Luck (2010, p.22-23),
O conceito de gestão, portanto, parte do pressuposto de que o êxito de uma organização social depende da mobilização da ação construtiva conjunta de seus componentes, pelo trabalho associado, mediante reciprocidade que cria um “todo” orientado por uma vontade coletiva. Esta, aliás, é condição fundamental para que a educação se processe de forma efetiva no interior da escola, tendo em vista a complexidade e a importância de seus objetivos e processo.
22
De tal forma, podemos considerar que a gestão é o envolvimento, de forma
direta ou indireta, de todas as pessoas que fazem parte de uma organização no
processo de tomada de decisão com o objetivo de solucionar problemas e obter os
melhores resultados. Sendo estes realizados através da proposição de planos de
ação, do processo de implantação, monitoramento e avaliação realizados
conjuntamente, sempre levando em consideração os pensamentos e opiniões de
todos.
A gestão escolar está associada à ação construtiva conjunta entre
professores, pais, comunidade, alunos, funcionários e gestores de escola, que assim
desenvolvem, mediante uma reciprocidade, uma escola dirigida por um – diretor –
mas orientado por uma vontade coletiva – pais, professores e sociedade.
A gestão escolar constitui uma grandeza e um enfoque de atuação em
educação, que objetiva promover a organização, a mobilização e a articulação de
todas as condições materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos
processos socioeducacionais dos estabelecimentos de ensino, orientados para a
promoção efetiva da aprendizagem dos alunos, de modo a torná-los capazes de
enfrentar adequadamente os desafios da sociedade complexa, globalizada e da
economia centrada no conhecimento. (LUCK, 2009)
Portanto, a educação precisa mudar os modelos para se adaptar a
realidade, e não modificar a realidade para se adequar a modelos que já existem. Na
maioria das vezes, procura-se atualizar a estrutura da educação para seguir o
desenvolvimento econômico, esquecendo-se de buscar o que gerou tal discrepância
educacional.
Através da compreensão desse processo de transformação é que nos fará
perceber como acontece a organização e a mudança do sistema educacional
brasileiro, a maneira e como as escolas formaram seus princípios, as regras e as leis
criadas para constituir seu funcionamento, as reformas educacionais, os processos
pedagógicos todas as concepções filosóficas que contribuíram para a formação da
atual conjuntura educacional brasileira.
Para tanto, faz-se necessário novas mudanças principalmente no que se
refere à gestão escolar. O ato de planejar deve fazer parte do dia a dia e não só da
sala de aula, pois o planejamento escolar é o planejamento de toda a escola, que
envolve um processo de reflexão, de tomada de decisões sobre a organização, o
funcionamento e a proposta pedagógica da instituição. ‟É um processo de
23
racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade
escolar e a problemática do contexto social.” (LIBÂNEO, 1992, p. 221).
Analisando todas essas situações e condições atuais da área estudada, é
bom referir-se aos estudos de GIL (2001), em que o profissional precisa dispor de
muita competência tais como: ser um agente de mudanças, comprometimento com
os resultados e acontecimentos internacionais e com a situação da organização,
bem como mostrar racionalidade, cultura, conhecimentos, conhecer sua área de
atuação, dialogar com facilidade, estabelecer uma relação de confiança, ter perfil
negociador, colocar ênfase nas pessoas e, além disso, ter comportamento ético,
inovador, disposição para assumir riscos, com equilíbrio, pensamento estratégico,
saber compartilhar responsabilidades, lidar com resistências, perceber sentimentos
e propor ações que possam ir à raiz do problema.
O ato de planejar está ligado diretamente com a instituição escolar, de forma
que a escola seja percebida como um ambiente dentro da sociedade com pessoas
de diferentes classes e pensamentos sociais a serem respeitados e reconhecidos e
a eles dado a autonomia de trabalho e de livre pensamento enquanto seres
produtivos. Repensando sua prática enquanto escola, de formação de cidadãos
críticos, não deve agir de forma unilateral.
Descrever todos os tipos de planejamento necessários para a escola é
atividade também necessários à atividade humana, porque o ser humano é levado
pelo seu instinto natural a planejar, está sempre pensando em transformar suas
ideias em realidade. Muitas vezes não executa de maneira consciente, a pessoa
está sempre analisando o futuro para tentar transformá-lo. Planejar é processo de
estabilização entre meios e fins, entre recursos e objetivos a serem alcançados, que
busca o melhor funcionamento de empresas, instituições, setores de trabalho,
organizações grupais e outras atividades humanas.
O ato de planejar é sempre processo de reflexão, de tomada de decisão
sobre a ação; processo de previsão de necessidades e racionalização de emprego
de meios (materiais) e recursos (humanos) disponíveis, visando à concretização de
objetivos, em prazos determinados e etapas definidas, a partir dos resultados das
avaliações (PADILHA, 2001).
A autonomia se diferencia desde o momento que valoriza as competências
da escola e cria um embate em meio à autonomia decretada e a autonomia
construída. De acordo com Barroso (1996), a compreensão da autonomia dentro da
24
escola permite-se romper com o padrão científico e racional que dominou a
organização e a administração escolar. Agora as escolas passam a ser vistas como
espaço de construção social onde se valoriza o papel dos sujeitos e o contexto
social e histórico da sua ação.
Oliveira (2005) compreende e explica que com o avanço da ciência e da
industrialização foram necessárias grandes mudanças no contexto de organização,
mostrando a repercussão na configuração de novos modelos no campo da
administração e no campo da educação mostrando as etapas históricas das
diferentes abordagens dos estudos nestas duas áreas de conhecimento na parte
interação e influência.
Entretanto, de forma mais direta, pode- se dizer que com o avanço industrial
surgiram novas organizações e novos métodos administrativos, e também foi nesse
caminho ou trajetória que encontramos ligações das teorias organizacionais com a
administração escolar e com o crescimento da industrialização houve um
crescimento correspondente na área escolar, visto que a escola prepara o indivíduo
para o trabalho.
Contudo, considera que atualmente a escola é vista como instância de
desenvolvimento de relações humanas e que a mesma precisa focar a geração que
vem nascendo no século XXI, que necessita ser sensibilizada para a convivência
desarmada, negociada, baseada no diálogo, aceitando divergências, livrando-se da
intolerância preconceituosa e apresentando uma visão não comportamental da
realidade.
Com isso surge um modelo de organização que possui potencial para
realizar a gestão em ambiente contínuo de aprendizagem, com uma revisão de
processos pedagógicos e administrativos, que fará com que o gestor se fortaleça e
tome decisões com estratégica e competência.
Portanto, com a complexidade e modernização em que vivemos atualmente,
é necessário que as escolas trabalhem novos assuntos dentro de sala de aula.
Temas esses que repercutirão na vida de nossas crianças e jovens no futuro, para
tal essa trabalho se enfoca no ensinamento sobre direção no trânsito para alunos do
ensino médio.
25
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Ética
A presente pesquisa segue as exigências éticas e científicas fundamentais
conforme determina o Conselho Nacional de Saúde – CNS nº 196/96 do Decreto nº
93933 de 14 de janeiro de 1987 – a qual determina as diretrizes e normas
regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos.
A identidade dos sujeitos da pesquisa segue preservada, conforme apregoa a
Resolução 196/96 do CNS-MS, visto que, não foi necessário identificar-se ao
responder o questionário. Todos os participantes assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram coletados dados com o intuito de
verificar as ações realizadas em escolas públicas e privadas para educar as crianças
para o trânsito e o detalhamento dessas ações.
3.2 Tipo De Pesquisa
Para o desenvolvimento dessa monografia é imprescindível fundamentá-la e
classificá-la com base nos procedimentos científicos utilizados para a sua
construção. Sendo apresentadas as técnicas que foram empregadas com o objetivo
de estruturação da pesquisa identificando o tipo de pesquisa, o universo, os sujeitos
da amostra, os instrumentos de coleta de dados, o plano para a coleta dos dados e
o plano para a análise dos dados.
A elaboração desse estudo fundamentou-se no tipo de pesquisa exploratório-
descritivo de cunho qualitativo. Exploratório, pois tem como intuito definir os
objetivos a serem pesquisados e buscar um aprofundamento das informações sobre
o estudo, de modo a realizar descrições precisas sobre o tema e querer descobrir as
relações existentes entre seus elementos que a compõem (BERVIAN; CERVO;
SILVA; 2007). Portanto, esse planejamento requer grande flexibilidade possibilitando
a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado (GIL, 2007).
A pesquisa exploratória configura-se como a que acontece na fase preliminar, antes do planejamento formal do trabalho. Ela tem como objetivo proporcionar maiores informações sobre o assunto que vai ser investigado, facilitar a delimitação do tema a ser pesquisado,orientar a fixação dos
26
objetivos e a formulação das hipóteses ou descobrir uma nova possibilidade de enfoque para o assunto. (PRESTES, 2002, P.26).
A pesquisa também é classificada como descritiva por não haver interferência
pessoal do pesquisador, ou seja, ele apenas descrever o objeto pesquisado,
procurando descobrir a frequência na qual ocorrer o fenômeno, a sua natureza,
características, causas, relações e conexões com outros fenômenos (BARROS,
2007). Para Gonçalves e Meirelles (2004), da pesquisa descritiva inferi-se a
descrição do objeto por meio da observação e do levantamento de dados.
Utilizou-se a abordagem qualitativa na coleta de dados por ser caracterizada
não somente por aspectos mensuráveis, e sim, por uma avaliação da relevância das
ideias de determinados grupos, analisando as reincidências das informações.
Gonsalves (2007, p.69) conceitua a pesquisa qualitativa como aquela “preocupada
com a compreensão, com a interpretação do fenômeno, considerando o significado
que os outros dão às suas práticas, o que impõe ao pesquisador uma abordagem
hermenêutica.”
3.3 Universo
O estudo foi realizado no município de Boa Vista, capital do Estado de
Roraima, onde foram escolhidas 02 escolas particulares e 02 da rede pública que
ministram aula para alunos do ensino fundamental para ser aplicado o instrumento
de coleta de dados.
3.4 Sujeitos da Amostra
A amostra utilizada na presente pesquisa foi intencional ou por julgamento,
pois as escolas escolhidas para a realização do estudo foram selecionadas de
acordo com a apreciação do pesquisador. As instituições foram escolhidas por ser
referência de ensino na cidade de Boa Vista-RR e por ser acessível a direção e o
corpo docente da escola para a coleta de dados.
Para Lakatos e Marconi (2008) a amostra intencional ou por julgamento é
utilizado normalmente em pesquisa de cunho exploratório por adotar um critério
razoável de julgamento, devido um pequeno número de unidade de amostra.
27
3.5 Instrumentos de Coleta de Dados
Como processo de aquisição de dados pertinentes ao tema e indispensáveis
para o desenvolvimento do trabalho foi utilizado o questionário como ferramenta de
coleta de informações por ser uma das formas mais utilizadas como técnica de
investigação por ser possibilitar medir com exatidão o que se deseja (BERVIAN;
CERVO; SILVA, 2002).
O questionário é composto por um conjunto de questões, todas logicamente
relacionadas com um problema central, com o propósito de obter informações sobre
conhecimento, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas dos
respondentes. (GIL, 2009).
Para a coleta de dados foi utilizado dois questionários estruturados, um
contendo 10 questões que foi aplicado com os professores e o outro contendo 09
questões sendo aplicado aos gestores das escolas. Os dois instrumentos são
compostos por perguntas abertas e fechadas para possibilitar ao informante
responder com objetividade a ferramenta de pesquisa e ainda poder expressar sua
opinião particular quando assim achar necessário.
De acordo com Lakatos e Marconi (2010), as perguntas abertas permitem ao
informante responder livremente o questionamento proposto, usando linguagem
própria e poder emitir sua opinião, de modo a possibilitar investigações mais
profundas e precisas. As perguntas fechadas limitam o leque de resposta por
apresentar alternativas fixas, assim o informante escolhe a resposta somente entre
as alternativas propostas.
O instrumento utilizado tem o objetivo de coletar informações dos
professores e gestores das escolas públicas e privadas se há ações para educação
os jovens do ensino fundamental sobre o trânsito, se houve treinamentos sobre essa
temática para esses profissionais se capacitarem e coletar a opinião de cada um
sobre o emprego de aulas sobre educação no trânsito para crianças e adolescentes.
3.6 Plano para Coleta dos Dados
Após a escolha das escolas que fariam parte do estudo e previa autorização
dos entrevistados, os questionários foram aplicados com os professores e os
28
gestores em momentos distintos mas no mesmo ambiente – a escola onde
lecionam.
No dia 15 de Julho de 2013, os questionários foram aplicados nas duas
escolas da rede pública, na qual abrangeu 03 professores e 01 gestor de cada
escola, totalizando um número de 08 entrevistados representando as escolas
públicas. No dia 16 de Julho do mesmo ano, a pesquisa foi realizada com as escolas
particulares, perfazendo o mesmo número de entrevistados, de modo que no
momento da aplicação do instrumento de pesquisa os professores não tivessem
contato com os gestores, para garante a idoneidade da coleta.
3.7 Plano para Análise dos Dados
O tratamento para análise das respostas coletas pelos questionários não
buscou a quantificação do fenômeno, e sim, o aprofundamento na complexidade na
qual interage o ensino sobre o trânsito para jovens e crianças que estão cursando o
nível fundamental.
Conquanto as respostas foram analisadas com um ínterim do contexto,
perfazendo-se a opinião dos professores e dos gestores de forma contextualizada,
para então ser formado o resultado apresentado nesse trabalho
29
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Os Professores e a Educação para o Trânsito nas Escolas Públicas e
Privadas
Os professores participantes deste estudo apresentaram predominantemente
a idade de 31 a 40 anos com 33, 3% das ocorrências e acima de 40 anos também
com 33,3%; os demais possuem em 25% dos casos de 26 a 30 anos e somente
8,3% (o que equivale a um entrevistado) afirmou possuir a idade de 20 a 25 anos.
Estes dados podem ser melhores visualizados no quadro 2.
Quadro 02: Idade dos professores participantes da pesquisa.
IDADE PARTICIPANTES PORCENTAGEM
20 A 25 ANOS 1 8,3%
26 A 30 ANOS 3 25%
31 A 40 ANOS 4 33,3%
ACIMA DE 40 ANOS 4 33,3%
Fonte: Dados da Pesquisa. Boa Vista ~RR. 2013..
Os dados indicam uma predominância de professores mais velhos e
experientes, já que quase 70% deles possuem idade superior a 31 anos. Isto pode
ser corroborado pelo fato de 58, 3% dos entrevistados afirmar lecionar a mais de 5
anos, enquanto que 25% informaram ensinar entre 3 e 4 anos, 8,3% entre 4 e 5
anos e 8,3% a menos de 2 anos, conforme gráfico 1.
30
Gráfico 1: Tempo de atividade profissional do professor.
8%0%
25%
8%
59%
Menos de 2 anos
2 e 3 anos
3 e 4 anos
4 e 5 anos
Acima de 5 anos
Fonte: Dados da Pesquisa. Boa Vista ~RR. 2013..
O período de experiência do docente proporciona uma série de vivencias que
faz com que haja um roteiro programado, tanto das atividades curriculares a serem
dadas aos alunos do ensino fundamental quanto àquelas de caráter extracurricular.
A experiência facilita a investigação, por parte da pesquisadora, da realização de
atividades ligadas a educação para o transito nas escolas, já que se configura como
um tema conhecido entre os professores atuantes.
Entretanto, apesar de todos os professores pesquisados conhecerem a
temática, estes afirmaram em 91,7% dos casos a inexistência de disciplina e/ou
orientação por parte de seus docentes na faculdade acerca da realização e
importância de atividades ligadas a educação para o transito com as crianças,
gráfico 2. Somente uma participante, que contabiliza 8,3%, afirmou ter tido
orientação acerca desta temática na universidade, no entanto, não informou o tipo
de atividade especificamente.
Gráfico 2: Disciplina na graduação sobre a educação para o trânsito.
0
20
40
60
80
100
Sim Não
Fonte: Dados da Pesquisa. Boa Vista ~RR. 2013..
31
Os dados são preocupantes devido ao fato do Código de Trânsito Brasileiro
de 1998 estabelecer no artigo 76 que “a educação para o trânsito será promovida na
pré-escola e nas escolas de 1º 2º e 3º graus, por meio de planejamento e ações
coordenadas entre os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito e de
Educação, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas
respectivas áreas de atuação”.
Deste modo, passados 15 anos, era de se esperar que as faculdades de
pedagogia já estivessem se adaptado a essa lei e incluído em suas grades
curriculares disciplinas e atividades relacionadas ao ensino das temáticas
relacionadas ao trânsito. Já que, como afirmado, torna-se de suma importância a
introdução desses conhecimentos desde a educação de nível fundamental, pois
proporciona a assimilação dos conceitos relacionados ao transito desde a infância,
para que, quando candidatarem-se à carteira de motorista na maioridade, sejam
condutores e pedestres conscientes dos seus papeis como cidadãos (BOTELHO,
2009).
A cidadania possui ligação fundamental com a questão do trânsito, pois as
relações envolvem valores e princípios para um convívio social saudável, respeito ao
próximo e às leis, solidariedade e prudência.
No gráfico 3, foi averiguado o fato de em 67% dos casos não ter havido
preparação, após a formação, com relação a orientação e ensino dos alunos
concernentes a educação para o transito. Na contramão desse dado, notou-se em
33% dos pesquisados, isto é quatro professores, a existência sim de uma
preparação para trabalhar em sala de aula a referida temática. De acordo com suas
falas, essa preparação se deu principalmente através de atividades desenvolvidas
pelo Detran (palestras, minicursos, campanhas), e pela participação em eventos
científicos e cursos; muitas das vezes partindo de seu próprio interesse como
educador e não por imposição ou recomendação por parte de seu local de trabalho.
32
Gráfico 3: Preparação pós-formação sobre a educação para o trânsito.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Sim
Não
Fonte: Dados da Pesquisa. Boa Vista ~RR. 2013..
Quando comparados os professores das escolas públicas e privadas, gráfico
4, percebeu-se que dos quatros professores que afirmaram terem tido preparação
pós-faculdade para lidar com as questões do trânsito em sala de aula, três deles
lecionavam nas escolas publicas, enquanto que somente um era proveniente de
escola privada.
Gráfico 4: Comparativo dos professores das escolas públicas e privadas acerca de preparação
pós-faculdade para lecionar sobre educação para o trânsito.
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
Escola Privada
Escola Pública
Fonte: Dados da Pesquisa. Boa Vista ~RR. 2013..
Com relação a realização de atividades voltadas a educação para o trânsito
dentro de sala de aula, notou-se em 83% a ocorrência destes, enquanto 17% dos
professores informaram não trabalhar com os alunos qualquer temática relacionada
ao trânsito, conforme verifica-se no gráfico 5.
33
Gráfico 5: Realização de atividades voltadas a educação para o trânsito.
83%
17%
Sim
Não
Fonte: Dados da Pesquisa. Boa Vista ~RR. 2013..
De maneira geral, essas atividades envolvem trabalhos com pinturas, os
sinais de trânsito, pesquisas na internet, palestras, orientação, projetos, etc. No
Quadro 2, visualiza-se um quadro informativo e comparativo acerca das atividades
realizadas pelos professores das escolas públicas e privadas:
Quadro 2: Atividades desenvolvidas de educação para o trânsito.
Professores de Escolas Públicas Professores de Escolas Privadas
Cores dos sinais de trânsito, faixa de
pedestres
O previsto no material didático e também
projetos
Cuidados preventivos no trânsito Atividades teóricas e projetos
Pesquisas na internet Material didático
Orientação dos sinais e faixas, pesquisas
na internet
Projetos
Palestras, eventos de conscientização Mini Projeto “Educaçao para o Trânsito
Já”
Fonte: Dados da Pesquisa. Boa Vista ~RR. 2013..
Nas escolas públicas foi enfatizado na maioria dos casos o ensino das
normas que regem o trânsito; nas instituições privadas foi afirmado a realização de
projetos, no entanto, não ficou claro o seu funcionamento e as questões específicas
abordadas pelos professores. De maneira geral, percebeu-se na maioria dos
entrevistados, conforme visto no quadro acima, a afirmação de atividades por vezes
34
amplas, não caracterizando uma atuação direcionada, continua e sistemática nessa
temática.
Isto fica claro quando verifica-se que a frequência relatada dessas atividades
foi em 100% dos casos realizadas próxima a Semana Nacional de Trânsito, sendo
que, somente 50% dos professores (todos das escolas particulares) adicionou
também outros momentos do ano letivo, sendo essas atividades direcionadas
prioritariamente pelo material didático especifico da instituição.
Nota-se nesse estudo, assim como Bruns et al (2006) afirmaram, que a falta
de material didático adequado compromete a realização de ações mais continuas
nessa área, principalmente nas escolas públicas, já que muitas vezes os professores
não tem habilidade, paciência ou mesmo tempo para confeccionar seu próprio
material. Desta forma, entende-se que os professores das escolas particulares
afirmaram desenvolver mais atividades e com uma maior frequência do que os das
escolas públicas.
Referente as questões envolvendo o transito, foi unânime o entendimento da
necessidade e importância do trabalho dessa temática no nível fundamental, já que
através das crianças pode-se estar prevenindo acidentes no presente cobrando mais
responsabilidade e o eliciamento de comportamentos corretos no trânsito por parte
dos pais, e ainda como futuro motorista na maioridade.
As falas abaixo mostram o ponto de vista dos professores acerca da
importância da educação para o trânsito:
“É importante para prevenir acidentes”
“... para orientar sobre o trânsito, cuidado e respeito ético com o outro” “Valido pois sensibilizando e demonstrando o correto para as crianças, elas internalizam e praticam de forma certa” “É importante por que além de utilizar esses conhecimentos na vida futura, atua como uma espécie de fiscal, cobrando dos pais e responsáveis atitudes corretas” “Importante por que desse jeito podemos mudar comportamentos abusivos que temos no trânsito hoje”
Neste sentido, incluir a educação para o trânsito no currículo pedagógico
torna-se importante para repensar os problemas que são ocasionados pelo sistema
35
viário no Brasil, além de formar cidadãos mais preparados com relação ao
comportamento adequado no trânsito.
Há algumas iniciativas pelo Brasil afora relacionadas a projetos de leis
municipais que incluem a educação para o transito como uma disciplina
extracurricular nas escolas, um exemplo disso é o caso da cidade de Guaratuba,
que em maio do corrente ano criou o programa de “Educação para o Trânsito”.
Neste há o objetivo de envolver a comunidade escolar como um todo (alunos,
professores, família) na modificação de maus hábitos e atitudes no transito, além de
informarem sobre as condutas aceitáveis.
A Lei implanta a realização de atividades dentro do projeto pedagógico da
escola, voltadas para a educação para o trânsito nas escolas municipais de
Guaratuba. Estas iniciativas serão desenvolvidas através de um processo
permanente, com intuito de viabilizar a sinergia educacional e institucional capaz de
viabilizar o comportamento social pró-mobilidade segura. Tem-se ainda na
Secretaria Municipal de Educação em conjunto com a Prefeitura como um todo, os
órgãos responsáveis pela organização e estabelecimento dos conteúdos ministrados
aos alunos, que podem contar com parcerias e convênios, tantos com órgãos
públicos quanto privados.
Levando em consideração a realidade das escolas pesquisadas, por não
existir uma disciplina específica sobre educação para o trânsito, todos os
professores acharam necessário, muito necessário e indispensável a inclusão de
uma disciplinas específica para abordar esse tema com os alunos, conforme
porcentagem apresentada no gráfico 6
Gráfico 6: Relevância de uma disciplina sobre educação para o trânsito.
Indispensável
Muito Necessária
Necessária
Pouco necessária
Irrelevante
Fonte: Dados da Pesquisa. Boa Vista ~RR. 2013..
36
Torna-se oportuno citar Souza (2013), que aborda a educação para o transito
lecionada no nível fundamental de ensino como necessária e muito importante,
entretanto, só surtirá efeito para as crianças se a própria comunidade escolar
demonstrar responsabilidade e obediência as normas de trânsito. Desta forma, a
conscientização para a abordagem desse tema é visível para todos, dada a
complexidade dos problemas relacionados ao trânsito que surgem diariamente nas
cidades e afetam a vida de toda a população (LIMA, 2013).
4.2 Os Gestores e a Educação para o Trânsito nas Escolas Públicas e Privadas
Os gestores das quatro escolas pesquisadas possuem idade entre 31 e 40
anos em 50% dos casos e acima de 40 anos na outra metade da amostra. Vale
ressaltar que em todos os casos os diretores são professores graduados, com 75%
deles possuindo pós-graduação na área de gestão escolar.
Com relação ao tempo de experiência profissional na direção escolar, gráfico
7, verificou-se que para dois gestores esta experiência profissional na escola em que
trabalha ultrapassa 5 anos, para um entre 4 e 5 anos e para o ultimo menos de 2
anos nessa função.
Gráfico 7: Tempo de experiência na gestão escolar.
Menos de 2 anos
Entre 4 e 5 anos
Acima de 5 anos
Fonte: Dados da Pesquisa. Boa Vista ~RR. 2013..
Deste modo, assim como no caso dos professores desse estudo, os diretores
possuem tempo de experiência profissional suficiente para terem conhecimento
acerca da temática relacionada a educação para o trânsito. Isto é corroborado
37
quando afirmam em 75% dos casos terem tido preparação como gestor para atuar
enfocando, dentre tantos currículos, o da educação para o trânsito.
Somente metade dos entrevistados, sendo um gestor de escola pública e
outro de escola particular afirmaram desenvolver atividades relacionadas a
educação para o trânsito que envolva a escola como um todo. Já os outros dois
diretores não realizam nenhuma atividade voltada para esta temática na escola que
gerem, deixando a cargo somente dos professores a atuação na educação para o
trânsito.
Assim como foi percebido nos professores das escolas públicas, o gestor da
escola pública que realiza atividades de educação para o transito também enfoca
aspectos ligados a normatização do transito para condutores e pedestres.
Além disso, foi informado ainda projetos, slides, pesquisas, maquetes,
eventos e pequenas passeatas. No caso do diretor da escola particular, seu discurso
esta relacionado a realização de atividades pela escola na semana de trânsito e
realização de projetos. Vale ressaltar que a outra instituição privada afirmou que não
realiza mais atividades atualmente pelo fato de não receber apoio do Detran e nem
do policiamento para realizar passeatas e campanhas.
Ecco e Banaszeski (2007) afirmam ser necessário utilizar-se de todos os
recursos e possibilidades para garantir o direito a um trânsito seguro por meio de
uma construção pedagógica de valorização da vida, para que os indivíduos e os
grupos tenham consciência no seu agir em espaços públicos. Para isto podem ser
utilizados diversos tipos de estratégias didáticos metodológicos como a utilização de
vídeos, palestras, livros, filmes e cartazes.
O autor ainda coloca como uma das falhas do ensino fundamental a falta do
incentivo de forma mais intensa e constante das questões relacionadas ao trânsito e
outras áreas importantes. Por conta disso, cabe ao gestor escolar estimular e dar
condições para que os professores possam atuar voltados para esta temática de
forma mais cuidadosa, e como Nascimento (2012) afirma, trabalhar de forma
interdisciplinar, esquematizando os conteúdos que façam parte da realidades dos
alunos.
A importância de se trabalhar com esta temática para os gestores passam
pelas justificativas apontadas abaixo:
“É importante pois estaremos formando condutores responsáveis e preparados para situações de risco.”
38
“Importante por que vai facilitar o convívio com os sinais, placas de transito, para serem usados quando adultos.” “Por que tem-se a oportunidade de se trabalhar a prevenção antes da coerção.” “Importante para tornar as crianças adultos conscientes quanto ao transito.”
Nota-se a relevância que todos os gestores deram a temática, mas isso não
foi decisivo para que todos eles se empenhassem para realizar atividades que
envolvessem os alunos com a temática do transito, percebendo essa preocupação e
cuidado maior entre os professores, já que são eles quem estão em contato direto
com os alunos, pedestres e futuros condutores.
39
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através deste estudo, percebeu-se entre a grande maioria dos professores
idade superior a 31 anos e mais de cinco anos com experiência em docência. Por
este motivo, há o conhecimento acerca da temática da educação para o transito
para crianças e adolescentes no ensino escolar.
No entanto, esse conhecimento decorre diretamente da experiência
profissional, já que a maior parte dos professores afirmou não ter tido nenhuma
disciplina ou orientação acerca dessa temática na formação (faculdade). Percebeu-
se que isto prejudica bastante o profissional, que acaba tendo que dar conta dessa
temática da forma que achar necessária, podendo até não ser a mais adequada
para cada situação.
Já após a formação, também foi informado pelos participantes a não
preparação para atuação na área de educação para o transito. Os poucos que
tiveram a oportunidade de ter esses conhecimentos, os obtiveram através de
atividades especificas desenvolvidas pelo DETRAN para docentes.
Independente de preparação ou não, notou-se a realização de atividades
ligadas a educação para o transito pelos professores. Estas envolvem pinturas,
pesquisas, palestras, dentre outros (percebendo que não houve diferença
significativas entre os professores de escolas públicas e privadas). As atividades são
realizadas principalmente em datas próximas a Semana Nacional Trânsito.
Relacionado aos gestores, notou-se que todos são professores, também
possuem a idade acima de 31 anos, com experiência profissional mínima de 5 anos
em gestão escolar, inclusive com pós graduação na área. De acordo com as falas,
essa capacitação abrangeu questões relacionadas a educação para o transito. Outro
fato relevante refere-se ao fato de somente metade dos gestores afirmar
desempenhar atividades da escola como um todo relacionado a educação para o
transito, ocasiões em que enfocam principalmente as normas de transito.
De modo geral, percebeu-se que há a consciência da importância de se
trabalhar a educação para o transito, no entanto, muitas vezes falta conhecimento e
estrutura por parte da escola e dos professores para lidar com essas questões. A
vantagem de trabalhar esse tema no nível fundamental refere-se ao fato de poder
eliciar já nas crianças comportamentos mais responsáveis no transito. Por este
motivo, torna-se de suma importância a inclusão definitiva no currículo de nível
40
fundamental a educação para o transito, seja em forma de disciplina, de eventos,
jogos, dentre outros.
41
REFERÊNCIAS
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42
GONÇALVES, Carlos Alberto; MEIRELLES, Anthero de Moraes. Projetos e relatórios de pesquisa em andamento. São Paulo: Atlas, 2004. GONSALVES, Elisa Pereira. Conversas sobre iniciação a pesquisa científica. 4 ed. São Paulo, Ahnea, 2007. LAKATOS, Eva Maria. MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2010. LIMA, Tereza A. F. C. Educação para o trânsito nas escolas. Monografia (Especialização em Psicologia do Trânsito) – Universidade Paulista – Maceió, 2013. NASCIMENTO, Lucia Maria L. Educação para o trânsito em escolas do ensino público da cidade de João Pessoa – PB. Monografia (Especialização em Psicologia do Trânsito) – Universidade Paulista – Maceió, 2012. PRESTES, Maria Luci de Mesquita. A pesquisa e a construção do conhecimento científico. São Paulo: Respel, 2002. PORTAL BRASIL. Sistema educacional: ensino fundamental. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/sobre/educacao/sistema-educacional/ensino-fundamental>. Acessado em: 24 de Junho de 2013. RIBEIRO, Claudia Cristiane Magalhães. A EDUCAÇÃO DO TRÂNSITO E OS JOVENS DA CIDADE DE VITÓRIA DA CONQUISTA/BA. 2013. Disponível em <http://www.netrantransito.com.br/arq_download/Monografia%20de%20Claudia%20Cristiane.pdf>. Acessado dia 19 de Junho de 2013. SOUZA, Genita Bezerra de. Educação do trânsito para alunos do nível fundamental. Monografia (Especialização em Psicologia do Trânsito) – Universidade Paulista – Maceió, 2013. VITOR, Analice Cordeiro Dos Santos. Jogos e em grupo: memória. Portal do Professor. 29 de novembro de 2010. Disponível em <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=25704> . Acessado em 03 de Julho de 2013. TOLENTINO, Nereide. Educação para o trânsito. Disponível em <http://www.educacaotransito.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=84>. Acessado em 19 de Junho de 2013.
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CRUZADINHA
Fonte: www.atividadeseducativas.com.br
PERGUNTAS
1. Qual o nome da pessoa que anda na rua a pé? R= Pedestre
2. Lugar de veículo é na ________________? R= Rua
3. Qual o veículo que transporta pessoas doentes? R= Ambulância
4. O que a pessoa deve utilizar quando o veículo estiver em movimento?
R= cinto
5. Atravessar na faixa é garantia de________________? R= Segurança
6. O que não devemos fazer na frente de um hospital? R= Buzinar
7. Quem anda de bicicleta é __________________? R= Ciclista
8. O que significa a cor amarela do semáforo? R= Atenção
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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - PROFESSORES
Título da Monografia: A educação para o trânsito em escolas públicas e privadas de
Boa Vista – RR
Pesquisador Responsável: Sylvia Regina Arcoverde Arruda
Instituição a que pertence o Pesquisador Responsável: Universidade Paulista –
UNIP
Telefones para contato: 95-8112 0656
Nome do voluntário: ______________________________________________
Idade: ____ anos R.G. _____________________
O Sr. (ª) está sendo convidado(a) a participar da monografia A educação para
o trânsito em escolas públicas e privadas de Boa Vista – RR, de responsabilidade da
pesquisadora Sylvia Regina Arcoverde Arruda, sob orientação do professor
_______. A sua participação não é obrigatória, a qualquer momento você pode
desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum
prejuízo em sua relação com o pesquisador ou com a instituição.
O objetivo geral desse estudo objetivo geral a verificação da existência de
ações na escola com o intuito de educar as crianças para o trânsito, e tendo como
objetivos específicos constatar, por parte da equipe escolar, se há atividades
voltadas para a temática da educação para o trânsito; comparar as estratégias de
educação para o transito adotadas pelas escolas públicas e privadas; averiguar as
ações desenvolvidas pelos professores com as crianças acerca do ensino de
questões relacionadas ao transito.
Sua participação nesta pesquisa consistirá em responder a um questionário
composto de dez questões acerca da temática dessa monografia. Esta pesquisa não
oferece riscos relacionados com sua participação, contudo os benefícios
relacionados com a sua participação implicam em você poder colaborar para
maiores conhecimento sobre a educação para o trânsito nas escolas de Boa Vista -
RR.
Desta forma, as informações obtidas através dessa pesquisa serão
confidenciais e asseguramos o sigilo sobre sua participação, pois os dados não
serão divulgados de forma a possibilitar sua identificação.
47
Diante do exposto você receberá uma cópia deste termo onde consta o
telefone e o endereço institucional do pesquisador principal, podendo tirar suas
dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora ou a qualquer momento.
Eu declaro ter sido informado e que entendi os objetivos, riscos e benefícios
de minha participação na pesquisa e concordo em participar, como voluntário, do
projeto de pesquisa acima descrito.
Boa Vista, _____ de ____________ de 2013.
_____________________________________________
Pesquisadora: Sylvia Regina Arcoverde Arruda
_____________________________________________
Voluntário
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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – GESTORES
Título da Monografia: A educação para o trânsito em escolas públicas e privadas de
Boa Vista – RR
Pesquisador Responsável: Sylvia Regina Arcoverde Arruda
Instituição a que pertence o Pesquisador Responsável: Universidade Paulista –
UNIP
Telefones para contato: 95-8112 0656
Nome do voluntário: ______________________________________________
Idade: ____ anos R.G. _____________________
O Sr. (ª) está sendo convidado(a) a participar da monografia A educação para
o trânsito em escolas públicas e privadas de Boa Vista – RR, de responsabilidade da
pesquisadora Sylvia Regina Arcoverde Arruda, sob orientação do professor
_______. A sua participação não é obrigatória, a qualquer momento você pode
desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum
prejuízo em sua relação com o pesquisador ou com a instituição.
O objetivo geral desse estudo consiste na verificação da existência de ações
na escola com o intuito de educar as crianças para o trânsito, e tendo como
objetivos específicos constatar, por parte da gestão escolar, se há atividades
voltadas para a temática da educação para o trânsito; comparar as estratégias de
educação para o transito adotadas pelas escolas públicas e privadas.
Sua participação nesta pesquisa consistirá em responder a um questionário
composto de nove questões acerca da temática dessa monografia. Esta pesquisa
não oferece riscos relacionados com sua participação, contudo os benefícios
relacionados com a sua participação implicam em você poder colaborar para
maiores conhecimento sobre a educação para o trânsito nas escolas de Boa Vista -
RR.
Desta forma, as informações obtidas através dessa pesquisa serão
confidenciais e asseguramos o sigilo sobre sua participação, pois os dados não
serão divulgados de forma a possibilitar sua identificação.
49
Diante do exposto você receberá uma cópia deste termo onde consta o
telefone e o endereço institucional do pesquisador principal, podendo tirar suas
dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora ou a qualquer momento.
Eu declaro ter sido informado e que entendi os objetivos, riscos e benefícios
de minha participação na pesquisa e concordo em participar, como voluntário, do
projeto de pesquisa acima descrito.
Boa Vista, _____ de ____________ de 2013.
_____________________________________________
Pesquisadora: Sylvia Regina Arcoverde Arruda
_____________________________________________
Voluntário
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APÊNDICE
QUESTIONÁRIO DA PESQUISA PARA OS PROFESSORES
1. Em que escola leciona?_____________________________________________________
2. Sua faixa etária:
( ) Entre 20 e 25 anos
( ) Entre 26 e 30 anos
( ) Entre 31 e 40 anos
( ) Acima de 40 anos
3. Há quanto tempo leciona:
( ) Há menos de 2 anos
( ) Entre 2 e 3 anos
( ) Entre 3 e 4 anos
( ) Entre 4 e 5 anos
( ) Acima de 5 anos
4. Você é habilitado(a) - possui Carteira Nacional de Habilitação)?
( ) Sim ( ) Não
5. No seu processo de formação, teve alguma disciplina relacionada às questões sobre
educação no trânsito?
( ) Sim.
Qual?___________________________________________________________________
( ) Não
6. Você teve alguma preparação para orientar seus alunos em relação ao convívio com o
trânsito?
( ) Sim ( ) Não
7. Você desenvolve algum tipo de atividade relacionado à educação para o transito com as
crianças?
( ) Sim.
Qual?___________________________________________________________________
( ) Não
8. Você acredita que a introdução de uma disciplina cujo conteúdo contemplasse aspectos de
educação e legislação de trânsito, voltada para o Ensino Fundamental seria:
( ) Indispensável
( ) Muito necessária
( ) Necessária
( ) Pouco necessária
( ) Irrelevante
Porque?_____________________________________________________________________
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9. A escola onde leciona desenvolve atividades de educação para o transito?
( ) Sim.
Qual?___________________________________________________________________
( ) Não
10. Na sua opinião, qual a importância de se trabalhar com temas relativos a educação para o
transito com as crianças?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
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QUESTIONÁRIO DA PESQUISA PARA OS GESTORES
1. Em que escola atua?_________________________________________________________
2. Sua faixa etária:
( ) Entre 20 e 25 anos
( ) Entre 26 e 30 anos
( ) Entre 31 e 40 anos
( ) Acima de 40 anos
3. Há quanto tempo está atuando na gestão escolar:
( ) Há menos de 2 anos
( ) Entre 2 e 3 anos
( ) Entre 3 e 4 anos
( ) Entre 4 e 5 anos
( ) Acima de 5 anos
4. Você é habilitado(a) - possui Carteira Nacional de Habilitação)?
( ) Sim
( ) Não
5. No seu processo de formação, teve alguma disciplina relacionada às questões sobre
educação no trânsito?
( ) Sim.
Qual?___________________________________________________________________
( ) Não
6. Você teve alguma preparação para orientar os alunos e a equipe escolar em relação ao
convívio com o trânsito?
( ) Sim
( ) Não
7. A direção escolar desenvolve algum tipo de atividade relacionado à educação para o
transito?
( ) Sim.
Qual?___________________________________________________________________
( ) Não
8. Você acredita que a introdução de uma disciplina cujo conteúdo contemplasse aspectos de
educação e legislação de trânsito, voltada para o Ensino Fundamental seria:
( ) Indispensável
( ) Muito necessária
( ) Necessária
( ) Pouco necessária
( ) Irrelevante
Porque?_____________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
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