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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
INCLUSÃO
Por Joyce Campos Braga
Orientador
Profª Flávia Cavalcanti
Rio de Janeiro
2009
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
INCLUSÃO
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Psicopedagogia.
Por: Joyce Campos Braga.
AGRADECIMENTOS
A Deus, a mim, ao meu amado filho, ao
meu atencioso primo Ubiratan, a meus
pais e a todos que colaboraram direta
ou indiretamente para a realização
desta pesquisa.
DEDICATÓRIA
.... Dedica-se a todos os educadores.
RESUMO
A inclusão vem sendo tema de diversas discussões entre os educadores, que
por sua vez acumulam duvidas, pré-conceitos e inseguranças ao participar do
processo de aquisição do conhecimento dos alunos com necessidades
especiais.
Conhecer a características das patologias que os educandos possuem é uma
necessidade e possibilita entre outras coisas, um melhor entendimento de
como o aluno se desenvolve nas diversas áreas de aprendizagens. Sendo
assim torna-se fundamental que o professor mantenha-se informado sobre os
estudos atuais que giram em torno da educação e mais especificadamente em
torno da inclusão.
É inegável que o processo de inclusão acumula desafios, mas este fato não
deve se sobrepor a necessidade de práticas pedagógicas apoiadas na
aceitação das diferenças individuais.
A educação especial ganhou destaque em diversas leis, que buscaram definir
formas estruturadas de organização para a mesma. Nesta pesquisa o leitor
terá acesso a estas leis e a partir das informações adquiridas estabelecer um
paralelo entre a inclusão ideal e a inclusão que encontramos hoje na
sociedade.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa que privilegiou a
temática da inclusão de alunos especiais nas classes regulares de ensino.
sendo elaborados estudos junto a literatura contemporânea,priorizando os
estudos de Celso Antunes(2008),Ribeiro e Baumel(2003),LDB 9394/96.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
CONCEITUANDO INCLUSÃO..........................................10
CAPÍTULO II
A EDUCACAO ESPECIAL E A LEGISLACÃO..................21
CAPÍTULO III
ALGUMAS SIDROMES E SUAS CARACTERISTICAS...30
CONCLUSÃO...................................................................35
BIBLIOGRAFIA.................................................................36
ÍNDICE..............................................................................37
INTRODUÇÃO
A inclusão de alunos com necessidades especiais nas classes
regulares de ensino e como estes tem sido assistidos nessas classes tem sido
alvo de grandes discussões. Ao lecionar em classes regulares de ensino na
rede municipal, observei como as crianças com necessidades especiais são
incluídas de forma negligente. Há carência de apoio pedagógico aos
professores, que por sua vez não estão cientificamente preparados para esta
clientela. Já os responsáveis destes alunos, quando buscam ajuda de
especialistas como otorrinolaringologistas, fonoaudiólogos, psicólogos,
participam de uma maratona em busca de consultas e tratamentos.A
instituição escolar por sua vez, envolvidas em questões burocráticas e
inúmeros projetos, deixam de pensar de forma satisfatória e inclusiva em um
grupo que está lá e faz parte da escola.
Dentro desse contexto fica inevitável rever como ocorre a inclusão de alunos
com necessidades especiais. Não basta as leis garantirem o seu acesso e
permanência na sala de aula é necessário uma reestruturação nos aspectos
institucionais, físicos e pedagógicos das escolas.
É fundamental a participação dos responsáveis no desenvolvimento dos
alunos com necessidades especiais. Seu relacionamento com a escola deve
ser de parceria. Em casa esse responsável poderá dar continuidade ao que foi
desenvolvido na escola e trocar experiências sobre os avanços e limitações do
educando. Ao responsável cabe também, ser o elo entre os especialistas
médicos e profissionais da instituição escolar, que trabalhando em conjunto
possuirão informações sobre o educando, percebendo-o em diversas situações
cotidianas o que possibilita uma maior compreensão do mesmo.
O presente trabalho pretende destacar questões que envolvam a inclusão de
alunos com necessidades especiais nas classes regulares de ensino e os
principais estudos sobre o tema.
Os leitores deste estudo serão estimulados a refletir sobre o atual processo de
inclusão, as leis que abordam este tema e se ambos estão em consonância.
A pesquisa está organizada em três capítulos:
O primeiro capítulo conceituará inclusão recebendo destaque os estudos de
Antunes (2008), Ribeiro e Baumel ( 2003) e como esta se dá nas instituições
escolares atualmente.
No segundo capítulo serão apresentados os princípios da inclusão
materializados na LDB, na Declaração de Salamanca, na Constituição Federal
de 1988 e no Estatuto da Criança e do Adolescente.
O terceiro capítulo descreverá algumas sídromes, suas características e
possíveis intervenções.
9
CAPÍTULO I
CONCEITUANDO INCLUSÃO
Não tem como pensar em inclusão de crianças com necessidades
especiais nas classes regulares de ensino, sem pensar nos significados dos
verbos: incluir, inclusão e incluído.
Silveira Bueno em seu mini dicionário da língua portuguesa define incluir
como: “v.t. abranger, compreender, envolver, implicar, somar; inclusão como:
abrangimento, encerramento; e ainda incluído como: adj.abrangido,envolvido,
compreendido.”
Dentre esses significados, alguns como compreender, envolver e somar
chamaram minha atenção pois são alguns dos maiores desafios da inclusão
hoje.
Compreender; quando se busca saber sobre o indivíduo incluso, seu estado clínico, a característica deste estado clínico, e a partir destas
informações encontrar a melhor forma de adaptar o currículo e os métodos de
ensino ao educando incluso.
Envolver; seduzir o educando a fazer parte do meio e o meio fazer
parte da vida do educando. Onde a interação aconteça de forma prazerosa,
baseada no respeito mútuo e não na inferiorizarão do indivíduo incluso. Este,
assim como os outros educandos, deve ser e sentir-se parte atuante no meio
em que está inserido.
10
Somar; adicionar ao invés de segregar. E muito mais fácil segregar um
aluno incluso do que trabalhar mesmo em suas peculiaridades e superações
de desafios propostos.
Breve Histórico da Inclusão no Brasil
Durante anos, as pessoas que nasciam com alguma deficiência, eram
afastadas do convívio social, pois sua diferença era vista como uma maldição,
destino e todo tipo de crendice, tidos como indignos de qualquer educação
escolar.(Mittler,2000).
No inicio do século XX, com os avanços na área da medicina, iniciaram vários
estudos sobre este tema, buscando resolver casos específicos.
A partir das décadas de 50 e 60, eclodiu o movimento dos país aos
quais foram negados o ingresso de seus filhos em escolas comuns, surgindo
então as escolas especiais e, mais tarde as classes especiais dentro das
escolas comuns, funcionando paralelamente e sem ligação.
Já a década de 70 constitui a fase da integração, em que só era possível a
junção dos alunos com necessidades especiais se estes tivessem capacidade
de se adaptar ao ambiente escolar. Só no final dos anos 80, surgiu a idéia de
adaptar o sistema escolar as necessidades dos alunos, desde que a inclusão
propiciasse uma educação de qualidade e igualitária para todos, aceitando as
diferenças individuais como atributo, e não como obstáculo, e valorizando a
diversidade para o enriquecimento das pessoas. (Araújo, 2005).
Na década de 80, se começa a pensar na inclusão de crianças com
necessidades especiais, mas somente com a lei 9394/96, que se
estabeleceram as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Onde ganhou
destaque a Educação Especial, definindo suas formas e estruturas de
organização. E com a Declaração de Salamanca(1994), documento oficial da
Confederação Mundial de Educação, onde a opção de Escola Inclusiva foi
oficialmente assumida.
11
Apesar de conquistarem o direito de freqüentarem a escola regular,
o preconceito da sociedade em relação aos indivíduos com necessidades
especiais e os desafios encontrados pelos mesmos, perpetuam até os dias
atuais.
Torna-se fundamental combater o preconceito nas instituições de
ensino, na comunidade em que está inserida e na sociedade como um todo.
A proposta da educação inclusiva trás um novo aspecto a educação, visando
um olhar diferenciado sobre as singularidades humanas. Nesse aspecto Celso
Antunes coloca:
“...é necessário reconhecer que a inclusão implica uma
reestruturação das escolas e a necessidade de implementação de uma
pedagogia voltada para a diversidade e para as necessidades específicas do
aluno em diferentes contextos. Assim comprova-se que tudo que já foi feito
representa um salto expressivo, mas, infelizmente ainda não saiu do papel.”
Instituição Escolar x Inclusão
Grandes são os desafios de uma instituição escolar disposta a lidar com
a inclusão de forma consciente, entre estes, espaço físico escolar inadequado,
despreparo dos professores, preconceito. A problemática em torno da inclusão
é significativa mas já podemos contar com a certeza de que na medida em que
a Instituição Escolar reconhece que cada um é um ser único, com
características próprias, que devem ser consideradas no processo
educacional, dá o primeiro grande passo rumo a verdadeira inclusão. Segundo
a psicóloga Neyse Amin, a inclusão é benéfica para toda a equipe da escola,
envolvida no processo de ensino aprendizagem, a mesma coloca:
”A maioria desenvolve a solidariedade e a cooperação,
tornando-se mais compreensiva, tolerante e confiante nas relações com o
outro. Quanto aos alunos ditos normais”, quando participam da Educação
Inclusiva, passam a ter uma vasta gama de modelos de papéis sociais,
aprendizagem e redes sociais, aprendem a lidar com diferenças e passam a se
12
oferecer, espontaneamente, para colaborar com os colegas, especialmente
aqueles que apresentam deficiências. Já os estudantes com deficiências,
quando inseridos na educação dita regular, desenvolvem a apreciação pela
diversidade entre indivíduos, adquirem experiências diretas relativas à variação
natural das capacidades humanas e, tendo acesso a condições democráticas
de ensino, demonstram crescente responsabilidade e aprendizagem
acelerada.” (Jornal Educar,APPAI,N19) .
Visando a instituição escolar Vitor H. Paro, coloca:
“Não há duvida de que podemos pensar na escola como instituição que pode
contribuir para a transformação social. Mas uma coisa é falar de suas
potencialidades... uma coisa é falar “em tese”, falar daquilo que a escola
poderia ser. [...] outra coisa bem diferente é considerar que a escola que aí
está esteja cumprindo essa função. Infelizmente essa escola é sim reprodutora
de certa ideologia dominante e mera chanceladora da injustiça social, na
medida em que recoloca as pessoas nos lugares reservados pelas relações
que se dão no âmbito da estrutura econômica.” (Revista aprendizagem, 2008).
Diversos educadores oferecem resistência a inclusão, ou ainda apresentam
grosseiros equívocos ao lidar com alunos com necessidades especiais, mesmo
que de forma inconsciente, subestimam, excluem, infantilizam, segregam e
ainda não buscam, por inúmeros motivos, conhecer as características da
patologia do educando e a metodologia mais adequada a ele. Sem conhecer
as habilidades e competências com as quais estará lidando no decorrer do ano
letivo, o professor fica sem referências e o processo de ensino aprendizagem
fica comprometido. O aluno se encontra incluído, mas o professor não está
preparado para lhe oferecer as ferramentas necessárias para que este
construa sua aprendizagem. Nesse aspecto Nádia Bossa afirma:
“Se eu tenho isso claro na minha mente, a inclusão
significa que eu vou me utilizar das ferramentas necessárias, importantes e
úteis para que aquele sujeito, considerando o que ele precisa e o que ele traz
como vantagens e desvantagens no processo de aprendizagem. Então, eu
aprendo com ele como ensiná-lo, aprendo com ele como ele aprende e traduzo
13
isso para ele através de experiências de aprendizagem. Sou eu que sei o que
vai favorecer a aprendizagem dele. Mas como eu sei? Interagindo com ele,
aprendendo com ele. Antes dele existir na minha vida eu não sabia como ele
aprendia, antes de ele existir na minha vida, eu não sabia qual era a
modalidade de aprendizagem dele.”
Assim como os professores, todos os funcionários da escola precisam estar
preparados para a inclusão. A inclusão, e como esta acontece na escola, deve
ser discutida por todos da comunidade escolar. Buscando através do diálogo e
da conscientização, as estratégias os métodos e possíveis ações pertinentes a
inclusão. Atualmente o desafio é mútuo. Tanto a Comunidade escolar quanto
alunos inclusos e/ou seus familiares sentem-se inseguros diante de como vem
sendo implantado o processo de inclusão.
A educação inclusiva defende a educação para todos. Educação de qualidade,
com a qual os educandos possam construir habilidades para toda a vida.
Nessa proposta de educação, a diversidade humana é encarada com
naturalidade e não como base de classificação de indivíduos. Cada ser possui
um ritmo próprio de aprendizagem e de necessidades de métodos que
correspondem a esta.
Segundo Celso Antunes:
“O grande problema dos inúmeros distúrbios e dificuldades de aprendizagem
com os quais topamos todos os dias está bem menos na patologia que os
caracteriza e no desconhecimento de como identificá-los e mais em como
trabalhar esse aluno para ajudá-lo a pensar e a aprender. Bem maior que o
distúrbio e a dificuldade que eles apresentam são os fatos de dependerem de
um sistema educacional organizado para exaltar a seletividade e aplaudir a
hipocrisia da pretensa normalidade, como se todos nós não tivéssemos essa
ou aquela limitação. É chegada a hora de se voltar a uma nova pedagogia, a
uma pedagogia para todos. Os diferentes, a uma pedagogia da inclusão”
(Inclusão: O nascer de uma nova pedagogia, 2008 )
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A interação entre escola e as famílias dos educandos de ser uma realidade,
pois a troca de informações auxilia no conhecimento das características do
aluno, seus avanços e limitações. Ambos (família e escola) devem estabelecer
limites claros onde a criança perceba o que é autorizado ou proibido. Trabalhar
a auto-estima dos educandos inclusos, tomando cuidados para que estes não
absorvam o rótulo de “coitadinhos”, torna-se indispensável diante de
problemas diários enfrentados por este grupo de alunos. Segundo Celso
Antunes:
“Nunca esquecer que o amor educa, mas que o alicerce de uma educação
centrada no afeto vem mais da rotina de um agir do que de palavras, mais da
rotina de uma agir coerente do que de discursos.” (Celso Antunes, 2008)
Fátima Alves acrescenta: “Os profissionais de psicologia asseguram que não
se deve ver o portador de necessidades especiais somente pelas suas
dificuldades, suas defasagens, suas deficiências. Ele é um ser que pensa e,
acima de tudo sente. Valorizar os seus sentimentos, desejos, sonhos,
ambições é o que se torna a valorização do ser por completo, iniciando dessa
forma a possibilidade de sua inclusão .” (Inclusão, 2009)
Segundo Wang (1995), para organizar a escola em função da “atenção a
diversidade” é necessária responder a três questões fundamentais:
1) Como identificar as características pessoais e as diferenças individuais
dos alunos na aprendizagem?
2) Quais exigências de um ensino eficaz?
3) Como realizar uma educação e qualidade no ambiente cotidiano da sala
de aula?
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Ainda se tem muito a refletir em relação à inclusão e como esta é desenrolada
nas instituições de ensino. As mudanças a favor da inclusão ocorrem
lentamente, sendo que forma significativamente já que a cada dia este tema
adquire novos adeptos. Mas, uma coisa é aceitar a teoria da inclusão, outra
bem diferente é saber como fazer.
A Formação do Professor x Inclusão
É inquestionável a importância do papel do professor no processo de
inclusão. Ele é quem estará se relacionando diretamente como o educando e
seu processo de aquisição dos conhecimentos. Diante disto é necessário que
o educador esteja preparado para desempenhar o seu papel de mediador.
Nesta perspectiva é imprescindível o acesso do professor aos novos estudos
voltados a área educacional. Desde 1988, a UNESCO, em relatório sobre
serviços educacionais, relacionou qualidade de ensino com a preparação dos
professores:
“A qualidade de serviços educacionais para pessoas com deficiências depende
da qualidade da formação. Esta deverá ser parte integrante dos planos
nacionais, onde se contemplam requisitos dessa formação.”
A formação dos professores deve ser contínua e associada ao
desenvolvimento profissional, ou seja, a formação inicial deverá estar
interligada ao processo de formação continuada, onde o educador poderá
especializar ser conhecendo os procedimentos pedagógicos atuais e
utilizando-os para avaliar as mudanças necessárias dos métodos e dos
recursos específicos. Proporcionando aos profissionais a oportunidade de
realizarem retomadas e reaprendizagens pessoais e institucionais, realizando
uma integração entre teoria e prática.
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Os professores não têm recebido em sua formação informações específicas
voltada ao atendimento dos alunos com necessidades educacionais especiais,
sendo este talvez, o motivo à insegurança dos professores, ao lidar como a
inclusão. Assim ouvir suas preocupações e suas expectativas em relação a
formação contínua, como também perceber suas perspectivas quanto a
inclusão parece uma tarefa fundamental para equacionar, problematizar e
analisar questões que estão subjacentes a esse processo.
Ao dispor de diferentes possibilidades de ensino-aprendizagem, o educador
passa a ser um facilitador do processo inclusivo, buscando desenvolver no
educando habilidades para toda a vida. Eraut(2000) apud Silva(2000 p.31 e
32), estabelece alguns paradigmas relacionados a formação inicial e
continuada do professor.
1) Paradigma do déficit – seu objetivo básico é “preencher as lacunas na
ou da formação”. O pressuposto é a existência de limitações na formação e,
em forma de capacitação ou reciclagem (um termo mais antigo) das
competências, dos saberes, atinge-se a eficiência e a eficácia dos sistemas
escolares. O que caracteriza esse paradigma é a legitimação, senão
imposição, dos planos por um poder centralizado. Silva (2000) acrescenta que
esse paradigma é especifico da formação continuada e corresponde a outras
abordagens ou classificações como: comportamentalista, centrado mais nas
aquisições, limitando-se, assim, a ações pontuais e preestabelecidas e
conteúdos pré-programados.
2) Paradigma do crescimento – inter-relacionado à formação permanente,
caracteriza a fase da formação inicial como ponto desencadeador de um
processo de desenvolvimento profissional. Os elementos importantes a
constituir esse paradigma e a adotá-la seriam: a experiência do professor, a
análise que ele desenvolve em sua ação, o tempo e meios pertinentes.
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3) Paradigma da mudança – pressupõe uma formação,seja inicial ou
continuada, que corresponda e atenda às mudanças atuais da sociedade.
Esse pressuposto projeta perspectivas de inovação, até na política
educacional. É de se pensar que o paradigma da mudança traz implícita a
revisão e a mudança dos próprios sistemas escolares, refletidas nas reformas
educacionais. Se isso corresponde à realidade, estabelece-se uma
perplexidade, um questionamento sobre a difusão das inovações ou dos novos
dispositivos, que, por definição e trato legais, encaminham mobilizações de
forma geral institucionalizadas. No Brasil, esse paradigma tem sido acionado
mais atualmente pela vigência da Lei de Diretrizes e Bases (Lei nº. 9.394/96) e
por outros materiais orientadores da política nacional de educação (por
exemplo: Parâmetros Curriculares), o que exige reflexão e tomadas de posição
relativas às formas de difusão das inovações, quais sejam. (Correia, 1989):
a. Centro-Periferia – os programas formativos são organizados pela
Administração Central;
b. Periferia – Periferia - os programas formativos são estabelecidos levando-
se em conta as necessidades e questionamentos dos professores sobre as
inovações a serem implementadas;
c. Periferia-Centro – difusão mediadora que concilia questionamentos e
preocupações dos professores com as ações implementadoras do poder
central.
4) Paradigma da resolução de problemas – a figura central desse modelo é
o professor, que, ciente e clarificado sobre as questões presentes na escola e,
principalmente, na sala de aula, com suas rotinas, facilidades e dificuldades,
encaminha necessidades de respostas e soluções para as situações com as
quais se defronta. Neste ponto, retorna-se ao princípio aqui citado da
integração teoria e prática. Esta seria fonte da reflexão, constituindo-se um
conhecimento, e o professor deve analisar e refletir “na e sobre a ação”
desenvolvida no âmbito da escola, e principalmente com seus alunos. Essas
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orientações divisam perspectivas otimistas quanto à investigação e, segundo
Correia (1989), à análise das condições de trabalho.
Não se exclui dessas orientações haver um quadro das finalidades da
formação, decorrentes da adoção de um dos paradigmas:
• melhoria da educação escolar?
• redirecionamento de todo o processo educacional?
• mobilização de forças extrínsecas e/ou intrínsecas?
• inovações no perfil do professor?
A família deve ser consciente de que a criança especial como qualquer outra
precisa de limite, incentivos e de adultos que lhe passem segurança. Evitando
que a criança sinta-se como uma ‘coitadinha.”
Estimular e participar do desenvolvimento da criança especial, bem como
trabalhar a sua auto-estima demonstrando suas qualidades e avanços,
possibilitando a criança uma maturidade que provavelmente será utilizada
diante de alguma dificuldade. É fundamental a troca de informações entre
família e escola, sobre os limites e métodos utilizados com a criança especial,
para que utilizem uma mesma linguagem, a fim de proporcionar ao educando
instrumentos sólidos para sua formação quanto indivíduo. A criança especial
enfrenta desafios a todo instante, então é essencial que os adultos escutem o
que ela tem a dizer, pois é ela quem sente e passa pelos momentos de busca
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de superação e de conflitos pessoais e sociais.
Ao buscar qualidade de vida adequada a criança especial, a família encontra
nas leis o suporte necessário desde que se faça valer o que lhe é de direito.
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CAPÍTULO II
A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A LEGISLAÇÃO
Neste capítulo irei apontar a legislação que reporta a educação especial. São
estas:Declaração de Salamanca (1994),Constituição Federal (1988), Estatuto
da Criança e do Adolescente (1990) e Lei de Diretrizes e bases da Educação
Nacional (1996). De princípios, Políticas e Práticas para as Necessidades
Educativas Especiais.
Declaração de Salamanca-1994
Organizada pelo Gorveno da Espanha com a colaboração com a UNESCO,
realizada em Salamanca no período de 7 a 10 de julho de 1994 com a
finalidade de propor aos países participantes a Conferência Mundial sobre
Necessidades Educativas Especiais uma linha de ação de princípios política e
prática, para as necessidades educativas especiais, tendo sido a proposta
aprovada pelos participantes da conferência.
Esta linha de ação compreende as seguintes partes:
I. Novas idéias sobre as necessidades educativas especiais.
II.Diretrizes de ação no plano Nacional
A. Política e Organização;
B. Fatores Escolares;
C. Contratação e formação do pessoal docente;
D. Serviços externos de apoio;
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E. Áreas prioritárias;
F. Participação da comunidade;
G. Recursos necessários;
III. Diretrizes de ação nos planos regionais e internacionais.
Durante muito tempo a escola refletiu mesmo que de forma velada, a prática
de uma sociedade preconceituosa que rotula os portadores de necessidades
especiais como sendo incapazes e totalmente limitados ignorando o potencial
do mesmo. E a partir da organização das leis em favor de todos que possuem
necessidades educativas especiais as instituições de ensino que resistiam a
inclusão foram levadas a sua prática. As escolas adquiriram o desafio de
acolher todas as crianças independente de suas condições físicas intelectuais
e sociais. O desafio de ver o educado de forma heterogenea priorizando o
processo de ensino aprendizagem a particularidades e necessidades de cada
um.
A declaração de Salamanca não se refere apenas aos deficientes, mas, sim, a
todas as pessoas com necessidades educacionais especiais em caráter
temporário, intermitente ou permanente. (Sassaki,1997).
A inclusão proporciona a todos os envolvidos no processo o desenvolvimento
quanto indivíduo, trabalhando na pratica a habilidade de respeitar o outro e
suas particularidades,conhecer seus direitos e deveres. Detalhando como deve
acontecer a inclusão pode também ser destacada a Constituição Federal de
1988 que relata:
Art.205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.
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Art.206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I. igualdade de condições para o acesso e permanência na escola
II. liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e
o saber.
III. Pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de
instituições públicas e privadas de ensino;
IV. Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
Nesta Legislação destaco o artigo 206.IV que trata da gratuidade do ensino
público em estabelecimentos oficiais;
Ainda é insuficiente o número de instituições de ensino com profissionais
qualificados o que causa uma superlotação das classes especiais e retomo o
fato da qualificação do profissional que estará recebendo o aluno especial em
uma classe regular de ensino, se este está cientificamente preparado para
satisfazer as necessidades dos mesmos, já que as classes regulares atuais
também sofrem com a superlotação.
Lei N° 7.853 de 24 de Outubro de 1989
Decretada pelo presidente José Sarney, a lei n° 7.853 dispõe sobre o apoio às
pessoas portadoras de necessidades especiais, sua integração social
determina a atuação do Ministério Público em favor dessas pessoas, define
crimes e da outras providências.
Enfatizei algumas das leis decretadas nesse documento:
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No artigo 1° ficam estabelecidas normas gerais que asseguram o pleno
exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de
deficiência e sua efetiva integração social nos termos desta lei.
As palavras que me chamaram a atenção neste artigo foram “integração
social”. A sociedade atual ainda segrega os portadores de necessidades
especiais. As ruas, calçadas e transportes públicos não estão preparados para
o trânsito de cadeirantes e deficientes visuais enfrentam a dificuldade de
transitar pela cidade e ainda usufruem de um reduzido número de literatura
adaptadas a sua necessidades. Não falo apenas de livros mas de menu e
tabela de preços de restaurantes, cinemas, lojas o que acaba reforçando as
limitações deste grupo de pessoas.
Integração social? E a comunicação dos deficientes auditivos que basicamente
esta limitada a seus familiares e aos próprios colegas deficientes auditivos.
A linguagem de sinais deveria ser ensinada a todos os alunos ditos normais ou
não para que num futuro próximo o deficiente auditivo possa se comunicar com
um maior número de pessoas na sociedade
A inclusão trata-se então, de uma questão que precisa ser trabalhada não só
na escola mas em toda sociedade. Foi atribuído ao Poder Público fazer valer
os direitos dos portadores de necessidades especiais em seu artigo 2°: “Ao
Poder Público e seus órgãos cabe assegurar as pessoas portadoras de
deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos a
educação, a saúde, ao trabalho, ao lazer, a previdência social, ao amparo a
infância e a maternidade, a de outros que, decorrentes da Constituição e das
leis, propiciem seu bem estar pessoal, social e econômico.”
A lei em estudo estabelece a função do Poder Público em diversas áreas, nas
quais destacarei os tópicos mais relevantes em minha concepção.
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“I- Na área da educação:
a) a inclusão, no sistema educacional, da Educação Especial como
modalidade educativa que abranja a educação precoce, a pré-escolar as de
primeiro e segundo graus, a supletiva,a habilitação e a reabilitação profissional,
com currículos, etapas e exigências de diplomação própria”
Inclusão com currículos, etapas e exigências de diplomação própria!?
O que vejo nas unidades escolares é o aluno tendo que se adaptar ao currículo
e como os alunos não tem suas necessidades assistidas não conseguem
corresponder as expectativas do currículo proposto, e consequentemente
acabam ficando retidos várias vezes numa mesma série. Este tipo de ação
ainda acontece porque os responsáveis pelos educandos portadores de
necessidades especiais, não conhecem e nem buscam conhecer os direitos
pelos quais os indivíduos especiais são assistidos, e assim não cobram o que
é do aluno por direito.
“II- Na área da saúde:
a) a promoção de ações preventivas, como as referentes ao planejamento
familiar, ao aconselhamento genético, ao acompanhamento da gravidez, do
parto e do puerpério, a nutrição da mulher e da criança, à identificação e ao
controle da gestante e do feto de alto risco, à imunização, às doenças do
metabolismo e seu diagnóstico e ao encaminhamento precoce de outras
doenças causadoras de deficiência;”
Não é novidade que o atual Sistema Público de Saúde não tem dado
conta da demanda de pessoas que procuram atendimento médico. E é em
meio a esta problemática que os portadores de necessidades especiais se
encontram. Os tratamentos que necessitam de acompanhamentos médicos
são conseguidos com dificuldades e geralmente a data da primeira consulta é
marcada para meses após a procura,quando a patologia pode ter sido
agravada pela falta de acompanhamento no período de espera.
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“III- Na área da formação profissional e do trabalho:
a) o apoio governamental a formação profissional, e a garantia de acesso aos
serviços concernentes,inclusive aos cursos regulares voltados a formação
profissional;”
Fazer com que as empresas separem uma porcentagem do números de
vagas para portadores de necessidades especiais não è suficiente como
garantia de emprego para os mesmos. O emprego existe mas não há mão de
obra especializada para preencher as ofertas de emprego. Promover a
formação profissional, é valorizar o indivíduo dando-lhe subsídios para se
desenvolver socialmente e individualmente. Promovendo até a melhora de sua
auto-estima que geralmente é bombardeada pelos desafios e preconceitos
que enfrentam diariamente. Para realizar esse ideal, será indispensável
aumentar o número de escolas regulares e de escolas que promovam a
formação profissional desta clientela especial.
“IV- Na área de recursos humanos:
b) a formação e qualificação de recursos humanos que, nas diversas áreas de
conhecimento, inclusive de nível superior, atendam a demanda e as
necessidades reais das pessoas portadoras de deficiências;”
Ao falar em qualificação e formação de recursos humanos para atender
as necessidades dos portadores de deficiências, destaco duas categorias de
profissionais que atuam diretamente com eles e demonstram estarem
despreparados para atendê-los, são estes os professores de classes regulares
e os pediatras.
Os professores estão em processo de desenvolvimento e aprendizagem para
lidar com a inclusão, aprendem junto ao aluno a lidar com o mesmo. E os
pediatras que demoram em diagnosticar ou dão diagnósticos equivocados de
doenças, cujo tratamento precoce proporcionaria ao indivíduo um melhor
26
desenvolvimento e qualidade de vida.
“V- Na área das edificações:
a) a adoção e efetiva execução de normas que garantam a funcionalidade das
edificações e vias públicas, que evitem ou removamos óbices as pessoas
portadoras de deficiência, permitam o acesso destas aos edifícios, a
logradouros e a meios de transporte;”
Adaptar as vias públicas faz parte de um grupo de necessidades básicas para
boa parte dos portadores de necessidades especiais, promovendo o bem estar
pessoal e social do indivíduo. Sendo um dever e não um favor.
O Poder Público terá que se organizar e se empenhar para exercer a sua
função de concretizar a Inclusão como foi proposta no documento citado.
Tarefa difícil mas não impossível.
Retomando o aspecto educacional, as leis foram decretadas garantindo a
acessibilidade e melhores condições de vida para as pessoas com
necessidades especiais. Mas as dificuldades das instituições de ensino para
colocar as leis em prática é evidente. Tanto as instituições formadoras de
educadores quanto as instituições que trabalham diretamente com os alunos
inclusos, demonstram fragilidade ao lidar com esse tema.
É hora de parar de procurar culpados para o fracasso escolar dos educandos e
cada um em sua função fazer a sua parte de acordo com as leis. Quando as
leis forem cumpridas a vida escolar dos educandos será prazerosa e suas
aprendizagens significativas.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação-1996
Capítulo V - Da Educação Especial
27
. A LDB estabeleceu um marco na história da Educação Especial em nosso
país. Com o Capítulo V da Educação Especial, artigo 58 relata “Entende-se por
educação especial para os efeitos dessa Lei a modalidade de educação
escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para
educandos portadores de necessidades especiais”.
O trecho polêmico do “preferencialmente na rede regular de ensino”. Onde as
escolas tiveram que se reorganizar no sentido de oferecer as condições
necessárias para o atendimento as necessidades educacionais de todos os
alunos e adaptar-se a inclusão.
As escolas particulares utilizam a palavra “preferencialmente” para se
negarem a realizar as matrículas dos alunos com necessidades especiais.
Dando ênfase as limitações dos educandos e usando a desculpa que a escola
não teria condições de atendê-los, sem ao menos tentar. Atualmente a Mídia
tem divulgado esses excessos e preconceitos contra os portadores de
necessidades especiais, levantando uma reflexão em massa sobre a
importância e o dever da inclusão. A atuação da mídia tem sido fundamental
para a conscientização da sociedade e dos responsáveis por crianças e jovens
com necessidades especiais.
A inclusão foi proposta e sua pratica iniciada mas a inclusão idealizada só
acontecerá em sua plenitude quando a realidade educacional do Brasil for
aperfeiçoada. As dificuldades da educação brasileira permeia não só a
inclusão mas o seu funcionamento natural vendo que o número de
analfabetos e o índice de fracasso escolar crescem gradativamente. A inclusão
é para todos que necessitam de necessidades educacionais especiais não só
para os deficientes. Trabalhar com a particularidade de cada um reconhecendo
a diversidade humana em busca de uma sociedade diferente em que todos
tenham direitos e deveres werneck (1997) apud Santana (2003) membro do
Down Syndrome Medical Interest Group, diz que:
“Partindo da opinião de que, quanto mais a criança interage espontaneamente
com situações diferentes, mais ela adquire conhecimentos, fica fácil entender
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por que a segregação é prejudicial tanto para os alunos com necessidades
especiais como para os ditos “normais” isso porque ela impede que as crianças
das classes regulares tenham oportunidade de conhecer a vida humana com
suas dimensões e seus desafios.
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CAPÍTULO III
ALGUMAS SÍNDROMES E SUAS
CARACTERÍSTICAS.
Deficiência Física
A deficiência física deve ser entendida como sendo uma alteração completa
ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o
comprometimento da função física, podendo se apresentar da seguinte forma:
-Monoplegia, paralisia de um membro do corpo;
-Hemiplegia, paralisia de metade do corpo, por lesão de via piramidal;
-Paraplegia, paralisia dos membros inferiores do corpo;
-Triplegia, paralisia de três membros do corpo;
-Tetraplegia, paralisia dos membros inferiores e superiores do corpo;
-Monoparesia, perda parcial de um membro do corpo;
-Hemiparesia, paralisia parcial da metade do corpo, por lesão de via piramidal;
-Paraparesia, paralisia parcial dos membros inferiores do corpo;
-Tetraparesia, paralisia parcial dos membros inferiores e superiores do corpo;
-Amputação ou ausência de membros do corpo;
-Paralisia cerebral;
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Causas
• Paralisia Cerebral: por prematuridade; anóxia perinatal; desnutrição; materna;
rubéola; toxoplasmose; trauma de parto; subnutrição; outras.
• Hemiplegias: por acidente vascular cerebral; aneurisma cerebral; tumor
cerebral e outras.
• Lesão medular: por ferimento por arma de fogo; ferimento por arma branca;
acidentes de trânsito; mergulho em águas rasas. Traumatismos diretos;
quedas; processos infecciosos; processos degenerativos e outros.
• Amputações: causas vasculares; traumas; malformações congênitas; causas
metabólicas e outras.
• Más formações congênitas: por exposição à radiação; uso de drogas; causas
desconhecidas.
• Artropatias: por processos inflamatórios; processos degenerativos; alterações
biomecânicas; hemofilia; distúrbios metabólicos e outros.
O professor de alunos com comprometimentos físicos, quando necessário,
poderá utilizar recursos tecnológicos garantindo ao aluno o direito de se
comunicar e de participar das atividades propostas pelo professor. Alguns
cuidados básicos precisam ser tomados quanto ao relacionamento com os
alunos cadeirantes. Não se apoiar na cadeira; quando o diálogo for demorado
procurar ficar da mesma altura do aluno, por causa do desconforto na posição
do mesmo; adaptar o ambiente físico da Instituição Escolar.
É importante lembrar que os indivíduos com comprometimentos físicos não
devem ser subestimados quanto a sua capacidade intelectual, mesmo que
estes apresentem um ritmo diferente em alguns momentos.
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Deficiência Auditiva
A deficiência auditiva se caracteriza por ser a perda total ou parcial da
capacidade de ouvir, mesmo com a utilização de aparelhos.
Tipos de Deficiência Auditiva:
Condutiva :
Quando ocorre qualquer interferência na transmissão do som desde o conduto
auditivo externo até a orelha interna. A grande maioria das deficiências
auditivas condutivas pode ser corrigida através de tratamento clínico ou
cirúrgico. Esta deficiência pode ter várias causas, entre elas pode-se citar:
Corpos estranhos no conduto auditivo externo, tampões de cera , otite externa
e média, mal formação congênita do conduto auditivo, inflamação da
membrana timpânica, perfuração do tímpano, obstrução da tuba auditiva, etc.
Sensório-Neural :
Quando há uma impossibilidade de recepção do som por lesão das células
ciliadas da orelha interna ou do nervo auditivo. Este tipo de deficiência auditiva
é irreversível. A deficiência auditiva sensório-neural pode ser de origem
hereditária como problemas da mãe no pré-natal tais como a rubéola, sífilis,
herpes, toxoplasmose, alcoolismo, toxemia, diabetes etc. Também podem ser
causadas por traumas físicos, prematuridade, baixo peso ao nascimento,
trauma de parto, meningite, encefalite, caxumba, sarampo etc.
Mista :
Quando há uma alteração na condução do som até o órgão terminal sensorial
associada à lesão do órgão sensorial ou do nervo auditivo. O audiograma
mostra geralmente limiares de condução óssea abaixo dos níveis normais,
embora com comprometimento menos intenso do que nos limiares de
condução aérea. Em 1966 Davis e Silverman, estabeleceu os níveis de
32
limiares utilizados para caracterizar os graus de severidade da deficiência
auditiva são:
• Audição Normal – Limiares entre 0 a 24 dB nível de audição.
• Deficiência Auditiva Leve – Limiares entre 25 a 40 dB nível de audição.
• Deficiência Auditiva Moderna – Limiares entre 41 e 70 dB nível de audição.
• Deficiência Auditiva Severa – Limiares entre 71 e 90 dB nível de audição.
• Deficiência Auditiva Profunda – Limiares acima de 90 dB.
É necessário perceber que a pessoa surda não é muda, além dela emitir sons,
ela se comunica de diversas formas. De acordo com suas experiências de vida
as pessoas surdas estabelecerão sua condição lingüística. Estes meios podem
ser:
- Lingüístico, quando se utiliza a escrita, LIBRAS (língua brasileira de sinais) e
leitura labial.
- Paralinguístico, expressão corporal, gestos naturais, recursos visuais e
outros.
O professor de alunos com deficiência auditiva, deverá buscar métodos que
assegurem ao aluno o acesso as informações e ao conhecimento, de acordo
com suas necessidades. Ao se comunicar com um aluno surdo, dar
preferência ao diálogo face a face, para que este possa fazer a leitura labial.
Não precisa exagerar nas pausas, fale de forma natural e objetiva. Quando for
realizar trabalhos em grupos na turma pedir que os alunos falem um de cada
vez. O interprete atuando em sala de aula, auxilia, de forma significativa a
interação do aluno com a comunidade escolar e vice-versa.
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Deficiência Mental
A deficiência mental é definida como sendo o funcionamento intelectual
significantemente inferior a média, com manifestação antes dos dezoito anos e
limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais
como:comunicação, cuidados pessoais, habilidades sociais, utilização dos
recursos da comunidade, saúde e segurança, habilidades acadêmicas, de
lazer e de trabalho.
Deficiência mental é diferente de doença mental. A criança com deficiência
mental não é agressiva, e devem ser tratadas como as crianças ditas
“normais”.
A escola devera estabelecer critérios de avaliação voltados as especificidades
dos alunos com este tipo de comprometimento, visando suas potencialidades e
aquilo que ele poderá realizar se tiver os estímulos e os apoios necessários.
M.L.Sprovieri Ribeiro (2003) coloca:
“Não se deve subestimar sua inteligência. As pessoas com
deficiência mental podem levar mais tempo para aprender, mas também são
capazes de adquirir muitas habilidades necessárias a sua existência. Para
tanto, sua educação não deve estar centrada na super-protecão, mas, sim, em
procedimentos que favoreçam o seu desenvolvimento integral.”
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CONCLUSÃO
O processo de inclusão coleciona desafios, que tem servidos como
impulsionadores de grandes estudos e discussões, na busca de se concretizar
o sonho de uma inclusão justa e eficaz.
Leis foram estabelecidas, profissionais tentam cumprí-las, mas a realidade é
que os alunos inclusos ainda enfrentam, preconceitos, despreparo dos
profissionais que o atendem, espaços físicos inadequados, falta de materiais
pedagógicos específicos, etc.
Tanto o aluno especial quanto a Unidade Escolar que o recebe, estão diante
de um novo tipo de relacionamento. A unidade escolar terá que rever seu
tradicional olhar homogêneo sobre seus alunos e o aluno especial, por sua vez
dentro de suas limitações e de forma inconsciente ensinar ao educador quais
os métodos funcionais para que se estabeleça sua aprendizagem.
Reconhecer a diversidade humana foi o primeiro passo rumo ao processo
inclusivo. E uma nova pedagogia que vem surgindo, trazendo novas idéias e
procedimentos educacionais voltados a essa diversidade humana, tem
fomentado nos educadores o desejo de mudança de suas práticas, inúmeras
vezes excludentes.
Ao Poder Público cabe fazer valer as leis estabelecidas. E junto as instituições
direta ou indiretamente ligadas a ele, promover a conscientização da
sociedade, sobre a inclusão, seus direitos e deveres relacionados a ela.É
fundamental esclarecer a sociedade que a inclusão é para todos os indivíduos
sendo estes especiais ou ditos “normais.” Tanto o Poder Público quanto os
educadores terão desafios a vencer rumo a inclusão ideal.
Deixo no desfecho deste trabalho um pensamento de Celso Antunes(2008):
“Não sabemos como será o amanhã, sabemos apenas que terá a forma que o
educador lhe atribuir.”
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BIBLIOGRAFIA
ALVES,Fátima.Inclusão: muitos olhares,vários caminhos e um grande
desafio.Rio de Janeiro:WAK editora,2009.
LAROSA,Marco Antonio:AYRES,Fernando Arduini.Como produzir uma
monografia passo a passo... Siga o mapa da mina.Rio de Janeiro:WAK
editora,2008.
ANTUNES.Celso.Inclusão: O nascer de uma nova pedagogia.São
Paulo:Ciranda Cultural,2008.
BOSSA,Nadia.Psicopedagogia.Minas Gerais:Cedic,2008.
LUCHESI,Maria Regina C.Educação de pessoas surdas, experiências
vividas, historias narradas.Campinas:Papirus,2003.
RIBEIRO,Maria Luisa Sprovieri:BAUMEL,Roseli Cecília Rocha de
Carvalho.Educação especial:Do querer ao fazer.São Paulo:Avercamp,2001.
SANTOS,Covis Roberto dos.Direito a educação:a LDB de A a Z.São
Paulo:Avercamp,2003.
36
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
CONCEITUANDO INCLUSÃO 10
Breve histórico da inclusão no Brasil 11
Instituição escolar x inclusão 12
A formação do professor x inclusao 16
CAPÍTULO II
A EDUCACÃO ESPECIAL E A LEGISLACÃO 21
Declaração de Salamanca 21
Constituição Federal 1988 e Lei 7.853 de 24/10/1989 23
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira 27
CAPÍTULO III
ALGUMAS SÍDROMES E SUAS CARACTERÍSTICAS 30
Deficiência física 30
Deficiência auditiva 32
Deficiência mental 34
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CONCLUSÃO 35
BIBLIOGRAFIA 36
ÍNDICE 37
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