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Dassaev Koch de Amorim
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO
ANÁLISE DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL
DA EMPRESA
TRANSPORTES DALÇÓQUIO LTDA
Administração Financeira
ITAJAÍ (SC)
2009
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – GESTÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
DASSAEV KOCH DE AMORIM
Trabalho de Conclusão de Estágio - TCE
ANÁLISE DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL
DA EMPRESA
TRANSPORTES DALÇÓQUIO LTDA
Trabalho de Conclusão de Estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí.
ITAJAÍ - SC, 2009
EQUIPE TÉCNICA
a) Nome do estagiário
Dassaev Koch de Amorim
b) Área do estágio
Administração Financeira
c) Orientador de campo
Edemir Borth
d) Orientador de estágio
Prof. Anacleto Laurino Pinto
e) Responsável pelos estágios em administração
Prof. Eduardo Krueger da Silva
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA
a) Razão Social
Transportes Dalçóquio Ltda.
b) Endereço
Rodovia Jorge Lacerda, 415, trevo BR 101, bairro Salseiros, CEP 88311-600,
Itajaí, SC.
c) Setor de desenvolvimento do estágio
Financeiro
d) Duração do estágio
240 horas
e) Nome e cargo do supervisor de campo
Edemir Borth – Gerente financeiro
f) Carimbo e visto da empresa
AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA
Itajaí, 01de junho de 2009.
A empresa Transportes Dalçóquio Ltda., pelo presente instrumento, autoriza a
Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o Trabalho
de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Supervisionado, pelo
acadêmico Dassaev Koch de Amorim.
___________________________________
Maria Regina Dalçóquio
RESUMO
Devido às mudanças que estão ocorrendo no ambiente de negócios, cada vez mais as empresas buscam aperfeiçoar seus processos de planejamento, avaliação e controle, com o objetivo de se antecipar na tomada decisão para alcançar os resultados planejados, o orçamento como ferramenta de gestão vem se tornando cada vez mais presente nas empresas, ajudando-as a melhorar o uso de seus recursos e investimentos. Diante deste contexto, este trabalho teve como objetivo principal analisar o orçamento da empresa Transportes Dalçóquio Ltda, estudando sua forma de elaboração, comparando o que foi orçado com o que foi realizado no ano de 2008 e constatar o resultado obtido pela empresa. A metodologia utilizada neste estudo foi predominantemente quantitativa com aporte qualitativo. Os participantes da pesquisa foram os gestores do orçamento e algumas pessoas envolvidas no processo de elaboração, a coleta de dados foi realizada através do sistema da empresa, e informações que os gestores forneceram. Como método de análise de dados foi utilizado a análise de conteúdo, demonstrada através de tabelas e comentários. Os resultados obtidos foram favoráveis para a empresa, pois a mesma pôde verificar falhas no seu orçamento e identificar alguns aspectos que pode melhorar para o próximo ano. O estudo mostrou que houveram divergências entre os valores orçados e realizados em diferentes meses do período pesquisado. Conclui-se que todos os objetivos foram alcançados pelo acadêmico, desde o geral até os específicos. Também possibilitou uma visão maior em relação ao orçamento empresarial, e como funciona o negócio da empresa. PALAVRAS-CHAVE: Orçamento, Planejamento, Controle.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Fluxograma do processo de elaboração do orçamento .........................33
Figura 2 – Evolução de vendas e lucros brutos.......................................................49
Figura 3 – Tanques em Aço Inox Químico, Petroquímico, Bitrem e para
Derivados ................................................................................................................54
Figura 4 – Semi-reboque baú e baú refrigerado, sider, carga seca e cloro .............54
Figura 5 – Semi-reboque Silio, Basculante e Tanque em Aço Carbono, em Aço
Inox com Revestimento Térmico e em Alumínio para Químico ...............................55
Figura 6 – Mapa da empresa Transportes Dalçóquio no território nacional ............56
Figura 7 – Organograma .........................................................................................57
Figura 8 – Clientes ..................................................................................................58
Figura 9 – Fornecedores .........................................................................................59
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Valores orçados x realizado correspondentes aos meses de janeiro e
fevereiro de 2008 ....................................................................................................65
Tabela 2 – Valores orçados x realizado correspondentes aos meses de março e
abril de 2008. ...........................................................................................................65
Tabela 3 – Valores orçados x realizado correspondentes aos meses de maio e
junho de 2008 ..........................................................................................................66
Tabela 4 – Valores orçados x realizado correspondentes aos meses de julho e
agosto de 2008 ........................................................................................................66
Tabela 5 – Valores orçados x realizado correspondentes aos meses de setembro
e outubro de 2008 ...................................................................................................67
Tabela 6 – Valores orçados x realizado correspondentes aos meses de
novembro e dezembro de 2008 ...............................................................................67
Tabela 7 – Variações orçamentárias correspondentes ao mês de janeiro de 2008
................................................................................................................................68
Tabela 8 – Variações orçamentárias correspondentes ao mês de fevereiro de
2008 ........................................................................................................................70
Tabela 9 – Variações orçamentárias correspondentes ao mês de março de 2008 .
................................................................................................................................71
Tabela 10 – Variações orçamentárias correspondentes ao mês de abril de 2008 ..
................................................................................................................................72
Tabela 11 – Variações orçamentárias correspondentes ao mês de maio de 2008 .
................................................................................................................................73
Tabela 12 – Variações orçamentárias correspondentes ao mês de junho de 2008
................................................................................................................................74
Tabela 13 – Variações orçamentárias correspondentes ao mês de julho de 2008 .75
Tabela 14 – Variações orçamentárias correspondentes ao mês de agosto de
2008 ........................................................................................................................76
Tabela 15 – Variações orçamentárias correspondentes ao mês de setembro de
2008 ........................................................................................................................77
Tabela 16 – Variações orçamentárias correspondentes ao mês de outubro de
2008 ........................................................................................................................78
Tabela 17 – Variações orçamentárias correspondentes ao mês de novembro de
2008 ........................................................................................................................79
Tabela 18 – Variações orçamentárias correspondentes ao mês de dezembro de
2008 ........................................................................................................................80
Tabela 19 – Variações orçamentárias correspondentes ao ano de 2008 ...............81
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................. 12
1.1 Problema de Pesquisa ................................................................ 13
1.2 Objetivos do Trabalho ................................................................. 14
1.3 Aspectos Metodológicos ............................................................ 14
1.3.1 Caracterização da pesquisa ...........................................................................15
1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa ............................................................16
1.3.3 Procedimento e instrumentos de coletas de dados ........................................16
1.3.4 Tratamento e análise de dados ......................................................................16
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................ 18
2.1 Administração .............................................................................. 18
2.2 Administração Financeira ........................................................... 19
2.3 Planejamento ............................................................................... 21
2.3.1 Tipos de planejamento ...................................................................................21
2.4 Receita .......................................................................................... 22
2.5 Custos .......................................................................................... 23
2.6 Despesas ...................................................................................... 25
2.7 Margem de Contribuição ............................................................. 26
2.8 Ebitda ........................................................................................... 27
2.9 Orçamento ................................................................................... 27
2.9.1 Orçamento base zero .....................................................................................28
2.9.2 Orçamento de tendências ..............................................................................29
2.9.3 Tipos de orçamento ........................................................................................30
2.9.4 Objetivos do orçamento..................................................................................31
2.9.5 Processo de elaboração do orçamento ..........................................................32
2.9.6 Vantagens do orçamento ...............................................................................34
2.9.7 Limitações do orçamento ...............................................................................35
2.10 Orçamento de Vendas ............................................................... 37
2.11 Orçamento de Produção ........................................................... 38
2.12 Orçamento de Matérias-Primas ................................................ 40
2.13 Orçamento de Mão-de-Obra Direta ........................................... 40
2.14 Orçamento de Custos Indiretos de Fabricação ....................... 41
2.15 Orçamento de Despesas Operacionais.................................... 41
2.15.1 Orçamento de despesas administrativas ......................................................42
2.15.2 Orçamento de despesas de vendas .............................................................43
2.15.3 Orçamento de despesas tributárias ..............................................................43
2.15.4 Orçamento de despesas financeiras ............................................................44
2.16 Orçamento de Caixa .................................................................. 44
2.17 Demonstração do Resultado do Exercício Projetado ............. 45
2.18 Controle Orçamentário .............................................................. 46
2.19 Análise das Variações Orçamentárias ..................................... 47
2.19.1 Análise das demonstrações contábeis ...................................... 48
2.20 Princípio Contábil da Competência .......................................... 50
2.21 Análise regressiva ..................................................................... 50
3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO ........................ 51
3.1 Transportes Dalçóquio Ltda ....................................................... 51
3.1.2 Missão, visão e valores ..................................................................................52
3.1.3 Frota ...............................................................................................................53
3.1.4 Estrutura .........................................................................................................55
3.1.5 Objetivos da empresa.....................................................................................58
3.1.6 Principais clientes e fornecedores ..................................................................58
3.2 Resultados da Pesquisa ............................................................. 59
3.2.1 Orçamento da Transportes Dalçóquio ............................................................59
3.2.2 Orçado x Realizado ........................................................................................64
3.2.3 Análise das variações orçamentárias .............................................................68
3.3 Sugestões .................................................................................... 82
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................. 85
REFEÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 87
ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS ............................................... 90
1 INTRODUÇÃO
As empresas que buscam obter uma boa administração sabem da
importância de um bom planejamento de suas atividades em busca de seus
objetivos. As constantes mudanças que estão ocorrendo no ambiente de negócios,
muitas delas produzidas pela globalização dos mercados, estão exigindo das
empresas cada vez mais o aperfeiçoamento de seus processos de planejamento,
avaliação e controle.
As empresas buscam na administração ferramentas que auxiliam a sua
gestão com o objetivo de maximizar os seus lucros e obter os melhores resultados,
onde podem ser alcançados através de pesquisas e estudos a serem realizados na
área da administração financeira, as empresas podem utilizar técnicas do orçamento
empresarial para lhe servirem como suporte em sua administração.
O sucesso das empresas depende de uma administração eficiente, que sem
planejamento não é possível, com o auxilio do orçamento as organizações podem
direcionar os rumos de suas operações. “Uma abordagem adequada do
planejamento de negócios é aquela que considera o orçamento como a forma de
controle do resultado futuro” (FREZATTI, 2000, p.36).
Com a atual velocidade que o mercado impõe, com as mudanças constantes
nas organizações e a crescente exigência de eficiência na elaboração do orçamento
empresarial, é de primordial importância a implementação de mecanismos que
possibilitem um controle das receitas, despesas e de custos, para se obter padrões
que contribuam na elaboração de orçamentos adequados, proporcionando uma
medição efetiva do desempenho da empresa.
De acordo com Padoveze (2006), ponto fundamental é o processo de
estabelecer e coordenar objetivos para todas as áreas da empresa, de tal forma que
todos trabalhem simultaneamente em busca dos planos de lucros.
Portanto, o orçamento como um instrumento de gestão utilizado para realizar
o planejamento e o controle das operações empresariais de forma eficaz, pode
melhorar a segurança e velocidade na tomada das decisões e contribuir para o
sucesso das empresas.
13
A organização onde foi realizado este trabalho é a Transportes Dalçóquio
Ltda, empresa familiar fundada em 1968, pelo Sr. Augusto Dalçóquio Neto,
transportadora de grande porte, cujo faturamento a coloca entre as 500 empresas
maiores do Brasil, atua no mercado de transporte rodoviário de produtos perigosos.
Presta serviços para empresas de grande porte, como a Petrobras, Kraft Foods,
Dow Química e Michelin.
1.1 Problema de Pesquisa
Um problema, de acordo com Roesch (1999), pode ser definido a partir da
observação, da teoria ou de algum método que se pretende testar. Devido ao fato de
a empresa possuir um orçamento empresarial desde o ano de 2006, orçamento que
trabalha com as contas de resultado, do tipo base zero e de tendências, se faz a
seguinte pergunta: A Transportes Dalçóquio está alcançando os resultados
planejados no seu orçamento?
A elaboração deste trabalho para a organização foi de grande importância,
pois os gestores poderam verificar quais os benefícios que a utilização do orçamento
está trazendo para a empresa e o que precisa ser melhorado, para Roesch (2007,
p.84); “em projetos de prática profissional, o ponto de partida da investigação é
limitado a problemas de gestão de organizações específicas”.
Pelo fato de o tema orçamento ser complexo e pouco explorado com
estudos acadêmicos na Univali, para a universidade é muito interessante, pois além
de proporcionar maior conhecimento na área, futuros estagiários poderão usar como
inspiração para realizarem este tipo de trabalho em outras organizações.
Já foram realizados vários tipos de trabalhos nesta organização, porém
voltados para outras áreas, na área financeira, com o tema orçamento é a primeira
vez.
Este estudo foi viável, pois todas as informações necessárias para a
elaboração do presente trabalho foram disponibilizadas pela a empresa, assim como
o acesso às pessoas participantes da pesquisa, o acadêmico é funcionário da
empresa, onde teve tempo e um baixo custo para realizar a pesquisa. O tempo
14
estimado para a realização do trabalho foi formado por um cronograma, os custos da
pesquisa foram cobertos pelo acadêmico e elaborados através de um orçamento.
“Na fase de definição do problema, é imprescindível verificar se existem condições
propícias para a realização do projeto dentro da organização-alvo” (ROESCH, 2007,
p.101).
1.2 Objetivos do Trabalho
Este trabalho tem como objetivo geral verificar se a Transportes Dalçóquio
está conseguindo atingir os resultados planejados no seu orçamento no ano de
2008. Segundo Roesch (2007, p. 96), “o objetivo geral define o propósito do
trabalho”.
Conforme Roesch (2007, p. 97), “os objetivos específicos operacionalizam –
especificam o modo como se pretendem atingir um objetivo geral”.
Considerando o objetivo geral proposto, determinam-se os seguintes
objetivos específicos:
• descrever o modelo e o tipo de orçamento;
• identificar os itens orçados;
• comparar os valores orçados com os valores realizados;
• calcular as variações;
• identificar as possíveis causas das variações;
• entrevistar os gestores, para comentar sobre as eventuais diferenças
ocorridas;
• propor ações visando melhoria.
1.3 Aspectos Metodológicos
Este item trata-se da metodologia utilizada na realização deste trabalho. De
acordo com Roesch (2007, p.125), “aconselha-se partir dos objetivos do projeto para
definir que tipo de método é mais apropriado”.
15
1.3.1 Caracterização da pesquisa
A tipologia deste trabalho de estágio caracteriza-se em uma avaliação de
resultados. Para Roesch (2007, p.68), “avaliar envolve sempre uma comparação. A
comparação pode ser entre uma situação anterior e posterior à utilização de
determinado sistema ou plano”. O acadêmico comparou os itens orçados com os
resultados obtidos pela empresa.
A metodologia de pesquisa utilizada para a elaboração deste trabalho de
estágio foi predominantemente de abordagem quantitativa, onde houve a
comparação dos dados financeiros que foram os valores orçados versus realizados.
Na visão de Richardson (1999), o método quantitativo representa, em princípio, o
propósito de garantir a precisão dos resultados, evitar distorções de análise e
interpretação, possibilitando, logicamente, uma margem de segurança quanto as
inferências.
A pesquisa teve aporte qualitativo onde o acadêmico conheceu a opinião
dos gestores que elaboram e utilizam o orçamento. Segundo Richardson (1999, p.
79), “a abordagem qualitativa de um problema, além de ser uma opção do
investigador, justifica-se, sobretudo, por ser uma forma adequada para entender a
natureza de um fenômeno social”.
Roesch (1999, p.130) diz que,
Se o propósito do projeto implica medir relações entre variáveis (associação ou causa-efeito), ou avaliar o resultado de algum sistema ou projeto, recomenda-se utilizar preferencialmente o enfoque da pesquisa quantitativa e utilizar a melhor estratégia de controlar o delineamento da pesquisa para garantir uma boa interpretação dos resultados.
Utilizou-se neste trabalho como estratégia de pesquisa o levantamento
descritivo. A pesquisa descritiva, como explica Vergara (2005), expõe as
características de determinado fenômeno e estabelece correlações entre variáveis
definindo sua natureza.
16
1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa
O orçamento empresarial da empresa Dalçóquio é elaborado e controlado
pelo gerente financeiro, controller e os administradores da empresa, onde os
mesmos obtêm as informações necessárias de gestores dos demais setores da
empresa, para concluir a elaboração.
Os participantes da pesquisa na organização foram: o gerente financeiro, o
pessoal envolvido na elaboração do orçamento e o controler, juntamente com dados
do orçamento que estão expostos no sistema da empresa. Afirma Roesch (2007,
p.138), “uma população é um grupo de pessoas ou empresas que interessa
entrevistar para o propósito específico de um estudo”.
1.3.3 Procedimento e instrumento de coletas de dados
Para a coleta de dados foram utilizadas fontes secundárias, provenientes do
sistema da empresa, e primárias, coletadas diretamente com os gestores do
orçamento. Na coleta de dados primários realizou-se entrevistas em profundidade
com os gestores, que na visão de Roesch (1999) os dados primários são coletados
diretamente pelo pesquisador. As fontes secundárias conforme Roesch (2007), não
são coletadas diretamente na fonte pelo pesquisador, nesta pesquisa foi relatórios e
informações disponíveis no sistema da empresa, que contém todo o plano de contas
contábil, e as contas de resultado, receitas, despesas, custos.
1.3.4 Tratamento e análise de dados
Este item expõe a forma de como os dados foram tratados e analisados
após sua coleta. De acordo com Roesch (2007, p.128); “nesta seção sugere-se que
o aluno imagine como fará a descrição e análise dos resultados do seu estágio”.
17
Para tratamento e análise dos dados primários foi utilizada a técnica análise
de conteúdo, que tenta entender melhor um discurso, buscar os momentos mais
importantes. Segundo Richardson (1999, p.223); “a análise de conteúdo é um
conjunto de instrumentos metodológicos cada dia mais aperfeiçoados que se
aplicam a discursos diversos”. Os dados secundários do orçamento foram tabulados
mês a mês e também de forma global em planilhas, comparando os valores orçados
com os realizados, mediante a aplicação da técnica de análise horizontal, onde
buscou-se identificar as divergências entre os valores orçados e realizados.
Posteriormente realizou-se entrevistas com os gestores responsáveis pelo
orçamento, buscando respostas para as variações identificadas.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Neste capítulo serão abordados os aspectos teóricos pertinentes ao tema
objeto de estudo.
2.1 Administração
Os Administradores trabalham em organizações públicas e privadas, em
diversas áreas, onde podem ser de grandes e pequenos negócios, abrangendo
diversos setores como os industriais, agroindustriais, comerciais, financeiros, de
serviços, hospitalares, escolares, governamentais, onde se tem como maiores
objetivos a produtividade e a lucratividade. Segundo Lacombe e Heilborn (2006, p.
48) a definição de administração é,
[...] um conjunto de princípios e normas que tem por objetivo planejar, organizar, dirigir, coordenar e controlar esforços de um grupo de indivíduos que se associam para atingir um resultado comum.
Segundo Kwasnicka (1995), administração é como um processo
incorporativo essencial, que busca a obtenção de resultados específicos. O
profissional de administração tem responsabilidade pelo planejamento, organização,
direção e controle das organizações, buscando utilizar os recursos disponíveis de
modo que possa atingir os objetivos e resultados estabelecidos. Na visão de
Lacombe e Heilbom (2006), as funções ou atividades que pertencem ao
administrador são caracterizadas como:
• planejar - raciocinar antecipadamente o que deseja alcançar e definir os
meios e recursos para efetivar o seu desejo. Estabelecer objetivos e metas,
políticas e procedimentos, conforme os objetivos para dirigir as decisões;
• organizar: processo que busca identificar, dividir e reunir o trabalho a ser
realizado;
19
• prover: recursos humanos: formar uma equipe capacitada, integrada e
disposta a agir para o grupo, incluindo saber recrutar, selecionar e treinar as
pessoas adequadas para assumir responsabilidades e atingir os objetivos;
• liderar: guiar a equipe para atingir os objetivos e metas em comum do
grupo, o líder deve ser capaz de atingir os objetivos através dos liderados e
dependendo da ocasião alternar a forma de liderar de acordo com sua
necessidade momentânea;
• coordenar: operar simultaneamente com todas as unidades da
organização, para que as atividades sejam executadas equilibradamente na
direção correta e no momento certo;
• controlar: garantir que as operações da organização estão a conduzindo
na direção dos objetivos planejados, medindo o desempenho e compará-lo
com o desejado.
Percebe-se então, que a administração é extremamente necessária para as
organizações, administrar uma empresa não é uma tarefa das mais fáceis, pois
precisa-se aproveitar da melhor maneira possível os recursos disponíveis, como
pessoas, máquinas e capital, para conseguir sobreviver no mercado.
2.2 Administração Financeira
Toda empresa tem como objetivo gerar e maximizar os seus lucros, com a
necessidade de controles financeiros, para o alcance deste objetivo a administração
financeira tornou-se muito importante. Conforme Neto (2003), a administração
financeira é um campo de estudo que busca garantir um melhor e eficaz processo
empresarial de captar e alocar os recursos do capital, ou seja, se envolve tanto na
escassez de recursos, quanto na realidade operacional da empresa.
Afirma Hoji (2007), para a administração financeira, o objetivo econômico
das empresas é a maximização do seu valor de mercado, aumentando o valor da
riqueza de seus proprietários.
O administrador financeiro é responsável pela condução de uma área muito
importante nas empresas, qualquer decisão que tome na utilização dos recursos
20
financeiros tem que ser bem pensada para que não haja erros, evitando assim
complicações futuras por falta de recursos. Na visão de Neto (2003), a própria
evolução da área financeira despertou no administrador uma grande necessidade de
visualizar toda a empresa, elevando suas estratégias de competitividade,
continuidade e crescimento futuro.
De acordo com Gitman (1997), o administrador financeiro exerce finanças
em todos os tipos de empresas, financeiras ou não, privadas ou públicas, grandes
ou pequenas, com ou sem fins lucrativos. O administrador financeiro pode auxiliar as
empresas na forma de conduzir suas atividades operacionais, tendo como suas
funções básicas: análise e planejamento financeiro, decisões de investimento e
decisões de financiamento.
Segundo Gitman (1997), análise e planejamento financeiro são formados por
dados financeiros onde possam ser utilizados para acompanhar a situação
financeira da empresa, busca verificar se é necessário aumentar a produção e
indicar que tipo de financiamento deve ser aditado nas operações da empresa.
Hoji (2007) menciona que análise e planejamento financeiro são, coordenar,
controlar e avaliar as transações da empresa através de relatórios financeiros e
participar intensivamente das decisões estratégicas com o intuito de alavancar as
suas operações. Em outras palavras, esse processo auxilia a empresa a
acompanhar suas ações e examinar cuidadosamente as metas estabelecidas,
possibilitando com que a administração visualize com antecedência as
possibilidades de investimento, buscando sempre o crescimento da organização.
As decisões de investimentos dizem respeito ao lado esquerdo do balanço
patrimonial, o ativo circulante, ativo realizável a longo prazo e o ativo permanente.
Para Hoji (2007), as decisões de financiamento reportam-se em determinar quais
recursos financeiros serão aplicados nos ativos correntes e não correntes,
examinando a melhor relação entre risco e retorno do capital investido.
Gitman (1997) destaca que o administrador financeiro deve decidir quais são
os melhores ativos permanentes para se adquirir, e verificar quando os ativos
existentes necessitam ser alterados, substituídos ou até mesmo liquidados.
As decisões de financiamento pertencem ao lado direito do balanço
patrimonial, o administrador financeiro necessita analisar e negociar a captação dos
recursos financeiros necessários e saber aplicar os recursos financeiros disponíveis.
Segundo Gitman (1984), é necessário determinar a composição mais adequada de
21
financiamento de longo e curto prazo, decisão importante que afeta tanto o lucro
quanto a liquidez da empresa, também é necessário saber quais são as melhores
fontes de financiamento de curto e longo prazo num determinado momento para a
empresa.
2.3 Planejamento
As empresas vivem num ambiente extremamente competitivo, se não
planejarem suas atividades correm o risco de serem surpreendidas por imprevistos e
passarem por grandes dificuldades ou até mesmo chegar à falência. Conforme
Lacombe e Heilborn ( 2006, p.162), “planejar é, portanto, decidir antecipadamente o
que fazer, de que maneira fazer, quando fazer e quem deve fazer”.
Nenhuma empresa está livre de mudanças, portanto o planejamento como
uma das etapas da administração é extremamente necessário, que segundo
Kwasnicka (1995), com o planejamento a organização opta por metas baseadas em
avaliações e previsões futuras, dando forma e direcionando os esforços de
administradores e trabalhadores dos demais níveis organizacionais.
Oliveira (1999, p.34) diz que,
O propósito do planejamento pode ser definido como desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes administrativas, as quais proporcionam uma situação viável de avaliar as implicações futuras de decisões presentes em função dos objetivos empresariais que facilitarão a tomada de decisão no futuro, de modo mais rápido, coerente e eficaz.
O planejamento é formado através de planos, portanto, o administrador deve
saber lidar com diferentes tipos desses planos, podendo incluir períodos de longo a
curto prazo, podendo envolver a organização inteira, uma divisão ou departamento
ou ainda uma tarefa. O planejamento possibilita o administrador avaliar os recursos
a serem utilizados pela empresa, para que ela possa atingir os seus objetivos
traçados.
22
2.3.1 Tipos de planejamento
O planejamento pode ser dividido em três formas: planejamento estratégico
que abrange as decisões de longo prazo, planejamento tático, que trata das metas
de médio prazo e o operacional, que compreende as decisões de curto prazo.
De acordo com Lacombe e Heilborn (2006), o planejamento estratégico é o
planejamento do conjunto de metas de longo prazo e dos meios disponíveis que
possibilitem o alcance dessas metas, dando rumo aos negócios da empresa.
O planejamento estratégico é, conforme Hoji (2007), de responsabilidade
dos níveis mais altos da administração, onde procuram se antecipar a fatores
externos e internos da empresa.
O planejamento tático, que desenvolve as decisões de médio prazo, tem
como objetivo, de acordo com Oliveira (1999), aproveitar ao máximo determinadas
áreas de resultado da empresa, ou seja, faz um planejamento específico para cada
área da empresa, sendo desenvolvido por níveis inferiores da organização.
Hoji (2007) afirma que, o planejamento operacional tem o intuito de elevar ao
máximo os recursos da empresa empregados em operações de determinados
períodos.
2.4 Receita
Receita designa entradas de elementos para o ativo da empresa, na forma
de bens ou direitos que em geral são representadas sob a forma de dinheiro ou de
créditos representativos de direitos. Conforme Wernke (2008), receita é o valor
proveniente principalmente das entradas de recursos na empresa originados da
venda de produtos, mercadorias ou serviços prestados e juros recebidos.
De acordo com Iudícibus (2000), receita é a expressão monetária, validada
pelo mercado, do agregado de bens e serviços da entidade, em determinado
período de tempo. As receitas são classificadas em operacionais e não-
operacionais.
23
• Receita operacional – esta é proveniente das operações freqüentes da
empresa, Na visão de Silva (2006, p.149), “a receita operacional decorre
das operações normais e habituais da empresa”.
• Receita não operacional – está relacionada às receitas que não ocorrem
com freqüência, que não estão envolvidas nas operações da empresa.
Conforme Silva (2006), será incluído em receitas não operacionais os
valores relativos as receitas decorrentes de transações casuais, ou seja,
algo que não é recorrente, que não se repete. Para Marion (2003), as
receitas ou despesas onde não estão relacionadas diretamente com o
objetivo do negócio da empresa são classificadas como não operacionais,
tratando-se habitualmente como perdas ou ganhos.
2.5 Custos
Custos são gastos resultantes da aquisição de bens e serviços na produção
de outros bens e serviços durante o processo de fabricação, como por exemplo
matéria-prima consumida, materiais auxiliares, mão-de-obra produtiva, mão-de-
obra de gerência e supervisão de fábrica, custos gerais de fabricação entre outros.
Portanto, são gastos que oferecem suporte às operações da empresa.
Martins (2003, p.25) afirma que:
O custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço.
Os custos podem ser classificados das seguintes maneiras:
• Custos variáveis – são considerados custos que diversificam de acordo
com o volume da produção, ou seja, quanto maior o volume produzido,
maior será a quantidade dos custos.
De acordo com Padoveze (2006, p.532), “quando um custo tem uma relação
direta e proporcional com o volume de produção, de venda ou de outra atividade,
denominamos esse custo como variável”.
24
• Custos fixos – são aqueles que possuem tendência a manter o seu valor,
independentemente do nível da atividade do período, isto é, irá ocorrer
independente do volume de produção.
Welsch (1992, p.174) afirma que os custos são fixos quando,
Os itens de custo que tendem a manter o seu valor total constante de mês para mês, independentemente das flutuações da produção ou do volume de trabalho realizado.
• Custos semivariáveis – estes custos possuem características dos custos
fixos e variáveis, ou seja, à medida que a produção se altera os custos
semivariáveis variam na mesma direção, no entanto não nas mesas
proporções. Na visão de Padoveze (2006, p.532); “um custo é considerado
semivariável se sua variação não é na mesma proporção da variação do
volume de produção de vendas”.
• Custos diretos – estes podem ser identificados nos produtos ou serviços,
precisando apenas de uma medida de consumo, como quilos, horas de mão-
de-obra, quantidade força, entre outros, não havendo a necessidade de usar
critérios de rateio. Conforme Perez Junior, Oliveira e Costa (2005, p.25):
“são os custos que podem ser quantificados e identificados no produto ou
serviço e valorizados com relativa facilidade”.
• Custos indiretos – são aqueles que não podem ser identificados nos
produtos ou serviços, necessitando então de alguma forma de rateio para
alocá-los.
Leone (2000, p.58) destaca que:
Todo o item de custo que precisa de um parâmetro para ser identificado e debitado ao produto ou objeto do custeio é considerado um custo indireto. São debitados indiretamente por meio de taxas de rateio ou critérios de alocação.
• Custo-meta (target cost) – é a utilização do preço estabelecido pelo
mercado como padrão para alcançar a margem de lucro desejada e
consecutivamente definir o custo necessário para alcançá-la.
Perez Junior, Oliveira e Costa (2005, p.271) afirmam que:
Esse tipo de custo representa, portanto, o custo baseado nas condições de mercado, calculado tendo como parâmetro o preço de venda necessário para se obter determinada participação no mercado, com as margens desejadas de lucratividade.
25
Na visão de Padoveze (2004), é um custo unitário do produto que não é
calculado, e sim resultado da subtração do preço de venda, pela margem de lucro
desejada.
2.6 Despesas
Despesa é todo o gasto necessário para obter receita, como por exemplo,
impostos, comissões de vendas. De acordo com Martins (2003, p.26), “as despesas
são itens que reduzem o patrimônio líquido e que têm essa característica de
representar sacrifícios no processo de obtenção de receitas”.
Contabilmente despesa não é sinônimo de custo, sendo que custo está
relacionado com o processo produtivo de bens ou serviços, enquanto que despesa
de uma forma geral são os gastos com a manutenção das atividades da
organização.
Perez Junior, Oliveira e Costa (2005), afirmam que todas as despesas estão
direta ou indiretamente para a efetivação de receitas, as empresas possuem
despesas para gerar receitas e não para produzir seus bens e serviços. As
despesas podem ser constituídas pelos grupos de despesas com vendas,
administrativas e financeiras.
Despesas com vendas são aquelas que oferecem apoio às vendas, como
por exemplo, comissões sobre vendas, propaganda, marketing etc. Para Iudícibus,
Martins e Gelbcke (2008), as despesas de vendas são os gastos relativos a
promoção, posicionamento e distribuição dos produtos da empresa, juntamente com
os riscos assumidos pela venda.
Despesas administrativas são necessárias para dirigir a empresa, como
material de escritório, salários e encargos do pessoal do administrativo. Iudícibus,
Martins e Gelbcke (2008) destacam que, as despesas administrativas representam
os gastos efetuados para dirigir ou gerir a empresa, compõem-se de várias
atividades gerais que beneficiam todas as fases do negócio e objetivo da empresa.
As despesas financeiras são gastos referentes aos juros pagos pela
empresa, em conseqüência de empréstimos bancários, descontos de cheques e
26
duplicatas. Iudícibus, Martins e Gelbcke (2008) salientam que, as despesas
financeiras englobam, descontos de títulos, juros pagos sobre contratação de
empréstimos, financiamentos, desconto de títulos entre outras operações passíveis
a despesas de juros.
2.7 Margem de Contribuição
Margem de contribuição é a diferença entre o preço de venda e a soma dos
custos e despesas variáveis. Martins (2003, p.179) afirmar que, “é o valor que cada
unidade efetivamente trás à empresa de sobra entre sua receita e o custo que de
fato provocou e que lhe pode ser imputado sem erro”.
Na visão de Perez Junior, Oliveira e Costa (2005), pode-se compreender
que é a parcela do preço de venda que ultrapassa os custos e despesas variáveis e
que contribuirá para a absorção dos custos fixos e para a formação do lucro.
2.8 Ebitda
Ebitda (Earnings Before Interest and Taxes) é uma sigla que em inglês, quer
dizer “lucro antes dos juros, dos impostos, da depreciação e da amortização”
também conhecido como LAJIDA. Utilizado por analistas de mercado como a
principal e as vezes única avaliação de desempenho e do valor das companhias, ele
demonstra o caixa gerado pela principal atividade da empresa ou seja a capacidade
de suas operações gerar caixa. Para Sá e Moraes (2005, p.179), “O EBITDA é, em
última análise, o caixa gerado pela atividade principal da empresa”.
Hoji (2007, p. 328) destaca que:
É considerado pelos analistas financeiros o melhor indicador de geração de caixa operacional, pois considera em seu cálculo somente os resultados operacionais que afetam o caixa, desconsiderando as despesas e as receitas operacionais como a depreciação, amortização e exaustão; o resultado de equivalência patrimonial, as despesas e as receitas financeiras, outras receitas e
27
despesas operacionais não rotineiras e, também, os impostos sobre o lucro (Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro).
Na visão de Silva (2006), o EBITDA é uma medida que avalia o desempenho
operacional da empresa, considerando as receitas operacionais líquidas, menos os
custos e as despesas operacionais, exceto as depreciações e amortizações.
2.9 Orçamento
O orçamento é um instrumento utilizado para realizar o planejamento das
operações e de investimentos da empresa, buscando auxiliar na tomada de decisão.
Conforme Zdanowicz (1995), o orçamento é a técnica, que possui como
base, informações e dados de experiências passadas, no entanto deverá se formar
também, em ferramenta de orientação no processo de tomada de decisão da
empresa para o futuro.
O orçamento é uma ferramenta muito importante para o sucesso de
qualquer organização. É iniciado nos objetivos que a organização deseja alcançar,
passando pela análise dos pontos fortes e dos pontos fracos da empresa, sempre
buscando alocar da maneira mais eficiente os recursos para aproveitar as
oportunidades identificadas no ambiente empresarial.
De acordo com Hoji (2007), os orçamentos representam quantitativamente,
as decisões de compras, produção, vendas, recursos humanos, gastos gerais,
qualidade e tecnologia.
O orçamento vem se tornando cada vez mais presente nas organizações,
auxiliando a melhorar o uso de seus recursos e investimentos, diminuir seus custos
e a maximizar seus resultados, podendo lhe ajudar a aumentar sua participação no
mercado.
Para Moreira (1989), um sistema orçamentário é um conjunto de planos e
decisões propriamente estabelecidos e representados em resultados financeiros,
onde permite à administração da empresa conhecer seus resultados operacionais,
efetuando acompanhamentos essenciais para que os resultados sejam alcançados e
as possíveis falhas sejam analisadas e corrigidas.
28
De acordo com Padoveze (2006, p.501), “orçar significa processar todos os
dados constantes do sistema de informação contábil de hoje, introduzindo os dados
previstos para o próximo exercício”.
Lunkes (2003, p.39) afirma que:
Os orçamentos, além de serem parâmetros para avaliação dos planos, permitem a apuração do resultado por área de responsabilidade, desempenhando papel de controle por meio dos sistemas de custos e contabilidade.
Padoveze (2006, p.501), destaca que “o orçamento é ferramenta de controle
por excelência de todo o processo operacional da empresa, pois envolve todos os
setores da companhia”. O orçamento representa a origem e o destino dos recursos
utilizados por todos os setores da empresa, comparando o que foi planejado com os
resultados obtidos, auxiliando a tomar as decisões financeiras corretas e visando o
seu crescimento.
Portanto o orçamento é um instrumento essencial para as empresas, pois
pode oferecer suporte à elas para a tomada de decisão e apontar os erros do
passado, podendo assim corrigi-los para o próximo exercício.
2.9.1 Orçamento base zero
De acordo com Padoveze (2006), o princípio do orçamento base-zero está
em separar-se do passado, resumi-se principalmente em dizer que o orçamento
jamais deve começar da observação dos dados anteriores.
O orçamento base zero tem como característica não considerar o período
orçamentário anterior, ou seja, não são utilizados dados anteriores para o inicio de
sua elaboração.
Lunkes (2003) destaca que o orçamento base-zero solicita que todas as
atividades estejam justificadas e priorizadas antes da tomada de decisão referente a
quantidade de recursos a serem alocados em cada departamento da empresa.
O orçamento Base Zero é uma ferramenta de controle que descentraliza as
operações da empresa e ao mesmo tempo torna possível o administrador obter um
29
controle amplo de todos os gastos. Tem como objetivo questionar a estrutura das
despesas e dos custos, em busca de economias para esses gastos.
Na visão de Lunkes (2003), a principal desvantagem do orçamento base-
zero é o tempo de sua elaboração, ele pode ser bastante burocrático, com muitos
papéis e controles, o seu tempo de elaboração é muito maior que os orçamentos
tradicionais. O mesmo autor aponta também as principais vantagens, como a força
dos gestores para repetir as operações e buscar melhorias, se concentrar em reais
necessidades e não nas variações do período anterior, oferecer melhor
acompanhamento do que foi planejado em relação ao realizado.
Este tipo de orçamento tem por objetivo diminuir os gastos e as despesas,
buscando aumentar o resultado da empresa. A proposta do orçamento base-zero,
conforme diz Padoveze (2006, p.504), “está em questionar cada gasto, cada
estrutura, buscando verificar a real necessidade dele”. A elaboração deste tipo de
orçamento é de responsabilidade gerencial, cada gerente deve calcular a despesas
das atividades de cada área da empresa, relatando os gastos e justificando-os.
2.9.2 Orçamento de tendências
O orçamento de tendências tem como característica a utilização de dados do
passado para projeções do orçamento do próximo exercício. Ele é muito importante,
pois o gestor pode verificar erros do passado, evitando, consecutivamente, no
próximo orçamento repetir o mesmo erro.
Padoveze (2004) destaca que, na execução do orçamento de tendências
sempre existirão acontecimentos do passado de conhecimento da empresa, que não
se repetirão, logo não serão reproduzidos no orçamento, do mesmo modo existirão
eventos futuros que não terão um passado onde possam basear nova estimativas,
onde deverão ser orçados de outro modo.
30
2.9.3 Tipos de orçamento
Existem basicamente dois tipos de orçamento, o orçamento estático e o
orçamento flexível.
2.9.3.1 Orçamento estático
O Orçamento estático permanece fixo durante todo o período orçamentário,
ou seja, é baseado em um único nível de produção estabelecido no início e não
pode ser alterado. Padoveze (2006, p.505) afirma que; “o orçamento é considerado
estático quando a administração do sistema não permite nenhuma alteração nas
peças orçamentárias”.
Na visão de Horngre, Foster e Datar (2000), o orçamento estático é
fundamentado em um nível de atividade, quando as variações são determinadas no
final do período contábil, não são realizadas adaptações nos totais deste orçamento.
2.9.3.2 Orçamento flexível
Os orçamentos flexíveis são adaptados às alterações dos níveis das
atividades da empresa, podem ser ajustados a um determinado nível de vendas ou
de volume de produção, antes ou depois de sua ocorrência. Ele aponta qual deve
ser ou ter o custo para qualquer nível de produção.
Horngren, Foster e Datar (2000, p.168) dizem que,
Orçamento flexível é aquele elaborado com a utilização de estimativa das quantias de receitas ou de custos; quando as variações são determinadas, os totais orçados são ajustados (flexionados), para reconhecer o nível de atividade e os valores reais da receita e de direcionadores de custo. Os orçamentos flexíveis auxiliam os gerentes a penetrar mais profundamente nas causas das variações orçamentárias do que os orçamentos estáticos.
31
Os orçamentos flexíveis podem ser vantajosos tanto antes do período em
foco quanto depois. Os gestores podem utilizar quando estiverem tentando escolher
uma entre várias faixas de atividades para o planejamento. Também podem ser
úteis no fim do período, quando os administradores estiverem analisando os
resultados reais. “O importante no orçamento flexível é a possibilidade de identificar
de onde vêm as diferenças, se elas foram causadas pela variação do preço, volume
etc.” (LUNKES, 2003 p.116).
Os administradores sempre solicitam relatórios de desempenho que
identifiquem da melhor maneira algumas variações importantes entre os resultados
orçados e os resultados realizados, o orçamento flexível possibilita a eles uma base
melhor para análise.
2.9.4 Objetivos do orçamento
Um dos objetivos de um processo de orçamento empresarial é facilitar o
planejamento administrativo da empresa em relação às operações que estarão
voltadas para alcançar as metas traçadas.
Zdanowicz (1995, p.21) diz que:
[...] o orçamento como instrumento de tomada de decisão terá, por objetivo máximo, apresentar o programa orçamentário, definindo padrões, normas e procedimentos, que servirão para regulamentar a organização na elaboração e na execução das atividades da empresa.
O orçamento relaciona seus objetivos com as funções administrativas de
planejamento e controle, pois, o planejamento fixa os objetivos a serem atingidos e
os meios que serão utilizados para sua obtenção, e o controle avalia os resultados
obtidos, em relação aos planejados, e determina as ações corretivas necessárias.
Segundo Padoveze (2004), são exemplos de objetivos que devem constar
no plano orçamentário:
• orçamento como um sistema de autorização: o orçamento aprovado não
deixa de ser um meio de liberação de recursos para todos os setores da
empresa, diminuindo o processo de controle;
32
• um meio para projeções e planejamento: o conjunto das peças
orçamentárias será utilizado para o processo de projeções e planejamento,
possibilitando estudos para períodos posteriores;
• um canal de comunicação e coordenação: incorporando os dados do
cenário aprovado e das premissas orçamentárias, é instrumento para
comunicar e coordenar os objetivos da empresa e dos seus setores;
• um instrumento de motivação: dentro da linha de que o orçamento é um
sistema de autorização, ele permite um grau de liberdade de atuação dentro
das linhas aprovadas, sendo instrumento importante para o processo
motivacional dos gestores operacionais;
• um instrumento de avaliação e controle: considerando também os
aspectos de motivação e de autorização, é lógica a utilização do orçamento
como instrumento de avaliação e desempenho dos gestores e controle dos
objetivos setoriais, possibilitando então verificar como cada gestor está
controlando sua conta no orçamento da empresa;
• Uma fonte de informação para tomada de decisão: contendo os dados
previstos e esperados, bem como os objetivos setoriais e corporativos, é
uma ferramenta fundamental para decisões sobre os eventos econômicos de
responsabilidade dos gestores operacionais, ou seja o gestores poderão se
antecipar quando acontecer alguma variação na economia, já que as
operações da empresa está prevista no orçamento.
2.9.5 Processo de elaboração do orçamento
De acordo com Sá e Moraes (2005), a preparação do orçamento tem seu
início com a aprovação pelo Conselho de Administração ou pela Presidência,
conforme a ocorrência das estratégias, políticas internas e metas que vigorarão
durante o período orçado. A figura seguinte ilustra o processo orçamentário.
33
Figura 1 – Fluxograma do processo de elaboração do orçamento Fonte: Adaptado de Zdanowicz (1995, p.25).
Zdanowicz (1995) afirma que, a alta gerência deverá envolver-se com o
processo operacional de planejamento financeiro e orçamento, até o momento de
fixar os objetivos e as metas para a empresa. Finalizando esta fase, a direção da
empresa deverá obter esforços e tempo para aspectos estratégicos, ou seja, para
ameaças e oportunidades do mercado.
Na visão de Padoveze (2006), a organização do processo orçamentário
pode ser vista da seguinte maneira:
• comitê orçamentário: deve ser estabelecido um comitê, que resolverá pela
visão maior do orçamento anual, composto normalmente pelas diretorias da
empresa, juntamente com o controller e o responsável pelo processo
orçamentário;
• premissas orçamentárias: cabe ao comitê orçamentário a definição das
regras maiores e gerais para fortalecer o orçamento do exercício seguinte;
• modelo do processo orçamentário: é de responsabilidade do comitê
orçamentário a definição do modelo de direção do processo orçamentário;
Fatores
Macroeconômicos
Processo Operacional Comitê de Planejamento
Financeiro e Orçamentário
Aspectos do mercado
financeiro
Análise e tomada de
decisão
Fixação de objetivos e
metas
Planejamento
Controle
Retro alimentação
34
• estrutura contábil: cabe ao controller, atendendo a missão e objetivos da
empresa, estruturar e monitorar o sistema de informação contábil da
empresa.
Segundo Sá e Moraes (2005), após a conclusão da primeira fase de
elaboração do orçamento, o próximo passo é verificar se as metas definidas pelos
indicadores financeiros foram alcançadas. O fato de estas metas terem sido
atingidas não significa que o orçamento tenha chegado ao fim. Dependendo da
confiabilidade dos dados obtidos, a área de orçamento poderá decidir pela
necessidade de promover simulações.
2.9.6 Vantagens do orçamento
Na visão de Sanvicente e Santos (1983), a preparação de um orçamento
para as empresas tende a melhorar a utilização dos seus recursos, possibilitando
também ajustá-los às atividades consideradas prioritárias, para que sejam
alcançados os objetivos traçados.
A utilização do sistema orçamentário exige que sejam claramente fixados
objetivos e políticas para a empresa. Obriga a análise antecipada de todos os
fatores para a tomada de decisão a ser realizada pela administração.
Horngren, Foster e Datar (2000, p.125) destacam que,
Os orçamentos são partes principais da maioria dos sistemas de controle gerencial. Administrados de forma inteligente, os orçamentos impelem ao planejamento, incluindo a implementação de planos, fornecem critérios de desempenho e promovem a comunicação e coordenação dentro da organização.
Exige que a administração da empresa expresse em termos numéricos, o
que é preciso fazer para alcançar resultados satisfatórios, fazendo com que os
gestores façam uma auto-análise da empresa regularmente.
O orçamento representa uma ferramenta de planejamento e controle, onde
torna possível à administração visualizar mudanças, adaptar-se a elas e ainda, se
for necessário, corrigi-las durante a sua execução dentro do período estabelecido.
35
Para Sanvicente e Santos (1983), o orçamento reduz o comprometimento
dos altos administradores com as operações diárias, transmitindo poderes e
autoridades que refletem-se nos orçamentos das diferentes unidades operacionais.
Segundo Welsch (1992), as vantagens mais específicas do orçamento
podem ser classificadas da seguinte maneira:
• obriga a análise antecipada das políticas básicas;
• exige uma estrutura administrativa adequada, ou seja, atribuir
responsabilidades a cada função da empresa;
• obriga todo o pessoal da administração, nos seus mais diversos níveis,
participarem no processo de determinação de objetos e preparação de
planos;
• exige dados contábeis históricos adequados e apropriados;
• obriga a administração planejar o forma mais econômica do uso de mão-
de-obra, matéria-prima, instalações e capital;
• reduz os custos ao aumentar a amplitude do controle, pois exige menor
número de supervisores;
• destaca as áreas de eficiência e ineficiência;
• forçar a administração a dedicar parte de seu tempo e atenção aos efeitos
das tendências esperadas das condições econômicas gerais;
• facilita o processo de obtenção de crédito bancário.
A empresa que utiliza o orçamento como uma ferramenta que permite
reações com velocidade em relação à dinâmica dos acontecimentos empresariais,
torna-se menos vulnerável e aumenta suas chances de alcançar o sucesso,
permitindo que se adapte imediatamente às mudanças. É uma ferramenta de
negócios que ajuda a analisar, organizar e controlar o que está acontecendo na
empresa.
2.9.7 Limitações do orçamento
Como todas as ferramentas, mesmo aperfeiçoado o orçamento apresenta
limitações, havendo a necessidade de conhecê-lo profundamente e não confiar
36
totalmente nele, pois é um instrumento de apoio a gestão da empresa com base em
estimativas estando sujeito ao erro.
De acordo com Sanvicente e Santos (1995), apesar de todas as vantagens e
contribuições que o uso de um sistema de planejamento e controle orçamentários
pode proporcionar a uma empresa, a seus administradores e proprietários, também
aos funcionários, clientes e fornecedores, ele não é a resposta para todos os
problemas, pois, para ser bem aplicado numa empresa, exige atitudes apropriadas e
o conhecimento da técnica envolvida na sua utilização.
Welsch (1986) cita quatro limitações do orçamento que devem ser levadas
em conta:
• o plano de resultados baseia-se em estimativas: a força ou fraqueza de
um orçamento depende em grande parte da precisão com que as
estimativas básicas são realizadas. O processo de estimação das receitas e
despesas não pode ser uma ciência exata, porém existem várias técnicas
estatísticas, matemáticas e outras que podem ser aplicadas aos problemas
trazendo resultados satisfatórios;
• um programa de planejamento e controle de resultados deve ser
permanentemente adaptado às circunstâncias existentes: as técnicas
orçamentárias devem ser sucessivamente adaptadas, não só para cada
organização, mas também em função de novas circunstâncias surgidas
dentro da mesma organização, o programa orçamentário deve ser dinâmico
em todos os sentidos. Normalmente levará mais de um ano para chegar-se a
um programa razoável, e a administração não deverá ter expectativas muito
elevadas durante esse período;
• a execução de um plano de resultados não é automática: após a
conclusão do orçamento, ele só poderá se tornar eficaz quando todos os
executivos responsáveis o apoiarem e exercerem esforços continuados e
agressivos no sentido de sua execução. Todos os níveis administrativos
devem entender muito bem o programa orçamentário, saber de sua
importância para suas funções e participar de maneira significativa em sua
execução;
• o plano de resultados não deve tomar o lugar da administração: o
orçamento não deve ser visto como “senhor”, e sim como “escravo”, é um
37
instrumento que pode auxiliar o desempenho do processo administrativo de
várias maneiras.
Não se pode esperar que o orçamento dê bons resultados logo depois de
sua implantação, exige-se tempo para fazer adaptações e testes que podem ser
demorados. É necessário um grande comprometimento de todos os responsáveis
envolvidos na sua elaboração, para que não se torne um instrumento inútil e
consecutivamente aumente os custos para a empresa que implantou esta
ferramenta.
2.10 Orçamento de Vendas
O inicio do desenvolvimento do orçamento de uma empresa é efetuado
através do orçamento de vendas, praticamente todo o restante do planejamento
orçamentário se baseia nas projeções das vendas.
Segundo Padoveze (2006, p.515), “o ponto-chave do orçamento operacional
é o orçamento de vendas. Na realidade, o orçamento de vendas é o ponto de partida
de todo o processo de elaboração das peças orçamentárias”.
Welsch (1992, p.95) destaca,
As vendas representam a fonte básica de entradas de recursos monetários; os investimentos adicionais em ativo imobilizado, o volume de despesas a ser planejado, as necessidades de mão-de-obra, o nível de produção e vários outros aspectos operacionais importantes dependem do orçamento de vendas.
O orçamento de vendas tem como objetivo principal projetar o volume de
vendas com um considerável grau de aproximação do que realmente ocorrerá para
o período estabelecido. As projeções feitas de modo equivocado levarão
diretamente todos os demais planejamentos do orçamento ao erro, por tanto é a
previsão das vendas a peça mais importante de todo o processo orçamentário,
dando continuidade aos demais planos.
Na visão de Zdanowicz (1995), na elaboração do orçamento de vendas
deverão ser contemplados os seguintes aspectos:
38
• cuidado na realização deste orçamento, em relação à determinação do
potencial de mercado, ao nível de demanda, à pesquisa de mercado e de
consumidor, ao nível do preço etc.;
• expansão ou retração dos mercados atendidos pela empresa;
• fixação de preços unitários dos produtos e/ou serviços nos futuros
mercados;
• definição e qualificação da equipe de vendas.
O principal objetivo do orçamento de vendas, segundo Zdanowicz (1995,
p.35), “é dar velocidade no atendimento qualificado aos clientes, assegurando o
preço certo, a quantidade certa, o produto certo, no lugar certo e no tempo certo”.
Portanto, percebe-se que a empresa precisa estar atenta ao mercado, como
ele está funcionando, o que está acontecendo atualmente, onde os produtos e ou
serviços estão sendo comercializados, para não cometer erros na projeção do
orçamento de vendas, peça-chave do orçamento global.
Para Zdanowicz (1995), a projeção da estrutura do mercado da empresa
deverá ocorrer a partir da experiência obtida no mercado em que atua, através de
seu comitê de planejamento financeiro e orçamento, onde visualizará se haverá
crescimento de fato ou não das vendas para o período projetado.
De acordo com Welsch (1992), para alcançar o planejamento das vendas
com precisão há dois fatores importantes, o primeiro é que a alta administração
concentra grande atenção ao planejamento das vendas e garanti o suprimento de
recursos que satisfaçam o seu apoio técnico. No segundo fator a alta administração
encara os planos de vendas como objetivos sem erros a serem alcançados e cria as
estratégias e aplica os recursos necessários para atingi-los.
2.11 Orçamento de Produção
Após o orçamento de vendas, entra a fase do orçamento de produção,
instrumento que pode ser utilizado pela organização para planejar os volumes a
serem produzidos em um determinado período, visando atender as necessidades
das vendas. Conforme Passarelli e Bomfim (2004), o orçamento de vendas
39
determina quando e quanto de cada produto tem que estar disponível para venda,
consecutivamente prescreve como será o orçamento de produção.
Complementa Padoveze (2006, p.520); “o orçamento de produção em
quantidade dos produtos a serem fabricados é fundamental para a programação
operacional da empresa”.
O orçamento de produção, também busca diminuir os custos da produção e
minimizar o investimento nos estoques. Para Welsch (1992), custos baixos da
produção em geral são resultados da padronização dos produtos e de níveis de
produção estabilizados.
Tratando-se de empresas prestadoras de serviços, o plano de vendas deve
ser convertido em necessidade de capacidade de prestação dos serviços. Neste tipo
de organização o pessoal envolvido na operação é extremamente importante. A
característica essencial deste tipo de empresa faz parte da baixa utilização de
estoques e o destaque nas pessoas diretamente ligadas com a atividade
operacional.
De acordo com Zdanowicz (1984), os objetivos mais importantes que o
orçamento de produção deve alcançar são:
• estabelecer políticas aos níveis desejados de estoques de matérias-
primas, produtos prontos e produtos em processamento;
• planejar a quantidade de cada produto que deve ser fabricado para
cumprir ás exigências de vendas e estar de acordo com as políticas de
estoque fixadas pela empresa;
• programar ou escalonar a produção para períodos intermediários de
tempo.
O orçamento da produção relaciona-se diretamente com três outros
importantes instrumentos: o orçamento de matérias-primas; o orçamento de mão-de-
obra direta e; o orçamento dos custos indiretos de produção.
40
2.12 Orçamento de Matérias-Primas
O orçamento de matéria-prima é um plano que especifica as quantidades de
matéria-prima, inclusive o tipo do material a ser adquirido, períodos, preços e
unidades de negócios a serem atendidas. É elaborado a partir das necessidades de
material informadas pela área de fabricação, tendo o setor de compras como o
encarregado de adquirir as quantidades estimadas desse material.
Lunkes (2003) destaca que o orçamento de matéria-prima revela padrões de
consumo ou quantidade de cada tipo de matéria-prima e o volume físico de
produção.
A matéria-prima consiste em qualquer material que seja fisicamente
agregado ao produto, fazendo parte do mesmo. A importância e necessidade da
elaboração do orçamento de matérias-primas está ligada diretamente aos custos da
produção da empresa, pois nas empresas industriais elas absorvem grande parte
desse custo, neste segmento é fundamental que a elaboração seja feita de forma
adequada e exata, pois o resultado dessa peça do orçamento é determinante para o
sucesso do orçamento em geral.
Para Zdanowicz (1995, p.64); “o orçamento de matérias-primas deverá estar
relacionado à política de pronto abastecimento em todas as unidades produtivas da
empresa, em termos de qualidade e quantidade, no tempo certo”.
2.13 Orçamento de Mão-de-Obra Direta
O orçamento de mão-de-obra direta tem grande importância para a
organização, pelo fato de o mesmo consumir grande parte dos custos totais da
produção. Conforme Welsch (1992), a mão-de-obra pode ser direta que abrange os
salários pagos aos colaboradores diretamente envolvidos nas atividades específicas
da produção e indireta que envolve os custos de pessoal que não tem relação direta
com a produção, como salários de supervisores, serventes etc.
41
O cálculo de mão-de-obra direta busca saber quanto é necessário de
recursos humanos para efetivar o orçamento de produção e atender o orçamento de
vendas projetado, tornando-o realizável.
Welsch (1992, p.162) diz que:
As principais razões para a preparação de um orçamento de mão-de-obra direta envolvem o fornecimento de dados de planejamento para o volume necessário de mão-de-obra direta, o número de empregados exigidos, o custo unitário de fabricação de cada produto, necessidades de fluxos de caixa e para permitir o controle do trabalho realizado.
Na visão de Sanvicente e Santos (1983), os benefícios deste orçamento
para o departamento pessoal são claros, pois elimina os pedidos urgentes de
recrutamento e seleção de funcionários, que são muito comuns em empresas que
não utilizam processos de planejamento.
2.14 Orçamento dos Custos Indiretos de Fabricação
Os custos indiretos da produção compreendem todos os custos que não
foram classificados como matéria-prima ou como mão-de-obra direta, ou seja, que
não foram identificados como produtos ou trabalhos específicos. Esses custos
podem ser classificados, conforme seu comportamento em relação ao nível de
atividade, em custos fixos, variáveis e semivariáveis.
Moreira (1989, p.33) destaca que,
Os custos indiretos de fabricação abrangem aqueles custos decorrentes do processo produtivo que não podem ser identificados diretamente com os respectivos produtos e, devido a isso, devem ser agregados ao custo dos produtos segundo algum critério de rateio.
2.15 Orçamento de Despesas Operacionais
O orçamento de despesas operacionais é responsável pela projeção dos
gastos que oferecem suporte nas operações das empresas, onde são contraídos por
42
diversos setores das empresas na aquisição de produtos e serviços. Ele é composto
por despesas administrativas, de vendas, tributárias e despesas financeiras.
De acordo com Zdanowicz (1995), o orçamento de despesas operacionais
engloba os gastos de administração pertinentes à direção, assessoria, material de
expediente, entre outros. Despesas comerciais, onde se despenderá para realizar as
vendas de produtos e ou serviços, custos financeiros derivados de operações de
empréstimos e financiamentos captados pela empresa e os gastos com encargos
fiscais definidos pelos impostos, taxas e contribuições de melhoria.
2.15.1 Orçamento de despesas administrativas
As despesas administrativas incluem todos os gastos necessários para gerir
as operações de uma empresa e também os itens relativos a pessoal.
Para Zdanowicz (1995, p.78), “o orçamento de despesas administrativas
identifica-se na projeção de todos os itens de apoio ao processo operacional da
empresa, em termos de vendas e produção no período orçado”.
Zdanowicz (1995) afirma que, o orçamento de despesas administrativas tem
como objetivo auxiliar as demais áreas no gerenciamento automático da empresa e
definir as mudanças nas decisões de atuação, em relação ao aumento ou
diminuição se suas metas operacionais.
Welsch (1992, p.190), destaca que,
Em geral, a melhor abordagem ao planejamento de despesas administrativas consiste em baseá-las em planos e programas específicos. A experiência passada pode ser muito útil, quando ajustada às alterações esperadas das políticas administrativas e condições econômicas em geral.
As seqüências de atos dos diversos setores de uma organização contraem
gastos com a aquisição de produtos e serviços. Estes, em muitos casos, podem ser
entendidos como a parcela fixa de recursos necessária para a manutenção das
operações, as despesas administrativas podem ser, viagens, telefonemas,
telegramas, material de escritório, depreciação, seguros, taxas, energia elétrica,
serviços prestados por terceiros.
43
2.15.2 Orçamento de despesas de vendas
Segundo Zdanowicz (1995, p.81); “o orçamento de despesas com vendas é
o instrumento que irá relacionar os itens a serem desembolsados, vinculados à
comercialização de produtos e/ou serviços da empresa, no período projetado”.
Em outras palavras, o orçamento de despesas de vendas compreende todos
os gatos realizados com a venda e a distribuição dos produtos ou serviços efetuados
pela empresa, como por exemplo, comissões de vendedores, encargos sociais,
propaganda, despesas de viagem, amostras, materiais de escritórios, telefone,
correspondência.
Na visão de Welsch (1992), as despesas de vendas incluem todos os gastos
relacionados a venda, distribuição e entrega de produtos a clientes. Em muitas
empresas este elemento representa uma porcentagem fundamental dos custos
totais. O planejamento cuidadoso desses custos, ajustando a um controle eficaz,
afeta de maneira vital a lucratividade potencial de uma empresa.
2.15.3 Orçamento de despesas tributárias
O orçamento de despesas tributárias é responsável pela projeção e controle
dos tributos que irão incorrer no período orçado, podendo ser taxas, impostos e
contribuição de melhoria. Para Zdanowicz (1995, p.84), “o orçamento de despesas
tributárias tem como objetivo fundamental projetar os desembolsos com tributos, que
a empresa deverá pagar, no período orçado”.
44
2.15.4 Orçamento de despesas financeiras
O orçamento de despesas financeiras tem como função projetar os gastos
decorrentes das captações de recursos de terceiros para financiar as operações das
empresas.
Segundo Zdanowicz (1995), o orçamento de despesas financeiras estará
associado às captações de recursos financeiros na forma de capital de giro ou de
capital fixo, buscando viabilizar as atividades operacionais da empresa no período
projetado.
2.16 Orçamento de Caixa
O orçamento de caixa não é nada mais que o fluxo de caixa projetado, de
mês a mês, ao longo do período orçado, demonstra as entradas e saídas projetadas
de caixa da organização, permite reunir todos os orçamentos da empresa, busca
assegurar os recursos financeiros que satisfaçam as operações da empresa e se
haverá falta deles ou não.
De acordo com Zdanowicz (1995), o orçamento de caixa é essencial para a
empresa determinar um equilíbrio financeiro entre as receitas e os custos
projetados, no sentido de avaliar antecipadamente, o saldo necessário entre
entradas e saídas financeiras, evitando assim possíveis embaraços na hora de
cumprir as futuras obrigações da empresa.
Em relação ao objetivo do orçamento de caixa, diz Lunkes (2003, p.71); “o
objetivo do orçamento de caixa é assegurar recursos monetários suficientes para
atender às operações da empresa estabelecidas nas outras peças orçamentárias”.
O orçamento de caixa não indicará apenas o total de empréstimos
necessários para manter as operações da empresa, mas também o período em que
deverão ser obtidos. Para se obter uma administração eficiente é essencial o uso do
orçamento de caixa, possibilitando que a área financeira utilize seus recursos da
melhor maneira possível.
45
2.17 Demonstração do Resultado do Exercício Projetado
A demonstração do resultado do exercício projetado (DRE) é elaborada
através dos orçamentos auxiliares, ou seja, o orçamento de vendas, produção,
matérias-prima, mão-de-obra direta, custos indiretos de fabricação, despesas
operacionais e de caixa. Portanto a projeção da DRE será uma das peças
orçamentárias mais importantes dentro do sistema de planejamento da empresa,
permitirá visualizar de forma sintética, todos os orçamentos auxiliares.
Assim como afirma Hoji (2007, p.486), “a demonstração do resultado é uma
das peças mais importantes do orçamento, pois é nessa demonstração que se
reflete o resultado final das operações”.
Zdanowicz (1995, p.108) destaca que:
O Demonstrativo do Resultado do Exercício projetado será a Demonstração Financeira, por excelência, que irá permitir o conhecimento antecipado sobre a capacidade da empresa em gerar lucros para o período orçado, bem como a taxa de retorno sobre o investimento projetada.
De acordo com Sanvicente e Santos (1983), a responsabilidade pela
elaboração das projeções de resultados pertence ao diretor de orçamentos. Após o
recebimento de todos os planos parciais dos diversos setores, esse executivo faz
análises para identificar erros claros ou alguns descuidos. Naturalmente, é feita uma
análise comparativa dos valores orçados com os valores reais do último ano, na qual
as principais variações são identificadas e analisadas com as alterações propostas
no orçamento.
Zdanowicz (1995), menciona que os principais objetivos da projeção da DRE
são:
• avaliar a eficiência do plano geral de operações, conseguindo relações de
grande importância entre as receitas, os custos e as despesas operacionais;
• analisar e comparar as situações econômicas atuais e futuras da empresa;
• informar aos atuais e novos acionistas sobre a provável remuneração dos
capitais investidos na empresa;
• projetar todas as contas divergentes resultantes ou não da atividade fim
da empresa;
• forma-se em instrumento de planejamento e controle econômico.
46
O Demonstrativo de Resultados Projetados permite aos administradores
conhecerem, com antecedência, a capacidade de geração de lucros da empresa, e
também a taxa de retorno sobre o capital investido. Caso os resultados
apresentados pelo DRE não estejam refletindo os objetivos e metas traçados pela
alta administração no início do processo orçamentário, ela poderá realizar um
processo de revisão do orçamento elaborado, ou até revisar os objetivos, se julgar
que estes foram mal dimensionados.
2.18 Controle Orçamentário
Controle orçamentário significa utilizar orçamentos e relatórios
correspondentes visando coordenar, controlar e avaliar as operações da empresa,
de acordo com os objetivos estabelecidos antecipadamente pela sua administração.
No orçamento é necessário que os responsáveis pelo planejamento e pela
execução estejam constantemente avaliando se os resultados estão se afastando do
plano original, para que sejam tomadas as devidas providencias a tempo de se
corrigir os desvios detectados.
Em relação ao controle orçamentário Zdanowicz (1995, p.123) afirma que:
Todo o controle orçamentário a ser realizado na empresa poderá alterar o funcionamento do sistema de planejamento financeiro e orçamento. A execução desse processo será necessária para projetar, manter e coordenar o sistema de planejamento financeiro e orçamentário, pois compreenderá o conjunto de projeções, por elementos, das operações da empresa e dos relatórios de controle orçamentário.
Os administradores devem se preocupar em aumentar o valor da empresa e
garantir sua existência no mercado, diante deste aspecto, entra a necessidade de
sistemas precisos de planejamento e controle, permitindo com que percebam a
tempo as alterações que possam por em risco os objetivos traçados pela
organização, como evolução da concorrência, novas tecnologias, possibilitando
então que realizem os ajustes necessários para a nova realidade identificada.
De acordo com Padoveze (2006), o controle é a comparação dos dados
orçados contra os resultados obtidos pelo sistema de informações contábil, as
47
variações ocorridas entre esses dados possibilitaram uma série de análises,
apontando se elas originaram-se do plano, preço, quantidades, eficiência etc.
Na visão de Frezatti (2000, p.145), “o processo de controle é parte integrante
do planejamento, já que permite aprender, incorporar conhecimentos, distinguir
desempenhos e mesmo alterar proposições”.
O controle apresenta ao gestor uma forma de comparar o desempenho da
empresa, obtido no período orçado com os objetivos planejados, lhe proporcionando
obter controle sobre suas operações e os recursos para dar continuidade e uma
administração correta à elas.
2.19 Análise das Variações Orçamentárias
Na medida em que o período projetado vai se realizando, são efetuadas
comparações dos itens realizados com os itens orçados, é neste momento que são
encontradas as variações orçamentárias, que são as diferenças entre o que foi
projetado em relação ao que foi realizado no período.
Segundo Weslch (1992), ao se avaliar uma certa variação, para determinar
suas causas devem ser consideradas as seguintes possibilidades:
• a variação não é significativa: tanto variações favoráveis quanto
desfavoráveis devem ser analisadas e avaliadas em termos de sua
importância;
• variações devido a erros de informações: tanto as projeções quanto os
dados reais devem ser analisados para se ter certeza de que não existem
erros de informações;
• variações devido a tomada de decisão da administração: as vezes a
administração tomará decisões que consequentemente irão causar
variações, com o objetivo de aumentar a eficiência e atender certas
exigências, como por exemplo o aumento de receita, consecutivamente irão
aumentar custos e despesas provenientes desta nova receita;
48
• variações onde as causas precisas não são conhecidas: deve-se
aumentar a preocupação para este tipo de variação, e analisar
cuidadosamente, geralmente requerem a utilização de medidas corretivas.
De acordo com Padoveze (2004), tendo como base as informações
levantadas pelos relatórios de controle orçamentário, é efetuada então a análise das
variações, que busca identificar com maior detalhe os principais motivos que
causaram a variação em valor de cada item do orçamento.
2.19.1 Análise das demonstrações contábeis
A análise das demonstrações contábeis são desenvolvidas por técnicas
simples e bastante conhecidas, sendo a análise horizontal e a análise vertical. Para
Neto (2003, p.99), “uma das técnicas mais simples de aplicação e, ao mesmo
tempo, mais importante no que se refere à riqueza das informações geradas para a
avaliação do desempenho empresarial refere-se à análise horizontal e vertical”.
2.19.1.1 Análise horizontal
A análise horizontal possibilita avaliar a evolução de vários itens de cada
demonstração contábil ou financeira em períodos seqüenciais.
Padoveze (2006, p.201) afirma que, “a análise horizontal é o instrumento
que calcula a variação percentual acorrida de um período para o outro, buscando
evidenciar se houve crescimento ou decrescimento do item analisado”.
Neto (2003, p.99) destaca que,
O crescimento horizontal desses valores é obtido por meio de números-indices, ou seja, relacionando-se cada resultado obtido em determinada data com o verificado em data anterior, definida como data-base, e multiplicando-se esse quociente por 100.
Na figura 2 a seguir, apresenta-se a evolução de vendas e dos lucros brutos
de uma empresa industrial do setor de bebidas e refrigerantes.
49
Figura 2 – Evolução de vendas e lucros brutos Fonte: Neto (2003, p.99).
Conforme Neto (2003, p.99), “tornando-se como data-base de 31-1-x0, as
vendas da empresa apresentaram número-índice de 122,0 [($ 9.865/$ 8.087)] em
31-1-x1, e de 143,1 [($ 11.572/$ 8.087)x100] em 31-12-x2”. Portanto percebe-se que
as receitas operacionais líquidas cresceram 22% e 43,1% em 31-1-x1 e 31-1-x2,
deste modo pode-se ver como funciona o cálculo da análise horizontal.
2.19.1.2 Análise vertical
A análise vertical na visão de Padoveze (2006, p.194), “é a análise da
estrutura da Demonstração do Resultado e do Balanço Patrimonial, buscando
evidenciar as participações dos elementos patrimoniais e de resultado em relação ao
total”. A análise vertical facilita a avaliação da estrutura do Ativo e do Passivo, assim
como a participação de cada item da Demonstração de Resultado na formação do
lucro ou prejuízo.
Braga (1989) afirma que, no balanço a análise vertical fornece indicadores
que tornam mais fácil a avaliação da estrutura do ativo e das suas fontes de
financiamento. Esse indicadores correspondem às participações percentuais dos
saldos das contas e dos grupos patrimoniais sobre o total do ativo ou do passivo
mais o patrimônio líquido. E a análise vertical da DRE possibilita calcular a
participação de cada item na formação do resultado, tendo como a base de cálculo
das porcentagens o valor da receita líquida.
50
2.20 Princípio Contábil da Competência
No princípio contábil da competência as receitas e despesas devem ser
compreendidas na apuração do período em que ocorreram, independentemente do
seu recebimento ou pagamento.
Marion (2003) destaca que, perante o regime de competência dos
exercícios, a contabilidade contempla apenas a receita gerada em determinado
exercícios social, não considerando o seu recebimento e dando importância apenas
ao seu fato gerador, onde as despesas seguem o mesmo raciocínio.
Para Iudícibus (2000), o ponto fundamental no reconhecimento da receita e
na apropriação das despesas não é, habitualmente o seu recebimento ou
pagamento, e sim o ganho da receita e o fato de ter incorrido a despesas.
2.21 Análise Regressiva
A análise de regressão é uma função matemática onde apresenta a relação
entre duas ou mais variáveis. Conforme Bruni (2004, p.409), “a análise de regressão
fornece uma função matemática que descreve a relação entre duas ou mais
variáveis. A natureza da relação é caracterizada por essa função ou equação de
regressão”.
Bruni (2004) ainda destaca que, a equação de regressão pode ser usada
para estimar ou prognosticar valores futuros de uma variável, com base em valores
conhecidos ou supostos, de uma ou mais variáveis relacionadas.
Sá e Moraes (2005) destacam que, a regressão linear é a parte da
estatística que estima e testa relações entre acontecimentos que possam ser
observados.
3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO
Neste capítulo será apresentada a caracterização da empresa Transportes
Dalçóquio Ltda., toda trajetória da empresa desde o seu início, bem como, sua
estrutura, visão, missão e objetivos, organograma, número de funcionários,
principais clientes e fornecedores. Tendo como meta contribuir para o alcance dos
objetivos propostos no trabalho.
3.1 Transportes Dalçóquio Ltda
A empresa surgiu no ano de 1968, com sua primeira razão social
denominada Transportes Augusto Dalçóquio, com uma parceira formada junto a
Petrobras Distribuidora, que nesta época estava expandindo seus negócios para o
sul do Brasil na distribuição de derivados de petróleo e óleo combustível.
No início de suas operações a transportadora possuía uma frota de 5
caminhões, sendo dois Ford-600, um Mercedes-Benz, modelo LP 321, um FNM,
modelo D 11000 e um Internacional a gasolina.
No ano de 1975 a Transportes Augusto Dalçóquio passa a se chamar
Transportes Dalçóquio Ltda., permanecendo este nome até hoje, sendo o Sr.
Augusto Dalçóquio Neto o sócio majoritário e fundador. Com a parceria junto a
Petrobras Distribuidora a empresa começou a se fortalecer no mercado. Nessa
época, a transportadora contava com uma frota de aproximadamente 50 caminhões.
No ano de 1978, buscando expandir-se ainda mais no mercado, a empresa
começou a transportar produtos corrosivos e tóxicos (soda, sulfúrico e ácido nítrico
98%), nascendo também sua primeira filial em Arapongas-Paraná.
No início da década de 80, a Transportes Dalçóquio iniciou suas operações
de transportes de minérios e fertilizantes com caçambões de 30 toneladas entre os
estados de Santa Catarina e São Paulo. Em 1983, num período marcado pelas
grandes enchentes que castigaram todo o Vale do Itajaí, depois de um longo tempo
de negociação, a Petrobras Distribuidora passa a se tornar sócia da transportadora
52
com 40% das ações da empresa, com a abertura de seu capital a empresa passa a
se chamar Transportes Dalçóquio S/A, com uma frota aproximada de 150
caminhões.
Alguns ano depois a Petrobras Distribuidora colocou à venda a participação
acionária de todas as empresas coligadas, consecutivamente as ações que obtinha
da Transportes Dalçóquio S.A. Efetuado o leilão pelo BNDES (banco responsável
pela privatização das empresas estatais), através da bolsa de valores mobiliários de
São Paulo, as ações foram adquiridas pelo Sr. Augusto Dalçóquio Neto (95%) e pela
sua cunhada, Maria Joana Dalçóquio (5%) tornando-se então os únicos donos da
Transportes Dalçóquio S.A. e a empresa voltando a se chamar Transporte Dalçóquio
Ltda. Esta mudança, de Sociedade Anônima para "LIMITADA" foi em 15 de junho de
2001.
Em 2002, a Transportes Dalçóquio iniciou operações de transportes com a
Kraft Foods Brasil, empresa subsidiária da norte-americana Kraft Foods Inc., a maior
empresa de alimentos dos Estados Unidos e a segunda maior do mundo. A Kraft
Foods tornou-se em pouco tempo, uma grande parceira no crescimento da empresa,
atualmente é o segundo maior faturamento da empresa, ficando atrás apenas da
Petrobrás Distribuidora,
Hoje a Transportes Dalçóquio possui grande destaque nacional na área de
transportes rodoviários de carga e também sendo reconhecida no âmbito do
Mercosul. A empresa possui filiais em quase todos os Estados brasileiros e uma
localizada na cidade de Buenos Aires na Argentina; todas em pontos estratégicos
para melhor atender seus clientes.
3.1.2 Missão, visão e valores
A empresa Transportes Dalçóquio tem como missão “movimentar o
desenvolvimento encantando as pessoas”, ou seja, busca transportar, armazenar e
distribuir cargas com excelência em qualidade, segurança e saúde ocupacional,
respeitando o meio ambiente para a satisfação de clientes e colaboradores.
53
E tendo como visão “ser referência na cadeia logística da América do Sul até
2013”, atualmente operacionaliza uma parte da cadeia logística nacional e
internacional, através do transporte rodoviário, armazenagem e distribuição.
A empresa tem como valor o cliente sempre em primeiro lugar, valorizando
seus colaboradores e prestando serviço de segurança, preservando o meio
ambiente, saúde e qualidade, fatores que são muito importantes para sua colocação
no mercado.
A Transportes Dalçóquio desempenha suas atividade de forma ética e
assume os compromissos que formam sua política integrada de gestão, como:
• preservar a Vida e o Meio Ambiente;
• superar as expectativas dos clientes;
• para ser feliz, tem que ser responsável;
• superação com resultado contratado;
• responsabilidade Social;
• valorização das pessoas.
3.1.3 Frota
Conta com uma frota de aproximadamente 987 conjuntos de cavalo
mecânico e carreta, sendo 57% próprio (todos rastreados via satélite) e 43%
agregados.
A figura 3 apresenta veículos líquidos a granel, especialmente combustíveis
e outros derivados de petróleo e álcool.
54
Figura 3 – Tanques em Aço Inox Químico, Petroquímico, Bitrem e para Derivados. Fonte: Site da Transportes Dalçóquio ltda.
A figura 4 mostra alguns veículos semi-reboques, como o Baú utilizado
para o transporte de frangos, peixes e chocolate.
Figura 4 – Semi-reboque Baú e Baú Refrigerado, Sider, Carga Seca e Cloro. Fonte: Site da Transportes Dalçóquio ltda.
Abaixo a figura 5 apresenta outros tipos de veículos, identificando que a
Transportes Dalçóquio obtém equipamentos necessários para atender seus clientes
em vários segmentos.
55
Figura 5 – Semi-reboque Silio, Basculante e Tanque em Aço Carbono, em Aço Inox com Revestimento Térmico e em Alumínio para Químico. Fonte: Site da Transportes Dalçóquio ltda.
3.1.4 Estrutura
A empresa Transportes Dalçóquio Ltda. dispõe de uma estrutura física
excelente, onde oferece suporte a toda sua frota descrita anteriormente. suas filias
são distribuídas da seguinte forma: Itajaí/SC (Matriz), filiais (Dias D'Ávila e Mucuri na
Bahia, Goiânia em Goiás, Betim em Minas Gerais, Campo Grande no Mato Grosso
do Sul, Arapoti, Araucária e Londrina no Paraná, Duque de Caxias e Campo Grande
no Rio de janeiro, Canoas e Passo Fundo no Rio Grande do Sul, Cubatão, Ourinhos,
Paulínia, São José dos Campos em São Paulo, Cuiabá no Mato Grosso e em
Buenos Aires na Argentina), centro de distribuição (Os CD’s se encontram em
Viana/ES, Curitiba/PR, Duque de Caxias/RJ, Canoas/RS, Itajaí/SC e São Paulo/SP).
Abaixo a figura 6 apresenta o mapa de todas as filias e centro de distribuição,
dispersos por todo o território brasileiro.
56
Figura 6 – Mapa da empresa Transportes Dalçóquio no território nacional. Fonte: Apresentação Institucional da empresa Transportes Dalçóquio ltda.
A Transportes Dalçóquio emprega no seu quadro de funcionários até
01/12/2008 1021 colaboradores, destes 248 fazem parte da área administrativa e
773 fazem parte da área operacional. A seguir o gráfico 1 mostra a distribuição de
colaboradores pelos estados brasileiros, sendo que aproximadamente 55% dos
mesmos prestam serviço no Estado de Santa Catarina, aonde se localiza a sua
matriz.
Gráfico 1 – Distribuição de colaboradores pelo Brasil. Fonte: Apresentação Institucional da empresa Transportes Dalçóquio ltda.
57
Visualizando a empresa de forma geral, apresenta-se na forma de um
gráfico, onde representa a estrutura da organização caracterizando seus diversos
setores e suas respectivas interdependências via hierarquia, linhas de autoridade
esubordinação. Segundo Lacombe e Heilborn (2006, p.103), “o organograma é a
representação gráfica da estrutura organizacional que mostra seus órgãos, níveis
hierárquicos e as principais relações formais entre eles”.
Organograma é uma representação gráfica dos órgãos hierárquicos de uma
empresa, neste sentido abaixo se apresenta no gráfico 2, a estrutura formal da
empresa Transportes Dalçóquio.
Figura 7 – Organograma Fonte: Elaborado pelo Acadêmico.
PRESIDÊNCIA
DIRETORIA ADM. & FINANCEIRO
DIRETORIA COMERCIAL
DIRETORIA OPERACIONAL
SECRETARIA EXECUTIVA
RH
COMPRAS
FINANCEIRO
CONTABILIDADE
TI
AGREGADO SEGURO
PEDÁGIO
QUALIDADE
GERÊNCIA COMERCIAL
CLIN
COMERCIAL
SAC
SECRETÁRIA
GERÊNCIA MANUTENÇÃO
GERÊNCIA OPERACIONAL
PONTOS DE APOIO
GERÊNCIA FILIAL
TRAFEGO DOCUMENTAÇÃO
GERÊNCIA ADM CD’S
CD CANOAS
CD CURITIBA
CD SÃO PAULO
CD VIANA
CD ITAJAÍ
CD RJ
VICE PRESIDÊNCIA
58
3.1.5 Objetivos da empresa
A Transportes Dalçóquio ltda. tem como objetivos:
• aumentar a participação no mercado com total equilíbrio estrutural;
• maximizar a utilização da frota sem prejuízo da qualidade;
• minimizar os custos operacionais e as despesas fixas;
• manter a segurança e a qualidade acima dos padrões de mercado.
3.1.6 Principais clientes e fornecedores
A empresa possui uma respeitável carteira de clientes, podendo ser de
produtos químicos, chocolate, pneus, matérias-primas de diversos produtos entre
outros. Na figura 7, encontram-se os principais clientes da Transportes Dalçóquio.
Figura 8 – Clientes Fonte: Apresentação Institucional da empresa Transportes Dalçóquio ltda.
Por ser uma Transportadora e necessitar de muitos itens para dar
continuidade às suas operações, ela possui muitos fornecedores dos mais diversos
tipos como, por exemplo, peças para a manutenção dos caminhões, tintas para
pintar a lataria, diesel para o abastecimento da frota etc. Abaixo na figura 8
apresentam-se seus principais fornecedores.
59
Figura 9 – Fornecedores Fonte: Apresentação Institucional da empresa Transportes Dalçóquio ltda.
3.2 Resultados da Pesquisa
Neste item serão apresentados os resultados obtidos na pesquisa de campo
realizada na Transportes Dalçóquio Ltda, analisando-se o seu orçamento
empresarial do período de janeiro a dezembro de 2008 de acordo com os objetivos
apresentados.
3.2.1 Orçamento da Transportes Dalçóquio
O orçamento elaborado pela Transportes Dalçóquio é econômico
(operacional) baseado no preço, ou seja, é projetado através do valor monetário das
entradas e saídas da empresa, respeitando o princípio contábil do regime da
competência, a empresa está no terceiro ano do seu orçamento, onde o mesmo
evolui a cada ano, ele é utilizado para análise gerencial de acordo com as
informações necessárias para os gestores do negócio.
São utilizadas apenas as contas de resultado da DRE e não as contas do
ativo e passivo, no entanto são observadas com total atenção as contas de estoque,
pois as mesmas influenciam diretamente no caixa da empresa. Na sua elaboração é
considerado como um orçamento misto, sendo orçamento de tendências, utilizando
60
dados do ano anterior para realizar projeções futuras e base zero, a utilização
destas duas características é aplicada de acordo com as necessidades dos itens
orçados.
O início de sua preparação é através da projeção do faturamento, em
seguida são estimados os impostos com base na receita que se deseja atingir,
posteriormente projeta-se o pedágio onde a empresa é apenas um repassador de
recursos. Após a projeção do pedágio chega-se a receita líquida, calcula-se então os
custos e despesas variáveis alcançando a margem de contribuição (MC).
Após o resultado da MC, são projetados os gastos com pessoal fixo, custos
e despesas fixas, despesas tributárias e indedutíveis. No final de todas as projeções
chega-se ao Ebitda, a empresa utiliza este indicador de desempenho no seu
orçamento para verificar a rentabilidade operacional de sua atividade, podendo
verificar se está obtendo um bom desempenho no transporte realizado. A seguir
será demonstrado como todos os itens do orçamento são elaborados.
• Receita – A área comercial da Transportes Dalçóquio é formada por uma
equipe de oito pessoas, a receita bruta total é projetada com base em dados
do ano anterior utilizando como referência os 200 principais clientes, dando
ênfase aos 20 clientes com maior faturamento, utiliza-se também a técnica
de análise regressiva, a regressão linear. As pessoas envolvidas no
processo comercial contatam os clientes em potencial e buscam saber quais
são suas perspectivas para o próximo ano, como está o seu negócio, se irão
manter, aumentar ou até mesmo diminuir o volume de serviços com a
transportadora. Após esta etapa a equipe comercial traz para a empresa os
resultados obtidos com clientes e quanto conseguirão aumentar o
faturamento com estes para o próximo ano, a empresa possui uma meta
percentual de crescimento de um ano para o outro, essa porcentagem é
comparada com os resultados que a área comercial mostra ser capaz de
atingir, ela é baseada na inflação e uma meta real de crescimento, por
exemplo, com uma inflação de 5% e um crescimento real de 5% que a
empresa deseja alcançar a meta estipulada seria de 10% para o ano, o setor
comercial quando não atinge a meta estipulada pela empresa com os
clientes pré-definidos, tem a obrigação de atingir a meta com a conquista de
novos clientes.
61
• Impostos – projeta-se com base na receita bruta estimada, aplicando-se a
porcentagem dos impostos diretos que incidem sobre a receita, como a
empresa se credita de muitos impostos, são considerados apenas os
desembolsos, os que realmente afetam o caixa.
• Pedágio – a projeção do pedágio é realizada com apoio de dados
passados, é situada logo depois dos impostos no orçamento e antes da
receita líquida, este item é colocado desta maneira por que na visão dos
gestores não é possível trabalhar nele para tentar diminuir o seu valor de
algum modo, sendo que a passagem pelos pedágios é obrigatória e não
possuem algum tipo de desconto, a empresa também é a apenas um
repassador do pedágio.
• Custo variável diesel – o custo variável diesel é estimado em relação à
quilometragem projetada, sendo em média aproximadamente cinco milhões
de quilômetros por mês. O km utilizado para projetar diesel é o km realizado
de cada mês do ano anterior, para exemplificar e partindo deste parâmetro a
projeção é realizada da seguinte maneira: o preço médio do diesel para o
ano de 2008 foi avaliado em R$ 1,79 por litro, a média de consumo da frota
é de 2,39 km por litro, no mês de janeiro de 2008 foi projetado que a frota iria
percorrer 4.962.035 km, através destes dados é efetuado o cálculo e com o
resultado obtido se tem a projeção do diesel para o respectivo mês. Os
demais meses são planejados da mesma maneira, conforme o cálculo
abaixo:
Gasto total = ?
Pm (preço médio) = R$ 1,79 por litro
Cmf (consumo médio frota) = 2,39km/litro.
Km (quilometro a percorrer) = 4.962.035Km.
Gasto total = (KM/CMF x PM)
Gasto total = (4.962.035/2,39 x 1,79)
Gasto total = 2.076.165,27 litros
Gasto total = 2.076.165,27 x 1,79
Gasto total = R$ 3.716.335,83
62
• Custo variável pneus – o custo variável pneus é projetado praticamente
da mesma maneira que o diesel, parte do ponto em que a média de pneus é
de 22 por equipamento, o preço médio do pneu para ano de 2008 foi de R$
1.350,00 cada pneu. Sabendo-se que um pneu roda aproximadamente
220.000 km antes da primeira recapagem e que cada recapagem tem o
custo de R$ 380,00, onde esta eleva para 310.000 km a vida útil do pneu, é
realizado o cálculo de quanto à média de pneus por equipamento custaria
se, percorresse o km do mês que estava sendo projetado, o cálculo abaixo
exemplifica esse raciocínio, onde o mesmo é utilizado para todos os meses
do ano.
Gasto total = ?
Pm (preço médio) = R$ 1.350
Pr (preço médio recapagem) = R$ 380,00
Mp (média km por pneu) = 220.000 km
Mrec (média km por pneu recapado) = 90.000 km
Me (média pneu por equipamento) = 22
KM (quilometro a percorrer) = 4.962.035 km
Custo pneu por Km por equipamento = ((Pm+Pr) / (Mp+Mrec) x 22)
Custo pneu por Km por equipamento = ((1.350+380)/(220.000+90.000)x22)
Custo pneu por Km por equipamento = (1.730) / (310.000) x 22)
Custo pneu por Km por equipamento = (0,0056 x 22)
Custo pneu por Km por equipamento = R$ 0,1228
Gasto total = Custo pneu por Km por equipamento x KM
Gasto total = 0,1228 x 4.962.035
Gasto total = R$ 609.337,90
• Custo variável oficina – neste item a empresa utiliza a estratégia de
custo meta, a manutenção da frota é preventiva, ou seja é realizada por
quilometragem atingida, a Transportes Dalçóquio procura o máximo não
deixar o veículo apresentar algum tipo de problema para que sejam
efetuadas as devidas manutenções, que no caso seria a manutenção
corretiva. Com a manutenção preventiva a empresa consegue diminuir seus
63
custos, como a compra de peças que quebram por falta de manutenção e
não deixa de gerar receita, pois um caminhão quando está quebrado fica
mais tempo parado na oficina do que se estivesse efetuando uma
manutenção de prevenção, ele estando parado não estará fazendo frete
consecutivamente não vai faturar para a empresa.
• Diárias – são projetadas por dias úteis de cada mês, o valor diário é
arbitrado pelas diversas convenções coletivas (sindicatos), onde os mais de
650 motoristas estão registrados, como por exemplo, na cidade de São
Paulo - SP o valor médio da diária é de R$ 39,00, na cidade de Canoas - RS
o valor é de R$ 27,00. A empresa também premia através de diárias
variáveis o motoristas que durante o mês atingem a meta de faturamento.
• Fretes contratados – os fretes contratados representam 38% do
faturamento bruto da empresa, ou seja 38% da receita bruta total é
alcançada através da frota agregada, a projeção desta conta é elaborada
com dados dos anos anteriores onde os gastos projetados são de 25% em
relação a receita bruta total.
• Outros Custos variáveis – no item outros custos varáveis existem duas
sub-contas, custos com sinistros e custos com vaporização. Na sub-conta
custos com sinistros a projeção é realizada de uma maneira simples,
sabendo-se que sinistros acontecem de forma imprevista, projeta-se com
base nos sinistros do ano anterior, tendo como objetivo diminuir a cada ano
os valores deste item. No custo com vaporização de tanques químicos e
petroquímicos, várias são as situações durante o mês em que o produto
transportado do ponto A para o ponto B não é compatível por legislação
específica com o próximo produto que vai do ponto C para o ponto D,
dependendo dos produtos transportados em questão, há um custo com
descontaminação e vaporização destes equipamentos. Estes custos são
projetados de acordo com os valores realizados no ano anterior e
proporcionalmente a receita bruta total projetada para o próximo ano.
• Despesas variáveis – neste item há duas sub-contas, despesas com
vendas e seguro gerais. São projetados utilizando dados do ano anterior,
onde a empresa tem como objetivo diminuir estes valores ao máximo no
decorrer do exercício.
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• Pessoal – Nesta conta são projetados todos os gastos relativos à folha de
pagamento, considerando a quantidade total de funcionários no período de
elaboração do orçamento, que no caso da Transportes Dalçóquio acontece
entre os meses de setembro e outubro. São incluídos neste item também,
gastos com serviços contratados, como serviços de vigilância, limpeza,
possíveis contratações de novos funcionários, custo com vale-transporte,
vale-refeição, assistência médica, bolsa de estudos, hospedagens.
Indenizações por demissões, onde são projetados com base na rotatividade
de pessoal do ano anterior, e tem como objetivo a cada ano melhorar em
10%.
• Custos fixos e despesas fixas – nestes dois itens seus valores são
orçados através de dados históricos, no orçamento da Transportes
Dalçóquio são exemplo de custos fixos: aluguel de equipamentos, IPVA. Na
conta de despesas fixas podem ser considerados: serviços de vigilância,
serviços de contabilidade, serviços de limpeza, suprimentos de informática,
aluguel de imóveis.
• Despesas tributárias e Despesas Indedutíveis – são projetadas com
informações dos anos anteriores, sendo despesas tributárias: IPTU, licenças
ambientais, taxas de licenciamento e funcionamento e despesas
indedutíveis: multas de trânsito, multas fiscais sobre impostos parcelados.
3.2.2 Orçado x Realizado
Nas tabelas seguintes apresentam-se os valores orçados e realizados das
receitas, custos e despesas componentes do orçamento da empresa Transportes
Dalçóquio, correspondentes ao exercício de 2008, os quais serão adiante
analisados.
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Tabela 1 – Valores orçados x realizados correspondentes aos meses de janeiro e fevereiro de 2008.
ORÇADO REALIZADO ORÇADO REALIZADORECEITA BRUTA TOTAL 24.000.000,00 24.148.309,00 23.600.000,00 21.680.489,72 Impostos (1.620.000,00) (1.706.369,87) (1.593.000,00) (1.473.790,39) Pedágio (840.000,00) (783.453,48) (826.000,00) (692.955,47) Receita Líquida 21.540.000,00 21.658.485,65 21.181.000,00 19.513.743,86 Custo Variável (12.369.980,71) (12.714.244,97) (11.824.991,44) (11.449.566,72) Diesel Frota (3.785.424,26) (3.869.240,54) (3.504.858,76) (3.546.747,32) Custo Var. - Pneus (446.583,15) (578.857,69) (412.696,26) (387.334,98) Custo Var. - Oficina (1.438.990,15) (1.327.418,31) (1.329.799,06) (1.272.941,38) Diárias (504.036,00) (502.891,26) (495.635,40) (498.291,09) Fretes Contratados (6.031.200,00) (6.322.859,16) (5.930.680,00) (5.648.194,76) Outros Custos Variáveis (163.747,16) (112.978,01) (151.321,96) (96.057,19) Desp. Variável (510.400,00) (282.033,70) (501.893,33) (297.949,66) Margem de Contribuição 8.659.619,29 8.662.206,98 8.854.115,23 7.766.227,48 Pessoal (3.030.000,00) (2.889.718,85) (3.030.000,00) (2.962.454,11) Custos Fixos (300.000,00) (256.269,00) (300.000,00) (267.649,00) Despesas Fixas (1.120.795,83) (956.553,50) (1.120.795,83) (999.029,73) Desp. Tributárias (90.000,00) (15.773,95) (90.000,00) (124.729,58) Desp. Indedutíveis (54.166,67) (95.661,45) (54.166,67) (95.285,99) EBITDA 4.064.656,79 4.448.230,23 4.259.152,73 3.317.079,07 EBITDA % 18,87% 20,54% 20,11% 17,00%
CONTASPERÍODO PERÍODOJANEIRO FEREIRO
Fonte: Relatórios da empresa pesquisada
Tabela 2 – Valores orçados x realizados correspondentes aos meses de março e abril de 2008.
ORÇADO REALIZADO ORÇADO REALIZADORECEITA BRUTA TOTAL 23.900.000,00 22.638.061,33 24.100.000,00 22.835.762,27 Impostos (1.613.250,00) (1.357.807,75) (1.626.750,00) (1.241.912,88) Pedágio (836.500,00) (945.407,29) (843.500,00) (741.863,96) Receita Líquida 21.450.250,00 20.334.846,29 21.629.750,00 20.851.985,43 Custo Variável (12.231.418,85) (11.958.815,89) (12.310.070,63) (12.282.307,01) Diesel Frota (3.717.346,03) (3.835.937,30) (3.740.159,33) (3.845.153,84) Custo Var. - Pneus (437.157,45) (421.174,96) (437.457,78) (406.812,64) Custo Var. - Oficina (1.408.618,45) (1.362.390,68) (1.409.586,18) (1.284.434,00) Diárias (501.935,85) (497.923,43) (506.136,15) (494.576,93) Fretes Contratados (6.006.070,00) (5.613.876,55) (6.056.330,00) (6.069.739,09) Outros Custos Variáveis (160.291,07) (227.512,97) (160.401,19) (181.590,51) Desp. Variável (508.273,33) (346.264,63) (512.526,67) (304.848,78) Margem de Contribuição 8.710.557,82 8.029.765,77 8.807.152,70 8.264.829,64 Pessoal (3.030.000,00) (3.019.691,84) (3.175.240,68) (3.002.354,60) Custos Fixos (300.000,00) (285.500,53) (300.000,00) (254.771,00) Despesas Fixas (1.120.795,83) (1.065.661,47) (1.120.795,83) (950.959,00) Desp. Tributárias (90.000,00) (88.327,21) (90.000,00) (35.883,55) Desp. Indedutíveis (54.166,67) (94.966,17) (54.166,67) (66.180,25) EBITDA 4.115.595,32 3.475.618,55 4.066.949,52 3.954.681,24
EBITDA % 19,19% 17,09% 18,80% 18,97%
CONTASPERÍODO PERÍODOMARÇO ABRIL
Fonte: Relatórios da empresa pesquisada
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Tabela 3 – Valores orçados x realizados correspondentes aos meses de maio e junho e 2008.
ORÇADO REALIZADO ORÇADO REALIZADORECEITA BRUTA TOTAL 24.700.000,00 24.942.077,90 25.000.000,00 25.777.981,77 Impostos (1.667.250,00) (1.214.933,90) (1.687.500,00) (1.233.527,47) Pedágio (864.500,00) (773.117,74) (875.000,00) (804.686,56) Receita Líquida 22.168.250,00 22.954.026,27 22.437.500,00 23.739.767,74 Custo Variável (13.145.526,16) (12.871.971,91) (13.311.739,06) (13.761.494,06) Diesel Frota (4.300.616,17) (4.295.125,62) (4.391.052,37) (4.413.628,86) Custo Var. - Pneus (461.781,27) (455.721,60) (460.492,56) (368.283,89) Custo Var. - Oficina (1.487.961,87) (1.189.176,75) (1.483.809,36) (1.624.544,86) Diárias (518.737,05) (509.181,90) (525.037,50) (519.293,65) Fretes Contratados (6.207.110,00) (6.234.470,85) (6.282.500,00) (6.694.356,72) Outros Custos Variáveis (169.319,80) (188.295,19) (168.847,27) (141.386,08) Desp. Variável (525.286,67) (272.127,67) (531.666,67) (341.185,62) Margem de Contribuição 8.497.437,17 9.809.926,68 8.594.094,27 9.637.088,07 Pessoal (3.349.878,92) (3.173.739,04) (3.349.878,92) (3.255.366,05) Custos Fixos (300.000,00) (260.060,00) (300.000,00) (251.106,00) Despesas Fixas (1.120.795,83) (970.703,00) (1.120.795,83) (937.279,00) Desp. Tributárias (90.000,00) (13.156,17) (90.000,00) (27.199,00) Desp. Indedutíveis (54.166,67) (55.428,46) (54.166,67) (47.070,00) EBITDA 3.582.595,76 5.336.840,01 3.679.252,85 5.119.068,02
EBITDA % 16,16% 23,25% 16,40% 21,56%
CONTASPERÍODO PERÍODO
MAIO JUNHO
Fonte: Relatórios da empresa pesquisada
Tabela 4 – Valores orçados x realizados correspondentes aos meses de julho e agosto de 2008.
ORÇADO REALIZADO ORÇADO REALIZADORECEITA BRUTA TOTAL 25.800.000,00 27.288.946,39 25.800.000,00 26.501.316,27 Impostos (1.741.500,00) (1.255.869,34) (1.741.500,00) (1.603.949,52) Pedágio (903.000,00) (884.054,02) (903.000,00) (882.810,00) Receita Líquida 23.155.500,00 25.149.023,03 23.155.500,00 24.014.556,75 Custo Variável (13.975.447,90) (14.271.665,75) (13.726.850,35) (13.710.124,22) Diesel Frota (4.703.725,03) (4.782.440,65) (4.535.859,48) (4.648.286,40) Custo Var. - Pneus (489.518,10) (421.126,86) (471.925,17) (470.807,53) Custo Var. - Oficina (1.577.336,10) (1.480.388,26) (1.520.647,77) (1.386.315,30) Diárias (541.838,70) (544.174,38) (541.838,70) (508.609,13) Fretes Contratados (6.483.540,00) (6.880.362,74) (6.483.540,00) (6.586.007,72) Outros Custos Variáveis (179.489,97) (163.172,86) (173.039,23) (110.098,14) Desp. Variável (548.680,00) (231.884,42) (548.680,00) (252.066,96) Margem de Contribuição 8.631.372,10 10.645.472,87 8.879.969,65 10.052.365,57 Pessoal (3.349.878,92) (3.361.252,28) (3.349.878,92) (3.222.888,01) Custos Fixos (300.000,00) (249.827,81) (300.000,00) (246.002,00) Despesas Fixas (1.120.795,83) (932.509,00) (1.120.795,83) (918.229,78) Desp. Tributárias (90.000,00) (14.004,02) (90.000,00) (51.893,30) Desp. Indedutíveis (54.166,67) (18.649,86) (54.166,67) (53.504,47) EBITDA 3.716.530,68 6.069.229,90 3.965.128,23 5.559.848,01
EBITDA % 16,05% 24,13% 17,12% 23,15%
CONTASPERÍODO PERÍODO
JULHO AGOSTO
Fonte: Relatórios da empresa pesquisada
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Tabela 5 – Valores orçados x realizados correspondentes aos meses de setembro e outubro de 2008.
ORÇADO REALIZADO ORÇADO REALIZADORECEITA BRUTA TOTAL 25.900.000,00 26.548.270,83 26.100.000,00 27.247.362,05 Impostos (1.748.250,00) (1.687.803,17) (1.839.196,94) (1.527.576,41) Pedágio (906.500,00) (922.833,21) (953.657,67) (858.594,48) Receita Líquida 23.245.250,00 23.937.634,45 23.307.145,39 24.861.191,16 Custo Variável (13.326.629,01) (13.764.450,07) (13.775.472,17) (14.760.750,38) Diesel Frota (4.326.192,83) (4.444.951,72) (4.536.990,25) (4.657.939,00) Custo Var. - Pneus (450.345,69) (448.621,22) (472.248,09) (522.167,15) Custo Var. - Oficina (1.451.113,89) (1.321.053,75) (1.521.688,29) (1.323.141,64) Diárias (543.938,85) (521.509,16) (545.387,20) (587.855,71) Fretes Contratados (6.389.911,00) (6.873.828,01) (6.526.000,71) (7.512.344,47) Outros Custos Variáveis (165.126,75) (154.486,21) (173.157,63) (157.302,41) Desp. Variável (550.806,67) (302.192,56) (579.460,44) (218.066,21) Margem de Contribuição 9.367.814,32 9.870.991,82 8.952.212,78 9.882.374,57 Pessoal (3.349.878,92) (3.259.948,56) (3.349.878,92) (3.383.061,68) Custos Fixos (300.000,00) (270.580,00) (300.000,00) (271.317,00) Despesas Fixas (1.120.795,83) (1.009.968,00) (1.120.795,83) (1.012.720,00) Desp. Tributárias (90.000,00) (59.249,94) (90.000,00) (59.249,94) Desp. Indedutíveis (54.166,67) (22.595,86) (54.166,67) (22.595,86) EBITDA 4.452.972,90 5.248.649,46 4.037.371,36 5.133.430,09
EBITDA % 19,16% 21,93% 17,32% 20,65%
CONTASPERÍODO PERÍODO
SETEMBRO OUTUBRO
Fonte: Relatórios da empresa pesquisada
Tabela 6 – Projetado Valores orçados x realizados correspondentes aos meses de novembro e dezembro de 2008.
ORÇADO REALIZADO ORÇADO REALIZADORECEITA BRUTA TOTAL 26.000.000,00 24.271.558,95 25.100.000,00 23.841.795,55 Impostos (1.755.000,00) (1.745.028,12) (1.694.250,00) (1.549.716,71) Pedágio (910.000,00) (858.975,64) (878.500,00) (784.041,27) Receita Líquida 23.335.000,00 21.667.555,19 22.527.250,00 21.508.037,57 Custo Variável (13.129.331,62) (12.682.119,89) (12.605.631,49) (12.801.382,20) Diesel Frota (4.097.556,74) (4.184.442,44) (3.908.830,62) (3.972.368,09) Custo Var. - Pneus (425.361,33) (478.170,27) (405.769,95) (450.523,00) Custo Var. - Oficina (1.370.608,73) (1.065.015,10) (1.307.480,95) (1.166.500,05) Diárias (546.039,00) (445.909,26) (527.137,65) (473.909,00) Fretes Contratados (6.533.800,00) (6.383.390,47) (6.307.630,00) (6.589.960,62) Outros Custos Variáveis (155.965,82) (125.192,35) (148.782,32) (148.121,44) Desp. Variável (552.933,33) (243.141,15) (533.793,33) (267.706,15) Margem de Contribuição 9.652.735,05 8.742.294,15 9.387.825,18 8.438.949,22 Pessoal (3.349.878,92) (3.457.327,38) (3.349.878,92) (3.417.085,44) Custos Fixos (300.000,00) (278.148,00) (300.000,00) (356.294,00) Despesas Fixas (1.120.795,83) (1.038.220,00) (1.120.795,83) (1.329.907,00) Desp. Tributárias (90.000,00) (45.748,81) (90.000,00) (48.570,75) Desp. Indedutíveis (54.166,67) (38.102,63) (54.166,67) (44.963,57) EBITDA 4.737.893,63 3.884.747,33 4.472.983,76 3.242.128,46
EBITDA % 20,30% 17,93% 19,86% 15,07%
CONTASPERÍODO PERÍODO
NOVEMBRO DEZEMBRO
Fonte: Relatórios da empresa pesquisada
68
3.2.3 Análise das variações orçamentárias
Nas tabelas seguintes (janeiro a dezembro de 2008) apresentam-se os
cálculos, em valores absolutos e percentuais, das variações ocorridas no orçamento
da empresa sob análise, enfatizando os itens e meses que apresentaram maior
destaque em suas variações tanto positivas quanto negativas.
Tabela 7 – Variações orçamentárias correspondentes ao mês de janeiro de 2008.
ORÇADO REALIZADO R$ %RECEITA BRUTA TOTAL 24.000.000,00 24.148.309,00 148.309,00 0,62 Impostos (1.620.000,00) (1.706.369,87) 86.369,87 (5,33) Pedágio (840.000,00) (783.453,48) (56.546,52) 6,73 Receita Líquida 21.540.000,00 21.658.485,65 118.485,65 0,55 Custo Variável (12.369.980,71) (12.714.244,97) 344.264,26 (2,78) Diesel Frota (3.785.424,26) (3.869.240,54) 83.816,28 (2,21) Custo Var. - Pneus (446.583,15) (578.857,69) 132.274,54 (29,62) Custo Var. - Oficina (1.438.990,15) (1.327.418,31) (111.571,84) 7,75 Diárias (504.036,00) (502.891,26) (1.144,74) 0,23 Fretes Contratados (6.031.200,00) (6.322.859,16) 291.659,16 (4,84) Outros Custos Variáveis (163.747,16) (112.978,01) (50.769,15) 31,00 Custos com Sinistros (79.392,56) (64.705,51) (14.687,05) 18,50 Custos com Vaporização (84.354,60) (48.272,50) (36.082,10) 42,77 Desp. Variável (510.400,00) (282.033,70) (228.366,30) (44,74) Despesas com vendas (326.400,00) (108.733,00) (217.667,00) 66,69 Seguros Gerais (184.000,00) (173.300,70) (10.699,30) 5,81 Margem de Contribuição 8.659.619,29 8.662.206,98 2.587,69 0,03 Pessoal (3.030.000,00) (2.889.718,85) (140.281,15) 4,63 Custos Fixos (300.000,00) (256.269,00) (43.731,00) 14,58 Despesas Fixas (1.120.795,83) (956.553,50) (164.242,33) 14,65 Desp. Tributárias (90.000,00) (15.773,95) (74.226,05) 82,47 Desp. Indedutíveis (54.166,67) (95.661,45) 41.494,78 (76,61) EBITDA 4.064.656,79 4.448.230,23 383.573,44 9,44 EBITDA % 18,87 20,54
CONTASPERÍODO
VARIAÇÃOJANEIRO
Fonte: Relatórios da empresa pesquisada
Nota-se na tabela 7, que um item de grande importância para a empresa, a
receita bruta total teve uma variação positiva pouco significativa de apenas 0,62 %
afetando suavemente o resultado. No custo variável pneus, percebe-se que houve
um “estouro” desta conta, com uma variação de 29,62 %, neste caso torna-se uma
variação negativa, pois com o valor realizado da receita chegando muito próximo do
69
projetado, estimava-se que o custo dos pneus deveria ficar próximo da sua projeção,
entretanto o gasto foi maior do que se esperava.
Constatou-se variações positivas nos itens, custo variável oficina -7,75%,
custos com sinistros -18,50% e custos com vaporização -42,77% e a empresa
conseguiu atingir sua meta na margem de contribuição, pois teve um crescimento de
apenas 0,03% desta margem, que no caso deste item, sempre que for maior que o
orçado é muito favorável para ela. Após a margem de contribuição os custos e
despesas fixas, tiveram variações que contribuíram favoravelmente para resultado
da empresa, com exceção das despesas Indedutíveis.
Através de entrevistas realizadas com os gestores do orçamento da
Transportes Dalçóquio, verificou-se causas de duas variações significativas, no
custo variável pneus, foi relatado que, pelo fato do mês de janeiro ser muito quente
ocasiona muitos estouros de pneus, onde foi constatado que as filial necessitaram
de um maior estoque, porém esta exceção que ocorre no verão não foi vista na hora
de elaborar o orçamento, fazendo com que encerrasse o mês em questão com um
aumento significativo, no item despesas indedutíveis os 76,61% realizados a mais
que o valor orçado foram referente a multas fiscais da CLT e parcelamentos de
ICMS, cujas ocorrências não eram previstas no período de elaboração do
orçamento.
70
Tabela 8 – Variações orçamentárias correspondentes ao mês de fevereiro de 2008.
ORÇADO REALIZADO R$ %RECEITA BRUTA TOTAL 23.600.000,00 21.680.489,72 (1.919.510,28) (8,13) Impostos (1.593.000,00) (1.473.790,39) (119.209,61) 7,48 Pedágio (826.000,00) (692.955,47) (133.044,53) 16,11 Receita Líquida 21.181.000,00 19.513.743,86 (1.667.256,14) (7,87) Custo Variável (11.824.991,44) (11.449.566,72) (375.424,72) 3,17 Diesel Frota (3.504.858,76) (3.546.747,32) 41.888,56 (1,20) Custo Var. - Pneus (412.696,26) (387.334,98) (25.361,28) 6,15 Custo Var. - Oficina (1.329.799,06) (1.272.941,38) (56.857,68) 4,28 Diárias (495.635,40) (498.291,09) 2.655,69 0,54 Fretes Contratados (5.930.680,00) (5.648.194,76) (282.485,24) 4,76 Outros Custos Variáveis (151.321,96) (96.057,19) (55.264,77) 36,52 Custos com Sinistros (73.368,22) (26.894,44) (46.473,78) 63,34 Custos com Vaporização (77.953,74) (69.162,75) (8.790,99) 11,28 Desp. Variável (501.893,33) (297.949,66) (203.943,67) 40,63 Despesas com vendas (320.960,00) (138.287,00) (182.673,00) 56,91 Seguros Gerais (180.933,33) (159.662,66) (21.270,67) 11,76 Margem de Contribuição 8.854.115,23 7.766.227,48 (1.087.887,75) (12,29) Pessoal (3.030.000,00) (2.962.454,11) (67.545,89) 2,23 Custos Fixos (300.000,00) (267.649,00) (32.351,00) 10,78 Despesas Fixas (1.120.795,83) (999.029,73) (121.766,10) 10,86 Desp. Tributárias (90.000,00) (124.729,58) 34.729,58 (38,59) Desp. Indedutíveis (54.166,67) (95.285,99) 41.119,32 (75,91) EBITDA 4.259.152,73 3.317.079,07 (942.073,66) (22,12) EBITDA % 20,11 17,00
CONTASPERÍODO
VARIAÇÃOFEVEREIRO
Fonte: Relatórios da empresa pesquisada
Analisando a tabela 8, observa-se uma forte variação negativa da receita
bruta total de 8,13%, quase R$ 2.000.000,00, causando grande impacto no resultado
da empresa neste mês, pois esta diminuição de receita não suportou os gastos com
pessoal e custos e despesas fixas, consecutivamente diminuindo o EBITDA dela,
porém teve variações positivas na conta de pedágio (-16,11%), custos com sinistros
(-63,34%) e vaporização (-11,28%).
Neste mês houve relevante variação nos itens despesas tributárias (38,59%)
e indedutíveis (75,91%), onde os mesmos contribuíram para o mau resultado do
período em questão. Os gestores afirmam que, a variação negativa das despesas
tributárias foram ocasionadas por um erro de retenção na folha de pagamento no
final do ano de 2007, onerando empresa com esta despesa não prevista no
orçamento de 2008.
Eles ainda explicam que a receita bruta total teve a queda de 8,13% por
terem perdido uma fatia do total de fretes do seu segundo maior cliente, a Kraft
Food’s do Brasil, para a concorrência, onde deixaram de transportar o segmento de
71
biscoitos, esta perda de receita consecutivamente diminuiu os impostos, onde são
proporcionais ao faturamento.
Tabela 9 – Variações orçamentárias correspondentes ao mês de março de 2008.
ORÇADO REALIZADO R$ %RECEITA BRUTA TOTAL 23.900.000,00 22.638.061,33 (1.261.938,67) (5,28) Impostos (1.613.250,00) (1.357.807,75) (255.442,25) 15,83 Pedágio (836.500,00) (945.407,29) 108.907,29 (13,02) Receita Líquida 21.450.250,00 20.334.846,29 (1.115.403,71) (5,20) Custo Variável (12.231.418,85) (11.958.815,89) (272.602,96) 2,23 Diesel Frota (3.717.346,03) (3.835.937,30) 118.591,27 (3,19) Custo Var. - Pneus (437.157,45) (421.174,96) (15.982,49) 3,66 Custo Var. - Oficina (1.408.618,45) (1.362.390,68) (46.227,77) 3,28 Diárias (501.935,85) (497.923,43) (4.012,42) 0,80 Fretes Contratados (6.006.070,00) (5.613.876,55) (392.193,45) 6,53 Outros Custos Variáveis (160.291,07) (227.512,97) 67.221,91 (41,94) Custos com Sinistros (77.716,88) (129.737,97) 52.021,09 (66,94) Custos com Vaporização (82.574,19) (97.775,00) 15.200,82 (18,41) Desp. Variável (508.273,33) (346.264,63) (162.008,70) 31,87 Despesas com vendas (325.040,00) (187.580,00) (137.460,00) 42,29 Seguros Gerais (183.233,33) (158.684,63) (24.548,70) 13,40 Margem de Contribuição 8.710.557,82 8.029.765,77 (680.792,05) (7,82) Pessoal (3.030.000,00) (3.019.691,84) (10.308,16) 0,34 Custos Fixos (300.000,00) (285.500,53) (14.499,47) 4,83 Despesas Fixas (1.120.795,83) (1.065.661,47) (55.134,36) 4,92 Desp. Tributárias (90.000,00) (88.327,21) (1.672,79) 1,86 Desp. Indedutíveis (54.166,67) (94.966,17) 40.799,50 (75,32) EBITDA 4.115.595,32 3.475.618,55 (639.976,77) (15,55) EBITDA % 19,19 17,09
CONTASPERÍODO
VARIAÇÃOMARÇO
Fonte: Relatórios da empresa pesquisada
Observa-se na tabela 9, que a receita bruta total realizada foi -5,28% menor
que sua projeção, representada pelo valor absoluto de R$ 1.261.938,67, também se
constatou uma queda de 15,83% na conta de impostos e um aumento de 13,02% no
item de pedágio. Cabe destacar que, os itens, pessoal, custos fixos, despesas fixas
e tributárias foram muito bem conduzidos durante o mês, respeitando o orçamento e
mantendo suas variações abaixo de 5% e não sendo consideradas significativas
comparando-as com a receita bruta total, pedágio e outros custos variáveis, onde
essas levaram a empresa a um resultado negativo pelo segundo mês consecutivo.
As despesas indedutiveis do mês de março tiveram uma variação negativa
de 75,32%, quase o dobro do que foi orçado para o período. Os gestores afirmam
que, trata-se de multas de trânsito e de parcelamento de impostos, onde estas não
estavam previstas no orçamento.
72
Em relação ao pedágio, as causas de suas variações estão relacionadas ao
fato de que, a maior parte das rotas deste mês foram direcionadas para as regiões
sul e sudeste do país, regiões estas que possuem os pedágios mais caros do país.
A queda da receita e a diminuição dos impostos são justificados pelo mesmo motivo
do mês de fevereiro, ou seja, perda de fatia de mercado para o concorrente.
Tabela 10 – Variações orçamentárias correspondentes ao mês de abril de 2008.
ORÇADO REALIZADO R$ %RECEITA BRUTA TOTAL 24.100.000,00 22.835.762,27 (1.264.237,73) (5,25) Impostos (1.626.750,00) (1.241.912,88) (384.837,12) 23,66 Pedágio (843.500,00) (741.863,96) (101.636,04) 12,05 Receita Líquida 21.629.750,00 20.851.985,43 (777.764,57) (3,60) Custo Variável (12.310.070,63) (12.282.307,01) (27.763,62) 0,23 Diesel Frota (3.740.159,33) (3.845.153,84) 104.994,51 (2,81) Custo Var. - Pneus (437.457,78) (406.812,64) (30.645,14) 7,01 Custo Var. - Oficina (1.409.586,18) (1.284.434,00) (125.152,18) 8,88 Diárias (506.136,15) (494.576,93) (11.559,22) 2,28 Fretes Contratados (6.056.330,00) (6.069.739,09) 13.409,09 (0,22) Outros Custos Variáveis (160.401,19) (181.590,51) 21.189,32 (13,21) Custos com Sinistros (77.770,27) (88.214,51) 10.444,24 (13,43) Custos com Vaporização (82.630,91) (93.376,00) 10.745,09 (13,00) Desp. Variável (512.526,67) (304.848,78) (207.677,89) 40,52 Despesas com vendas (327.760,00) (145.100,00) (182.660,00) 55,73 Seguros Gerais (184.766,67) (159.748,78) (25.017,89) 13,54 Margem de Contribuição 8.807.152,70 8.264.829,64 (542.323,07) (6,16) Pessoal (3.175.240,68) (3.002.354,60) (172.886,08) 5,44 Custos Fixos (300.000,00) (254.771,00) (45.229,00) 15,08 Despesas Fixas (1.120.795,83) (950.959,00) (169.836,83) 15,15 Desp. Tributárias (90.000,00) (35.883,55) (54.116,45) 60,13 Desp. Indedutíveis (54.166,67) (66.180,25) 12.013,58 (22,18) EBITDA 4.066.949,52 3.954.681,24 (112.268,29) (2,76) EBITDA % 0,19 0,19
CONTASPERÍODO
VARIAÇÃOABRIL
Fonte: Relatórios da empresa pesquisada
Examinando-se a tabela 10, percebe-se que a empresa ainda continuou
sofrendo variação negativa da receita bruta total (-5,25%), e diminuição dos
impostos (-23,66%), onde os administradores do orçamento alegaram que a causa
destes itens também é referente à perda de mercado de seu segundo maior cliente
para a concorrência.
O item custo variável oficina sofreu uma variação positiva de -8,88%, onde
foi verificado em entrevistas com os gerentes do orçamento, que essa variação foi
causada propositalmente, em vista que estavam perdendo receita, os
administradores da empresa resolveram cortar parte deste custo, comprando
73
somente o necessário e aumentando os prazos das manutenções da frota, mesmo
correndo riscos futuros, no curto prazo era necessária a minimização deste custo.
Também obteve-se variação positiva no custo pneus (-7,01%), sabendo-se
que no mês anterior esta conta teve um aumento significativo e que os estoques nas
filiais não foram totalmente gastos, a empresa optou por diminuir a compra deste
mês. As contas, pessoal (-5,44%), custos fixos (-15,08%), despesas fixas (-15,15%)
e tributárias (-60,13%) favoreceram para que a empresa chegasse próximo ao
resultado planejado.
Tabela 11 – Variações orçamentárias correspondentes ao mês de maio de 2008.
ORÇADO REALIZADO R$ %RECEITA BRUTA TOTAL 24.700.000,00 24.942.077,90 242.077,90 0,98 Impostos (1.667.250,00) (1.214.933,90) (452.316,11) 27,13 Pedágio (864.500,00) (773.117,74) (91.382,26) 10,57 Receita Líquida 22.168.250,00 22.954.026,27 785.776,27 3,54 Custo Variável (13.145.526,16) (12.871.971,91) (273.554,25) 2,08 Diesel Frota (4.300.616,17) (4.295.125,62) (5.490,55) 0,13 Custo Var. - Pneus (461.781,27) (455.721,60) (6.059,67) 1,31 Custo Var. - Oficina (1.487.961,87) (1.189.176,75) (298.785,12) 20,08 Diárias (518.737,05) (509.181,90) (9.555,15) 1,84 Fretes Contratados (6.207.110,00) (6.234.470,85) 27.360,85 (0,44) Outros Custos Variáveis (169.319,80) (188.295,19) 18.975,39 (11,21) Custos com Sinistros (82.094,45) (114.565,19) 32.470,74 (39,55) Custos com Vaporização (87.225,35) (73.730,00) (13.495,35) 15,47 Desp. Variável (525.286,67) (272.127,67) (253.158,99) 48,19 Despesas com vendas (335.920,00) (127.280,00) (208.640,00) 62,11 Seguros Gerais (189.366,67) (144.847,67) (44.518,99) 23,51 Margem de Contribuição 8.497.437,17 9.809.926,68 1.312.489,51 15,45 Pessoal (3.349.878,92) (3.173.739,04) (176.139,88) 5,26 Custos Fixos (300.000,00) (260.060,00) (39.940,00) 13,31 Despesas Fixas (1.120.795,83) (970.703,00) (150.092,83) 13,39 Desp. Tributárias (90.000,00) (13.156,17) (76.843,83) 85,38 Desp. Indedutíveis (54.166,67) (55.428,46) 1.261,79 (2,33) EBITDA 3.582.595,76 5.336.840,01 1.754.244,26 48,97 EBITDA % 16,16 23,25
CONTASPERÍODO
VARIAÇÃOMAIO
Fonte: Relatórios da empresa pesquisada
Conforme pode-se observar na tabela 11, após três meses de queda da
receita, este item voltou a sofre uma variação positiva, não muito significativa, porém
não foi abaixo do orçado. Nota-se ainda um variação positiva em relação aos
impostos de -27,13%, e do custo variável oficina (-20,08%).
Na entrevista realizada sobre esta tabela, os gestores explicaram que, a
causa da empresa voltar a alcançar a receita desejada foi a conquista de um novo
74
cliente, a Michelin, onde este proporcionou bons resultados. Pelo fato de algumas
rotas deste cliente localizar-se em regiões que a empresa ganhou isenções de
alguns impostos, ela acabou diminuindo o valor deste item em relação ao valor
orçado.
Como todos os itens posteriores à margem de contribuição, apresentaram
uma variação positiva para a empresa, principalmente o item despesas tributárias
onde foi realizado 85,38% menor que o orçado, a Transportes Dalçóquio alcançou
quase metade do dobro do EBITDA planejado, com uma variação positiva de
43,87%.
Tabela 12 – Variações orçamentárias correspondentes ao mês de junho de 2008.
ORÇADO REALIZADO R$ %RECEITA BRUTA TOTAL 25.000.000,00 25.777.981,77 777.981,77 3,11 Impostos (1.687.500,00) (1.233.527,47) (453.972,53) 26,90 Pedágio (875.000,00) (804.686,56) (70.313,44) 8,04 Receita Líquida 22.437.500,00 23.739.767,74 1.302.267,74 5,80 Custo Variável (13.311.739,06) (13.761.494,06) 449.755,00 (3,38) Diesel Frota (4.391.052,37) (4.413.628,86) 22.576,49 (0,51) Custo Var. - Pneus (460.492,56) (368.283,89) (92.208,67) 20,02 Custo Var. - Oficina (1.483.809,36) (1.624.544,86) 140.735,50 (9,48) Diárias (525.037,50) (519.293,65) (5.743,85) 1,09 Fretes Contratados (6.282.500,00) (6.694.356,72) 411.856,72 (6,56) Outros Custos Variáveis (168.847,27) (141.386,08) (27.461,19) 16,26 Custos com Sinistros (81.865,34) (66.910,67) (14.954,67) 18,27 Custos com Vaporização (86.981,93) (74.475,41) (12.506,52) 14,38 Desp. Variável (531.666,67) (341.185,62) (190.481,05) 35,83 Despesas com vendas (340.000,00) (184.343,00) (155.657,00) 45,78 Seguros Gerais (191.666,67) (156.842,62) (34.824,05) 18,17 Margem de Contribuição 8.594.094,27 9.637.088,07 1.042.993,80 12,14 Pessoal (3.349.878,92) (3.255.366,05) (94.512,87) 2,82 Custos Fixos (300.000,00) (251.106,00) (48.894,00) 16,30 Despesas Fixas (1.120.795,83) (937.279,00) (183.516,83) 16,37 Desp. Tributárias (90.000,00) (27.199,00) (62.801,00) 69,78 Desp. Indedutíveis (54.166,67) (47.070,00) (7.096,67) 13,10 EBITDA 3.679.252,85 5.119.068,02 1.439.815,17 39,13 EBITDA % 16,40 21,56
CONTASPERÍODO
VARIAÇÃOJUNHO
Fonte: Relatórios da empresa pesquisada
Pode-se averiguar na tabela 12, uma variação positiva da receita bruta total
de 3,11%, dando seqüência ao bom resultado do mês anterior, mais uma vez a
empresa atingiu um valor acima da meta estipulada, mantendo os impostos nos -
27% de variação positiva que alcançou em maio.
75
O custo variável teve tanto variações positivas quanto negativas, onde no
item pneus, obteve uma variação de 20,02%, com uma economia de
aproximadamente R$ 92.000,00, na conta custo variável oficina, sofreu uma
variação negativa de 9,48%, representando um valor absoluto de R$ 140.735,50.
No mês em questão todos os itens após os custos variáveis obtiveram
variações positivas, ou seja, todos com oscilações abaixo de zero, com isto o mês
de junho, assim como o mês de maio foi um período muito bom à prestadora de
serviços.
Tabela 13 – Variações orçamentárias correspondentes ao mês de julho de 2008
ORÇADO REALIZADO R$ %RECEITA BRUTA TOTAL 25.800.000,00 27.288.946,39 1.488.946,39 5,77 Impostos (1.741.500,00) (1.255.869,34) (485.630,66) 27,89 Pedágio (903.000,00) (884.054,02) (18.945,98) 2,10 Receita Líquida 23.155.500,00 25.149.023,03 1.993.523,03 8,61 Custo Variável (13.975.447,90) (14.271.665,75) 296.217,85 (2,12) Diesel Frota (4.703.725,03) (4.782.440,65) 78.715,62 (1,67) Custo Var. - Pneus (489.518,10) (421.126,86) (68.391,24) 13,97 Custo Var. - Oficina (1.577.336,10) (1.480.388,26) (96.947,84) 6,15 Diárias (541.838,70) (544.174,38) 2.335,68 (0,43) Fretes Contratados (6.483.540,00) (6.880.362,74) 396.822,74 (6,12) Outros Custos Variáveis (179.489,97) (163.172,86) (16.317,11) 9,09 Custos com Sinistros (87.025,44) (92.084,86) 5.059,42 (5,81) Custos com Vaporização (92.464,53) (71.088,00) (21.376,53) 23,12 Desp. Variável (548.680,00) (231.884,42) (316.795,58) 57,74 Despesas com vendas (350.880,00) (71.050,00) (279.830,00) 79,75 Seguros Gerais (197.800,00) (160.834,42) (36.965,58) 18,69 Margem de Contribuição 8.631.372,10 10.645.472,87 2.014.100,77 23,33 Pessoal (3.349.878,92) (3.361.252,28) 11.373,36 (0,34) Custos Fixos (300.000,00) (249.827,81) (50.172,19) 16,72 Despesas Fixas (1.120.795,83) (932.509,00) (188.286,83) 16,80 Desp. Tributárias (90.000,00) (14.004,02) (75.995,98) 84,44 Desp. Indedutíveis (54.166,67) (18.649,86) (35.516,81) 65,57 EBITDA 3.716.530,68 6.069.229,90 2.352.699,22 63,30 EBITDA % 16,05 24,13
CONTASPERÍODO
VARIAÇÃOJULHO
Fonte: Relatórios da empresa pesquisada
Conforme pode ser observado na tabela 13, a Transportes Dalçóquio atingiu
um valor realizado em sua receita bruta total relevante, com uma variação positiva
de 5,77% e ainda com uma variação positiva de -13,97% do item custo variável
pneu.
Nota-se também que a conta fretes contratados teve uma variação negativa
de 6,12%, ocasionando um gasto de R$ 396.822,74, neste mês os gastos com
76
pessoal, custos fixos, despesas fixas, despesas tributárias e indedutíveis
contribuíram para o excelente resultado atingindo com um EBITDA 50% a mais que
o esperado.
Os gestores alegam que o aumento dos gastos com os fretes contratados
está relacionado com o aumento da receita, sabendo-se que eles são proporcionais
à receita, esta é a causa de sofrer uma variação de 6,12% onde é negativa
comparando com o que foi orçado, porém partindo do ponto que este item cresce
proporcionalmente à receita, torna-se uma diferença admissível.
Tabela 14 – Variações orçamentárias correspondentes ao mês de agosto de 2008
ORÇADO REALIZADO R$ %RECEITA BRUTA TOTAL 25.800.000,00 26.501.316,27 701.316,27 2,72 Impostos (1.741.500,00) (1.603.949,52) (137.550,48) (7,90) Pedágio (903.000,00) (882.810,00) (20.190,00) 2,24 Receita Líquida 23.155.500,00 24.014.556,75 859.056,75 3,71 Custo Variável (13.726.850,35) (13.710.124,22) (16.726,13) 0,12 Diesel Frota (4.535.859,48) (4.648.286,40) 112.426,92 (2,48) Custo Var. - Pneus (471.925,17) (470.807,53) (1.117,64) 0,24 Custo Var. - Oficina (1.520.647,77) (1.386.315,30) (134.332,47) 8,83 Diárias (541.838,70) (508.609,13) (33.229,57) 6,13 Fretes Contratados (6.483.540,00) (6.586.007,72) 102.467,72 (1,58) Outros Custos Variáveis (173.039,23) (110.098,14) (62.941,09) 36,37 Custos com Sinistros (83.897,81) (27.320,34) (56.577,47) 67,44 Custos com Vaporização (89.141,42) (82.777,80) (6.363,62) 7,14 Desp. Variável (548.680,00) (252.066,96) (296.613,04) 54,06 Despesas com vendas (350.880,00) (103.758,00) (247.122,00) 70,43 Seguros Gerais (197.800,00) (148.308,96) (49.491,04) 25,02 Margem de Contribuição 8.879.969,65 10.052.365,57 1.172.395,92 13,20 Pessoal (3.349.878,92) (3.222.888,01) (126.990,91) 3,79 Custos Fixos (300.000,00) (246.002,00) (53.998,00) 18,00 Despesas Fixas (1.120.795,83) (918.229,78) (202.566,05) 18,07 Desp. Tributárias (90.000,00) (51.893,30) (38.106,70) 42,34 Desp. Indedutíveis (54.166,67) (53.504,47) (662,20) 1,22 EBITDA 3.965.128,23 5.559.848,01 1.594.719,78 40,22 EBITDA % 17,12 23,15
CONTASPERÍODO
VARIAÇÃOAGOSTO
Fonte: Relatórios da empresa pesquisada
Pode-se identificar na tabela 14, um aumento de 2,72% da receita bruta total
realizada em relação ao valor orçado deste item, uma vez que o valor desta foi de
R$ 26.501.316,27. Cabe destacar que, no mês de agosto todas as contas do
respectivo orçamento que sofreram variações significativas, foram positivas, ou seja,
afetaram positivamente o resultado.
77
Conclui-se que, neste mês não houve surpresa para a empresa em relação
a estrapolações nas contas, porém cabe destacar que o EBITDA foi
incontestavelmente satisfatório medindo sua capacidade de gerar caixa em 23,15%.
Tabela 15 – Variações orçamentárias correspondentes ao mês de setembro de 2008
ORÇADO REALIZADO R$ %RECEITA BRUTA TOTAL 25.900.000,00 26.548.270,83 648.270,83 2,50 Impostos (1.748.250,00) (1.687.803,17) (60.446,83) 3,46 Pedágio (906.500,00) (922.833,21) 16.333,21 (1,80) Receita Líquida 23.245.250,00 23.937.634,45 692.384,45 2,98 Custo Variável (13.326.629,01) (13.764.450,07) 437.821,06 (3,29) Diesel Frota (4.326.192,83) (4.444.951,72) 118.758,89 (2,75) Custo Var. - Pneus (450.345,69) (448.621,22) (1.724,47) 0,38 Custo Var. - Oficina (1.451.113,89) (1.321.053,75) (130.060,14) 8,96 Diárias (543.938,85) (521.509,16) (22.429,69) 4,12 Fretes Contratados (6.389.911,00) (6.873.828,01) 483.917,01 (7,57) Outros Custos Variáveis (165.126,75) (154.486,21) (10.640,54) 6,44 Custos com Sinistros (80.061,46) (70.915,76) (9.145,70) 11,42 Custos com Vaporização (85.065,30) (83.570,45) (1.494,85) 1,76 Desp. Variável (550.806,67) (302.192,56) (248.614,11) 45,14 Despesas com vendas (352.240,00) (134.807,00) (217.433,00) 61,73 Seguros Gerais (198.566,67) (167.385,56) (31.181,11) 15,70 Margem de Contribuição 9.367.814,32 9.870.991,82 503.177,50 5,37 Pessoal (3.349.878,92) (3.259.948,56) (89.930,36) 2,68 Custos Fixos (300.000,00) (270.580,00) (29.420,00) 9,81 Despesas Fixas (1.120.795,83) (1.009.968,00) (110.827,83) 9,89 Desp. Tributárias (90.000,00) (59.249,94) (30.750,06) 34,17 Desp. Indedutíveis (54.166,67) (22.595,86) (31.570,81) 58,28 EBITDA 4.452.972,90 5.248.649,46 795.676,56 17,87 EBITDA % 19,16 21,93
CONTASPERÍODO
VARIAÇÃOSETEMBRO
Fonte: Relatórios da empresa pesquisada
Analisando a tabela 15, observa-se uma variação favorável da receita bruta
de 2,50%, o que equivale a R$ 648.270,83, também nota-se que, entre variações
positivas e negativas, o custo variável teve um aumento de 3,29% em relação ao
orçado. Entretanto, mesmo o custo variável obtendo proporcionalmente uma
variação maior que a receita bruta, constatou-se que as contas pessoal, custos e
despesas fixas, despesas tributárias e indedutíveis apresentaram variações
favoráveis e foram absorvidas com facilidade pela margem de contribuição,
atingindo um EBITDA de R$795.676,56.
78
Tabela 16 – Variações orçamentárias correspondentes ao mês de outubro de 2008
ORÇADO REALIZADO R$ %RECEITA BRUTA TOTAL 26.100.000,00 27.247.362,05 1.147.362,05 4,40 Impostos (1.839.196,94) (1.527.576,41) (311.620,53) 16,94 Pedágio (953.657,67) (858.594,48) (95.063,19) 9,97 Receita Líquida 23.307.145,39 24.861.191,16 1.554.045,77 6,67 Custo Variável (13.775.472,17) (14.760.750,38) 985.278,21 (7,15) Diesel Frota (4.536.990,25) (4.657.939,00) 120.948,75 (2,67) Custo Var. - Pneus (472.248,09) (522.167,15) 49.919,06 (10,57) Custo Var. - Oficina (1.521.688,29) (1.323.141,64) (198.546,65) 13,05 Diárias (545.387,20) (587.855,71) 42.468,51 (7,79) Fretes Contratados (6.526.000,71) (7.512.344,47) 986.343,76 (15,11) Outros Custos Variáveis (173.157,63) (157.302,41) (15.855,22) 9,16 Custos com Sinistros (83.955,22) (90.502,41) 6.547,19 (7,80) Custos com Vaporização (89.202,42) (66.800,00) (22.402,42) 25,11 Desp. Variável (579.460,44) (218.066,21) (361.394,24) 62,37 Despesas com vendas (370.564,00) (80.000,00) (290.564,00) 78,41 Seguros Gerais (208.896,44) (138.066,21) (70.830,24) 33,91 Margem de Contribuição 8.952.212,78 9.882.374,57 930.161,80 10,39 Pessoal (3.349.878,92) (3.383.061,68) 33.182,76 (0,99) Custos Fixos (300.000,00) (271.317,00) (28.683,00) 9,56 Despesas Fixas (1.120.795,83) (1.012.720,00) (108.075,83) 9,64 Desp. Tributárias (90.000,00) (59.249,94) (30.750,06) 34,17 Desp. Indedutíveis (54.166,67) (22.595,86) (31.570,81) 58,28 EBITDA 4.037.371,36 5.133.430,09 1.096.058,73 27,15 EBITDA % 17,32 20,65
CONTASPERÍODO
VARIAÇÃOOUTUBRO
Fonte: Relatórios da empresa pesquisada
Avaliando a tabela 16, pode-se observar variações muito favoráveis da
receita total 4,40% tendo como valor absoluto R$ 1.147.362,05, da conta de pedágio
-9,97% e do item impostos 16,94% gerando uma economia de R$ 311.620,53.
No item pneus houve uma variação negativa de 10,57%, ou seja, uma gasto
de R$ 49.919,06 além do orçado, já na conta custo variável oficina a empresa teve
uma variação favorável de -13,05%, gerando uma economia de R$ 198.546,65. A
conta diárias no mês de outubro teve aumento em relação ao valor orçado de 7,79%
e os fretes contratados de 15,11%, quase R$ 1.000.000,00.
Conversando com os administradores do orçamento pôde-se identificar as
causas de algumas variações ocorridas no respectivo mês. No caso das diárias, o
aumento deste item é referente a comissões que foram pagas aos motoristas,
devido ao maior faturamento deste mês. No item fretes contratados, explicaram que
o aumento também foi referente ao aumento da receita, porém enfatizaram que os
fretes contratados obtiveram maior participação na receita, ou seja, foi direcionado
um maior número de fretes para a frota agregada.
79
Afirmaram, também, que a redução do valor dos impostos de -16,94% em
relação ao valor orçado, é explicada devido ao fato de que, uma parte dos fretes
realizados neste mês foram dentro dos estados que possuem isenção de ICMS,
como o Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Mato
Grosso do Sul, proporcionando está economia para a empresa.
Tabela 17 – Variações orçamentárias correspondentes ao mês de novembro de 2008
ORÇADO REALIZADO R$ %RECEITA BRUTA TOTAL 26.000.000,00 24.271.558,95 (1.728.441,05) (6,65) Impostos (1.755.000,00) (1.745.028,12) (9.971,88) 0,57 Pedágio (910.000,00) (858.975,64) (51.024,36) 5,61 Receita Líquida 23.335.000,00 21.667.555,19 (1.667.444,81) (7,15) Custo Variável (13.129.331,62) (12.682.119,89) (447.211,73) 3,41 Diesel Frota (4.097.556,74) (4.184.442,44) 86.885,70 (2,12) Custo Var. - Pneus (425.361,33) (478.170,27) 52.808,94 2,42 Custo Var. - Oficina (1.370.608,73) (1.065.015,10) (305.593,63) 22,30 Diárias (546.039,00) (445.909,26) (100.129,74) 18,34 Fretes Contratados (6.533.800,00) (6.383.390,47) (150.409,53) 2,30 Outros Custos Variáveis (155.965,82) (125.192,35) (30.773,47) 19,73 Custos com Sinistros (75.619,79) (59.394,58) (16.225,21) 21,46 Custos com Vaporização (80.346,03) (65.797,77) (14.548,26) 18,11 Desp. Variável (552.933,33) (243.141,15) (309.792,18) 56,03 Despesas com vendas (353.600,00) (108.028,00) (245.572,00) 69,45 Seguros Gerais (199.333,33) (135.113,15) (64.220,18) 32,22 Margem de Contribuição 9.652.735,05 8.742.294,15 (910.440,90) (9,43) Pessoal (3.349.878,92) (3.457.327,38) 107.448,46 (3,21) Custos Fixos (300.000,00) (278.148,00) (21.852,00) 7,28 Despesas Fixas (1.120.795,83) (1.038.220,00) (82.575,83) 7,37 Desp. Tributárias (90.000,00) (45.748,81) (44.251,19) 49,17 Desp. Indedutíveis (54.166,67) (38.102,63) (16.064,04) 29,66 EBITDA 4.737.893,63 3.884.747,33 (853.146,30) (18,01) EBITDA % 20,30 17,93
CONTASPERÍODO
VARIAÇÃONOVEMBRO
Fonte: Relatórios da empresa pesquisada
Na tabela 17, correspondente ao mês de novembro de 2008, verificou-se um
péssimo resultado nos números do orçamento. Primeiramente a receita bruta total
despencou em relação ao valor orçado, sofreu uma variação extremamente
desfavorável de R$ 1.728.441,05 quase -7% comparando com o valor orçado.
Percebe-se também que os custos variáveis acompanharam a queda da
receita, porém não foi na mesma proporção. Os custos e despesas fixas, despesas
tributárias e indedutíveis apresentaram variações favoráveis, mas não significativas
comparando-as com o desastre da receita, no item gastos com pessoal, teve uma
variação significativa muito desfavorável de 3,21%, precisamente R$ 107.448,46.
80
Os gestores justificaram que a queda da receita foi devido a um episódio
extraordinário que ocorreu no mundo, afetando muitas empresas do planeta, a crise
mundial. Os seus maiores clientes são multinacionais onde estes foram afetados
pela crise e consequentemente o abalo que sofreram refletiu na Transportes
Dalçóquio. Explicaram que, o aumento do gasto com pessoal, foi resultado de
demissões efetuadas por causa da crise mundial, onde acarretaram gastos
adicionais, aumentado o valor realizado deste item.
Tabela 18 – Variações orçamentárias correspondentes ao mês de dezembro de 2008
ORÇADO REALIZADO R$ %RECEITA BRUTA TOTAL 25.100.000,00 23.841.795,55 (1.258.204,45) (5,01) Impostos (1.694.250,00) (1.549.716,71) (144.533,29) 8,53 Pedágio (878.500,00) (784.041,27) (94.458,73) 10,75 Receita Líquida 22.527.250,00 21.508.037,57 (1.019.212,43) (4,52) Custo Variável (12.605.631,49) (12.801.382,20) 195.750,71 (1,55) Diesel Frota (3.908.830,62) (3.972.368,09) 63.537,47 (1,63) Custo Var. - Pneus (405.769,95) (450.523,00) 44.753,05 (11,03) Custo Var. - Oficina (1.307.480,95) (1.166.500,05) (140.980,90) 10,78 Diárias (527.137,65) (473.909,00) (53.228,65) 10,10 Fretes Contratados (6.307.630,00) (6.589.960,62) 282.330,62 (4,48) Outros Custos Variáveis (148.782,32) (148.121,44) (660,88) 0,44 Custos com Sinistros (72.136,88) (91.693,99) 19.557,11 (27,11) Custos com Vaporização (76.645,44) (56.427,45) (20.217,99) 26,38 Desp. Variável (533.793,33) (267.706,15) (266.087,18) 49,85 Despesas com vendas (341.360,00) (132.593,00) (208.767,00) 61,16 Seguros Gerais (192.433,33) (135.113,15) (57.320,18) 29,79 Margem de Contribuição 9.387.825,18 8.438.949,22 (948.875,96) (10,11) Pessoal (3.349.878,92) (3.417.085,44) 67.206,52 (2,01) Custos Fixos (300.000,00) (356.294,00) 56.294,00 (18,76) Despesas Fixas (1.120.795,83) (1.329.907,00) 209.111,17 (18,66) Desp. Tributárias (90.000,00) (48.570,75) (41.429,25) 46,03 Desp. Indedutíveis (54.166,67) (44.963,57) (9.203,10) 16,99 EBITDA 4.472.983,76 3.242.128,46 (1.230.855,30) (27,52) EBITDA % 19,86 15,07
CONTASPERÍODO
VARIAÇÃODEZEMBRO
Fonte: Relatórios da empresa pesquisada
Examinando a tabela 18, verifica-se que, da mesma maneira que no mês de
novembro a empresa obteve uma perda de -5,01% da receita bruta total realizada
comparada com a receita bruta total orçada, onde se equivale a um declínio no valor
de R$ 1.258.204,45.
Pode-se perceber que a margem de contribuição sofreu uma variação de
quase R$ 1.000.000,00 a menos que o valor orçado, também nota-se uma variação
muito desfavorável nos custos fixos, onde é representado pelo valor de R$
81
209.111,17. o mês de dezembro trouxe um resultado muito ruim para a empresa,
onde atingiu um EBITDA de apenas 15,07%, sendo totalmente desfavorável para a
organização. Os gerentes alegaram que a queda da receita e o mal resultado do
mês, ainda estava sendo conseqüência da crise mundial.
3.2.4 Análise global do orçamento
Na tabela seguinte apresenta-se os cálculos, em valores absolutos e
percentuais, das variações ocorridas no orçamento global da Transportes Dalçóquio,
comparando o total orçado com o total realizado no ano de 2008.
Tabela 19 – Variações orçamentárias correspondentes ao ano de 2008
ORÇADO REALIZADO R$ %RECEITA BRUTA TOTAL 300.000.000,00 297.721.932,03 (2.278.067,97) (0,76) Impostos (20.250.000,00) (17.598.285,51) (2.651.714,49) 13,09 Pedágio (10.500.000,00) (9.932.793,12) (567.206,88) 5,40 Receita Líquida 269.250.000,00 270.190.853,39 940.853,39 0,35 Custo Variável (151.590.450,00) (157.028.893,07) 5.438.443,07 (3,59) Diesel Frota (45.120.000,00) (50.496.261,78) 5.376.261,78 (11,92) Custo Var. - Pneus (5.400.000,00) (5.409.601,79) 9.601,79 (0,18) Custo Var. - Oficina (17.400.000,00) (15.803.320,08) (1.596.679,92) 9,18 Diárias (6.300.450,00) (6.104.124,90) (196.325,10) 3,12 Fretes Contratados (75.390.000,00) (77.409.391,16) 2.019.391,16 (2,68) Outros Custos Variáveis (1.980.000,00) (1.806.193,36) (173.806,64) 8,78 Custos com Sinistros (960.000,00) (922.940,23) (37.059,77) 3,86 Custos com Vaporização (1.020.000,00) (883.253,13) (136.746,87) 13,41 Desp. Variável (4.080.000,00) (3.359.467,51) (720.532,49) 17,66 Despesas com vendas (1.780.000,00) (1.521.559,00) (258.441,00) 14,52 Seguros Gerais (2.300.000,00) (1.837.908,51) (462.091,49) 20,09 Margem de Contribuição 113.579.550,00 109.802.492,82 (3.777.057,18) (3,33) Pessoal (39.064.272,02) (38.404.887,84) (659.384,18) 1,69 Custos Fixos (3.600.000,00) (3.247.524,34) (352.475,66) 9,79 Despesas Fixas (13.449.550,00) (12.121.739,48) (1.327.810,52) 9,87 Desp. Tributárias (1.080.000,00) (583.786,22) (496.213,78) 45,95 Desp. Indedutíveis (650.000,00) (655.004,57) 5.004,57 (0,77) EBITDA 55.735.727,98 54.789.550,37 (946.177,61) (1,70) EBITDA % 20,70% 20,28%
CONTASPERÍODO
VARIAÇÃO2008
Analisando a tabela 18, pode-se observar que a receita bruta total realizada
na ano de 2008 sofreu uma variação desfavorável de -0,76%, ou seja, não alcançou
82
o resultado planejado no orçamento do ano de 2008. Nos itens que antecedem a
receita líquida nota-se que sofreram variações positivas, em impostos -13,09% e no
pedágios -5,40%, apesar de a receita bruta sofrer uma variação negativa, esses
itens contribuíram para que a empresa alcançasse uma receita líquida de 0,35% a
mais que o planejado.
Na conta custo variável a prestadora de serviços obteve uma variação que
também desfavoreceu o resultado, sendo de 3,59% a mais do que foi orçado para o
ano de 2008, porém, cabe destacar o item despesa variável, onde este sofreu
variações favoráveis em todos os meses do ano, chegando ao final do ano -17,66%
menor do que planejado.
Com a receita líquida tendo um valor não muito significativo perto do custo
variável, percebe-se que a margem de contribuição alcançou um número abaixo do
estimado para o ano de 2008, com uma queda de -3,33%. Contudo, a prestadora de
serviços obteve bons resultados nos itens, pessoal (-1,69%), custos fixos (-9,79%),
despesas fixas (-9,87%), despesas tributárias (-45,95%) e indedutíveis uma variação
não significativa de 0,77%. Estes números foram muito favoráveis para a empresa,
no entanto, a empresa não conseguiu atingir o EBITDA planejado, sofrendo uma
variação de -1,70% no que se iguala no valor de 946.177,61.
3.3 Sugestões
Com base na pesquisa realizada na Transportes Dalçóquio Ltda, pode-se
verificar que a empresa não conseguiu alcançar os resultados planejados no seu
orçamento para o ano de 2008, onde algumas situações externas e internas
contribuíram para tal acontecimento. Os fatores externos que contribuíram para a
empresa não alcançar o resultado foram, a queda de faturamento dos meses de
fevereiro, março e abril, referente a perda de uma parte de fretes do seu segundo
maior cliente para a concorrência e a diminuição da receita bruta total nos meses de
novembro e dezembro, onde foi afetada pela crise mundial.
Em relação a situações internas, algumas contas extrapolaram no
orçamento e outras sofreram queda durante o ano todo, diminuindo a previsibilidade
83
do que foi planejado para o ano. No caso do custo variável diesel, que teve uma
variação desfavorável no total de 11,92% para o ano em questão, e mesmo
considerando que os combustíveis sofrem aumentos anualmente, se a receita não
chegou ao que se tinha orçado, o item diesel que varia de acordo com a receita não
poderia ter sofrido tal aumento.
Também houve variações significativas no ano de 2008 nas contas, custos
fixos, despesas fixas, despesas tributárias e indedutíveis. Em vista dos resultados
obtidos na pesquisa, segue baixo algumas sugestões que julgam-se importantes
para o aperfeiçoamento do orçamento da Transportes Dalçóquio Ltda:
• Acompanhamento e Controles rígidos – acompanhar cada item do
orçamento e buscar controles mais eficientes para avaliar se os resultados
obtidos estão se afastando do que foi planejado, ganhado tempo para
implantar medidas necessárias em relação aos desvios ocorridos.
• Revisão orçamentária – rever o orçamento trimestralmente ou sempre
que tiver algum obstáculo que está impedindo o alcance do seu resultado,
avaliando as causas das variações dos itens orçados e verificando se há
necessidade de reformulá-lo. Um exemplo em que a empresa teria que rever
seu orçamento seria no item pneus que, pelo fato do mês de janeiro ser
muito quente e ter ocasionado o aumento desta conta, a empresa precisa
rever este item e se necessário aumentar a previsão deste mês para o
próximo exercício, utilizando como base a porcentagem que aumentou em
janeiro de 2008.
• Orçamento completo – elaborar um orçamento completo, ou seja, não
utilizando apenas as contas de resultado, mas também, as contas do ativo e
passivo, pois ajudará no processo de elaboração e análise.
• Tecnologia – investir em tecnologias para obter informações com maior
velocidade, ganhado tempo na tomada de decisão.
• Pessoas – investir em educação, treinamento e desenvolvimentos dos
funcionários, pois são eles que trarão os resultados para a empresa. Um
exemplo seria o treinamento dos motoristas em relação as multas de
trânsito, educando eles para reduzir o número de infrações.
• Mercado – o mercado apesar de ser um fator externo à empresa e ela não
possuir controle sobre ele, tem que avaliar sempre o aumento da
84
participação do mercado, e no caso da Transportes Dalçóquio focar
principalmente na conquista de novos clientes, para que não aconteça o
mesmo problema do mês de fevereiro, março e abril, onde perdeu parte do
mercado para a concorrência.
• Item pneus – pelo fato do mês de janeiro ser muito quente e ter
ocasionado o aumento desta conta, a empresa precisa rever este item e se
necessário aumentar a sua previsão no o próximo exercício, utilizando como
base a porcentagem que aumentou em janeiro de 2008.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve como objetivo principal, verificar se o orçamento da
empresa Transportes Dalçoquio Ltda alcançou os resultados planejados para o ano
de 2008, analisando-se suas variações mês a mês e seu resultado global,
observando-se como é elaborado, comparando-se suas variações e constatando-se
possíveis causas destas.
Buscando entender como funciona o processo de elaboração do orçamento
da empresa, foi pesquisado cada item deste, através de entrevistas com os
gestores, do mesmo modo foram analisadas as variações orçamentárias, onde
também foram utilizados dados provenientes do sistema da organização.
Constatou-se através das análises realizadas que a empresa não alcançou
os resultados planejados em 2008. Fatores externos e internos contribuíram para
isto. Pode-se observar que já no início do ano a empresa teve uma grande surpresa,
a perda de uma fatia de mercado do seu segundo maior cliente para a concorrência
fazendo com que o seu resultado despencasse diante do que foi orçado durante três
meses seguidos, fevereiro (-8,13%), março (-5,28) e abril (-5,25%).
Pôde-se observar que, a partir de maio com a conquista de um novo cliente
a empresa começou a obter bons resultados no o seu orçamento, no entanto, o mês
que obteve melhor receita foi em julho, onde seu resultado comparado com o orçado
para este mês foi de 5,77%, gerando um EBITDA de 24,13%.
Verificou-se que, muitas contas oscilaram durantes os meses realizados em
porcentagens muito altas, tanto para mais, quanto para menos do que foi orçado,
não gerando uma boa previsibilidade em alguns valores orçados, é praticamente
impossível que um orçamento resulte com exatidão o que se foi planejado, porém, a
empresa não pode permitir que ocorram variações tão significativas por vários
períodos sem uma causa justa, por exemplo, um custo em que sua oscilação é
proporcional a receita, na maioria dos casos, sempre que esta aumentar ou diminuir,
a tendência é que o custo a acompanhe em sua variação do orçamento.
Cabe destacar outro fato muito importante que contribuiu para que a
empresa não alcançasse o resultado estimado, os efeitos da crise mundial, tendo
86
em vista que os maiores clientes da empresa são multinacionais e foram afetados
pelo colapso mundial, a empresa consequentemente sofreu com este
acontecimento.
Os resultados obtidos foram de grande importância para o acadêmico, para
a empresa e para a universidade. Para o acadêmico, onde ganhou conhecimentos
fundamentais sobre orçamentos, como elabora-los, como analisa-lo, qual a
importância do orçamento em uma organização. Para a empresa, a importância está
em ajudá-la a aperfeiçoar o seu orçamento, poderá verificar o que foi desfavorável
em 2008 e que poderá fazer para tentar mudar o cenário nos próximos orçamentos,
rever o que errou e corrigir para o ano seguinte. Na universidade o trabalho poderá
servir como alicerce para trabalhos futuros sobre orçamentos, até mesmo fazer
trabalhos sobre implantação de orçamentos.
Portanto, observa-se a importância do orçamento para uma empresa, pois é
uma ferramenta de planejamento e controle, onde auxiliar os gestores na tomada de
decisão, basta saber usar esta ferramenta com eficiência, ter comprometimento e
seriedade de toda a empresa, onde todos os setores trabalhando em sinergia
alcançarão os resultados em que a organização pretende chegar.
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Rio de Janeiro: Saraiva, 2008.
89
DECLARAÇÃO
A organização cedente de estágio Transportes Dalçóquio declara, para os
devidos fins, que o estagiário Dassaev Koch de Amorim, aluno do Curso de
Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CECIESA/Gestão da
Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, de 01/07/2008 a 08/06/2009, cumpriu a
carga horária de estágio prevista para o período, seguiu o cronograma de trabalho
estipulado no Projeto de Estágio e respeitou nossas normas internas.
Itajaí, 01 de junho de 2009.
___________________________________
Edemir Borth
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