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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A CONTRIBUIÇÃO DAS ATIVIDADES LÚDICAS NO PROCESSO
DE ADAPTAÇÃO AO MEIO LÍQUIDO
Por: GRAZIELLE JESUS DA SILVA
Orientador
Profª. Fátima Alves
Rio de Janeiro
2009
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A CONTRIBUIÇÃO DAS ATIVIDADES LÚDICAS NO PROCESSO
DE ADAPTAÇÃO AO MEIO LÍQUIDO
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em
Psicomotricidade.
Por: Grazielle Jesus da Silva
3
AGRADECIMENTOS
... Agradeço a meu orientador pelas noites mal dormidas e pelo stress ocorrido durante a confecção deste trabalho.
E todos os meus professores, que contribuirão com a minha formação ao longo destes anos.
E ao meu eterno amigo obrigado por ensinar tudo o que sei.
Cito a vocês as palavras de Augusto Cury.
“Educar é viajar no mundo do outro sem
nunca penetrar nele. É usar o que
pensamos para nos transformar no que
somos.
4
O melhor educador não é o
que controla, mas o que liberta. Não é o
que aponta erros, mas o que os previne.
Não é o que corrige comportamentos,
mas o que ensina a refletir. Não é o que
enxerga apenas o tangível aos olhos, mas
o que vê o invisível. Não é o que desiste
facilmente, mas o que estimula sempre a
começar de novo.
O excelente educador abraça
quando todos rejeitam; anima quando
todos condenam; aplaude os que jamais
subiram no pódio, vibra com a coragem
de disputar dos que ficaram nos últimos
lugares. Não procura o seu próprio brilho,
mas se faz pequeno para tornar seus
filhos, alunos e colegas de trabalho
grandes. ‘’
5
DEDICATÓRIA
... Dedico este trabalho primeiramente a Deus, à minha família e agradeço aos meus pais pela oportunidade de conclusão deste curso.
A uma pessoa em especial, Profº Sylmar
Teixeira, amigo querido. Obrigado por
tudo que você fez e faz por mim...
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RESUMO
Este estudo desenvolveu-se com a pretensão maior de identificar a utilização
do lúdico como recurso pedagógico, utilizado pelos professores nas aulas de
natação na faixa etária de 4 a 6 anos. Identificando assim o lúdico e a
recreação aquática dirigida como forma principal de recurso pedagógico para
estabelecer o nível de motivação no processo ensino-aprendizagem da
natação. Através da pesquisa pudemos detectar que o conteúdo de
aprendizagem e atingido através de atividades lúdicas como um instrumento
pedagógico durante as aulas e trazer a questão da motivação como um fator
decisivo no processo de aprendizagem. Pesquisa do tipo descritiva, realizada
por intermédio de questionário (Anexo). Realizou-se com professores do BFR e
Academia Brilho D’Água, no período de 08 /10 /2008 a 23 /11 /2008, com uma
amostra de 20 professores, atuando com crianças na faixa etária de 4 a 6
anos, praticantes de natação.As conclusões apontam pra uma utilização de
atividades lúdicas direcionadas pelos professores. Demonstrado uma clara
preferência pelo lúdico no desenvolvimento pedagógico das aulas. É brincando
que se aprende na plenitude da descoberta, livre de conceitos tecnicista, pois o
lúdico sempre estará presente na vida do ser humano.
7
METODOLOGIA
O método utilizado foi uma pesquisa do tipo descritivo. Este método é
abordado por Mattos, Rosseto Jr. E Blecher (2004, p. 15 e 16) e tem como
características “observar, registrar, analisar, descrever e correlacionar fatos ou
fenômenos sem manipulá-los, procurando descobrir com precisão a freqüência
em que um fenômeno ocorre e sua relação com os outros fatores”.
Os dados coletados foram traduzidos por estatísticas descritivas,
apresentadas graficamente e analisados mediante a utilização de percentual.
Através da fundamentação teórica representada na revisão de literatura que
auxiliará na análise e interpretação dos dados.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I - Desenvolvimento Motor 13
CAPÍTULO II - Ludicidade – Um instrumento de motivação 32
CAPÍTULO III – Benefícios Psicomotores da Natação 47
CAPÍTULO IV – Discursão e Apresentação de Resultados 58
CONCLUSÃO 65
ANEXOS 68
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIA 69
ÍNDICE 73
FOLHA DE AVALIAÇÃO 75
9
INTRODUÇÃO
Se mergulharmos historicamente a fim de pesquisarmos a origem da
natação, perceberemos que é difícil precisar seu início, pois sua origem, muitas
vezes, se confunde com a própria origem da humanidade.
Para apropriar-se do mundo, o homem relaciona-se com a natureza de
diversas formas. E nesta relação, ele se adapta, modificando sua natureza,
dentro das necessidades e das condições oferecidas pelo meio ambiente. O
planeta terra tem nos oceanos, a maior parte da sua superfície. Levando o
homem a relacionar-se com o meio aquático, seja através de atividades para
subsistência, como a pesca ou na utilização de embarcações como meio de
transporte, nas atividades terapêuticas, ou de lazer, como os banhos nas
piscinas da Roma Antiga. Isto nos demonstra que sempre estivemos de
alguma forma em contato com a água e o lazer proporcionado por esta.
A natação é um excelente esporte para iniciar a criança no seu
desenvolvimento psicomotor, sua decisiva participação na construção do
esquema corporal e seu papel integrador no processo de maturação. É com
esse propósito, que a natação infantil não se detém somente na aprendizagem
do nado, mas sim, contribuindo para ativar o processo evolutivo
psicomorfológico da criança, auxiliando o desenvolvimento de sua
personalidade (COLWIN, 2000).
Para VELASCO (1994), “a água é o maior brinquedo existente na terra”.
Essa outra noção já tem uma visão mais holística da natação, considerando-a
uma forma de prazer para qualquer idade. LEWIN (apud DAMASCENO, 1992)
define e caracteriza a natação como sendo “um desporto que constitui uma
fonte de recreação, de alegria de viver e de saúde, para pessoas de todas as
idades”.
Segundo LIMA (2006) “a natação, pode ser considerada como uma das
atividades que maiores benefícios propiciam ao desenvolvimento corporal e
também pela possibilidade de ser praticada sem restrições, desde o
10
nascimento. Parece a mais indicada para a dinamização do potencial
psicomotor da criança”.
Conforme ESCOBAR & BURKHARDT (1985), como a “utilização do
movimento como meio para estimular o desenvolvimento do homem de forma
que lhe permita se conhecer e aceitar-se, ajustando sua conduta as exigências
do meio social”, de forma lúdica e prazerosa.
A criança é um ser dinâmico, cheio de indagações espontâneas e com
múltiplas habilidades físicas. Sua habilidade motora é utilizada para expansão
de seu desenvolvimento (BIJOU e BAER, 1980).
Para BEE (1995), “a natação pode ser praticada desde o nascimento, e
através dela adquirir boa coordenação e desenvolver grandes funções, pois ela
exercita os grandes músculos fundamentais do tronco e membros”.
Segundo Piaget, a criança utiliza movimento, e o pratica para aprender,
antes de conceitualizar um esquema ou modelo de pensamento no
desenvolvimento do intelecto (GOMES, 1987). Para Wallon, o pensamento é
como que projetado no exterior pelos movimentos que o exprimem, e se ele
não é expresso em gestos tanto como palavras, ele não existe (GOMES,
1987).
A fase básica no meio aquático é denominada de “adaptação aquática”,
porque esta fase antecede o aprendizado das habilidades motoras especificas
de cada atividade aquática, o desenvolvimento das habilidades motoras quer
no meio terrestre, quer no meio aquático, é resultado das continuas interações
entre os fatores genéticos e as experiências previas do sujeito com o meio
envolvente.
A aquisição das habilidades aquáticas básicas terá como objetivo em
familiarizar o sujeito com o meio aquático promovendo a criação de autonomia
no meio aquático e criar as bases para posteriormente aprender habilidades
motoras aquáticas especificas.
11
Segundo BUENO (1998), denomina o período da fase básico do meio
aquático de “adaptação aquática”, porque está fase antecede o aprendizado
das habilidades motoras espeficificas de cada atividade aquática.
Segundo MAKARENKO (2001), o desenvolvimento das habilidades
motoras quer no meio terrestre, que no meio aquático, é resultado das
continuas interações entre os fatores genéticos e as experiências prévias do
sujeito com o meio envolvente.
A aquisição de habilidades motoras mais complexas e especificas
depende da prévia aquisição, apropriação e domínio de habilidades mais
simples, com isso, a aquisição das habilidades terá como objetivo, promover a
familiarização do sujeito com o meio aquático promover a criação de
autonomia no meio aquático e criar as bases para posteriormente aprender
habilidades motoras aquáticas especificas (MELLO, 1989).
O elemento lúdico é um facilitador da aprendizagem, um meio para
alcançar determinado objetivo dentro do processo ensino aprendizagem dos
nados, e representa um diferencial nas experiências vividas no meio liquido.
Freire (2004), Pereira (2001), Allen (1999) e Klar; Miranda Jr. (2001),
que optam por uma abordagem do lúdico como filosofia pedagógica, presente
na fluidez das brincadeiras, gerando manifestações positivas que privilegiem a
criatividade, a espontaneidade, o prazer, a afetividade, entre outros, trazendo
uma característica diferente e particular em cada aula ministrada.
Como prática saudável da natação associada ao aprendizado por meios
das brincadeiras. E a infinidade de experiências psicomotoras. O ser humano
na sua essência tem como forma, ou filosofia de vida manter ao longo de sua
vida o espírito de criança. Por isto mantendo a brincadeira e o jogo como a
forma mais agradável de adquirir conhecimento, vamos retornar ao período em
que todos nós fomos alfabetizados quando a brincadeira nós levou a leitura
abrindo para sempre o mundo do conhecimento, dos sonhos, das viagens.
Todos nós lembramos das nossas primeiras professoras desta fase da nossa
12
vida, das músicas e das brincadeiras, por isto ao longo deste trabalho iremos
retornar a esta fase da vida usando a brincadeira como forma de recurso
pedagógico. Para que a adaptação ao meio liquido seja feita da forma mais
agradável possível, sendo assim atingidos todos os objetivos propostos. Nesta
fase tão importante do aprendizado da natação, pois esta fase pode ser
comparada com a alfabetização, ele abre o mundo aquático ao ser humano.
Dando-lhe segurança e autotomia para o aprendizado das habilidades motoras
aquáticas especificas.
Para que possamos relembrar a importância dos aspectos do
desenvolvimento motor este primeiro capítulo vem descrever o
desenvolvimento de crianças de 4 á 6 anos definida por vários autores como
Bueno, Piaget, Lê Bouch, entre outros. Relacionando também as habilidades
psicomotoras de cada idade. No segundo capítulo que se refere a ludicidade,
iremos descrever as definições e opiniões de vários estudiosos sobre o tema.
Apesar da enorme importância da presença do lúdico no brincar, mesmo que
não seja visível, a motricidade infantil raramente é reconhecida e respeitada
(Mrech, 1998), pois o conhecimento das modalidades lúdicas garante a
aquisição de valores para compreensão do contexto real; quer dizer, para ser
capaz de falar com o mundo, a criança precisa brincar com o
mundo(Kishimoto,1998). Quanto aos benefícios psicomotores da natação que
hora será citado no terceiro capítulo abordaremos a estimulação psicomotora e
a aquisição de habilidades aquáticas. Na discursão e apresentação de
resultados iremos apresentar os questionários devidamente tabulados para
uma conclusão da contribuição das atividades lúdicas no processo de
adaptação ao meio liquido.
13
CAPITULO I
DESENVOLVIMENTO MOTOR
O desenvolvimento motor é o resultado da maturação de certos tecidos
nervosos, aumento em tamanho e complexidade do sistema nervoso central,
crescimento dos ossos e músculos, portanto, são comportamentos não-
aprendidos que surgem espontaneamente, desde que a criança tenha
condições adequadas para exercitar-se.
“Maturação é o estado de prontidão neurofisiológica do organismo em
realizar determinadas tarefas, independentes ou não dos fatores ambientais”
(Lima, 1999).
1.1 Desenvolvimento motor de 4 a 6 anos
Conforme Lima (1999), os primeiros conhecimentos e estudos do ensino
da natação versam sobre o nível ou estado maturacional do aluno; muitos
professores utilizam exercícios não apropriados para a idade, por isso não
eram realizados com eficiência.
Se ensinarmos exercícios que são precoces para idade, podermos
trazer frustrações e desistências pó parte do aluno, pois ele não conseguirá
realizar os movimentos demonstrados pelos técnicos, pela especificidade do
exercício.
A aprendizagem conduz o individuo a estar diante de um fator novo,
com a inter - relação entre os fatores internos (representados pelo nível
maturacional e vivencias anteriores do individuo) e externos (representados
14
pelo meio ambiente e estratégias do professor), resultado na redução da
tensão ao aprender determinado exercício.
O primeiro fator, e talvez o mais importante, é que o individuo sinta
prazer em estar na água e descubra as boas sensações que ela lhe
proporciona.
A criança bem encaminhada desde os primeiros passos nos facilitara o
trabalho e constituirá o elemento mais elevado de aptidão psicomotora,
necessários para grandes performances.
A natação age como um pré - estimulo motor, pois, antes mesmo de a
criança tentar deslocar-se fora da água, já o consegue dentro da água, porque
ela fica muito leve, conseguindo, assim, executar movimentos que muitas
vezes não consegue fora da água. A criança realiza os movimentos de acordo
com suas idades e seu nível de desenvolvimento.
Período compreendido entre três e seis anos, conforme Lima (1999) é o
fim do período comportamental e inicio da compreensão, do entendimento,
agrupamento de conceitos, aquisição e desenvolvimento da coordenação mais
fina e desenvolvimento das habilidades do aprendizado dos estilos da natação.
O comportamento é mais sensato e lógico nas situações de brinquedo livre. As
crianças têm a capacidade de compreender novos conceitos, aprende a nadar
os estilos, iniciando por movimentos mais rústicos até a realização de
movimentos mais complexos.
Segundo Correia & Massaud (1999), na criança, um dos principais
objetivos para que se consiga um desenvolvimento, em busca de saúde e
equilíbrio, é desenvolver o gosto pela atividade, através de ações lúdicas,
prazerosas, com objetivos claros, dentro de sua capacidade psicomotora.
Enfatizamos que, nesta faixa etária, as aulas não devem atingir somente
os objetivos específicos da natação, como a adaptação ao meio liquido e a
aprendizagem dos nados. Devem, também, atingir todas as potencialidades da
criança, compreendendo os domínios afetivo, cognitivo e psicomotor.
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Aos três anos, segundo Lima (1999), é nessa fase que surgem os
primeiros movimentos oriundos da coordenação mais fina, com pernas de
crawl e costas mais caracterizados, movimentos de braços não somente como
apoio, mas também como deslocamento. Como braçada de crawl, somente a
fase submersa - mais fácil.
Aos quatro anos, acentua-se a coordenação mais fina,
conseqüentemente os movimentos das pernas de crawl e costas ficam mais
elaborados, aproximando - se do movimento ideal. Nesse momento as pernas
começam a auxiliar a sustentação do corpo. Quanto aos movimentos de braço,
ainda são realizado com dificuldade, principalmente o movimento aéreo
(recuperação), pela dificuldade em tirá-las da água.
Aos cinco anos, conforme Lima (1999) é comum encontrar, nessa fase
mais intensa da coordenação, crianças com desenvolvimento mais tardio em
relação a outras e crianças que ficam durante alguns meses sem apresentar
evolução nos movimentos. Apresentamos aos alunos a coordenação das
pernas e braços e a respiração especifica do crawl – respiração lateral. Os
movimentos da braçada são realizados com mais facilidade, principalmente a
parte aérea. È importante incrementar os movimentos das mãos nas diferentes
direções com o objetivo de desenvolver a sensibilidade quanto à sustentação e
propulsão (deslocamento). Iniciamos a coordenação dos movimentos das
pernas, braços, respiração especifica, até alcançarmos o nado completo,
complexidade de movimentos que a criança deverá realizar.
Aos seis anos, os movimentos coordenados dos estilos crawl e costas
são mais elaborados, iniciando a fase do aperfeiçoamento. É incrementado o
mergulho elementar, movimentos mais elaborados do que os saltos
apresentados nas idades anteriores. As crianças realizam alguns movimentos
de pernada de peito.
Maturacionalmente é a idade em que as crianças mais assimilam os
movimentos dos estilos crawl, costas e mergulho elementar, encerrando
praticamente a primeira fase da pedagogia da natação.
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Segundo Bueno (1998, p.34), o desenvolvimento humano se dá, da seguinte
forma:
Ø Quatro anos
• Tem mais elasticidade nas articulações, coordena o movimento das
mãos na escrita, mas não apresenta freio motor;
• Inicia abstrações e relações com os fatos, não distinguindo claramente a
fantasia da realidade;
• Distingue frente e costas, veste-se sozinho;
• Salta com habilidade;
• Inicio da socialização;
• Exploração e manipulação mais acentuada da área sexual;
• Sabe copiar carimbos, associa a figura á escrita;
• Pode copiar uma cruz;
• Anda na ponta dos pés;
• Reconhece as cores branco e preto;
• Ainda se vê do modo pelo qual pensa que as outras pessoas a vêem.
Ø Cinco anos
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• Coordenação global desenvolvida, desenvolvimento do esquema
corporal, utiliza a mão dominante reconhecendo direita e esquerda em si
apenas;
• Coordenação viso - motora em desenvolvimento, dissociação manual e
digital;
• Protege as crianças menores, colabora gradativamente, gosta de ajudar
em tarefas domésticas, aceita responsabilidades e ordens;
• Salta alternando os pés;
• Agregação com crianças do mesmo sexo (simpatia e antipatia);
• Formação de censura, certo e errado;
• Segura o lápis com mais segurança mostrando os progressos
neuromotores quando desenha traços retos, conseguindo fazer círculos
e quadrados;
• Distingue todas as cores;
• Identificação com figuras de ídolos.
Ø Seis anos
• Apresenta experimentação do corpo;
• Dissociação manual e digital já estão firmadas (apresenta possibilidades
de escrever);
• Não faz laços (faz algumas tentativas);
18
• Distingue fantasia da realidade claramente;
• Inicio dos jogos heterossexuais;
• Troca de dentes;
• Anda de bicicletas;
• Desenvolve com maior facilidade jogos de competição e raciocínio.
Podemos correlacionar o desenvolvimento de Bueno com os estágios de
desenvolvimento de Piaget que são: Sensório – Motor (0 – 2 anos); Pré -
Operacional (2 – 7 anos); Operacional – Concreto (7 – 11 anos); Operacional –
Formal (11 - adulto).
ü Estágio Sensório – Motor
• O pensamento da criança envolve apenas em ver, tocar, mover-se,
provar e assim por diante.
§ Estagio Pré – Operacional
• A criança ainda não domina as operações mentais;
• O primeiro passo na passagem da ação para o pensamento é a
internalização da ação, realizar uma ação mentalmente em vez de
fisicamente;
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• O primeiro tipo de pensamento que é separado da ação envolve os
esquemas de ação de símbolos (palavras, gestos, sinais, imagens, entre
outros), esta é uma importante aquisição deste estagio. A capacidade
de trabalhar com símbolos ou palavras no lugar do objeto concreto é
denominada função semiótica;
• Rápido desenvolvimento da linguagem;
• Distingue a fantasia do real, podendo dramatizar a fantasia sem que
acredite nela;
• É muito difícil para criança pensar “de trás para frente”, ou imaginar
como reverter os passos de uma tarefa;
• É também o período em que o individuo “da alma” (animismo) aos
objetos;
• Compreensão da conservação de matéria é ainda um processo abstrato
para as crianças neste estagio;
• As crianças deste estágio são egocêntricas, elas não conseguem ter
outro referencial sem serem elas próprias.
ü Estágio Operacional Concreto
• Reconhecimento da estabilidade lógica do mundo físico;
• A percepção de que os elementos podem mudar ou serem
transformados;
• Conservar muitas de suas características originais além de
compreenderem que tais mudanças podem ser revertidas;
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• Capacidade de um aluno resolver problemas de conservação depende
de compreensão de três elementos básicos do raciocínio: identidade,
compensação e reversibilidade.
ü Operações Formais
• Começa no inicio da adolescência;
• Capaz de raciocínio científico e de lógica formal e pode aceitar a forma
de um argumento, embora deixe de lado seu conteúdo concreto, de
onde se origina o termo “operações formais”;
• A criatividade torna-se mais madura em relação aos demais estágios.
Este estágio corresponde ao nível de pensamento hipotético – dedutivo
ou lógico – matemático;
• A maioria dos alunos pode ser capaz de usar o pensamento operacional
formal em apenas algumas áreas nas quais eles tenham mais
experiência ou interesse.
Piaget (1971) também estudou os níveis de desenvolvimento moral, que
são divididos em: Anomia, Heteronomia e Autonomia.
• Anomia – até 4 ou 5 anos, a criança desconhece regras, agindo de
forma mais ou menos inconsciente. Não seguem regras coletivas.
Interessa-se por brincadeiras para satisfação pessoal, e não para
participarem de jogos coletivos. As ordens e proibições não são
21
compreendidas, são consideradas imutáveis, e pos isso, obedecidas de
modo meramente mecânico. Ainda não é capaz de julgar atos, pois
desconhece as intenções e conseqüências, na maior parte das vezes.
Características compatíveis com o período intelectual do egocentrismo
infantil; incapacidade de distinguir entre o próprio ponto de vista e o dos
outros.
• Heteronomia - entre 5/10 anos, já considera deveres e valores, mas
pensa neles como imposto de modo coercitivos. Vem de fora e, portanto
não são elaborados pela consciência. Surge o interesse por jogos
coletivos e com regras, mas a percepção das normas é tida como
imposições externas e autoritárias que devem se cumpridas ao pé da
letra, sem flexibilizar conforme o caso. Não entendem que regras são
passíveis de serem “contratadas” pelos jogadores, mas sim impostas.
Demonstram respeito pelas origens (apesar de não compreender), mas
ao mesmo tempo introduz sem consulta prévia algo que possa lhe
favorecer. Acha normal afirmar que no final da partida “Todo mundo
ganhou”. A criança nesta fase ainda não assimilou que a existência de
regras é necessária para regular e harmonizar ações de grupo, por isso
não questionam as origens e entendem serem imutáveis.
• Autonomia - entre 8/10 anos, a criança já está em fase de transição
rumo à autonomia moral. Embora ainda perceba normas como impostas
de fora, já não manifesta uma obediência rígida às regras e proibições,
considerando situações específicas de modo mais flexível. A autonomia
só é alcançada a partir dos 10 anos, onde os deveres são cumpridos se
forem percebidos como necessários e significativos, e este
compromisso pode ser ponderado diante das situações, pois as leis têm
sua origem reconhecida, o consenso social. Assim, tem concepção
adulta de jogos e regras. Seguem e entendem que o respeito às
22
mesmas é fruto de acordos feitos entre partes. Considera-se apto a criar
novas regras para apreciação do grupo.
Também temos contribuições de Jean Le Bouch, utilizando meios práticos
para utilizar o movimento como uma das bases fundamentais da educação
global da criança, visando contribuições as fases do desenvolvimento
psicomotor, que ira influenciar na evolução da personalidade e na vida escolar.
A interiorização do corpo é um fator importante para a tomada de
consciência de seu esquema corporal porque possibilita a automatização das
primeiras aquisições motoras. Este permite uma representação mental do seu
corpo, dos objetos e do mundo que vive. Le Bouch divide o desenvolvimento
psicomotor em três etapas: Corpo Sentido – Vivido (0 – 3 anos); Corpo –
Percebido ou Descoberto (3 – 7 anos); Corpo – Representado ou Operatório (7
– 12 anos).
♦ Corpo Sentido – Vivido
Corresponde a fase da inteligência sensória – motora de Piaget. A
criança não tem consciência do “eu” e se confundi no ambiente em que vive.
Enquanto cresce existe o amadurecimento do sistema nervoso central e assim
ampliando suas experiências e conseguindo diferenciar de seu meio.
Reconhece a “imagem materna” descobre nela a satisfação de suas
necessidades. Descobre a diversidade de pessoas em seio meio, chamado de
processo de identificação, permitindo sentir em seu corpo a atitude de outras
pessoas, vivendo assim corporalmente suas emoções.
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♦ Corpo – Percebido ou Descoberto
Corresponde à organização do esquema corporal devido á maturação
da “função de interiorização”, aquisição esta de suma importância porque
auxilia a criança a desenvolver uma percepção centrada em seu próprio corpo,
como a possibilidade de deslocar sua atenção do meio ambiente para seu
corpo próprio a fim de levar á tomada da consciência.
A interiorização permite a passagem do ajustamento espontâneo da 1ª
fase para um ajustamento controlado, que por sua vez propicia um maior
domínio do corpo, culminando numa maior dissociação dos movimentos
voluntários. Ocorre o aperfeiçoamento e refinamento dos movimentos levando
a uma maior coordenação dentro de um espaço e tempo determinado.
Ela percebe as tomadas de posições e associa seu corpo aos objetos da vida
cotidiana. Graças à 1ª fase de descoberta e experiências ela chega a
representação mental dos elementos do espaço.
Há a descoberta da dominância lateral e com ela seu eixo corporal.
Passa a ver seu corpo como um ponto de referência para se situar e situar os
objetos em seu espaço e tempo. Este é o primeiro passo para que mais tarde
possa chegar á estruturação espaço – temporal.
Assimila conceitos como embaixo, acima, direita, esquerda, noções
temporais como intervalos de tempo, de ordem e sucessão, isto é, o que vem
antes, depois, primeiro, ultimo.
No final desta fase o nível do comportamento motor bem como o nível
intelectual onde caracterizado como pré – operatório, porque esta submetida á
percepção num espaço em parte representado, mas ainda centralizado sobre o
próprio corpo.
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♦ Corpo Representado ou Operatório
Exerce funções do seu corpo sobre o mundo e si mesmo. Precisa de um
referencial, sendo uma imagem reprodutora em relação visual e cinestésica.
Com a evolução cognitiva modificara de imagem “reprodutora” para
“antecipadora”, ajustando também suas ações motoras.
Estabelece relação entre as partes e o todo. Organização do “ego”,
fazendo uma ligando entre a realidade e a consciência, aceitação de regras,
representação mental dos eixos (alto, baixo, direita, esquerda).
1.2 Aquisição de habilidades psicomotoras
Segundo Velasco (1996, p.21), o desenvolvimento psicomotor se
processa de acordo com a maturação do sistema nervoso capacitando
organismo a responder aos estímulos de uma maneira mais ordenada e
permitido maior elaboração dos atos motores voluntários. A maturação do
sistema nervoso, para o desenvolvimento, refere-se ao processo de
mielinização.
O desenvolvimento psicomotor obedece á estruturação de três
condutas: condutas motoras de bases, condutas neuro - motoras e condutas
perceptivos motoras.
25
1.2.1 Condutas motoras de base
- Equilíbrio: capacidade para assumir e sustentar qualquer posição do
corpo contra lei da gravidade. Essa conduta motora começa a ser elaborada
quando a criança muda à posição corporal da horizontal para vertical, isto é, da
quadrupedia para posição de bípede do andar. Para que ele se estruture é
necessário que o tônus muscular e a parte afetiva e mental da criança estejam
adequados. Nas brincadeiras mais informais há a estimulação para o equilíbrio.
- Coordenação dinâmica global: a maturação motora e neurológica da
criança concretiza esta conduta. Há um refinamento das sensações e
percepções: visual, auditiva, cinestésica, tátil e proprioceptiva. Isto ocorre
devido á grande solicitação motora e muscular que as atividades infantis
requerem.
- Respiração consciente: é uma das condutas mais importantes. A
criança tem toda uma pulsão vital, que as energiza motoramente, daí a
agitação da criança. Quando adulto, as posturas corporais inadequadas e as
tensões emocionais modificam a mecânica do processo respiratório, gerando
um desgaste energético e o não atendimento das necessidades orgânicas.
Coordenação motora fina: essa conduta abrangente três aspectos: a
coordenação viso motora – as atividades lúdicas estimulam a criança nesse
aspecto à medida que ao visualizar objetos ou pessoas realizam as ações de
interação; a coordenação motora fina – as atividades exigem movimentos de
preensão e pinça por interagir com objetos pequenos, quebra – cabeça, jogos
de encaixe; e a coordenação músculo facial – é a aquela que todo o momento
a criança esta utilizando, demonstrando em suas expressões faciais o que lhe
agrada ou desagrada.
26
1.2.2 Condutas neuro-motoras
- Esquema corporal: é a consciência do próprio corpo, de suas partes,
das suas posturas e atitudes, tanto em repouso como em movimento. Para
desenvolver esta conduta é preciso três sistemas: interoceptivo – o que nos
chega, proprioceptivo – o que vem de nós, e o exteroceptivo – o que sai de
nós. O brincar é de grande importância para essa conduta, pois é na interação
informal de grandes relações com o meio, com os objetivos e as pessoas, que
a criança reconhece as partes de seu corpo.
- Controle psicomotor: para ocorrer esse controle é necessária a
maturação orgânica e neurológica alem da integração motora da criança em
relação ao meio ambiente. Nesta conduta podem ocorrer duas manifestações:
paratonias – bloqueios generalizados, de origem emocional na maioria das
vezes e sincinesias – que dependem de uma conscientização para a correção
dessas posturas repetitivas ou tensionadas.
- Lateralidade: é a propensão que o ser humano possui de utilizar
preferencialmente mais um lado do corpo do que o outro em três níveis: mão,
olho e pé.
Isto significa que existe um predomínio motor, ou melhor, uma dominância de
um dos lados. O lado dominante apresenta maior força muscular, mais
precisão e mais rapidez. É ele que inicia e executa a ação principal. O outro
lado auxilia a ação e é igualmente importante. Durante o crescimento, se
define uma dominância lateral na criança, será mais forte, mais ágil do lado
direito ou do lado esquerdo. Essa lateralidade corresponde a dados
27
neurológicos e as influencias sofridas por certos hábitos sociais. O brincar
oferece a possibilidade de experimentação global do corpo da criança. Com
isso, ela, mas livre e espontaneamente fará opção lateral de atuação. A
definição ocorre entre seis a sete anos, mas não significa que ela deixe de
utilizar o outro lado. A criança precisa experimentar os dois lados sem
interferências. Ela precisa se descobrir. Não devemos direcioná-la. Ela poderá
ser:
• Destra (lado direito) três níveis – olho/ mão/ pé.
• Canhota (lado esquerdo) três níveis – olho/ mão/ pé.
• Ambidestra (lado esquerdo e direito).
• Lateralidade cruzada (tudo desencontrado).
1.2.3 Condutas perceptivo - motoras
- Orientação corporal: essa conduta acontece com a maturação
orgânica e neurológica. O mundo exterior é a via de acesso à identificação e
interpretação das impressões sensoriais. Estão envolvidos a memória, a
concentração, o tônus e a dissociação de movimentos na aprendizagem
progressiva do domínio corporal.
- Orientação espacial: é através do movimento do objeto e do próprio
corpo que a criança descobre o espaço. Estar dentro/fora, em cima/ em baixo,
de um lado ou de outro vai fazer com ela dimensione e descubra o espaço que
acerca.
28
- Orientação temporal: é pelo ritmo das ações e dos movimentos que a
criança adquire a noção temporal necessária para conviver com antes e o
depois, com passado, presente e futuro.
“O desenvolvimento motor é um processo continuo do nascimento até a
morte (Borges, 1987, p.37)”. O desenvolvimento da criança apresenta alguns
padrões consistentes, definidos em função de princípios gerais: maturação -
modificações físicas e comportamentais; desenvolvimento céfalo- caudal – da
cabeça aos pés; desenvolvimento próximo distal – eixo central para periferia;
desenvolvimento individual – herança única, ritmo próprio; e prontidão –
depende de influencias ambientais, as mudanças ocorrem se a criança estiver
madura, pronta; desenvolvimento filogenético – mudança automática
maturação, e desenvolvimento ontogênico – mudanças adquiridas com a
aprendizagem, meio ambiente.
O processo de desenvolvimento motor revela-se através das mudanças
do comportamento motor. Sendo o movimento um meio de verificar o processo
do desenvolvimento motor, é necessário conhecer as fases e seus estágios
que são: fase dos movimentos reflexos, fase dos movimentos rudimentares e
fase dos movimentos fundamentais.
v Fase dos movimentos reflexos: movimentos do feto são involuntários
e formam a base para as fases seguintes. Possui dois estágios:
1º Codificação de informações: colhe informações, busca alimentos e proteção
através do movimento.
29
2º Decodificação de informações: substitui a atividade sensório - motora pelo
comportamento perceptivo motor.
v Fase dos movimentos rudimentares: forma básica dos movimentos
voluntários que são solicitados para a vida. Está dividida em dois
estágios:
1º Estágio de inibição reflexa: reflexos primitivos e posturais são substituídos
pelo comportamento motor voluntário.
2º Estágio pré-controle: a criança ganha precisão e controle de seus
movimentos
v Fase dos movimentos fundamentais: da fase dos movimentos
rudimentares, no qual as crianças estão envolvidas, ativamente, na
experimentação e exploração de suas capacidades motoras. Esta fase
de suas capacidades motoras. Esta fase se divide em três estágios:
1º Estágio inicial: uso restrito do corpo, coordenação e fluidez rítmica
insuficientes.
2ºEstágio elementar: padrão de movimento restrito ou exagerado, ainda que
melhor coordenado.
30
3ºEstágio maduro: caracterizado pela eficiência mecânica.
A aquisição dos padrões fundamentais do movimento como andar,
correr, saltar, arremessar, chutar, rebater e quicar, é vital importância para o
domínio das habilidades motoras. A educação física adquire um papel
importante à medida que ela pode estruturar o ambiente adequado para a
criança, oferecendo experiências, resultando numa grande auxiliar e promotora
de desenvolvimento.
Embora os padrões fundamentais de movimento sejam de grande
importância para o ser humano, ele não nasce com o domínio sobre eles. A
fase que se estende do nascimento até mais ou menos os eis anos de idade
corresponde a um período de aquisição e, após os seis anos, a um
refinamento e combinações desses padrões.
Henri Wallon (1942) não pensa o desenvolvimento da criança de forma
linear, ele aponta para um desenvolvimento marcado por rupturas,
descontinuidades, não é visto como apenas um adicionar de fases. A
passagem de um estágio para o outro se da através de uma reformulação da
criança, e não uma superação de um estágio sobre o outro. Segundo ele, no
primeiro ano de vida a criança se encontra no estágio impulsivo-emocional.
Neste as primeiras experiências lúdicas das crianças se processam através do
movimento corporal, ela estabelece contato com o mundo através da emoção
e do seu corpo, com movimentos de seus segmentos corporais e o contato
destes com objetos e sujeitos que estão ao seu alcance, ate o surgimento da
linguagem falada.
Seu primeiro contato objeto de contato para as suas atividades lúdicas é
o corpo da mãe e do pai, com estes a criança vai estabelecendo relações
afetivas e paulatinamente descobrindo que seu corpo diferencia-se do outro.
Outro estágio proposto pelo autor anteriormente citado foi o denominado
sensório motor e projetivo. Este vai ate o terceiro ano de vida
31
aproximadamente, e aqui a criança volta-se para a exploração sensório-motora
do mundo físico, com a busca por conhecer o mundo que a rodeia. Outro ponto
fundamental deste estágio é o surgimento da função simbólica e da linguagem.
O último estágio, dentro da faixa etária que mais nos interessa, ocorre
por volta dos três anos e segue ate aproximadamente os seis anos de idade.
Trata-se do estagio personalístico. Neste período a criança passa a dominar a
linguagem, e surge com mais freqüência o emprego do pronome “eu”. Surgem
também às crises de identidade, os conflitos interpessoais. A criança briga
coma outra na tentativa de possuir um objetivo, sendo que o que lhe é
realmente desejado é assegurar a posse de sua própria personalidade. Estes
momentos de “brigas” são essenciais para a criança na sua diferenciação do
outro, na conquista de sua identidade.
Pode-se dizer que o ato motor é essencial no processo de
desenvolvimento das estruturas mentais da criança. Com isso, entende-se a
necessidade de cada vez mais oferecer à criança atividades onde ela
experimenta todas as formas de movimento.
32
CAPITULO II
LUDICIDADE: Um instrumento de motivação
“... o lúdico e a educação/ou terapia devem estar vinculados.
Brincando por meio do corpo o individuo integra a ação, o
intelecto e a sensibilidade, conhecendo e descobrindo o mundo
que o rodeia, construindo o futuro” (Porto, in Bueno, p. 96,
1998).
2.1 Conceito de lúdico
O lúdico origina na palavra latina “ludus”, e do ponto de vista
etimológico, quer dizer jogo. Esta concepção estaria se referindo apenas ao
ato de jogar, de brincar e ao movimento espontâneo.
O lúdico, segundo Feijó (p.61, 1992) supera esse conceito,
considerando o lúdico como necessidade básica da personalidade, do corpo e
da mente, inserido nas atividades cotidianas do ser humano.
Já Huizinga citado por Bregolato (2005) afirma que o lúdico “abrange
tanto os jogos infantis como a recreação, as competições, as representações
litúrgicas e teatrais e o jogo de azar (p.73)”.
O lúdico é um instrumento que permite a inserção da criança na cultura
e através do qual se podem permear suas vivencias internas com realidade
externa.
O lúdico em meio aquático por brincadeiras e jogos permite ao aluno a
possibilidade de trazer suas experiências vividas anteriormente e, assim,
abrindo outras oportunidades de expressão e sensibilização.
33
A espontaneidade infantil é o principal ingrediente para o brincar, a
liberdade conquistada pela criança durante a brincadeira lhe permite entrar em
um mundo de fantasia em que tudo é possível. O limite entre este mundo
fantasioso e a realidade é muito tênue e faz com que todo o cotidiano infantil
possa ser transformado em brincadeira, seja através de um simples objeto ou
apenas através da imaginação.
De acordo com Kotliarenco (1997/2002), o jogo pode estimular e
reforçar as situações familiares e comunitárias, assim como estimular as
competências cognitivas.
Para Brougère (1994), os brinquedos também possibilitam a
manipulação das imagens, das significações simbólicas, que constituem uma
parte da impregnação cultural à qual esta submetida.
Vygotsky (1989), o brinquedo desempenha varias funções no
desenvolvimento, como: preencher as diversas necessidades da criança,
permitir o envolvimento da criança num mundo ilusório, favorecer ação na
esfera cognitiva, fornecer um estagio de transição entre pensamento e objeto
real, possibilitar maior autocontrole da criança, uma vez que lida com conflitos
relacionados às regras sociais e sues próprios impulsos.
De acordo com Winnicott (1982), as crianças têm prazer em todas as
experiências de brincadeiras físicas e emocionais. Além disso, brincam
também para dominar angustias e controlar idéias ou impulsos que conduzem
a angustia. No espaço do brincar a criança comunica sentimentos, idéias,
fantasias, intercambiando o real e o imaginário.
O brincar é uma atividade culturalmente definida e representa uma
necessidade para o adequado desenvolvimento infantil.
O brincar é um momento de descontração e socialização. Descrito por
Velasco (1994) como um processo educativo, que contribui para o
desenvolvimento intelectual, emocional e corporal da criança. Possui outro
fator importante para o enriquecimento de suas vivencias, ambiente diferente
34
para realização de brincadeiras, que é o meio liquido, pois a água é o nosso
brinquedo. Velasco (1994) afirma que as brincadeiras aquáticas além de serem
lúdicas podem ter como objetivo de aprendizagem de todas as fases da
natação, de maneira informal e agradável, e de acordo com a faixa etária de
cada criança.
A brincadeira é uma experiência fundamental para o desenvolvimento
harmonioso do ser humano e que deve ser respeitada pelos adultos. Para
Aberastury (1972), se o adulto interfere e irrompe em sua atividade lúdica,
pode perturbar o andamento da experiência decisiva que a criança realiza ao
brincar. Assim, privar a criança do infinito universo lúdico existente na
brincadeira pode significar um enorme prejuízo em seu processo de
desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e psicomotor. Winnicott (1975)
parece partilhar da idéia de que a brincadeira é fundamental ao
desenvolvimento humano ao afirmar:
“É no brincar, e somente no brincar, que o indivíduo,
criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua
personalidade integral: e é somente sendo criativo que
o indivíduo descobre o seu eu (self)” (p.80).
O lúdico nas aulas de natação motiva a relação pedagógica,
subentendendo-se que nessa relação existe um adulto que pode se permitir
brincar com o aluno por meio da fantasia, da música, das histórias contadas,
das dramatizações e dos jogos cooperativos.
Desta forma, a criança pode ser influenciada a participar com o
professor quando a brincadeira detém certo aspecto de sedução e que nessa
brincadeira proposta exista espaço para criar, expressar fantasias, por meio do
35
faz-de-conta, num tempo que não tem hora. Sendo assim, a motivação é a
veia propulsora da criatividade, permitindo à criança a capacidade de criar e
imaginar.
Nas aulas de natação para crianças é fundamental que o professor
mergulhe na aventura dessa emoção em meio líquido, entrando na piscina e
participando com as crianças das brincadeiras.
2.2 As atividades lúdicas
Segundo Velasco (1994), é necessário que o aluno sinta prazer em
estar na água e descubra as boas sensações que ela irá proporcionar
motivando o mesmo para novas experiências.
A atividade lúdica pode ser considerada como toda e qualquer forma de
manifestação espontânea da criança, relacionada normalmente com a
capacidade de lhe gerar prazer. Tal atividade pertence ao mundo infantil, à
realidade imaginada, criada e recriada pela criança em seu momento de maior
felicidade. Segundo Winnicott (1975), as atividades lúdicas podem se
manifestar através de jogos, histórias, dramatizações, músicas e artes
plásticas.
A atividade lúdica está, então, diretamente relacionada com o cotidiano
da criança, com a realidade vivenciada por ela em seu dia – a - dia,
manifestando-se de várias formas distintas. O jogo é, portanto, uma importante
forma de manifestação da atividade lúdica. Entretanto, o ato de brincar não
está limitado ao jogo, mas ampliado pelas inúmeras possibilidades de
manifestações lúdicas possíveis graças à imaginação e criatividade infantil.
Rufo (2005) afirma que “a brincadeira é essencial para a criança, porque lhe
36
permite falar daquilo que ela não pode dizer com palavras, pôr em cena e
teatralizar suas emoções, seus pensamentos” (p.55). Ao brincar o sujeito tem a
oportunidade de expor tudo o que está sentindo, suas angústias, dúvidas,
alegrias e ainda obter a sensação de prazer.
As crianças são motivadas a participar de determinada brincadeira,
quando esta tem alguma relação com a experiência anteriormente vivida por
elas, ou quando se sentem na possibilidade de resolver seus conflitos em meio
líquido, como a exemplo do sentir medo quando o rosto está em contato com a
superfície da água. Se esse contato ocorrer por meio do lúdico, a brincadeira
parece minimizar o medo, desvelando emoções e sensações que esse contato
possa gerar, configurando-se num dos principais motivos da realização ou não
da brincadeira, conforme evidencia Brougère (1998).
O ensino da natação ou das atividades aquáticas apóia-se em conceitos
amplos que contemplam: a adaptação total ao meio liquido a partir da
percepção da ação da água sobre seu o seu corpo e da ação do corpo sobre a
água em diferentes posições e posturas, enfatizando-se a diversidade com
relação á utilização dos materiais, aos espaços e as profundidades do
ambiente aquático, bem como a interação entre outros alunos, mesmo que de
níveis de aprendizado diferentes(Burkhardt e Escobar, 1985; Freudenheim,
Gama e Carracedo,1995).
Benda (1999) discutiu a intervenção de jogos e brincadeiras na
aprendizagem da natação para ampliar as possibilidades de aprendizagem.
Defendeu que “o lúdico deverá estar presente em ambientes que envolvam a
aprendizagem, principalmente com crianças” (p.51). Contudo, reforçou que
depende do professor, de sua capacidade de relacionar o que será
relacionado de forma lúdica ao conteúdo disciplinar a alcançar, e da mesma
forma, abordou a responsabilidade sobre a relação do espaço e utilização de
brinquedos.
O brincar é uma característica inerente aos seres humanos. Sua
linguagem pode ser compreendida por todas as crianças e exige concentração
37
durante certa quantidade de tempo, que vai variar de acordo com a etapa de
desenvolvimento em que a criança se encontre. A fase de criança, considerada
da infância até a maturação sexual, respeitadas as características deste
processo em determinados períodos, se apresenta com rápidas evoluções e
interesses diversificados pelos brinquedos.
É interessante esclarecer a definição de alguns termos para melhor
compreensão do assunto. Para Friedmann (1996) e Volpato (1999), a
brincadeira refere-se ao comportamento espontâneo ao realizar uma atividade
das mais diversas. O jogo é uma brincadeira que envolve certas regras,
estipuladas pelos próprios participantes. O brinquedo é identificado como o
objeto de brincadeira. A atividade lúdica compreende todos os conceitos
anteriores.
O brinquedo é um reflexo dos padrões culturais em diferentes
momentos sócio-econômicos e, como diz Sutton-Smith em Friedmann (1996,
p.18), "a interpretação do significado do brinquedo não pode ser compreendido
sem fazer referência aos contextos nos quais ele é encontrado". Para
Kishimoto (1990), aos poucos o jogo volta a fazer parte do cotidiano da
educação e até concebe-se o jogo, a brincadeira, como conduta livre que
favorece o desenvolvimento da inteligência e facilita o estudo. Daí a
diversidade dos brinquedos, principalmente na atual era tecnológica,
resgatando inclusive valores antigos como os bonecos, representantes do
bem, que devem possuir formas e cores harmoniosas, enquanto que os
representantes do mal são disformes e com cores escuras.
2.3 O lúdico como recurso pedagógico
Observamos que a ludicidade como uma via valida no processo ensino -
aprendizagem em qualquer tipo de aula. Tanto no meio terrestre quanto no
38
meio liquido. Segundo Pinto, “não há aprendizado sem atividade intelectual e
sem prazer” (p.336, 1997).
A motivação através da ludicidade pode ser utilizada como estratégia
pedagógica, visando alcançar o pleno desempenho de uma determinada
tarefa. Em contrapartida, a falta de motivação poderia acarretar aumento de
tensão emocional, problemas disciplinares, fadiga e dificuldade de
aprendizagem.
Nunes (in Ferreira et al., 2002), utilizando a piscina como espaço de
trabalho, afirma que a metodologia é pautada nas inúmeras relações
estabelecidas no contexto da aula, e são propostas diversas atividades de
forma lúdica, enfatizando um determinado aspecto psicomotor. Tendo como
mediador das relações, o próprio professor.
Estudiosos que têm como área de interesse as atividades realizadas em
meio líquido, viabilizam propostas mais motivadoras e criativas dentro desse
meio, como é o caso da inserção do elemento lúdico nas aulas de natação,
tanto para crianças como para adultos, a exemplo de Freire (2004), Pereira
(2001), Allen (1999) e Klar; Miranda Jr. (2001), que optam por uma abordagem
do lúdico como filosofia pedagógica, presente na fluidez das brincadeiras,
gerando manifestações positivas que privilegiem a criatividade, a
espontaneidade, o prazer, a afetividade, entre outros, trazendo uma
característica diferente e particular em cada aula ministrada.
Dentro dessa perspectiva de visualizar a vivência lúdica como filosofia
pedagógica dentro do trabalho em atividades aquáticas, urge a necessidade de
atentar para que o elemento lúdico não seja inserido de maneira funcionalista,
ou seja, que ele não perca sua identidade ao ser utilizado como estratégia no
processo pedagógico.
Torna-se necessário enfatizar que o lúdico alcança objetivos, mas não
se presta a atingir um objetivo em específico a priori e sim é possível com sua
39
inserção alcançar aprendizagens essenciais com sua vivência, sem contudo,
possuir finalidade imediata. (BROUGÈRE, 1998).
Mesmo com todo esse respaldo em relação à abordagem do elemento
lúdico, muitas vezes, ele é inserido nas atividades aquáticas somente como
facilitador da aprendizagem, como um meio para alcançar determinado
objetivo dentro do processo ensino-aprendizagem dos nados, esquecendo-se
do valor que o lúdico tem para o desenvolvimento global do ser humano.
Refletindo sobre a inserção do elemento lúdico nas aulas de natação,
um grande obstáculo se instaura na prática das atividades aquáticas, as quais
são, normalmente, desenvolvidas em clubes recreativos, academias e escolas
de natação, pois com o objetivo emergente de atender as expectativas dos
alunos, dos pais, de professores e da instituição, se preocupam em ensinar a
nadar os estilos da natação, seguindo uma estratégia metodológica, mas nem
sempre tendo o lúdico como norteador do programa. (Freire, 2004).
O lúdico na relação pedagógica em meio líquido alcança uma dimensão
humana que vai além do simples entretenimento ou como recompensa por
cumprimento de tarefas durante as aulas de natação, ele possibilita desvelar
emoções e sensações, assim como aspectos relacionados à afetividade.
Nesta dimensão mais ampla em que se encontra a expressão lúdica,
não há de se negar seu potencial motivador na educação, existindo, segundo
Winterstein (1995), um influenciador (professor) e um influenciado (aluno),
estabelecendo uma relação na qual ser privilegia essa influência como forma
de participação ativa do professor junto ao aluno, por meio da permissão do
brincar em meio líquido, construindo laços afetivos entre eles e uma
relacionamento bilateral, onde tanto o aluno como o professor aprendem nessa
construção do saber.
As obras de Freud, Piaget e Wallon são consideradas de grande
importância no estudo evolutivo das etapas de desenvolvimento infantil,
sobretudo nos aspectos ligados aos estudos específicos da psicomotricidade.
40
Heranças de Freud
Freud compreendeu que o brinquedo é o caminho real para o
inconsciente da criança, assim como o sonho é o caminho real para o
inconsciente do adulto. Ou seja, a experiência do brincar tem seu lado interno;
que se expressa no externo. A meta de Freud, como sabemos, foi desvendar e
compreender as operações do inconsciente através de suas manifestações
externas.
A partir daí, o próprio Freud e seus discípulos próximos e distantes, tais
como Ana Freud (filha de Freud), Melanie Klein, Bruno Bettelheim, D.W.
Winnicott, Arminda Aberastury, André Lapierre e tantos outros produziram
diversas compreensões psicanalíticas e possibilidades de usos das atividades
lúdicas. No caso, nos interessa imediatamente, a questão dos
brinquedos, como caminho real para o inconsciente da criança. Nesse
contexto, a prática das atividades lúdicas pelas crianças, de um lado, revela
como elas estão, a partir de suas histórias pessoais, assim como revela o que
sentem sobre o seu presente cotidiano, seus medos, seus não-entendimentos
do que está ocorrendo, o que está incomodando, porém, de outro lado, essa
prática revela, também, a construção do futuro. Muitas atividades lúdicas das
crianças são de imitação do adulto, outras não imitam, mas constroem modos
de ser. Meio pelo quais as crianças estão, por uma parte, tentando
compreender o que os adultos fazem, e, de outra, experimentar as
possibilidades de sua própria vida, o que quer dizer que, através das atividades
lúdicas, estão construindo e fortalecendo o seu modo de ser, a sua identidade.
Mas, o ato de brincar não só é revelador do inconsciente, ele
também é catártico, ou seja, ele é libertador. Enquanto a criança brinca, ela, ao
mesmo tempo, expressa e libera os conteúdos do inconsciente, procurando a
restauração de suas possibilidades de vida saudável, livre dos bloqueios
impeditivos. E, por vezes, os bloqueios já estão tão fixados, que eles impedem
a criança até mesmo de brincar; fato este que estará nos sinalizando para uma
atenção mais cuidadosa para esta criança. Por outro
lado, as atividades lúdicas, por serem atividades na visão de Bruno Bettelheim,
41
e eu pessoalmente concordo plenamente com ele, são instrumentos da criação
da identidade pessoal, na medida em que elas, nessa perspectiva,
estabelecem uma ponte entre a realidade interior e a realidade exterior. Esse é
o lado construtivo das atividades lúdicas. Pelas atividades em geral e pelas
atividades lúdicas em específico, a criança aproxima-se da realidade, criando a
sua identidade. O princípio do prazer equilibra-se com o princípio da realidade,
na criança, através das atividades lúdicas. Elas são o meio pela qual as
crianças fazem o trânsito do mundo subjetivo simbiótico com a mãe para o
mundo objetivo da lei do pai, criando o seu modo pessoal de ser e estar no
mundo, criando sua identidade pessoal; ou se quiser, sua individualidade.
Assim sendo, o brincar, para as crianças, não será só o caminho real para o
inconsciente doloroso, mas também para a construção interna da identidade e
da individualidade de si mesmo.
Heranças de Piaget
Em Piaget, os jogos são compreendidos como recursos fundamentais
dos quais o ser humano lança mão em seu processo de desenvolvimento,
possibilitando a organização de sua cognição e seu afeto, portanto a
organização do seu mundo interior na sua relação com o mundo exterior.
Entre o nascimento e os dois anos de idade, período em que Piaget
situa a fase sensório-motora do desenvolvimento, dão-se os jogos de
exercício, que são atividades funcionais, que tem sua origem na capacidade
reflexa com a qual o ser humano nasce. São propriamente todas as atividades
que a criança realiza para tomar posse de si mesma na sua relação com o
mundo; mexer os braços, pernas, emitir sons, pegar, agarrar, puxar, empurrar,
rolar, se arrastar, engatinhar, levar objetos na boca, imitar,... Até os dois anos
de idade predominam esses jogos na atividade da criança, que, segundo
Piaget, é o período de nossas vidas onde predomina a acomodação, em
função do fato que a criança predominantemente imita o que os outros fazem,
especialmente os adultos; ou seja, ela está mais voltada para apreender o
42
mundo exterior. A seguir, aproximadamente, entre os dois e os seis anos de
idade, a criança dedicar-se-á aos jogos simbólicos; é a fase que o autor
denomina de pré-operatória. Nesse período, dão-se os jogos simbólicos, onde
predomina a assimilação. São os jogos da fantasia, período em que as
crianças gostam muito de brincar de “faz de conta”. O mundo exterior, então, é
permanentemente “assemelhado” ao mundo interior. Não importa, assim, a
realidade como ela é; o que importa é o que ela pode parecer que é. Um lápis,
que, na realidade, é um lápis, pode ser muitas coisas na fantasia: um cavalo,
um ônibus, um carro, um avião, um barco, ou simplesmente um objeto para ser
mastigado,... É também nesse período que as crianças gostam muito das
estórias, dos contos de fada, das estórias imaginadas; mas, também,
constroem suas próprias estórias. Criam e recriam personagens e estórias.
Esse é o período em que Piaget diz que predominam os jogos simbólicos.
Os jogos de regras vão predominar a partir dos seis/sete anos de idade
para frente, período denominado, inicialmente de operatório concreto (sete aos
doze anos) e, depois, de operatório formal (a partir aproximadamente dos doze
anos). É o período da aproximação e da posse da realidade. Em torno dos
cinco, seis e sete anos, a criança vai se aproximando mais da realidade, onde
se defronta não mais com as fantasias, mas sim, com os próprios dados do
mundo real, o que implica em regras reais que dão forma ao mundo.
Nessa seqüência de possibilidades de jogar, exercício, simbólico e de
regras, a aquisição das habilidades menos complexas servirão de base para as
que exigem elementos mais complexos para o agir. Assim, quem só possui a
capacidade para praticar os jogos de exercício, por si, não terá condições de
praticar os outros tipos de jogos, que exigem estruturas mentais e lógicas mais
desenvolvidas e complexas. Todavia, aquele que já chegou ao estágio dos
jogos simbólicos poderá, perfeitamente, praticar os jogos do estágio anterior
(os jogos de exercício). O mesmo ocorrendo com as outras etapas do
desenvolvimento e seus respectivos jogos. Isso que dizer que quem pode o
menos não pode o mais; porém, quem pode o mais, pode o menos também.
43
Heranças de Wallon
Wallon, dentro de um campo da motricidade, é conhecido mundialmente
como psicólogo da motricidade, da emoção e do caráter, portador de uma
sólida formação humana, medica e psicóloga. Em seus estudos, conseguiu
projetar uma linha de investigação verdadeiramente notável, adotando uma
abordagem teórica para o estudo do movimento dentro de uma convergência
entre biologia e a ciência do comportamento.
Sua obra assinala a importância da motricidade na emergência da
consciência, sublinhando a constante reciprocidade dos aspectos cinéticos e
tônicos da motricidade bem como as interações entre as atitudes, os
movimentos, a sensibilidade e acomodação perceptiva e mental no decurso do
desenvolvimento da criança.
O caráter emotivo da relação tônico – emocional foi levado por Wallon,
traduzindo-a como uma simbiose afetiva, que surge posteriormente á simbiose
fisiológica existente na relação mãe-filho e que é responsável pelos
comportamentos de choro e sorriso e dos sinais de contentamento, que
constituem os primeiros investimentos da relação afetiva entre a criança e os
que a envolvem.
A partir desta relação, segundo o autor, geram-se os processos de
imitação, como fatores contaminastes que se subdividem no comportamento
de fusão - alienação ao objeto e desdobramento do ato - executado e do
modelo. A diferenciação do EU e do OUTRO é à base da afirmação verdadeira
do Eu. A imitação do outro é uma impregnação postural onde jogam
importância os fatores tônicos e corporais. A utilização do corpo e a
conseqüência vivencia tônica garantem a projeção do EU para alem da
superfície corporal.
Existe, portanto, toda uma evolução tônica e corporal que constitui o
prelúdio da comunicação verbal, a que o autor chamou de dialogo tônico. O
44
dialogo tônico que ocupa grande importância na gênese psicomotora, tem
como instrumento operativo e relacional com o corpo.
Para o autor, a ação desempenha a papel fundamental de estruturação
cortical e esta na base da representação. Pode - se acrescentar que lê
conseguiu construir todo um corpo teórico sobre a motricidade, de alto
significado psicológico.
Foi dos primeiros a confirmar o seu interesse e a sua contribuição para
o desenvolvimento mental da criança. Toda a sua obra mostra claramente a
significação do movimento e as suas alterações ontogenéticas. Em cada um
dos estados de desenvolvimento, o movimento assume uma importância cada
vez maior.
Os primeiros gestos úteis são a expressão, desenvolvidos na criança
para tomar objetos indispensáveis ao seu bem – estar.
Tal expressão motora encontra-se profundamente ligada à esfera
afetiva, por ser o escape das emoções vividas. A forma de expressão emotiva
é o elemento projetante da formulação da consciência que, embora confusa e
global, inicia a estruturação das significações.
A psicologia de Wallon insere-se na psicologia social de Politzer. Para
este autor, o homem não é totalmente explicável pela psicologia, na medida
em que o seu comportamento e as suas atitudes têm por condição essencial a
sociedade e tudo o que ela comporta. Wallon denomina este segundo período
estado tônico – emocional. A relação com meio ambiente dá ao
comportamento da criança um estilo particular.
Wallon sublinha diferentes níveis de atividade sensoriomotora. Na
primeira fase, puramente subjetiva, a mão chega ao campo visual, retém o
olhar e este segue – a em todos os seus deslocamentos. A visão começa
progressivamente a guiar a mão e esta elabora os primeiros contatos com os
objetivos do seu meio ambiente. A mão torna-se um órgão cortical e pelas
suas possibilidades sensitivas toma - se um órgão analisador.
45
A mão, segundo o autor, é um aparelho tátil, altamente elaborado, que
vem a ser acompanhado uniformemente por uma inteligência superior.
O aspecto evolutivo, intelectualizado e práxico da motricidade
continuarão a desenvolver – se a partir de três anos. Há como que um
aperfeiçoamento contínuo das aprendizagens e uma revolução no domínio da
maturação. O movimento como meio de expressão fornece o aspecto cinético
da imagem de si, projeção no mundo dos homens uma nova dimensão de vida.
Evoca que neste período se instalam os gestos precursores da
preensão fina. Dentre eles destaca-se os gestos de jubilo e de impaciência.
Estes gestos no começo são pouco diferenciados; numa primeira fase, os
objetos são manipulados globalmente com asa duas mãos. A este preensão
(ato de agarrar, segurar ou apanhar), segue-se de mão a mão, fixando a
preensão unilateral, de grande importância para a definição do hemisfério
piloto. Chamou esta preensão de palpação estrutural, onde a atividade de uma
mão é completamente pela outra, uma toma “as iniciativas” e a outra tem sua
flinção “auxiliar”.
Considera este autor que a realidade não é ainda totalmente acessível;
é exclusivamente relacionada com a atividade de origem subjetiva e com poder
essencialmente pratico. E o sistema pelo qual se opera o contato com as
coisas que prevalece sobre o das associações entre imagens e símbolos.
Resulta daqui uma figuração motriz que, destacando-se da ação propriamente
dita, poderá cada vez mais tomar o aspecto de um simulacro; mas ainda esta
longe de ser uma representação pura.
Nesta fase, a criança tem uma grande necessidade de comunicar as
suas experiências através dos gestos; a maioria das vezes nada mais há
senão o gesto. O gesto é o refugio da sua inferior expressividade.
Wallon enfoca o fato de uma criança de três anos e meio se divertir
lavando o urso de pelúcia, apenas simulando ensabóa-lo. Executar o ato de
46
pegar o sabão, de pegar uma toalha, de o despir, friccionar e enxugar, sem
nada ter nas mãos, além do urso.
A imitação é uma forma de atividade que parece implicar, de uma
maneira incontestável, relações entre o movimento e a representação. A
criança esboça o movimento já em relação a algo exterior a si própria; os
movimentos deixam de responder imediatamente a uma necessidade
pulsional, para se ajustarem ás situações exteriores. A imitação depois de uma
simples repetição estabelece um sistema de ligações perceptivo - motoras e
projeta –se numa reação convergente.
A sensação e o prazer da autonomia, experimentados a partir dos três
anos, tem uma importância elevada na formação da autoconfiança da criança.
Ainda para este autor, é o movimento que, projetando no meio de uma
realidade humana, permite á criança uma atenuação de grupos musculares
onerosos (sinesias e paratonias), que proporcionarão uma progressiva
coordenação e uma melhor habilidade manual.
O movimento, segundo Wallon, não intervém só no
desenvolvimento psíquico e nas relações com o outro, mas também influencia
o comportamento habitual. É um fator importante do temperamento da pessoa
humana.
47
CAPITULO III
BENEFÍCIOS PSICOMOTORES DA NATAÇÃO
A criança é um ser dinâmico, cheio de indagações espontâneas e com
múltiplas habilidades físicas. Sua habilidade motora é utilizada para expansão
de seu desenvolvimento (BIJOU e BAER, 1980).
3.1 Estimulação psicomotora
Para Bee (1995), “a natação pode ser praticada desde o nascimento, e
através dela adquirir boa coordenação e desenvolver grandes funções, pois ela
exercita os grandes músculos fundamentais do tronco e membros”.
“A natação, pode ser considerada como uma das atividades que maiores
benefícios propiciam ao desenvolvimento corporal e também pela possibilidade
de ser praticada sem restrições, desde o nascimento. Parece a mais indicada
para a dinamização do potencial psicomotor da criança.” (LIMA, 2006).
Segundo Piaget, a criança utiliza movimento, e o pratica para aprender, antes
de conceitualizar um esquema ou modelo de pensamento no desenvolvimento
do intelecto (GOMES, 1987).
Para Wallon, o pensamento é como que projetado no exterior pelos
movimentos que o exprimem, e se ele não é expresso em gestos tanto como
palavras, ele não existe (GOMES, 1987).
48
A natação é uma atividade física que engloba varias finalidades, como
terapia, competição, lazer, utilizando a locomoção na água. Citando algumas
definições de autores tem DAMASCENO (1992), o qual define a natação como
“um desporto estruturado e regulamentado que busca obter registro de tempos
cada vez mais inferiores, por meio de um treinamento metódico, individualizado
e especializado”. Essa é a noção da natação de uma forma mais tradicional e
entendida pelo leigo que encara primeiramente o desporto natação e só
depois, quando se envolve com a pratica, percebe que na sua abrangência é
bem maior.
Para VELASCO (1994), “a água é o maior brinquedo existente na terra”.
Essa outra noção já tem uma visão mais holística da natação, considerando-a
uma forma de prazer para qualquer idade. LEWIN (citado por DAMASCENO,
1992) define e caracteriza a natação como sendo “um desporto que constitui
uma fonte de recreação, de alegria de viver e de saúde, para pessoas de todas
as idades”.
Acreditamos e defendemos que a natação, podendo-se substituir essa
palavra por atividades aquáticas, dependendo da forma vivenciada, pode ser
um importante canal de sociabilização e realizada com prazer, em que cada
individuo envolvido pode descobrir-se e aperfeiçoar sua personalidade, mesmo
no aspecto competitivo.
Segundo DECKERT (1983), “A natação é a relação, pura e simples, com a
água e com o próprio corpo”. Muitos autores afirmam que ela é o esporte mais
completo, em que se desenvolvem tanto as capacidades físicas, como
flexibilidade, força, resistência, quanto às orgânicas, como capacidades
respiratórias e cardiocirculatória.
Segundo FERREIRA (1986), natação é “... ação, exercício, arte ou esporte
de nadar. Sistema de locomoção dos animais que vivem na água (...)”
sustentar-se e mover-se sobre a água por impulso próprio, ou conservar-se ou
sustentar-se sobre a água, flutuar, boiar, sobrenadar.”.
49
Justificando-se utilizar a atividade aquática como meio de ação mais global
sobre a pessoa, podemos defini-la, conforme ESCOBAR & BURKHARDT
(1985), como a “utilização do movimento como meio para estimular o
desenvolvimento do homem de forma que lhe permita se conhecer e aceitar-
se, ajustando sua conduta as exigências do meio social”, de forma lúdica e
prazerosa.
A natação é um excelente esporte para iniciar a criança no seu
desenvolvimento psicomotor, sua decisiva participação na construção do
esquema corporal e seu papel integrador no processo de maturação. É com
esse propósito, que a natação infantil não se detém somente na aprendizagem
do nado, mas sim, contribuindo para ativar o processo evolutivo
psicomorfológico da criança, auxiliando o desenvolvimento de sua
psicomotricidade e reforçando o inicio de sua personalidade.
Ao tratarmos das aquisições psicomotoras a partir do movimento no meio
aquático faz-se referência à combinação dos aspectos cognitivos e motores na
construção de um processo de desenvolvimento equilibrado. Winnick (2004)
defende que “o atraso psicomotor representa uma grande desvantagem para a
criança, já que o movimento é uma base importante, a partir da qual as
crianças aprendem” (p.339). Assim, o desenvolvimento das funções
psicomotoras mostra-se relevante na aplicação e planejamento de toda e
qualquer atividade destinada a crianças.
As propriedades motivacionais que a água apresenta proporcionam um
estimulante ambiente de aprendizagem através do movimento corporal.
Segundo Winnick (2004) o reforço de valores cognitivos pode ser feito através
de jogos e atividades aquáticas que envolvam matemática, raciocínio lógico,
ortografia, leitura e outros inúmeros conceitos relevantes à aprendizagem na
escola e fora dela. Para Ferreira (2000) “as experiências motoras da criança
são decisivas na elaboração progressiva de estruturas que aos poucos dão
origem a formas superiores de raciocínio” (p. 45).
50
Além do aprendizado cognitivo, os poderes de atenção, concentração e
memória são estimulados na natação na medida em que durante o
aprendizado a criança procura compreender o movimento do seu próprio
corpo. Explorando várias formas de se movimentar e adaptando suas
limitações às propriedades da água o indivíduo entende um pouco mais sobre
suas próprias capacidades corporais e mentais. A utilização de estratégias de
ensino e metodologias adequadas pode estimular a capacidade cognitiva de
inúmeras maneiras, permitindo pequenas evoluções.
Winnick (2004) e de Freitas (2000) dão alguns exemplos de atividades
simples que poderiam estimular a capacidade cognitiva das crianças a partir do
movimento na água. Contar travessias de piscina, marcar tempo, realizar
tarefas com objetos de cores e formatos diferentes, utilizar-se de letras
flutuantes são algumas das inúmeras estratégias. No entanto, se a criança
mostra-se desajeitada para executar ou pouco inteligente para entender
atividades mais complexas, torna-se necessário transmitir as informações de
forma mais simples e / ou utilizar se de atividades repetitivas.
Diem (1971) apud Damaceno (1992) afirma que a pobreza de
movimentos ou a falta dele não só representa prejuízos físicos como também
impedem a evolução psíquica. Na concepção construtivista de Piaget as
estruturas mentais são construídas na interação da criança com o meio,
ocorrendo em cada etapa à construção de determinada estrutura. A interação
com o meio aquático, por sua vez, também pode estimular tal construção de
estruturas mentais em crianças com síndrome de Down, respeitando-se
sempre o ritmo de evolução diferenciado destas pessoas.
A motricidade terrestre é diferente da aquática, e aprender as atividades
propostas é organizar as sensações recebidas no meio liquido, a nível
neurológico e transferindo-as no desenvolvimento psicomotor aquático
(Velasco, 1997).
Considerando a psicomotricidade aquática como estimulação das
potencialidades do individuo utilizando a água como meio de ação mais global
51
por meio do movimento e da sua relação com o espaço, com o material, com o
outro e consigo mesmo (Mello, 1989).
A evolução da atividade aquática e a conquista de novos movimentos
passam por um processo bem especifico no meio liquido (Damasceno,1992).
Em primeiro lugar, a criança recebe sensações mais ou menos conscientes,
com a repetição se tornaram mais precisas, levando á tomada de consciência
da ação do movimento propriamente dito (Damasceno, 1992). Em seguida,
esses referenciais sensitivas proprioceptivas provocadas pelo movimento.
Posteriormente, com o ajuste do movimento, chega-se à consciência global do
mesmo, numa ação mais ritmada e harmoniosa (Mello, 1989).
Em relação às qualidades físicas psicomotoras, na coordenação
dinâmica global percebe-se que a locomoção na água traz algumas diferenças
e os movimentos globais são executados de forma intensa neste meio, com
possíveis desafios e dificuldades (entrada e saída da piscina, deslocamento
em pé, de gato, rastejando, saltos diversos, deslizes, imersões, flutuações) por
meio de uma proposta lúdica, com objetivo de atingir o prazer e a segurança
própria. (Bueno, 1998). Em relação ao tônus e a postura observa-se a ação do
empuxo associada à ação da gravidade, ocorre uma modificação importante
na regulação tônica de qualquer ato motor coordenado na posição estático,
além da atuação da densidade no corpo nos movimentos, com fases aéreas e
submerso. Atividades nos colchonetes dentro da água propiciam a
estimulação do sistema vestibular, com respostas neurolabirínticas ao ser
inclinada, e visão à manutenção da postura corporal em situação de
desequilíbrio (Velasco, 1970).
Relacionados ao equilíbrio, pois devido à diminuição do empuxo e,
conseqüentemente, da ação da gravidade, o individuo precisa adaptar-se aos
seus sistemas labiríntico e plantar, incluindo o tempo todo sobre o controle
tônico e sobre as sensações cinestésicas e proprioceptivas, atuam no sistema
vestibular é responsável pelo desenvolvimento das destrezas motoras,
combinando as posturas reflexas, estabelecendo movimentos coordenados de
52
visão, regulando o nível de movimento. O domínio do equilíbrio nas posições
estáticas e dinâmica completa o esquema corporal, atingindo o controle da
postura e das quedas. O equilíbrio aquático pode, subjetivamente, imprimir no
individuo as emoções do abandono das relações com o mundo sólido, com a
perda dos apoios plantares e com a marcha modificada devido à liberação da
ação gravitacional, alem da influencia do sistema límbico, responsável pelas
emoções em situações de desafio, insegurança, irritação e desmotivação
comprometendo o equilíbrio na água. As atividades podem ser saltos para
cima e para baixo segurando as mãos do colega ou saltar individualmente com
os braços e os pés ligeiramente afastados para auxiliar na estabilidade do
equilíbrio (Damasceno 1992).
No esquema corporal, a percepção do corpo ocorre uma redução da
massa corporal sobre as articulações, as quais acabam incidindo nos apoios
plantares e por conseqüência no equilíbrio dinâmico. Quando o corpo assume
a horizontalidade, além dos conteúdos de equilibração ocorre uma
readaptação da imagem corporal por meio de diferentes percepções táteis,
cinestésicas e proprioceptivas. Aliada a mudança de plano ocorre também uma
sobreposição imaginada da água e do corpo, onde formam um movimento só
até que o individuo se adapte neste meio, percebendo posições que trazem a
sensação de liberdade no meio liquido. Atividades de queda do corpo na água
e posterior recuperação de equilíbrio vertical e rotações nos planos transverso
e longitudinal propiciam um maior controle global do corpo (Velasco, 1997).
Noções espaços-temporais visam estruturar o movimento no espaço em
relação a sua distancia, velocidade, grandeza e intensidade, adquire-se estas
noções com a exploração do espaço aquático nos diversos níveis como:
submerso, na superfície, ascendentes e descendentes, nos deslocamentos
lineares, curvos, sinuosos e mistos nas noções de distantes e do aproximado,
do próximo e do longínquo, propiciando a concretização de condutas espaciais
universais como para fim, inicio dentro/fora, cima/baixo, frente/trás,
antes/depois, junto, igual, contrario, diferente, direita/esquerda,
53
horizontal/vertical, grande/pequeno, longe/perto, alto/baixo, largo/estreito,
grosso/fino, dentre outros (Gutierrez,2003).
A respiração no meio aéreo de domínio nasal é solicitada de forma
consciente e ativa, com o predomínio oral na inspiração e nasal e oral na
expiração, esta deve ser feita dentro da água, constituindo a fase mais longa.
Inicialmente, deve-se aprender a respiração isoladamente, sendo a forma
frontal a mais indicada, e só depois do domínio dos movimentos e do mergulho
associados orienta-se para lateral associada ao domínio dos estilos entre eles
os exercícios, temos fazer bolinhas na água, de contestes utilizando bolas,
bexigas, bolinhas de isopor e assopra-las até o outro lado da piscina.
(Damasceno, 1992).
3.2 Aquisição de habilidades aquáticas
A fase básica no meio aquático é denominada de “adaptação aquática”,
porque esta fase antecede o aprendizado das habilidades motoras especificas
de cada atividade aquática, o desenvolvimento das habilidades motoras quer
no meio terrestre, quer no meio aquático, é resultado das continuas interações
entre os fatores genéticos e as experiências previas do sujeito com o meio
envolvente.
A aquisição das habilidades aquáticas básicas terá como objetivo em
promover a familiarização do sujeito com o meio aquático promover a criação
de autonomia no meio aquático e criar as bases para posteriormente aprender
habilidades motoras aquáticas especificas.
A natação como agente educativo quando aplicada às crianças assumirá
um papel formativo e totalizador.
54
A natação é um excelente esporte para iniciar a criança no seu
desenvolvimento psicomotor, sua decisiva participação na construção do
esquema corporal e seu papel integrador no processo de maturação. É com
esse propósito, que a natação infantil não se detém somente na aprendizagem
do nado, mas sim, contribuindo para ativar o processo evolutivo
psicomorfológico da criança, auxiliando o desenvolvimento de sua
personalidade(COLWIN,2000).
Segundo BUENO (1998), denomina o período da fase básico do meio
aquático de “adaptação aquática”, porque está fase antecede o aprendizado
das habilidades motoras espeficificas de cada atividade aquática.
Segundo MAKARENKO (2001), o desenvolvimento das habilidades
motoras quer no meio terrestre, que no meio aquático, é resultado das
continuas interações entre os fatores genéticos e as experiências prévias do
sujeito com o meio envolvente.
A aquisição de habilidades motoras mais complexas e especificas
depende da previa aquisição, apropriação e domínio de habilidades mais
simples, com isso, aquisição das habilidades terá como objetivo em promover
a familiarização do sujeito com o meio aquático promover a criação de
autonomia no meio aquático e criar as bases para posteriormente aprender
habilidades motoras aquáticas especificas (MELLO, 1989).
Marques (2002) realizou uma revisão de literatura a respeito das
habilidades aquáticas e inclui nesta pesquisa os conceitos defendidos por
Navarro (1995); Moreno e Garcia (1996); Catteau e Garoff (1988); Mota (1990)
e Carvalho (1994). Neste trabalho adotar-se-á as habilidades consideradas por
Marques (2002) que, em síntese, compreendem: equilíbrio (rotações e
flutuações incluídas); propulsão (incluindo os saltos); respiração;
manipulações (lançamentos e recepções).
55
• Equilíbrio - O equilíbrio no meio aquático está diretamente relacionado
com a alteração de referências espaciais que transformam a relação do
corpo com o novo meio onde está inserido. Equilibrar-se na água
significa readaptar o corpo a distinta ação das forças de impulsão
hidrostática e gravidade. Desta maneira, na água o equilíbrio é
profundamente alterado com a respiração e a movimentação dos
segmentos corporais. Ainda relacionado ao processo de equilíbrio neste
meio está à flutuação que representa a diferença das densidades do
corpo e do líquido que o envolve. Aprender a flutuar é importante pata
criar nas crianças a conscientização de que o seu corpo não afunda,
obrigatoriamente, na água, mas, pode sim, manter-se sobre ela. Inclui-
se também nesta primeira habilidade as rotações, que representam
alterações súbitas e momentâneas do equilíbrio adquirido, podendo ser
efetuadas em diferentes eixos e planos que permitem a exploração de
novas situações de movimentos corporais.
• Propulsão - Em síntese, corresponde a capacidade de deslocamento
de um indivíduo na água através de ações repetitivas de seus membros
superiores, inferiores e, em alguns casos, do tronco. Os saltos, método
de deslocamento de um indivíduo do meio terrestre para o aquático,
estão incluídos nesta categoria apesar de alguns autores como Catteau
e Garoff (1988) citados por Marques (2002) o considerarem como
equilíbrio. O salto representa uma experiência importante para criança
por delimitar, de forma quase espontânea, uma transição de um meio ao
qual está acostumada para outro meio que exige novas adaptações
corporais.
• Respiração - As alterações espaciais, provocadas pelo meio aquático,
produzem no indivíduo alterações em sua forma de respirar. O
mecanismo respiratório sofre alterações, devido à face se encontrar
56
temporariamente imersa, o que pressupõe a criação de um automatismo
respiratório diferente do automatismo inato. Para as crianças, imergir o
rostinho na água pode representar uma situação desagradável de
angústia e medo que poderá desaparecer na medida em que ela se
sente mais confortável neste ambiente.
• Manipulações - Para Moreno e San Martin (1998) apud por Marques
(2002) consiste na manutenção de uma relação de interação entre o
indivíduo e objetos, permitindo explorar todas as possibilidades
permitidas nesta relação. Brinquedos, bolas, pranchas, tapetes,
bambolês, objetos que afundam, “pull boy”, entre outros, permitem à
criança explorar o meio aquático de infinitas formas, transformando-o
ainda mais e criando uma relação de estímulo à criatividade e prazer.
• Lançamentos e recepções - destes objetos representam ainda novas
possibilidades de interação da criança na água. A aquisição destas
habilidades aquáticas básicas, conforme dito anteriormente,
representam uma possibilidade de autonomia e bem estar da criança na
água, “abrindo portas” para um futuro aprendizado de habilidades
aquáticas específicas que poderiam ser utilizadas não somente para
natação, mas também para outras atividades como saltos ornamentais,
pólo aquático, nado sincronizado, mergulho, entre outras.
A pratica da natação como instrumento da psicomotricidade não tem como
objetivo exclusivo ensinar técnicas de nados, mas possibilitar também que o
individuo em formação consiga, respeitando possíveis limitações motoras,
afetivas e mentais, deslocar-se de forma segura e independente na água.
A busca por tal autonomia reforça na criança algumas melhorias essenciais
ao desenvolvimento. Tais benefícios são tanto de ordem fisiológica como
57
psicomotora, contribuindo de forma significativa para o equilíbrio de seu
processo de desenvolvimento.
CAPÍTULO IV
DISCURSÃO E APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS
Foram investigados 20 professores do Botafogo F. R. e da Academia
Brilho D’ Água. Constam da população deste estudo, professores que
trabalham com crianças (4 a 6 anos) de ambos os sexos.
Para o estudo das pessoas que praticam a natação nas idades de 4 á 6
anos, optamos por um método de pesquisa do tipo descritivo. Este método é
abordado por Mattos, Rosseto Jr. E Blecher (2004, p. 15 e 16) e tem como
características “observar, registrar, analisar, descrever e correlacionar fatos ou
fenômenos sem manipulá-los, procurando descobrir com precisão a freqüência
em que um fenômeno ocorre e sua relação com os outros fatores”.
Os dados coletados foram traduzidos por estatísticas descritivas,
apresentadas graficamente e analisados mediante a utilização de percentual.
A partir de dados coletados, pretende-se interpretar e analisar os
resultados através da fundamentação teórica representada na revisão de
literatura que auxiliará na análise e interpretação dos dados.
Todos os 20 participantes da pesquisa receberam um questionário
padronizado (em anexo), com quatro perguntas fechadas, para serem
respondidas na presença da pesquisadora, mas sem a sua interferência nas
respostas. Não houve treinamento prévio para que fossem respondidas as
perguntas. O questionário foi validado por um mestre da área de Educação
Física que ministram aulas na Universidade Cândido Mendes – Instituto a Vez
58
do Mestre. Foi solicitada uma autorização para coleta de dados no setor do
parque aquático ao coordenador do Botafogo F. R. e Academia Brilho D’Água.
4.1 Apresentação dos dados
Foram entrevistados vinte professores que atuam com crianças de 4 a 6
anos praticantes de natação. Sendo que 70% deles optaram pelo lúdico e o
tecnicista juntos, 30% optaram só pelo lúdico e 0% optou pelo tecnicista nas
aulas de natação. Como podemos observar no Gráfico 1.
O envolvimento lúdico nada mais é do que um bom diálogo entre as
partes: professor e o aluno, aluno e o brinquedo e o espaço (QUEIROZ, 2000).
Gráfico 1 - Qual o método utilizado para adaptação ao meio liquido em crianças de 4 à 6 anos?
Tecnicista
0%Lúdico
30%
Os dois
70%
59
O Gráfico 2 aborda se o professor utiliza recursos lúdicos durante as
aulas. E se as crianças gostam dessa intervenção. A maioria respondeu
positivamente (100%).
Segundo Freire e Schwartz (2006), o brincar em meio liquido, tem o
sentido de auxiliar o processo de adaptação em meio liquido, servindo como
um guia, uma maneira de como entrar no processo pedagógico, baseados em
princípios humanos, estéticos e éticos, facilitando o processo de ensino -
aprendizagem.
Gráfico 2 - Nas suas aulas, você utiliza recursos lúdicos?
Não
0%
Sim
100%
60
No Gráfico 3 tem uma correlação com o gráfico anterior,
novamente foram 100% que responderam afirmativamente que o nível de
aproveitamento é melhor com a participação das atividades lúdicas.
É através das brincadeiras, atividades mais nobre da infância, que ira se
conhecer e terá a oportunidade de se construir socialmente (Schõffel, s/d).
Gráfico 3 - Caso afirmativo. O nível de aproveitamento é melhor ?
Não
0%
Sim
100%
61
A maioria dos entrevistados correlacionou sua melhora na natação com
a inclusão de atividades lúdicas nas aulas. Observou-se que novamente 100%
dos entrevistados responderam que utilizam a ludicidade como um recurso
pedagógico nas aulas de natação.
Como diz Freire e Schwartz (2006), que o elemento lúdico é entendido
como uma filosofia pratica, que auxilia o processo ensino - aprendizagem em
meio liquido, contribuindo na aquisição de habilidades especificas, permitindo à
criança vivenciar suas próprias experiências e expectativas de maneira mais
natural.
Gráfico 4 - Você afirma que nesta fase è importante a utilização de recursos pedagógicos voltados para
ludicidade?
Sim
100%
Não
0%
62
4.2 Discursão das respostas
Podemos dizer que essa pesquisa mostrou uma preferência em um
método tecnicista - lúdico desenvolvido pelos professores. A utilização de
recursos lúdicos pelos professores no seu método de ensino aprendizagem foi
de 100% afirmado pelos entrevistados.
Como dissemos anteriormente as atividades lúdicas no contexto das
aulas de natação é inserida como um meio facilitador da aprendizagem, dentro
de uma abordagem pedagógica. Notando a grande preferência do lúdico num
melhor aproveitamento das aulas desenvolvidas e comandadas pelo professor
com um percentual de 100% da preferência.
O ensino da natação faz com que a criança perceba o seu corpo em
relação a outro meio, descobrindo uma sensação diferente. O processo de
ensino aprendizagem na forma lúdica, estimula o aluno de forma muito mais
completa no princípio básico da aquisição de conhecimento e desenvolvimento
de habilidades aquáticas, levando o aluno a formatar de forma mais cristalina
os gestos necessários à construção do gestual da natação.
Mediante as preferências apontadas pelos participantes da pesquisa,
quanto à participação do professor na organização e desenvolvimento de
atividades lúdicas ao longo das aulas de natação, sugerimos que os
Profissionais de Educação Física da área aquática, destinem uma adequada
atenção à inclusão de atividades lúdicas em suas programações de aulas e
acompanhe as respostas oferecidas pelos alunos em relação ao nível de
63
participação, interesse, motivação e aprendizagem dos fundamentos da
natação ao longo do tempo.
64
CONCLUSÃO
O brinquedo é a essência da infância, e o veículo do crescimento. É um
meio natural que possibilita a criança a explorar o mundo, descobrir-se,
entender-se, conhecer os seus sentimentos, as suas idéias e a sua forma de
reagir.
Através da atividade lúdica e do jogo, a criança forma conceitos,
seleciona idéias, estabelece relações lógicas, integra percepções, faz
estimativas compatíveis com o seu crescimento físico e o seu desenvolvimento
global.
O jogo e a brincadeira exigem movimentação física, envolvimento
emocional e provoca desafio mental. Neste contexto, a criança só ou com
companheiros integra-se ou socializa-se.
Segundo Le Boulch, a educação do movimento com atuação sobre o
intelecto, numa relação entre pensamento e ação, que engloba funções
neurofisiológicas e psíquicas.
O desenvolvimento psicomotor engloba em si, a inter-relação do
psiquismo e da inteligência. O ato motor isolado não tem significado.
Através dessa noção, a criança vai desenvolvendo a consciência do
próprio corpo e das possibilidades de expressar-se por meio dele.
Apesar da enorme importância da presença do lúdico no brincar, mesmo
que não seja visível, a motricidade infantil raramente é reconhecida e
respeitada (MRECH, 1998), pois o conhecimento das modalidades lúdicas
garante a aquisição de valores para a compreensão do contexto real; quer
dizer, para ser capaz de falar com o mundo, a criança precisa brincar com o
mundo (KISHIMOTO, 1998).
A primeira etapa da aprendizagem da natação é a adaptação ao meio
líquido. Os brinquedos de todos os tipos são recursos indispensáveis, para se
65
atingir os conteúdos programáticos, pois servirão como um instrumento
motivador das atividades. Os Jogos lúdicos e suas variações serão
determinados pela seqüência pedagógica da aprendizagem. Ou seja, o lúdico
em todas as suas formas, brincadeiras e jogos, sejam eles cantados ou não,
são uma ferramenta de fundamental importância para a aquisição do
aprendizado da natação nesta etapa.
Natação é a atividade que oferece melhores condições de desenvolvimento,
crescimento e maturação para o ser humano, pois coloca adequadamente em
funcionamento os grandes sistemas ou órgãos do corpo, tais como: sistema
circulatório, pulmonar, locomotor e outros. Além disso, a natação quase não
possui restrições do ponto de vista de impacto ao corpo, o que torna os
benefícios praticamente desvinculados de prejuízos.
O conhecimento das sensações, movimentos, respiração e a função
cárdio-circulatória advindas da prática da natação resulta em imenso prazer.
Este ensaio conceitua a natação como um conjunto de habilidades
motoras que proporcionem o deslocamento autônomo, independente, seguro e
prazeroso no meio líquido, sendo a oportunidade de vivenciar experiências
corporais aquáticas e de perceber que a água é mais que uma superfície de
apoio e uma dimensão é um espaço para emoções, aprendizados e
relacionamentos com o outro, consigo mesmo e com a natureza.
O ensino da natação de forma recreativa faz com que a criança perceba o seu
corpo em relação a outro meio de forma lúdica, descobrindo uma sensação
diferente. O processo de ensino aprendizagem na forma lúdica, tanto na forma
dirigida como na forma livre, estimula o aluno de forma muito mais completa no
princípio básico da aquisição de conhecimento e desenvolvimento de
habilidades aquáticas, levando-o a formatar de forma mais cristalina os
movimentos necessários à construção do gestual da natação, ou seja, da
técnica dos quatros nados.
66
Mediante as preferências apontadas pelos professores participantes da
pesquisa, quanto às atividades propostas pelos professores na organização e
desenvolvimento do lúdico ao longo das aulas de natação, sugerimos que os
Profissionais de Educação Física da área aquática, destinem uma adequada
atenção à inclusão de atividades lúdicas em suas programações de aulas e
acompanhe as respostas oferecidas pelos alunos em relação ao nível de
participação, interesse, motivação e aprendizagem dos fundamentos da
natação ao longo do tempo.
Sugerimos que novas pesquisas relacionadas ao tema sejam propostas
tendo como população alvo as diferentes faixas etárias, níveis sociais e os
diferentes níveis de aprendizado da natação.
O quantitativo da amostra deve ser plenamente distribuído e equacionado
nesta nova pesquisa, tendo como objetivo correlacionar as faixas etárias,
níveis socios e níveis de aprendizado, para que possamos desenvolver ,
correlacionar e confrontar estes novos resultados. Possibilitando reflexões
sobre a prática pedagógica dos Profissionais de Educação Física ligados à
natação.
67
ANEXO
Questionário de Sondagem Ao Professor
1. Qual o método utilizado para adaptação ao meio liquido em crianças de 4 à 6 anos?
a) Lúdico b) Tecnicista c) Os dois 2. Nas suas aulas, você utiliza recursos lúdicos? a) Sim b) Não 3. Caso afirmativo. O nível de aproveitamento é melhor? a) Sim b) Não 4. Você afirma que nesta fase é importante a utilização de recursos
pedagógicos voltados para ludicidade? a) Sim b) Não
68
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72
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 5
RESUMO 6
METODOLOGIA 7
SUMÁRIO 8
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I 13
Desenvolvimento Motor 13
1.1 – Desenvolvimento Motor na Faixa Etária de 4 a 6 anos 13
1.2 – Aquisição de Habilidades Psicomotoras 24
1.2.1 – Condutas de Base 25
1.2.2 – Condutas Neuro - Motoras 26
1.2.3 – Condutas Perceptivo – Motoras 27
CAPÍTULO II 32
Ludicidade – Um instrumento de motivação 32
2.1 – Conceito de Lúdico 32
2.2 – As Atividades Lúdicas 35
2.3 – O Lúdico como Recurso Pedagógico 37
CAPÍTULO III 47
Benefícios Psicomotores da Natação 47
3.1 – Estimulação Psicomotora 47
3.2 – Aquisição de Habilidades Aquáticas 53
CAPÍTULO IV 58
Discursão e Apresentação de Resultados 58
4.1 – Apresentação de Dados 59
73
4.2 – Discursão das Respostas 63
CONCLUSÃO 65
ANEXOS 68
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 69
ÍNDICE 73
74
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES – INSTITUTO A
VEZ DO MESTRE
Título da Monografia: AS CONTRIBUIÇÕES DAS ATIVIDADES LÚDICAS NO
PROCESSO DE ADAPTAÇÃO AO MEIO LIQUIDO
Autor: GRAZIELLE JESUS DA SILVA
Data da entrega: 29 / 01 / 2009
Avaliado por: Conceito:
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