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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PATOLOGIA ORAL
JULIANA CAMPOS PINHEIRO
RELAÇÃO ENTRE MÁSTOCITOS E E-CADERINA EM CERATOCISTOS
ODONTOGÊNICOS E CISTOS RADICULARES
Natal/RN
2018
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JULIANA CAMPOS PINHEIRO
RELAÇÃO ENTRE MÁSTOCITOS E E-CADERINA EM CERATOCISTOS
ODONTOGÊNICOS E CISTOS RADICULARES
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Patologia Oral da
Universidade Federal do Rio Grande do
Norte como parte dos requisitos para
obtenção do Título de Mestre em Patologia
Oral.
Orientador: Prof. Dr. Pedro Paulo de
Andrade Santos
Natal/RN
2018
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Aos meus amados pais Ednaldo José Pinheiro e Ilza Campos Pinheiro pelo
imensurável esforço e dedicação para que se tornar possivel todas as minhas conquistas.
Ao meu querido mestre e amigo Prof. Dr. Ricardo Luiz Cavalcante de Albuquerque
Júnior por sempre acreditar e se dedicar arduamente para que esse sonho se tornasse
possível.
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A vida é uma jornada onde os privilegiados nem sempre são os mais fortes, mas àqueles
que arriscam superar seus próprios limites. Deus é o dono de tudo. Devo a ele a oportunidade que
tive de chegar até aqui. Deixo aqui registrada minha eterna gratidão a ele.
Aos meus pais é imensurável o meu agradecimento. Mãe, obrigada por enfrentar todo o
caminho ao meu lado, por aceitar as adversidades que encontramos, por me levantar das quedas
e por me amar incondicionalmente. Ao meu Pai, agradeço por conhecimento transmitido,
sabedoria, agradeço também, pelo amor e dedicação que sempre teve comigo. Tudo que
conquistei na vida, devo a duas pessoas que acreditaram e acreditam que os sonhos não
impossíveis, basta lutar e acreitar. A todos da família Campos e Pinheiro, que sempre torceram
pelo meu desenvolvimento intelectual, muito obrigada.
Ao Prof. Dr. Pedro Paulo de Andrade Santos, pelo companheirismo, dedicação,
compreensão e amizade transmitidos durante esses dois anos, além de um magnifico orientador
você é uma pessoa ética, íntegra, humana, humilde e incrível. Agradeço a Deus por ter cruzados
os nossos caminhos, em você encontrei apoio e compressão nas horas mais difíceis, encontrei
sorrisos descontraídos em dias comuns, encontrei garra e determinação em nossos planos no
mestrado, você me surpreendeu e surpreende a cada dia que te conheço mais, acredito que alguns
se tornam professores e outros já nascem com esse dom, esse dom foi concebido a você, disso eu
não tenho dúvida alguma. Obrigada de coração por sempre estar ao meu lado, para mim é um
orgulho imenso ser a sua primeira orientanda, certamente nunca esqueceremos um do outro, você
por ter sido meu orientador do mestrado e eu por ser a sua primeira “filha” nessa longa jornada
que se chama vida acadêmica.
Prof Dr. Ricardo de Albuquerque. Obrigada por me fazer amar a Patologia Oral, por
proporcionar oportunidades de crescimento pessoal e profissional.Você fez muito mais que me
oferecer um estagio no ITP, uma monitora em patologia oral e uma iniciação cientifica, você fez
de mim, uma eterna admiradora do ser humano que você é. Todos os “puxões de orelha” me
ensinaram a importância da ética, responsabilidade e compromisso com a docência e com a vida,,
valores esses, que irei levar por toda vida, obrigada também, por ter sido meu segundo pai
(mesmo você adorando dizer que não tendo idade para isso). Ganhei um grande amigo patologista,
o mais incrível que já conheci. A partir de agora, encerro este ciclo e me preparo para outros que
ainda virão, sempre grata a vida por me abençoar de maneira imensurável. Amo muito você, e se
um dia eu me tornar pelo menos metade do que você, já serei privilegiada.
À Profª Drª. Lélia Batista de Souza, por ser meu grande exemplo de mulher guerreira,
determinada, dedicada e competente. Agradeço pela preocupação, pelo cuidado e por todos os
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ensinamentos que me foram transmitidos nesse período de mestrado. Nossa ligação se iniciou,
com o meu primeiro e amado orientador da graduação e se cruzou com o meu querido orientador
do mestrado. Orgulho de fazer parte da sua “equipe” de Pós-Graduação em Patologia Oral da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
À Profa. Dra. Roseana de Almeida Freitas e o Prof. Dr. Jean Nunes da Universidade
Federal da Bahia, pela contribuição oferecida em minha pesquisa de dissertação. À Profa. Dra.
Hébel Cavalcanti Galvão pelas sugestões no Exame de Qualificação e por todos os ensinamentos
e acolhimento com o seu sorriso diário. Ao Prof. Dr. Leão Pereira Pinto por ser um exemplo de
dedicação e amor a profissão. À Profa. Dra. Patrícia Teixeira de Oliveira, Profa. Dra. Ana
Miryam, pelos ensinamentos durante esses dois anos na clínica de Estomatologia. À Profa. Dra.
Márcia Cristina da Costa Miguel, por ser uma pessoa extremamente incrível, sua personalidade,
inteligência e dedicação são inigualáveis. Ao Prof. Dr. Antonio de Lisboa Lopes Costa, pelo
profissionalismo e ensinamentos compartilhados durante as discussões de lâminas.
Aos meus amigos da UFRN. Everton, a pessoa que Deus escolheu pra compartilhar
comigo os dias ruins e também os dias bons. Obrigada por acreditar em mim, por me apoiar e por
me amparar nos momentos que mais difíceis, certamente nossa ligação será eterna, ganhei um
grande amigo e irmão para toda vida. Rafaella, uma amiga doce, sincera, companheira, prestativa,
linda, humana e humilde que não se encontra em qualquer lugar. Obrigada por tudo minha rafa,
te amo muito, sem você ao meu lado, esses dois anos não seria o mesmo. Israel, Caio e Mariana,
meus primeiros amigos, a qual devo gratidão eterna por terem feito parte dessa trajetória e terem
compartilhado comigo momentos de alegria e essa grande conquista, vocês estarão no meu
coração para sempre. Deborah, minha eterna duplinha da clínica de estomatologia, obrigada por
todo conhecimento transmitido e momentos maravilhosos e engrandecedores que vivemos nessa
experiência. Aos meus amados amigos da turma, Daurea, Larissa, Glória, Ondina e Cristiane,
cada uma de nós com nossas diferenças, peculiaridades, aprendemos juntas e criamos um laço
eterno para toda a vida. Aos meus queridos amigos mestres, Luiz Arthur por ter me proporcionado
alegria, boas risadas, Mara Luana, por sua simplicidade, carinho, conselhos, por ter se tornado
uma grande amiga, Hellen e Hianne vocês são maravilhosas, me sinto privilegiada por ter
conhecido vocês e com certeza um futuro incrível as aguarda. Todos vocês estarão para sempre
no meu coração.
Aos funcionários Gracinha, Hévio, Lourdinha, Ricardo, Sandrinha e Bete. Muito
obrigada pela disponibilidade, responsabilidade e carinho dedicado ao nosso desenvolvimento
profis sional.
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Agradeço também aos meus amigos de Natal, Michel, Marlisson, Haline, Simone e
Célia Maria e ao meu namorado Jadson Alexandre, pessoas importantes que compartilharam
comigo grandes momentos.
Aos meus amigos da faculdade, Francisco, Loara, Amanda, Fernando e Lennon.
Obrigada por iniciarem essa caminhada na patologia oral ao meu lado, vivemos momentos
incríveis, momentos de aprendizado, muitas risadas e acima de tudo, muita cumplicidade e união.
Desejo o melhor do mundo para todos você. Um futuro brilhante os aguarda. Agradeço também
a todos do LMPE (ITP) por toda a harmonia, fazendo se tornar realidade o nome “família”
atribuído a esse grupo de pessoas maravilhosas e competentes que eu tive o prazer de conviver
durante a graduação. Deixo em especial também o meu agradecimento a uma mestra incrível, que
tem um carinho e cuidado imenso por mim. Eliane, você mora no meu coração.
Deixo também registrada todo meu amor e gratidão para os meus amigos que mesmo
distante, sempre estiveram presentes na minha vida e no meu coração. Monique, minha amiga
irmã, doce, carinhosa, sempre esteve presente em todos os momentos comigo, desde a graduação,
obrigada pelas ligações diárias, pelos conselhos e pela atenção, amo muito você, minha dentista
linda e futura médica. As minhas amigas amigas irmãs, mãe, entre tudo mais, Jessica e Sinara,
durante esses dois anos, o nosso laço permaneceu intacto, o nosso “grupinho” sempre lá, para
aconselhar, conversar, desabafar e acima de tudo, apoiar. Meninas, obrigada de coração, por
cuidarem tão bem de mim, por acreditar no meu sucesso e torcer muito para que esse sonho hoje
se tornasse possível. Minhas amigas irmãs, vocês são a minha saudade diária, talvez se eu fizer
um novo mestrado, vou criar uma pesquisa que possa dimunuir a distancia entre a gente, pode ter
certeza. Leandra, 11 anos de amizade, talvez já resuma tudo né? Desde a escola, faculdade e
agora o mestrado, você esteve presente e a cada dia se torna mais presente ainda, a gente bem
sabe como é construída uma amizade né, altos e baixos, dias bons e dias ruins, durante 8 anos
nossa amizade, lidou com um espaço, chamado distancia física, mas talvez tenha sido esse espaço
o grande responsável por nos manter tão unidas e amigas. Não tenho palavras para agradecer a
importância que você tem na minha vida, que esses 11 anos de amizade se multipliquem para 100.
Jessyca, uma companheira de casa e de vida, que Deus me deu a oportunidade de conhecer,
quando aleatoriamente cruzou nossos caminhos. Pode parecer exagero, mas você foi a minha
força, quando nem eu acreditava que ela existia mais, com você aprendi a olhar o mundo da
melhor forma, em um momento em que meus olhos não queriam mais enxergar, sua gratidão, seu
coração, sua simplicidade e sua leveza na alma me fizeram uma pessoa melhor. Obrigada de
verdade por tudo, por todo o apoio, sem sombras de dúvidas, você estará para sempre na minha
vida, te amo. Não menos importante, meus babies Dolly, Juca e Max. Vocês me ensinam, mesmo
que a distância, o significado do amor verdadeiro e inocente, amo muito vocês.
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“Uma hora você tem que tomar uma decisão. A vida é confusa
mesmo, é assim que fomos feitos. Então você pode desperdiçar
sua vida desenhando linhas ou então você pode viver cruzando-
as, porém algumas são perigosas demais para serem cruzadas.
Então vai o que aprendi: se você estiver disposto a jogar a
preocupação pela janela e se arriscar, a vista do outro lado, é
espetacular.”
Shonda Lynn Rhimes
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RESUMO
Os mastócitos são células secretoras que liberam diferentes mediadores químicos, dentre
eles a triptase, participando tanto de estímulos fisiológicos quanto patológicos. A E-
caderina é um elemento da família das caderinas conhecida por desempenhar um papel
importante na regulação da adesão intercelular em tecidos epiteliais. O presente estudo se
propôs a avaliar a relação entre mastócitos e a expressão da E-caderina em ceratocistos
odontogênicos e cistos radiculares. A avaliação imuno-histoquímica da triptase consistiu
na quantificação de mastócitos degranulados e não degranulados em 15 campos, sendo 5
no tecido epitelial, 5 no tecido conjuntivo superficial e 5 campos no tecido conjuntivo
profundo. A avaliação da E-caderina foi realizada de forma semi-quantitativa, utilizando
os escores: 1 (0 a 50%) e 2 (>50%), sendo observado também o padrão de
imunorreatividade celular (membranar, citoplasmática, membranar e citoplasmática) além
da verificação do tamanho das lesões a partir da coleta de dados nas fichas clínicas dos
pacientes. A análise das lesões císticas estudadas revelou maior média total de mastócitos
nos cistos radiculares, quando comparados aos ceratocistos odontogênicos (IC 95%). No
que diz respeito a quantidade de mastócitos no componente epitelial, verificou-se maior
mediana nos cistos radiculares em relação aos ceratocistos odontogênicos, já no tecido
conjuntivo constatou-se que os ceratocistos odontogênicos apresentaram a maior mediana.
Ao verificar a densidade de mastócitos degranulados e não degranulados através do teste
não paramétrico de Kruskal-Wallis, constatou-se que as maiores concentrações estavam
relacionadas a mastócitos degranulados no epitélio de cistos radiculares (KW=30,343;
p=0,000), sendo que nos ceratocistos odontogênicos as maiores densidades desses tipos
celulares degranulados foram encontrados no tecido conjuntivo (KW=0,092; p=0,762). Ao
se examinar a expressão da E-caderina no componente epitelial, observou-se uma
similaridade entre as lesões císticas com maior expressão nos ceratocistos odontogênicos
(p=0,798) que apresentaram marcação membranar em 63.3% dos casos. Realizando a
análise da correlação de Spearman (r) foi observada uma correlação negativa entre a
expressão da E-caderina e o número total de mastócitos (r= -0,311; p= 0,016), número de
mastócitos degranulados (r= -0,255; p= 0,049) e a localização desses tipos celulares no
tecido conjuntivo total e profundo tanto nos cistos radiculares quanto nos ceratocistos
odontogênicos. Observou-se também, outra correlação negativa entre os mastócitos intra-
epiteliais (r= -0,265; p=0,016) e o tamanho das lesões císticas. Diante desses achados,
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verificamos que a maior concentração de mastócitos nos cistos radiculares confirma a sua
natureza inflamatória, destacando a maior quantidade de mastócitos degranulados no
componente epitelial, refletindo em menor expressão de e-caderina quando comparados
aos ceratocistos odontogênicos, sugerindo desta forma, uma possível atuação da triptase na
alteração das junções de adesão e consequente aumento na permeabilidade epitelial. No
que diz respeito ao tamanho das lesões, verificou-se que as maiores densidades
mastocitárias no componente epitelial foram identificadas em lesões menores, sugerindo
uma atuação desses tipos celulares em uma etapa inicial de crescimento das lesões císticas
estudadas.
Palavras-chave: Ceratocisto Odontogênico, Cisto Radicular, Mastócitos, E-caderina.
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ABSTRACT
Mast cells are secretory cells that release different chemical mediators, among them
tryptase, participating in both physiological and pathological stimuli. E-cadherin is an
element of the cadherin family known to play an important role in the regulation of
intercellular adhesion in epithelial tissues. The present study aimed to evaluate the
relationship between mast cells and E-cadherin expression in odontogenic keratocysts and
radicular cysts. The immunohistochemical evaluation of tryptase consisted of the
quantification of degranulated and non-degranulated mast cells in 15 fields, 5 in the
epithelial tissue, 5 in the superficial connective tissue and 5 fields in the deep connective
tissue. The evaluation of E-cadherin was performed semi-quantitatively, using the scores:
1 (0 to 50%) and 2 (> 50%), also observing the cellular immunoreactivity pattern
(membrane, cytoplasmic, membrane and cytoplasmic) in addition to the verification of
the size of the lesions from the data collection in the clinical records of the patients. The
analysis of the cystic lesions studied revealed a higher total mean number of mast cells in
the radicular cysts when compared to odontogenic keratocysts (95% CIs). With regard to
the amount of mast cells in the epithelial component, a higher median was observed in
the radicular cysts in relation to odontogenic keratocysts; in the connective tissue,
odontogenic keratocysts were the largest median. When verifying the density of
degranulated and non-degranulated mast cells through the Kruskal-Wallis non-parametric
test, it was found that the highest concentrations were related to degranulated mast cells
in the epithelium of radicular cysts (KW = 30,343; p = 0,000). Odontogenic keratocysts
the highest densities of these degranulated cell types were found in connective tissue (KW
= 0,092; p = 0,762). When examining the expression of E-cadherin in the epithelial
component, a similarity was observed between cystic lesions with greater expression in
odontogenic keratocysts (p = 0,798), which presented membrane marking in 63.3% of the
cases. Spearman's correlation analysis showed a negative correlation between E-cadherin
expression and total mast cells (r = -0,311; p = 0,016), number of degranulated mast cells
(r = -0,255; p = 0,049) and the location of these cell types in total and deep connective
tissue in both radicular cysts and odontogenic keratocysts. There was also another
negative correlation between intraepithelial mast cells (r = -0,265; p = 0,016) and cystic
lesion size. In view of these findings, we observed that the higher concentration of mast
cells in the radicular cysts confirms their inflammatory nature, highlighting the greater
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amount of degranulated mast cells in the epithelial component, reflecting less e-cadherin
expression when compared to odontogenic keratocysts. Possible tryptase activity in the
alteration of adhesion joints and consequent increase in epithelial permeability. Regarding
the size of the lesions, it was verified that the higher mast cell densities in the epithelial
component were identified in smaller lesions, suggesting an action of these cell types in
an initial stage of growth of cystic lesions studied.
Keywords: Odontogenic keratocyst, Radicular cyst, Mast cells, E-cadherin.
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
CD34 Do inglês Cluster of Differentiation 34, traduzida como grupo de diferenciação
34.
C-Kit Do inglês Tyrosine-protein kinase Kit, traduzida como receptor de tirosina-
quinase.
C3a Proteína C3a do sistema complemento.
FcεRI Receptor Fc Épsilon I.
FcγRII Receptor Fc Gama II.
FcγRIII Receptor Fc Gama III.
FHIT Do inglês Fragile histidine triad protein, traduzida como proteína tríade frágil
de histidina.
IgE Imunoglobulina E.
IL-3 Interleucina-3.
IL-4 Interleucina-4.
IL-5 Interleucina-5.
IL-6 Interleucina-6.
IL-8 Interleucina-8.
IL-10 Interleucina-10.
IL-13 Interleucina-13.
IL-14 Interleucina-14.
IL-16 Interleucina-16.
LTAS2 Do inglês Catalyzes the polymerization of lipoteichoic acid, traduzida como
polimerização catalizadora do ácido lipoteicóico.
MCC Do inglês Merkel-cell carcinoma, traduzida como carcinoma de células de
Merkel.
OMS Organização Mundial de Saúde.
PAR-2 Do inglês Protease activated receptor 2, traduzida como receptor ativador de
protease 2.
PTCH1 Do inglês Patched 1, traduzida como gene supressor tumoral Patched 1.
P16 Do inglês Cyclin-dependent kinase inhibitor 2A, traduzida como inibidor de
cinase dependente de ciclina 2A.
P53 Gene supressor tumoral.
SMO Do inglês Smoothened, traduzida como proteína tipo receptor acoplada a
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proteína G.
TNF- α Do inglês Tumor necrosis factor alpha, traduzida como fator de necrose
tumoral alfa
TGF- β Do inglês Transforming growth factor beta, traduzida como fator de
transformação do crescimento beta.
TPSAB1 Do inglês Alpha tryptase allele of tryptase 1 gene, traduzida como alelo alfa do
gene triptase.
TPSBII Do inglês Tryptase beta-2d gene, traduzida como gene triptase beta-2d.
TPSD1 Do inglês Tryptase delta 1 gene, traduzida como gene triptase delta 1.
TPSE1 Do inglês Human E-tryptase gene, traduzida como gene humano da E-triptase.
TPSG1 Do inglês Human tryptase gamma 1 gene, traduzida como gene humano da
triptase gama 1.
TSLC1 Do inglês Tumor suppressor in lung câncer, traduzida como supressor de tumor
em câncer de pulmão.
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SUMÁRIO
1 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................... 17
1.1 C Mastócitos ....................................................................................................... 17
1.2 Triptase .......................................................................................................... 20
1.3 Junções Intercelulares .................................................................................... 21
1.4 E-caderina ...................................................................................................... 24
1.5 Cistos do Complexo Maxilo-mandibular ....................................................... 25
1.6 Ceratocisto Odontogênico ............................................................................. 26
1.7 Cisto Radicular .............................................................................................. 28
1.8 Mastócitos em Cistos Odontogênicos............................................................. 30
1.9 E-Caderina em Cistos Odontogênicos............................................................ 31
2 OBJETIVOS ................................................................................................ 34
2.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 34
2.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 34
3 ARTIGO CIENTÍFICO ............................................................................ 36
4 REFERÊNCIAS .......................................................................................... 73
5 APÊNDICES................................................................................................ 79
5.1 Apêndice A.................................................................................................... 79
5.2 Apêndice B.................................................................................................... 80
5.3 Apêndice C ................................................................................................... 81
5.4 Apêndice D ................................................................................................... 82
6 ANEXOS ..................................................................................................... 84
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1 REFERENCIAL TEÓRICO
1.1 Mastócitos
Os mastócitos são células que apresentam um rico reservatório de proteases neutras,
armazenadas em seus grânulos compreendendo uma alta fração de todas as proteínas
celulares. Participam da regulação da resposta imunológica pela liberação de mediadores
químicos, frente a um estímulo apropriado. Em mamíferos, os mastócitos são
componentes do tecido conjuntivo, congregando assim um destacado padrão ao redor de
pequenos vasos sanguíneos, vasos linfáticos, terminações nervosas e glândulas
produtoras de muco, desempenhando um papel primordial nas reações inflamatórias
agudas e na reparação tecidual na fase crônica do processo (SANTOS et al., 2011).
Estes tipos celulares são mononucleares, derivados da linhagem de células
progenitoras hematopoiéticas CD34 positivas da medula óssea e iniciam sua
diferenciação sob a influência do fator de células tronco e da IL-3 de uma linhagem
distinta dos monócitos/macrófagos e precursores dos granulócitos. Os mastócitos são
expostos continuamente ou sequencialmente a esses fatores de diferenciação e expressam
o receptor c-kit, FcεRI e FcγRII/III nos estágios iniciais de desenvolvimento antes de sua
maturação granular completa para serem reconhecidos morfologicamente (RECH;
GRAÇA, 2006).
Os mastócitos na corrente sanguínea migram para um tecido específico, onde
sofre sua maturação plena, adquirindo grande quantidade de grânulos no seu interior e
assumindo sua morfologia definitiva. O destino dos mastócitos parece ser determinado
por uma sequência de moléculas aderidas na sua superfície, caracterizada pela genética
familiar. A regulação do número de mastócitos e sua diferenciação estão sob o controle
de fatores produzidos tanto na medula óssea, quanto por influência de células locais nos
diferentes tecidos que os mastócitos estejam habitando, e seu processo de diferenciação é
finalizado de acordo com as características particulares dos microambientes. Portanto,
vários estímulos podem induzir os mastócitos a liberarem mediadores biologicamente
ativos, dentre eles podemos citar a interação de antígenos específicos com receptores em
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sua superfície, produtos sintetizados durante a ativação do complemento, substâncias
básicas incluindo algumas derivadas de leucócitos, assim como diversos agentes físicos:
trauma mecânico, calor e frio (MALUF et al., 2009).
Do ponto de vista morfológico, as referidas células medem de 8 a 20 µm, exibem
formato redondo e alongado com citoplasma levemente eosinofílico contendo grânulos
no seu interior. Os núcleos são esféricos, basofílicos, pequenos e frequentemente
recobertos pelos grânulos citoplasmáticos secretores, o que dificulta a sua observação
(PATRUNO et al., 2009; RANIERI et al., 2009; RIBATTI et al., 2011).
Ultra-estruturalmente, são observados numerosos grânulos secretores
metacromáticos que possuem diversas formas: espiralados, cristalinos, ou em partículas,
podendo existir um formato predominante ou a combinação deles. Os grânulos
característicos dos mastócitos contêm estruturas lamelares ou membranosas que estão
dispostas em rolos cilíndricos semelhantes a papiros. Esses grânulos têm como
característica estocar aminas biogênicas, enzimas e proteoglicanos. A ativação dos
mastócitos depende de receptores de alta e baixa afinidade para imunoglobulinas (FcεRI,
FcγRII e FcγRIII), e pode ser feita, alternativamente, por moléculas ligadas a
imunoglobulina, interleucina e fragmentos do complemento (RIBATI et al., 2011).
De acordo com a localização anatômica, os mastócitos são categorizados em
mastócitos da mucosa e mastócitos do tecido conjuntivo. Os mastócitos da mucosa
constituem uma subpopulação encontrada principalmente na mucosa intestinal e nos
espaços alveolares dos pulmões, cujos grânulos citoplasmáticos armazenam
exclusivamente a triptase. O desenvolvimento desse grupo de mastócitos requer o
estímulo da IL-3, produzida pelos linfócitos T. Por sua vez a subpopulação dos mastócitos
do tecido conjuntivo é caracterizada pela presença de diversas proteases nos grânulos
citoplasmáticos, incluindo a triptase, a quimase e a carboxipeptidase, além de grandes
quantidades de heparina e histamina, esse subgrupo de mastócitos é encontrado na pele,
na submucosa intestinal e nas membranas serosas (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI,
2015). Esses mediadores químicos degranulados pelos mastócitos são caracterizadas por
atuar nas reações de hipersensibilidade, infecções bacterianas, doenças auto-imunes e
participação também em processos neoplásicos (VITTE, 2015).
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A degranulação dos mastócitos é comumente detectada e quantificada in
vitro medindo a histamina, quimase e triptase, liberada para o meio de cultura. Os
grânulos dos mastócitos representam elementos funcionais fundamentais, cujo conteúdo
pode ser liberado por dois mecanismos secretórios distintos: exocitose (degranulação
anafilática) ocorrendo sensibilização com IgE ou degranulação fragmentada através da
estimulação com antígeno. O último processo é considerado o mecanismo secretor mais
frequente observado em processos inflamatórios crônicos (AMMENDOLA et al., 2014).
Os mastócitos ativados liberam mediadores capazes de aumentar a
permeabilidade vascular e induzir a expressão das moléculas de adesão, recrutando
leucócitos circulantes, e assim contribuindo para a fase precoce da inflamação. Os
mediadores pré-formados incluem a histamina, quimase, triptase e TNF- α, que são
depositados no ambiente extracelular após degranulação, atuando sobre as células
epiteliais. Outros tipos de mediadores neoformados estão presentes nos mastócitos, como
o fator ativador de plaquetas, leucotrienos e as prostaglandinas. Além disso, uma série de
interleucinas são sintetizadas, como a IL-3, IL-4, IL-5, IL-6, IL-8, IL-10, IL-13, IL-14,
IL-16. Os mastócitos produzem e liberam uma variedade de citocinas multifuncionais
podendo influenciar significativamente nas respostas independentes ou dependentes de
IgE (SHELBURNE; ABRAHAM, 2011; AFRIN; KHORUTS, 2015).
As reações alérgicas são mediadas pelo envolvimento dos mastócitos que
juntamente com os basófilos, podem desencadear o mecanismo de hipersensibilidade do
tipo I por apresentar o receptor de alta afinidade para a IgE. Após o estimulo antigênico,
ocorre a degranulação e liberação dos mediadores pré-formados, no qual induz a migração
de células inflamatórias, neutrófilos e macrófagos, aumentando a permeabilidade
vascular, secreção de muco, motilidade gastrointestinal e broncoconstrição, que
constituem os sinais e sintomas da alergia e anafilaxia (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI,
2015).
Os mastócitos também induzem a angiogênese por meio de vários fatores pró-
angiogênicos clássicos, tais como o fator de crescimento endotelial vascular e fatores pró-
angiogênicos não clássicos, tais como triptase e quimase (PATRUNO et al., 2009;
RANIERI et al., 2009; RIBATTI et al., 2011). De fato, a densidade dos mastócitos está
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altamente correlacionada com a extensão da angiogênese tumoral tanto em tumores
benignos, quanto em tumores malignos (AMMENDOLA et al., 2014). Os mastócitos
também participam dos processos de fibrose e remodelação tecidual, sendo constatado
nas áreas fibróticas um excesso de mastócitos, muitos dos quais estão degranulados. Sabe-
se que a produção de colágeno é realizada pelos fibroblastos através da indução por TNF-
α e TGF-β, contudo, a histamina, heparina e triptase podem estimular o crescimento de
fibroblastos, síntese de colágeno e formação de cicatriz (CHENG et al., 2017).
Em cortes histológicos corados por técnicas histoquímicas de rotina como a
hematoxilina-eosina, a população de mastócitos comumente não é identificada em sua
totalidade (PYZIAK et al, 2013). Para efeito de estudo dessas células, recomenda-se o
uso de colorações especiais, a exemplo do azul de toluidina e o Azul de Alcian, ou ainda
técnicas de imunomarcação de proteínas utilizando anticorpos monoclonais contra a
triptase, quimase e carboxipeptidase. Sendo as técnicas imuno-histoquimicas os meios
mais adequados para a identificação dos mastócitos (CHEEMA; RAMESH;
BALAMURALI, 2012).
Os mastócitos graças aos seus componentes ativos, podem ter tanto um papel
inibitório quanto estimulador no desenvolvimento de lesões, nesse caso, o papel
estimulador dos mastócitos é mais prevalente do que seu efeito inibitório. Por outro lado,
os outros mediadores produzidos por células estromais adjacentes aos mastócitos podem
potencialmente influenciar a patogênese das lesões através de uma variedade de
mecanismos, como metabólitos da cicloxigenase e heparinização. Os mediadores dos
mastócitos como a triptase podem aumentar a permeabilidade das células epiteliais. Após
a liberação, a triptase pode permanecer ativa em tecidos por períodos prolongados, o
aumento da permeabilidade epitelial possivelmente está relacionado a degradação de
proteínas juncionais através de apoptose (JACOB et al., 2005).
1.2 Triptase
A principal protease encontrada nos mastócitos é a β-triptase, produzida e liberada
constantemente pelos grânulos metacromáticos dos mastócitos encontradas na maioria
dos tecidos (RIBATTI; RANIERI, 2015), a qual apresenta estrutura tetramérica e, em
grande parte está armazenada nos grânulos secretórios, onde é estabilizada por
21
proteoglicanos. Para que a referida enzima desempenhe suas funções, faz-se necessário
que ocorra a degranulação dos mastócitos. A β-triptase também é sintetizada em sua
forma monomérica e liberada de forma contínua para o meio extracelular, juntamente
com a α-triptase, sem a dependência de estímulos para a degranulação. Por sua vez, a γ-
triptase é produzida na forma de monômeros e ancorada na membrana dos grânulos
secretórios, alcançando a membrana plasmática dos mastócitos após a degranulação
(VITTE, 2015). Durante uma reação anafilática, os mastócitos liberam rapidamente
grandes quantidades de β-triptase e α-triptase (VALENT et al., 2014).
Consequentemente, a constatação de triptase em fluidos biológicos é interpretada como
um indicador da ativação dos mastócitos (ABBAS; LITCHMAN; PILLAI; 2015).
A produção da triptase no organismo humano é considerada especifica dos
mastócitos, embora se saiba que os basófilos podem sintetizar triptase em quantidade
100x inferior a verificada nos mastócitos. Os genes que codificam a triptase são
encontrados no cromossomo 16p13.3 e compreendem cinco loci: TPSG1; TPSAB1;
TPSBII; TPSE1; TPSD1, sendo esse último o lócus gênico inativado na espécie humana
(VITTE, 2015).
A triptase representa um dos principais mediadores angiogênicos liberados pelos
mastócitos, estimulando diretamente a proliferação de células endoteliais atuando sobre
o PAR-2 levando a degradação da matriz do tecido conjuntivo, favorecendo o crescimento
neovascular. A liberação da triptase resulta na degradação das proteínas estruturais da
membrana basal, resultando em quebras de junções intercelulares assim como a
reabsorção óssea, favorecendo o crescimento cístico (AMMENDOLA et al., 2014).
1.3 Junções intercelulares
Antes da descoberta da microscopia eletrônica, a íntima aposição das células
epiteliais era relacionada à presença de uma substância adesiva viscosa referida como
cimento intercelular (VASIOUKHIN et al., 2000). Atualmente, se sabe que o domínio
lateral das células epiteliais está em íntimo contato com os domínios laterais das células
vizinhas. Esse domínio lateral é representado pela presença de proteínas únicas que são
as moléculas de adesão intercelular presentes nas especializações juncionais dos epitélios
(GUAN et al., 2014).
22
O componente epitelial apresenta uma forte adesão intercelular, sendo essa
característica mantida pelo complexo juncional. As junções intercelulares são
constituídas por estruturas de membrana especializadas essenciais para morfologia e
função das células epiteliais, assim como a fixação das células entre si. Essas junções, são
classificadas de acordo com a função que desempenham no tecido (HUVENEERS et al.,
2012). Desta forma os diferentes tipos de junções existentes são divididos em três
categorias; as junções de adesão, junções de oclusão e junções de comunicação (junções
tipo gap) (SANDQUIST; BEMENT, 2010; LEERBERG et al., 2012; LIMA et al. 2016).
As junções de adesão celulares surgem, caracteristicamente, pela interação entre
receptores adesivos, vias de sinalização e elementos do citoesqueleto (HUVENEERS et
al., 2012). Conhecidas também como junções de ancoramento, sendo dividida em sítios
de ligação dos filamentos de actina, promovendo a adesão célula-célula, adesão matriz-
célula e, através de sítios de ligação constituídos por filamentos intermediários,
compondo as junções célula-célula através dos desmossomos e junções célula-matriz
através dos hemidesmossos (ALBERTS et al., 2010).
O desmossomo (desmo, ligação; soma, corpo) representa uma importante junção
de adesão que propicia uma ligação forte entre as células (RUNSWICK et al., 2001;
FERREIRA et al., 2013), apresentam forma de disco, e são numerosos em tecidos
propensos ao estresse mecânico. São considerados essenciais na manutenção da união
entre as células através de uma rede de filamentos intermediários do citoesqueleto. Assim
como as junções de adesão, os desmossomos contêm caderinas que ligam duas células
através de um estreito espaço extracelular, mas que têm uma estrutura de domínio
diferente daquela das junções de adesão e são referidas como desmogleínas e
desmocolinas (SANDQUIST; BEMENT, 2010). Os desmosomos proporcionam forte
coesão intercelular essencial para a integridade das células e tecidos expostos ao estresse
mecânico contínuo. Para a montagem do desmosomo, as caderinas desmosomais
sintetizadas constitutivamente são translocadas para a borda da célula-célula, agrupam-se
e amadurecem na presença de contatos de células Ca (2+) a estáveis. Vale salientar que
as junções de adesão precedem a formação de desmossomos (ALBERTS et al., 2010).
23
Os hemidesmossomos são estruturas de fixação epitelial altamente especializadas
mediadas por integrina que aderem firmemente as células à matriz extracelular,
estabelecendo uma ligação entre a membrana basal subjacente e a rede interna de
filamentos intermediários de ceratina. São definidos de acordo com a sua ultra-estrutura,
e classificados em hemidesmossomos, tipo I e tipo II, que podem ser distinguidos com
base em seus componentes proteicos. A função do hemidesmosomo é de grande
importância para uma variedade de processos biológicos, como diferenciação terminal de
ceratinócitos basais e migração de ceratinócitos durante a cicatrização de feridas e invasão
de carcinoma (ALBERTS et al. 2010; ROTZER et al., 2015).
As células epiteliais apresentam estruturas elaboradas denominadas junções de
oclusão, sendo os componentes mais apicais dos complexos juncionais intercelulares, os
quais selam completamente o espaço entre as células adjacentes, compostas por duas
proteínas, a claudina e ocludina. Elas apresentam permeabilidade variável a
macromoléculas, de acordo com o tipo de epitélio considerado, e desempenham papel
tanto em condições fisiológicas quanto patológicas. Essas estruturas funcionam como
uma vedação que regula a difusão lateral entre os domínios basolateral e apical da
membrana plasmática, formando uma barreira semipermeável ao fluxo paracelular. Dessa
forma, são importantes não apenas para a comunicação entre as células, mas também
promovem a formação de uma barreira na membrana celular que regula a permeabilidade
paracelular, mantendo a integridade celular e do tecido (CARDOSO; BRITES; BRITO,
2010; LIMA et al., 2016).
As junções comunicantes, também conhecidas como junções tipo gap, são regiões
especializadas da membrana celular que intermediam a comunicação entre as células. São
canais hidrofílicos intercelulares de membrana que permitem a passagem de íons,
moléculas que atuam como mensageiros e pequenos metabólitos. As junções
comunicantes são compostas por unidades chamadas conexons que formam um conjunto
de canais proteicos compostos por uma família de mais de 20 proteínas
chamadas conexinas que apresentam quatro porções transmembranares e organizam-se
em hexâmeros em torno de um poro hidrofílico de 1,5 nm formando os conexons. Como
conseqüência, as junções comunicantes exibem distintas propriedades, segundo os
tecidos onde são encontradas, devido a diversidade de conexinas (LIMA et al., 2016).
24
1.4 E-caderina
Existem diferentes tipos de ligação célula-célula, sendo mais estudadas as adesões
mediadas por caderinas. Por meio das junções de adesão, as células são mantidas juntas
por ligações dependentes de cálcio formadas entre os domínios extracelulares de
moléculas de caderina que transpõe o espaço entre células vizinhas (SANDQUIST;
BEMENT, 2010).
As caderinas são uma classe de proteínas transmembranares, cálcio dependentes, com
função de promover adesão intercelular e são as principais moléculas de adesão
localizadas nas junções de adesão. A ligação de cálcio é necessária para a adesão celular
porque estabiliza a conformação da haste da proteína caderina e evita a degradação
proteolítica (HAKIM et al., 2011; PORTO et al., 2016). Existem mais de 40 caderinas
diferentes conhecidas (ALVES et al., 2010) que promovem a manutenção da arquitetura
tecidual normal (ZHANG et al., 2013). As caderinas mais estudadas são as caderinas E
(epitelial), P (placentária) e N (neural), conhecidas como caderinas clássicas (HAKIM et
al., 2011; GUAN et al., 2014).
A manutenção da arquitetura do tecido adulto depende grandemente da
integridade funcional e estrutural das caderinas, atuando como importantes reguladores
da morfogênese em vários órgãos, incluindo a pele estando envolvidas não somente na
manutenção do arranjo dessas células, como na condensação dérmica (ALVES et al.,
2010).
O gene de codificação da E-caderina humana está localizado no cromossomo 16
na posição 22.1, com um peso molecular de proteína de 120 kD, que contém 723-748
aminoácidos. Sua estrutura é composta por domínios intracelulares, domínios
extracelulares e domínios transmembranares. O domínio intracelular liga-se a catenina
para formar o complexo caderina-catenina funcional, que estabiliza a E-caderina no
citoesqueleto (ZHANG et al., 2013; VERGARA et al., 2017).
Dentre as moléculas de adesão célula-célula dependentes de cálcio, a E-caderina
é a mais estudada e desempenha papel importante na regulação da adesão intercelular em
25
tecidos epiteliais. A ligação homofílica entre E-caderinas no epitélio organizam as células
adjacentes, o que é essencial para manter a integridade tecidual e a homeostase,
constituindo-se no principal componente das junções de adesão transmembranar
(SHAPIRO; WEIS, 2009; GHELDOF; BERX, 2013; PORTO et al., 2016).
A E-caderina é expressa na superfície celular de todas as camadas epiteliais da
pele, incluindo os anexos cutâneos (HAKIM et al., 2011; PORTO et al., 2016). Ultra-
estruturalmente, a E-caderina está distribuída sobre a membrana plasmática dos
ceratinócitos, mas não na superfície dérmica das células basais. Depósitos densos de E-
caderina são encontrados no espaço intercelular dos desmossomos e para promover uma
adesão firme, a parte citoplasmática da E-caderina deve ser ligada ao citoesqueleto de
actina através de β e α-catenina e, agrupando os complexos caderina-catenina em junções
adesivas. (ZHANG et al., 2013; VERGARA et al., 2017).
Quando a E-caderina é expressa normalmente, ocorre a estabilização das junções
aderentes, mas também evita o acúmulo citoplasmático de β-catenina (ROSADO et al.,
2013). Considera-se que a diminuição na expressão de proteínas de junções de adesão
como a E-caderina funcione como indicador de malignidade e possível fator prognóstico
(DE FREITAS et al., 2014; VERGARA et al., 2017).
1.5 Cistos do complexo maxilo-mandibular
Os cistos do complexo maxilo-mandibular compreendem diversas entidades sob
o ponto de vista da histogênese, frequência, comportamento biológico e tratamento.
Atualmente, os cistos maxilo-mandibulares são classificados em dois grupos: os cistos
odontogênicos e os não odontogênicos. Por sua vez, os cistos de origem odontogênica
subdividem-se em cistos de desenvolvimento e cistos inflamatórios. No entanto,
processos inflamatórios secundários podem ser observados nos cistos de
desenvolvimento (KOUHSOLTANI et al., 2015). Como cistos de desenvolvimento
podemos citar, o cisto dentígero, cisto de erupção, ceratocisto odontogênico, cisto
odontogênico ortoceratinizado, cisto gengival do recém-nascido, cisto gengival do adulto,
cisto periodontal lateral e cisto odontogênico glandular. O cisto radicular, cisto residual e
o cisto da bifurcação vestibular são considerados de natureza inflamatória (EL-NAGGAR
et al., 2017). Os cistos odontogênicos podem surgir da lâmina dentária, bainha epitelial
26
de Hertwig ou do epitélio reduzido do órgão do esmalte (JOHNSON et al. 2014).
A formação cística ocorre quando fatores de desenvolvimento ou inflamatórios
estimulam a proliferação de células epiteliais que envolvem o dente. A medida que ocorre
essa proliferação, as células centrais mais afastadas dos vasos sanguíneos passam a
receber escassa quantidade de nutrientes, tornando-se necróticas. Desta forma, uma
cavidade rodeada por epitélio é formada, com isso os produtos intracelulares presentes
tornam a cavidade hipertônica, o que faz com que fluidos do meio intersticial entrem para
a cavidade através de osmose, gerando uma pressão hidrostática que provoca a reabsorção
óssea, expansão da lesão e por vezes, dor ou parestesia moderada dependendo da
localização (DEVENNEY-CAKIR et al., 2011).
As lesões císticas, são provavelmente as lesões destrutivas mais comuns dos
maxilares; neste grupo, os cistos radiculares, cistos dentígeros e o ceratocisto
odontogênico podem representar até 95% de todos os diagnósticos histopatológicos. O
mecanismo exato do crescimento e expansão associado a estas lesões ainda não está
totalmente esclarecido, entretanto, vários tipos celulares, incluindo células inflamatórias
como os mastócitos, podem participar desse processo (NETTO et al., 2012; PATIDAR et
al., 2012).
1.6 Ceratocisto odontogênico
O termo ceratocisto odontogênico foi adotado por Philipsen em 1956, para todos
os cistos que apresentavam ceratinização histológica na superfície epitelial (PHILIPSEN,
1956; POGREL, 2003). Estudos mostram que estas lesões se originam do epitélio
odontogênico, particularmente de remanescentes da lâmina dentária. O ceratocisto
odontogênico exibe um mecanismo de crescimento e comportamento biológico diferentes
dos encontrados em outros cistos do complexo maxilo-mandibular (NEVILLE et al.,
2016). Apresentando comportamento agressivo com alto potencial de infiltração nos
ossos maxilares. Clinicamente pode se apresentar como uma lesão solitária ou na forma
de múltiplas lesões, no último caso, associado a Síndrome de Gorlin-Goltz (Síndrome do
Carcinoma Nevoide Basocelular). Os pacientes acometidos pela síndrome apresentam
anormalidades de desenvolvimento como, calcificação cerabral, costelas bífidas e
aumento da susceptibilidade a diferentes neoplasias, como múltiplos carcinomas
basocelulares (GUO et al., 2013; MOURA et al., 2016).
27
O ceratocisto odontogênico possui predileção pela mandíbula, sendo que cerca de
75% dos casos acometem a região posterior (ZECHA et al., 2010; OSTERNE et al.,
2011). Pode ser diagnosticado em qualquer idade, acometendo principalmente a terceira
e quarta décadas de vida, com média de idade de 43 anos, apresentando predileção pelo
sexo masculino (BOFFANO; RUGA; GALLESIO, 2010; DEEPTHI et al., 2016). Devido
ao potencial de destruição óssea, o ceratocisto odontogênico frequentemente apresenta
grandes dimensões antes de causar expansão óssea clínica. Geralmente é uma lesão
assintomática, apresentada como lesão encapsulada com um conteúdo fluido ou semi-
sólido de coloração branco-amarelada em seu interior (GAITAN-CEPADA et al., 2010;
OSTERNE et al., 2011).
Em 2005 o ceratocisto odontogênico, foi classificado pela Organização Mundial
da Saúde (OMS) como uma neoplasia benigna proveniente do epitélio odontogênico,
levando em consideração o comportamento agressivo e alguns estudos que sugeriram uma
influência genética na etiologia dessa lesão (BARNES et al., 2005). Acredita-se que uma
proporção dessa lesão está associada a mutação ou inativação do gene PTCH1, sendo
observadas essas alterações em 80% dos casos relacionados a Síndrome de Gorlin-Goltz,
uma condição hereditária autossômica dominante que exibe alta penetrância e
expressividade variável em casos esporádicos da lesão. O gene PTCH1 é considerado um
gene supressor tumoral que codifica um receptor transmembranar controlando os sinais
de crescimento celular, em casos de PTCH1 mutado, seu efeito inibitório sobre efetor de
sinalização SMO é perdido, resultando em proliferação celular. Na atual classificação da
OMS de 2017 essa lesão voltou a ser considerada um cisto de desenvolvimento
odontogênico, cuja justificativa foi que o gene PTCH1 não é específico quando apresenta
perda de heterozigosidade na região do cromossomo 9q22.31 e essas características
também foram encontradas em outros cistos de desenvolvimento como por exemplo nos
cistos dentígeros (EL-NAGGAR et al., 2017). Os aspectos moleculares desta lesão
demonstraram evidências de perdas alélicas principalmente nos genes p16, p53, PTCH,
MCC, TSLC1, LTAS2 e FHIT, considerando que todos estes genes são supressores
tumorais associados a diferentes tipos de neoplasias, estes achados podem dar suporte
adicional ao entendimento do comportamento agressivo dos ceratocistos odontogênicos
(GOMES; GOMEZ, 2011).
28
Radiograficamente, a sua apresentação é variável podendo exibir imagem
radiolúcida unilocular ou multilocular bem definida rodeada por margens com bordas
escleróticas, podendo ou não estar associada a um dente, porém raramente causa
reabsorções dentárias (LI et al., 2014; MENON, 2015). As lesões quando envolvem a
coroa do terceiro molar, resulta em uma aparência semelhante ao cisto dentígero
(NEVILLE et al., 2016; SPEIGHT et al.,2017).
Histopatologicamente, o ceratocisto odontogênico é caracterizado por evidenciar
uma cavidade patológica revestida por epitélio pavimentoso estratificado
paraceratinizado corrugado, apresentando espessura uniforme, contendo de 6 a 8 camadas
de células, exibindo interface plana e cápsula fibrosa delgada, comumente apresenta
infiltrado inflamatório (AZEVEDO et al., 2012). As células basais se apresentam
colunares com núcleos dispostos em paliçada exibindo hipercromatismo nuclear. Restos
epiteliais e cistos satélites podem ser encontrados na cápsula, tal fator pode ser
responsável pelas altas taxas de recidiva do ceratocisto odontogênico (BELLO et al.,
2016).
O tratamento de escolha geralmente inclui enucleação ou ressecção cirúrgica para
grandes lesões e recorrências após a ressecção são raras, ocorrendo em menos de 2% dos
casos. As recidivas podem ser originadas devido à remoção incompleta ou à presença de
cistos satélites na cápsula. A taxa de recorrência diminui após a enucleação, se utilizada
a solução de Carnoy, exibindo assim, prognóstico favorável (MALLMANN et al., 2012).
1.7 Cisto radicular
O cisto radicular é o cisto odontogênico de natureza inflamatória de maior
prevalência nos ossos maxilares e tem como sinonímia os termos, cisto periapicl e cisto
periodontal apical (PEREIRA et al., 2012), sua prevalência corresponde a cerca de 60%
dos cistos da maxila e da mandíbula (EL-NAGGAR, 2017). A origem do cisto radicular
está relacionada a presença de um processo inflamatório crônico, estimulando a
proliferação de remanescentes epiteliais na região do periápice, gerando assim o
desenvolvimento do revestimento epitelial cístico. Tal mecanismo sugere que comumente
esse tipo de lesão é resultado de uma infecção endodôntica de longa duração (BERAR et
29
al., 2016; MOSHARI et al., 2017).
Essas lesões têm uma maior incidência em adultos na faixa etária de 20 a 40 anos,
acometendo principalmente indivíduos do sexo masculino, e têm como local de maior
predileção a região anterior da maxila, exibindo maior prevalência em leucodermas em
relação aos melanodermas (TANDRI, 2010).
Radiograficamente, o cisto radicular revela uma área radiolúcida, arredondada ou
ovalada, associada ao periápice do dente e circunscrita por halo esclerótico radiopaco
contínuo. Geralmente o dente associado ao cisto radicular não apresenta sensibilidade à
percussão, extrusão ou mobilidade. Os testes de vitalidade pulpar são negativos, isto é,
revelam necrose pulpar (UPPADA et al., 2017).
Histopatologicamente, os cistos radiculares apresentam uma cavidade revestida
por um epitélio pavimentoso estratificado não ceratinizado, de espessura variável. Este
revestimento pode ser descontínuo com espessura de 1 a 50 camadas de células e se
origina dos restos epiteliais de Malassez presentes no ligamento periodontal, seu lúmen
contém líquido com baixa concentração de proteína e restos celulares. Algumas vezes no
revestimento epitelial podemos encontrar calcificações lineares conhecidas como
corpúsculos de Rushton. Na cápsula de tecido conjuntivo fibroso denso evidencia-se
diferentes densidades de infiltrado inflamatório sendo predominantemente crônico além
da presença de calcificações distróficas, cristais de colesterol e células gigantes
multinucleadas (DESHMUKH et al., 2014; NEVILLE et al., 2016).
O tratamento proposto frente a dentes portadores de lesões radiculares é remover
o estímulo antigênico através do tratamento endodôntico. Uma vez eliminada o processo
inflamatório, ocorre gradualmente a destruição e remoção das células. Quando há
ocorrência de cisto radicular de grandes proporções, é indicada a enucleação cirúrgica,
associado ou não à exodontia do dente acometido. Em alguns casos, pode-se indicar o
tratamento endodôntico do dente afetado seguido de apicectomia e enucleação da lesão
cística (GHORBANZADEH; ASHRAF; HOSSEINPOUR, 2016).
30
1.8 Mastócitos em cistos odontogênicos
Recentes estudos sugerem que os mastócitos atuam na patogênese dos cistos
odontogênicos, contribuindo para a destruição óssea e crescimento cístico. Alguns
mecanismos foram propostos para compreender o crescimento e a expansão de cistos
odontogênicos, no entanto, o mecanismo exato de crescimento não é conhecido.
Recentemente, estudos com os mastócitos foram considerados. Os mastócitos podem ser
encontrados em lesões odontogênicas, especialmente lesões císticas, embora a função
especifica destas células na patogênese destas entidades ainda são desconhecidas
(NETTO et al., 2012; FARHADI; SHAHSAVARI; DAVARDAN, 2016).
A presença de mastócitos na cápsula fibrosa de cistos odontogênicos sugere sua
atividade nessas lesões, levando ao aumento da pressão hidrostática do líquido luminal
que apresenta um papel importante no crescimento dos cistos. Os mastócitos podem
contribuir para o aumento da pressão osmótica do líquido luminal de três maneiras: Por
liberação direta de heparina no líquido luminal; Por liberação de enzimas hidrolisadas que
degradam a matriz extracelular; Por transferência do líquido luminal; Por liberação de
histamina, aumentando a permeabilidade vascular e resultando na transdução de proteínas
séricas (RAJABI-MOGHADDAM; ABBASZADEH-BIDOKHTY; BIJANI, 2015).
Estudos demonstram diferenças significativas nas densidades de mastócitos entre
os ceratocistos odontogênicos sindrômicos e não sindrômicos, embora sua expressão não
tenha influenciado no comportamento biológico das lesões. Os mastócitos degranulados
liberam triptases e prostaglandinas, duas enzimas que atuam no processo de degradação
óssea, o que resulta no crescimento do cisto. Além disso, foi demonstrado que essas
células podem estar relacionadas a destruição óssea devido a produção de heparina e
TNF- α, estimulando assim a atividade osteoclástica ((PEREIRA et al., 2012;
KOUHSOLTANI et al., 2015).
Os ceratocistos odontogênicos possuem uma média maior de mastócitos em
comparação com outras lesões de desenvolvimento, apresentando em áreas mais
profundas da lesão maior média de mastócitos degranulados. A densidade de mastócitos
exibe diferença significativa em cistos odontogênicos de desenvolvimento e inflamatórios
31
e o processo degranulação está associado com o aumento da destruição da matriz
extracelular, estimulando a produção de citocinas e, assim, facilitando o crescimento da
lesão (RAJABI-MOGHADDAM; ABBASZADEH-BIDOKHTY; BIJANI, 2015).
Em se tratando de cistos radiculares a produção de mastócitos podem contribuir
para a expansão dessas lesões, devido as propriedades vasoativas das serino-proteases
resultando na liberação de proteínas plasmáticas. Sob condições de pouca drenagem
linfática, as proteínas plasmáticas liberadas tendem a se difundir para o líquido luminal
dos cistos radiculares, aumentando a pressão osmótica e gerando sua expansão. A
liberação de prostaglandinas durante a degranulação tem um papel importante na
reabsorção óssea, promovendo assim, o crescimento desses cistos odontogênicos
(RODINI; BATISTA; LARA, 2004).
O cisto radicular apresenta uma maior quantidade de mastócitos quando
comparado ao ceratocisto odontogênico, sendo constatado nas zonas subepiteliais de
ambos os cistos maior concentração de mastócitos em relação as zonas mais profundas
(PATIDAR et al., 2012). Outro estudo demonstram que os mastócitos também podem
estar relacionados ao processo angiogênico, ocasionando assim a expansão de cistos
radiculares (KOUHSOLTANI et al., 2015).
1.9 E-caderina em cistos odontogênicos
Estudos envolvendo a E-caderina em cistos odontogênicos evidenciaram menor
expressão dessa proteína em ceratocistos odontogênicos, podendo estar associado a uma
maior taxa de agressividade e recidiva da lesão quando comparado a outras lesões císticas
de origem odontogênica. Esse conhecimento das alterações nas adesões celulares no
desenvolvimento do ceratocisto odontogênico, pode auxiliar no entendimento da lesão
em si como também na indicação de abordagens terapêuticas mais eficazes, prevenindo
recidivas desta lesão (RIBBAT; DRIEMEL, 2010).
A expressão da E-caderina também foi observada em estudos que comparavam a
sua imunorreatividade entre tumores e cistos de natureza odontogênica. No estudo
realizado por Mello et al. (2013) comparou-se a expressão da E-caderina em
ameloblastomas e ceratocistos odontogênicos, mostrando uma menor expressão da E-
32
caderina nos ameloblastomas, quando comparada com os ceratocistos odontogênicos.
Também evidenciou-se uma menor expressão da E-caderina em casos de ceratocistos
odontogênicos que apresentavam infiltrado inflamatório marcante. De acordo com
Kaplan e Hirshberg (2004) o infiltrado inflamatório pode contribuir com a perda das
características estruturais do revestimento epitelial em ceratocistos odontogênicos,
contribuindo assim para a diminuição da expressão da E-caderina em lesões
odontogênicas.
Em outro estudo realizado por Zhong et al. (2014) analisando a expressão da E-
caderina em ceratocistos odontogênicos, foi baixa, principalmente nas células da camada
basal, estando ausente na camada superficial. Özcan, Yavan, Günhan (2014) realizando a
comparação entre ceratocistos odontogênicos e cistos radiculares, verificou uma forte
expressão da E-caderina em células epiteliais e estromais dos cistos radiculares,
entretanto, a diminuição da expressão da E-caderina em ceratocistos foi maior quando
comparada a outros cistos odontogênicos, como o cisto radicular e o cisto dentígero.
Hakim et al. (2011) avaliaram a imunoexpressão da E-caderina em tecido epitelial
e estromal em 18 casos de ceratocistos esporádicos, 18 casos de ceratocistos sindrômicos
e 8 cistos dentígeros, sendo que os ceratocistos odontogênicos apresentaram um
moderado a alto grau de perda de expressão da E-caderina em todas as amostras,
especialmente nas lesões sindrômicas, que apresentaram uma expressão mais reduzida.
Concluindo assim, uma possível correlação entre a quantidade de mastócitos e a perda da
expressão da E-caderina em ceratocistos odontogênicos e cistos radiculares, podendo este
achado estar relacionado ao comportamento biológico dessas lesões de natureza
odontogênica.
33
34
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Avaliar a expressão imuno-histoquímica da triptase em mastócitos e da E-caderina
em ceratocistos odontogênicos e cistos radiculares.
2.2 Objetivos específicos
• Realizar a quantificação de mastócitos degranulados e não degranulados
imunomarcados pela Triptase em ceratocistos odontogênicos e cistos radiculares;
• Analisar a imunoexpressão da E-caderina no tecido epitelial dos ceratocistos
odontogênicos e cistos radiculares;
• Correlacionar a imunoexpressão da triptase e E-caderina em ceratocistos
odontogênicos e cistos radiculares;
• Analisar as possíveis associações entre a imunoexpressão da triptase e E-caderina
com o tamanho das lesões císticas estudadas.
35
35
36
3 ARTIGO
3.1 Apresentação
Como resultado da execução do projeto aprovado pelo CEP-UFRN sob parecer nº
2.356.506, um artigo é apresentado nesta dissertação intitulado: “Relação entre
mastócitos e E-caderina em ceratocistos odontogênicos e cistos radiculares”. O referido
artigo será submetido ao periódico Oral Diseases (Qualis Odontologia A1).
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RELAÇÃO ENTRE MASTÓCITOS E E-CADERINA EM CERATOCISTOS
ODONTOGÊNICOS E CISTOS RADICULARES
RELATIONSHIP BETWEEN MAST CELLS AND E-CADHERIN IN
ODONTOGENIC CERATOCYSTS AND RADICULAR CYSTS
Título Conciso: Expressão da triptase e E-caderina em lesões císticas.
Short Title: Expression of tryptase and E-cadherin in cystic lesions.
Juliana Campos Pinheiroa
Pedro Paulo de Andrade Santos b*.
a Aluna do Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral pela Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, RN, Brasil.
b Professor do Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral pela Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, RN, Brasil.
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Autor para correspondência:
Pedro Paulo de Andrade Santos
Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral
Centro de Biociências, Departamento de Morfologia
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Campus Universitário, Lagoa Nova, CEP 59072-970 Natal, RN, Brasil
Fone/Fax: +55 84 3215-3431
E-mail: ppdasantos@gmail.com
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RESUMO
Os mastócitos são células secretoras que liberam diferentes mediadores químicos, dentre
eles a triptase, participando tanto de estímulos fisiológicos quanto patológicos. A E-
caderina é um elemento da família das caderinas conhecida por desempenhar um papel
importante na regulação da adesão intercelular em tecidos epiteliais. O presente estudo se
propôs a avaliar a relação entre mastócitos e a expressão da E-caderina em ceratocistos
odontogênicos e cistos radiculares. A avaliação imuno-histoquímica da triptase consistiu
na quantificação de mastócitos degranulados e não degranulados em 15 campos, sendo 5
no tecido epitelial, 5 no tecido conjuntivo superficial e 5 campos no tecido conjuntivo
profundo. A avaliação da E-caderina foi realizada de forma semi-quantitativa, utilizando
os escores: 1 (0 a 50%) e 2 (>50%), sendo observado também o padrão de
imunorreatividade celular (membranar, citoplasmática, membranar e citoplasmática) além
da verificação do tamanho das lesões a partir da coleta de dados nas fichas clínicas dos
pacientes. A análise das lesões císticas estudadas revelou maior média total de mastócitos
nos cistos radiculares, quando comparados aos ceratocistos odontogênicos (IC 95%). No
que diz respeito a quantidade de mastócitos no componente epitelial, verificou-se maior
mediana nos cistos radiculares em relação aos ceratocistos odontogênicos, já no tecido
conjuntivo constatou-se que os ceratocistos odontogênicos apresentaram a maior mediana.
Ao verificar a densidade de mastócitos degranulados e não degranulados através do teste
não paramétrico de Kruskal-Wallis, constatou-se que as maiores concentrações estavam
relacionadas a mastócitos degranulados no epitélio de cistos radiculares (KW=30,343;
p=0,000), sendo que nos ceratocistos odontogênicos as maiores densidades desses tipos
celulares degranulados foram encontrados no tecido conjuntivo (KW=0,092; p=0,762). Ao
se examinar a expressão da E-caderina no componente epitelial, observou-se uma
similaridade entre as lesões císticas com maior expressão nos ceratocistos odontogênicos
(p=0,798) que apresentaram marcação membranar em 63.3% dos casos. Realizando a
análise da correlação de Spearman (r) foi observada uma correlação negativa entre a
expressão da E-caderina e o número total de mastócitos (r= -0,311; p= 0,016), número de
mastócitos degranulados (r= -0,255; p= 0,049) e a localização desses tipos celulares no
tecido conjuntivo total e profundo tanto nos cistos radiculares quanto nos ceratocistos
odontogênicos. Observou-se também, outra correlação negativa entre os mastócitos intra-
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epiteliais (r= -0,265; p=0,016) e o tamanho das lesões císticas. Diante desses achados,
verificamos que a maior concentração de mastócitos nos cistos radiculares confirma a sua
natureza inflamatória, destacando a maior quantidade de mastócitos degranulados no
componente epitelial, refletindo em menor expressão de e-caderina quando comparados
aos ceratocistos odontogênicos, sugerindo desta forma, uma possível atuação da triptase na
alteração das junções de adesão e consequente aumento na permeabilidade epitelial. No
que diz respeito ao tamanho das lesões, verificou-se que as maiores densidades
mastocitárias no componente epitelial foram identificadas em lesões menores, sugerindo
uma atuação desses tipos celulares em uma etapa inicial de crescimento das lesões císticas
estudadas.
Palavras-chave: Ceratocisto Odontogênico, Cisto Radicular, Mastócitos, E-caderina.
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ABSTRACT
Mast cells are secretory cells that release different chemical mediators, among them
tryptase, participating in both physiological and pathological stimuli. E-cadherin is an
element of the cadherin family known to play an important role in the regulation of
intercellular adhesion in epithelial tissues. The present study aimed to evaluate the
relationship between mast cells and E-cadherin expression in odontogenic keratocysts and
radicular cysts. The immunohistochemical evaluation of tryptase consisted of the
quantification of degranulated and non-degranulated mast cells in 15 fields, 5 in the
epithelial tissue, 5 in the superficial connective tissue and 5 fields in the deep connective
tissue. The evaluation of E-cadherin was performed semi-quantitatively, using the scores:
1 (0 to 50%) and 2 (> 50%), also observing the cellular immunoreactivity pattern
(membrane, cytoplasmic, membrane and cytoplasmic) in addition to the verification of
the size of the lesions from the data collection in the clinical records of the patients. The
analysis of the cystic lesions studied revealed a higher total mean number of mast cells in
the radicular cysts when compared to odontogenic keratocysts (95% CIs). With regard to
the amount of mast cells in the epithelial component, a higher median was observed in
the radicular cysts in relation to odontogenic keratocysts; in the connective tissue,
odontogenic keratocysts were the largest median. When verifying the density of
degranulated and non-degranulated mast cells through the Kruskal-Wallis non-parametric
test, it was found that the highest concentrations were related to degranulated mast cells
in the epithelium of radicular cysts (KW = 30,343; p = 0,000). Odontogenic keratocysts
the highest densities of these degranulated cell types were found in connective tissue (KW
= 0,092; p = 0,762). When examining the expression of E-cadherin in the epithelial
component, a similarity was observed between cystic lesions with greater expression in
odontogenic keratocysts (p = 0,798), which presented membrane marking in 63.3% of the
cases. Spearman's correlation analysis showed a negative correlation between E-cadherin
expression and total mast cells (r = -0,311; p = 0,016), number of degranulated mast cells
(r = -0,255; p = 0,049) and the location of these cell types in total and deep connective
tissue in both radicular cysts and odontogenic keratocysts. There was also another
negative correlation between intraepithelial mast cells (r = -0,265; p = 0,016) and cystic
lesion size. In view of these findings, we observed that the higher concentration of mast
cells in the radicular cysts confirms their inflammatory nature, highlighting the greater
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amount of degranulated mast cells in the epithelial component, reflecting less e-cadherin
expression when compared to odontogenic keratocysts. Possible tryptase activity in the
alteration of adhesion joints and consequent increase in epithelial permeability. Regarding
the size of the lesions, it was verified that the higher mast cell densities in the epithelial
component were identified in smaller lesions, suggesting an action of these cell types in
an initial stage of growth of cystic lesions studied.
Keywords: Odontogenic keratocyst, Radicular cyst, Mast cells, E-cadherin.
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Introdução
Os mastócitos são células que participam da regulação da resposta imunológica,
pela liberação de mediadores químicos, frente a um estímulo apropriado (Santos et al.,
2011). Por sua vez é capaz de responder a diferentes estímulos, participando de uma
ampla variedade de processos fisiológicos e patológicos, sendo responsáveis pela síntese
e liberação de inúmeros produtos farmacologicamente ativos (Ribatti & Ranieri, 2015)
dentre eles, a histamina, quimase, triptase e TNF- α que correspondem a mediadores que
são depositados no ambiente extracelular após a degranulação. (Shelburne & Abraham,
2011, Afrin & Khoruts, 2015).
A triptase é uma serino-protease armazenada principalmente nos grânulos dos
mastócitos, sendo encontrada na maioria dos tecidos. Consequentemente, a constatação
de triptase em fluidos biológicos é interpretada como um indicador da ativação desses
tipos celulares (Vitte, 2015).
Sabe-se que nos componentes epiteliais há uma forte adesão intercelular, sendo
essa característica tissular mantida pelo complexo juncional, que por sua vez é constituído
por estruturas de membrana especializadas na regulação da adesão célula-célula, sendo
essencial para a morfologia e função epitelial (Huveneers et al., 2012). Dos diferentes
tipos existentes de ligação célula-célula, as mais estudadas são as adesões mediadas por
caderinas (Sandquist & Bement, 2010).
As caderinas são proteínas transmembranares, cálcio dependentes com a função
de promover a adesão intercelular (Hakim et al., 2011, Porto et al., 2016) sendo
responsáveis pela manutenção da arquitetura tecidual normal (Zhang et al., 2013, Guan
et al., 2014). A E-caderina é um elemento da família das caderinas conhecida por
desempenhar um papel importante na regulação da adesão intercelular, considerada o
principal componente na junção de adesão entre células epiteliais de todos os órgãos
(Gheldof & Berx, 2013, Porto et al., 2016).
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Os cistos do complexo maxilo-mandibular podem ser classificados em dois
grupos conforme a sua origem: cistos odontogênicos e não odontogênicos. Por sua vez,
os cistos odontogênicos subdividem-se em de desenvolvimento e cistos inflamatórios (El
Naggar et al., 2017).
Dos cistos de desenvolvimento podemos destacar o ceratocisto odontogênico que
geralmente se apresenta como uma lesão solitária exibindo comportamento agressivo,
com alto potencial de destruição óssea (Osterne et al., 2011). Acomete preferencialmente
a terceira e quarta décadas de vida, com média de idade de 43 anos, apresentando
predileção pelo sexo masculino e maior prevalência na região posterior de mandíbula
(Boffano et al., 2010, Deepthi et al., 2016). Histopatologicamente, o ceratocisto
odontogênico é caracterizado por uma cavidade cística revestida por epitélio pavimentoso
estratificado paraceratinizado corrugado de espessura uniforme, contendo de 6 a 10
camadas de células, exibindo interface plana e cápsula fibrosa delgada (Azevedo et al.,
2012).
O cisto radicular de acordo com a classificação da Organização Mundial da Saúde
(OMS) é categorizado como um cisto odontogênico do tipo inflamatório (El-Naggar et
al., 2017). Essa lesão têm uma maior prevalência em adultos na faixa etária de 20 a 40
anos, acometendo principalmente indivíduos do sexo masculino, sendo encontrado
frequentemente na região anterior da maxila (Bava et al., 2015). Os testes de vitalidade
pulpar pelo frio, calor e eletricidade são negativos, isto é, revelam necrose pulpar (Ji et
al., 2012). Histopatologicamente apresenta epitélio do tipo pavimentoso estratificado
não-ceratinizado de espessura variável (Ji et al., 2012)
Levando em consideração a multifuncionalidade dos mastócitos e baseado no fato
de que esses tipos celulares podem estar relacionados ao processo de permeabilidade
epitelial, cuja relação ainda não é bem estabelecida. O objetivo do presente estudo é
verificar a relação entre a expressão da triptase e a E-Caderina em ceratocistos
odontogênicos e cistos radiculares, visando o entendimento do comportamento biológico
dessas lesões císticas.
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Material e Métodos
Considerações éticas
O projeto desenvolvido objetivando o desenvolvimento da presente pesquisa foi
encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (UFRN), sendo aprovado sob o parecer nº 2.356.506, CAAE:
76776617.6.0000.5537 (Anexo 1).
Amostra
A seleção da amostra foi intencional, constituida por 30 casos de Ceratocistos
Odontogênicos e 30 casos de Cistos Radiculares. Para análise histopatológica e imuno-
histoquímica foram utilizadas as peças cirúrgicas dos casos selecionados, fixadas em
formol a 10%, emblocadas em parafina e arquivadas no Serviço de Anatomia Patológica
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Foram selecionados os casos que
apresentavam quantidade de material suficiente e que apresentavam boas condições de
armazenamento para a realização da técnica imuno-histoquímica.
Análise histopatológica
Os critérios utilizados para análise histopatológica dos casos de ceratocistos
odontogênicos incluídos na presente pesquisa foram baseados de acordo com a presença
de epitélio pavimentoso estratificado com superfície paraceratinizada corrugada,
geralmente com 6 a 8 camadas de espessura, exibindo interface plana entre o epitélio e o
tecido conjuntivo circunjacente formando uma delgada cápsula. Nos cistos radiculares,
os critérios histopatológicos utilizados para a seleção dos casos foram: Presença de
epitélio pavimentoso estratificado de espessuras variáveis, com cápsula exibindo um
moderado a intenso infiltrado inflamatório.
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Análise Imuno-histoquímica
Para a análise imuno-histoquímica a amostra dos espécimes de ceratocistos
odontogênicos e cistos radiculares selecionados, fixados em formol a 10% e incluído em
parafina, foram submetidos a cortes com 3 µm de espessura, os quais foram estendidos
em lâminas de vidro devidamente preparadas com adesivo à base de organosilano (3-
aminopropiltrietoxisilano, Sigma Chemical Co., St. Louis, MO, USA).
Os anticorpos anti-Triptase (DAKO, Glostrup, Dinamarca) e anti-E-caderina
(DAKO, Glostrup, Dinamarca) foram utilizados (anti-triptase diluído em 1:2500 e anti-
E-caderina diluído em 1:100) em solução diluente Diamond (Cell Marque; Rocklin CA,
USA); O tempo de incubação utilizado na técnica imuno-histoquímica foi 60 minutos,
para a anti-Triptase e anti-E-caderina.
Todos os espécimes submetidos ao processamento imuno-histoquímico foram
escaneados pelo Scanner Panoramic MIDI (3DHISTECH® Kft.29-33, Konkoly-Thege
M. str. Budapest, Hungary, H-1121) e as imagens obtidas visualizadas através do software
Panoramic Viewer 1.15.2 (3DHISTECH® Kft.29-33, Konkoly-Thege M. str. Budapest,
Hungary, H-1121). As imunomarcações da Triptase e E-caderina foram analisadas por
dois examinadores previamente calibrados.
A avaliação da expressão imuno-histoquímica da proteína Triptase foi efetuada de
forma quantitativa realizando uma adaptação do método descrito por Santos et al. (2011).
Foram analisados 15 campos para a quantificação de mastócitos em um aumento de 400x,
sendo 5 campos no tecido epitelial, 5 campos no tecido conjuntivo superficial e 5 campos
no tecido conjuntivo profund, sendo quantificados tanto os mastócitos degranulados
(presença do halo de triptase) quanto não degranulados.
A avaliação da expressão imuno-histoquímica da proteína E-caderina foi efetuada
de forma semi-quantitativa realizando uma adaptação do método descrito por Cruz et al.
(2009). Esta avaliação levou em consideração 2 categorias que estimaram a proporção de
células imunorreativas: 1 (0 a 50%) e 2 (>50%). O padrão de marcação celular foi dividido
em 3 categorias: marcação membranar; marcação citoplasmática; marcação membranar e
citoplasmática.
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Análise do tamanho das lesões císticas
A avaliação do tamanho das lesões císticas foi realizada, baseando-se no método
descrito por Kubota et al. (2013) observando-se o tamanho das lesões de acordo com as
informações obtidas das fichas clinicas.
Análise Estatística
Os resultados obtidos foram analisados utilizando o programa estatístico SPSS
(Statistical Package for the Social Sciences, Inc., Chicago, IL, EUA) na versão 20.0.
Inicialmente aplicando-se análise descrita dos casos incluídos no presente estudo,
realizando posteriormente os testes estatísticos apropriados.
As imunoexpressões das proteínas Triptase e E-caderina foram analisadas por
meio do teste não paramétrico de Kruskal-Wallis. O teste de correlação de Spearman foi
utilizado para analisar possíveis correlações entre a Triptase, E-caderina e o tamanho das
lesões císticas. Para todos os testes estastiscos utilizados no presente estudo o nível de
significância estabelecido foi de 5% (p=0,05).
Resultados
Analise imuno-histoquimica da expressão da Triptase
A análise da triptase nas lesões císticas revelou maior média total de mastócitos
nos cistos radiculares, abrigando um número médio de mastócitos entre 288 a 2005 por
caso (Tabela 1). No que diz respeito ao número de mastócitos no componente epitelial,
verificou-se maior mediana nos cistos radiculares (Figura 1). No tecido conjuntivo
observou-se que os ceratocistos odontogênicos apresentaram a maior mediana
relacionada ao número de mastócitos totais (Figura 2).
Quantidade de mastócitos degranulados e não degranulados
Ao verificar a densidade de mastócitos degranulados (com halo de triptase) e não
degranulados (sem halo de triptase) nas lesões císticas estudadas (Figura 3), constatou-se
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através do teste não paramétrico de Kruskal-Wallis (KW) que as maiores medianas
estavam relacionadas a mastócitos degranulados tanto em cistos radiculares quanto em
ceratocistos odontogênicos (p=0,082), sendo os cistos radiculares os maiores detentores
de mastócitos degranulados (p=0,082) e não degranulados (p=0,018) (Tabela 2).
Com relação a presença de mastócitos degranulados e não degranulados no tecido
epitelial das lesões, verificou-se que os cistos radiculares e os ceratocistos odontogênicos
apresentaram maiores concentrações de mastócitos degranulados (KW=30,343; p=0,000)
em relação aos não degranulados (KW=4,027; p=0,045). Ao se realizar a comparação
entre as lesões estudadas, constatou-se maiores medianas de mastócitos degranulados e
não degranulados nos cistos radiculares (Tabela 3). No tecido conjuntivo, foi constatada
maior concentração desses tipos celulares, tanto degranulados (KW=0,092; p=0,762)
quanto não degranulados (KW=0,067; p=0,796) em ceratocistos odontogênicos (Tabela
3).
Analisando a quantidade de mastócitos no tecido conjuntivo superficial e
profundo, evidenciou-se no tecido conjuntivo superficial maior concentração de
mastócitos degranulados nos ceratocistos odontogênicos em relação aos cistos
radiculares (KW=0,018; p=0,894). Com relação aos mastócitos não degranulados nessa
mesma região observou-se maior densidade nos cistos radiculares (KW=6,350;
p=0,012). No tecido conjuntivo profundo, foi constatada maior quantidade de
mastócitos degranulados nos ceratocistos odontogênicos em relação aos cistos
radiculares (KW=0,952; p=0,329). No que diz respeito aos mastócitos não
degranulados, foi verificada maior densidade nos cistos radiculares (KW=9,421; p=
0,002) (Tabela 4).
Análise imuno-histoquímica da expressão da E-caderina
Analisando a expressão da E-caderina em ceratocistos odontogênicos e cistos
radiculares no tecido epitelial de revestimento, constatou-se que os ceratocistos
odontogênicos apresentaram uma discreta maior imunorreatividade (KW=0,066;
p=0,798). Ao se examinar a expressão da E-caderina na porção superficial (KW=0,267;
p=0,605), basal e porção para-basal (KW=0,000; p=1,000) do epitélio constatou-se uma
similaridade entre as lesões císticas (Tabela 5). No que tange a região de
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imunorreatividade na célula epitelial de revestimento, verificou-se que em 60% dos cistos
radiculares a imunorreatividade ocorreu tanto na membrana plasmática quanto no
citoplasma das células e em 40% dos casos a imunoexpressão foi apenas membranar. Nos
ceratocistos odontogênicos, 63.3% dos casos exibiram marcação membranar, 33.3% dos
casos apresentaram marcação membranar/citoplasmática e apenas 3.4% dos casos apenas
imunorreatividade citoplasmática.
Avaliação do tamanho das lesões císticas
Em relação ao tamanho das lesões analisadas, 67% dos casos de cistos radiculares
apresentavam tamanho inferior ou igual a 2 cm de extensão, 27% possuíam acima de 2 a
4cm e apenas 6% apresentavam mais de 4cm. Nos casos de ceratocistos odontogênicos,
47% apresentavam menor dimensão ou igual a 2cm de extensão, 37% possuíam acima de
2 a 4cm e apenas 16% maior que 4cm (Tabela 6).
Correlação entre a imunoexpressão da E-caderina e o número de mastócitos
Realizado o teste de correlação de Spearman (r) foi observada uma correlação
negativa entre a expressão da E-caderina e o número total de mastócitos, número de
mastócitos degranulados e a localização desses tipos celulares nos ceratocistos
odontogênicos e cistos radiculares (Tabela 7). Essa correlação negativa verificada foi
estatisticamente significativa entre a expressão da E-caderina e o número total de
mastócitos da lesão (r= -0,311; p= 0,016), número de mastócitos degranulados (r= -0,255;
p= 0,049), número de mastócitos no tecido conjuntivo (r= -0,326; p= 0,011), número de
mastócitos no tecido conjuntivo profundo (r= -0,318; p= 0,013), número de mastócitos
degranulados no tecido conjuntivo superficial (r= -0,288; p= 0,026), número de
mastócitos degranulados no tecido conjuntivo profundo (r= -0,323; p= 0,012), número de
mastócitos não degranulados no tecido conjuntivo profundo (r= -0,287; p= 0,026), não
foi constatada correlação estatisticamente significativa entre a expressão da E-caderina e
o número de mastócitos não degranulados (r= -0,110; p= 0,404), número de mastócitos
no tecido epitelial (r= -0,100; p= 0,446), número de mastócitos no tecido conjuntivo
superficial (r= -0,110; p= 0,404), número de mastócitos não degranulados no tecido
conjuntivo superficial (r= -0,167; p= 0,203).
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Correlação entre o tamanho das lesões e a imunoexpressão de E-caderina e triptase em
mastócitos
Para se verificar uma possível relação entre o tamanho das lesões císticas
estudadas, o número de mastócitos degranulados ou não em diferentes regiões das lesões
e a expressão de E-caderina, observou-se novamente uma correlação negativa
estatisticamente significativa apenas entre o tamanho das lesões císticas e o número total
de mastócitos no epitélio (r= -0,265; p=0,016) e o tamanho das lesões císticas em relação
ao número de mastócitos degranulados no epitélio (r= -0,271; p=0,049).
Discussão
Os mastócitos são células secretoras que participam da regulação da resposta
imunológica, sendo cada vez mais crescente o número de investigações sobre a
importância dos mastócitos em diversos processos patológicos (Santos et al., 2011). A
distribuição dos mastócitos nos compartimentos teciduais está relacionado ao potencial
que os mediadores químicos possuem de influenciar as células vizinhas, através de efeitos
tóxicos, estimuladores ou inibidores. Utiliza-se o termo degranulação para caracterizar a
secreção de proteínas dos grânulos pelos mastócitos (Lima et al., 2005, Kamal et al.,
2015). Os mastócitos podem desempenhar importante papel no crescimento cístico,
principalmente porque o aumento da contagem média de mastócitos em cistos
odontogênicos pode levar a alterações imunológicas ocasionadas pela intensa liberação
de mediadores químicos; quando estimulado por fatores como neurotoxinas bacterianas,
eles sofrem processo de degranulação, causando inflamação e mudanças vasculares,
contribuindo para o desenvolvimento e expansão cística (Santos-Netto et al., 2012).
No presente estudo, os mastócitos foram detectados por uma técnica imuno-
histoquímica usando anticorpo monoclonal específico contra a α -Triptase, β-Triptase e
γ-Triptase, um método altamente sensível e específico para essas células. As triptases
compreendem uma subfamília de proteases semelhantes a tripsina que são armazenadas
nos grânulos secretores de mastócitos em todos os mamíferos e são liberadas em conjunto
com outros mediadores de matriz extracelular após ativação / degranulação de mastócitos
(Kouhsoltan et al., 2015; Neto et al, 2015, Sousa-Neto et al., 2016).
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Estudos sugerem que os mastócitos atuem na patogênese dos cistos
odontogênicos. Embora a função especifica destas células na patogênese cística ainda não
seja totalmente conhecida (Santos-Netto et al., 2012, Farhadi; Shahsavari; Davardan,
2016). Na presente análise foi encontrada uma maior média na quantidade de mastócitos
em cistos radiculares quando comparados aos ceratocistos odontogênicos (Figura 3),
contudo Rajabi-Moghaddam et al. (2015) não verificaram uma relação estatisticamente
significativa entre a quantidade de mastócitos em ceratocistos odontogênicos, cistos
dentígeros e cistos radiculares. Santos-Netto et al., (2012) evidenciou maior expressão de
triptase nos ceratocistos odontogênicos em relação a outras lesões de natureza
odontogênica não inflamatórias.Tais achados foram identificados independentes da
localização epitelial/mesenquimal. Nossos achados sugerem que, a maior quantidade de
mastócitos presente nos cistos radiculares reforça ainda mais a sua característica de cisto
inflamatório.
A presença de mastócitos no componente epitelial das lesões estudadas, evidencia
que as maiores concentrações estiveram presentes nos cistos radiculares, sendo mais
evidente a presença de mastócitos degranulados (Figura 4.B). Jacob et al. (2005)
verificaram no epitélio duodenal, uma diminuição das proteínas de adesão celular,
provenientes de produtos liberados na degranulação dos mastócitos, aumentando assim
sua capacidade de permeabilidade. Wilcz-Villega et al. (2013) referem que o aumento da
permeabilidade epitelial pode estar envolvido, em importantes processos biológicos.
Estudos apontam que os produtos inflamatórios liberados pelos mastócitos
degranulados como a heparina estão associados a uma maior permeabilidade do epitélio,
ocasionando migração dos produtos inflamatórios da parede cística para região luminal,
consequementemente, desenvolve-se um estimulo quimiotático dos mastócitos levando-
os a migrar para região subepitelial e epitelial, gerando assim o aumento da expressão da
triptase (Landini et al., 2006; Mahita et al., 2015). Em nosso estudo, a presença de
mastócitos degranulados no componente epitelial, sugere que esses tipos celulares atuem
alterando junções intercelulares, através da liberação de mediadores químicos, capazes de
aumentar a permeabilidade epitelial, favorecendo o crescimento cístico.
No tecido conjuntivo, observamos que as maiores densidades de mastócitos
estiveram presentes nos ceratocistos odontogênicos, exibindo maior quantidade de
mastócitos degranulados no tecido conjuntivo profundo em relação ao tecido conjuntivo
superficial. Farhadi et al. (2016) verificaram também maior densidade de mastócitos
degranulados na camada profunda sendo, significativamente maior em ceratocistos
51
odontogênicos quando comparados aos cistos dentígeros. No entanto, Patidar et al. (2012)
encontraram em seu estudo que o tecido conjuntivo superficial de ceratocistos
odontogênicos e cistos radiculares exibiram maiores concentrações de mastócitos em
relação ao tecido conjuntivo profundo. Estudos sugerem que a degranulação dos
mastócitos pode correlacionar-se com o aumento da destruição da matriz extracelular na
parede cística, estimulando a produção de citocinas e desta forma auxiliando na expansão
da lesão (Chatterjee et al., 2008; Kouhsoltani et al., 2015; Farhadi et al., 2016). De acordo
com Santos-Netto et al., (2012), a presença dos mastócitos, especificamente em áreas
mais profundas do tecido conjuntivo se associam a expansão do cisto através da secreção
de heparina e outras enzimas hidrolíticas capazes de estimular o processo inflamatório e
auxiliar no processo de destruição óssea, através do estímulo a atividade osteoclástica
(Drazić et al., 2010). A evidencia em nosso estudo da maior quantidade de mastócitos
degranulados, tanto no tecido conjuntivo superficial quanto profundo de ceratocistos
odontogênicos pode estar associado, ao comportamento mais agressivo dos ceratocistos
odontogênicos que geralmente apresentam maiores dimensões que os cistos radiculares.
Em nosso estudo, as imunomarcações para E-caderina em ceratocistos
odontogênicos e cistos radiculares apresentaram similaridades no componente epitelial
(Figura 5). Nossos achados foram semelhantes aos encontrados por Porto et al. (2016),
Kusafuka et al., (2011) e Mello et al (2013) que também não identificaram diferença
estatisticamente significativa na imunoexpressão da E-caderina entre ceratocistos
odontogênicos e cistos radiculares. Embora em nosso estudo também não tenha sido
evidenciada diferença estatisticamente significativa, verificamos que os cistos radiculares
apresentaram maior imunorreatividade. Este achado foi consonante ao estudo de Özcan
et al., (2015) que evidenciaram expressão de E-caderina mais forte em cistos radiculares
e dentigeros do que em ceratocistos odontogênicos. Em outro estudo realizado por Mello
et al., (2013), envolvendo ceratocistos odontogênicos, cistos odontogênicos calcificantes
e ameloblastomas, constatou-se maior imunorreatividade para E-caderina nas lesões
císticas em relação ao tumor odontogênico, sugerindo na oportunidade que a E-caderina
possui papel chave na mediação de adesão celular em tumores odontogênicos.
No que diz respeito a análise da imunorreatividade para E-caderina nas camadas
epiteliais das lesões císticas estudadas, não constatamos diferença estatisticamente
significativa, contudo analisando somente ceratocistos odontogênicos, Hakim et al.
52
(2011) observaram diferença significativa nos níveis de expressão membranar da E-
caderina ao comparar ceratocistos odontogênicos esporádicos e sindrômicos, sendo
constatada maior expressão em ceratocistos esporádicos, especialmente na camada
suprabasal.
No presente estudo encontramos correlação negativa estatisticamente
significativa entre a expressão da E-caderina e a quantidade de mastócitos totais,
mastócitos degranulados no componente epitelial, conjuntivo superficial e profundo tanto
nos ceratocistos odontogênicos quanto nos cistos radiculares. Verificamos que nessas
lesões císticas há menor expressão de E-caderina quando há maiores concentrações de
mastócitos independente da localização, sendo evidente essa relação nos cistos
radiculares. Foi observada significância estatística na correlação entre expressão de e-
caderina e mastócitos degranulados intra-epiteliais. Considerando que a E-caderina está
presente em boa parte da composição das junções de adesão celular, sugere-se que tal
diminuição nessa expressão, seja responsável pela alteração na adesão celular e
consequente aumento na permeabilidade epitelial.
Outra correlação negativa estatisticamente significante foi encontrada entre o
tamanho das lesões císticas e o número total de mastócitos no epitélio assim como em
relação a quantidade de mastócitos degranulados na mesma localização. Desta forma,
verificamos que as maiores concentrações de mastócitos totais e degranulados, estavam
presentes em lesões císticas menores, sugerindo que nas etapas iniciais de crescimento
cístico os mastócitos tem papel importante na alteração das junções de adesão,
contribuindo para o aumento do conteúdo cístico em seu lúmen. Analisando a possível
presença de mastócitos através da imunorreatividade para triptase, Nogueira et al., (2016)
não encontraram mastócitos em tecidos epiteliais de natureza cística. Entretanto, Patidar
et al., (2012) localizaram mastócitos através da imunorreatividade para triptase no
componente epitelial de lesões císticas, mas não evidenciou relação da presença desses
tipos celulares com o tamanho das lesões estudadas.
Na presente análise, os casos diagnosticados como cisto radicular apresentaram-
se como lesões, em sua maioria, menores que 2 centimetros em cerca de 67% dos casos;
tal achado corrobora o estudo realizado por Tandri (2010), entretanto, como descrito na
literatura, sabe-se que o ceratocisto odontogênico exibe um mecanismo de crescimento e
comportamento biológico diferente do cisto radicular devido ao seu maior potencial de
53
destruição óssea (Gaitan-Cepada et al., 2010, Osterne et al., 2011). No presente estudo
foi observado que 37 % das amostras de ceratocistos odontogênicos apresentavam
diâmetro entre 2 e 4 centimetros, enquanto que 16% da amostra analisada apresentavam
diâmetro superior a 4 centimetros. Tais achados apontam o comportamento agressivo do
ceratocisto odontogênico, distinguindo-o de outras lesões císticas de natureza
odontogênica.
Conclusão:
• Os cistos radiculares apresentaram maior quantidade de mastócitos em relação aos
ceratocistos odontogênicos;
• Os cistos radiculares apresentaram maior concentração total de mastócitos e
mastócitos degranulados no componente epitelial;
• Os ceratocistoa odontogênicos apresentaram maior concentração de mastócitos
degranulados no tecido conjuntivo superficial e profundo;
• Expressão da E-caderina foi similiar entre as lesões císticas estudadas, sendo
evidenciada maior expressão no ceratocisto odontogênico;
• Evidenciou-se correlação inversa entre a expressão da E-caderina, quantidade total de
mastócitos e mastócitos degranulados nas lesões císticas estudadas;
• Constatou-se correlação inversa entre a expressão da E-caderina e a quantidade de
mastócitos degranulados tanto no componente epitelial quanto no tecido conjuntivo
das lesões analisadas;
• Verificou-se correlação inversa entre o tamanho das lesões, quantidade total de
mastócitos e mastócitos degranulados no componente epitelial.
54
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59
Tabelas
Tabela 1. Tamanho da amostra, média, valores médios mínimo e máximo, desvio padrão e intervalo
de confiança de 95% para o número de mastócitos em ceratocistos odontogênicos e cistos
radiculares. Natal-RN, 2018.
Grupo n Média Valores
médios
Mín-Máx
Desvio
Padrão
Intervalo de
Confiança de
95%
Ceratocisto Odontogênico
30 555.47 219 - 1056 256.393 459.73 - 651.21
Cisto Radicular
30 777.97 288 - 2005 497.157 592.33 - 963.61
Fonte: Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral da UFRN
60
Tabela 2. Parâmetros usados para avaliação da imunoexpressão da triptase em mastócitos
degranulados e não degranulados através do teste de Kruskal-Wallis (KW) em ceratocistos
odontogênicos e cistos radiculares. Natal-RN, 2018.
Fonte: Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral da UFRN
Grupo n Mediana Q25 – Q75 Média
dos
Postos
KW p
Ceratocisto Odontogênico
Mastócitos Degranulados
30 224.50 149.50 – 349.25 26.58 3.018 0.082
Mastócitos Não
Degranulados
30 2.5 0.75 – 9.00 25.22 5.577 0.018
Cisto Radicular
Mastócitos Degranulados
30 262.50 194.00 – 407.75 35.78
3.018 0.082
Mastócitos Não
Degranulados
30 15.00 0.75 – 32.50 34.42 5.577 0.018
61
Tabela 3. Parâmetros usados para avaliação da imunoexpressão da triptase em mastócitos
degranulados e não degranulados através do teste de Kruskal-Wallis (KW) no tecido
epitelial e conjuntivo de ceratocistos odontogênicos e cistos radiculares. Natal-RN, 2018.
Fonte: Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral da UFRN
Grupo n Mediana Q25 - Q75 Média dos
Postos
KW p
Tecido Epitelial
Mastócitos
Degranulados
Ceratocisto
Odontogênico
30 16.00 7.25 - 30.50 18.08 30.343 0.000
Cisto Radicular
30 62.50 48.75 - 130.25 42.92
Mastócitos Não
Degranulados
Ceratocisto
Odontogênico
30 1.00 0.00 – 2.00 26.10 4.027 0,045
Cisto Radicular
30 4.50 0.00 – 10.75 34.90
Tecido Conjuntivo
Mastócitos
Degranulados
Ceratocisto
Odontogênico
30 551.50 333.00 - 792.25 31.18 0.092 0.762
Cisto Radicular 30 527.00 342.25 - 787.25 29.82
Mastócitos Não
Degranulados
Ceratocisto
Odontogênico
30 1528.00 941.00-2238.50 31.08 0.067 0.796
Cisto Radicular 30 1463.00 988.50-2195.50 29.92
62
Tabela 4. Parâmetros usados para avaliação da imunoexpressão da triptase em mastócitos
degranulados e não degranulados através do teste de Kruskal-Wallis (KW) no tecido conjuntivo
superficial e profundo de ceratocistos odontogênicos e cistos radiculares. Natal-RN, 2018.
. Fonte: Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral da UFRN
Grupo n Mediana Q25 - Q75 Média dos
Postos
KW p
Tecido Conjuntivo Superficial
Mastócitos
Degranulados
Ceratocisto
Odontogênico
30 215.00 136.75 - 326.25 30.80 0.018 0.894
Cisto Radicular
30 208.00 132.75 - 296-75 30.20
Mastócitos Não
Degranulados
Ceratocisto
Odontogênico
30 1.00 0.00 – 6.25 24.98 6.350 0.012
Cisto Radicular 30 8.00 0.00 – 20.00 36.02
Tecido Conjuntivo Profundo
Mastócitos
Degranulados
Ceratocisto
Odontogênico
30 294.00 134.50 - 435.50 32.70 0.952 0.329
Cisto Radicular 30 288.00 200.25 - 470.50 28.30
Mastócitos Não
Degranulados
Ceratocisto
Odontogênico
30 0.00 0.00 – 9.25 23.78 9.421 0.002
Cisto Radicular
30 10.00 0.75 – 35.25 37.22
63
Tabela 5. Parâmetros usados para avaliação da imunoexpressão da E-caderina no tecido
epitelial (região superficial, basal e para-basal) de ceratocistos odontogênicos e cistos
radiculares, através do teste de Kruskal-Wallis (KW). Natal-RN, 2018.
Grupo n Mediana Q25 - Q75 Média dos
Postos
KW p
Tecido Epitelial
E-caderina
Ceratocisto
Odontogênico
30 2.00 1.00 – 2.00 31.00 0.066 0.798
Cisto Radicular
30 1.50 1.00 – 2.00 30.00
Região Superficial
Ceratocisto
Odontogênico
30 2.00 1.00 – 2.00 30.50 0.267 0.605
Cisto Radicular 30 2.00 1.00 - 2.00 30.50
Região Para-basal e Basal
Ceratocisto
Odontogênico
30 1.00 1.00 – 2.00 29.50 0.000 1.000
Cisto Radicular
30 1.00 1.00 – 2.00 31.50
Fonte: Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral da UFRN
64
Tabela 6. Tamanho, número de casos e percentual dos ceratocistos odontogênicos e cistos
radiculares. Natal-RN, 2018.
Grupo Tamanho das lesões n %
Ceratocisto Odontogênico ≤ 2 cm 14 47
>2 cm a 4 cm 11 37
>4cm 5 16
30 100
Cisto Radicular ≤ 2 cm
>2 cm a 4 cm
> 4cm
20
8
2
67
27
6
30 100
Fonte: Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral da UFRN
65
Tabela 7. Valor estatístico para o coeficiente de correlação de Spearman (r), significância
estatística (p) e tamanho da amostra (n), entre as imunoexpressões de E-caderina e triptase
em mastócitos nos ceratocistos odontogênicos e cistos radiculares. Natal-RN, 2018.
Fonte: Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral da UFRN
E-
caderina
Número
Total de
Mastócitos
r: -0.311
p: 0.016
n: 60
Número Total
de Mastócitos
Degranulados
r: -0.255
p: 0.049
n: 60
Número Total
de Mastócitos
Não
Degranulados
r: -0.110
p: 0.404
n: 60
Mastócitos
no Tecido
Epitelial
r: -0.100
p: 0.446
n: 60
Mastócitos
Degranulados
no Tecido
Epitelial
r: -0.717
p: 0.000
n: 60
Mastócitos
Não
Degranulados
no Tecido
Epitelial
r: -0.261
p: 0.022
n: 60
Mastócitos no
Tecido
Conjuntivo
r: -0.326
p: 0.011
n: 60
Mastócitos
no Tecido
Conjuntivo
Superficial
r: -0.110
p: 0.404
n: 60
Mastócitos
Degranulados
no Tecido
Conjuntivo
Superficial
r: -0.288
p: 0.026
n: 60
Mastócitos
Não
Degranulados
no Tecido
Conjuntivo
Superficial
r: -0.167
p: 0.203
n: 60
Mastócitos
no Tecido
Conjuntivo
Profundo
r: -0.318
p: 0.013
n: 60
Mastócitos
Degranulados
no Tecido
Conjuntivo
Profundo
r: -0.323
p: 0.012
n: 60
Mastócitos
Não
Degranulados
no Tecido
Conjuntivo
Profundo
r: -0.287
p: 0.026
n: 60
66
LEGENDAS DAS FIGURAS
Figura 1. Gráfico Box-Plot do número total de mastócitos no tecido epitelial de
ceratocistos odontogênicos e cistos radiculares
Figura 2. Gráfico Box-Plot do número total de mastócitos no tecido conjuntivo de
ceratocistos odontogênicos e cistos radiculares.
Figura 3. (A) Fotomicrografia evidenciando através da imunoexpressão do anticorpo
Triptase a presença de mastócito no tecido epitelial e conjuntivo do ceratocisto
odontogênico. (B) Fotomicrografia evidenciando através da imunoexpressão do anticorpo
Triptase a presença de mastócito no tecido epitelial e conjuntivo do cisto radicular.
Figura 4. (A) Fotomicrografia evidenciando através da imunoexpressão do anticorpo
Triptase a presença de mastócito não degranulado. (B) Fotomicrografia evidenciando
através da imunoexpressão do anticorpo Triptase a presença de mastócito degranulado
(halo de triptase).
Figura 5. (A) Fotomicrografia evidenciando a imunoexpressão do anticorpo E-caderina no
tecido epitelial do ceratocisto odontogênico. (B) Fotomicrografia evidenciando a
imunoexpressão do anticorpo E-caderina no tecido epitelial do cisto radicular.
67
Figura 1.
Lesões Císticas
68
Figura 2.
Lesões Císticas
69
Figura 3.
70
Figura 4.
71
Figura 5.
72
73
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78
79
5 APÊNDICES
5.1 Apêndice A- Ficha para coleta de dados referente a a expressão imuno-histoquímica
do anticorpo Triptase nas células do componente epitelial e nas células do componente
conjuntivo dos ceratocistos odontogênicos e cistos radiculares.
Lâmina Nº _____________
Diagnóstico Histopatológico:____________________
Anticorpo utilizado: TRIPTASE
Análise da Imunorreatividade
COMPONENTE EPITELIAL
Casos Mastócitos
Não
Degranulados
Mastócitos
Degranulados
Total de Mastócitos
1
2
3
Análise da Imunorreatividade
COMPONENTE CONJUNTIVO
Casos Localização Mastócitos não
degranulados
(n)
Mastócitos
degranulados
(n)
Total de Mastócitos (n)
1 Conjuntivo
Superficial
Conjuntivo
Profundo
2 Conjuntivo
Superficial
Conjuntivo
Profundo
80
5.2 Apêndice B- Ficha para coleta de dados referente a expressão imuno-histoquímica do
anticorpo E-caderina nas células do componente epitelial dos ceratocistos odontogênicos
e cistos radiculares.
Lâmina Nº _____________
Diagnóstico Histopatológico:____________________
Anticorpo utilizado: E-CADERINA
Análise da Imunorreatividade
COMPONENTE EPITELIAL
Casos
Percentual
total de células
marcadas
Percentual de células
marcadas na camada
basal/parabasal
Percentual de células marcadas na
camada superficial
1
2
3
Legenda
Escore do percentual de células marcadas
1 - 0 a 50%
2 – >50%
81
5.3 Apêndice C- Ficha para coleta de dados referente ao padrão de marcação celular do
anticorpo E-caderina nas células do componente epitelial dos ceratocistos odontogênicos
e cistos radiculares.
Lâmina Nº _____________
Diagnóstico Histopatológico:____________________
Anticorpo utilizado: E-CADERINA
Análise do padrão de marcação celular
COMPONENTE EPITELIAL
Casos
Marcação
membranar
Marcação
citoplasmatica
Marcação membranar e citoplasmatica
1
2
3
Legenda
Padrão de marcação celular
0 – Ausente
1 – Presente
82
5.4. Apêndice D- Ficha para coleta de dados referente ao tamanho dos ceratocistos
odontogênicos e cistos radiculares.
Nº da lâmina Diagnóstico Histopatológico Tamanho da Lesão
Escore Tamanho da lesão
0 Não informado
1 < 2cm ou = 2cm
2 > 2cm a 4 cm
3 > 4cm
83
84
6 ANEXOS
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
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